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CONTRATOS EM ESPÉCIE

Aula 01
Professora Sabrina Kompatscher.
Noções gerais de contrato

• Disposições gerais
• Requisitos de validade
• Princípios fundamentais do contrato
• Interpretação dos contratos
• Pactos sucessórios
• Formação dos contratos
• Contrato entre ausente
• Lugar de celebração
• Responsabilidade
Disposições gerais

• CONTRATO: negócio jurídico bilateral capaz de


criar, modificar ou extinguir direitos por meio
do acordo de vontade entre as partes.
Requisitos de validade do contrato
• Requisito geral de validade – artigo 104 do CC
a) Agente capaz;
b) Objeto lícito, possível e determinado ou
determinável;
c) Forma prescrita ou não defesa em lei.
• Requisito específico de validade:
a) Consentimento recíproco ou acordo de
vontades.
Princípios fundamentais do contrato
a) Princípio da autonomia da vontade;
b) Princípio da supremacia da ordem pública;
c) Princípio do consensualismo;
d) Princípio da relatividade dos contratos;
e) Princípio da obrigatoriedade dos contratos;
f) Princípio da revisão contratual ou onerosidade
excessiva;
g) Princípio da boa-fé
Interpretação dos contratos

Artigo 112 do CC
“Nas declarações de vontade se atenderá mais à
intenção nelas consubstanciada do que ao
sentido literal da linguagem.”
Artigo 423 do CC
“Quando houver no contrato de adesão
cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á
adotar a interpretação mais favorável ao
aderente.”
Pactos sucessórios

Artigo 426 do CC
“Não pode ser objeto de contrato a herança de
pessoa viva.”
CONTRATOS EM ESPÉCIE
Aula 02
Professora Sabrina Kompatscher.
Formação dos contratos

A formação do contrato é composta de 3


fases: a) preliminar – fase de negociação que
antecede a proposta; b) proposta – que
corresponde a fase de policitação (oferta) que
visa solicitar a manifestação de vontade da
outra parte que se denominará aceitante
desde que acolha, aprove e aceite a proposta.
c) aceite – é a manifestação de vontade
expressa pela concordância com os termos da
proposta.
Contrato entre ausentes

• Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-


se perfeitos desde que a aceitação é expedida,
exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a
esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
Lugar de celebração

• Artigo 435 do CC
“Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em
que foi proposto.”

• Artigo 9º, § 2º da LINDB


“Residindo os contratantes em países diferentes
será considerado o local da celebração o da
residência do proponente.”
Responsabilidade contratual e
extracontratual

• Responsabilidade contratual – sanção por


inadimplemento
• Responsabilidade extracontratual – ato ilícito
CONTRATOS EM ESPÉCIE
Aula 03
Professor Sabrina Kompatscher
Classificação dos contratos
Os contratos podem ser classificados em diversas
modalidades. Assim dividem-se quanto aos:
a) Efeitos;
b) Formação;
c) Momento da execução;
d) Agente;
e) Modo por que existem;
f) Forma;
g) Objeto;
h) Designação.
Classificação quanto aos efeitos

1. Unilaterais, bilaterais e plurilaterais;


2. Gratuitos e onerosos
3. Os onerosos se dividem em comutativos e
aleatórios;
4. Os aleatórios se dividem em aleatórios
acidente ou por natureza.
Classificação quanto a formação

1. Paritários;
2. Adesão;
3. Contra-tipo.
Classificação quanto ao momento da
execução

1. Instantâneo;
2. Diferido;
3. Trato sucessivo ou prestações.
Classificação quanto ao agente

1. Personalíssimo e impessoal;
2. Individual e coletivo.
Classificação quanto ao modo por que
existem
1. Principais e acessórios;
2. Derivados ou subcontratos.
Classificação quanto a forma

1. Solene (formal) e não solene (informal);


2. Consensual e real.
Classificação quanto ao objeto

1. Preliminar;
2. Definitivo.
Classificação quanto a designação

1. Nominados e inominados;
2. Típicos e atípicos;
3. Mistos e coligados
Contrato com pessoa a declarar

• Artigo 467 do CC – No momento da conclusão


do contrato, pode uma das partes reservar-se
a faculdade de indicar pessoa distinta a qual
irá adquirir os direitos e assumir as obrigações
decorrentes do contrato firmado.
Estipulação em favor de terceiro

• Este instituto esta previsto nos artigos 436 a


438 do CC.

• Conceito:
Haverá estipulação em favor de terceiro
quando uma das partes contratantes
convenciona com a outra um benefício ou
vantagem em favor do terceiro.
Aspectos gerais:
Contrato sui generis;
Exceção ao princípio da relatividade dos
contratos;
Relação composta por a) Estipulante;
b) Promitente;
c) Beneficiário.
Da promessa de fato de terceiro

• Disciplinada nos artigos 439 e 440 do CC.

• Conceito:
Trata-se de obrigação de fazer, na qual
uma pessoa se compromete com outra a obter
determinada prestação de um terceiro.
Dos vícios redibitórios

• Disciplinado pelos artigos 441 a 446 do CC.

• Conceito:
Os vícios redibitórios são defeitos ocultos
em coisa recebida em virtude de contrato
comutativo. Vícios esse aptos a tornar a coisa
imprópria ou lhe diminuir o valor.
Consequências legais

• Ações edilícias - artigo 442 do CC :

a) rejeitar a coisa, rescindindo o contrato


mediante ação redibitória;
b) Conservar a coisa mediante abatimento do
preço - ação estimatória.
• Efeitos - artigo 443; 444 e 503 do CC:

a) Responsabilidade do alienante
independentemente do conhecimento do vício;
b) Havendo o perecimento da coisa o alienante
responderá se o vício oculto já existia ao tempo
da tradição;
c) Na hipótese de coisas vendida de forma
conjunta, o defeito oculto em uma não autoriza
a rejeição das demais;
Da evicção

• Prevista nos artigos 447 a 457 do CC.

• Conceito:
Evicção é a perda da coisa em virtude de
decisão judicial que a atribui a outrem por causa
jurídica preexistente ao contrato.
Requisitos da evicção

a) Perda total ou parcial da coisa alienada;


b) Onerosidade na aquisição;
c) Ignorância da litigiosidade da coisa;
d) Anterioridade do direito do evictor;
e) Denunciação da lide ao alienante.
Da extinção do contrato

• Há 3 causas de extinção do contrato:


a) Com o cumprimento das obrigações
contratuais – via de regra;
b) Sem o cumprimento das obrigações por
causas anteriores ou contemporâneas ao
contrato;
c) Sem cumprimento das obrigações por causas
supervenientes/posteriores a contratação.
• Extinção normal – cumprimento das obrigações;
• Extinção sem cumprimento – causas anteriores
ou contemporâneas
a) Nulidade absoluta ou relativa;
b) Cláusula resolutiva;
c) Direito de arrependimento.
• Extinção sem cumprimento – causas
posteriores/supervenientes
a) Resolução;
b) Resilição;
c) Morte de um dos contratantes;
d) Rescisão.
CONTRATOS EM ESPÉCIE

Professor Sabrina Kompatscher


CONTRATO DE COMPRA E VENDA

Os contratos de compra e venda estão regulados


pelo Código Civil em seus artigos 481 a 504.
Conceito:
O contrato de compra e venda é um
negócio jurídico bilateral no qual uma das partes
se obriga a transferir o domínio de certa coisa e
a outra a pagar-lhe o preço ajustado.
Características do contrato de compra e
venda
• Bilateral (sinalagmático);
• Consensual;
• Oneroso;
• Comutativo;
• Aleatório;
• Não solene;
• Forma livre.
• Elementos do contrato de compra e venda:
1. Consentimento;
2. Preço;
3. Coisa.

• Efeitos do contrato de compra e venda:


1. Principais;
2. Secundários.
Efeitos secundários

1) Responsabilidade pelos riscos ;


2) Repartição de despesas;
3) Direito de reter a coisa ou o preço
Limitações à compra e venda:
1. Venda de ascendente para descendente:
• Art. 496. É anulável a venda de ascendente a
descendente, salvo se os outros descendentes
e o cônjuge do alienante expressamente
houverem consentido.
• Parágrafo único. Em ambos os casos,
dispensa-se o consentimento do cônjuge se o
regime de bens for o da separação obrigatória
2. Pessoa que deve zelar pelos interesses do vendedor:

Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados,


ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores,
os bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da
pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua
administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e
outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos
sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar
onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda
estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à
cessão de crédito.
3. Parte indivisa de condomínio:

• Art. 504. Não pode um condômino em coisa


indivisível vender a sua parte a estranhos, se
outro consorte a quiser, tanto por tanto. O
condômino, a quem não se der
conhecimento da venda, poderá,
depositando o preço, haver para si a parte
vendida a estranhos, se o requerer no prazo
de cento e oitenta dias, sob pena de
decadência.
• Na hipótese do artigo 504 do CC o condômino
que quiser a parte alienada deverá exercer seu
direito de preferencia pela ação de
preempção/preferência, observado o prazo
decadencial de 180 dias.
Venda entre cônjuges
• Art. 499. É lícita a compra e venda entre
cônjuges, com relação a bens excluídos da
comunhão.
• Sendo ineficaz a venda no regime de
comunhão universal.
• Sendo vedada a doação nos regimes de
separação legal e obrigatória.
Vendas especiais

• Venda mediante amostra;


• Venda ad corpus;
• Venda ad mensuram.
CLÁUSULAS ESPECIAIS À COMPRA E
VENDA
• Da retrovenda;
• Venda a contento;
• Venda sujeita a prova;
• Preempção ou preferencia ou prelação;
• Venda com reserva de domínio;
• Venda sobre documentos.
CONTRATO DE TROCA

Também denominado de contrato de permuta


se diferencia do contrato de compra e venda
porque nesta espécie contratual a prestação
não consiste em dinheiro.
O objetivo e dar uma coisa por outra.
Este negócio jurídico é bilateral, oneroso e
consensual.
Artigo 533. Aplicam-se à as disposições referentes à
compra e venda, com as seguintes modificações:
I – salvo disposição em contrário, cada um dos
contratantes pagará por metade das despesas com
o instrumento de troca;
II – é anulável a troca de valores desiguais entre
ascendentes e descendentes, sem o consentimento
dos outros descendentes e do cônjuge do
alienante.
CONTRATO ESTIMATÓRIO OU DE
CONSIGNAÇÃO

Esta espécie de contrato tem por objetivo a


entrega de coisa móvel a outrem, o qual
procederá a venda da coisa móvel para
terceiro pagando o valor ajustado ao
consignante.
Regulamentação
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens
móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando
àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido,
restituir-lhe a coisa consignada.

Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o


preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar
impossível, ainda que por fato a ele não imputável.

Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou


sequestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago
integralmente o preço.

Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser
restituída ou de lhe ser comunicada a restituição.
CONTRATOS EM ESPÉCIE

Professor Sabrina Kompatscher


CONTRATO DE DOAÇÃO

• Art. 538. Considera-se doação o contrato em


que uma pessoa, por liberalidade, transfere do
seu patrimônio bens ou vantagens para o de
outra.
CARACTERÍSTICAS DA DOAÇÃO:

1) Natureza contratual;
2) O animus donandi – intenção de fazer a
liberalidade;
3) Transferência de patrimônio;
4) Aceitação do donatário (aquele que
recebe).
ELEMENTOS PECULIARES DO CONTRATO DE DOAÇÃO:

1) O animus donandi – elemento subjetivo;


2) Transferência do patrimônio – elemento
objetivo.
ESPÉCIES DE DOAÇÃO

• Pura e simples;
• Onerosa;
• Remuneratória;
• Mista;
• Em contemplação do merecimento do donatário;
• Feita a nascituro;
• Em forma de subvenção periódica;
• Em contemplação de casamento futuro;
• Entre cônjuge e descendentes;
• Conjuntiva ou em comum a mais de uma pessoa;
• Inoficiosa;
• Manual;
• Feita a entidade futura.
Caraterísticas do contrato:

Unilateral;
Gratuito;
Consensual;
Solene – via de regra a lei determina a forma
escrita.
RESTRIÇÕES LEGAIS À DOAÇÃO:

Doação por devedor insolvente;


Doação que possa tornar o doador insolvente;
Doação da parte inoficiosa:
Doação de todos os bens do doador;
Doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice.
Doação por devedor insolvente

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita


de bens ou remissão de dívida, se os praticar o
devedor já insolvente, ou por eles reduzido à
insolvência, ainda quando o ignore, poderão
ser anulados pelos credores quirografários,
como lesivos dos seus direitos.
O mesmo fundamento para doação que possa
tornar o doador insolvente.
Doação de todos os bens do doador

Art. 548. É nula a doação de todos os bens


sem reserva de parte, ou renda suficiente para
a subsistência do doador.
Doação inoficiosa

Art. 548. É nula a doação de todos os bens


sem reserva de parte, ou renda suficiente
para a subsistência do doador
Doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice

Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu


cúmplice pode ser anulada pelo outro
cônjuge, ou por seus herdeiros necessários,
até dois anos depois de dissolvida a sociedade
conjugal.
Hipóteses de revogação da doação:
São causas de revogação todas as hipóteses
comuns aos negócios jurídicos. Tais como:
erro, dolo, coação, bem como os requisitos
gerais dos negócios jurídicos.

Sendo possível ainda sua revogação nos


casos de ingratidão e inexecução de encargo.
Ingratidão:
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as
doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do
doador ou cometeu crime de homicídio doloso
contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador
os alimentos de que este necessitava.
Inexecução do encargo:

Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada


por inexecução do encargo, se o donatário
incorrer em mora. Não havendo prazo para o
cumprimento, o doador poderá notificar
judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo
razoável para que cumpra a obrigação assumida.
Prazo para se pleitear a revogação da
doação:
Art. 559. A revogação por qualquer desses
motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano,
a contar de quando chegue ao conhecimento do
doador o fato que a autorizar, e de ter sido o
donatário o seu autor.
Causas em que não se admite a
revogação por ingratidão:
Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de
obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
CONTRATO DE LOCAÇÃO DE COISAS

Art. 565. Na locação de coisas, uma das


partes se obriga a ceder à outra, por tempo
determinado ou não, o uso e gozo de coisa
não fungível, mediante certa retribuição.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO

Bilateral;
Consensual;
Oneroso;
Comutativo:
Não solene;
Trato sucessivo.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO CONTRATO DE
LOCAÇÃO

Objeto – bem móvel ou imóvel infungível;


Preço – denominado aluguel ou remuneração;
Consentimento.
Obrigações do locador:
Entregar ao locatário a coisa alugada - Em
condições de uso a que se destina.
Manter a coisa no mesmo estado – realizando
reparos necessários para que a coisa seja mantida
em condições de uso, salvo estipulação em
contrário.
Garantir o uso pacífico da coisa – deve abster-se o
locador de praticar qualquer ato que possa
perturbar o uso e o gozo da coisa pelo locador, bem
como garantir que ninguém venha a perturbá-lo.
Respondendo ainda por vícios e defeitos ocultos da
coisa locada, conforme artigo 568 do CC.
Obrigações do locatário:
Servir-se da coisa alugada para os usos
convencionados e trata-la como se fosse sua;
Pagar o aluguel nos prazos ajustados, sob pena
de ser executado ou ter o contrato resolvido por
inadimplemento;
Levar ao conhecimento do locador as turbações
de terceiros, fundadas em direito;
Restituir a coisa ao término do contrato no
mesmo estado em que a recebeu, salvo
deteriorações naturais.
LOCAÇÃO DE PRÉDIOS URBANOS:
Rege-se pela Lei do Inquilinato;
O aluguel deverá ser temporário;
Para contratos cujo prazo de locação seja igual
ou superior a 10 anos exige-se a anuência do
cônjuge.
Antes de findo o prazo contratual não poderá o
locador reaver o bem locado;
Antes de findo o prazo poderá o locatário
devolver o bem, pagando a multa pactuada.
LOCAÇÃO DE PRÉDIO URBANO:

Não há prazo para a vigência do contrato de


locação desde que seja temporário.
Caso o prazo seja igual ou superior a 10 anos
deverá haver a anuência do cônjuge.
Havendo a morte do locador ou do locatário
transfere-se o contrato aos herdeiros – Artigo 11
e 11 da Lei do Inquilinato;
Locação de imóvel comercial
No que se refere a locação comercial destaca-se
a Ação Renovatória que tem como finalidade
buscar a renovação contratual.
Seus requisitos são:
a) Contrato escrito por prazo determinado;
b) Prazo mínimo do contrato a renovar de cinco
anos;
c) Exploração de pelo menos 3 anos da mesma
atividade econômica.
MODALIDADES DE GARANTIA:

Caução – Bens móveis ou imóveis cujo valor não


exceda 3 alugueis.
Fiança – Figura do fiador.
Seguro de fiança locatícia – Pagamento de
seguro para o caso de inadimplemento.
CONTRATO DE EMPRÉSTIMO

O contrato de empréstimo se divide em


Comodato e Mútuo.
COMODATO

Contrato de empréstimo gratuito de coisa não


fungível que se aperfeiçoa com a entrega da
coisa, conforme definição do artigo 579 do CC.
Comodante – quem empresta ;
Comodatário – recebe a coisa emprestada.
A coisa emprestada é para USO.
CARCATERÍSTICAS CONTRATUAIS

Gratuito;
Unilateral;
Não solene;
Temporário;
Real - aperfeiçoamento com a tradição.
O objeto do contrato é INFUNGÍVEL
QUESTÕES DE PROVA:

Só será permitido o comodato de coisa


fungível ou consumível quando a coisa se
destinar a ornamentação, exemplo cesta de
frutas.
A posse se divide em direta (comodatário –
aquele que recebe a coisa) e indireta
(comodante – aquele que emprestou a coisa).
OBRIGAÇÕES DO COMODATÁRIO
Conservar a coisa como se fosse sua de modo a conservá-la;

Usar a coisa de forma adequada a que se destina;

Restituir a coisa no prazo convencionado ou ao final do prazo


necessário ao seu uso.

Ex. empréstimo de trator para a colheita. Finda a colheita o


tratos deverá ser devolvido sob pena de responder por mora
com o consequente pagamento de aluguel (aluguel este que
significa perdas e danos, não transformando o contrato em
contrato de locação) pelo período de atraso. Caberá nesta
hipótese ação de reintegração de posse proposta pelo
comodante.
ATENÇÃO
Não podendo emprestá-la ou alugá-la;
Ex. empréstimo de trator para a colheita. Finda a
colheita o trator deverá ser devolvido sob pena
de responder por mora com o consequente
pagamento de aluguel (aluguel este que significa
perdas e danos, não transformando o contrato
em contrato de locação) pelo período de atraso.
Caberá nesta hipótese ação de reintegração de
posse proposta pelo comodante.
EXINÇÃO DO COMODATO:
a) pelo advento do termo convencionado;
b) pela resolução contratual de iniciativa do
comodante em caso de descumprimento das
obrigações pelo comodatário;
c) por sentença, a pedido do comodante, em
decorrência de provada necessidade urgente e
imprevista;
d) pela morte do comodatário na hipótese de
contrato intuito personae.
MÚTUO

Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas


fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao
mutuante o que dele recebeu em coisa do
mesmo gênero, qualidade e quantidade.
CARACTERÍSTICAS CONTRATUAIS:
Tem por objeto o empréstimo de coisa fungível;
A coisa emprestada é para consumo;
Não se devolve a mesma coisa que foi
emprestada, mas sim de mesma qualidade,
quantidade e gênero;
Acarreta a transferência de domínio;
Permite que a coisa emprestada seja alienada.
QUESTÃO DE PROVA
No caso de empréstimo de dinheiro, sendo
estipulado juros, o contrato será oneroso e por
tanto denominado de mútuo feneratício.
Empréstimo em dinheiro deve ser em moeda
nacional, salvo exceção nos contratos de
importação e exportação em que o valor poderá
ser em moeda estrangeira havendo a
necessidade de conversão para a moeda
nacional no momento do pagamento ou da
cobrança.
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO:

Constitui contrato de prestação de serviço toda


espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou
imaterial, contratado mediante retribuição, desde
que não estejam sujeito as leis trabalhistas,
conforme determina o artigo 594 do CC.
CARACTERÍSTICAS CONTRATUAIS:

Bilateral;
Oneroso;
Consensual.
EXTINÇÃO DO CONTRATO:
Com a morte de qualquer das partes;
Pelo escoamento do prazo;
Pela conclusão da obra;
Pela resilição do contrato mediante aviso prévio;
Por inadimplemento de qualquer das partes;
Pela impossibilidade de sua continuação, por
força maior.
CONTRATO DE EMPREITADA

É o contrato em que uma das partes obriga-se a


realizar determinada obra, pessoalmente ou por
meio de terceiros, mediante remuneração.
Regulado pelos artigos 610 a 626 do CC.
CARACTERÍSTICAS CONTRATUAIS:

Bilateral;
Consensual;
Comutativo;
Oneroso;
Não solene.
ESPÉCIES DE EMPREITADA:
Quanto a execução:
a) Empreitada de lavor ou mão de obra – emprego apenas do
trabalho do empreiteiro.
b) Empreitada mista – mão de obra mais os materiais
necessários.
Quanto ao modo de fixação do preço:
a) Empreitada sob administração – remuneração fixa ou
percentual sobre o custo da obra;
b) Empreitada propriamente dita – é quando a remuneração é
fixada a preço máximo por conta dos riscos assumidos pela obra.
c) Empreitada a preço fixo ou global – preço pactuado no início
da obra;
d) Empreitada a preço por medida ou etapas – remuneração de
acordo com a realização de cada etapa finalizada da obra;
e) Empreitada de valor reajustável – é quando o contrato prevê a
hipótese de reajuste da remuneração.
VERIFICAÇÃO DE RECEBIMENTO DA OBRA:

Pode ser convencionada a entrega por partes ou só depois


de concluída;
Recebendo e pagando o preço ajustado entende-se em
ordem e verificada a obra.
Havendo imperfeição poderá o dono enjeitar a obra ou
recebê-la com abatimento do preço.
Responde o empreiteiro pela perfeição da obra.
Após recebida e verificada a obra responderá o
empreiteiro pelo prazo de um ano por vícios redibitórios
que não afetem a segurança e solidez da obra.
Vício ocultos que prejudiquem a segurança e solidez da
obra são de responsabilidade do empreiteiro por 5 anos,
conforme artigo 618 do CC.
EXTINÇÃO DO CONTRATO DE EMPREITADA:

Execução da obra;
Morte do empreiteiro, se o contrato for intuito
personae, pois terá o contrato sido celebrado em
decorrência de qualidades pessoais do empreiteiro;
Resilição unilateral;
Distrato;
Resolução por inexecução contratual;
Falência do empreiteiro;
Desapropriação;
Impossibilidade da prestação em razão de força maior
ou caso fortuito;
CONTRATO DE DEPÓSITO
Contrato de depósito é aquele em que o
depositário recebe um bem móvel para guardar
até que o depositante o reclame, conforme
artigo 627 do CC.

O contrato de depósito é regulado pelos artigos


627 a 652 do CC.
CARACTERÍSTICAS CONTRATUAIS:
Real;
Temporário;
Gratuito – salvo se houver estipulação em
contrário, se resultante de atividade negocial
ou se o depositário o praticar por profissão;
Unilateral – salvo se for assalariado hipótese em
que será bilateral;
ESPÉCIES DE DEPÓSITO:
Voluntário – artigo 627 a 646 do CC;
Necessário ou obrigatório – artigo 647, inciso I e
II do CC;
Regular ou ordinário ;
Irregular ;
Judicial – artigo 635 do CC;
Empresarial ;.
Simples .
SUBDIVISÃO DOS CONTRATO DE DEPÓSITO
NECESSÁRIO:

Legal: Será o depósito que faz em desempenho


de obrigação legal.

Miserável: Será o que se efetua em decorrência


de alguma calamidade.
ATENÇÃO
Se equipara ao depósito necessário o depósito da
bagagem dos viajantes e hóspedes em
hospedarias, estendendo-se aos internatos,
colégios e pensões, conforme artigo 649 do CC.
OBRIGAÇÕES DO DEPOSITÁRIO:

Guardar e conservar a coisa guardada como se


fosse sua – artigo 629;

Restituir a coisa com seus frutos e acrescidos


quando o exija o depositante – artigo 629;
Hipóteses em que o depositário não estará
obrigado a devolver a coisa:
Se tiver direito de retenção em decorrência de
despesas e prejuízos decorrentes do depósito;
Se o objeto for judicialmente embargado;
Se sobre a coisa pender execução notificada ao
depositário;
Se houver motivo razoável para suspeitar que a
coisa foi obtida dolosamente pelo depositante,
situação em que o depositário deverá requerer
o recolhimento da coisa para o Depósito
Público.
CONTRATO DE COMISSÃO
O contrato de comissão tem por objeto a
obrigação assumida pelo comissário de realizar,
em nome próprio, negócios em favor de outro,
denominado comitente, segundo suas
instruções.
Atualmente é regulado pelo CC nos artigos 693 a
709.
CARACTERÍSTICAS CONTRATUAIS:
Bilateral;
Consensual;
Oneroso;
Acessório (porque subordina-se a existência de
um principal);
Aleatório (porque o corretor assume o risco do
insucesso da aproximação);
Não solene ou informal.
ATENÇÃO:
O exercício da profissão de corretor de imóveis
sujeita-se a Lei 6.530/78 regulada pelo Decreto
Lei 81.871/78, que limita seu exercício ao
território nacional aquele devidamente inscrito
no conselho de classe da circunscrição - CRECI
DIREITOS DO CORRETOR:

É direito do corretor ou mediador receber a


comissão em decorrência da aproximação entre
as partes e a efetivação do negócio, conforme
artigo 725 do CC.
DEVERES DO CORRETOR:
Executar a mediação com diligência e prudência
que o negócio requer, prestando ao cliente
todas as informações sobre o andamento dos
negócios;

Prestar ao cliente todos os esclarecimentos que


estiverem ao seu alcance, acerca da segurança e
do risco do negócio, das alterações de valor e
outros fatores que possam influir nos resultados
da incumbência.
DO CONTRATO DE TRANSPORTE
Contrato de transporte em que alguém se obriga
mediante retribuição transportar de uma lugar
para outro pessoa ou coisa, conforme artigo 730
do CC.
CARACTERÍSTICAS CONTRATUAIS:
Oneroso;
Bilateral ou sinalagmático;
Consensual;
Comutativo;
Não solene;
Adesão.
RECUSA DO TRANPORTADOR:
a) estiver embalada de forma inadequada;
b) trouxer risco à saúde das pessoas;
c) puder danificar o veículo ou outros bens;
d) cujo transporte ou comercialização sejam
proibidos;
e) coisas desacompanhadas dos documentos
exigidos por lei para o transporte – artigo 747 do
CC.
ATENÇÃO:
O transporte de bagagens de passageiros é
acessório ao contrato de transporte de pessoas.
Não se subordinam as regras do contrato de
transporte o transporte feito de forma gratuita,
por amizade ou cortesia, conforme artigo 736 do
CC.
A responsabilidade do transportador é pelo
deslocamento seguro da pessoa ou da coisa.
Não se confunde com contrato de frete.
CONTRATO DE CONSTITUIÇÃO DE RENDA:

Art. 803. Pode uma pessoa, pelo contrato de


constituição de renda, obrigar-se para com outra
a uma prestação periódica, a título gratuito.
Art. 804. O contrato pode ser também a título
oneroso, entregando-se bens móveis ou imóveis
à pessoa que se obriga a satisfazer as prestações
a favor do credor ou de terceiros.
CONCEITO
O instituidor entrega um determinado bem
móvel ou imóvel ao rendeiro, o qual se obriga a
pagar ao instituidor ou a terceiro indicado por
ele determinada prestação
MODO DE CONSTITUIÇÃO:

Por ato inter vivos;


Por testamento.
CARCATERÍSTICAS CONTRATUAIS:
Oneroso ou gratuito;
Aleatório – as prestações serão maiores ou
menores de acordo com a vida do beneficiário
(vitalício);
Solene – artigo 807 do CC;
Real;
Unilateral ou Bilateral – artigo 809 do CC;
Por prazo certo ou por vida - artigo 806 do CC.
CONTRATO DE JOGO E APOSTA
Jogo: é o contrato em que duas ou mias pessoas
prometem pagar determinada quantia àquela
que vencer o jogo. Destaca-se que o resultado
decorre da participação de todos os
contratantes. Ex.: futebol
Aposta: independe da participação dos
contratantes, pois o êxito decorre de ato ou fato
alheio e incerto. Desta forma vencerá aquele
que comprovar estar correto. Ex.: Loteria
ESPÉCIES DE JOGO

Ilícitos – são os proibidos legalmente. Ex.: jogo


do bicho e cassino.
Lícitos – são os admitidos legalmente. Ex.:
tênis, truco e pôquer.
Autorizados – são os regulamentados pela
legislação brasileira. Ex.: turfe e loterias.
CONTRATO DE FIANÇA
Conceito:
Fiança é o ato pelo qual um terceiro,
denominado fiador, obriga-se perante o credor a
cumprir a obrigação assumida pelo devedor caso
este não há cumpra, conforme artigo 818 do CC.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE FIANÇA

Acessório;
Subsidiário;
Unilateral;
Solene;
Personalíssimo;
Gratuito.

* Poderá também ser oneroso e bilateral –


hipótese em que o afiançado remunera o fiador
pela fiança prestada. Ex.: fianças bancárias.
ESPÉCIES
Legal;
Convencional;
Judicial.
REQUISITOS SUBJETIVOS:
Capacidade;
Existência de poderes especiais – quando
concedida por mandato;
Consentimento do cônjuge – salvo no regime de
separação de bens.

* A ausência da outorga uxória torna o ato


anulável.
REQUESITOS OBJETIVOS
Validade do contrato principal;
Todas as espécies de obrigações podem ser
afiançadas;
Dívidas futuras serão objeto da fiança quando
esta não tiver sido limitada.
CONSEQUÊNCIAS DO CONTRATO DE FIANÇA

Benefício de ordem ou excussão – 827 do CC;


Benefício de divisão – 829 do CC;
Pagamento integral pelo fiador o sub-roga no lugar do
credor – 831 do CC;
Poderá o fiador sub-rogado no lugar do credor exigir
perdas e danos – 832 e 833 do CC;
Poderá o fiador dar regular andamento ao feito para
livrar-se da obrigação – 834 do CC.;
Não havendo prazo certo o fiador poderá exonerar-se
quando desejar, desde que notifique o credor – 853 do
CC
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA FIANÇA
morte do fiador;
concessão de moratória;
frustração da sub-rogação legal;
aceitação em pagamento da dívida, de dação
em pagamento feita pelo devedor.
além das demais causas de extinção do contrato
em geral
CONTRATO DE TRANSAÇÃO
Conceito:

Transação para o direito significa negócio jurídico


bilateral, pelo qual as partes evitam ou encerram
relações jurídicas controvertidas, por meio do
acordo de vontades, conforme dispõe o artigo 840
do CC.

Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou


terminarem o litígio mediante concessões mútuas.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA TRANSAÇÃO

Existência de relação jurídica controvertida;


Intenção de evitar ou encerrar um litígio
extinguido a controvérsia;
Acordo de vontade das partes;
Concessões recíprocas.
ESPÉCIES DE TRANSAÇÃO
Judicial – realizada no curso do processo judicial
por escritura pública ou por termo nos próprios
autos;
Extrajudicial – realizada antes da instauração do
processo judicial por escritura pública ou
instrumento particular, conforme exigência legal.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Indivisibilidade da transação - determina o artigo 848 do
CC que existindo alguma cláusula nula a transação será
nula como um todo;
Interpretação é restritiva - a primeira parte do artigo 843
do CC proíbe o uso de analogia ou qualquer outro
método interpretativo extensivo, pois a transação
implica em renúncia de direito;
Negócio jurídico declaratório - porque apenas declara ou
reconhece um direito, conforme a segunda parte do
artigo 843 do CC;
Admissão da pena convencional - regra prevista no artigo
847 do CC.
OBJETO E EFEITOS

• Por força do que dispõe o artigo 841 do CC


apenas direitos patrimoniais de caráter
privado podem ser transacionados.

• Só produz efeitos entre as partes, salvo


exceções previstas nos parágrafos no artigo
844 do CC.
EXEÇÃO DOS EFEITOS
Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão
aos que nela intervierem, ainda que diga respeito a coisa
indivisível.

§ 1o Se for concluída entre o credor e o devedor,


desobrigará o fiador.

§ 2o Se entre um dos credores solidários e o devedor,


extingue a obrigação deste para com os outros credores.

§ 3o Se entre um dos devedores solidários e seu credor,


extingue a dívida em relação aos co-devedores
HIPÓETESE DE EVICÇÃO
• Sendo a coisa transferida ou renunciada
declarada judicialmente atribuída a outrem
por causa pré-existente ao contrato o evicto
poderá pleitear perdas e danos, nos moldes
do artigo 845 do CC.

Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por


um dos transigentes, ou por ele transferida à outra
parte, não revive a obrigação extinta pela
transação; mas ao evicto cabe o direito de reclamar
perdas e danos.
CONTRATO DE SEGURO

• Conceito:
O contrato de seguro é aquele em que o
segurador se obriga a garantir os interesses do
segurado relativo a coisa segurada, contra riscos
determinados, conforme artigo 757 do CC.
OBJETO DO CONTRATO DE SEGURO

O risco é o objeto do contrato de seguro, sendo


caracterizado pelo sinistro que poderá ou não
ocorrer. Estando o segurador obrigado a
indenizar o segurado quando da ocorrência do
sinistro
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE SEGURO

• Bilateral;
• Oneroso;
• Aleatório;
• De adesão;
• Consensual.
ASPECTOS IMPORTANTES
*A obrigação assumida pelo segurado é certa e determinada, ou seja, pagar o
prêmio fixado no contrato. Mas a obrigação do segurador é sempre
aleatória, pois o cumprimento de sua obrigação dependerá da ocorrência
do sinistro.
*A apólice ou bilhete do seguro pode ser nominativo, à ordem ou ao portador,
conforme artigo 760 do CC. Com os riscos assumidos, o início e o término
de validade do contrato, o limite da garantia, o prêmio devido e o nome do
segurado ou do beneficiário.
*O prêmio pago de uma só vez ou parcelado é considerado indivisível. Assim,
ainda que não tenha terminado de pagar o segurado receberá o valor do
seguro caso ocorrerá o sinistro.
*O beneficiário não terá direito a receber o seguro se o segurado se suicidar
nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato. Salvo nos casos em
que tenha decorrido de força irresistível ou por profundo descontrole
emocional, conforme a Súmula 61 do STJ.
*O valor pago pelo seguro é impenhorável, conforme artigo 794 do CC.
ESPÉCIES DE SEGURO
Privado (facultativo) e social (obrigatório);
Terrestre, marítimo e aéreo;
Individual ou coletivo;
De coisa ou de pessoa;
De ramos de acidentes elementares, de
acidentes pessoais e de vida;
A prêmio, mútuo ou misto.
OBRIGAÇÕES DO SEGURADO
Pagar o prêmio;
Comunicar a ocorrência do sinistro;
Tomar todas as providências necessárias para
evitar a ocorrência do sinistro ou minimizar as
suas consequências
OBRIGAÇÕES DO SEGURADOR
Pagar a indenização quando da ocorrência do
sinistro;
A indenização deve ser paga em dinheiro se
outra forma não foi estabelecida, conforme
776 do CC.
CONTRATO DE MANDATO
Mandato é contrato de representação,
conforme artigo 653 do CC. Logo não se
confunde com mandado que é ordem judicial.

Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém


recebe de outrem poderes para, em seu nome,
praticar atos ou administrar interesses. A
procuração é o instrumento do mandato.
ESPÉCIES DE MANDATO
Legal – determinados por lei. Ex.: pai, tutor e
curador;

Judicial – quando nomeados pelo juiz. Ex.:


inventariante e administrador judicial da falência;

Convencional – quando ajustado pelas partes


envolvidas. Ex.: Maria outorga procuração para
João representa-la.

*Na representação legal não há contrato nem mandato,


pois decorre da lei.
CARACTERÍSTICAS DO MANDATO
Contratual – porque resulta do acordo de vontades;
Consensual – porque se aperfeiçoa com o consenso;
Personalíssimo – porque se baseia a confiança entre as
partes;
Não-solene – porque é admitida forma tácita e verbal,
conforme artigo 656 do CC;
Gratuito – quando não tiver sido convencionado
remuneração, conforme artigo 658 do CC;
Unilateral – porque gera obrigações apenas para o
mandatário;
PARTICULARIDADE
*O mandato será oneroso e bilateral quando
houver a fixação de remuneração e o
nascimento da obrigação para ambas as partes.
Ex.: mandato confiado para advogado. Pois
deverá o mandante remunerar o advogado pela
representação e reembolsa-lo das eventuais
despesas decorrentes da representação.
REQUISITOS DA PROCURAÇÃO
Qualificação das partes;
Local em que foi conferido o mandato;
Data
Objetivo do mandato;
Natureza e extensão dos poderes conferidos ao
mandatário.
OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO
Agir em nome do mandante dentro dos poderes
conferidos na procuração;
Aplicar toda a sua diligencia no cumprimento do
mandato;
Prestar contas de sua gestão;
Apresentar o instrumento do mandato às pessoas
com quem tratar em nome do mandante;
Concluir o negócio já iniciado quando houver
perigo na demora (nos caso de morte, interdição
ou mudança de estado do mandante).
OBRIGAÇÕES DO MANDANTE
Entregar a procuração devidamente assinada;
Adiantar o dinheiro necessário a execução do
mandato;
Cumprir as obrigações assumidas pelo
mandatário em seu nome;
Pagar a remuneração devida quando tiver sido
convencionada no contrato de mandato.
CAUSAS DE EXTINÇÃO DO MANDATO
Revogação ou renúncia;
Morte ou interdição de uma das partes;
Mudança de estado que inviabilize a
representação;
Término do prazo de vigência da procuração;
Conclusão do negócio objeto da procuração.
CAUSAS DE IRREVOGABILIDADE
Existindo a cláusula de irrevogabilidade no
instrumento de representação- artigo 683 do CC;
Quando a existência da cláusula de irrevogabilidade
for condição de um negócio ou tiver sido
estipulada em favor exclusivo do mandatário –
artigo 684 do CC;
Quando conferido com a cláusula em causa própria
– artigo 685 do CC;
Havendo poderes de cumprimento ou confirmação
de negócio iniciado, aos quais esteja vinculado –
artigo 686, parágrafo único do CC.
DO COMPROMISSO E DA ARBITRAGEM

CONCEITO:
Arbitragem é o acordo de vontades por meio do
qual as partes decidem resolver seus conflitos de
interesse em determinado juízo arbitral.
REGULAMENTAÇÃO
A Lei n. 9.307 de 1996 é que regula a arbitragem.
Atualmente a arbitragem nacional e
internacional estão submetidas ao mesmo
regramento.

O CC civil também prevê a possibilidade do


compromisso arbitral nos artigos 851 a 853.
CONSTITUCIONALIDADE DA ARBITRAGEM

Considera-se constitucional a estipulação


contratual da cláusula de arbitragem, pois a
legislação brasileira faculta aos interessados se
submeter ao Poder Judiciário na solução de
conflitos.
Assim, são livres as partes para convencionar a
solução de conflitos a prestação jurisdicional
arbitral.
DISTINÇÃO ENTRE CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA
E COMPROMISSO ARBITRAL
Cláusula compromissória: é aquela em que as
partes convencionam no contrato ou em
documento apartado a promessa de que surgindo
conflitos de interesse durante a execução do
contrato eles serão dirimidos por determinado juízo
arbitral. Essa cláusula constitui parte acessória do
contrato principal.
Compromisso arbitral: é a convenção por meio da
qual as partes submetem o litígio a determinado
juízo arbitral. Poderá ser judicial ou extrajudicial. O
compromisso de se submeter a arbitragem pode se
dar em decorrência do cumprimento da cláusula
compromissória ou independentemente dela.
ESPÉCIES DE COMPROMISSO ARBITRAL
Judicial: ocorre quando as partes se comprometem a se
submeter ao juízo arbitral no curso do processo. Nesta
hipótese o compromisso é firmado por termo nos autos
de processo. Firmado o compromisso quem passa a julgar
e decidir o conflito é o árbitro.
Extrajudicial: é aquele em que o compromisso arbitral é
firmado antes da instauração do processo judicial. Nesta
hipótese o compromisso poderá ser firmado por escritura
pública ou por instrumento particular devidamente
assinado pelas partes e por duas testemunhas. Nesse caso
ficam as partes impedidas de levar a demanda ao Poder
Judiciário, salvo exceções legais.
REQUISITOS DO COMPROMISSO ARBITRAL
Art. 10. Constará, obrigatoriamente, do
compromisso arbitral:
I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das
partes;
II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou
dos árbitros, ou, se for o caso, a identificação da
entidade à qual as partes delegaram a indicação
de árbitros;
III - a matéria que será objeto da arbitragem; e
IV - o lugar em que será proferida a sentença
arbitral.
CLÁUSULAS FACULTATIVAS
Art. 11. Poderá, ainda, o compromisso arbitral conter:
I - local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem;
II - a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por
equidade, se assim for convencionado pelas partes;
III - o prazo para apresentação da sentença arbitral;
IV - a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à
arbitragem, quando assim convencionarem as partes;
V - a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e
das despesas com a arbitragem; e
VI - a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros.
Parágrafo único. Fixando as partes os honorários do árbitro, ou dos
árbitros, no compromisso arbitral, este constituirá título executivo
extrajudicial; não havendo tal estipulação, o árbitro requererá ao
órgão do Poder Judiciário que seria competente para julgar,
originariamente, a causa que os fixe por sentença.
CAUSAS DE EXTINÇÃO
Art. 12. Extingue-se o compromisso arbitral:
I - escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a
nomeação, desde que as partes tenham declarado,
expressamente, não aceitar substituto;
II - falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto
algum dos árbitros, desde que as partes declarem,
expressamente, não aceitar substituto; e
III - tendo expirado o prazo a que se refere o art. 11,
inciso III, desde que a parte interessada tenha
notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal
arbitral, concedendo-lhe o prazo de dez dias para a
prolação e apresentação da sentença arbitral.
ASPECTOS GERAIS DA ARBITRAGEM
- ÁRBITROS: qualquer pessoa, que seja de confiança das partes,
poderá ser árbitro, desde que tenha conhecimento e domínio
sobre o objeto do litígio.
Sendo dever dos árbitros agir com imparcialidade,
independência, diligência e discrição. Aplicam-se aos árbitros
as mesmas regras de impedimentos e suspeição previstas aos
juízes togados.
- PROCEDIMENTO ARBITRAL: Após o aceite do árbitro estará
instituída a arbitragem. Sendo facultado as partes estabelecer
os procedimentos a serem adotados pelo árbitro. Na omissão
competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral disciplinar o
procedimento.
- SENTENÇA ARBITRAL: a sentença arbitral tem a mesma eficácia
e validade que as sentenças judiciais, não estando sujeita a
recurso ou a homologação judicial. Sendo arbitrada no prazo
de 6 meses contados da sua instituição, caso outro prazo não
tenha convencionado.
CAUSAS DE NULIDADE DA SENTENÇA
ARBITRAL
Art. 32. É nula a sentença arbitral se:
I - for nulo o compromisso;
II - emanou de quem não podia ser árbitro;
III - não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei;
IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem;
V - não decidir todo o litígio submetido à arbitragem;
VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão
ou corrupção passiva;
VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no art. 12,
inciso III, desta Lei; e
VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o art. 21,
§ 2º, desta Lei.
ATOS UNILATERAIS
PROMESSA DE RECOMPENSA;
GESTÃO DE NEGÓCIO;
PAGAMENTO INDEVIDO;
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA;
TÍTULO AO PORTADOR.
PROMESSA DE RECOMPENSA
Promessa de recompensa é a manifestação de
vontade unilateral feita publicamente, na qual o
declarante se compromete a gratificar quem
preencha determinada condição por ele
imposta.
Sendo possível sua revogação antes de
preenchido o requisito imposto pelo declarante,
conforme o artigo 856 do CC.
Sua previsão está nos artigos 861 à 875 do CC.
REQUISITOS
Que a declaração tenha sido pública;
Que o objeto seja lícito;
Que o declarante seja capaz
EFEITOS DA DECLARAÇÃO
Vinculação do declarante;
Direito do credor de receber a recompensa
prometida quando do preenchimento do
requisito;

Ex.: concurso de monografias, no qual é


determinado prazo para inscrição e prêmio a
escolhida.
GESTÃO DE NEGÓCIO
Art. 861. Aquele que, sem autorização do
interessado, intervém na gestão de negócio
alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a
vontade presumível de seu dono, ficando
responsável a este e às pessoas com que tratar.
PRESSUPOSTOS
Tratar-se de negócio alheio;
Ausência de autorização;
Atuação conforme se presume que seja a
vontade do dono do negócio;
Limitação aos atos de natureza patrimonial;
Intervenção motivada pela vontade de trazer
proveito ao dono do negócio.
DO PAGAMENTO INDEVIDO
O pagamento indevido compreende uma forma
de enriquecimento sem causa, conforme
estabelece o artigo 876 do CC.
Para que seja possível ingressar com ação de
repetição de indébito o pagamento deve ter sido
realizado voluntariamente e por erro, conforme
artigo 877 do CC.
Sua regulamentação esta nos artigos 876 a 883
do CC.
ESPÉCIES
Indébito objetivo: quando a dívida paga não
existia ou quando o valor pago era maior do que
o devido;
Indébito subjetivo: quando a dívida existe mas o
erro esta na pessoa daquele que paga ou que
recebe.
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA

Ocorre quando alguém se beneficia de coisa


alheia prejudicando o solvens.
REQUISITOS
Enriquecimento do que recebe ou lucra;
Empobrecimento do que paga ou sofre o
prejuízo;
Relação de causalidade;
Ausência de causa jurídica;
Inexistência de ação específica.
DO TÍTULO AO PORTADOR

É um documento no qual o emitente se obriga a


pagar determinada prestação a quem se
apresentar como seu detentor.
Segundo o artigo 904 do CC a simples tradição
lhe concede a transmissão.
REQUISITOS
Indeterminação do credor;
Emissão autorizada por lei especial;
Promessa de realizar determinada prestação.

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