Você está na página 1de 15

ABC da Dislexia

Olá! O meu nome é Eric Tridas e é um prazer estar presente no Congresso da


DISLEX_Maio, 2010, no Porto, Portugal.

Introdução:
Hoje iremos falar sobre os factores que contribuem para o diagnóstico de crianças com
dislexia, como identificá-las precocemente, as questões neurologicas relacionadas com
a dislexia e como podemos lidar com elas. Quando se avalia crianças com dislexia a
primeira coisa que avaliamos são as áreas de incapacidade. Quando medimos essas
áreas, fazemo-lo de 4 áreas:

• trabalho, que no caso da criança é na escola;

• regulação a nível comportamental e emocional;

• relações sociais, e

• saúde.

Quando avalio os meus pacientes, o meu primeiro pensamento é que se a criança não
está a ir mal na escola e se o comportamento não é disruptivo em casa ou na escola,
se se relaciona bem com os seus pares e é saudável, não está a ter muitos problemas.
O nome que atribuímos à problemática não é muito importante.

O diagnóstico da criança é o resultado de 4 factores:

• perfil de desenvolvimento,

• estilo comportamental,

• factores de saúde,

• factores ambientais.

O que se observa em termos de incapacidade advém da combinação destes factores,


muito semelhante ao que se passa quando pensámos numa receita, como por
exemplo, se fossemos a comparar esta criança com dislexia a um bolo de chocolate, o
chocolate seria as suas dificuldades de leitura. Mas temos de olhar para vários outros
factores que contribuem para o diagnóstico clínico, do mesmo modo que olharíamos
para os ingredientes que se juntam para completar o bolo de chocolate. Neste caso,
vamos olhar não apenas para o perfil de desenvolvimento, mas também para o perfil
emocional e comportamental, bem como para a sua capacidade de lidar com as
dificuldades e descobrir se há outros factores que possam estar a contribuir, no seu
perfil emocional e comportamental, para o seu quadro clínico. Preocupações com a
saúde e o ambiente também são de grande importância para o quadro clínico
Falaremos deles mais à frente nesta apresentação. Com uma boa descrição dos
factores contributivos para o diagnóstico, seremos capazes de formular uma boa
prescrição para lidar com o problema.

A gestão, ou forma de lidar com este problema pode ser dividida em 4 áreas:

• gestão educacional,

• gestão psicológica,

• gestão médica,

• gestão ambiental.

A combinação destas 4 áreas de intervenção aumenta a probabilidade de um desfecho


positivo. Olhando para os factores contributivos para o diagnóstico, o primeiro aspecto
a observar é o perfil desenvolvimental.

Olhando para o cérebro como sendo uma fábrica, esta necessitará de recursos em
bruto, que serão processados num produto, que será armazenado e depois
transportado por uma rede de distribuição. Isto pode ajudar-vos a compreender como
é que a informação é processada pelo cérebro.

A informação que entra no cérebro através do sistema sensorial e ao entrar no


cérebro, essa informação em bruto vai atravessar 4 áreas:

• Idade mental da criança: se tivermos uma criança de 3 anos de idade mental e


tentarmos transmitir informação adequada a uma criança de 6 anos, esta
informação não será processada correcta;

• A atenção desempenha um papel importante na capacidade de processamento


da informação: se pensarmos na atenção como um guarda que está junto a um
portão, temos que nos certificar de que o guarda está a cuidar do tráfego que
entra, que o portão está fechado quando deve estar fechado e aberto quando
precisa de estar aberto. Quando estamos a avaliar a capacidade de atenção da
criança devemos avaliar não apenas se ela presta atenção, mas também se tem
capacidade de regular a função da atenção. A criança estará a prestar atenção
ao que deve, no momento em que deve, durante o tempo que deve?

• Também precisámos de prestar atenção ao tipo de tarefa que a criança realiza,


podendo esta ser sequencial ou simultânea. Muitas tarefas de linguagem
tendem a ser sequenciais, pois as palavras são sequências de sons. Mudando a
sequência dos sons, muda o significado da palavra. Por oposição, uma tarefa
visual tende a ser simultânea, por exemplo quando se olha para um relógio ou
um lápis compreendemos o que são, de que são feitos, se são caros ou não,
etc., e apreendemos todos os atributos ao mesmo tempo.

• Finalmente, avaliámos a velocidade de processamento. Embora possamos ter


uma criança que tem a idade mental de 15 anos se a sua velocidade de
processamento for muito lenta, teremos congesteonamento de tráfego nessa
auto-estarda e a informação não vai entrar de forma muito eficiente.

Como referi anteriormente, o input acontece através dos sistema sensorial. Dos cinco
sentidos usamos três para processar a informação, na escola. Utilizamos a visão, a
audição e, o sentido tactilo-quinestésico. O olfacto e paladar, não são muito eficazes a
auxiliar-nos a aprender com livros. Traduzir a informação que nos chega ao cérebro em
bruto, para algo significativo é o que chamamos processamento. Uma vez que a
informação tenha sido processada, tem que ser armazenada. O local de
armazenamento é o sistema de memória, onde existe 3 tipos de memória:

• memória a curto prazo,

• memória de trabalho,

• memória de longo prazo.

Retirando a informação da memória, teremos então que criar uma rede de dstribuíção.
Esse será o output do sistema. O output poderá ser oral ou escrito. E, esse produto
sairá da fábrica pela mesma auto-estrada por onde entrou. Deste modo, a idade
mental do indivíduo, a sua capacidade de atenção, a velocidade de processamento e a
natureza da tarefa, desempenharão papéis fundamentais.

Vejamos algum do tipo de informação sensorial que é recepcionada. Falamos do


sistema visual. Se houver um problema de percepção visual ,este terá impacto na
forma de organização espacial da informação, se foi colocada na devida ordem, etc.
Imaginem quão difícil seria ler a informação apresentada desta forma:

No slide:

Imaginemcomoseriadifícilterdelerinformaçãodestaforma

ous e asp alavr asco meça ssem ea cabas seme mpontoss emse ntido

e es sa sarvalap messevitse saditrevni

ouforaedomrde

W re o n al pa

T oset aelv e g e
E ds m c er h

H d t

Um criança que apresente dificuldades em no visionamento e percepcione como o


apresentado no 4º exemplo pode também ter muitas dificuldades em alinhar os
algarismos para fazer multiplicações e divisões com vários digitos.

O processamento de informação visual será também muito importante no


processamento de informação recolhida em mapas, formas geométricas, etc.

Um segundo componente é a linguagem. A linguagem é a principal área disfuncional a


reflectir-se na leitura. A linguagem tem múltiplos componentes. A unidade mais básica
da linguagem é o som. O estudo dos sons que compo~em as palavras ou a linguagem é
a fonologia. A segunda área que avaliamos é a semântica, o significado das palavras.
Avaliamos a morfologia, a construção das palavras, o que se passa com sufixos e
prefixos, por exemplo, se colocarmos um “e” e um “r”, ou um “a” e um “r”, no final da
palavra, isso indica que teremos um verbo. Se eu disser “correr” estamos a falar de um
verbo. Se nos referirmos ao passado, utilizaremos um sufixo. A palavra acabará em
“ei”. Por isso eu “terminei” representará um verbo no passado. Muitas crianças
reconhecem este padrão desde cedo. Se eu adicionar um prefixo “in” (incorrecto)
transforma-la-íamos no seu oposto, ou se utilizarmos a letra “a” antes da palavra
“típico”, transforma-la-íamos no seu oposto. A síntaxe é a organização das palavras em
frases para que façam sentido. Um discurso é a combinação de frases em unidades
mais vastas, tais como parágrafos. Por isso, como podem ver, a linguagem é uma
tarefa muito sequencial. Uma sequência de sons faz uma palavra e uma sequência de
aplavras faz uma frase. E, uma sequência de frases faz um parágrafo.

Competências metalinguísticas e pragmáticas são os aspectos mais abstractos da


linguagem. Meta-linguística é a comprensão de como a linguagem funciona. É o que
nos permite compreender o humor e o que nos ajuda a diferenciar e a saber como
utilizar a linguagem. Competência pragmática da linguagem é o uso da linguagem em
interacções sociais. A expressão facial, o tom de voz e os gestos terão um impacto
dramático no que dizemos. Posso olhar para uma pessoa e dizer-lhe: “Uau, hoje estás
com óptimo aspecto!” e isso teria um impacto diferente se eu olhasse para a mesma
pessoa “Uau..., hoje estás com óptimo aspecto...”. O tom da minha voz transmite o
significado do que estou a dizer. Na escrita transmitimos isso com pontuação. Os
indivíduos que tenham uma perturbação do espectro autista têm normalmente
dificuldades com a pragmática da linguagem e ouvem as palavras, mas não a forma
como elas são ditas. Eles terão problemas em encontrar o significado escondido. As
crianças com dificuldades de leitura poderão também ter dificuldades de compreensão
da leitura dado que terão problemas em fazer inferências e estrapulações, bem como
na compreensão de trocadilhos e piadas.
O processamento táctil-quinestésico tem a ver com o sentido postural e de movimento
do corpo, e é fundamental ao nível do planeamento do movimento, ajudando na
regulação do movimento sequencial. Montar é o que chamariamos uma tarefa de
movimento sequencial ou motora-sequencial. Se a pessoa tem má coordenação, não
localiza os seus dedos em termos de estruturação espacial, poderá ter dificuldade em
processar o input que recebe das suas mãos. Uma vez que essa informação tenha sido
traduzida no produto que queremos ter, então terá que ser guardada. Como temos 3
tipos de memória: memória de curto prazo, de trabalho e de longo prazo. As memórias
de curto prazo e memória de trabalho são muito curtas e estão, na verdade,
relacionadas. A memória de trabalho é a que vos permite escrever agora e
simultâneamnete ouvir o que eu digo, pensar no significado do que digo e relacionar a
informação com outra que tenha sido previamente aprendida e escrever notas sobre o
assunto. Têm de ser capazes de guardar a informação na vossa mente enquanto a
manipulam e relacioná-la com outras áreas de informação previamente adquirida. Se
testarmos com sequências de digitos e números e pedirmos à criança para manter a
sequência na sua mente e depois repeti-la de trás para a frente, estarão a avaliar a
memória de trabalho auditiva. A atenção terá um impacto na memória de trabalho. A
ansiedade terá impacto na memória de trabalho. A automoticidade ou fluência da
competência terá também impacto semelhante. A memória de longo prazo tem uma
capacidade de armazenamento inesgotável. Em quase todas as actividades e
experiências que temos ficam na memória a longo prazo, no entanto não é tão fácil
recuperar essa informação e a capacidade para a encontrar na sua memória e
recuperá-la eficientemente também terá um impacto significativo na fluência. É por
isso que muitos testes avaliam a fluência de recuperação da informação. Os factores
que nos ajudam a recuperar a informação guardada na memória a longo prazo incluem
a relevância dos estímulos. Por exemplo, é suposto lembrarmo-nos do aniversário do
nosso conjuge, o aniversário do nosso casamento ou o do nosso filho, porque são
datas importantes. Também podemos lembrar-nos de coisas que fazemos dia sim dia
não. Por isso, tarefas que fazemos todos os dias podem ser feitas sem pensarmos
nelas, simplesmente porque as fazemos com tanta frequência. A repetição tem um
impacto dramático na nossa capacidade de recordar a informação e em recuperar a
informação da memória a longo prazo. Finalmente, a estratégia que usamos para
pesquisa na memória seria importante. Muitos de nós memorizam os planetas do
Sistema Solar através de uma mnemónica e a mnemónica ajuda-nos a recordar os
planetas numa sequência adequada. Uma vez que se tenha recuperado a informação
da memória a longo prazo, então terei que montar a minha rede de distribuição e o
output oral e o output escrito são as formas que utilizamos para esse fim. O output
oral é muito informal e beneficia de tons de voz e gestos. A forma como dizemos as
coisas é tão importante como as palavras que utilizamos. De facto, as pesquisas
demonstram que 93% do significado do discurso está na forma como dizemos. Por
oposição, no output escrito, que é governado pela sintaxe, temos de seguir a regras de
forma muito cuidadosa, porque de outra forma não terá significado. Nós não
escrevemos da mesma maneira que falamos. Quando lemos a transcrição de um
julgamento, podemos aprecebermo-nos de que faz sentido se o lermos em voz alta e
com entoação, mas se o lermos silenciosamente, não se entende muito bem, excepto
a parte do advogado, que fala para o registo.

Outro aspecto do output escrito tem a ver com a função motora fina. Quando a criança
tem dificuldade de motricidade fina o que se vai descobir é que a criança opta pela
construção frásica muito pobre, embora ela possa comunicar oralmemte muito bem. A
criança pode parecer preguiçosa quando tem grandes dificuldades para formar letras e
lembrar-se das letras para soletrar as palavras e da pontuação enquanto tentam
trabalhar conteúdos da sua aplavra escrita. O desenvolvimento motor fino progride de
forma proximal distal. Isto significa que progride do centro do corpo para o exterior. Se
olharmos para uma pessoa que está de pé em frente a nós e lhe pedirmos que tenham
as mãos abertas voltadas para nós e os polegares estendidos, teremos uma posição
anatómica normal. Mas o que vemos é que segurar o lápis progride do pulso para a
ponta dos dedos e afastar-se-á do 5º digito (mindinho) para o polegar. Assim, a forma
correcta de pegar no lápis será aquela em que o lápis é seguro a aproximadamente 1,5
cm da ponta do lápis, entre o polegar, o indicador e o terceiro dedo. Estes 3 dedos são
os responsáveis pela precisão. O terceiro, quarto e quinto são responsáveis pela força
com que segura no lápis. É assim que seguramos no lápis e no bisturi, com o polegar, o
indicador e o dedo médio, enquanto seguramos o martelo com o dedo anelar e o
mindinho. É deste modo que vemos o desenvolvimento da motricidade fina. Avaliar o
“pegar no lápis” de uma criança proporcionará uma boa ideia de como a criança será
capaz de manipular o lápis. Quanto mais próximo o lápis estiver do pulso ou do 5º
dedo, mais imatura será a competência de pegar no lápis.

A próxima área que avaliamos é o perfil comportamental.

O comportamento humano pode ser classificado em 3 grupos:

• Indivíduos com perturbações internalizadoras que tendem a sercategorizadas


em 2 diagnósticos principais:

o Depressão, e

o Ansiedade.

As perturbações internalizadoras tendem a ser mantidas dentro. As crianças tendem a


ser reservadas, caladas, e fechadas no seu canto. Como se diz na América estas
crianças tentam “esconder-se no papel de parede” de forma a não serem notadas por
ninguém. Na escola estas crianças são reservadas, mas em casa podem ser
exactamente o oposto. Indivíduos que se apresentem com depressão ou ansiedade
apresentam dificuldades na atenção devido aos sintomas apresentados.
• O segundo grupo refere-se a indivíduos com perturbações externalizadoras.
Estes são muito fáceis de observar porque nós somos os recipientes dos seus
comportamentos. Onde os internalizadores tendem a inibir demasiado, os
externalizadores tendem a não inibir de todo. Teremos aqui a criança que é
oposicional e provocadora, agressiva, que se esforma por irritar os outros.
Também poderemos ter uma criança com comportamento “criminal”: mente,
rouba, ataca outros com armas, etc., não sentindo remorsos pelos seus actos.
Estas crianças tendem a culpar outros pelo seu comportamento, podendo
afirmar com: “É claro que lhe bati, porque ele chateou-me!”. Ele não reconhece
que perdeu o controlo da sua raiva.

• Finalmente temos o comportamento atípico. Enquanto que as perturbações


internalizadoras e externalizadoras são compostas por comportamentos que
vemos com muita frequência, as perturbações atípicas são perturbações de
qualidade e não de quantidade. Por outras palavras, todos nos sentimos
deprimidos e ansiosos, zangados e agitados, por vezes, mas não consideramos
isso uma perturbação, a menos que os sintomas afectem a nosssa capacidade
de trabalhar, a nossa relação emocional, a nossa habilidade de nos
relacionarmos com outros ou a nossa saúde. Enquanto comportamentos
atípicos derivam de como fazemos as coisas. Os diagnósticos tipicos nesta
categoria são: esquizofrenia e síndrome de espectro autista. No autismo,
falamos de incapacidade de comunicação qualitativa e na incapacidade de
relações sociais de qualidade e, estes são comportamentos atípicos. As pessoas
não se comportam assim por norma. O mesmo acontece com alucinações e
delírios.

Podemos também ter em conta factores médicos que contribuam para o diagnóstico.
Podemos ter problemas de saúde crónicos. Podemos ter problemas que são,
normalmente associados com dificuldades respiratórias, problemas de contenção dos
esfincteres e, podemos ter problemas que emergem dos tratamentos que
providenciamos. Certas medicações podem exacerbar problemas comportamentais.

Finalmente temos que olhar para o ambiente.

Também envolvidos no comportamento estão os factores ambientais, nomeadamente:

• O ambiente em casa, envolvendo os pais e seu temperamento, as suas


competências parentais e o stress do dia-a-dia, sendo este um factor critico no
seio familiar que os pode tornar menos capazes para educar os seus filhos.
Encorajo sempre os pais a tratar bem de si próprios, porqe se eles estiverem
bem, terão sempre a oportunidade de se certificar de que os filhos também se
estão a sair bem. Tal como quando um avião fica despressorizado, os adultos
devem colocar a máscara primeiro, porque se não conseguirem respirar não
conseguirão ajudar os seus filhos a colocra a máscara.

• O outro elemento dentro dos factores ambientais é a escola, onde


verificaremos o temperamento dos professores, as condições físicas da escola
e, o mais importante as exigências curriculares.

É importante que pais e professores conheçam as exigências curriculraes para


poderem avaliar se a criaça será capaz de corresponder. Se pais e professores
conhecerem o estilo de aprendizagem da criança serão capazes de saber qual a sua
capacidade de corresponder às exigências do currículo. As espectativas
desenvolvimentais, no âmbito do currículo, para a criança são:

o literacia,

o educação geral,

o preparação para o ensino secundário.

A literacia refere-se ao 1º ciclo do ensino básico. Durante este período a criança


aprende a ler e a escrever. Nos 2º e terceiro ciclos a criança/adolescente aprende a
expressar-se perante outros, construir bons textos e a “ter a matemática na ponta dos
dedos”. Nesta fase aplica-se o que foi ensinado na primeira fase. A terceira fase refere-
se a uma preparação para o ensino superior, ou para uma uma profissão. Nesta altura
lidam com vários professores. As exigências em termos de organização, planeamento
e competências de estudo tornam-se bastante importantes para a progressão. Para
crianças com défice de atenção dado que têm mais problemas organização,
planeamento e gestão do tempo.

• Finalmente, os pares desempenham também um papel importante. A partir do


momento em que tenham 13 ou mais anos, o grupo de pares torna-se o
principal guia da criança e a escola e os pais passam a ter menos influência que
o grupo de pares. Por isso, é importante que os pais tenham aperfeiçoado o
controlo do comportamento da criança antes que eles se tornem adolescentes
dado que as probabilidades de controlo do comportamento são
sigificativamente mais baixas do que quando eles eram mais novos.

Em termos de gestão, considera-se que esta envolve quatro áreas, nomeadamente:

• A gestão educacional divide-se em duas áreas:

o remediação que se foca no fortalecimento de áreas fracas, através de


terapia educacional, terapia ocupacional, terapia da fala e fisioterapia
de modo a que o indivíduo tenha máximo desempenho nas áreas
abordadas, dando ênfase à intervenção em crianças mais novas
proporcionando-lhes técnicas de “sobrevivência” antes de as crianças
terem de enfrentar o nível mais elevado de exigência curricular.
Podemos também trabalhar, as áreas em que a criança pode ter bons
resultados. A criança pode ter boa compreensão oral, mas má
compreensão da leitura pode captar bem a informação lida por alguém
ou informação gravada. Essa é uma boa estratégia para que a criança
aprenda conteúdos. Outra estratégia pode ser dar mais tempo à criança
para realizar uma tarefa ou encurtá-la. A utilização de computador para
output escrito, pode ser outra estratégia. Temos acomodações de
volume, menos trabalho, acomodações de tempo, mais tempo,
acomodações tecnológicas e de complexidade, reduzir o grau de
dificuldade.

• A gestão psicológica está dividida em duas abordagens

o a primeira focada em adultos: terapia comportamental que ajuda o


adulto a alterar a forma de funcionamento com a criança, para que a
criança mude a resposta que dá ao adulto. Tenta enfatizar o controlo do
comportamento da criança pelo adulto, para ser capaz de levar a
criança a um melhor desempenho comportamental;

o a segunda abordagem focaliza-se na criança e utiliza a terapia cognitiva


que pode ser utilizada para tratamento de ansiedade, no entanto deve
ter idade suficiente para ter internalizado o seu locus de controlo e ter
uma linguagem suficientemente desenvolvida para beneficiar da
conversa com o psicólogo. Lembremos que a terapia psicológica assenta
no diãologo e, portanto, as competências linguísticas devem ser tidas
em consideração. Um bom psicólogo é como um bom treinador:
trabalham com o atleta identificando e melhorando as áreas
necessárias. Contudo o treinador não poderá mudar nada se o atleta
não estiver disposto a mudar. Em termos de conflito familiar, o
psicólogo pode servir de mediador.

• A gestão médica popde ser útil e os médicos podem fazer duas coisas

o presrever medicação, ou

o fazer cirúrgias

A medicação pode ser muito útil em problemas desenvolvimentais e de aprendizagem.

• A gestão ambiental focaliza-se em casa e na escola. Deve haver coordenação e


cooperação entre os dois para que a criança tenha sucesso.
Agora que temos uma perspectiva de como olhar para a criança, vamos focalizar na
Dislexia numa perspectiva histórica, sua definição e características neurobiológicas.

DISLEXIA

A Dislexia foi pela primeira vez identificada em 1877 em adultos com lesões cerebrais,
que mantinham visão normal, inteligência normal e a habilidade de compreender a
linguagem mas deixavam de reconhecer a letra impressa. Na altura o Dr. Kussmaul
designou esta doença por “cegueira às palavras”. Alguns anos depois o Dr Morgan
reconhece sintomas identicos em crianças, tendo o facto sido atribuido a alterações
neurológicas.

A palavra vem do grego: Dis = dificuldade; lexia = palavra

A Dislexia é uma doença hereditária, crónica e resulta de uma disfunção neurológica.

As pessoas com Dislexia apresentam dificuldades na leitura e soletração, mas a


compreensão, particularmente a oral é melhor do que a esperada. Os indivíduos com
Dislexia têm dificuldade em processar os sons das palavras. Também sabemos que a
Dislexia é acompanhada por outros desafios, encontrando-se aqui a génese da rede
clínica, que nos leva a analisar todos os factores que possam levar às dificuldades de
leitura. Pela definição de Dislexia é que se trata de uma entre várias dificuldades na
aprendizagem, de origem neurobiológica cujos sintomas incluem capacidades de
descodificação e soletração pobres, dificuldade no reconhecimento preciso e fluente
da palavra, que não sejam consistentes com a idade, capacidade cognitiva ou
exepriência educacional. A causa do problema e um défice no processamento
fonológico, é inesperada, dado que a criança teve as mesmas oportunidades dos pares
etários e inteligência adequada.

As pessoas com Dislexia enfrentam consequências secundárias tais como dificuldade


na compreensão da leitura, bem como vocabulário pobre e desenvolvimento de
conhecimentos gerais baixo.

A Dislexia não é um problema visual. É um mito que as crianças vejam as letras ao


contrário, embora possam existir problemas visuais associados estes não constituem a
génese da Dislexia. Trata-se de

As crianças com Dislexia não responde ao ensino tradicional. Requer instrução


sequencial, repetitiva e explícita.

Não é um problema dos sobredotados, nem se baseia na falta de motivação e, não


resulta de falta de estimulação em casa.

A dislexia representa um número significativo na população, sendo estes valores


apresentados no National Assessment of Educational Progress nos Estados Unidos
onde, em 2005, 38% de crianças do 4º ano apresentavam valores baixos de leitura
básica. Este valor baixou correntemente para 34%, dos quais 28% de crianças no 8º
ano apresentam valores baixos de leitura básica, nomeadamente <40 percentil. 20%
das crianças em regime de escola básica têm dificuldades de leitura. Se olharmos para
as crianças que têm Dificuldades de Aprendizagem, 70 a 80% dos estudantes terão
dificuldades na leitura.

Considerando o National Assessment of Educational Progress 5% dos adultos são não


instruídos, correspondendo ao mesmo número de crianças com problemas severos de
leitura, sendo este um valor persistente ao longo dos anos. 21 a 23% dos adultos são
analfabetos funcionais sendo que 25% destes adultos são imigrantes e consideram a
linguagem inglesa de difícil compreensão e aprendizagem.

Muitos dos indivíduos com dislexia abandonam a escola, permanecendo abaixo do


nível de pobreza, sendo o impacto do analfabetismo bastante dramático.

80% de todas as Dificuldades de Aprendizagem estão relacionadas com a leitura.

4,4% das criança/jovens entre 6 e 21 anos têm dislexia com Dificuldades de


Aprendizagem sendo que 3,5%, sofrem de Dislexia. A Dislexia afecta, portanto, cerca
de 2 milhões de crianças nos Estados Unidos. Verifica-se também que
aproximadamente um quarto das crianças com Dislexia possui uma perturbação de
Hiperactividade com Défice de Atenção (12%-24%) e, 25 a 35%, com Hiperactividade e
Défice de Atenção têm Dislexia. As estatísticas dizem-nos que 5% da população
possuirá uma dificuldade de leitura grave, difícil de tratar. 75% de crianças com
dificuldades de leitura podem ser ajudadas a ultrapassar a sua dificuldade.

As causas da dislexia podem situar-se ao nível do processamento fonético, como referi


anteriormente, existe dificuldade no processamento dos sons nas palavras,
nomeadamente o fonema sendo a unidade básica da linguagem, onde esta é
constituída por vários sons que formam palavras e consequentemente frases e por sua
vez parágrafos. Na linguagem inglesa existem aproximadamente 40 a 52 fonemas, que
quando juntos formam palavras, sendo estas consideradas a origem da linguagem.
Sabe-se que o défice fonológico está correlacionado com os problemas de leitura, mais
do que com o QI da criança. O sistema fonológico no cérebro é responsável pelo
processamento e produção dos sons para a fala. Este é um dos primeiros sistemas do
cérebro a ser desenvolvido, é um sistema inato e é a fundação da linguagem. Parte
deste sistema está dependente de multiplos factores, nomeadamente:

• Memória fonológica, ou seja a capacidade de memorizar os sons;

• Rápida nomeação, ou seja, a capacidade de recuperação edsse mesmo som da


memória a longo prazo,
• Finalmente, a consciência fonológica, ou seja, a capacidade do cérebro captar
os sons.

O segundo sistema da leitura é a fluência, definida como a capacidade de ler um texto


rapidamente, com precisão e compreensão, sendo esta a marca de um bom leitor. No
entanto para ler com precisão temos que ter uma boa consciência fonológica. De
modo a que isto se concretize, são necessárias boas técnicas fonológicas para o
entendimento e processamento. A Fluência não é precisão, mas exige-a, é a ponte
entre a descodificação e a compreensão e é adquirida palavra por palavra sendo assim
que se alcança a leitura global das palavras (vocabulário visual). É preciso reconhecer
visualmente a palavra e estabelecer a ligação com o seu significado.

Em dislexia existe um défice no módulo fonético, uma parte funcional do cérebro onde
os sons se juntam para formar palavras, onde as palavras são decompostas nos seus
sons elementares e onde são discriminadas as palavras do ruído. No entanto, a leitura
não é um processo natural e biológico, são necessárias várias áreas do cérebro para
que haja capacidade de aprender a ler. Ao nível da neurobiologia sabe-se que existem
dois lados do sistema linguístico que são afectados, um refere-se ao sistema linguístico
que interfere com a análise do som nas palavras (região parieto-temporal), e o outro
refere-se à descrição desse som associado a algo que vemos à nossa frente (região
occipito-temporal). Neste diagrama, na imagem da esquerda, refere-se a um indivíduo
que está a ler (leitor fluente), onde se verificam 3 áreas do hemisfério esquerdo
activas, onde a fala é processada na zona frontal do cérebro, o processamento do
fonema na zona média do cérebro (parietal), e a fluência/palavra visual é processada
na zona posterior do cérebro (temporal). Indivíduos com dislexia não activam a zona
média e posterior do cérebro. Em exames de ressonância electromagnética
processados pelo Dra. Guinevere Eden, presidente da International Dislexia
Association, que trabalha na Universidade de George Town, em que esta pede a um
leitor fluente para realizar tarefas básicas como eliminar um som de uma palavra
(como exemplo, na palavra dislexia, se tirarmos o “d” da palavra ficará –islexia, sendo
este o propósito desta tarefa). Na imagem da esquerda observa-se a activação das 3
áreas já referidas anteriormente, na imagem da direita verifica-se essa mesma
activação mas não com tanto realce. No entanto, nesta próxima imagem verifica-se
que um individuo com dislexia, activa uma parte do cérebro completamente diferente,
nomeadamente na zona posterior do cérebro, em comparação com a imagem da
esquerda, que activa maioritariamente o hemisfério esquerdo do cérebro . Portanto,
quando se observa o cérebro de uma criança ao processar a palavra “cat”, ela dirá os
sons k+ae+t, formando a palavra “cat”e relacionando-a com o conceito e a imagem do
gato é associada à palavra. Ouvir a palavra activa a área da fluência e associa
automaticamente à imagem de um gato. A incapacidade de proceder a estas
activações cerebrais está na origem das dificuldades na leitura. Se a leitura tivesse que
ter uma fórmula para “leitura”, seria = descodificação X fluência + compreensão. No
entanto, a descodificação e a fluência nesta fórmula estão e vermelho, pois isso é o
que é ensinado à criança. Compreensão é a capacidade de entender o que está a ser
dito. Se o resultado for um valor de 0 ou menos que 1, na descodificação ou na
fluência, ter-se-ía um problema na leitura. Esta fórmula mostra que deve ser
enfatizada na intervenção a descodificação e a fluência, porque haverá dificuldade na
descodificação e identificação de palavras, que poderá levar a má formação de
vocabulário, má formação de conceito e má compreensão, sendo este um problema
significativo para a criança.

No que diz respeito a identificação precoce da Dislexia, quanto mais cedo este
problema for detectado e mais precocemente se proceder à intervenção maior
impacto haverá na aprendizagem. É necessário necessário avaliar competências
específicas, nomeadamente a consciência fonética, precisão automática de nomeação
de letras (a recuperação rápida é muito importante), associação do som à letra
correspondente, fluência e precisão na leitura da palavra, compreensão e fluência na
leitura de uma frase, de modo a evoluir de leitura de uma palavra para leitura de uma
frase e daí à leitura de um parágrafo ou de um discurso, sendo este o percurso de
aprendizagem do sistema linguístico falado anteriormente.

Os sinais precoces de dislexia, são:

• atraso na fala;

• dificuldade de pronúncia;

• dificuldade em rimar, porque o motivo porque conseguimos rimar é porque


conseguimos reconhecer que partes da palavras são iguais e outras diferentes;

• dificuldade em encontrar palavras;

• finalmente, a menos frequente/procurada pelos professores, nomear a letra e


o seu som.

Portanto, verificando o que foi dito anteriormente, em crianças do ensino pré-


primário, deve-se saber se disse a primeira palavra por volta do 1º ano de idade. Aos
18-24 meses já deverá construir as primeiras frases, sendo importante lembrar que a
criança forma 1 palavra no 1º ano, uma combinação de 2 palavras e 200 palavras pelo
2º ano e combinação de 3 palavras e 300 palavras pelo 3º ano, sendo esta uma
verificação padrão a nível de historial. Se houver um passado familiar de disfunção
convém ficar informado, visto a Dislexia ser uma perturbação hereditária. Em crianças
em idade pré-escolar, com 5-6 anos não se deverá verificar uma linguagem expressiva
tipica de uma criança de 3 anos. Deve verificar-se a existência de omissão de sons,
sejam sons iniciais, no meio da palavra ou finais. Poderá verificar-se ainda inversão de
sons ou a alteração dos mesmos. É importante verificar a sensibilidade à rima, se
acriança não é capaz de recitar as rimas típicas das cantilenas, memorizar rimas,
lembrar uma palavra que rime com outra palavra dada, etc.

Uma outra situação refere-se à circumlocução, ou seja, a criança conhece a palavra,


sabe o seu significado, mas não consegue dize-la (tem a palavra na ponta da língua,
mas não consegue dizê-la), descrevendo com outras palavras aquela que pretende
dizer ou dando significados. Por exemplo, um paciente estava ler a frase “the girl was
beautiful” (a rapariga era bonita), este substituiu pela frase “the girl is pretty”(a
rapariga era linda). Ele reconhecia o significado da palavra, mas não a palavra. É
ensinado à criança no pré-escolar o alfabeto. Esta aprende a associar fonemas e a
construir pequenas palavras e frases, permitindo a associação de símbolos a sons. Na
altura que as crianças terminam o 2º ano do 1º CEB devem ser capazes de separar os
sons das palavras, chama-se a isso segmentação. Em Dislexia poderão haver problemas
de segmentação fonética (principalmente após o 1º ano do 1º CEB), eliminação de
fonemas, recuperação de palavras específicas, recuperação rápida de palavras, etc.

Como é que vamos avaliar o problema? Vamos certificarmo-nos de que o sistema


sensorial está intacto. Devemos avaliar os quatro pontos de entrada, a idade mental da
criança, velocidade de processamento, atenção, os processamentos auditivo, visual e
quinestésico e, por último, o nível de competências para a leitura e para a escrita.

Temos 3 tipos de testes que avaliam este tipo de características: os que nos ajudam a
avaliar o potencial académico a que geralmente chamamos testes de inteligência,
testes de estilo de arendizagem e testes de competências.

Com isto avalia-se leitura em voz alta e silenciosa. Com a leitura em voz alta pode-se
ouvir os erros dados pela criança, a fluência e a compreensão. Na escrita, verificar o
soletrar de palavras, a construção frásica e a qualidade dos parágrafos.

Após uma boa descrição poder-se-á desenhar uma intervenção para a


criança/indivíduo, usando componentes essenciais à instrução para a leitura. Sendo
estes componentes:

• Consciência fonológica: reconhecer, manipular e lembrar sons individuais;

• Fonemas e reconhecimento de palavras, de modo a que a partir de um som a


criança relacione ao símbolo e reconheça o significado do mesmo;

• Fluência de leitura: a criança deve ler com velocidade e precisão suficientes


para apoiar a compreensão;

• Desenvolvimento do vocabulário, de modo a verificar o significado individual


das palavras; e, finalmente, usar estratégias de compreensão da leitura e
raciocínio verbal.
No ensino de leitura, deve-se proceder ao ensino da escrita, pois indivíduos com
problemas de leitura, normalmente possuem problemas de escrita. Daí que se deva
proceder ao ensino de técnicas de escrita básicas, de modo a construir com precisão,
fluência e clareza o que se quer exprimir, e ensinar a compreensão no uso linguístico
efectivo. O ensino deve ser explicito, usando uma linguagem complicada não ensinará
os conceitos básicos à criança. Deve ser um ensino sistemático, os sons do discurso, o
soletrar das palavras, as estruturas da frase, o tipo de frases geralmente construída e a
convenção linguística deve ser ensinada de modo a que as regras sejam entendidas. O
ensino de leitura é algo sequencial/cumulativo, sendo demonstrado por passos
interligados, deve ser multisensorial (visual, táctil e quinestésico). O progresso da
criança deve ser medido regularmente de modo a certificar que as estratégias usadas
estão a ser eficazes, para minimizar os sintomas presentes. É importante que esta
intervenção seja feita antes da 3º ano, porque nesta altura a criança ainda está a
aprender a ler e a escrever, após a 3º ano não existirá ninguém para ensinar a ler, pois
nesta altura está a fazer uma aquisição de novos conhecimentos e novas técnicas por
parte da criança através da leitura.

Foi realizado um estudo em 1998, que comparava a média de palavras lidas de uma
criança normal no 3º ano em comparação com crianças com Dislexia. Um leitor fluente
lê aproximadamente 600 mil palavras por ano (marcado a amarelo), uma criança com
Dislexia lê aproximadamente 5o mil palavras por ano (marcado a vermelho), sendo 10
vezes menos que uma leitor fluente, tendo isto um efeito devastador na sua
capacidade de aprendizagem.

Outra característica importante na intervenção na Dislexia é a actividade cerebral


presente. Neste diagrama existem oito cérebros de pré e pós teste. Os cérebros
assinalados a azul representam o hemisfério esquerdo e os cérebros assinalados a
amarelo representam o hemisfério direito. Como dito anteriormente, as zonas a
vermelho representam a actividade cerebral naquela zona; verifica-se que nas zonas
assinaladas a azul, no pré teste, não existe actividade, mas nas zonas assinaladas a
amarelo existe actividade, que não é normal existir. Após uma explicação sequencial e
sistemática, verifica-se o normalizar da actividade no pós teste, observando-se
actividade na zona assinalada a azul, que anteriormente não existia. Com isto conclui-
se que se pode ensinar uma criança com dislexia e alterar o funcionamento cerebral,
tornando os indivíduos com Dislexia melhores leitores. As estatísticas mostram, como
dito anteriormente, que com bom acompanhamento o impacto na qualidade de vida
de indivíduos com Dislexia pode ser dramático a nível de ocupações, nível de retorno,
e sucesso geral na sua vida.

Queria agradecer a todos a presença no Congresso e, foi uma honra! Espero que a
minha intervenção tenha sido útil para compreender as dificuldades que os indivíduos
com Dislexia enfretam! Obrigado!

Você também pode gostar