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A Semiótica - perspectiva histórica.

Os precursores e os vultos proeminentes: Locke, Leibnitz, Saussure, Charles S. Peirce, R.


Barthes e U. Eco.
Carácter recente dos estudos semiológicos. As diferentes concepções da disciplina. A relação
Semiótica/Linguística.
Bibliografia Saussure, F. - Cours de Linguistique Générale, Paris, Payot, 1974, págs. 32-33.
Kristeva, Julia - História da Linguagem. Lisboa, 1969, págs.409-447. Todorov, T. e Ducrot, O. -
Dicionário das Ciências da Linguagem, Lisboa, 1973, (ver semiótica).

O QUE É A SEMIÓTICA

A semiótica – do grego semeiotiké, “arte dos sinais” - é a disciplina que estuda


os sinais e o processo de significação, tendo em atenção que este é um
fenómeno cultural. Estuda todos os sinais, a linguagem em sentido lato, ao
contrário da linguística, que estuda apenas a linguagem em sentido restrito –
os sinais verbais. Contudo a linguística, como disciplina, é anterior à semiótica,
apesar de mais restrita. No entanto, a semiótica já era discutida na Grécia
antiga, entre os filósofos, ganhando particular destaque no início do séc. XX,
com Saussure, Pierce e Umberto eco, que se dedicaram a estudar o assunto.~

Início do estudo de uma Teoria geral do sinal e da significação.


A essência do sinal e do processo significativo.
O sinal e a sua relação com o sujeito, a origem e o objecto significado.
Bibliografia Carvalho, J. G. Herculano - Teoria da Linguagem, Vol. I, Coimbra, 1967, págs.
93-150
Caracterização dos sinais: instrumentais e formais; naturais e convencionais; intencionais e
espontâneos.
O símbolo - parcialmente natural (por semelhança, analogia ou contiguidade) e convencional.
Bibliografia Ver lição 3.
TEORIA GERAL DO SINAL E DA SIGNIFICAÇÃO

Sujeito Sinal Objecto

Origem

O sinal representa um objecto


Pode não ser palpável – abstracto
Para ser sinal, tem que representar algo

Origem
O que produz o sinal

Sujeito
O que descodifica o sinal

O sinal estabelece relações com estes três

Sujeito – sinal

Instrumentais ou formais
Instrumentais
Têm existência física

Formais
Não têm existência física (conceitos)

Sinal – objecto

Naturais ou convencionais
Naturais
Independentemente da relação significativa, há uma relação
intrínseca

Convencionais
Relação convencionada

símbolo

devido às suas características, é em parte natural e em parte convencional

relação de naturalidade pode ser por três motivos


por semelhança
com o que acontece na realidade
por analogia
por continuidade – proximidade

Sinal – origem

Espontâneos ou intencionais

Significação e comunicação

nós somos receptores e emissores de sinais


isto não é comunicação, mas sim significação

Significação
Interpretação – diferente da significação
Interpretamos, mas podemos não atribuir o significado certo
Significado das coisas, que tivemos, correcta ou não
Quando há sinais há sempre significação

Comunicação
Nem sempre há comunicação [clopes, temos pena]
Não há certezas que o sinal tenha sido produzido para ser interpretado
Consegue transmitir ao outro exactamente o que pretende – perfeito

Todos os sinais produzidos conscientemente não são comunicação, mas


sim significação
Conclusão do assunto anterior.
Significação virtual e significação actual.
Bibliografia Ver lição 3.

Significação virtual
Significação actual

Significação – tenta interpretar um sinal


Sujeito que tenta interpretar um sinal

Significação virtual – é uma potência, uma hipótese

Ex: cabelo (significação virtual)

Significação actual
Factualizamos – “este cabelo é ruivo, ondulado”
Concretizamos

Ex: sinal vermelho (semáforo)


Significação virtual – aprendida

Significação actual – quando vemos na estrada e o vemos


(concretização)

Virtual
Hipótese, potencia
Cabelo (isolado) – significado virtual (descontextualizado)
Significação – conjunto de características gerais, comuns a todos

Actual
O cabelo é bonito
Actualizou o significado virtual do cabelo
Características mais limitadas
In loco
O código cinésico - a mímica e a gestualidade.
Linguagens gestuais e linguagem verbal.
Vantagens da linguagem verbal.
Bibliografia Carvalho, J. G. Herculano - Teoria da Linguagem, Vol. I, Coimbra, 1967, págs.
63-77

2 grandes grupos de gestos

Aqueles que acompanham a linguagem falada


-Não constituem a verdadeira linguagem
-Não têm conteúdo significativo, preciso
-Funcionam como indícios para as pessoas
-Momentaneamente estes gestos podem substituir a linguagem verbal,
mas não são verdadeiros sistemas de linguagem, pois não se conseguem
referir à totalidade da realidade

Aqueles que substituem de forma contínua, permanentemente ou


momentaneamente
-sistemas gestuais
-verdadeiras linguagens
(linguagem dos surdos-mudos – linguagem gestual)
-têm um significado convencionalizado

Sinais – convencionalizados
Pertencem
Sistemas de linguagem gestual
Podem ser
-permanentes (surdos-mudos)
-momentâneos (períodos)

Há teorias que dizem que as pessoas começam a comunicar por gestos


Só depois surge linguagem verbal

Porquê?

Linguagem verbal (vantagens)


-abarca muito mais palavras
-demora mais tempo a fazer os gestos do que a falar
-numero de combinações que podemos fazer com o som é muito maior
do que a que podemos fazer com os gestos
-linguagem gestual necessita das mãos, verbal não – liberta as mãos
para trabalhar
-pode-se falar no escuro
Os sinais linguísticos - suas características.
Noção de signo (significante e significado).
Convencionalidade do sinal linguístico. As excepções: onomatopeias e interjeições.
O princípio da arbitrariedade ou "imotivação" do sinal linguístico de F. de Saussure - exposição
e crítica.

Bibliografia Carvalho, J. G. Herculano - Teoria da Linguagem, Vol. I, Coimbra, 1967, págs.


151-198.

Sinais verbais ou linguísticos


Qualquer palavra

Sinal – que nos torna presente uma coisa ausente

Para que haja, tem que haver

Significante + significado = sinal verbal ou linguístico

Conjunto de sons (significante)


Ex: mesa
Aquilo a que o conjunto de sons se refere (significado)

Quase todos os sinais linguísticos são convencionais


Prova – existência de várias línguas

Há excepções
onomatopeias
-utilização de palavras para reproduzir os sons da natureza
-não é uma representação fiel, mas é semelhante ao som
verdadeiro
-de língua para língua as onomatopeias variam
São símbolos (parcialmente naturais, parcialmente convencionais)

Interjeições
-depende do contexto (por isso é que a seguir à interjeição
nos especificamos – ex: oh meu deus) [isso digo eu que tenho exame
segunda…]
-prolongamento de estados emocionais fortes
-não são totalmente convencionais, têm uma dose natural
-variam de língua para língua
Símbolos

Onomatopaicas ≠ onomatopeias
-são totalmente convencionais
Ex: tilintar – verbo – som da campaínha

CARVALHO (etc) pág 63-71 e 151-198 (linguagem verbal e gestual)


Sinais verbais ou linguísticos
Que fazem das línguas um sistema (sistema – um todo organizado)
Organização do sistema – estrutura

Cada língua constitui um sistema – cada língua tem uma organização


Ex: língua portuguesa – é sistematizada (sintase)
Não podemos trocar a ordem senão tem outro sentido
Ex: homem bom/bom homem [LOL]
Miúdos dizem fazi (porque a maior parte dos pretéritos
perfeitos acabam em i)

As palavras
Estão dentro da língua
Ligadas – não estão isoladas (porque a língua é um sistema)

Há palavras que estabelecem relações com outras


-vendedor
-venda
-vendedeira

Existem outras que estão um pouco isoladas – por causa do léxico


-beco
-leme
-alvíssaras (recompensa)
-stop

Têm relações unilaterais com o seu significado


Isolamento justificado por grande parte serem estrangeirismos

Língua + estrutura = língua mais fácil de ser entendida

Linguagem verbal – mais objectiva



Linguagem musical – mais subjectiva

Ferdinard de Saussure
Suíço
Deu aulas em Paris (linguística geral) – nos finais do séc XIX, inícios XX
Interessou-se pelo funcionamento das línguas

Linguística – teor histórico (ponto de vista diacrónico)


Priveligiava
Transformação das línguas ao longo do tempo

Curso de linguística geral


Livro que 3 alunos fizeram a partir de apontamentos das aulas
(porque o Saussure tinha a mania que era bom e perfeccionista e rasgava
tudo)

Um dos princípios que o livro engloba


Princípio da arbitrariedade ou imotivação do sinal linguístico

Sinais linguísticos = significante + significado

Arbitrários
Depende do (?) individual
Não segue normas

Imotivação
Há uma imotividade por entendermos a língua

A relação que se estabelece com o objecto é convencional


É o que o princípio de Saussure afirma, apesar de o nome não ter sido o
mais feliz (contraditório)

Sinais estabelecem uma relação com a realidade – relação convencional


Estabelecem entre si uma relação
Podem não estabelecer relações – estão isolados

Economia do sistema de linguagem


Utilizamos um número de sons (alfabeto) para formar muitas palavras
Sons linguísticos
São objectivamente convencionais
Mas subjectivamente podem ser e muitas vezes são naturais

Criança que aprende a falar – associamos um conjunto de sons aos objectos


ou ideias
Aprendemos ouvindo
Relação indissociável

Significante e significado, para os falantes, até certa fase da vida é uma relação
natural (subjectivamente)
Porque constantemente os vêm associados

Pelo hábito de ver constantemente os sons associados aos objectos –


subjectivamente
Relação natural

Da parte subjectiva

Deixa de ser subjectiva quando as pessoas aprendem uma segunda língua


Abole a sensação que o sinal é natural
A pessoa consciencializa-se da parte convencional (do sinal)
Os tabus linguísticos - sua caracterização:
- de carácter social (decoro ou conveniência)
- de carácter mágico-religioso.
Exemplificação.
Os tabus linguísticos e a "arbitrariedade" do signo.
Bibliografia Ullmann, Stephen - Semântica (tradução), Lisboa (Fundação Gulbenkian), 1967.
Ver no índice de assuntos: tabu. Mesthrie, Rajend (ed.)- Concise Encyclopedia of
Sociolinguistics. Oxford, 2001. Ver: Taboo words.

Tabus linguísticos

Palavra de origem polinésia


Tabu ≠ noa (o que se pode fazer)

Tabu – entrou através do inglês, através da polinésia

Originalmente significa aquilo que é interdito/proibido


Ligado a teor mágico

Tabus linguísticos – interdição vocabular


Palavra os conjunto de palavras que nós não devemos pronunciar

2 grandes tipos
Tabu de decência ou decoro (tabu de carácter social)
Ex – palavrões

Tabu de carácter mágico-religioso

Palavrões
Associados a função sexual, digestiva e intestinal

-fazer chichi
-urinar
-mijar
Significam o mesmo

Significante – refere-se ao mesmo acto, mas em certos contextos não se utiliza

Sinal convencional de uma realidade

Então porque temos de escolher este ou aquele?


Carácter social

Palavras podem ser ditas, mas não devem, pois sofre-se sanções sociais
Se quebrarmos o tabu
CARVALHO (etc) págs 24-54, 63-77, 93-198

Tabu linguístico

De carácter social
Ex: assuntos que se prendem com a doença

De carácter religioso
Tem a ver com uma certa crença por parte das pessoas

Estes exemplos são de ambos os caracteres pois quase tudo é de carácter


social

Ex: palavrões – são exclusivos do carácter social

Mudança linguística
Os tabus têm sido substituídos por eufemismos
Ex: prostituta – fille (rapariga) – França
Passou rapariga – jeune fille
Língua – tabus levam à mudança linguística
Palavras são substituídas por outras

A tendência é caminhar para o fim do tabu, mas mesma assim o tabu faz parte
da sociedade

As pessoas que não respeitam o tabu são marginalizadas


As funções da linguagem: função interna (o conhecimento) e função externa (a pura
exteriorização e a comunicação). Bibliografia Carvalho, J. G. Herculano - Teoria da
Linguagem, Vol. I, Coimbra, 1967, págs. 23-61.

Continuação da aula anterior.


Linguagem e conhecimento. Língua e visão do mundo.
Bibliografia Ver aula anterior e: CARVALHO, J.G. Herculano - obra citada, vol. II, págs. 427-
432 SCHAFF, Adam - Linguagem e Conhecimento, Coimbra, 1974, págs. 96-174.

Funções da linguagem = utilidade da linguagem

Entendemos
Comunicamos (ideias, sentimentos)

Nós pensamos através de imagens acústicas dos sinais verbais


Não têm som
São a representação das palavras

Linguagem verbal
2 funções

interna
Consiste no pensamento ou conhecimento
Pensamos através das palavras (língua) – sinais convencionais
É feito com a nossa língua materna

Sinais formais – só existem no nosso pensamento


Na relação com o subjecto [sic]

Externa
Comunicação
Quando há emissor – receptor

Para exteriorizar
Quando a pessoa fala sem ter receptor (falar sozinho)
Acto socialmente repreendido
Maior ou menor carga emocional
Sobre muita pressão, necessidade de objectivar através de
palavras audíveis

Pessoas que moram sozinhas falam sozinhas

Parte interna
Importância da linguagem – percepção do mundo

Diferenças muito grandes entre as diferentes línguas


Linguagem – ordena o mundo
Quando a criança nasce o mundo está desorganizado – organizam-nos
através da língua

Se nós pensamos pela nossa língua materna – ao encarar o mundo


E deparamo-nos com outra língua

Essas pessoas vão percepcionar o mundo diferente da nossa maneira

A língua materna influencia a forma como vemos o mundo

Teoria da relatividade linguística


O modo como percepcionamos a realidade através da nossa língua
materna
Funções informativa, emotiva, apelativa, poética, fática e metalinguística.

Parte externa

Nós não convencionamos no vazio – índole diversa


+ objectivo possível (“mesa de madeira, com N de comprimento”)
Conteúdo de teor informativo
+ subjectiva (“a mesa não vale nada”)
Conteúdo virado para o emissor
Apelativa (“leva-me daqui a mesa, por favor”)
Utilizar a linguagem para actuar/mudar o comportamento do
receptor

Realidade – emissor – receptor


Realidade

Emissor Mensagem Receptor

Canal

Código

Realidade
Função informativa – função que predomina

Num acto de falar


Existe mais do que uma função

Emissor
Função emotiva
Quando as atenções estão viradas para ele

Receptor
Função apelativa
Quando as atenções estão viradas para o receptor
Quando se pretende persuadir alguém

Mensagem
Função estética

Canal
Função fática

Código
Função metalinguística

Fenómeno de co-presença
Presença de mais do que uma função na fala
Ex: profs
Função predominantemente informativa, mas também função
apelativa e emotiva

O facto de dizer “bom dia” de manhã – estamos a abrir o canal


Manter aberto o canal de comunicação
Função fática – não importa o conteúdo da mensagem
Ex: muitas pessoas não se dão bem com o silêncio
Falam por falar
Elevadores, salas de espera

1ª função dos bebés


Não importa o que se diz, mas a forma com se fala

Também se evidencia nas funções amorosas


Ridículo para quem está de fora

Código
Conjunto de regras que permitem que a comunicação se processe
Quando a linguagem está a ser utilizada para explicar algo
Ex: uma pessoa diz uma palavra desconhecida para o receptor e
este posteriormente descodifica-a
Função metalinguística

Só a linguagem verbal é metalinguística


Porque quando queremos descodificar o significado da dança, música,
utilizamos linguagem verbal

Função estética
Quando se fala de forma a embelezar o que se diz, quando há
preocupação em seleccionar as palavras que dizemos

Acontece na literatura – mas também na nossa vida quotidiana para


entrevistas de emprego
“definiremos, assim, linguagem como uma actividade(1) simultaneamente
cognoscitiva, e manifestativa(2), realizada pela utilização de um sistema(3) de
duplos sinais(4), designados pelo nome de signos, que se apresentam
praticamente como objectos sonoros(5) produzidos pelo aparelho fonador do
homem”
Definição de linguagem verbal muito completa

(1) porque é dinâmica


Está sempre em mudança/mutação
Actividade cultural – essência

(2) 2 funções da linguagem


Interna – função cogniscitiva
Externa – função manifestativa

(3) os sinais da linguagem estão organizados (sistema)

(4) sinais verbais – 2 vertentes: significante + significado


Signo

(5) essência do sinal verbal é sonoro


O problema da comunicação internacional. Línguas naturais, candidatas à universalidade:
soluções do passado e de hoje.
As línguas artificiais: a priori e a posteriori. Vantagens e inconvenientes.
Algumas características do Esperanto.
Bibliografia BURNEY, Pierre - Les langues internationales. Paris, 1962. LARGE, Andrew -
The artificial language movement. Oxford, 1985.

Babelismo – conceito que tem a ver com um mito – torre de Babel


Judaico-cristão
Os seres humanos queriam ser iguais a deus – começaram a
construir uma torre
deus confundiu-lhes as línguas – não se entenderam, não
acabaram a torre

Doutrina de monigenise – línguas provieram de uma só língua

Doutrina de poligenesse [oi?] – línguas provieram de 4 línguas, espalhadas


pelo mundo

Antiguidade greco-latina – grego e latim


Só as elites é que tinham acessos a estas línguas de intercâmbio[?]
Idade média – latim (influência cristã)

Depois surgiram outras línguas


Português (expansão marítima)
Espanhol
Francês (razões de carácter cultural – Paris – cidade das luzes)

A partir da revolução industrial


Começou a colocar em destaque o inglês
Já não é só para as elites
Inglês adquire estatuto não apenas pela influência da Inglaterra, mas
pela evolução dos EUA a nível económico e industrial

Dificuldade de escolher a língua internacional


Escolha tácita – inglês (aceita-se – muitos países)

Imperialismo linguístico
Muitos países não gostam que seja o inglês (Alemanha) a língua de
intercâmbio, porque não querem aceitar a supremacia de outro povo

Línguas artificias ≠ línguas naturais


Língua artificial – que foi criada para servir o intercâmbio internacional
Teve um primeiro impacto a partir de fins do séc. XVII, XVIII

Porque surgiu?
1º - por causa dos entraves de aprender as línguas naturais
2º - porque aprender uma segunda língua também é complicado
3º - eleger uma língua de intercâmbio era dar muito poder a um estado
(supremacia da língua)

Estudiosos criaram línguas artificiais

Línguas artificiais
A priori - material não linguístico

Ex: língua Solresol, séc XIX, de Sudre (francês) – utiliza as notas musicais
Deus – domisol
Diabo – solmido
Língua não teve muito sucesso, como praticamente todas as línguas artificiais
à priori

Língua Timerio, criada pelo alemão Thiemer


1-80-17 – amo-te

O material utilizado para fazer as línguas


Material desligado das línguas naturais – a priori

Línguas artificiais à posteriori


Tiveram sucesso
O material utilizado é material linguístico

Podem ser de 2 tipos


-esquemáticas
-naturalistas

Esquemáticas
Ex: esperanto – língua artificial que teve mais sucesso
Criada por Zamenhof (polaco)
Na zona dele falavam-se 5 línguas – terra era pequena
Problema do babelismo
Solução: esperanto
Só tem regras, não excepções
Só artigos definidos
Analisou várias línguas, simplificando-as ao máximo
Simplicou [sic] assim as dificuldades
O código prosódico na relação que estabelece com o código linguístico.
A dimensão semiótica do silêncio. [a minha alma, agora, chorou]
Bibliografia GUIRAUD, P. - A semiologia, Lisboa, 1973. Págs. 70-71. HALL, E. - The silent
language, New York, 1973. JAWORSKI, Adam - Silence, Berlim, 1997. Págs. 63-81.

Código prosódico
Tem a ver com a entoação, tom de voz
Ex: chinês – mesmas palavras com entoações diferentes
Significados diferentes

A maioria das línguas não são tonais, mas o som tonal é importante
Ex: português – diferencia-se uma afirmação de uma interrogação
através do tom de voz
Consegue-se modificar o sentido das palavras através do toma de
voz

Há silêncio, mas um silêncio comunicativo


Memórias póstumas de Brás Cubas

Silêncio associado a outras coisas (gestos, sinais)

O silêncio é polissémico – a percepção pode ser diferente


Pode-se interpretar correctamente uma pessoa que esteja em silêncio
ou não
Mais polissémico do que as palavras

Dimensão significativa do silêncio

Sul da Índia – os Paliyans


Pessoas falam muito pouco, e por volta dos 40 anos calam-se
Questão cultural

Nigéria – povo Anang


Recebeu este nomo porque na língua do povo vizinho (Ibo) quer dizer
“falador”

Falar e estar calado


Duas vertentes variáveis de cultura para cultura
Questão cultural
Quase tudo no mundo é relativo

Silêncio

“O velho Diálogo de Adão e Eva”


Assunto é o amor
Há culturas em que é aceitável falarem todos ao mesmo tempo

Em certas zonas de África


As pessoas só falam enquanto conseguirem manter um pé levantado –
equilíbrio
Para evitar que se fale muito tempo
Valor que se atribui ao falar e estar calado (silêncio pesa)

Cá as pessoas não sabem o que fazer com o silêncio


Não aquele pequeno que é bastante comunicativo
Silêncio muito grande

Finlandeses só falam quando têm algo a dizer


Gregos falam imenso
Função fática – falar por falar – é um disparate para os finlandeses
A proxémica - a dimensão significativa do tempo e do espaço.
O código proxémico - sua relação com o código linguístico. Exemplos.
Bibliografia GUIRAUD, obra citada. Págs. 123-126. HALL, OBRA CITADA.

Tempo – E. Hall

Afeganistão – a percepção do tempo é completamente diferente da nossa

Um embaixador americano foi posto no Afeganistão num sítio onde se fazia


uma feira
Regateiam sempre os preços
Durante três anos via um homem
Que durante a feira ia ver todas as tendas da feira e falar com as pessoas
Embaixador foi falar com o homem
Andava à procura do irmão, mas esqueceram-se de combinar o ano
[Fátinha, andaste na escola do galaricha…]

Percepção do tempo diferente no mundo


Dimensão significativa do tempo

Código proxémico
Séc xx – EUA – começou-se a estudar uma sub-disciplina da semiótica –
proxémica
Presta atenção a duas coisas
Dimensão significativa do tempo e espaço

Dimensão significativa do espaço


Acontece nas pessoas e nos animais
Espaço – leva ao tom de voz (distância influencia acústica)
Ex: posso falar baixo se a pessoa estiver perto

Hall
Estudou as distâncias a que as pessoas se colocam para comunicar
São diferentes de cultura para cultura
Falar com um estranho
Cultura latina – 90 cms
Cultura anglo-saxónica – 1,30m – 1,50m
Confronto entre culturas

Cultura índia – homens cumprimentam-se na cara


Cultura portuguesa – mulheres cumprimentam-se na cara

Condicionantes entre as pessoas no acto de comunicação

Mulher – mulher – distância é pouca


Homem – homem – distância é maior
Homem – mulher – distância é muito maior

Distância dentro de uma sociedade também é diferente

O termo proxêmica (proxemics, em inglês) foi cunhado pelo antropólogo


Edward T. Hall em 1963 para descrever o espaço pessoal de indivíduos num
meio social, definindo-o como o "conjunto das observações e teorias referentes
ao uso que o homem faz do espaço enquanto produto cultural específico".
Descreve as distâncias mensuráveis entre as pessoas, conforme elas
interagem, distâncias e posturas que não são intencionais, mas sim resultado
do processo de aculturação. É um exemplo de proxêmica quando um indivíduo
que encontra um banco de praça já ocupado por outra pessoa numa das
extremidades, tende a sentar-se na extremidade oposta, preservando um
espaço entre os dois indivíduos.

Hall indicou que diferentes culturas mantêm diferentes padrões de espaço


pessoal. Nas culturas latinas, por exemplo, aquelas distâncias relativas são
menores e as pessoas não se sentem desconfortáveis quanto estão próximas
das outras; nas culturas nórdicas, ocorre o oposto.
As distâncias pessoais também podem variar em função da situação social, do
gênero e de preferências individuais.

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