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2 NOVOS ESTUDOS Nº 2
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
FRANCISCO DE OLIVEIRA
Da paixão
de Poulantzas
a crítica contemporânea aos par-
tidos políticos aceitam-se, geral-
mente, sua desatualidade, seu
descompasso com as novas estru-
turas sociais e sua capacidade de represen-
tar interesses de crescente complexidade.
Como decorrência, aponta-se para a ne-
cessidade do surgimento de novas forma-
ções partidárias que preencham todos os
requisitos da teoria política e, mais, dos
nossos próprios anseios sobre o partido
com que sonhamos. Desde o "verdadeiro"
partido da classe operária, em que deposi-
tamos nossas esperanças, até aquele tam-
Chico Caruso bém "verdadeiro" partido da burguesia,
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Poulantzas sem militares e tecnocratas, para "saber- nhece que o "público" é uma condensação
puxou mos" contra quem estamos combatendo. autônoma da luta de classes "privada".
o tapete da Para "vermos" o rosto dessa burguesia — Indo mais longe, com Rousseau, o geral
que nem mais a revistas de escândalos con- não é a soma dos interesses particulares e
discussão, cede comparecer. Para construir nossa pode ter, e geralmente tem, até sinal con-
sepultando identidade na dialética do espelho: ou mi- trário.
heróis e vilões rando nossa antítese, ou Alice no País das Ora, o partido como forma da gestão
Maravilhas, entrando esquerda e virando dessa relação entre "público" e "privado"
direita e vice-versa. não pode permanecer imune à redefinição
Nicos Poulantzas, esse grego que reedi- desses termos. Como a forma de represen-
tou com sua morte voluntária a tragédia tação de interesses privados (sociedade ci-
que seus — e nossos, muito nossos — ances- vil) que se fazem gerais (no Estado), não
trais criaram, também procedeu tragica- pode deixar de entrar em estado pré-
mente no terreno da teoria. comatoso.
Ante o destino implacável da realidade É o Estado como relação o cerne do
dos partidos, respondeu com aquele defini- problema, cujo estatuto teórico é o mesmo
tivo desafio em que consiste a tragédia. da mercadoria (para a teoria marxista,
Enfrentando-se quase consigo mesmo, dos diga-se logo). No capitalismo oligopolista,
tempos de sua aliança teórica com Althus- ele financia simultaneamente a exploração
ser, sepultou heróis e vilões, puxou o tapete da mais-valia e a reprodução (gastos so-
da discussão, deslocando-a das velhas tri- ciais) da força de trabalho.
lhas, para submeter o Destino à interroga- Sublinho a palavra financia. Esta é a di-
ção grave da História. ferença crucial entre o capitalismo compe-
Em uma última entrevista, resumiu e titivo e o capitalismo oligopolista. Ela en-
aprofundou reflexões que já estavam em fatiza a necessidade do estabelecimento de
L'état, le pouvoir et le socialisme, guar- uma periodização, última reprimenda de
dando, ainda, um fio de compromisso com Poulantzas a Althusser.
o passado da Questão partidária: Ao estar presente no financiamento da
. . . eu não creio que estejamos, exata- contradição, o Estado a transforma: tanto
mente, como às vezes se diz (Balibar, espe- o que se considerava como sua "natureza",
cialmente), perante uma crise da “forma seu caráter de classe, quanto seus limites,
partido”: falar dessa forma me parece tão também mudam. E isto é radicalmente dis-
inexato quanto falar da “forma Estado”. tinto da concepção "essencialista" do Es-
Trata-se, na verdade, de um lado, de uma tado, contra a qual se insurge Poulantzas.
crise do "sistema" dos partidos políticos O Estado como relação surge na me-
relacionada com as novas realidades eco- dida em que os fundos públicos — a ri-
nômicas, com a crise atual do Estado e com queza social — intervém agora na reprodu-
sua nova forma de estatismo autoritário: ção de cada capital particular, e não ape-
crise de que participam, de um lado, os nas funcionando como "condições gerais"
Partidos Comunistas da Europa Ociden- da produção. Nessa medida, se destrói a
tal. E, por outro lado, se trata de uma anterior sociabilidade da competição inter-
crise dos próprios partidos da classe ope- capitais. De criador, a burguesia passa a
rária nos países do capitalismo avançado. criatura.
Mesmo correndo o risco da simplifica-
A crise existe ção, é impossível não perceber que a forma
da representação de interesses já não pode
Meto o meu bedelho para achar que é ser a mesma. E isto é o que interessa no
correto falar de uma crise da "forma par- plano da política. Essa é a matriz do que
tido", também. Do contrário, permanece- Poulantzas chamou de "estatismo autori-
remos sempre tentando construir "O Par- tário". O Planejamento ou a Administra-
tido". Essa crise é uma decorrência das ção é a forma da política por excelência e a
mudanças no Estado e na sociedade civil burocracia seu agente.
(Poulantzas prefere falar nas "relações so-
ciais de produção"), que afetam grave- Crítica vesga
mente o recorte entre o "público" e o "pri-
vado". Por último, como aviso aos navegantes,
A teoria do partido político no capita- restaria dizer que essas transformações não
lismo nasce no momento em que se reco- decorrem de nenhum automatismo "eco-
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nômico". São o resultado da luta de classes O Parlamento?
e da utilização que a burguesia fez do Es- — É m u ito b o m , b a ix o te o r d e n ic o tin a e
tado para deter as crises. sabor agradável.
De outro lado, o financiamento da re- — A h , m a s d e q u e e sta v a m fa la n d o ? P e n -
produção da força de trabalho através dos se i q u e e r a d o c ig a rro P a rlia m e n t.
gastos estatais também opera na redefini- As artes do mago Golbery esvaíram-se
ção do Estado como relação. Desde logo, na impossibilidade de uma representação
é a outra cara do mesmo processo de sus- burguesa através de partidos. Preso, ele
tentação da exploração. E desde logo, também, à teorização convencional, refor-
também, não é um resultado "a frio", se- mou os partidos, não para que algum deles
não sob o fustigamento permanente das chegasse ao Governo, mas para destruir a
classes trabalhadoras nos países mais maciça oposição e contornar os vendavais
desenvolvidos. plebiscitários das eleições.
A crítica vesga insiste em pensar que es- Criou-se o Partido Popular nessa re-
ses gastos são apenas concessões, para cor- forma. Cheio de banqueiros, "oposição
romper a classe operária com benesses que confiável". Partido burguês não apenas
lhe minariam o ímpeto revolucionário. dos sonhos de Merlin, mas também dos
Mas os gastos sociais negam o caráter de nossos: "afinal nossa antítese", frase quase Estamos
mercadoria da força de trabalho. Reduzem tão de enlevo quanto a antiga "enfim sós" falando
a base social da exploração, limitam o dos tempos do matrimônio como clímax
campo de atuação da lei do valor. do romance. do Parlamento
Esse é o caminho para o entendimento Resistiu pouco, menos que o tempo do ou do cigarro
do núcleo da contradição no capitalismo piscar de olhos. No fundo, não passava de Parliament?
oligopolista, e não o que muitas vezes se namoro entre nós mesmos, como fazemos
tenta encontrar: uma tendência estatística de também nos atos públicos da praça da
queda nas taxas de lucro e redução dos sa- Sé . . .
lários. E essa complexa contradição que Na hora H, o anúncio da "nacionaliza-
está no núcleo da crise nos países capitalis- ção" do Projeto Jari: que piscou mais e ba-
tas mais desenvolvidos, que o furor de Rea- lançou mais os corações de alguns grandes
gan, o cow-boy septuagenário, põe a nu. burgueses desta terra que as desventuradas
A crítica da esquerda sobre a social- aventuras do Quixote que é também Ulys-
democracia e o New Deal rooseveltiano ses e seu escudeiro Tancredo que é também
deveria pôr o acento no caráter limitado Sancho . . .
das políticas keynesianas do Estado do A formação e constituição das classes
Bem-Estar, e não sobre sua adoção como sociais não-proprietárias, dominadas, com-
"corrupção" da classe revolucionária. ponentes da "sociedade civil", sofrem de-
Entre nós, a burguesia já abandonou o cisivas mutações no processo de concentra-
partido como "forma" de sua representa- ção e centralização do capital, e na meta-
ção de interesses. Aliás, lá também. Qual é morfose do Estado como relação.
a diferença que se produz na Administra- H á u m a ssa la ria m en to a b ra n gen te, d esd e
ção entre republicanos e democratas nos as antigas profissões liberais até o opera-
Estados Unidos? E, um pouco menos ra- riado, o que constrói a plataforma de um
dicalmente, entre a "virgem de ferro" da amplo denominador comum na estrutura
Inglaterra, mrs. Thatcher, e seu antecessor social. Mas as formas desse assalariamento
imediato, talvez o "cavalheiro de sabão" favorecem mais a cissiparidade corporativa
mr. Callaghan do Partido Trabalhista? que a unidade de classe.
No Brasil, existe um partido do Go- Em segundo lugar, é forçoso chamar a
verno e não o Governo de um partido, ex- atenção para alguns gastos sociais que difi-
pressão dessa crise da representação bur- cilmente podem ser atribuídos a uma vigo-
guesa, de que os casuísmos são a bruxaria rosa reivindicação das classes trabalhado-
da impotência. ras. São muito mais um aspecto das políti-
"Nossos" burgueses estão assentados cas do ciclo econômico.
nos Conselhos. Interessa-lhes constituir O Funrural, por exemplo, e o cresci-
seus lobbies tanto para administrar preços e mento da Previdência Social não podem
mercados, quanto para conseguir os con- ser ingenuamente atribuídos à força do
tratos governamentais. Comparecem ao campesinato nem do operariado. Mas a
"beija-mão" natalino do ministro do Pla- forma em que se dão esses gastos revelam
nejamento. p re c isa m e n te se u c a rá te r n ã o im p o sto p e la
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luta de classes e sua natureza de verdadeiros interesses nos gastos sociais do Estado, e
componentes da política "keynesiana" do de outro, pelas razões da concentração do
Estado brasileiro. capital, uma ampliação sem paralelo do
O Funrural propiciou a criação de mi- "exército industrial de reserva".
Os sindicatos lhares de sindicatos de "carimbo", que são Esse "exército" não se mostra tanto no
de "carimbo" o refúgio das velhas oligarquias. A amplia- desemprego — que mesmo assim alcança,
são o refúgio ção da Previdência Social é a contrafação entre "aberto" e "disfarçado", algo como
das velhas dos gastos sociais, pois que se dá pela "pri- 20 por cento da população economica-
vatização" da assistência médica. mente ativa. Mostra-se muito mais na de-
oligarquias A ampliação das classes médias no Bra- sespecialização e na rotatividade.
sil resulta menos da concentração do capi- A síntese dessa contradição se expressa
tal — onde funciona como "trabalho téc- no FGTS. Ele é, ao mesmo tempo, como
nico" — e mais da centralização e da simul- fundo de garantia, uma ampliação do
taneidade internacionalização/oligopólios. gasto estatal na reprodução da força de
E, no Estado, da expansão dos gastos so- trabalho e um mecanismo de ampliação do
ciais e do planejamento como forma de "exército de reserva", ao financiar a rotati-
conflito de classes. vidade no emprego. E somente é isso, exa-
Isto que seria o anúncio do futuro — tamente pela razão já apontada. Muito da
pois a tendência é a da transformação de ampliação dos gastos s o c i a i s é
todo trabalho em trabalho intelectual — principalmente forma de política para o ci-
aparece como a corporativização de seus clo econômico, e sofre reversões na depen-
vários segmentos, de seus vários "ofícios. dência dessa política, e não por influência
Por isso, têm também a forma de "movi- dos trabalhadores, no Estado.
mentos" e não de "classes". É essa complexa dialética que está pre-
sente na ativação em cena dos "movimen-
Exército de Brancaleone tos sociais", mais que das classes. E há
Os salários e ordenados das classes mé- muito mais que uma homogeneidade dos
dias têm determinação distinta da dos sa- "movimentos". Uns anunciam a ruptura
lários das amplas massas de trabalhadores da institucionalidade burguesa, pois nesta
manuais. Resultam de pactos no interior não cabem os movimentos feministas, o
das grandes organizações burocratizadas, dos homossexuais, o ecológico, por exem-
empresariais e do Estado. Como "exército plo. São movimentos-limite.
de Brancaleone", não ameaçam o capital E outros expressam o estado de
do ponto de vista da produção do exce- "plasma" das classes trabalhadoras ma-
dente. Podem, no entanto, ser conjuntural- nuais, tanto pela ampliação do "exército
mente estímulo ou obstáculo à acumulação, de reserva" quanto pela reivindicação dos
pela importância que seus salários têm na gastos estatais (os movimentos por creche,
demanda agregada. água, esgotos, transporte, custo de vida
Essa dupla determinação torna-as massa etc.).
de manobra nas políticas para o ciclo eco- Essa estrutura tende a produzir subcul-
nômico, auge ou depressão, estabilidade ou turas políticas de ghetto. A forma da sub-
inflação, conforme se viu recentemente no cultura política das classes médias é a de
Brasil. uma luta de reivindicações corporativistas,
A política salarial de combate à inflação particularistas, consensual e burocrática. É
"achatou" os salários médios, sem que ne- a da imposição ao Estado de suas reivindi-
nhuma organização ou grupo de classes cações específicas, a rigor a transformação
médias tivesse poder para se opor. E ainda do orçamento público num orçamento de
há "teorias" que acham que são os tecno- ofícios.
cratas que governam. A medicina pública dá empregos e, ao
Essa característica das classes médias é médico, o desfrute do tempo de consul-
que as induz estruturalmente a uma proje- tório. Aos professores, a discussão dos sa-
ção corporativa de seus interesses, lários, antes do que saber o que fazer com
desligando-as das classes trabalhadoras as universidades. E salários que nada têm a
manuais e tornando-as vulneráveis à coop- ver — por exemplo, o dos professores uni-
tação burocrática. versitários com o dos professores de 1º e
Nas classes trabalhadoras manuais ocor- 2º graus. Bastam esses dois exemplos.
rem, simultaneamente, processos que Por essa forma, as classes médias radi-
tendem a fazer convergir, de um lado, os calizam, na verdade, a "privatização" do
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Estado e ampliam o fosso entre elas e as tido Comunista Italiano. E, no poder, ape-
classes trabalhadoras manuais, embora o nas executores de um capitalismo de Es-
assala riamen to abran gent e pareç a tado, ali onde o capitalismo não havia
constituir-se em suporte para uma ação cumprido sua função.
unitária de classe. Hoje, estruturar partidos da vanguarda
operária sobre a subcultura do ghetto é ten-
Fim de um ciclo
tar imprimir vitalidade a uma concepção
A forma da subcultura política das clas- "privada" das classes sociais. Entre nós, o
ses trabalhadoras manuais é o "batismo". PT oscila entre uma envergonhada postura
O ghetto onde foram jogadas pela violência leninista e uma concepção de "partido de
dos processos já descritos e pela exclusão da massas", nunca explicitada, mas clara-
cultura política das classes dominantes mente calcada na nova quantidade da
tende a produzir uma atitude para a polí- classe trabalhadora e no "basismo" das rei-
tica que é igual à que se produz para a so- vindicações do ghetto, tomadas com ex-
brevivência: a política do "mutirão". Tal pressões de "autonomia".
como a construção da "casa própria" nos O PMDB repete o funcionalismo da
fins de semana, com os vizinhos e os com- segmentação, da corporativização e das
padres. subculturas, amalgamando maiorias sociais
A política consiste em dar as costas ao que são minorias políticas. A fórmula mais
Estado como relação, mas pode abrir-se às aproximada do partido-lobby, estilo Demo-
manipulações populistas do Estado como crata americano. Incorpora acriticamente
"aparelho". A "cara de pau" do governa- uma fração derrotada da burguesia nacio-
dor de São Paulo quando diz que "fez" os nal, confundindo essa incorporação com a
conjuntos de Itaquera e o uso abusivo, lite- concepção de "partido de frente". Na ver-
raríamente chato, da primeira pessoa, do dade, essa incorporação retira-lhe viabili-
"eu", nas falas do general Figueiredo, são dade estratégica, embora lhe dê imunidade
formas "basistas", pois saltam qualquer institucional.
mediação. Assim como a recusa de signifi- A tensão, assinalada por Poulantzas, en-
cativas lideranças sindicais de assumir a tre movimentos sociais e partidos políticos
luta pelo salário-desemprego, "pecado não pode ser entendida como uma adequa-
social-democrata". Na verdade, postura ção funcionalista, de um sujeito histórico Assistimos ao
do ghetto que deixa o Estado entregue indeterminado. O partido político contem-
porâneo do futuro já existe sociologica-
fim do ciclo
à. . . burguesia e seus sequazes.
E mesmo a "negociação direta" com a mente no Brasil. Ponho p minúsculo pro- dos Partidos
burguesia, sem a mediação do Estado — positalmente, pois serão os partidos e não Comunistas
que é confundida na pobre literatura um partido, e será um partido-fusão e não
teórica sobre o sindicato com a "tutela" do um partido-síntese nem "aparelho". Ele se
Ministério do Trabalho — , é um dar as escreve exatamente com as letras dos mo-
costas ao Estado como relação e revela a vimentos sociais que significam ruptura e
concepção "essencialista" do Estado como ultrapassagem da institucionalidade bur-
aparelho. guesa.
O resultado foi o de que não havia ne- Mas ele não será o funcionalismo da
gociação possível, embora os "atores" his- segmentação, da corporativização e das
tóricos, burguesia e proletariado, estives- subculturas do ghetto, que, jacobinas ou
sem frente a frente. moderadas, não importa, na verdade con-
A crise da "forma partido" sugere que o temporizam com a anarquia soberana do
partido político contemporâneo do futuro capital. Para transformar essa tensão e
não seguirá nenhum dos figurinos do pas- levá-la mais adiante, recolherá a unidade
sado. posta pelo processo do assalariamento
A fórmula leninista, do centralismo, abrangente, mas negando a cissiparidade
fundada numa ruptura vanguarda-bases, corporativista.
na verdade introjeção no partido do prole- Apanhará os conteúdos do Estado
tariado da ruptura operada no plano da como relação, para, trabalhando no interior
produção, não tem mais nenhuma vali- dela, caminhar para sua dissolução. Que
dade. Assistimos ao fim do ciclo dos Parti- passa necessariamente pela abolição da
dos Comunistas. propriedade privada. Trata-se, na verdade,
Fora do poder, são apenas uma desatua- da constituição de um amplo movimento
lidade incômoda — com a exceção do Par- para o socialismo. Novas Estudos Cebrap
SP,v.1,2.p.7-11, abr.82
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