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ALEXANDRA ULLMANN

ANDREIA CALÇADA

Semana da
Separação
Inteligente
Para Advogados
AULA 01 - COMO CONDUZIR UM DIVÓRCIO CONSENSUAL

Workbook desenvolvido como material de auxílio às aulas ministradas pela


advogada e psicóloga Dra. Alexandra Ullmann e pela psicóloga Andreia
Calçada.

Este material é de uso exclusivo dos alunos da SEMANA DA SEPARAÇÃO


INTELIGENTE PARA ADVOGADOS. É  expressamente proibida sua  cópia,
reprodução, difusão, transmissão, utilização, modificação,  venda,
publicação, distribuição ou qualquer outro uso, na totalidade ou em parte,
em qualquer tipo de suporte, fora dos casos  expressamente  previstos
abaixo ou sem prévia autorização por escrito.
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Aula 1 - Como Conduzir um Divórcio


Consensual
Um bom acordo é o resultado do entendimento de que as duas partes
precisam ceder. Mas como chegar neste equilíbrio? Como elaborar um
acordo que reflete a percepção de equidade para as duas partes?

Nesta aula discutimos como transformar uma separação em um


processo menos doloroso, mais ágil e de forma que não seja
necessário fazer acordos e ações judiciais a cada dois anos.

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O bom acordo é “ruim” para todas as partes.


Quando o acordo incomoda ambas as partes, significa que cada
uma delas teve que ceder um pouco além do que gostaria, para
que ele fosse feito.

Em muitos casos, a parte que tem uma folga financeira maior


tenta protelar o acordo, na tentativa de fazer com que o outro
assine o que ele deseja.

Se você for advogado das duas partes envolvidas, deve tomar


cuidado para que não se favoreça apenas um lado.

Caso o advogado represente as duas partes no acordo,


ele fica impedido de advogar para qualquer das partes
futuramente, em caso de litígio.

A sugestão, então, é que cada parte tenha seu advogado de


confiança e que discutam as minutas de acordo, até chegar a um
denominador comum.

O acordo é cumprido quando as partes não se dão bem. Caso


contrário, ele é apenas uma formalidade, que pode ser modificada
a qualquer momento.

As partes envolvidas em um processo de separação têm a ciência


e consciência de como é a rotina e do que esta família precisa,
mais do que qualquer juiz, advogado ou promotor.

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Seu cliente é o seu contratante, e não seu melhor


amigo. Ele deseja que o serviço seja prestado de forma
a não prejudicá-lo.
É interessante orientar que, caso o cliente esteja reticente, ele não
assine o acordo, deixando que o Juízo decida. E, se for o caso,
pode-se recorrer da decisão. Caso contrário, o contratante pode se
sentir prejudicado e até mesmo culpar o advogado.

A prestação de serviço não significa simplesmente ganhar o


processo, mas defender os interesses e os direitos do cliente até o
final. Caso o juiz decida diferente do que você gostaria, recorra. É
um direito da parte.

Falamos de dois tipos de acordo:

1) Acordo anterior à propositura das ações, para que se proponha a


ação consensual. Pode englobar diferentes assuntos, como partilha,
guarda, alimentos e divórcio. 

2) Caso vá a litígio, as ações devem tomar rumos diferentes. Neste


caso, o ideal é desmembrar as ações, para que tenham ritos
diferentes e o processo não se alongue ainda mais.

Quanto mais detalhado, mais eficaz é o acordo para as partes.

O acordo é possível a qualquer momento, mesmo depois de


ajuizada a ação.

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O papel do advogado é de facilitador da comunicação


entre as partes, colocando no papel o que é melhor
para o cliente, desde que seja correto e dentro da lei.

Como você, advogado da área de família, consegue


perceber que é possível levar um cliente a fazer um
acordo ou não?

Um cliente disposto a aceitar qualquer acordo para “se livrar” do


ex-cônjuge, é um cliente perigoso. Qualquer acordo não significa
uma solução.

As pessoas chegam ao escritório do advogado com muitos


sentimentos e é papel do profissional ter o entendimento de como
conduzir a situação de forma a não prejudicar este cliente no
futuro.

Quando este novo cliente chega, é necessário avaliar todo o


histórico da relação, as questões profissionais das partes, o
funcionamento da família, etc. Um bom advogado analisa o todo.

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O advogado ético não é aquele que quer fazer o melhor


para o seu cliente prejudicando o outro. Ele faz da
forma certa e o que beneficia, principalmente, os filhos
do casal.
É interessante que todo cliente em separação passe por terapia,
para facilitar a forma de ver o divórcio, elaborando a situação não
só financeira, como também emocionalmente.

Como o advogado deve lidar com os


aspectos psicológicos do acordo
A função do profissional é fundamental no processo envolvendo
filhos. Ele é a porta de entrada e a peça fundamental para que uma
separação ocorra da melhor forma possível.

É importante entender quais são as dores do cliente, para que o


contratante se sinta escutado e possa, no tempo dele, ouvir o que
o advogado de família tem a dizer até que a possibilidade de um
acordo seja desenvolvida.

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O advogado precisa respeitar o luto e desenvolver uma


escuta ativa para aquele cliente que vem buscá-lo.
O profissional é o primeiro filtro e ajuda o cliente a limpar seu
próprio filtro também, de como lidar com as dores e com a
posição dos filhos neste possível litígio.

Mostre ao cliente que um acordo poderá preservar os


filhos de mais sofrimento.

A possibilidade de acordo entre os pais é importante, já que um


processo litigioso é extenso e faz com que os filhos revivam dores
e passem por perícias sociais e psicológicas.

Procure dialogar com o advogado da outra parte.

Tenha um psicólogo como parceiro em processos de


separação envolvendo menores.

Transmita, da forma mais empática possível, que é importante


para os filhos a convivência equilibrada com os pais. Isso é
essencial para o desenvolvimento psicológico e emocional dos
menores. 

Muitas vezes as dores são transformadas em demandas por


dinheiro e questões de alimentos, partilha, patrimônio. É
importante que o advogado tenha essa leitura.

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