Você está na página 1de 4

Aluno: Danillo Moço Dos Santos Matrícula: 201803519029

Professora (a): Rafael Tartari Ramos Período: 4°


E-mail: Daniillo18@gmail.com Cel.: (22)9-8103-5252
Turma: 3032

RESENHA CRÍTICA
TEMA: ESTABILIDADE DECORRENTE
DO ACIDENTE DE TRAJETO.

Trabalho referente à 3ª avaliação da disciplina


Direito Do Trabalho II - Universidade Estácio
de Sá Polo: Cabo Frio, Rio de Janeiro.

CABO FRIO 2020


1.INTRODUÇÃO
Este trabalho tratará da Estabilidade decorrente do acidente de trajeto, apontando
dispositivos previstos na Consolidação das leis do trabalho Nº 5.452, bem como na
Medida Provisória Nº905 de 11/11/19 e na Legislação Nº 8.213/91, trazendo as
recentes alterações em relação ao instituto da estabilidade provisória acidentária,
advindas do acidente que, tendo ocorrido fora do ambiente de trabalho, ainda assim se
considera acidente de trabalho. Serão abordadas as controversas decorrentes de sua
admissibilidade, realizando um estudo comparativo antes e depois da Medida Provisória
905.

2.REFERÊNCIA LEGISLATIVAS:

LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm
DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 905, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2019.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm
Acidente de trajeto, é expressão utilizada para caracterizar o acidente que,
tendo ocorrido fora do ambiente de trabalho, ainda assim se considera acidente de
trabalho, pois decorrente do deslocamento do empregado entre sua residência e local de
trabalho e vice-versa, não importando o meio de transporte. Vide lei 8.213/91:
Art. 19.  Acidente do trabalho é o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço de empresa ou de
empregador doméstico ou pelo exercício do
trabalho dos segurados referidos no inciso VII do
art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.  

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente de


trabalho(...)

IV- O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora


do local e horário de trabalho:

d) no percurso da residência para o local de


trabalho ou desta para aquela, qualquer que seja o
meio de locomoção(...)

Caracterizado o acidente de trajeto, e cessado o benefício previdenciário


o empregado terá direito a estabilidade acidentária. Vide lei 8.213/91:
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do
trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho
após a cessação do auxílio-doença acidentário,
independentemente de percepção de auxílio-
acidente.
O início da estabilidade ocorre com a suspenção do auxílio-doença acidentário
independente da percepção do auxílio-acidente, e a partir do 16° dia do afastamento.
O fato gerador da garantia do emprego não é a ocorrência do acidente, mas o fato de o
empregado entrar no benefício previdenciário por conta do acidente e, posteriormente,
receber alta médica, o que prova a suspenção do benefício auxílio-doença acidentário e
o retorno ao trabalho.
O Empregador deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social
até o 1°(primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência. Essa comunicação é feita pela
emissão do CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), que garante ao segurado a
concessão do benefício sem a exigência da carência, obrigatória para o auxílio-doença
acidentário.
Com o advento da Medida Provisória N° 905 editada pelo Governo Federal
a mesma implicou em uma série de mudanças no direito do trabalho sobre os aspectos
materiais e processuais. Atualmente a MP 905, encontra-se revogada devido alguns
desentendimentos entre o Governo Federal e o Senado Federal.
Enquanto a mesma esteve em vigor, os acidentes de trajetos ocorridos a partir
de 12/12/19, fora do local de trabalho deixaram de ser considerados acidentes de
trabalho para os efeitos da lei 8.213/91, não permitindo mais o acesso ao benefício
acidentário, apenas o auxílio-doença. Não obstante, temos correntes afirmando
que mesmo com a sua revogação total, os contratos firmados sobre a égide desta
continuam produzindo seus efeitos, tão logo os acidentes de trajeto continuam não
sendo considerados acidente de trabalho. Sendo assim, a partir da data mencionada as
empresas estariam desobrigadas a realizar a abertura e comunicação do CAT e
consequentemente não permitindo o acesso ao benefício auxílio doença-acidentário,
tendo em vista que para aquisição da estabilidade por 12 meses, esses são
procedimentos indispensáveis.
Compreendendo os requisitos básicos para concessão da estabilidade
provisória mediante acidente de trabalho, descritos na lei 8.213/94, Art. 118. Quais são:
1) acidente de trabalho e 2) fim do benefício previdenciário (auxílio-doença
acidentário). É perceptível que, desobrigado o empregador a efetuar a comunicação,
cria-se óbice quanto à aquisição da estabilidade acidentária. Ocorrendo o afastamento,
se for o caso será um afastamento normal, sem estabilidade. Ou seja, será um
afastamento temporário como outro qualquer.
Como mencionado, com a revogação da Media Provisória N°905, tem-se
discutido quanto aos seus efeitos retroativos. Ou seja, desfazimento dos atos pretéritos.
Assim, muitos entendem que em relação aos acidentes ocorridos sob a vigência da
MP905, estes permanecem intocáveis garantindo o ato jurídico perfeito.
Discordo desse entendimento. Com uma breve análise do Princípio da Norma
Mais Favorável podemos entender que, havendo conflito entre duas ou mais normas
vigentes ou não e aplicáveis à mesma situação jurídica, deve-se preferir aquela mais
vantajosa ao trabalhador, nesse caso a lei 8.213/94.

Ademais, não há que se exigir, para a caracterização do acidente de trajeto, ter


o empregado percorrido o caminho mais curto entre sua residência e o local de trabalho.
Assim, ligeiro desvio no percurso, quando o empregado entre em um estabelecimento
para compra algo, não rompe o nexo entre acidente e o retorno do trabalhador para casa.
Para descaracterizar o acidente de percurso, o desvio de rota deve ser relevante, como
no caso em que o trabalhador foge do percurso usual.

Você também pode gostar