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pela conta “Incentivos da
Editora Brasil Seikyo”,
tel. (011) 3349-1940, às
pessoas cadastradas no
grupo. É mais uma forma que
a EBS criou para que o fluxo de
incentivos do nosso Mestre
não deixe de chegar a você e
sua família. Boa leitura!
 Poemas do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, alusivos ao Dia 3 de Maio
O juramento de mestre e discípulo, Neste planeta Terra, Jovens herdeiros Soka
desde o remoto passado, há a oração da renascença,
transmite a força do das mães invencíveis. badalem os sinos
revivescer da Lei Mística A preciosa terra da esperança que despertem o estado de buda
para os cidadãos do mundo. de que a primavera nunca falha em surgir. da humanidade.

pocket

Membros da BSGI de diversas localidades durante o encontro, realizado por video-conferência

Família BSGI
comemora o 3 de Maio
Por todo o Brasil, os sessenta anos da posse de Ikeda sensei como terceiro presidente da Soka Gakkai foram
celebrados com a realização do Encontro de Todos com o Mestre – “O Meu Levantar-se Só”. P. 10 e 11
brseikyo@brseikyo.com.br
Jornal Brasil Seikyo Ano 55 Edição 2.515 9 de maio de 2020 www.seikyopost.com.br
Brasil, Monarca do Mundo! BSGI, Modelo do Kosen-rufu Mundial, Invencível e de Contínuas Vitórias Ano do Avanço e dos Valores Humanos www.instagram.com/brasilseikyo/
2 BS 2.515

Frase da semana Incentivo do líder

A força para superar as dificuldades e as adversidades

Hábito da felicidade
está no “coração do incentivo” e na “união de
‘diferentes em corpo, unos em mente’”. Apoiando-nos
mutuamente com forte laço, vamos todos avançar
um passo de cada vez!
GETTY IMAGES
Frase do presidente Ikeda publicada no Seikyo Shimbun, 2 maio 2020.

Editorial
Voe alto
Grous alçam voo
pelos Himalaias,
a maior cordilheira do mundo,
para cumprir sua missão.

Ikeda sensei escreveu esse poema na manhã do

dia 3 de maio de 1960, e o relembrou em um ensaio
recente sobre o aniversário de sessenta anos da sua
posse presidencial. Nele, o Mestre se refere a essa ave
popularmente conhecida como grou. Ela tem diferen-
tes espécies, é parecida com uma cegonha ou uma
garça e, para os japoneses, é um símbolo tradicional
que representa paz e vida longa.
Certa vez, Ikeda sensei falou sobre a bravura des-
sas aves migratórias e o espírito invencível que pos-
Sabia, querido leitor, que diariamente “Em frente ao Gohonzon,
você jura e decide vencer em absolutamen-
suem. Elas medem menos de um metro de compri-
mento e por causa disso não conseguem voar alto
te tudo, criando uma vida feliz e tranquila? diariamente, decidimos,
Então, permita-me lhe relembrar esse hábi-
num terreno plano. O inverno é um período penoso
para elas, que embarcam numa jornada contra os pró-
to diário que você, membro da BSGI, possui! juramos que vamos
O livro O Poder do Hábito, do escritor
prios limites físicos.
Esses grous têm de voar através das altas monta-
americano Charles Duhigg, traz a ciência por vencer, que construiremos
trás da criação e da reforma de hábitos, ilus-
nhas para alcançar climas mais quentes. É extraordi-
nário o que são capazes de fazer: como geralmente
trando, com diversos exemplos, como eles nesse momento uma
impactam nossa vida. Ao longo da nossa
não voam muito alto, batem as asas com toda força
até encontrar uma corrente de vento ao redor das
existência, construímos hábitos que frequen- vida repleta de alegria
temente passam despercebidos, como tomar
montanhas. Nem sempre conseguem alcançar a raja-
da de vento. Quando isso acontece, são jogados para
café da manhã, escovar os dentes, tomar ba- e de felicidade”
nho. Isso acontece porque são padrões de
trás, de volta ao chão. Além disso, o frio é muito ri-
comportamentos que repetimos por dias,
goroso, chegando a 40 oC negativos, e as rajadas de Na Nova Revolução Humana, volume 26,
meses e anos. Certamente, quando você for
ventos são intensas. capítulo “Estandarte da Lei”, o presidente
escovar os dentes, não precisa pensar “Tenho
O presidente Ikeda incentiva: Ikeda incentiva:
de segurar a escova, colocar pasta de dente,
Os grous, entretanto, com as asas estendidas, recu-
esfregar meus dentes de cima para baixo
Mesmo que percam tudo o que possuem,
sam-se a ser derrotados. Eles continuam a tentar voar para etc.”, você simplesmente escova os dentes.
adoeçam gravemente ou percam alguém
cima (...). Vocês são como essas aves. Se seus objetivos Quando repetimos esses comportamen-
muito querido, ter força para superar os in-
forem grandes e se esforçarem para alcançá-los, terão tos, os hábitos são assimilados, criando
fortúnios e construir uma vida feliz consti-
condições de trazer à tona uma força inacreditável. (RDez, assim um processo de aprendizado e inter-
tuem “felicidade e tranquilidade”. Na Ilha de
ed. 216, 7 dez. 2019, p. 12-14) nalizando o conceito. Essas ações incons-
Sado, onde sua vida corria perigo constante,
cientes são repetidas de forma automática
Nichiren Daishonin escreveu: “Sinto imensa
Esperamos que a leitura das próximas páginas com o tempo, já que o nosso cérebro é ex-
alegria mesmo estando exilado” (CEND, v. I,
seja como uma calorosa corrente de vento que lhe tremamente eficiente. Nas palavras do au-
p. 405). Estabelecer um estado de vida eleva-
sopre esperança e o faça embarcar na jornada pela tor, “Os hábitos, dizem os cientistas, surgem
do como esse é o objetivo real da prática bu-
missão do kosen-rufu, sempre ao lado do Mestre. porque o cérebro está o tempo todo procu-
dista. Por isso, é fundamental ter a coragem
Ótima leitura! rando maneiras de poupar esforço”.
de enfrentar convictamente as adversidades
Diariamente, recitamos gongyo do Sutra
mais temíveis em prol do kosen-rufu. Sem co-
Jornal Brasil Seikyo Publicado e editado pela Editora Brasil Seikyo Ltda. Administração, do Lótus, que é o ensinamento de Shakyamu-
redação e publicidade: Rua Tamandaré, 1.040 — São Paulo — CEP 01525-000 – e-mail: ragem, não poderá experimentar a felicidade
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2.092 • Registro no INPI no 006017320 • CNPJ no 61.612.891/0001-21. e a tranquilidade indestrutíveis. (NRH, v. 26,
buda. Em um trecho do Jigage, recitamos o
capítulo “Estandarte da Lei”, p. 115)
Diretor-presidente: Ricardo Shin-iti Miyamoto — miyamoto@brseikyo.com.br
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Produção Editorial: Bruna Caldas da Silva, Edsom Italo Yukimaru, José Ricardo Ferreira de Relembrou esse hábito maravilhoso que
Oliveira e Wagner Sousa Shu-jo-sho-yu-raku, que diz: “Enquanto os
Colaboradores desta edição: Cristiane Akie, Edson Cruz, Henrique Kubota, Izabela Nakamura, você possui? Muitas vezes, em meio ao nos-
seres presenciam o final de um kalpa e tudo é
Maria Alice da Costa, Paulo Kiyoshi Endo, Uuka Idi e Grupo Arco-Íris da BSGI
so dia a dia, talvez devido à força do hábito,
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consumido em chamas, esta minha terra per-
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Gohonzon, diariamente, decidimos, juramos
Impresso de distribuição interna para os integrantes da Associação Brasil SGI. Fechamento às quartas- seres humanos e seres celestiais” (Preleção
-feiras. Fechamento para anúncios às sextas-feiras. A arte deve ser enviada impreterivelmente que vamos vencer, que construiremos nesse
dos Capítulos Hoben e Juryo, p. 295).
até esse dia. O Brasil Seikyo, bem como seus editores, não se responsabiliza pelo teor e/ou
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Em outras palavras, pode ser que este-
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to de recitar um vibrante e poderoso gongyo
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Meu bloco, minha alegria
O povo é a base da sociedade
Um dos propósitos das viagens
do presidente Ikeda pelo mundo é
o de fazer desabrochar as flores da
amizade, por meio do diálogo de
vida a vida.
Na Nova Revolução Humana,
Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo
de Daisaku Ikeda no romance)
descreve a primeira viagem que
fez ao Egito, em fevereiro de 1962,
e a oportunidade que teve de dia-
logar com um professor a respeito
da ascensão e declínio das gran-
des civilizações com base na filo-
sofia budista, criando um elo de
amizade com esse jovem.
Causa comum
Na passagem pela cidade do
Cairo, o presidente Yamamoto visi-
tou pontos turísticos como o Museu
do Egito, que abriga relíquias como
os tesouros do faraó Tutancâmon.
Sua máscara mortuária e o sarcó-
fago, de ouro maciço, brilhavam
com esplendor que não pareciam
ter mais de 3 mil anos. Shin’ichi fi-
cou impressionado com tal beleza.
Ainda na cidade, conheceu um
jovem acadêmico alemão que le-
cionava economia na Universida-
de do Cairo.
Quando Shin’ichi comentou so-
bre suas viagens pelas regiões
onde floresceram as antigas civili-
zações, o professor ficou admirado.
“— O senhor está realizando
uma jornada pelas raízes da civi-
lização. Em sua opinião, qual é a
causa comum do declínio dessas
civilizações apesar de alcançarem
alto desenvolvimento no passado?
— É uma pergunta muito inte-
ressante. Penso que, em cada caso,
muitos fatores concorreram e oca-
sionaram esse declínio, tais como
problemas econômicos, revoltas in-
ternas, invasões estrangeiras, epi-
demias e desastres naturais. Po-
rém, creio que a causa fundamen-
tal, tanto nos países de regime
autoritário como nos de regime
democrático, foram a corrupção e
a degeneração espiritual que atin-
giram os líderes e o povo.” (NRH,
v. 6, p. 88)
Coração do povo
Concluindo sua explicação, o
presidente Yamamoto citou:
“Quando as pessoas pensam
somente em si mesmas e se entre-
gam aos prazeres, o país, por mais
avançado que seja culturalmente,
perde sua vitalidade e não consegue
9 | MAIO | 2020 3
manter sua unidade como Estado.
Essa situação provoca revoltas in-
ternas ou invasões dos países inimi-
gos, e se isso for acompanhado de
calamidades naturais, sua recupe-
ração se torna ainda mais difícil.
Creio que as causas do declínio
de um Estado se encontram
dentro do próprio Estado, mais
especificamente no coração do
seu povo. Quando observa-
mos a história desse ângulo,
podemos perceber que ela
não é apenas um registro de
fatos do passado, mas um fa-
rol que ilumina o presente e
o futuro em relação ao modo
de vida dos homens.
Muito impressionado com
a explicação, o jovem disse:
— Suas palavras refle-
tem um profundo discerni-
mento como também uma
ideia nova.
— Não, não é nenhuma
novidade. É uma visão ex-
posta por Nichiren há mais
de setecentos anos no Japão.
— Nichiren? Ele foi um
historiador como Heródoto?
Shin’ichi sorriu e respondeu
à pergunta:

— Nichiren foi um líder budista
que se levantou com o propósito
de salvar o Japão numa época em
que a população sofria desastres
naturais e estava atemorizada sob
a ameaça de uma iminente revolta
interna e invasão estrangeira. Ele
defendia a ideia de que os ho-
mens são a base de uma socie-
dade e de uma nação, e ensinou
o princípio filosófico que faz com
que o coração humano passe da
destruição para a construção,
do egoísmo para o altruísmo,
da passividade para a ação, a
fim de transformar o povo no
protagonista da sociedade e
do estabelecimento da paz pe-
rene. Nós somos membros da
Soka Gakkai, estudamos e pra-
ticamos essa filosofia, e eu sou
o presidente dessa instituição”
(Ibidem, p. 88 e 89).
O professor de economia es-
pantou-se ao saber disso e se in-
teressou em conhecer um pouco
mais sobre o movimento humanis-
ta Soka e a visão sobre o papel de
cada pessoa na construção de uma
sociedade justa e pacífica. “Foi um Aprenda com a NRH:
Utilizamos trechos do capítulo
prazer ouvir palavras tão significa-
“Longa Jornada”, do volume 6, da
tivas. Pretendo um dia conhecer o Nova Revolução Humana, publicado
Japão” (Ibidem), finalizou. pela Editora Brasil Seikyo.
4 bs 2.515

Encontro com o Mestre

Avancem com vigor pelo

caminho da sua missão
O “movimento 1, 2, 3”, adotado pela BSGI como uma ação para
fortalecer e unir os membros, tem apresentado grandes resultados.
No Encontro com o Mestre desta edição, BS traz comentários do pre-
sidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, sobre
esse tema. Além disso, nesta mensagem de 2003, Ikeda sensei
também fala sobre a importância de vencer as dificuldades, não
se deixando abater por nada, e de continuar a contribuir para o
desenvolvimento social.

Na Escola Soka de Kansai, presidente Ikeda dá as boas-vindas ao casal Gorbachev (Japão, 20 nov. 1997)

DR. DAISAKU IKEDA
Gostaria de louvar a todos vocês
por terem se reunido com toda a
disposição no início desta manhã
a fim de participar da Conferência
Nacional de Líderes de Província.
Para comemorar a ocasião, envio-
-lhes a seguinte mensagem.
O ex-presidente soviético Mikhail
Gorbachev e sua esposa Raisa es-
tão entre as amizades que eu e
minha esposa fizemos com pes-
soas de todas as partes do mun-
do. A falecida Raisa Gorbachev
[1932—1999], que viveu numa épo-
ca turbulenta da história, foi fiel
aos seus ideais por toda a vida.
Ela deixou essas palavras: “Creio
que uma pessoa não pode viver
sem fé, pois é isso que a torna um
ser humano”.1 Essa é uma visão
espiritual muito profunda. Estou
certo de que o curso de vida que
ela seguiu será um dos tópicos do
último diálogo que eu e o Sr. Gor-
bachev realizaremos.
Transformando
o veneno em remédio
O Budismo de Nichiren Daisho-
nin é a eterna lei da vida e do
universo, o caminho da felicidade
absoluta. Todas as pessoas en-
frentam problemas e desafios. No
entanto, se confrontarmos tudo
isso ao mesmo tempo em que nos
baseamos na fé, podemos sem
dúvida transformar o veneno em
remédio. Podemos vencer tudo e,
no final, conquistar a vitória de ter-
mos conduzido uma vida de pro-
funda satisfação.
O budismo nos capacita a vencer,
independentemente das dificulda-
des que enfrentarmos. Espero que to-
dos tenham coragem, que permane-
çam firmes na fé e que sejam felizes.
Soong Ching-ling (Song Qingling
[1892–1981]), esposa de Sun Yat-
-sen, disse certa vez: “Somente as
pessoas que não temem as difi-
culdades podem alcançar o pico
da felicidade”.2
“Movimento 1, 2, 3”
Diversas partes do mundo fo-
ram afligidas desde o ano passa-
do (2002) pela doença conhecida
como Sars (síndrome respiratória
aguda grave). Oro sinceramente
pelo descanso de todas as pes­soas
que perderam a vida por causa des-
sa doença e também pela sua erra-
dicação o mais rápido possível.
Nas regiões afetadas pela Sars,
tais como Hong Kong, Taiwan, Sin-
gapura e Canadá, nossos compa-
nheiros têm se dedicado juntos
enquanto combatem a epidemia.
Muitos dos nossos membros estão
entre os médicos e enfermeiros
que combatem corajosamente na
linha de frente com um dedicado
senso de missão para salvar a vida
das pessoas.
Além disso, durante algum tem-
po, não foram realizadas grandes
atividades nos locais afetados pela
Sars. Os membros da SGI passa-
ram então a se utilizar do telefone
e de outros meios para permane-
cer em contato, conversando com
os amigos e companheiros e pro-
pagando a esperança.
Nossos membros de Hong Kong
e de Taiwan, em particular, ideali-
zaram o “movimento 1, 2, 3”. “Um”
significa recitar pelo menos uma
hora de daimoku por dia. “Dois”,
ler os escritos de Nichiren Daisho-
nin e estudar as publicações da
SGI por pelo menos vinte minutos
diários. E “Três” significa incentivar
pelo menos três pessoas por tele-
fone a cada dia.
 9 | MAIO | 2020 5

FOTOS: SEIKYO PRESS

Desde o início dessa crise na
área da saúde, várias pessoas dei-
xaram de sair à noite, permane-
cendo em casa. Por causa disso,
muitos amigos e membros que
anteriormente eram difíceis de se-
rem contatados agora podem ser
encontrados pelo telefone, o que
tornou possível realizar sinceros
diálogos. Essa situação acabou se
transformando numa oportunida-
de para nos fortalecer ainda mais
e ampliar os laços de amizade.
Soube ainda que, como as fa-
mílias inteiras estão ficando em
casa, os pais também estão tendo
tempo para ensinar gongyo aos
filhos. Fui informado de que nos
lares em que nem todos são pra-
ticantes, os familiares que não são
membros utilizam parte do seu
tempo para folhear as publicações
e os livros da SGI, aprofundando
assim a compreensão a respeito
do budismo. Esses esforços para
propagar a esperança utilizando o
“Nossos companheiros, sem se deixarem derrotar Orquestra de Sopros Glória, da
Soka Gakkai, se apresenta para
líderes da SGI de diversos países
telefone, por exemplo, foram mui-
to elogiados por diversas pessoas
por quaisquer adversidades, estão ativamente (Japão, 11 jan. 2020)

da sociedade.
Nossos companheiros, sem se
deixarem derrotar por quaisquer
adversidades, estão ativamente
realizando valiosas contribuições
para a sua comunidade e também pa­
ra a sociedade.
Em seus escritos, Nichiren Dai­shonin
indica com clareza: “Myo signi-
fica ‘reviver’, ou seja, ‘retornar à
vida’”.3 Não existem impasses na
Lei Mística. Mesmo que nossa si-
tuação no momento seja difícil
ou penosa, nós continuamos a
realizando valiosas contribuições para a sua
comunidade e também para a sociedade”
empreender esforços em prol da mais como seres humanos e vive-
Lei, da felicidade dos outros e do remos de forma mais significativa.
bem-estar da sociedade. Essa de- Todas as nossas dificuldades se
dicação e a história que criamos transformarão em tesouros. As-
irradiarão posteriormente um bri- sim é o mundo da fé. Não é uma
lho ainda maior. questão de resultados imediatos.
Quanto maiores forem as di- Nossa vida será plena com a imen-
ficuldades enfrentadas, mais for- surável boa sorte, que chamamos
tes ficaremos, cresceremos ainda “benefício inconspícuo”.

Uma grandiosa revolução humana

pode transformar o mundo
As mulheres de sabedoria tra-
zem uma renovada esperança às
pessoas que estão ao seu redor.
A escritora francesa Madame
Germaine de Staël (1766–1817) es-
creveu: “O prejuízo dos livros ruins
somente pode ser corrigido pelos
bons livros”.4 Essa escritora, que
tinha em seu círculo de conheci-
dos o poeta Goethe, nunca se
amedrontou, mesmo quando foi
atacada pelas pessoas de poder.
Madame Germaine de Staël tam-
bém fez a seguinte observação: “A
eloquência torna os homens mais
corajosos e a coragem os torna
ainda mais eloquentes”.5
Vamos continuar a nos enga-
jar com entusiasmo no diálogo
que busca a verdade e a felicida-
de das pessoas.
O primeiro presidente da Soka
Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi,
fundador da educação Soka, afir-
mou que criar pessoas capazes é
mais essencial para o desenvolvi-
mento de um país que a riqueza ou
as posses materiais.6
Tudo depende das pessoas. A
grandiosa revolução humana de
cada pessoa pode transformar o
futuro do nosso mundo.
Hoje, gostaria que todos vocês,
como líderes, perguntassem a si
próprios novamente: “Meu coração
arde com a coragem para assumir
todos os desafios pelo kosen-
-rufu?”; “Estou transbordando
de grande paixão para incentivar
incansavelmente os companhei-
ros?”; “Minha vida brilha com o
compromisso de fortalecer nosso
objetivo em comum?”; “Em meu
coração, estou empunhando bem
alto a espada da verdade e da jus-
tiça com a qual vencerei decidida-
mente o mal?”.
Oro para que todos vocês des-
frutem excelente saúde e longevi-
dade e para que assumam com co-
ragem a liderança do kosen-rufu e
conduzam os emissários do Buda
para vitórias e mais vitórias. Tam-
bém estou orando sinceramente
para que o glorioso caminho do
kosen-rufu se abra ilimitadamente
em cada região e província de todo
o país.
Quando retornarem para casa,
por favor, transmitam minhas mais
calorosas recomendações aos mem-
bros de sua organização. Por favor,
cuidem da saúde!
Notas:
1. GORBACHEV, Raisa. I Hope. Tradução: David
Floyd. Nova York: HarperCollins Publishers,
1991. p. 151.
2. CH’ING-LING, Soong. So Keirei Senshu
[Obras Completas de Soong Ch’ing-ling]. Tra-
dução: Fumiko Niki. Tóquio: Domesu Shuppan
Co. Ltd., 1979. p. 416.
3. CEND, v. I, p. 155.
4. HOLSTEIN, Baronesa Staël. Alemanha. Lon-
dres: John Murray, v. I, p. 67, 1813.
5. Ibidem, p. 65.
6. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Soka Kyoikugaku
Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Va-
lor]. In: Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras
Completas de Tsunesaburo Makiguchi]. Tó-
quio: Daisanbunmeisha, v. 6, p. 36, 1983.
Fonte:
Este conteúdo é parte da mensagem do pre-
sidente Ikeda para a Conferência Nacional
dos Líderes de Província, realizada no Centro
Cultural da Soka Gakkai em Shinanomachi,
Tóquio, em 13 de junho de 2003. Esta men-
sagem foi originalmente publicada no BS,
ed. 1.717, 27 nov. 2003.
6 bs 2.515
Saúde
Movimente-se agora!
A importância dos exercícios físicos para o corpo e a mente durante a quarentena
REDAÇÃO
Em tempos de coronavírus, a
recomendação é clara: “fique em
casa”. Mas isso não significa que de-
vemos ficar parados. Sendo assim,
BS apresenta maneiras para movi-
mentarmos o corpo e nos manter-
mos saudáveis neste atual cenário.
A importância
da atividade física
A atividade física regular não
reduz apenas medidas. Ela melho-
ra a capacidade cognitiva, reduz
os níveis de ansiedade e de estres-
se, fornece mais energia e eleva a
autoestima. Além de aumentar a
produção de serotonina, uma subs-
tância cristalina derivada da trip-
tamina, encontrada em pequena
quantidade no cérebro, que é um
neurotransmissor e tem ação vaso-
constritora, ajudando a combater
a depressão e a liberar endorfina,
que dá uma sensação de maior ale-
gria e bem-estar. A prática de exer-
cícios constantes e com moderação
contribui para manter uma boa saú-
de física e mental.
Já o sedentarismo é caracteri-
zado pela falta, ausência ou dimi-
nuição de atividades físicas. A prá-
tica de atividade física esportiva,
como caminhar, correr, pedalar,
GETTY IMAGES
“Temos de exercitar nosso pensamento com pelo autoritarismo do governo. Ele
não negligenciava o treinamento do
o estudo, nosso corpo com atividades físicas e corpo e do espírito. (BS, ed. 2.138,
7 jul. 2012, p. B2)
esportes, e nossa condição de vida interior com
Ser forte como o Popeye!
daimoku. Quando nossa condição de vida muda, Muitas pessoas conhecem o per­
sonagem de desenho animado ame-
nosso pensamento e nosso corpo também ricano Popeye que, ao comer espina-
fre, se torna forte. O segundo presi-
mudam, ficando renovados e revitalizados” dente da Soka Gakkai, Josei Toda, cer-
ta vez incentivou os jovens utilizando
Daisaku Ikeda o exemplo desse personagem:
(BS, ed. 1.589, 27 jan. 2001, p. C4)
Acreditar na própria mente é
especialmente importante quando
nadar, praticar ginástica, exercí- dedicar-se bravamente às ativida- se é jovem, ainda que seja difícil
cios resistidos (peso) e até jogar des, fazendo manifestar abundante confiar nela. (...). Assisti ao desenho
bola, combate o sedentarismo e energia vital. Num de seus roman- animado americano Popeye. O per-
melhora a qualidade de vida. Uma ces, Romain Rolland escreve: “Lutar sonagem principal, Popeye, é tão
pessoa sedentária pode manifes- me faz ter uma vida saudável”.1 A fraco que sempre apanha dos ou-
tar doenças crônicas como infarto, luta traz saúde e disposição. tros. Mas quando come espinafre,
hipertensão e diabetes. — Para ter boa saúde, é indis- instantaneamente adquire força e
Em um discurso, o presidente pensável estar atento principalmen­ vence facilmente seus adversários.
da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, frisa a im- te à alimentação, ao sono e aos Isso ocorre porque ele acredita no
portância da saúde aliada à prática exercícios. Deve-se naturalmente poder do espinafre. Todos nós preci-
da fé. Ele até menciona a disposi- evitar comer e beber em dema- samos de algo em que acreditar. “Eu
ção do primeiro presidente da Soka sia, e também fazer refeições de tenho o Gohonzon. Portanto, conse-
Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi: madrugada, além de assegurar as guirei superar qualquer problema.
horas de sono necessárias e dor- Tudo ficará bem” — se possuir essa
Para melhorar a saúde, deve-se mir profundamente. firme convicção, alcançará qualquer
decidir “Vou me tornar saudável”, O primeiro presidente Tsunesa- coisa. Se você sente que este é o seu
“Vou me manter saudável sem fal- buro Makiguchi empenhou-se esfor- caminho na vida, que este é o cami-
ta”, “Vou recitar um sonoro e vibran- çadamente com disposição mesmo nho certo a seguir, então, acredite
te daimoku todos os dias”, e assim depois dos 70 anos, até ser preso no Gohonzon e faça dele a essên-
 9 | MAIO | 2020 7

Exercitar-se com criatividade

time warner

ARQUIVO PESSOAL
Você sabia que o ato de varrer a casa, realizado
de maneira correta, é considerado uma forma de ati-
vidade física? BS conversou com a personal trainer e
graduanda em nutrição Tatiane Kruschefes, que nos
deu dicas de como driblar a preguiça e manter uma
alimentação saudável.
Tatiane:
Personagem de desenho
“Temos que usar
animado Popeye
BS: Em tempo de isolamento social, como reali- a criatividade
zar atividade física em minha casa? e, acredite em
mim, dá pra
Tatiane: Temos de usar a criatividade e, acredite fazer! (atividade
cia de suas convicções. Você será
em mim, dá para fazer! Se você tem espaço pequeno, física em casa)”
absolutamente capaz de suplantar
afaste o sofá. Se sua casa ou apartamento tem esca-
qualquer obstáculo, inclusive a do-
da, pode usá-la (subir e descer, excelente opção). Se
ença ou a pobreza. Mas isso requer
sua casa é maior, você pode caminhar. flamar o corpo, aumentando a imunidade. Dormir
o ingrediente fundamental — a fé.
Outros exemplos de exercício para fazer em casa: tranquilamente, acordar descansado e pronto para
Os jovens precisam de algo em que
pular corda (se não tiver, pode ser imaginária mes- o dia, são sinais de que você entrou em sono pro-
acreditar. Devem confiar no próprio
mo); dança (existem várias aulas no YouTube, só fundo, estimulou hormônios do bem e aumentou a
coração. Porém, como o coração
tenha cuidado, porque há muita aula que pode lhe imunidade. Mas cuidado: exercício de alta intensida-
humano pode ser algo pouco con-
machucar, busque orientações e alongamentos). de produz ação contrária!
fiável, é importante que façam do
Gohonzon a base de sua fé. Se agi-
BS: Varrer a casa, por exemplo, pode ser conside- BS: Comer bem influencia a saúde?
rem dessa forma, tenho certeza de
rada uma atividade física não estruturada? Tatiane: Muito, hoje há um consumo excessivo
que conduzirão a vida com calma
Tatiane: Sim, porque atividade física é qual- de produtos industrializados, de frituras e de gordu-
e confiança. (BS, ed. 2.292, 19 set.
quer movimento corporal que tem como objetivo ras trans que leva a pessoa a engordar; e o excesso de
2015, p. B3)
aumentar seu gasto de energia acima dos níveis de gordura causa diversas doenças como câncer, diabe-
repouso. Mas, entenda, você pode ter ou não resul- tes, hipertensão, entre outras. Como estamos numa
Ler também
tado, porque não tem controle das intensidades e época de pandemia, vemos que isso tem determina-
é uma forma
outras variáveis. do a vitória ou derrota contra essa doença.
de se exercitar
Já o exercício físico é estruturado, planejado, repe-
Além da prática diária de exer-
titivo e, dessa forma, a chance de ter resultado é cer- BS: Como conservar a jovialidade e prolongar a
cícios ser importante para a nossa
teira. Para ser considerado exercício físico, deve ter vida com a prática diária de exercícios físicos e uma
saúde, a leitura também nos ajuda. A
modalidade, gasto calórico, frequência semanal, in- alimentação saudável?
prática da leitura aprimora o vocabu-
tensidade, duração e progressão. Para que tudo isso? Tatiane: Alimentação boa, colorida e rica em ali-
lário e dinamiza o raciocínio, a inter-
Porque quando você faz a mesma coisa sempre o mentos que contenham vitamina C, vitamina E e beta-
pretação e aprimora a escrita. Várias
corpo se acostuma e deixa de gastar “calorias extras”, caroteno, por exemplo:
empresas disponibilizaram diversos
e aí você fala que treinar não funciona.
livros gratuitamente em suas plata-
• Alimentos ricos em vitamina C — mexerica, goia-
formas digitais. Vale a pena conferir.
BS: A prática de exercícios físicos é benéfica para ba, mamão.
O presidente Ikeda, em um in-
o sistema imunológico? • Alimentos ricos em vitamina E — amêndoa, ave-
centivo direcionado aos jovens, co-
Tatiane: Sim, mas não é qualquer exercício. Pre- lã, castanha do pará, açaí em polpa.
menta sobre sua angústia durante
cisa ser numa intensidade moderada a ponto de esti- • Alimentos ricos em betacaroteno — abóbora-
a juventude e o prazer em ler:
mular alguns hormônios, por exemplo: -moranga, cenoura, damascos, beterraba.
• Redução do cortisol (hormônio inflamatório),
Quando eu era jovem, tinha a
que, em excesso, provoca insônia, aumenta apetite É importante fazer exercícios de intensidade mo-
saúde debilitada; por causa disso,
(principalmente por alimentos calóricos), além de au- derada (aeróbico) e de força (musculação), afinal,
não podia praticar muito espor-
mentar gordura abdominal. perdemos massa muscular com o passar dos anos.
te. Uma vez que é possível ler na
• Aumento de GH, irisina, adponectina (hormô- Cuidado com o excesso de exercícios de alta intensi-
cama ou deitado, naturalmente
nios que fazem ação contrária), que ajudam a dor- dade, eles fazem envelhecer, pois aumentam os radi-
comecei a dedicar um grande
mir bem, “sonhar colorido”, perder gordura e desin- cais livres produzidos pelo seu corpo.
tempo à leitura. Esse foi meu pri-
meiro passo. (...) A literatura é o
estudo da humanidade. É o estu-
do da própria vida do indivíduo
e do infinito universo do coração
Saiba mais
humano. Sem entender o coração
humano, não se pode desenvolver ENCONTRO APLICATIVO
uma profunda compreensão so- COM O MESTRE BS+
bre nenhuma outra esfera do co- Das “Cinco diretrizes eternas da Soka Acompanhe
nhecimento ou empreen­dimento. Gakkai”, temos a “Prática da fé para as entrevistas
O fato é que a cultura humana é manter a boa saúde e obter longevidade”. dos líderes no
o produto da mente e do coração O presidente Ikeda, junto com os “Como está a sua
humanos. (BS, ed. 1.479, 3 out. integrantes do Departamento de quarentena?”
1998, p. 3) Profissionais da Saúde de Kansai e
do Grupo de Enfermagem da Divisão Veja também
Feminina de Jovens, sugere quatro entrevista com o
diretrizes para conduzir uma vida educador físico
Nota:
1. Traduzido do japonês. ROLLAND, Romain. saudável. Leia o discurso no Brasil Seikyo, Thiago
Jean-Christophe. Tradução: Yoshio Toyoshima. ed. 2.316, 19 mar. 2016, p. B1. Passarella
8 BS 2.515
Diálogo
Batalha das palavras
da justiça e do incentivo
Em comemoração dos sessenta anos da posse presidencial
de Daisaku Ikeda, o jornal Seikyo Shimbun publica uma série de
diálogos entre os líderes da Divisão dos Jovens (DJ) da Soka
Gakkai e o presidente Minoru Harada sobre aspectos da luta de
Ikeda sensei. Participam do diálogo: Minoru Harada, presidente
Oogushi: Neste momento, jo-
vens do mundo inteiro estão len-
do a Revolução Humana e a Nova
Revolução Humana, aprofundando
a fé e tornando essas leituras fon-
te de estímulo para suas ativida-
des. Como primeiro supervisor da
edição da Revolução Humana, o
senhor (presidente Harada) acom-
panhou de perto a batalha da es-
crita empreendida pelo presidente
Ikeda. Em especial, quais são os
pontos que marcaram o senhor?
Harada: A Revolução Humana
descreve a verdadeira história do
espírito da Soka Gakkai, a essência
das três gerações de mestre e dis-
cípulo e a trajetória desse movimen-
to do povo. Acredito que ela fora
escrita para se tornar a força motriz
dos companheiros que avançam
pelo kosen-rufu, bem como em prol
das pessoas do longínquo futuro.
Supervisionei os volumes 1, 2 e
3 do romance. Na época do início
da série, em 1965, era meu primei-
ro ano trabalhando como funcioná-
rio da editora do Seikyo Shimbun
após me formar na universidade.
Ikeda sensei havia começado a es-
crever o romance nas terras de Oki-
nawa no dia 2 de dezembro do ano
anterior e cerca de duas semanas
depois me entregou manuscritos
referentes a treze partes.
A produção do jornal na época
utilizava a impressão tipográfica.
Pode ser que as pessoas de hoje
não consigam imaginar como era,
mas os técnicos coletavam um a
um os tipos [letras impressas] de
chumbo, com base no manuscrito,
e montavam a composição. E para
acelerar o processo ao máximo, cor-
tavam o texto com a tesoura e divi-
diam o trabalho. Com isso o manus-
crito acabava não ficando intacto.
Na ocasião, não era comum
ter copiadoras como hoje, muito
menos computadores. Com o sen-
timento de “deixar para a história
os manuscritos de Ikeda sensei”,
eu me transformei numa “copiado-
ra humana” e entregava à fábrica
o texto que transcrevia fielmente,
“Por esse motivo, preciso registrar
a trajetória do mestre predecessor,
meu mestre. Não seria esse o caminho
de um discípulo?”
guardando os manuscritos origi-
nais, escritos de próprio punho
pelo Mestre.
Quando os textos chegavam,
rapidamente eu iniciava a transcri-
ção, e antes de concluir uma parte,
chegava a parte seguinte e mais a
seguinte. Dessa forma, por inúme-
ras vezes, recebia os manuscritos
num ritmo surpreendente enviados
pelo presidente Ikeda. Foram dias
e dias, e eu ficava impressionado
com tamanha intensidade, vigoro-
sidade e velocidade.
Inicialmente, o jornal Seikyo
Shimbun era publicado três vezes
por semana, mas a partir da edi-
ção de 15 de julho de 1965 tornou-
-se diário. Nesse sentido, a publi-
cação da série também passaria
de três vezes semanais para mais
que o dobro. Ikeda sensei escrevia
em meio a um intenso cronogra-
ma de atividades e os manuscritos
que já havia recebido começaram
a diminuir rapidamente.
No dia em que por fim não havia
mais textos, falei com o presiden-
te Ikeda, cuidando para não so-
brecarregá-lo e escolhendo as pa-
lavras certas: “Sensei, como ainda
há tempo até o final desta noite,
gostaria de solicitar ao senhor o
manuscrito que será enviado para
impressão amanhã”. Então, ele
respondeu “Ok, entendi”, e come-
çou imediatamente a escrever sem
pausa. Imagino que tenha se preo-
cupado comigo ao ver meu aspec-
to de aflição.
Anos mais tarde, ele escreveu
sua percepção desse momento
num ensaio: “Pelo bem dele [do
supervisor], não poderia angustiá-
da Soka Gakkai; Mitsuo Nishikata, coordenador da Divisão Mas-
culina de Jovens (DMJ); Hiroko Oogushi, coordenadora da Divisão
Feminina de Jovens (DFJ); Koichi Kabasawa, coordenador da Divi-
são dos Universitários; e Reiko Hayashi, coordenadora da Divisão
das Universitárias.
Daisaku Ikeda
-lo e então naturalmente comecei
a escrever mesmo exausto”.
Nessa época, eu morava num
alojamento para solteiros. Certa
vez, fui ao encontro do Mestre na
sede central para lhe entregar a pro-
va de impressão e retornei à editora.
Logo depois, recebi meias enviadas
pelo sensei. Era uma demonstra-
ção de sua consideração, ao ver
que as minhas estavam com furos.
Recordo-me nitidamente ainda hoje
a grande emoção que encheu meu
coração vendo o presidente Ikeda
se preocupar com a apresentação
pessoal até mesmo de um novo fun-
cionário, não obstante estivesse no
centro de intensas batalhas.
Seja em viagens de orientação
em outras regiões ou em jornadas
pela paz no exterior, Ikeda sensei
sempre levava consigo uma ma-
leta com papéis de manuscrito. E
concluído o cronograma cravado
em minutos, mesmo após retornar
para a hospedagem, continuava a
escrever até a madrugada.
Como supervisor da publicação
[da Revolução Humana], compreen-
di com minha experiência, obser-
vando em seu trabalho de escri-
ta, como era árduo publicar um
romance num periódico diário. E
o que sustentava essa batalha da
escrita de intensa dedicação era
o juramento seigan que fez como
discípulo de transmitir amplamen-
te a grandiosidade do seu mestre
para o mundo.
Senti isso profundamente mais
tarde, quando foi rodado o filme
Revolução Humana. O presidente
Ikeda visitou a locação das filma-
gens situada no bairro de Edogawa,
Tóquio, e no retorno, ainda no car-
ro, afirmou o seguinte:
Mesmo que digam que levarão
Makiguchi sensei e Toda sensei ao
conhecimento de todos ou por mais
numerosos que sejam os discípu-
los de Makiguchi, não há ninguém
que esteja transmitindo de fato a
grandiosidade dos dois mestres!
Por esse motivo, preciso registrar
a trajetória do mestre predecessor
e do meu mestre. Não seria esse o
caminho de um discípulo?
Assim, aprendi a essência da
relação de mestre e discípulo e mi-
nha vida foi tomada por uma gran-
de emoção.
O desejo de Josei Toda
de as pessoas do mundo
inteiro lerem o Seikyo
Hayashi: Poderia falar também
sobre o sentimento de Ikeda sen-
sei em relação ao Seikyo Shimbun?
Harada: O ponto primordial
do início da publicação do Seikyo
Shimbun foi o que o presidente
Josei Toda disse a Ikeda sensei no
período mais crítico de seus negó-
cios: “Possuir um jornal é ter nas
mãos uma força extraordinária. A
Soka Gakkai precisa ter um veículo
de comunicação quanto antes”.
Tudo se iniciou a partir desse
diálogo de mestre e discípulo e o
jornal foi lançado no ano seguinte,
no dia 20 de abril. Pouco depois, em
3 de maio, Josei Toda assumia a se-
gunda presidência da Soka Gakkai.
A partir de então e até os dias atuais,
o Seikyo Shimbun atua como força
motriz da promoção do kosen-rufu.
Nesse ínterim, Ikeda sensei tomou a
iniciativa de escrever manuscritos,
passava dicas detalhadas sobre as
manchetes e layouts, e orou inten-
samente, mais que ninguém, para
que os entregadores do jornal não
sofressem acidentes.
No ano passado [2019], quan-
do o Centro Mundial Seikyo da
Soka Gakkai foi inaugurado, o pri-
meiro sentimento que surgiu em

meu coração foi uma infindável
gratidão a Ikeda sensei por desen-
volver de forma tão grandiosa o
Seikyo Shimbun.
Hoje, são publicados mais de
oitenta periódicos coirmãos em
cinquenta países e localidades
do mundo, e sua versão digital é
acessada de 203 países. O arden-
te desejo do presidente Josei Toda
de que pessoas de todo Japão e do
mundo lessem o Seikyo se tornou
realidade graças a Ikeda sensei.
Desafiando a
saúde debilitada
Kabasawa: Há algum aspecto
importante para nos aprofundarmos
mais na leitura da Revolução Huma-
na e a Nova Revolução Humana?
Harada: É importante também
compreender a história do momen-
to em que foram escritas. Sabendo
o fundo de cena da época, conse-
guimos captar, por meio dos ro-
mances, com que sentimento sen-
sei encorajava os companheiros.
Por exemplo, a publicação do
capítulo “Festival dos 700 anos
do Budismo Nichiren”, volume 6,
da Revolução Humana, foi iniciada
em fevereiro de 1970. Antes da via-
gem de orientação a Kansai, em
dezembro do ano anterior [1969],
o presidente Ikeda estava com
a saúde debilitada, mas mesmo
assim seguiu em viagem, não im-
portando a febre alta que sentia. E
mesmo seu estado de saúde não
apresentando melhoras, após a
passagem de ano, reiniciou a Re-
volução Humana, que estava com
a publicação interrompida desde
agosto do ano anterior.
Nishikata: Falando em fim de
1969 e início de 1970, foi a época em
que ocorreu a problemática da liber-
dade de expressão e a Soka Gakkai
foi assolada por uma tempestade de
calúnias e de difamações.
Harada: Isso mesmo. Na oca-
sião, um gravador de rolo foi trans-
portado para o escritório de Ikeda
sensei. Era uma máquina grande e
pesada. Quando nosso mestre es-
tava indisposto, ditava seu traba-
lho usando esse gravador. De fato,
na fita com a voz de sensei gravada
estão registrados também sua tos-
se, o som ao beber água, a respi-
ração ofegante e outros aspectos.
Por que Ikeda sensei persistiu
na escrita até esse ponto? A proble-
mática da obstrução da liberdade
de expressão foi a maior provação
enfrentada pela Soka Gakkai desde
que ele assumiu a presidência.
Na realidade, nesse fundo de
cena, o Partido Komei, fundado
em 1964, havia se desenvolvido
XXXXXXX
Ikeda sensei empenhou-se, muitas vezes exausto, para dar continuidade à obra Revolução Humana iniciada por Josei Toda
“Mesmo enfrentando as mais árduas
circunstâncias, o presidente Ikeda continuou
escrevendo não poupando a própria vida”
num partido político em prol da
paz e da assistência social, e nas
eleições para a Câmara Baixa, no
final de 1969, conquistou 47 cadei-
ras que correspondiam a aproxi-
madamente duas vezes mais que
a situação pré-eleitoral, tornando-
-se o terceiro partido em tamanho.
Uma parte dos partidos se sentiu
ameaçada com o imponente avan-
ço do Komei e, logo após entrar
em 1970, iniciou ataques irracio-
nais no Congresso alegando que
a Soka Gakkai estava oprimindo a
liberdade de expressão. Parte da
mídia veiculou conteúdos em con-
cordância a eles.
É fato que houve certa inexpe-
riência nas medidas tomadas pela
Soka Gakkai, mas a verdadeira
natureza dos fatos consistia numa
opressão religiosa por esferas do
poder preexistentes que deseja-
vam deter a ascensão de uma nova
força popular.
Nessa ocasião, Ikeda sensei so-
zinho protegeu a Soka Gakkai e os
membros dedicando todas as suas
forças, abrindo um novo caminho
do kosen-rufu. Hoje, sempre que
me lembro desse período, renovo
meu sentimento de saldar as dívi-
das de gratidão.
Houve também outro episódio.
Certa vez, o Mestre prosseguia pas-
sando orientações aos membros
até tarde da noite, no Centro de
Treinamento de Hakone (atual Cen-
tro de Treinamento de Kanagawa),
Minoru Harada
e ao tomar conhecimento de al-
guns ataques covardes em relação
à Soka Gakkai, prontamente deci-
diu retornar à sede central.
Era um período em que estava
sofrendo continuamente com a saú-
de debilitada, febril. Houve pessoas
que tentaram impedi-lo, preocupa-
das com sua saúde por se tratar do
inverno. Contudo, Ikeda sensei partiu
do local de madrugada e retornou
antes do alvorecer à sede, imediata-
mente iniciando discussões com a li-
derança central sobre como proteger
os membros e resolver a situação.
O presidente Ikeda então bra-
dou: “Eu sou discípulo do Toda
sensei. Não me abalo, indepen-
dentemente do que digam ou do
que aconteça. Não há absoluta-
mente nada a temer!”. Foi um legí-
timo rugido do leão.
Por outro lado, preocupava-se
profundamente com a situação de
cada membro e dedicava sua aten-
ção para que os inúmeros compa-
nheiros de puro coração não passas-
sem por momentos desconfortantes.
E também, para o fato de que as
componentes da Divisão Feminina
(DF), cujo marido não praticava, po-
deriam enfrentar momentos difíceis.
Foi em meio a essas circunstân-
cias que a publicação do capítulo
“Festival dos 700 anos do Budismo
Nichiren” , volume 6, da Revolução
Humana, foi iniciada em 9 de feve-
reiro. Originalmente, a previsão era
11 de fevereiro. O Seikyo da época
9 | MAIO | 2020 9
KENJI MASE
antecipou a veiculação atendendo
aos fervorosos pedidos dos leito-
res do país todo por seu reinício
quanto antes. Além disso, divulgou
também que, para corresponder às
solicitações dos leitores, as pausas
das publicações nas edições de sá-
bado e domingo se dariam apenas
aos domingos.
Esse capítulo descreve a históri-
ca dedicação empreendida por Ike-
da sensei e a Divisão dos Jovens (DJ)
da época do pós-guerra, alicerçados
por Josei Toda, contra as funções
negativas do clero. Foi um capítu-
lo que retratou a batalha da justiça
que consiste em lutar resolutamente
contra as perseguições maldosas.
Mesmo enfrentando as mais ár-
duas circunstâncias, o presidente Ike-
da continuou escrevendo não pou-
pando a própria vida, pensando uni-
camente nos membros. A batalha da
escrita que travou está embasada
em suas convicções de “proteger os
membros a todo custo” e “incentivar
os membros até o fim”.
Em meio a essa grande e inten-
sa luta, a sede do Seikyo Shimbun
(sede antiga) foi inaugurada no
dia 28 de setembro de 1970. No
ano passado, nosso mestre visitou
pela primeira vez o Centro Mundial
Seikyo da Soka Gakkai, 49 anos
depois, nessa mesma data.
Meu sentimento de gratidão pelo
sincero carinho de Ikeda sensei é
infindável. Vamos todos dar conti-
nuidade à batalha das palavras da
justiça que conduza os amigos ao ca-
minho da felicidade e o mundo rumo
à paz para saldarmos as grandes dívi-
das de gratidão com o Mestre.
Fonte:
Este conteúdo é parte da série “Diálogos com
o Presidente Harada”, publicada no jornal
Seikyo Shimbun, em 30 de março de 2020.
10 BS 2.515
Notícias
Unidos com o
coração do Mestre
Membros de todo o Brasil compartilham vitórias
em meio aos desafios na comemoração do 3 de Maio
Presidente da BSGI, Miguel Shiratori (segundo à esq.), acompanha atividade da Comunidade Albatroz, da Sub. Norte Fluminense, no Rio de Janeiro
REDAÇÃO / COLABORAÇÃO
LOCAL / GRUPO ARCO-ÍRIS
Um 3 de Maio marcante — as-
sim podemos definir o “Ano-Novo
da SGI” e o “Dia das Mães Soka”.
Pela primeira vez em décadas,
as celebrações precisaram ser
adaptadas para a atual realidade
da sociedade, mas isso não signi-
ficou um afastamento, e sim uma
grande rede de corações conecta-
dos a um só ideal: levar a paz e a fe-
licidade aos quatro quadrantes da
terra, tendo o presidente Ikeda —
que completou sessenta anos de
sua posse como presidente da
Soka Gakkai — à frente do movi-
mento. Essas foram as comemo-
rações desse significativo dia em
toda a BSGI.
De norte a sul do país, enfren-
tando barreiras, tecnológicas ou
não, o 3 de Maio foi assinalado por
duas palavras: “desafio” e “supe-
ração”. Em Bragança Paulista, os
líderes da Comunidade Municipal
fizeram um grandioso objetivo de
não deixar nenhum membro de
fora do movimento do Encontro
de Todos com o Mestre, mesmo
que isso significasse inúmeros tu-
toriais e testes para fazer com que
todos participassem.
Em meio a essa luta, Maria Con-
ceição de 88 anos, Verônica Nasci-
mento de 62, Roseli Romanesi de
74 e Enedina Ricanello de 72 ven-
ceram as barreiras da idade e da
tecnologia e conseguiram, com o
apoio de todos, se conectar e par-
ticipar da videochamada ao lado
dos companheiros da comunidade.
“Todas foram auxiliadas a distância
pelos companheiros, entretanto,
com uma delas foram dois dias de
testes para conseguir fazê-la en-
trar na atividade on-line, além dos
demais membros da Comunidade
Municipal”, afirmou Amélia Suzuki,
responsável pela Divisão Feminina
(DF) da comunidade.
Na RE Paraíba, o sentimento é
o mesmo. Geangela Borges é vice-
-responsável pela Divisão Feminina
da Comunidade Rio Tinto e, ao per-
ceber que dois membros não con-
seguiam ter acesso à internet em
casa, decidiu copiar à mão as maté-
rias do BS+ para que eles pudessem
ler e estar conectados na mesma ór-
bita que os demais membros no Dia
3 de Maio. “São muitos desafios en-
frentados na localidade. Aqui é uma
cidade interiorana e poucos são os
membros que possuem internet e,
os que têm, ainda encontram difi-
culdades com a conexão. O direcio-
namento é não deixar ninguém para
trás, então pensando nesses mem-
bros, estudamos junto com a RE
uma forma de incluí-los. Passamos
a programação para eles e, mesmo
sem conexão, eles estavam conos-
co, com todo o conteúdo escri-
to”, compartilhou.
Para alguns, a superação foi vi-
vida intensamente. É o caso de José
Na Comunidade Alto da Boa Vista, membros de fora de São Paulo e da Europa participam de
encontro virtual
Alves da Silva, carinhosamente co-
nhecido como Alvinho, do Distrito
Marechal Hermes, no Rio de Ja-
neiro. Com 66 anos, Alvinho ficou
mais de vinte dias internado devi-
do ao Covid-19 — boa parte deles
entre o CTI e a UTI —, mas desde o
dia 26 de abril, Alvinho voltou para
casa, totalmente recuperado. A
esposa, Aparecida da Silva, afir-
mou que foi um período de mui-
to daimoku, estudo e apoio dos
membros da localidade. “Criamos
um grupo para orar daimoku em
prol da pronta recuperação dele.
Não deixávamos o oratório fechar,
quando uma terminava e avisava
no grupo, outra pessoa já iniciava.
Cheguei a fazer dez horas diárias
de daimoku”, disse.
Para celebrar a vida, Aparecida
recebeu o marido com uma faixa
FOTOS: COLABORAÇÃO LOCAL
carinhosa na porta de casa. “Mui-
tas vezes os médicos me ligaram
para dizer que o caso dele era gra-
víssimo e muito complexo, mas ele
superou.” Alvinho participou do 3
de Maio da sua localidade, a Co-
munidade Aurélio Valporto, onde
contou um pouco da sua expe-
riência com os amigos que tanto o
apoiaram. “Estamos muito felizes
e gratos aos membros e a Ikeda
sensei”, finalizou Aparecida.
O Pará é um dos estados mais
críticos do Brasil com relação à
pandemia do Covid-19. A falta de
leitos e o colapso no sistema de
saúde têm se mostrado como os
maiores desafios para os mora-
dores. E até o dia 3 de maio, a
luta pela vida foi travada pelos in-
tegrantes da família Santos, que
pertencem à Comunidade Telégra-

fo, RM Belém Oeste. Rosana e Ro-
sângela Santos são enfermeiras e
trabalham na linha de frente contra
o coronavírus. Em meio a isso, o fi-
lho de Rosana foi infectado e, em
seguida, a mãe dela, já idosa, e o
marido de Rosângela, que trabalha
como porteiro em um hospital. De-
vido aos fortes sintomas, ele preci-
sou ser internado. Não haviam lei-
tos disponíveis e, durante a busca,
o caçula das irmãs Santos foi diag-
nosticado com tuberculose.
O desafio era enorme, mas as
irmãs não esmoreceram. Com o
apoio dos membros da localidade,
iniciaram a recitação de daimoku. O
leito para o marido de Rosângela foi
encontrado e, devido à sua melho-
ra, ele ficou apenas um dia interna-
do. Às vésperas do 3 de Maio, todos
já estavam em casa se recuperando
e puderam participar, junto com os
companheiros, da comemoração
da data. “Essa maldade da doença
é muito grande. Muitas famílias es-
tão perdendo seus entes queridos.
E, graças à nossa fé no Gohonzon,
estamos vencendo essa batalha.
Todos estão ficando bem. É uma
grande vitória para a nossa família”,
contou Rosângela.
Na região turística do litoral do
Rio Grande do Norte, a Comunida-
de Ponta Negra decidiu iniciar uma
corrente de daimoku para aliviar o
coração dos membros, que, devi-
do às notícias sobre a pandemia
e a falta de contato com alguns
membros, estavam aflitos. Na re-
gião, há muitos moradores da ter-
ceira idade, que, a princípio, não
tinham nenhum contato com a
tecnologia e pouco a pouco foram
quebrando essa barreira.
No domingo (3), os membros
contaram com a participação do pre-
sidente da BSGI, Miguel Shiratori,
enchendo-os de esperança. Ao ser
questionado sobre como os prati-
cantes do Budismo Nichiren deve-
riam agir em meio à pandemia no
Brasil, ele disse: “Se o seu emocio-
nal se abala com as circunstâncias
externas é porque ainda precisa
se aprofundar mais na fé. Não há
outra forma que não seja a recita-
ção do daimoku, neste momento,
muito mais intenso do que era an-
teriormente. Só assim a revolução
humana de cada um dos presentes
transformará toda uma sociedade.
Que este 3 de Maio seja a partida
para o 3 de Maio de 2030, rumo ao
centenário da Soka Gakkai”.
Arte unindo corações
Em condições sanitárias nor-
mais, as reuniões ficariam lotadas
com os membros da localidade,
que, além de serem incentivados,
poderiam apreciar apresentações
artísticas e culturais. Pensando
9 | MAIO | 2020 11
nisso, Thiago Guerrante, do Rio de
Janeiro, responsável pela Divisão
Masculina de Jovens (DMJ) da RM
Ipanema, promoveu o Festival Arte
pela Paz, transmitido pelo Insta-
gram com artistas do Brasil e até
mesmo de fora. “Comecei a refletir
sobre qual seria a postura de Ikeda
sensei se estivesse em meu lugar.
Ao buscar respostas para essa per-
gunta, inspirado pelo ‘movimento
1, 2, 3’ e pela recente orientação
do nosso presidente da BSGI, Sr.
Miguel Shiratori, na qual ele nos
incentivou com o tema ‘Qual deve
ser o nosso comportamento dian-
Em abril, Alvinho enfrenta o Covid-19 e sai vitorioso. Acima, ao lado da esposa, Aparecida,
te das dificuldades?’, resolvi en- comemoram o 3 de Maio
trar em ação no cumprimento da
minha missão enquanto discípulo
Ikeda”, disse Thiago.
“Iniciei compartilhando sobre
a prática budista em minha rede
social e as pessoas começaram a
se interessar e, diariamente, con-
távamos com a presença virtual de
membros e convidados do Brasil,
Canadá, Estados Unidos, Espanha,
Colômbia, Itália, entre outros.” Co-
meçaram então os preparativos
para o festival, em que dez artis-
tas Soka do Brasil e do mundo se
apresentaram. Entre eles, Manu Le
Prince, de Paris, e Marcelo Jeneci,
do Rio de Janeiro. “A transmissão
no dia 3 de maio teve início às
10 horas e foi um tributo à saúde Para celebrar esta data significativa,
Membros da mesma família do Bloco
Thiago Guerrante promove Festival Arte
e à felicidade de todas as pes- Jaçanã, RM Belém Oeste, durante diálogo
pela Paz on-line, com artistas do Brasil e
soas, um tributo às mães Soka e virtual com os demais membros do bloco
do exterior
às mulheres do mundo, e também
foi o nosso presente a Ikeda sen-
sei pelos sessenta anos da sua
posse como presidente da Soka
Gakkai. De forma poética e musi-
cal, trazendo muita emoção aos
participantes, foi selado o nosso
juramento seigan ao Mestre e assi-
nalado um refrescante e renovado
avanço da nova era do nosso mo-
vimento Soka em prol da paz mun-
dial. Esse dia também foi marcado
como o levantar do discípulo Soka
que vence no palco de sua missão
com coragem, disposição e ale- Três jovens da Comunidade Galo Branco, na Sub. Vale do Paraíba, preparam apresentação
contando a história do 3 de Maio e, tal como Ikeda sensei sucedeu seu mestre há sessenta
gria”, concluiu. No total, entre par-
anos, elas demonstram forte alegria ao representar o presidente Ikeda em sua localidade
ticipantes e espectadores, foram
1.294 pessoas, os quais puderam
desfrutar a órbita de harmonia e o
shitei funi da organização.
de Todos com o Mestre, convidei Boa Vista. “Assim como ela, muitos
Rede global pela paz minha irmã, que é membro desde expatriados têm procurado confor-
Há muitos brasileiros, pratican- outubro de 2019 e mora na cida- to em meio a tudo isso nos encon-
tes do Budismo Nichiren, morando de Angers, ao noroeste da França, tros dos membros brasileiros. Do-
no exterior. E como não existem para que participasse pela primeira mingo (3), uma veterana na nossa
mais limites geográficos, alguns vez de uma reunião aqui no Brasil. localidade, hoje moradora na Dina-
deles conseguiram participar dos Ela ficou encantada! E vai estimular marca, também participou conosco.
encontros que aconteceram no seus companheiros franceses a rea- As reuniões virtuais promovem um
Brasil. Na Comunidade Alto da Boa lizar atividades virtuais”, afirmou sentimento acolhedor de pertenci-
Vista, na RM Santo Amaro, o link da Sônia Fugiwara, responsável pela mento a uma grande família que é
atividade chegou até a França e a DF da comunidade. a Soka Gakkai. Juntos, fortalecemos
Dinamarca. “Temos a participação Não apenas a irmã de Sônia, nossas convicções de que é através
de alguns membros de outras loca- mas membros de outras localidades da prática que transformaremos
lidades do Brasil e do exterior com sempre entram em contato com os nossa vida diante desse grande de-
as atividades on-line. No Encontro membros da Comunidade Alto da safio mundial”, finalizou.
12 bs 2.515
Relato
Revolução do pensamento
Inspirado pela prática budista, Márcio mudou o curso da própria vida
Conheci o Budismo Soka numa
fase da vida em que perdi tudo o
que tinha conquistado. Como se
não bastasse, havia sido vítima de
um golpe, adquirindo várias dívi­
das em nome da minha empresa.
A única coisa que sobrou foi um
colchão e uma velha TV de 14 po­
legadas, que só pegava um canal.
A verdade é que já vinha de um
ciclo difícil e passei por situações
de­ses­peradoras com questões pes­
soais, relacionamentos que não de­
ram certo, um divórcio e grandes
problemas financeiros. Meu nome
sempre estava em instituições de
proteção ao crédito, e por falta de
referências, tinha dificuldades para
conseguir um bom emprego. Estava
tão desiludido com a vida que fui
para a casa de um amigo fora de
São Paulo. Passei um tempo lon­
ge, na esperança de encontrar uma
solução para meus problemas. No
entanto, as coisas continuavam
difíceis e eu passava os dias, sem
esperança, me lamentando.
Quando voltei a São Paulo, fi­
nalmente consegui um trabalho e
fiz amizade com um budista logo
que entrei na empresa. Ele me expli­
cou que, conforme consta nos ensi­
namentos do budismo, eu estava
numa condição de vida baixa, que
me impedia de ser feliz. Então, me
ensinou sobre o Nam-myoho-renge­
-kyo, enfatizando que se eu o reci­
tasse, mudaria completamente essa
dura realidade. No início, confesso
que duvidei da oração, mesmo as­
sim, iniciei a prática sendo presente­
ado pelo meu colega com um belo
sutra [liturgia da SGI]. Foi aí que
dei o primeiro passo para a minha
revolução humana. Inspirei-me no
trecho de um escrito de Nichiren
Daishonin que diz: “Sofra o que
tiver de sofrer, desfrute o que exis­
te para ser desfrutado. Considere
tanto o sofrimento quanto a ale­
gria como fatos da vida e continue
recitando Nam-myoho-renge-kyo,
independentemente do que acon­
teça” (CEND, v. I, p. 713).
Recitava daimoku dia e noite, até
mesmo sozinho na rua e, aos poucos,
as coisas foram mudando. Sentia-me
motivado e logo obtive um emprego
melhor. Conheci minha atual esposa,
Cristina, e voltei a estudar. Fiz facul­
dade e pós-graduação, conquistei
bens materiais novamente e outros
benefícios, mas o principal é que,
como se tivesse renascido, eu me
“Como se tivesse
renascido, eu me tornei
uma pessoa melhor, mais
forte e com mais garra
para vencer”
tornei uma pessoa melhor, mais
forte e com mais garra para vencer.
Novo avanço
Tantos benefícios me impulsio­
naram a me dedicar ainda mais à
prática budista. Passei a estudar
sobre essa filosofia e participa­
va das atividades do Bloco Prin­
cesa Izabel. Até que, em fevereiro
de 2012, honrosamente recebi o
Gohonzon! Segui muito mais feliz,
levando sabedoria para meu coti­
diano, melhorando as relações na
família, no trabalho, entre os ami­
gos. Progredia gradativamente a
minha mudança interior, inclusive
parei de fumar.  isso, consegui bons resultados e
À medida que o tempo passa­
va, eu me sentia mais encorajado
e sabia que podia superar meus
limites. Determinei avançar profis­
sionalmente e recitei daimoku para
isso. E na busca pelo novo empre­
go, fui chamado para uma entrevis­
FOTOS: COLABORAÇÃO LOCAL / arquivo pessoal
ta. Participei de um difícil processo
seletivo para concorrer a uma vaga
numa multinacional com mais 132
pessoas, algo que nunca imaginei
passar, tamanha disputa. Mas não
me intimidei. Num poema, o pre­
sidente Ikeda incentiva para que
tenhamos objetivos claros e fé im­
petuosa para vencer em tudo. Essa
era minha convicção. O resultado
é que tive sucesso nos testes e fui
admitido como gerente de vendas.
No começo, não foi fácil,  pois
a responsabilidade era grande e
tive de aprender novos processos
em pouquíssimo tempo, porém
eu me esforçava a cada dia. Com
ainda fui promovido, assumindo
filiais da empresa em três estados.
Nesse período, adquiri experiência,
aprimorando-me profissionalmente.
Tinha como base os direcionamen­
tos do presidente Ikeda e o desejo
de avançar sempre.
Márcio Costa
Ao lado, Márcio e a
companheira, Cristina,
em parque de diversão na
região sul do Brasil (2018).
Abaixo, participa de atividade
comemorativa da sua
localidade, no Centro Cultural
da BSGI de São José dos
Campos, SP (2019)
Três anos depois, senti que era
o momento para dar um importan­
te passo em minha carreira. Então,
pedi demissão no trabalho e abri
meu próprio negócio, mesmo re­
cebendo críticas. Passado algum
tempo, muitos funcionários foram
dispensados da antiga empresa,
e certamente eu teria perdido o
emprego se estivesse lá, ou seja,
mais uma vez a fé na Lei Mística
me conduzia ao caminho correto.
Hoje, após cinco anos, assim como
planejei, tenho minha empresa e
vasta carteira de clientes.
Com isso, meu trabalho aumen­
tou bastante e tenho muitas respon­
sabilidades. Além disso, também
sou sócio de outro empreendimen­
to e, mesmo que isso tome parte
do meu tempo, sigo conciliando
o trabalho e as atividades da or­
ganização. Esse é um ponto muito
importante para mim. Em especial,
em meio à crise mundial causada
pelo Covid-19, sigo esperançoso e,
apesar do distanciamento social,
nós nos mantivemos unidos na loca­
lidade por meio das redes sociais. A
gente não pode desanimar! Às vezes
surgem percalços, mas são nessas
circunstâncias que devemos manter
a prática firme para vencermos.
O budismo nos possibilita ter
essa percepção elevada da realida­
de, transformá-la e assumir o con­
trole da própria vida. Ao observar
essa trajetória, sinto que ampliei
minha vida e o modo de enxergar
meu ambiente. Nesse sentido, mi­
nhas orações ganharam essa mes­
ma proporção, abarcando tanto a
realização pessoal como a mudan­
ça do universo daqueles que estão
ao redor. Mais que isso, lutar pelo
kosen-rufu onde quer que eu es­
teja em gratidão ao meu mestre,
Daisaku Ikeda.
Márcio Costa, 48 anos. Empresário. Mem­
bro da DS do Bloco Princesa Izabel, RM São
José dos Campos, CLP, CGESP.
 9 | MAIO | 2020 13

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Mestre a todos.
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14 BS 2.515

Conheça o budismo

Felicidade garantida
REDAÇÃO
Para alcançar a plenitude tão almejada com a prática do Budismo Nichiren, é necessário o estudo. Entre os temas que
destacamos está o princípio da “verdadeira causa”, que traz em si uma profunda compreensão sobre o real sentido de recitar
daimoku e o sentimento com o qual o fazemos — assim fica fácil entender o objetivo da orientação “recite daimoku!”

O passado já foi: foco no

futuro‚, ação no presente
A partir do momento em que começa a praticar o Budismo de Nichiren Daishonin, o
membro da Soka Gakkai aprende que o Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) é a essência
dessa filosofia e a prática principal. Aprende também que é desnecessário buscar no
passado respostas para as questões do presente. O mais importante nessa busca pela
felicidade é focar nas ações do agora, para ser feliz hoje, e garantir também essa mesma
condição no futuro. Por isso, é imprescindível compreender o princípio budista da “ver-
dadeira causa” e do “verdadeiro efeito”.

Pensamentos‚,
palavras e ações
O daimoku direcionado para uma transformação profunda da vida é o que chamamos
de “verdadeira causa” — daí as frequentes orientações que recebemos de orar nos mo-
mentos de dificuldade, com a convicção da vitória.
“Mas com que sentimento recito esse daimoku?” “Estou agindo de acordo com o que
diz a filosofia budista?”
A resposta para essas perguntas está na atitude positiva diante das questões da
vida. Dessa forma, todas as ações do indivíduo (aquilo que pensa, diz ou faz) produzirão
efeitos com a mesma intensidade em sua própria vida. Assim, se uma pessoa recita dai-
moku, mas tem uma conduta negativa nesses três aspectos, vai gerar causas negativas e
o efeito será viver em extremo sofrimento. Isso não corresponde ao princípio da “verda-
deira causa” elucidado no budismo, que nos direciona a criar causas positivas.

Daimoku é a base de tudo

Ao revelar a essência do budismo contida no título do Sutra do Lótus (Myoho-renge-kyo)
e adaptá-la de forma a ser praticada na vida diária, Nichiren Daishonin (1222–1282) deixa
claro o seu significado. Estudando mais especificamente, o termo “renge” simboliza a “simul-
taneidade de causa e efeito”. Recitar Nam-myoho-renge-kyo com fé no Gohonzon é a única
maneira de o ser humano ativar sua condição de buda. Essa condição iluminada permite
compreender que “tudo aquilo que fizer gerará um efeito em sua vida”.

Relação de mestre
e discípulo
Na seguinte declaração, o presidente Ikeda sintetiza três importantes pontos — a
verdadeira causa, a relação de mestre e discípulo e a força da fé:

O Budismo de Nichiren Daishonin é o ensinamento da verdadeira causa. O mestre é o verda-

deiro efeito, e a verdadeira causa são os discípulos. Com base nesse princípio, o mestre e seus
discípulos praticam juntos, eternamente, a Lei Mística da verdadeira causa. Em consequência, se
uma pessoa assumir a postura do “verdadeiro efeito” e acreditar que já conseguiu o necessário ou
que não haverá problema deixar o trabalho mais árduo para os outros, será melhor não ficar espe-
rando receber o verdadeiro benefício da fé. Em suas escrituras, observamos que, com frequência,
Daishonin pede a seus seguidores que se esforcem cada vez mais.1
 9 | MAIO | 2020 15
ILUSTRAÇÕES: GETTY IMAGES

Você conhece Newton

Já ouviu falar em Isaac Newton? Ele foi físico, matemático e astrônomo Dessa forma, fica claro que não
inglês, cujo principal trabalho foi a reformulação das leis do movimento, o existe uma quantidade específica
que levou à lei da gravidade (gravitação universal) tal qual a conhecemos de daimoku a ser recitado, mas
hoje. A partir do episódio em que observou uma maçã que caía da árvore que a prática frequente, diária,
em direção ao solo, o físico desenvolveu as famosas leis de Newton. proporcionará um grandioso re-
Primeira lei de Newton: inércia. Todas as coisas que estão em repouso sultado na vida. Comparando
permanecem em repouso, e um objeto em movimento permanece em com a segunda lei de Newton,
movimento, em linha reta, na mesma velocidade — a não ser que uma podemos dizer que, quanto
força aja sobre elas. Relacionando o budismo e o princípio da “verdadei- mais daimoku recitado com
ra causa” com esse ponto da lei da inércia, se a pessoa continuar agindo sinceridade, maiores serão
sempre da mesma forma, sua vida permanecerá no mesmo ritmo. É pre- os benefícios.
ciso agir, provocar uma grande mudança para gerar um grande resultado. Terceira lei de Newton:
Desafiar as circunstâncias para ensinar outra pessoa sobre o budismo, ação e reação. Toda ação
compartilhar incentivos, recitar daimoku também para a felicidade dos gera uma reação igual ou
demais e respeitar sua individualidade são alguns exemplos de como dar oposta. A partir da terceira lei
um novo movimento à vida e sair da inércia. exposta por Isaac Newton, pode-se refletir sobre
Segunda lei de Newton: força. A mudança do movimento depende da o mais importante ensinamento do budismo: a lei de causa e efeito.
intensidade da força aplicada sobre ele. Não é difícil ouvir a seguinte per- Toda causa que se faz (ação) gera um efeito (reação) de mesma inten-
gunta: “A quantidade de daimoku é importante?”. O presidente da Soka sidade. Se uma dificuldade se abate sobre a vida da pessoa, ela precisa
Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, esclarece: empenhar uma “força” com a mesma intensidade ou ainda maior para
superá-la. Essa força, para os membros da Soka Gakkai Internacional é
Nichiren Daishonin afirma que até um único Nam-myoho-renge-kyo se caracterizada pela prática do daimoku, do shakubuku (inspirar outras
torna uma fonte de ilimitados benefícios. Agora, imaginem a infinidade de pessoas a serem felizes) e da dedicação às atividades. Mas qual é o resul-
benefícios que vocês acumularão ao continuarem fazendo gongyo e recitan- tado disso? Essa força volta para a vida da pessoa em forma de sabedoria
do Nam-myoho-renge-kyo de forma sincera de manhã e de noite. É algo que necessária para agir de modo construtivo e ter uma existência brilhante,
fazemos pelo nosso próprio bem; é um direito, não uma obrigação.2 obtendo resultados concretos.

Fé convicta‚, mente iluminada

Nossas orações são refletidas por meio de nossas ações, e essas ações refletem o
nível de sabedoria que conseguimos absorver com a prática budista. Por isso, é impor-
tante ter uma postura convicta da vitória, com dedicação e esforços constantes. Aqueles
que têm uma postura arrogante ou preguiçosa infalivelmente manifestarão as mesmas
características nos resultados dos seus empreendimentos. Daí a importância de recitar
Nam-myoho-renge-kyo para iluminar a vida e a mente, ou seja, para fazer surgir a sabe-
doria do buda, uma mente iluminada.

Disposição renovada
Agir positivamente e dedicar-se por inteiro ao kosen-rufu, sempre recitando Nam-
-myoho-renge-kyo, é agir de acordo com a verdadeira causa. Isso é o que infalivelmen-
te gera o verdadeiro efeito da iluminação nesta existência. Para produzir a verdadeira
causa na vida, é necessário recitar daimoku e acreditar na profunda mudança que isso
causará. Nesse sentido, alcançar a felicidade neste momento e garanti-la no futuro é
algo possível. O presidente Ikeda afirma:

O dia de hoje nunca mais voltará. Por isso, precisamos vencer energicamente cada dia com
o espírito do rei leão. Passado é passado. Por isso, não importa o que tenha sido até agora,
Para se aprofundar mais, veja as matérias:
vivam do presente para o futuro abrindo caminhos de avanço e de progresso. Daí se inicia a
• Explanação do presidente Ikeda para o gosho “A
verdadeira história da revolução humana. O futuro de uma vida rotineira é a infelicidade. Partir Herança da Suprema Lei da Vida”. Terceira Civilização,
sempre com renovada disposição é praticar o budismo da verdadeira causa.3 ed. 479, jul. 2008.
• “Orações Produzem Respostas por meio do Comporta-
mento”. Brasil Seikyo, ed. 2.087, 11 jun. 2011.

Notas:
1. BS, ed. 1.771, 13 nov. 2004.
2. BS, ed. 2.238, 9 ago. 2014.
3. BS, ed. 2.307, 23 jan. 2016.

Fontes:
• BS, ed. 2.307, 23 jan. 2016.
• BS, ed. 2.088, 18 jun. 2011.
• FERRARO, Nicolau Guilberto; PENTEADO, Paulo Cesar
M.; TORRES, Carlos Magno A. Física, Volume Único. São
Paulo: Moderna, 2012.
Site: https://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/
alunos/alexandrevgouveia/Leis.html
16 BS 2.515
Nova Revolução Humana
Vigor e determinação
PARTE 57
Essa que seria a terceira visita
de Shin’ichi à Índia era uma via-
gem internacional de profundo
significado, pois adornava a con-
clusão do ciclo de “Sete Sinos”,
ao mesmo tempo em que marcava
uma nova partida rumo ao século
21. Ao pensar sobre o local de par-
tida para essa viagem comemora-
tiva, Shin’ichi concluiu de imedia-
to que não haveria outra região a
não ser Kyushu. Isso porque em
Kyushu, seu mestre, Josei Toda,
que jurou concretizar o testamento
de Nichiren Daishonin do retorno
do budismo para o oeste, confiou-
-lhe o kosen-rufu da Ásia.
No dia 13 de outubro de 1957,
um ano antes de sua morte [em 2
de abril de 1958], Josei Toda parti-
cipou da reunião de fundação do
Distrito Geral de Kyushu no cam-
po de rúgbi de uma universidade
localizada na cidade de Fukuoka.
Então, clamou para um pouco
mais de 30 mil membros que ali se
reuniram, extraindo todas as suas
forças: “Meu desejo é que, com a
disposição e o vigor de hoje, con-
duzam o povo do Japão e o povo
da Ásia à felicidade!”.
Com profunda emoção, Toda
sensei confiou essa missão, em es-
pecial, aos integrantes da Divisão
Masculina de Jovens: “Conto com
vocês, homens de Kyushu!”.
Agora, ao receber o último ano
do ciclo de “Sete Sinos”, Shin’ichi
desejava dar uma nova partida
do kosen-rufu mundial rumo ao
século 21, junto com os membros
vanguardistas de Kyushu.
Ele chegou ao Centro de Treina-
mento de Kyushu às 18 horas do
dia anterior, 31 de janeiro. Após
um diálogo com os líderes repre-
sentantes de Kyushu e a recita-
ção do gongyo, Shin’ichi passou
alguns momentos meditando so-
zinho. Na parte externa, caía uma
chuva fria que, por sua vez, criava
um ambiente sereno e tranquilo.
Ele refletia sobre o futuro da
Soka Gakkai e do kosen-rufu após
a conclusão dos “Sete Sinos”:
“Este ano, completam-se vinte
anos desde a minha posse pre-
sidencial. Pode-se dizer que os
alicerces da Soka Gakkai no Japão
estão praticamente concluídos. A
base do kosen-rufu dentro do país
se tornou sólida, inclusive com o
“Quando os corações ressoam
reverberando a sinceridade mútua,
estabelece-se a ponte da eterna amizade”
surgimento de diversos ‘valores
humanos’ para confiar-lhes o fu-
turo. E, como organização em prol
da paz, cultura e educação emba-
sada no budismo, a Soka Gakkai
está abrindo as asas do movimen-
to humanístico”.
Partindo dessa premissa, Shin’ichi
imaginava que, dali em diante,
deveria empenhar maior esforço
pelo kosen-rufu mundial e pela
abertura do grande caminho da
paz da humanidade.
PARTE 58
Ele havia determinado em seu
coração que o grande tema da
sua vida se encontrava na consoli-
dação dos alicerces do kosen-rufu
mundial. O mundo é por demais
amplo e grandioso. Seu coração
estava ansioso com o forte pen-
samento de que, caso não inicias-
se logo esse empreendimento,
poderia perder o momento do
Capítulo “Frescor”, volume 29
kosen-rufu mundial. Agora que
se concluía os “Sete Sinos” não
seria, de fato, o momento des-
sa decisão?
No dia 1o de fevereiro, com a
participação de Shin’ichi, esta-
va prevista a realização da reu-
nião de líderes comemorativa de
Kyushu no Centro de Treinamento
de Kyushu, dando partida ao tra-
dicional mês de fevereiro. Antes
da reunião de líderes, ele partici-
pou do corte da fita de uma nova
ponte construída dentro do centro
de treinamento visando facilitar
a movimentação interna. Caíam
pequenas partículas de neve e as
montanhas de Kirishima estavam
envoltas por uma leve camada de
neve. Diante de todos, a fita inau-
gural colocada em uma das extre-
midades da ponte de madeira foi
cortada por representantes da Di-
visão Feminina de Jovens.
Shin’ichi então perguntou aos
presentes:
— Qual é o nome desta ponte?
KENICHIRO UCHIDA
Todos responderam em uníssono:
— Ainda não possui nome.
Sensei, por favor, dê um nome
para a ponte.
De imediato, ele propôs:
— Que tal Ponte Japão-Índia?
A ideia é denominá-la assim com
o significado e a decisão de criar
uma ponte da amizade entre Japão
e Índia.
Gritos de alegria e vibrante sal-
va de palmas ecoaram pelo local.
Shin’ichi, então, atravessou a
ponte à frente de todos. Os líde-
res da comitiva observavam preo-
cupados se Shin’ichi, que usava
sapatos comuns, não escorregaria
na neve que se acumulava sobre
a ponte. Ele atravessava a ponte
com o sentimento de correspon-
der com sinceridade aos membros
que tinham se dedicado verdadei-
ramente aos preparativos. Mesmo
nesse pequeno gesto havia a fé e a
filosofia de Shin’ichi que desejava
unir o mundo.
Quando os corações ressoam
reverberando a sinceridade mútua,
estabelece-se a ponte da eterna
amizade. A ligação formada por
interesses das partes tende a de-
saparecer em função das circuns-
tâncias. A ponte da amizade se
torna a verdadeira relação humana
capaz de criar as bases de uma
paz perene!
O personagem do presidente Ikeda no roman-
ce é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo,
como autor, é Ho Goku.