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BS
[Uma integrante da Divisão Feminina perguntou sobre a visão da vida e da morte no budismo.]
— É uma questão de suprema importância. Desvendar os mistérios da morte é fundamental para todas as
pessoas e religiões. Como é um assunto bastante extenso, irei expor só pontos essenciais. (...) As
circunstâncias em que nascemos e nossa aparência são muito diversificadas. A única explicação é que
todos os seres humanos são portadores de um destino inato na vida. Se um deus onipotente os tivesse
criado, então todos seriam iguais. Se a vida fosse restrita a uma única existência, quem nasceu sob a
estrela do infortúnio não conseguiria evitar o ódio pelos pais, e os culpariam, assim como não teriam
ânimo para viver. E outros, nascidos em boas condições, chegariam à conclusão de que deveriam
simplesmente aproveitar a vida e seguiriam por um caminho inconsequente e superficial. Se limitarmos a
tentativa de investigar a fundo a origem desses destinos a uma única existência, isso não nos levará a
lugar algum. A única maneira de explicar esta questão é com a visão de que a vida é eterna, com
infindáveis ciclos de nascimento e morte.
Shin’ichi olhou o rosto dos presentes. Eles estavam sérios, ouvindo-o atentamente.
Shin’ichi prosseguiu:
— Existe, então, alguma forma de transformar o destino e conquistar a verdadeira felicidade? A resposta
é sim. E quem elucidou isso para nós, que vivemos nesta era dos Últimos Dias da Lei, foi o buda Nichiren
Daishonin. Essa forma é orar daimoku ao Gohonzon e propagar a Lei Mística. Esse é o modo de viver
praticando o supremo bem, que está embasado na Lei da vida. É também o único caminho para
estabelecer um estado repleto de satisfação e de eterna felicidade. (...) Algumas pessoas alegam que os
membros da Gakkai não deveriam perder a vida em aciden-tes ou morrer devido à doença. Nesses casos,
o budismo revela com muita clareza que é um ato de amenização do efeito cármico desde que
perseveraram na prática da fé. Alguém que iria sofrer repetindo inúmeros ciclos de nascimento e morte
para então diminuir aos poucos o peso do seu carma, consegue transformá-lo totalmente e assim
alcançar a iluminação. Uma das provas dessa verdade é o aspecto do falecido. Com base nos sutras,
Nichiren Daishonin descreve-o dizendo, por exemplo, que o corpo fica amolecido. O presidente Toda
faleceu com sorriso nos lábios; era realmente um aspecto de iluminação. Eu já presenciei até agora o
falecimento de muitas pessoas que se dedicaram até o último momento em prol do kosen-rufu como
verdadeiros mensageiros do buda, independentemente das circunstâncias em que tenha ocorrido a morte,
e sei que jamais haverão de sentir os sofrimentos do inferno de profunda angústia e medo. O sutra
elucida que mil budas esten-dem as mãos para acolher o falecido em seus braços. A profunda convicção
na fé na hora da morte é a própria iluminação. Portanto, uma pessoa assídua na prática da fé é um “buda
em vida”, e após o falecimento é um “buda em morte”. Como prova disso, infalivelmente os familiares dos
falecidos também se tornam felizes. Por mais que sofram deparando com infortúnios, jamais deverão
abandonar a prática. Confrontar obstáculos é uma chance para transformar o destino. Do ponto de vista
da eternidade da vida, os sofrimentos nesta existência não passam de uma fração de segundo. E é com
Shin’ichi continuou:
— Nichiren Daishonin disse: “Estude primeiro sobre a questão da morte para depois estudar outros
ensinamentos”.1 Sem a correta compreensão da morte, não é possível pensar “para que morrer” ou
“como morrer” dignamente como ser humano. Sendo assim, não se consegue obter também uma
resposta para a questão de como viver com dignidade. Tanto a vida como a morte são faces opostas de
uma mesma moeda. (...)
— Nascemos como seres humanos nesta existência, pudemos conhecer a lei fundamental do grande
Universo e temos a oportunidade de nos dedicar em prol do kosen-rufu como membros da Gakkai. (...)
Isso é muito mais difícil que acertar inúmeras vezes o primeiro prêmio da loteria. Devido à nossa grande
boa sorte e à nobre missão é que tivemos a chance de manifestar a felicidade absoluta em nossa vida. No
entanto, (...) há quem abandone a prática budista sem compreender a grandiosidade do fato de ter
nascido como ser humano e praticar o budismo. Isso é lamentável. Para nós, esta existência é uma rara
oportunidade de atingirmos o estado de buda. Jamais desperdicem isso. Apesar de falarmos em vida
eterna, tudo se determina no presente. Tanto o passado como o futuro estão contidos neste momento.
Por favor, vivam cada instante e cada dia com alegria e gratidão, empenhando-se ao máximo em prol do
kosen-rufu.
Fonte:
Nota: