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DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUACÃO EM RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS.

Curso: PENSAMENTO INTELECTUAL/MILITANTE NEGRA


Código de Inscrição: Feminismos Negros a partir de uma perspectiva ao Sul, Descolonial
e Anticolonial.
PROFESSORA: Fátima Lima
fatimamalima4@gmail.com
Período: de 12 de março de 2021 até 28 de maio de 2021 (1º Trimestre)
Sexta-feira: das 18:30h às 21:00 h
Plataforma: google meet.

Proposta do Curso

O curso tem como cerne a produção intelectual/militante de mulheres negras. Partindo da


ideia de que as produções femininas negras são produções engajadas com as lutas étnico-
raciais interseccionadas, o curso propõe visitar obras, textos, artigos, ensaios e conceitos
intercessores de pensadoras negras em contexto estadunidense, latino-americano e
caribenho e brasileiro. Nesse movimento, destacamos as reflexões de Audre Lorde,
Ângela Davis, Patrícia Hill Collins, bell hooks no âmbito do contexto estadunidense,
Mara Viveiro Vigoya, Yuderkis Spinosa, Ochy Curiel com reflexões sobre contextos
latino e caribenhos e Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Luiza Bairros, Sueli Carneiro,
Jurema Werneck, Conceição Evaristo entre outras e suas contribuições para pensar os
diferentes brasis. O objetivo do curso é destacar a construção intelectual feminina e negra,
ressaltando suas obras e principais ideias seja no âmbito dos feminismos negros ou para
além dele, reflexões estas que são imprescindíveis para a compreensão das questões
étnico-raciais em tempos atuais bem como as intersecções entre classe, gênero,
sexualidade, geração, território entre outros. Destarte, serão escolhidas algumas
discussões na complexidade das produções intelectuais negras como, por exemplo, as
discussões sobre “escrevivência” ( Conceição Evaristo, Fernanda Felisberto e Rosane
Borges), sobre “ a raiva” ( Audre Lorde), sobre o amor ( bell hooks), sobre a “

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interseccionalidade, outsider within, feminismo negro e imagens de controle” ( Patricia
Hill Collins), e por aí seguimos, dedicando cada sessão de aula a uma pensadora negra e
os diálogos possíveis com outras intelectuais. A proposta do curso não se vincula a
nenhum movimento e não está circunscrita ao feminismo negro, mas habita um lugar de
encruzilhada onde as força dos conceitos intercessores de intelectuais negras dão o tom
das discussões.

Programa:

Aula 1 (12/03 )
Apresentação e discussão do programa do curso. Pactuações sobre o curso.

Aula 2 (19/03) Sessão dedicada à Conceição Evaristo - Nós por Nós - A Escrevivência
como ferramenta de vida e trajetórias acadêmicas.

Textos:
EVARISTO, Conceição. A escrevivência e seus subtextos. In: Duarte, Constância Lima
& Nunes, Isabella Rosaldo (org.). Escrevivência: a escrita de nós – reflexões sobre a obra
de Conceição Evaristo. Rio de Janeiro, Mina Comunicação e Arte, 2020.
EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de
nascimento de minha escrita. In: Duarte, Constância Lima & Nunes, Isabella Rosaldo
(org.). Escrevivência: a escrita de nós – reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo.
Rio de Janeiro, Mina Comunicação e Arte, 2020.
FELISBERTO, Fernanda. Escrevivência como rota de escrita acadêmica. In: Duarte,
Constância Lima & Nunes, Isabella Rosaldo (org.). Escrevivência: a escrita de nós –
reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Rio de Janeiro, Mina Comunicação e Arte,
2020.
BORGES, Rosane. Escrevivência em Conceição: armazenamento e circulação dos
saberes silenciados. In: Duarte, Constância Lima & Nunes, Isabella Rosaldo (org.).
Escrevivência: a escrita de nós – reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Rio de
Janeiro, Mina Comunicação e Arte, 2020.

Aula 3 (26/03) A aula será no Congresso da ABEH (Remoto)

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Aula 4 (09/04) – Sessão dedicada à Lélia Gonzalez – Racismo, Sexismo e
Amefricanidade. Lélia por Luiza Barrios.

Textos:
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: Rios, Flávia & Lima,
Márcia (orgs). Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro, Zahar, 2020.
GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. In: Rios, Flávia &
Lima, Márcia (orgs). Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro, Zahar,
2020.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. In: Rios, Flávia & Lima,
Márcia (orgs). Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro, Zahar, 2020.
BARRIOS, Luiza. “Lembrando Lélia González”. In: WERNECK, Jurema (org.);
MENDONÇA, Evelyn White (org.). O livro da Saúde das mulheres negras. Nossos
Passos vêm de longe. Rio de Janeiro: Pallas, 2000.

Textos Complementares:
CARDOSO, Claúdia Pons. Amefricanizando o feminismo: o pensamento de Lélia
Gonzalez. Revista Estudos Feministas, 22(3):300, Florianópolis, 2014.
PIRES, Thula. Direitos humanos e Améfrica Ladina: por uma crítica amefricana ao
colonialismo jurídico. Lasa Fórum, Pittsburgh, v. 50, n. 3, p. 69-74, 2019. (Dossiê El
pensamiento de Lélia Gonzalez, um legado y um horizonte). Disponível em:
https://bit.ly/2NHDJpT.
BARRETO, Raquel de Andrade. “Enegrecendo o feminismo” ou “Feminizando a
raça”: narrativas de libertação em Angela Davis e Lélia Gonzáles. Rio de Janeiro, PUC-
Rio, Departamento de História, 2005.
VIANA, Elizabeth do Espírito Santo. Relações raciais, gênero e movimentos sociais: o
pensamento de Lélia Gonzalez (1970-1990). 2006. 247f. Dissertação (Mestrado em
História Comparada) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
2006.

Aula 5 (16/04) – Sessão dedicada à Angela Davis - Raça/Classe, Abolicionismo Penal


e a longa jornada rumo à liberdade.

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Textos:
DAVIS, Angela. O legado da escravidão: parâmetros para uma nova condição da mulher.
In: Mulheres, raça e classe. São Paulo, Boitempo, 2016.
DAVIS, Angela. Introdução: reformar ou abolir o sistema prisional. Estarão as prisões
obsoletas? Rio de Janeiro, Difel, 2018.
DAVIS, Angela. O complexo-industrial prisional. Estarão as prisões obsoletas? Rio de
Janeiro, Difel, 2018.
DAVIS, Angela. Alternativas abolicionistas. Estarão as prisões obsoletas? Rio de
Janeiro, Difel, 2018.
DAVIS, Angela. As lutas progressistas contra o insidioso individualismo capitalista. A
liberdade é uma luta constante. São Paulo, Boitempo, 2018.
DAVIS, Angela. Feminismo e abolicionismo: teorias e práticas para o século XXI.
Estarão as prisões obsoletas? Rio de Janeiro, Difel, 2018.
Filme: Libertem Angela Davis.

Aula 6 (23/04) – Sessão dedicada à Audre Lorde e a bell hooks – Raiva e Amor,
Racismo e Afetos e Sessão dedicada à Patricia Hill Collins – Pensamento Feminista
Negro, Imagens de controle, Interseccionalidade e Políticas Emancipatórias.
LORDE, Audre. Os usos da raiva: as mulheres reagem ao racismo. Irmã outsider. Belo
Horizonte, Autêntica Editora, 2009.
LORDE, Audre. Olho no olho: mulheres negras, ódio e raiva. Irmã outsider. Belo
Horizonte, Autêntica Editora, 2009.
hooks, bell. Tudo sobre o amor. São Paulo, Elefante, 2021. (textos a excolher)
hooks,bell. O amor como prática de liberdade. Disponível em:
https://medium.com/enugbarijo/o-amor-como-a-pr%C3%A1tica-da-liberdade-bell-
hooks-bb424f878f8c
hooks, bell. Vivendo de amor. Disponível em: https://www.geledes.org.br/vivendo-de-
amor/
COLLINS, Patricia Hill. A política do pensamento feminista negro.
COLLINS, Patricia Hill. Características distintivas do pensamento feminista negro.
COLLINS, Patricia Hill. Mammies, matriarcas e outras imagens de controle.
COLLINS, Patricia Hill. Aprendendo com a outsider within*: a significação sociológica
do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado – Volume 31 Número 1
Janeiro/Abril 2016

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COLLINS, Patricia Hill. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade
e política emancipatória. Disponível em: https://www.geledes.org.br/wp-
content/uploads/2017/07/01.pdf
Textos Complementares:
BUENO, Winnie. Imagens de controle: um conceito do pensamento de Patrícia Hill
Collins. Porto Alegre: Zouk, 2020.

Aula 7 (30/04) – Sessão dedicada ao pensamento intelectual/militante travesti/trans


NEGRAS. Homenagem à Megg Rayara Gomes de Oliveira e Mariah Rafaella Silva

Textos:
GOMES DE OLIVEIRA, Megg Rayara. Transexistências negras: o lugar de travestis
e mulheres transexuais negras no Brasil e em África até o século XIX. In: GOMES DE
OLIVEIRA, Megg Rayara. Nem ao centro, nem à margem – corpos que escapam as
normas de raça e gênero. Salvador, Editora Devires, 2020.
GOMES DE OLIVEIRA, Megg Rayara. Por que você não me abraça: Reflexões a
respeito da inviabilização de travestis e mulheres transexuais no movimento social de
negras e negros. In: GOMES DE OLIVEIRA, Megg Rayara. Nem ao centro, nem à
margem – corpos que escapam as normas de raça e gênero. Salvador, Editora Devires,
2020.
SILVA, Mariah Rafaela. Biofilia: Um ritual autoetnográfico do desejo. Disponível em:
http://revistadr.com.br/revista/dr-5/
SILVA, Mariah Rafaela. Código da ameaça: trans classe de risco: preta. Disponível em:
https://www.n-1edicoes.org/textos/118
SILVA, Mariah Rafaela. Por uma genealogia da cisgeneridade ( tese de doutorado).

Aula 8 (07/05) - Sessão dedicada à Mara Viveros Visgoya, Ochy Curiel, Yuderkis
Spinosa Miños - Raça, Gênero, Sexualidade e Feminismo Decolonial.
Uma homenagem as produções militantes das mulheres indígenas - Fontel e Katu

VIVEROS, Mara. “La sexualización de la raza y la racialización del sexo en el contexto


latinoamericano actual”. In Gloria Careaga (org.) La sexualidad frente a la sociedad.
México, D.F., 2008.

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CURIEL, Ochy. GÉNERO, RAZA, SEXUALIDAD DEBATES
CONTEMPORANEOS. Disponível em: https://www.urosario.edu.co/Subsitio/Catedra-
de-Estudios-Afrocolombianos/Documentos/13-Ochy-Curiel---Genero-raza-y-
sexualidad-Debates-.pdf
Entrevista com Ochy Curiel. Ochy Curiel e o feminismo decolonial. Por: Ana Paula
Procópio da Silva, Magali da Silva Almeida e Renata Gonçalves. Disponível em:
https://www.epublicacoes.uerj.br/ojs/index.php/revistaempauta/article/view/52020/3447
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MIÑOSO, Yuderkis Spinosa. Sobre por que é necessário um feminismo decolonial:
diferenciação, dominação coconstitutiva da modernidade ocidental. Disponível:
https://masp.org.br/uploads/temp/temp-Giqs0qaSQ1sxGgwydI1C.pdf

Aula 9 (14/05) – Sessão dedicada à Sueli Carneiro – Mulheres Negras em Movimento,


Enegrecendo o Feminismo e o Epistemicídio.

CARNEIRO, Sueli Aparecida. A construção do outro como não-ser como fundamento


do ser. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005. Tese (Doutorado em Filosofia da
Educação). https://repositorio.usp.br/item/001465832
CARNEIRO, Sueli Aparecida. Escritos de uma vida. São Paulo: Pólen, 2019 (Textos a
escolher)
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América
Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Racismos contemporâneos. Rio de Janeiro:
Takano Editora, v. 49, p.58, 2003.
CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. Estudos Avançados, v. 17, n. 49, p. 117-
133, 2003
CARNEIRO, Sueli. “Ennegrecer al feminismo”. In: CURIEL, Ochy et al, Feminismos
disidentes en América Latina y el Caribe. Ediciones fem-elibros, vol 24, n° 2. 2005.
CARNEIRO, Sueli. Epistemicídio. In: https://www.geledes.org.br/epistemicidio/

Aula 10 (21/05) – Sessão dedicada à Beatriz Nascimento – O Quilombo, o Atlântico,


Transatlântica e Orí – Quilombos e afrodiásporas.
NASCIMENTO, Beatriz. Kilombo e memória comunitária: um estudo de caso. In:
RATTS, Alex. Eu sou Atlântica – sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São
Paulo, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.

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NASCIMENTO, Beatriz. O conceito de quilombo e a resistência cultural negra. In:
RATTS, Alex. Eu sou Atlântica – sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São
Paulo, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.
NASCIMENTO, Beatriz. Todas [as] distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz
Nascimento. In: Ratts, A & Gomes, B. (org). EDITORA OGUM’S TOQUES NEGROS,
2015. ( Textos a escolher)
Documentário ORÍ.

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