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em Incêndios
Objetivos:
11.1 Introdução
“Por uma vida todo sacrifício é dever” ou, “Vidas alheias, riquezas a
salvar”, são lemas bem conhecidos pelos bombeiros do mundo inteiro, porém,
“salvar vidas” não é uma tarefa fácil, são necessárias horas e horas de
treinamento, exercícios físicos, e muito estudo. Neste capitulo abordaremos
questões de busca e salvamento em incêndios, que, aliado a todas as outras
técnicas e táticas utilizadas pelos Corpos de Bombeiros nas atividades
inerentes ao cumprimento de sua missão constitucional, fazem desta
profissão, a diferença entre a vida e a morte de uma pessoa em situação de
perigo.
As ações de busca e salvamento são, para os bombeiros, operações
complexas que exigem uma diferente combinação de técnicas e táticas,
aliados à correta utilização de equipamentos e viaturas, visando procurar
vítimas e salvá-las. O salvamento de vítimas em perigo constitui um dos
principais objetivos da ação dos bombeiros, pelo que deve ser visto como uma
tarefa prioritária, em qualquer operação de Combate a Incêndios. Contudo, é
necessário ter em mente que busca e salvamento em incêndios são
complexas e perigosas, porém, de extrema necessidade. Fatores como pouca
visibilidade, devido à fumaça e calor intenso, fazem com que, Busca e
Salvamento em Incêndios, seja considerada uma atividade de grande risco,
tanto para os bombeiros quanto para as vítimas. Para localizar e salvar
pessoas em uma edificação em chamas, de maneira rápida e segura, ou
eficiente e eficaz, é necessário envolver uma série de fatores, tais como,
reconhecimento do local, coleta de informações, realização de uma busca
primária e secundária, utilização de equipamentos adequados e de forma
correta, estabelecimento de planos de busca e salvamento, padronização de
sinais, dentre outros fatores que veremos neste capítulo.
Todas estas técnicas e táticas fazem parte de um conjunto, que
podemos chamar de “Operações de Busca e Salvamento em Incêndios”, que,
são complementadas com outras operações, não menos importantes, tais
como:
• Operações de ventilação, que removem a fumaça, os gases e o calor,
prevenindo a sua acumulação no interior da edificação;
• O estabelecimento de linhas de mangueira para o combate a
incêndio, mantendo, na medida do possível o fogo afastado das vitimas;
Estas operações reduzem o perigo para as vítimas, aumentando o
tempo necessário à evacuação do edifício. Como vimos, as Operações de
Busca e Salvamento em Incêndios, são complexas e perigosas, e, requerem
uma diferente combinação de técnicas e táticas.
Por vezes, há uma tendência de se considerar que as Operações de
Busca e Salvamento estão relacionadas, apenas, com ocorrências em
hospitais, lares de terceira idade, escolas, hotéis e outras instalações, que
comportam um número elevado de ocupantes, consideradas locais de reunião
de publico, esquecendo e desconsiderando, muitas vezes as edificações de
apenas um ou dois pavimentos, as quais devem ter o mesmo tratamento, ou
seja, sempre realizar Operações de busca, e, se necessário, o salvamento de
vitimas. Na verdade, as edificações consideradas de reunião de público,
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merecem uma atenção especial, com exigências maiores por parte do setor de
Engenharia e Prevenção do Corpo de Bombeiros, principalmente nas rotas de
fuga e saídas de emergência, exigindo cálculos de dimensionamento destas
saídas de emergência e dos meios de abandono das edificações, de acordo
com o tipo, o risco, a ocupação e a área destas edificações.
Dentro deste contexto, podemos afirmar que Busca e Salvamento em
Incêndios, principalmente quando se tem a informação da existência de
vitimas no interior da edificação em chamas ou se avista vitimas nas janelas
ou sacadas de edificações tomadas pelo fogo, deve ser considerado
prioridade no teatro de operações, sobrepondo-se a qualquer outra situação,
desde que não interfira na segurança da operação, pois, a historia nos mostra
que, em situações como esta, minutos fazem a diferença entre a vida e a
morte.
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da equipe de Busca e Salvamento, porém, se isto não for possível, deve ter
pelo menos um equipamento deste por equipe de busca. O Radio Portátil é
importante para uma comunicação eficiente entre o Comandante do Incidente
(CI) e os bombeiros da equipe de busca e salvamento, para que o CI possa
passar informações a respeito do incêndio e vitimas as equipes de resgate e
vice-versa, facilitando assim a tomada de decisões por parte do CI, no sentido
de alterar tática de combate. Um Rádio Portátil também pode ser a diferença
entre a vida e a morte de uma vitima ou equipe de busca e salvamento em um
incêndio, caso ocorra situações que fujam do controle das equipes de busca e
salvamento ou ainda a necessidade de uma rápida evacuação do prédio, se
assim determinar o CI.
Ferramentas de Arrombamento (ver capitulo de Entradas Forçadas)
devem ser levadas pelos bombeiros em operações de busca e salvamento em
incêndios, sendo utilizadas para abrir locais para realização de busca e
salvamento ou ainda para “criar” uma saída de emergência alternativa em
situações extremas.
A Câmera Térmica (Fig. 11-5) é um
equipamento muito eficiente, conseguindo
uma fácil visualização de vitimas em locais
iluminados ou totalmente sem iluminação;
sendo completamente imune a condições
adversas, como neblina, fumaça, etc. Este
equipamento forma a imagem a partir da
irradiação térmica emitida pelo corpo,
detectando fugitivos, vítimas em acidentes e
incêndios, e cobrindo rapidamente e com Fig. 11-5 Câmera Térmica.
Fonte: www.nei.com.br
muita eficiência grandes áreas.
“Cabo da vida”, como chamado pelos bombeiros, é um cabo que pode
ser utilizado para guiar bombeiros, quando desorientados, para a saída da
edificação, para realizar busca em incêndios, ou ainda ser utilizado para um
alto-resgate, em situações que o bombeiro necessite sair da edificação
utilizando técnicas de descensão. Uma linha de mangueira deve ser
transposta e, se possível, utilizá-la pressurizada, servindo para proteção dos
bombeiros, combate ao incêndio, ventilação e, é um dos métodos mais
indicados para guiar os bombeiros para fora da edificação quando
desorientados, ou seja, seguir a linha de mangueira no sentido da saída.
Outro equipamento que não pode ser esquecido é giz ou tiras de
borracha, que são utilizados para marcar a porta de entrada de cômodos já
vistoriados. Um cinto de segurança ou uma cadeirinha também deve ser parte
do equipamento dos bombeiros, pois, podem ser utilizados, juntamente com o
equipamento de descensão e o “cabo da vida”, para uma evacuação de
emergência em situações extremas.
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Fig. 11-7 locais de reduzida visibilidade a deslocação deve ser feita junto
ao pavimento.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros - 2006
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A B
Fig. 11-16 Marcação com tiras de borracha. A – Incorreto; B – Correto.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.
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A B
Fig. 11-17 Forma de marcar as portas com giz.
A – Equipe no interior; B – Compartimento revistado.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.
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11.5 Segurança
11.5.1 Procedimentos Gerais de Segurança
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procurar sentir o piso à sua frente, pelo toque das mãos ou das ferramentas
que transportam, assegurando-se sempre da sua continuidade e estabilidade
(Fig. 11-19). Este procedimento pretende evitar acidentes como queda nos
poços de elevadores, escadas e aberturas eventualmente existentes nos
pisos, provocadas ou não pelo incêndio.
Fig. 11-20 Verificação do estado de Fig. 11-21 A porta pode esconder uma
aquecimento da porta. vítima inconsciente.
Fonte: Busca e Salvamento – ENB - 2006. Fonte: Busca e Salvamento – ENB - 2006.
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incêndios:
a) Não entre, em hipótese alguma, em edificações tomadas pelas
chamas, onde vitimas provavelmente não serão encontradas, e a segurança
estará comprometida;
b) Somente tente entrar em edificações após uma ventilação adequada,
quando não existirem condições propícias a ocorrência de um backdraft;
c) Trabalhe sempre com um Plano de Operações. Equipes não devem
permitir trabalhos individuais e/ou por conta própria;
d) Sempre manter contato com o Comando do Incidente (CI) e com
outras equipes de busca e salvamento;
e) Sempre monitorar as condições do incêndio e como isso pode afetar
as equipes de busca e salvamento;
f) Ter uma Guarnição de Intervenção Rápida avaliando constantemente
a situação, a fim de auxiliar bombeiros e/ou equipes de busca e salvamento
quando necessitarem assistência;
g) Usar o Equipamento de Proteção Individual completo, incluindo EPR e
PASS;
h) Trabalhar em equipe com dois ou mais bombeiros e estar
constantemente em contato um com o outro. Bombeiros são responsáveis por
si e pelos outros;
i) Realizar uma busca sistemática e padronizada aumenta a eficiência e
reduz a possibilidade de ficar desorientado;
j) Estar calmo e mover-se com cautela durante as buscas;
k) Estar alerta – Usar Todos os sentidos;
l) Monitorar continuamente as condições estruturais da edificação;
m)Sempre verificar se as portas estão excessivamente quentes antes de
abri-las;
n) Marcar as portas durante a entrada nos cômodos e lembrar a direção
de entrada nos cômodos. Para sair da edificação, pegar a direção oposta ao
sair dos cômodos;
o) Sempre manter contacto com as paredes quando existir pouca
visibilidade.
p) Ter uma linha de mangueiras de combate a incêndio trabalhando no
andar do Foco de incêndio (ou no andar imediatamente inferior ou superior do
incêndio) podendo ser usada para sair em segurança da edificação e na
proteção das equipes de busca e salvamento;
q) Coordenar operações de ventilação antes de abrir portas e janelas
ajuda a reduzir caloria e fumaça no interior das edificações durante as
operações de busca e salvamento;
r) Reportar imediatamente ao Comandante do Incidente (CI) quando as
buscas estiverem completas.
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SUMÁRIO
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Exercícios de Fixação
1. Os principais objetivos de Operações de Busca e Salvamento em
Incêndios são:
a. ( ) Localizar e resgatar vítimas.
b. ( ) Localizar vítimas para outra equipe resgatar posteriormente.
c. ( ) Auxiliar nas Operações de Combate a Incêndio.
d. ( ) Adentrar a edificação em chamas para realizar a ventilação.
e. ( ) Realizar apenas o salvamento de vítimas.
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