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Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Curso de Graduação de Fisioterapia

Flexibilidade e Alongamento
Flexibilidade

É a habilidade de mover uma articulação ou


articulações através de uma ADM livre de dor
e sem restrições.

Depende da extensibilidade
dos músculos.
FLEXIBILIDADE
 “É a qualidade física responsável pela
execução voluntária de um movimento de:
 amplitude angular máxima
 por articulação ou conjunto de articulações
 dentro dos limites morfológicos
 sem risco de provocar lesão.”
(DANTAS)
FLEXIBILIDADE
 Ativa – é a máxima amplitude que se pode
obter através de movimentos efetuados
pelos músculos de forma voluntária.

 Passiva – é a máxima amplitude articular


que se consegue em um movimento através
de uma ação de uma segunda pessoa,
aparelhos, força da gravidade, etc.
FATORES QUE INFLUENCIAM A
FLEXIBILIDADE
 Idade
 Sexo
 Individualidade Biológica
 Tonicidade Muscular
 Hora do dia
 Temperatura ambiente
CAUSAS DE ENCURTAMENTO
MUSCULAR
 Imobilização prolongada
 Mobilidade restrita
 Doenças de tecido conectivo ou
neuromusculares
 Processos patológicos devido a traumas
 Deformidades ósseas congênitas e
adquiridas
TIPOS DE ENCURTAMENTO
MUSCULAR
 CONTRATURA: encurtamento de estruturas
contráteis e não contráteis.
 RETRAÇÃO/ESPASMO: contratura transitória leve.
 CONTRATURA IRREVERSÍVEL: perda
permanente da extensibilidade , substituição por tecido
fibrótico ou osso.
 ESPASTICIDADE : hipertonicidade devido a lesões
no SNC.
 ADESÕES OU ADERÊNCIAS: diminuição da
mobilidade devido ao desarranjo das fibras de colágeno
e o aumento das ligações cruzadas no músculo.
ADERÊNCIA

ESPASMO

CONTRATURA
Adesões

Aderências entre as fibras de colágeno


causadas por ausência de movimento e
aumento nas ligações cruzadas
Adesões

Adesões cicatriciais: causada por cicatrizes,


resposta à lesão, resposta inflamatória.
Contratura irreversível

Perda permanente da extensibilidade dos


tecidos moles que é substituído por tecido
ósseo ou fibroso.
ESPASTICIDADE

Causada por alteração do tônus muscular


Propriedades dos tecidos moles

Músculos, tecido conectivo (tendões e


ligamentos) e pele

Características mecânicas e neurofisiológicas


dos tecidos contráteis e não contráteis
afetam o alongamento
Respostas mecânicas da unidade contrátil

I. Alongamento: se de curta duração tende a


retornar ao seu estado inicial
– elasticidade

II. Imobilidade:↓de proteínas e mitocôndrias


– atrofia e fraqueza

III. Imobilidade na posição alongada: nº de


sarcômeros
– forma plástica do músculo
IV. Imobilidade na posição encurtada:↓nºde
sarcômeros e de tecido conectivo.

A adaptação dos sarcômeros às posições


alongadas é transitória se for permitido
ao músculo voltar ao comprimento após
imobilização.
PLASTICIDADE: novo comprimento
muscular, após ter sido eliminada a
força do alongamento.

Alterações Alterações
Alongamento elásticas plásticas
Curva sobrecarga - distensão
C
A AMPLITU
R DE
G PLÁSTICA
A AMPLITUDE
ELÁSTICA FALHA
REGIÃO
DA LIMITE ELÁSTICO
PONTA

DISTENSÃO - DEFORMAÇÃO
Comportamento mecânico do tecido
não contrátil

• Depende da proporção de colágeno e


elastina e estrutura das fibras

• Podem alterar o colágeno:


– Imobilidade
– Inatividade
– Idade
– Corticoesteróides
PROPRIEDADES
NEUROFISIOLÓGICAS DO
TECIDO CONTRÁTIL
INERVAÇÃO MUSCULAR
 Neurônios Motores alfa: responsáveis pela
excitação da unidade motora
 Neurônios Motores gama: responsáveis
pela inervação das fibras intrafusais
FUSO NEUROMUSCULAR
(FNM)
 Órgão sensitivo presente na massa muscular
 Composto por fibras intra e extrafusais em
paralelo
 Função: Monitorar a velocidade e duração do
alongamento e detectar as alterações no
comprimento do músculo
REFLEXO DE ESTIRAMENTO
(MIOTÁTICO )
 Sempre que o músculo for estirado
rapidamente haverá excitação dos fusos
causando contração reflexa para evitar a lesão
 O Fuso Muscular envia estímulos à medula
pela fibra aferente IA
 Excita a fibra alfa
 Provoca a contração da musculatura agonista
e relaxamento da antagonista
REFLEXO DE
ESTIRAMENTO

Contração reflexa no
mesmo músculo que
originou a informação
REFLEXO DE ESTIRAMENTO
(MIOTÁTICO )
 Exemplo 1: lançamento de um livro sobre
as mãos de alguém com os cotovelos
fletidos à 90º
 Ocorrerá um estiramento (estímulo) da
musculatura flexora e imediata contração
para sustentar o livro, assim como o
relaxamento dos extensores do cotovelo
REFLEXO DE ESTIRAMENTO
(MIOTÁTICO )
 Exemplo 2: reflexo patelar
ÓRGÃO TENDINOSO DE
GOLGI (OTG)
 Órgão sensitivo localizado nos tendões
 Função: informar sobre a tensão causada pelo
alongamento e contração muscular
 Mecanismo de proteção que inibe a contração
 Limiar baixo para contração
 Limiar alto para alongamento
ÓRGÃO TENDINOSO DE
GOLGI (OTG)
REFLEXO MIOTÁTICO INVERSO
(ESTIRAMENTO INVERSO)

 Variação na tensão do tendão


 OTG estímulos à medula pelas fibras
aferentes IB
 Excita as fibras alfa
 Relaxamento da musculatura agonista e a
contração da antagonista
REFLEXO
MIOTÁTICO
INVERSO

Redução da
contração do
agonista
REFLEXO MIOTÁTICO INVERSO
(ESTIRAMENTO INVERSO)
 O exemplo pode ser o mesmo do reflexo de
estiramento, mas ao invés de lançar um
livro usa-se um peso de, por exemplo, 100
Kg
 O resultado será o relaxamento da
musculatura flexora e a contração da
extensora do cotovelo, pois a tensão gerada
será muito alta e a musculatura não
suportaria esta carga
ALONGAMENTO
Alongamento

Manobra terapêutica elaborada para aumentar


o comprimento de estruturas de tecidos moles
patologicamente encurtadas e deste modo
aumentar a ADM.
ALONGAMENTO
 "Forma de trabalho que visa à manutenção
dos níveis de flexibilidade e a realização
dos movimentos de amplitude normal com
o mínimo de restrição física possível”

(DANTAS)
Hiperalongamento

Alongamento além da ADM normal da articulação


e tecidos moles vizinhos, resultando em
hipermobilidade
– Ex.: esportes
– Cuidado:
pode levar a
fraqueza por
alongamento,
e rompimento dos
tecidos
 FRAQUEZA POR RETRAÇÃO :
O músculo retraído não é capaz de produzir um
pico de tensão.
 FRAQUEZA POR ALONGAMENTO :
O músculo hiperalongado não é capaz de manter a
estabilidade normal de uma articulação.

Alongado

Encurtado
TIPOS DE ALONGAMENTO
TIPOS DE ALONGAMENTO
 Alongamento passivo
 Alongamento ativo
 Alongamento balístico
 Inibição ativa
ALONGAMENTO PASSIVO
 É feito com ajuda de forças
externas (manual ou
mecanicamente)
 Aplica-se uma força externa e
controla-se a direção,
velocidade, intensidade e
duração do alongamento
(Kisner & Colby, 1998)
ALONGAMENTO PASSIVO
 VANTAGEM: Com ajuda externa, ajusta-
se o membro corporal numa postura ótima
para o desenvolvimento da flexibilidade
 DESVANTAGEM: O executante depende
de um companheiro que conheça as
técnicas corretas dos exercícios de
alongamento
ALONGAMENTO PASSIVO
 Paciente relaxado
 Manutenção por no mínimo 6s
 Intensidade e duração dependem da
tolerância do paciente e força e
resistência do terapeuta
 MANTIDO X BALÍSTICO
ALONGAMENTO BALÍSTICO
 O método é contra indicado para
desenvolvimento da flexibilidade pois ativa
o reflexo neuromuscular, utilizado como
aquecimento
ALONGAMENTO ATIVO
 O indivíduo realiza sozinho, sem ajuda externa
 O paciente passivamente alonga seus músculos
ou pode usar seu peso corporal como força de
alongamento
ALONGAMENTO ATIVO
 Os princípios de
intensidade e duração de
alongamento que se
aplicam são os mesmos
usados para o
alongamento passivo
INIBIÇÃO ATIVA
 O paciente participa da manobra de
alongamento para inibir o tônus muscular
 O paciente relaxa reflexamente o músculo
a ser alongado antes da manobra de
alongamento
 Só pode ser aplicada se o músculo tem
inervação normal e controle voluntário
 Somente as estruturas contráteis
INIBIÇÃO ATIVA
 Sustentar-relaxar
 Contração-relaxamento
 Contração do antagonista
 Sustentar-relaxar com contração do
agonista
SUSTENTAR-RELAXAR
 O paciente faz uma contração isométrica
no final da amplitude do músculo retraído
antes que ele seja passivamente alongado
CONTRAÇÃO-RELAXAMENTO
 Após o músculo retraído ter sido alongado
passivamente, o paciente faz uma
contração concêntrica contra resistência do
músculo retraído antes dele ser alongado
CONTRAÇÃO DO
ANTAGONISTA
 O paciente contrai o músculo oposto ao m.
retraído contra resistência
 Isso provoca uma inibição recíproca do m.
retraído e esse alonga-se facilmente à
medida que o m. se move
 Efetivo quando o músculo retraído tem dor
ou nos estágios iniciais de recuperação
SUSTENTAR-RELAXAR COM
CONTRAÇÃO DO AGONISTA
 É a contração isométrica de pré
alongamento do músculo retraído e
relaxamento deste seguido por uma
contração concêntrica do músculo
antagonista
ALONGAMENTO IDEAL
 Não força a articulação
 Os componentes plásticos são deformados
pelo trabalho
 Os componentes elásticos são estirados ao
nível submáximo
 Mecanismos de propriocepção e terminais
nervosos da dor não são estimulados
ERROS A SEREM EVITADOS
 Excesso de tensão nos exercícios de
alongamento
 Técnica incorreta na realização dos
exercícios de alongamento
 Tensão excessiva nos exercícios de
alongamento passivo
ERROS A SEREM EVITADOS
 Excesso de exercícios de alongamento para
conquista rápida da flexibilidade
 Bloqueio da respiração durante os
exercícios de alongamento
 Alongamento de um grupo
musculoarticular em preferência ao outro
Ativo Inibição Ativa

Passivo
BENEFÍCIOS DO
ALONGAMENTO
BENEFÍCIOS
 Aumento do fluxo sanguíneo
 Eleva a temperatura do tecido muscular
 Aumenta a elasticidade miofascial
 Elimina metabólitos do tecido
 Encontra áreas contraídas
 Relaxa os mm. tensos e rígidos
OBJETIVOS
• Recuperar ou restabelecer a ADM normal
das articulações e a mobilidade dos
tecidos moles

• Prevenir contraturas irreversíveis

• Aumentar a flexibilidade antes de


exercícios

• Evitar ou minimizar o risco de lesões


musculotendíneas
Precauções

• Não forçar passivamente além da ADM


normal
• Fraturas recém consolidadas
• Osteoporose
• Imobilização por tempo prolongado
• Relato de dor após 24h de edema
• Músculos fracos
Contra-Indicações

• Bloqueio ósseo articular


• Fratura recente
• Processo inflamatório ou infeccioso
• Dor aguda
• Hematoma ou trauma de tecidos
• Contraturas que estejam servindo de
sustentação funcional

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