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Curso Livre/EAD - Ana Paula Siviero - UNIGRAN | 2018

Módulo 1

O que é Coaching?

Caros(as) alunos(as), • Jogo interno da mente.


Por meio desses tópicos, esperamos contribuir
Na primeira aula de nosso curso abordaremos para que vocês ampliem o conhecimento sobre as
dois tópicos de grande relevância quando se pensa discussões propostas.
no processo de coaching: Qualquer dúvida, contatem-nos através do
• Fundamentos do coaching; e-mail: ana.siviero@hotmail.com

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Coaching, Inteligência Emocional e Liderança

Vamos começar entendendo o que é Coaching:


Coaching é um processo - com começo, meio e fim - de desenvolvimento de competências que tem seu
ponto de partida no autoconhecimento e que ajuda as pessoas a conquistarem o que elas querem na vida.

Para Timothy Gallwey, precursor do coaching moderno, “coaching é uma relação de parceria que
revela e liberta o potencial das pessoas de forma a maximizar o seu desempenho. É ajuda-las a aprender, ao
contrário de as ensinar”. Para ele, a maior batalha da vida é o jogo interno da mente e, através das técnicas
e ferramentas do coaching, é possível reduzir essas interferências internas (autocrítica) que comprometem
o potencial das pessoas e as impedem de alcançar o máximo desempenho.
Para Tim Gallwey, seja nos esportes ou no mundo corporativo “[...] ao aquietar a auto interferência,
eles se tornaram capazes de aproveitar suas capacidades naturais com maior facilidade”.

Fonte: Acervo pessoal, 2016.

No processo de coaching algumas áreas são evidenciadas, como autoconhecimento, planejamento


pessoal, recursos potencializados e eliminação de limitações e bloqueios. “Coaching libera o potencial do
indivíduo para que este maximize seu desempenho e faça o que antes acreditava impossível” (AIC, 2014,
p. 13).
“Coaching é ser parceiro dos clientes em um processo criativo e provocador de pensamentos que os
inspira a maximizar seu potencial pessoal e profissional” (International Coaching Federation).
De acordo com Paulo Vieira (2016), mais que lhe ensinar, o coaching ajuda-o a aprender. O Coaching
é um método usado largamente mundo afora tanto no contexto profissional como no pessoal. Essa
metodologia prestigia a estrutura racional e cognitiva do cérebro. No processo de coaching, o primeiro
passo é estabelecer o estado atual, ou seja, todos os detalhes da situação atual do coachee. O segundo passo
é estabelecer detalhadamente onde o cliente quer chegar (estado desejado).
Tendo estabelecido estes dois pontos, o coach conduz seu cliente na elaboração de um minucioso plano
de ação que fará o cliente trafegar da posição 1 (estado atual) para a posição 2 (estado desejado) em um
tempo muitas vezes mais curto e efetivo do que se ele tivesse trilhado esse caminho sozinho.

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Fonte: http://www.ricardocastanheira.com.br/como-se-da-o-processo-de-coaching.html

A ferramenta primordial do coaching é a pergunta. É através de perguntas que se pode extrair das
pessoas sua essência. É por isso que o processo de coaching não é impositivo. O coach não diz ao coachee
o que ele deve fazer, tampouco dá conselhos, mas o provoca através de perguntas que o levam a pensar
por si me mesmo. Assim, através de ferramentas de assessment, auto avaliações, feedbacks e avaliações
360º, o indivíduo passa a se conhecer melhor e tomar consciência das infinitas possibilidades que pode
experimentar no decorrer da vida.
Tão importante quanto as ferramentas é a postura ética do Coach, uma vez que o processo é do coachee
e não do coach. Senão vejamos como essa ética se traduz através de um “lema”:
Todas as vezes que as minhas palavras e os meus gestos não fizerem sentido para você, eu peço e eu permito que você
mude as minhas palavras e ou os meus gestos, para que façam mais sentido para você. Permita-se a ficar/interiorizar
apenas a intenção e a força positiva das minhas palavras e dos meus gestos com você (AIC, 2014, p. 18).

Nesse sentido, entendemos que o coach é aquele que conduz o processo de mudança sem interferir
nele. É ajudar o outro a realizar seus objetivos sem impor seu “mapa” de crenças pessoal, respeitando os
desejos e sonhos de cada um.
No decorrer do processo, os pilares do coaching devem ser respeitados, são eles: suspender todo tipo
de julgamento, manter o foco no futuro, estabelecer um plano de ação, manter a confidencialidade e a ética.
No processo de coaching, os sete níveis neurológicos propostos por Robert Dilts, pesquisador da teoria
dos sistemas e mundialmente conhecido por seu trabalho com Programação Neurolinguística (PNL), são
extremamente úteis para classificar onde o coach pode atuar no desenvolvimento do indivíduo, começando
pelo nível mais básico e superficial que é o ambiente externo no qual o coachee está inserido, até o nível
mais profundo, o da espiritualidade.

“Não se consegue
resolver um proble-
ma no mesmo nível
em que foi criado. É
necessário subir a um
nível mais alto”.
(Albert Einstein)

Fonte: http://institutoloureiro.com.br/piramide-processo-evolutivo/

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Coaching, Inteligência Emocional e Liderança

O nível do ambiente refere-se ao ambiente externo. O local de trabalho ou convivência do indivíduo que
inexoravelmente o influencia e é influenciado por ele. Ninguém pode dizer que está isento das influências
externas. Em maior ou menor grau, dependendo do seu nível evolutivo, a relação passiva/ativa do indivíduo
com o ambiente varia consideravelmente. Neste estágio o coach atua como um guia, auxiliando-o na
definição das metas, clareando objetivos, e impulsionando-o para a ação (AIC, 2014).
O segundo nível é o do comportamento e diz as respostas do indivíduo em relação às situações em que
ele enfrenta e para as quais deseja mudança. As mudanças nesse nível ainda são superficiais e remediativas.
O terceiro nível é o das habilidades ou capacidades. Refere-se à própria competência do indivíduo
que está relacionada com a aplicabilidade dos seus conhecimentos e com suas estratégias mentais que
direcionarão suas ações. Quando o objetivo é adquirir novos comportamentos é importante investir nas
habilidades. Nesse nível, as perguntas são: Como fazer? Quais habilidades e competências eu tenho?
Quanto que minhas capacidades e habilidades dão direção a minha vida? (AIC, 2014).
O quarto nível é o das crenças e valores. Ambos estão ligados ao porquê das ações e pensamentos
das pessoas. As crenças são verdades que tomamos como absolutas em nossas vidas e que guiam nossas
atitudes. Já os valores são os princípios que estão por trás de nossas atitudes. Por causa dos valores agimos
de uma ou outra forma.
Reconhecer e ressignificar algumas crenças limitantes permitirá ao coachee desenvolver sua jornada
com mais consciência e lucidez, clareando ainda mais as metas e objetivos que se deseja alcançar no
processo.
O quinto nível é o da identidade, o nível do EU. Ele é decorrente das crenças, valores e cultura do
indivíduo. Estas e outras esferas de influência imprimem no indivíduo sua identidade. A identidade
relaciona-se assim, com a missão do indivíduo e o seu senso de si mesmo. Embora este possa representar
um dos níveis mais de difíceis de ser acessado/trabalhado, devido à profundidade das perguntas, é também
o nível mais libertador. É aqui que ocorrem as maiores transformações conscientes e inconscientes dando
novo sentido à vida. Aqui o coach atua como patrocinador, suportando o cliente a atravessar este importante
nível, reconhecendo-o e valorizando suas descobertas.
O sexto nível, o de afiliação, está relacionado com a indagação: Com quem compartilho meus sucessos,
intimidades, pontos de melhoria e sonhos? Tem relação do “eu” dentro do grupo ao qual eu pertenço.
Nosso sistema de afiliação nos dá a sensação de pertencimento ao universo. A vida é muito maior quando
somos capazes de aglutinar ideias, ideais, sonhos e objetivos em comum com diversas pessoas dentro e
fora do nosso círculo familiar. O papel desempenhado pelo coach neste nível é um tipo de aglutinador do
coachee, convidando-o a pertencer e participar dos diferentes contextos e nos diferentes papéis em nossas
vidas. O estilo de liderança neste nível é a colaborativa.
O último nível é o do legado ou da espiritualidade. Relaciona-se com o sistema universal no qual o
indivíduo faz parte. Estabelece a relação do indivíduo com o universo e com a sociedade. Neste ponto o
indivíduo se torna capaz de pensar como humanidade, como ser integrante do universo maior. É o nível da
responsabilidade social, da ética, e da conexão com algo maior que permeia a todos.
Ao tomar como base os níveis neurológicos evolutivos o Coaching pode desempenhar um papel
remediativo, generativo ou evolutivo, dependendo em que nível ele atuará no processo do cliente.
Quando as mudanças ocorrem nos três primeiros níveis (ambiente, comportamento e habilidades/
capacidades), estas não tem efeito substancial nos níveis superiores. Uma mudança em nível de ambiente,
por exemplo, oferece uma solução remediativa, no entanto não provoca mudança interior no indivíduo, não
o preparando para novas situações que o seu ciclo de existência certamente voltará a trazer.
As mudanças que trazem mais transformação são aquelas que acontecem a partir do nível das crenças e
valores, que ainda que seja remediativo, o cliente começa a questionar a si mesmo e ressignificar verdades
que traz até então.
É no nível da identidade que as transformações mais profundas acontecem. E tais mudanças já não são
mais momentâneas, pois o cliente realmente passa a se perceber de uma forma nova, que na maioria das
vezes, diverge e muito da maneira como o vem fazendo ao longo de sua jornada.
A partir daí, a mudança e a qualidade de suas relações interpessoais acontece inevitavelmente, o que
levará a um sentido mais amplo da vida, de sua essência, do Universo e de sua missão.
Para alcançar estes resultados e provocar mudanças efetivas na vida do coachee é importante utilizar
perguntas que o levem a buscar respostas mais profundas e não apenas aquelas automáticas que estão na

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superficialidade.
Segundo Lages e O’Connor (2011), um processo de coaching envolve quatro elementos importantes:
a) Mudança: o que precisa ser mudado no coachee para que ele possa alcançar seu estado desejado.
Crenças, pensamentos, emoções e comportamento;
b) Queixa: o que o coachee deseja trabalhar, modificar; qual a sua dificuldade ou qual a meta desejada;
c) Relacionamento: o vínculo entre o coach e o coachee - o trabalho é desenvolvido em forma de
parceria, criando vínculo de confiança, com ética, onde ambos criam e determinam o resultado
desejado do coaching;
d) Aprendizado: o coaching ajuda a solucionar um determinado problema, com o desenvolvimento
de uma capacidade, habilidade, tomada de decisão, crescimento pessoal, alcance de metas ou
administração de tempo. O coach faz perguntas que levam aprendizado ao coachee.

Fonte: http://www.the99.com.br/sua-empresa-obtendo-resultados-extraordinarios-atraves-do-coaching/

Entretanto, para haver coaching, precisa haver a necessidade de mudança por parte de alguém, conforme
Clutterbuck (2008).
O que se observa é que o processo de coaching não é um processo impositivo, ou seja, ele tem que ser
da vontade do coachee, uma vez que se não houver comprometimento os resultados também são nulos.
É preciso ainda confiar no processo, respeitar as demandas do cliente, ouvir na essência e abster-se de
qualquer julgamento.
A postura ética do coach e a congruência de suas atitudes são importantes para que seja preservada a
credibilidade profissional.

O Jogo Interior da Mente


A metodologia de aprendizado desenvolvida por Timothy Gallwey estabelece que todo jogo, seja
ele do tênis ou de qualquer outra área da vida, é composto por duas partes: uma interna e uma externa.
Seu trabalho centrou-se no jogo interior da mente. Os principais fundamentos do jogo interior do tênis
concentra-se nos seguintes aspectos: a existência de dois seres, que Tim chamou de “Self 1” e “Self 2”;
evitar julgamentos; criar imagens; deixar acontecer; e o foco relaxado. Se pararmos por um momento
para ouvir o que está realmente acontecendo em nossas mentes, vamos perceber que existe um diálogo
constante acontecendo.

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Coaching, Inteligência Emocional e Liderança

Fonte: http://www.noemahr.com/timothy-gallwey-master-business-coaching/

Parece haver uma voz crítica no comando (Self 1) e outra que se mantem quieta executando as ações
(Self 2). O Self 2 é como a criança que é capaz de aprender um processo de forma natural, sem interferências
de padrões previamente determinados. E, tanto num jogo como nas nossas ações diárias é importante
silenciar o Self 1 para se obter um desempenho de alto nível, ou seja, é necessário voltar a agir como
criança. Para tanto, é preciso eliminar os julgamentos.
Quando a mente está livre de pensamentos ou avaliações, ela age como um espelho. E somente nesses
momentos podemos perceber as coisas como elas realmente são. É preciso esquecer os julgamentos e
observar o que de fato ocorre e depois de desvendar o processo, deve-se confiar nele.
Assim, a primeira habilidade proposta pelo autor a ser desenvolvida para o desempenho do jogo
interior é a consciência livre de julgamentos. Em seguida é preciso desenvolver autoconfiança, mantendo o
foco no objetivo e deixando o Self 2 produzir naturalmente o resultado. Esse processo, definido pelo autor
como “deixar acontecer” deve estar livre de medo e dúvidas, uma vez que esses elementos atuam como
interferências no processo de aprendizado natural. O melhor método para aprender é simplesmente olhar e
não racionalizar o que se vê. É deixar a mente nutrir-se de imagens para visualização do resultado desejado.
Conforme Timothy, “O processo é muito simples. Basta vivenciar a ação, e não intelectualizá-la”. No
entanto, manter o Self 1 silenciado evitando que ele controle a situação e impeça o Self 2 agir naturalmente
é uma tarefa que requer prática. Não basta enviar um comando para o Self 1, é preciso ensinar a mente a
ter foco.
Um dos principais propósitos da abordagem do jogo interior é elevar o nível de consciência. Se você
quiser mudar algo na sua vida, a abordagem proposta por Timothy, sugere que você não tente mudá-la,
mas simplesmente aumente a sua consciência do que precisa ser mudado. “E quando permitimos que a
atenção fique concentrada, ganhamos conhecimento sobre o jogo em foco. Atenção é consciência focada,
e a consciência nos dá o poder de conhecimento” (Gallwey, 2016, p. 111).
Por fim, o autor aborda o jogo interior fora da quadra. O jogo interior que existe na mente de todas as
pessoas e que temos que aprender a jogar. O autor sugere que é necessário renovar constantemente nossa
autoconfiança e manter nossa mente protegida das interferências (vozes) internas e externas que abalam
nossa confiança. Manter nosso foco no presente é essencial.
Mas o que significa de fato vencer o jogo interior? Essa resposta não pode ser dada de forma absoluta,
já que cada um sabe exatamente aquilo que lhe satisfaz e que deve ser o segredo que o Self 2 deve manter
escondido do Self 1. Para Timothy, o Jogo Interior é um “processo de descobrimento, que contribui
naturalmente para o mundo exterior, enquanto aprendemos a melhorar a nós mesmos”. Em síntese, dentre
os maiores ensinamentos de Timothy, sobretudo no mundo dos negócios, é que se o objetivo é melhorar a
performance das pessoas é imprescindível liberar o seu potencial das interferências que o limitam. Somente
assim é possível o extrair o máximo das pessoas.
Como resultado de suas analyses, Tim propôs a Fórmula do Coaching:

P=p-i

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O primeiro ‘P’ significa a performance do indivíduo, ou seja, seu desempenho e os resultados que ele vem
obtendo em sua vida. O segundo ‘p’ representa o potencial, as habilidades, competências, conhecimentos e
atitudes. E o ‘i’ são as nossas interferências internas e externas. Nesse sentido, quanto mais interferências
temos, mais comprometido fica o nosso potencial e consequentemente os resultados que alcançamos.
No mundo dos negócios, onde o objetivo é melhorar a performance da equipe, é imprescindível liberar
o seu potencial das interferências limitantes. Somente assim é possível o extrair o máximo das pessoas.
Desse modo, para encerrar nossa primeira aula, deixamos uma reflexão:

Fonte: http://www.picluck.net/user/robenjamin/1649672324/1282707271491481096_1649672324

Espero que vocês tenham aprendido sobre o processo de coaching! Assistam as aulas em vídeo e
enviem suas dúvidas através do nosso mural!
Um abraço, profa. Ana Paula.

Sugestão de filmes que nos levam a refletir sobre o incrível potencial do ser humano! Divirtam-se e
aproveitem para analisar o contexto e correlacionar com o conteúdo aprendido nesse módulo!

A Prova de Fogo conta a história de um capitão do corpo de


A prova de fogo bombeiros que preza por seu trabalho e em servir ao próximo.
Já na vida pessoal, seu casamento vem passando por vários
problemas. Ele e sua esposa estão prestes a se separar.
O filme retrata a história de um escritor de livros fracassado,
Sem limites desleixado e com poucas habilidades sociais, além de exagerar
um pouco na bebida. Apesar de sua inaptidão, ele consegue
um contrato para escrever um livro.
Cuba Gooding Jr., que interpreta no filme o papel de um
homem negro que veio de uma humilde família negra da zona
Homens de Honra rural dos Estados Unidos. Em busca de um sonho de infância,
ainda jovem se alistou na Marinha em busca de se tornar um
mergulhador.

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Coaching, Inteligência Emocional e Liderança

O filme conta a trajetória do indiano Mohandas Karamchand


Gandhi (Bem Kingsley) que, com manifestações enérgicas,
Gandhi mas não-violentas, atraiu para si a atenção. Gandhi não era um
líder de nações, nem tinha dotes científicos. No entanto, este
pequeno e modesto homem, fez o que outros antes dele não
conseguiram fazer.
Colecionador de Os- O filme conta a história de Lincoln Rhyme (Denzel
sos Washington), um perito em crimes que ficou tetraplégico, após
um acidente sofrido em uma cena que analisava.

Minhas anotações

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