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Centro Universitário Augusto Motta

Curso de Educação Física

Trabalho de conclusão de curso

A importância do Taekwondo para o desenvolvimento motor da criança na fase


escolar de 6 a 12 anos

Elaborado por:

Bruno José Cidério

Rio de Janeiro
2007
ii

Centro Universitário Augusto Motta

Curso de Educação Física

Trabalho de Conclusão de Curso

A importância do Taekwondo para o


desenvolvimento motor da criança na
fase escolar de 6 a 12 anos

Trabalho acadêmico apresentado ao


Curso de Educação Física da UNISUAM,
como parte dos requisitos para obtenção
do Título de Licenciado em Educação
Física.

Elaborado por:

Bruno José Cidério

Professor-Orientador:

Oswaldo Simões Cupertino

Professor Convidado:

Marcio Rodrigues Baptista

Rio de Janeiro

2007
iii

BRUNO JOSÉ CIDÉRIO

A importância do Taekwondo para o desenvolvimento motor da criança na fase


escolar de 6 a 12 anos

Banca Examinadora composta para a


defesa de Monografia para obtenção do
grau de licenciado em Educação Física.

APROVADA em: 26 de junho de 2007.

Professor-Orientador: ____________________________________________________

Professor Convidado: _____________________________________________________

Rio de Janeiro
2007
iv

DEDICATÓRIA

“Dedico este trabalho a meu pai Paulo José Cidério uma pessoa
técnica, que soube ensinar-me com toda a sabedoria da riqueza de uma
vida, fazendo-me crescer e evoluir intelectualmente com Frieza Mental e
Física”.

“Dedico também este trabalho a minha tia Maria do Socorro Siderio,


pessoa compreensiva que sempre me apoiou e incentivou para que eu
concluísse esta pesquisa”.

“Dedico, especialmente, conclusão desta etapa acadêmica, ao meu


Pai por ter me moldado a forma que sou hoje”.
v

AGRADECIMENTOS

Minha gratidão a todos os amigos que ajudaram a concluir este


trabalho:

Aos amigos que me brindaram sua amizade e ajuda e pela


oportunidade de conhecer outras realidades: Andresa Gonçalves, Renato
Oliveira, Marcos Vinicius, Érica Passos, Deise Saporito e Pedro Sayão.

Aos Professores e amigos LETERJ(Liga Esportiva de Taekwondo do


Estado do Rio de Janeiro: A todos eles por sua dedicação ao Taekwondo.

Aos Professores Oswaldo Simões, Marcio Baptista, Alfredo Melhen,


Valdemir Queiroz e Luiz Antonio Leitão, pela grande contribuição na minha
formação educacional e o incentivo na realização deste trabalho.
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RESUMO

A importância do Taekwondo para o desenvolvimento psicomotor da criança na


fase escolar de 6 a 12 anos.

Autor: Bruno José Cidério


Orientador: Oswaldo Simões Cupertino

O objetivo deste estudo foi analisar o desenvolvimento psicomotor da

criança utilizando o Taekwondo como esporte principal na vida, as relações

existentes entre forças aplicadas no salto vertical. As variáveis estudadas foram: a

altura máxima atingida, a potência, a força de saída do solo, a força de chegada

no solo, a força relativa e a velocidade.

Participaram do estudo vinte sujeitos de ambos os sexo com idades entre 7

e 10 anos, praticantes de Taekwondo da cidade do Rio de Janeiro.

Os resultados encontrados nos testes de não só que com o tempo de

prática melhora-se o desempenho motor e na atividade, mas podendo se

comparar que na avaliação de um teste para o outro a uma variação significativa

perante o nível de equilíbrio recuperado a potência de membros inferiores.

Assim sendo, esta pesquisa estará mostrando as conclusões relativas a esta

pesquisa e que as Artes Marciais, por serem atividades físicas estão sujeitas,

independente do estimulo realizado e métodos utilizados, a influenciar numa

melhoria orgânica geral.

Palavra chave: Taekwondo, Força, Velocidade, Potência, coordenação

motora.
vii

SUMÁRIO.

Folha de Aprovação............................................................................................. iii

Dedicatória............................................................................................................ iv

Agradecimentos................................................................................................... v

Resumo................................................................................................................. vi

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 01

1.1. Justificativa do tema ......................................................................................04

1.2. Objetivos.........................................................................................................04

1.3. Questões a investigar.....................................................................................05

2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 06

2.1. DESENVOLVIMENTO HUMANO................................................................. 06

2.2. DESEMPENHO MOTOR............................................................................... 06

2.2.1 CAPACIDADES FÍSICAS DO DESEMPENHO MOTOR............................ 08

2.2.1.1. FORÇA ....................................................................................................09

2.2.1.2. FLEXIBILIDADE ..................................................................................... 10

2.2.1.3. VELOCIDADE ......................................................................................... 11

2.2.1.4. POTÊNCIA .............................................................................................. 11

2.2.1.5. AGILIDADE .............................................................................................12

2.2.1.6. EQUILÍBRIO ........................................................................................... 13

2.2.1.6.1. EQUILÍBRIO ESTÁTICO ..................................................................... 13

2.2.1.6.2. EQUILÍBRIO DINÂMICO ..................................................................... 14

2.2.1.6.3. EQUILÍBRIO RECUPERADO .............................................................. 14


viii

2.2.1.7. COORDENAÇÃO MOTORA .................................................................. 15

2.2.1.7.1. COORDENAÇÃO MOTORA GERAL .................................................. 15

2.2.1.7.2. COORDENAÇÃO MOTORA FINA ...................................................... 15

2.3. PSICOMOTRICIDADE .................................................................................. 16

2.4. TAEKWONDO .............................................................................................. 17

2.4.1. DEFINIÇÃO ................................................................................................17

2.4.2. ORIGEM e HISTÓRICO ............................................................................. 18

2.5. LUTA NO PROCESSO EDUCACIONAL ..................................................... 22

2.6.O TAEKWONDO COMO ATIVIDADE PARA DESENVOLVIMENTO MOTOR

...............................................................................................................................23

3. METODOLOGIA DO ESTUDO........................................................................ 18

3.1. Tipo de estudo ............................................................................................ 24

3.1.1. TESTE VERTICAL JUMP ......................................................................... 24

3.1.2. TESTE DE SALTO EM DISTÂNCIA PARADO ........................................ 25

3.2. População e amostra .................................................................................. 25

3.3. Coleta de dados .......................................................................................... 26

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS................................................ 28

5. CONCLUSÃO .................................................................................................. 30

6. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 31
1

1. INTRODUÇÃO

Segundo a resolução do CONFEF Nº046/2002, o profissional de Educação

Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações entre

elas temos: lutas, exercícios físicos, capoeira, artes marciais, danças. A práxis das

lutas estão acopladas aos profissionais de Educação Física.

As artes marciais são sistemas de práticas e tradições para treinamento de

combate, usualmente (mas nem sempre) sem o uso de armas de fogo ou

dispositivos modernos. Sua origem confunde-se com o desenvolvimento da

civilização quando, logo após o desenvolvimento da onda tecnológica agrícola,

alguns começam a acumular riqueza e poder, ensejando o surgimento de cobiça,

inveja, e seu corolário, a agressão. A necessidade abriu espaço para a

profissionalização da proteção pessoal.

As lutas por estarem inseridas no universo das artes marciais e

conseqüentemente nas atividades físicas, observam-se os potenciais fisiológicos,

pedagógicos, sociais e culturais que estão associados às artes marciais; segundo

Hyams (1979), as artes marciais se propõem a melhorar a vida do ser humano

em diversos aspectos, inclusive o sócio-afetivo.

Também no aspecto de convivência e formação da personalidade conforme

Reid e Croucher (1983), as artes marciais permitem libertar – se de uma série de

inibições, facilitando a convivência num ambiente diferente do meio familiar.

Respaldado em Matveev (1997), as artes marciais requerem força de

vontade, perseverança, iniciativa, tenacidade, decisão, audácia, prudência e o


2

domínio de si próprio (autocontrole), princípios esses que contribuem na formação

do individuo como cidadão critico e consciente de seus deveres.

Desde sua origem o homem, precisava defender-se de seus inimigos ou

animais selvagens, utilizando para isso o próprio corpo, os punhos, mãos e pés, o

que acabou resultando em vários estilos de lutas, com ou sem armas de forma a

tornar efetiva a defesa e facilitar principalmente a subsistência (LEE et al., 1988;

KIM; SILVA, 2000).

Devido a esse processo, as artes e esportes do presente devem os seus

desenvolvimentos, através da experiência, filosofia e imaginação (LEE et al.,

1988; KIM; SILVA, 2000).

Dentre as artes marciais conhecidas na atualidade, encontra-se o

Taekwondo (pronuncia-se “te quan dô”), cuja tradução literal significa “tae=pés,

kwon=mãos, do = caminho, a filosofia em si” tendo como sentido “O caminho dos

pés e das mãos” ou “A arte de usar os pés e as mãos na luta” . Teve sua origem

na Coréia no antigo Reino da Silla, no período de 4000 ~ 3000 a.C.

aproximadamente (LEE et al., 1988; KIM; SILVA, 2000).

Lee, afirma que esta arte marcial é considerada a mais antiga, por isso

possivelmente originou ou influenciou no aparecimento de outras, conforme

documentos históricos e gravuras encontradas em túmulos e paredes de templos

naquele país.

Em 1970, chega ao Brasil o Grão-Mestre Sang Min Cho, 8º dan, com o

intuito de difundir essa extraordinária arte marcial e em 08 de agosto de 1970,

fundou a academia Liberdade no estado de São Paulo; em seguida chega ao Rio

de Janeiro através do Grão-Mestre Woo Jae Lee, 8ª dan, em março de 1972,


3

Mestre Lee é autor do 1º livro sobre a modalidade Taekwondo no Brasil e na

língua portuguesa, com o titulo “Aprenda Taekwondo” (LEE et al.,1988).

Hoje, século XXI, 14 séculos passados, o Taekwondo que teve várias

denominações desde Taekyon, Soobak, Kwon Bub, nunca deixou de ser

praticado, mesmo clandestinamente, como exercício físico e de defesa do país

em sua filosofia (KIM; SILVA, 2000).

A filosofia do Taekwondo tem como base, o respeito à tradição, a piedade

filial, aonde a regra (lema) é: “Não faça aos outros o que não queres que

façam a ti” (KIM; SILVA, 2000).

Na atualidade, a práxis das Artes Marciais encontra-se no contexto das

atividades físicas, surgindo cada vez mais adeptos a estas alternativas de

movimento, não só como recurso de defesa pessoal, mas como meio de atingir o

equilíbrio entre corpo e mente (ARTES, 2002).

O objetivo de praticá-lo é a formação de uma pessoa digna, de moral e de

respeito, através do fortalecimento da cultura corporal do movimento (KIM; SILVA,

2000).

Essa modalidade vem sofrendo grandes transformações ao longo das últimas

décadas, alcançando hoje o título de Esporte Olímpico. Atualmente a Práxis do

Taekwondo enfatiza o treinamento para competições, forma pela qual ele é mais

conhecido. Denominar seus praticantes como atletas ou esportistas, e não como

artistas marciais, não seria de todo um erro baseado no enfoque dado em aula

por seus instrutores e Mestres. Conhecer o Taekwondo de forma integral, como

Arte Marcial e como esporte, auxilia no desenvolvimento e fortalecimento

espirituais de seus praticantes, facilitando o aprendizado das técnicas marciais e

competitivas;
4

O esporte Taekwondo como atividade física traz muitos benefícios a seus

praticantes e pode ser praticado por ambos os sexos, a partir de cinco anos de

idade (LEE et al., 1988).

No treino as execuções de seus golpes exigem força e resistência muscular,

flexibilidade, agilidade, coordenação motora e expressão corporal. Durante os

combates há alternância entre exercícios aeróbios e anaeróbios, movimentos de

alta potência muscular, atos reflexos, exigindo um bom condicionamento físico e

mental dos atletas (LEE et al., 1988).

1.1.JUSTIFICATIVA DO TEMA

Utilizando motor de busca foram encontrados poucas publicações científicas na


forma de monografia, tese ou artigos a respeito do tema e nenhuma para faixa
etária estabelecida encontra-se, portanto, a relevância da presente investigação,
possibilitando desenvolver e planejar estudos e estratégias, tendo e vista a
utilização desse instrumento pedagógico por professores de Educação Física e
psicólogos, pois a práxis dos movimentos do TAEKWONDO quando executados
de forma correta, concentrada e com determinação, em cada uma das etapas,
resultam numa melhoria das ações do ser humano ajudando ao praticante, a
melhorar o seu relacionamento interpessoal e sua qualidade de vida, este estudo
também contribuirá na área de Educação Física escolar.

1.2.OBJETIVO

Mostrar a importância do Taekwondo de forma lúdica e como essa pratica


pode influenciar na vida escolar da criança de 6 a 12 anos com relevância do
presente estudo.

1.3.QUESTÕES A INVESTIGAR

Como o Taekwondo pode contribuir para o desenvolvimento psicomotor da


criança de 6 a 12 anos?
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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. DESENVOLVIMENTO HUMANO

O crescimento humano é um fenômeno complexo que é influenciado por

fatores intrínsecos e extrínsecos (MARCONDES, 1994), onde os fatores

intrínsecos estão concentrados nos sistema neuro-endócrino, no esqueleto e na

higidez dos órgãos efetores terminais, as células; e os fatores extrínsecos

abarcam uma extensa gama de características ambientais.

Os distúrbios e dificuldades de aprendizagem vêm sendo alvo de estudo,

tanto de psicólogos como de educadores. Ambos reconhecem que estes termos

envolvem um processo complexo onde inúmeras variáveis se combinam de

diversos modos, estando sujeitos a influências internas e externas, sociais e

individuais.

Apesar de todo o estudo que vem sendo feito ao longo dos últimos anos,

inúmeros problemas teóricos e práticos relativos ao assunto acabam

permanecendo em aberto.

2.2. DESEMPENHO MOTOR

O termo desempenho motor é um importante atributo no repertorio da

conduta motora de crianças e adolescentes (GUEDES e GUEDES, 1997) e

depende de fatores genéticos, estruturais, fisiológicos, biomecânicos e


6

psicológicos (RODRIGUEZ e ARAGONEZ, 1992). No entanto, pode-se falar que

a condição básica para o desempenho motor individual máximo é o

funcionamento perfeito de todo o organismo humano (HOLLMANN e

HETTINGER, 1989).

As classificações das capacidades físicas são consideradas sob diferentes

pontos de vista, onde por exemplo o desempenho motor é abordado do ponto de

vista do treinamento e do aspecto fisiológico, onde o acréscimo de desempenho é

representada por uma curva de evolução aproximadamente parabólica

(HOLLMANN e HETTINGER, 1989). No entanto, existem também as

classificações, cujos objetivos são mais pedagógicos, como a classificação geral

da A.A.H.P.E.R. que fizeram em 1973, onde se desenvolveu uma bateria de testes

com tabelas de aptidão física, avaliando a velocidade, potência, agilidade,

resistência cardio-respiratoria e resistência de força muscular em jovens norte-

americanos de 10 a 17 anos de idade (FREITAS, 1997), depois, Dassel e Haag

(1975) usaram os termos de bases físicas do rendimento para classificar as

capacidades de força, velocidade, resistência e suas combinações e o termo de

qualidades motoras para as habilidades, agilidade, mobilidade e elasticidade,

tendo a coordenação à função de unir os dois grupos.

Nessa mesma perspectiva, na década de 80, novamente a A.A.H.P.E.R.

desenvolveu uma bateria de testes de aptidão física e relação à saúde, buscando

estabelecer normas para os E.E.U.U., dos níveis de aptidão física e relação aos

parâmetros medidos por uma bateria de testes, entre os quais estavam a

capacidade aeróbia, composição corporal, flexibilidade e resistência muscular

(FREITAS, 1997).
7

A atividade física, aptidão física, saúde e qualidade de vida relacionam-se

entre si (ARAÚJO e ARAÚJO, 2000) e aptidão física subdivide-se em dois

grupos, onde a aptidão física relacionada à aptidão motora inclui os itens como

agilidade, potência muscular, velocidade , equilíbrio e coordenação, e relacionada

à saúde inclui itens como flexibilidade, força muscular, resistência cardio-

respiratoria e composição corporal (PATE, 1983), e em relação a crianças e

adolescentes seria aconselhável envolver itens de desempenho motor que se

relacionam tanto a algumas capacidades esportivas, como a saúde (GUEDES e

GUEDES, 1997).

2.2.1. CAPACIDADES FÍSICAS DO DESEMPENHO MOTOR

As capacidades físicas do desempenho motor do ser humano são definidas

pelas seguintes condições básicas: Função neuromuscular, oferta de energia, sua

liberação e reconstituição, bem como a sua transformação e aporte e eliminação

de substratos orgânicos (HOLLMAN e HETTINGER, 1989), nesse sentido, como

se abordou anteriormente, os componentes da aptidão física englobam diferentes

dimensões, podendo voltar-se para a saúde e abrangendo um maior numero de

pessoas valorizando as variáveis fisiológicas como resistência aeróbia, força,

flexibilidade, e componentes de composição corporal, assim também, podendo

voltar-se para as habilidades esportivas, onde as variáveis como agilidade,

equilíbrio, coordenação motora, potência e velocidade, são mais valorizadas

objetivando o desempenho desportivo (GAERTNER, et al, 1991, GUEDES,

1996).
8

2.2.1.1. Força

Em relação á força, diversas razões são encontradas para se estudar a

força e resistência muscular de crianças (COPETTI, 1996), onde a força é

essencial para que se possam alcançar bons resultados em muitos esportes e

principalmente porque é fundamental para uma boa saúde (MILLER, 1994).

Nesse sentido, pode-se definir a força como o nível de tensão máxima que pode

ser produzido por um grupo muscular; assim a resistência muscular, como a

capacidade desse mesmo grupo muscular em manter os mesmos níveis de força

máxima por u período de tempo maior (SHARKEY, 1990). No entanto, a força e

resistência muscular auxiliam na manutenção duma boa postura, realização de

tarefas cotidianas e participação em atividades de esporte, e de lazer; e também

possui uma importante participação na proteção das articulações (COPETTI,

1996).

Assim, em relação à força motora, voltada à avaliação das capacidades de

força e resistência muscular, devem ser estabelecidos mediante situações em que

o próprio peso corporal é utilizado como sobrecarga (MORROW, et al, 1995),

então, sob essa perspectiva, podemos indicar que as tarefas motoras tendo o

próprio peso corporal dos avaliados como sobrecarga, são os mais indicados para

a avaliação das capacidades de força e de resistência muscular das crianças e

dos adolescentes (GUEDES e GUEDES, 1997), portanto, os testes que envolvem

o uso do próprio peso são, por exemplo, o teste de abdominais, suspensão na

barra com os braços flexionados, saltos.


9

Em vista disso, podemos indicar que existem alguns fatores que podem

influenciar a força, como o tipo de fibra muscular, aumento de volume, idade, sexo

e fatores emocionais (CARNAVAL, 1997), onde o nível de força/resistência na

segunda infância é similar e logo começam a diferenciar-se com o decorrer da

idade (PAYNE, 1991, GONÇALVES, 1995), dano ênfase que o aumento da

resistência muscular abdominal é nos meninos linear aproximadamente até os 15

anos de idade e nas meninas por volta de 10 anos e logo em ambos sexos sofrem

uma queda (GUEDES e BARBANTI, 1995).

2.2.1.2. FLEXIBILIDADE

A flexibilidade é considerada um importante componente da aptidão

relacionada à saúde, pois índices muito baixos de flexibilidade podem apresentar

problemas funcionais (MILLER, 1994), dessa maneira, a flexibilidade é defina

como a capacidade de realizar movimentos e certas articulações com apropriada

amplitude de movimento (BARBANTI, 1997), sendo estática e dinâmica, onde a

flexibilidade dinâmica, ainda não tem uma definição e uma medição estrita, se

bem é associado com a oposição ou resistência ao movimento das articulações

(HUBLEY-KOZEY e CHERIL, 1995).

A flexibilidade é influenciada pelo sexo, idade, aquecimento, temperatura

ambiental e tolerância ao dor (CARNAVAL, 1997). As meninas são

significativamente superiores aos meninos (BALE, et al, 1992, DOCHENTI, 1985,

GUEDES e BARBANTI, 1995) e por outro lado, não foi possível encontrar

estudos que pudessem estabelecer a magnitude da influencia de cada um desses

fatores.
10

2.2.1.3. VELOCIDADE

A velocidade é definida como a capacidade do ser humano de realizar

ações motoras com máxima intensidade e num tempo mínimo (GUTIRREZ, 1992)

e pode ser influenciado pela rapidez de propagação do estimulo nervoso,

coordenação de movimentos, tipo de fibras, contrações e descontrações

musculares, e a flexibilidade (CARNAVAL, 1997). Nesse contexto, podemos

manifestar que os testes que envolvem a capacidade motora de velocidade

deverão exigir um empenho orgânico máximo por um período de tempo muito

curto, de tal magnitude que em termos fisiológicos a velocidade e potência

anaeróbica possam distinguir-se numa perspectiva externa, apenas pelo aspecto

físico e numa perspectiva interna somente pelos aspectos químicos e metabólicos

(GUEDES e GUEDES, 1997).

Quanto aos tipos de velocidade, segundo Gutierrez (1992), distingue a

velocidade de reação que é a capacidade de converter no menor tempo possível

um estímulo em movimento, à velocidade de ação é a capacidade de realizar

movimentos acíclicos no menor tempo, e a velocidade cíclica que é definida como

a realização rápida de movimentos sucessivos.

2.2.1.4. POTÊNCIA

A força rápida, ou também chamada força explosiva ou potência, é a

capacidade caracterizada por aplicações de grande força no menor tempo


11

possível contra uma resistência sub-máxima (BARBANTI, 1997), no entanto, para

sua avaliação precisa-se de instrumentos metodológicos especializados

(RODRIGUEZ e ARAGONÉS, 1992), onde pode ser evidenciada mediante

atividades que envolvem a realização de saltos e arremessos (GUEDES E

GUEDES, 1997) e que esses movimentos são muito freqüentes nas atividades

físico-esportivas (RODRIGUEZ e ARAGONÉS, 1992), de modo geral os valores

de potência ou de força explosiva são sempre sensivelmente inferiores nos mais

jovens, isto em função a um sistema imaturo de produção de energia por via

anaeróbia (GUTIERREZ, 1992), já que tem uma escassa concentração e

atividade de enzimas glicolíticas, além de uma menor massa muscular e uma

baixa capacidade de recrutamento de unidades motoras. Dessa maneira, pode-se

afirmar que em crianças existe um aumento progressivo de velocidade com o

decorrer da idade (GUEDES e SANTANA, 1981), além de que existem diferenças

enquanto ao sexo.

2.2.1.5. AGILIDADE

"A agilidade se refere à capacidade do atleta de mudar de direção de forma

rápida e eficaz, mover-se com facilidade no campo ou fingir ações que enganem o

adversário a sua frente" (BOMPA, 2002, p. 51). Agilidade pode ser a

movimentação do corpo no espaço, ou seja, movimentos que incluam trocas de

sentido e direção. Para BARBANTI (2003, p. 15), é a "capacidade de executar

movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de direção". Para BARROS, citado

por OLIVEIRA (2000, p. 24), a agilidade é "uma variável neuro-motora

caracterizada pela capacidade de realizar trocas rápidas de direção, sentido e


12

deslocamento da altura do centro de gravidade de todo corpo ou parte dela".

Para SCHMID e ALEJO (2002), equilíbrio, força, coordenação e resistência

são componentes necessários da agilidade. Segundo OLIVEIRA (2000), muitas

definições colocam a agilidade como inserida na velocidade, diferenciando-se

apenas quanto às mudanças de direção.

2.2.1.6. EQUILÍBRIO

Equilíbrio é um conceito relacionado ao estado de um sitema ou mais

sistemas no qual não ocorrem mudanças no total que possam ser observados

claramente, ou seja, no qual cada alteração é compensada (ou equilibrada) por

outra(s) complementar(es). O equilibrio pode ser dividido em Equilíbrio estático,

Equilíbrio dinâmico, Equilíbrio recuperado:

2.2.1.6.1. EQUILÍBRIO ESTÁTICO

Equilíbrio Estático é a capacidade para assumir e sustentar qualquer

posição do corpo contra a força da gravidade.

Para que isto aconteça é necessário que os sistemas nervoso e locomotor

esteja em pleno funcionamento, e trabalhando em conjunto, afim de minimizar ao

máximo o gasto energetico.

O Equilíbrio estático é uma das qualidades psicomotoras mais importantes

para o desenvolvimento humano já que é ele que proporciona oportunidade de se

estar parado, ainda tendo condições de usar as outras qualidades psicomotoras.


13

Esta capacidade é posta em causa nos doentes que têm alguma patologia

relaccionada com os elementos do corpo que mantêm a postura.

2.2.1.6.2. EQUILÍBRIO DINÂMICO

O Equilíbrio Dinâmico é o equilíbrio conseguido em movimento e que

depende do dinamismo dos processos nervosos, e seu desenvolvimento é obtido

pela aplicação de exercícios técnicos do desporto em treinamento, podendo ser

trabalhado juntamente com os fundamentos técnicos da modalidade esportiva.

2.2.1.6.3. EQUILÍBRIO RECUPERADO

O Equilíbrio Recuperado é a recuperação do equilíbrio numa posição

qualquer e, embora deva ser treinado em conjunto com os gestos técnicos, muitas

vezes se impõe um preparo especial paralelo pela evidência de uma deficiência

dessa valência em atletas.

2.2.1.7. COORDENAÇÃO MOTORA

Coordenação motora a capacidade de coordenação de movimentos

decorrente da integração entre comando central (Sistema Nervoso Central) e

unidades motoras dos músculação e articulações (Sistema Nervoso Periferido).

Classifica-se a coordenação motora em dois grupos:

2.2.1.7.1. COORDENAÇÃO MOTORA GERAL


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Coordenação motora geral é a capacidade de usar de forma mais eficiente

os músculos esqueléticos (grandes músculos), resultando em uma ação global

mais eficiente, plástica e econômica. Este tipo de coordenação permite a criança

ou adulto dominar o corpo no espaço, controlando os movimentos mais rudes.

2.2.1.7.2. COORDENAÇÃO MOTORA FINA

Coordenação motora fina é a capacidade de usar de forma eficiente e

precisa os pequenos músculos, produzindo assim movimentos delicados e

específicos. Este tipo de coordenação permite dominar o ambiente, propriciando

manuseio dos objetos.

2.3. PSICOMOTRICIDADE

A psicomotricidade se configura em um estado da vontade, que

corresponde à execução de movimentos. Os movimentos podem ser voluntários

ou involuntários.

Dos movimentos involuntários temos os automatismos elementares inatos

e os adquiridos. Os inatos são aqueles que nascem conosco e são representados

pelos reflexos, que são respostas caracterizadas pela invariabilidade qualitativa

de sua produção e execução. Estes reflexos podem ser agonistas, antagonistas

ou deflexos (alternantes) que são mais hierarquizados que os reflexos puros,

permitindo certo grau de variabilidade, conforme a adaptabilidade individual.

Refere-se a necessidades orgânicas. Influindo nestas respostas temos os


15

instintos, responsável pela autoconservação individual. No Homem ele é misto

com o afeto produzindo tendências ou inclinações.

Os automatismos adquiridos são os reflexos condicionados, que ocorrem

devido à aprendizagem e nos forma hábitos, que, quando bons, nos poupam

tempo e esforço, porém se exagerados, eliminam nossa criatividade e nos deixam

embotados. Os hábitos podem ser passivos (adaptação biológica ao seu

ecossistema) ou ativos (comer, andar, tocar instrumentos, etc...). Os reflexos

condicionados são produzidos desde as primeiras semanas de vida. Esses

reflexos condicionados geralmente começam como atividade voluntária e depois,

por já estarem aprendidos, são mecanizados.

2.4. TAEKWONDO

2.4.1. DEFINIÇÃO

O Taekwondo (pronuncia-se “tê quan dô”), cuja tradução literal significa “tae

= pés, kwon = mãos, do = caminho, a filosofia em si” ou “A arte de usar os pés e

as mãos na luta”. Teve sua origem na Coréia, no período de 4000 ~ 3000 a.c

aproximadamente (LEE et al., 1988; KIM; SILVA, 2000).

Taekwondo é o atual nome da arte marcial que vem mantendo sua

existência independente e peculiar na Coréia por um espaço de mais de vinte mil

anos.

Ainda sugere um outro significado baseado na essência desta arte marcial:

Taekwondo a arte que treina a mente através do corpo. O propósito principal do

Taekwondo é defender e atacar o inimigo como meio de defesa própria usando

livremente as mãos.

Em Yang (2000) o seguinte relato foi encontrado:


16

“Habilidades físicas, e de autodisciplina para o


bem estar Desde o início dos tempos o corpo
tem sido usado para chutar, socar, dar cabeçada,
lançar, imobilizar, estrangular e assegurar outros
movimentos para autoproteção, subjugar outros
e/ou desenvolver pessoal”.

O Taekwondo remota há mais de 1800 anos, sendo originário do

aprimoramento de várias Artes Marciais praticadas nos reinos Coreanos, como o

SOBAKDO, SOBAKHEE e principalmente o TAEKYON Arte Marcial que utiliza

mais as técnicas de chutes. Assim, aprimoraram a força e a capacidade de cada

lutador tornando-os quase invencíveis. Com a adoção da força física aliada à

força mental, o reino de SILLA conseguiu unificar os demais reinos, surgindo

desta união de terras a que conhecemos hoje por KOREIA. De 1909 a 1945, a

KOREIA foi invadida e ocupada pelos japoneses. Durante este período os

invasores japoneses proibiram a prática de Taekyon, enquanto o KARATÊ era

difundido por toda a KOREIA e pelo mundo inteiro, ganhando projeção e

popularidade como Arte Marcial praticada nos países do oriente. Somente depois

da retirada dos japoneses em 1945, é que os coreanos voltaram a praticar a Arte

Marcial da sua preferência. Dez anos depois de terminada a guerra, em 1955, um

grupo liderado pelo General Choi Hong Hee, conseguiu unificar os vários grupos

existentes denominando-os TAEKWONDO como é hoje conhecido mundialmente,

e oficializado pelo presidente da República Federativa da Koreia como esporte

nacional em 1971. Logo depois, em 1972, foi construído o Quartel General do

TKD na Koreia, o Kukkiwon. Em 1973 foi fundada a WTF (World Taekwondo

Federation), assumindo a presidência o Dr. UN YONG KIM. No dia 04 de

setembro de 1994, o Comitê Olímpico Internacional aprovou a admissão do TKD

como esporte competição nas Olimpíadas. A estréia foi marcada para o ano 2000.
17

Atualmente são disputadas outras competições a nível mundial: Campeonato

Mundial de Taekwondo, Copa do Mundo, World Games e Jogos Pan-americanos.

2.4.2. Origem e Histórico

Taekwondo é uma arte marcial com mais de 20 séculos de existência, que

desenvolveu um sistema de autodefesa extremamente eficaz, tendo-se

transformado, igualmente, num moderno desporto internacional, praticado por

mais de 40 milhões de pessoas, passando a ser um dos desportos mais

populares no mundo. Por esse motivo, o Comitê Olímpico Internacional decidiu

incluí-lo dentro dos desportos olímpicos.

O TKD deriva de várias artes marciais primitivas, sendo a sua principal

influência o Taekyon (o chute pulando).

Desde 37.a.C. até ao ano 670 d.C. existiram três reinos no território

coreano: Silla, Koguryo e Paekche.

O reino de Silla era o menor dos três existentes na península, sendo

atacado constantemente pelos seus dois vizinhos. Foram estas constantes

invasões que levaram a nobreza de Silla a desenvolver um sistema de luta para

proteger o seu reino. Os soldados treinavam intensamente a disciplina física e

mental; e várias formas de lutas sem armas, para além claro, do treino com armas

tradicionais, tais como espadas, lanças, arcos e flecha. Escalavam montanhas

escarpadas, nadavam em mares e rios turbulentos e frios, concentrando-se

impiedosamente na tarefa de defender a sua terra. Com tal treino não seria de

esperar outra coisa senão, corpos esculpidos e endurecidos prontos para o

combate físico e mental, ou seja, autênticas máquinas de combate. Tal foi a sua
18

destreza e tenacidade, que Silla acabou por conquistar os outros reinos,

unificando a península e fortalecendo o seu território (LEE et al., 1988; KIM;

SILVA, 2000). O seu código de honra, ou seja, o seu espírito de combate era

constituído por cinco itens:

1. Obediência ao rei;

2. Respeito aos pais;

3. Lealdade para com os amigos;

4. Nunca recuar diante do inimigo;

5. Só matar quando não houver alternativa.

No Século IX, um general rebelde de nome Wanggon muda a capital de

Kyongu (em Silla) para Kesing em Koguryo, e mudou o nome de Koguryo para

koryo, de onde deriva a palavra Coréia, formando assim o seu próprio reino. Em

1213, as tribos Mongóis de Gengiskan invadem a península. Reinaram durante

um século e meio, período esse que registrou uma mistura intercultural. A partir de

1360, a dinastia Ming (em território Chinês) foi-se apoderando do reino Mongol.

Este fato levou ao seu enfraquecimento em território coreano e imediatamente

viriam a ser derrotados em 1364 pelas tropas coreanas, comandadas pelo

General Lee Song-Gye. Apesar das lutas internas, os coreanos conseguiram

progredir nos dois séculos que se seguiram. Entre 1418 e 1450, Sejong, sucessor

de Lee, proporcionou uma notável ascensão das artes e cultura. Por essa altura,

deu-se a invenção do alfabeto coreano, o Han-Gul. Em 1632, a Dinastia Manchu,

instalou-se e subjugou o povo coreano, isolando-os do mundo não chinês. Em

1822, com a criação da bandeira coreana, a Coréia começava a respirar um


19

pouco, através de um acordo internacional em Washington d.C., no entanto ainda

não tinham escapado à soberania chinesa (LEE et al., 1988; KIM; SILVA, 2000;

BANG, 2004; CBTKD, 2004).

Finalmente, o Japão, por volta do ano 1876 obrigou a Coréia a abrir os

seus portos ao comércio externo. A guerra entre o Japão e a China estalou logo

em seguida e foi travada principalmente em solo coreano. Em 1895, a China foi

derrotada e a Rússia tentou obter o território coreano, tentativa esta que foi

imediatamente anulada pelo Japão. Entre 1905 e 1910, durante a guerra com a

Rússia, o governo japonês assume o controle da Coréia, nomeando para o efeito

um ditador, para governador geral (Ito) (LEE et al., 1988; KIM; SILVA, 2000;

BANG, 2006; CBTKD,2006).

Em 1909, este governador viria a ser assassinado. Embora beneficiados

industrialmente pela ocupação nipônica, os coreanos queriam a liberdade.

Durante os 36 anos de ocupação pelo Japão, a cultura coreana permaneceu

estagnada. Proibiram qualquer manifestação cultural (incluindo a prática de

taekyon) que tivesse raizes coreanas. Os coreanos, no entanto, com a sua

persistência e espírito indomável que lhes são reconhecidos, nunca deixaram de

praticar o taekyon. Sobretudo os monges budistas (LEE et al., 1988; KIM; SILVA,

2000; BANG 2006; CBTKD, 2006).

No final da II Guerra Mundial, as tropas russas penetraram pelo norte,

enquanto as tropas americanas ocuparam o sul, estabelecendo-se o paralelo

38latitude Norte, como linha divisória de ambas as zonas. Em 1948, a Coréia do

Norte e a Coréia do Sul, constituíram-se como estados separados, após

fracassarem duas conferências com objetivos unificá-los.


20

Em junho de 1950, a Coréia do Norte invade a Coréia do Sul, decidida a

unificar o território sob autoridade comunista. Acorreram de imediato, depois do

pedido da Coréia do Sul, as tropas de 16 países da ONU. A China interveio no

conflito em 1951, aliada a Coréia do Norte. Finalmente, em Julho de 1953, foi

acordado um cessar fogo e a Coréia permaneceu dividida.

Depois da Coréia ter se libertado da opressão japonesa (em Agosto de

1945) o governo coreano, como parte da sua campanha para reconquistar a sua

identidade nacional, devolvendo a cultura tradicional coreana, apoiou a prática de

artes marciais coreanas. Assistiu-se então à criação desordenada de diferentes

disciplinas marciais, como o: Dang soo, Gong soo, Kwon bup (LEE et al., 1988;

KIM; SILVA, 2000; BANG, 2006; CBTKD, 2006).

Embora tenha raízes milenares, o Taekwondo, forma de arte marcial

tradicional só ganhou sua forma moderna em 1955.

Foi quando um grupo de mestres coreanos conseguiu unificar as diversas

escolas sob a forma do que hoje é conhecido como Taekwondo.

A modalidade é dividida em oito categorias (Fin, Fly, Bantam, Feather,

Light, Welter, Middle, Heavy) segundo o peso dos atletas, nos combates, os

atletas usam protetores para a cabeça, tórax, órgãos genitais, tibiais e bocal;

somam pontos ao acertarem chutes ou socos. Os chutes podem ser desferidos

em qualquer ponto do corpo acima da cintura. Já os socos só pode atingir o peito

do adversário. As lutas são de três rounds de três minutos com um minuto de

intervalo e um atleta pode ganhar de três modos: nocauteando o oponente;

somando o maior número de pontos ou pela desclassificação do adversário.


21

2.5. LUTA NO PROCESSO EDUCACIONAL

Conforme é descrito pelos PCN’s as lutas são disputas em que os

oponentes devem ser subjugados, com técnicas e estratégias de desequilíbrio,

contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de

ações de ataque e defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica a

fim de punir atitudes de violência e de deslealdade.

É evidente, o potencial fisiológico, pedagógico, social e cultural que está

associado às artes marciais; segundo Hyams (1979), as artes marciais se

propõem a melhorar a vida do ser humano em diversos aspectos, inclusive o

sócio-afetivo.

No aspecto de convivência e formação da personalidade conforme Reid e

Croucher (1983), as artes marciais permitem libertar-se de uma série de inibições,

facilitando a convivência num ambiente diferente do meio familiar.

2.6.O TAEKWONDO COMO ATIVIDADE PARA DESENVOLVIMENTO MOTOR

O Taekwondo tende a ser não só uma arte marcial de combate mais

também um instrumento educacional, o Taekwondo é um esporte que desenvolve

a parte física e mental do praticante, seja ele adulto ou criança. Ele desenvolve a

coordenação motora, trabalha a memória, ensina disciplina e valores, bem como

noções de hierarquia e respeito. Além disso, desenvolve o espírito de luta, a auto-

confiança, o espírito de liderança, a seriedade, a paciência e a humildade e

também é um método eficiente de defesa pessoal.


22

Utilizando tecnicas tradicionais de treinaento e tecnicas ludicas é possivel

desenvolver a força, a flexibilidade, a velocidade, a potência, a agilidade, o

equilibrio e coordenação motora.

O presente estudo buscar mostrar o ganho tecnico e o desevolvimento do

aluno como é descrito na metodologia criada por mestre Yeo Jin Kim.

3. METODOLOGIA DO ESTUDO

O capitulo que se segue caracterizar os procedimentos metodológicos

utilizados na presente pesquisa e está introdução ao estudo, buscando utilizar a

metodologia criada por mestre Yeo Jin Kim sendo a mais condizente com o

esporte no Brasil.

3.1. TIPO DE ESTUDO

O presente estudo vem a ser caracterizar por uma pesquisa de forma

descritiva. Na qual foi realizada utilizado dois testes de salto, buscando mostrar o

aprimoramento da potência nos membros inferiores, o equilíbrio recuperado, o

equilíbrio dinâmico.

3.1.1. TESTE VERTICAL JUMP

Utilizando uma variação do Vertical Jump (Johnson & Nelson, 1979

apud Marins e Giannichi 1996) tendo como objetivo medir a potência dos

membros inferiores no plano vertical. O testando deverá assumir a posição em pé,


23

de lado para a superfície graduada, e com o braço estendido acima da cabeça, o

mais alto possível, mantendo as plantas dos pés em contato com o solo, se

flexioná-los. Deverá fazer uma marca com os dedos, na posição mais alta que

possa atingir. Para facilitar a leitura, os dedos do testando deverão ser sujos com

pó de giz. O teste consiste em saltar o mais alto possível, sendo facultado ao

testando, o flexionamento das pernas e o balanço dos braços para a execução do

salto (Marins e Giannichi 1996).

3.1.2. TESTE DE SALTO EM DISTÂNCIA PARADO

Para escala desta medida, fixou-se no solo da quadra uma trena com 2,0

metros de comprimento e um esquadro de madeira para realizar a leitura do teste.

O avaliado recebeu orientação para colocar-se no ponto zero da escala (ponto de

partida) para o salto. Com os pés paralelos, impulsionava, simultaneamente, as

pernas, permitindo-se movimentação livre de braços e tronco, tentando atingir o

ponto mais distante possível na escala de medidas. Ao final do salto, o avaliado

permanecia estático para leitura da medida. O aluno teve três tentativas de salto,

sendo considerado como resultado do teste a maior distância entre o ponto zero e

a linha do calcanhar mais próximo do ponto zero.

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA


24

A pesquisa teve seguimento durante uma aula de Taekwondo, tendo os

testes ocultados dentro das atividades lúdicas. Tendo os testes foram colocados

no plano de aula com o objetivo sendo conseguindo.

A pesquisa teve como população de amostra vinte crianças contendo entre

a faixa etária sete a dez anos considerando-se a idade decimal sendo para as

idades entre 6,50 e 7,49 = 7 anos; 7,50 e 8,49 = 8 anos; 8,50 e 9,49 = 9 anos;

9,50 e 10,49 = 10anos.

Com uma população bastante heterogênea. Tendo cinco crianças com 7

anos, cinco crianças com 8 anos, cinco crianças com 9 anos, cinco crianças com

10 anos. Tendo estas dez crianças com mais de um ano de prática de Taekwondo

( aluno 1 a 10), cinco crianças com em torno de seis meses de prática de

Taekwondo ( aluno 11 a 15) e cinco crianças com menos de três meses de prática

de Taekwondo ( aluno 16 a 20).

3.3. COLETA DE DADOS

Cada criança tinha que realizar cada teste três vezes sendo descartados o

maior e o menor resultado tendo classificado utilizando a Escala de Borg (Borg &

Noble, 1974) tendo o avaliador analisado todos os dados que seguiam para cada

movimento, classificando de acordo com a escala estabelecida.

6 -
7 Muito fácil
8 -
9 fácil
10 -
11 Relativamente fácil
12 -
13 Ligeiramente cansativo
25

14 -
15 cansativo
16 -
17 Muito cansativo
18 -
19 exaustivo
20 -
Quadro 1: escala de borg.

RESULTADOS
VERTICAL DISTANCIA IDADE
ALUNO 1 13 12 10 ANOS
ALUNO 2 12 11 10 ANOS
ALUNO 3 13 11 10 ANOS
ALUNO 4 13 12 10 ANOS
ALUNO 5 13 11 10 ANOS
ALUNO 6 12 11 9 ANOS
ALUNO 7 12 11 9 ANOS
ALUNO 8 13 11 9 ANOS
ALUNO 9 12 11 9 ANOS
ALUNO 10 13 12 9 ANOS
ALUNO 11 13 12 8 ANOS
ALUNO 12 14 12 8 ANOS
ALUNO 13 13 13 8 ANOS
ALUNO 14 14 13 8 ANOS
ALUNO 15 14 12 8 ANOS
ALUNO 16 14 13 7 ANOS
ALUNO 17 15 13 7 ANOS
ALUNO 18 14 13 7 ANOS
ALUNO 19 15 14 7 ANOS
ALUNO 20 15 14 7 ANOS
QUADRO 2: RESULTADOS DOS TESTES

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÕES DOS DADOS

Os resultados encontrados nos testes acima de não só que com o tempo

de prática melhora-se o desempenho motor e na atividade, mas podendo se

comparar que na avaliação de um teste para o outro a uma variação significativa

perante o nível de equilíbrio recuperado a potência de membros inferiores.


26

No total participaram do estudo 20 alunos, sendo 11 do sexo masculino e 9

do sexo feminino. Em relação quantitativo, notou-se que os alunos do sexo

masculino correspondem a (55%) e os outros (45%) ao sexo feminino.

Figura 1: Distribuição da Variável Sexo

Ao utilizar a variável de tempo de prática notou se que (50%) da população

de estudo pratique Taekwondo a mais de um ano, (25%) da população de estudo

tenha o inicio da pratica há seis meses, (25%) da população de estudo tenha

começado a praticar a menos de três meses.

Figura 2: Distribuição da variável tempo de pratica do Taekwondo.


27

5. CONCLUSÃO

Neste presente capítulo tentou-se dar uma visão específica das situações

foram investigadas cujo objetivo principal da pesquisa foi analisar e verificar os

fatores motivadores para a prática da Arte Marcial Taekwondo como atividade

física na escola, tendo como não só o prazer pela pratica de atividade física e

incentivo dos pais.

Assim sendo, este capítulo estará mostrando as conclusões relativas a esta

pesquisa. Quanto às investigações conclui-se:


28

Tais percentuais já eram esperados, todo ano uma grande quantidade de

alunos inicia seus estudos na escola, porém, necessita-se de mais pesquisas

para entender as razões dos baixos percentuais de alunos que começaram a

praticar o Taekwondo em anos anteriores e que não continuam praticando.

As Artes Marciais, por serem atividades físicas estão sujeitas,

independente do estimulo realizado e métodos utilizados, a influenciar numa

melhoria orgânica geral.

Finalmente o estudo possibilita algumas recomendações:

Recomendam – se vários outros estudos que poderiam vir a se unir a essa

pesquisa no futuro, a fim de um entendimento global da representatividade das

Artes Marciais, como por exemplo: fatores determinantes para aderência nas

Artes Marciais, ou perfil dos praticantes de Artes Marciais, identificação

quantitativa e qualitativa dos profissionais atuantes nas Artes Marciais e por fim

analisar as Artes Marciais com participação Olímpica.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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