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Estar no adulto: estar na força do presente

Somente no presente estamos no máximo de nossa força. Somente estando presente podemos ajudar o
cliente a estar na sua força. Hellinger resume o estar presente com estas três palavras: força, concentração e
ação.

Nosso estar presente é descontínuo quando não temos consciência dele. A todo momento
experimentamos o bifásico da vida: vivemos alternância de momentos presentes e momentos “ hipnotizados” ou
ligados com o passado, o nosso ou o de um antepassado. Com o crescimento espiritual somos mais conscientes
desses momentos e passamos cada vez mais tempo no presente.

A Análise Transacional ajuda-nos a identificar esses momentos em que não estamos na realidade.
Descreve os comportamentos típicos do adulto: atitude, pensamentos, ação, emoções e também as condutas que
nos indicam que já não estamos presentes por estarmos imitando alguém do passado, vivendo no passado ou no
futuro. Só o adulto está na realidade e, frequentemente, esse adulto se vê puxado por gravações arcaicas que
provem da infância ou de gerações anteriores, que lhe tiram a força para atuar. Enquanto estamos atuando em
sintonia com o presente, se começa a surgir uma dificuldade ou um detalhe leva-nos, inconscientemente, a uma
situação similar da nossa infância ou de algum familiar, sem nos darmos conta, vamos reviver a emoção não
superada na época, de medo, vergonha ou impotência, ou de juiz ou salvador, tornando-se como um dos pais
naquele momento. Essa regressão a um estado infantil tira-nos toda a capacidade e adequação à realidade.
Somente com a decisão pessoal de assumir o presente, às vezes com a ajuda de um profissional, voltamos à
nossa capacidade de ação.

Não há ajuda possível que não estamos em nosso Estado Adulto.

Os estados do Eu

Eric Berne, o fundador da Análise Transacional, criou os conceitos metodológicos e fenomenológicos dos
“Estados do Eu” que permitem ter uma visão estrutural da personalidade, eficiente, curadora e totalmente
abrangente.

Hellinger refere-se frequentemente a ela. Quando fala na força, de estar na força, de verificar se alguém
tem mais ou menos força, refere-se ao Estado Adulto, a força inerente do Estado Adulto.

Quando se age, sente ou pensa movido inconscientemente pela lembrança de uma gravação antiga, que
se recebeu de uma pessoa de sua infância, está em seu Estado Pai, está num comportamento emprestado,
vinculado à boa consciência. São manifestações deste estado do Eu: ajudar alguém com problemas, dar
conselhos, julgar, desqualificar, dar ordens, comunicar ou ensinar crenças pessoais, agir a partir do “eu devo,
tenho que”.

Quando se age, sente ou pensa de acordo com o aqui e agora, externo e interno, está em seu Estado
Adulto. Está na força, na ação, na criação, na comunicação. São manifestações deste Estado do Eu: respiração
profunda, realismo, escutar, negociar, participar, realizar, refletir antes de agir, compromisso e responsabilidade,
ter senso de humor.

Quando se age, sente ou pensa movido pela lembrança inconsciente de uma gravação antiga, que
recebeu de uma sensação interna, emoção ou sensação, está em seu Estado Criança, está em um comportamento
arcaico, vinculado ao vitimismo. São manifestações desse estado do Eu: ter medo de falar em público, roer as
unhas, ter desejos de comer doce quando se está de regime, ficar com raiva diante de uma contrariedade,
precisar de gurus ou “pais” espirituais, agir a partir do “eu não posso, tenho que”.

Fonte: livro Empezar a constelar, de Brigitte Champetier de Ribes, ainda não editado em português.

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