Você está na página 1de 3

Aula 19 – 25.01.

2011

Derivadas
Def: f: X→R, a ∈ C ⋂ X’

௙ሺ௫ሻି௙ሺ௔ሻ ௙ሺ௔ା௛ሻି௙ሺ௔ሻ
A derivada de f em a é f’(a) = limx→a = lim h→0 . Se existe o limite, dizemos que f é derivável em a.
௫ି௔ ௛

Se ∃ f’(x), ∀ x ∈ X ⋂ X’, dizemos que f é derivável em X.

f’ :X ⋂X’ → R é a função derivada de f. Se f é derivável e f’ é contínua, dizemos que f é de classe c1.


x f’(x)
ௗ௙  ቚx=a
ௗ௙
Notação: f’(a) =Df(a)= ௗ௫(a) = ௗ௫

Teorema 1: f: X→R é derivável em a ∈ X ⋂X’ se e somente se ∃ c ∈ R tal que a+h ∈ X ⇒ f(a+h)=f(a)+ch+r(h), onde
௥ሺ௛ሻ
limh→0 =0. Caso exista tal c, f’(a) = c.

Demo: Considere Y = {k∈R / (a+h) ∈ X⋂X’} ; Como a ∈ X⋂X’ segue que 0 ∈ Y⋂Y’.

Se existe f’(a) defina r: Y→R por r(h) = f(a+h) – f(a) – f’(a).h

௥ሺ௛ሻ ௙ሺ௔ା௛ሻି ௙ሺ௔ሻ ௥ሺ௛ሻ


daí = - f‘(a). Segue então que lim = f’(a) – f’(a) = 0
௛ ௛ h→0

௥ሺ௛ሻ ௙ሺ௔ା௛ሻି௙ሺ௔ሻ
Recíproca: f(a+h) = f(a) +ch + r(h) ⇒ ௛
= ௛
- c.

௥ሺ௛ሻ ௙ሺ௔ା௛ሻି௙ሺ௔ሻ
Como lim h→0 =0. segue que lim h→0 = c. Logo f é derivável em a e f’ (a) = c ∎
௛ ௛

௥ሺ௛ሻ
Obs: Toda f pode ser escrita como f(a+h) = f(a) + ch + r(h), mas nem toda tem c tal que limh→0 ௛
=0

Derivadas Laterais
௙ሺ௫ሻି ௙ሺ௔ሻ
Se a ∈ X⋂X’+ definimos f’+ (a) = lim x→a+ ௫ି௔
. ( Derivada à direita)

Analogamente define-se derivada à esquerda f´- (a).

Proposição: f é derivável em a ⇔ f’+ (a) e f’- (a) existem e são iguais ( Nesse case f’ (a) = f’ + (a) = f’- (a) )

Corolário: f derivável em a ⇒ f contínua em a.

௥ሺ௛ሻ ௥ሺ௛ሻ ௥ሺ௛ሻ


demo: f(a+h) = f(a) + f’ (a) h + r(h) com lim h→0 =0. lim h→0 = 0 ⇒ lim h→0 r(h) = lim h→0 .ℎ =0
௛ ௛ ௛

Daí lim h→0 f(a+h) = f(a) ( pois lim h→0 f’(a) h = 0 e lim h→0 r(h) = 0 ). Logo f é contínua.

Obs: Derivada à direita (ou à esquerda) ⇒ Contínua à direita ( ou à esquerda)

Ex4. (L’ Hopital)

௙ሺ௫ሻ ௙ᇲ ሺ௔ሻ
Se limx→a f(x) = f(a) = 0 e lim x→a g(x) = g(a) = 0 com f,g deriváveis em g’(a) ≠ 0 então lim x→a ௚ሺ௫ሻ=௚ᇲ ሺ௔ሻ

೑ሺೣሻష೑ሺೌሻ
௙ሺ௫ሻ ௙ሺ௫ሻି௙ሺ௔ሻ ೣషೌ ௙ᇲ ሺ௔ሻ
Demo: lim x→a = lim x→a = lim x→a ೒ሺೣሻష೒ሺೌሻ = ௚ᇲ ሺ௔ሻ
௚ሺ௫ሻ ௚ሺ௫ሻି௚ሺ௔ሻ
ೣషೌ

௦௘௡ ௫ ୡ୭ୱ ଴ ௘ ೣ ିଵ ௘బ
Ex: lim x→0 = = 1 limx→0 = =1
௫ ଵ ௫ ଵ
Regras Operacionais

Teorema 2: Sejam f,g : X → R deriváveis em a ∈ X ⋂ X’, daí f ±g, f .g e ( g(a) ≠ 0) são deriváveis em a e vale:

a) ( f ±g)’(a) = f’(a) ± g’(a)


b) (fg)’(a) = f’(a) g(a) + f(a)g’(a)
௙ ᇱ ௙ᇲ ሺ௔ሻ.௚ሺ௔ሻି ௙ሺ௔ሻ.௚ᇲ ሺ௔ሻ
c) ቀ ቁ (a) = ௚మ ሺ௔ሻ

Teorema 5 (Regra da Cadeia)

Sejam f: X → R e g: Y→R, a ∈ X ⋂X’, b ∈ Y⋂Y’, f(a) =b

Se f é derivável em a, g é derivável em b então g o f: X→R é derivável em a e vale (gof)’(a) = g’(f(a)).f’(a).

Corolário: Seja f: X→Y bijeção entre X,Y ⊂R com inversa g=f-1 : Y→ X. Se f é derivável em a ∈ X⋂X’ e g é contínua em

b=f(a), então g é derivável em b se e somente se f’(a)≠0. Caso afirmativo, g’(b) = ௙ᇲ ሺ௔ሻ.

Derivada e Crescimento local:


Todos os resultados a seguir valem também para f’-(a).

Teorema 4: Se f: X→R é derivável à direita em a ∈ X⋂X’+ com f’+(a)>0, então ∃ δ>0 tal que x ∈ X ⋂ (a,a+δ)⇒ f(x) >f(a)

௙ሺ௫ሻି௙ሺ௔ሻ ௙ሺ௫ሻି௙ሺ௔ሻ
Demo: Temos limx→∞ ௫ି௔
= f’+ (a)>0. ∃ δ>0 tal que x ∈ X⋂(a,a+δ) ⇒ ௫ି௔
>0 ⇒ f(x) > f(a) ∎

Corolário 1: f: X→R monótona não decrescente⇒ f’+ , f’- ≥ 0 onde existem.

Corolário 2: Seja a ∈ X ponto de acumulação bilateral ( a ∈ X’+ ⋂ X’- )

Se f: X →R é derivável em a, com f’(a) >0, então ∃ δ >0 tal que x,y ∈ X e a-δ<x< a< y<a+δ⇒ f(x) < f(a) < f(y).

Def: f: X→ R tem máximo local em a ∈ X se ∃ δ>0 tal que f(x) ≤ f(a) para x ∈ X, | x-a| < δ.

Máximo local estrito: f(x) < f(a) , para x ∈ X, 0 < | x-a| < δ

Definimos analogamente máximo global: Se f(a) ≥ f(x) , ∀ x ∈ X então dizemos que a é máximo absoluto.

Corolário 3: Se f: X → R é derivável à direita em a ∈ X ⋂ X’+ e tem aí um máximo local, então f’+ (a) ≤0.

Corolário 4: Seja a ∈ X ⋂ X’+⋂X’-. Se f: X →R é derivável em a e possui aí máximo ou mínimo local então f´(a) = 0.

Demo: Max local ⇒ f’+(a) ≤ 0. f’- (a) ≥ 0. Como f’(a) = f’+ (a) = f’-(a) ⇒ f’(a) = 0 ∎

Ex8. f: R→R, f(x)= x3, f é crescente; f’(a) =3x2 |0 = 0.

0 não é máximo local nem mínimo local, mas f’(0) = 0. Ou seja, não vale a recíproca do corolário 4.

No corolário 1, mesmo com f crescente não podemos trocar ≥ por >

Ex9. f: X→ R mínimo local em a ⇏ f’(a) existe e f’(a)=0.

f(x) = |x| tem mínimo local em x=0 mas não é derivável em 0.

Def: a ∈ X e ponto crítico de f:X→R se f’(a)=0.

f derivável e c é máximo ou mínimo local ⇒ c é ponto crítico.


Funções Deriváveis em intervalos
Teorema 5(Darboux): Seja f:[a,b] → R derivável se f’(a) <d<f’(b) então ∃ c ∈ (a,b) tal que f’(c)=d
(f’ pode não ser contínua)

Demo: I) Suponha d=0. Pelo Teorema de Weierstrass f contínua ⇒ f assume mínimo c em [a,b]

Como f’(a) <0. Temos que a não é min local (Teo4). Analogamente c<b. Pelo corolário 4, f’(c)=0.

II) Caso Geral tome g(x) = f(x) –dx ⇒ g’(x) = f’(x) –d

g’(c) =0 ⇔ f’(c) = d

g’(a) <0 < g’(b) ⇔ f’(a) < d < f’ (b)

g: [a,b] → R está dentro das hipóteses de I. Logo ∃ c ∈ (a,b) tal que g’(c)=0, isto é f’( c) = d ∎.

−1 ‫[ ∈ ݔ ݁ݏ‬−1,0ሻ
Ex10. Seja g(x) = ൜ g: [-1,1] → R segue do teorema 5 que ∄ f:[-1,1] → R derivável tal que f’=g.
1 ‫[ ∈ ݔ ݁ݏ‬0,1]

Caso contrário, deveria existir c ∈ (-1,1) tal que -1 < f’(x)=0<1.

Teorema 6 (Rolle): Seja f: [a,b]→R contínua tal que f(a) = f(b). Se f é derivável em (a,b) então ∃ c ∈ (a,b) tal que
f’(c)=0

Demo: De Weierstrass ⇒f assume Máx e Mín em [a,b]. Se esses pontos são a e b então como f(a) = M < f(x) ≤ m =
f(b) e f(a) = f(b) , temos f constante. Daí, pelo corolário 4 do teorema 4, f’(c) = 0 ∎

௙ሺ௕ሻି௙ሺ௔ሻ
Teorema 7 (TVM, Lagrange): Seja f:[a,b]→R contínua, se f é derivável em (a,b), ∃ c ∈ (a,b) tal que f’(c)=
௕ି௔

௙ሺ௕ሻି௙ሺ௔ሻ ௙ሺ௕ሻି௙ሺ௔ሻ
Demo: Considere g:[a,b]→R tal que g(x) = f(x)-dx onde d= . Daí g(a) = f(a) –aቀ ቁ.
௕ି௔ ௕ି௔

௙ሺ௕ሻି௙ሺ௔ሻ ௙ሺ௕ሻି௙ሺ௔ሻ
Daí g(b) = f(b) – bቀ ቁ⇒ g(b) – g(a) = f(b) – f(a) – (b-a)ቀ ቁ=0 . Logo g(b) = g(a)
௕ି௔ ௕ି௔

௙ሺ௕ሻି௙ሺ௔ሻ
Teorema Rolle⇒ ∃ c ∈ (a,b) tal que g’(a) = 0, isto é, f’(c) = d = ௕ି௔

Teorema 7’ : Seja f: [a, a+h]→ R contí. e deriv. em (a, a+h), então ∃ θ ∈R tal que 0< θ <1 , e f(a+h) =f(a)+f’(a+ θ h) h

௙ሺ௔ା௛ሻି௙ሺ௔ሻ
Demo: Teorema 7 ⇒ ∃ c ∈ (a,a+h) tal que f’(c) =

c= a+ θh , para θ ∈ (0,1). Daí f ‘(c)h + f(a) = f(a+h)∎

Corolário 1: Se f: I →R contínua no intervalo I, com f’ (x) = 0. ∀ x ∈ Int I então f é constante.

Demo: Dadas x,y ∈ I ∃ c ∈ (x,y) tal que f(y) – f(x) = f’ (c) (y-x). Daí f(y) = f(x).

Você também pode gostar