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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL

ESCOLA DE ENGENHARIA

VITOR CERQUEIRA DONIM

TABELAS PARA VERIFICAÇÃO DE PERFIS FORMADOS A FRIO

SALVADOR – BA
JULHO / 2009
VITOR CERQUEIRA DONIM

TABELAS PARA VERIFICAÇÃO DE PERFIS FORMADOS A FRIO

Monografia apresentada ao Curso de


Engenharia Civil da Universidade Católica do
Salvador como requisito parcial para obtenção
do grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Jorge Fortes Filho

SALVADOR – BA
JULHO / 2009
RESUMO

Apresentam-se tabelas para perfis de aço formados a frio, funcionando como vigas
submetidas à flexão simples, úteis para pré-dimensionamento ou verificação expedita destes
perfis com seções transversais do tipo U simples, U enrijecido, I simples, I enrijecido e Caixa.
As tabelas foram elaboradas com a utilização do programa computacional DimPerfil,
fornecido pelo Centro Brasileiro de Construção em Aço (CBCA), e de acordo com as
prescrições das normas brasileiras: NBR6355:2003 – Perfis estruturais de aço formados a frio
– Padronização e NBR14762:2001 – Dimensionamento de estruturas de aço formados a frio –
Procedimento.

Palavras-chave: Perfis formados a frio. Vigas de aço. Verificação estrutural.


ABSTRACT

Tables for cold-formed structural steel members are presented, working as beams submitted to
simple flexion, which are useful for previous or expeditious verification of these members
approaching single C-sections, lipped C-sections, single I-sections, lipped I-sections and Box-
sections. The tables were elaborated making use of a computer program provided by the
Brazilian Center of Steel Construction (CBCA) named DimPerfil, according to the following
Brazilian norms’ prescriptions: NBR6355:2003 – Perfis estruturais de aço formados a frio –
Padronização and NBR14762:2001 – Dimensionamento de estruturas de aço formados a frio
– Procedimento.

Key-words: Cold formed steel members. Steel beams. Structural verification.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 06
1 A RESPEITO DOS PERFIS FORMADOS A FRIO 07
1.1 Definição 07
1.2 Propriedades 08
1.3 Processo de fabricação 08
1.4 Padronização dos perfis formados a frio (NBR 6355:2003) 09
2 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL 12
2.1 Conceito de flambagem 13
2.2 Conceito de torção e empenamento 14
2.3 Modos de instabilidade 15
2.3.1 Flambagem local e o método das larguras efetivas 15
2.3.2 Flambagem por distorção e a influência dos enrijecedores 19
2.3.3 Flambagem lateral com torção 22
2.4 Cisalhamento 23
3 PRESCRIÇÕES DA NBR 14762:2001 25
3.1 Cálculo da largura efetiva 25
3.2 Cálculo do momento fletor resistente de cálculo 29
3.2.1 Início de escoamento da seção efetiva 29
3.2.2 Flambagem lateral com torção 29
3.2.3 Flambagem por distorção da seção transversal 31
3.3 Cálculo da força cortante de cálculo 32
3.4 Momento fletor e força cortante combinados 33
3.5 Cálculo dos deslocamentos 33
4 EXEMPLO PRÁTICO 35
4.1 Cálculo das larguras efetivas (Estado Limite Último) 35
4.2 Cálculo do módulo resistente elástico efetivo 38
4.3 Cálculo do momento resistente de cálculo 41
4.4 Verificação ao cortante 42
4.5 Momento fletor e força cortante combinados 42
4.6 Cálculos para o Estado Limite de Utilização 42
5 ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS TABELAS 44
5.1 Diretrizes 44
5.2 Construção 46
5.3 Utilização e apresentação 49
6 ANÁLISE DOS DADOS 58
CONCLUSÃO 60
REFERÊNCIAS 61
6

INTRODUÇÃO

O dimensionamento de perfis de aço formados a frio submetidos à flexão é complexo e


trabalhoso, devido a grande quantidade de cálculos e análises dos vários modos de
instabilidade a serem verificados.
Para auxiliar a estudantes de engenharia e projetistas, elaboraram-se tabelas de pré-
dimensionamento de perfis formados a frio submetidos à flexão simples contendo
informações a respeito da resistência, modo de colapso ou instabilidade, e os vão máximos de
cada perfil escolhido. Com o uso das tabelas, poderão ser feitas análises de perfis com seções
transversais diferentes de acordo com as condições pré-estabelecidas. As tabelas são úteis
também para facilitar a escolha rápida de perfis de modo a avaliar vigas de outros materiais,
confrontando, questões técnicas e econômicas.
Algumas tabelas de pré-dimensionamento de perfis formados a frio já foram elaboradas
(Rodrigues, 2006); porém, dedicado a residências construídas de acordo com uma concepção
estrutural particular: o Light Steel Framing (LSF), que utiliza painéis modulados constituídos
por perfis formados a frio. Para o uso destas tabelas, no caso de vigas de piso, os dados de
entrada são cargas distribuídas, espaçamento entre vigas e vãos máximos para se obter o perfil
desejado.
As tabelas apresentadas neste trabalho diferem das tabelas de Rodrigues (2006) por
abranger qualquer método construtivo que utilize perfis formados a frio, por haver cinco
opções no tipo de seção transversal e pela forma de entrada e saída dos dados da tabela, que
será visto posteriormente.
O programa de computador DimPerfil utilizado para a realização dos cálculos e
construção das tabelas deste trabalho foi elaborado especificamente para atender às
necessidades de Silva (2006) e é distribuído gratuitamente. A principal ferramenta do
programa é fazer cálculos de esforços resistentes. Os resultados são exibidos em forma de
gráficos, tabelas e relatórios detalhados que possibilitam o acompanhamento da memória de
cálculo de acordo com a NBR 14762:2001.
7

1 A RESPEITO DOS PERFIS FORMADOS A FRIO

Os perfis formados a frio são elementos de aço que atendem bem às exigências da
industrialização e são cada vez mais empregados. São formados por chapas delgadas
(espessura de 1,2mm a 6,3mm) de aço que podem ser galvanizadas ou não e permitem
concepções estruturais esbeltas e eficientes para uso em edificações. As chapas extremamente
finas facilitam o processo de fabricação, manuseio, transporte e montagem dos perfis,
dispensando o uso de qualquer tipo de maquinaria pesada. Além disso, a maleabilidade das
chapas permite a fabricação de grande variedade de seções transversais.
A preferência das empresas no uso de perfis de aço formados a frio, tendência cada vez
mais marcante na área de estruturas metálicas, é devido à carência de perfis laminados no
mercado. Os perfis formados a frio são empregados usualmente em estruturas mais leves.
Assim, está ocorrendo uma intensificação do uso de perfis formados a frio em substituição aos
laminados de pequenas dimensões, bem como de perfis soldados, substituindo os laminados
de grandes dimensões.
O dimensionamento de estruturas compostas por perfis formados a frio requer alguns
cuidados, pois seu comportamento estrutural apresenta certas particularidades em relação aos
perfis laminados ou os soldados e às demais estruturas. Por sua baixa rigidez à torção, os
perfis podem apresentar problemas de instabilidade e deformações excessivas. Silva (2008)
afirma que o conhecimento dos esforços internos clássicos ensinados nos cursos de resistência
de materiais, não é suficiente para compreender o comportamento desse tipo de perfil. É
necessário compreender outros tipos de fenômenos, como empenamento.
Neste capítulo, serão apresentadas informações gerais sobre os perfis formados a frio,
propriedades, fabricação e as seções transversais normatizadas.

1.1 Definição

De acordo com a NBR 6355:2003 – Perfis estruturais de aço formados a frio –


Padronização (item 3.1.1), o perfil estrutural de aço formado a frio é definido como um “perfil
obtido por dobramento, em prensa dobradeira, de tiras cortadas de chapas ou bobinas, ou por
conformação contínua de matrizes rotativas, a partir de bobinas laminadas a frio ou a quente,
revestidas ou não, sendo ambas as operações realizadas com o aço em temperatura ambiente.”
8

Toda parte constituinte de um perfil formado a frio (mesa, alma, enrijecedor, etc.) é definido,
pela norma, como elemento.

1.2 Propriedades

A NBR 14762:2001 – Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis


formados a frio – Procedimento recomenda o uso de aços com qualificação estrutural e que
possuam propriedades mecânicas adequadas para receber o trabalho a frio. O valor da relação
entre a resistência à ruptura e a resistência ao escoamento fu/fy deve ser maior do que 1,08,
condição que só não seria atendida em casos de pedidos excepcionais com especificações
personalizadas e, portanto, diferentes daquelas especificadas pelos fabricantes. Os aços sem
qualificação estrutural também são aceitos, desde que também possuam propriedades
mecânicas adequadas para receber o trabalho a frio, porém, no caso destes aços, não devem
ser adotados no projeto valores superiores a 180 MPa e 300 MPa para a resistência ao
escoamento e a resistência a ruptura, respectivamente. A NBR 6650:1986 – Chapas finas a
quente de aço-carbono para uso estrutural, que trata de chapas com espessuras de até 5,0 mm,
subdivide as chapas em cinco graus de acordo com os limites de escoamento que podem
variar de 210 MPa até 300 MPa e com os limites de ruptura que variam de 340 MPa a 490
MPa. Neste trabalho, optou-se por considerar a utilização de uma chapa de grau intermediário
com a resistência ao escoamento do aço igual a 250 MPa e a resistência a ruptura igual a 400
MPa e fu/fy = 1,6.

1.3 Processo de fabricação

Em estruturas de edificações, a matéria-prima comumente utilizada na fabricação de


perfis formados a frio é o aço zincado de alta resistência (ZAR). Esse aço recebe uma camada
de revestimento de zinco por um processo contínuo de imersão a quente, garantindo a
uniformidade na espessura do revestimento e conferindo ao aço uma elevada resistência à
corrosão. As siderúrgicas comercializam esse aço em forma de bobinas com espessuras que
variam de 1,2 a 16 mm e larguras entre 1.000 mm e 1.880 mm. As dimensões variam
conforme a especificação de cada fabricante.
9

Existem dois tipos de processos de fabricação de perfis formados a fio, a saber:


perfilação e dobramento (vide figuras 1 e 2). O primeiro é considerado como contínuo e o
segundo como descontínuo. O processo, para os dois casos, consiste em preparar a chapa e
efetuar a conformação mecânica. A diferença básica entre os dois processos está no tipo de
equipamento utilizado e na produtividade alcançada em cada um. No Brasil, o processo por
dobramento, que utiliza um equipamento denominado dobradeira, é o mais utilizado. As
dobradeiras são prensas hidráulicas que realizam a conformação a frio das tiras em perfis nas
mais variadas formas de seção transversal. O comprimento do perfil, que é geralmente de 3 ou
6 metros, está limitado ao comprimento da prensa. Neste processo, após o corte, a tira é
submetida ao processo de conformação em um número de vezes igual à quantidade de dobras
da seção transversal, ou seja, para se obter um perfil com duas dobras ou arestas a tira deve
passar pela prensa duas vezes, o que interfere na produtividade do processo. A fabricação via
processo de perfilação é adequada à concepção em série e é realizada em mesa de roletes em
linha por meio de estágios de conformação. Esse processo permite maior liberdade nos
comprimentos dos perfis e maior capacidade de produção.

(a) (b)
Figura 1 – Conformação de perfis com perfiladeira (Fonte:
http://www.casasprefabricadas.net/pt_001.htm)

Figura 2 – Conformação de perfis com prensa dobradeira (Fonte:


http://www.honoresas.com/moyens_prod/valajol/photo11.jpg)
10

Segundo Moliterno (1989), “as propriedades mecânicas das seções obtidas de lâminas,
chapas e barras dobradas a frio são na maioria das vezes substancialmente diferentes daquelas
provenientes dos aços originais (virgens)”. Isto ocorre porque o processo de conformação a
frio das chapas finas altera as propriedades mecânicas do aço devido ao encruamento. Nesse
fenômeno, ocorre o carregamento até a zona plástica, descarregamento, e posterior
carregamento. Com isso, ocorre um aumento do limite de escoamento e da resistência à
tração, com conseqüente redução da ductilidade (propriedade física dos materiais de
apresentarem grandes deformações antes de se romperem). Esses efeitos podem se concentrar
nas regiões vizinhas aos cantos dobrados ou se distribuir ao longo dos elementos que
constituem a seção transversal do perfil, a depender do processo de conformação utilizado. A
norma apresenta um procedimento de cálculo (anexo B da NBR 14762:2001) para que esse
efeito seja considerado, substituindo a resistência ao escoamento do aço virgem (fy) por uma
resistência ao escoamento do aço modificada (fya).

1.4 Padronização dos perfis formados a frio (NBR 6355:2003)

A NBR 6355:2003 fixa os requisitos exigíveis dos perfis estruturais de aço formados a
frio, apresentando as séries comerciais e suas respectivas designações, as tolerâncias nas
formas e dimensões e as tabelas com dimensões, massa e propriedades geométricas de cada
seção da série comercial.
Para o cálculo das propriedades geométricas, a norma adota as seguintes hipóteses e
simplificações:
1. Seção transversal bruta e com espessura constante;
2. Raio interno de dobramento igual à espessura do perfil para espessuras menores
ou iguais a 6,30mm;
3. Todo material é considerado como concentrado na linha média da seção e os
elementos são tratados como linhas retas (parte plana) ou curvas (dobras),
exceto para o cálculo da constante de empenamento e da posição do centro de
torção onde as dobras são consideradas como cantos retos. Os valores assim
obtidos são multiplicados pela espessura, de maneira a obter as propriedades
geométricas de interesse;
4. Para todos os perfis, o eixo x é o eixo paralelo à mesa ou aba.
11

A designação dos perfis é feita da seguinte forma: símbolo do perfil x dimensão dos
elementos (alma, mesa e enrijecedor, se houver, nesta ordem respectivamente) x espessura,
sendo todas as dimensões expressas em milímetros. Por exemplo, um perfil do tipo U simples,
com dimensões da alma de 90 mm, mesa de 40 mm e espessura de 2,25 mm é designado da
seguinte forma: U 90 x 40 x 2,25. A tabela 1 demonstra, de maneira simplificada, os tipos de
perfis padronizados pela NBR 6355:2003.

Tabela 1 – Perfis padronizados pela NBR (Fonte: NBR 6355:2003)


12

2 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL

Neste capítulo expõem-se aspectos a respeito do funcionamento estrutural de perfis


formados a frio de uma maneira geral e depois de uma maneira mais específica para vigas
submetidas à flexão simples.
Tecnicamente, a maior desvantagem no uso de perfis formados a frio está na
susceptibilidade de ocorrência de um fenômeno denominado flambagem. Flambagem é um
fenômeno no qual uma estrutura cuja forma estava em equilíbrio estável passa a ficar com
equilíbrio instável. O maior risco de flambagem ocorre principalmente porque, como
mencionado anteriormente, os elementos individuais dos perfis têm espessuras usualmente
muito pequenas com relação à sua largura.
A análise não-linear de estabilidade tem como objetivo investigar os modos e as forças
críticas de flambagem de elementos estruturais suscetíveis a este fenômeno. Venanci (2005)
afirma que “o projeto estrutural de barras de aço formadas a frio é altamente dependente da
análise de estabilidade, especialmente para o caso de barras classificadas como de paredes
finas e de seção aberta, cujo comportamento de estabilidade deve ser obtido com precisão
para se obter resultados seguros nos procedimentos de dimensionamento.”
O tipo de instabilidade está condicionado às características geométricas dos perfis e às
condições de vínculos e carregamentos. Sendo assim, as normas relacionadas ao assunto
utilizam de métodos simplificados e interativos de cálculo, com o intuito de fornecer ao
engenheiro civil ferramentas que sejam práticas e apresentem um resultado satisfatório.
Outro fenômeno que interfere no comportamento dos perfis de seção aberta é a torção.
As peças submetidas à torção pura correspondem aos casos onde a única solicitação é o
momento torçor, um par de conjugados agindo em sentidos opostos. Segundo a Teoria da
Estabilidade Elástica citada, entre outros, por Timoshenko, uma barra com seção transversal
aberta poderá sofrer flexão e torção ao ser submetida a uma força de compressão atuante no
seu centro de gravidade. Para o caso de vigas submetidas à flexão simples considera-se que a
torção é ocasionada pela aplicação de cargas situadas fora do centro de torção ou centro de
cisalhamento da seção cuja definição encontra-se no item 2.2.
Neste capítulo serão abordados alguns conceitos básicos de flambagem, torção e
empenamento, além dos modos de instabilidade que regem o processo de verificação de perfis
formados a frio, com o intuito de propiciar o entendimento do comportamento estrutural
destes perfis.
13

2.1 Conceito de flambagem

Os elementos esbeltos planos podem se tornar instáveis para tensões de valores


inferiores ao limite de escoamento do material (fase elástica), quando sujeitos à compressão,
cisalhamento, flexão, ou uma iteração entre os mesmos. Então, conforme afirma Timoshenko
(1878), em muitos casos, a ruptura de uma estrutura deve ser atribuída à instabilidade elástica
e não à falta de resistência por parte do material.
De acordo com a Teoria de Euler, a flambagem ocorre quando acontece uma alteração
na configuração de equilíbrio de uma estrutura, existindo uma forma reta e uma forma curva
para esta configuração. Isso significa que um elemento susceptível à flambagem pode
apresentar tanto uma forma reta em condição instável de equilíbrio como uma forma curva em
condição estável de equilíbrio. Por exemplo, considerando o caso de uma barra com a forma
de prisma vertical esbelto engastado na extremidade inferior, livre na superior, na qual atua
uma força normal de compressão. Se esta força for inferior a um determinado valor, a barra
permanece reta e sofre somente compressão axial, essa forma reta do equilíbrio elástico é
estável, isto é, se uma força lateral for aplicada e um pequeno deslocamento for produzido,
este deslocamento desaparece quando a força lateral for afastada e a barra torna-se novamente
reta. Incrementando gradualmente o valor da força axial, pode-se chegar a uma condição em
que a forma reta de equilíbrio torna-se instável, porém ainda indeformada. Uma pequena força
lateral ou a ocorrência de vibrações poderão produzir um deslocamento lateral que não
desaparecerá com a causa que o produziu. Leonhard Euler, importante matemático e físico
suíço, definiu a carga crítica de flambagem como a carga axial para a qual a forma reta, de
equilíbrio da barra, deixa de ser estável. Seu valor é calculado pelo emprego da equação
diferencial da linha elástica e não depende da resistência do material, mas somente, do
módulo de deformação longitudinal do material e das dimensões da barra.
Para a consideração da flambagem em estruturas em geral calcula-se o índice de
esbeltez da peça. Esse parâmetro estabelece a relação entre o comprimento de flambagem da
barra, que depende das suas condições de apoio, e o raio de giração mínimo. O raio de giração
mínimo, apesar de não ter significado físico, apresenta grande aplicação prática em questões
de Resistência dos Materiais ou para certos estudos comparativos. Em estruturas metálicas
que utilizam perfis laminados ou soldados, o índice de esbeltez limite estabelecido pelas
normas deve ter valor igual ou inferior a 200. No caso particular de perfis formados a frio,
utiliza-se um valor de índice de esbeltez reduzido, que será visto posteriormente.
14

2.2 Conceito de torção e empenamento

A torção de uma seção é caracterizada por deslocamentos que ocorrem fora do seu
plano. Percebe-se que o estudo da Resistência dos Materiais considera o efeito da torção
aplicado em seções transversais circulares, pois estas permanecem planas e com sua forma
conservada durante a deformação. O mesmo não acontece para seções transversais diferentes
da circular. De acordo com Timoshenko (1878), o problema da torção de um eixo de seção
transversal retangular não é simples devido ao encurvamento da seção transversal durante a
torção.
O empenamento da seção transversal é provocado pelo efeito das tensões tangenciais,
devido aos diferentes alongamentos longitudinais das fibras. A presença do empenamento em
uma barra invalida as simplificações adotadas na Resistência dos Materiais, dentre as quais a
hipótese das seções permanecerem planas na configuração deformada da barra como no caso
da seção circular citada anteriormente. Quando a seção pode empenar livremente ocorre um
estado de cisalhamento puro e a torção é denominada livre ou de Saint-Venant. Todavia,
existem casos em que as condições são tais que obrigam uma ou mais seções transversais a
permanecerem planas, surgindo a questão de saber como um impedimento ao encurvamento
afeta a distribuição das tensões na seção. Na prática, este é o caso que mais ocorre em
estruturas onde a restrição ao empenamento provoca o surgimento de tensões normais e de
cisalhamento. Timoshenko (1878) afirma que para vigas com elementos de parede fina o
impedimento ao encurvamento das seções transversais durante a torção é acompanhado de
flexão das mesas. Os efeitos da restrição ao empenamento devem ser considerados tanto na
avaliação da instabilidade da barra quanto na análise de tensões que leva em consideração
duas parcelas: uma que se refere à torção de Saint-Venant, e outra associada ao efeito da
restrição ao empenamento.
A definição do centro de torção, nada mais é, do que o centro de rotação da seção
quando esta estiver submetida somente à torção. Em seções duplamente simétricas o centro de
torção coincide com o centro geométrico, enquanto que em seções com um único eixo de
simetria o centro de torção encontra-se sobre este eixo, mas afastado de certa distância (xc) do
centro de gravidade (figura 3). Se o carregamento aplicado em uma viga não passar pelo
centro de torção a viga estará submetida a torção, como é o caso dos perfis de seção aberta.
15

Figura 3 – Posição do centro de torção em perfil de seção aberta do tipo Ue

2.3 Modos de instabilidade

Na compressão e na flexão existem até três modos de instabilidade possíveis: local,


global e interação entre os modos local e global, tornando o tratamento matemático e a
verificação dos esforços resistentes muito mais complexa. Os principais fenômenos que
caracterizam os modos de instabilidade para perfis formados a frio estão arrolados e
detalhados a seguir.

2.3.1 Flambagem local e o método das larguras efetivas

A flambagem local de chapa é caracterizada com o desenvolvimento de grandes


deformações fora do plano da chapa sem o deslocamento relativo das arestas (ver figura 4).
Em outras palavras, existe uma mudança da geometria da seção que se limita à rotações dos
elementos em tornos dos cantos dobrados.
16

Figura 4 – Flambagem local de mesa em perfis U submetidos a ensaio de compressão centrada.


(Fonte: www.scielo.br/img/revistas/rem/v61n3//a16fig8.jpg)

O comportamento de uma chapa, após a ocorrência da flambagem local, pode ser


exemplificado considerando uma placa, quadrada e esbelta, simplesmente apoiada nas quatro
bordas e sujeita a um esforço de compressão normal em dois lados opostos. O comportamento
das paredes de um perfil, com relação à flambagem local, é análogo ao comportamento de
placa isolada, em que os apoios são as junções das paredes do perfil.
Em perfis formados a frio, onde a dimensão longitudinal da chapa é muito maior do que
a transversal, admite-se que, ao se dividir a chapa em faixas, como um sistema de grelhas
(figura 5), as faixas ortogonais ao plano de aplicação da carga se comportam como apoios
elásticos distribuídos ao longo da chapa e, que tal comportamento contribui para aumentar a
rigidez à deformação das barras comprimidas.
17

Figura 5 – Comportamento associado a grelha (Fonte: Silva, 2008).

Na consideração das instabilidades locais de chapas é feita uma previsão teórica e


simplificada, através de expressões diretas e calibradas empiricamente, em substituição a
análise não-linear. Venanci (2005) afirma que o método com maior aceitação, que é
amplamente empregado, é o Método das Larguras Efetivas. Esse método foi inicialmente
proposto por von Kármán e sua utilização é recomendada pela NBR14762:20001.
A distribuição de tensões ao longo da largura de um elemento apresenta um andamento
não-linear, caracterizado por valores baixos na parte central e pela ocorrência de tensões
máximas junto das bordas, como demonstra a figura 6, ao se incrementar a carga de
compressão. O conceito das larguras efetivas consiste, justamente, em substituir o diagrama
não-uniforme da distribuição das tensões ao longo da chapa por um diagrama uniforme de
tensões. Assume-se, então, que esse diagrama uniforme com valor igual às tensões das bordas
da chapa esteja aplicado em uma largura efetiva fictícia menor ou igual à largura total, a
depender do caso.
18

Figura 6 – Distribuição de tensões ao longo de um elemento

A condição de contorno da chapa influencia na capacidade resistente da barra e, por


isso, também colabora para o cálculo da largura efetiva. De acordo com a NBR 14762:2001,
existem dois tipos de classificação dos elementos conforme suas vinculações: elemento AA –
elemento plano com as duas bordas vinculadas a outros elementos na direção longitudinal do
perfil, e elemento AL – elemento plano vinculado a outro elemento em apenas uma borda na
direção longitudinal do perfil como mostra a figura abaixo.

Figura 7 – Ilustração dos tipos de elementos componentes de perfis formados a frio. (Fonte: ABNT
NBR 14762 – Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio –
Procedimento).
19

O coeficiente de flambagem (k) é o fator inserido nas expressões para o cálculo das
larguras efetivas que quantifica as diversas condições de contorno e de carregamento das
chapas, sendo obtido por meio da Teoria da Estabilidade Elástica.

2.3.2 Flambagem por distorção e a influência dos enrijecedores

Na flambagem por distorção também ocorre alteração da geometria da seção decorrente


da rotação de um conjunto de elementos com menor rigidez em torno de outro (figura 8). Em
um perfil de seção do tipo U enrijecido, a mesa comprimida associada ao enrijecedor de borda
gira, quase como um corpo rígido, em torno da aresta entre a mesa e a alma, fazendo com que
haja translação da aresta entre a mesa e o enrijecedor, no plano normal à alma (figura 9a) ou
não (figura 9b), acompanhada da flexão fora plano da alma do perfil.

Figura 8 – Foto de perfil após flambagem por distorção (Fonte: Javaroni, 2007)

(a) (b)
Figura 9 – Instabilidade por distorção na flexão
20

A base para obtenção da expressão analítica para o cálculo da força crítica de


instabilidade distorcional foram as equações formuladas por Timoshenko e Gere, e
posteriormente por Vlasov.
Segundo Chodraui (2003) o fenômeno da flambagem distorcional é especialmente
característico de perfis com enrijecedores de borda, sendo mais pronunciado no caso de aço
de elevada resistência mecânica. Perfis sem enrijecedores de borda não apresentam o modo
distorcional como crítico pois a instabilidade local é preponderante pelo fato do elemento
possuir apenas uma borda apoiada. Embora, a adição de enrijecedores de borda seja uma
solução prática e econômica para se elevar a resistência dos perfis quanto à instabilidade local
do elemento, o comportamento estrutural do perfil também é a alterado. De acordo com Silva
(2004), na ausência dos enrijecedores, os modos de instabilidade se resumem ao modo local e
global; porém, com o maior enrijecimento das seções transversais e a utilização de aço com
elevada resistência mecânica, o modo distorcional passa a ser uma possibilidade.
A função principal de um enrijecedor de borda é dar maior estabilidade ao elemento
enrijecido funcionando como um apoio contínuo. Todavia, conforme Silva (2008), “os
elementos com enrijecedores de borda não podem ser incondicionalmente considerados como
bi-apoiados”. Existem casos em que a rigidez do enrijecedor é insuficiente para que este se
comporte como um apoio adequado podendo, assim, comprometer a estabilidade do elemento
enrijecido. Analisa-se então a capacidade do enrijecedor em função da relação de sua rigidez
com a rigidez do elemento enrijecido que essencialmente pode ser representada pelo seu
momento de inércia ou ainda pela sua altura. Então, para uma dimensão do enrijecedor muito
pequena este é insuficiente para fazer o elemento enrijecido comportar-se com um elemento
bi-apoiado enquanto que para dimensões elevadas ele próprio pode se instabilizar. Segundo
Silva (2004), o gráfico apresentado na figura 10, que utiliza o parâmetro k, pode propiciar
uma melhor avaliação do comportamento do enrijecedor de borda estabelecendo a relação
entre larguras dos elementos.
21

Figura 10 – Variação do parâmetro k do elemento enrijecido em função do enrijecedor de borda.


Desmond et. al., 1981 (apud Silva, 2004).

Observando-se as expressões 3.1 e 3.2 do item 3.1 deste trabalho, podemos concluir que
para valores maiores de k a largura efetiva do elemento também aumenta resultando num
melhor desempenho do mesmo. Analisando o gráfico da figura 10 pode-se afirmar que o valor
mais adequado para a relação d/b encontra-se entre 0,12 e 0,40. Como afirma Silva (2004),
dentro dessa faixa o enrijecedor é totalmente efetivo e, portanto, adequado. No caso de
ocorrência de instabilidade, esta acontece simultaneamente entre o enrijecedor e o elemento
enrijecido caracterizando a distorção da seção transversal.
Portanto, o enrijecedor de borda é classificado como adequado quando possui rigidez
maior ou igual àquela suficiente para fazer o elemento enrijecido comportar-se como um
elemento bi-apoiado, assim deve-se atentar para a relação entre a largura do enrijecedor e a
largura da mesa. Quando a relação é menor do que 0,12 o enrijecedor possui pouca rigidez à
flexão e não é suficiente para servir de apoio para a chapa, levando à flambagem local da
mesa.
Como no caso de flambagem local da chapa, o trecho susceptível ao fenômeno
encontra-se nas partes comprimidas da peça, que em vigas Ue, por exemplo, trata-se do
enrijecedor e da mesa superior e de parte da alma do perfil que está acima da linha neutra, se a
viga estiver submetida a um carregamento que provoque momento positivo, como mostrado
na figura 11.
22

Figura 11 – Distribuição das tensões de tração e compressão em vigas Ue submetidas a flexão simples.

2.3.3 Flambagem lateral com torção

A flambagem lateral com torção é um modo de instabilidade global característico em


vigas submetidas à flexão simples e, como em todos os casos de instabilidade global, apenas
ocorrem os movimentos de corpo rígido, isto é, não existe alteração da geometria da seção
transversal. Para uma melhor compreensão desse fenômeno, analisa-se um modelo idealizado
por Silva (2006) onde o trecho comprimido da viga é isolado esquematicamente da parte
tracionada considerando-o como um pilar submetido a esforços de compressão, conforme
ilustração da figura 12. A região tracionada pode ser considerada como uma série de apoios
elásticos distribuídos ao longo do pilar que irá contribuir para a estabilidade da peça em torno
do eixo x. Como o pilar comprimido está apoiado ao longo de um dos seus lados, quando
ocorrer a perda de estabilidade, este tenderá a torcer e flambar lateralmente em torno do eixo
de menor inércia, que no caso se trata do eixo y. Dessa forma, tanto a rigidez à flexão em
torno do eixo y como a rigidez à torção irão definir a ocorrência, ou não, do fenômeno.
23

Figura 12 – Trecho comprimido de uma viga submetida à flexão do tipo Ue

Figura 13 – Foto de flambagem lateral com torção (Fonte: Silva, 2004)

2.2.4 Cisalhamento

A força cortante, que em geral atua nas barras submetidas à flexão, dá origem a tensões
de cisalhamento. Essas tensões não se distribuem uniformemente pelos diversos pontos de
uma seção transversal considerada, embora a resultante desses esforços tangenciais coincida
com a força cortante atuante.
No caso dos perfis formados a frio, devido à pequena espessura das chapas, admite-se
com suficiente aproximação para os fins da prática, que toda força cortante seja absorvida
24

pela alma da viga. Torna-se necessário, nesse caso, limitar as tensões atuantes uma vez que a
alma submetida aos esforços cisalhantes estará sujeita ao fenômeno da flambagem local.
Além dessa limitação, deve ser verificado o efeito associado das tensões normais devido ao
momento fletor com as tensões cisalhantes, a ser tratado nos itens 5.3 e 5.4.
25

3 PRESCRIÇÕES DA NBR 14762:2001

A verificação da segurança estrutural dos perfis, pela ABNT NBR 14762:2001, é


fundamentada no método de segurança semi-probabilístico. Essa norma foi elaborada
considerando algumas prescrições, recomendações e procedimentos de normas internacionais
e brasileiras relacionadas ao tema. No método semi-probabilístico, devem ser obedecidos os
estados limites de utilização e últimos. No dimensionamento de estrutura, nenhum estado
limite aplicável deve ser excedido quando a estrutura for submetida a todas as combinações
apropriadas de ações. Assim, a verificação da estrutura é feita levando em consideração os
estados limites últimos e estados limites de utilização. Os estados limites últimos estão
relacionados com a segurança da estrutura sujeita às combinações mais desfavoráveis de
ações previstas em toda sua vida útil e os estados limites de utilização, sendo o mais
verificado o de deformações excessivas, estão relacionados com o desempenho da estrutura
sob condições normais de serviço.

3.1 Cálculo da largura efetiva

A NBR 14762:2001 estabelece que, para consideração da flambagem local de elementos


de perfis formados a frio, deve ser utilizado o método das larguras efetivas no cálculo da
resistência e das deformações. Para se determinar a largura efetiva de elementos que se
encontrem total ou parcialmente submetidos a tensões de compressão utiliza-se a equação
apresentada abaixo:
bef = b (1 – 0,22 / λp) / λp ≤ b (3.1)

Sendo:
b – largura do elemento sem considerar as dobras;
λp – índice de esbeltez reduzido do elemento.
No caso de elementos AL, onde existem tensões de compressão e tração utiliza-se, na
fórmula, em lugar da largura total do elemento, a largura da parte comprimida, designada bc.
O índice de esbeltez reduzido do elemento é definido como:

λp = b/t (3.2)f
0,95 (kE / σ)0,5
26

Onde:
t – espessura do elemento;
k – coeficiente de flambagem local;
E – módulo de elasticidade do aço (205.000 MPa);
σ – tensão normal de compressão.
Para λp ≤ 0,673, não ocorre flambagem local e a largura efetiva é a própria largura do
elemento. A determinação da tensão normal de compressão é feita segundo um dos seguintes
procedimentos:
a) Estado limite último de escoamento da seção: Para cada elemento totalmente ou
parcialmente comprimido, σ é a máxima tensão de compressão, calculada para a seção
efetiva, que ocorre quando a seção atinge o escoamento. Se a máxima tensão for de tração, σ
pode ser calculada admitindo-se distribuição linear de tensões. A tensão efetiva, nesse caso,
deve ser determinada por aproximações sucessivas.
b) Estado limite último de flambagem da barra: Para barras submetidas à flexão, σ =
ρFLT . fy sendo ρFLT o fator de redução associado à flambagem lateral com torção conforme
item 3.2.2.
Para o cálculo do coeficiente de flambagem local k, é necessário calcular a relação entre
as tensões atuantes no elemento, ψ = σ2 / σ1, e proceder conforme os dois casos abaixo:

1) Elementos AA
k = 4 + 2(1 – ψ) + 2(1 – ψ)3 (3.3)
Caso a – Tensão uniforme de compressão com ψ = 1,0; k = 4,0
Caso b – Tensão não-uniforme de compressão com 0 ≤ ψ < 1,0
Caso c – Tensão não-uniforme de compressão e tração com -0,236 < ψ < 0
Caso d – Tensão não-uniforme de compressão e tração com ψ ≤ -0,236

σ1 σ1 σ1
σ σ2
(a) (b) σ2 σ2
(c) (d)
27

2) Elementos AL
Caso a – Tensão uniforme de compressão com ψ = 1,0; k = 0,43
Caso b – Tensão não-uniforme de compressão com σ1 > σ2 e 0 ≤ ψ < 1,0
k = 0,578 / (ψ + 0,34) (3.4)

Caso c – Tensão não-uniforme de compressão e tração com -1,0 ≤ ψ < 0


k = 1,7 – 5ψ +17,1ψ2 (3.5)

Caso d – Tensão não-uniforme de compressão com σ1 < σ2 e -1,0 ≤ ψ ≤ 1,0


k = 0,57 – 0,21ψ + 0,07ψ2 (3.6)

σ1 σ1 σ2
σ σ2 σ1
(a) (b) σ2 (d)
(c)

A norma estabelece um procedimento de cálculo diferenciado nos casos em que o


elemento estiver uniformemente comprimido e com um enrijecedor intermediário ou de borda
(Ex.: Mesa de um perfil Ue). Porém, visando a aplicação dos perfis utilizados neste trabalho,
serão apresentadas as prescrições relativas aos elementos uniformemente comprimidos apenas
com enrijecedor de borda.
Para esses elementos, o cálculo da largura efetiva deve ser realizado considerando o
valor de referência do índice de esbeltez reduzido do elemento, dado por:
λp0 = b/t (3.7)f
0,623 (E / σ)0,5

Onde a tensão normal σ é obtida da mesma maneira como descrito anteriormente.


O cálculo das larguras efetivas de elementos uniformemente comprimidos com
enrijecedor de borda se dá segundo os seguintes procedimentos:

• Caso I: λp0 ≤ 0,673


Nesse caso torna-se desnecessário o uso de enrijecedor de borda e a largura efetiva
do elemento é igual à sua largura total.

• Caso II: 0,673 < λp0 < 2,03


Ia = 400t4 [0,49λp0 – 0,33]3 (3.8)
28

Is = d3 t / 12 (3.9)

Aef = def t (3.10)

A largura efetiva, bef, deve ser calculada conforme a equação 3.1 e 3.2, considerando,
porém o coeficiente local de flambagem como descrito abaixo:
k = (Is / Ia)0,5 (ka – 0,43) + 0,43 ≤ ka (3.11)

ka = 5,25 – 5(D/b) ≤ 4,0; onde D/b ≤ 0,8 (3.12)

ds = (Is / Ia) def ≤ def (3.13)

As = (Is / Ia) Aef ≤ Aef (3.14)

Onde:
Ia – momento de inércia de referência do enrijecedor de borda;
Is – momento de inércia da seção bruta do enrijecedor em relação ao seu eixo
principal paralelo ao elemento a ser enrijecido;
t – espessura do enrijecedor de borda;
d – largura do enrijecedor de borda;
ka – parâmetro empregado no cálculo;
D – largura nominal do enrijecedor de borda;
def – largura efetiva do enrijecedor, conforme equação 3.1;
ds – largura efetiva reduzida do enrijecedor;
Aef – área efetiva do enrijecedor;
As – área reduzida do enrijecedor.

• Caso III: λp0 ≥ 2,03


Ia = [56λp0 + 5] t4 (3.15)

k = (Is / Ia)0,33 (ka – 0,43) + 0,43 ≤ ka (3.16)

Os demais parâmetros devem ser calculados conforme caso II.


Os procedimentos descritos para obtenção da largura efetiva também são utilizados no
cálculo das deformações. A única diferença está em se utilizar, para o cálculo do índice de
esbeltez reduzido do elemento, a tensão normal de compressão calculada com base nas
combinações de ações para os estados limites de utilização, designada σn.
29

3.2 Cálculo do momento fletor resistente de cálculo (MRd)

O momento nominal máximo, resistido por uma barra, deve ser considerado como o
menor valor calculado entre:
• Momento de cálculo que causa escoamento da seção na fibra mais solicitada;
• Momento de cálculo referente à flambagem lateral com torção;
• Momento de cálculo referente à flambagem por distorção da seção transversal
quando aplicável.
O menor valor calculado deverá ser comparado com o momento solicitante de projeto.

3.2.1 Início de escoamento da seção efetiva

O momento fletor resistente de cálculo que determina o início de escoamento da seção


efetiva é calculado por:
MRd = Wef . fy / γ (γ = 1,1) (3.17)

Sendo:
Wef – módulo de resistência elástico da seção efetiva, calculado com base nas larguras
efetivas dos elementos, com σ calculada para o estado limite último de escoamento da seção
(σ = fy). Deve-se observar nessa verificação que o centro geométrico da seção efetiva não
coincide com o da seção bruta;
fy – resistência ao escoamento do aço;
γ – coeficiente de ponderação.

3.2.2 Flambagem lateral com torção

O momento fletor resistente de cálculo referente à flambagem com torção, tomando-se


um trecho compreendido entre seções contidas lateralmente, deve ser calculado por:
MRd = (ρFLT Wc,ef fy) / γ (γ = 1,1) (3.18)

Onde:
Wc,ef – módulo de resistência elástico da seção efetiva em relação à fibra comprimida,
calculado com base nas larguras efetivas dos elementos, adotando σ = ρFLT . fy.
30

ρFLT – fator de redução determinado a partir do índice de esbeltez reduzido da barra,


calculado por:
λo = (Wc . fy / Me) (3.19)

Sendo:
Wc – módulo de resistência da seção bruta em relação a fibra comprimida;
Me – momento fletor de flambagem lateral com torção, que pode ser calculado pelas
seguintes expressões:
• Caso de barras com seção duplamente simétrica ou monossimétrica sujeitas à
flexão em torno do eixo de simetria (eixo x):
Me = Cb ro (Ney Net)0,5 (3.20)

• Caso de barras com seção fechada (caixão), sujeitas à flexão em torno do eixo x:
Me = Cb (Ney G It)0,5 (3.21)

Onde:
Ney = π2 E Iy (3.22)
Ly2

Net = 1 0 π2 E Cw + G It (3.23)
ro2 Lt2

ro = [ rx2 + ry2 + xo2 + yo2 ] 0,5 (3.24)

Sendo:
Ney – força normal de flambagem elástica por flexão em relação ao eixo principal x;
Net – força normal de flambagem elástica por torção;
ro – raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de torção;
G – módulo de elasticidade trasnversal do aço (0,385E);
It – momento de inércia à torção uniforme;
Ly – comprimento efetivo de flambagem por flexão em relação ao eixo x;
Lt – comprimento efetivo de flambagem por torção;
Cw – constante de empenamento da seção;
rx e ry – raios de giração da seção bruta em relação aos eixos principais;
xo e yo – coordenadas do centro de torção na direção dos eixos principais em relação ao
centróide da seção;
31

Cb – coeficiente de equivalência de momento na flexão. De maneira aproximada, Cb


leva em consideração o tipo de carregamento aplicado à viga, que a favor da segurança pode
ser tomado igual a 1,0 ou calculado a partir da seguinte expressão:
Cb = 12,5 Mmax . (3.25)
2,5 Mmax + 3 MA + 4 MB + 3 MC

Onde:
Mmax – máximo valor do momento fletor solicitante de cálculo;
MA – valor do momento fletor solicitante de cálculo, em módulo, no 1º quarto do trecho
analisado;
MB – valor do momento fletor solicitante de cálculo, em módulo, no centro do trecho
analisado;
MC – valor do momento fletor solicitante de cálculo, em módulo, no 3º quarto do trecho
analisado.
Uma vez calculado o índice de esbeltez reduzido da barra, obtém-se o fator de redução a
partir de um dos seguintes casos:
• Se λo ≤ 0,6; ρFLT = 1,0
• Se 0,6 < λo < 1,336; ρFLT = 1,11(1 – 0,278 λo2)
• Se ≥ 1,336; ρFLT = 1 / λo2

3.2.3 Flambagem por distorção da seção transversal

Para as barras com seção transversal aberta sujeita à flambagem por distorção, o
momento fletor resistente de cálculo deve ser determinado pelas seguintes expressões:
MRd = Mdist / γ (γ = 1,1) (3.26)

• Se λdist < 1,414: Mdist = Wc . fy (1 – 0,25 λdist2)

• Se λdist ≥ 1,414: Mdist = Wc . fy / λdist2

λdist = (fy / σdist)0,5 (3.27)

Onde:
Mdist – momento fletor de flambagem por distorção;
λdist – índice de esbeltez reduzido referente à flambagem por distorção.
32

A tensão convencional de flambagem, σdist, é calculada pela teoria da estabilidade


elástica, conforme anexo D da norma, item D.3, referente a seções do tipo U enrijecido
submetidas à flexão em relação ao eixo perpendicular à alma. Devido à quantidade excessiva
de expressões para o cálculo de σdist, esse procedimento não será exposto neste trabalho. Para
a determinação dessa tensão no exemplo prático do próximo capítulo será utilizado um
programa DimPerfil.
Com o intuito de simplificar o dimensionamento, a norma apresenta uma tabela, no seu
anexo D, com os valores mínimos da relação D/bw de seções do tipo Ue e Ze submetidas à
flexão para dispensar a verificação da flambagem por distorção. Portanto, nos casos em que a
relação apresentar valores maiores do que aqueles indicados na tabela, a flambagem por
distorção não é crítica e sua verificação pode ser dispensada.

3.3 Cálculo da força cortante de cálculo (VRd)

Como nas demais estruturas de aço, as tensões de cisalhamento na alma do perfil devem
ser verificadas. Uma chapa de aço sob esforços cisalhantes também está sujeita ao fenômeno
da flambagem local. Torna-se necessário, então, limitar as tensões atuantes nos casos com
chapas esbeltas. O cálculo da força cortante de projeto possui diferentes expressões a
depender da relação altura / largura da alma, que se divide em três intervalos conforme
apresentado a seguir:
• Se h/t ≤ 1,08(E.kv / fy)0,5

VRd = 0,6 . fy . h . t / γ (γ = 1,1) (3.28)

• Se 1,08(E.kv / fy)0,5 < h/t ≤ 1,4(E.kv / fy)0,5

VRd = 0,65t2 . (kv . fy . E)0,5 / γ (γ = 1,1) (3.29)

• Se h/t > 1,4(E.kv / fy)0,5

VRd = [0,905E . kv . t3 / h] / γ (γ = 1,1) (3.30)

Onde:
kv - coeficiente de flmabagem local por cisalhamento;
h – altura da parte plana da alma.
O coeficiente de flambagem local por cisalhamento, kv, depende do uso, ou não, de
enrijecedores transversais nas seções dos apoios e nas seções intermediárias. Para o caso deste
33

trabalho será considerado que as almas das vigas estarão sempre ligadas a outras vigas ou
pilares, dispensando o uso de enrijecedores ao longo da viga. O valor de kv estabelecido pela
norma para este caso é 5,34.

3.4 Momento fletor e força cortante combinados

O efeito associado das tensões normais devido ao momento fletor com as tensões
cisalhantes deve ser verificado em todas as barras com aplicação de carregamento transversal.
Para barras sem enrijecedores transversais de alma, o momento fletor solicitante de cálculo e a
força cortante solicitante de cálculo, devem satisfazer à seguinte expressão de iteração:
(MSd / M0,Rd)2 + (VSd / VRd)2 ≤ 1,0 (3.31)

Sendo:
MSd – momento fletor solicitante de cálculo;
M0,Rd – momento fletor resistente de cálculo pelo escoamento da seção efetiva conforme
item 3.2.1;
VSd – força cortante solicitante de cálculo;
VRd – força cortante resistente de cálculo conforme item 3.3.

3.5 Cálculo dos deslocamentos

Para a verificação dos deslocamentos, deve-se levar em conta as combinações de ações


para o estado limite de utilização. Nessas combinações, são consideradas todas as ações
permanentes com seus valores integrais e as ações variáveis correspondentes a cada um dos
tipos de combinações com seus respectivos fatores de redução, conforme se encontra no item
5.3 da NBR 14762:2001. Usualmente, em edificações utilizam-se as combinações quase
permanentes de ações.
No anexo A da NBR14762:2001, encontra-se a apresentação de uma tabela com os
deslocamentos limites, recomendados para os casos mais freqüentes nas construções. Os
valores fornecidos são utilizados para verificação do estado limite de utilização da estrutura e
podem ser alterados em função do tipo e da finalidade da construção.
34

Os valores estabelecidos pela norma podem não ser aplicados nos casos em que forem
estabelecidos limites específicos, para cada utilização, entre o cliente e o projetista. Mesmo
quanto houver conformidade com os valores limites de deslocamento, a norma ressalta a
necessidade de verificar possíveis estados limites em função de vibrações excessivas. Neste
trabalho, verifica-se apenas o estado limite de utilização de deslocamento, tratado no capítulo
5.
35

4 EXEMPLO PRÁTICO

Neste capítulo far-se-á a verificação da seção transversal de uma viga bi-apoiada com
vão de 3,5m, perfil Ue 250 x 100 x 25 x 2,65, na qual atua um momento fletor solicitante de
cálculo em relação ao eixo x (vide figura 14) de 2000 kN.cm.

4.1 Cálculo das larguras efetivas (Estado Limite Último)

A largura b é o comprimento da parte reta do elemento, descontados os trechos curvos.


O raio interno de dobramento é igual à espessura da chapa, conforme figura 14.

Figura 14 – Largura nominal x largura da parte reta de um perfil

Portanto:
Para elementos AA  b = bw – 4t (alma) e b = bf – 4t (para mesas de perfis Ue);
Para elementos AL  b = bf – 2t (para mesas de perfis U simples) e d = D – 2t (para
enrijecedores de borda).
36

• Enrijecedor de borda inferior


d = 2,5 – 2 x 0,265 = 1,97 cm
A favor da segurança, admite-se que a tensão na fibra média das mesas é a tensão
máxima do perfil (fy):

Figura 15 – Distribuição de tensões no enrijecedor de borda

Para os sinais de tensões, neste trabalho adotou-se o sinal negativo para esforço de
compressão e positivo para tração.
25 = σ1 = σ2 0  σ1 = 24,20 kN/cm²; σ2 = 20,21 kN/cm²
12,3675 11,97 10

Nesta extremidade ocorre somente tração no elemento, então, def = d = 1,97 cm.

• Enrijecedor de borda superior


b = 1,97 ; σ1 = -24,20 kN/cm²; σ2 = -20,21 kN/cm²
ψ = σ2 / σ1 = 0,835 (Caso b item 3.1 deste trabalho para elementos AL ou tabela 5 da
NBR 14762:2001)  k = 0,499
λp = 1,97 / 0,265 = 0,381
0,5
0,95(0,499 x 20500 / 24,196)
Como λp ≤ 0,673, def = d = 1,97 cm.
37

• Mesa inferior
Somente tração no elemento. Então, bef = b = 10 – 4 x 0,265 = 8,94 cm.

• Mesa superior (elemento uniformemente comprimido com enrijecedor de


borda)
λp0 = 8,94 / 0,265 = 1,891
0,623(20500/25)0,5

– Caso II
Ia = 400 x 0,2654 (0,49 x 1,891 – 0,33)3 = 0,419 cm4

Is = 1,973 x 0,265 = 0,169 cm4


12

Is / Ia = 0,403

ka = 5,25 – 5(2,5 / 8,94) = 3,85 ≤ 4,0

D/b = 0,28 ≤ 0,8

k = (0,403)0,5 (3,85 – 0,43) + 0,43 = 2,60 ≤ ka

ds = 0,403 x 1,97 = 0,794 cm ≤ 1,97

Aef = 1,97 x 0,265 = 0,522 cm2

As = 0,403 x 0,522 = 0,211 cm2 ≤ 0,522

λp = 8,94 / 0,265 = 0,769 > 0,673


0,95(2,60 x 20500 / 25)0,5

bef = 8,94 (1 – 0,22 / 0,769) / 0,769 = 8,30 cm ≤ 8,94. Logo bef = 8,30 cm.

• Alma
σ1 = – 24,20 kN / cm2 ; σ2 = 24,20 kN / cm2

ψ = σ2 / σ1 = – 1,0 (Caso d item 5.1 para elementos AA)

k = 4 + 2(1+1) + 2(1+1)3 = 24

b = 25 – 4 x 0,265 = 23,94 cm

λp = 23,94 / 0,265 = 0,667 < 0,673; logo, bef = b = 23,94 cm


0,95(24 x 20500 / 24,20)0,5
38

4.2 Cálculo do módulo resistente elástico efetivo

O módulo resistente elástico efetivo é calculado dividindo-se o momento de inércia da


seção efetiva pela distância da linha neutra da seção à fibra mais solicitada. A princípio, para
o cálculo das larguras efetivas, considerou-se que a linha neutra esteja localizada à meia altura
do perfil (12,5 cm), então será calculada a nova posição da linha neutra em função das
larguras efetivas calculadas. Esse procedimento é feito utilizando um método interativo de
cálculo, admitindo-se o resultado satisfatório quando seu valor não variar mais do que cinco
por cento do anterior. Para isso foi construída a tabela 2, apresentada a seguir com as larguras
efetivas (bef) de cada elemento, distância do centro geométrico de cada elemento até a fibra
mais comprimida (y) e o produto desses dois valores. A nova posição da linha neutra (ycg) é
obtida pela expressão 4.1. É importante observar que os cálculos aqui realizados podem
apresentar resultados com pequenas diferenças em relação ao programa DimPerfil, uma vez
que o programa substitui os trechos curvos dos perfis por dois segmentos de reta para o
cálculo das propriedades geométricas.
ycg = ∑ bef y (4.1)
∑ bef

Tabela 2 – Primeira iteração para o cálculo de ycg

Elemento bef (cm) y (cm) bef y (cm2)


Alma 23,94 12,50 299,25
Mesa superior 8,30 0,13 1,10
Mesa inferior 8,94 24,87 222,32
Enrijecedor de borda superior 0,80 0,93 0,74
Enrijecedor de borda inferior 1,97 23,49 46,27
Canto superior esquerdo 0,62 0,28 0,17
Canto superior direito 0,62 0,28 0,17
Canto inferior esquerdo 0,62 24,72 15,43
Canto inferior direito 0,62 24,72 15,43
∑ 46,446 ∑ 600,875

Com os dados da tabela temos: ycg = 600,875 = 12,94 cm.


46,446
Como de 12,5 cm para 12,94 cm houve uma variação de 3,5% não é necessário
continuar o processo de iteração.
39

O próximo passo é calcular o momento de inércia da seção efetiva. Para isto, pode-se
empregar o Método da Linha do Eixo Médio para facilitar os cálculos, já que a espessura ao
longo dos elementos do perfil é constante. Para esse método, utilizaram-se as figuras e
fórmulas abaixo, extraídas de Moliterno (1989), e que foram adaptadas para este trabalho.

(a) (b)

(c)
Figura 16 – Propriedades geométricas de linhas e curvas
Da figura 16a:
Ix” = bef3 + bef d12 (4.2)
12
Da figura 16b:
Ix” = bef d22 (4.3)
40

Da figura 16c:
Rm = 1,5 t (4.5)
Lc = 1,57 Rm (4.6)
d3 = 0,637 Rm (4.7)
d4 = ycg – t (4.8)
Ix’ = 0,785 (Rm)3 (4.9)
Ix” = Ix’ + Lc (d4)2 (4.10)

– Cálculo do momento de inércia:


Alma  Ix’ = 23,943 = 1143,38 cm3
12
Mesa superior  d2 = 12,94 – 0,265 / 2 = 12,81 cm ; Ix” = 8,30 x (12,81)2 = 1361,47 cm3
Mesa inferior  d2 = 12,06 – 0,265 / 2 = 11,93 cm ; Ix” = 8,94 x (11,93)2 = 1271,85 cm3
Enrijecedor de borda superior  d1 = 12,94 – 0,265 / 2 – 1,97 / 2 = 11,82 cm
Ix’ = 0,793 + 0,79 x (11,82)2 = 111,02 cm3
12
Enrijecedor de borda inferior  d1 = 12,06 – 0,265 / 2 – 1,97 / 2 = 10,94 cm
Ix’ = 1,973 + 1,97 x (10,94)2 = 236,52 cm3
12
Cantos superiores  Rm = 1,5 x 0,265 = 0,3975 cm ; Lc = 1,57 x0,3975 = 0,624 cm ;
d3 = 0,637 x 0,3975 = 0,253 cm ; d4 = 12,94 – 0,265 = 12,675 cm ;
Ix” = [0,785 x (0,3975)3 + 0,624 x (12,675)2] x 2 = 200,60 cm3
Cantos inferiores  d4 = 12,06 – 0,265 = 11,795 cm ;
Ix” = [0,785 x (0,3975)3 + 0,624 x (11,795)2] x 2= 173,72 cm3
∑Ix” = 1143,38 + 1361,47 + 1271,85 + 111,02 + 236,52 + 200,60 + 173,72 =
4498,56 cm3
Multiplicando o resultado pela espessura do perfil temos: Ix,ef = 4498,56 x 0,265 =
1192,12 cm4
Então, pode-se calcular o módulo resistente elástico efetivo:

Wef = 1192,12 = 92,13 cm3


12,94
41

4.3 Cálculo do momento resistente de cálculo

– Escoamento da seção efetiva


MRd = Wef fy / γ = 92,13 x 25 / 1,1 = 2093,86 kN cm

– Flambagem lateral com torção


Dados extraídos da NBR6355:2001 para perfil Ue 250 x 100 x 25 x 2,65:
rx = 9,91 cm ; ry = 3,64 cm ; xo = 7,29 cm ; yo = 0; It = 0,299 cm4; Iy = 169,21 cm4
Cw = 21574,59 cm6
ro = [(9,91)2 + (3,64)2 + (7,29)2]0,5 = 12,83 cm
Net = 1 0 π2 E Cw + G It = 1 0 π2 x 20500 x 21574,59 + 7892,5 x (0,3)
ro2 Lt2 (12,83)2 (400)2

Net = 180,07 kN
Ney = π2 E Iy = π2 x 20500 x 169,21 = 213,97 kN
Ly2 (400)2
A favor da segurança, será considerado Cb = 1,0 conforme item 3.2.2.
Me = Cb ro (Ney Net)0,5 = 1,0 x 12,83 (213,97 x 180,07)0,5 = 2518,39 kN cm
λo = Wc fy / Me = 97,02 x 25 / 2518,39 = 0,963
Como 0,6 < λo < 1,336; ρFLT = 1,11(1 – 0,278 λo2) = 0,824
Efetuando os cálculos da seção efetiva para σ = ρFLT fy = 20,6 kN / cm2, teremos:
ycg = 12,5 cm; Ix,ef = 1236,26 cm4 e Wc,ef = 98,94 cm3
Logo:
MRd = ρFLT Wc,ef fy = 0,824 x 98,94 x 25 = 2038,16 kN cm

– Flambagem por distorção


σdist = 43,57 kN / cm² (Valor extraído do programa DimPerfil)
λdist = (25 / 43,57)0,5 = 0,757
Como λdist < 1,414: Mdist = 92,13 x 25 [1 – 0,25 x (0,7575)2] = 2078,02 kN cm
MRd = Mdist / γ = 2078,02 / 1,1 = 1889,11 kN cm

Comparando os valores dos momentos resistentes de cálculo obtidos, 2084 kN cm para


escoamento; 2038 kN cm para flambagem lateral com torção e 1889 kN cm para flambagem
por distorção, conclui-se que o menor momento resistente de cálculo ocorre para a flambagem
por distorção.
42

4.4 Verificação ao cortante

h/t = 23,94 / 0,265 = 90,34


1,08 x (20500 x 5,34 / 25)0,5 = 71,47
1,4 (20500 x 5,34 / 25)0,5 = 92,64
Como 71,47 < h/t ≤ 92,64
VRd = 0,65t2 . (kv . fy . E)0,5 / γ = 0,65 x (0,265)2 (5,34 x 25 x 20500)0,5 / 1,1 = 68,71 kN

4.5 Momento fletor e força cortante combinados

VSd = 4 MSd / l = 4 x 2000 / 400 = 20 kN


(MSd / M0,Rd)2 + (VSd / VRd)2 ≤ 1,0
(2000 / 2093,86)2 + (20 / 68,71)2 ≤ 1,0
0,997 ≤ 1,0
Com o resultado acima, embora próximo ao limite, verifica-se que a peça atende de
forma satisfatória e eficiente já que todos os coeficientes de segurança já foram aplicados.

4.6 Cálculos para o Estado Limite de Utilização

Os cálculos realizados para verificação do estado limite de utilização seguem o mesmo


procedimento descritos do item 4.1 ao 4.3, considerando-se, porém, o momento fletor de
utilização, que no caso do exercício é obtido dividindo-se o momento solicitante de projeto
pelo coeficiente de ponderação das ações, γ = 1,4 a favor da segurança, pois, a rigor, os
carregamentos variáveis são minorados pelos fatores de combinação e de utilização. Logo,
MSd = 2000 / (1,4) = 1430 kN cm. Como conseqüência, o valor da tensão máxima na linha
média da mesa será diferente da tensão de escoamento e deverá ser calculado. Assume-se
inicialmente a seção totalmente efetiva e que a linha neutra coincide com o centro de
gravidade da seção, y = bw / 2 – 0,5t = (25 / 2) – 0,5 (0,265) = 12,368 cm. Podemos agora
calcular a tensão de utilização na fibra média da mesa através da expressão 4.11. O valor do
momento de inércia foi extraído da tabela A.3 da NBR 6355:2001 em cm4.
43

σuti = My / Ix (4.11)
σuti = 1430 (12,368) / 1255,39 = 14,09 kN / cm²

Com este valor da tensão calculam-se as larguras efetivas de cada elemento. Esses
cálculos não serão demonstrados por apresentarem o mesmo procedimento discutido no item
4.1 com a única diferença de se considerar a tensão na fibra média da mesa igual a σn no lugar
de fy, substituindo o índice de esbeltez reduzido do elemento (λp) por λpd. No caso deste
exercício, para a tensão de utilização, a seção permanece totalmente efetiva. Caso houvesse
diminuição da seção com o cálculo das larguras efetivas, dar-se-ia continuidade aos cálculos
de Ix,ef., Wx,ef, novo y e σuti. No programa DimPerfil, pôde-se notar que o fim destas iterações
de cálculo se deram ao apresentar uma diferença inferior a 0,05% no valor da tensão de
utilização.
A flecha produzida na viga é calculada pela expressão 5.1 apresentada no item 5.2 deste
trabalho:
Ymax. = 5qL4 0
384EI
Onde:
q. = 8M 0= 8(1430) / (400)2 = 0,0715 kN / cm = 7,15 kN / m
L2
E = 205000 MPa = 20500 kN / cm2
Então:
Ymax. = 5(0,0715)(400)4 0= 0,93 cm
384 (20500) (1255,39)
Resultando numa relação da flecha pelo vão de 0,93 / 350 = 1 .0
373
44

5 ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS TABELAS

No presente capítulo, além de se apresentar as decisões e diretrizes para a construção


das tabelas de pré-dimensionamento, informa-se como proceder para utilizar as tabelas.
É de suma importância ressaltar que a consulta e utilização das tabelas não substitui a
avaliação de profissionais capacitados e especializados, necessária para o dimensionamento e
projeto de estruturas em perfis formados a frio.

5.1 Diretrizes

A NBR 6355:2003 trata de seis perfis: cantoneira de abas iguais, U simples, U


enrijecido, Z enrijecido a 45º e Z enrijecido a 90º e o cartola. Para a escolha dos perfis a
serem estudados neste trabalho, deu-se prioridade na escolha de perfis com maior utilização
em vigas atualmente, que são os perfis do tipo U simples, U enrijecido e combinação destes.
O perfil do tipo cantoneira de abas iguais não foi escolhido por se tratar de um elemento
utilizado usualmente para acabamento, fixação ou até enrijecimento de alma de vigas, sendo
pouco utilizado isoladamente como perfil estrutural, a não se em treliças, principalmente
funcionando como viga. O perfil Z enrijecido, apesar de possuir resistências equivalentes às
do perfil U enrijecido, também foi descartado por ser dificilmente usado como viga, devido à
excentricidade existente entre o ponto de aplicação do carregamento e o ponto de apoio nas
almas do perfil. O momento indesejado gerado no apoio poderia ser resolvido com a
composição de dois perfis Z, porém a largura do apoio aumentaria desnecessariamente. O
perfil cartola, por fim, apesar de ser muito utilizado como apoio principal de telhas, as poucas
variações das seções padronizadas por norma não representam aumentos de resistência tão
significativos e por esse motivo não foi considerado. Fica-se assim com os perfis U simples e
U enrijecido, empregados em vigas, que apresentam várias vantagens, como disponibilidade
de ter as mesas distanciadas do centro de gravidade, isto é, da linha neutra, o que favorece a
eficiência do funcionamento como viga e, conseqüentemente, conduz a soluções mais
econômicas.
Estudaram-se, não apenas os perfis U simples e U enrijecido, mas também mais três
tipos com seções compostas por esses dois perfis, unidos das seguintes formas: (1) dois perfis
do tipo U simples formando um perfil I simples; (2) dois perfis do tipo U enrijecido unidos
pela alma formando um perfil I enrijecido; e (3) dois perfis do tipo U enrijecido unidos pelos
45

enrijecedores formando um perfil do tipo caixão fechado. Todos os perfis estudados no


presente trabalho são apresentados na tabela 3 a seguir.

Tabela 3 – Perfis utilizados

A escolha das dimensões transversais foi feita a partir das tabelas fornecidas pela NBR
6355:2003, adotando-se as espessuras convencionais de mercado, que dependem das prensas
e perfiladeiras com seus respectivos limites de espessura para dobramento. Procurou-se
manter as dimensões da alma, mesa e espessura dos perfis U simples e U enrijecido iguais,
para efeito de comparação. Do total de doze espessuras padronizadas pela NBR 6355:2003:
1,20, 1,50, 2,00, 2,25, 2,65, 3,00, 3,35, 3,75, 4,25, 4,75, 6,30 e 8,00 mm, apenas três destas
não foram consideradas neste trabalho: 1,20, 3,75, e 8,00 mm com o intuito de reduzir o
volume de trabalho para a construção das tabelas e visando também a utilização de uma única
página para a exposição de cada tipo de seção transversal em tamanho legível. Utilizou-se a
espessura de 4,75mm em substituição à espessura de 6,30mm apenas para alguns casos de
46

perfis com seção do tipo U e I enrijecido e Caixão por ser designada pela NBR 6355:2003
como a maior espessura para estes casos.
Deve-se observar que o procedimento para consideração do aumento da resistência do
aço, devido ao dobramento (tratado no item 1.3) não foi utilizado, pelos seguintes motivos:
• Ao não se considerar um possível incremento da resistência, os cálculos estarão a
favor da segurança;
• Na NBR 14762:2001 existe um requisito para tal procedimento que estabelece um
valor máximo do índice de esbeltez reduzido (λp). Dessa forma, o processo ficaria restrito
para seções com dimensões menores e espessuras elevadas.

5.2 Construção

Realizou-se o procedimento para obtenção dos dados do programa com a escolha do


perfil a ser verificado e obtenção dos valores de momentos fletores e força cortante resistentes
de cálculo. Os momentos referentes ao escoamento e à distorção e a força cortante de cálculo
foram calculados uma única vez por dependerem somente da seção transversal efetiva do
perfil. Já o momento referente à flambagem lateral com torção e o momento de inércia da
seção efetiva, por dependerem do vão teórico de flambagem, foram calculados mais de uma
vez para cada seção transversal, estabelecendo o comprimento do vão de 100 cm a 600 cm
variando a cada 50 cm.
Obtidos os resultados fornecidos pelo programa, estes foram transferidos para um
arquivo em Excel divido em três planilhas: duas planilhas auxiliares e uma planilha definitiva.
As duas planilhas auxiliares serviram como um banco de dados, sendo a primeira para
inserção dos dados extraídos do programa e a segunda para realização dos cálculos
necessários. Na segunda planilha, aplicou-se no momento fletor e na força cortante de cálculo
o coeficiente de ponderação igual a 1,1, como prescreve a NBR 14762:2001 nos itens 8.7.1.1
e 8.7.2. Ainda na segunda planilha, calcularam-se o carregamento uniformemente distribuído
(conforme expressão 5.1), cortante máximo (conforme expressão 5.2) e flecha, considerando
o momento solicitante como sendo o menor momento fletor resistente de cálculo, a viga como
bi-apoiada e o momento de inércia com sendo o da seção efetiva. Com a consideração de viga
bi-apoiada, a resolução da equação diferencial da linha elástica resulta na expressão 5.3,
utilizada no cálculo de flechas deste trabalho.
47

Vale lembrar, que é possível utilizar as tabelas para qualquer tipo de vinculação dos
apoios, desde que seja feita a devida correlação entre as expressões de flecha em uma viga bi-
apoiada submetida a carregamento uniformemente distribuído e os outros casos. As
expressões de 5.4 a 5.7, por exemplo, representam os máximos deslocamentos para alguns
casos de acordo com o carregamento aplicado e com a vinculação do apoio. Para as
expressões 5.6 e 5.7, considerou-se que, a carga concentrada localiza-se, respectivamente, no
meio do vão e a uma distância dos apoios de 1/3 do vão.

M = q l2 , então: qd = 8 MRd e qs = qd (5.1)


8 l2 1,4
VSd = qd x l (5.2)
2
ymax. = 5qL4 0 (5.3)
384EI

ymax. = qL4 0 (5.4)


8EI

ymax. = qL4 0 (5.5)


192EI

ymax. = PL3 0 (5.6)


48EI

ymax. = PL3 (5.7)


324EI

Notou-se para o perfil de seção do tipo caixão fechado que uma elevada quantidade de
seções não atendeu à máxima flecha limite estabelecida. Para que não se perdesse tanta
informação com relação à este perfil, foi elaborada a tabela 6 diminuindo o valor do momento
resistente de cálculo para que se atendesse pelo menos aos maiores deslocamentos
correspondentes ao limite de L/250. Em outras palavras, na tabela 6, substituiu-se os valores
48

da coluna de momento resistente de cálculo que não atenderam à flecha pelo valor de um
momento de cálculo inferior àquele que provoca o escoamento da peça, mas atende ao seu
estado limite de utilização.
A terceira e última planilha, que se refere às tabelas na forma apresentada aqui, as
definitivas, foi elaborada com fórmulas que verificam cada modo de ruptura e de estabilidade,
informando sobre o atendimento de cada modo quanto à segurança. Esta planilha destinava-se
apenas à interpretação dos resultados calculados pela segunda planilha auxiliar. A
interpretação foi feita para os três parâmetros demonstrados nas tabelas definitivas do
seguinte modo:
• Para o momento resistente de cálculo, foram comparados os valores calculados nas
três situações (escoamento, flambagem lateral e flambagem por distorção) e exibido o menor
dos três valores;
• Para o modo crítico de colapso ou instabilidade o mesmo procedimento foi
empregado, com a diferença de se acrescentar e priorizar a verificação ao cortante em relação
aos momentos. Nas tabelas, há colunas onde se informa o modo crítico no estado limite
último, empregando-se “E” para ruptura por escoamento da seção; “FL” para flambagem
lateral com torção; “FD” para flambagem por distorção da seção; e “C” para ruptura por
cisalhamento da seção;
• Para as flechas, estabeleceram-se os seguintes limites, em concordância com a NBR
14762:2001: L/250, que atende ao caso de terças suportando fechamentos sujeitos à fissuração
e / ou componentes sensíveis a deslocamentos excessivos; L/350 atendendo ao caso anterior, a
vigas de piso em geral e vigas de piso suportando acabamentos sujeitos à fissuração; e L/500
que atende a todos os casos anteriores e ao caso de vigas de piso suportando pilares. Com
estas diretrizes, apresenta-se o limite de flecha em função das comparações com a flecha real.
No caso em que a flecha exceder todos os casos citados, foi registrado o limite de flecha,
destacando-se essa situação com sombreamento da célula da planilha.
Com a construção das tabelas, observou-se uma diminuição considerável da resistência
de perfis com menor rigidez ao se aumentar o vão, devido ao fenômeno da flambagem lateral
com torção. Com esta constatação, decidiu-se verificar a significância dos valores
determinados e registrados nas tabelas para esses perfis. Por exemplo, ao se estabelecer a
consulta da tabela para a escolha de um perfil que será usado como caibro de um telhado, que
possui cargas relativamente pequenas, conclui-se que, caso o perfil não atenda a essa
condição, dificilmente este perfil poderá ser usado em qualquer outro tipo de aplicação.
Portanto, realizaram-se verificações considerando os seguintes dados: carga distribuída
49

atuando no telhado de 700 N /m2, e espaçamento entre caibros de 50 cm. Multiplicando os


dois valores, temos a carga distribuída linear que atua sobre o caibro de 350 N /m. Com essa
carga e o vão do caibro é possível calcular o momento atuante como demonstra a expressão:
M = qL2 / 8; então para L = 6,0m, M = 350 (6)2 / 8 = 1.575 N m = 157,5 kN cm e o momento
MSd = 157,5 (1,4) = 220,5 kN cm. Conclui-se que, optando por utilizar o perfil em um telhado
como caibro e com as condições citadas, o momento resistente de cálculo do perfil tem que
ser maior ou igual a 220,5 kN cm. Durante a construção das tabelas, procedeu-se da mesma
forma para todos os vãos pré-estabelecidos e foi feita a comparação entre o momento
solicitante de cálculo e o momento resistente de projeto . Nos casos para a carga de 700 N/m2,
em que o momento solicitante excedeu o resistente, destacou-se a célula de momento
resistente com um sombreamento, significando que o perfil não atende a nenhum caso já que
não passou para a situação de caibro de telhado, considerada limite inferior de reisitência
neste trabalho. No caso calculado, por exemplo, para os perfis U 100 x 40 x t, somente o
perfil com espessura de 6,30 mm satisfez a condição.
Para os perfis da tabela 3, I 100 x 80 x 6,30 e I 150 x 120 x 6,30, destacou-se a célula de
designação do perfil com sombreamento e mantiveram-se as células referentes à verificação
estrutural em branco pelo fato de o programa utilizado não ter realizado os cálculos para o
momento fletor resistente de cálculo referente à flambagem lateral com torção, informando
que o perfil não é simétrico e que não consta procedimento de cálculo na NBR 14762:2001.
É importante comentar que, neste trabalho, considerou-se a viga submetida a um
momento solicitante igual ao momento máximo de cálculo resistido pelo perfil e que o
esforço cortante foi calculado a partir desse pressuposto. Por isso, é necessário ressaltar a
necessidade de se realizar as verificações do efeito de momento fletor combinado com a força
cortante de cálculo, conforme item 3.4, com os valores de esforços solicitantes reais de cada
caso particular, que pode ser igual ou inferior ao valor máximo resistido.

5.3 Utilização e apresentação

O projeto estrutural de uma edificação inicia-se com o lançamento da estrutura,


arbitrando-se um pré-dimensionamento. Na maioria das vezes, não há dimensionamento, mas
sim verificação. O papel do estruturalista está em interpretar os dados fornecidos pelos
programas de cálculo e buscar meios e soluções para sanar os possíveis problemas
identificados. Em estruturas de concreto armado, por exemplo, as seções transversais de
50

pilares e vigas são pré-determinadas pelo estruturalista a partir dos projetos arquitetônicos. O
profissional dessa área se baseia tanto em recomendações normativas como na sua própria
experiência acadêmica e profissional.
Ainda exemplificando, no concreto armado, adota-se uma estimativa que a altura da
seção transversal de uma viga não deve ser menor do que dez por cento do vão total da
mesma. Ao fazer isso, o estruturalista melhora o desempenho da viga no estado limite de
utilização. Já em estruturas metálicas, essa percepção não é tão exata, principalmente pela
variedade na forma de seções transversais, por isso que a utilização de tabelas de pré-
dimensionamento torna-se tão convenientemente útil.
Com a elaboração das tabelas de dimensionamento do presente trabalho, procurou-se
manter padrões simples e objetivos para sua utilização. Observando a tabela, encontra-se na
parte superior o seu título que faz referência ao tipo da seção apresentada, as primeiras três
colunas à esquerda enumeram os perfis, definem sua designação com as respectivas
dimensões de cada seção e sua a massa em quilos por metro. Voltando para a parte superior
da tabela, têm-se os vãos teóricos das vigas em centímetros. Nas células de cruzamento, tem-
se o valor do vão com o perfil especificado, o momento resistente de cálculo em kN cm, o
modo crítico de colapso ou instabilidade e a flecha limite que é atendida.
Em alguns casos, em especial para concepções que exigem um maior nível de
compatibilização entre projetos, os projetos arquitetônicos e estruturais são elaborados
simultaneamente. Na maioria dos casos, porém, é necessário que o projeto arquitetônico
anteceda o estrutural. Em qualquer um dos casos, o engenheiro estruturalista já tem idéia de
como será o esqueleto estrutural da edificação, sendo possível definir facilmente os vãos das
vigas. Por esse motivo, nas tabelas deste trabalho o vão da viga é o primeiro e principal dado
de entrada na tabela.
Outro modo de empregar as tabelas é partir do momento fletor solicitante de cálculo
para escolher a seção do perfil que atende a este momento. Para o cálculo das solicitações é
preciso saber a finalidade de uso da edificação, que define as cargas acidentais da estrutura, e
saber, também, a disposição das paredes e os tipos de revestimentos, que somados ao peso
próprio da estrutura compõem as cargas permanentes. Com estas informações, são feitas as
combinações de ações para os estados limites e seleciona-se a mais desfavorável de todas. Por
questões de costume e talvez da influência dos Estados Unidos, na área de estruturas
metálicas, os estruturalistas utilizam os momentos como valor de referência no lugar de
carregamentos distribuídos. Para as vigas, basta calcular o carregamento uniforme distribuído
através da sua área de influência, na laje de piso ou telhado, e as possíveis cargas pontuais de
51

parede para que se possa calcular o momento máximo que solicita a viga em função do seu
vão e condições de apoio.
Neste trabalho, a tabela fornece o máximo momento fletor resistente de projeto, sendo
assim, deve-se escolher um perfil que apresente momento resistente maior do que aquele que
está solicitando a viga. Esse procedimento é realizado da mesma maneira para todas as cinco
tabelas com os diferentes tipos de seção transversal, possibilitando a comparação entre estas.
A título de exemplo, considerando-se uma viga com vão de 4,00m e momento
solicitante de projeto igual a 1800 kN cm, encontram-se os seguintes perfis que atendem este
momento:
Quadro 1 – U 200 x 75 x 6,30 / U 250 x 100 x 4,25 / U 300 x 100 x 3,35;
Quadro 2 – Ue 200 x 75 x 30 x 6,30 / Ue 250 x 100 x 25 x 3,00;
Quadro 3 – I 200 x 150 x 3,35;
Quadro 4 – Ie 150 x 100 x 20 x 4,25 / Ie 200 x 150 x 20 x 2,25;
Quadro 5 – CX 150 x 100 x 20 x 3,00 / CX 200 x 150 x 20 x 2,00.
Como mencionado anteriormente, além de possibilitar a escolha da seção transversal do
perfil, a tabela fornece mais duas informações adicionais: o modo crítico de ruptura ou
instabilidade da viga, no caso em que o momento fletor solicitante é maior ou igual ao
momento fletor resistente, e a flecha, considerando o momento máximo resistente divido pelo
coeficiente de ponderação para combinações normais de ações permanentes de grande
variabilidade, que é igual a 1,4. Essas duas informações darão, ao estruturalista, melhores
condições para avaliar o funcionamento da viga. Além disso, nos casos em que houver
imposição arquitetônica limitando as dimensões do perfil ou a tabela não abranger a faixa
desejada, a informação de modo crítico permitirá a previsão de outra seção que não se
encontre na tabela ou a utilização de métodos construtivos que contribuam para o melhor
desempenho da viga, como o travamento lateral de vigas sujeitas às flambagem lateral com
torção para redução do vão teórico de flambagem.
Nas páginas que se seguem estão apresentadas as seis tabelas elaboradas.
52

QUADRO 1 - PERFIL U SIMPLES - VALOR DO MOMENTO RESISTENTE DE CÁLCULO, INDICAÇÃO DO ESTADO LIMITE ÚLTIMO E FLECHA

Massa (kg / m)
VÃO (cm)
Perfil

100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600
Designação

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico
Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo
M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha

1 U 100 x 40 x 1,50 2,06 136 112 81 60 47 38 32 27 24 21 19


2 U 100 x 40 x 2,00 2,72 200 168 L/500 128 L/500 95 74 60 51 44 39 35 32
L/500 L/500 L/500 L/500
3 U 100 x 40 x 2,25 3,05 234 198 155 113 89 73 62 54 L/500 48 L/500 43 L/500 39 L/500

4 U 100 x 40 x 2,65 3,56 290 FL 247 194 146 116 97 83 73 65 58 53


L/500 FL FL FL FL FL FL FL FL FL FL
5 U 100 x 40 x 3,00 4,01 331 282 230 179 144 120 103 91 81 73 67
L/350 L/350
6 U 100 x 40 x 3,35 4,44 367 317 L/350 266 215 L/350 174 146 L/350 126 L/350 111 99 90 82
L/350 L/350 L/350 L/350
7 U 100 x 40 x 4,25 5,54 458 408 359 310 263 223 193 171 153 139 127
L/250
8 U 100 x 40 x 6,30 7,88 647 E 602 558 L/250 515 L/250 473 431 L/240 388 L/235 347 L/230 312 L/235 284 L/235 260 L/235
9 U 150 x 50 x 2,00 3,82 396 350 288 216 166 134 109 92 79 69 62
10 U 150 x 50 x 2,25 4,28 462 409 339 258 200 158 130 110 95 84 75
11 U 150 x 50 x 2,65 5,02 572 FL 508 426 331 251 200 166 142 124 110 99
L/500 L/500 L/500 L/500 L/500 L/500 L/500 L/500
12 U 150 x 50 x 3,00 5,66 671 L/500 598 FL L/500 506 FL L/500 393 FL 300 FL 241 FL 202 FL 174 FL 152 FL 136 FL 123 FL

13 U 150 x 50 x 3,35 6,28 770 688 577 456 353 287 242 209 184 165 149
14 U 150 x 50 x 4,25 7,87 977 870 752 631 512 423 360 315 279 251 229
E
15 U 150 x 50 x 6,30 11,34 1370 1271 1156 1043 L/350 931 L/350 821 L/350 716 L/350 631 L/350 565 L/350 511 L/350 467 L/350

16 U 200 x 75 x 2,65 7,10 963 958 888 801 698 580 478 405 351 309 276
17 U 200 x 75 x 3,00 8,01 1135 1130 1049 949 832 700 580 494 429 378 333
FL L/500 L/500 L/500 L/500 L/500 L/500 L/500
18 U 200 x 75 x 3,35 8,91 1314 E L/500 1308 L/500 1216 FL L/500 1104 FL L/500 974 FL 828 FL 692 FL 591 FL 511 FL 444 FL 393 FL

19 U 200 x 75 x 4,25 11,21 1794 1789 1669 1527 1368 1195 999 843 728 640 571
20 U 200 x 75 x 6,30 16,29 2773 2773 E 2594 2393 2186 L/350 1977 L/350 1767 L/350 1559 L/350 1374 L/350 1228 L/350 1110 L/350

21 U 250 x 100 x 2,65 9,18 1421 1421 1413 1336 1243 1135 1011 873 745 646 570
22 U 250 x 100 x 3,00 10,37 1673 1673 1664 1575 1468 1344 1203 1045 896 781 690
L/500 L/500 L/500 L/500
23 U 250 x 100 x 3,35 11,54 1937 E L/500 1937 E L/500 1927 FL L/500 1826 FL L/500 1704 FL L/500 1564 FL L/500 1407 FL 1231 FL 1061 FL 927 FL 822 FL L/500

24 U 250 x 100 x 4,25 14,55 2661 2661 2649 2515 2358 2179 1981 1765 1541 1356 1210
25 U 250 x 100 x 6,30 21,23 4460 4460 4453 4246 4013 3759 3489 L/350 3165 L/350 2835 L/350 2510 L/350 2231

26 U 300 x 100 x 2,65 10,22 1872 1872 1860 1755 1628 1480 1309 1117 946 816 715
C
27 U 300 x 100 x 3,00 11,54 2195 2195 2181 2060 1914 1743 1547 1329 1129 977 858
28 U 300 x 100 x 3,35 12,86 2532 L/500 2532 E L/500 2517 FL L/500 2379 FL L/500 2213 FL L/500 2019 FL L/500 1800 FL L/500 1553 FL L/500 1326 FL L/500 1150 FL L/500 1012 FL L/500

29 U 300 x 100 x 4,25 16,22 3453 E 3453 3433 3251 3034 2784 2504 2195 1890 1649 1459
30 U 300 x 100 x 6,30 23,70 5730 5730 5707 5421 5091 4726 4312 3839 3354 2918 2576
LEGENDA: ESCOAMENTO DA SEÇÃO EFETIVA = E FLAMBAGEM LATERAL COM TORÇÃO = FL FLAMBAGEM POR DISTORÇÃO = FD CORTANTE = C
OBS.: a) Momento resistente de cálculo em kN cm b) As células sombreadas de flecha não atendem ao limite mínimo de L/250 c) As cécluas sombreadas de momento informa que este é insuficiente para uma carga de 700 N / m² na cobertura
53

QUADRO 2 - PERFIL U ENRIJECIDO - VALOR DO MOMENTO RESISTENTE DE CÁLCULO, INDICAÇÃO DO ESTADO LIMITE ÚLTIMO E FLECHA

Massa (kg / m)
VÃO (cm)
100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600
Perfil

Designação

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico
Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo
M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha

1 Ue 100 x 40 x 17 x 1,50 2,40 199 193 160 120 88 68 55 46 40 35 31


L/500 L/500
2 Ue 100 x 40 x 17 x 2,00 3,15 265 251 211 166 125 99 82 70 61 L/500 54 L/500 48 L/500

3 Ue 100 x 40 x 17 x 2,25 3,52 297 280 237 190 146 117 97 83 73 65 59


FD L/500 FL L/350 FL L/350 FL L/350 FL L/350 FL L/350 FL FL FL FL FL
4 Ue 100 x 40 x 17 x 2,65 4,09 345 324 278 230 182 148 124 108 95 85 77
L/350 L/350
5 Ue 100 x 40 x 17 x 3,00 4,58 385 361 314 265 216 177 150 131 116 L/350 104 L/350 94 L/350

6 Ue 100 x 40 x 17 x 3,35 5,05 423 397 350 301 252 209 179 156 139 125 114
7 Ue 150 x 60 x 20 x 2,00 4,66 577 577 577 FL 515 437 351 277 226 190 162 141
L/500
8 Ue 150 x 60 x 20 x 2,25 5,21 653 653 648 575 491 397 316 260 L/500 219 189 165
L/500 L/500
9 Ue 150 x 60 x 20 x 2,65 6,09 770 770 752 670 577 476 383 318 271 235 207 L/500

10 Ue 150 x 60 x 20 x 3,00 6,84 870 FD L/500 870 FD L/500 841 L/350 752 FL L/350 653 FL L/350 547 FL L/350 446 FL 373 FL 320 FL 280 FL 248 FL
FD
11 Ue 150 x 60 x 20 x 3,35 7,57 966 966 928 834 730 621 513 L/350 432 373 328 292
L/350
12 Ue 150 x 60 x 20 x 4,25 9,41 1200 1200 1144 1040 930 817 703 603 527 L/350 468 L/350 421
L/350
13 Ue 150 x 60 x 20 x 4,75 10,39 1322 1322 1258 1152 1041 929 816 708 622 555 502
14 Ue 200 x 75x 20 x 2,00 5,92 919 919 919 919 849 742 613 494 407 3434 294
FD L/500
15 Ue 200 x 75x 20 x 2,25 6,63 1050 1050 1050 1050 956 830 690 558 462 390 336
L/500
16 Ue 200 x 75 x 25 x 2,65 7,75 1302 1302 1302 1301 1183 1048 898 741 616 L/500 522 451
L/500 L/500
17 Ue 200 x 75 x 25 x 3,00 8,72 1480 FD L/500 1480 FD L/500 1480 FD L/500 1458 L/500 1327 FL L/350 1180 FL L/350 1018 FL 847 FL 708 FL 604 FL 545 FL

18 Ue 200 x 75 x 25 x 3,35 9,68 1654 1654 1654 1612 FL 1470 1312 1139 L/350 958 805 690 602
19 Ue 200 x 75 x 25 x 4,25 12,08 2084 2084 2084 1996 1830 1650 1460 1261 L/350 1077 935 826
L/350
20 Ue 200 x 75 x 30 x 6,30 18,23 3031 3031 3031 2924 2738 2544 2346 2146 1945 1748 L/350 1567 L/350

21 Ue 250 x 100 x 25 x 2,65 10,04 1972 1972 1972 1972 1972 1925 1787 1636 1446 1234 1051
C L/500 L/500
22 Ue 250 x 100 x 25 x 3,00 11,31 2270 2270 2270 2270 2270 2191 2042 1854 1634 1401 1198
FD L/500
23 Ue 250 x 100 x 25 x 3,35 12,57 2562 L/500 2562 FD L/500 2562 FD L/500 2562 FD L/500 2562 L/500 2470 FL 2281 FL L/350 2061 FL L/350 1823 FL L/350 1573 FL 1349 FL

24 Ue 250 x 100 x 25 x 4,25 15,75 3289 FD 3289 3289 3289 3289 3089 L/350 2851 2593 2320 2032 L/350 1763

25 Ue 250 x 100 x 25 x 4,75 17,48 3678 3678 3678 3678 3651 FL 3418 3163 2890 2601 2301 2011 L/350

26 Ue 300 x 100 x 25 x 2,65 11,08 2698 2698 2698 2665 2566 2438 2255 2056 1798 1520 1291
27 Ue 300 x 100 x 25 x 3,00 12,49 3165 3165 3165 3109 2953 2774 2576 2321 2026 1718 1463
C
28 Ue 300 x 100 x 25 x 3,35 13,88 3548 C L/500 3548 C L/500 3548 L/500 3486 FL L/500 3318 FL L/500 3127 FL L/500 2870 FL L/500 2575 FL L/500 2255 FL L/500 1920 FL L/500 1639 FL L/500

29 Ue 300 x 100 x 25 x 4,25 17,42 4543 4543 4543 4441 4189 3901 3578 3227 1940 2455 2112
30 Ue 300 x 100 x 25 x 4,75 19,34 5023 5023 5023 E 4906 4629 4314 3965 3587 3184 2765 2391
LEGENDA: ESCOAMENTO DA SEÇÃO EFETIVA = E FLAMBAGEM LATERAL COM TORÇÃO = FL FLAMBAGEM POR DISTORÇÃO = FD CORTANTE = C

OBS.: a) Momento resistente de cálculo em kN cm b) As células sombreadas de flecha não atendem ao limite mínimo de L/250 c) As cécluas sombreadas de momento informa que este é insuficiente para uma carga de 700 N / m² na cobertura
54

QUADRO 3 - PERFIL I SIMPLES - VALOR DO MOMENTO RESISTENTE DE CÁLCULO, INDICAÇÃO DO ESTADO LIMITE ÚLTIMO E FLECHA

Massa (kg / m)
VÃO (cm)
Perfil

100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600
Designação

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico
Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo
M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha

1 I 100 x 80 x 1,50 4,12 288 262 224 177 137 L/500 111 L/500 93 L/500 79 68 59 53
L/500 L/500 L/500
2 I 100 x 80 x 2,00 5,44 423 387 336 276 219 175 145 123 108 95 86 L/500
L/350
3 I 100 x 80 x 2,25 6,10 493 453 397 332 260 L/350 209 L/350 175 150 131 117 106
L/350 L/350
4 I 100 x 80 x 2,65 7,12 608 E L/500 561 L/350 493 414 334 272 230 199 L/350 175 L/350 157 L/350 142
FL FL FL FL FL FL FL FL FL FL L/350
5 I 100 x 80 x 3,00 8,02 696 640 564 485 406 335 284 247 219 197 179
6 I 100 x 80 x 3,35 8,88 768 712 636 558 L/250 480 L/250 405 L/250 346 302 269 242 220
L/250 L/250 L/250 L/250 L/250
7 I 100 x 80 x 4,25 11,08 942 893 820 L/250 747 674 603 532 469 419 379 346
8 I 100 x 80 x 6,30 (d) 15,76 893
9 I 150 x 100 x 2,00 7,64 797 768 693 596 483 385 318 269 228 197 173
10 I 150 x 100 x 2,25 8,56 930 897 809 701 L/500 575 L/500 461 381 316 269 243 207
L/500
11 I 150 x 100 x 2,65 10,04 1150 1110 1006 L/500 879 735 587 477 L/500 400 L/500 344 L/500 302 L/500 268 L/500
E L/500 L/500
12 I 150 x 100 x 3,00 11,32 1347 1302 FL 1183 FL 1043 FL 874 FL 697 FL 571 FL 483 FL 418 FL 369 FL 330 FL

13 I 150 x 100 x 3,35 12,56 1545 1496 1364 1190 L/350 1004 L/350 817 675 575 501 443 398
L/350
14 I 150 x 100 x 4,25 15,74 1951 1894 1726 L/350 1545 1357 1168 989 L/350 854 L/350 752 L/350 672 L/350 607 L/350

15 I 150 x 100 x 6,30 (d) 22,68

16 I 200 x 150 x 2,65 14,20 1926 1926 1915 1812 1689 L/500 1546 1384 1204 1032 900 795
L/500
17 I 200 x 150 x 3,00 16,02 2270 2270 2257 2139 1997 1834 1651 1448 1249 1092 L/500 968 L/500
FL L/500
18 I 200 x 150 x 3,35 17,82 2627 E L/500 2627 E L/500 2614 L/500 2478 FL 2319 FL 2136 FL L/350 1933 FL L/350 1711 FL L/350 1484 FL 1301 FL 1156 FL
L/350 L/350
19 I 200 x 150 x 4,25 22,42 3587 3587 3575 3398 3194 2966 2718 2452 2174 1868 1644
L/350 L/350
20 I 200 x 150 x 6,30 32,58 5540 5540 5540 E 5281 L/350 4984 4675 4359 4039 3718 L/250 3398 3084
21 I 250 x 200 x 2,65 18,36 2842 2842 2842 2842 2757 2633 2492 2332 2155 1960 1750
22 I 250 x 200 x 3,00 20,74 3346 3346 3346 3346 3248 3105 L/500 2942 2759 L/500 2556 2334 2093
23 I 250 x 200 x 3,35 23,08 3873 E L/500 3873 E L/500 3873 E L/500 3873 E L/500 3763 FL L/500 3600 FL 3415 FL L/350 3208 FL 2981 FL L/350 2732 FL L/350 2463 FL L/350

24 I 250 x 200 x 4,25 29,10 5320 5320 5320 5320 5178 4964 4723 4457 4168 3857 3521
L/350 L/350
25 I 250 x 200 x 6,30 42,46 8914 8914 8914 8914 8718 8393 8037 7657 7256 6816 6318
26 I 300 x 200 x 2,65 20,44 3743 3743 3743 3743 3599 3421 3217 2986 2729 2445 2145
C
27 I 300 x 200 x 3,00 23,08 4390 4390 4390 4390 4223 4017 3782 3517 3222 2897 2552
L/500 L/500 L/500
28 I 300 x 200 x 3,35 25,72 5064 L/500 5064 E L/500 5064 E L/500 5064 E L/500 4874 FL L/500 4640 FL L/500 4373 FL L/500 4074 FL L/500 3741 FL 3377 FL 2987 FL

29 I 300 x 200 x 4,25 32,44 6905 E 6905 6905 6905 6656 6348 5999 5611 5186 4724 4232
30 I 300 x 200 x 6,30 47,40 11455 11455 11455 11455 11084 10608 10084 9516 8908 L/350 8182 L/350 7435 L/350
LEGENDA: ESCOAMENTO DA SEÇÃO EFETIVA = E FLAMBAGEM LATERAL COM TORÇÃO = FL FLAMBAGEM POR DISTORÇÃO = FD CORTANTE = C
OBS.: a) Momento resistente de projeto em kN cm b) As células sombreadas de flecha não atendem ao limite mínimo de L/250 c) As cécluas sombreadas de momento informa que este é insuficiente para uma carga de 700 N / m² na cobertura d) Perfil não calculado
pelo programa
55

QUADRO 4 - PERFIL I ENRIJECIDO - VALOR DO MOMENTO RESISTENTE DE CÁLCULO, INDICAÇÃO DO ESTADO LIMITE ÚLTIMO E FLECHA

VÃO (cm)

Massa (kg / m)
Perfil

100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600
Designação

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico
Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo
M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha

1 Ie 100 x 80 x 17 x 1,50 3,80 399 399 392 346 292 233 185 152 L/350 128 110 96
L/350 L/350
2 Ie 100 x 80 x 17 x 2,00 6,30 530 530 510 453 390 322 261 218 186 163 144 L/350

3 Ie 100 x 80 x 17 x 2,25 7,04 593 593 566 506 440 370 L/250 303 L/250 255 220 193 172
FD L/500 FD L/350 FL L/250 FL L/250 FL L/250 FL FL FL FL FL FL
4 Ie 100 x 80 x 17 x 2,65 8,18 689 689 655 590 521 449 378 321 L/250 279 247 222
L/250 L/250
5 Ie 100 x 80 x 17 x 3,00 9,16 768 768 730 663 593 521 449 385 337 300 271 L/250

6 Ie 100 x 80 x 17 x 3,35 10,10 844 844 803 735 665 594 L/245 523 L/240 455 400 358 324
7 Ie 150 x 120 x 20 x 2,00 9,32 1154 1154 1154 1154 1116 1015 901 778 650 L/350 549 472
8 Ie 150 x 120 x 20 x 2,25 10,42 1305 1305 1305 1305 FL 1244 1133 1010 876 738 626 L/350 540
L/350
9 Ie 150 x 120 x 20 x 2,65 12,18 1540 1540 1540 1540 1445 1320 1184 1037 885 756 657
10 Ie 150 x 120 x 20 x 3,00 13,68 1738 FD L/500 1738 FD L/500 1738 FD L/350 1738 L/350 1617 FL L/250 1482 FL L/250 1337 FL L/250 1182 FL L/250 1022 FL 879 FL 768 FL
L/250
11 Ie 150 x 120 x 20 x 3,35 15,14 1931 1931 1931 1931 1786 1643 1763 1330 1164 1010 888
FD L/250
12 Ie 150 x 120 x 20 x 4,25 18,82 2398 2398 2398 2398 2207 2051 1889 1723 1555 1388 1235 L/250

13 Ie 150 x 120 x 20 x 4,75 20,78 2639 2639 2639 2639 2433 2274 2111 1946 1779 1613 1452
14 Ie 200 x 150 x 20 x 2,00 11,84 1838 1838 1838 1838 L/500 1838 1836 1715 1570 1390 1196 1016
L/350 L/350
15 Ie 200 x 150 x 20 x 2,25 13,26 2100 2100 2100 2100 2100 2081 1936 1754 1556 1341 L/350 1144

16 Ie 200 x 150 x 25 x 2,65 15,50 2603 2603 2603 2603 2603 2571 2396 2203 1992 1766 1531 L/350
FL L/350
17 Ie 200 x 150 x 25 x 3,00 17,44 2959 FD L/500 2959 FD L/500 2959 FD L/500 2959 FD L/350 2959 2881 FL L/350 2687 FL L/350 2475 FL 2245 FL 2000 FL 1745 FL
L/250 L/250
18 Ie 200 x 150 x 25 x 3,35 19,36 3307 3307 3307 3307 3307 3184 2974 2745 2498 2237 L/250 1967

19 Ie 200 x 150 x 25 x 4,25 24,16 4164 4164 4164 4164 4164 3941 3695 3432 3155 2866 2569 L/250

20 Ie 200 x 150 x 30 x 6,30 36,46 4617 4617 4617 4617 L/500 4617 FD L/500 4347 4087 3811 L/350 3524 L/350 3227 L/350 2924 L/350

21 Ie 250 x 200 x 25 x 2,65 20,08 3944 3944 3944 3944 L/350 3944 3944 3944 3937 3766 3559 3338
C L/350 L/250 L/250 L/230 L/210 L/200 L/195 L/195
22 Ie 250 x 200 x 25 x 3,00 22,62 4539 4539 4539 4539 L/250 4539 4539 4539 4498 4289 4065 3795
23 Ie 250 x 200 x 25 x 3,35 25,14 5123 L/500 5123 FD L/500 5123 FD 5123 FD 5123 FD L/500 5123 FD 5123 FD 5061 FL 4836 FL 4535 FL 4212 FL

24 Ie 250 x 200 x 25 x 4,25 31,50 6575 FD 6575 6575 L/500 6575 L/500 6575 6575 L/350 6575 L/350 6353 L/350 6019 L/350 5660 L/250 5280 L/250
L/350
25 Ie 250 x 200 x 25 x 4,75 34,96 7351 7351 7351 7351 7351 7351 7351 7022 6661 6276 5871
26 Ie 300 x 200 x 25 x 2,65 22,16 5395 5395 5395 5395 5395 5284 5133 L/500 4959 4698 4413 4110
C C
27 Ie 300 x 200 x 25 x 3,00 24,98 6328 6328 C 6328 6328 6328 6145 5906 5641 5352 5044 4633
28 Ie 300 x 200 x 25 x 3,35 27,76 7095 C L/500 7095 L/500 7095 L/500 7095 L/500 7095 FL L/500 6891 FL L/500 6633 FL 6350 FL L/350 6007 FL L/350 5588 FL L/350 5137 FL L/350
L/350
29 Ie 300 x 200 x 25 x 4,25 34,84 9802 9802 9802 E 9802 E 9802 8757 8369 7939 7469 6962 6420
E
30 Ie 300 x 200 x 25 x 4,75 38,68 10041 10041 10041 10041 10041 9672 9245 8773 8261 7712 7129
LEGENDA: ESCOAMENTO DA SEÇÃO EFETIVA = E FLAMBAGEM LATERAL COM TORÇÃO = FL FLAMBAGEM POR DISTORÇÃO = FD CORTANTE = C

OBS.: a) Momento resistente de cálculo em kN cm b) As células sombreadas de flecha não atendem ao limite mínimo de L/250 c) As cécluas sombreadas de momento informa que este é insuficiente para uma carga de 700 N / m² na cobertura
56

QUADRO 5 - PERFIL CAIXA - VALOR DO MOMENTO RESISTENTE DE CÁLCULO, INDICAÇÃO DO ESTADO LIMITE ÚLTIMO E FLECHA

Massa (kg / m)
VÃO (cm)
100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600
Perfil

Designação

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico
Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo
M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha MRd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha

1 Cx 100 x 80 x 17 x 1,50 3,80 432 432 432 432 432 432 432 432 432 432 432

2 Cx 100 x 80 x 17 x 2,00 6,30 561 561 561 561 561 561 561 561 561 561 561

3 Cx 100 x 80 x 17 x 2,25 7,04 623 623 623 623 623 623 623 623 623 623 623
E L/500 E L/350 E L/250 E L/235 E L/195 E L/165 E L/145 E L/130 E L/115 E L/105 E L/95
4 Cx 100 x 80 x 17 x 2,65 8,18 717 717 717 717 717 717 717 717 717 717 717

5 Cx 100 x 80 x 17 x 3,00 9,16 795 795 795 795 795 795 795 795 795 795 795

6 Cx 100 x 80 x 17 x 3,35 10,10 870 870 870 870 870 870 870 870 870 870 870

7 Cx 150 x 120 x 20 x 2,00 9,32 1272 1272 1272 1272 1272 1272 1272 1272 1272 1272 1272

8 Cx 150 x 120 x 20 x 2,25 10,42 1418 1418 1418 1418 1418 1418 1418 1418 1418 1418 1418

9 Cx 150 x 120 x 20 x 2,65 12,18 1645 1645 1645 1645 1645 1645 1645 1645 1645 1645 1645

10 Cx 150 x 120 x 20 x 3,00 13,68 1838 E L/500 1838 E L/500 1838 E L/350 1838 E L/350 1838 E L/250 1838 E L/250 1838 E L/220 1838 E L/195 1838 E L/175 1838 E L/160 1838 E L/145

11 Cx 150 x 120 x 20 x 3,35 15,14 2025 2025 2025 2025 2025 2025 2025 2025 2025 2025 2025

12 Cx 150 x 120 x 20 x 4,25 18,82 2479 2479 2479 2479 2479 2479 2479 2479 2479 2479 2479

13 Cx 150 x 120 x 20 x 4,75 20,78 2715 2715 2715 2715 2715 2715 2715 2715 2715 2715 2715

14 Cx 200 x 150 x 20 x 2,00 11,84 2010 C 2010 2010 2010 L/500 2010 2010 2010 2010 2010 L/250 2010 L/230 2010 L/210
L/350
15 Cx 200 x 150 x 20 x 2,25 13,26 2320 2320 2320 2320 2320 2320 2320 2320 2320 L/245 2320 L/220 2320 L/200

16 Cx 200 x 150 x 25 x 2,65 15,50 2857 2857 2857 2857 2857 2857 2857 2857 2857 2857 2857

17 Cx 200 x 150 x 25 x 3,00 17,44 3201 L/500 3201 E L/500 3201 E L/500 3201 E 3201 E L/350 3201 E 3201 E L/250 3201 E L/250 3201 E 3201 E 3201 E
E L/350
18 Cx 200 x 150 x 25 x 3,35 19,36 3539 3539 3539 3539 3539 3539 L/250 3539 3539 3539 L/235 3539 L/215 3539 L/195

19 Cx 200 x 150 x 25 x 4,25 24,16 4370 4370 4370 4370 4370 4370 4370 4370 4370 4370 4370

20 Cx 200 x 150 x 30 x 4,75 36,46 6232 6232 6232 6232 6232 6232 6232 6232 6232 6232 6232

21 Cx 250 x 200 x 25 x 2,65 20,08 4221 4221 4221 4221 4221 4221 4221 4221 L/350 4221 4221 4221

22 Cx 250 x 200 x 25 x 3,00 22,62 4964 4964 4964 4964 4964 L/500 4964 4964 4964 4964 4964 4964 L/250

23 Cx 250 x 200 x 25 x 3,35 25,14 5565 C L/500 5565 E L/500 5565 E L/500 5565 E L/500 5565 E 5565 E L/350 5565 E L/350 5565 E 5565 E L/250 5565 E L/250 5565 E
L/250
24 Cx 250 x 200 x 25 x 4,25 31,50 7116 7116 7116 7116 7116 7116 7116 7116 7116 7116 7116
L/350 L/245
25 Cx 250 x 200 x 25 x 6,30 34,96 7860 7860 7860 7860 7860 7860 7860 7860 7860 7860 7860

26 Cx 300 x 200 x 25 x 2,65 22,16 5394 5394 5394 5394 5394 5394 5394 5394 5394 5394 5394

27 Cx 300 x 200 x 25 x 3,00 24,98 6327 6327 6327 6327 6327 6327 6327 6327 6327 6327 6327
E
28 Cx 300 x 200 x 25 x 3,35 27,76 7094 C L/500 7094 L/500 7094 E L/500 7094 E L/500 7094 E L/500 7094 E L/500 7094 E L/350 7094 E L/350 7094 E L/350 7094 E L/250 7094 E L/250

29 Cx 300 x 200 x 25 x 4,25 34,84 9079 9079 9079 9079 9079 9079 9079 9079 9079 9079 9079

30 Cx 300 x 200 x 25 x 4,75 38,68 10037 10037 C 10037 10037 10037 10037 10037 10037 10037 10037 10037
LEGENDA: ESCOAMENTO DA SEÇÃO EFETIVA = E FLAMBAGEM LATERAL COM TORÇÃO = FL FLAMBAGEM POR DISTORÇÃO = FD CORTANTE = C

OBS.: a) Momento resistente de cálculo em kN cm b) As células sombreadas de flecha não atendem ao limite mínimo de L/250 c) As cécluas sombreadas de momento informa que este é insuficiente para uma carga de 700 N / m² na cobertura
57

QUADRO 6 - PERFIL CAIXA - VALOR DO MOMENTO RESISTENTE DE CÁLCULO, INDICAÇÃO DO ESTADO LIMITE ÚLTIMO E FLECHA

Massa (kg / m)
VÃO (cm)
100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600
Perfil

Designação

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico

crítico
Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo

Modo
M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha MRd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha M Rd Flecha

1 Cx 100 x 80 x 17 x 1,50 3,80 432 432 432 412 344 295 258 229 206 187 172

2 Cx 100 x 80 x 17 x 2,00 6,30 561 561 561 533 444 380 333 296 266 242 222

3 Cx 100 x 80 x 17 x 2,25 7,04 623 623 623 589 491 421 368 327 295 268 240
E L/500 E L/350 E L/250 E L/250 E L/250 E L/250 E L/250 E L/250 E L/250 E L/250 E L/250
4 Cx 100 x 80 x 17 x 2,65 8,18 717 717 717 676 563 483 423 376 338 307 280

5 Cx 100 x 80 x 17 x 3,00 9,16 795 795 795 747 622 534 467 415 374 340 310

6 Cx 100 x 80 x 17 x 3,35 10,10 870 870 870 814 678 581 509 452 407 370 340

7 Cx 150 x 120 x 20 x 2,00 9,32 1272 1272 1272 1272 1272 1272 1140 1014 913 830 760

8 Cx 150 x 120 x 20 x 2,25 10,42 1418 1418 1418 1418 1418 1418 1270 1128 1015 923 845

9 Cx 150 x 120 x 20 x 2,65 12,18 1645 1645 1645 1645 1645 1645 1468 1305 1175 1068 979

10 Cx 150 x 120 x 20 x 3,00 13,68 1838 E L/500 1838 E L/500 1838 E L/350 1838 E L/350 1838 E L/250 1838 E L/250 1637 E L/250 1455 E L/250 1310 E L/250 1191 E L/250 1092 E L/250

11 Cx 150 x 120 x 20 x 3,35 15,14 2025 2025 2025 2025 2025 2025 1800 1600 1440 1308 1200

12 Cx 150 x 120 x 20 x 4,25 18,82 2479 2479 2479 2479 2479 2479 2189 1946 1752 1592 1460

13 Cx 150 x 120 x 20 x 4,75 20,78 2715 2715 2715 2715 2715 2715 2389 2124 1911 1738 1594

14 Cx 200 x 150 x 20 x 2,00 11,84 2010 C 2010 2010 2010 L/500 2010 2010 2010 2010 2010 1842 1688
L/350
15 Cx 200 x 150 x 20 x 2,25 13,26 2320 2320 2320 2320 2320 2320 2320 2320 2276 2068 1895

16 Cx 200 x 150 x 25 x 2,65 15,50 2857 2857 2857 2857 2857 2857 2857 2857 2734 2485 2278

17 Cx 200 x 150 x 25 x 3,00 17,44 3201 L/500 3201 E L/500 3201 E L/500 3201 E 3201 E L/350 3201 E 3201 E L/250 3201 E L/250 3058 E L/250 2779 E L/250 2549 E L/250
E L/350
18 Cx 200 x 150 x 25 x 3,35 19,36 3539 3539 3539 3539 3539 3539 L/250 3539 3539 3374 3068 2812

19 Cx 200 x 150 x 25 x 4,25 24,16 4370 4370 4370 4370 4370 4370 4370 4370 4148 3771 3457

20 Cx 200 x 150 x 30 x 6,30 36,46 6232 6232 6232 6232 6232 6232 6232 6232 5853 5322 4879

21 Cx 250 x 200 x 25 x 2,65 20,08 4221 4221 4221 4221 4221 4221 4221 4221 L/350 4221 4221 4221

22 Cx 250 x 200 x 25 x 3,00 22,62 4964 4964 4964 4964 4964 L/500 4964 4964 4964 4964 4964 4964

23 Cx 250 x 200 x 25 x 3,35 25,14 5565 C L/500 5565 E L/500 5565 E L/500 5565 E L/500 5565 E 5565 E L/350 5565 E L/350 5565 E 5565 E L/250 5565 E L/250 5565 E L/250
L/250
24 Cx 250 x 200 x 25 x 4,25 31,50 7116 7116 7116 7116 7116 7116 7116 7116 7116 7116 7066
L/350
25 Cx 250 x 200 x 25 x 4,75 34,96 7860 7860 7860 7860 7860 7860 7860 7860 7860 7860 7788

26 Cx 300 x 200 x 25 x 2,65 22,16 5394 5394 5394 5394 5394 5394 5394 5394 5394 5394 5394

27 Cx 300 x 200 x 25 x 3,00 24,98 6327 6327 6327 6327 6327 6327 6327 6327 6327 6327 6327
E
28 Cx 300 x 200 x 25 x 3,35 27,76 7094 C L/500 7094 L/500 7094 E L/500 7094 E L/500 7094 E L/500 7094 E L/500 7094 E L/350 7094 E L/350 7094 E L/350 7094 E L/250 7094 E L/250

29 Cx 300 x 200 x 25 x 4,25 34,84 9079 9079 9079 9079 9079 9079 9079 9079 9079 9079 9079

30 Cx 300 x 200 x 25 x 4,75 38,68 10037 10037 C 10037 10037 10037 10037 10037 10037 10037 10037 10037
LEGENDA: ESCOAMENTO DA SEÇÃO EFETIVA = E FLAMBAGEM LATERAL COM TORÇÃO = FL FLAMBAGEM POR DISTORÇÃO = FD CORTANTE = C

OBS.: a) Momento resistente de cálculo em kN cm b) As células sombreadas de flecha não atendem ao limite mínimo de L/250 c) As cécluas sombreadas de momento informa que este é insuficiente para uma carga de 700 N / m² na cobertura
58

6 ANÁLISE DOS DADOS

A partir dos resultados fornecidos pelas tabelas, é possível analisar não só o


funcionamento de cada seção transversal individualmente, mas de que forma o
comportamento das seções é alterado à medida que se aumenta os vãos e a rigidez da viga e
como é possível comparar as soluções possíveis, utilizando-se os dados contidos em uma
tabela ou comparando-se os dados de várias tabelas.
Para a análise da flecha, basta compreender-se que ela varia diretamente com a carga
aplicada e com o vão da viga elevado a terceira ou quarta potência e, inversamente, com a
rigidez da seção transversal. Ao se analisar as tabelas, nota-se que as flechas realmente
aumentam com os vãos e diminuem com o aumento da rigidez, isto se não considerarmos a
carga aplicada. Quando ocorre um aumento de resistência, com conseqüente aumento de
carga, que pode ser aplicada na peça, têm-se situações interessantes. Por exemplo, na tabela 3
o perfil I 150 x 120 x 2,65 para um vão de 3,5m atende a um limite de flecha de l/500,
enquanto que o perfil I 200 x 150 x 2,65 que possui a mesma espessura do anterior, porém
com maior rigidez, para este vão atende a um limite de flecha menor, de l/350, isto é a flecha
do segundo perfil com rigidez maior é maior do que a flecha do primeiro. Isso ocorre por quê,
neste caso, o aumento de rigidez da viga resulta num aumento considerável da resistência, que
implica em aumento considerável do carregamento máximo possível a se aplicar na viga,
aumentando-se portanto a flecha.
No caso de perfis de seção fechada (tabela 5), o comportamento das flechas torna-se
peculiar em relação ao que ocorreu nas demais tabelas, pois na tabela 5 o aumento dos vãos
sempre acarretou flechas excessivas em uma quantidade razoável (em torno de 30% das
ocorrências) desses perfis, quando nas outras tabelas isto atingia no máximo 4%. Isto é devido
a que, nos perfis de seção fechada, a ruptura se dá por escoamento e não por quaisquer modos
de instabilidade, tendo-se, assim, uma maior eficiência da seção transversal do perfil,
resultando em que o carregamento aplicado tenha grande influência no valor da flecha.
Analisando a tabela 1 de perfis U simples, é possível notar que, na grande maioria dos
casos, o modo de instabilidade predominante é o de flambagem lateral com torção. Por se
tratar um perfil de seção aberta, esse comportamento já era esperado. Nesta tabela, a ruptura
teórica por escoamento ocorre somente para as peças com menor momento de inércia e maior
espessura e para os vãos de 1,00m e 1,50m. A razão deste comportamento é devido à
tendência do valor da resistência à flambagem lateral ser igual ao valor da resistência ao
escoamento para vãos menores e ser menor à medida que se aumenta o vão.
59

Esse comportamento se repete na tabela 2 para perfis U enrijecidos, surgindo, porém, o


fenômeno da flambagem por distorção que ocorre antes da flambagem lateral para vãos
menores e apresenta uma tendência de surgimento para vãos maiores a medida que o
momento de inércia da seção é incrementado. Pode-se sustentar a afirmação que a flambagem
por distorção é um fenômeno característico de perfis com enrijecedor de borda conforme foi
discutido no item 2.3.2, ao observar que, de fato, esse tipo de instabilidade só aparece nos
quadros para perfis do tipo U e I enrijecidos.
Para a tabela 3 de perfis I simples, a flambagem lateral com torção continua
predominante e os modos de colapso chegam a acontecer para vãos de no máximo 2,50m nos
perfis mais rígidos. Analisando as expressões 3.18 a 3.24 pode-se afirmar que o momento
resistente de cálculo referente à flambagem lateral com torção diminui proporcionalmente
com o fator de redução (ρFLT) e para esse fator ser menor o momento fletor de flambagem
lateral com torção (Me) também deve ter valor inferior. Como este momento depende
diretamente das forças normais de flambagem elástica e do raio de giração polar, chega-se a
conclusão que, de fato, a ocorrência do fenômeno da flambagem lateral com torção aumenta
para vãos menores e seções transversais de menor inércia.
O perfil I enrijecido (tabela 4) se comporta de maneira análoga ao U enrijecido com um
aumento na ocorrência da instabilidade distorcional, isso acontece devido ao aumento da
forma da seção transversal e ao enrijecimento das bordas.
Com relação a análise dos momentos resistentes, verificou-se o incremento da
resistências em duas comparações distintas. A primeira comparação foi feita entre perfis de
uma mesma tabela e de mesma seção transversal aumentando-se a espessura. Nesta
comparação observou-se que de maneira geral os acréscimos mais acentuados de resistência
se deram na variação da espessura de 1,50mm para 2,00mm (média entre 45% e 60% para
perfis U, Ue e I; e 30% para perfis Ie e Cx), de 3,35mm para 4,25mm (média de 40%) e de
4,25mm para 6,30mm (média de 70%) para perfis sem enrijecedor de borda, para os demais
os acréscimos ficaram em torno de 15% e 25%. A segunda comparação foi feita entre as
tabelas 1 e 2 levando em consideração o enrijecimento da mesa dos perfis U simples,
constatando-se que o perfil U 150 x 50 x t apresentou altos acréscimos sendo mais acentuados
para os vãos intermediários e para perfis com menor espessura como, por exemplo, para o
perfil U 150 x 50 x 2,00 quando acrescentou-se o enrijecedor de borda utilizando o perfil Ue
150 x 60 x 20 x 2,00 a resistência aumentou 163%.
60

CONCLUSÃO

Neste trabalho foram apresentados os fundamentos teóricos para uma breve


compreensão a respeito do que são os perfis formados a frio, as particularidades do seu
comportamento estrutural, as prescrições e recomendações normativas a respeito do seu
dimensionamento, um exemplo prático, e tabelas de pré-dimensionamento para vigas
submetidas à flexão simples, principal objetivo deste.
Constatou-se a real utilidade das tabelas, que podem ser mais uma ferramenta de
trabalho e estudo no dia-a-dia de profissionais e estudantes.
Analisando-se os resultados das tabelas, pode-se constatar a susceptibilidade dos perfis
de seção aberta ao fenômeno da flambagem lateral com torção, devido à elevada ocorrência
deste na maioria dos casos mesmo para vãos relativamente pequenos, decorrente da
característica peculiar destes perfis estarem sujeitos a esforços aplicados fora do centro de
torção da seção transversal.
A escolha por fornecer dados referentes à flecha também se mostrou muito útil, dando
maior relevância aos demais dados demonstrados.
Os perfis de seção composta como já se sabia, são mais rígidos do que os perfis de
seção simples e têm maior capacidade resistente evidentemente, entretanto, essa maior
capacidade tornou o modo de colapso referente ao escoamento da peça predominante e os
altos valores de resistência tornaram os deslocamentos mais elevados.
Apesar das vantagens e facilidades proporcionadas pelas tabelas, é importante comentar
a respeito das suas limitações, principalmente por não abranger todos os tipos de solicitações
como: tração, compressão centrada e flexo-compressão. As verificações de momento fletor e
força cortante combinados não foram feitas pelo fato de não haver coerência em se realizar
esses cálculos sem a informação precisa dos esforços que solicitam a viga e por essa
verificação resultar em conclusões consideravelmente divergentes ao se comparar condições
de vínculo no apoio e tipo de carregamentos diferentes ao que se estabeleceu neste trabalho.
Pelos motivos citados, portanto, seria de grande interesse a continuidade na elaboração destas
tabelas que dariam aos engenheiros e estudantes uma maior e mais completa quantidade de
informações.
61

REFERÊNCIAS

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