Você está na página 1de 8

FACULDADE DE ALTA FLORESTA

FACULDADE DE DIREITO DE ALTA FLORESTA


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM – 2018/01

A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA GRAVIDEZ NA


ADOLESCÊNCIA

ALTA FLORESTA-MT
2018/01
FACULDADE DE ALTA FLORESTA
FACULDADE DE DIREITO DE ALTA FLORESTA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM – 2018/01

A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA GRAVIDEZ NA


ADOLESCÊNCIA

Trabalho Apresentado pelos Acadêmicos da


Faculdade de Direito de Alta Floresta
(FADAF), como requisito da disciplina
Ginecologia e Obstetrícia.
Docente: Flávia Alves de Oliveira Melo
Discentes: Lucidalva Pires da Silva, Maria de
Fatima dos Santos Fernandes, Raquel
Medeiros Kuster e Rosiane Leite do Carmo.

ALTA FLORESTA-MT
2018
SUMARIO

1- INTRODUÇÃO..........................................................................................................04

2- REFERENCIA TEÓRICO..........................................................................................05

2.1 - Gravidez na Adolescencia.......................................................................................05

2.1.1 - O cuidado de Enfermagem na Gravidez Precoce.................................................05

2.1.2 - Ações do Enfermeiro na Assistência Pré-natal....................................................06

3 – CONCLUSÃO...........................................................................................................07

4 - REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA...........................................................................08
1- INTRODUÇÃO

No estatuto da criança e do adolescente o artigo 2º da Lei 8.069 considera


adolescente aquele com idade entre 12 e 18 anos (BRASIL, 2017, p. 19). A fase da
adolescência é um período crítico para todas as pessoas, já que, nem são crianças e nem
adultos, procuram por uma identidade e sofrem mudanças biológicas, estruturais e
comportamentais.

Rocha (2013, p. 10) observou em sua pesquisa que,

[...]enquanto ocorrem as descobertas do corpo e da mente, encontra-se o


“amor” e a partir dele o sexo. Os sentimentos são vividos em enorme
intensidade e o jovem não sabe como lidar com ele. O corpo da adolescente
chama a atenção e estando ela na procura de viver intensamente tudo, acaba
começando a sua vida sexual muito cedo, e isto ocorre sem as devidas
informações e proteção necessárias que ela precisava para não ter problemas
futuros que poderia ser uma gravidez indesejada ou até infecções
sexualmente transmissíveis[...].

A descoberta da gravidez na adolescência é algo difícil tanto para a família


quanto para a sociedade, causa problemas como evasão escolar, tentativas de aborto,
brigas em família e rompimento de relações pessoais e sentimentais.

Esta surge normalmente, numa fase da vida em que pode interferir nos seus
projetos de vida e num momento que se encontram na total dependência dos pais em
termos financeiros e afetivos (PINA, 2014, p. 1).

De acordo com Rocha (2013, p. 10), a qualidade da saúde da adolesceste não


deve ser vista de modo isolado, mas, sim estreita ligação com o lugar onde vivem. Para
que ocorra uma gestação tranquila é necessário um ambiente familiar harmonioso que
possa acolher esta adolescente estruturalmente e psicologicamente.

Deste modo Rocha (2013, p. 10) observa que o estágio gestacional proporciona a
mulher mudanças físicas e psicológicas e existem complicações quanto a uma gravidez
na adolescência. Esta pode causar alterações das mamas, aumento excessivo do peso,
flacidez, alteração da cor da pele do abdome, responsabilidade e cuidados que um
recém-nascido necessita.

A adolescente grávida precisa ser assistida na rede SUS com garantia de acesso,
acolhimento, vínculo e resolubilidade conforme está previsto no princípio da
integralidade. (MENEZES et al, 2014, p. 928). Isto preconiza acessibilidade, igualdade,
equidade e universalidade. O objetivo do presente trabalho é demonstrar a importância
da Assistência de Enfermagem à maternidade na adolescência e quais ações deverão ser
tomadas no acolhimento destas adolescentes.

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. 1 Gravidez na Adolescência

O período da adolescência é a transição entre a infância e a vida adulta, a qual


assume diferentes configurações psicossociais (MENEZES et al, 2014, p. 928). A
gravidez na adolescência mais do que apenas factos biológicos abrange as dimensões
culturais, sociais, históricas e afetivas (PINA, 2014, p. 05).

O início desta fase é claramente marcado por um processo com diversas


modificações de crescimento como também desenvolvimento biopsicossocial, em que a
adolescente se desenvolve fisicamente e emocionalmente, quando, muitas vezes, ocorre
o início da vida sexual (MOREIRA et al, 2016, p 45).

Uma gestação inesperada causa diversos problemas de cunho pessoal, social e


econômico. Pode ocorrer evasão escolar, conflitos em família e com amigos, medo da
rejeição da sociedade e risco de saúde em tentativa de abortos.

Além disso, muitos professores, a família e incluindo a própria adolescente não


estão preparados para lidar com a situação tendo em conta as mudanças fisiológicas,
psicológicas e económicas por que passam e acabam por deixar de lado os estudos
(PINA, 2014, p. 06).

2.1.1 O cuidado de Enfermagem na Gravidez Precoce

A educação sexual na adolescência é um assunto que deveria ser tratado em


família, no entanto ainda há dificuldade nesta relação entre pais e filhos e muitas vezes
o primeiro contato é feito nas escolas e em unidades de saúde.
Oliveira et al, (2009, p. 16), verificou que,
Trabalhar com adolescente exige capacitação profissional, pois falta de
informação, medo de assumir a vida sexual e falta de espaço para discussão
de valores no seio de suas famílias requerem dos profissionais orientação
adequada, muito presente em seus discursos, para que a adolescente
desenvolva maturidade, favorecendo o processo de conceber, gerar e
maternar.
Para que a educação sexual tenha êxito é importante não basear orientação
sexual apenas no uso de preservativos e anticoncepcionais, mas, sim, no resgate do
indivíduo enquanto sujeito de suas ações (MOREIRA et al, 2016, p 45).

A proteção da família e aceitação da sociedade é fundamental para que estas


adolescentes se responsabilizem por seus atos e aprendam a lidar com diferentes
situações. Cabe à equipe de saúde, ao entrar em contato com uma mulher gestante, na
unidade de saúde ou na comunidade, buscar compreender os múltiplos significados da
gestação para aquela mulher e sua família (BRASIL, 2000, p. 1).

Durante a assistência da adolescente no ciclo gravídico-puerperal, há


necessidade de atenção, orientação, proteção e apoio à adolescente, não só por parte da
equipe, mas também da família e sociedade (OLIVEIRA et al, 2016, p. 16).

2.1.2 Ações do Enfermeiro na Assistência Pré-natal

O principal objetivo da assistência pré-natal é acolher a mulher desde o início de


sua gravidez - período de mudanças físicas e emocionais, que cada gestante vivencia de
forma distinta (BRASIL, 2000, p. 02).
Para isto o profissional de enfermagem deverá estar atento e qualificado para
gerenciar ações e liderar sua equipe multiprofissional no intuito de prestar um bom
atendimento a este público.
A consulta pré-natal envolve procedimentos simples, podendo o profissional de
saúde escutar as demandas da gestante, e transmitir apoio e confiança necessária para
que ela se fortaleça e possa conduzir com mais autonomia a gestação e o parto
(BRASIL, 2000, p. 02).
A participação do companheiro e familiares faz com que a gestante sinta
conforto e segurança, o que pode facilitar um trabalho de parto e um puerpério sem
problemas. É de extrema importância a participação da gestante nos grupos de
orientação do pré-natal, portanto, o enfermeiro deverá desenvolver técnicas de dinâmica
em grupo, adequando ao perfil da usuária e estimular a participação das mesmas
(ATENÇÃO BÁSICA, 2012, p. 07).
As gestantes constituem o foco principal do processo de aprendizagem, porém
não se pode deixar de atuar, também, entre os companheiros e familiares (BRASIL,
2000, p. 02).
Ações de enfermagem educativas e trocas de experiências entre profissionais e
usuários colaboram para melhor entendimento às mães de primeira viagem, o que
contribui para amenizar dúvidas e medo do desconhecido.
Entre as diferentes formas de realização do trabalho educativo, destacam-se as
discussões em grupo, as dramatizações e outras dinâmicas que facilitam a fala e a troca
de experiências entre os componentes do grupo (BRASIL, 2000, p. 02).
De acordo com Conselho Federal de Enfermagem, capítulo II dos deveres art.
41, cabe ao profissional Enfermeiro prestar assistência sem discriminação de qualquer
natureza.
Para Calife et al (2010, p. 20), entre estas ações deve:

[...]Realizar consulta pré-natal de baixo risco, solicitar exames de rotina e


orientar tratamento conforme protocolo do serviço, registrar seu atendimento
no prontuário e cartão da gestante a cada consulta, encaminhar gestantes
classificadas como de risco para consulta com o médico, Promover atividades
educativas na unidade para as mulheres e seus familiares, reuniões de grupos
de sala de espera, realizar coleta de exame colpo citológico, realizar visita
domiciliar de acordo com a rotina da unidade[...].

Determinadas ações contribuem com o bom relacionamento entre profissional e


usuário e mantem a qualidade na demanda nos serviços básicos de saúde.

3- CONCLUSÃO

A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública, ações educativas


têm contribuído para amenizar esta situação que ocorre principalmente entre as famílias
mais pobres.

É um fator que traz problemas como: evasão escolar, transtornos pessoais,


familiares, afetivos, sociais e econômicos, causando problemas irreparáveis à gestante,
que terá uma responsabilidade por toda a vida.

O cuidado do Enfermeiro pode ser crucial nesta etapa e deve ser feito com ética
e precisão, dentre estas ações esta a educação em saúde que visa orientar e sensibilizar
as comunidades adolescente e jovem a se prevenirem em relação a gravidez e doenças
sexualmente transmissíveis.

Com isso estes adolescentes poderão ter uma perspectiva de vida com planos,
objetivos e metas a serem alcançadas para uma vida com menos desigualdade social.
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATENÇÃO BÁSICA, Manual técnico: saúde da mulher nas Unidades Básicas de


Saúde / Secretaria da Saúde, Coordenação da Atenção Básica/Estratégia Saúde da
Família. – 2. ed. - São Paulo: SMS, 2012. 67 p. – (Série Enfermagem)
BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 2017). Lei Federal 8.069 de
13 de junho de 1990 versão atualizada. <disponível
em:http://www.chegadetrabalhoinfantil.org.br/wp-
content/uploads/2017/06/LivroECA_2017_v05_INTERNET.pdf> Acesso em 03 de
Junho de 2018 as 18h50min.
CALIFE, K; LAGO, T; LAVRAS, C. Secretaria da Saúde. Coordenadoria de
Planejamento em Saúde. Assessoria Técnica em Saúde da Mulher. Atenção à
gestante e à puérpera no SUS – SP: manual técnico do pré-natal e puerpério. São
Paulo: SES/SP, 2010.
COFEN, Conselho Federal de Enfermagem. Anexo da resolução 0564/2017.
<disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4295458/mod_resource/content/1/Novo%20Co
%CC%81digo%20de%20E%CC%81tica%20-
%20Res%20COFEN%20N%C2%BA%200564_2017%20.pdf> Acesso em 03 de Junho
de 2018 às 23h30min.
MENEZES, G. M. D; QUEIROZ, M. V. O; PEREIRA, A. S. Ações Estratégicas do
Enfermeiro na Linha do Cuidado à Adolescente Grávida. Rev enferm UFPE on
line., Recife, 8(4):927-36, abr., 2014
MOREIRA, T. M. A; SOUZA, D. F; SILVA, S. E. T; SANTANA, J. W; LUZ, D. C. R.
P. O Papel do Enfermeiro na Assistência Prestada às Adolescentes Grávidas. rev. e-
ciênc. v.4, n.1, 2016, p.43-53.

OLIVEIRA, E. M. S; PINTO, S. M. S; OLIVEIRA, S. G. S; PINTO, A. R. C; SILVA,


V. C. A Percepção da Equipe de Enfermagem Quanto ao Cuidado Prestado às
Adolescentes no Ciclo Gravídico-puerperal. Adolescência & Saúde volume 6 nº 2
agosto 2009.
PINA, D. A. S. B. Gravidez na Adolescência e Evasão Escolar: estudo de caso –
Escola Secundária na Cidade da Praia. Cabo Verde, 2014.

Você também pode gostar