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ESTUDO DAS PARÁBOLAS

DE JESUS
UMA BREVE INTRODUÇÃO

Esse é um estudo das parábolas de Jesus feito por mim (Hingryd Lorenna -
@hingrydls) com a minha visão, meu discernimento e estudo; eu não
tenho como propósito te dar uma verdade absoluta eu tenho como
propósito te passar aquilo que o Espírito Santo ministrou em meu coração
da forma mais simples e “Hingryd filha de ser” haha.

Espero que as minhas palavras não sejam o seu contato “direto” com
Deus, mas uma ponte, um impulso para que uma chama de amor pela
palavra seja despertada em você, e te leve a conhece-lo, ouvi-lo não por
meio de um “terceiro” mas por um encontro direto, face a face.

Eu oro para que isso aqui seja apenas uma pontinha de um iceberg, e que
ao mergulhar nas parábolas de Jesus e entender a simplicidade e ao
mesmo tempo a profundidade das suas palavras, você consiga destravar
todo esse receio em ler a Bíblia.

MEU PRIMEIRO PASSO


(​E ESPERO QUE O SEU TAMBEM... HAHA)

PARE! Literalmente PARE! Pare de ler e por um momento dobre os seus


joelhos! Você pode se perguntar por quê? É realmente necessário?
Preste muita atenção no que eu vou te dizer: Antes de começar a ler a
bíblia entenda de fato que o objetivo do inimigo é te fazer não entender,
ter dúvidas, questionar, não guardar as palavras no seu coração, te
desanimar. Mas por que ele faz isso? Porque o inimigo sabe que esse livro,
essas palavras, podem gerar vida dentro de você e consequentemente
gerar vida em outras pessoas. Então ler a bíblia não é uma ação comum
sem ataque espiritual, isso é algo poderoso, então antes de começar a ler
SEMPRE ORE E PEÇA PARA QUE O ESPÍRITO SANTO TE GUIE NA SUA
LEITURA e pra que toda e qualquer interpretação venha da parte dos céus
e faça raízes no seu coração.

OROU? ENTÃO VAMOS CONTINUAR...

POR QUE JESUS ENSINAVA POR MEIO DE PARÁBOLAS?


(VOCÊ JÁ SE FEZ ESSA PERGUNTA?)

- “Hingryd pra começar eu nem sei o que é parábola”


- ok, vamos a um belo resumo:

significado de parábola​: Segundo o bom e velho dicionário: é uma


narrativa alegórica que transmite uma mensagem indireta, por meio de
comparação ou analogia.

Por que Jesus escolheu esse de estilo de linguagem? Alguns acreditam que
era simplesmente para tornar os seus ensinamentos de fácil compreensão,
já que os objetos utilizados nas histórias eram objetos e situações do dia a
dia, ou seja, repletos de aspectos familiares; para tornar os seus
ensinamentos mais “acessíveis e agradáveis..” boa ideia já que estudos
dizem que a nossa mente humana consegue “prestar mais atenção e
guardar” uma história do que algo mais metódico.

Como diz John Mac Arthur: ​Era sem dúvida, um método brilhante de
revelar mistérios eternos às mentes humildes. As parábolas de Jesus
certamente mostram que até mesmo as histórias e as ilustrações mais
singelas podem ser ferramentas eficazes para o ensino das verdades mais
sublimes...Quer comunicar uma mensagem ou levantar uma questão?
Conte uma história. Foi o que Jesus fez.

Lá em Marcos 4:33,34 diz: ​Com muitas parábolas semelhantes Jesus lhes


anunciava a palavra, tanto quanto podiam receber. Não lhes dizia nada
sem usar alguma parábola. Quando, porém, estava a sós com os seus
discípulos, explicava-lhes tudo. 

Esse versículo com certeza me fez refletir muito a respeito da “estratégia”


de Jesus de pregar o evangelho, e como ele tinha a consciência a respeito
do que ele estava fazendo. Entenda o que está sendo dito aqui: ​“com
muitas parábolas semelhantes Jesus lhes anunciava o evangelho”, se
você ler os versículos anteriores verá que está repleto de parábolas, talvez
a pessoa que estava descrevendo essas parábolas, decidiu parar e resumiu
pra gente da seguinte maneira: está vendo essa maneira de pregar o
evangelho que eu acabei de escrever pra vocês, pois é, Ele continuou
pregando semelhante a essas.. ​“tanto quanto podiam receber...” ​o que
significa isso? Discernimento! Por mais que a lógica aqui seja que as
parábolas são algo de fácil compreensão, Jesus tinha discernimento sobre
o que seria bom e ruim de ser dito naquele momento; Precisamos ter
discernimento, o que você acha mais “certo”? Falar errado na hora certa?
Ou falar certo na hora errada? Os dois são ausência de discernimento;
tanto o falar, quanto o tempo precisa estar alinhado com Deus, tome
cuidado! ​“...Quando, porém, estava a sós com os seus discípulos,
explicava-lhes tudo...” isso não é extremamente incrível e poderoso?
Jesus contava parábolas para multidões mas a explicação delas era feita
no particular com os seus discípulos; entenda isso, para multidões só o
leitinho basta, só o “mamão com açúcar”, mas para discípulos, para
aqueles que vão continuar pregando o evangelho aqui na terra, esses não
podem ser apenas um papagaio de histórias, eles precisam entender o que
estão pregando, eles precisam ter fundamento nas suas palavras, por mais
simples que elas pareçam quando saem pela boca, são profundas de
verdades e ensinamentos.

Então por que estudar as parábolas de Jesus? Porque você não é uma
multidão que se contenta com leite, não basta apenas ouvi-las, ou lê-las
como se fossem histórias qualquer, você precisa estar entre os discípulos
aqueles com quem Jesus podia dividir a profundidade de suas palavras;
aqueles que recebiam explicações do próprio Jesus. Eu creio que Jesus vai
te explicar todas essas parábolas no secreto ​“...Quando, porém, estava a
sós com os seus discípulos, explicava-lhes tudo...”.​

Agora vai lá em Mateus 13:10-17: ​"Chegando-se a ele os discípulos,


disseram-lhe: 'Por que razão lhes falas por meio de parábolas?' Ele
respondeu-lhes: 'Porque a vocês foi dado o conhecimento dos mistérios
do Reino dos céus, mas a eles não. A quem tem será dado (ainda mais), e
terá em abundância, mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
Por isso lhes falo em parábolas: “porque vendo eles, não veem, e
ouvindo não ouvem nem entendem.” Neles se cumpre a profecia de
Isaías (6,9-10), que diz: Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca
entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão; Pois o
coração desse povo se tornou insensível, de má vontade ouviram com os
seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver
com os olhos, ouvir com os ouvidos entender com o coração e
converter-se, e eu os curaria.

O propósito das palavras era revelar as verdades ocultas do reino de Deus,


porém, não a todos (certo?). Enquanto elas ilustravam, esclareciam a
verdade para aquele que tinha ouvidos para ouvir, elas tinham justamente
o efeito contrário para aqueles que se opunham\opõem e
rejeitavam\rejeitam a Cristo. As parábolas eram uma espécie de “divisor”
entre a joio e o trigo. Eram como uma “penetrante espada de dois gumes”
para determinar o coração, as intenções de seus ouvintes, se eram
humildes e contritos ou orgulhosos, descrentes, incrédulos. Não, eu não
estou “sugerindo” que as parábolas eram apenas um reflexo da
severidade com que Deus condena a descrença dos seus ouvintes, pois
elas também eram uma expressão da sua misericórdia.

Observe como Jesus (citando a profecia de Isaías) descreveu os incrédulos


que andavam entre aqueles que o seguiam. Eles haviam entupido seus
ouvidos e fechado seus olhos firmemente, caso contrário poderiam
“entender com o coração e converter-se, e eu os curaria...”.

A razão profunda da pregação em parábolas deve ser buscada em uma


ação combinada da misericórdia e da justiça de Deus: "porque não
eram capazes ou dignos" de receber abertamente a doutrina de Cristo...

​ or que não eram capazes? ​Porque eles imaginavam um Messias


- P
completamente diferente, eles imaginavam que o Messias viria em forma
de um rei, forte, poderoso, rico, que esmagaria todos os inimigos de Israel,
e os encheria de felicidades e riquezas temporais. Porém Jesus pregava
um evangelho simples, desprezando todos os bens materiais, indo
contramão de tudo que se esperava. Jesus pregava o pão da verdade na
forma que podiam compreender, deixando a seus discípulos o cuidado, a
responsabilidade de expô-la no tempo certo, na medida que eles fossem
capazes de assimilá-la e compreendê-la.

- Por que não eram dignos? ​Por conta da sua incredulidade. Como
lamentava Jesus: "vendo não veem e ouvindo não ouvem nem
entendem". Esse povo viu Jesus fazer vários milagres, sinais e maravilhas,
mas não creram. E até quando “puderam ver” não viram, exemplo:
Quando Jesus ressuscitou Lazaro muitos creram em Jesus, mas (João
12:9-11) fizeram planos para matar Lazaro. ​As metáforas presentes nas
parábolas escondem a verdade daqueles que não desejam procurar o real
significado delas ao serem expostas por Cristo. Foi por isso que Jesus
adotou essa forma de ensinar. Era uma forma de trazer juízo divino
instantâneo para àqueles que não recebiam seus ensinamentos com o
devido respeito e crença. Era uma forma de chegar a todos, não
simplificando, mas identificando a real intenção do coração de cada
ouvinte.

Resumindo, as parábolas de Jesus tinha um proposito duplo claro: elas


escondiam a verdade das pessoas satisfeitas consigo mesmas, que se
consideravam sofisticadas demais para aprender algo dele, enquanto a
mesma parábola revelava a verdade ás almas ansiosas que tinham a fé de
uma criança – àquelas pessoas que tinha fome e sede de justiça. Jesus
agradeceu ao Pai por ambos os resultados: “Eu te louvo, Pai, Senhor dos
céus e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as
revelastes aos pequenininhos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado (Mt
11:25 – 26 )

Richard Chenevix Trench (1878) disse em sua obra:


Se o nosso Senhor tivesse falado a verdade espiritual nua e crua, muitas de
suas palavras, em parte devido à falta de interesse por parte dos seus
ouvintes, em parte devido à falta de compreensão, teriam desaparecido de
seus corações e de suas memórias, sem deixar qualquer traço. Mas por ter
sido compartilhada com eles na forma de alguma imagem vívida, de
alguma sentença sucinta e aparentemente paradoxal ou de alguma
narrativa breve, mas interessante, ela chamou atenção, incentivou
curiosidade e encontrou, mesmo que a verdade não fosse entendida de
imediato, com a ajuda da ilustração usada, uma entrada para a mente, e
as palavras assim se fixaram em sua memória e permaneceram ali.
(Richard Chenevix Trench. Noteson the Parables of Our Lord. Nova York:
Appleton, 1878, p. 26).

- “Hingryd mas Jesus só pregou por meio de parábolas?”


- Não!

Podemos observar que nos primeiros capítulos dos evangelhos, Jesus


inicialmente traz um sermão clássico (Sermão da Montanha) dominado
por doutrinas, repreensão, argumentações, palavras de exortação e
advertências; sendo pouco implementado o uso de parábolas (Mt 5:1 –
7:23). Também nos relatos de ensinamento de Jesus nas sinagogas de
Nazaré (Lucas 4:13-27) ou Cafarnaum (vv. 31-37) não é mencionado
qualquer parábola. Por tanto, não é valido dizer que a narrativa das
parábolas era a única forma de Jesus pregar.

Então voltemos para o texto de Marcos 4:33-34 quando os discípulos


questionam Jesus: ​“Não lhes dizia nada sem usar alguma parábola?”. ​Se
Jesus não usava apenas essa narrativa porque essa pergunta? Tratava-se
de uma pergunta levando em conta o estilo de ensinamento publico de
Jesus durante o último ano do seu ministério público. É uma referência à
mudança intencional no estilo de instrução, que ocorreu mais ou menos
no mesmo tempo que o ministério de jesus na Galileia entrou na sua “fase
final”. Que eventos\motivos fizeram com que Jesus adotasse esse estilo?
Uma mudança repentina e rápida, uma resposta a descrença e rejeição
deliberada dos corações endurecidos.

A Questão é que muitos não entenderam o que essas parábolas queriam


dizer lá traz, e muitos hoje continuam não entendendo. O incrédulo jamais
compreendera os mistérios do Reino filtrando essas historias com a
peneira da sabedoria humana. As escrituras não deixam dúvidas em
relação a isso ​1Coríntios 2:7-8​: ​Nenhum dos poderosos desta era o
entendeu, pois, se o tivessem entendido, não teriam crucificado o
Senhor da glória​. ​Todavia, como está escrito: "Olho nenhum viu, ouvido
nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para
aqueles que o amam"; ​mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O
Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de
Deus.
Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o
espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece
as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus. ​Nós, porém, não
recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus,
para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente.
Delas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria
humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito, interpretando
verdades espirituais para os que são espirituais. ​Quem não tem o
Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são
loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas
espiritualmente.
Mas quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo por
ninguém é discernido; pois ​"quem conheceu a mente do Senhor para
que possa instruí-lo? Nós, porém, temos a mente de Cristo.

Talvez você tenha passado o olho nessa leitura bíblica como se ela não
fosse relevante, ou você esta ansioso para começar o estudo das
parábolas especificas de fato, mas eu vou lhe pedir para que leia esse
texto até a plena compreensão do mesmo; para que parta daqui o seu
estudo, tendo em mente que a narrativa de parábolas nos dá um leque de
duvidas e incompreensões, porém guiados plenamente pelo Espirito, ele
nos fará discernir, ele nos fará guardas esses ensinamentos em nossos
corações e nos fará gerar frutos através dele. Frutos esses que apontam
completamente para o Pai.

As parábolas de Jesus estão localizadas nos evangelhos, principalmente


nos de Mateus e Lucas, sendo que Marcos contém apenas 6 e João
nenhuma. Vale observar que Mateus e Lucas têm um estilo um tanto
diferente de recontar as parábolas de Jesus. Mateus conta as histórias de
uma forma mais sucinta possível e narra apenas os fatos. Os relatos de
Lucas tendem a dar mais vida e personalidades aos personagens nas
histórias.

LISTA DA ORDEM QUE O NOSSO ESTUDO VAI SEGUIR:

1. O bom samaritano — Lucas 10.30-37


2. A ovelha perdida — Lucas 15.4-7
3. A moeda perdida — Lucas 15.8-10
4. O filho (perdido) pródigo — Lucas 15.11-32
5. O administrador desonesto — Lucas 16.1-8
6. O homem rico e Lázaro — Lucas 16.19-31
7. Os servos — Lucas 17.7-10
8. A viúva e o juiz — Lucas 18.2-5
9. Os talentos — Lucas 19.12-27
10.Os lavradores maus — Lucas 20.9-16
11.A roupa nova — Lucas 5.36
12.O vinho novo — Lucas 5.37-38
13.Os dois alicerces — Lucas 6.47-49
14.Os dois devedores — Lucas 7.41-43
15.O semeador — Lucas 8.5-8
16.A lamparina — Lucas 8.16-18
17.Os empregados alertas — Lucas 12.35-40
18.O amigo persistente — Lucas 11.5-8
19.O rico sem juízo — Lucas 12.16-21
20.O empregado fiel — Lucas 12.42-48
21.A figueira sem figos — Lucas 13.6-9
22.A figueira sem folhas — Lucas 21.29-31
23.A semente de mostarda — Lucas 13.18-19
24.O fermento — Lucas 13.20-21
25.Os convidados para festa de casamento — Lucas 14.7-14
26.A grande festa — Lucas 14.15-24
27.A construção duma torre — Lucas 14.28-33
28.O fariseu e o cobrador de impostos — Lucas 18.10-14
29.O retorno do proprietário — Marcos 12.1-9
30.A semente que cresce — Marcos 4.26-29
31.O joio — Mateus 13.24-30
32.O tesouro escondido — Mateus 13.44
33.A pérola — Mateus 13.45-46
34.A rede — Mateus 13.47-48
35.O empregado mal — Mateus 18.23-24
36.Os trabalhadores no vinhedo — Mateus 20.1-16
37.Os dois filhos — Mateus 21.28-31
38.A festa de casamento — Mateus 22.2-14
39.As dez virgens — Mateus 25.1-13
40.As ovelhas e as cabras — Mateus 25.31-36

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