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Workshop – Perdendo o Medo de Falar em Público

TEXTOS PARA TREINAR

Discurso Político

Discurso do Senador Hélio Costa

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,

Hoje à tarde, o Plenário do Senado vai votar o Estatuto


do Desarmamento, que engloba todas as proposições
apresentadas, tanto no Senado quanto na Câmara, com
respeito à questão das armas de fogo no Brasil,
responsáveis, certamente, por milhares e milhares de
assassinatos em nosso País.

Crimes que, na visão do legislador, poderiam ser


evitados se já estivesse em vigor o Estatuto que hoje
está sendo submetido ao Plenário do Senado.

Recordo-me de que, nas viagens que fiz como


correspondente internacional da televisão brasileira, tive
a oportunidade de visitar o Japão exatamente para fazer
um trabalho relacionado com a violência nas grandes
cidades.

Lá chegando, fui apresentado ao chefe de polícia da


cidade de Tóquio, que me forneceu dados
inacreditáveis. Segundo os números apresentados, no
espaço de um ano – isso aconteceu há
aproximadamente dez anos –, tinha havido, numa
cidade de então oito milhões de habitantes, apenas
quatro assassinatos.

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É evidente que estamos falando de uma cultura
diferente, de um país que tem um controle rígido sobre
as armas de fogo, principalmente aquelas de cano curto,
que ficaram famosas no mundo inteiro com o nome de
saturday night special , ou seja, o especial de sábado
à noite.

Mas o fato é que esses números me deixaram


profundamente impressionado, porque contrastavam
com os números reais que tínhamos no Rio, em São
Paulo, nas grandes cidades brasileiras. Na época, em
São Paulo, havia, em média, mais de 100 assassinatos
por dia, e, no Japão, em uma cidade de oito milhões de
habitantes, quatro assassinatos em um ano.
As leis que foram feitas lá são simples, objetivas, claras,
como aquelas que hoje o Senado da República
apreciará na sessão plenária que ora se inicia.

Creio que não haja um Senador, uma Senadora, um


legislador, um cidadão que não se sinta diminuído,
quando vê uma pessoa ser assassinada de uma forma
brutal, friamente, como acontece todos os dias nas
grandes cidades brasileiras.

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Crônicas e Poesias

Ter ou não ter namorado


Quem não tem namorado é alguém que tirou férias
remuneradas de si mesmo.

Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque


namorado de verdade é muito raro. Necessita de
adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa
ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa,
envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é
muito difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a


quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a
gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção.

A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira:


basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é
quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três
pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois
amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum
namorado.

Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva,


cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da
padaria ou drible no trabalho.

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Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se
acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem
alegria.

Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a


infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda
que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.

Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos


dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da
flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de
Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque,
lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou
descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto
para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo,
tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta


abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não
gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas
olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele;
abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança
e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas,
beira d’água, show do Milton Nascimento, bosques
enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele,
quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não
se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem
namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir;
quem curte sem aprofundar.

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Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser
lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou
meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem
namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem
faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem
namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz.

Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si


mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o


amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de
medos.

Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos


dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e
escove a alma com leves fricções de esperança. De alma
escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma
e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e
sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha
intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de
contos de fada.

Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e


do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual
trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras
de galanteio.

Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu


aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e,
de repente, parecer que faz sentido.
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SONETOS

Para cantar de amor tenros cuidados,


Tomo entre vós, ó montes, o instrumento;
Ouvi pois o meu fúnebre lamento;
Se é, que de compaixão sois animados:

Já vós vistes, que aos ecos magoados


Do trácio Orfeu parava o mesmo vento;
Da lira de Anfião ao doce acento
Se viram os rochedos abalados.

Bem sei, que de outros gênios o Destino,


Para cingir de Apolo a verde rama,
Lhes influiu na lira estro divino:

O canto, pois, que a minha voz derrama,


Porque ao menos o entoa um peregrino,
Se faz digno entre vós também de fama.

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II

Leia a posteridade, ó pátrio Rio,


Em meus versos teu nome celebrado;
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:

Não vês nas tuas margens o sombrio,


Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.

Turvo banhando as pálidas areias


Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.

Que de seus raios o planeta louro


Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.

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Não deu!

Não deu
Eu tive que desistir, mesmo querendo lutar
Não tinha mais como me humilhar
Por você... Por seus atos
É muito pouco, pra tanta tentativa.
Foram tantos momentos que você me decepcionou
Tantas coisas que eu tive que escutar
E tudo isso pra nada,
Por um sentimento que não valia nada.
As situações que tive que encarar
As vezes que vi você calar
Isso tudo só me fez magoar
Mas nenhum momento deixei de te amar
Enquanto você estava comigo por estar
Demorou, mas a ficha caiu
Tudo morreu
Você não merece ter alguém como eu
Não merece ser amado, desejado
Esse amor, eu devia ter ocultado
Porque assim, ele não seria tão pisado
E eu não estaria nesse estado
Juro que essas lágrimas que estão descendo
São as últimas derramadas por você
De tantas outras que já foram
E você nem se tocou
No fim, a criança é você
Que me recusou, por medo, por vergonha
Mas esquecia da minha idade na cama
Não acho as palavras pra explicar
Mas te deixei em algum lugar
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Bem longe do meu coração
O lugar que você frustrou
E que em todo tempo desencorajou.

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Facebook reporta queda de 12% no
lucro do trimestre
SÃO PAULO – Em processo de preparação para a sua
oferta pública inicial de ações prevista para maio, o
Facebook divulgou hoje os resultados referentes ao
primeiro trimestre de 2012. No período, a companhia
apurou lucro líquido de US$ 205 milhões, queda de 12%
se comparada ao ganho de US$ 233 milhões registrado
no mesmo intervalo do exercício anterior. 
A empresa atribuiu parte do desempenho ao
crescimento das despesas com vendas e marketing,
além da ampliação dos investimentos em pesquisa e
desenvolvimento. Outro fator que impactou esses
números foram as despesas relacionadas às operações
de centros de dados, especialmente, no aluguel de
estruturas para esse fim. No total, os custos e outras
taxas subiram 98% no trimestre. 
Entre janeiro e março, o Facebook registrou uma receita
US$ 1,06 bilhão, um salto de 45% em relação ao
desempenho de um ano antes. As vendas de
publicidade tiveram um avanço de 37%. Como aspectos
que contribuíram para essa performance, a rede social
apontou o crescimento contínuo do número de usuários
ativos mensais, na base de 33%, e também do número
de usuários ativos diários, que registrou um avanço de
41%, para 526 milhões. 
Em relação à aquisição da Instagram, divulgada no
início do mês, o Facebook revelou que o acordo
envolveu a cessão de 23 milhões de ações da rede
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social e US$ 300 milhões em dinheiro, com uma
valorização de US$ 30,89 por ação a partir de 31 de
janeiro.
(Moacir Drska | Valor, com agências internacionais)

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Discurso histórico, transparência inédita

O governo brasileiro, independente da gestão, sempre


alardeou sobre a necessidade de reduzir as taxas de
juros a padrões internacionais. O mercado financeiro
sabe disso, mas não está acostumado a conviver com
objetivos tão transparentes. E a entrevista exclusiva do
vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Marcio
Percival, para a jornalista Carolina Mandl, do Valor,
publicada na edição desta segunda-feira, não poderia
ser mais reveladora sobre a disposição do governo
quando se trata do custo do dinheiro e sua oferta como
alavanca para a expansão da atividade.
“Do total do crédito, as instituições públicas são
responsáveis por 44%. Isso nos credenciou a exercer
um papel de regulador do mercado. Isso é importante
para tornar exitosa a política monetária, para que não
fique refém do mercado. Antes, o crédito era reduzido
no país. Hoje já corresponde a quase 50% do PIB. Já
chegou na fase de maturação, então agora é discutir
preço”, afirma Percival.
O vice-presidente da Caixa alerta que está acontecendo
um movimento novo e importante no sistema financeiro
que é a diminuição do padrão de juros e o crescimento
do crédito. Fatos tão ou mais importantes, segundo ele,
do que a estabilização da inflação na década de 90.
Percival, que prevê redução do retorno sobre o
patrimônio da instituição de seis pontos abaixo do nível
do ano passado, avalia que a taxa de expansão do
crédito na Caixa, em 2012, pode superar 37% depois do
lançamento do pacote de juros menores.
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Com os cortes de juros anunciados, a Caixa atingiu
imediatamente 25 milhões de clientes que usam cheque
especial, crédito pessoal e rotativo do cartão de crédito.

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