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Crítica à religião
“...os ingleses , que, apesar dos altíssimos talentos com que a natureza os dotou,
em grau superior aos outros povos da Europa, resultam verdadeiramente depreciáveis
por sua irracional fé na igreja, que constitui para eles uma idéia fixa, uma monomania.
Qual a causa de tal estigma?: a educação confiada aos clérigos, que procuram
inculcar nas crianças seus dogmas religiosos, cujo absurdo sistema docente além de
produzir uma espécie de paralisia parcial do cérebro, conserva o néscio fanatismo e a
idiotice da mente e do coração.” (Schopenhauer, MVR pág.162)
A infância seria a idade em que germina a fé, à força de persuasão e devido à
fragilidade dos intelectos nesta idade. A convicção que mostram os intelectos na idade
adulta, segundo o filósofo, na maioria dos casos não passa de uma máscara com que se
encobre algum interesse pessoal. A esta crítica Schopenhauer acrescenta ainda outra de
cunho histórico-político:
“Uma piedade sem limites para com todos os seres vivos, é o penhor
mais firme e seguro do procedimento moral...” (DM pág.130)
“Tão grande acordo entre povos tão diferentes, numa época muito
remota, é uma prova evidente de que não se trata aqui, como declaram os banais
otimistas, de uma aberração, de um desequilíbrio do espírito e dos sentidos; pelo
contrário é um lado essencial da natureza humana, um lado admirável que raramente
se encontra e que se exprime neste ascetismo.” (DM pág.144)
Pessimismo e Evangelho
“Toda caridade realizada com motivação pura revela que aquele que a
efetua, em clara contradição com o mundo fenomênico, no qual o indivíduo estranho
se dispõe inteiramente separado dele, com o mesmo se reconhece idêntico...” (PP,
pág.201)