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4 de Setembro de 2007
Conteúdo
I Topologia Algébrica 4
1 Homologia Singular 4
3 Excisão 8
6 Excisão 13
7 Demonstração do Teorema de Excisão 14
8 Sequência de Mayer-Vietoris 15
10 Cohomologia Singular 19
12 Orientação 26
16 Fórmula de Künneth 32
19 Decomposição Primitiva 40
21 Cohomologia 42
23 Monodromia 45
2
24 A Fórmula de Picard-Lefschetz 46
25 Monodromia 48
3
Parte I
Topologia Algébrica
1 Homologia Singular
Nestas notas X sempre denotará um espaço topológico.
Definição 1.1. Um q-simplexo singular em Rn é o conjunto:
X
∆q = {x ∈ Rn |x = t0 E0 + · · · + tq Eq , ti ≥ 0 e ti = 1}.
Onde E0 , . . . , Eq são os q primeiros elementos da base canônica de R∞ ,
obviamente consideramos Rn ⊂ R∞ .
Definição 1.2. Um q-simplexo singular num espaço topólogico X é uma
aplicação contı́nua ∆q → X.
Seja R um anel comutativo com unidade, denotamos por Sq (X; R) o R-
modulo livre gerado pelos q-simplexos singulares em X.
Para cada q > 0 e cada 0 ≤ i ≤ q definimos a aplicação Fq i : ∆q−1 → ∆q
ci , . . . , Eq ), i.e., Ej ½ Ej , para j < i e Ej ½ Ej+1 ,
como sendo (E0 , . . . , E
para j ≥ i, e se extende por linearidade para todo ∆q . A aplicação identidade
entre simplexos singulares é denotada por δq . Se σ é um q-simplexo singular
em X, então σ (i) := σ ◦ Fq i é chamada i-esima face de σ.
Definição 1.3. O bordo de um q-simplexo singular σ é a (q-1)-cadeia singu-
q
X
lar ∂(σ) = (−1)i σ (i) . Extendemos ∂, por linearidade, a um homomorfismo
i=0
de R-modulos ∂ : Sq (X; R) → Sq−1 (X; R).
No caso especial de q = 0, o bordo de qualquer 0 cadeia é defino como
sendo 0 (zero).
4
• Se existe uma (q+1)-cadeia c0 tal que ∂(c0 ) = c, chamamos c de q-
fronteira. O conjunto das q-fronteiras é um submodulo de Zq (X; R)
denotado por Bq (X; R).
•
Zq (X; R)
Hq (X; R) :=
Bq (X; R)
é chamado o q-ésimo módulo de homologia singular.
Proposição 1.6. Seja {Xk } a famı́lia das conponentes conexas por caminhos
de X. Então existe um isomorfismo canônico
M
Hq (X; R) ∼ = Hq (Xk )
k
Homologia Relativa
Seja A um subsespaço de X, assim Sq (A; R) é um submódulo de Sq (X; R).
Temos o seguinte diagrama comutativo:
5
Sq (X; R)
Sq (X; R) −−−→
Sq (A; R)
y∂ y∂
Sq−1 (X; R)
Sq−1 (X; R) −−−→
Sq−1 (A; R)
Definição 1.10.
µ ¶
Sq (X; R) Sq−1 (X; R)
Ker →
Sq (A; R) Sq−1 (A; R)
Hq (X, A; R) := µ ¶
Sq+1 (X; R) Sq (X; R)
Im →
Sq+1 (A; R) Sq (A; R)
Lema 1.11.
Zq (X, A; R)
Hq (X, A; R) ∼
=
Bq (X, A; R)
6
Reformulação do teorema da invariância por homotopia
Se f, g : (X, A) → (X 0 , A0 ) são homotópicas então Hq (f ) = Hq (g).
Observação 1.15.
Hq (X; R) ∼
= Hq (X, x0 ; R) ∀x0 ∈ X e ∀q > 0
é exata.
7
Esta proposição é equivalente a dizer que, dado um mapa f : (X, A) −→
(X , A0 ), todos os diagramas abaixo são comutativos,
0
é exata.
3 Excisão
Considere U ⊂ A subespaço. Uma inclusão (X − U, A − U ) −→ (X, A) é dita
uma excisão se induz isomorfismos Hq (X − U, A − U ) −→ Hq (X, A) para
todo q ≥ 0.
Theorem 3.1. (de Excisão) Se U ⊂ int(A), então U pode ser excisado.
Diz-se que um subconjunto A ⊂ X é uma deformação por retração de X
se existe uma retração r : X −→ A e uma homotopia f : X × I −→ X tal
que
(i) f (x, 0) = Id(x);
8
(ii) f (x, 1) = i ◦ r(x), onde i : A −→ X é a inclusão;
(iii) f (a, t) = a, ∀t ∈ I e ∀a ∈ A.
Theorem 3.3. Sejam S+n e S−n os hemisférios fechados norte e sul, respecti-
vamente, de S n , n ≥ 1. Então
é excisão.
9
Seja B um ponto e σ = (P0 · · · Pq ) um q-simplexo singular afim. Define-
se a junção Bσ como o (q + 1)-simplexo Bσ = (BP0 · · · Pq ). Extende-se a
definição para uma q-cadeia qualquer por linearidade.
P
Se c = νi σi é uma q-cadeia, temos as seguintes propriedades:
(i) ∂Bc = c − B∂c,P se q > 0;
(ii) ∂Bc = c − ( νi )B, se q = 0.
10
endit Se X = Ø então Hq (X, Ø; R) = Hq (X; R).
Temos também neste caso um funtor covariante entre a categoria de
espaços topológicos com subespaços, notação (X, A), e a categoria de R-
módulos.
Observação 4.9.
Hq (X; R) ∼
= Hq (X, x0 ; R) ∀x0 ∈ X e ∀q > 0
11
Theorem 5.1. A seqüência de homologia de (X, A)
é exata.
é exata.
12
6 Excisão
Considere U ⊂ A subespaço. Uma inclusão (X − U, A − U ) −→ (X, A) é dita
uma excisão se induz isomorfismos Hq (X − U, A − U ) −→ Hq (X, A) para
todo q ≥ 0.
Theorem 6.3. Sejam S+n e S−n os hemisférios fechados norte e sul, respecti-
vamente, de S n , n ≥ 1. Então
é excisão.
13
7 Demonstração do Teorema de Excisão
Dada uma famı́lia de abertos V = {Vi } que cobre X, dizemos que um q-
simplexo singular é pequeno de ordem V se a imagem de ∆q está contida em
algum Vi .
Sq (σ)(δq ) = σ,
14
Lema 7.3. Cada simplexo singular afim da q-cadeia Sdσ tem diâmetro, no
máximo,
qd(σ)
.
q+1
Proposição 7.4. Sejam σ simplexo singular em X e V cobertura aberta
de X. Então existe r > 0 tal que Sdr σ é combinação linear de simplexos
singulares pequenos de ordem V.
8 Sequência de Mayer-Vietoris
Considere o trio (X, X1 , X2 ), onde X1 e X2 são subespaços de X. Temos as
inclusões:
k1 : (X2 , X1 ∩ X2 ) −→ (X1 ∪ X2 , X1 )
k2 : (X1 , X1 ∩ X2 ) −→ (X1 ∪ X2 , X2 )
obtidas pela excisão de X2 \ X1 ∩ X2 e X1 \ X1 ∩ X2 de X1 ∪ X2 . Dizemos
que o trio é exato quando k1 e k2 são excisões, i.e., temos os isomorfismos:
15
Para prová-lo precisamos de um lema auxiliar.
Lema 8.4.
id = Hq (`1 )Hq (k1 )−1 Hq (j2 ) + Hq (`2 )Hq (k2 )−1 Hq (j1 ).
onde
Ψ(a) = (Hq (m1 )(a), −Hq (m2 )(a))
Φ(x1 , x2 ) = Hq (i1 )(x1 ) + Hq (i2 )(x2 )
∆ = ∂ Hq (k1 )−1 Hq (s2 ) = −∂ 00 Hq (k2 )−1 Hq (s1 )
0
16
9 Construções de Espaços: Complexos de Es-
feras
Sejam X e Y espaços topológicos e A um subespaço de X. Seja f : A → Y
aplicação contı́nua. Na união disjunta de X e Y , X t Y podemos colar os
pontos de A com sua imagem em Y , via a relação de equivalência “∼” que
identifica x ∈ A com sua imagem f (x) ∈ Y . Denotemos por Z := X ∪f Y =
X tY / ∼. Lembramos que a topologia de Z é a topologia que faz da aplicação
g : X t Y → X t Y/ ∼
2. Se f = g|X , então f |A = f .
17
Considere um espaço que é uma união finita, discreta de pontos. Ad-
juntamos células, com dimensões possivelmente variadas. Denotaremos este
tipo de espaço por complexo de esferas.
18
10 Cohomologia Singular
Cohomologia é dual de homologia nos seguintes sentidos:
c : Sq (X) −→ R.
Se denotamos o valor de esse homomorphismo sobre uma cadeia z por [z, c],
temos
[z1 + z2 , c] = [z1 , c] + [z2 , c]
[z, c1 + c2 ] = [z, c1 ] + [z, c2 ]
[νz, c] = [z, νc] = ν[z, c]
onde ν ∈ R.
Example 10.1. Sejam R corpo de números reais e X um 3-spaco Euclidiano,
uma 0-cadeia dado pelo uma função ϕ : X −→ R denotado pelo c0 (ϕ).
Observação: como Sq é um functor dos espaços topologicos em R−modulos
e HomR (−, R) é um contrafunctor sobre categoria dos R−modulos, o func-
tor composto S q é um contrafunctor dos espaços topologicos em R−modulos.
Mais precisamente: se f : X −→ Y é qualquer mapa, então S q (f ) : S q (X) −→
S q (Y ) é definido pelo a formula
19
Proposição 10.2. Existe único homomorfismo δ : S q (X) −→ S q+1 (X) sa-
tisfazendo
[∂z, c] = [z, δc]
para todos (q + 1)−cadeias z e q-cocadeias c.
Se f : X −→ Y é qualquer mapa, então
δS q (f ) = S q+1 (f )δ
além disso, δδ = 0.
H q (f ) : H q (Y ) −→ H q (X).
Então definimos
H q (X, A) = Z q (X, A)/B q (X, A)
onde Z q (X, A) é núcleo de δ sobre S̄ q (X, A) e B q (X, A) é imagem δ de
S̄ q−1 (X, A).
20
Theorem 10.3. Módulos de cohomologia singular têm as seguintes proprie-
dades:
1. Contrafuncorialidade
2. digramas comutam
3. sequência exata
0 → H 0 (X, A) → ... → H q (X) → H q (A) → H q+1 (X, A) → ....
4. Invariante homotópico
f ' g =⇒ H q (f ) = H q (g).
5. Excisão
Ū ⊆ int(A) =⇒ H q (X, A) ∼
= H q (X − U, A − U ).
6. para um ponto, temos :
½
R q=0
H (P ) ∼
q
=
0 q>0
1. H q (Z) ∼
= H q (Y ) para q 6= n e q 6= n − 1
2. H n−1 (Z) ∼
= Kernel H n−1 (f )
3. Temos a sequência exata
0 → Cokernel H n−1 (f ) → H n (Z) → H n (Y ) → 0.
21
Definição: Uma resolução de R-módulo M é uma careia complexo {Cq , δq }
onde Cq são R-módulos livros e uma epimorfismo ² : C0 −→ M tal que
imδq =kerδq−1 e imδ0 =ker ²
0 0
Proposição 10.5. Sejam C, C dois resoluçãos de M, M . Dado f : M −→
0 0 0
M existe uma cadeia de mapa {fq }, fq : C −→ C tal que ² f0 = f ²
f0 0
C0 −→ C0
↓ ↓
f
M −→ M ‘
e todos cadeias são cadeias homotopicas.
22
X
c∪d= cp ∪ d q
p,q
p
X
[σ, δc ∪ d] = (−1)i [σ (i) λp , c][σρq , d] + (−1)p+1 [σλp , c][σρq , d]
i=o
e
p+q+1
X
p
[σ, c ∪ δd] = [σλp , c][σρq , d] + (−1) [σλp , c][σ (i) ρq , d]
i=p
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Corolário 11.5. Temos definidos os funtores contravariantes
S • ,H •
(espaços topológicos) −→ (R-módulos graduados)
Observação 11.6. S • (X) não é comutativo (em geral). Por exemplo,
½ tome
x, x = E0 ;
X = ∆1 , i.e., o intervalo unitário, defina c : ∆1 → R, onde x ½
½ 0, cc
x, x = E1 ;
d : ∆1 → R, onde x ½ eδ1 o 1-simplexo identidade em ∆1 .
0, cc
Desta forma [δ1 , c ∪ d] = 1, enquanto que [δ1 , d ∪ c] = 0.
Lema 11.7. [Lema Auxiliar] Seja ϕ : S• (X) → S• (Y ) um homomorfismo
de tipo cadeia, i.e. ϕ preserva grau e comuta com o operador de fronteiras.
Suponha que ϕ = 0 em S0 (X) e que para todo sinplexo singular σ em Y é
associado um acı́clico subcomplexo C(σ) de S• (Y ) tal que ϕ(σ) ∈ C(σ) e
∀σ (i) C(σ (i) ) ⊂ C(σ). Então ϕ é homotótico a zero.
Demonstração. Construimos J : Sp (X) → Sp+1 (Y ) por indução em p.
Se p = 0 defina J = 0. Suponha, como hipótese de indução, que construi-
mos J com domı́nio até Sp−1 (X) tal que ϕ = Jδ + δJ e ∀τ simplexo singular
de dimensão menor que p vale J(τ ) ∈ C(τ ). Seja σ um p-simplexo singular
em X. Temos que ϕσ − J∂σ ∈ C(σ) e é um ciclo. Como C(σ) é acı́clico e
p > 0, existe z ∈ C(σ)p+1 tal que ∂z = ϕσ − J∂σ. Defina Jσ = z.
σ ∩ c := [σλp , c]σρq
Extendendo por linearidade obtemos o empralhamento bilinear:
24
Analogamente poderiamos definir o produto cap de z ∈ Sp+q (X) com
c ∈ S p (X) como o único q-simplexo que satisfaz a seguinte condição:
25
o que implica que y ∪ y é cobordo, donde podemos escrever y ∪ y = δu, para
algum u.
Tomando H n (f )(η) ∈ H n (S 2n−1 ), é possı́vel mostrar (c.f. Greenberg pág
140) que H n (S 2n−1 ) = 0, para n ≥ 2. Desta forma existe uma (n-1)-cocadeia
x em S 2n−1 tal que S • (f )(y) = δx. Claramente x ∪ S • (f )(y), S • (f )u são
(2n-1)-cocadeias em S 2n−1 .
Agora,
1. Se n é ı́mpar, então γ = 0
12 Orientação
No que se segue X é uma variedade n-dimensional, com n ≥ 1.
26
Lema 12.2. (Continuação) Dado αx ∈ Hn (X, X −x), existe uma vizinhança
U de x e α ∈ Hn (X, X − U ) tal que jxU (α) = αx , onde
Daı́ segue o
Desta forma, um elemento α ∈ Hn (X, X−U ) tal que jyU (α) gera Hn (X, X−
y) para qualquer y ∈ U é dito uma R-orientação local de X ao longo de U .
Neste caso, uma R-orientação local está bem definida para cada x ∈ X.
Dado outro R-sistema de orientação {Vk , βk }k∈K , eles definem a mesma ori-
entação se
(iv) αx = βx , para todo x ∈ X.
27
Seja X 0 o conjunto dos pares (x, αx ), onde x ∈ X e αx ∈ Hn (X, X − x).
Defina p : X 0 −→ X por p(x, αx ) = x. Para cada aberto U ⊂ X com
orientação local αU , defina
Estes conjuntos formam uma base para uma topologia em X 0 tal que p :
X 0 −→ X é espaço de recobrimento. X 0 é chamado o R-feixe de orientação
de X. Se A ⊂ X é subespaço, então ΓA := {s : A −→ X 0 } é o R-módulo
formado pelas seções em A.
Corolário 12.6. Seja X variedade compacta conexa. Suponha que para todo
a ∈ R não nulo e para qualquer unidade u ∈ R, se ua = a temos u = 1.
Então ½
R, se X é R-orientável;
Hn (X) ∼
=
0, caso contrário.
Segue que uma R-orientação numa variedade compacta conexa X é de-
terminada por um gerador de ΓX ou um gerador ζ do módulo de homologia
Hn (X). A R-orientação local em cada ponto x ∈ X é dada por jxX (ζ) e ζ é
chamada a classe fundamental da R-orientação.
28
13 Cohomologia singular com suporte com-
pacto
Considere X uma variedade n-dimensional R-orientada. Os subespaços com-
pactos de X formam um sistema direto cuja operação é a inclusão. Logo,
os módulos H q (X, X − K) formam um sistema indutivo indexado pelos su-
bespaços compactos de X. Definimos
Hcq (X) = lim H q (X, X − K).
−→
Considere K ⊂ X compacto.
Theorem 13.1. Seja X uma variedade de dimensão n com orientação ζ.
Então para cada compacto K ⊂ X, existe uma única classe de homologia
ζK ∈ Hn (X, X − K) tal que jxK (ζK ) = ζx para todo x ∈ K.(Massey, A basic
course in algebraic topology, pág.:353)
Seja ζK ∈ Hn (X, X − K) a classe fundamental dada pelo teorema. Ela
induz um homomorfismo
ζK ∩ : H q (X, X − K) −→ Hn−q (X)
γ 7−→ ζK ∩ γ
Se K ⊂ K 0 , o diagrama abaixo comuta
H q (X, X − K)
&
i↓ Hn−q (X)
%
H q (X, X − K 0 )
e passando ao limite temos o mapa D : Hcq (X) −→ Hn−q (X).
Theorem 13.2. (Dualidade de Poincaré) Se X é variedade orientada de
dimensão n, então o homomorfismo
D : Hcq (X) −→ Hn−q (X)
é isomorfismo para todo q ≥ 0.
Corolário 13.3. Se X é variedade conexa R-orientável, então Hcn (X) ∼
= R.
Proposição 13.4. Se γ gera H 2 (CPn ), então γ gera a álgebra cohomológica
H • (CPn ).
29
14 Números de Betti e Caracterı́stica de Eu-
ler
Os grupos de homologia de alguns espaços topológicos (como complexos de
esferas) com relação a Z são finitamente gerados. Se A é um grupo abeliano
finitamente gerado, sabemos que
A∼
= Zr × Zn1 × · · · × Zni ,
· · · → Cn+1 → Cn → Cn−1 → · · ·
0
· · · → Cn+1 → Cn0 → Cn−1
0
→ ···
30
Definimos o produto tensorial dos complexos, C ⊗ C 0 , pondo
M
[C ⊗ C 0 ]n := Cp ⊗ Cq0 ,
p+q=n
31
16 Fórmula de Künneth
Queremos entender quem é a homologia do produto cartesiano de espaços
topológicos. Para isto veremos que esta homologia possui relação com as
homologias de cada um dos espaços topológicos.
Sn (X × Y ) → Sp (X) ⊗ Sn−p (Y ).
e ∂ : [S(X) ⊗ S(Y )]n+1 → [S(X) ⊗ S(Y )]n é a sua aplicação de bordo, como
construı́mos no parágrafo anterior.
Desta forma, temos definido um homomorfismo
Lema 16.2. A ◦ ∂ = ∂ ◦ A.
32
Theorem 16.3. (Eilenberg-Zilber) A é um isomorfismo.
33
Parte II
Topologia das Variedades
Algébricas
17 Homologia de Seções Hiperplanas
Definição 17.1. Seja (X, A) um par de espaços topológicos, com i : A → X
inclusão. Dizemos que A é um retrato de vizinhança em X, se existe uma
vizinhança de A em X tal que A é retrato desta.
Theorem 17.2. Seja f : (X, A) → (Y, B) uma aplicação contı́nua entre
retratos de vizinhanças Euclideanas (ENR) compactas tal que f : X − A →
Y − B é homeomorfismo. Enão f induz um isomorfismo:
f∗ : H∗ (X, A) → H∗ (Y, B)
34
Seja p : Y → X o blowup de X ao longo de X 0 , como foi definido no
parágrafo anterior. Vamos comparar as homologias de X e de Y . Temos que
Y 0 := p−1 (X) ∼
= X 0 × G. A fórmula de Künneth nos garante que:
q
M M
Hq (Y ) ∼
0
= Hq (X 0 × G) ∼
= Hp (X 0 ) ⊗ Hq−p (G)
p=0
q
M ¡ ¢
T or Hp (X 0 ), Hq−p−1(G)
p=0
Hq (Y 0 ) ∼
= Hq (X 0 ) ⊗ H0 (G) ⊕ Hq−2 (X 0 ) ⊗ H2 (G) ∼
= Hq (X 0 ) ⊕ Hq−2 (X 0 ) (1)
κ p∗
0 → Hq−2 (X 0 ) → Hq (Y ) → Hq (X) → 0 (2)
Considere f : Y → G ∼
= P1 , decomponha G em dois semiesférios fechados
o
D+ e D− tais que os valores crı́ticos de f estejam contidos em D+ . Fixamos
as seguintes notações, G = D+ ∪ D− , S 1 = D+ ∩ D− , Y± = f −1 (D± ) e
Y0 = f −1 (S 1 ).
35
∂
· · · → Hq+1 (Y+ , Yb ) → Hq+1 (Y, Yb ) → Hq+1 (Y, Y+ ) →∗ Hq (Y+ , Yb ) → . . .
∂
· · · → Hq+1 (Y+ , Yb ) → Hq+1 (Y, Yb ) → Hq−1 (Xb ) →∗ Hq (Y+ , Yb ) → . . .
Hq+1 (Y, Yb ) ∼
= Hq−1 (Xb ) , para q 6= n − 1, n
36
Se aplicamos o teorema do coeficiente universal a 17.10 obtemos o seguinte
resultado para cohomologia:
H n (X, Xb ; R) ∼
= Hom(Hn (X, Xb ), R)
é um isomorfismo, donde comcluimos que H n (X, Xb ; Z) é livre. Pela duali-
dade de Poincaré-Lefschetz estes resultados são equivalentes a:
37
V = imagem (∂∗ : Hn (X, Xb ) → Hn−1 (Xb ))
= nucleo (i∗ : Hn−1 (Xb ) → Hn−1 (X))
e
38
18 Teorema Forte de Lefschetz
∼
Pelo Teorema de Dualidade de Poincaré, existe um isomorfismo [X] : H 2 (X) −→
H2n−2 (X). Dada a classe fundamental [Xb ] ∈ H2n−2 (X) correspondente à
seção hiperplana Xb , o elemento u ∈ H 2 (X) tal que u ∩ [X] = [Xb ] é dito
dual de Poincaré de [Xb ]. Em termos homológicos, a interseção com Xb cor-
responde ao produto cap com u. Desta forma, temos um mapa que se fatora
por Xb , no seguinte sentido:
i
! ∗ i
u ∩ · : Hq (X) −→ Hq−2 (Xb ) −→ Hq−2 (X).
X =: X0 ⊃ Xb =: X1 ⊃ X 0 =: X2 ⊃ X3 ⊃ · · · ⊃ Xn ⊃ Xn+1 = 0,
39
é o módulo dos ciclos invariantes, e temos as seguintes generalizações:
∼
(i) (iq )! : Hn+q (X) −→ Hn−q (Xq ) é tal que Hn+q (X) −→ I(Xq );
∼
(ii) (iq )∗ : Hn−q (Xq ) −→ Hn−q (X) é tal que I(Xq ) −→ Hn−q (X);
(iii) Considerando a forma < ·, · >q : Hn−q (Xq ) × Hn−q (Xq ) −→ k, a restrição
< ·, · >q |I(Xq ) é não degenerada.
19 Decomposição Primitiva
Um elemento x ∈ Hn+q (X), 0 ≤ q ≤ n, é dito primitivo se uq+1 ∩ x = 0. A
seguinte afirmação é equivalente ao Teorema Forte de Lefschetz.
Proposição 19.1. (Decomposição Primitiva) Qualquer elemento x ∈ Hn+q (X)
pode ser escrito de forma única como
x = x 0 + u ∩ x 1 + u2 ∩ x 2 + · · ·
e qualquer elemento x ∈ Hn−q (X) como
x = uq ∩ x0 + uq+1 ∩ x1 + uq+2 ∩ x2 + · · ·
onde os xi ∈ Hn+q+2i (X) são primitivos e q ≥ 0.
40
Considerando Pn+q (X) ⊂ Hn+q (X), 0 ≤ q ≤ n, o submódulo dos elemen-
tos primitivos de Hn+q (X), temos que a homologia de X está completamente
determinada por Pn+q (X). A demonstração do teorema anterior mostra que
o mapa
Hn+q (X) −→ Pn+q (X)
x 7−→ x0
induz um isomorfismo
Hn+q (X) ∼
−→ Pn+q (X)
u ∩ (Hn+q+2 (X))
e temos que dim Pn+q (X) = βn+q − βn+q+2 = βn−q − βn−q−2 . Como a
dim Pn+q (X) ≥ 0:
1 ≤ β0 ≤ β2 ≤ · · · ≤ β2i , ∀i com 2i ≤ n e
β1 ≤ β3 ≤ β5 ≤ · · · ≤ β2i+2 , ∀i com 2i + 1 ≤ n.
Estas são restrições topológicas para as variedades projetivas.
41
21 Cohomologia
Os três resultados estudados anteriormente podem ser transcritos para coho-
mologia por dualidade de Poincaré.
(ii) Decomposição primitiva: Qualquer elemento x ∈ H n−q (X) pode ser es-
crito de forma única como
x = x 0 + u ∪ x 1 + u2 ∪ x 2 + · · ·
x = uq ∪ x0 + uq+1 ∪ x1 + uq+2 ∪ x2 + · · ·
42
22 A Topologia de Funções Holomorfas com
Pontos Crı́ticos Não Degenerados
Considere Y variedade complexa, compacta, de dimensão n e G a reta pro-
jetiva. Seja f : Y → G holomorfa tal que todos os pontos crı́ticos x1 , . . . , xr
de f sejam não degenerados e cada dois deles estejam em fibras distintas.
Como fizemos anteriormente, sejam D+ e D− hemisférios que decompõem
G, de modo que os valores crı́ticos t1 , . . . , tr de f estejam no interior de D+ .
Consideremos b ∈ ∂D+ , que é valor regular, e denotemos por Y+ =
f (D+ ) e Yb = f −1 (b).
−1
Provaremos nesta seção que vale o seguinte resultado, que foi chamado
de Lema Principal na seção 3.
T := Ti ∩ B e F := Fi ∩ B.
43
22.1 Primeiro Passo
S
Escolhemos `i caminhos C ∞ que ligam b a ti + ρ de modo que S ` := ri=1 `i
possa ser contraı́do a b e que D+ possa ser contraı́do a k := ` ∪ ri=1 Di .
Assim temos a seguinte proposição.
e como as uniões que estão envolvidas são disjuntas, vale a seguinte pro-
posição.
Lr ∼
= ∼
=
Proposição 22.3. i=1 H∗ (Ti , Fi ) −→ H∗ (Y+ , L) ←− H∗ (Y+ , Yb ).
44
© ª
F = Fi ∩ B = Z ∈ T |z12 + · · · + zn2 = ρ .
Desta forma, vemos claramente que T é linearmente contraı́do a origem de
C n . Isto nos fornece que
∼
= ]
∂∗ : Hq] (T, F ) −→ Hq−1 (F ),
para q ≥ 1 e H0 (T, F ) = 0.
Agora para calcular as homologias de F , escrevemos zj = xj + iyj , x =
(x1 , . . . , xn ), y = (y1 , . . . , yn ). Logo,
© ª
F = (x, y) ∈ Rn × Rn | kxk2 + kyk2 ≤ ε2 , kxk2 − kyk2 = ρ e hx, yi = 0 .
© ª
Consideremos Q = (u, v) ∈ Rn × Rn | kuk2 = 1, kvk2 ≤ 1 e hu, vi = 0 .
Temos que a função
µ ¶
x y
(x, y) ∈ F 7−→ , ∈ Q,
kxk σ
q
2
onde σ := ε 2−ρ , é um difeomorfismo cuja inversa é dada por
µq ¶
2
(u, v) 7−→ σ2 kvk + ρ · u, σv .
Para finalisar, observe que Q pode ser deformado por contração forte em
{(u, v) ∈ Q|v = 0} ∼= S n−1 . Assim,
] ]
Hq−1 (F ) = Hq−1 (S n−1 )
23 Monodromia
Considere X e Y variedades C ∞ . Seja f : X → Y aplicação C ∞ , própria e
regular(i.e. a aplicação induzida por f nos espaços tangentes Tx X → Tf (x) Y
é sobrejetiva).
Queremos construir uma ação do grupo fundamental π1 (Y, b) de um ponto
fixado b ∈ Y nos grupos de homologia H∗ (f −1 (b)).
45
Tomemos um caminho γ em Y com b sendo o ponto inicial e final.
Pelo Teorema de Ehresmann e pela compacidade de γ podemos encontrar
vizinhanças U0 , . . . , Un e pontos bi ∈ Ui ∩ Ui+1 ∩ γ com b0 = bn = b e
∼
=
f −1 (Ui ) / U × f −1 (b )
i i
GG s
GG ss
GG ss
f GGG
sssss p1
# sy
Ui
hγ := hn−1 ◦ · · · ◦ h1 .
Para ver que a aplicação hγ não depende da escolha dos bi , das trivia-
lizações e da classe de homotopia de γ, podemos consultar o livro do Steenrod,
The Topology of Fibre Bundles.
Agora estamos em condição de definir a ação:
24 A Fórmula de Picard-Lefschetz
Continuemos com as notações das notas anteriores, onde tı́nhamos uma
função holomorfa f : Y → G entre uma variedade complexa, conexa e
compacta Y e a reta projetiva G, cujos pontos crı́ticos x1 , . . . , xr são não
degenerados. Consideremos t1 , . . . , tr ∈ G os valores crı́ticos de f .
Denotamos por G∗ = G \ {t1 , . . . , tr } e Y ∗ = Y \ f −1 {t1 , . . . , tr }.
Pelo Teorema de Ehresmann temos que a aplicação f : Y ∗ → G∗ define
um fibrado C ∞ localmente trivial com fibra Yb ∼ = Xb .
46
Novamente dentro das considerações feitas nas notas anteriores conside-
remos
ωj (s) = tj + ρe2πis , s ∈ [0, 1]
a parametrização do bordo disco Dj de centro tj e raio ρ > 0. Se `j é um
caminho ligando b a tj + ρ, que consideramos antes, definimos
wj = `−1
j · ωj · `j
47
Theorem 24.1. Fórmula de Picard-Lefschetz. Se q = 6 n − 1 o grupo
∗
fundamental π1 (G , b) age trivialmente em Hq (Yb ). Se q = n − 1, então os
caminhos elementares wi agem da seguinte forma
25 Monodromia
O módulo I ⊂ Hn−1 (Yb ) definido como:
Lembramos que:
48
Proposição 25.3. Se tomarmos coeficientes num corpo, para qualquer dois
ciclos anulantes(vanishing cycles) δ1 e δ2 existe um α ∈ π tal que α.δ1 = δ2 .
49