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CONTEÚDO

ESTÉTICA E BELEZA
TECNOLOGIA FARMACEUTICA
EM COSMÉTICOS
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Bibliotecário responsável: Tiago Pereira Nocera CRB 1/2995
Portal Educação
P842t Tecnologia farmacêutica em cosméticos / Portal Educação.- Campo
Grande: Portal Educação, 2015.
91p. : il.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-436-0361-2

1.Tecnologia farmacêutica. 2. Cosméticos. I. Portal Educação. II. Título.


CDD 646.726
SUMÁRIO

1 CONCEITO DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA ..................................................3


2 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA NA
INDÚSTRIA E FARMÁCIA HOSPITALAR ...........................................................................................6
3 ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO FARMACÊUTICA E COSMÉTICA ..............................................13 2
4 LEGISLAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS...........................................22
5 REQUISITOS TÉCNICOS ESPECÍFICOS PARA PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL,
COSMÉTICOS E PERFUMES.............................................................................................................26
6 ASPECTOS EVOLUTIVOS E IMPLANTAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS ............................................................................28
7 PRÉ- FORMULAÇÃO E FORMULAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS.34
8 DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS E COSMÉTICAS ..........38
9 ADJUVANTES EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS ............................................42
10 FORMAS COSMÉTICAS PLÁSTICAS: DESODORANTES, ANTIPERSPIRANTES, DENTIFRÍCIOS50
11 CONTROLE DE QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE PRODUTOS COSMÉTICOS........................84
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................89
1 CONCEITO DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA

A Tecnologia pode ser definida como a aplicação de vários conhecimentos com objetivo
industrial.
Do grego “tecno” ofício e “logia” estudo o significado da palavra tecnologia abrange o
conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ ou utilizados a
3
partir deste conhecimento.
O dicionário Aurélio define tecnologia como o conjunto de conhecimentos, especialmente
princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade.
É a aplicação dos conceitos teóricos e científicos com objetivo de produção, obtenção de um
produto final.
O estudo da tecnologia implica na idéia de industrialização, na idéia de produção em larga
escala. A industrialização é regida pelo binômio investimento-retorno. O poder aquisitivo da sociedade
pressiona a demanda com o conseqüente desenvolvimento da tecnologia, pois ela contribui para
atender as necessidades deste mercado consumidor.
A preparação de formas farmacêuticas e cosméticas deve responder as exigências de
exatidão, de estabilidade e de segurança para a elaboração de um produto final seguro e eficaz para
consumidor.
A tecnologia farmacêutica é a parte das ciências farmacêuticas que estuda a elaboração e
transformação de substâncias medicamentosas em formas farmacêuticas, bem como formas
cosméticas, com ênfase na obtenção de grandes lotes de produtos, de sua estabilidade e seu
armazenamento.
O que a tecnologia farmacêutica estuda é a transformação. Processos de transformações de
substâncias em produtos farmacêuticos que possam ser administrados em seres vivos. O mesmo
conceito aplica-se à produção de produtos cosméticos.
Os produtos farmacêuticos, medicamentos, e os produtos cosméticos apresentam-se sob
diversas formas, as chamadas formas farmacêuticas e as formas cosméticas, e elas são resultado da
modificação de matérias-primas (produtos naturais, de síntese e obtidos por processos
biotecnológicos). Esta modificação é feita em várias etapas, complexas, chamadas de operações
unitárias.
A indústria da beleza é um dos setores que mais crescem no Brasil. Em 2002, só o setor de
cosméticos registrou um faturamento de R$ 9,6 bilhões, que garantiu ao Brasil o quinto lugar entre os
consumidores de cosméticos do planeta. O crescimento do setor foi de 7,4% sobre 2001. Comparado
com o crescimento negativo de 1,5% da indústria em geral, registrado no mesmo período, o setor se
revela como de especial atratividade para novos investimentos e negócios.
Podemos definir cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes como preparações
constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo
humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas
da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência,
corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado.
E assim, cosmetologia como a ciência que estuda as matérias-primas e os produtos 4
cosméticos destinados ao embelezamento, limpeza, manutenção e melhoria das características dos
cabelos, pele e seus anexos, dando suporte à fabricação dos produtos cosméticos permitindo verificar
suas propriedades e eficiência.
O setor de cosméticos atualmente busca uma eficácia da tecnologia moderna versus o prazer
do cliente na utilização do produto.
O investimento em novas tecnologias leva ao surgimento de novas matérias primas e
subseqüentemente ao aparecimento de novos produtos e eventualmente de novas funções para os
produtos. Analisando desta forma, o tempo de vida dos produtos cosméticos é curto.
A indústria constantemente esforça-se para oferecer aos seus clientes produtos inovadores, e
ao mesmo tempo os consumidores têm a disposição em aceitar estes produtos efetivos. Então
constantemente a indústria cosmética depara-se com o binômio: oportunidade de crescimento versus
desafio de inovação.
Através do conhecimento de seus consumidores, cada vez mais, as empresas lançam novos
produtos específicos, deixando de lado a idéia, um pouco, utópica do “produto cosmético universal”.
Em um mercado excessivamente competitivo há a necessidade urgente de criatividade e
agilidade, sempre.
As principais tendências do mercado de produtos cosméticos variam com muita rapidez.
Podemos citar como exemplo a tendência do uso de aromaterapia na cosmetologia.
A idéia desta tendência é trazer para o produto cosmético sensações, através do olfato pelo
uso tópico: massagens, banhos, compressas, etc. É a aplicação de óleos essenciais em cosméticos.
Esta tendência busca o bem-estar do consumidor que vive a agitação da vida moderna, o estresse.
Outra forte tendência é voltada para o mercado masculino. Há o crescimento mundial em
produtos para o cuidado do homem chamado de “personalcare for men”. Verifica-se um
aumento significativo do consumo de produtos cosméticos por homens. Este aumento levou ao
investimento por parte das empresas em produtos específicos para o uso masculino, respeitando as
características fisiológicas, de praticidade, de embalagens para este tipo específico de consumidor.
Na busca por cosméticos mais atualizados do ponto de vista da tecnologia, embates entre o
tecnicismo e o aspecto mercadológico são muito comuns.
Talvez o desafio maior seja criar produtos globalizados, considerando a globalização e a
existência de mercados comuns, sem fronteiras formais.
E, em um mercado ávido por novidades, muitos fabricantes de cosméticos essencialmente
preocupados com o lucro costumam cometer um erro tático usual, que é o de incluir matérias-primas
relativamente novas em seus produtos sem, contudo, se preocupar com a sinergia com os outros
ingredientes e com a eficácia propriamente dita do produto. 5
A boa prática da atualização tecnológica, é claro, repudia esse procedimento, que, mais cedo
ou mais tarde (geralmente mais cedo) acaba sendo desmascarado e desqualificado pelo consumidor
mais esclarecido, colocando a imagem da empresa em risco.
Uma forma relativamente simples e produtiva que ajuda a resistir à tentação do lucro fácil e a
garantir para a empresa resultados vantajosos em longo prazo é, sem dúvida, investir no
fortalecimento, no treinamento e na formação de seus respectivos corpos técnicos.
2 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E COSMÉTICA NA
INDÚSTRIA E FARMÁCIA HOSPITALAR

Os medicamentos, bem como os cosméticos são resultado de várias operações a que se


submetem as substâncias medicamentosas, os ativos, os excipientes a fim de facilitar a sua aplicação,
administração, alterar características organolépticas e principalmente assegurar a sua ação desejada.
Como se compreende, existem inúmeras fórmulas que representam diversas formas
6
cosméticas ou formas farmacêuticas, o conceito de fórmula depende exclusiva e unicamente dos
critérios qualitativo e quantitativo que preside à sua elaboração.
Em 1915, Arthur Little estabeleceu o conceito de "operação unitária", segundo o qual um
processo químico seria dividido em uma série de etapas que podem incluir: transferência de massa,
transporte de sólidos e líquidos, destilação, filtração, cristalização, evaporação, secagem, etc. Cada
uma das etapas seqüenciais numa linha de produção industrial é, portanto, uma operação unitária. O
conjunto de todas as etapas, compõe um processo unitário.

OPERAÇÃO

ENTRADA SAÍDA
CONVERSÃO
matéria prima produtos

PROCESSO

PROCESSO

Processos unitários são:


1. Transformações químicas aplicadas ao processamento industrial;
2. Conjunto de operações necessárias para a condução de uma determinada reação
(transformação) química em larga escala;
3. Transformação da matéria-prima (entrada, alimentação ou input) em produtos (saída
ou output) desejados.

Operações unitárias são:


1. Transformações físicas sofridas durante o processo;
2. Transformações físicas (massa) ou físico-químicas (energia e massa) que ocorrem
durante um processo;
3. Grupo de transformações químicas, físicas ou biológicas que ocorrem durante um
processo de transformação.
Exemplos: Armazenamento,mistura, filtração, fermentação, esterilização, etc.

O processamento de matérias primas em medicamentos ou cosméticos pode parecer


complexo na diversidade de operações envolvidas, mas uma análise cuidadosa mostrará que estes 7
processos complicados podem ser separados em operações simples. Como exemplo podemos utilizar
o aquecimento, tão comum na indústria para o preparo de medicamentos ou cosméticos, existem
inúmeras razões para um aquecimento, como o processamento de uma emulsão, a dissolução de um
açúcar, um processo de esterilização.
Num processo industrial temos que analisar a extensão deste aquecimento e em que
condições ele será realizado. Em operações unitárias este processo físico é chamado de transferência
de calor.
Na preparação de formas cosméticas e farmacêuticas é muitas vezes necessário proceder à
separação das partículas suspensas num líquido, desse mesmo líquido. Muitas vezes o objetivo é
separar de um líquido, precipitados amorfos ou cristalinos, materiais coloidais ou gotículas de líquidos
insolúveis. Ainda podemos pensar em separar deste líquido microorganismo, então a definição pode se
ampliar especificando-se esterilidade.
O conceito essencial que devemos assimilar é a divisão do processamento de medicamentos e
cosméticos em operações unitárias que dependem de conceitos físicos específicos.
Operações unitárias importantes na indústria farmacêutica e cosmética são as de fluxo fluido,
transferência de calor ou energia, secagem, evaporação, processos de equilíbrio de contato (que
incluem destilação, extração, absorção de gás, cristalização), separações mecânicas (que incluem
filtração, centrifugação, sedimentação), redução de tamanho e mistura.
Podemos ainda analisar que na farmácia hospitalar, os processos de unitarização de dosagens
são realizados através de operações unitárias.
A importância da escolha das operações unitárias na técnica de preparo de um produto,
farmacêutico ou cosmético, leva à qualidade final do produto e ao sucesso do processamento.

São operações unitárias de separação aquelas que desagregam uma mistura em seus
componentes ou fases de um determinado sistema.
 Tamisação: tamisar é separar um material granuloso de acordo com o tamanho de
partículas. Para tal são usadas superfícies perfuradas (tamises com poro dediâmetros definidos) que
permitem a passagem das partículas mais finas e impedem a passagem dos maiores. Os tamises são
formados por uma trama de fios que deixam intervalos livres entre os mesmos, denominados aberturas
ou malhas. Para um controle granulométrico, a malha deve ser muito regular e também o menos
deformável possível. Os tamises de controle são fabricados em fios de metal fixados a um bordo
cilíndrico rígido. Cada tamis é designado por um número que corresponde ao espaço vazio de cada
malha expresso em micrômetros. As farmacopéias geralmente descrevem uma lista de tamises de
controle com os limites tolerados para as aberturas e para o diâmetro dos fios para cada peça.
 Extração: é a operação que separa uma mistura de substâncias por dissolução de uma 8
dada substância ou mais por intermédio de solventes ou mistura de solventes. Os métodos de extração
utilizados pela industria farmacêutica são: maceração, digestão, percolação e turboextração.
 Prensagem: é a operação que separa um líquido de seu material por compressão do
mesmo contra uma prancha perfurada que permite a passagem do líquido. Esta operação é
comumente utilizada para a obtenção de extratos de drogas vegetais.
 Filtração: é o processo em que partículas são separadas de um líquido pela passagem
deste através de um material permeável (filtros).A filtração é a operação unitária em que sólidos
suspensos num líquido (ex. alimentação, suspensão, dispersão) são forçados a passar por um meio
poroso no qual ficam depositados ou retidos.Há filtros em papel de celulose muito pura de diferentes
porosidades e, para cada aplicação, deverá o papel de filtro ser escolhido de modo a permitir a
velocidade máxima de filtração mas retendo ainda todas as partículas de precipitado, incluindo as
menores. Se as dimensões destas forem desconhecidas, a escolha do filtro far-se-á por tentativas. A
sua porosidade deverá ser suficientemente apertada para reter todas as partículas sólidas mas não
excessivamente apertada pois tornaria então a velocidade de filtração desnecessariamente lenta. Há
várias marcas de papel de filtro, por exemplo, Whatman, Munktells, Durieux, Schleider&Schuell,
devendo consultar-se as especificações indicadas pelo fabricante.
 Sedimentação: é um processo de separação em que a mistura de dois líquidos ou de
um sólidosuspenso num líquido é deixada em repouso. A fase mais densa, por ação da gravidade
deposita-se no fundo do recipiente, ou seja, sedimenta. Um dos principais motivos de sua importância
em processos industriais é o fato de sedimentos serem prejudiciais em operações hidráulicas.
 Decantação: é um processo de separação que permite separar misturas heterogéneas
de sólidos com líquidos. Utilizada em sistemas bifásicos (areia e água), sólido-gás (poeira-gás), líquido-
líquido (água e óleo) e líquido-gás (vapor d’água e ar). Este processo é fundamentado nas diferentes
densidades dos componentes da mistura. Primeiro deixa-se o mais denso "sedimentar" no fundo, em
seguida verte-se o líquido lentamente com a ajuda de um bastão de vidro para outro recipiente.
 Centrifugação é um processo de separação em que a força centrífuga relativa gerada
pela rotação da amostra é usada para sedimentarsólidos em líquidos, ou líquidos imiscíveis de
diferentes densidades, separando-os. força centrífuga relativa (FCR) é gerada quando uma partícula ou
conjunto de partículas é sujeito a um movimento circular.De acordo com a segunda lei de Newton, uma
partícula em movimento uniforme linear não perturbada por forças exteriores continuará com este tipo
de movimento. Isto significa que terá uma velocidade constante e uma trajetória retilínea.Quando a
partícula é forçada a descrever uma trajetória circular (tomando portanto uma determinada velocidade
angular), uma força é exercida na partícula de modo a tentar continuar na trajetória rectilínea. Essa é a
força centrífuga relativa, cuja intensidade aumenta com o quadrado da velocidade angular, sendo
directamente proporcional ao raio da circunferência descrita e à massa da partícula. 9
 Concentrar: é o processo de separar parcialmente o solvente de uma solução
transferindo-se o mesmo para o estado gasoso, até se alcançar uma determinada concentração na
solução.
 Destilação: é a operação de separar uma mistura de líquidos ou uma solução por
evaporação e posterior condensação do vapor.A destilação fracionada serve para realizar a separação
em uma mistura de produtos, utilizando a propriedade física ponto de ebulição. Ela é um processo de
aquecimento, separação e esfriamento dos produtos e é empregada quando a diferença entre os
pontos de ebulição dos líquidos da mistura é menor. Um aparelho mais sofisticado e um pouco mais de
tempo são necessários. No aparelho de destilação fracionada existe uma coluna de fracionamento que
cria várias regiões de equilíbrio líquido-vapor, enriquecendo a fração do componente mais volátil da
mistura na fase de vapor. Neste método de destilação, usa-se um balão de destilação (alambique, ou
refervedor, dependendo da escala de produção), uma coluna de Vigreux (coluna de destilação, quando
em indústria), um condensador e um receptor. A mistura a ser purificada é colocada no balão de
destilação, que é aquecido. Surge então um vapor quente. Ele sobe pela coluna, mas vai se resfriando
ao longo dela e acaba por condensar-se. Com a condensação, forma-se um líquido, que escorre para
baixo pela coluna, em direção à fonte de calor. Vapores sobem continuamente pela coluna e acabam
por encontrar-se com o líquido. Parte desse líquido rouba o calor do vapor ascendente e torna a
vaporizar-se. A uma certa altura um pouco acima da condensação anterior, o vapor torna a condensar-
se e escorrer para baixo. Este ciclo de vaporização e condensação ocorre repetidas vezes ao longo de
todo o comprimento da coluna.

São operações unitárias de união aquelas que unem ou juntam substâncias em estados ou
formar desejadas, formando um sistema homogêneo.
 Misturar: é repartir uniformemente duas ou mais substâncias entre si por meio de
processos físicos. As substâncias podem ser sólidas, líquidas ou gasosas, devem constituir uma
mistura homogênea que tenha em todos os pontos do sistema a mesma composição. A
homogeneidade assegura a exatidão de dose, por exemplo, por isso a operação de mistura deve ser
realizada com cuidado e acuidade. A mistura é uma operação básica que pode ser mecanizada com
facilidade.
São operações unitárias de transferência de energia àquelas que alteram de maneira
permanente ou temporária o estado físico dos materiais.
 Refrigeração: diminuir a temperatura de um corpo. Conservação de alimentos e
fármacos de origem biológica.
o Diminuir ou impedir crescimento de microrganismos;
o Inativação enzimas que possam deteriorar estes materiais. 10
o Etapa importante da liofilização.
 Evaporação: vaporização de um líquido e com a concentração da fase líquida restante.
 Fusão: incorporação de materiais sólidos insolúveis em um excipiente sólido.
 Cristalização: obtenção de um produto sob a forma de cristais (ordem definida).
o Através do resfriamento de uma solução quente concentrada;
o Evaporação do solvente;
o Adição no qual o soluto seja pouco solúvel;
o Resfriamento de uma amostra fundida abaixo do seu ponto de fusão.
 Pasteurização: tratamento térmico para inativar microrganismos e enzimas, através de
uma combinação adequada de temperatura e tempo.
 Destilação: fracionamento ou destilação fracionada, visa a separação dos constituintes
de uma solução de acordo com a volatilidade dos mesmos.
 Secagem:um dos mais antigos métodos de conservação; visa a eliminação da umidade
contida em um material.
o Sólidos e gases úmidos.
o Fármacos: conservação, redução de volume e redução do tamanho das partículas.
 Liofilização:eliminação da umidade através da sublimação. Técnica especial de
secagem (desidratação) importante na preservação de materiais sensíveis ao calor.
Trocadores de calor são equipamentos projetados para realizar transferência de
energia. Os equipamentos que realizam estas operações são conhecidos por diferentes nomes tais
como: pasteurizadores, freezers, aquecedores, fornos, reatores, etc. Para o planejamento e escolha de
um trocador de calor é necessário conhecer mecanismo de transferência de energia e quantificá-la
adequadamente.
Os processos industriais, quer sejam eles, para o preparo de medicamento ou de cosméticos,
bem como os processos de manipulação de fármacos em escala artesanal ou hospitalar utilizam a
água como o mais comum excipiente e/ou veículo.
A qualidade de água utilizada para uso farmacêutico depende de especificações para o produto

QUANTAS QUALIDADES DE ÁGUA


SÃO USADAS NA INDÚSTRIA
FARMACÊUTICA? 11
a ser realizado.

Definidos pela USP (United StatesPharmacopeia) temos as qualidades principais: AP e API e


as qualidades derivadas: água purificada estéril, água estéril para injetáveis, água estéril para inalação,
água estéril para irrigação.
A USP 24 Official Monographs, pág. 1753 define:

A água purificada é a água obtida por um processo apropriado. Ela é


preparada com água que atende as especificações da usepa
(usenviromentalprotectionagencynationalprimarydrinkingwaterregulations) ou
regulamentações comparáveis da união européia ou Japão. Ela não contém
substâncias adicionadas.

ÁGUA PURIFICADA ÁGUA PARA


INJETÁVEIS
CONDUTIVIDADE Não maior que 1,3 Não maior que 1,3
S/cm, 25ºC S/cm, 25ºC

pH 5,0-7,0 5,0-7,0

Total de carbono Não maior que 500 Não maior que 500
orgânico ppb ppb
Carga biológica total Não deve exceder Não deve exceder 10
100 CFU/mL CFU/mL
Endotoxina N/A Não maior que 0,25
unidades de endotoxina/mL

Nível de coliformes Zero por 100 mL Zero por 100 mL

S/cm= unidade de condutividade da água


O tratamento para a água é específico para cada tipo de água e devem ser validados.
Entende-se por validação a garantia que o sistema de água de elevada pureza poderá ser
reproduzido consistentemente dentro dos limites das faixas de qualidade definidas, quando operado da
maneira prescrita.

12
3 ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO FARMACÊUTICA E COSMÉTICA

A cadeia dos produtos farmacêuticos abrange as etapas da produção, distribuição, transporte e


dispensação. As empresas responsáveis por cada uma destas etapas são solidariamente responsáveis
pela qualidade e segurança dos produtos farmacêuticos objetos de suas atividades específicas.
O planejamento, a programação eo controle de produção consistem inicialmente em um
conjunto de funções inter-relacionadas que objetivam comandar o processo produtivo e coordená-lo 13
com os demais setores administrativos da empresa.
Num regime de produção artesanal é desnecessário o sistema formal de planejamento,
programação e controle de produção. Porém com o abandono do regime de produção artesanal nas
empresas, visando reduzir custos operacionais, surgiu a especialização do trabalho e o fenômeno de
departamentalização.
Para se produzir com eficiência é necessário comunicar aos departamentos produtivos quais
operações devem ser executadas e quando convém que estas sejam executadas. Esta determinação
deve ser feita de forma racional, se existir disponibilidade de um conjunto de informações: saldo em
estoque, vendas previstas, componentes de produtos acabados, processo produtivo de cada
componente ou de etapas, capacidade produtiva disponível, tempos de fabricação, padrões de custos,
etc..
Dependendo da estrutura administrativa da empresa estas informações poderão estar
disponíveis em seções diferentes ou centralizadas num departamento geralmente denominado de
PPCP: Planejamento, Programação e Controle de Produção.
LINHAS DE PRODUTOS CAPACIDADE PREVISÃO DE VENDAS
CONTROLE DE
PRODUTIVA
ESTOQUES

PROCESSO DE CARGA DE MÁQUINA


FABRICAÇÃO

14
PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E
CONTROLE DE PRODUÇÃO
FINANÇAS

COMPRAS
FABRICAÇÃO E CONTROLE DE
MONTAGEM EFICIÊNCIA

O planejamento do processo produtivo inclui:


 Planejamento geral da produção: independe do processo de uma ordem de produção
isolada. Consiste em preparar-se para se estabelecer como, ondee a que custo será feito cada produto.
Para isto é necessário manter em disponibilidade um conjunto de informações sobre:
o Arranjo físico, equipamentos disponíveis, locais de trabalho e manuseio de materiais.
o Cálculo anual de capacidade instalada.
o Padrões e dados de programação.
o Métodos padronizados de produção.
o Listas de matérias primas, insumos auxiliares e materiais de embalagem.
Este tipo de planejamento deve se orientar no planejamento empresarial e no
planejamento de vendas.
 Planejamento da produção: tem por função o uso de recursos humanos, máquinas e
materiais para a fabricação dos produtos e atender aos pedidos com o menor custo. A principal
preocupação é com as oscilações de estoques de matérias primas,materiais de confeccionamento,
produtos em processo e produtos acabados.
A programação da produção consiste na determinação dos produtos e em que quantidades
devem ser fabricados num determinado período de tempo, estabelecendo uma seqüência de
prioridades. Significa estabelecer uma agenda de produção definindo o que, onde e quanto deve ser
produzido.
O controle da produção é uma atividade inteiramente interligada com a programação. Após a
emissão e distribuição das ordens de fabricação é necessário estabelecer uma sistemática de controle.
Os principais métodos de controle são: visual,global, por exceção e autocontrole.
Os sistemas produtivos têm geralmente as seguintes características: a) o primeiro recurso tem
sempre material disponível para trabalhar, b) há quantidade pré-fixada (finita ou infinita) de capacidade
de armazenagem de materiais entre os recursos e c) o material é empurrado pela linha de produção 15
até que o último recurso o processe e o libere na forma de produto acabado. A produção de cada
recurso pode ser interrompida normalmente por dois motivos: falta de material para processar ou
bloqueio devido à presença de um pulmão de armazenagem no nível máximo a sua frente. O último
recurso nunca fica bloqueado.
São considerados quatro sistemas de gestão da produção, todos se diferenciando pela
maneira como controlam seus estoques.
O primeiro deles, aqui denominado Reorder Point (ROP), já foi definido anteriormente.
O segundo sistema a ser analisado é o Kanban, que faz parte de uma filosofia mais ampla de
administração desenvolvida pela Toyota Motor Corporation, denominada Sistema de Produção da
Toyota. Por intermédio desse sistema a produção de um recurso é disparada segundo a necessidade
de peças do recurso que o procede. Dessa forma, partindo-se das necessidades da demanda final,
todo o processo produtivo é "puxado” até que se alcance as necessidades de produção do primeiro
recurso fabril. Para viabilizar esse tipo de sistema, cartões tipo Kanban são utilizados, os quais
determinam um lote de peças para cada item da mistura de produção da fábrica.
O sistema Conwip é uma forma mais específica de Kanban, já que também é baseado em
sinais. Entretanto, no CONWIP, os cartões realizam um circuito que inclui a linha de produção inteira.
Para tanto, um cartão é fixado em um contêiner-padrão de peças no início da linha. Há um número
predefinido de cartões que define uma quantidade fixa e constante de estoques (CONstantWIP) para a
linha. Quando um contêiner é usado no final da linha, o cartão é removido e enviado de volta para o
início, onde ele espera na fila de cartões para eventualmente ser fixado em outro contêiner de peças.
Enquanto no sistema Kanban cada cartão é usado para sinalizar a produção de uma peça
específica, no CONWIP os cartões são designados para toda a linha de produção e não correspondem
a uma peça específica. A necessidade específica de uma peça é determinada segundo uma lista
(backlog) de itens demandados. Quando o trabalho é necessário ao primeiro centro de processamento
da linha, um cartão é removido da fila e marcado com o primeiro tipo de peça da lista para o qual
matéria-prima ou componentes estão presentes.
O quarto sistema de gestão da produção aqui estudado é o tambor-pulmão-corda (TPC)
baseado na Teoria das Restrições.
Este método reconhece que há poucos recursos com restrição de capacidade (RRCs) que irão
impor o índice de produção da fábrica inteira (tambor). Para garantir que a produção desse recurso não
seja interrompida por falta de peça, cria-se na frente dele um inventário que protegerá o ganho das
vendas da fábrica contra a maioria das interrupções que possam ocorrer em um intervalo de tempo
predeterminado (pulmão de tempo). Com o objetivo de impedir que haja aumento desnecessário nos
níveis de estoque em processo, o material é liberado para a fábrica no mesmo ritmo com que o recurso 16
restritivo o consome (corda), mas com defasagem no tempo equivalente ao pulmão de tempo
estabelecido.
O PPCP pode ser considerado como um sistema nervoso da organização.
Ele recebe autoridade da diretoria, a qual reflete os desejos da alta direção, no que diz respeito
ao volume de serviços a serem alcançados num determinado período de tempo.
Recebe também instruções da área de desenvolvimento de produtos e transforma-as em
requisitos de materiais de produção.
Recebe instruções do setor de vendas, no que se refere aos produtos e quantidades previstas
para distribuição. Mantém o departamento de finanças permanentemente informado em relação às
produções encomendadas em curso e problemas de fornecimento de materiais.
O PPCP está em constante ligação com o Controle de Qualidade, recebendo informações da
qualidade dos materiais dos fornecedores. Através de permanente interação com o setor de
desenvolvimento de novos produtos estimula o desenvolvimento de novos projetos.
Porém sua ligação mais intensa é com a fabricação, a qual executa as tarefas planejadas e
programadas.
À medida que o porte das instalações industriais se torna progressivamente maior e as
inovações tecnológicas introduzem escalas de produção cada vez maiores (hoje já se trabalha com
reatores de 10 toneladas!) torna-se crescente e fundamental a importância dos serviços de
manutenção.
Certas atividades de manutenção sempre foram encaradas como problemáticas para
determinados processos industriais, principalmente no caso de indústrias de alto risco como as
químicas e petroquímicas. Os serviços de manutenção são preocupações não exclusivas da área de
manutenção, elas devem ser tanto da área de processo como da empresa como um todo.
Se por um lado a manutenção representa um custo, por outro assegura maior disponibilidade
dos equipamentos para a produção.
Sua contribuição para a rentabilidade do empreendimentoserá diretamente proporcional ao
saldo da diferença entre a receita adicional que proporciona seus próprios custos.
Avaliar as perdas decorrentes de uma paralisação não programada de uma atividade industrial
pode não ser um cálculo fácil de ser feito.
Embora não exista uma linguagem padronizada, pode-se relacionar os tipos de manutenção
como:
 Manutenção programada;
 Manutenção corretiva;
 Manutenção preventiva;
 Manutenção de quebra. 17
Outra questão a ser abordada no processo de organização e produção industrial é a avaliação
de desempenho.
O processo de avaliação de desempenho pressupõe que o desempenho de uma organização
depende do desempenho de cada pessoa e da atuação dessa pessoa na equipe ou no grupo de
trabalho. A avaliação de desempenho deve avaliar o passado, corrigir desvios no presente e definir
ações para o futuro.
A avaliação de desempenho pode ser chamada de avaliação 360 graus, avaliação de
eficiência, avaliação de mérito, avaliação pessoal, feedback 360 graus, gestão de competências,
mapeamento de competências, relatório de progresso, entre vários outros nomes.
O mais importante não é o nome que a avaliação de desempenho recebe, mas como ela é
aplicada e como os resultados obtidos são utilizados pela organização.
O relacionamento homem/trabalho é governado por aquilo que faz o indivíduo executar tarefas,
o que motiva sua ação.
Comumente o administrador, para conseguir maior produtividade por parte de empregados em
todos os níveis, usa de artifícios como participação nos lucros, acordos de produtividade, treinamento
para trabalhos em grupo, novos métodos de seleção, etc.. Estas e outras técnicas estão voltadas para
as relações entre o empregado e as suas tarefas. Elas procuram fundamentalmente influenciar os
sentimentos de uma pessoa na direção da execução de sua tarefa de tal forma que o seu esforço seja
mantido, ou melhor ainda, aumentado: motivar o trabalhador.
A finalidade básica da avaliação de desempenho é fornecer dados para a utilização racional
dos recursos humanos da empresa. Não visando apenas uma melhoria salarial, por exemplo.
Avaliação de desempenho é uma ferramenta de gestão de pessoas que corresponde a uma
análise sistemática do desempenho do profissional em função das atividades que realiza, das metas
estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimento.
O objetivo final da avaliação do desempenho é contribuir com o desenvolvimento das pessoas
na organização e com o sucesso da organização.
Os principais objetivos da avaliação de desempenho são:
 Melhorar os resultados das pessoas e da organização;
 Conhecer o potencial de cada pessoa em relação a novos desafios;
 Identificar necessidades de treinamento e desenvolvimento;
 Proporcionar oportunidades de crescimento profissional e de participação na
organização;
 Identificar problemas e oportunidades de melhoria relacionados à gestão de pessoas;
 Suportar decisões sobre remunerações, promoções, transferências e desligamentos;
 Estimular e incentivar o crescimento profissional e o desenvolvimento de novas 18

competências;
 Proporcionar maior adequação ao trabalho e maior produtividade;
 Melhorar a comunicação e as relações interpessoais.
Os agentes envolvidos no processo de avaliação de desempenho são:

Avaliado – Colaborador que será avaliado, seja chefe ou subordinado;


Avaliador – Colaborador que avalia; pode ser gestor (superior hierárquico), par (mesmo nível
hierárquico do avaliado, função equivalente ou colega de trabalho), subordinado e/ou o próprio
colaborador (autoavaliação).
Coordenação – Coordenador do processo de avaliação, geralmente a área de Recursos
Humanos ou Gestão de Pessoas;
Comitê de Avaliação – Comissão de RH formada por representantes das áreas internas;
Consultoria – Empresa ou pessoa contratada para implementar o processo de avaliação de
desempenho, principalmente se o processo for eletrônico.

A avaliação de desempenho traz benefícios para avaliados e avaliadores: colaboradores,


gestores (diretores, gerentes, chefes, coordenadores, supervisores e líderes) e organizações.

Benefícios para o AVALIADO:


Compreensão dos requisitos de desempenho e o que leva a melhorá-los;
 Autoconhecimento;
 Avaliação dos resultados alcançados;
 Identificação de necessidades de treinamento e reciclagem;
 Autodesenvolvimento pessoal e profissional.

Benefícios para o AVALIADOR:


 Visão de planejamento de longo prazo das necessidades de sua área em termos de
competências e recursos humanos;
 Discernimento para tomar decisões relacionadas com aumentos de salário por mérito,
relatividades salariais, promoções, treinamento e desenvolvimento, contratações e outros assuntos
relacionados à gestão de pessoas;
 Melhoria do nível de comunicação e de relacionamento com a equipe;
 Melhoria do desempenho da equipe;
 Orientação mais segura em relação ao desenvolvimento profissional do avaliado. 19

Benefícios para a ORGANIZAÇÃO:


 Visão geral do perfil dos profissionais avaliados e dos aspectos que afetam
diretamente a vitalidade da organização;
 Informações sobre o desempenho humano e sua contribuição para o desempenho
empresarial e para o alcance dos objetivos organizacionais;
 Identificação das necessidades de colaboradores e gestores em termos de treinamento
e desenvolvimento;
 Agilidade nas ações de recrutamento interno, permitindo buscar as pessoas certas e
preparadas para uma nova função dentro da empresa e, dessa forma, desenvolver carreiras e talentos;
 Promoção, realocação ou desligamento de pessoas;
 Dinamização das políticas de recursos humanos de forma a oferecer oportunidades de
crescimento profissional, estimular a produtividade e melhorar o relacionamento interpessoal.

Podemos dividir o processo de avaliação de desempenho em quatro etapas: planejamento,


desenvolvimento, execução e conclusão.

Planejamento
 Elaborar diagnóstico para conhecimento da cultura organizacional e identificação das
necessidades e expectativas da organização;
 Identificar fatores críticos de sucesso do processo de avaliação de desempenho,
considerando a estrutura organizacional, o histórico de programas anteriores e o suporte tecnológico
existente;
 Estabelecer os objetivos e as metas do processo de avaliação com base no
planejamento estratégico da organização:
o Visão e missão;
o Valores e princípios;
o Objetivos e metas;
o Pontos Fortes e Fracos;
o Oportunidades e Ameaças;
o Política da qualidade.
 Estabelecer o método de avaliação;
 Definir as funções e responsabilidades dos agentes envolvidos no processo;
 Definir o cronograma de trabalho. 20

Desenvolvimento
 Mapear unidades, áreas, cargos e funções;
 Identificar as áreas-chave de resultados;
 Selecionar e construir indicadores quantitativos e qualitativos;
 Desenvolver o "Formulário de Avaliação";
 Desenvolver o "Contrato de Avaliação";
 Desenvolver o "Manual de Avaliação de Desempenho";
 Divulgar/comunicar o processo de avaliação;
 Treinar avaliados e avaliadores.

Execução
 Estabelecer o contrato de desempenho com cada avaliado;
 Definir avaliadores por avaliado;
 Aplicar avaliações;
 Monitorar e acompanhar (follow-up) a aplicação das avaliações;
 Tabular os resultados das avaliações;
 Ordenar o ranking de desempenho: organizacional (geral), por departamento, por
cargo, por função e individual;
 Comunicar os resultados gerais;
 Dar e receber feedback;
 Elaborar plano de desenvolvimento pessoal (individual).
Conclusão
 Analisar os resultados do processo de avaliação de desempenho;
 Interpretar os resultados considerando a pesquisa de clima organizacional, se existir;
 Consolidar resultados finais;
 Avaliar o processo de avaliação de desempenho;
 Elaborar relatório final do processo de avaliação de desempenho;
 Definir o próximo ciclo de avaliação de desempenho;
 Planejar ações.

21
4 LEGISLAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS

Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou


prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da
produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, 22


compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.
(Lei 8.080/90 – Art 6º § 1º - I e II – Lei Orgânica da Saúde).
“Os produtos cosméticos são sujeitos às normas de vigilância sanitária.” Lei 6360/76 – Art 1º.
“Somente podem fabricar, importar, exportar, embalar, armazenar cosméticos as empresas autorizadas
pelo Ministério da Saúde.” Lei 6360/76 – Art 2º.

Os estabelecimentos fabricantes de medicamentos devem observar as novas diretrizes de


Boas Práticas de Fabricação, conforme a Resolução RDC n° 210, de 4 de agosto de 2003 que revoga
a RDC nº 134/01.
As empresas fabricantes de medicamentos devem proceder auto-inspeções, conforme o
Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos e o Roteiro de Inspeção
em Indústria Farmacêutica, previstos nesta Resolução, como parte das medidas necessárias à
implementação das mesmas.
A resolução RE nº 1450 de 11 de setembro de 2001 institui e aprova o Certificado de Boas
Práticas de Fabricação para Cosméticos, Produtos de Higiene Pessoal e Perfumes. Pela RDC 211 de
14 de julho de 2005 ficam estabelecidas a Definição e a Classificação de Produtos de Higiene Pessoal,
Cosméticos e Perfumes, conforme Anexos I e II.
Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes são preparações constituídas por
substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema
capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes, membranas mucosas da cavidade oral, com o
objetivo exclusivo ou principal de limpar, perfumar, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais
ou proteger ou manter em bom estado.
A classificação para fins de registro ou notificação identifica produtos de higiene pessoal,
cosméticos, perfumes e produtos infantis em dois graus. Produtos de grau 1 (Res. 335/99) e produtos
de grau 2 (Res. 211/05).
Cosméticos Grau 1 (RDC 211/05, Anexo II-1) são produtos de higiene pessoal cosméticos e
perfumes cuja formulação cumpre com a definição de cosmético adotada e que se caracterizam por
possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e
não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido
às características intrínsecas do produto, conforme mencionado na lista indicativa "LISTA DE TIPOS
DE PRODUTOS DE GRAU 1" estabelecida no item "I" do Anexo da RDC 211/05.
A lista de tipos de produtos de grau 1 inclui:
1 Água de colônia, Água Perfumada, Perfume e Extrato Aromático. 2 Amolecedor de cutícula 23
(não cáustico). 3 Aromatizante bucal. 4 Base facial/corporal (sem finalidade fotoprotetora). 5 Batom
labial e brilho labial (sem finalidade fotoprotetora). 6 Blush/Rouge (sem finalidade fotoprotetora). 7
Condicionador/Creme rinse/Enxaguatório capilar (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros
benefícios específicos que justifiquem comprovação prévia). 8 Corretivo facial (sem finalidade
fotoprotetora). 9 Creme, loção e gel para o rosto (sem ação fotoprotetora da pele e com finalidade
exclusiva de hidratação). 10 Creme, loção, gel e óleo esfoliante ("peeling") mecânico, corporal e/ou
facial. 11 Creme, loção, gel e óleo para as mãos (sem ação fotoprotetora, sem indicação de ação
protetora individual para o trabalho, como equipamento de proteção individual - EPI - e com finalidade
exclusiva de hidratação e/ou refrescância). 12 Creme, loção, gel e óleos para as pernas (com
finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância). 13 Creme, loção, gel e óleo para limpeza facial
(exceto para pele acnéica). 14 Creme, loção, gel e óleo para o corpo (exceto os com finalidade
específica de ação antiestrias, ou anticelulite, sem ação fotoprotetora da pele e com finalidade
exclusiva de hidratação e/ou refrescância). 15 Creme, loção, gel e óleo para os pés (com finalidade
exclusiva de hidratação e/ou refrescância). 16 Delineador para lábios, olhos e sobrancelhas. 17
Demaquilante. 18 Dentifrício (exceto os com flúor, os com ação antiplaca, anticárie, antitártaro, com
indicação para dentes sensíveis e os clareadores químicos). 19 Depilatório mecânico/epilatório. 20
Desodorante axilar (exceto os com ação antitranspirante). 21 Desodorante colônia. 22 Desodorante
corporal (exceto desodorante íntimo). 23 Desodorante pédico (exceto os com ação antitranspirante). 24
Enxaguatório bucal aromatizante (exceto os com flúor, ação anti-séptica e antiplaca). 25 Esmalte,
verniz, brilho para unhas. 26 Fitas para remoção mecânica de impureza da pele. 27 Fortalecedor de
unhas. 28 Kajal. 29 Lápis para lábios, olhos e sobrancelhas. 30 Lenço umedecido (exceto os com ação
anti-séptica e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia). 31 Loção tônica
facial (exceto para pele acneica). 32 Máscara para cílios. 33 Máscara corporal (com finalidade
exclusiva de limpeza e/ou hidratação). 34 Máscara facial (exceto para pele acneica, peeling químico
e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia). 35 Modelador/fixador para
sombrancelhas. 36 Neutralizante para permanente e alisante. 37 Pó facial (sem finalidade
fotoprotetora). 38 Produtos para banho/imersão: sais, óleos, cápsulas gelatinosas e banho de
espuma. 39 Produtos para barbear (exceto os com ação anti-séptica). 40 Produtos para fixar, modelar
e/ou embelezar os cabelos: fixadores, laquês, reparadores de pontas, óleo capilar, brilhantinas,
mousses, cremes e géis para modelar e assentar os cabelos, restaurador capilar, máscara capilar e
umidificador capilar. 41 Produtos para pré-barbear (exceto os com ação anti-séptica). 42 Produtos pós-
barbear (exceto os com ação anti-séptica). 43 Protetor labial sem fotoprotetor. 44 Removedor de
esmalte. 45 Sabonete abrasivo/esfoliante mecânico (exceto os com ação anti-séptica ou esfoliante
químico). 46 Sabonete facial e/ou corporal (exceto os com ação anti-séptica ou esfoliante químico). 47
Sabonete desodorante (exceto os com ação anti-séptica). 48 Secante de esmalte. 49 Sombra para as 24
pálpebras. 50 Talco/pó (exceto os com ação anti-séptica). 51 Xampu (exceto os com ação antiqueda,
anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia). 52 Xampu
condicionador (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que
justifiquem comprovação prévia).
Vale ressaltar aqui que estes produtos não podem ter indicações específicas como ação
anticaspa, antiqueda, antiperspirante, anti-acne, anti-celulite, anti-rugas, etc..
A definição de produtos cosméticos de Grau 2: são produtos de higiene pessoal cosméticos e
perfumes cuja formulação cumpre com a definição de cosmético adotada e que possuem indicações
específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como
informações e cuidados, modo e restrições de uso, conforme mencionado na lista indicativa "LISTA DE
TIPOS DE PRODUTOS DE GRAU 2" estabelecida no item "II" do Anexo da RDC 211/05.
A lista de tipos de produtos de grau 2 inclui:
1 Água oxigenada 10 a 40 volumes (incluídas as cremosas exceto os produtos de uso
medicinal). 2 Antitranspirante axilar. 3 Antitranspirantepédico. 4 Ativador/ acelerador de bronzeado. 5
Batom labial e brilho labial infantil. 6 Bloqueador Solar/anti-solar. 7 Blush/ rouge infantil. 8
Bronzeador. 9 ronzeador simulatório. 10 Clareador da pele. 11 Clareador para as unhas químico. 12
Clareador para cabelos e pêlos do orpo. 13 Colônia infantil. 14 Condicionador anticaspa/antiqueda. 15
Condicionador infantil. 16 Dentifrício anticárie. 17 dentifrício antiplaca. 18 Dentifrício antitártaro. 19
Dentifrício clareador/ clareador dental químico. 20 Dentrifrício para dentes sensíveis. 21 Dentifrício
infantil. 22 Depilatório químico. 23 Descolorante capilar. 24 Desodorante antitranspirante axilar. 25
Desodorante antitranspirantepédico. 26 Desodorante de uso íntimo. 27 Enxaguatório bucal
antiplaca. 28 Enxaguatório bucal anti-séptico. 29 Enxaguatório bucal infantil. 30 Enxaguatório capilar
anticaspa/antiqueda. 31 Enxaguatório capilar infantil. 32 Enxaguatório capilar colorante / tonalizante. 33
Esfoliante "peeling" químico. 34 Esmalte para unhas infantil. 35 Fixador de cabelo infantil. 36 Lenços
Umedecidos para Higiene infantil. 37 Maquiagem com fotoprotetor. 38 Produto de limpeza/ higienização
infantil. 39 Produto para alisar e/ ou tingir os cabelos. 40 Produto para área dos olhos (exceto os de
maquiagem e/ou ação hidratante e/ou demaquilante). 41 Produto para evitar roer unhas. 42 Produto
para ondular os cabelos. 43 Produto para pele acneica. 44 Produto para rugas. 45 Produto protetor da
pele infantil. 46 Protetor labial com fotoprotetor. 47 Protetor solar. 48 Protetor solar infantil. 49
Removedor de cutícula. 50 Removedor de mancha de nicotina químico. 51 Repelente de insetos. 52
Sabonete anti-séptico. 53 Sabonete infantil. 54 Sabonete de uso íntimo. 55 Talco/amido infantil. 56
Talco/pó anti-séptico. 57 Tintura capilar temporária/progressiva/permanente. 58 Tônico/loção
Capilar. 59 Xampu anticaspa/antiqueda. 60 Xampu colorante. 61 Xampu condicionador
anticaspa/antiqueda. 62 Xampu condicionador infantil. 63 Xampu infantil.
Os critérios para esta classificação (Grau 1 e Grau 2) foram definidos em função da 25
probabilidade de ocorrência de efeitos não desejados devido ao uso inadequado do produto, sua
formulação, finalidade de uso, áreas do corpo a que se destinam e cuidados a serem observados
quando de sua utilização.
Os produtos cosméticos devem ser seguros nas condições normais ou razoavelmente
previsíveis de uso. Os testes de segurança de cosméticos têm por objetivo verificar a ausência de
irritação, sensibilização, fototoxicidade e fotoalergia. Os atributos ligados à segurança de cosméticos
passíveis de comprovação são: dermatologicamente testado; oftalmologicamente testado; clinicamente
testado; produto para pele sensível; hipoalergênico; etc..
A ANVISA disponibiliza guias para produtos cosméticos: Guia para Avaliação de Segurança de
Produtos Cosméticos; Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos (disponível no site da ANVISA) e
Guia de Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos (em elaboração).
5 REQUISITOS TÉCNICOS ESPECÍFICOS PARA PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL,
COSMÉTICOS E PERFUMES.

Requisitos Obrigatórios Na empresa à Apresentar para Observações


disposição da autoridade autorização de
competente comercialização do produto
1. Fórmula quali- X X Com todos seus componentes
quantitativa especificados por suas denominações 26
INCI e as quantidades de cada um
expressas percentualmente
(p/p) através do sistema métrico
decimal.
2. Função dos X X Citar a função de cada
ingredientes da fórmula componente na fórmula.
3. Bibliografia e/ou X X Somente quando o
referência dos ingredientes componente não figura na nomenclatura
INCI ou não se enquadra nas listas de
substâncias aprovadas, incluir
bibliografia sobre o
mesmo e literatura pertinentes,
inclusive com relação a eficácia e a
segurança.
4. Especificações X
Técnicas organolépticas e físico-
químicas de matérias primas
5. Especificações X Quando aplicável.
microbiológicas de matérias-primas
6. Especificações X X
técnicas organolépticas e físico-
químicas do produto acabado.
7. Especificações X X Quando aplicável, conforme
microbiológicas do produto legislação vigente
acabado
8. Processo de X Segundo as Normas de Boas
Fabricação Práticas de Fabricação e Controle
previstas na legislação.
9. Especificações X
técnicas do material de
embalagem
10. Dados de X (completo) X (resumo) Metodologia e conclusões que
estabilidade garantem o prazo de validade declarado.
11. Sistema de X Informação para interpretar o
codificação de lote sistema de codificação.
12. Projeto de Arte de X X Informações de dados e
Etiqueta ou rotulagem advertências referentes ao produto
conforme legislação vigente.
13. Dados X Sempre que a natureza do 27
comprobatórios dos benefícios benefício do produto justifique e sempre
atribuídos ao produto que conste da rotulagem.
(comprovação de eficácia)
14. Dados de segurança X
de uso (comprovação de
segurança)
15. Finalidade do produto X X A finalidade a que se destina o
produto quando não estiver implícito no
nome do mesmo.
16. Certificado de Venda X (original) X (cópia Conforme legislação vigente
Livre consularizado (1) autenticada)
17. Registro/Autorização X Conforme legislação vigente.
de empresa/Certificado de
Inscrição do Estabelecimento
18. Fórmula do produto X (original) X (cópia Caso esta não esteja anexa ao
importado consularizada autenticada) Certificado de Venda Livre, conforme
legislação vigente.

(1) Certificado de Venda Livre: corresponde ao Certificado de Livre Comercialização


outorgado pela Autoridade Sanitária competente ou por Organismos Oficialmente Reconhecidos no
país de origem.
6 ASPECTOS EVOLUTIVOS E IMPLANTAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS

A Indústria Farmacêutica brasileira vem sofrendo grande transformação desde a abertura do


mercado no início da década de 90. Investimentos foram feitos em novas unidades fabris e, com o
advento da lei de patentes, novos medicamentos foram introduzidos no mercado interno brasileiro.
Com a globalização e o início da inserção do parque industrial brasileiro como fornecedor de
28
produtos farmacêuticos intermediários e acabados para outros países, principalmente Estados Unidos
e Europa, o uso de Boas de Práticas de Fabricação (BPF) se tornou obrigatório para a sobrevivência
das empresas farmacêuticas.
A aplicação das condutas de Boas Práticas de Fabricação no Brasil é recente. Para qualquer
processo industrial é de suma importância ampliar este conhecimento, uma vez que a maioria das
empresas tanto nacionais como multinacionais, importa e/ou exporta produtos farmacêuticos.
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas que devem ser
adotadas pelas indústrias farmacêuticas e de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a
conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação sanitária federal
regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria deste segmento.
O marco histórico da origem das Boas Práticas de Fabricaçãoocorreu em 1964 nos Estados
Unidos da América. O governo norte americano, preocupado com a situação dos produtos de higiene
pessoal, de toucador feminino e dos cosméticos em geral, solicitou ao seu Departamento de Saúde,
Educação e do Bem Estar, que abriga o FDA, que realizasse uma análise destes produtos no mercado.
Neste estudo realizado pelo FDA, que envolveu 127 fabricantes, totalizando 1960 amostras, apurou-se
que 19,5% das amostras analisadas apresentaram contaminação microbiológica e, em contagem
elevada, a presença de agentes patogênicos do tipo pseudomonas causadoras de alteração da visão
no ser humano.
Diante de tais resultados, o governo norte americano determinou ao FDA que adotasse rápidas
ações normativas e introduzissem uma ferramenta ou dispositivo que, por força de lei, corrigisse de vez
aquela situação crítica de saúde pública. O FDA, então, saiu a campo e, com o auxílio dos canadenses
colocou em prática a regulamentação das Boas Práticas de Fabricação a partir de 1969, quando o
primeiro documento normativo foi publicado com força de lei.
Resumo da linha do tempo das Boas Práticas de Fabricação, segundo IMMEL, B K. em A
BriefHistoryoftheGMPs for Pharmaceuticals:
Em 1202: Primeira lei em relação à alimentação é proclamada na Inglaterra proibindo a
adulteração dos ingredientes na fabricação do pão.
Em 1785: Primeira lei em Massachusetts sobre adulteração de alimentos.
Em 1820: Onze médicos se reúnem em Washington para o estabelecimento da Pharmacopeia
Americana.
Em 1848: Lei de importação de drogas é aprovada no Congresso Americano - Inspeção de
drogas importadas para se evitar adulteração.
Em 1897: Lei de importação de chá aprovada no Congresso - Inspeção de todo o chá 29
importado nos portos americanos às custas dos importadores
Em 1906: Aprovado no Congresso e assinado pelo Presidente Theodore Roosevelt o ato de
Alimentos e Drogas. Proíbe a comercialização interestadual de alimentos, bebidas e drogas
adulteradas e falsificadas. No mesmo dia, é aprovada a lei de inspeção de carnes. As revelações das
péssimas condições sanitárias no processamento de embalagem e o uso de preservantes e corantes
venenosos apressaram a aprovação da lei.
Em 1927: Uma agência é formada, primeiramente denominada Food,
DrugandInsecticideAdministration (Administração de Alimentos, Drogas e Inseticidas) e, posteriormente
FDA.
Em 1930: FoodandDrugAdministration (Administração de Alimentos e Drogas)
Em 1937: Um elixir de sulfanilamida, contendo um solvente venenoso, mata 107 pessoas, na
maioria crianças, dramatizando a necessidade de se estabelecer a segurança dos medicamentos antes
do lançamento.
Em 1938: Aprovado no Congresso a Lei Federal para Alimentos, Drogas e Cosméticos
contendo novas diretrizes:
Extensão do controle para cosméticos e dispositivos terapêuticos.
Comprovação da segurança das drogas antes de colocá-las no mercado.
Padrões para identificação, qualidade e embalagens.
Autorização para inspeções nas fábricas.
Em 1939: Editados os primeiros padrões para alimentos (tomates enlatados, purê de tomates e
pasta de tomates).
Em 1941: Insulina (emenda de lei) - permite o FDA testar e certificar a pureza e a eficácia deste
medicamento.
Em 1945: Penicilina (emenda de lei) - Permite o FDA testar e certificar a segurança e eficácia
de todos os produtos derivados da penicilina e estende a lei para todos os antibióticos.
Em 1953: A emenda de lei esclarece a lei anterior e exige que o FDA forneça relatórios escritos
relativos às condições observadas durante as inspeções e análises das amostras.
Em 1962: Talidomida, uma nova droga para insônia causa defeitos em centenas de crianças
nascidas na Europa. Relatórios do Dr. Frances Kelsey, diretor do FDA, despertam o clamor público
suportando uma regulamentação mais severa para as drogas.
Em 1963: FDA publica regulamentação com requisitos para fabricação de medicamentos -
GMP (Good Manufacturing Practices).
Em 1966: 20ª Reunião WHO: Primeiro documento emitido para Boas Práticas de Fabricação.
Em1967: 21ªReunião WHO: DRAFT Requirements For Good Manufacturing Practices.
Em 1969: 22ª Reunião WHO: Resolução WHO 22.50: “Esquema de Certificação da Qualidade 30
dos Produtos Farmacêuticos”.
Em 1973: Aprovada a emenda para Dispositivos Médicos para assegurar a segurança e
eficácia dos dispositivos. Alguns produtos deveriam ter a aprovação antes do lançamento.
Em 1975: 28ª Reunião WHO: Resolução WHO 28.65: “Guia para Boas Práticas de Fabricação
para a Indústria Farmacêutica” e “Roteiro para Inspeção da Indústria Farmacêutica”.
Em 1982: Embalagens a prova de violação - Regulamentos emitidos pelo FDA para evitar a
violação das embalagens (problemas com o envenenamento de pessoas pelo uso de Tylenol).
Em 1983: Guia para a inspeção de sistemas computadorizados.Inicia a aplicação de
controles mais apertados em computadores e o processo de validação de computadores.
Em 1987: Princípios e diretrizes gerais de validação de processos.São esboçadas as
expectativas da agência relativa à necessidade para validação de processo.
Em 1988: Lei de 1988 oficialmente estabelece o FDA como uma agência do Departamento de
Saúde, sendo o diretor escolhido e apontado pelo Presidente da República com o consentimento do
Senado.
Em 1992: Revisões da Resolução WHO 28.65.
Em 1995: Brasil, Portaria 16 de 06 de Março de 1995 institui que todos os estabelecimentos
produtores de medicamentos devem cumprir as diretrizes estabelecidas nas Resoluções WHO 28.65 e
revisão de 1992, bem como o roteiro de inspeção harmonizado para o Mercosul
Em 1996: Revisão proposta pelos EUA em relação àsBPFs (21 CFR 21–211). Soma detalhe
para validação, uniformidade de mistura, prevenção de contaminação secundária, e controle resultados
fora de especificação.
Em 1997: Regra final para registros eletrônica (21 CFR 11). Requer controles que asseguram
segurança e integridade de todos os dados eletrônicos.
Em 2000: Brasil, Resolução 33, de 19 de Abril de 2000: ‘Estabelece os requisitos gerais de
Boas Práticas de Manipulação a serem observados para a aquisição de drogas, insumos
farmacêuticos e materiais de embalagem, o armazenamento, a manipulação, a conservação, o
transporte, a dispensação de preparações magistrais e oficinais e fracionamento de produtos
industrializados’.
Em 2001: Brasil, Resolução 134, de 13 de Julho de 2001: ‘Institui a todos os estabelecimentos
fabricantes de medicamentos o cumprimento das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico
das Boas Práticas de Fabricação para a Fabricação de Medicamentos, presente nesta Resolução’.
Em 2003: Brasil, Resolução 210, de 04 de Agosto de 2003: ‘Institui a todos os
estabelecimentos fabricantes de medicamentos o cumprimento das diretrizes estabelecidas no
Regulamento Técnico das Boas Práticas de Fabricação para a Fabricação de Medicamentos, presente 31
nesta Resolução’. Substitui a Resolução RDC 134/2001 e aumenta o rigor nas exigências de qualidade
de fabricação de medicamentos. Revisão da Resolução RDC 33/2000 e aumenta o rigor nas exigências
de qualidadeda manipulação de medicamentos.

As Boas Práticas são de aplicação obrigatória, determinada por Resoluções específicas que
descrevem os níveis de responsabilidade desta ferramenta da qualidade:
1. Governamental
2. Fabricante
3. Dispensador / Distribuidor

Seus principais objetivos são assegurar que todos os produtos, farmacêuticos, cosméticos ou
alimentícios sejam:
 Eficazes: contenham a quantidade de princípio ativo declarado e exerçama ação
terapêutica esperada;
 Seguros: na dosagem e utilização corretas, tenham o mínimo aceitável deefeitos
secundáriosindesejáveis;
 De qualidade: tenham a qualidade intrínseca cumprida;
 Acessíveis: sejam distribuídos onde há necessidade e a um preço justo;
E a importância da aplicação das Boas Práticas de Fabricação:
Assegura fabricação conforme procedimento estabelecidos e controladosde acordo com o
registro sanitário;
• Envolve Produção e Controles de Qualidade;
• Estabelece o que deve ser feito para que se atinja a qualidade requerida.
As Boas Práticas de Fabricação e Controle são compostas de normas e procedimentos
relativos à:
• Projeto de Instalação
– Lay out da Industria Farmacêutica
– Instalações
• Matérias Primas e Materiais de Embalagem
– Fornecedor
• Água Usada noProcesso Produtivo
– Sistemas
• Ar fornecido às diferentes áreas
– Sistemas
• Educação 32
– Treinamento e capacitação
• Responsabilidades de gestores
– Atribuições
• Fluxos
– Materiais, pessoal, documentos
• Sistema Documental
– Rastreabilidade
• Práticas de estocagem e dispensação
• Diretrizes da organização
• Práticas de limpeza e sanitização
– Processos de limpeza
• Programa de monitoração microbiológica
– Relacionadas à água
• Poluição
– Meio ambiente e disposição intermediária e final de resíduos e outros
• Programa de Qualificação de Fornecedores
– Aprovação e qualificação
• Programa de auto-inspeções
– Gerenciamento interno da qualidade
• Registros
– Rastreabilidade
• Reclamações
– Programa de registro, avaliação e notificação da autoridade sanitária noscasos sérios
• Recolhimentos
– Responsabilidades, métodos, registros, notificações
• Contratos com terceiristas
– Responsabilidades, condições
O futuro da indústria nacional, quer seja de medicamentos ou de cosméticos, está
intrinsecamente relacionado aos processos de negociação da regulamentação sanitária internacional,
por isso não se pode descartá-los. Estes possuem influência direta ou indireta na legislação brasileira.
Devemos estar atentos para as mudanças no mundo globalizado, e ao mesmo tempo se
preparando para estas mudanças que já se sucedem.
Em um mundo ideal, pode não haver a necessidadede regulamentos, mas há mundo ideal, e
existe a necessidade de seguir os regulamentos das BPFs.
Os regulamentos foram criados como respostas para algumas situações trágicas e para 33
prevenir tragédias futuras. Seguir a risca os regulamentos das BPFs dentro das indústrias
farmacêuticas e cosméticas é um princípio de segurança.
Outro aspecto importante a considerar é que os objetivos da qualidade da manufatura
farmacêutica e cosmética são diferentes da maioria dos outros tipos de manufatura, onde modificações
nos objetivos da qualidade por razões econômicas não são normalmente aceitáveis. Este é um fato
importante que pode explicar o quanto o processo farmacêutico está engessado e mudanças nas
rotinas das BPF são, se não impossíveis, difíceis de serem mudadas para uma melhor eficácia e
eficiência da operação como um todo.
Mas mesmo tendo estes aspectos em mente, não podemos parar de evoluir e a cada dia uma
nova tecnologia é criada e junto com ela surge um novo regulamento. E por este fato devemos está
sempre informados do que está por vir, para poder sempre evoluir em nossos processos e cada vez
mais garantir a segurança, e eficácias de nossos produtos.
Um conceito que não pode ser esquecido é o de garantia de qualidade.
Garantia de qualidade é o conjunto de questões e ações planejadas e sistemáticas que influem
individual ou coletivamente, na qualidade final do produto, possibilitando sua utilização final.
• Amostragem;
• Controle de processo;
• Controle de qualidade;
• Calibração;
• Inspeção;
• Validação.
A validação é a evidência documentada de que um sistema se encontra em grau de fazer
aquilo que se propõem de forma consistente e dentro das especificações e atributos de qualidade
preestabelecidos.
7 PRÉ- FORMULAÇÃO E FORMULAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS

Os fármacos e ativos de cosméticos são substâncias que raramente são administradas na suas
formas puras.
Para tal administração se faz necessário uma formulação farmacêutica ou uma formulação
cosmética; podendo variar desde simples soluções a sistemas complexos de liberação, dependendo do
uso apropriado de adjuvantes de formulações ou excipientes. 34
Entendemos por apresentação a forma farmacêutica ou cosmética tal como este é entregue ao
paciente, isto é, a forma com todos os componentes de sua formulação: ativos, princípios ativos,
excipientes.
Os adjuvantes exercem funções específicas nas formulações e permitem, entre outras funções,
solubilizar, suspender, espessar, conservar, emulsionar, modificar parâmetros de dissolução, favorecer
a compressibilidade, corrigir características organolépticas, possibilitando assim que o fármaco ou ativo
cosmético seja apresentado em diversas preparações ou formas.
O principal objetivo do desenvolvimento de formar farmacêuticas e cosméticas é a obtenção de
uma resposta adequada ao uso do ativo, passível de ser preparado em ampla escala, com qualidade
reprodutível.
Para assegurar a qualidade do produto é necessário observar fatores como a estabilidade
química e física da preparação, conservação apropriada contra a contaminação microbiana,
uniformidade do ativo empregado, aceitação por parte do usuário.
Outro fator importantíssimo a ser considerado na escolha da forma farmacêutica ou da forma
cosmética é o local de aplicação deste medicamento ou cosmético. Muitas vezes o local de
administração de um ativo é determinante na escolha da sua forma.
Um medicamento ou um cosmético passa por duas fases ao serem elaborados: a fase da
concepção e a da produção. Geralmente, no caso de uma especialidade, o período da concepção leva
à realização de um lote rigorosamente definido, cujas unidades são submetidas a inúmeros ensaios
clínicos.
Na primeira fase, o desenvolvimento prepara a formulação do produto e em uma segunda fase
o objetivo é a reprodução em quantidades industriais o produto de acordo com as especificações e
qualidade do lote protótipo que serviu como base para os ensaios clínicos.
Muitas indústrias têm recorrido a práticas originadas na tradição artesanal, sendo que o
produto é fabricado de acordo com “Facsecundumartem”. O exemplo da evolução originou-se das
indústrias com tecnologia adiantada como a aeronáutica e a automobilística. Foi nestas indústrias em
que um defeito mínimo no produto final pode resultar em consequências catastróficas que nasceu o
conceito de garantia da qualidade. O que é importante a ser notado, é que em produção, a garantia da
qualidade não tem por objetivo aumentar a qualidade. O nível da qualidade é estabelecido uma vez por
toda, é o do protótipo que foi fixado durante o período de concepção do produto. A garantia da
qualidade, em princípio, não modifica a média, mas diminui a dispersão, ou seja, os desvios em relação
ao protótipo.
A noção de fabricação por lotes é absolutamente essencial. No caso de anomalia, o número de
lote de fabricação permite refazer todo o histórico do lote, desde a origem das matérias primas até o
produto acabado. É o que chamamos atualmente de rastreabilidade. A quantidade homogênea dos 35
lotes é obtida controlando-se rigorosamente todas as fases de fabricação e do acondicionamento, ou
seja, aplicando as Boas Práticas de Fabricação.
A familiarização com o conteúdo das principais normas de regulação para os produtos
cosméticos e farmacêuticos, de maneira geral, é bastante importante para o desenvolvimento do
formulador na área.
Cada vez mais se verifica a importância da pesquisa no campo da Cosmetologia como
significante fator para a compreensão do efeito das substâncias ativas incorporadas em produtos de
uso tópico.
Substâncias ativas são componentes que são incorporadas em um veículo para produzir um
efeito benéfico das condições da pele.
Embora o veículo seja usado para carregar o ativo até o local de ação deste, ele pode ter uma
ação benéfica na pele por si, como provocar hidratação, suavidade e emoliência à pele.
Ultimamente evidencia-se o uso cada vez mais constante de ativos nas formulações de
produtos cosméticos com a finalidade de potencializar o efeito benéfico dos veículos.
Antigamente um produto cosmético era usado principalmente com fins decorativo ou corretivo,
para esconder alguma imperfeição da pele, ou realçar alguma característica positiva; com o passar dos
tempos os produtos cosméticos foram adquirindo outras funções, e hoje a Ciência da cosmetologia
está cada vez mais preocupada com a eficácia dos seus ativos, e conseqüentemente com a eficácia do
produto cosmético final. Hoje como o medicamento, a formulação do produto cosmético tem que ser
eficaz e segura.
Os novos produtos atuam não mais só na higiene, mas também na proteção e estimulação, na
hidratação e tonificação, sendo que a multifuncionalidade de um produto cosmético está cada vez mais
em evidência.
Para se formular um produto cosmético é necessário conhecimento de bioquímica e fisiologia
da pele, sua interação com substâncias ativas aplicadas topicamente, conscientização dos processos
de foto envelhecimento e acima de tudo a valorização da qualidade de vida e de bem estar.
Atualmente é impossível separar o uso de produtos cosméticos do conceito de bem estar!
Os consumidores de produtos cosméticos estão buscando cada vez mais produtos que
recuperem sinais de envelhecimento, das anomalias da secreção sebácea, dos melanócitos, ou seja,
não mais somente os produtos que ocasionem prevenção das características da pele e seus anexos.
Hoje o termo em voga é Cosmética Dermatológica.
Segundo a legislação brasileira, os produtos cosméticos não devem ocasionar nenhuma
alteração fisiológica nas células da pele.
A população e os consumidores estão buscando, cada vez mais, produtos com efeito mais
duradouros. Substâncias ativas são componentes que são incorporadas em um veículo para produzir 36
um efeito benéfico nas condições da pele.
O formulador de produtos cosméticos, bem como farmacêuticos, deve ter conhecimentos
múltiplos, aidéia deriva do departamento de marketing, P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e devem
ser definidos parâmetros (mercado alvo, custo estimado, fatores estéticos, performance, embalagem,
propaganda, cronograma).

O processo de desenvolvimento:
• avaliar a funcionalidade e segurança das matérias-primas;
• preparar e aperfeiçoar protótipos (pré-ensaios de estabilidade);
• definir a formulação, verificar a sua estabilidade e exeqüibilidade de produção, verificar a
inocuidade esegurança, avaliar a performance e aceitação.
Os aspectos regulatórios a serem considerados incluem:
• matérias-primas permitidas, concentrações, limitações;
• testes de segurança clínica;
• avaliação da eficácia conforme o grau de risco do produto;
• prazo de validade;
• normas para manuseio e descarte de ingredientes perigosos.

Os testes de segurança determinam se as preparações podem causar reações do tipo:


• irritativas (imediatas ou acumuladas);
• reações alérgicas (dermatite de contato);
• dermatite por fotossensibilização (fototóxica, fotoalérgica);
• reações sistêmicas (inalação, absorção cutânea);
• reações físicas (foliculite por óleos).

São exemplos de testes de segurança:


• toxicidade oral (DL50) e percutânea;
• irritação ocular (teste de Draize);
• irritação dérmica (uso de patches);
• sensibilização;
• fotossensibilidade;
• toxicidade por inalação (perfumes);
• acnegenicidade.

37
8 DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS E COSMÉTICAS

Os produtos cosméticos podem ser classificados, de acordo com sua formulação,


considerando suas funções técnicas:
 Higienizar;
 Conservar;
 Proteger; 38
 Reparar;
 Corrigir;
 Tonificar;
 Maquilar;
 Enfeitar....

Esta classificação também pode ser feita mediante a forma de apresentação:


 Soluções;
 Géis;
 Cremes;
 Leites;
 Loções;
 Espumas;
 Suspensões;
 Pós;
 Pastas....

Outro tipo de classificação considera o direcionamento do produto, então temos:


 Produtos para serem aplicados na pele: corpo ou rosto
o Produtos para banho;
o Sabonetes líquidos;
o Demaquilantes;
o Cremes e loções hidratantes;
o Nutritivos;
o Anti-aging;
o Antiacne;
o Tônicos;
o Esfoliantes;
o Produtos para área dos olhos, pés, unhas, lábios;
o Protetores solares;
o Maquilagem;
o Repelentes de insetos;
o Desodorantes;
o Antiperspirantes; 39
o Cremes de barbear;
o Depilatórios.....

Produtos para serem aplicados nos cabelos:


o Xampus;
o Condicionadores;
o Fixadores;
o Formadores de cachos;
o Modeladores;
o Tinturas;
o Produtos para alterar a estrutura dos cabelos como cremes para alisamento ou
permanentes;
o Reparadores...

 Produtos para serem aplicados na cavidade oral:


o Creme dental;
o Produtos para higiene geral;
o Produtos para limpeza e adesão de próteses...

Uma unidade de produção, quer seja farmacêutica ou cosmética, é constituída por um conjunto
de locais bem delimitados, atravessados por um fluxo de material cuja qualidade deve ser
perfeitamente controlada.
A indústria de cosméticos engloba os setores de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos
propriamente ditos e,caracteriza-se pela necessidade contínua de pesquisas denovos insumos e
introdução de inovações em suas linhas de produtos. Este fato pode serconsiderado um fator de
importância para a competitividade no setor.
Existe umaheterogeneidade nesta indústria, pois a presença de grandes empresas
internacionais,diversificadas ou especializadas nos segmentos de perfumaria e cosméticos, é
contrastadacom um grande número de pequenas e médias empresas com atuação focalizada na
produçãode cosméticos.
Verifica-se que as grandes empresas do setor e, principalmente, as empresas
transnacionaisadotam estratégias definidas com relação ao desenvolvimento de novos produtos
investindoem centros próprios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e/ou parcerias extra-muros e
comprocessos de gestão do conhecimento estruturados. Já as pequenas e médias empresas 40
muitasvezes não dispõem de capital necessário para a realização de investimentos de P&D ou deuma
situação econômico-financeira que permita assumir os riscos inerentes aodesenvolvimento de novos
produtos.
Muitas dessas empresas também não dispõem de umagestão do conhecimento que remeta a
processos de desenvolvimento de produtos realmentesistematizados.
O Processo de Desenvolvimento de Produtos é um dos processos mais importantese vitais
para o negócio de uma empresa, pois é por meio dele que a empresa é capaz decriar novos produtos
mais competitivos e em menor tempo com a finalidade de atender àconstante evolução do mercado.
De fato, muitas empresas usam a abordagem de desenvolvimento de produto eprocesso em
que os elementos críticos da estratégia – um plano para tecnologia e um planopara produto/mercado -
são somente relacionados em projetos individuais. Esta abordagemé denominada de Abordagem
Convencional para Desenvolvimento de Projetos.
A abordagem Convencional para DP (Desenvolvimento de Produtos) apresentaalguns
problemas, merecendo destaque a falha da altaadministração em planejar uma vantagem para fornecer
os requisitos de habilidades erecursos para definir um projeto ou uma proposta apropriada e em
integrar um projeto dedesenvolvimento com as outras estratégias básicas.
Desta forma, através de pesquisas e experiências do PDP em empresas, os teóricos sugerem
uma estrutura de estratégia de desenvolvimento maisabrangente, que forneça fundamentos mais
seguros para projetos individuais. Estaestrutura possui as quatro propostas principais da estratégia de
desenvolvimento:

• Criar, definir e selecionar um conjunto de desenvolvimento de projetos queabasteçam


produtos e processos superiores;
• Integração e coordenação de tarefas funcionais, técnicas e organizacionaisenvolvendo
atividades de desenvolvimento;
• Gerenciar esforços de desenvolvimento que possam convergir para a conclusão depropostas
de negócio tanto eficazmente quanto eficientemente;
• Criar e aumentar a necessidade de capacidade para realizar o desenvolvimento com
vantagem competitiva para longo prazo.

41
9 ADJUVANTES EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS

As propriedades funcionais e físico-químicas das matérias-primas utilizadas em produtos


cosméticos, bem como em produtos farmacêuticos, são dependentes da estrutura química destas
substâncias.
Estas podem estar solubilizadas, emulsionadas ou ainda dispersas em sistemas coloidais ou
suspensões. 42
Pela Denominação Comum Brasileira: adjuvanteé uma substância adicionada ao medicamento
com a finalidade de preveniralterações, corrigir e/ou melhorar as características organolépticas,
biofarmacotécnicas etecnológicas do medicamento. (Resolução – RDC n° 17/00). O mesmo conceito
pode ser usado para a produção de um produto cosmético.
Já os excipientes são definidos como substâncias empregadas para veicular os princípios
ativos de formulações farmacêuticas ou cosméticas. Estes possibilitam a obtenção de formas estáveis,
eficazes e atraentes.
Geralmente as formas farmacêuticas são constituídas por um ativo (ou princípio ativo, no caso
de medicamentos) e substâncias inertes, denominadas excipientes.
Os adjuvantes são empregados com o objetivo de proteger o ativo, facilitar a administração,
corrigir as características físico-químicas da forma farmacêutica ou cosmética. Eles são utilizados com
o objetivo de solubilizar, suspender, espessar, emulsificar, estabilizar, diluir, conservar, colorir,
aromatizar e preparar uma formulação farmacêutica ou cosmética.
A palavra adjuvante é de origem latina: “adjuvare” e significa auxiliar, ajudar. Podemos
entender que o adjuvante é o excipiente que auxilia o ativo ou o fármaco a desempenhar sua função.
Já a palavra excipiente, também de origem latina: “excipire”, significa receber. O excipiente
“recebe” o ativo e o direciona ao seu local de ação.
As características do excipiente ideal são:
 não interagir com o ativo;
 não interagir com o material de acondicionamento;
 não ser tóxico, sensibilizante, irritante;
 disponibilizar o ativo;
 estabilizar a forma farmacêutica ou cosmética;
 fácil de ser armazenado;
 custo compatível com a formulação;
 características reprodutíveis lote a lote;
 propriedades apropriadas.
A escolha dos adjuvantes e excipientes é baseada na característica do fármaco ou ativo que se
deseja veicular e principalmente na forma farmacêutica ou cosmética escolhida.

Os adjuvantes comumente utilizados em cosmetologia são:


1- Agentes acidificantes/alcalinizantes: acertar e manter o pH. Ex: ácido cítrico, ácido
acético, carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, etc.
Um ácido pode ser definido como uma substância que, quando, dissolvida em água fornece 43
íons hidrogênio. Pela teoria de Bronsted-Lowry como uma espécie que doa prótons. E pela teoria de
Lewis como um aceptor de pares de elétrons.
Já as bases são definidas como substâncias que dissolvidas em água fornece íons hidroxilas.
Como espécies que podem aceitar prótons. E como doadores de pares de elétrons.
Nas preparações destinadas a aplicação em membranas sensíveis é desejável ajustar o pH
destas formulações em nível próximo ao pH fisiológico. Este ajuste é realizado objetivando evitar o
desconforto do usuário do produto. A ação de alguns tipos de ativos pode ser melhorada quando estes
forem apresentados em solução na forma ionizada ou não ionizada, esta forma pode ser escolhida e
mantida de acordo com o ajuste de pH do meio.

2- Conservantes: função de impedir a proliferação microbiana.Ex: Classe fenóis –


nipagin, nipazol, butilparabeno, ácido benzóico, benzoato de sódio, fenol, etc.

metilparabeno propilparabeno

butilparabeno

Conservantes antimicrobianos são substâncias adicionadas às formas farmacêuticas com a


finalidade de protegê-las de contaminações microbianas. Essas substâncias são utilizadas
principalmente em recipientes de dose múltipla para inibir o crescimento de microorganismos, que
podem ser introduzidos inadvertidamente durante ou após o processo de manufatura. Agentes
antimicrobianos não devem ser utilizados para reduzir a contagem de microorganismos viáveis como
substituto às boas práticas de manipulação da USP 23.
Conservantes devem ser adicionados nas formulações preparadas extemporaneamente
quando há possibilidade de contaminação e crescimento microbiano, tanto durante a preparação como
durante o uso pelo paciente ou responsável.
As propriedades de um conservante ideal são: efetivo em uma concentração baixa e não-tóxica
contra uma grande variedade de microorganismos; quimicamente estável sob condições normais de
uso, em um intervalo amplo de temperatura e pH; solúvel na concentração requerida; compatível com 44
uma grande variedade de fármacos e excipientes; isento de sabor, cor ou odor desagradáveis e não-
causador de sensação de ardência; não-tóxico e não-sensibilizante nas concentrações requeridas,
tanto interna quanto externamente; custo razoável e por fim não-reativo (não absorver, penetrar ou
interagir) com o material de acondicionamento ou embalagem.

3- Antioxidantes: evitar a oxidação dos componentes da fórmula. Ex: Fase aquosa -


sulfito de sódio, metabissulfito de sódio, ácido cítrico, EDTA, ácido tartárico e tartaratos.Fase oleosa -
vitamina E (-tocoferol), BHT (butil-hidroxi-toluol), BHA (butil-hidroxi-alisol).
Reações de oxidação/redução (redox) envolvem a transferência de um ou mais átomos de
hidrogênio ou oxigênio ou a transferência de elétrons.
As propriedades de um agente antioxidante/quelante ideal são: efetivo em uma concentração
baixa e não-tóxica; estável e efetivo nas condições normais de uso, em um intervalo amplo de
temperatura e pH; solúvel na concentração requerida; compatível com uma grande variedade de
fármacos e excipientes; livre de odor e sabor desagradável ou picante; incolor tanto na forma original
com na forma oxidada; não-tóxico e não-sensibilizante tanto externa como internamente na
concentração requerida; custo razoável e não-reativo (não deve absorver, penetrar ou interagir) com o
material de acondicionamento e embalagem.
A tabela abaixo representa as substâncias listadas como antioxidantes na USP 23-NF 18.
Nessa tabela, os agentes foram divididos em duas categorias : antioxidantes utilizados normalmente
para sistemas aquosos e para sistemas oleosos.

Antioxidantes para sistemas aquosos Antioxidantes para


sistemas oleosos

Ácido ascórbico Butil-hidroxianisol (BHA)


Ácido hidrofosfóricoButil-hidroxitolueno (BHT)
Dióxido de Enxofre Excipiente de tocofenol
Formaldeído sulfoxilato de sódio Palmitato de ascorbila
Metabissulfito de potássio Propilgalato
Metabissulfito de sódio Tocoferol
Monotioglicerol

4- Essências: adicionadas em preparações tópicas para melhorar seu apelo estético.


Geralmente as essências são produtos oleosos obtidos de processos extrativos naturais ou sintéticos.
A escolha da fragrância está diretamente relacionada com a vendabilidade do produto. Estudos 45
comprovam que muitos consumidores compram os seus produtos pelo odor. Ex: óleo de rosas, óleo de
jasmim, óleo da gualtéria, etc.

5- Corantes: conferir cor. Ex: clorofila, urucum, betacaroteno, corantes artificiais.


Considera-se corante a substância ou mistura de substâncias que possuem a propriedade de conferir
ou intensificar a coloração de alimentos, medicamentos e cosméticos; melhorando a aceitação do
produto pelo consumidor. Os corantes são substâncias que desenvolvem seu poder tintorial dissolvidos
no meio em que são utilizados. Os pigmentos são substâncias insolúveis que desenvolvem seu poder
tintorial quando dispersas no meio em que são utilizados. As lacas são pigmentos tratados por
precipitação de um corante solúvel sobre um substrato insolúvel, reativo ou absorvente. Os corantes
podem ser orgânicos naturais, orgânicos sintéticos, artificiais, orgânico sintético idêntico ao natural e
inorgânicos. Vale ressaltar que os corantes de uso em medicamentos são somente os de uso
alimentício. Na escolha do corante deve-se observar a sua solubilidade no meio, o aspecto do produto
final a ser corado, o tipo de embalagem e suas interações com a substância corante, contaminação
microbiana, o custo do produto, entre outros fatores. Pela Resolução nº 79 de 28 de agosto de 2000
classificamos os corantes em campos de atuação.
 Campo de aplicação 1: corantes permitidos para todos os tipos de pele.
 Campo de aplicação 2: corantes permitidos para todos os tipos de produtos exceto
aqueles que sã aplicados na área dos olhos.
 Campo de aplicação 3: corantes permitidos exclusivamente em produtos que não
entram em contato com mucosas.
 Campo de aplicação 4: corantes permitidos em produtos que tenham breve tempo de
contato com pele e cabelo.

6- Agentes emulsionantes: função de emulsionar = dispersar e misturar intimamente


dois líquidos imiscíveis, formando uma preparação estável. Ex: sabões alcalinos, estearato de amônio,
lauril sulfato de sódio.
Propriedades desejáveis para os agentes emulsionantes quanto a estrutura molecular: embora
agentes emulsionantes devam conter porção hidrofílica e lipofílica, nenhuma porção pode ser
fortemente dominante. Se a porção hidrofílica da molécula é completamente dominante, a substância
não se concentra na interface água/óleo: permanece dissolvida na fase aquosa. Da mesma maneira, se
a porção lipofílica é muito importante, a substância permanece dissolvida no óleo. Um bom agente
emulsionante deve ter um balanço razoável entre seus grupos hidrofílico e lipofílicos.
Como regra geral, agentes emulsionantes nos quais os grupos hidrofílicos são relativamente
dominantes produzem emulsões óleo e água (o/a). Aqueles nos quais os grupos lipofílicos são 46
dominantes produzem preferencialmente emulsões água em óleo (a/o), e aqueles com balanço próximo
à equivalência podem produzir os dois tipos, dependendo das circunstâncias. Os exemplos a seguir
ilustram tais emulsões: nos sabões, estearato de sódio, o grupo hidrofílico, - COO-Na+, é relativamente
dominante sobre a cadeia hidrocarbonada lipofílica C17H35- . Como resultado, o estearato de sódio é
solúvel em água e insolúvel em óleo. Ele apresenta um equilíbrio suficiente entre os grupos, de modo
que se localiza na interface óleo/água e produz emulsões óleo em água. Em contrapartida, o estearato
de cálcio contém, em vez de uma, duas cadeias hidrocarbonadas longas, nas quais os grupos
lipofílicos são dominantes. O estearato de cálcio é insolúvel em água, solúvel em óleo e promove a
formação de emulsões água em óleo. Em ambos os casos, a porção iônica é necessária. Se uma
substância comum ácido é adicionada a uma emulsão estabilizada por um desses emulsionantes, o
equilíbriopara a reação R-COO-↔ R- COOH desloca para a direita. Nesse momento, a forma não-
ionizada predomina; o balanço hidrofílico/lipofílico é destruído e o emulsionante deixa a interface
água/óleo e dissolve-se no óleo.
O emulsionante deve produzir uma emulsão estável. Alguns tensoativos são capazes de
produzir emulsões, mas estas se separam no armazenamento ou na estocagem porque o tensoativo é
incapaz de produzir barreiras fortes e estáveis para evitar a coalescência das gotas dispersas. Agentes
como estes podem ser úteis se combinados com uma segunda substância, que atua como um
estabilizador. O tensoativo é, então, citado como o agente emulsificante primário, e o estabilizador,
como agente emulsificante secundário ou auxiliar. Um exemplo desse sistema é o uso do emulsificante
primário lauril sulfato de sódio com o emulsionante auxiliar álcool estearílico nas pomadas hidrofílicas
USP.
O agente emulsionante deve ser estável à degradação química. Se ele é suscetível ao ataque
microbiológico, devem ser tomadas precauções adequadas: adicionar um conservante, refrigerar o
produto, indicar um curto prazo de validade ou combinações dessas alternativas.
O agente emulsionante deve ser razoavelmente inerte e não deve interagir quimicamente com
nenhum dos outros ingredientes da formulação.
A substância não deve ser tóxica nem irritante para a pele ou as mucosas.
Dependendo de sua utilização, deve ser relativamente inodoro, insípido e incolor.
Deve ter um custo razoável.

7- Umectantes:substâncias com capacidade de umectar/hidratar a pele, usado para


evitar o ressecamento das formulações devido sua capacidade de reter água no sistema. Ex:
propilenoglicol, glicerina, sorbitol.

8- Emolientes: ação amaciante da pele. Ex: glicerina, lanolina, óleo de amêndoas. 47


Os emolientes têm como característica serem insolúveis em água. Eles conferem
espalhamento do produto à pele ou cabelos e são lubrificantes. Em associação com umectantes são
responsáveis pela hidratação da pele e cabelos. Eles conferem aparência e aplicabilidade e
espessamento para as formulações (ajudam na consistência de formulações plásticas). São compostos
oleosos, com exceção de alguns tipos de silicones. Eles apenas retêm a água. Geralmente são
moléculas de hidrocarbonetos, triglicerídeos, álcoois graxos, ésteres de álcoois graxos ou silicones.

9- Solventes: dissolver componentes da formulação. Ex: água, etanol, acetona, éter,


propilenoglicol, óleo mineral, glicerina, polietilenoglicol 400 a 600, ésteres, silicones, isoparafina,
tolueno, misturas de tensoativos, etc..

10- Tensoativos: solubilidade em água e óleo – formam micelas que estabilizam a


preparação. Alteram a tensão superficial. Ex: lauril sulfato de sódio, cloreto de cetiltrimetil amônio
(usado em condicionadores), docusato sódico, polissorbatos, lecitina de soja.
Agentes com atividade de superfície, também chamados surfactantes são moléculas ou íons
que são adsorvidos nas interfaces. A estrutura destas substâncias é formada de duas parte uma
porção lipofílica que se orienta em direção ao óleo ou outros líquidos ou sólidos apolares e uma porção
hidrofílica que se orienta em direção a água ou outras moléculas polares. Os surfactantes se orientam
na interfase de modo a reduzir a energia livre produzida pela presença de interface. Eles reduzem a
tensão superficial entre um líquido e um gás ou a tensão interfacial entre dois líquidos. Os tensoativos
podem funcionar como agentes molhantes, detergentes, agentes de espuma, agentes dispersantes,
solubilizantes ou agentes emulsionantes. A classificação dos tensoativos leva em consideração seus
grupos polares. Então, geralmente, os tensoativos são: aniônicos, catiônicos, não-iônicos ou anfóteros.

11- Espessantes: aumentam a viscosidade das preparações líquidas. Ex: CMC


(carboximetilcelulose), hidroxietilceluose, goma xantana, gelatina, goma adraganta, carbopol (polímeros
do ácido acrílico).
A viscosidade é a medida da resistência ao fluxo de um sistema após a aplicação de uma
força. Quanto maior a viscosidade, maior será a força a ser aplicada para produzir o fluxo com uma
determinada velocidade. A viscosidade é expressa matematicamente pela Lei de Newton. Líquidos
puros e soluções diluídas exibem fluxo newtoniano, o que significa que a sua viscosidade é
caracterizada por um valor único. A relação entre a força de cisalhamento e a velocidade de
cisalhamento é linear. Muitos produtos farmacêuticos e cosméticos exibem modelos de fluxo não-
newtoniano, ou seja, a viscosidade deste sistema não é constante e depende da força de cisalhamento
aplicada. São exemplos de fluidos não-newtonianos as dispersões líquidas e sólidas, dispersões 48
coloidais como emulsões, cremes, pomadas e suspensões.
O aumento da viscosidade pode oferecer vantagens e desvantagens as formulações
cosméticas e também farmacêuticas. O entendimento do significado de viscosidade e dos vários tipos
de comportamento dos produtos líquidos e semi-sólidos é de grande importância para a escolha do
adjuvante adequado. Nas preparações de uso tópico a viscosidade apropriada é essencial para obter a
suavidade e consistência desejável, fazendo com que o produto seja facilmente aplicado, permaneça
em contato com o local de aplicação, ou não, e principalmente, produza uma sensação agradável ao
usuário. A viscosidade elevada por vezes é desvantajosa para a dissolução de ativos e até mesmo de
outros adjuvantes da formulação.
Geralmente os agentes espessantes ou doadores de viscosidade são colóides hidrofílicos
constituídos de macromoléculas solúveis ou de colóides particulados de associação. As
macromoléculas são polímeros de cadeia linear ou ramificada que se dissolvem molecularmente em
água. Estas soluções formam as dispersões coloidais. Os agentes de viscosidade interagem com as
moléculas da água formando sistemas estruturados que interrompem o fluxo das moléculas presentes
nas proximidades.

12- Veículo: agente carregador de substâncias farmacêuticas, utilizado na preparação de


líquido orais e parenterais. Ex.: água (purificada), misturas hidroalcoólicas, misturas
flavorizadas/edulcoradas (xaropes, elixires aromáticos), oleaginosos (óleo de amendoim, gengibre,
mineral).

13- Agente suspensor: usado para suspender partículas sólidas no veículo, aumentar a
viscosidade de um veículo em um sistema disperso, diminuir a velocidade de sedimentação das
partículas dispersas em um veículo, onde não são solúveis. Ex: ágar, caulim, metilcelulose, CMC,
HMC, goma adragante.
14- Agentes levigantes: substâncias utilizadas como agente facilitador na redução do
tamanho de partículas de fármacos por trituração, em geral em um almofariz. Ex.: glicerina, óleo
mineral.

15- Lipossomas: são vesículas globulares microscópicas formadas por moléculas


anfifílicas (geralmentefosfolipídios) que se organizam em forma de uma camada dupla ou de várias
camadas duplas. Essasvesículas são capazes de veicular substâncias hidrofílicas, anfifílicas ou
lipofílicas e apresentam acapacidade de interagir com os lipídios da pele humana, quando aplicados 49
topicamente, liberando assubstâncias que transportam.As vesículas multilamelares (com várias
camadas duplas) tendem a liberar a substância que carregam demodo mais prolongado que as
vesículas unilamelares (uma camada dupla).Os lipossomas são formados espontaneamente após a
dispersão de fosfolipídios em meio aquoso (porexemplo, fosfatidilcolina – lecitina de ovo ou de soja),
dando origem a vesículas de tamanhos variados desdemicrômetros a nanômetros.As vesículas de
lipossomas devem ser evitadas em formas cosméticas como as emulsões e preparaçõesalcoólicas
para não comprometer a sua estabilidade. Nas emulsões os tensoativos presentes podemdesordenar
os fosfolipídios ocasionando a ruptura dos lipossomas, enquanto que o álcool pode solubilizaras
camadas lipídicas dos lipossomas.
10 FORMAS COSMÉTICAS PLÁSTICAS: DESODORANTES, ANTIPERSPIRANTES, DENTIFRÍCIOS

Desodorantes e Antiperspirantes
São introduzidos no mercado cosmético somente no início do século XX, quando a perspiração
e o odor começam a ser considerados um problema.
Desde o Egito antigo há registros do uso de perfumes com odor muito intenso para mascarar o
odor corporal. Desde a Roma antiga há também notificações do uso de substâncias adstringentes para 50
reduzir a umidade da região axilar.
A produção do suor é uma importante função fisiológica para a manutenção e controle da
temperatura corporal, excreção, hidratação e plastificação da camada córnea.
A transpiração é a passagem de qualquer fluido através da pele ou qualquer membrana animal
na forma de vapor. Esta definição é mais ampla e inclui o conceito de perspiração. A perspiração é o
fluido salino secretado pelas glândulas sudoríparas que consiste principalmente de água, cloreto de
sódio e outros sais em menores quantidades, além de substâncias nitrogenadas (como uréia), CO 2 e
outros solutos.
–Odores da transpiração - degradação dos produtos de secreção, em particular os de
natureza protéica, pelas bactérias da superfície da pele.
–Suor apócrino - menos abundante = responsável por grande parte do odor. Rico em
material orgânico.
–Suor écrino - mais diluído - contribui para o odor porque dispersa o suor apócrino por
uma área maior e por fornecer a umidade necessária ao crescimento bacteriano.
O odor das axilas varia de pessoa para pessoa. É influenciado pelas bactérias que
colonizam a axila. Também é influenciado pelos alimentos recentemente ingeridos. O
decréscimo na perspiração axilar pode ser medido coletando-se a umidade em compressas
axilares que são pesadas antes e após exposição a um ambiente com temperatura elevada. A
aplicação de uma formulação a uma placa de cultura semeada com perspiração humana pode
determinar a% de redução do crescimento bacteriano.
Como formas para reduzir ou controlar o odor das axilas:
 Reduzir o suor apócrino nas axilas;
 Reduzir o suor écrino usando produtos adstringentes;
 Diminuir o crescimento bacteriano usando produtos antibacterianos;
 Remover ou absorver as secreções liberadas pelas glândulas apócrinas e écrinas;
 Uso de inibidores de enzimas bacterianas;
 Uso de substâncias absorventes de produtos oriundos de degradações enzimáticas;
 Mascarar odores usando fragrâncias.
Portanto existem dois tipos distintos de produtos disponíveis ao consumidor:
desodorante e o antiperspirantes. Para serem eficazes estes devem reduzir em 20% ou mais a
umidade axilar e diminuir a colonização bacteriana nas axilas.
Os antiperspirantes reduzem a umidade (suor écrino) e indiretamente o mau odor. Os
desodorantes reduzem e mascaram o mau odor.
51
Desodorantes
São constituídos por veículos (líquidos, sólidos, pastosos ou fluidos) contendo bactericidas ou
bacteriostáticos. Ao limitar o desenvolvimento das bactérias na superfície da pele, estas não podem
degradar os derivados protéicos do suor (aminas e amidas) e, portanto, evita-se o desenvolvimento do
mau cheiro.
O banho diário, utilizando sabão neutro, faz desaparecer momentaneamente as bactérias
por 2 a 3 horas, mas não é suficiente para uma ação mais prolongada.
Os desodorantes contêm produtos com ação antimicrobiana, neutralizadora e que mascaram o
odor. São produtos destinados a reduzir ou disfarçar os maus odores devido a secreção apócrina. São
classificados na resolução 79/00 como produtos de higiene pessoal, categoria risco I, como já citado
anteriormente.

Os requisitos necessários para as substâncias atuarem como desodorantes:


 Eficácia e segurança em inibir o crescimento bacteriano sem agredir a flora bacteriana
normal da pele;
 Permitir aplicação local e ser livre de reações tóxicas e alérgicas;
 Possuir capacidade de permanência e de retenção sobre a pele para que o efeito
perdure.

As matérias-primas utilizadas que atuam como desodorante são:


 Antimicrobianos;
 Anti-sépticos;
 Neutralizantes de odores;
 Mascaradores de odores.

Dentre os agentes antimicrobianos, os mais comumente utilizados em desodorantes são:


Substância com ação Concentração usual Propriedades principais da
antimicrobiana encontrada em desodorantes substância
3,4,4’ triclorocarbanilida 0,2% É efetivo, seguro e de
(TCC) baixa irritação. É insolúvel em
água, pode ser solubilizado em
tensoativos não-iônicos. É mais
ativo contra bactéria G-. Não deve
ser aquecido na técnica de
preparo. 52

Cloreto de benzalcônio 0,1% É pouco efetivo contra


bactérias G-, mas muito efetivo
contra bactérias G+.
2,4,4’ tricloro 2’ 0,03 a 3% É efetivo contra os dois
hidroxidifenileter (Triclosan ou tipos de bactérias. É um produto
Irgasan) não iônico, seguro, não tóxico, não
sensibilizante, compatível com
tensoativos aniônicos.
Cloreto de benzetônio 0,2% Proibido em produtos que
entram em contato com mucosas.

Os neutralizadores de odores mais utilizados são: óxido de zinco, fenol sulfonato de zinco,
derivados do ácido lático ou tartárico, antioxidantes como o BHT e a pentadecalactona adicionada aos
desodorantes sem perfume para mascarar o odor da pele.

Antiperspirantes
São produtos destinados a reduzir a produção de suor axilar e palmo-plantar. A evaporação
deficiente do suor (roupas) intensifica o meio úmido e “facilita o trabalho” da flora bacteriana. Têm como
função reduzir a transpiração (50%). Alguns sais adstringentes têm essa função e são muito utilizados:
cloridróxido de alumínio (micronizado), taninos, sulfato de zinco, óxido de zinco, sais de zircônio,
lantânio e cério. Ação suposta seria precipitar as proteínas e obstruem superficialmente os poros das
glândulas sudoríparas.
Alteram o estado fisiológico de ducto écrino, sendo classificados pela resolução 79/00 como
produtos de risco II. A ação é dada pela redução da perspiração; algumas substâncias também têm
função desodorante; algumas delas possuem pH baixo, o que reduz o crescimento bacteriano. Com a
redução da umidade retarda a reprodução bacteriana. Os sais alumínio atuma por contração dos
condutos excretores do suor devido ao seu pH ácido. Também precipitam proteínas. Derivados de
alumínio associados a amido (5 a 10%) impedem a interação com as essências e reduz a irritação da
pele (sensíveis). Como vantagem dissolvem-se rapidamente na temperatura corporal, liberando o
alumínio progressivamente.
Também são aplicados polímeros orgânicos absorventes para absorver a umidade superficial
da pele: polissacarídeos, polipeptídeos, polímeros vinil carboxílicos e copolímeros. Características:
absorvem uma quantidade de umidade superior ao próprio peso.
Como apresentações estes produtos podem ser:

–Formas líquidas: 53

 Loções - Soluções hidroalcoólicas de sais de alumínio - Quantidades maiores ou


menores de etanol - favorecer a vaporização (sensação de frescor imediato) e solubilizar as
essências. Glicerol, sorbitol, propilenoglicol - Umectantes - aumentam a viscosidade do
produto, favorecendo a aderência após a aplicação.
 Aerossóis tendo aplicação rápida e fácil;
 “Squeeze-sprays” são fórmulas mais populares em recipiente de plástico mole
(PVC de baixa densidade), que por simples pressão manual do corpo do frasco, libera o
conteúdo em uma nuvem grosseira de gotículas;
 “Roll-on” são soluções líquidas muito viscosas (espessante - CMC). Frascos
com tampa formada por uma esfera de plástico que rola sobre a pele, resultando na aplicação
de uma fina película do produto. Eficaz, econômica, higiênica (não escorre) e segura (gotículas -
inaladas);

–Formas fluidas e sólidas:


 Cremes - Cremes evanescentes, O/A;
 Géis - Bastão - “Sticks”;
 Sabões desodorantes com Irgasan.
As principais características que os antiperspirantes devem apresentar:
 Eficiência;
 Eficácia;
 Segurança;
 Perfume agradável;
 Toque e espalhabilidade agradável.
Dentifrícios
No Brasil 50% das pessoas de 40 anosnão possuem metade dos dentes e que cerca de 95%
dos brasileiros sofrem de cárie e doenças das gengivas; sendo que a grande maioria dos problemas
relacionados aos dentes podem ser evitados com uma escovação adequada e uso do fio dental.
As enfermidades que afetam a região bucal são:
 Cárie: bactérias na presença de hidratos de carbono, especialmente açúcar. Bactérias
formam ácidos, a partir dos açúcares, que atacam o esmalte.
 Parodontopatias: placas ou tártaro (restos de comida, mucoproteínas da saliva e 54
bactérias) decorrentes de higienização mal-feita: os resíduos se depositam entre os dentes e a gengiva
e penetram até a raiz, podendo alcançar o maxilar.
As antigas civilizações da Índia e da China foram as primeiras a se preocuparem em cuidar dos
dentes e a pensar na existência de uma substância para limpá-los. A receita da pasta de dentes
egípcia incluía cinzas pulverizadas de animais, como os bois, e cascas de ovos queimadas. Outras
receitas incluíam partes animais secas, ervas, mel e minerais, como o carvão. Nessa época, a escova
dental nem sonhava em ser fabricada e a solução era esfregar os dentes com os dedos mesmo.
Assim como os egípcios, os gregos e romanos utilizavam componentes abrasivos para a
higiene bucal, como conchas queimadas de caracóis e ostras e gesso queimado. A partir de 1660
começaram os estudos científicos sobre os dentifrícios. Um homem chamado Robert Turner anunciou
que havia esfregado sal nos dentes. Depois disso, muitas pessoas da época começaram a fabricar
suas próprias pastas, em tampas de panelas.
Só faltava este impulso para que cientistas começassem a pensar em fórmulas específicas
para a criação dos dentifrícios.
Antes de 1880, muitos químicos já fabricavam cremes dentais, depositados em panelas, já que
não existia a embalagem.
A data do surgimento da primeira pasta manufaturada é 1873. Quem a inventou foi o Dr.
Washington Sheffield, reconhecido químico e cirurgião-dentista em New London, Connecticut Mas os
cremes dentais em tubos só surgiram quase duas décadas depois, em 1890. A idéia partiu do filho de
Sheffield, Dr. Lucius Tracy Sheffield. Ele observou que tintas eram embaladas em tubos de metal e
resolveu fazer o mesmo com o dentifrício desenvolvido por seu pai.
Os tubos de metais agradaram os consumidores e a partir daí, os cremes dentais começaram a
ser utilizados em larga escala, como método de higienização.
As fórmulas mudaram, evoluíram e hoje temos uma enorme gama de produtos com ativos para
nos ajudar a cuidar da nossa saúde bucal.
As principais funções dos produtos encontrados atualmente são:
 Limpar os dentes de modo adequado: eliminar os resíduos de alimentos, placas e
manchas;
 Deixar a boca com uma sensação de frescor e limpeza;
 Ter custo baixo;
 Estimular o uso;
 Inócuo, agradável e fácil de usar;
 Adequado a padrões de abrasividade, por exemplo.
Nas últimas décadas os dentifrícios também são veiculadores de ativos profiláticos das cáries e 55

das periodontites.
O apelo de marketing destes produtos é muito forte e acaba se tornando um complicador para
o manipulador, pois há a exigência de que o efeito “prometido” se cumpra efetivamente.
A apresentação mais comum é na forma semi-sólida com pasta ou gel, mas também há forma
líquida ou sólida, em pó.
A estrutura básica de composição de um produto dentifrício é a mesma para todas as formas
apresentadas:
 Abrasivo suave com a função principal do dentifrício: eliminar o material aderido ao
esmalte com mínimo dano; comequilíbrio entre remoção de resíduos e proteção do esmalte. As
substâncias comumente utilizadas são:
o Carbonato de cálcio - Limpador eficaz, mas não produzem um bom brilho nos dentes.
Alternativa - usar em combinação com outros abrasivos.
o Fosfato DicálcicoDihidratado (FDD) = + comumente utilizado - pH 6-8 -sabor melhor
que carbonato
o Fosfato Tricálcico e Pirofosfato cálcico 56
o Hidróxido de Alumínio - Sais de alumínio - altamente compatíveis com o Flúor
o Dióxido de titânio
o Ácido silícico (sílica)
o Polimetilmetacrilato
o Bicarbonato de sódio
 Agente tensoativo que ajuda na penetração e eliminação da película aderida. Facilitam
a remoção das placas. Também são os responsáveis pela formação de espuma = apelo psicológico de
limpeza. As substâncias comumente utilizadas são:
o Detergentes devem ser insípido, atóxico, e não irritante da mucosa bucal. Alguns
tensoativos podem ter propriedades profiláticas / terapêuticas intrínsecas. O mais utilizado é o lauril
sulfato de sódio e o N-laurilsarcocinato de sódio.
 Umectantes que são adjuvantes de formulação que previnem o ressecamento da pasta
e facilitam asaída da pasta do tubo. As substâncias comumente utilizadas são:
o Glicerina é estável, atóxica, solubilizante, possui sabor “doce” .
o Sorbitol
o Propilenoglicol
o PEG
o Xylitol
 Aglutinantes e espessantes são usados paramanter uma suspensão rica em sólidos,
viscosa e estável. As substâncias comumente utilizadas são:
o Gomas - Naturais ou sintéticas
o Alginatos
o Goma Xantana
o CMC
o Hidroxietilcelulose
o Carbopol
o Carragena
 Edulcorantes para corrigir sabor dos abrasivos e dos tensoativos A sacarina é a
substância mais utilizada, mas também encontra-se produtos com aspartame.
 Aromatizantes e flavorizantessão responsáveis pela refrescância e influenciam
diretamente na venda e utilização do produto. O sabor é uma das características mais determinantes
da aceitação do consumidor. Pode representar de 25 a 70% do custo do produto. São responsáveis
pela sensação de frescor, limpeza. É utilizado menta (mentol), eucalipto, cravo (eugenol), anis.
 Corantesempre aliado ao efeito psicológico do consumidor.
 Conservantes para proteger o produto após abertura do frasco e durante o consumo. 57
As substâncias mais utilizadas são:
o Formaldeído
o Benzoato de sódio
o Clorhexidina
o Ácido sórbico
A efetividade da remoção de placa bacteriana é 70% maior quando se usa dentifrício.
Além disso, a formação de uma nova de placa é reduzida em 45% com o uso do creme dental.
Embora o dentifrício não seja indispensável para a remoção de placa, tem-se comprovado a
sua importância para garantir a limpeza e o polimento dental.
A quantidade de pasta só tem relevância quando se trata de crianças com menos de 6 anos,
que podem ingerir dentifrício involuntariamente ao escovar os dentes.
Uma quantidade pequena deve ser usada, para reduzir a ingestão de flúor. Recomenda-se a
técnica transversal: ao invés de se colocar pasta em toda extensão da escova, cruza-se esta com o
dentifrício.
A pasta anticárie contém flúor, a antitártaro contém em, acréscimo, substâncias que reduzem a
formação de tártaro (Gantrez, Pirofosfatotetrasódico). Os dentifrícios antitártaro não removem cálculo
dental mecanicamente, o que deve ser feito pelo dentista o dentifrício interfere apenas em sua
formação. As pastas antiplaca contêm substâncias antimicrobianas.
Estudos com dentifrícioscontendo nitrato de potássio têm mostrado média de 30% de redução
de sensibilidade a jato de ar frio. Essa redução vai depender do limiar de sensibilidade do indivíduo e
do modo de escovar os dentes.

FORMAS COSMÉTICAS DISPERSAS: EMULSÕES, LOÇÕES

EMULSÕES
É uma forma farmacêutica obtida por dispersão mecânica (agitação) de dois líquidosimiscíveis,
um no seio do outro.
É um sistema heterogêneo, bifásico e que normalmente utiliza um agente emulsionante ou
emulsivo ou emulsificante ou emulgente. É um sistema estável por determinado tempo.
Todas emulsões são compostas por fases. Estas são:
 Dispersante : Fase externa ou contínua; geralmente constituída pelo líquido de
maior proporção
 Dispersa : Fase interna ou descontínua; o líquido disperso está na forma de 58
gotículas (esféricas e de diversas dimensões, o que determina a classificação em grosseiras,
finas, médias e microemulsões).
As emulsões que têm fase interna oleosa e fase externa aquosa são conhecida, geralmente,
como emulsões óleo em água, que podem ser designadas “O/A”. As emulsões que têm fase interna
aquosa e fase externa oleosa são conhecidas como emulsões água em óleo, que podem ser
designadas “A/O”.
O que determina o tipo de emulsão não é a quantidade relativa dos componentes hidrossolúvel
e lipossolúvel. Com base em considerações termodinâmicas, Bancroft deduziu uma regra geral: “A fase
em que o emulsionante é preferencialmente solúvel é a fase contínua da emulsão”.
Em geral as emulsões são brancas, devido ao pequeno tamanho das partículas dispersas, que
assim refletem totalmente a luz branca.
O/A : A água engloba a partícula de óleo. Assim a fase externa será a água. Estas emulsões e
cremes não atuam como engordurantes, são usados principalmente como cremes para uso durante o
dia.
A/O : A fase oleosa engloba a fase aquosa, assim a fase externa será o óleo. Estas emulsões e
cremes apresentam efeito engordurante, deixando a pele com o aspecto brilhante.
As emulsões classificam-se em 4 tipos de acordo com o tamanho das partículas de sua fase
dispersa ou interna:
 Macroemulsão
 Microemulsão
 Miniemulsão
 Emulsõesmúltiplas
Macroemulsões
Emulsões opacas, termodinamicamente instáveis (podem ser cineticamente estáveis por
longos períodos de tempo, mas ao final sofrerão separação de fases)com partículas de tamanho maior
que 400nm, facilmente visíveis no microscópio. A ação dos emulsionantes e outros estabilizante pode
reduzir a velocidade de coalescência.
Microemulsão
Sistemas termodinamicamente estáveis, dispersões isotrópicas, transparentes, com gotículas
de tamanho inferior a 100nm e de baixa viscosidade. 59
Miniemulsão
É o tipo intermediário entre os dois primeiros, com tamanho de partícula variando entre 100 a
400nm .São também chamadas de emulsões branco-azuladas semi-opacas. Geralmente, o
emulsionante é a mistura de tensoativo iônico com co-tensoativos, normalmente álcoois de cadeia
acima de 12 carbonos.
Emulsões múltiplas
As partículas dispersas são emulsões delas mesmas. Na realidade são gotas de um líquido
dispersado em gotas maiores de outro líquido, que é então disperso emuma fase contínua, geralmente
da mesma natureza que o primeiro líquido. A/O/Aou O/A/O.
O termo estabilidade, usualmente, refere-se à resistência da emulsão quanto a coalescência de
suas gotas dispersas.
Coalescência refere-se à junção de duas ou mais gotas para formar uma única gota de volume
maior, mas de menor área interfacial, que geralmente leva a quebra da emulsão.
A estabilidade das emulsões deve ser abordada não somente sobre o mecanismo da
estabilização, mas também sobre o tempo de estabilidade e as condições de preparo da emulsão.
Fatores relacionados à coalescência
Natureza física do filme interfacial ao redor das gotas emulsionadas.
É importante a formação de um filme interfacial de moléculas de tensoativo densamente
empacotado adsorvido ao redor das gotas da emulsão, com propriedades de forças intermoleculares
entre elas e a solução aquosa. Obtém-se com misturas de emulsionantes.
O aumento da temperatura quebra as pontes de hidrogênio e desidrata o tensoativo,
favorecendo a aproximação das gotas e favorecendo a separação das fases. Nas emulsões com
tensoativos Iônicos, as cargas negativas ou positivas criadas ao redor das gotas de óleo retardam a
coalescência das gotas pela formação da dupla camada elétrica.
A viscosidade da fase contínua.
Reduz a difusão das gotas emulsionadas, sua frequência de colisão e a coalescência,
aumentando a estabilidade da emulsão.
Razão de volume entre as fases
Conforme o volume da fase dispersa aumenta, o filme interfacial se expande, reduzindo a
estabilidade do sistema.
Temperatura
A mudança de temperatura causa alterações na tensão interfacial entre as fases, na natureza e
viscosidade do filme interfacial, na solubilidade relativa dos emulsionantes de cada fase, na pressão de
vapor e viscosidade das fases líquidas e na agitação térmica das gotas dispersas. Esses fatores podem
causar inversões ou quebra da emulsão. 60
As emulsões mais adequadas para uso tópico, geralmente, são as do tipo O/A devido a seu
aspecto menos oleoso e portanto mais agradável. Em cosméticos destinados ao uso em países que
possuem temperatura muito fria ou em produtos para massagem, que requerem excelente
espalhabilidade, as emulsões A/O podem ser desejadas.
As emulsões são preparações cosméticas termodinamicamente instáveis e, com o tempo
apresentam sinais progressivos de instabilidade, com eventual separação de fases (desestabilização
do produto, onde fase aquosa e fase oleosa se separam).
Uma emulsão permanece homogênea, sem apresentar separação das fases (aquosa e oleosa)
por um tempo finito após sua preparação, mantendo suas características originais de forma aceitável.
Este período é denominado de “prazo de validade”. Depois de um determinado tempo a tendência é
ocorrer separação das fases aquosa e oleosa. Cabe ao formulador conseguir uma emulsão que
mantenha estável num prazo suficiente para o produto ser usado.
Dependendo das características do tensoativo empregado, ou seja do seu comportamento de
carga em solução aquosa, as emulsões podem ser classificadas em iônicas (catiônica ou aniônica) e
não iônicas.
Os tensoativosantiônicos se caracterizam por apresentarem em solução aquosa a parte polar
carregada negativamente, enquanto que o tensoativo catiônico apresenta-se carregado positivamente.
Os tensoativos não iônicos são caracterizados por possuírem dipolos elétricos em sua parte polar que
formam pontes de hidrogênio com as moléculas de água presentes.
As emulsões não iônicas são as mais bem aceitas comercialmente na atualidade, uma vez que
são compatíveis com vários tipos de substâncias ativas a serem nelas incorporadas.
Como exemplo de tensoativo aniônico podemos descrever a reação entre o ácido esteárico e
hidróxido de sódio que origina um sal, o estearato de sódio e água. Esse sal formado é um sabão,
solúvel em água, que apresenta sepração iônica, em meio aquoso, originando um íon negativo.
No tensoativo aniônico, o aniôn é o carboxilato sódico que na água se separa do cátion,
ficando assim ânion formado pela cadeia de carbono (lipofílica) e o radical carboxílico, COO -
(hidrofílico). Portanto esse tensoativo, em água, apresenta carga negativa e por isso é aniônico.
Exemplo de um tensoativo catiônico: em solução aquosa o tensoativo catiônico se dissocia e
fica com a extremidade hdirofílica carregada positivamente.
Exemplo de um tensoativo não iônico: a reação entre o ácido esteárico e glicerol resulta em um
éster (estearato de glicerol) e água. Esse éster, em solução aquosa, não se hidrolisa formando íons e
por isso é um tensoativo iônico.
Logo, até o momentovimos que uma emulsão é constituída por 3 componentes fundamentais:
pela fase aquosa, fase oleosa e os agentes emulsionantes, podendo conter também outros
componentes como antioxidantes, conservantes, perfume, substâncias com antioxidantes, 61
conservantes, perfume, substâncias com atividade biológica (chamadas substâncias ativas), doadores
de viscosidade, etc.
As emulsões podem constituir vários produtos cosméticos como cremes, loções, hidratantes,
colônias, leites, etc.
A principal característica das loções é serem emulsões com baixa viscosidade e alta fluidez,
sendo consideradas formas dispersas semi plásticas. Já os cremes são consistentes.
Fatores que podem acelerar a desestabilização de emulsões:
– hidrólise de tensoativos em valores extremos de pH;
– destruição microbiana de seus componentes;
– processos fotoquímicos;
– eletrólitos;
– temperatura (baixa ou elevada);
– perda de água devido ao calor, má armazenagem ou uso de embalagem não apropriada.
Este fato podelevar à inversão das fases da emulsão.
A estabilidade física de emulsões pode ser avaliada através do teste de centrífuga. Neste
ensaio sãotomados cerca de 5 gramas da amostra e submetida à centrifugação durante pelo menos 30
minutos a3.000 rpm (rotações por minuto). Após este período não deve ser observada a separação das
fases daemulsão.
Conceitos relativos à separação de fases:
– Floculação: início da aproximação das gotículas da fase interna (etapa pré-coalescência ou
formação de creme).Nesta etapa é possível reverter a instabilização que deve acontecer na emulsão.
– Coalescência: junção das gotículas da fase interna até ocasionar a sua “quebra” (formam-se
duascamadas líquidas diferentes).
– Sedimentação: separação das fases interna e externa devido à diferença na densidade dos
líquidos.
CONDICIONADORES CAPILARES
A necessidade de condicionadores capilares cresceu depois do desenvolvimento de xampus
com ação detergente. Esses xampus novos limpavammuito bem: removiam o sebo tão completamente
da raiz dos cabelos que estes se tornavam pouco manuseáveis, foscos e ásperos ao toque.
Os objetivos destas formulações:
 Produzir efeito sobreengordurante;
 Neutralizar as cargas negativas deixadas no cabelo;
 Tratar os fios pela fixação de substâncias na queratina; 62
 Deixar os cabelos macios e sedosos.
O papel de um condicionador é imitar o sebo para tornar os cabelos manuseáveis, brilhosos e
macios. Condicionadores também tentam recondicionar cabelos que foram danificados.
Condicionadores também tentam recondicionar cabelos que foram danificados por trauma químico ou
mecânico. Fontes comuns de trauma incluem escovar excessivamente, secagem quente, xampus
detergentes, ondas alcalinas permanentes e descoloração. Obviamente, como os cabelos não são um
tecido morto, qualquer recondicionamento que ocorra é mínimo e temporário, até a próxima lavagem.
Os condicionadores foram desenvolvidos durante o início dos anos 30, quando ceras auto-
emulsificantes tornaram-se disponíveis. Essas ceras eram combinadas com hidrolisados de proteína,
poliinsaturados e silicones para dar a melhor sensação e textura aos cabelos. Fontes iniciais de
proteínas incluíam gelatina, leite e ovos.
Cabelos saudáveis, sem dano são macios, brilhantes e fáceis de desembaraçar. Infelizmente,
xampu, secagem, pentear, escovar, penteado, tintura e ondulação permanente danificam os cabelos,
tornando-os ásperos, quebradiços e difíceis de desembaraçar. Condicionadores de cabelos são
destinados a reverter esse dano, melhorando o brilho, diminuindo a fragilidade e a porosidade,
aumentando a força e restaurando a degradação na cadeia polipeptídea. Dano à raiz dos cabelos
também pode ocorrer através de exposições ambientais à luz do sol, poluição do ar, vento, água do
mar e água clorada de piscina. Esse tipo de dano é tecnicamente conhecido como “aclimatação”.
As características destas formulações promovem aos cabelos:
 Toque sedoso;
 Melhor penteabilidade;
 Recuperar brilho;
 Maleabilidade.
Os condicionadores melhoram o manuseio, diminuindo a eletricidade estática. Depois de
pentear ou escovar, a raiz dos cabelos torna-se negativamente carregada, repelindo assim um fio ao
outro, impedindo que os cabelos estendam-se suavemente em uma determinada forma.
Condicionadores depositam íons carregados positivamente na raiz dos cabelos, neutralizando a carga
elétrica. Melhora do manuseio também deriva de alterações cuticulares e redução da fricção entre
raízes de cabelos em 50%. Isso também leva a aumento do desembaraço do cabelo.
O brilho dos cabelos resulta de luz refletida por raízes individuais. Quanto mais suave a
superfície do cabelo, mais luz é refletida. Condicionadores aumentam o brilho dos cabelos
primeiramente aumentando a aderência da escama cuticular à raiz do cabelo. Brilho também está
relacionado à estrutura dos cabelos. Brilho máximo é produzido por raízes de cabelo de grande
diâmetro, elípticas, com uma medula saudável e intacta, escamas de cutícula ao redor. Maciez dos 63
cabelos também resulta de uma superposição igual de crostas cuticulares.
Os condicionadores tentam corrigir as pontas quebradiças, resultado de falta de córtex, o
componente estrutural responsável pelo comprimento da raiz dos cabelos. A exposição resultante da
medula de queratina macia resulta em uma condição conhecida como “tricoptilose”, ou pontas
quebradiças. Condicionadores reaproximam temporariamente os restos desfiados da medula
remanescente e do córtex.
Todos os problemas associados cabelos danificados são aumentadosse estes têm textura fina.
Existem mais fibras de cabelos finos por peso do que fibras de cabelos ásperos, então a área de
superfície de rede de cabelos finos é maior. Proporcionalmente podem se desenvolver mais escamas
de cutícula irregulares, e mais dessas fibras de cabelos finos estão sujeitas a eletricidade estática.
Assim existem fórmulas de condicionadores especiais projetadas para as necessidades de arrumação
de cabelos finos.
Condicionadores de cabelos podem conter nove substâncias diferentes de condicionamento
das seguintes classes químicas:
o Alcanolamidas
o Glicóis
o Lipídios
o Derivados de proteína
o Quaternários
o Substâncias de superfície ativa
o Ingredientes de especialidade
Os detergentes catiônicos, também conhecidos como “quaternários” ou compostos de amônia
quaternários, são substâncias condicionadas encontradas tanto em xampus quanto em
condicionadores de cabelos. São excelentes em aumentar a aderência das escamas cuticulares à raiz
dos cabelos, o que aumenta a habilidade dos cabelos em refletir a luz, aumentando o brilho e o lustre.
Adicionalmente, são capazes de neutralizar a eletricidade estática baseado na carga negativa
(aniônica) dos cabelos danificados ouprocessados, o que atrai o composto quaternário carregado
positivamente (catiônico) para aderir à raiz dos cabelos, melhorando assim o manuseio. Essas
qualidades tornam-no uma excelente escolha de condicionador para pacientes com cabelo
permanentemente tingidos ou ondulados.
Condicionadores formadores de película aplicam uma camada fina de polímero, como
polivinilpirrolidona (PVP), sobre a raiz dos cabelos. O polímero preenche os defeitos da raiz, criando
uma superfície suave para aumentar o brilho e lustre enquanto elimina eletricidade estática por sua
natureza catiônica. O polímero também cobre cada raiz individual, “espessando-a”. condicionadores
formadores de película não devem ser usados em cabelos finos, já que o peso adicionado do polímero 64
diminui a capacidade de manter um penteado. Eles são excelentes, todavia em cabelos secos e
normais.
Condicionadores contendo proteína são os únicos produtos que pode realmente penetrar e
alterar a raiz danificada dos cabelos. Essas proteínas, derivadas de colágeno animal, queratina,
placenta, são hidrolisadas ao tamanho de uma partícula (peso molecular 1.000 a 10.000) capaz
deentrar na raiz dos cabelos. Condicionadores de proteína hidrolisada podem fortalecer
temporariamente a raiz dos cabelos e corrigir pontas quebradiças até o próximo xampu, quando o
produto deve ser reaplicado. A fonte da proteína não é tão importante quanto o tamanho da sua
partícula.
Condicionadores instantâneos são assim denominados porque são aplicados depois do xampu,
deixados no cabelo por 5 minutos e enxaguados subseqüentemente. Esses produtos fornecem
condicionamento mínimo por seu pequeno tempo de contato com os cabelos e são basicamente úteis
para ajudar no pentear molhado e no manuseio. Sua capacidade de restaurar cabelos é um pouco
limitada. Apesar disso, são o tipo mais popular de condicionador, tanto para uso doméstico quanto para
salão. Condicionadores instantâneos contêm água, substância condicionantes, lipídios e espessantes.
As substâncias condicionadoras consistem em combinação de detergentes catiônicos, formadores de
películas e proteínas.
Condicionadores profundos são cremes, comparados com condicionadores instantâneas que
são líquidos. Eles contêm as mesmas substâncias condicionadoras que os instantâneos, mas são mais
concentrados. Eles permanecem nos cabelos por 20 a 30 minutos e podem incluis a aplicação de
calorde um secador de cabelos ou toalha quente. O tempo de aplicação estendido permite maior
condicionamento para cobrir raiz dos cabelos, enquanto calor causa aumento da raiz e permite maior
penetração do condicionador. Esses produtos são indicados para cabelo extremamente seco.
Condicionadores profundos usados antes de algum procedimento de coloração ou ondulação
permanente são chamados “preenchedores”. Preenchedores são destinados a condicionar a raiz distal
dos cabelos e reverter alguns dos efeitos da aclimatação, permitindo a aplicação igual ao procedimento
de coloração ou ondulação subseqüente.
Condicionadores sem enxágüe são aplicados depois da secagem dos cabelos com uma toalha
e destinados a permanecer na raiz do cabelo ao longo do penteado. Eles são removidos com a próxima
lavagem.
Espessantes de cabelos são outra forma de condicionador sem enxágüe. Eles não espessam
os cabelos aumentando o número de raízes do mesmo, mas, ao invés, fornecem uma cobertura em
cada raiz, que aumenta seu diâmetro instantaneamente. Esses produtos contêm proteínas, líquidos
condicionantes que são massageados através de secagem do couro cabeludo com toalha antes de
pentear para aumentar o brilho, melhorar o manuseio e dar suavidade. Um espessante de cabelos é 65
mais espesso do que uma loção de secagem “com ar” e destina-se a pessoas com cabelos secos,
danificados.
Condicionadores sem enxágüe especiais são usados por indivíduos negros e asiáticos com
cabelos firmemente encaracolados, para auxiliar no pentear, fornecer brilho adicional, melhorar o
manuseio e aumentar opções de penteado.

FORMAS COSMÉTICAS LÍQUIDAS: XAMPU, TÔNICO FACIAL, REMOVEDOR DE


MAQUILAGEM

As formas cosméticas podem ser classificadas como líquidas, assim como as formas
farmacêuticas.
Entre elas podemos destacar os xampus, os tônicos capilares e faciais e os removedores de
maquilagem.

XAMPUS
Segundo o dicionário Michaelis xampu é um preparado saponáceo empregado na limpeza dos
cabelos. Nada mais é do que um agente de limpeza para os cabelos e couro cabeludo. Também é um
agente de limpeza cosmético, que limpa completa e efetivamente, e também confere características
agradáveis ao cabelo. Conveniente ao uso, de fácil enxágüe, sem deixar depósitos sobre o cabelo.
Atóxico e não-irritante ao couro cabeludo e aos olhos.
Até a metade dos anos 30, o sabão em barra era usado para lavar os cabelos. Em uma média,
uma mulher tem de 4 a 8 m2 de área de superfície de cabelo para lavar. O sabão em barra era
insatisfatório para a lavagem dos cabelos pois sua alcalinidade deixava o aspecto do cabelo sombrio.
As fórmulas iniciais dos xampus eram sabões de óleo de coco líquido que ensaboavam e limpavam
melhor o cabelo que os sabões sólidos. Xampus surfactantes foram introduzidos no final dos anos 30 e
representaram um avanço significativo, já que continham um bom desempenho mesmo com água mais
alcalina.
Sua função primária é de limpeza e a função secundária pode ser farmacológica, para fins de
tratamento medicamentoso.Os folículos pilosos são considerados anexos cutâneos. As glândulas
sebáceas e as sudoríparas écrinas são responsáveis pela elaboração de uma emulsão graxa natural
protetora que dá elasticidade e lubrificação à camada córnea, que são as funções fisiológicas.
A sujidade dos cabelos é caracterizada pela presença de partículas e materiais estranhos,
produtos de lipólise do pêlo, eletrólitos procedentes do suor, células de descamação da camada
córnea, restos de produtos cosméticos e a sujidade própria do meio ambiente.
Os cabelos sujos perdem o brilho, tornam-se rebeldes e com odor desagradável. 66
As propriedades desejadas em um bom xampu são a detergência, espuma abundante e
consistente, viscosidade, pouca ou nenhuma irritabilidade aos olhos, baixa agressividade aos cabelos,
estabilidade, além de cor, odor, condicionamento.
O xampué formulado com ingredientes que podem ser classificados em três grupos:
tensoativos base (primário), responsáveis pela detergência (limpeza), os tensoativos adicionais
(secundários) que complementam a ação do tensoativo primário e modificam propriedades físicas
(viscosidade, opacidade) e outros aditivos (não tensoativos) que tem funções específicas tais como
correção e caráter organoléptico entre outros.
Detergentes são os tensoativos primários. Os tensoativos secundários são os estabilizadores
de espuma, sobreengordurantes e espessantes. Os estabilizantes são os conservantes, antioxidantes,
reguladores de pH.
Ainda são considerados componentes básicos dos xampus o veículo (geralmente água),
aditivos de atributo estético e os opacificantes (brilho pérola).
Os tensoativos são compostos anfifílicos com afinidades por interfaces entre duas fases pouco
miscíveis, diminuindo a tensão interfacial entre as mesmas.
As propriedades dos tensoativos são adsorção e acúmulo nas interfaces, redução da tensão
superficial da água, formam micelas, são molhantes, tem ação detergente, formam espuma e são
solúveis em água.
Os tensoativos são classificados em iônicos, que se subdividem em aniônicos e catiônicos,
tensoativos não-iônicos e tensoativos anfóteros.
Os tensoativos aniônicos primários tem concentração usual de 10 a 35%. Apresentam grupo
polar com carga negativa. São os tensoativos mais utilizados. São os responsáveis pela limpeza dos
cabelos e por formar espuma. Tem excelente detergência, ótima umectância, baixa irritabilidade e alta
tolerabilidade.
Os tensoativos aniônicos primários estão presentes nos sabões, benezo sulfonatos de alquila,
alqui sulfatos, alqui éter sulfatos e alquil éter sulfosuccinatos.
Dentre os tensoativos aniônicos primários destacamos os alquilsulfatos, cujas principais
características são: baixa irritabilidade, baixa toxicidade, alto poder espumógeno, boa solubilidade em
água, alta reserva de viscosidade, boa solubilidade em água, odor agradável, completa
biodegradabilidade e baixo custo.
Os alquilsulfatos são o lauril sulfato de sódio, lauril sulfato de amônio, lauril sulfato de
trietanolamina e lauril sulfato de monoetanolamina.
O alquil éter sulfato é outro tensoativo aniônico primário, cujas características principais são
maior solubilidade e menor poder irritante que os alquisulfatos, etoxilação, redução do poder 67
espumante e são ligeiramente mais suaves. São obtidos por reação de sulfatação com posterior
neutralização com NaOH, NH4OH e, ainda, sofrem adição de moléculas de óxido de eteno.
O alquilsulfosuccinatos tem excelente poder umectante, produz pouca espuma e baixo poder
detergente. É utilizado associado ao lauril éter sulfato de sódio. Exibe baixo ou nenhum poder irritante à
pele emucosas. Possui alguma ação condicionadora. É instável em pH muito alto ou muito baixo.
Os tensoativos secundários utilizados na tecnologia de xampus são usados em concentrações
usuais de 1 a 4%. São estabilizantes de espuma, doadores de viscosidade, espessantes de
formulação. Podem ainda ceder condicionamento leve aos fios dos cabelos.
Os tensoativos secundários podem ser não iônicos ou anfóteros.
Os tensoativos secundários não iônicos promovem: espessamento da formulação, incremento
da estabilidade da espuma, condicionamento leve ao cabelo, sinergia com tensoativos aniônicos para a
redução da irritabilidade de pele e mucosa, e ainda promovem a solubilização de fragrâncias. São
tensoativos não iônicos secundários as moléculas de: alcanoamidas: dietanolamidas e
monoetanolamidas; alquilglucosídeos: laurilglucosídeo e decilglucosídeo; álcool láurico etoxilado;
laurato de sorbitanoetoxilado.
São tensoativos secundários anfóteros as moléculas de: coco betaína, cocoamidopropilbetaína,
cocoanfocarboxiglicinato de sódio, entre outras. Suas características são: espessamento da
formulação,incremento da estabilidade da espuma, condicionamento leve do cabelo, sinergia com
tensoativos aniônicos para a redução da irritabilidade de pele e mucosa, seu pH de desempenho
melhor é entre 5 e 6.
Além dos tensoativos primários e secundários, fazem parte das formulações de xampu um
agente doador de viscosidade, os espessantes. São usados como espessantes: eletrólitos como
cloreto de sódio e de amônia; derivados da celulose (o mais usado em xampu é a
carboximetilcelulose), polímeros sintéticos, dioleato de metil glucose estoxilado, diesterato de PEG-
6000, co-tensoativos e certos tipos de goma como goma xantana e goma guar.
Toda formulação de xampu deve conter conservante, e este deve ser hidrossolúvel, de amplo
espectro e estável na faixa de pH do produto final. A tabela abaixo traz uma sugestão de concentração
máximas de conservantes usuais na produção de xampus.

Conservante Concentração máxima


Formaldeído 0,2%
Ésteres de parabeno 0,8%
Imidazolidiniluréia 0,1%
68

O ajuste de pH destas formulações deve ser feito com agentes acidulantes como ácido cítrico,
ácido fosfórico e lático, e agentes alcalinizantes como AMP-95, hidróxido de sódio. Após aditivação do
produto reajustar o pH considerando a estabilidade do ativo.
Os agentes perolizantes para doar brilho perolado aos produtos são: ceras perolizantes e
concentrados (bases prontas): diestarato glicólico e cocoamidopropilbetaína.
As diferenças entre xampus para a mesma finalidade, fabricados por diversas companhias de
produtos de cuidados pessoais, são as fragrâncias e aditivos de especialidade. Aditivos como óleo de
germe de trigo e pantenol são adicionados principalmente por razões comerciais, mas parecem deixar
os cabelos mais sedosos e manuseáveis. Outros produtores adicionam silicones, proteínas
hidrolisadas, polímeros quaternizados, extratos vegetais, ativos anticaspa, vitaminas e mica.
Xampus básicos podem ser escolhidos de diversas formulas, dependendo da quantidade de
produção de sebo no couro cabeludo, diâmetro de feixe de cabelos e condição dos cabelos. O rótulo
em geral indica ao consumidor para qual tipo de cabelo o xampu foi projetado. Algumas empresas
alteram as concentrações de detergentes e sobreengordurantes para fazer fórmulas diversas.

TÔNICO FACIAL

Os termos adstringente e tônico são sinônimos e referem-se à solução de álcool perfumada


usada para a remoção do óleo produzido pela pele e deixar uma sensação de pele tonificada. O tônico
tem um papel muito importante na limpeza e seqüência de tratamento da pele da face. Os tratamentos
cosméticos pressupõem a aplicação contínua de produtos adequados, em todas as partes do corpo.
Algumas partes necessitam de cuidados mais rigorosos e intensos como a face, pescoço e colo. O
início deste tratamento é feito com a limpeza adequada da região seguida da tonificação.
Estes produtos são geralmente soluções e têm como função:
 Compensador hidrolipídico,
 Secante, cicatrizante e antiséptico,
 Remoção de resíduos (produto de limpeza, maquiagem, poluição, etc.),
 Manter o pH da pele,
 Calmante,
 Tonificar.

Obrigatoriamente os componentes destas formulações não devem ser irritantes, e devem


promover uma sensação de bem-estar duradoura.
Para a formulação de tônicos o principal componente é água que deve ser desmineralizada, 69
deionizada e seguir rigorosamente a todos os padrões de qualidades exigidos pela legislação. Outro
componente importante para tal formulação são os ajustadores de pH. São utilizados ácidos e álcalis
suaves para o ajuste de pH. É fundamental a presença de conservantes, sendo estas formulações
geralmente soluções aquosas, ou hidroalcoólicas. São usados parabenos e combinações de
parabenos. Outro componente essencial a estes produtos os umectantes. São usados propilenoglicol,
sorbitol, glicerina, lanolina etoxilada.
Adstringentes tiveram sua maior utilidade quando sabões alcalinos tradicionais eram usados
para limpeza com água dura. O adstringente funcionou para remover qualquer película de sabão
remanescente da face, mas a maioria das fábricas usam agora limpadores detergentes e fontes de
água pública. Companhias de cosméticos têm dado a seus produtos adstringentes uma variedade de
nomes, incluindo loções de clarificação, loções de controle, tônicos protetores, refrescantes de pele e
loções tonificantes.
Fórmulas de adstringentes estão disponíveis para todos os tipos de pele (oleosa, normal e
seca), o que é espantoso, considerando que o produto foi destinado para remoção de película de óleo
e sabão. Adstringentes de pele oleosa contêm uma alta concentração de álcool, removendo assim
qualquer gordura deixada para trás antes da limpeza e produzindo uma sensação limpa que muitos
pacientes acham desejável. Adstringentes medicamentosos para pacientes com acne podem
conter mentol ou cânfora para criar uma sensação de formigamento quandoaplicados à pele.
Adstringentes para pele normal contêm menores concentrações de álcool, enquanto aqueles
para pele seca são rotulados como isentosde álcool umectante umedecedor. Substância de suavização
também podem ser adicionadas como alantoína, guaiazulento e quaternium-19.
Uma variação em adstringentes são produtos conhecidos como controladores de zona T. A
zona T refere-se à face central (testa, nariz e região central do queixo) com as glândulas sebáceas
mais proeminentes e aumento da produção de gordura. Esses produtos destinam-se a diminuir a
produção de óleo e absorver óleo em excesso. Alguns produtos são formulados como loções “shake”
com argila suspensa em álcool, enquanto outros são géis que contém vitaminas ou aditivos especiais.
REMOVEDORES DE MAQUIAGEM
São preparados através da dissolução de um tensoativo (detergente) em água. São
neutros, o que facilita a remoção de gorduras da pele, portanto são indicadas para uso em peles
oleosas, principalmente para atender aquelas pessoas que tem aversão a produtos cremosos para
limpeza da pele, devido a impressão que podem deixar de aumento de oleosidade e a sensação de
que a gordura não foi retirada, o que não acontece.
70
FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR
Dentro da cosmetologia a faixa de radiação que desperta maior interesse é a radiação UV, já
que as ondas que as constituem são pigmatógenas. Estas ondas promovem a pigmentação cutânea,
pois elas contêm potencial energético maior, capaz de ativar efeitos fotoquímicos complexos que levam
à produção de melanina.
A proteção efetiva contra a radiação solar é disponível na forma de protetores ou bloqueadores
solares, os quais vêm ganhando maior importância ultimamente devido ao aumento de problemas
relacionados com câncer de pele, envelhecimento precoce, fatores ambientais e a uma crescente
exposição do homem moderno ao sol, já que cada vez mais, uma pele bronzeada é sinônimo de saúde
e sinal de beleza estética.
A pele possui mecanismos de proteção natural que envolvem o espessamento da camada de
queratina, a presença de ácido urocrânico junto ao suor e a produção de melanina.
De acordo com o comprimento de onda, os raios UV se subdividem em UVA, UVB e UVC. Sua
ação sobre a pele, bem como as respostas fisiológicas obtidas podem ser:
- raios UVA: Os raios UVA produzem a pigmentação direta pela oxidação de um produto
incolor, precursor da melanina, localizado nas camadas mais externas da pele. O bronzeado
conseguido através dos raios UVA é breve e desaparece rapidamente. Não há formação de eritema,
podendo, entretanto haver danos na camada basal com a diminuição na produção de novas células.
- raios UVB: Os raios UVB iniciam o processo de pigmentação indireta provocando uma cadeia
de reações que começam com reações químicas do DNA e finalizam com a formação de nova
melanina. Com estas reações complexas e interdependentes este tipo de bronzeamento é um pouco
mais demorado, possuindo maior intensidade e se mantendo por maior tempo. Os raios UVB possuem
poder eritematoso que, apesar de prejudicial à pele, parece contribuir inicialmente na ativação da
melanina. Outras características do raio UVB é a ação bactericida, transformação do ergosterol
epidérmico em vitamina B, fotoenvelhecimento e carcinogênese.
- raios UVC: Os comprimentos de onda compreendidos nesta faixa possuem um alto poder
bactericida podendo promover alterações da queratinização com possibilidades de epiteliomas, porém,
em sua maioria, são absorvidos pela camada de ozônio.
De uma maneira geral todos os raios UV, ao incidirem de forma direta e freqüente sobre a pele,
podem provocar carcinogênese e fotoenvelhecimento.
As substâncias fotoprotetoras normalmente podem ser subdivididas em duas classes:
bloqueadores solares e filtros solares.
Os bloqueadores solares são impermeáveis à radiação, refletindo-a em sua maior parte. Sua 71
atividade manifesta-se a partir de certa espessura, cobrindo a superfície da pele de tal forma que
impede a penetração das radiações de forma completa. Estas substâncias devem ser altamente
refletoras, sendo utilizados compostos inorgânicos como óxido de zinco, dióxido de titânio, salicilatos e
talco.
Os filtros solares absorvem seletivamente a radiação sendo permeáveis ao restante. São na
sua maioria compostos orgânicos que absorvem seletivamente as radiações UVB e UVA. O
mecanismo geral de ação dos filtros solares é: a energia dos raios UV é semelhante à energia de
ressonância dos elétrons localizados entre as duplas ligações (orbitais π). Ligações duplas conjugadas,
como no caso dos anéis benzênicos, absorvem radiações de ondas com o comprimento entre 230 e
270nm. A adição de grupos doadores de elétrons nos anéis aromáticos aumenta o  da absorção
máxima para comprimento de ondas maiores. Para que a efetividade destas substâncias pudessem ser
testadas, foram estabelecidos testes para medir a ação fotoprotetora, um destes é feito pela
determinação do SI (Sunscreen Index) através da extinção (perda de atividade) de uma solução de
uma substância fotoprotetora na concentração de 0,1% medida a um comprimento de onda de 308nm
através de uma camada com 0,1nm de espessura.

SI = E x 0,1/S x C
onde:
E= extinção
S= espessura da camada
C= concentração da solução testada.

Os testes biológicos avaliam a efetividade dermatológica do fotoprotetor na proteção dos raios


UVB (raios com poder eritematoso). O índice determinado é o FPS (fator de proteção solar) calculado
pela medida de tempo de surgimento de eritema em presença e em ausência do filtro solar. O FPS nos
diz o quanto de tempo a mais aquele tipo de pele, com a proteção do filtro solar, pode ficar exposto à
radiação UVB sem apresentar eritema.
O FPS é uma medida contra os efeitos sobre a pele da energia UVB, sem consideração aos
efeitos UVA. Os filtros solares absorvem 95% da radiação UV dentro dos comprimentos de onda
correspondente ao espectro UVB, habitualmente estes filtros não bloqueiam a energia luminosa entre
320 a 400nm.
Na escolha de um produto deve-se observar se há presença de fatores de proteção ligados ao
UVA e UVB. Se eventualmente houver apenas um deles, este valor está indicando o fator de proteção
somente contra UVB.
Embora a exposição aos raios UVA produza um bronzeado sem o eritema precedente, sabe-se 72
que tal exposição pode produzir danos no tecido elástico, danos actínicos, contribuindo para a
formação do câncer de pele. O ideal é usar produto com proteção para ambos os raios.
Fator de proteção solar indica o número que indica o nível de proteção que um dado produto
oferece contra os raios ultravioletas (UV). Quando se usa um filtro solar com FPS 15, por exemplo, a
mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha.

T I V T
INDIVÍDUOS OBSERVAÇÕES
IPO NV. ERÃO (min)

1 3 1 Nunca se bronzeiam, mas


A Ruivos e Louros
5 0 5-24 sempre se queimam.

5 2 3 Sempre se queimam e às
B Morenos Claros
-10 0-25 1 vezes se bronzeiam.

Morenos - 1 4 Às vezes se queimam e


C
Escuros -- 0-15 8 em geral se bronzeiam.

Mulatos e - 5 6 Sempre se bronzeiam e


D
Negros -- -10 6 raramente se queimam.

OBS.: T = tempo estimado para uma pessoa começar a se queimar quando exposta ao sol
sem proteção (em minutos).

FOTOTIPOS DE PELE (M.A PATHAK – 1983)


Tipo de Pele Cor da Pele Capacidade de
Bronzeamento
I Branca Queima facilmente, nunca
escurece
II Branca Queima facilmente, escurece
muito pouco
III Branca Queima moderadamente,
escurece
gradualmente
IV Morena clara Queima muito pouco,
escurece facilmente
V Morena Raramente se queima,
escurece bastante
VI Escura Nunca se queima,
profundamente pigmentada

73
O uso de filtros solares químicos começou nos Estados Unidos em 1972, mas só chegou ao
Brasil aproximadamente dez anos depois. Os produtos atualmente comercializados no país têm como
FPS os valores entre 2 (mínimo) e 60 (máximo). O FPS mede a proteção contra os raios solares UVB,
responsáveis pela queimadura solar, mas não contra os raios solares UVA.

A tabela a seguir mostra quanto da luz solar (UVB) é absorvida pelos protetores solares.

F PROTEÇÃO
S (%)

2 50

4 75

8 87

1
94
6

3
96
2

6
99
4

Como pode ser visto nenhum protetor oferece 100% de proteção. O filtro solar com FPS 15
bloqueia a maior parte (quase 94%) dos raios UVB. Se usarmos FPS maior do que 15, pouco será o
aumento do bloqueio destes raios. Entretanto, neste caso, o tempo em que o filtro solar continuará a
absorver os raios UVB será tanto maior quanto mais alto for o valor de FPS, diminuindo assim, a
freqüência de aplicação, quando aplicado de forma correta.
Os filtros solares são classificados em dois grandes grupos: filtros solares químicos e físicos
(ou de barreira). Os filtros químicos contêm moléculas que absorvem a energia radiante da luz sem
deixá-la passar pela pele. Já os filtros físicos fazem um revestimento da pele que reflete a luz.
Consideram-se seis famílias de filtros solares químicos:
1- Ácido para aminobenzóico (PABA) e seus ésteres: absorvem seletivamente osraios
UVB, penetram NE camada córnea e assim são mais resistentes a banhos com água e ao suor.
2- Cinamatos: são filtros solares dos raios UVB, sendo solúveis são facilmente eliminados
pela água ou transpiração.
3- Cânfora e derivados: são ótimos agentes de proteção solar.
4- Benzofenonas: existem moléculas que são filtros UVA e UVB.
5- Dibenzoilmetano: atividade máxima em UVA. O ideal é associá-lo a protetores UVB.
6- Filtros relativamente pouco eficazes: salicilatos, antranilatos. 74
Características desejáveis em produtos anti-solares: sejam estáveis perante luz e calor, não
variar de cor, não manchar roupas, nem produzir manchas na pele, não deve modificar-se
intramolecularmente, manter sua eficácia durante longos períodos, ser solúveis em veículos
comumente empregado na produção de produtos cosméticos como álcool, glicerina, propilenoglicol e
de preferência insolúvel em água.
Como filtros físicos temos o dióxido de titânio, silicato de magnésio, óxido de zinco, petrolato
vermelho, caulim. Apresentam em sua maioria o inconveniente de serem visíveis e são mais utilizáveis
em superfícies que se queimam mais, como lábios, nariz e sobre as manchas. Atualmente o óxido de
titânio é usado na forma de micro moléculas (micronizadas), praticamente invisíveis, e ficam
imperceptíveis sobre a pele.
A adequação do tipo de filtro ao tipo de pele pode ser feita através do reconhecimento do tipo
de pele oleosa ou seca, ou ainda quanto ao fototipo. As pessoas de pele mais clara (fototipo II) devem
escolher filtros mais potentes. As mais morenas (fototipo III) deve usar um filtro com FPS 8 e podem
diminuir estes índices com o decorrer dos dias de exposição ao sol.
A fim de obter alto fator de proteção solar é necessário que a fórmula mostre uma absorbância
UV significativa na escala de 290 a 340nm. Se os filtros solares exibirem um desvio significativo na
posição da faixa UV da área de interesse para fora desta escala, o FPS será reduzido
significativamente.
Foi demonstrado que os filtros solares podem interagir com os componentes do seu veículo
afetando sua eficácia.
Além disto, também foi demonstrado que filtros solares pode se degradar devido à exposição
de luz UV.
A tabela abaixo mostra o grau de degradação dos filtros solares normalmente utilizados em
produtos cosméticos quando submetidos à luz UV. Investigou-se se os solventes contidos nestes
produtos cosméticos afetariam esta degradação.
Filtro solar Etanol/ág Miristato de Isopropila Óleo
ua Mineral
Bensofenona-3 Não 1,8 0,0
solúvel
Bensofenona-8 1,9 0,3 0,0
Butil-metoxidibenzoil-metano 4,8 2,9 20,6
Salicilato de homomentila 1,6 4,7 4,0
4-isopropil-dibenzoil metano 2,7 3,0 36,8
Antralinato de mentila 15,1 17,1 14,8
75
Octocrileno 0,0 1,1 2,8
Octil-dimetil PABA 3,9 52,8 31,2
p-metoxisinamato de octila 39,1 18,7 18,7
Salicilato de octila 1,5 9,8 0,0

Esta tabela mostra a degradação em porcentagem dos filtros solares em diferentes solventes.
Foram escolhidos três solventes. O óleo mineral, um solvente altamente não polar é um dos lipídios
cosméticos disponíveis mais amplamente usado. O miristato de isopropila é um solvente comumente
usado quando é requerida uma sensação de pele mais seca. Quase todos os filtros solares são
solúveis em miristato de isopropila e, apesar de considerado não polar, sua polaridade é maior que a
do óleo mineral.
Os pigmentos perolizados vêm sendo utilizados desde épocas passadas principalmente devido
ao seu efeito decorativo. Seja revestindo um substrato, seja incorporado a um determinado meio,
proporcionam brilho, relevo e esplendor. Além destas qualidades, alguns pigmentos perolizados podem
ser utilizados não somente pelo seu efeito decorativo, mas também como agentes de proteção contra
raios UV. Os pigmentos são compostos de mica, revestidas por camadas bem finas de dióxido de
titânio.
Quando dispersos em cremes e loções, os pigmentos não somente conferem uma aparência
de pérola ao produto, como reduzem a quantidade de radiação UV que atingem a pele no local de
aplicação.
O seu uso em produtos de proteção aos raios UV permite a redução de concentração de outros
absorvedores orgânicos de raios UV. Todas estas micas revestidas são facilmente dispersas,
insolúveis , inertes e atóxicas.
Embora o dióxido de titânio absorva radiação na faixa UV, os mecanismo pelos quais as micas
revestidas com o dióxido de titânio agem como protetores solar nas fórmulas, não se deve só a
absorção. A reflexão e a dispersão também têm o seu papel. O pigmento que confere maior proteção
UV tem o menor tamanho de partícula e a mais alta concentração de dióxido de titânio.
COSMÉTICA DECORATIVA
Parece natural no homem o uso de substâncias sobre a pele, encontrado mesmo em culturas
mais primitivas, ao lado de adornos e adereços.Inicialmente com atributo religioso e cerimonial, bem
como militar, um exemplo dado pela Antropologia tem-se nas pinturas corporais dos índios americanos
e tribos africanas: Há as pinturas cerimoniais, com uso de substâncias vegetais como o urucum e do
carvão, e ainda de argilas ou pedras moídas. Entre os Aborígines da Austrália as pinturas seguem
intrincadas formas geométricas.
É no antigo Egito que vamos encontrar os primeiros testemunhos do uso de cosméticos. Os 76
faraós tinham nas perucas coloridas formas de distinção social e consideravam a maquilagem dos
olhos ponto de destaque fundamental para evitar olhar diretamente para Rá, o deus -sol. As misturas
de metais pesados davam o tom esverdeado para impregnar e proteger as pálpebras dos nobres. É
também com a civilização egípcia que surge a distinção: "Mulher de pele clara" e "Homem de pele
escura". Cleópatra bem representou o ideal de beleza daqueles tempos. Carismática e poderosa, a
Cleópatra imortalizou seu tratamento banhando-se em leite, cobrindo as faces com argila e maquilando
seus olhos com pó de khol. No Egito Antigo a maquiagem recebeu a destinação que modernamente se
lhe emprega, que é essencialmente o de embelezamento. Nesta cultura a beleza física, tanto de
homens como de mulheres, era realçada com o uso de pinturas à base de hena, sobretudo em torno
dos olhos. Os faraós também usavam a maquiagem em cadáveres pois eles acreditavam, que ao
ressuscitarem, precisavam estar belos.
Dizia-se que Popéia tinha a pele muito branca graças ao resultado de constantes banhos em
leite de jumenta. Ela lançou moda e todas as romanas abastadas eram dadas às máscaras noturnas,
onde ingredientes como farinha de favas e miolo de pão se combinavam ao leite de jumenta diluído
para formar papas de beleza. Mas a verdade é que a bela complementava seus tratamentos de
clareamento da pele maquilando as veias dos seios e testa com tintura azul. Esta aparência translúcida
foi imitada em misturas de giz, pasta de vinagre e claras de ovos durante muitas décadas.
Conta a lenda que Psyché foi buscar no inferno o segredo da pele branca da deusa Vênus,
trazendo a cerusa, ou alvaiade, para compor suas fórmulas mágicas. Até a Renascença italiana esse
mesmo alvaiade era usado durante o dia pelas lindas mulheres nobres, que à noite cobriam suas faces
com emplastros de vitelo crú molhado no leite para minimizar os efeitos nocivos causados pelo
alvaiade.
O Kama Sutra, escrito entre os séculos I e IV, define a mulher ideal como Padmini, aquela que
tem “... a pele fina, macia e clara como o lótus amarelo..."
No Japão, do século IX ao XII, período de Heian, a valorização da pele branca era regra geral.
Para obter a aparência extremamente clara as mulheres aplicavam um pó espesso e argiloso feito de
farinha de arroz, chamado oshiroi. Depois passaram também a usar o beni, pasta feita do extrato de
açafrão, para colorir as maçãs do rosto.
Aproximadamente em 150AC o físico Galeno criou o 1o creme facial do mundo, adicionando
água à cera de abelha e óleo de oliva. Mais tarde o óleo de amêndoas substituiu o azeite e a
incorporação de bórax contribuiu para a formação da emulsão, minimizando o tempo de processo.
Estava aí a primeira base para sustentar os pigmentos de dióxido de titânio e facilitar a aplicação na
face; nascia a base cremosa facial.
Podemos aqui destacar aspectos tecnológicos do preparo de alguns produtos de maquilagem 77
comumente formulados.
A função do pó facial é proporcionar um acabamento suave a pele, mascarando as
imperfeições visíveis e todo brilho devido à oleosidade ou umidade de suor ou de preparações
utilizadas sobre a pele. O objetivo principal do uso de pós faciais é a aparência agradável ao tato. O
grau de opacidade dado pela formulação cosmética pode variar de efeito mate, quase transparente até
brilho translúcido.
Nenhuma substância pura tem todas as características que se quer desta formulação: poder de
aderência, cobertura, absorção, deslizamento, etc.. Os pós faciais modernos são misturas de
constituintes, cada um escolhido por alguma qualidade específica. Substâncias com características de
cobertura mais utilizadas são dióxido de titânio e oxido de zinco.
A segunda função mais importante de um pó facial é a capacidade de eliminar brilho da face,
absorvendo secreções sebáceas e suor. Os componentes que conferem esta propriedade às
formulações cosméticas são: caulim coloidal, amido ( e derivados de amido modificados), gesso
precipitado e carbonato de magnésio.
As propriedades absorventes dos pós faciais ou de seus constituintes podem ser determinadas
pelo método de Hewitt.
O deslizamento é uma propriedade reológica dos pós, que devem ser de facial aplicação,
proporcionando uma sensação de suavidade característica sobre a pele. O deslizamento é transmitido
à formulação cosmética pelo talco e também por sais metálicos como estearato de zinco, e em grau
menor pelo amido. O deslizamento é uma função de lubrificação.
A aderência determina o quanto o pós se sustenta no local de aplicação. Esta propriedade é
basicamente obtida por incluir na formulação dos pós faciais talco, sais metálicos insolúveis em água
como estearato de zinco e de magnésio, sílica e silicatos pulverizados.
As substâncias que são utilizadas para proporcionar luminosidade à formulação cosmética,
variam de formulação e de acordo com a moda, os pós podem ter mais ou menos luminosidade, mas
são basicamente amidos de arroz modificados e seda pulverizada (patente britânica descreve seu
preparo).
Para ceder cor à formulação são usados pigmentos inorgânicos e orgânicos, evitando-se o uso
de pigmentos hidro ou lipossolúveis. Para tal segue-se a legislação de corantes para produtos
cosméticos. Nos Estados Unidos o FoodandDrugAdministration, FDA, regulariza o uso de corantes em
cosméticos, mas só especifica limites de pureza para corantes orgânicos.
Não se deve acentuar excessivamente a importância de perfume em formulações de pós
faciais. Geralmente se perfuma os pós faciais muito sutilmente, somente para conferir uma sensação
agradável na hora da aplicação. Este perfume não deve permanecer na pele após a aplicação do
produto. 78
Para a formulação adequada o profissional com bom conhecimento nas propriedades e
funções dos constituintes das formulações, e com ciência dos detalhes de tipo de consumidor a que se
destina o produto, história da publicidade utilizada e propriedades destacadas não terá dificuldades
para elaboração do produto adequado.
O preparo em escala industrial deste tipo de produto se realiza em um misturador horizontal
com um agitador helicoidal.
As preparações de maquiagens bases em forma de creme essencialmente são suspensões de
pigmentos em uma loção emulsificada. Geralmente a incorporação de pigmentos se realiza a
aproximadamente 50-55ºC, enquanto a emulsão esfria lentamente com agitação. Uma formulação
citada porJanisty em JANISTY, H., Taschenbunch der modernenParfumerieendKosmetik, Stuttgart,
WissenschaftlicheVerlagsgesellschaft, 1966, p. 614, para uma base em creme é:
Mono e diestearato de glicerila (puro) 2,0 partes
Monoestearato de PEG 400 1,0 parte
Ácido esteárico 11,5 partes
Álcool cetílico 0,5 partes
Miristato de isopropila 2,0 partes
Propilenoglicol 12,0 partes
Solução de sorbitol 2,5 partes
Conservante 0,1 partes
Dióxido de titânio 2,2 partes
Talco 8, 0 partes
Pigmentos corantes 1,0 parte
Água 57,4 partes
Habitualmente esta suspensão se homogeniza e se passa por um moinho coloidal.
O batom é uma haste prensada de corante dispersa em uma mistura de óleos, ceras e
gorduras embaladas em um tubo de recolher.
Os batons são utilizados para obter uma cor atrativa dos lábios acentuando seus traços bonitos
e mascarando quaisquer imperfeições. Também podem ser utilizados com uma finalidade de
hidratação e de recuperação da integridade da superfície dos lábios.
Tais cosméticos são úteis não apenas para acentuar os lábios, mas também para dar
lubrificação e atuar como filtro solar.
Cosméticos labiais podem cobrir imperfeições e redefinir lábios malformados por deformidade
cirúrgica ou congênita.
Existem diversos tipos de cosméticos de lábios: batons, crayons, cremes, delineadores, 79
seladores e pomadas labiais. Veja o quadro abaixo:

Batons Asp Cobertura Durabili Ingredientes Principais


ecto dade
Pigmentado Opa Completa Moderad Cera, pigmento, óleo
co a
Fosco Pero Completa Moderad Cera, pigmento, óleo
lado a
Transparente Brilh Muito Curta Percentagem alta de
s ante transparente óleos, tinturas solúveis

Indelével Opa Moderada Muito Cera, óleo, tinturas de


co longa ácido de bromo

Delineadores Opa Não Longa Cera, pigmento


para lábios co aplicável

Cremes para Brilh Transparent Muito Vaselina, óleo, pigmento


lábios brilhos labiais ante e curta

Selantes para Opa Não Longa Água, glicerina, cera,


lábios co aplicável óleo, dimeticona

Bálsamos Opa Nenhum Longa Cera, óleo mineral, filtro


para lábios co solar químico

A coloração de lábio tem sido usada desde o tempo dos Somerianos, datando a 7.000 aC. A
prática tem sido manipulada por muitas gerações desde os egípcios, sírios, babilônicos, persas,
gregos, romanos até as civilizações atuais. Geralmente materiais vegetais, como açafrão híbrido ou
pau-brasil, foram usados para obter uma cor avermelhada. Os batons mais antigos verdadeiros
consistiam em cera de abelha, sebo e pigmento.
O batom atual foi introduzido em torno de 1920, quando o estojo de recolher (rool-up), ainda
usado atualmente, foi inventado. Outras fórmulas de batons, incluindo líquidas, lápis e aplicadores
automáticos, têm sido introduzidas, mas batom permanece sendo o produto de vendas mais altas.
Batons são misturas de ceras, óleos e pigmentos emconcentrações variáveis para obtenção
das características do produto final. Por exemplo, um batom projetado para permanecer nos lábios por
um período de tempo prolongado é composto de muita cera, pouco óleo e alta concentração de
pigmento. Por outro lado, um produto projetado para uma sensação cremosa suave nos lábios é
composto de concentrações de pouca cera e muito óleo. 80
As ceras comumente incorporadas em fórmulas de batons são ceras de abelha branca, de
candelila, de carnaúba, de ozoquerita, de lanolina, de ceresina e de outras ceras sintéticas. Geralmente
batons contêm uma combinação dessas ceras cuidadosamente escolhidas e misturadas para atingir o
ponto de fusão desejado. Óleos escolhidos, como óleo de castor, óleo mineral branco, óleo de lanolina,
óleos vegetais hidrogenados ou álcool oleila, são utilizados para formar uma película adequável para
aplicação aos lábios. Os óleos também são necessários para dispersão dos pigmentos.
Diversos tipos de substância colorantes são usados em batons. Coloração indelével, ou
descoloração labial, é atingida através do uso de ácidos de bromo, consistindo em fluorescinas,
fluorescinahalogenadas e tinturas relacionadas insolúveis em água. Outros pigmentos consistem em
materiais de tintura insolúveis e cores de pigmentos. Pigmentos metálicos são tinturas insolúveis
precipitadas ou “pigmentadas” em um substrato metálico como alumínio. Por exemplo, FD&C Azul nº 1
é um corante azo precipitado em alumínio que transforma a tintura insolúvel em pigmento. Outras cores
de pigmentos são baseadas em sais de cálcio ou bário.
A segurança das substâncias de coloração usada em batons tem recebido muita atenção. O
FDA divide cores certificadas em três grupos: cores do Food, DrugandCosmetic (FD&C), cores do
Drug&Cosmetic (D&C) e cores do ExternalDrugs&Cosmetics.
Apenas os dois primeiros grupos podem ser usados em batons. As cores do
ExternalDurg&Cosmetics só podem ser usadas em locais nos quais não entrem em contato com
mucosas. Os colorantes listados no quadro abaixo são comumente aprovados para uso em batons nos
Estados Unidos.

Colorantes de Batom Permitidos nos Estados Unidos


Azul nº 1 FD&C ou D&C, pigmento AI Vermelho nº 11 D&C, Ca
Azul nº 1 FD&C ou D&C, pigmento AI Vermelho nº 12 D&C, Ba
Vermelho nº 2 FD&C ou D&C, pigmento AI Vermelho nº 13 D&C, Sr
Vermelho nº3 FD&C ou D&C, pigmento AI Vermelho mº 19 D&C, pigmento AI
Amarelo nº 5 FD&C, pigmento AI Vermelho nº 21 D&C
Amarelo nº 5 D&C, pigmento Zr-AI Vermelho nº 27 R&C
Amarelo nº 6 D&C, pigmento AI Vermelho nº 27 D&C, pigmento AI
Amarelo FD&C ou D&C, nº 6, pigmento AI Vermelho nº 30 D&C
Vermelho nº 36
81
Laranja nº 5 D&C Azul nº 1 D&C, pigmento AI
Laranja nº5 D&C, pigmento AI Óxido de ferro – todos os tons
Laranja nº 10 D&C Carmim
Laranja nº 10 D&C, pigmento AI Pó de bronze
Laranja nº 17 D&C, pigmento Ba Preto-carbono
Vermelho nº 3 D&C, pigmentos AI Guanina
Vermelho nº 6 D&C, Na ou Ba Violeta-manganês
Vermelho nº 7 D&C, Ca Mica
Vermelho nº 8 D&Cn Na Pó de alumínio
Vermelho nº 9 D&C, Ba Oxicloreto de bismuto
Vermelho nº 10 D&C, Na Caroteno

Conservantes, antioxidantes, perfumes e aditivos característicos de superfície completam a


fórmula.
A produção de batom consiste em trituração, mistura, moldagem e flambagem de pigmento.
Trituração de pigmento envolve formação de partículas pequenas de cor, que estão suspensas
igualmente em uma base oleosa pronta para mistura com os ingredientes remanescentes. A mistura é
então aquecida até que as ceras estejam derretidas e misturadas para assegurar uniformidade. A
mistura quente é então derramada em moldes da forma desejada.
Flambagem envolve passar a haste final do batom através de uma chama de gás para
reaquecer a superfície rapidamente, isso remove manchas de manuseio e proporciona um polimento
grande no produto, que consumidores consideram desejável.
Sensibilizantes mais comuns de batom, desde meados da década de 20 eram as tinturas de
ácido de bromo, uma das quais é eosina (vermelho nº 21 D&C). Eosina foi comumente usada em
batons vermelhos indeléveis populares na época. Esses batons indeléveis estão agora retornando, já
que mulheres profissionais ativas querem um produto para lábios de longa duração. Outras causas de
dermatite por batom incluem ácido ricinocléico, ácido benzóico. BCA rubinalitol (pigmento vermelho 57-
1), cera microcristalina, oxibenzona, galato de propil e compostos alifáticos C18.
Cremes e Brilhos
Cremes e brilhos labiais diferem de batons e crayons de lábios por serem empacotados em um
invólucro pequeno, e são esfregados ou aplicados com o dedo. A fórmula de creme é obtida
diminuindo-se o conteúdo de cera, aumentando-se o conteúdo de óleo, e usando-se ceras com um
ponto de fusão mais baixo. Cremes para lábios geralmente contêm tanto pigmento quanto dióxido de
titânio, produzindo um cosmético opaco para lábios. Brilhos labiais também fornecem cor transparente
aos lábios desde que não seja usado dióxido de titânio. Produto para adolescentes também podem
conter um perfume e/ou sabor fortes. O objetivo de ambos os produtos é fornecer muito brilho ao lábio,
mas o tempo de duração é curto. 82
Pode haver problemas com cremes e brilhos labiais. Seu conteúdo alto de óleo permite o
corrimento, ou extravasamento do cosmético em fissuras minúsculas em torno dos lábios, tornando-os
inadequados a pacientes maduras. Adicionados à adolescentes propensa comedõesperiorais.
Uma variedade de aditivos pode ser incorporada aos cosméticos labiais, para alterar sua
capacidade de permanência nos lábios ou fornecer características de superfície atual. Desejos do
consumidor ditam os aditivos especiais encontrados em fórmulas comercialmente disponíveis.
Cosméticos para lábios podem ser formulados para dar cor aos lábios por 8 horas ou mais.
Obviamente, a película do batom não permanecerá nos lábios tanto tempo, mas os lábios podem ser
corados para se conseguir uma cor duradoura. O corante usado mais comumente é a eosina ácida, um
derivado de tetrabromo de fluoresceína. Eosina ácida, também conhecida como ácido de bromo ou
vermelho nº 21 D&C, é naturalmente de cor laranja, mas muda para um sal vermelho a um pH 4.
Condições presentes nos lábios alteram o batom laranja para um corante indelével vermelho vívido,
que tem maior duração. Eosina ácida e outros ácidos de bromo (vermelho nº 2 D&C, vermelho nº 27
D&C, laranja nº 10, laranja nº 5 D&C) têm se tornado impopulares por seu sabor ácido e capacidade de
causar dermatite alérgica de contato ou fotossensibilização, resultando em quelite. Por essa razão, o
FDA aboliu o uso de vermelho nº 2 D&C, e tem colocado restrições sobre o uso de laranja nº 5 D&C.
Um cosmético labial opaco é preferível para pacientes que precisam de camuflagem dos
lábios. A opacidade é devida à incorporação de altas concentrações de dióxido de titânio no batom.
Dióxido de titânio oferece a melhor cobertura de todos os pigmentos brancos, incluindo óxido de zinco.
Deve ser reduzido a um pó fino para possibilitar a aplicação suave do batom. Também adiciona brilho
colorido aos cosméticos de lábios e é usado para criar tons pastéis.
Batons foscos obtêm seu aspecto perolizado através da adição de cristais de guanina de
escama de peixe, mica coberta com dióxido de titânio, ou oxicloreto de bismuto. Escamas de peixe
atualmente são raramente usadas com oxicloreto de bismuto sozinho ou revestidas por mica como o
aditivo perolado de menor custo.
Batons transparentes não usam apenas pigmentos insolúveis opacos ou pigmentos. Ao invés,
tinturas solúveis são usadas, que permitem que os lábios sujacentes sejam vistos enquanto fornecem
uma cobertura colorida. Esse batom fornece um aspecto natural, mas não cobre defeitos dos lábios.

83
11 CONTROLE DE QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE PRODUTOS COSMÉTICOS

O controle de qualidade é parte integrante das Boas Práticas de Fabricação e refere-se à


amostragem, especificações, ensaios, procedimentos de organização, documentação e procedimentos
de liberação dos lotes de produtos.
O Controle de Qualidade não se limita, como usualmente se pensa, às operações laboratoriais.
Ele está diretamente relacionado com todas as decisões que estão ligadas à qualidade do produto. É 84
uma atividade independente da produção e dos demais departamentos das indústrias química, de
medicamentos ou de cosméticos.
As exigências mínimas para um departamento de controle de qualidade são:
 Instalações e equipamentos adequados;
 Pessoal treinado;
 Procedimentos operacionais aprovados para: amostragem, inspeção e ensaios de
matérias-primas, materiais de embalagem, produtos intermediários, produtos a granel, produtos
terminados e monitoramento das condições ambientais das áreas;
 Amostragem = métodos aprovados e pessoal qualificado;
 Metodologias dos ensaios de Controle de Qualidada = validadas;
 Registros dos procedimentos (manual ou não) = amostragem, inspeções e ensaios
requeridos;
 Desvios = investigação, correção e documentação;
 Produtos acabados = devem conter substâncias ativas, que atendam à composição
quantitativa e qualitativa conforme registro do produto e devem apresentar pureza exigida, estar
embalados em material adequado e corretamente rotulados;
 Registros dos resultados = obtidosna inspeção e dos ensaios de controle;
 Lote= liberação após aprovação de acordo com as especificações;
 Amostras das matérias-primas e produtos acabados = suficientes para exames futuros,
se necessários.

São funções do departamento de Controle de Qualidade:


 Estabelecer, validar e implementar seus procedimentos
 Avaliar, manter e armazenar os padrões de referência das substâncias ativas
utilizadas;
 Verificar a correta rotulagem dos recipientes de materiais e dos produtos;
 Garantir a estabilidade dos princípios ativos;
 Participar da investigação de reclamações relacionadas com a qualidade do
produto;
 Participar do monitoramento ambiental;Obs: 6 últimas operações = POP
(procedimentos operacionais padrão)
 Avaliação dos produtos acabados deve englobar = condições da produção,resultados
dos ensaios em processo, documentos de fabricação, cumprimento das especificações do produto
terminado e exame da embalagem final. 85
Os ensaios de Controle de Qualidade têm por objetivo avaliar as características físicas,
químicas e microbiológicas das matérias-primas, embalagens, produtos em processo e produtos
acabados.
Assim, a verificação da conformidade das especificações deve ser vista como um requisito
necessário para a garantia da qualidade, segurança e eficácia do produto e não somente como uma
exigência regulatória.
Conforme a legislação brasileira vigente e harmonizada no Mercosul é exigida a apresentação
dos dados de Controle de Qualidade (especificações) no ato da regularização do produto. Nas
inspeções, é exigida a apresentação das especificações, dos métodos de ensaio e dos registros das
análises.
A empresa deve cumprir o estabelecido no Termo de Responsabilidade, constante do dossiê
de registro/notificação, por meio do qual declara que os produtos atendem aos regulamentos e outros
dispositivos legais referentes ao controle de processo e de produto acabado, e aos demais parâmetros
técnicos relativos às Boas Práticas de Fabricação.
A questão moderna da qualidade de bens e serviços está vinculada à satisfação e à proteção
do consumidor.
No Brasil, a Anvisa tem o papel institucional de promover e proteger a saúde da população, por
intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à
vigilância sanitária, incluindo os cosméticos.
Assim, a legislação brasileira estabelece padrões de qualidade para produtos cosméticos e
institui, entre outras normas, as Boas Práticas de Fabricação.
As normas mais utilizadas para a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade nos
laboratórios de ensaios analíticos são:

•ABNT NBR ISO/IEC 17025: “Requisitos gerais para competência de laboratório de


ensaio e calibração” – especifica os requisitos gerais para a competência em realizar
ensaios incluindo amostragem. É aplicável a ensaios utilizando métodos normalizados,
métodos não normalizados e métodos desenvolvidos pelo laboratório.
•Boas Práticas de Laboratório: The Organisation for EconomicCo-operationandDevelopment
(OECD) PrinciplesofGoodLaboratoryPractice - GoodLaboratoryPractice(GLP) Handbook, sistema da
qualidade relativo à organização e às condições sob as quais os estudos em laboratório e de campo
são planejados, realizados, monitorados, registrados, relatados e arquivados.

É fundamental que esse processo seja permanentemente auditado, de maneira a corrigir


possíveis distorções e garantir a sua melhoria contínua. São responsabilidades do Controle de 86
Qualidade:
a) Participar da elaboração, atualização e revisão de especificações e métodos analíticos para
matérias-primas, materiais de embalagem, produtos em processo e produtos acabados, bem como dos
procedimentos relacionados à área produtiva que garantam a qualidade dos produtos.
b) Aprovar ou reprovar matéria-prima, material de embalagem, semi-elaborado, a granel e
produto acabado.
c) Manter registros completos dos ensaios e resultados de cada lote de material analisado, de
forma a emitir um laudo analítico sempre que necessário.
d) Executar todos os ensaios necessários.
e) Participar da investigação das reclamações e devoluções dos produtos acabados.
f) Assegurar a correta identificação dos reagentes e materiais.
g) Investigar os resultados fora de especificação, de acordo com os procedimentos internos
definidos pela instituição e em conformidade com as normas de Boas Práticas
de Fabricação.
h) Verificar a manutenção das instalações e dos equipamentos.
i) Certificar-se da execução da qualificação dos equipamentos do laboratório, quando
necessária.
j) Garantir a rastreabilidade de todos os processos realizados.
k) Promover treinamentos iniciais e contínuos do pessoal da área de Controle da Qualidade.
As especificações de Controle de Qualidade são estabelecidas pela empresa atendendo à
regulamentação e às normas vigentes, tais como as Listas Restritiva, de Corantes, de Conservantes e
de Filtros Solares e os pareceres da Catec, entre outras, de modo a assegurar a qualidade, a
segurança e a eficácia do produto. Os compêndios, as farmacopéias, os fornecedores de matérias-
primas, as pesquisas e as tendências mercadológicas podem ser considerados como referências.
As especificações devem estar devidamente autorizadas e datadas, e d evem ser revisadas
periodicamente, por profissional competente, em re lação aos ensaios preestabelecidos para cada
produto.
De modo geral, um documento de especificação pode conter:
a) Identificação do material ou produto.
b) Fórmula ou referência à mesma.
c) Forma cosmética e detalhes da embalagem.
d) Referências utilizadas na amostragem e nos ensaios de controle.
e) Requisitos qualitativos e quantitativos, com os respectivos limites de aceitação.
f) Referências do método de ensaio utilizado.
g) Condições e precauções a serem tomadas no armazenamento, quando for o caso. 87
h) Prazo de validade.
i) Data de possíveis reavaliações de controle.
j) Outras informações relevantes para a empresa.
Os ensaios analíticos realizados em indústrias de cosméticos, segundo orientação da Anvisa,
são:
 Ensaios Organolépticos
o Aspecto
o Cor
o Odor
o Sabor

 Ensaios Físico-Químicos
o Determinação de pH
o Determinação de Viscosidade
o Determinação de Densidade
o Determinação de Materiais Voláteis e Resíduo Seco
o Determinação do Teor de Água/Umidade
o Granulometria
o Teste de Centrífuga

 Ensaios Químicos
o Determinação Química – Análise Qualitativa e Quantitativa

 Avaliação dos Resultados


Os resultados serão considerados satisfatórios quando as amostras apresentarem valor dentro
da especificação estabelecida para o produto. Alguns produtos, em função do risco que podem
apresentar, têm limites estabelecidos por regulamentação específica (RDC 215/05 ou atualização).
Os registros servem para documentar o sistema da qualidade da empresa, fornecem as
evidências de que os requisitos estão sendo atendidos e constituem a base de controle essencial para
a adequação e melhoria contínua dos processos e sistemas.
Os procedimentos de identificação, preenchimento, organização, armazenamento, acesso,
recuperação e controle dos registros devem ser claramente definidos e corretamente implementados.
Os registros gerados pelo Controle de Qualidade devem permanecer arquivados e disponíveis
para garantir a rastreabilidade das informações.
Antes de ser liberado para o mercado, todo lote de produto fabricado deve ser aprovado pelo 88
Controle de Qualidade, conforme as especificações estabelecidas e mediante processo claramente
definido e documentado. Somente o Controle de Qualidade tem autoridade para liberar um produto
acabado.
Também chamadas de Amostras de Referência Futura, são as amostras do produto acabado
que são retidas em material de embalagem original ou equivalente ao material de embalagem de
comercialização e armazenadas nas condições especificadas, em quantidade suficiente para permitir
que sejam executadas, no mínimo, duas análises completas. As retenções devem ser de produtos
acabados e, quando for o caso, de matérias-primas e produtos em processo.
Outra função do departamento do controle de qualidade é a elaboração dos estudos de
estabilidade. Estes podem ser classificados de acordo com a duração e pode-se dizer que existem
diferentes tipos de estabilidade importantes para um produto cosméticos, como: estabilidades físicas,
químicas e microbiológicas. Estes testes propiciam informações valiosas de como o produto irá se
comportar por meses ou até anos.
O estudo da estabilidade de produtos cosméticos forneceinformações que indicam o grau de
estabilidade relativa de um produtonas variadas condições a que possa estar sujeito desde sua
fabricação até otérmino de sua validade. Essa estabilidade é relativa, pois varia com otempo e em
função de fatores que aceleram ou retardam alterações nosparâmetros do produto. Modificações
dentro de limites determinadospodem não configurar motivo para reprovar o produto.
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