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Os Dez Estado de Vida e a Possesão Mútua

4a e última parte

Como dito anteriormente, cada um dos Dez Mundos (Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade,
Alegria, Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda) contém em si os outros nove estados da vida. Este
princípio expressa a realidade da vida de que nenhuma das dez condições é estável, mas que mudam
de momento a momento. A “possessão mútua” explica a relação dos dez mundos, como cada um deles
muda da inatividade para a manifestação ativa e vice-versa. Em um discurso, o presidente da SGI,
Daisaku Ikeda, explica: “Tanto a função do ‘demônio’ como a função do ‘Buda’ existem na nossa vida.
Por fim, essa batalha significa lutar contra nós próprios. Seja em nossa prática budista, em meios às
atividades na sociedade ou no desenvolvimento histórico, político e econômico, tudo se reduz
essencialmente à luta entre as forças positivas e negativas, pois todas essas atividades são
manifestações da Lei Mística, ou myoho — myo representando o mundo do estado de Buda, e ho, os
nove mundos. A Lei Mística incorpora a possessão mútua dos Dez Estados — a verdade de que o
estado de Buda contém os nove mundos e que os nove mundos contêm o estado de Buda. (Brasil
Seikyo, edição no 1.438, 15 de novembro de 1997, pág. 3.) Ou seja, todos os fenômenos do Universo
são funções ou manifestações do princípio da possessão mútua dos Dez Estados, do princípio dos cem
mundos e mil fatores, e do princípio de um único momento da vida que abarca os três mil mundos
(itinen sanzen). Tudo reflete a causalidade dos Dez Estados. Em nosso íntimo, há uma constante e
eterna luta entre o bem e o mal. Um drama de um desesperado cabo-de-guerra entre a felicidade e a
miséria, entre o progresso e o declínio. A vida é uma sucessão de eventos. Existem dias alegres, outros
tristes. Às vezes, acontecem coisas desagradáveis. Mas conforme observa o presidente Ikeda, é isso o
que torna a vida tão interessante. Os dramas por que passamos são uma parte essencial do ser
humano. Se na vida não houvesse sofrimento, nenhuma mudança nem dramas, se nada de inesperado
acontecesse, seríamos simplesmente robôs, vazios de sentimento. Seria insuportavelmente monótono
e tedioso. “O sofrimento é inevitável. Por isso, é preciso estar preparado para as adversidades e ter
fortaleza interior para superar a angústia e a preocupação. É preciso fazer brilhar na própria vida a ‘luz
serena da iluminação’, ou seja, o estado de Buda. Assim, os desejos mundanos se transformarão em
iluminação e pode-se aproveitar tudo o que acontece na vida como se fosse um combustível para
alimentar a própria vida.” (Ibidem, edição no 1.837, 25 de março de 2006, pág. B2.) A visão positiva da
vida ensinada no Budismo Nitiren nos possibilita a desenvolver uma forte personalidade para que
possamos atuar com confiança e equilíbrio diante de qualquer vicissitude, tendo uma existência plena e
satisfatória.

Brasil Seikyo - Edição 2044 - Budismo na Vida Diária - pág. A6


Retirado de http://extra2.bsgi.org.br/impressos/mostrar_conteudo_livre/?conteudo=99405&tipo=1

Impresso por Bruno de Souza Melo (149554-2) página 1

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