Boletim
Informativo
COMPREENDENDO O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE
DE TRABALHO
A Fundacentro lançou no mês de março de 2013 uma publicação sobre assédio moral, que reúne os
anais do Seminário “Compreendendo o assédio moral no ambiente de trabalho”. O assédio moral
tem ocupado importantes espaços na imprensa, seja ela sindical corporativa ou mesmo geral. Tem
sido também objeto de reflexões por parte dos pesquisadores sobre o mundo do trabalho e a saúde
dos que trabalham.
O seminário “Compreendendo o assédio moral no ambiente de trabalho” teve como objetivos a
difusão de informações e a reflexão sobre conceitos e pesquisas acerca do tema por meio de
exposições seguidas de debate, estimulado pela professora Edith Seligmann-Silva, pioneira dos
estudos sobre saúde mental e trabalho em nosso país. Dra. Margarida Barreto nos trouxe uma
conceituação do assédio moral como prática institucionalizada e organizacional das empresas,
dando exemplos de situações em que, sistematicamente, o desempenho insatisfatório no alcance
das metas estipuladas propiciam a exposição a humilhações. Ressaltou a necessidade de um olhar
interdisciplinar na construção de práticas preventivas, destacando medidas como a do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, em 2009, incluiu a condenação de
dirigentes de empresas por assédio moral como um fator impeditivo de concessão ou renovação de
empréstimos ou financiamentos. Dr. Roberto Heloani fez uma análise sobre as profundas
alterações do sistema capitalista e dos aspectos valorizados nas empresas. Citou a valorização da
alta e imediata produtividade em detrimento de qualidades outrora tidas como importantes, como,
por exemplo, a lealdade. Analisou as relações entre situações de trabalho cotidianas e o arcabouço
de mudanças estruturais do sistema capitalista que alcançou tanto as empresas privadas, como o
setor público. O Dr. Ângelo Soares, a partir da contextualização do assédio moral como uma prática
organizacional, enfocou as repercussões psicossociais sobre as vítimas diretamente atingidas e as
testemunhas, discutindo resultados de pesquisas e baseando-se em sua vasta experiência. Dra.
Candy Florêncio Thomé, juíza do trabalho, apresentou reflexões acerca do entendimento jurídico do
tema, fazendo analogias com a Lei Maria da Penha e ponderando a possibilidade de caracterização
do assédio moral, mesmo sem a existência de danos psíquicos. Discutiu temas polêmicos como
jurisprudências sobre a intencionalidade de práticas humilhantes, figuras jurídicas próximas como
gestão por estresse e gestão por injúria. No seu papel de debatedora do tema, Dra. Edith
Seligmann-Silva falou sobre a inexistência de uma política pública de reabilitação profissional no
país e destacou as dificuldades da reinserção plena de trabalhadores que adoecem em decorrência
de situações de assédio moral. Assinalou várias formas possíveis de adoecimento a partir de
vivências de humilhações, incluindo estresse pós-traumático, doenças psicossomáticas e doenças
cardiovasculares, e destacou a precarização do trabalho e a cultura disseminada do trabalhador
descartável como grandes obstáculos a práticas preventivas e de reabilitação profissional. As
exposições foram transcritas e organizadas pela Fundacentro e posteriormente revisadas no seu
conteúdo pelos expositores e a debatedora.
Fonte: Fundacentro
A obra pode ser acessada
No nosso site:
http://www.nersat.com.br/qualidade-de-vida-no-trabalho/compreendendo-o-assedio-moral-no-
ambiente-de-trabalho/
E em:
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/anexos/Publicacao/Ass%C3%A9dio_Moral.pdf
NERSAT – Assessoria e Consultoria em Ergonomia, Saúde e Segurança do Trabalho
www.nersat.com.br – NERSAT MG: nersatmg@nersat.com.br /
Ano 2 – Edição 8 – Abril – 2013
ERGONOMIA: MANUAL DE AVALIAÇÃO DE RISCO NAS
ATIVIDADES DE MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE CARGA NO
SETOR INDUSTRIAL
O Health and Safety Authority (órgão do governo Irlandês) lança o Manual de Avaliação de
Movimentação Manual de Risco no Setor Industrial.
Este guia fornece informações práticas para os profissionais que atuam no setor de manufatura
envolvido em atividades de levantamento e manuseio manual de cargas. O objetivo manual é auxiliar na
prevenção de lesões músculo esqueléticas no trabalho e reduzir os elevados custos financeiros devido
ao afastamento do trabalhador da atividade e custos perdidos devido a ações judiciais.
Este manual aborda os seguintes pontos:
 Porque é necessário prevenir as lesões músculo esqueléticas devido ao manuseio de
carga no trabalho
 Fatores de risco
 Estudo de casos de trabalhos com risco para o trabalhador devido ao manuseio de
carga:
o 1º Estágio: Descrição da atividade
o 2º Estágio: Detalhes técnicos da atividade
o 3º Estágio: Identificar os fatores de risco
o 4º Estágio: Fazer recomendações ergonômicas para melhorar o posto de trabalho
o 5º Estágio: Avaliar a eficiência das soluções implementadas.
http://www.nersat.com.br/noticias/manual-de-avaliacao-de-risco-nas-atividades-de-movimentacao-
manual-de-carga-no-setor-industrial/
PUBLICADA NOVA NORMA BRASILEIRA DE ILUMINAÇÃO EM
LOCAIS DE TRABALHO
A NBR ISO/CIE 8995-1 determina todos os requisitos para que as pessoas desempenhem tarefas visuais
de maneira eficiente
Essa nova norma brasileira especifica os requisitos de iluminação para locais de trabalho internos e os
requisitos para que as pessoas desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, com conforto e
segurança durante todo o período de trabalho. A Norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1, apresenta
adicionalmente quatro anexos informativos, elaborados com o intuito informar detalhes referentes aos
requisitos desta Norma.
A norma cancela e substitui as normas ABNT NBR 5413 (Iluminância de interiores), com última revisão
em 1992 e a ABNT NBR 5382 (Iluminação de ambientes de trabalho), que havia sido inicialmente
publicada em 1977 e que se encontrava sem atualização há 28 anos (desde 1985).
A Comissão de Estudo CE-03:034.04 (Aplicações Luminotécnicas e Medições Fotométricas) do Comitê
Brasileiro de Eletricidade (Cobei) foi a responsável pela elaboração dessa norma e contou com a
participação de mais de 60 profissionais representantes da Abilux, CIE Brasil, Eletrobrás, Procel,
Inmetro, Fundacentro, empresas projetistas de sistemas de iluminação, fabricantes de equipamentos de
iluminação, laboratórios de ensaios e concessionárias de energia elétrica.
O texto da ABNT NBR ISO/CIE 8995-1 é idêntico (em conteúdo técnico, forma e apresentação) ao da
Norma Internacional ISO/CIE 8995-1: Lighting of work places – Part 1: Indoor, elaborada em conjunto
com a CIE (Commission Internationale de l’Eclairage). Desta forma, são aplicáveis por meio da
normalização técnica nacional sobre este tema, os mesmos requisitos, experiências, boas práticas e
lições aprendidas sobre qualidade, segurança, desempenho, confiabilidade e eficiência que são
aplicados internacionalmente pelos demais países que utilizam as normas da ISO. A norma brasileira
será revisada sempre que houver atualização na respectiva norma internacional.
Fonte: Jornal da Instalação: São Paulo, 01/04/2013
Mais Informações: http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=196479
NERSAT RS: nersatrs@nersat.com.br
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Ano 2 – Edição 8 – Abril – 2013

IMPORTÂNCIA DA EMISSÃO DE COMUNICAÇÕES DE ACIDENTE DE TRABALHO - CAT´S SOBRECARGA TÉRMICA

O juiz Henrique Macedo Hinz, da 9ª Vara do Trabalho de Campinas, condenou a Hollingsworth do Brasil, multinacional americana que
produz terminais elétricos, ao pagamento de R$ 1 milhão por danos morais coletivos, em decorrência da exposição de funcionários a
riscos ergonômicos e à insalubridade. O ex-médico da empresa também foi sentenciado a pagar R$ 200 mil de indenização, por
sonegar a emissão de CAT´s (Comunicações de Acidente de Trabalho), emitindo laudos que não condiziam à realidade, e também pela FUNDACENTRO DISPONIBILIZA
prática de assédio moral. SITE DE CONSULTA PARA
A condenação se deu nos autos da ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que instaurou inquérito para
ESTIMAR O IBUTG
investigar denúncias de más condições de segurança e medicina do trabalho na fábrica da multinacional em Campinas.
No decorrer da investigação, o Ministério do Trabalho e Emprego e o CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador)
produziram laudos técnicos que comprovaram a total inadequação dos postos e rotinas de trabalho da Hollinsworth às normas A exposição a ambientes quentes combinada com a alta
vigentes, de modo que foram registrados inúmeros casos de doença ocupacional na planta, todos relacionados a lesões por produção interna de calor devido a execução de tarefas que
movimentos repetitivos (LER/Dort) e outras ocorrências ósteo-musculares. exigem esforço físico leva o corpo à necessidade de uma
Os relatórios apontam para um ritmo de trabalho intenso, sem pausas, com repetição exaustiva das rotinas de produção, rápida perda de calor do corpo a fim de preservar o seu
especialmente nos setores de montagem e de embalagem. A empresa não providenciou a implementação de nenhum programa de equilíbrio térmico.
proteção a riscos de acidente ou sequer fez análise ergonômica dos postos de trabalho. A céu aberto, a maioria dos trabalhadores precisa utilizar
“É assustador como a conduta irresponsável e omissa da empresa para com os seus empregados gerou uma fábrica de vestimentas, que cobrem quase todo o corpo, o que dificulta
trabalhadores debilitados e mesmo incapazes ao trabalho”, lamentou o magistrado na sentença. a perda de calor. A combinação dessas condições pode levar
De acordo com Mário Antônio Gomes, procurador que instruiu todo o inquérito e ingressou com a ação judicial, ao longo das os trabalhadores à sobrecarga térmica e provocar,
investigações foram encontrados vários fatores de risco à integridade física e mental dos trabalhadores da fábrica, principalmente câimbras, fadiga severa e repentina, náuseas, vertigens,
de natureza ergonômica. perda da consciência e, eventualmente, à morte.
“A empresa tem sido causadora de inúmeros afastamentos de seus trabalhadores que são portadores das doenças ocupacionais De 2009 a 2011 a unidade da FUNDACENTRO em Campinas
adquiridas em razão das atividades que desempenham na Hollinsworth. Quando retornam às suas atividades, os trabalhadores são desenvolveu tecnologia e produziu um software para
avisados pelo departamento de recursos humanos que aguardem em casa por um parecer médico que irá designar qual atividade monitorar em todo o país a exposição ao calor dos
compatível com o seu atual estado de saúde. Quando são consultados pelo médico da empresa, são surpreendidos com o aviso da trabalhadores rurais utilizando dados provenientes das
aplicação da pena de suspensão pela caracterização desídia, e comunicados da abertura de inquérito para apuração de falta grave”, estações meteorológicas do Instituto Nacional de
explica Gomes. Meteorologia - INMET. Em 2012 disponibilizá, via internet, este
Os depoimentos tomados pelo procurador mostram que os trabalhadores têm medo de sofrer represália das chefias caso parem as software que terá abrangência, primeiramente, nos estados
atividades, já que constantemente são ameaçados de demissão por justa causa. de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Mato
Grosso do Sul.
O objetivo desta pesquisa foi dar um passo no sentido do
trabalho seguro e saudável no campo e em áreas urbanas
abertas fornecendo às empresas responsáveis uma
ferramenta gratuita de gestão para monitorarem as
O ex-médico da empresa foi processado na mesma ação por imperícia na emissão de CATs (Comunicações de Acidente de Trabalho). condições térmicas de seus funcionários no trabalho a céu
Ele emitia laudos que não condiziam com a realidade para “mascarar” o acidente de trabalho, utilizando-se do assédio moral para aberto, evitando o adoecimento dos trabalhadores bem
que o trabalhador voltasse à linha de produção, mesmo sentindo dores. A não emissão de CAT´s impossibilitava o afastamento do como evitando as perdas econômicas decorrentes destes
empregado pelo INSS. infortúnios.
“Não se pode admitir que um médico, a quem as pessoas acorrem em seu momento de dor física, as trate com desprezo, ironia e O monitoramento se dá pela estimativa do Índice de Bulbo
desconsideração. E não só os trabalhadores da 1ª Reclamada (Hollingsworth) que efetivamente passaram pelo 2º Reclamado Úmido-Termômetro de Globo (IBUTG) através de dados
(médico), mas também os que poderia ter de fazê-lo iriam encontrar esse profissional que não hesitava em fazer pouco de suas meteorológicos e para isso foram considerados vários
dores, que tratava com pouco caso suas moléstias profissionais, não emitindo a CAT que deveria, por dever de ofício, fazê-lo (...)”, parâmetros atmosféricos, inclusive, a cobertura de nuvens.
escreveu o juiz. Neste sistema de monitoramento, os usuários podem obter
Com a decisão, a Hollingsworth deve elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos os seguintes dados: valor do IBUTG estimado das 10:00h as
trabalhadores acerca dos riscos profissionais de suas atividades, fazer análises ergonômicas, implantar programas de prevenção 16:00h do dia e local pesquisado, a taxa metabólica média
para inibir a ocorrência de novos acidentes, constituir equipe médica e emitir CAT´s em caso de acidente ou suspeita. A sentença dos trabalhadores, informações sobre as medidas de
prevê um total de 14 obrigações, que incluem o fim do assédio moral. prevenção e controle, entre elas, o critério de
Todos os profissionais afastados por lesões devem ser realocados em atividades compatíveis à sua capacidade física. trabalho/descanso.
O descumprimento de qualquer obrigação acarretará o pagamento de multa diária de R$ 2 mil por infração e por trabalhador
atingido. A indenização por danos morais coletivos é de R$ 1 milhão para a Hollingsworth e R$ 200 mil para o ex-médico da empresa. Fonte: http://www.fundacentro.gov.br/
Os valores são reversíveis ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). A empresa pode recorrer no Tribunal Regional do Trabalho de
Campinas. Para maiores informações, entrar em contato:
sobrecargatermica@fundacentro.gov.br
Fonte: ASCOM PRT-15 – Procuradoria Regional do Trabalho 15º Região

NERSAT – Assessoria e Consultoria em Ergonomia, Saúde e Segurança do Trabalho

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