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ESTÉTICA E BELEZA
TECNOLOGIA FARMACEUTICA
EM COSMÉTICOS
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2015 – Portal Educação
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Inclui bibliografia
ISBN 978-85-436-0361-2
A Tecnologia pode ser definida como a aplicação de vários conhecimentos com objetivo
industrial.
Do grego “tecno” ofício e “logia” estudo o significado da palavra tecnologia abrange o
conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ ou utilizados a
3
partir deste conhecimento.
O dicionário Aurélio define tecnologia como o conjunto de conhecimentos, especialmente
princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade.
É a aplicação dos conceitos teóricos e científicos com objetivo de produção, obtenção de um
produto final.
O estudo da tecnologia implica na idéia de industrialização, na idéia de produção em larga
escala. A industrialização é regida pelo binômio investimento-retorno. O poder aquisitivo da sociedade
pressiona a demanda com o conseqüente desenvolvimento da tecnologia, pois ela contribui para
atender as necessidades deste mercado consumidor.
A preparação de formas farmacêuticas e cosméticas deve responder as exigências de
exatidão, de estabilidade e de segurança para a elaboração de um produto final seguro e eficaz para
consumidor.
A tecnologia farmacêutica é a parte das ciências farmacêuticas que estuda a elaboração e
transformação de substâncias medicamentosas em formas farmacêuticas, bem como formas
cosméticas, com ênfase na obtenção de grandes lotes de produtos, de sua estabilidade e seu
armazenamento.
O que a tecnologia farmacêutica estuda é a transformação. Processos de transformações de
substâncias em produtos farmacêuticos que possam ser administrados em seres vivos. O mesmo
conceito aplica-se à produção de produtos cosméticos.
Os produtos farmacêuticos, medicamentos, e os produtos cosméticos apresentam-se sob
diversas formas, as chamadas formas farmacêuticas e as formas cosméticas, e elas são resultado da
modificação de matérias-primas (produtos naturais, de síntese e obtidos por processos
biotecnológicos). Esta modificação é feita em várias etapas, complexas, chamadas de operações
unitárias.
A indústria da beleza é um dos setores que mais crescem no Brasil. Em 2002, só o setor de
cosméticos registrou um faturamento de R$ 9,6 bilhões, que garantiu ao Brasil o quinto lugar entre os
consumidores de cosméticos do planeta. O crescimento do setor foi de 7,4% sobre 2001. Comparado
com o crescimento negativo de 1,5% da indústria em geral, registrado no mesmo período, o setor se
revela como de especial atratividade para novos investimentos e negócios.
Podemos definir cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes como preparações
constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo
humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas
da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência,
corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado.
E assim, cosmetologia como a ciência que estuda as matérias-primas e os produtos 4
cosméticos destinados ao embelezamento, limpeza, manutenção e melhoria das características dos
cabelos, pele e seus anexos, dando suporte à fabricação dos produtos cosméticos permitindo verificar
suas propriedades e eficiência.
O setor de cosméticos atualmente busca uma eficácia da tecnologia moderna versus o prazer
do cliente na utilização do produto.
O investimento em novas tecnologias leva ao surgimento de novas matérias primas e
subseqüentemente ao aparecimento de novos produtos e eventualmente de novas funções para os
produtos. Analisando desta forma, o tempo de vida dos produtos cosméticos é curto.
A indústria constantemente esforça-se para oferecer aos seus clientes produtos inovadores, e
ao mesmo tempo os consumidores têm a disposição em aceitar estes produtos efetivos. Então
constantemente a indústria cosmética depara-se com o binômio: oportunidade de crescimento versus
desafio de inovação.
Através do conhecimento de seus consumidores, cada vez mais, as empresas lançam novos
produtos específicos, deixando de lado a idéia, um pouco, utópica do “produto cosmético universal”.
Em um mercado excessivamente competitivo há a necessidade urgente de criatividade e
agilidade, sempre.
As principais tendências do mercado de produtos cosméticos variam com muita rapidez.
Podemos citar como exemplo a tendência do uso de aromaterapia na cosmetologia.
A idéia desta tendência é trazer para o produto cosmético sensações, através do olfato pelo
uso tópico: massagens, banhos, compressas, etc. É a aplicação de óleos essenciais em cosméticos.
Esta tendência busca o bem-estar do consumidor que vive a agitação da vida moderna, o estresse.
Outra forte tendência é voltada para o mercado masculino. Há o crescimento mundial em
produtos para o cuidado do homem chamado de “personalcare for men”. Verifica-se um
aumento significativo do consumo de produtos cosméticos por homens. Este aumento levou ao
investimento por parte das empresas em produtos específicos para o uso masculino, respeitando as
características fisiológicas, de praticidade, de embalagens para este tipo específico de consumidor.
Na busca por cosméticos mais atualizados do ponto de vista da tecnologia, embates entre o
tecnicismo e o aspecto mercadológico são muito comuns.
Talvez o desafio maior seja criar produtos globalizados, considerando a globalização e a
existência de mercados comuns, sem fronteiras formais.
E, em um mercado ávido por novidades, muitos fabricantes de cosméticos essencialmente
preocupados com o lucro costumam cometer um erro tático usual, que é o de incluir matérias-primas
relativamente novas em seus produtos sem, contudo, se preocupar com a sinergia com os outros
ingredientes e com a eficácia propriamente dita do produto. 5
A boa prática da atualização tecnológica, é claro, repudia esse procedimento, que, mais cedo
ou mais tarde (geralmente mais cedo) acaba sendo desmascarado e desqualificado pelo consumidor
mais esclarecido, colocando a imagem da empresa em risco.
Uma forma relativamente simples e produtiva que ajuda a resistir à tentação do lucro fácil e a
garantir para a empresa resultados vantajosos em longo prazo é, sem dúvida, investir no
fortalecimento, no treinamento e na formação de seus respectivos corpos técnicos.
2 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA NA
INDÚSTRIA E FARMÁCIA HOSPITALAR
OPERAÇÃO
ENTRADA SAÍDA
CONVERSÃO
matéria prima produtos
PROCESSO
PROCESSO
São operações unitárias de separação aquelas que desagregam uma mistura em seus
componentes ou fases de um determinado sistema.
Tamisação: tamisar é separar um material granuloso de acordo com o tamanho de
partículas. Para tal são usadas superfícies perfuradas (tamises com poro dediâmetros definidos) que
permitem a passagem das partículas mais finas e impedem a passagem dos maiores. Os tamises são
formados por uma trama de fios que deixam intervalos livres entre os mesmos, denominados aberturas
ou malhas. Para um controle granulométrico, a malha deve ser muito regular e também o menos
deformável possível. Os tamises de controle são fabricados em fios de metal fixados a um bordo
cilíndrico rígido. Cada tamis é designado por um número que corresponde ao espaço vazio de cada
malha expresso em micrômetros. As farmacopéias geralmente descrevem uma lista de tamises de
controle com os limites tolerados para as aberturas e para o diâmetro dos fios para cada peça.
Extração: é a operação que separa uma mistura de substâncias por dissolução de uma 8
dada substância ou mais por intermédio de solventes ou mistura de solventes. Os métodos de extração
utilizados pela industria farmacêutica são: maceração, digestão, percolação e turboextração.
Prensagem: é a operação que separa um líquido de seu material por compressão do
mesmo contra uma prancha perfurada que permite a passagem do líquido. Esta operação é
comumente utilizada para a obtenção de extratos de drogas vegetais.
Filtração: é o processo em que partículas são separadas de um líquido pela passagem
deste através de um material permeável (filtros).A filtração é a operação unitária em que sólidos
suspensos num líquido (ex. alimentação, suspensão, dispersão) são forçados a passar por um meio
poroso no qual ficam depositados ou retidos.Há filtros em papel de celulose muito pura de diferentes
porosidades e, para cada aplicação, deverá o papel de filtro ser escolhido de modo a permitir a
velocidade máxima de filtração mas retendo ainda todas as partículas de precipitado, incluindo as
menores. Se as dimensões destas forem desconhecidas, a escolha do filtro far-se-á por tentativas. A
sua porosidade deverá ser suficientemente apertada para reter todas as partículas sólidas mas não
excessivamente apertada pois tornaria então a velocidade de filtração desnecessariamente lenta. Há
várias marcas de papel de filtro, por exemplo, Whatman, Munktells, Durieux, Schleider&Schuell,
devendo consultar-se as especificações indicadas pelo fabricante.
Sedimentação: é um processo de separação em que a mistura de dois líquidos ou de
um sólidosuspenso num líquido é deixada em repouso. A fase mais densa, por ação da gravidade
deposita-se no fundo do recipiente, ou seja, sedimenta. Um dos principais motivos de sua importância
em processos industriais é o fato de sedimentos serem prejudiciais em operações hidráulicas.
Decantação: é um processo de separação que permite separar misturas heterogéneas
de sólidos com líquidos. Utilizada em sistemas bifásicos (areia e água), sólido-gás (poeira-gás), líquido-
líquido (água e óleo) e líquido-gás (vapor d’água e ar). Este processo é fundamentado nas diferentes
densidades dos componentes da mistura. Primeiro deixa-se o mais denso "sedimentar" no fundo, em
seguida verte-se o líquido lentamente com a ajuda de um bastão de vidro para outro recipiente.
Centrifugação é um processo de separação em que a força centrífuga relativa gerada
pela rotação da amostra é usada para sedimentarsólidos em líquidos, ou líquidos imiscíveis de
diferentes densidades, separando-os. força centrífuga relativa (FCR) é gerada quando uma partícula ou
conjunto de partículas é sujeito a um movimento circular.De acordo com a segunda lei de Newton, uma
partícula em movimento uniforme linear não perturbada por forças exteriores continuará com este tipo
de movimento. Isto significa que terá uma velocidade constante e uma trajetória retilínea.Quando a
partícula é forçada a descrever uma trajetória circular (tomando portanto uma determinada velocidade
angular), uma força é exercida na partícula de modo a tentar continuar na trajetória rectilínea. Essa é a
força centrífuga relativa, cuja intensidade aumenta com o quadrado da velocidade angular, sendo
directamente proporcional ao raio da circunferência descrita e à massa da partícula. 9
Concentrar: é o processo de separar parcialmente o solvente de uma solução
transferindo-se o mesmo para o estado gasoso, até se alcançar uma determinada concentração na
solução.
Destilação: é a operação de separar uma mistura de líquidos ou uma solução por
evaporação e posterior condensação do vapor.A destilação fracionada serve para realizar a separação
em uma mistura de produtos, utilizando a propriedade física ponto de ebulição. Ela é um processo de
aquecimento, separação e esfriamento dos produtos e é empregada quando a diferença entre os
pontos de ebulição dos líquidos da mistura é menor. Um aparelho mais sofisticado e um pouco mais de
tempo são necessários. No aparelho de destilação fracionada existe uma coluna de fracionamento que
cria várias regiões de equilíbrio líquido-vapor, enriquecendo a fração do componente mais volátil da
mistura na fase de vapor. Neste método de destilação, usa-se um balão de destilação (alambique, ou
refervedor, dependendo da escala de produção), uma coluna de Vigreux (coluna de destilação, quando
em indústria), um condensador e um receptor. A mistura a ser purificada é colocada no balão de
destilação, que é aquecido. Surge então um vapor quente. Ele sobe pela coluna, mas vai se resfriando
ao longo dela e acaba por condensar-se. Com a condensação, forma-se um líquido, que escorre para
baixo pela coluna, em direção à fonte de calor. Vapores sobem continuamente pela coluna e acabam
por encontrar-se com o líquido. Parte desse líquido rouba o calor do vapor ascendente e torna a
vaporizar-se. A uma certa altura um pouco acima da condensação anterior, o vapor torna a condensar-
se e escorrer para baixo. Este ciclo de vaporização e condensação ocorre repetidas vezes ao longo de
todo o comprimento da coluna.
São operações unitárias de união aquelas que unem ou juntam substâncias em estados ou
formar desejadas, formando um sistema homogêneo.
Misturar: é repartir uniformemente duas ou mais substâncias entre si por meio de
processos físicos. As substâncias podem ser sólidas, líquidas ou gasosas, devem constituir uma
mistura homogênea que tenha em todos os pontos do sistema a mesma composição. A
homogeneidade assegura a exatidão de dose, por exemplo, por isso a operação de mistura deve ser
realizada com cuidado e acuidade. A mistura é uma operação básica que pode ser mecanizada com
facilidade.
São operações unitárias de transferência de energia àquelas que alteram de maneira
permanente ou temporária o estado físico dos materiais.
Refrigeração: diminuir a temperatura de um corpo. Conservação de alimentos e
fármacos de origem biológica.
o Diminuir ou impedir crescimento de microrganismos;
o Inativação enzimas que possam deteriorar estes materiais. 10
o Etapa importante da liofilização.
Evaporação: vaporização de um líquido e com a concentração da fase líquida restante.
Fusão: incorporação de materiais sólidos insolúveis em um excipiente sólido.
Cristalização: obtenção de um produto sob a forma de cristais (ordem definida).
o Através do resfriamento de uma solução quente concentrada;
o Evaporação do solvente;
o Adição no qual o soluto seja pouco solúvel;
o Resfriamento de uma amostra fundida abaixo do seu ponto de fusão.
Pasteurização: tratamento térmico para inativar microrganismos e enzimas, através de
uma combinação adequada de temperatura e tempo.
Destilação: fracionamento ou destilação fracionada, visa a separação dos constituintes
de uma solução de acordo com a volatilidade dos mesmos.
Secagem:um dos mais antigos métodos de conservação; visa a eliminação da umidade
contida em um material.
o Sólidos e gases úmidos.
o Fármacos: conservação, redução de volume e redução do tamanho das partículas.
Liofilização:eliminação da umidade através da sublimação. Técnica especial de
secagem (desidratação) importante na preservação de materiais sensíveis ao calor.
Trocadores de calor são equipamentos projetados para realizar transferência de
energia. Os equipamentos que realizam estas operações são conhecidos por diferentes nomes tais
como: pasteurizadores, freezers, aquecedores, fornos, reatores, etc. Para o planejamento e escolha de
um trocador de calor é necessário conhecer mecanismo de transferência de energia e quantificá-la
adequadamente.
Os processos industriais, quer sejam eles, para o preparo de medicamento ou de cosméticos,
bem como os processos de manipulação de fármacos em escala artesanal ou hospitalar utilizam a
água como o mais comum excipiente e/ou veículo.
A qualidade de água utilizada para uso farmacêutico depende de especificações para o produto
pH 5,0-7,0 5,0-7,0
Total de carbono Não maior que 500 Não maior que 500
orgânico ppb ppb
Carga biológica total Não deve exceder Não deve exceder 10
100 CFU/mL CFU/mL
Endotoxina N/A Não maior que 0,25
unidades de endotoxina/mL
12
3 ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO FARMACÊUTICA E COSMÉTICA
14
PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E
CONTROLE DE PRODUÇÃO
FINANÇAS
COMPRAS
FABRICAÇÃO E CONTROLE DE
MONTAGEM EFICIÊNCIA
competências;
Proporcionar maior adequação ao trabalho e maior produtividade;
Melhorar a comunicação e as relações interpessoais.
Os agentes envolvidos no processo de avaliação de desempenho são:
Planejamento
Elaborar diagnóstico para conhecimento da cultura organizacional e identificação das
necessidades e expectativas da organização;
Identificar fatores críticos de sucesso do processo de avaliação de desempenho,
considerando a estrutura organizacional, o histórico de programas anteriores e o suporte tecnológico
existente;
Estabelecer os objetivos e as metas do processo de avaliação com base no
planejamento estratégico da organização:
o Visão e missão;
o Valores e princípios;
o Objetivos e metas;
o Pontos Fortes e Fracos;
o Oportunidades e Ameaças;
o Política da qualidade.
Estabelecer o método de avaliação;
Definir as funções e responsabilidades dos agentes envolvidos no processo;
Definir o cronograma de trabalho. 20
Desenvolvimento
Mapear unidades, áreas, cargos e funções;
Identificar as áreas-chave de resultados;
Selecionar e construir indicadores quantitativos e qualitativos;
Desenvolver o "Formulário de Avaliação";
Desenvolver o "Contrato de Avaliação";
Desenvolver o "Manual de Avaliação de Desempenho";
Divulgar/comunicar o processo de avaliação;
Treinar avaliados e avaliadores.
Execução
Estabelecer o contrato de desempenho com cada avaliado;
Definir avaliadores por avaliado;
Aplicar avaliações;
Monitorar e acompanhar (follow-up) a aplicação das avaliações;
Tabular os resultados das avaliações;
Ordenar o ranking de desempenho: organizacional (geral), por departamento, por
cargo, por função e individual;
Comunicar os resultados gerais;
Dar e receber feedback;
Elaborar plano de desenvolvimento pessoal (individual).
Conclusão
Analisar os resultados do processo de avaliação de desempenho;
Interpretar os resultados considerando a pesquisa de clima organizacional, se existir;
Consolidar resultados finais;
Avaliar o processo de avaliação de desempenho;
Elaborar relatório final do processo de avaliação de desempenho;
Definir o próximo ciclo de avaliação de desempenho;
Planejar ações.
21
4 LEGISLAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS
As Boas Práticas são de aplicação obrigatória, determinada por Resoluções específicas que
descrevem os níveis de responsabilidade desta ferramenta da qualidade:
1. Governamental
2. Fabricante
3. Dispensador / Distribuidor
Seus principais objetivos são assegurar que todos os produtos, farmacêuticos, cosméticos ou
alimentícios sejam:
Eficazes: contenham a quantidade de princípio ativo declarado e exerçama ação
terapêutica esperada;
Seguros: na dosagem e utilização corretas, tenham o mínimo aceitável deefeitos
secundáriosindesejáveis;
De qualidade: tenham a qualidade intrínseca cumprida;
Acessíveis: sejam distribuídos onde há necessidade e a um preço justo;
E a importância da aplicação das Boas Práticas de Fabricação:
Assegura fabricação conforme procedimento estabelecidos e controladosde acordo com o
registro sanitário;
• Envolve Produção e Controles de Qualidade;
• Estabelece o que deve ser feito para que se atinja a qualidade requerida.
As Boas Práticas de Fabricação e Controle são compostas de normas e procedimentos
relativos à:
• Projeto de Instalação
– Lay out da Industria Farmacêutica
– Instalações
• Matérias Primas e Materiais de Embalagem
– Fornecedor
• Água Usada noProcesso Produtivo
– Sistemas
• Ar fornecido às diferentes áreas
– Sistemas
• Educação 32
– Treinamento e capacitação
• Responsabilidades de gestores
– Atribuições
• Fluxos
– Materiais, pessoal, documentos
• Sistema Documental
– Rastreabilidade
• Práticas de estocagem e dispensação
• Diretrizes da organização
• Práticas de limpeza e sanitização
– Processos de limpeza
• Programa de monitoração microbiológica
– Relacionadas à água
• Poluição
– Meio ambiente e disposição intermediária e final de resíduos e outros
• Programa de Qualificação de Fornecedores
– Aprovação e qualificação
• Programa de auto-inspeções
– Gerenciamento interno da qualidade
• Registros
– Rastreabilidade
• Reclamações
– Programa de registro, avaliação e notificação da autoridade sanitária noscasos sérios
• Recolhimentos
– Responsabilidades, métodos, registros, notificações
• Contratos com terceiristas
– Responsabilidades, condições
O futuro da indústria nacional, quer seja de medicamentos ou de cosméticos, está
intrinsecamente relacionado aos processos de negociação da regulamentação sanitária internacional,
por isso não se pode descartá-los. Estes possuem influência direta ou indireta na legislação brasileira.
Devemos estar atentos para as mudanças no mundo globalizado, e ao mesmo tempo se
preparando para estas mudanças que já se sucedem.
Em um mundo ideal, pode não haver a necessidadede regulamentos, mas há mundo ideal, e
existe a necessidade de seguir os regulamentos das BPFs.
Os regulamentos foram criados como respostas para algumas situações trágicas e para 33
prevenir tragédias futuras. Seguir a risca os regulamentos das BPFs dentro das indústrias
farmacêuticas e cosméticas é um princípio de segurança.
Outro aspecto importante a considerar é que os objetivos da qualidade da manufatura
farmacêutica e cosmética são diferentes da maioria dos outros tipos de manufatura, onde modificações
nos objetivos da qualidade por razões econômicas não são normalmente aceitáveis. Este é um fato
importante que pode explicar o quanto o processo farmacêutico está engessado e mudanças nas
rotinas das BPF são, se não impossíveis, difíceis de serem mudadas para uma melhor eficácia e
eficiência da operação como um todo.
Mas mesmo tendo estes aspectos em mente, não podemos parar de evoluir e a cada dia uma
nova tecnologia é criada e junto com ela surge um novo regulamento. E por este fato devemos está
sempre informados do que está por vir, para poder sempre evoluir em nossos processos e cada vez
mais garantir a segurança, e eficácias de nossos produtos.
Um conceito que não pode ser esquecido é o de garantia de qualidade.
Garantia de qualidade é o conjunto de questões e ações planejadas e sistemáticas que influem
individual ou coletivamente, na qualidade final do produto, possibilitando sua utilização final.
• Amostragem;
• Controle de processo;
• Controle de qualidade;
• Calibração;
• Inspeção;
• Validação.
A validação é a evidência documentada de que um sistema se encontra em grau de fazer
aquilo que se propõem de forma consistente e dentro das especificações e atributos de qualidade
preestabelecidos.
7 PRÉ- FORMULAÇÃO E FORMULAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS
Os fármacos e ativos de cosméticos são substâncias que raramente são administradas na suas
formas puras.
Para tal administração se faz necessário uma formulação farmacêutica ou uma formulação
cosmética; podendo variar desde simples soluções a sistemas complexos de liberação, dependendo do
uso apropriado de adjuvantes de formulações ou excipientes. 34
Entendemos por apresentação a forma farmacêutica ou cosmética tal como este é entregue ao
paciente, isto é, a forma com todos os componentes de sua formulação: ativos, princípios ativos,
excipientes.
Os adjuvantes exercem funções específicas nas formulações e permitem, entre outras funções,
solubilizar, suspender, espessar, conservar, emulsionar, modificar parâmetros de dissolução, favorecer
a compressibilidade, corrigir características organolépticas, possibilitando assim que o fármaco ou ativo
cosmético seja apresentado em diversas preparações ou formas.
O principal objetivo do desenvolvimento de formar farmacêuticas e cosméticas é a obtenção de
uma resposta adequada ao uso do ativo, passível de ser preparado em ampla escala, com qualidade
reprodutível.
Para assegurar a qualidade do produto é necessário observar fatores como a estabilidade
química e física da preparação, conservação apropriada contra a contaminação microbiana,
uniformidade do ativo empregado, aceitação por parte do usuário.
Outro fator importantíssimo a ser considerado na escolha da forma farmacêutica ou da forma
cosmética é o local de aplicação deste medicamento ou cosmético. Muitas vezes o local de
administração de um ativo é determinante na escolha da sua forma.
Um medicamento ou um cosmético passa por duas fases ao serem elaborados: a fase da
concepção e a da produção. Geralmente, no caso de uma especialidade, o período da concepção leva
à realização de um lote rigorosamente definido, cujas unidades são submetidas a inúmeros ensaios
clínicos.
Na primeira fase, o desenvolvimento prepara a formulação do produto e em uma segunda fase
o objetivo é a reprodução em quantidades industriais o produto de acordo com as especificações e
qualidade do lote protótipo que serviu como base para os ensaios clínicos.
Muitas indústrias têm recorrido a práticas originadas na tradição artesanal, sendo que o
produto é fabricado de acordo com “Facsecundumartem”. O exemplo da evolução originou-se das
indústrias com tecnologia adiantada como a aeronáutica e a automobilística. Foi nestas indústrias em
que um defeito mínimo no produto final pode resultar em consequências catastróficas que nasceu o
conceito de garantia da qualidade. O que é importante a ser notado, é que em produção, a garantia da
qualidade não tem por objetivo aumentar a qualidade. O nível da qualidade é estabelecido uma vez por
toda, é o do protótipo que foi fixado durante o período de concepção do produto. A garantia da
qualidade, em princípio, não modifica a média, mas diminui a dispersão, ou seja, os desvios em relação
ao protótipo.
A noção de fabricação por lotes é absolutamente essencial. No caso de anomalia, o número de
lote de fabricação permite refazer todo o histórico do lote, desde a origem das matérias primas até o
produto acabado. É o que chamamos atualmente de rastreabilidade. A quantidade homogênea dos 35
lotes é obtida controlando-se rigorosamente todas as fases de fabricação e do acondicionamento, ou
seja, aplicando as Boas Práticas de Fabricação.
A familiarização com o conteúdo das principais normas de regulação para os produtos
cosméticos e farmacêuticos, de maneira geral, é bastante importante para o desenvolvimento do
formulador na área.
Cada vez mais se verifica a importância da pesquisa no campo da Cosmetologia como
significante fator para a compreensão do efeito das substâncias ativas incorporadas em produtos de
uso tópico.
Substâncias ativas são componentes que são incorporadas em um veículo para produzir um
efeito benéfico das condições da pele.
Embora o veículo seja usado para carregar o ativo até o local de ação deste, ele pode ter uma
ação benéfica na pele por si, como provocar hidratação, suavidade e emoliência à pele.
Ultimamente evidencia-se o uso cada vez mais constante de ativos nas formulações de
produtos cosméticos com a finalidade de potencializar o efeito benéfico dos veículos.
Antigamente um produto cosmético era usado principalmente com fins decorativo ou corretivo,
para esconder alguma imperfeição da pele, ou realçar alguma característica positiva; com o passar dos
tempos os produtos cosméticos foram adquirindo outras funções, e hoje a Ciência da cosmetologia
está cada vez mais preocupada com a eficácia dos seus ativos, e conseqüentemente com a eficácia do
produto cosmético final. Hoje como o medicamento, a formulação do produto cosmético tem que ser
eficaz e segura.
Os novos produtos atuam não mais só na higiene, mas também na proteção e estimulação, na
hidratação e tonificação, sendo que a multifuncionalidade de um produto cosmético está cada vez mais
em evidência.
Para se formular um produto cosmético é necessário conhecimento de bioquímica e fisiologia
da pele, sua interação com substâncias ativas aplicadas topicamente, conscientização dos processos
de foto envelhecimento e acima de tudo a valorização da qualidade de vida e de bem estar.
Atualmente é impossível separar o uso de produtos cosméticos do conceito de bem estar!
Os consumidores de produtos cosméticos estão buscando cada vez mais produtos que
recuperem sinais de envelhecimento, das anomalias da secreção sebácea, dos melanócitos, ou seja,
não mais somente os produtos que ocasionem prevenção das características da pele e seus anexos.
Hoje o termo em voga é Cosmética Dermatológica.
Segundo a legislação brasileira, os produtos cosméticos não devem ocasionar nenhuma
alteração fisiológica nas células da pele.
A população e os consumidores estão buscando, cada vez mais, produtos com efeito mais
duradouros. Substâncias ativas são componentes que são incorporadas em um veículo para produzir 36
um efeito benéfico nas condições da pele.
O formulador de produtos cosméticos, bem como farmacêuticos, deve ter conhecimentos
múltiplos, aidéia deriva do departamento de marketing, P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e devem
ser definidos parâmetros (mercado alvo, custo estimado, fatores estéticos, performance, embalagem,
propaganda, cronograma).
O processo de desenvolvimento:
• avaliar a funcionalidade e segurança das matérias-primas;
• preparar e aperfeiçoar protótipos (pré-ensaios de estabilidade);
• definir a formulação, verificar a sua estabilidade e exeqüibilidade de produção, verificar a
inocuidade esegurança, avaliar a performance e aceitação.
Os aspectos regulatórios a serem considerados incluem:
• matérias-primas permitidas, concentrações, limitações;
• testes de segurança clínica;
• avaliação da eficácia conforme o grau de risco do produto;
• prazo de validade;
• normas para manuseio e descarte de ingredientes perigosos.
37
8 DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS E COSMÉTICAS
Uma unidade de produção, quer seja farmacêutica ou cosmética, é constituída por um conjunto
de locais bem delimitados, atravessados por um fluxo de material cuja qualidade deve ser
perfeitamente controlada.
A indústria de cosméticos engloba os setores de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos
propriamente ditos e,caracteriza-se pela necessidade contínua de pesquisas denovos insumos e
introdução de inovações em suas linhas de produtos. Este fato pode serconsiderado um fator de
importância para a competitividade no setor.
Existe umaheterogeneidade nesta indústria, pois a presença de grandes empresas
internacionais,diversificadas ou especializadas nos segmentos de perfumaria e cosméticos, é
contrastadacom um grande número de pequenas e médias empresas com atuação focalizada na
produçãode cosméticos.
Verifica-se que as grandes empresas do setor e, principalmente, as empresas
transnacionaisadotam estratégias definidas com relação ao desenvolvimento de novos produtos
investindoem centros próprios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e/ou parcerias extra-muros e
comprocessos de gestão do conhecimento estruturados. Já as pequenas e médias empresas 40
muitasvezes não dispõem de capital necessário para a realização de investimentos de P&D ou deuma
situação econômico-financeira que permita assumir os riscos inerentes aodesenvolvimento de novos
produtos.
Muitas dessas empresas também não dispõem de umagestão do conhecimento que remeta a
processos de desenvolvimento de produtos realmentesistematizados.
O Processo de Desenvolvimento de Produtos é um dos processos mais importantese vitais
para o negócio de uma empresa, pois é por meio dele que a empresa é capaz decriar novos produtos
mais competitivos e em menor tempo com a finalidade de atender àconstante evolução do mercado.
De fato, muitas empresas usam a abordagem de desenvolvimento de produto eprocesso em
que os elementos críticos da estratégia – um plano para tecnologia e um planopara produto/mercado -
são somente relacionados em projetos individuais. Esta abordagemé denominada de Abordagem
Convencional para Desenvolvimento de Projetos.
A abordagem Convencional para DP (Desenvolvimento de Produtos) apresentaalguns
problemas, merecendo destaque a falha da altaadministração em planejar uma vantagem para fornecer
os requisitos de habilidades erecursos para definir um projeto ou uma proposta apropriada e em
integrar um projeto dedesenvolvimento com as outras estratégias básicas.
Desta forma, através de pesquisas e experiências do PDP em empresas, os teóricos sugerem
uma estrutura de estratégia de desenvolvimento maisabrangente, que forneça fundamentos mais
seguros para projetos individuais. Estaestrutura possui as quatro propostas principais da estratégia de
desenvolvimento:
41
9 ADJUVANTES EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS
metilparabeno propilparabeno
butilparabeno
13- Agente suspensor: usado para suspender partículas sólidas no veículo, aumentar a
viscosidade de um veículo em um sistema disperso, diminuir a velocidade de sedimentação das
partículas dispersas em um veículo, onde não são solúveis. Ex: ágar, caulim, metilcelulose, CMC,
HMC, goma adragante.
14- Agentes levigantes: substâncias utilizadas como agente facilitador na redução do
tamanho de partículas de fármacos por trituração, em geral em um almofariz. Ex.: glicerina, óleo
mineral.
Desodorantes e Antiperspirantes
São introduzidos no mercado cosmético somente no início do século XX, quando a perspiração
e o odor começam a ser considerados um problema.
Desde o Egito antigo há registros do uso de perfumes com odor muito intenso para mascarar o
odor corporal. Desde a Roma antiga há também notificações do uso de substâncias adstringentes para 50
reduzir a umidade da região axilar.
A produção do suor é uma importante função fisiológica para a manutenção e controle da
temperatura corporal, excreção, hidratação e plastificação da camada córnea.
A transpiração é a passagem de qualquer fluido através da pele ou qualquer membrana animal
na forma de vapor. Esta definição é mais ampla e inclui o conceito de perspiração. A perspiração é o
fluido salino secretado pelas glândulas sudoríparas que consiste principalmente de água, cloreto de
sódio e outros sais em menores quantidades, além de substâncias nitrogenadas (como uréia), CO 2 e
outros solutos.
–Odores da transpiração - degradação dos produtos de secreção, em particular os de
natureza protéica, pelas bactérias da superfície da pele.
–Suor apócrino - menos abundante = responsável por grande parte do odor. Rico em
material orgânico.
–Suor écrino - mais diluído - contribui para o odor porque dispersa o suor apócrino por
uma área maior e por fornecer a umidade necessária ao crescimento bacteriano.
O odor das axilas varia de pessoa para pessoa. É influenciado pelas bactérias que
colonizam a axila. Também é influenciado pelos alimentos recentemente ingeridos. O
decréscimo na perspiração axilar pode ser medido coletando-se a umidade em compressas
axilares que são pesadas antes e após exposição a um ambiente com temperatura elevada. A
aplicação de uma formulação a uma placa de cultura semeada com perspiração humana pode
determinar a% de redução do crescimento bacteriano.
Como formas para reduzir ou controlar o odor das axilas:
Reduzir o suor apócrino nas axilas;
Reduzir o suor écrino usando produtos adstringentes;
Diminuir o crescimento bacteriano usando produtos antibacterianos;
Remover ou absorver as secreções liberadas pelas glândulas apócrinas e écrinas;
Uso de inibidores de enzimas bacterianas;
Uso de substâncias absorventes de produtos oriundos de degradações enzimáticas;
Mascarar odores usando fragrâncias.
Portanto existem dois tipos distintos de produtos disponíveis ao consumidor:
desodorante e o antiperspirantes. Para serem eficazes estes devem reduzir em 20% ou mais a
umidade axilar e diminuir a colonização bacteriana nas axilas.
Os antiperspirantes reduzem a umidade (suor écrino) e indiretamente o mau odor. Os
desodorantes reduzem e mascaram o mau odor.
51
Desodorantes
São constituídos por veículos (líquidos, sólidos, pastosos ou fluidos) contendo bactericidas ou
bacteriostáticos. Ao limitar o desenvolvimento das bactérias na superfície da pele, estas não podem
degradar os derivados protéicos do suor (aminas e amidas) e, portanto, evita-se o desenvolvimento do
mau cheiro.
O banho diário, utilizando sabão neutro, faz desaparecer momentaneamente as bactérias
por 2 a 3 horas, mas não é suficiente para uma ação mais prolongada.
Os desodorantes contêm produtos com ação antimicrobiana, neutralizadora e que mascaram o
odor. São produtos destinados a reduzir ou disfarçar os maus odores devido a secreção apócrina. São
classificados na resolução 79/00 como produtos de higiene pessoal, categoria risco I, como já citado
anteriormente.
Os neutralizadores de odores mais utilizados são: óxido de zinco, fenol sulfonato de zinco,
derivados do ácido lático ou tartárico, antioxidantes como o BHT e a pentadecalactona adicionada aos
desodorantes sem perfume para mascarar o odor da pele.
Antiperspirantes
São produtos destinados a reduzir a produção de suor axilar e palmo-plantar. A evaporação
deficiente do suor (roupas) intensifica o meio úmido e “facilita o trabalho” da flora bacteriana. Têm como
função reduzir a transpiração (50%). Alguns sais adstringentes têm essa função e são muito utilizados:
cloridróxido de alumínio (micronizado), taninos, sulfato de zinco, óxido de zinco, sais de zircônio,
lantânio e cério. Ação suposta seria precipitar as proteínas e obstruem superficialmente os poros das
glândulas sudoríparas.
Alteram o estado fisiológico de ducto écrino, sendo classificados pela resolução 79/00 como
produtos de risco II. A ação é dada pela redução da perspiração; algumas substâncias também têm
função desodorante; algumas delas possuem pH baixo, o que reduz o crescimento bacteriano. Com a
redução da umidade retarda a reprodução bacteriana. Os sais alumínio atuma por contração dos
condutos excretores do suor devido ao seu pH ácido. Também precipitam proteínas. Derivados de
alumínio associados a amido (5 a 10%) impedem a interação com as essências e reduz a irritação da
pele (sensíveis). Como vantagem dissolvem-se rapidamente na temperatura corporal, liberando o
alumínio progressivamente.
Também são aplicados polímeros orgânicos absorventes para absorver a umidade superficial
da pele: polissacarídeos, polipeptídeos, polímeros vinil carboxílicos e copolímeros. Características:
absorvem uma quantidade de umidade superior ao próprio peso.
Como apresentações estes produtos podem ser:
–Formas líquidas: 53
das periodontites.
O apelo de marketing destes produtos é muito forte e acaba se tornando um complicador para
o manipulador, pois há a exigência de que o efeito “prometido” se cumpra efetivamente.
A apresentação mais comum é na forma semi-sólida com pasta ou gel, mas também há forma
líquida ou sólida, em pó.
A estrutura básica de composição de um produto dentifrício é a mesma para todas as formas
apresentadas:
Abrasivo suave com a função principal do dentifrício: eliminar o material aderido ao
esmalte com mínimo dano; comequilíbrio entre remoção de resíduos e proteção do esmalte. As
substâncias comumente utilizadas são:
o Carbonato de cálcio - Limpador eficaz, mas não produzem um bom brilho nos dentes.
Alternativa - usar em combinação com outros abrasivos.
o Fosfato DicálcicoDihidratado (FDD) = + comumente utilizado - pH 6-8 -sabor melhor
que carbonato
o Fosfato Tricálcico e Pirofosfato cálcico 56
o Hidróxido de Alumínio - Sais de alumínio - altamente compatíveis com o Flúor
o Dióxido de titânio
o Ácido silícico (sílica)
o Polimetilmetacrilato
o Bicarbonato de sódio
Agente tensoativo que ajuda na penetração e eliminação da película aderida. Facilitam
a remoção das placas. Também são os responsáveis pela formação de espuma = apelo psicológico de
limpeza. As substâncias comumente utilizadas são:
o Detergentes devem ser insípido, atóxico, e não irritante da mucosa bucal. Alguns
tensoativos podem ter propriedades profiláticas / terapêuticas intrínsecas. O mais utilizado é o lauril
sulfato de sódio e o N-laurilsarcocinato de sódio.
Umectantes que são adjuvantes de formulação que previnem o ressecamento da pasta
e facilitam asaída da pasta do tubo. As substâncias comumente utilizadas são:
o Glicerina é estável, atóxica, solubilizante, possui sabor “doce” .
o Sorbitol
o Propilenoglicol
o PEG
o Xylitol
Aglutinantes e espessantes são usados paramanter uma suspensão rica em sólidos,
viscosa e estável. As substâncias comumente utilizadas são:
o Gomas - Naturais ou sintéticas
o Alginatos
o Goma Xantana
o CMC
o Hidroxietilcelulose
o Carbopol
o Carragena
Edulcorantes para corrigir sabor dos abrasivos e dos tensoativos A sacarina é a
substância mais utilizada, mas também encontra-se produtos com aspartame.
Aromatizantes e flavorizantessão responsáveis pela refrescância e influenciam
diretamente na venda e utilização do produto. O sabor é uma das características mais determinantes
da aceitação do consumidor. Pode representar de 25 a 70% do custo do produto. São responsáveis
pela sensação de frescor, limpeza. É utilizado menta (mentol), eucalipto, cravo (eugenol), anis.
Corantesempre aliado ao efeito psicológico do consumidor.
Conservantes para proteger o produto após abertura do frasco e durante o consumo. 57
As substâncias mais utilizadas são:
o Formaldeído
o Benzoato de sódio
o Clorhexidina
o Ácido sórbico
A efetividade da remoção de placa bacteriana é 70% maior quando se usa dentifrício.
Além disso, a formação de uma nova de placa é reduzida em 45% com o uso do creme dental.
Embora o dentifrício não seja indispensável para a remoção de placa, tem-se comprovado a
sua importância para garantir a limpeza e o polimento dental.
A quantidade de pasta só tem relevância quando se trata de crianças com menos de 6 anos,
que podem ingerir dentifrício involuntariamente ao escovar os dentes.
Uma quantidade pequena deve ser usada, para reduzir a ingestão de flúor. Recomenda-se a
técnica transversal: ao invés de se colocar pasta em toda extensão da escova, cruza-se esta com o
dentifrício.
A pasta anticárie contém flúor, a antitártaro contém em, acréscimo, substâncias que reduzem a
formação de tártaro (Gantrez, Pirofosfatotetrasódico). Os dentifrícios antitártaro não removem cálculo
dental mecanicamente, o que deve ser feito pelo dentista o dentifrício interfere apenas em sua
formação. As pastas antiplaca contêm substâncias antimicrobianas.
Estudos com dentifrícioscontendo nitrato de potássio têm mostrado média de 30% de redução
de sensibilidade a jato de ar frio. Essa redução vai depender do limiar de sensibilidade do indivíduo e
do modo de escovar os dentes.
EMULSÕES
É uma forma farmacêutica obtida por dispersão mecânica (agitação) de dois líquidosimiscíveis,
um no seio do outro.
É um sistema heterogêneo, bifásico e que normalmente utiliza um agente emulsionante ou
emulsivo ou emulsificante ou emulgente. É um sistema estável por determinado tempo.
Todas emulsões são compostas por fases. Estas são:
Dispersante : Fase externa ou contínua; geralmente constituída pelo líquido de
maior proporção
Dispersa : Fase interna ou descontínua; o líquido disperso está na forma de 58
gotículas (esféricas e de diversas dimensões, o que determina a classificação em grosseiras,
finas, médias e microemulsões).
As emulsões que têm fase interna oleosa e fase externa aquosa são conhecida, geralmente,
como emulsões óleo em água, que podem ser designadas “O/A”. As emulsões que têm fase interna
aquosa e fase externa oleosa são conhecidas como emulsões água em óleo, que podem ser
designadas “A/O”.
O que determina o tipo de emulsão não é a quantidade relativa dos componentes hidrossolúvel
e lipossolúvel. Com base em considerações termodinâmicas, Bancroft deduziu uma regra geral: “A fase
em que o emulsionante é preferencialmente solúvel é a fase contínua da emulsão”.
Em geral as emulsões são brancas, devido ao pequeno tamanho das partículas dispersas, que
assim refletem totalmente a luz branca.
O/A : A água engloba a partícula de óleo. Assim a fase externa será a água. Estas emulsões e
cremes não atuam como engordurantes, são usados principalmente como cremes para uso durante o
dia.
A/O : A fase oleosa engloba a fase aquosa, assim a fase externa será o óleo. Estas emulsões e
cremes apresentam efeito engordurante, deixando a pele com o aspecto brilhante.
As emulsões classificam-se em 4 tipos de acordo com o tamanho das partículas de sua fase
dispersa ou interna:
Macroemulsão
Microemulsão
Miniemulsão
Emulsõesmúltiplas
Macroemulsões
Emulsões opacas, termodinamicamente instáveis (podem ser cineticamente estáveis por
longos períodos de tempo, mas ao final sofrerão separação de fases)com partículas de tamanho maior
que 400nm, facilmente visíveis no microscópio. A ação dos emulsionantes e outros estabilizante pode
reduzir a velocidade de coalescência.
Microemulsão
Sistemas termodinamicamente estáveis, dispersões isotrópicas, transparentes, com gotículas
de tamanho inferior a 100nm e de baixa viscosidade. 59
Miniemulsão
É o tipo intermediário entre os dois primeiros, com tamanho de partícula variando entre 100 a
400nm .São também chamadas de emulsões branco-azuladas semi-opacas. Geralmente, o
emulsionante é a mistura de tensoativo iônico com co-tensoativos, normalmente álcoois de cadeia
acima de 12 carbonos.
Emulsões múltiplas
As partículas dispersas são emulsões delas mesmas. Na realidade são gotas de um líquido
dispersado em gotas maiores de outro líquido, que é então disperso emuma fase contínua, geralmente
da mesma natureza que o primeiro líquido. A/O/Aou O/A/O.
O termo estabilidade, usualmente, refere-se à resistência da emulsão quanto a coalescência de
suas gotas dispersas.
Coalescência refere-se à junção de duas ou mais gotas para formar uma única gota de volume
maior, mas de menor área interfacial, que geralmente leva a quebra da emulsão.
A estabilidade das emulsões deve ser abordada não somente sobre o mecanismo da
estabilização, mas também sobre o tempo de estabilidade e as condições de preparo da emulsão.
Fatores relacionados à coalescência
Natureza física do filme interfacial ao redor das gotas emulsionadas.
É importante a formação de um filme interfacial de moléculas de tensoativo densamente
empacotado adsorvido ao redor das gotas da emulsão, com propriedades de forças intermoleculares
entre elas e a solução aquosa. Obtém-se com misturas de emulsionantes.
O aumento da temperatura quebra as pontes de hidrogênio e desidrata o tensoativo,
favorecendo a aproximação das gotas e favorecendo a separação das fases. Nas emulsões com
tensoativos Iônicos, as cargas negativas ou positivas criadas ao redor das gotas de óleo retardam a
coalescência das gotas pela formação da dupla camada elétrica.
A viscosidade da fase contínua.
Reduz a difusão das gotas emulsionadas, sua frequência de colisão e a coalescência,
aumentando a estabilidade da emulsão.
Razão de volume entre as fases
Conforme o volume da fase dispersa aumenta, o filme interfacial se expande, reduzindo a
estabilidade do sistema.
Temperatura
A mudança de temperatura causa alterações na tensão interfacial entre as fases, na natureza e
viscosidade do filme interfacial, na solubilidade relativa dos emulsionantes de cada fase, na pressão de
vapor e viscosidade das fases líquidas e na agitação térmica das gotas dispersas. Esses fatores podem
causar inversões ou quebra da emulsão. 60
As emulsões mais adequadas para uso tópico, geralmente, são as do tipo O/A devido a seu
aspecto menos oleoso e portanto mais agradável. Em cosméticos destinados ao uso em países que
possuem temperatura muito fria ou em produtos para massagem, que requerem excelente
espalhabilidade, as emulsões A/O podem ser desejadas.
As emulsões são preparações cosméticas termodinamicamente instáveis e, com o tempo
apresentam sinais progressivos de instabilidade, com eventual separação de fases (desestabilização
do produto, onde fase aquosa e fase oleosa se separam).
Uma emulsão permanece homogênea, sem apresentar separação das fases (aquosa e oleosa)
por um tempo finito após sua preparação, mantendo suas características originais de forma aceitável.
Este período é denominado de “prazo de validade”. Depois de um determinado tempo a tendência é
ocorrer separação das fases aquosa e oleosa. Cabe ao formulador conseguir uma emulsão que
mantenha estável num prazo suficiente para o produto ser usado.
Dependendo das características do tensoativo empregado, ou seja do seu comportamento de
carga em solução aquosa, as emulsões podem ser classificadas em iônicas (catiônica ou aniônica) e
não iônicas.
Os tensoativosantiônicos se caracterizam por apresentarem em solução aquosa a parte polar
carregada negativamente, enquanto que o tensoativo catiônico apresenta-se carregado positivamente.
Os tensoativos não iônicos são caracterizados por possuírem dipolos elétricos em sua parte polar que
formam pontes de hidrogênio com as moléculas de água presentes.
As emulsões não iônicas são as mais bem aceitas comercialmente na atualidade, uma vez que
são compatíveis com vários tipos de substâncias ativas a serem nelas incorporadas.
Como exemplo de tensoativo aniônico podemos descrever a reação entre o ácido esteárico e
hidróxido de sódio que origina um sal, o estearato de sódio e água. Esse sal formado é um sabão,
solúvel em água, que apresenta sepração iônica, em meio aquoso, originando um íon negativo.
No tensoativo aniônico, o aniôn é o carboxilato sódico que na água se separa do cátion,
ficando assim ânion formado pela cadeia de carbono (lipofílica) e o radical carboxílico, COO -
(hidrofílico). Portanto esse tensoativo, em água, apresenta carga negativa e por isso é aniônico.
Exemplo de um tensoativo catiônico: em solução aquosa o tensoativo catiônico se dissocia e
fica com a extremidade hdirofílica carregada positivamente.
Exemplo de um tensoativo não iônico: a reação entre o ácido esteárico e glicerol resulta em um
éster (estearato de glicerol) e água. Esse éster, em solução aquosa, não se hidrolisa formando íons e
por isso é um tensoativo iônico.
Logo, até o momentovimos que uma emulsão é constituída por 3 componentes fundamentais:
pela fase aquosa, fase oleosa e os agentes emulsionantes, podendo conter também outros
componentes como antioxidantes, conservantes, perfume, substâncias com antioxidantes, 61
conservantes, perfume, substâncias com atividade biológica (chamadas substâncias ativas), doadores
de viscosidade, etc.
As emulsões podem constituir vários produtos cosméticos como cremes, loções, hidratantes,
colônias, leites, etc.
A principal característica das loções é serem emulsões com baixa viscosidade e alta fluidez,
sendo consideradas formas dispersas semi plásticas. Já os cremes são consistentes.
Fatores que podem acelerar a desestabilização de emulsões:
– hidrólise de tensoativos em valores extremos de pH;
– destruição microbiana de seus componentes;
– processos fotoquímicos;
– eletrólitos;
– temperatura (baixa ou elevada);
– perda de água devido ao calor, má armazenagem ou uso de embalagem não apropriada.
Este fato podelevar à inversão das fases da emulsão.
A estabilidade física de emulsões pode ser avaliada através do teste de centrífuga. Neste
ensaio sãotomados cerca de 5 gramas da amostra e submetida à centrifugação durante pelo menos 30
minutos a3.000 rpm (rotações por minuto). Após este período não deve ser observada a separação das
fases daemulsão.
Conceitos relativos à separação de fases:
– Floculação: início da aproximação das gotículas da fase interna (etapa pré-coalescência ou
formação de creme).Nesta etapa é possível reverter a instabilização que deve acontecer na emulsão.
– Coalescência: junção das gotículas da fase interna até ocasionar a sua “quebra” (formam-se
duascamadas líquidas diferentes).
– Sedimentação: separação das fases interna e externa devido à diferença na densidade dos
líquidos.
CONDICIONADORES CAPILARES
A necessidade de condicionadores capilares cresceu depois do desenvolvimento de xampus
com ação detergente. Esses xampus novos limpavammuito bem: removiam o sebo tão completamente
da raiz dos cabelos que estes se tornavam pouco manuseáveis, foscos e ásperos ao toque.
Os objetivos destas formulações:
Produzir efeito sobreengordurante;
Neutralizar as cargas negativas deixadas no cabelo;
Tratar os fios pela fixação de substâncias na queratina; 62
Deixar os cabelos macios e sedosos.
O papel de um condicionador é imitar o sebo para tornar os cabelos manuseáveis, brilhosos e
macios. Condicionadores também tentam recondicionar cabelos que foram danificados.
Condicionadores também tentam recondicionar cabelos que foram danificados por trauma químico ou
mecânico. Fontes comuns de trauma incluem escovar excessivamente, secagem quente, xampus
detergentes, ondas alcalinas permanentes e descoloração. Obviamente, como os cabelos não são um
tecido morto, qualquer recondicionamento que ocorra é mínimo e temporário, até a próxima lavagem.
Os condicionadores foram desenvolvidos durante o início dos anos 30, quando ceras auto-
emulsificantes tornaram-se disponíveis. Essas ceras eram combinadas com hidrolisados de proteína,
poliinsaturados e silicones para dar a melhor sensação e textura aos cabelos. Fontes iniciais de
proteínas incluíam gelatina, leite e ovos.
Cabelos saudáveis, sem dano são macios, brilhantes e fáceis de desembaraçar. Infelizmente,
xampu, secagem, pentear, escovar, penteado, tintura e ondulação permanente danificam os cabelos,
tornando-os ásperos, quebradiços e difíceis de desembaraçar. Condicionadores de cabelos são
destinados a reverter esse dano, melhorando o brilho, diminuindo a fragilidade e a porosidade,
aumentando a força e restaurando a degradação na cadeia polipeptídea. Dano à raiz dos cabelos
também pode ocorrer através de exposições ambientais à luz do sol, poluição do ar, vento, água do
mar e água clorada de piscina. Esse tipo de dano é tecnicamente conhecido como “aclimatação”.
As características destas formulações promovem aos cabelos:
Toque sedoso;
Melhor penteabilidade;
Recuperar brilho;
Maleabilidade.
Os condicionadores melhoram o manuseio, diminuindo a eletricidade estática. Depois de
pentear ou escovar, a raiz dos cabelos torna-se negativamente carregada, repelindo assim um fio ao
outro, impedindo que os cabelos estendam-se suavemente em uma determinada forma.
Condicionadores depositam íons carregados positivamente na raiz dos cabelos, neutralizando a carga
elétrica. Melhora do manuseio também deriva de alterações cuticulares e redução da fricção entre
raízes de cabelos em 50%. Isso também leva a aumento do desembaraço do cabelo.
O brilho dos cabelos resulta de luz refletida por raízes individuais. Quanto mais suave a
superfície do cabelo, mais luz é refletida. Condicionadores aumentam o brilho dos cabelos
primeiramente aumentando a aderência da escama cuticular à raiz do cabelo. Brilho também está
relacionado à estrutura dos cabelos. Brilho máximo é produzido por raízes de cabelo de grande
diâmetro, elípticas, com uma medula saudável e intacta, escamas de cutícula ao redor. Maciez dos 63
cabelos também resulta de uma superposição igual de crostas cuticulares.
Os condicionadores tentam corrigir as pontas quebradiças, resultado de falta de córtex, o
componente estrutural responsável pelo comprimento da raiz dos cabelos. A exposição resultante da
medula de queratina macia resulta em uma condição conhecida como “tricoptilose”, ou pontas
quebradiças. Condicionadores reaproximam temporariamente os restos desfiados da medula
remanescente e do córtex.
Todos os problemas associados cabelos danificados são aumentadosse estes têm textura fina.
Existem mais fibras de cabelos finos por peso do que fibras de cabelos ásperos, então a área de
superfície de rede de cabelos finos é maior. Proporcionalmente podem se desenvolver mais escamas
de cutícula irregulares, e mais dessas fibras de cabelos finos estão sujeitas a eletricidade estática.
Assim existem fórmulas de condicionadores especiais projetadas para as necessidades de arrumação
de cabelos finos.
Condicionadores de cabelos podem conter nove substâncias diferentes de condicionamento
das seguintes classes químicas:
o Alcanolamidas
o Glicóis
o Lipídios
o Derivados de proteína
o Quaternários
o Substâncias de superfície ativa
o Ingredientes de especialidade
Os detergentes catiônicos, também conhecidos como “quaternários” ou compostos de amônia
quaternários, são substâncias condicionadas encontradas tanto em xampus quanto em
condicionadores de cabelos. São excelentes em aumentar a aderência das escamas cuticulares à raiz
dos cabelos, o que aumenta a habilidade dos cabelos em refletir a luz, aumentando o brilho e o lustre.
Adicionalmente, são capazes de neutralizar a eletricidade estática baseado na carga negativa
(aniônica) dos cabelos danificados ouprocessados, o que atrai o composto quaternário carregado
positivamente (catiônico) para aderir à raiz dos cabelos, melhorando assim o manuseio. Essas
qualidades tornam-no uma excelente escolha de condicionador para pacientes com cabelo
permanentemente tingidos ou ondulados.
Condicionadores formadores de película aplicam uma camada fina de polímero, como
polivinilpirrolidona (PVP), sobre a raiz dos cabelos. O polímero preenche os defeitos da raiz, criando
uma superfície suave para aumentar o brilho e lustre enquanto elimina eletricidade estática por sua
natureza catiônica. O polímero também cobre cada raiz individual, “espessando-a”. condicionadores
formadores de película não devem ser usados em cabelos finos, já que o peso adicionado do polímero 64
diminui a capacidade de manter um penteado. Eles são excelentes, todavia em cabelos secos e
normais.
Condicionadores contendo proteína são os únicos produtos que pode realmente penetrar e
alterar a raiz danificada dos cabelos. Essas proteínas, derivadas de colágeno animal, queratina,
placenta, são hidrolisadas ao tamanho de uma partícula (peso molecular 1.000 a 10.000) capaz
deentrar na raiz dos cabelos. Condicionadores de proteína hidrolisada podem fortalecer
temporariamente a raiz dos cabelos e corrigir pontas quebradiças até o próximo xampu, quando o
produto deve ser reaplicado. A fonte da proteína não é tão importante quanto o tamanho da sua
partícula.
Condicionadores instantâneos são assim denominados porque são aplicados depois do xampu,
deixados no cabelo por 5 minutos e enxaguados subseqüentemente. Esses produtos fornecem
condicionamento mínimo por seu pequeno tempo de contato com os cabelos e são basicamente úteis
para ajudar no pentear molhado e no manuseio. Sua capacidade de restaurar cabelos é um pouco
limitada. Apesar disso, são o tipo mais popular de condicionador, tanto para uso doméstico quanto para
salão. Condicionadores instantâneos contêm água, substância condicionantes, lipídios e espessantes.
As substâncias condicionadoras consistem em combinação de detergentes catiônicos, formadores de
películas e proteínas.
Condicionadores profundos são cremes, comparados com condicionadores instantâneas que
são líquidos. Eles contêm as mesmas substâncias condicionadoras que os instantâneos, mas são mais
concentrados. Eles permanecem nos cabelos por 20 a 30 minutos e podem incluis a aplicação de
calorde um secador de cabelos ou toalha quente. O tempo de aplicação estendido permite maior
condicionamento para cobrir raiz dos cabelos, enquanto calor causa aumento da raiz e permite maior
penetração do condicionador. Esses produtos são indicados para cabelo extremamente seco.
Condicionadores profundos usados antes de algum procedimento de coloração ou ondulação
permanente são chamados “preenchedores”. Preenchedores são destinados a condicionar a raiz distal
dos cabelos e reverter alguns dos efeitos da aclimatação, permitindo a aplicação igual ao procedimento
de coloração ou ondulação subseqüente.
Condicionadores sem enxágüe são aplicados depois da secagem dos cabelos com uma toalha
e destinados a permanecer na raiz do cabelo ao longo do penteado. Eles são removidos com a próxima
lavagem.
Espessantes de cabelos são outra forma de condicionador sem enxágüe. Eles não espessam
os cabelos aumentando o número de raízes do mesmo, mas, ao invés, fornecem uma cobertura em
cada raiz, que aumenta seu diâmetro instantaneamente. Esses produtos contêm proteínas, líquidos
condicionantes que são massageados através de secagem do couro cabeludo com toalha antes de
pentear para aumentar o brilho, melhorar o manuseio e dar suavidade. Um espessante de cabelos é 65
mais espesso do que uma loção de secagem “com ar” e destina-se a pessoas com cabelos secos,
danificados.
Condicionadores sem enxágüe especiais são usados por indivíduos negros e asiáticos com
cabelos firmemente encaracolados, para auxiliar no pentear, fornecer brilho adicional, melhorar o
manuseio e aumentar opções de penteado.
As formas cosméticas podem ser classificadas como líquidas, assim como as formas
farmacêuticas.
Entre elas podemos destacar os xampus, os tônicos capilares e faciais e os removedores de
maquilagem.
XAMPUS
Segundo o dicionário Michaelis xampu é um preparado saponáceo empregado na limpeza dos
cabelos. Nada mais é do que um agente de limpeza para os cabelos e couro cabeludo. Também é um
agente de limpeza cosmético, que limpa completa e efetivamente, e também confere características
agradáveis ao cabelo. Conveniente ao uso, de fácil enxágüe, sem deixar depósitos sobre o cabelo.
Atóxico e não-irritante ao couro cabeludo e aos olhos.
Até a metade dos anos 30, o sabão em barra era usado para lavar os cabelos. Em uma média,
uma mulher tem de 4 a 8 m2 de área de superfície de cabelo para lavar. O sabão em barra era
insatisfatório para a lavagem dos cabelos pois sua alcalinidade deixava o aspecto do cabelo sombrio.
As fórmulas iniciais dos xampus eram sabões de óleo de coco líquido que ensaboavam e limpavam
melhor o cabelo que os sabões sólidos. Xampus surfactantes foram introduzidos no final dos anos 30 e
representaram um avanço significativo, já que continham um bom desempenho mesmo com água mais
alcalina.
Sua função primária é de limpeza e a função secundária pode ser farmacológica, para fins de
tratamento medicamentoso.Os folículos pilosos são considerados anexos cutâneos. As glândulas
sebáceas e as sudoríparas écrinas são responsáveis pela elaboração de uma emulsão graxa natural
protetora que dá elasticidade e lubrificação à camada córnea, que são as funções fisiológicas.
A sujidade dos cabelos é caracterizada pela presença de partículas e materiais estranhos,
produtos de lipólise do pêlo, eletrólitos procedentes do suor, células de descamação da camada
córnea, restos de produtos cosméticos e a sujidade própria do meio ambiente.
Os cabelos sujos perdem o brilho, tornam-se rebeldes e com odor desagradável. 66
As propriedades desejadas em um bom xampu são a detergência, espuma abundante e
consistente, viscosidade, pouca ou nenhuma irritabilidade aos olhos, baixa agressividade aos cabelos,
estabilidade, além de cor, odor, condicionamento.
O xampué formulado com ingredientes que podem ser classificados em três grupos:
tensoativos base (primário), responsáveis pela detergência (limpeza), os tensoativos adicionais
(secundários) que complementam a ação do tensoativo primário e modificam propriedades físicas
(viscosidade, opacidade) e outros aditivos (não tensoativos) que tem funções específicas tais como
correção e caráter organoléptico entre outros.
Detergentes são os tensoativos primários. Os tensoativos secundários são os estabilizadores
de espuma, sobreengordurantes e espessantes. Os estabilizantes são os conservantes, antioxidantes,
reguladores de pH.
Ainda são considerados componentes básicos dos xampus o veículo (geralmente água),
aditivos de atributo estético e os opacificantes (brilho pérola).
Os tensoativos são compostos anfifílicos com afinidades por interfaces entre duas fases pouco
miscíveis, diminuindo a tensão interfacial entre as mesmas.
As propriedades dos tensoativos são adsorção e acúmulo nas interfaces, redução da tensão
superficial da água, formam micelas, são molhantes, tem ação detergente, formam espuma e são
solúveis em água.
Os tensoativos são classificados em iônicos, que se subdividem em aniônicos e catiônicos,
tensoativos não-iônicos e tensoativos anfóteros.
Os tensoativos aniônicos primários tem concentração usual de 10 a 35%. Apresentam grupo
polar com carga negativa. São os tensoativos mais utilizados. São os responsáveis pela limpeza dos
cabelos e por formar espuma. Tem excelente detergência, ótima umectância, baixa irritabilidade e alta
tolerabilidade.
Os tensoativos aniônicos primários estão presentes nos sabões, benezo sulfonatos de alquila,
alqui sulfatos, alqui éter sulfatos e alquil éter sulfosuccinatos.
Dentre os tensoativos aniônicos primários destacamos os alquilsulfatos, cujas principais
características são: baixa irritabilidade, baixa toxicidade, alto poder espumógeno, boa solubilidade em
água, alta reserva de viscosidade, boa solubilidade em água, odor agradável, completa
biodegradabilidade e baixo custo.
Os alquilsulfatos são o lauril sulfato de sódio, lauril sulfato de amônio, lauril sulfato de
trietanolamina e lauril sulfato de monoetanolamina.
O alquil éter sulfato é outro tensoativo aniônico primário, cujas características principais são
maior solubilidade e menor poder irritante que os alquisulfatos, etoxilação, redução do poder 67
espumante e são ligeiramente mais suaves. São obtidos por reação de sulfatação com posterior
neutralização com NaOH, NH4OH e, ainda, sofrem adição de moléculas de óxido de eteno.
O alquilsulfosuccinatos tem excelente poder umectante, produz pouca espuma e baixo poder
detergente. É utilizado associado ao lauril éter sulfato de sódio. Exibe baixo ou nenhum poder irritante à
pele emucosas. Possui alguma ação condicionadora. É instável em pH muito alto ou muito baixo.
Os tensoativos secundários utilizados na tecnologia de xampus são usados em concentrações
usuais de 1 a 4%. São estabilizantes de espuma, doadores de viscosidade, espessantes de
formulação. Podem ainda ceder condicionamento leve aos fios dos cabelos.
Os tensoativos secundários podem ser não iônicos ou anfóteros.
Os tensoativos secundários não iônicos promovem: espessamento da formulação, incremento
da estabilidade da espuma, condicionamento leve ao cabelo, sinergia com tensoativos aniônicos para a
redução da irritabilidade de pele e mucosa, e ainda promovem a solubilização de fragrâncias. São
tensoativos não iônicos secundários as moléculas de: alcanoamidas: dietanolamidas e
monoetanolamidas; alquilglucosídeos: laurilglucosídeo e decilglucosídeo; álcool láurico etoxilado;
laurato de sorbitanoetoxilado.
São tensoativos secundários anfóteros as moléculas de: coco betaína, cocoamidopropilbetaína,
cocoanfocarboxiglicinato de sódio, entre outras. Suas características são: espessamento da
formulação,incremento da estabilidade da espuma, condicionamento leve do cabelo, sinergia com
tensoativos aniônicos para a redução da irritabilidade de pele e mucosa, seu pH de desempenho
melhor é entre 5 e 6.
Além dos tensoativos primários e secundários, fazem parte das formulações de xampu um
agente doador de viscosidade, os espessantes. São usados como espessantes: eletrólitos como
cloreto de sódio e de amônia; derivados da celulose (o mais usado em xampu é a
carboximetilcelulose), polímeros sintéticos, dioleato de metil glucose estoxilado, diesterato de PEG-
6000, co-tensoativos e certos tipos de goma como goma xantana e goma guar.
Toda formulação de xampu deve conter conservante, e este deve ser hidrossolúvel, de amplo
espectro e estável na faixa de pH do produto final. A tabela abaixo traz uma sugestão de concentração
máximas de conservantes usuais na produção de xampus.
O ajuste de pH destas formulações deve ser feito com agentes acidulantes como ácido cítrico,
ácido fosfórico e lático, e agentes alcalinizantes como AMP-95, hidróxido de sódio. Após aditivação do
produto reajustar o pH considerando a estabilidade do ativo.
Os agentes perolizantes para doar brilho perolado aos produtos são: ceras perolizantes e
concentrados (bases prontas): diestarato glicólico e cocoamidopropilbetaína.
As diferenças entre xampus para a mesma finalidade, fabricados por diversas companhias de
produtos de cuidados pessoais, são as fragrâncias e aditivos de especialidade. Aditivos como óleo de
germe de trigo e pantenol são adicionados principalmente por razões comerciais, mas parecem deixar
os cabelos mais sedosos e manuseáveis. Outros produtores adicionam silicones, proteínas
hidrolisadas, polímeros quaternizados, extratos vegetais, ativos anticaspa, vitaminas e mica.
Xampus básicos podem ser escolhidos de diversas formulas, dependendo da quantidade de
produção de sebo no couro cabeludo, diâmetro de feixe de cabelos e condição dos cabelos. O rótulo
em geral indica ao consumidor para qual tipo de cabelo o xampu foi projetado. Algumas empresas
alteram as concentrações de detergentes e sobreengordurantes para fazer fórmulas diversas.
TÔNICO FACIAL
SI = E x 0,1/S x C
onde:
E= extinção
S= espessura da camada
C= concentração da solução testada.
T I V T
INDIVÍDUOS OBSERVAÇÕES
IPO NV. ERÃO (min)
5 2 3 Sempre se queimam e às
B Morenos Claros
-10 0-25 1 vezes se bronzeiam.
OBS.: T = tempo estimado para uma pessoa começar a se queimar quando exposta ao sol
sem proteção (em minutos).
73
O uso de filtros solares químicos começou nos Estados Unidos em 1972, mas só chegou ao
Brasil aproximadamente dez anos depois. Os produtos atualmente comercializados no país têm como
FPS os valores entre 2 (mínimo) e 60 (máximo). O FPS mede a proteção contra os raios solares UVB,
responsáveis pela queimadura solar, mas não contra os raios solares UVA.
A tabela a seguir mostra quanto da luz solar (UVB) é absorvida pelos protetores solares.
F PROTEÇÃO
S (%)
2 50
4 75
8 87
1
94
6
3
96
2
6
99
4
Como pode ser visto nenhum protetor oferece 100% de proteção. O filtro solar com FPS 15
bloqueia a maior parte (quase 94%) dos raios UVB. Se usarmos FPS maior do que 15, pouco será o
aumento do bloqueio destes raios. Entretanto, neste caso, o tempo em que o filtro solar continuará a
absorver os raios UVB será tanto maior quanto mais alto for o valor de FPS, diminuindo assim, a
freqüência de aplicação, quando aplicado de forma correta.
Os filtros solares são classificados em dois grandes grupos: filtros solares químicos e físicos
(ou de barreira). Os filtros químicos contêm moléculas que absorvem a energia radiante da luz sem
deixá-la passar pela pele. Já os filtros físicos fazem um revestimento da pele que reflete a luz.
Consideram-se seis famílias de filtros solares químicos:
1- Ácido para aminobenzóico (PABA) e seus ésteres: absorvem seletivamente osraios
UVB, penetram NE camada córnea e assim são mais resistentes a banhos com água e ao suor.
2- Cinamatos: são filtros solares dos raios UVB, sendo solúveis são facilmente eliminados
pela água ou transpiração.
3- Cânfora e derivados: são ótimos agentes de proteção solar.
4- Benzofenonas: existem moléculas que são filtros UVA e UVB.
5- Dibenzoilmetano: atividade máxima em UVA. O ideal é associá-lo a protetores UVB.
6- Filtros relativamente pouco eficazes: salicilatos, antranilatos. 74
Características desejáveis em produtos anti-solares: sejam estáveis perante luz e calor, não
variar de cor, não manchar roupas, nem produzir manchas na pele, não deve modificar-se
intramolecularmente, manter sua eficácia durante longos períodos, ser solúveis em veículos
comumente empregado na produção de produtos cosméticos como álcool, glicerina, propilenoglicol e
de preferência insolúvel em água.
Como filtros físicos temos o dióxido de titânio, silicato de magnésio, óxido de zinco, petrolato
vermelho, caulim. Apresentam em sua maioria o inconveniente de serem visíveis e são mais utilizáveis
em superfícies que se queimam mais, como lábios, nariz e sobre as manchas. Atualmente o óxido de
titânio é usado na forma de micro moléculas (micronizadas), praticamente invisíveis, e ficam
imperceptíveis sobre a pele.
A adequação do tipo de filtro ao tipo de pele pode ser feita através do reconhecimento do tipo
de pele oleosa ou seca, ou ainda quanto ao fototipo. As pessoas de pele mais clara (fototipo II) devem
escolher filtros mais potentes. As mais morenas (fototipo III) deve usar um filtro com FPS 8 e podem
diminuir estes índices com o decorrer dos dias de exposição ao sol.
A fim de obter alto fator de proteção solar é necessário que a fórmula mostre uma absorbância
UV significativa na escala de 290 a 340nm. Se os filtros solares exibirem um desvio significativo na
posição da faixa UV da área de interesse para fora desta escala, o FPS será reduzido
significativamente.
Foi demonstrado que os filtros solares podem interagir com os componentes do seu veículo
afetando sua eficácia.
Além disto, também foi demonstrado que filtros solares pode se degradar devido à exposição
de luz UV.
A tabela abaixo mostra o grau de degradação dos filtros solares normalmente utilizados em
produtos cosméticos quando submetidos à luz UV. Investigou-se se os solventes contidos nestes
produtos cosméticos afetariam esta degradação.
Filtro solar Etanol/ág Miristato de Isopropila Óleo
ua Mineral
Bensofenona-3 Não 1,8 0,0
solúvel
Bensofenona-8 1,9 0,3 0,0
Butil-metoxidibenzoil-metano 4,8 2,9 20,6
Salicilato de homomentila 1,6 4,7 4,0
4-isopropil-dibenzoil metano 2,7 3,0 36,8
Antralinato de mentila 15,1 17,1 14,8
75
Octocrileno 0,0 1,1 2,8
Octil-dimetil PABA 3,9 52,8 31,2
p-metoxisinamato de octila 39,1 18,7 18,7
Salicilato de octila 1,5 9,8 0,0
Esta tabela mostra a degradação em porcentagem dos filtros solares em diferentes solventes.
Foram escolhidos três solventes. O óleo mineral, um solvente altamente não polar é um dos lipídios
cosméticos disponíveis mais amplamente usado. O miristato de isopropila é um solvente comumente
usado quando é requerida uma sensação de pele mais seca. Quase todos os filtros solares são
solúveis em miristato de isopropila e, apesar de considerado não polar, sua polaridade é maior que a
do óleo mineral.
Os pigmentos perolizados vêm sendo utilizados desde épocas passadas principalmente devido
ao seu efeito decorativo. Seja revestindo um substrato, seja incorporado a um determinado meio,
proporcionam brilho, relevo e esplendor. Além destas qualidades, alguns pigmentos perolizados podem
ser utilizados não somente pelo seu efeito decorativo, mas também como agentes de proteção contra
raios UV. Os pigmentos são compostos de mica, revestidas por camadas bem finas de dióxido de
titânio.
Quando dispersos em cremes e loções, os pigmentos não somente conferem uma aparência
de pérola ao produto, como reduzem a quantidade de radiação UV que atingem a pele no local de
aplicação.
O seu uso em produtos de proteção aos raios UV permite a redução de concentração de outros
absorvedores orgânicos de raios UV. Todas estas micas revestidas são facilmente dispersas,
insolúveis , inertes e atóxicas.
Embora o dióxido de titânio absorva radiação na faixa UV, os mecanismo pelos quais as micas
revestidas com o dióxido de titânio agem como protetores solar nas fórmulas, não se deve só a
absorção. A reflexão e a dispersão também têm o seu papel. O pigmento que confere maior proteção
UV tem o menor tamanho de partícula e a mais alta concentração de dióxido de titânio.
COSMÉTICA DECORATIVA
Parece natural no homem o uso de substâncias sobre a pele, encontrado mesmo em culturas
mais primitivas, ao lado de adornos e adereços.Inicialmente com atributo religioso e cerimonial, bem
como militar, um exemplo dado pela Antropologia tem-se nas pinturas corporais dos índios americanos
e tribos africanas: Há as pinturas cerimoniais, com uso de substâncias vegetais como o urucum e do
carvão, e ainda de argilas ou pedras moídas. Entre os Aborígines da Austrália as pinturas seguem
intrincadas formas geométricas.
É no antigo Egito que vamos encontrar os primeiros testemunhos do uso de cosméticos. Os 76
faraós tinham nas perucas coloridas formas de distinção social e consideravam a maquilagem dos
olhos ponto de destaque fundamental para evitar olhar diretamente para Rá, o deus -sol. As misturas
de metais pesados davam o tom esverdeado para impregnar e proteger as pálpebras dos nobres. É
também com a civilização egípcia que surge a distinção: "Mulher de pele clara" e "Homem de pele
escura". Cleópatra bem representou o ideal de beleza daqueles tempos. Carismática e poderosa, a
Cleópatra imortalizou seu tratamento banhando-se em leite, cobrindo as faces com argila e maquilando
seus olhos com pó de khol. No Egito Antigo a maquiagem recebeu a destinação que modernamente se
lhe emprega, que é essencialmente o de embelezamento. Nesta cultura a beleza física, tanto de
homens como de mulheres, era realçada com o uso de pinturas à base de hena, sobretudo em torno
dos olhos. Os faraós também usavam a maquiagem em cadáveres pois eles acreditavam, que ao
ressuscitarem, precisavam estar belos.
Dizia-se que Popéia tinha a pele muito branca graças ao resultado de constantes banhos em
leite de jumenta. Ela lançou moda e todas as romanas abastadas eram dadas às máscaras noturnas,
onde ingredientes como farinha de favas e miolo de pão se combinavam ao leite de jumenta diluído
para formar papas de beleza. Mas a verdade é que a bela complementava seus tratamentos de
clareamento da pele maquilando as veias dos seios e testa com tintura azul. Esta aparência translúcida
foi imitada em misturas de giz, pasta de vinagre e claras de ovos durante muitas décadas.
Conta a lenda que Psyché foi buscar no inferno o segredo da pele branca da deusa Vênus,
trazendo a cerusa, ou alvaiade, para compor suas fórmulas mágicas. Até a Renascença italiana esse
mesmo alvaiade era usado durante o dia pelas lindas mulheres nobres, que à noite cobriam suas faces
com emplastros de vitelo crú molhado no leite para minimizar os efeitos nocivos causados pelo
alvaiade.
O Kama Sutra, escrito entre os séculos I e IV, define a mulher ideal como Padmini, aquela que
tem “... a pele fina, macia e clara como o lótus amarelo..."
No Japão, do século IX ao XII, período de Heian, a valorização da pele branca era regra geral.
Para obter a aparência extremamente clara as mulheres aplicavam um pó espesso e argiloso feito de
farinha de arroz, chamado oshiroi. Depois passaram também a usar o beni, pasta feita do extrato de
açafrão, para colorir as maçãs do rosto.
Aproximadamente em 150AC o físico Galeno criou o 1o creme facial do mundo, adicionando
água à cera de abelha e óleo de oliva. Mais tarde o óleo de amêndoas substituiu o azeite e a
incorporação de bórax contribuiu para a formação da emulsão, minimizando o tempo de processo.
Estava aí a primeira base para sustentar os pigmentos de dióxido de titânio e facilitar a aplicação na
face; nascia a base cremosa facial.
Podemos aqui destacar aspectos tecnológicos do preparo de alguns produtos de maquilagem 77
comumente formulados.
A função do pó facial é proporcionar um acabamento suave a pele, mascarando as
imperfeições visíveis e todo brilho devido à oleosidade ou umidade de suor ou de preparações
utilizadas sobre a pele. O objetivo principal do uso de pós faciais é a aparência agradável ao tato. O
grau de opacidade dado pela formulação cosmética pode variar de efeito mate, quase transparente até
brilho translúcido.
Nenhuma substância pura tem todas as características que se quer desta formulação: poder de
aderência, cobertura, absorção, deslizamento, etc.. Os pós faciais modernos são misturas de
constituintes, cada um escolhido por alguma qualidade específica. Substâncias com características de
cobertura mais utilizadas são dióxido de titânio e oxido de zinco.
A segunda função mais importante de um pó facial é a capacidade de eliminar brilho da face,
absorvendo secreções sebáceas e suor. Os componentes que conferem esta propriedade às
formulações cosméticas são: caulim coloidal, amido ( e derivados de amido modificados), gesso
precipitado e carbonato de magnésio.
As propriedades absorventes dos pós faciais ou de seus constituintes podem ser determinadas
pelo método de Hewitt.
O deslizamento é uma propriedade reológica dos pós, que devem ser de facial aplicação,
proporcionando uma sensação de suavidade característica sobre a pele. O deslizamento é transmitido
à formulação cosmética pelo talco e também por sais metálicos como estearato de zinco, e em grau
menor pelo amido. O deslizamento é uma função de lubrificação.
A aderência determina o quanto o pós se sustenta no local de aplicação. Esta propriedade é
basicamente obtida por incluir na formulação dos pós faciais talco, sais metálicos insolúveis em água
como estearato de zinco e de magnésio, sílica e silicatos pulverizados.
As substâncias que são utilizadas para proporcionar luminosidade à formulação cosmética,
variam de formulação e de acordo com a moda, os pós podem ter mais ou menos luminosidade, mas
são basicamente amidos de arroz modificados e seda pulverizada (patente britânica descreve seu
preparo).
Para ceder cor à formulação são usados pigmentos inorgânicos e orgânicos, evitando-se o uso
de pigmentos hidro ou lipossolúveis. Para tal segue-se a legislação de corantes para produtos
cosméticos. Nos Estados Unidos o FoodandDrugAdministration, FDA, regulariza o uso de corantes em
cosméticos, mas só especifica limites de pureza para corantes orgânicos.
Não se deve acentuar excessivamente a importância de perfume em formulações de pós
faciais. Geralmente se perfuma os pós faciais muito sutilmente, somente para conferir uma sensação
agradável na hora da aplicação. Este perfume não deve permanecer na pele após a aplicação do
produto. 78
Para a formulação adequada o profissional com bom conhecimento nas propriedades e
funções dos constituintes das formulações, e com ciência dos detalhes de tipo de consumidor a que se
destina o produto, história da publicidade utilizada e propriedades destacadas não terá dificuldades
para elaboração do produto adequado.
O preparo em escala industrial deste tipo de produto se realiza em um misturador horizontal
com um agitador helicoidal.
As preparações de maquiagens bases em forma de creme essencialmente são suspensões de
pigmentos em uma loção emulsificada. Geralmente a incorporação de pigmentos se realiza a
aproximadamente 50-55ºC, enquanto a emulsão esfria lentamente com agitação. Uma formulação
citada porJanisty em JANISTY, H., Taschenbunch der modernenParfumerieendKosmetik, Stuttgart,
WissenschaftlicheVerlagsgesellschaft, 1966, p. 614, para uma base em creme é:
Mono e diestearato de glicerila (puro) 2,0 partes
Monoestearato de PEG 400 1,0 parte
Ácido esteárico 11,5 partes
Álcool cetílico 0,5 partes
Miristato de isopropila 2,0 partes
Propilenoglicol 12,0 partes
Solução de sorbitol 2,5 partes
Conservante 0,1 partes
Dióxido de titânio 2,2 partes
Talco 8, 0 partes
Pigmentos corantes 1,0 parte
Água 57,4 partes
Habitualmente esta suspensão se homogeniza e se passa por um moinho coloidal.
O batom é uma haste prensada de corante dispersa em uma mistura de óleos, ceras e
gorduras embaladas em um tubo de recolher.
Os batons são utilizados para obter uma cor atrativa dos lábios acentuando seus traços bonitos
e mascarando quaisquer imperfeições. Também podem ser utilizados com uma finalidade de
hidratação e de recuperação da integridade da superfície dos lábios.
Tais cosméticos são úteis não apenas para acentuar os lábios, mas também para dar
lubrificação e atuar como filtro solar.
Cosméticos labiais podem cobrir imperfeições e redefinir lábios malformados por deformidade
cirúrgica ou congênita.
Existem diversos tipos de cosméticos de lábios: batons, crayons, cremes, delineadores, 79
seladores e pomadas labiais. Veja o quadro abaixo:
A coloração de lábio tem sido usada desde o tempo dos Somerianos, datando a 7.000 aC. A
prática tem sido manipulada por muitas gerações desde os egípcios, sírios, babilônicos, persas,
gregos, romanos até as civilizações atuais. Geralmente materiais vegetais, como açafrão híbrido ou
pau-brasil, foram usados para obter uma cor avermelhada. Os batons mais antigos verdadeiros
consistiam em cera de abelha, sebo e pigmento.
O batom atual foi introduzido em torno de 1920, quando o estojo de recolher (rool-up), ainda
usado atualmente, foi inventado. Outras fórmulas de batons, incluindo líquidas, lápis e aplicadores
automáticos, têm sido introduzidas, mas batom permanece sendo o produto de vendas mais altas.
Batons são misturas de ceras, óleos e pigmentos emconcentrações variáveis para obtenção
das características do produto final. Por exemplo, um batom projetado para permanecer nos lábios por
um período de tempo prolongado é composto de muita cera, pouco óleo e alta concentração de
pigmento. Por outro lado, um produto projetado para uma sensação cremosa suave nos lábios é
composto de concentrações de pouca cera e muito óleo. 80
As ceras comumente incorporadas em fórmulas de batons são ceras de abelha branca, de
candelila, de carnaúba, de ozoquerita, de lanolina, de ceresina e de outras ceras sintéticas. Geralmente
batons contêm uma combinação dessas ceras cuidadosamente escolhidas e misturadas para atingir o
ponto de fusão desejado. Óleos escolhidos, como óleo de castor, óleo mineral branco, óleo de lanolina,
óleos vegetais hidrogenados ou álcool oleila, são utilizados para formar uma película adequável para
aplicação aos lábios. Os óleos também são necessários para dispersão dos pigmentos.
Diversos tipos de substância colorantes são usados em batons. Coloração indelével, ou
descoloração labial, é atingida através do uso de ácidos de bromo, consistindo em fluorescinas,
fluorescinahalogenadas e tinturas relacionadas insolúveis em água. Outros pigmentos consistem em
materiais de tintura insolúveis e cores de pigmentos. Pigmentos metálicos são tinturas insolúveis
precipitadas ou “pigmentadas” em um substrato metálico como alumínio. Por exemplo, FD&C Azul nº 1
é um corante azo precipitado em alumínio que transforma a tintura insolúvel em pigmento. Outras cores
de pigmentos são baseadas em sais de cálcio ou bário.
A segurança das substâncias de coloração usada em batons tem recebido muita atenção. O
FDA divide cores certificadas em três grupos: cores do Food, DrugandCosmetic (FD&C), cores do
Drug&Cosmetic (D&C) e cores do ExternalDrugs&Cosmetics.
Apenas os dois primeiros grupos podem ser usados em batons. As cores do
ExternalDurg&Cosmetics só podem ser usadas em locais nos quais não entrem em contato com
mucosas. Os colorantes listados no quadro abaixo são comumente aprovados para uso em batons nos
Estados Unidos.
83
11 CONTROLE DE QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE PRODUTOS COSMÉTICOS
Ensaios Físico-Químicos
o Determinação de pH
o Determinação de Viscosidade
o Determinação de Densidade
o Determinação de Materiais Voláteis e Resíduo Seco
o Determinação do Teor de Água/Umidade
o Granulometria
o Teste de Centrífuga
Ensaios Químicos
o Determinação Química – Análise Qualitativa e Quantitativa
BATISTUZZO, J.A.O., Itaya, M., Eto, Y. Formulário Médico-Farmacêutico. 2 ed. São Paulo:
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FERREIRA, A.O. Guia Pratico de Farmácia Magistral. 2 ed. Juiz de Fora: Edição do próprio
autor, 2002.
LE HIR, A. Noções de Farmácia Galênica. 6 ed. São Paulo: Organização Andrei Editora, 1997.
MENDHAM, J.; DENNEY, R. C.; BARNES, J. D.; THOMAS, M. J. K. Vogel: análise química
quantitativa. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC-Longman, 2002.
90
MIRANDA, A.L.A. Estudo atualizado das Boas Práticas de Fabricação. Edição do próprio autor.
São Paulo, 2007
OLIVEIRA, C.T. Apostila de Controle de Qualidade. Edição do próprio autor. São Paulo, 2005
PEYREFITTE, G. Cosmetologia, Biologia Geral, Biologia da Pele. São Paulo: Organização Andrei
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