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Busca e Salvamento

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em Incêndios

Objetivos:

1. Definir Busca e Salvamento em Incêndios;


2. Descrever a importância da existência de um
planejamento em operações de Busca e Salvamento
em Incêndios;
3. Descrever Técnicas de Busca Primária;
4. Descrever Técnicas de Busca Secundária;
5. Descrever como manter níveis de segurança em
Operações de Busca e Salvamento em Incêndios;
6. Descrever técnicas de Salvamento;
7. Descrever a forma correta de realizar o salvamento de
vítimas em incêndios, utilizando as diversas técnicas de
remoção.

1º Ten. QOBM Daniel Lorenzetto


MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

11. BUSCA E SALVAMENTO EM INCÊNDIOS

11.1 Introdução
“Por uma vida todo sacrifício é dever” ou, “Vidas alheias, riquezas a
salvar”, são lemas bem conhecidos pelos bombeiros do mundo inteiro, porém,
“salvar vidas” não é uma tarefa fácil, são necessárias horas e horas de
treinamento, exercícios físicos, e muito estudo. Neste capitulo abordaremos
questões de busca e salvamento em incêndios, que, aliado a todas as outras
técnicas e táticas utilizadas pelos Corpos de Bombeiros nas atividades
inerentes ao cumprimento de sua missão constitucional, fazem desta
profissão, a diferença entre a vida e a morte de uma pessoa em situação de
perigo.
As ações de busca e salvamento são, para os bombeiros, operações
complexas que exigem uma diferente combinação de técnicas e táticas,
aliados à correta utilização de equipamentos e viaturas, visando procurar
vítimas e salvá-las. O salvamento de vítimas em perigo constitui um dos
principais objetivos da ação dos bombeiros, pelo que deve ser visto como uma
tarefa prioritária, em qualquer operação de Combate a Incêndios. Contudo, é
necessário ter em mente que busca e salvamento em incêndios são
complexas e perigosas, porém, de extrema necessidade. Fatores como pouca
visibilidade, devido à fumaça e calor intenso, fazem com que, Busca e
Salvamento em Incêndios, seja considerada uma atividade de grande risco,
tanto para os bombeiros quanto para as vítimas. Para localizar e salvar
pessoas em uma edificação em chamas, de maneira rápida e segura, ou
eficiente e eficaz, é necessário envolver uma série de fatores, tais como,
reconhecimento do local, coleta de informações, realização de uma busca
primária e secundária, utilização de equipamentos adequados e de forma
correta, estabelecimento de planos de busca e salvamento, padronização de
sinais, dentre outros fatores que veremos neste capítulo.
Todas estas técnicas e táticas fazem parte de um conjunto, que
podemos chamar de “Operações de Busca e Salvamento em Incêndios”, que,
são complementadas com outras operações, não menos importantes, tais
como:
• Operações de ventilação, que removem a fumaça, os gases e o calor,
prevenindo a sua acumulação no interior da edificação;
• O estabelecimento de linhas de mangueira para o combate a
incêndio, mantendo, na medida do possível o fogo afastado das vitimas;
Estas operações reduzem o perigo para as vítimas, aumentando o
tempo necessário à evacuação do edifício. Como vimos, as Operações de
Busca e Salvamento em Incêndios, são complexas e perigosas, e, requerem
uma diferente combinação de técnicas e táticas.
Por vezes, há uma tendência de se considerar que as Operações de
Busca e Salvamento estão relacionadas, apenas, com ocorrências em
hospitais, lares de terceira idade, escolas, hotéis e outras instalações, que
comportam um número elevado de ocupantes, consideradas locais de reunião
de publico, esquecendo e desconsiderando, muitas vezes as edificações de
apenas um ou dois pavimentos, as quais devem ter o mesmo tratamento, ou
seja, sempre realizar Operações de busca, e, se necessário, o salvamento de
vitimas. Na verdade, as edificações consideradas de reunião de público,

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merecem uma atenção especial, com exigências maiores por parte do setor de
Engenharia e Prevenção do Corpo de Bombeiros, principalmente nas rotas de
fuga e saídas de emergência, exigindo cálculos de dimensionamento destas
saídas de emergência e dos meios de abandono das edificações, de acordo
com o tipo, o risco, a ocupação e a área destas edificações.
Dentro deste contexto, podemos afirmar que Busca e Salvamento em
Incêndios, principalmente quando se tem a informação da existência de
vitimas no interior da edificação em chamas ou se avista vitimas nas janelas
ou sacadas de edificações tomadas pelo fogo, deve ser considerado
prioridade no teatro de operações, sobrepondo-se a qualquer outra situação,
desde que não interfira na segurança da operação, pois, a historia nos mostra
que, em situações como esta, minutos fazem a diferença entre a vida e a
morte.

11.2. Objetivos da Busca e Salvamento em Incêndios


Os Objetivos das operações de Busca e Salvamento em Incêndios
podem ser definidos como: procurar vítimas e salvá-las e,
complementarmente, obter informações sobre a extensão do incêndio. Na
maior parte dos incêndios urbanos, a busca deve ser dividida em Busca
Primária e Busca Secundária.
A Busca Primária é uma procura rápida de vítimas antes ou durante as
operações de extinção de incêndios, chegando a ser feita, em muitos casos,
antes do início das operações de Combate a Incêndios, se existir vítimas vivas
à serem retiradas do interior da edificação, não comprometendo a segurança
dos bombeiros. Em geral, é executada sob condições bastante adversas,
como grande intensidade de calor e pouca visibilidade (devido a fumaça), no
entanto, pode não ser suficiente para localizar a(s) vítima(s). Apesar disso,
pela sua importância, a busca primária deve ser feita da maneira mais
minuciosa possível.
A Busca Secundária, por outro lado, é executada durante a fase de
rescaldo ou logo que o incêndio seja controlado, devendo ser ainda mais
minuciosa. Uma vez que as condições de calor e visibilidade melhoraram
sensivelmente.

11.2.2 Procedimentos na Chegada ao Local

Embora a responsabilidade do reconhecimento seja, inicialmente, do


chefe de Guarnição (bombeiro mais antigo) do primeiro veículo de socorro a
chegar no local, todos os elementos da guarnição devem observar
atentamente a edificação e as zonas periféricas, durante a chegada ao local
do incêndio. Uma boa observação permite que os bombeiros avaliem as
proporções do incêndio, o tipo de ocupação, o provável estado de resistência
da estrutura e cobertura e uma estimativa do tempo necessário para proceder
à busca e o eventual salvamento de vítimas. Do mesmo modo, a observação
exterior auxilia os bombeiros a manter a orientação quando se encontrarem no
interior, permitindo, ainda, identificar caminhos alternativos de acesso e de
fuga – janelas, portas e escadas de emergência – antes de entrarem na
edificação.
Localizar e entrevistar o solicitante (pessoa que acionou o Corpo de

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Bombeiros), proprietário e, principalmente, pessoas que estavam no interior


edificação, ajuda a obter informações sobre possíveis vítimas que ainda
poderão estar no interior e qual a sua provável localização, bem como, obter
maiores informações sobre a localização e extensão do foco de incêndio.
Enfim, todas as informações possíveis devem ser verificadas e, em hipótese
alguma, somente após finalizar as operações de Busca e Salvamento,
considerar que todos os ocupantes tenham saído da edificação e estejam em
segurança.

Fig. 11-1 Obtenção de informações no local .


Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de
Bombeiros - 2006

Uma minuciosa coleta de informações na chegada ao local de Incêndio


pode definir uma operação de Busca e Salvamento bem sucedida, pois os
ocupantes das edificações conhecem, muitas vezes, os hábitos de outros
ocupantes e a disposição dos diversos compartimentos da edificação,
ajudando na provável localização das vítimas. Do mesmo modo, poderão ter
visto algum ocupante perto de uma janela antes da chegada dos bombeiros.
Estas e outras informações, relacionadas ao número e possível
localização de vítimas, devem ser fornecidas ao Comandante do Incidente
(CI) – Ver capítulo 5 referente ao SCI – para que este possa empregar as
guarnições de Combate a Incêndios da maneira mais adequada.
As operações de Busca e Salvamento devem ser executadas logo após
o reconhecimento, antes mesmo, ou simultaneamente, do início das
operações de Combate a Incêndios. Estão, nestes casos, situações em que se
verifica, na chegada ao local, a existência de vítimas em janelas, sacadas ou
similares, e, informações concretas da existência de vítimas no interior da
edificação. Nestas situações, a prioridade máxima deve ser dada às
operações de busca e salvamento, em prejuízo do início de qualquer outra

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operação, sem comprometimento da segurança dos bombeiros.


Para que as vítimas, as quais podem ser visualizadas do exterior da
edificação, percebam a presença dos Bombeiros, é importante chamar a sua
atenção, podendo, para tal, utilizar-se de megafones ou equipamentos
similares. Deste modo, procura-se acalmá-las até serem retiradas do local
onde se encontram, evitando, que porventura venham a saltar de locais
elevados.

Fig. 11-2 A utilização do megafone para controlar


os ocupantes em pânico.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de
Bombeiros - 2006

11.2.3 Condições Adversas nos Incêndios em Edificações

Em geral, as condições em que os bombeiros se deparam em


edificações onde existe um incêndio, dificultam a execução da Busca e
Salvamento de pessoas. Esta situação agrava-se quando as vítimas estão
dormindo, inconscientes ou, simplesmente, sem possibilidade de atrair a
atenção da equipe de salvamento. A fumaça impede a visibilidade, logo, se as
vítimas estiverem inconscientes ou impossibilitadas de falar, não será possível
seguir as suas vozes e a sua localização é mais difícil.
Mesmo que as vítimas façam barulho, na tentativa de chamar a
atenção, os sons produzidos pelo fogo, podem, por vezes, impedir que as
equipes de salvamento diferenciem os barulhos, isto, somado ao fato do tato
ser confundido, pois as luvas de proteção contra incêndios não são feitas para
permitir exames muito detalhados, considerando ainda, que objetos, poderão
estar derretidos pelo calor, e, conseqüentemente distorcidos, ficando
completamente irreconhecíveis.

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Diante de todos estes fatores, que tendem a dificultar as operações de


Busca e salvamento, como se pode, então, executar estas operações no
interior de edificações, de forma a maximizar as probabilidades de localização
e salvamento das vítimas? As respostas são muitas e complexas, mas todas
começam na existência de um plano.
Na verdade, para que operações de Busca e Salvamento sejam
eficientes e eficazes, deverão ser planejadas, o mesmo será dizer, que não
podem existir ações descoordenadas. Cada um dos bombeiros que executa
uma busca e salvamento deve ter uma idéia clara do que procura, onde
procura e como deve procurar, e, quando achar, como resgatar. As Operações
de Busca e Salvamento devem ser executadas por uma equipe especialmente
indicada para a tarefa, com, no mínimo de dois bombeiros. Não obstante,
quando o número de bombeiros é muito limitado, pode ser feita pelo segundo
elemento de uma linha, desde que os dois estejam trabalhando juntos.

11.2.4 Busca e Salvamento em Edificações com Múltiplos Pavimentos


Operações de Busca e Salvamento em incêndios nas edificações com
múltiplos pavimentos devem ser consideradas de grande risco, tanto para as
equipes de busca e salvamento quanto para as vítimas. Concomitante as
técnicas de busca e salvamento em incêndios, que veremos adiante, da
execução de um plano, da observação de todos às normas de segurança,
devemos ter uma atenção especial para este tipo de edificação. Por exemplo,
em edificações com múltiplos pavimentos devemos considerar como áreas
mais críticas os seguintes pavimentos (Fig. 11-3):
• Pavimento onde ocorre o incêndio;
• Pavimento imediatamente acima do incêndio;
• Pavimento mais elevado.

Fig. 11-3 Locais prioritários para a busca primária.


Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros - 2006

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As buscas nestes pavimentos devem ser iniciadas imediatamente, pois


os ocupantes destes pavimentos com certeza estarão em perigo, devido a
fumaça e os gases provenientes da combustão, do calor e do fogo. A maior
parte da vitimas são encontradas nestas áreas, no entanto, após estes
andares serem vistoriados, os outros pavimentos também devem ser
checados.
Durante as operações de busca, as portas dos cômodos que não
possuem focos de incêndio e já forma vistoriados, devem ser fechadas,
evitando assim, que o fogo se propague para estes ambientes. Os bombeiros
também devem certificar que os meios de abandono (saídas de emergência,
escadas, corredores, etc.) estão desobstruídos, facilitando a passagem de
bombeiros com equipamentos de combate a incêndios, bem como, a saída de
ocupantes que por ventura ainda estejam no interior da edificação.

11.3 Equipamentos de Busca e Salvamento em Incêndios


Para a realização de Operações de Busca e Salvamento em Incêndios
é necessário possuir equipamentos apropriados, tais como:
a) Equipamento de Proteção Individual;
b) Personal Alert Safety System (PASS);
c) Lanterna;
d) Radio Portátil;
e) Ferramentas de Arrombamento (Ver Capítulo de Entradas Forçadas);
f) Linha de Mangueiras para Combate a Incêndios (linha de ataque
pressurizada);
g) Câmera Térmica;
h) Escadas (ver Capítulo de Escadas);
i) Cabo ou Corda;
j) Giz e/ou Tiras de Borracha (para marcar portas);
k) Cinto de Segurança para auto resgate em caso de emergência;
l) Equipamento para descensão;

O Equipamento de Proteção Individual e de


Proteção Respiratória deve ser utilizado por completo
(ver capítulo 08 - EPI) em todas as operações de
Combate a Incêndios, principalmente quando os
bombeiros necessitam adentrar as edificações em
chamas.
Outro equipamento importante é o Personal
Alert Safety System (PASS, Fig. 11-4), que deve ser
ativado tão logo os bombeiros adentrem a edificação Fig. 11-4 Dispositivo
ou situação de perigo eminente (ver capítulo PASS .
Fonte: www.amherstfire.org
referente à EPI).
Lanterna é outro equipamento que não pode ser esquecido, auxiliando
na identificação de objetos e possíveis vítimas, além de auxiliar na iluminação
dos bombeiros durante as operações de Busca e Salvamento.
Preferencialmente deve ser fixa no capacete ou na parte frontal da capa de
combate a incêndios, deixando as mãos livres para carregar outros
equipamentos, tatear as paredes e objetos, etc.
O Radio Portátil deve ser utilizado individualmente por cada integrante

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da equipe de Busca e Salvamento, porém, se isto não for possível, deve ter
pelo menos um equipamento deste por equipe de busca. O Radio Portátil é
importante para uma comunicação eficiente entre o Comandante do Incidente
(CI) e os bombeiros da equipe de busca e salvamento, para que o CI possa
passar informações a respeito do incêndio e vitimas as equipes de resgate e
vice-versa, facilitando assim a tomada de decisões por parte do CI, no sentido
de alterar tática de combate. Um Rádio Portátil também pode ser a diferença
entre a vida e a morte de uma vitima ou equipe de busca e salvamento em um
incêndio, caso ocorra situações que fujam do controle das equipes de busca e
salvamento ou ainda a necessidade de uma rápida evacuação do prédio, se
assim determinar o CI.
Ferramentas de Arrombamento (ver capitulo de Entradas Forçadas)
devem ser levadas pelos bombeiros em operações de busca e salvamento em
incêndios, sendo utilizadas para abrir locais para realização de busca e
salvamento ou ainda para “criar” uma saída de emergência alternativa em
situações extremas.
A Câmera Térmica (Fig. 11-5) é um
equipamento muito eficiente, conseguindo
uma fácil visualização de vitimas em locais
iluminados ou totalmente sem iluminação;
sendo completamente imune a condições
adversas, como neblina, fumaça, etc. Este
equipamento forma a imagem a partir da
irradiação térmica emitida pelo corpo,
detectando fugitivos, vítimas em acidentes e
incêndios, e cobrindo rapidamente e com Fig. 11-5 Câmera Térmica.
Fonte: www.nei.com.br
muita eficiência grandes áreas.
“Cabo da vida”, como chamado pelos bombeiros, é um cabo que pode
ser utilizado para guiar bombeiros, quando desorientados, para a saída da
edificação, para realizar busca em incêndios, ou ainda ser utilizado para um
alto-resgate, em situações que o bombeiro necessite sair da edificação
utilizando técnicas de descensão. Uma linha de mangueira deve ser
transposta e, se possível, utilizá-la pressurizada, servindo para proteção dos
bombeiros, combate ao incêndio, ventilação e, é um dos métodos mais
indicados para guiar os bombeiros para fora da edificação quando
desorientados, ou seja, seguir a linha de mangueira no sentido da saída.
Outro equipamento que não pode ser esquecido é giz ou tiras de
borracha, que são utilizados para marcar a porta de entrada de cômodos já
vistoriados. Um cinto de segurança ou uma cadeirinha também deve ser parte
do equipamento dos bombeiros, pois, podem ser utilizados, juntamente com o
equipamento de descensão e o “cabo da vida”, para uma evacuação de
emergência em situações extremas.

11.4 Técnicas de Busca

11.4.1 Busca Primária

Durante a Busca Primária, os bombeiros devem trabalhar sempre em


equipes de dois ou mais bombeiros. Deste modo, a busca pode ser
executada mais rápido, sem prejuízo da manutenção das condições de

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segurança. Ao encontrar uma vítima, o passo seguinte será, naturalmente, a


tentativa de salvamento, que veremos mais adiante.
Os bombeiros envolvidos nesta tarefa têm que estar preparados para
desempenhá-la, para tanto, devem agir de forma correta e segura. De
preferência, deve ser pessoal experiente, pois um bombeiro com prática tem
maior probabilidade de agir em situações perigosas, e, simultaneamente, está
mais habilitado para realizar esta atividade do que um bombeiro com menos
experiência. Um bombeiro experiente trabalha com mais facilidade em
ambiente com grande caloria e reduzida visibilidade, devido a fumaça
proveniente dos gases da combustão. Não obstante as condições técnicas, ao
encontrar uma vítima, o bombeiro deve estar fisicamente preparado para
transportá-la a um local seguro. Logo, todos os integrantes do Corpo de
Bombeiros devem ter consciência plena da importância de se manter em boas
condições físicas e capacidade técnica.
Outra questão importante é o transporte, pela equipe de busca e
salvamento, dos equipamentos necessários a realização das atividades de
Busca e Salvamento. É tecnicamente errado, e uma perda inútil de tempo,
quando os bombeiros têm que voltar a Viatura para se equipar com as
ferramentas e equipamentos necessários a realização da operação de Busca e
Salvamento, por não o terem feito antes de entrarem na edificação.
Dentre eles, e como equipamentos essenciais, não se esquecendo dos
já mencionados, estão as ferramentas de arrombamento, lanternas, rádio
portátil, tiras de borracha e/ou giz e cabo da vida e cintos de segurança,
além da utilização por completo os Equipamentos de Proteção Individual e
Proteção Respiratória.

Fig. 11-6 A equipe de busca e salvamento deve


transportar as ferramentas adequadas.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – ENB - 2006

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11.4.1.1 Métodos de Busca Primária

Consoante as condições existentes no interior das edificações, ao


fazerem a busca primária, os bombeiros deslocam-se de pé, agachados ou
com quatro apoios (fig. 11-7). Existindo apenas fumaça pouco densa e não
havendo ou sendo reduzido o calor, caminhar de pé será a forma mais rápida
para proceder à busca. Caminhar com quatro apoios sob a camada de fumaça
aumenta a visibilidade e reduz os riscos de tropeçar, cair em escadas ou por
aberturas existentes no piso.
Ao caminhar agachado ou com quatro apoios, os bombeiros devem
utilizar as ferramentas para verificar o caminho à sua frente e guiar-se pelas
paredes, fazendo deslocar a mão do lado da parede e percorrendo esta. O
deslocamento pelas escadas deve ser feito, preferencialmente, com quatro
apoios, quando as condições de visibilidade são adversas. Ao subir, a cabeça
do bombeiro deve ir à frente. Ao descer, os pés devem ir à frente. Este
deslocamento, embora, mais lento, permite que o bombeiro se movimente na
camada de ar menos aquecida junto ao piso e com maior segurança.

Fig. 11-7 locais de reduzida visibilidade a deslocação deve ser feita junto
ao pavimento.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros - 2006

A busca primária deve ser executada de forma sistemática , de


compartimento em compartimento, completando a tarefa em cada um deles. A
medida que se realiza a busca, deve-se, constantemente, procurar ouvir sons
ou ruídos produzidos por vítimas. A técnica mais adequada para o
deslocamento no interior de uma edificação com pouca visibilidade, é utilizar
as paredes como guia, contornando todo o perímetro que se pretende vistoriar,
retornando ao ponto de início, quando necessário, mantendo o sentido de
orientação na fumaça densa.
Todavia, na busca primária, esta manobra nem sempre é totalmente
eficaz, devido ao reduzido tempo disponível que os bombeiros têm para
encontrar vítimas com vida, pois, por ser sistemática é lenta para permitir que,
em tempo útil, se possa verificar um grande número de compartimentos,
principalmente em edificações com um grande número de pavimentos,
desprendendo muito tempo, tanto para chegar à vítima, quanto para fazer o
caminho regresso.

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Como alternativa, ao penetrar-se em uma área carregada de fumaça


densa, conseqüentemente, sem qualquer visibilidade, o bombeiro pode
utilizar-se de uma linha de mangueira, a qual é utilizada tanto para proteção,
como para guiar o caminho inverso em direção à saída (fig. 11-8). Não
havendo uma linha de mangueira disponível, pode utilizar-se um “Cabo da
Vida”, como guia para retornar ao ponto de entrada, principalmente em locais
amplos e sem obstáculos, visto que o cabo pode enroscar em móveis ou
similares, prejudicando o deslocamento.
No entanto, uma linha de mangueira, é a maneira mais rápida para
encontrar o caminho de retorno, como alternativa à utilização das paredes
como guia, pois, por exemplo, uma equipe poderá ter que percorrer todo o
perímetro da edificação para regressar ao ponto de entrada, consumindo muito
tempo e aumentando a exposição ao risco.

Fig. 11-8 A linha de Fig. 11-9 As ferramentas ajudam a revistar sob a


mangueira como guia. mobília.
Fonte: Busca e Salvamento – ENB Fonte: Busca e Salvamento – ENB - 2006

Para realizar as buscas, os bombeiros devem utilizar as ferramentas, as


pernas e os braços, visando alcançar todo o espaço sob as camas e outras
peças de mobiliário (fig. 11-9). Após a busca no perímetro do compartimento, a
busca deve prosseguir na parte central, para tanto se deve utilizar a técnica de
varredura, utilizando, as ferramentas de arrombamento (Fig. 11-10) ou o “Cabo
da Vida”.

Fig. 11-10 Dois bombeiros realizando busca em conjunto.


Fonte: Thomsom Delmar Learning, 2004.

11-11
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Se possível, e quando existir um corredor central separando escritórios,


apartamentos ou outros espaços, a busca deve ser feita, simultaneamente, por
duas equipes de busca, em ambos os lados da edificação. Se houver apenas
uma equipe disponível, a operação deve iniciar-se pelos compartimentos de
um dos lados do corredor e, no regresso, serem vistoriados os do lado
contrário. Ao entrar no primeiro cômodo, a equipe segue à direita ou à
esquerda, seguindo o perímetro da edificação, até regressar ao ponto de
partida. Ao sair do cômodo, volta-se sempre para a mesma direção em que
entrou, continuando até o vistoriar todos os compartimentos. Como exemplo,
se pegou à esquerda quando entrou, pega à esquerda quando sair do
compartimento (fig. 11-11).

Fig. 11-11 Percurso da equipe de busca e salvamento


Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros - 2006

Quando uma equipe de busca necessitar regressar ao ponto de entrada


da edificação, ou ainda, após encontrar uma vítima, para transportá-la a um
ponto seguro ou para o exterior da edificação, a equipe deve voltar no sentido
contrário ao que entrou. É importante que a equipe de busca saia do
compartimento em que está vistoriando, pela mesma porta que entrou,
assegurando que todo o espaço foi completamente vistoriado. Esta técnica
deve ser empregada em todos os tipos de edificações, independentemente do
número de pavimentos.
Em alguns casos, o melhor método para proceder à busca em
compartimentos de pequena dimensão, é manter um dos bombeiros na
entrada do compartimento, enquanto o outro faz a busca, orientando-se
através do diálogo que vai mantendo com o parceiro (fig. 11-12). Quando a
busca estiver completa, juntam-se novamente na entrada do cômodo, fecham
a porta, marcam-na, e passam ao compartimento seguinte, invertendo a tarefa
de cada um.

11-12
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Fig. 11-12 A busca em compartimentos de pequena dimensão.


Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros - 2006

Este método visa reduzir a possibilidade da equipe se perder no interior


do compartimento, diminuindo, simultaneamente, o estresse causado pela
situação. Por outro lado, quando os compartimentos são relativamente
pequenos, torna a busca mais rápida em comparação com a executada por
dois bombeiros, pois o que entra, se desloca com maior rapidez, sem a
preocupação de ficar desorientado.
Como já mencionado, durante a busca primária, a visibilidade pode ser
bastante limitada, obrigando o bombeiro a recorrer ao sentido do tato. A
identificação de objetos pelo toque, pode ser a única fonte de informação
sobre o tipo de compartimento onde se encontra a equipe de bombeiros. Se
isso acontecer, isto é, se a visibilidade for totalmente prejudicada pela fumaça,
os bombeiros devem informar imediatamente ao CI, que, por sua vez, pode
reavaliar e mudar tática utilizada na ventilação. Esta é uma das razões pela
qual a equipe deve manter o contato por rádio com o exterior, comunicando,
periodicamente, o desenvolvimento e as dificuldades da operação de busca
(Fig. 11-13).

Fig. 11-13 O contato via rádio com o exterior é


fundamental.
Fonte: Busca e Salvamento – Escola Nacional de Bombeiros - 2006

11-13
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

Todas as informações, positivas ou negativas, são importantes para


assegurar que a busca primária seja completa. Se, por qualquer razão, ela for
abortada, o CI deve ser imediatamente informado, e a operação deve ser
retomada logo que possível.
Em edificações industriais, naquelas em que existem grandes áreas –
sem divisórias ou cômodos - a serem vistoriada, como exemplo temos
barracões utilizados para depósito, fabricas, lojas de departamento, etc. a
Busca Primária deve ser realizada através de um “Cabo da Vida” (Fig. 11-14),
visto que, guiar-se prelas paredes, como visto anteriormente, é uma técnica
ineficaz para este tipo de edificação. Para a realização da Busca Primaria com
o “Cabo da Vida”, a técnica mais indicada é pelo método de varredura, sempre
em dois bombeiros no mínimo.
Nesta técnica é utilizado sinais através de “puxões” no cabo (mesma
técnica utilizada para busca em ambientes confinados), otimizando a
comunicação entre os bombeiros e atingindo uma maior área possível na
busca. O “cabo da Vida” auxilia também o regresso da equipe de busca para o
ponto inicial, não permitindo que os bombeiros fiquem desorientados dentro da
edificação. Apesar desta técnica ser bastante eficiente, deve-se ter muito
cuidado para que o cabo não enrosque em móveis ou similares no interior da
edificação, dificultando o deslocamento e colocando a equipe em risco.

Fig. 11-14 Busca Primária em Edificações Industriais.


Fonte: Thomsom Delmar Learning, 2004.

11.4.2 Busca Secundária

Uma vez dominado o incêndio e tendo melhorado, conseqüentemente,


as condições no interior do edifício, é hora de se proceder à busca secundária,
muitas vezes em simultâneo com a fase de rescaldo, pois ao mesmo tempo
que se extingue os pequenos focos ainda ativos, verifica-se a existência ou
não de vítimas.

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Entretanto, deve ser dada atenção à forma como se procede o rescaldo,


de modo a não soterrar eventuais vítimas sob os escombros. Uma vez
completamente extinto o incêndio, a velocidade a que se procede a busca
secundária pode variar, sendo conveniente verificar o local onde vão ser
colocados os objetos ou escombros antes da sua movimentação, para não
soterrar vítimas. A busca secundária deve processar-se por todo o perímetro
da edificação. Devem ser verificadas, também, zonas de arbustos, pois
poderão encobrir alguma vítima inconsciente. Estas áreas exteriores devem
ser examinadas antes de permitir lançarem-se quaisquer escombros pelas
janelas.
A busca secundária deve ser executada, preferencialmente, por
bombeiros que não participaram na busca primária. Uma nova equipe irá,
certamente, olhar para os locais de forma diferente, pois, substituindo as
equipes de busca ou mesmo, apenas, os pavimentos ou compartimentos, cada
local será tratado como uma nova área a ser cuidadosamente examinada. O
objetivo é assegurar que, na busca secundária, se examine todos os locais e
espaços suscetíveis de esconder vítimas, por isso é essencial que seja o mais
minucioso possível (fig. 11-15).

Fig. 11-15 A busca secundária deve ser a mais minuciosa possível.


Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros - 2006

Outra dificuldade que os bombeiros podem sentir ao executar a busca


secundária é reconhecer vítimas carbonizadas, especialmente quando os
escombros provocados pelo incêndio caíram em cima dos corpos, no entanto
esta tarefa caberá, posteriormente, ao Instituto Médico Legal (IML). Assim,
deve ser feito um completo exame nos escombros antes de serem lançados
pela janela ou retirados para o exterior. Esta tarefa deve ser encarada como
um procedimento rotineiro por todos os bombeiros, mesmo que não haja
informação sobre a falta de qualquer pessoa. Deste modo, mesmo em
incêndios de pequenas proporções, e, em edificações com múltiplos
pavimentos, é essencial proceder à busca nas áreas acima e abaixo do nível
do incêndio. Compartimentos situados no piso do incêndio, ou em pisos acima,
quando estiverem trancados, é necessário abrir, por vezes com ferramentas de
arrombamento, pois, sabemos que os espaços verticais como poços de
elevadores, dutos de ar condicionado, etc., poderão transportar concentrações
mortais de fumaça e gases provenientes da combustão para áreas afastadas
da zona do incêndio. Em geral, nos pisos situados abaixo do incêndio não é

11-15
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

necessário proceder a abertura forçada de compartimentos trancados, exceto,


em casos especiais, quando existe fortes indícios de que o fogo tenha se
propagado para estes compartimentos.

11.4.3 Sistema de Marcação

Para a realização de uma operação de busca e salvamento eficiente e


eficaz, a chave é a coordenação. O objetivo, como vimos, é alcançar e salvar
as vítimas mais ameaçadas no mais curto espaço de tempo possível. Assim,
não podemos admitir que sejam realizadas buscas em áreas já vistoriadas por
outras equipes, por simples falha de comunicação. A melhor maneira de evitar
duplicações, é marcar os diferentes locais já vistoriados, de uma forma padrão,
que, obviamente, faça parte dos procedimentos operacionais instituídos na
corporação, sendo, deste modo, por todos conhecidos. Existem varias formas
utilizadas para marcar os compartimentos já vistoriados, uma delas, é colocar
na porta, de puxador a puxador, tiras de borracha retiradas, por exemplo, de
câmaras de ar de motos, evitando-se não só a duplicação da busca, mas
também que a porta se tranque (Fig. 11-16).

A B
Fig. 11-16 Marcação com tiras de borracha. A – Incorreto; B – Correto.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

Outro método de marcação, bem conhecido e utilizado por bombeiros


de vários países, é feito com giz ou produto similar. Neste método de
marcação, o procedimento adotado é marcar a porta pelo lado de fora com um
X, desenhando-se um traço quando a equipe entra e outro quando a equipe
sai. Pretende-se assim, indicar a outras equipes que o compartimento está, ou
já foi vistoriado (Fig. 11-17). Durante a busca primária os bombeiros devem
evitar, ao máximo, danificar ou modificar a localização do mobiliário, pois, em
se tratando de um incêndio criminoso, toda a informação é necessária para a
realização da Perícia de Incêndio.

11-16
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

A B
Fig. 11-17 Forma de marcar as portas com giz.
A – Equipe no interior; B – Compartimento revistado.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

Quando se executa a busca primária, as condições de visibilidade


devem ser as melhores possíveis. Assim, desde que tal não contribua,
decisivamente, para aumentar a propagação do incêndio e, sempre, sob
instruções superiores, pode-se realizar a ventilação do local ao mesmo tempo
que se avança. Desde que se tenha certeza da existência de outras saídas, as
portas que ficam entre os bombeiros e o fogo podem ser fechadas, no entanto,
deve-se observar janelas e outras possíveis saídas de emergência, pois, os
bombeiros podem ser bloqueados pelo fogo, não conseguindo sair da
edificação pelo mesmo ponto onde adentraram.

11.4.4 Localização de Vítimas

O comportamento humano, na presença de um incêndio segue padrões.


Estudos com base em informações de outros incêndios, levam à conclusão de
que se deve dar primordial importância a determinados locais, quando se
pretende encontrar vítimas no interior de edificações. Quase todas as pessoas
e animais – sendo os bombeiros a exceção – fogem perante a ameaça do
incêndio.
Contudo, as chamas ou os produtos da combustão poderão cercar as
vítimas antes destas conseguirem fugir. Por esta razão, deve ser dada uma
especial atenção à busca executada nos caminhos que servem para
evacuação e que são, habitualmente, utilizados pelas pessoas para entrar e
sair das edificações. Assim, a busca deve ser feita nas saídas e nas escadas o
mais rápido possível. Atrás de portas, especialmente, se for difícil abri-las
completamente, também deve ser tratada como um possível local para
encontrar vitimas, pois, no momento em que tentam manipular os puxadores
das portas, podem perder a consciência e cair antes de serem capazes de
escapar. A mesma atenção deve ser dada às zonas junto aos parapeitos das
janelas.
A busca em quartos também deve ser feita de forma bastante atenciosa,
pois, aqueles que não notarem a presença do fogo, não fugirão dele, o mesmo

11-17
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

acontecendo com deficientes físicos e mentais, crianças, etc.


Além dos já mencionados, também devem ser vistoriados lavabos,
banheiras, chuveiros, armários, sob as camas, atrás das mobílias, sótãos e
quaisquer outras áreas que possam ocultar crianças e ocupantes doentes ou
desorientados (Fig. 11-18).
As crianças podem esconder-se do fogo, ainda, em caixas de
brinquedos, pequenos armários e outros locais inesperados. Até mesmo
freezers, geladeiras e armários de cozinha podem ser utilizados como refúgio
para uma criança, o que significa, mais uma vez, que a busca deve ser
exaustiva.

Fig. 11-18 Locais que devem ser cuidadosamente revistados.


Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

11.5 Segurança
11.5.1 Procedimentos Gerais de Segurança

A Segurança é um fator que deve ser considerado em todas as


operações de Bombeiros, quando a segurança é, ou de alguma forma poderá
ser comprometida a operação deve parar, o CI deve fazer uma nova avaliação
no local, e novas diretrizes devem ser tomadas.
Em operações de busca e salvamento de vítimas em incêndios, não
pode ser diferente, a segurança sempre deve estar em primeiro lugar, não
sendo admitidas atitudes isoladas, que comprometam de alguma forma o bom
andamento da operação. A Segurança deve constituir a principal preocupação,
pois trabalhar de forma insegura pode trazer sérias conseqüências, não só
para os próprios bombeiros, mas também para as vítimas.
Para tal, é necessário que os bombeiros estejam adequadamente
treinados quanto à utilização das ferramentas e equipamentos de busca e
salvamento, bem como as técnicas adequadas para a realização da missão no
menor tempo possível. Embora a rapidez seja necessária, as operações
devem ser efetuadas de forma segura e consciente.
Quando a operação é executada em edificações com vários pisos e
visibilidade limitada, particularmente nos de construção antiga, deve ser dada
uma especial atenção às condições em que se encontram as estruturas
afetadas pelo incêndio, como coberturas e assoalhos. À medida que se
deslocam no interior das edificações em chamas, os bombeiros devem

11-18
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

procurar sentir o piso à sua frente, pelo toque das mãos ou das ferramentas
que transportam, assegurando-se sempre da sua continuidade e estabilidade
(Fig. 11-19). Este procedimento pretende evitar acidentes como queda nos
poços de elevadores, escadas e aberturas eventualmente existentes nos
pisos, provocadas ou não pelo incêndio.

Fig. 11-19 Verificação do estado do pavimento.


Fonte: Busca e Salvamento – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

Outro procedimento de segurança a ser adotado, refere-se ao cuidado


com a abertura de portas. Assim, os bombeiros devem tatear a parte superior
da porta e a fechadura, de modo a determinar o grau de aquecimento (Fig. 11-
20). Se for elevado, a porta não deve ser aberta até existir junto dela uma linha
de mangueiras pressurizada ou ter sido realizado uma ventilação adequada.
Para a abertura de portas, os bombeiros devem colocar-se lateralmente,
manter-se agachados e abrir a porta o mais vagarosamente possível. Se
houver fogo por detrás da porta, a posição junto ao piso permite que o calor e
os outros produtos da combustão passem por cima dos bombeiros sem os
afetar. Se a porta não abrir facilmente, não se deve forçá-la, pois pode existir
uma vítima inconsciente caída do outro lado (fig. 11-21). A abertura rápida
pode prejudicar ainda mais a vítima, além de não ser a forma mais segura e
profissional de lidar com a situação.

Fig. 11-20 Verificação do estado de Fig. 11-21 A porta pode esconder uma
aquecimento da porta. vítima inconsciente.
Fonte: Busca e Salvamento – ENB - 2006. Fonte: Busca e Salvamento – ENB - 2006.

11-19
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

11.5.2 Procedimentos quando Desorientado

Apesar de todas as medidas de segurança serem seguidas, a utilização


correta de todos os equipamentos e ferramentas destinados as atividades de
busca e salvamento em incêndios, imprevistos sempre podem acontecer.
Deste modo bombeiros podem se sentir mal, não conseguindo prosseguir nas
buscas e/ou salvamento de vítimas, nem tão pouco, retornar para o ponto de
entrada da edificação. Se houver um colapso estrutural da edificação, como a
queda de um telhado, parede ou piso, ou ainda, quando portas se fecharem,
bloqueando a passagem de bombeiros, pode acontecer também, destes
ficarem desorientados, cercados ou bloqueados pelo fogo.
Diante deste tipo de situação, alguns procedimentos devem ser
adotados, tas como:
1) Ativar o PASS (Personal Alert Safety System);
2) Simultaneamente, em voz alta, pedir auxílio, chamando a atenção
de outros bombeiros que estejam na área;
3) Quando os bombeiros desorientados ou cercados possuírem um
rádio portátil, devem procurar contatar, o mais rápido possível, com outros
Bombeiros, descrevendo a sua localização exata, de modo facilitar a chegada
da Guarnição de Intervenção rápida;
4) Procurar retroceder até o ponto de partida, guiando-se pela
mangueira, “Cabo da Vida” ou pelas paredes da edificação;
5) Não sendo possível sair da edificação, deve-se procurar um local
mais seguro, que não esteja sendo atingido pelo fogo;
6) Se encontrar uma janela, cavalgar no parapeito, fazer sinais
pedindo auxílio, usando o foco da lanterna, agitar os braços ou atirar objetos
para a rua (nunca lançar o capacete ou outras peças do equipamento de
proteção individual).
7) Efetuar, se possível, uma descida de emergência, para o solo ou
pavimento imediatamente inferior, utilizando-se do cinto de segurança e “Cabo
da Vida”.
8) Manter a serenidade, de modo a poupar ao máximo o ar do
Equipamento de Proteção Respiratória, sempre monitorando a quantidade de
ar.
Em qualquer dos casos, ou quando não for possível encontrar um
caminho de fuga, os bombeiros devem permanecer junto a uma parede, visto
que, de acordo com os procedimentos normais, a equipe de salvamento tende,
em primeiro lugar, a circular junto à periferia do compartimento, salvo se tratar-
se de incêndios em edificações que não utilize esta técnica, como lojas de
departamento, por exemplo.
Por outro lado, ao ficarem exaustos ou perto de ficarem inconscientes,
deve-se deitar junto a uma parede, de um corredor ou de uma porta,
aumentando, deste modo, a possibilidade de serem encontrados com maior
rapidez. Em complemento poderão apontar o foco da lanterna para o teto do
compartimento.

11.5.3 Diretrizes de Segurança

Segue abaixo uma lista de Diretrizes de Segurança, que devem ser


usadas pelos bombeiros durante as operações de busca e salvamento em

11-20
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

incêndios:
a) Não entre, em hipótese alguma, em edificações tomadas pelas
chamas, onde vitimas provavelmente não serão encontradas, e a segurança
estará comprometida;
b) Somente tente entrar em edificações após uma ventilação adequada,
quando não existirem condições propícias a ocorrência de um backdraft;
c) Trabalhe sempre com um Plano de Operações. Equipes não devem
permitir trabalhos individuais e/ou por conta própria;
d) Sempre manter contato com o Comando do Incidente (CI) e com
outras equipes de busca e salvamento;
e) Sempre monitorar as condições do incêndio e como isso pode afetar
as equipes de busca e salvamento;
f) Ter uma Guarnição de Intervenção Rápida avaliando constantemente
a situação, a fim de auxiliar bombeiros e/ou equipes de busca e salvamento
quando necessitarem assistência;
g) Usar o Equipamento de Proteção Individual completo, incluindo EPR e
PASS;
h) Trabalhar em equipe com dois ou mais bombeiros e estar
constantemente em contato um com o outro. Bombeiros são responsáveis por
si e pelos outros;
i) Realizar uma busca sistemática e padronizada aumenta a eficiência e
reduz a possibilidade de ficar desorientado;
j) Estar calmo e mover-se com cautela durante as buscas;
k) Estar alerta – Usar Todos os sentidos;
l) Monitorar continuamente as condições estruturais da edificação;
m)Sempre verificar se as portas estão excessivamente quentes antes de
abri-las;
n) Marcar as portas durante a entrada nos cômodos e lembrar a direção
de entrada nos cômodos. Para sair da edificação, pegar a direção oposta ao
sair dos cômodos;
o) Sempre manter contacto com as paredes quando existir pouca
visibilidade.
p) Ter uma linha de mangueiras de combate a incêndio trabalhando no
andar do Foco de incêndio (ou no andar imediatamente inferior ou superior do
incêndio) podendo ser usada para sair em segurança da edificação e na
proteção das equipes de busca e salvamento;
q) Coordenar operações de ventilação antes de abrir portas e janelas
ajuda a reduzir caloria e fumaça no interior das edificações durante as
operações de busca e salvamento;
r) Reportar imediatamente ao Comandante do Incidente (CI) quando as
buscas estiverem completas.

11.6 Salvamento de Vítimas

11.6.1 Incêndios Urbanos e Industriais

Apesar da existência de viaturas especiais nos Corpos de Bombeiros,


como Auto Escada Mecânica e Auto Plataforma Mecânica, utilizadas para
remover as vítimas localizadas acima do piso térreo, a evacuação deve ser
feita, sempre que possível, e preferencialmente, pelas escadas do edifício.

11-21
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

Esta é uma das razões pela qual, no combate a incêndios urbanos e


industriais, se torna essencial evitar que as escada sejam tomadas pelo fogo,
fumaça e gases de combustão, justificando-se a construção de escadas
enclausuradas ou protegidas.
As vantagens no salvamento de vítimas pelas escadas (enclausuradas
ou protegidas) são:
a) Permitir a remoção ou a evacuação simultânea de um maior número de
vítimas, no menor espaço de tempo;
b) Evitar a exposição das vítimas, ao passar, em alturas elevadas do
pavimento para a escada dos bombeiros;
c) Evita a realização de manobras mais complexas no salvamento de
ocupantes idosos e/ou deficientes;
d) Não expor as vítimas à queda de objetos provenientes de pisos
superiores;
e) Diminuir a possibilidade de quedas e acidentes durante a realização do
salvamento.
Salientamos e reforçamos que independentemente de um incêndio ser
de pequenas proporções os bombeiros devem sempre proceder à busca no
interior do edifício, pois, sempre poderão existir ocupantes impossibilitados de
escapar pelos seus próprios meios. Quando as vítimas, com menor ou maior
dificuldade, são capazes de se movimentar por si próprias, os bombeiros
devem procurar encaminhá-las para o exterior da edificação (fig. 11-22). Caso
contrário, poderão ser necessários um ou mais bombeiros para remover cada
uma das vítimas, o que depende da disponibilidade de pessoal e das
condições em que as vítimas se encontram.

Fig. 11-22 Em muitos casos os


ocupantes, apenas necessitam, ser
encaminhados.
Fonte: Busca e Salvamento – ENB – 2006.

Para a realização do salvamento de vítimas, devemos considerar ainda


que, estas não podem ser removidas do local onde se encontram sem que
lhes seja prestada a assistência necessária à estabilização das suas

11-22
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

condições, visando minimizar riscos futuros, exceto se existir uma situação de


risco iminente, quer para a vítima, quer para os bombeiros que realizam o
salvamento.
O salvamento urgente de vítimas deve efetuar-se quando:
a) O incêndio atingiu ou está prestes a atingir as áreas que circundam o
local;
b) Existir o risco de explosão;
c) Não for possível proteger o local onde as vítimas se encontram;
d) Por estar em parada cárdio respiratória, quando a vítima tenha que
ser transportada para outro local, como, por exemplo, uma superfície rígida
adequada à realização da RCP (Reanimação Cárdio Respiratória).
O maior perigo na manobra de salvamento urgente consiste na
possibilidade de agravar eventuais danos da vítima. Contudo, em situações
extremas deve-se correr o risco, de modo a preservar a vida da vítima.
Sempre que necessário fazer um salvamento urgente, a técnica mais
adequada para a remoção da vítima, é arrastá-la na direção do comprimento
do seu corpo (fig. 11-23). O bombeiro deverá puxar pela roupa na zona do
pescoço ou dos ombros, de modo a arrastar a vítima. Outra forma de fazer a
remoção de emergência é arrastar a vítima para cima de um cobertor e,
depois, puxar pelo cobertor (técnicas que veremos mais adiante).

Fig. 11-23 Um método para o salvamento urgente da vítima.


Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

Todavia, dependendo do porte da vítima, é sempre conveniente


disponibilizar dois ou mais bombeiros para a manobra. Um bombeiro pode
remover, com segurança, uma criança, mas podem ser necessários dois, três
ou, até, quatro, para levantar e transportar um adulto.
Ao proceder o transporte das vítimas, os bombeiros devem precaver-se
contra perdas de equilíbrio, visto que as manobras de levantamento devem ser
efetuadas em equipe, com técnicas apropriadas, a fim de propiciar o maior
conforto possível para a vítima. Se não for possível imobilizar um membro
fraturado, antes de um transporte a curta distância, um dos bombeiros devem
suportar o peso da parte lesada, enquanto os outros movimentam a vítima.
Quando é necessário remover um bombeiro sem sentidos, a equipe de
salvamento deve, obviamente, utilizar todos os meios possíveis. Se o
bombeiro vitimado tem o aparelho respiratório funcionando, a movimentação
deve fazer-se sem que seja retirada a máscara facial. No caso do

11-23
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

esgotamento da reserva de ar, é necessário desligar do aparelho respiratório o


tubo que liga à máscara facial da vítima e voltar a ligar à tomada rápida de
emergência, se existir no aparelho respiratório de um dos membros da equipe
de salvamento. Como alternativa, remover urgentemente o bombeiro do
ambiente em que se encontra (fig. 11-24).

Fig. 11-24 Um O bombeiro acidentado deve ser rapidamente removido


para o exterior.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

A NFPA (National Fire Protection Association) adotou recentemente,


uma espécie de cinto de segurança acoplado a capa de proteção contra
incêndios, funcionando como um colete, que pode ser usado para arrastar ou
içar bombeiros em perigo, através de uma alça que fica logo acima dos
ombros do bombeiro (Fig. 11-25). Porém, em caso algum devem os bombeiros
da equipe de salvamento retirar a sua própria máscara com o intuito de
partilhar com a vítima.

Fig. 11-24 Dispositivo acoplado ao EPI para evacuação de


bombeiros.
Fonte: http://images.pennnet.com/fe/misc/20080619ppeesuppar1.jpg

11-24
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

11.6.2 Remoção de Vítimas em Incêndios


11.6.2.1 Nos braços
Este tipo de levantamento e transporte é eficaz quando utilizado para
remover crianças ou adultos de pequena estatura física, desde que
conscientes. Não é prático para o transporte de adultos inconscientes devido
ao “peso morto” do corpo. A manobra de levantamento e transporte nos braços
é executada por um bombeiro, de acordo com a figura 25.

Fig. 11-25 – Técnica de Remoção de Vítimas em Incêndios.


1. ° tempo: Colocar um braço sob os braços da vítima cruzando as costas;
2. ° tempo: Colocar o outro braço sob os joelhos da vítima.
3.° tempo: Conservar o tronco em posição vertical enquanto prepara o levantamento;
4.° tempo: Levantar a vítima até o meio do peito;
5.° tempo: Transportar a vítima até um lugar seguro.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

11.6.2.2 Na Posição Sentado


Este levantamento e transporte, que é executado por dois bombeiros,
pode ser utilizado quer a vítima esteja consciente ou inconsciente, de acordo
com as figuras 27, 28 e 29.

Fig. 11-27 – Técnica da posição sentado.


1° tempo: Colocar a vítima em posição sentada;
2° tempo: Cruzar e unir os braços nas costas da vítima.
3° tempo: Colocar as mãos sob os joelhos da vítima de modo a formar um
assento.
Fonte: Busca e Salvamento –Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

11-25
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

Fig. 11-29 – Técnica da posição sentado.


4° tempo: Preparar;
5° tempo: Levantar a vítima fazendo força nas pernas;
6° tempo: Transportar a vítima até um lugar seguro.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – ENB – 2006.

11.6.2.3 Pelas Extremidades


O levantamento e transporte pelas extremidades pode ser, igualmente,
utilizado com as vítimas conscientes ou inconscientes. É uma técnica que
requer dois bombeiros e cujos procedimentos são os descritos nas figuras a
seguir:

Fig. 11-30 – Técnica de Remoção de Vítimas em Incêndios.


1° tempo: Colocar a vítima deitada de costas com as pernas afastadas;
2° tempo: Ajoelhar junto à cabeça da vítima (bombeiro n° 1);
3° tempo: Colocar-se de pé entre os joelhos da vítima (bombeiro n° 2).
4° tempo: Apoiar a cabeça e o pescoço da vítima numa das mãos e colocar a outra
sob os ombros da vítima (bombeiro n° 1);
5° tempo: Agarrar os pulsos da vítima (bombeiro n° 2).
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

11-26
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

Fig. 11-31 – Técnica de Remoção de Vítimas em Incêndios.


6° tempo: Puxar a vítima para a posição de sentada (bombeiro n° 2);
7° tempo: Empurrar cuidadosamente as costas da vítima (bombeiro n° 1).
8° tempo: Colocar os braços em redor do tronco da vítima (bombeiro n° 1),
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

Fig. 11-32 – Técnica de Remoção de Vítimas em Incêndios.


9° tempo: Virar de costas para a vítima, colocar o joelho no chão e as mãos sob os
joelhos da vítima (bombeiro n° 2).
10° tempo: Colocarem-se de pé e transportar a vítima à voz do bombeiro n° 1.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

11.6.2.4 Por Cadeira


Nesta manobra, destinada a vítimas conscientes e inconscientes, deve
utilizar-se uma cadeira resistente que não seja de abrir e fechar.

Fig. 11-37 – Técnica de Remoção de Vítimas em Incêndios.


1° tempo: Levantar os joelhos da vítima até que estejam a uma altura que permita deslizar a
cadeira sob o seu corpo (bombeiro n° 1);
2° tempo: Colocar a cadeira sob a vítima (bombeiro n° 2);
3° tempo: Içar a vítima e a cadeira a um ângulo de 45 graus.
4° tempo: Transportar a vítima, segurando pelos pés e pelas costas da cadeira.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

11-27
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

11.6.2.5 Por Arrastamento

O levantamento e transporte por arrastamento requer, apenas, um


bombeiro e destina-se a fazer descer a vítima inconsciente por uma escada ou
por um plano inclinado. Os procedimentos desta manobra são os descritos:

Fig. 11-44 – Técnica de Remoção de Vítimas em Incêndios.


1° tempo: Colocar a vítima deitada de costas;
2° tempo: Ajoelhar junto à cabeça da vítima.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

Fig. 11-46 – Técnica de Remoção de Vítimas em Incêndios.


5° tempo: Passar os braços sob os da vítima;
6° tempo: Segurar firmemente os pulsos da vítima.
7° tempo: Levantar e transportar.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

11.6.2.6 Por Cobertor ou Similar

Esta técnica é executada por um bombeiro com o auxílio de um


cobertor, lençol ou tapete. Os procedimentos a seguir são apresentados:

11-28
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

Fig. 11-47 – Técnica de Remoção de Vítimas em Incêndios.


1° tempo: Estender um cobertor ao lado da vítima de modo a que uma parte fique
além da sua cabeça.
2° tempo: Ajoelhar junto à vítima no lado contrário ao do cobertor;
3° tempo: Colocar o braço da vítima para o lado da cabeça.
4° tempo: Rolar a vítima para o lado do bombeiro.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

Fig. 11-51 – Técnica de Remoção de Vítimas em Incêndios.


5° tempo: Puxar o cobertor juntando-o com cuidado nas costas da vítima.
6° tempo: Deixar a vítima rolar com cuidado para o lado do cobertor;
7° tempo: Endireitar o cobertor em ambos os lados;
8° tempo: Enrolar o cobertor em volta da vítima;
9° tempo: Prender o cobertor aos pés da vítima.
10° tempo: Puxar a ponta do cobertor junto à cabeça da vítima;
11° tempo: Transportar a vítima para um local seguro.
Fonte: Busca e Salvamento – Volume XI – Escola Nacional de Bombeiros – 2006.

SUMÁRIO

A busca e salvamento de vítimas em um incêndio são prioridade, antes mesmo que


o combate efetivo inicie. Uma equipe de salvamento deve estar sempre disponível para
efetuar este serviço, o qual só pode ser realizado por no mínimo 02 (dois) bombeiros. Os
materiais para efetuar uma busca primária ou secundária são:

- Aparelho autônomo - Câmera Térmica


- Personal Alert Safety System (PASS) - Escadas
- Lanterna - Giz e/ou Tiras de Borracha
- Radio Portátil - Cabo ou Corda
- Ferramentas de Arrombamento - Cinto de Segurança
- Linha de ataque direto - Equipamento para descensão

11-29
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR

Exercícios de Fixação
1. Os principais objetivos de Operações de Busca e Salvamento em
Incêndios são:
a. ( ) Localizar e resgatar vítimas.
b. ( ) Localizar vítimas para outra equipe resgatar posteriormente.
c. ( ) Auxiliar nas Operações de Combate a Incêndio.
d. ( ) Adentrar a edificação em chamas para realizar a ventilação.
e. ( ) Realizar apenas o salvamento de vítimas.

2. A Busca Primária deve ser realizada em que momento:


a. ( ) Após a realização das operações de ventilação no interior da
edificação, facilitando assim a visibilidade.
b. ( ) Na fase de rescaldo, realizando uma busca detalhada, com o intuito de
encontrar todas a vítimas no interior da edificação.
c. ( ) Logo na chegada ao incêndio, e principalmente, quando tiver a
informação da existência de vítimas no interior, devendo ser realizada de forma
rápida e segura.
d. ( ) Após a extinção do incêndio.
e. ( ) Nenhuma das alternativas.

3. O sistema de marcação consiste em:


a. ( ) Marcas as portas dos cômodos, visando indicar o caminho para outras
equipes de busca.
b. ( ) Marcar as portas dos cômodos, visando informar para outras equipes
de busca a quantidade de vítimas encontradas.
c. ( ) Marcar as portas dos cômodos, escrevendo o nome da equipe de
busca que vistoriou o local e se foram encontradas vitimas vivas.
d. ( ) Marcar as portas dos cômodos, com sinais padronizados, evitando
assim, que a mesma área seja vistoriada por mais de uma equipe.
e. ( ) Nenhuma das alternativas.

4. Os equipamentos básicos e indispensáveis para a realização de


qualquer operação de Busca e Salvamento são:
a. ( ) EPI, EPR, Cinto de segurança, “Cabo da Vida”, ferramentas de
arrombamento, lanterna, giz ou tira de borracha e Rádio Portátil.
b. ( ) EPI, EPR, Cinto de segurança, “Cabo da Vida”, linha de mangueira,
ferramentas de arrombamento, Câmera Térmica, PASS (Personal alerty Safety
System), lanterna, giz ou tira de borracha e Rádio Portátil.
c. ( ) EPI, EPR, “Cabo da Vida”, linha de mangueira, ferramentas de
arrombamento, lanterna, giz ou tira de borracha e Rádio Portátil.
d. ( ) EPI, EPR, Cinto de segurança, “Cabo da Vida”, linha de mangueira,
ferramentas de arrombamento, PASS (Personal alerty Safety System), lanterna,
giz ou tira de borracha e Rádio Portátil.
e. ( ) Nenhuma das alternativas.

11-30

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