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universalizante produzido por feministas brancas.

Ora, as primeiras
delegacias especializadas de atendimento à mulher, durante a década de 1980, no
Brasil, estiveram ausentes dos conteúdos interseccionais, sobremaneira os estudos
sobre violências de gênero discorreram sobre dominação masculina, dominação
patriarcal e negociação da violência. Sabemos que as intelectuais Angela Davis, bell
hooks, Audre Lorde, Patricia Hill Collins e vozes feministas de Tina Turner nos
Estados Unidos e Elza Soares no Brasil, já tinham gritado a violência à mulher negra
neste período, mas até as abordagens progressistas e antirracistas escolheram não
beber da fonte feminista negra. “Se não se nomeia uma realidade, sequer serão
pensadas melhorias para uma realidade que se é invisível”.72
O epistemícidio da teoria feminista produziu os altos índices de violência contra a
mulher negra. Houve falta de metodologias73 adequadas às realidades das mulheres
negras e a preocupação central com a categoria gênero, adiando a marcação
racializada do fenômeno, discutida por Heliete Saffioti sobre simbiose do racismo,
capitalismo e patriarcado. Ou bastasse visitar as contribuições da pesquisadora
Cecilia Sardenberg na marca interseccional dos seus trabalhos,74 neles há o
monitoramento e avaliação das políticas para as mulheres, amiúde na visão de
Kimberlé Crenshaw
O problema não é simplesmente que as mulheres que dominam o movimento
de antiviolência são diferentes das mulheres de cor, mas que frequentemente
têm poder para determinar seja através de recursos materiais ou retóricos, se as
diferenças interseccionais de mulheres não-b

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