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conteúdo completo do jornal Brasil
Seikyo é enviado semanalmente
por WhatsApp pela conta
“Incentivos da Editora Brasil
Seikyo”, tel. (011) 3349-1940,
às pessoas cadastradas no grupo.
É mais uma forma que a EBS criou
para que o fluxo de incentivos do
nosso Mestre não deixe de chegar a
você e sua família. Boa leitura!

Veja nesta edição matéria

para o Encontro de Todos com o
Mestre - “O Meu Levantar-se Só”, que
será realizado por bloco ou comunidade
nos dias 2 e 3 de maio (p. 8 e 9).
 GETTY IMAGES

pocket

Incentivos
Encorajar sinceramente uma pessoa pode mudar a vida dela e
direcioná-la para a felicidade. No “movimento 1, 2, 3” da BSGI, esse é o
terceiro ponto para criar uma rede Soka de mútuo fortalecimento. P. 6 e 7

brseikyo@brseikyo.com.br
Jornal Brasil Seikyo Ano 55 Edição 2.513 25 de abril de 2020 www.seikyopost.com.br
Brasil, Monarca do Mundo! BSGI, Modelo do Kosen-rufu Mundial, Invencível e de Contínuas Vitórias Ano do Avanço e dos Valores Humanos www.instagram.com/brasilseikyo/
2 bs 2.513

Frase da semana Incentivo do líder

Futuro brilhante
A empatia, aproximar-se dos problemas das pessoas,
é o primeiro passo para incentivá-las.
Torne-se exímio em “extrair o sofrimento e proporcionar
alegria” capaz de aliviar o coração dos amigos. GETTY IMAGES

Frase do presidente Ikeda publicada no Seikyo Shimbun, 19 abr. 2020.

Editorial

O poder do incentivo
Uma mulher, que acabara de perder o filho, senta-se
em lágrimas na beira da estrada. Algumas pessoas pas-
sam por ela, mas sabendo qual a causa do seu sofri-
mento, sentem-se incapazes de lhe dizer qualquer coi-
sa, e então seguem seu caminho. Até que um homem
para e oferece a ela algumas palavras. Como ele não
entende a dor dela, não consegue tocar seu coração.
O que traria conforto ao coração de uma mãe que
sofre com a perda do filho? Nem mesmo os mais estu- “Em primeiro lugar, vamos nos dedicar aos Nichiren Daishonin declarou: “Quando
diosos ou sábios seriam capazes de tirar sua tristeza. estudos, cuidar da saúde e zelar pelos pais.” uma pessoa que apresenta provas claras no
Talvez uma conversa com outra pessoa que tivesse Esse é o lema eterno da Divisão dos Es- presente expõe o Sutra do Lótus, também sur-
passado pela mesma situação a sensibilizasse. Mas tudantes (DE) do Brasil, que completou 29 gem pessoas capazes de crer” (CEND, v. I, p. 535).
como alguém que nunca tenha vivido esse terrível so- anos de fundação neste mês. Como somos Exatamente de acordo com esse ensinamen-
frimento poderia ajudar essa mãe? afortunados em viver na mesma época que to de Nichiren Daishonin, nós, da família So-
O Buda, que caminhava por aquela estrada, ao se nosso mestre, presidente Ikeda! ka, superamos e transformamos, uma por
deparar com a mãe em prantos, pondera sobre como O avanço da divisão se deve aos esfor- uma, todas as intempéries do destino da vida
poderia dividir com ela o peso do seu sofrimento. Ele ços que todos nós, membros da BSGI, em- e das dificuldades da sociedade, recitando e
então se senta ao seu lado e fica o tempo todo ali, preendemos diariamente. propagando o daimoku do juramento seigan
em silêncio. Mesmo que nada seja dito, o coração da Quando penso nos estudantes, eu me pelo kosen-rufu. E continuamos nesse desa-
mãe é tocado pelo coração do Buda. Ela sente que recordo de um incentivo no qual nosso mes- fio incansavelmente. Nada é mais eloquente
ele compreende sua dor. Sem dizer nem uma só pala- tre fala das qualidades de uma verdadei- que o acúmulo dessas comprovações reais da
vra, ele encoraja aquela mãe com sua atitude sincera. ra amizade: prática da fé. (BS, ed. 2.496, 31 dez. 2019, p. 1)
Ikeda sensei assegura que “uma ação clara é muito
mais convincente que um milhão de palavras”. Então, A verdadeira amizade implica um rela- Comprovando esse trecho da Mensagem
o Buda se levanta e a mãe o segue. Os dois caminham cionamento em que nos solidarizamos com de Ano-Novo, vemos quanto cada um dos
juntos pela estrada, um passo de cada vez. nossos amigos quando eles estão sofrendo senhores vem se desafiando na recitação do
Foi Ikeda sensei quem contou essa história que e os incentivamos a não perderem o ânimo; e daimoku em meio a toda essa pandemia do
ilustra o que é o espírito benevolente do budismo e eles, por sua vez, se solidarizam conos- Covid-19. E mesmo não havendo convívio so-
ele diz: “Uma pessoa poderia expor um ótimo ensina- co quando estamos na mesma situação e cial, sentimos que cada membro está ainda
mento enquanto permanece em um lugar confortável tentam nos animar. Uma amizade com es- mais ligado por meio da prática da fé e que
e seguro, mas isso não é budismo. Um buda vive entre sas qualidades corre pura e bela como um cada um vem comprovando dia a dia o gran-
as pessoas, aflige-se e sofre junto com elas, e compar- refrescante ribeirão. (BS, ed. 1.411, 26 abr. de significado deste ano.
tilha seus risos e suas esperanças”. 1997, p. 4) Na Nova Revolução Humana, Ikeda sen-
Incentive-se com a leitura deste BS, ao mesmo sei explana o escrito Estabelecer o Ensina-
tempo em que estuda sobre o significado e o poder A amizade é o ponto fundamental para mento para a Pacificação da Terra e diz:
do incentivo dentro da Soka Gakkai. vencermos, principalmente a questão que
Ótima leitura! estamos vivendo no momento. Sem dúvida, Ele [Shin’ichi Yamamoto, pseudônimo de Dai-
alicerçados na sincera oração e com um co- saku Ikeda na obra] promoveu a luta para mudar
Fonte: BS, ed. 1.391, 23 nov. 1996, p. 3.
ração puro e genuíno, conquistaremos uma o interior de cada pessoa desalojando a maldade
amizade sólida. Para tanto, precisamos ma- arraigada no coração, provocando o surgimento
nifestar essa seriedade e pureza. da bondade, a abertura dos olhos da sabedoria,
Jornal Brasil Seikyo Publicado e editado pela Editora Brasil Seikyo Ltda. Administração,
Outro ponto que venho analisando é a a mudança do egocentrismo para o altruísmo, da
redação e publicidade: Rua Tamandaré, 1.040 — São Paulo — CEP 01525-000 – e-mail: questão do tempo. Encerramos o primeiro destruição para a criação. Isso porque as pessoas
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2.092 • Registro no INPI no 006017320 • CNPJ no 61.612.891/0001-21. trimestre de 2020 — Ano do Avanço e dos são a base de tudo. (NRH, v. 4, p. 216-217)
Diretor-presidente: Ricardo Shin-iti Miyamoto — miyamoto@brseikyo.com.br Valores Humanos. Iniciamos o ano com gran-
Jornalista responsável: Julio Tadachi China (Matrícula na DRT no 17.595)
des significados; em janeiro, comemoramos
Editora-chefe: Juliana Ballestero Sales Vieira Kamiya — juliana@brseikyo.com.br
Assim, vamos todos juntos, de forma sá-
Produção Editorial: Bruna Caldas da Silva, Edsom Italo Yukimaru, José Ricardo Ferreira de os 45 anos de fundação da Soka Gakkai In-
Oliveira e Wagner Sousa bia, criar um grande movimento de prezar
Colaboradores desta edição: Cristiane Akie, Decom-MS, Edson Cruz, Henrique Kubota, ternacional (SGI), e agora no próximo mês
Izabela Nakamura, Maria Alice da Costa, Paulo Kiyoshi Endo, Uuka Idi e Grupo Arco-Íris da BSGI cada pessoa, e dialogar de maneira alegre e
Imagens: Seikyo Press e Getty images de maio, celebraremos os sessenta anos da
Assessoria Gráfica: Jorge Massaru Motizuki (11) 3349-1951 — jorge.motizuki@brseikyo.com.br harmoniosa a fim de cultivar e de incentivar
posse do nosso mestre como terceiro presi-
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cada um a vencer suas circunstâncias neste
dente da organização.
Impresso de distribuição interna para os integrantes da Associação Brasil SGI. Fechamento às quartas- momento tão significativo.
-feiras. Fechamento para anúncios às sextas-feiras. A arte deve ser enviada impreterivelmente Que grandiosa oportunidade de mani-
até esse dia. O Brasil Seikyo, bem como seus editores, não se responsabiliza pelo teor e/ou
negociações realizadas por meio dos anúncios aqui publicados. Vendas somente por assinatura. festar nosso sincero sentimento de gratidão
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a sensei. Mas de que forma podemos pre-
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Brasil Seikyo: (port.) R$ 16,60/ (jap.) R$ 17,60. Preço avulso vendido na livraria Pearl: sentear nosso mestre? Em sua Mensagem Coordenador da Divisão dos
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de Ano-Novo, Ikeda sensei diz: Estudantes de coordenadoria
Assinaturas: 0800-775-1900 (SAC). Redação do jornal: (11) 3349-1957 / 3349-1930.
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ERRAMOS Diferentemente do que foi publicado na ed. 2.512, p. 10, Lilian Noda é responsável pela Divisão dos Jovens da

SAC
Ligação gratuita 0800-775-1900 Coordenadoria-Geral do Estado de São Paulo.
WhatsApp (11) 3349-1900 A frase “Lembrem-se: as pessoas existem para o bem da religião; a religião existe para beneficiar as pessoas”,
Serviço de atendimento E-mail sac@brseikyo.com.br publicada no Encontro com o Mestre, ed. 2.512, p. 4, continha uma divergência de conteúdo. O correto é:
ao cliente Seg. a sexta das 8h às 19h (Horário de Brasília) “Lembrem-se: as pessoas não existem para o bem da religião; a religião existe para beneficiar as pessoas”.
 25 | abril | 2020 3

Poema Incentivos das Quatro Estações

O avanço da
Divisão dos Estudantes
seikyo press
DR. DAISAKU IKEDA

Cada integrante da Divisão dos Estudantes

é, em si, a vida de extrema nobreza
comparável ao universo.
Como são maravilhosas a sabedoria
e a capacidade que possuem.
Não há uma só criança
que não tenha uma missão.

Mesmo que vocês, príncipes e princesas,

não tenham confiança em si mesmos,
acredito [em vocês].
Acredito em seu ilimitado potencial.
Acredito em sua inigualável coragem. Benevolência
Em vez de arranjar motivos para “não conseguir”,
é certamente melhor decidir “realizar” “Mande lembranças aos seus pais” — diz Ikeda sensei aos estudantes que o recepcionaram em
sua visita à Alemanha. Presidente Ikeda sempre acompanha o desenvolvimento dos integrantes
e se esforçar para isso. da Divisão dos Estudantes e continua a lhes enviar incentivos (Bonn, Alemanha, jun. 1991)
Mesmo que aconteça de os resultados
não aparecerem,
o esforço realizado será proveitoso.

“Vou dar todo conforto ao papai e à mamãe.”

“Vou me tornar uma pessoa magnífica e alegrá-los.”
As pessoas que decidem assim são fortes.
O coração que anseia cuidar dos pais
é o mesmo que gera o autodesenvolvimento.
Desejo que vocês sejam pessoas
que tenham e transmitam gratidão aos seus pais.
Transformem os sentimentos do seu coração em palavras,
como se estivessem apresentando uma peça de teatro [como uma
brilhante vitória].
Quão alegres ficarão seus pais
com as sinceras palavras que brotam do seu coração.
Peço que construam lares repletos de alegria e de sabedoria.

Meus nobres tesouros!

Expandam ainda mais o caminho da paz
e o caminho da amizade abertos por mim.
E ajam para que a pobreza, a fome,
a discriminação, a guerra e todo tipo de tragédia
sejam extintos da face da Terra.
Para que isso se realize, sejam fortes!
Sejam bravos! Sejam sábios!
Fortaleçam a si mesmos, desafiem-se
e busquem o conhecimento incansavelmente.
Aguardo pelo desenvolvimento de vocês
com o coração pulsando de forte expectativa.
O mundo conta com vocês.
Publicado no Seikyo Shimbun do dia 18 de agosto de 2019.
Em busca do desenvolvimento
Árvores que se desenvolvem em direção ao céu. O verdor do ambiente brilha e resplandece,
iluminado pelo sol do verão. Registro de Ikeda sensei, no início de agosto de 2019, ao visitar o
Centro de Treinamento de Nagano.
Para que as plantas se desenvolvam, são necessárias diversas condições: água, ar, luz solar e
solo fértil. O mesmo podemos dizer em relação às pessoas.
O filósofo estadunidense John Dewey relacionou o desenvolvimento de um adulto com o
das crianças da seguinte forma: “O desenvolvimento não é algo que se consegue realizar no
tempo vago. É um processo que segue avançando de forma incessante em direção ao futuro”
(Minshushugi to Kyoiku. Tradução: Yasuo Matsuno. [Série] Iwanami Bunko. Editora Iwanami Shoten).
Criar as crianças é construir o futuro. A missão dos membros de cada divisão que se envolvem
na criação dos sucessores é imensamente profunda. Vamos todos unir forças e enviar
incentivos aos preciosos membros da Divisão dos Estudantes.
4 bs 2.513

Encontro com o Mestre

A força inspiradora
do movimento Soka
As atividades da Soka Gakkai Internacional (SGI) estão repletas
de alegria e de entusiasmo, marcadas sempre pelo incentivo mútuo
entre os participantes. No Encontro com o Mestre desta edição, o
Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, fala sobre a importância de
continuar a empreender esforços pelo kosen-rufu desenvolvendo
sucessores ainda mais valorosos.

Continuar o legado do mestre

DR. DAISAKU IKEDA

Naquele dia, naquela manhã,

na minha amada Okinawa, com
a consciência perene da missão
confiada a mim por meu mestre,
Josei Toda [segundo presidente
da Soka Gakkai], dei o primeiro
passo na maratona que viria a re­
presentar aquele empreendimen­
to: comecei a escrever o romance
Revolução Humana, a ser publica­
do em série.
Isso ocorreu em 2 de dezembro
de 1964. Havia escolhido especi­
ficamente o dia 2 por se tratar da
data das cerimônias mensais,1 em
memória do meu mestre. Também
foi por essa razão que iniciei minha
jornada pelo kosen-rufu mundial
no dia 2 de outubro de 1960, ano
em que fui empossado como ter­
ceiro presidente da Soka Gakkai.
Minha obra prosseguiria a par­
tir de onde o romance Revolução
Humana, de autoria de Toda sen-
sei, com o pseudônimo Myo Goku,
havia parado; dessa forma, decidi
adotar o pseudônimo Ho Goku.2 A
obra em si consiste na história do
discípulo dando continuidade ao
legado do mestre na fé budista.
Sempre sentindo sobre mim
o olhar rigoroso do meu mestre e
constantemente me perguntando Manuscrito da primeira página do romance Revolução Humana, escrito pelo presidente Ikeda. Ao fundo, a bela paisagem de Okinawa, Japão
“O que ele faria?”, travei a batalha
da escrita.
volução humana e lhes assegurei Na tarde em que concluí os pri­ sincera e calorosa família Soka de
Coragem e que poderiam transformar infalivel­ meiros episódios da minha obra, Okinawa se esforçaram na realiza­
dedicação inabaláveis mente Okinawa numa sociedade troquei fortes apertos de mão com ção da revolução humana. Eles luta­
O primeiro capítulo, “Alvorada”, modelo de paz e de prosperidade. membros da Divisão dos Estudan­ ram “com todas as forças e dedica­
que comecei a redigir há 55 anos Além disso, transcrevi um poe­ tes (DE), que se encontravam na ção inabalável”4 para construir em
numa salinha em estilo japonês, ma composto por meu mestre e o sede regional de Okinawa para Okinawa o reino da felicidade e da
na sede regional da Soka Gakkai ofereci a um membro da Divisão uma reunião. Muitos daqueles ra­ paz que brilhasse como um farol de
de Okinawa (em Naha), representa dos Jovens (DJ) de Okinawa que diantes jovens estudantes viriam a esperança para toda a humanidade.
uma parte indissociável da minha havia perdido os pais na Segunda desempenhar papel fundamental O próximo ano [2020] assinalará
luta conjunta com meus amados Guerra Mundial: dali a dez anos, na compilação do o 60º aniversário do Distrito Okina­
companheiros dessa localidade. primeiro volume da série “Publi­ wa. Estou orando de coração para
Numa reunião de líderes de dis­ Por mais doloroso que seja, cação Antiguerra da Divisão dos que uma nova e radiante alvorada —
trito, na véspera do início do meu não lamentem, meus amigos! Jovens da Soka Gakkai: Urumajima a alvorada do kosen-rufu e da paz e
novo empreendimento, salientei Amanhã contemplaremos Devastada pela Guerra”.3 felicidade perenes para todos — se
aos presentes que o fator essencial o reino da verdadeira felicidade Ao longo desses 55 anos de luta propague novamente a partir de Oki­
para mudar nosso ambiente é a re­ do kosen-rufu. conjunta, os membros de minha nawa para o restante do mundo.

Sucessores ainda mais valorosos
Nossos companheiros do mun-
do inteiro estão avançando orgu-
lhosamente rumo ao 90º aniversá-
rio da Soka Gakkai (em 2020).
Tanto a “Desbravadora Kyushu”
co­mo a “Kansai de Contínuas Vitórias”
realizaram recentemente reu­niões re-
pletas de energia e de alegria. Por
todo o Japão, estão surgindo em
profusão novos líderes imbuídos de
grande entusiasmo, que se empe-
nham com afinco unidos com líderes
dedicados, experientes e veteranos
na fé, para implementar “a propaga-
ção do budismo em sua província”
(CEND, v. II, p. 385), o local confiado
a eles por Daishonin. Não há nada
mais tranquilizador.
Quão feliz Toda sensei certa-
mente deve estar por ver isso. Em
seus anos finais, ele declarou: “Não
preciso de mais nada — tudo o que
anseio é por pessoas capazes!”.
Há uma famosa passagem que
ele sublinhou de forma incisiva em
seu exemplar do Gosho:
Agora, no início dos Últimos Dias
da Lei, eu, Nichiren, sou o primeiro
a realizar, em todo o Jambudvipa
[o mundo inteiro], a propagação
dos cinco ideogramas do Myoho-
-renge-kyo.5 (...) Meus discípulos,
formem suas fileiras e me sigam, e
superem até a [extraordinários dis-
cípulos do Buda como] Mahakashya-
pa ou a Ananda, [e grandes mestres
budistas como] a Tiantai ou a Den-
gyo! (CEND, v. II, p. 23)
De acordo com essas palavras,
Josei Toda levantou-se em meio à
devastação do Japão pós-guerra dan­
do continuidade ao espírito do seu
mestre, Tsunesaburo Makiguchi,
“‘Valores humanos’ são cultivados por meio da
profunda oração e de incentivos imbuídos da
determinação de desenvolvê-los a ponto de nos
ultrapassarem; além de abrirem amplamente o
caminho para os sucessores, em número cada
vez maior, trilharem”
que morreu na prisão em defesa
de suas crenças. Toda sensei con-
vocou jovens bodisatvas da terra,
um após outro, e os treinou com-
pletamente. Isso porque, sem su-
cessores e sem a luta conjunta de
mestre e discípulo para levar avan-
te a chama espiritual do nosso mo-
vimento, não poderemos alcançar
o kosen-rufu mundial.
“Luta conjunta” e “sucessores”
serão de fato nosso foco central em
2020, designado “Ano do Avanço e
dos Valores Humanos”.
Numa carta enviada a Shijo Kin-
go, Nichiren Daishonin expressa:
Tenho orado sem cessar por
sua vida — ao Sutra do Lótus, ao
buda Shakyamuni e à divindade
do Sol —, pois estou convencido
de que o senhor é a pessoa que
pode herdar o espírito do Sutra do
Lótus. (CEND, v. II, p. 99)
Aqui, observamos a infinita com-
paixão de Daishonin, que orava reso-
lutamente pelo sucesso do seu discí-
pulo, considerando-o mais precioso
que a própria vida, e o incentivou
dizendo: “O senhor é a pessoa que
pode herdar o espírito do Sutra do
Lótus”. (Ibidem)
FOTOS: SEIKYO SHIMBUN
“Valores humanos” são cultiva-
dos por meio da profunda oração
e de incentivos imbuídos da deter-
minação de desenvolvê-los a pon-
to de nos ultrapassarem; além de
abrirem amplamente o caminho
para os sucessores, em número
cada vez maior, trilharem.
Isso pressupõe líderes e vetera-
nos na fé se empenharem com afin-
co antes de qualquer outra pessoa.
Nós próprios devemos dar o exem-
plo do que significa ser uma pessoa
valorosa que trabalha pela felicida-
de das demais e espalha coragem
e esperança. Precisamos desafiar
a realização da nossa própria revo-
lução humana com compromisso e
decisão totalmente renovados.
Daishonin escreve:
Fortaleçam sua fé dia após dia
e mês após mês. Se enfraquece-
rem em sua determinação, por
pouco que seja, os demônios se
aproveitarão. (CEND, v. II, p. 263)
Vamos banir a inércia e avançar
com muita energia todos os dias,
vencendo as funções da maldade e
da negatividade com a recitação do
Nam-myoho-renge-kyo, o poderoso
dai­moku do rugido do leão.
25 | ABRIL | 2020 5
Em visita à região de
Tohoku, em julho de
1972, o presidente
da SGI, Dr. Daisaku
Ikeda, incentiva os
universitários em
divers0s encontros
Notas:
1. Além das cerimônias anuais em memória
dos falecidos no Japão, muitas vezes também
são oferecidas cerimônias mensais. Josei Toda
faleceu no dia 2 de abril de 1958, e dessa for-
ma, a cerimônia anual em sua memória é reali-
zada em 2 de abril de cada ano, ao passo que
a cerimônia mensal sucede no segundo dia de
cada mês.
2. Na Nova Revolução Humana, o presidente
Ikeda registra: “Toda sensei utilizou o pseudô-
nimo Myo Goku; o meu será Ho Goku. Unindo
a primeira letra dessas palavras temos Myoho,
que quer dizer Lei Mística. Goku significa des-
pertar para a verdade da não substancialida-
de. O myo de myoho indica o mundo do estado
de buda, e ho, os nove mundos. Myo também
significa despertar ou iluminação, ao passo
que ho, escuridão ou ilusão fundamental. Com
base nesse princípio, podemos afirmar que
myo corresponde a mestre e ho, a discípulo”.
IKEDA, Daisaku. Nova Era. Nova Revolução Hu-
mana, v. 9.
3. Urumajima: Antigo nome das ilhas de Oki-
nawa.
4. Letra da canção da Soka Gakkai Heróis
de Okinawa.
5. Myoho-renge-kyo é escrito com cinco ideogra-
mas chineses, enquanto Nam-myoho-renge-kyo
é escrito com sete (nam, ou namu, composto
por dois ideogramas). Daishonin muitas vezes
utiliza Myoho-renge-kyo como sinônimo de
Nam-myoho-renge-kyo em seus escritos.
Fonte:
Este conteúdo é composto por trechos da
série “Irradie a Luz da Revolução Humana”,
publicada no jornal Seikyo Shimbun de 2 de-
zembro de 2019.
6 bs 2.513
Movimento 1, 2, 3
Farol que ilumina a escuridão
Incentivar uma pessoa significa ampliar a solidariedade e a esperança no mundo —
esse é o foco do terceiro ponto do “movimento 1, 2, 3”
“Vamos nos esforçar para incentivar, abraçar calorosamente e apoiar cada pessoa” (BS, ed. 1.731, 17 jan. 2004, p. 3). Na foto, presidente Ikeda se encontra com a jovem Juliet Tembo,
membro da SGI-Zâmbia (Japão, set. 2007)
REDAÇÃO
Assim como um farol ilumina a
escuridão do oceano para os ma­
rinheiros, um incentivo sincero é
capaz de dar esperança para uma
pessoa que está sofrendo. Como
afirma o presidente Ikeda:
Uma mensagem de incentivo
que faz o sol nascer no coração
de todas as pessoas; a coragem
que nos permite permanecer re­
solutos diante do mais rigoroso
inverno do sofrimento cármico; a
esperança que faz surgir infalivel­
mente a primavera de felicidade
(Terceira Civilização, ed. 595, 17
mar. 2018, p. 6).
O terceiro ponto do “movimen­
to 1, 2, 3” fala sobre o incentivo
aos companheiros da organização
mesmo a distância — pelo telefone
ou por redes sociais. O importante
é não deixar ninguém de lado.
Se em condições “normais” en­
corajar um amigo já é essencial,
SEIKYO PRESS
“O diálogo de pessoa a pessoa é a forma de do: “Faça outras pessoas felizes o
máximo que puder, porque dessa
construir a mais sólida e duradoura rede de paz forma nenhum espírito será mais
elevado ou brilhante”.
e de felicidade. Jamais se esqueçam de que esta Esse jovem era Franz Liszt, que
se tornou conhecido como um grande
é a linha vital que garantirá a prosperidade e o músico e correspondeu plenamente
aos incentivos de Beethoven. (BS,
crescimento eternos da Soka Gakkai” ed. 2.123, 17 mar. 2012, p. A3)
Daisaku Ikeda Dentro do movimento, os mem­
(BS, ed. 2.123, 17 mar. 2012, p. B4) bros do Brasil inteiro já estão a todo
vapor na rede de incentivos Soka.
Muitos deixam de lado as próprias
na atual situação mundial, isso é a saída. Portanto, proponho a rea­ questões para oferecer alento àque­
ainda mais fundamental. Em uma lização de diálogos e incentivos les que mais necessitam. A solida­
mensagem, Ikeda sensei enfatiza: mútuos muito mais radiantes. Fale riedade e o companheirismo são
com as pessoas. Leve coragem a sentimentos que norteiam a Soka
Enquanto houver laços de in­ cada um que encontrar, tenha ati­ Gakkai desde os seus primórdios. O
centivo unindo as pessoas, será tude brilhante, amistosa e positiva presidente Ikeda afirma: “O espírito
possível a nossa conquista con­ com todos. da Soka Gakkai não está em nenhum
junta e vitoriosa de uma sociedade Beethoven, que sobrepujou ex­ outro lugar senão em nossos esfor­
de paz e felicidade, sobrepujan­ tremas dificuldades e executou ços para concretizar esses encontros
do juntos quaisquer infortúnios canções de triunfo da alma, em e para incentivar sinceramente cada
ou tragédias. seus últimos anos recebeu um jo­ pessoa, avançando junto com elas
Nossa época agora parece ser vem que o procurou. Ele o incen­ em direção ao kosen-rufu” (BS, ed.
longo túnel em que não se enxerga tivou como se o abraçasse, dizen­ 1.683,11 jan. 2003, p. A3).

A conexão de coração a coração nunca esteve tão viva. Da esq. para a dir., Vanusa Queiroz utiliza o telefone para manter contato com as companheiras.
Ao lado, Ana Quelly (de blusa azul) promove diálogos todas as noites por videochamada. Abaixo, jovens da CRE Leste em uma visita em conjunto
Para estar próximo do maior
número possível de pessoas, Ana
Quelly, do Distrito Cachoeiras, Sub.
Niterói, decidiu fazer de sua noite
uma fonte de energia. Todas as
noites ela organiza uma videocha-
mada para suas companheiras da
Divisão Feminina (DF), pela qual
podem se encorajar mutuamente.
“Assim, além de incentivadas, dei-
xamos de nos sentir sozinhas em
meio a tudo isso. Sempre saímos
energizadas”, compartilhou.
Vanusa Queiroz da Silva é res-
ponsável pela Comunidade Nova
Cidade, também na Sub. Niterói, mas
sua realidade é um pouco diferente.
Com a dificuldade de muitos mem-
bros com o acesso à internet, ela
recorre ao bom e velho telefone.
“Todos os dias ligo para minhas
companheiras da DF. Para ter cer-
teza de falar com todas, faço uma
lista e vou acompanhando com
quem já conversei. Ninguém pode
ficar de fora dessa rede de incenti-
vos”, disse.
Certa vez, o presidente Ikeda
afirmou:
Ao ajudar outras pessoas a se
tornarem felizes, nós também nos
tornamos felizes. Esse também é
um princípio da psicologia. Como
aqueles que estão sofrendo nas
profundezas do inferno, a ponto de
perder a vontade de viver, podem
se levantar novamente? Se mera-
mente pensarem sempre em seus
próprios problemas, vão se afundar
ainda mais em seu desespero. Po-
rém, o simples ato de ir ao encontro
de outras pessoas que também es-
tão sofrendo e oferecer-lhes apoio
possibilita a essa pessoa reaver sua
vontade de viver. Quando agimos
para ajudar o outro, isso nos per-
mite fortalecer nossa própria vida”
(BS, ed. 1.549, 25 mar. 2000, p. A3).
Com o objetivo de não deixar
nenhuma de suas amigas da Divi-
são Feminina de Jovens (DFJ) sentir
tristeza ou solidão, Michelle Kao­ri,
FOTOS: colaboração local
vice-responsável pela DFJ da CRE
Leste, decidiu ficar ainda mais pró-
xima das meninas. “Por morar em
São Paulo e atuar na CRE Leste,
as ferramentas digitais já faziam
parte da minha atuação. No mo-
mento em que vivemos, as visitas
on-line têm o intuito de ouvirmos
os desafios, darmos risadas, com-
partilharmos os sentimentos que
cada uma está enfrentando nesse
momento e, assim, juntas estar-
mos lado a lado para vencer cada
etapa e para encarar todas as si-
tuações com outros olhos com
base na prática da fé atrelada ao
estudo. Sinto que a conexão do
coração vence qualquer barreira e
que essa fase traz uma oportuni-
dade de nos ensinar a dar valor ao
que realmente importa: a família, a
saúde, os amigos e que fazer mui-
to mais daimoku nos fortalece, nos
acalma e nos dá mais energia vital
para expandir a nossa vida e a dos
outros ao redor”, contou. Ninguém
está sozinho.
25 | ABRIL | 2020 7
Comunidade
on-line
Ao pensar em uma reunião de comu-
nidade, qual a primeira imagem que vem à
mente? Possivelmente de uma sala na casa
de algum membro, com todos os compa-
nheiros entrando, felizes por estarem juntos
mais uma vez. O sentimento de felicidade
continua o mesmo, mas com uma diferen-
ça: a sala agora é virtual.
A BSGI lançou na segunda quinzena
de abril, na Extranet, a “Página da Comu-
nidade”, um espaço totalmente dedicado
a um dos principais núcleos de base. “Na
Soka Gakkai, nossas comunidades são a
linha de frente das atividades em prol do
kosen-rufu. E agora, mais que nunca, os
líderes precisam enfocar a vanguarda da
comunidade. Fortalecer cada comunidade
é a chave para solidificar a base do kosen-
-rufu” (BS, ed. 1.842, 6 maio 2006, p. A4).
Nessa página, é possível interagir com
os membros, acompanhar as notícias, re-
gistrar seu daimoku ou sua visita virtual,
compartilhar incentivos e, inclusive, pro-
mover reuniões on-line — tudo em um só
lugar. Basta acessar a Extranet, inserindo
seu código de membro e senha.
8 bs 2.513

3 de maio - 60 anos da posse do presidente Ikeda

Descortinar da nova era da BSGI

Nos dias 2 e 3 de maio, será realizado o Encontro de Todos com o Mestre — “O Meu Levantar-se
Só” em todo o Brasil. Veja entrevista sobre a atividade com o presidente da BSGI, Miguel Shiratori

Brasil Seikyo: Poderia nos fa- Com o coração repleto de gra- BS

lar sobre o significado e o espírito
da atividade Encontro de Todos
com o Mestre — “O Meu Levantar-
-se Só”, a ser realizada nos dias 2 e
3 de maio?
Miguel Shiratori: Estimados
membros do meu Brasil, manifesto
minhas sinceras saudações e felici-
tações a todos pela abnegada e co-
rajosa batalha que estão desafian-
do pela transformação das circuns-
tâncias diante da maior crise causa-
da pela pandemia do Covid-19.
Quero louvar os membros que
estão se dedicando na linha de
frente no combate ao coronavírus,
como também os que estão pres-
tando importantes serviços essen-
ciais, garantindo a segurança em
nosso distanciamento social. Es-
tamos orando continuamente dai-
moku pela saúde e pela felicidade
de todos! Muito obrigado a vocês,
heróis anônimos!
Estamos cientes da árdua luta
de cada um em prol do bem-estar
dos companheiros, que, através
das redes solidárias Soka, em sua
comunidade, estão criando um ma-
ravilhoso e emocionante movimen-
to de mútuo incentivo na prática da
fé e auxiliando nas questões funda-
mentais da vida. Esse fato tem tra-
zido resultados de satisfação e de
alegria para muitos amigos, criando
assim uma onda de solidariedade
de coragem e de esperança em
toda a organização.
tidão, compartilho as palavras de
Ikeda sensei que nos incentiva:
Nichiren Daishonin ensina que
todos os esforços em prol do kosen-
-rufu — recitar daimoku, falar aos
outros sobre o budismo e empreen-
der ações pela felicidade de outras
pessoas — produzem boas causas
e benefícios em nossa vida. (...) Viva
com o espírito de que tudo o que
fizer estará registrando brilhantes
realizações em seu maravilhoso his-
tórico de vitórias eternas. Se praticar
o Budismo de Nichiren Daishonin,
nada em sua vida será em vão. Viva
sem hesitação, medo ou arrependi-
mentos. (Coragem, p. 69 e 70)
Em meio a essa grande bata-
lha, sem dúvida, o próximo dia 3 de
maio de 2020 se tornará uma data
muito, mas muito significativa para
todos nós, membros da BSGI. Além
de celebrarmos com gratidão o 60º
aniversário da posse de Ikeda sensei
como terceiro presidente da Soka
Gakkai, será o Encontro de Todos
com o Mestre, com o brado “O Meu
Levantar-se Só!”.
Nesse dia, não vamos nos es-
quecer de ninguém, pois o direito à
felicidade absoluta é de todos, sem
exceção! Então, vamos ao encontro
desses membros que conhecemos
através da comunicação virtual, por
telefone e por outros meios incenti-
vá-los e colocá-los na órbita da prá-
tica da fé de mestre e discípulo Soka!
“O direito à felicidade
absoluta é de todos
sem exceção!”
Miguel Shiratori
BS: Quais as perspectivas e os
próximos passos da BSGI após a rea-
lização dessa importante atividade?
MS: Sucedendo o grande legado
do kosen-rufu de Ikeda sensei, a
ex­pectativa da BSGI, bem como de
toda a Soka Gakkai, é o levantar dos
genuínos discípulos que assumirão
a nova jornada do nosso movimento
rumo ao ano de 2030 — centenário
da Soka Gakkai.
Vamos elevar nossa consciên-
cia de que o dia 3 de maio de 2020
será também o dia do “Avanço de
Todos” como “valores humanos”
que criarão a primeira onda de
coragem e de esperança em nos-
sa sociedade pela “transformação
de veneno em remédio”! Vamos
assinalar o avanço da nova era
do nosso movimento em prol da
paz mundial!
BS: Gostaria de deixar um incen-
tivo para os nossos companheiros
de toda a BSGI?
MS: Para elevarmos nossa
consciência e nosso espírito neste
momento em que teremos a signifi-
cativa passagem dos sessenta anos
da posse presidencial e sessenta
anos do movimento em nosso país,
compartilho as palavras expressas
por Ikeda sensei no seu posfácio da
Nova Revolução Humana:
“Um espírito imortal requer uma
ação igualmente imortal” — essas
são palavras do escritor russo Liev
Tolstói. Meu profundo desejo é
que os membros façam da conclu-
são do romance Nova Revolução
Humana um novo ponto de parti-
da, levantando-se como “Shin’ichi
Yamamoto” e escrevam sua pró-
pria história brilhante da revolu-
ção humana, empenhando-se pela
felicidade dos amigos por meio de
ininterruptas ações indomáveis. En-
quanto houver infortúnios e tristezas
no mundo, devemos desenvolver
ainda com mais bravura e brilhantis-
mo a magnífica ilustração da vitória
do ser humano chamada kosen-
-rufu. Isso quer dizer que nossa
jornada de mestre e discípulo do
juramento seigan prosseguirá.
Por fim, vamos todos promo-
ver no dia 3 de maio o histórico
“Encontro de todos com Ikeda
sensei” e o “Avanço de todos
como valores humanos”!

Mais informações sobre o encontro

Em razão da pandemia do coronavírus, a Convenção Cultural programada para o dia 17 de
maio, conforme consta no Plano de Atividades da BSGI, foi cancelada. Porém, todos os membros
estão se dedicando com muita alegria para criar e manter sua rede virtual Soka, incentivando
seus companheiros a vencer com base na prática da fé. Portanto, com o sincero e firme desejo
de celebrar, sem falta, o significativo 60o aniversário da posse presidencial de Ikeda sensei, a
BSGI realizará um encontro virtual para abarcar todos os membros na órbita da organização e
conectá-los ao coração do Mestre.1
exato do gongyo e do daimoku com seus membros. Assim, todos estarão sintonizados antes
da atividade em si e, posteriormente, compartilhar o conteúdo por meio de ligação telefônica.
• A partir do momento em que houve o contato com os membros, seja por qualquer
canal, desde que compartilhada a matéria e o objetivo da atividade, poderão ser considerados
como participantes no resultado de comparecimento.
• Os membros e as localidades poderão enviar fotos do encontro para um mural, que
em breve estará disponível na Extranet.
• Manter a realização da tradicional reunião de palestra (comemorativa).

Realização: por bloco ou comunidade (virtualmente)
Data: 2 ou 3 de maio
Participação: membros e convidados
Formato e recomendações
• Não há um formato-padrão para a realização desse encontro.
• O encontro pode ter uma duração de até 40 minutos.
• Para essa ocasião, será enviado um vídeo comemorativo e a matéria alusiva à data
está publicada na p. 9 desta edição.
• A BSGI enviou uma cartilha e tutoriais de diferentes aplicativos de videoconferência.
E a organização local pode definir aquele que melhor se adapta aos seus membros.
• No entanto, caso haja membros que não consigam participar do encontro virtual,
por restrição de equipamento ou de internet, a organização local poderá combinar o momento
Provavelmente, haverá locais em que a conexão da internet seja restrita ou membros que
não sejam usuários de aplicativos de videoconferência, ou ainda que estejam impossibilitados
de recitar gongyo na hora agendada. Entretanto, o mais importante é criar um movimento de
incentivos até a data, com a conscientização sobre a importância do Dia 3 de Maio e do desafio
individual de vencer com base na prática da fé, juntos com sensei. O sentimento é de “Não
deixar ninguém para trás”!
Que o “Encontro de todos com o Mestre” no dia 3 de maio se torne o levantar de todos os
membros para, juntos, transformarmos todas as circunstâncias do momento e, assim, manifes-
tarmos nossa gratidão a Ikeda sensei!
Nota:
1. Essas informações são um resumo adaptado para publicação no BS. O conteúdo comple-
to foi divulgado pela BSGI por meio de comunicado aos líderes de cada organização.

Matéria a ser utilizada no Encontro de Todos com o Mestre – “O meu levantar-se só” nos dias 2 e 3 de maio
Este é o momento de
comprovar o ideal do Mestre
Há sessenta anos, Daisaku Ikeda tomava posse como terceiro presidente da Soka Gakkai,
vencendo todos os desafios para abrir a nova era do kosen-rufu mundial
REDAÇÃO
Após o falecimento do segundo
presidente da Soka Gakkai, Josei
Toda, em 2 de abril de 1958, muitas
pessoas comentavam que a organi-
zação deixaria de existir. Eram gran-
des o vazio e a insegurança que os
membros sentiam pela perda de
Toda sensei. Os líderes centrais, que
se orgulhavam de fazer parte da
Soka Gakkai desde a época do pri-
meiro presidente Tsunesaburo Maki-
guchi e de ter construído a base da
organização junto com o presidente
Josei Toda, se depararam com uma
nova realidade muito além das ex-
periências anteriores. Eles haviam
perdido a referência sobre a uni-
cidade de mestre e discípulo, pois
teriam de atuar sem a presença de
Toda sensei. Além disso, habitua-
dos a agir somente quando rece-
biam alguma instrução, esquece-
ram-se do espírito de inovar a cada
dia, conformados com a situa­ção.
O presidente Josei Toda, antes de
falecer, percebeu que a nova etapa
do kosen-rufu seria completamen-
te diferente do que fora até então.
Por isso, confiou a presidência da
organização ao seu discípulo ime-
diato, Daisaku Ikeda.
No início, Ikeda sensei permane-
ceu relutante em assumir a presi-
dência. Considerava-se jovem de­
mais para a função, além de ter a
saúde bastante debilitada. Há al-
gum tempo, seu médico lhe disse-
ra que ele teria sorte se vivesse até
os 30 anos. E também a questão
do processo judicial a qual respon-
dia, por ter sido injustamente acu-
sado de fraude eleitoral durante o
evento conhecido como Incidente
de Osaka, pesava para que não
aceitasse o cargo a fim de proteger
os membros.
Após meses de insistência dos
líderes, finalmente ele aceitou a
nobre missão, assumindo a presi-
dência da organização em 3 de maio
de 1960, aos 32 anos, no mesmo
dia em que seu mestre, Josei Toda,
tomou posse em 1951. Por isso, na
Soka Gakkai, o dia 3 de maio sim-
boliza a unicidade de mestre e dis-
Pintura retrata Daisaku Ikeda em sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai tendo ao
fundo retrato do seu mestre, Josei Toda (3 maio 1960)
cípulo, o espírito primordial do Bu-
dismo de Nichiren Daishonin.
Sua esposa, Kaneko, apoiou
totalmente a decisão do marido
de assumir a responsabilidade.
Ela lhe disse: “Considero o dia de
hoje como um funeral na famí-
lia Ikeda. A partir de agora, agirei
como se não tivesse mais mari-
do”. “Essa foi a forma de ela me
dizer que eu deveria me devotar
totalmente à Soka Gakkai e aos
membros”, complementa o presi-
dente Ikeda.1
O Mestre relembra os momen-
tos que marcaram o memorável dia
de sua posse:
O evento ocorreu no auditó-
rio da Universidade do Japão, em
Ryogoku, Tóquio.
O céu estava límpido e bri-
lhante. As vibrantes canções da
Soka Gakkai ecoavam sob o grande
domo metálico do auditório. Eu me
lembro dessa reunião solene como
se fosse ontem. A determinação
emanava do meu coração, en-
quanto entrava no local e fitava o
retrato do meu amado mestre que
pendia no alto. (...)
KENICHIRO UCHIDA
Onde o espírito primordial flui
com vigor, magníficas epopeias de
missão se desenrolam e o eterno de-
senvolvimento e prosperidade são
assegurados.
Sob o retrato do mestre, jurei:
“A partir de hoje, assumirei a lideran-
ça como representante dos discípu-
los do presidente Josei Toda e darei
outro passo junto com os senhores
para a concretização do kosen-rufu”.
Posso dizer que mantive esse
juramento e tornei realidade o
kosen-rufu, conforme havia pro-
metido, intrépida e destemida-
mente, com o espírito da Soka
Gakkai em meu coração.2
Após assumir a presidência
da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda
se empenhou pessoalmente na
propagação do budismo visando
alcançar a meta de 3 milhões de fa-
mílias — objetivo lançado por Josei
Toda, no fim de 1957. Alguns acha-
vam o feito impossível. No entanto,
para o jovem discípulo, representou
o último desejo e testamento do
amado mestre. Por compreender a
real importância de atingir a meta,
os primeiros dias de Ikeda sensei
25 | ABRIL | 2020 9
como presidente foram dedicados
a fortalecer a base da organização a
partir do desenvolvimento de cada
pessoa. Tal atuação seguiu o mes-
mo ritmo nas décadas seguintes,
pois no passo inicial dado por ele
estava concentrada a firme de-
terminação capaz de conduzir os
membros da Soka Gakkai para o
descortinar da nova era da conso-
lidação do kosen-rufu.
O jovem líder não perdeu tem-
po e, em outubro daquele ano,
partiu para a primeira de várias
viagens ao exterior para propagar o
budismo pelo mundo e fundar a or-
ganização em diversos países, den-
tre eles o Brasil.
Ao longo dessas seis décadas,
Ikeda sensei vem dedicando cada
minuto de sua vida a concretizar os
objetivos lançados por seu mestre,
a fim de assegurar a todas as pes-
soas o direito à paz e à felicidade.
Fundou instituições culturais e edu-
cacionais, dialogou com personali-
dades das mais diversas áreas para
construir um caminho de mútuo
entendimento entre os povos, teve
seus esforços reconhecidos e home-
nageados por vários países, incen-
tivou pessoa por pessoa, deixando
um legado a ser perpetuado pelos
membros da Soka Gakkai Internacio-
nal (SGI) em 192 países e territórios.
Neste momento em que a hu-
manidade se depara com grandes
desafios, é fundamental o levantar
de discípulos capazes que darão
continuidade à obra do Mestre,
transformando positiva e concreta-
mente a sociedade, e consolidando
uma condição de vida que reflita
o sentimento de Ikeda sensei ao
afirmar: “Não tenho um arrepen-
dimento sequer. O meu coração
está tão radiante como o céu claro
e límpido daquele 3 de maio con-
templado junto de meus compa-
nheiros”.3
Notas:
1. Terceira Civilização, ed. 475, mar. 2008, p. 12.
2. Terceira Civilização, ed. 580, dez. 2016, p. 37.
3. Brasil Seikyo, ed. 2.035, 15 maio 2010, p. B5.
Fonte:
Terceira Civilização, ed. 502, jun. 2010, p. 40.
10 bs 2.513
Relato
“Eu me sinto muito mais forte”
Raphael desenvolveu a convicção para vencer a doença por meio da prática budista
Algo que aprendi com o budis-
mo é que a prática não provoca o
surgimento dos problemas, eles são
parte da vida. As dificuldades são
a reação natural de uma vida em
movimento, e o budismo ensina
como enfrentá-las e superá-las
com alegria.
Sobre isso o presidente Ikeda
comenta: “O fato de nos depa-
rarmos com esses obstáculos e
funções malignas é a prova de que
estamos defendendo o ensinamen-
to correto e avançando na direção
certa. Nós somos os responsáveis;
somos os protagonistas” (Terceira
Civilização, jul. 2015, p. 46). Foi com
essa convicção que assumi o contro-
le da minha vida e venci a doença.
Certeza da vitória
Em agosto de 2013, comecei a
perder a força do braço direito e a
sentir dores; tive febre. Esses sinto-
mas se intensificaram e decidi pro-
curar ajuda médica. Fui examinado
por vários especialistas, até que em
dezembro daquele ano fui diagnos-
ticado com sarcoma de Ewing, um
tumor maligno no úmero.
Questionei por que aquilo es-
tava acontecendo justamente co-
migo e como as coisas seriam dali
em diante.
Como nasci em uma família
que já praticava o budismo por
intermédio da minha avó mater-
na, tive total apoio de todos nesse
momento difícil.
Eu me lembro que, quando era
pequeno, frequentava as atividades
da BSGI e, na adolescência, o fazia
por muita insistência da minha
mãe. Francamente não via neces-
sidade de praticar o budismo. Mas
agora era diferente. E, dialogando
com meus familiares, amigos e
membros da organização, reconhe-
ci que a filosofia de vida que melhor
responderia as minhas questões era
o budismo Soka. Assim, passei a
recitar Nam-myoho-renge-kyo dia­
riamente decidido a vencer.
Veio a primeira sessão de qui­
mio­terapia e o tratamento se es-
tenderia pelos próximos onze
meses. Despertei então para a ne-
cessidade de ter uma fé capaz de
suportar tudo aquilo.
Sofri com os efeitos colaterais,
tive queda de cabelo, mal-estar e
fraqueza constante para realizar
simples tarefas. Era doloroso não
poder sair de casa por conta da
“Dificuldades são a
reação natural de uma
vida em movimento, e
o budismo ensina
como enfrentá-las
e superá-las
com alegria”
baixa imunidade e, a cada nova
sessão de quimio, os efeitos eram
mais agressivos.
Mesmo diante dessas dificulda-
des, recitando daimoku, senti paz
interior e a certeza de que venceria
a doença. E compreendi bem as pa-
lavras de Nichiren Daishonin quan-
do cita: “O Nam-myoho-renge-kyo é
como o rugido do leão. Que doença
pode, portanto, ser um obstáculo?”
(CEND, v. I, p. 431).
Comprovar
sem falta!
Avancei mais um passo e in-
gressei no Sokahan [grupo de
bastidores da Divisão Masculina
de Jovens (DMJ)].
Com o treinamento recebido no
grupo e encorajado pelos incentivos
de Ikeda sensei e dos amigos Soka,
transformei aspectos que impediam
a harmonia familiar. Antes, não me
relacionava bem com meu padrasto,
mas ao mudar meu sentimento em
relação a ele, nós nos entendemos.
Acima, Raphael participa
de reunião de palestra da
Comunidade Torres, da qual
faz parte (jan. 2020). Ao lado,
da esq. para a dir., a mãe,
Patrícia; ele e a avó, Elisabeth.
Abaixo, no encontro da DMJ e
da DS da RM Arthur
Alvim, no Centro Cultural
Campestre, SP (fev. 2020)
Tanto que, a partir disso, ele resolveu
iniciar a prática budista.
Inspirado, comecei a falar do
budismo para outras pessoas com
muita convicção e não parei mais.
Em paralelo, o tratamento médi-
co seguia e meu organismo reagia
cada vez melhor. Em janeiro de 2015,
fiz a última sessão de quimioterapia.
Passei por algumas cirurgias
devido ao descolamento da pró-
tese que havia sido implantada, o
que acabou causando infecções.
Com isso, alguns movimentos do
meu braço ficaram limitados.
Na escola, como era muito difí-
cil escrever, havia perdido bastan-
te conteúdo, mas não desanimei.
Enfrentando minha realidade, eu
me esforcei e aprendi a escrever
com a mão esquerda. Para en-
trar na universidade, fiz cursinho
pré-vestibular e fui aprovado no
curso de direito, em 2016. Escrevi
uma carta para Ikeda sensei, ta-
manha era minha felicidade. Ven-
ci a batalha.
Raphael Thierryr
FOTOS: COLABORAÇÃO LOCAL / arquivo pessoal
Estou no último ano da fa-
culdade e sigo habilidoso na es-
crita. Até arranho um pouco no
violão (risos). Consegui estágio
na minha área e, desafiando a
mim mesmo em minha revolução,
quero contribuir para uma gran-
diosa e significativa melhora na
sociedade atual. Isso porque eu
me sinto muito mais forte para
enfrentar adversidades e obstá-
culos e reconheço que situações
ruins fazem parte da vida. A forma
como encaramos a situação é o
fator principal para transformar-
mos nossa realidade.
Sigo determinado a transformar
o veneno em remédio, motivando
outras pessoas a fazer o mesmo
com base nos ensinamentos do
budismo, pois o Nam-myoho-renge-
-kyo nos traz a comprovação da vitó-
ria infalível na vida diária.
Raphael Thierryr, 21 anos. Estudante. Resp.
pela DMJ do Bloco Marcondes Ferraz, RM
Arthur Alvim, CCLP, CGESP.

Notícias
“Se é da DE, tem que vencer!”
Divisão dos Estudantes comemora aniversário de fundação unindo criatividade e tecnologia
Família se une na recitação de daimoku na CRE Oeste no dia em que seria realizada a Academia
dos Sucessores Ikeda
REDAÇÃO /
COLABORAÇÃO LOCAL
Há 29 anos, no dia 20 de abril de
1991, surgia o Grupo Herdeiro, que
visava o desenvolvimento de ca-
da jovem estudante no Brasil tan-
to na organização como em meio
à sociedade. Era o nascimento do
que se tornaria, em 1999, a Divi-
são dos Estudantes (DE), tal como
a conhecemos hoje.
Os Sucessores Ikeda 2030 fize-
ram questão de não deixar o ani-
versário da DE passar em branco e,
mesmo em meio às circunstâncias
do isolamento social, festejaram
os 29 anos mostrando que, ainda
que a distância, a criatividade —
uma das suas marcas — faz a dife-
rença e une corações.
De norte a sul do Brasil, as ma-
neiras de comemorar foram inúme-
ras: teve live no Instagram; disponi-
bilização de vídeos comemorativos
para assistir em família; encontro
on-line; corrente de daimoku; cria-
ção de rap para divulgar a ativida-
de e até mesmo baile de máscaras
virtual. O importante é não deixar
nenhum sucessor para trás.
Luciano Santos, responsável pe-
la DE da RE Sergipe, disse ter sido
um grande desafio pensar em algo
para prender a atenção dos estu-
dantes. “Tivemos de montar uma
estratégia, pesquisar sobre o que
eles gostam e montamos um quiz,
um dos grandes sucessos da reu-
nião. Além disso, nosso baile de
máscaras foi ótimo, todos aderi-
ram: alguns pintaram o rosto, ou-
tros pegaram algum adereço em
casa; eles deram asas à imagina-
ção. As dificuldades, óbvio, surgi-
ram — membros sem telefone ou
sem internet, mas no fim todos
conseguiram participar e se diver-
tir. Foi um momento único!”.
O apoio dos pais e do Grupo Co-
ração do Rei Leão (GCRL) é sempre
25 | abril | 2020 11
fotos: colaboração local
importante, porém, em algumas
localidades, ele se torna mais que
essencial. É o caso da Área Ama-
pá, no norte do país, que reuniu
cinquenta pessoas num encontro
virtual graças à dedicação dos líde-
res das Divisões Sênior (DS) e Fe-
minina (DF). O responsável pela DE
da Sub. Amazônia Oriental, Tárcio
Ribeiro, compartilhou que a distân-
cia física foi uma das grandes bar-
reiras da localidade — estão a uma
hora de avião de Belém e, com re-
lação aos membros da localidade,
normalmente são sete horas de
viagem na estrada que os separam
entre si. “Mesmo com todas essas
dificuldades, o GCRL sempre nos Integrantes da Divisão dos Estudantes interagem via live em rede social
apoia para realizarmos o melhor na Sub. Sudeste, em São Paulo
para os estudantes”.
Eduardo China, coordenador da
DE da CRE Oeste, explicou que o
movimento de não deixar os estu-
dantes saírem da órbita da organiza-
ção começou em março. “No dia em
que realizaríamos nossa Academia
dos Sucessores, fizemos uma gran-
de onda de daimoku dos estudantes
acompanhados dos seus pais. Devi- Na RM Regis Bittencourt, o estudo acontece por meio de um rap
do ao fuso horário, foram realizadas
quase três horas de daimoku. Esta-
mos mais unidos que nunca!”
Joelma Tokusato, coordenado-
ra da DE da BSGI, afirma que en-
contros como esses são essenciais
para a construção de uma DE forte
e que, assim como deseja o Mes-
tre, vence na organização e na so-
ciedade. “É importante não deixar
os membros da DE de lado neste Jovens da Bahia participam da programação da atividade da DE
momento para que eles entendam mesmo a distância
o que está acontecendo e consi-
gam compreender que através da
prática da fé se pode superar os
desafios que estamos enfrentan-
do. Eles serão os líderes do futuro.
E é no momento com mais obstá-
culos que podemos ensinar o valor
da prática da fé, de vitória ou de
derrota e de prezar a família e os
laços de confiança dos amigos.” Baile de máscaras conecta os estudantes da RE Sergipe
12 bs 2.513
Direito
Solidariedade humana
Garantia constitucional à felicidade mesmo em épocas de pandemia
“A dignidade da pessoa humana é o coração dos direitos humanos, que vieram evoluindo ao longo da história”, afirma Kuranaka
O ordenamento jurídico bra-
sileiro nos assegura não exa-
tamente o direito à felicidade,
possivelmente devido à amplitu-
de da conceituação dessa palavra,
mas ao menos garante o “direito à
busca da felicidade”. Pode parecer
estranho, mas esse direito já era
mencionado na histórica Declara-
ção de Independência dos Estados
Unidos da América, de 1776, bem
como no preâmbulo da Declaração
dos Direitos do Homem e do Cida-
dão, de 1789, produzido depois
da Revolução Francesa. Esse con-
ceito também aparece em normas
constitucionais do Japão e da Coreia
do Sul.
Ainda que não conste expres-
samente em nossa Constituição
Federal, o Supremo Tribunal Fe-
deral (STF) invoca esse direito à
busca da felicidade, elevado à con-
dição de princípio constitucional,
entendendo-o como uma dimen-
são brasileira da dignidade huma-
na. E utilizando como fundamento,
ao decidir, por exemplo, de forma
inovadora à época, em casos de
adoção, sempre optando pela so-
lução que melhor atenda aos in-
teresses da criança, como forma
de realização de sua felicidade,
ou ainda pelo reconheci-
mento e pelos efeitos da
união homoafetiva como
entidade familiar.
A dignidade da pessoa
humana é o coração dos di-
reitos humanos, que vieram
evoluindo ao longo da história,
na chamada “teoria das gerações
de direitos humanos” (ou de direitos
fundamentais), passando a garantir:
Direitos de primeira geração —
direitos do indivíduo; quanto à vida,
à liberdade; direitos políticos etc.
Direitos de segunda geração —
direitos de uma coletividade: direitos
trabalhistas, previdenciários, sociais.
Direitos de terceira geração —
direitos ainda mais amplos, cha-
mados transindividuais, que são
aqueles referentes à preservação do
meio ambiente, ao desenvolvimen-
to, à paz.
Essas três primeiras gera-
ções são simbolizadas pelos
três ideários da Revolução
Francesa, representados em sua
bandeira, que abrigou esse movi-
mento — respectivamente: liber-
dade (azul), igualdade (branco) e
fraternidade (vermelho).
Mais duas gerações foram acres-
cidas a essa teoria: os direitos de
quarta geração, entre os quais de-
correntes da engenharia genética,
com temas debatidos em bioética;
direito à democracia e à informa-
ção; e os de quinta geração: os de-
correntes da era cibernética, entre
os quais a inclusão digital, cuja fal-
getty images
ta é capaz de gerar marginalização
tão grande quanto o analfabetismo
e, também aqui, o direito à paz.
Os direitos humanos de tercei-
ra, quarta e quinta gerações levam
em conta a pessoa inserida em
uma dimensão coletiva muito mais
ampla, pertencente à grande famí-
lia da raça humana, trazendo bem
forte a bandeira e as teias da so-
lidariedade, no sentido mais ele-
vado do termo, que não pode se
limitar às fronteiras geopolíticas,
etnias ou idiomas, como se ob-
serva nos atentados terroristas, na
problemática dos refugiados, nas
questões ambientais ou em situa-
ções de desastres naturais e pan-
demias, que afligem a todos, sem
levar em conta a nacionalidade ou
a condição socioeconômica.
O presidente da Soka
Gakkai Internacional (SGI), Dr.
Daisaku Ikeda, observa:
Todos esses fatos representam
questões globais que, direta ou in-
diretamente, afetam a todos nós.
Em momento algum podemos con-
siderá-los como se estivessem dis-
sociados de nós, como fogo lá do
outro lado do rio. (...)1
Josei Toda, segundo presidente
da Soka Gakkai, fazia alusão ao ter-
mo chikyu minzokushugi, traduzido
como “nacionalismo global”, próxi-
VIVÁGLIO KAWANO
Jorge Kuranaka
Procurador do Estado,
mestre em direito,
professor universitário.
É vice-coordenador da
Coordenadoria Norte-Oeste
Paulista (CNOP) e consultor
do Departamento de
Juristas da BSGI
mo à atual ideia de “ci-
dadania global”,2 cons-
ciência necessária “para
que se construa um mundo onde
ninguém fique para trás”.3 Martin
Luther King Jr. refletia que “estamos
todos presos numa rede de reci-
procidade, da qual não podemos
escapar, estamos amarrados com o
mesmo tecido do destino”.4
Em sua Proposta de Paz 2006, o
presidente Ikeda já alertava que
o avanço a passos rápidos da glo-
balização tem aumentado o risco
de doenças infecciosas que se
desdobram em epidemias:
Também cresce a preocupação
com o surgimento de novos vírus
da gripe. A mutação do vírus da gri-
pe animal, que poderia permitir a
transmissão de pessoa a pessoa, vi-
ria a causar vítimas nas proporções
da gripe espanhola de 1918-1919.5
Conclusivo, o Dr. Daisaku Ikeda
nos ensina sobre a mudança ne-
cessária em nós para a correta per-
cepção da solidariedade: “Ver a
cooperação em vez do conflito,
a união em vez da fragmentação, o
“nós” em vez do ‘eu’”.6
Notas:
1.IKEDA, Daisaku. Proposta de Paz 2006.
2. ______. Proposta de Paz 2018, p. 17.
3.______. Proposta de Paz 2017, p. 6.
4.______. Proposta de Paz 2014, p. 18.
5.______. Proposta de Paz 2006.
6. Ibidem.
 25 | ABRIL | 2020 13

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14 bs 2.513

Matéria da reunião Com base na explanação do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda —
“‘Fé, prática e estudo’: princípio fundamental do Budismo Nichiren”
de palestra de maio

Carta para Jakunichi-bo Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, v. II, p. 259

Trecho do Gosho
“Aqueles que se tornarem discípulos e seguidores leigos de Nichiren deveriam compreender os profundos
laços cármicos que compartilham com ele e propagar o Sutra do Lótus da mesma maneira que ele faz. Ser
conhecido como devoto do Sutra do Lótus é um destino amargo, porém inevitável.” (CEND, v. II, p. 260)

Explanação

Os bodisatvas da terra
A expressão “bodisatva da terra” consta no Sutra do Lótus. No 15o capítulo, “Emergindo da Terra”, desse
sutra, Shakyamuni convoca os verdadeiros discípulos da grande terra e confia-lhes plenamente a missão
de propagar o Sutra do Lótus. E no 21o capítulo, “Poderes Sobrenaturais d’Aquele que Assim Chega”, os
bodisatvas da terra fazem o juramento seigan de ensinar a Lei Mística para as pessoas, correspondendo ao
desejo de Shakyamuni de propagar seu ensinamento após a sua morte. O discípulo faz do grande desejo
de concretizar o kosen-rufu do seu mestre, o Buda do remoto passado, o seu próprio desejo; ele o herda
e busca realizá-lo. Por sua vez, o mestre aceita esse juramento seigan e lhes confia a propagação da Lei
Mística. O desejo eterno do Buda não se concretiza sem o surgimento dos bodisatvas da terra. Quando
uma pessoa se levanta com a consciência de um bodisatva da terra, então duas, três e incontáveis outras
pessoas despertarão, e unindo forças elas se incentivarão mutuamente.

Assumir a condição de bodisatvas da terra

Nichiren Daishonin estava com 58 anos [em 1279] ao redigir essa carta. O ponto principal desse escrito
é a recomendação que ele faz a seus discípulos para que despertem para a sua missão como devotos do
Sutra do Lótus.
Na explanação desse escrito, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, salienta o objetivo de Nichiren
Daishonin ao escrever a carta:

No trecho que estamos examinando, ele [Nichiren] expressa que seus discípulos devem seguir seu exemplo,
propagando o Sutra do Lótus assim como ele, empenhando-se firmemente para conduzir as pessoas à felicidade,
de acordo com o espírito do Sutra do Lótus de ampla propagação, ou kosen-rufu. (Terceira Civilização, ed. 613,
set. 2019)

Em um discurso proferido pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, em 24 de junho de 2008, no Centro
Cultural Soka, Japão, durante um conselho para representantes de divisões, ele explica a razão de se propa-
gar o budismo para as pessoas.

Propagar [o budismo] de todas as maneiras possíveis. É por esse meio que as ideias se expandem. Existem di-
versas formas de se propagar, como pelo diálogo ou por cartas. (...) Os ideogramas que formam a palavra kosen de
kosen-rufu significam “luta para propagar amplamente” o budismo. O shakubuku também é uma ação para expres-
sar e transmitir a grandiosidade do budismo. Não deixa de ser, portanto, uma “propagação”. Expressar claramente
a grandiosidade daquilo que é realmente grandioso e transmitir isso de maneira ampla. Bradar incansavelmente
pela justiça com coragem e altivez. Essa é, sem dúvida alguma, a força da vitória. Foi exatamente dessa maneira
que a Soka Gakkai veio se expandindo no mundo inteiro. Não há como o budismo se propagar e se expandir sem
o uso das palavras e sem a ação. (BS, ed. 1.950, 9 ago. 2008, p. A2)
 25 | abril | 2020 15

“Sigam-me os bons”
Essa frase é conhecida por ter sido dita por um personagem muito famoso da TV. Ele, com seus poderes,
CH combatia as maldades na tentativa de criar uma sociedade mais justa. Com essa analogia (do super-herói),
temos a oportunidade, como bodisatvas da terra, de atuar neste momento, pondo em evidência a filosofia
humanística de valorizar o ser humano.
Exemplo disso é o primeiro presidente da organização, Tsunesaburo Makiguchi. Em 1939, ele viajou para
Yame, província de Fukuoka, Kyushu, para realizar shakubuku, apresentando os ensinamentos de Nichiren
Daishonin para a cunhada de um membro de Tóquio. Quando essa senhora decidiu se tornar budista, no
dia seguinte, Makiguchi sensei lhe disse: “Vamos pôr a fé em prática!”. Então, foi com ela e seu marido,
que havia decidido iniciar a prática pouco tempo antes, visitar um casal que conhecia em Unzen, província
vizinha de Nagasaki, e compartilhar com eles o Budismo Nichiren.
O segundo presidente da organização, Josei Toda, quando assumiu a presidência, em 3 de maio de 1951,
anunciou o objetivo de 750 mil novas famílias. A organização na época era composta por 3 mil famílias. Ele
declarou: “Agora é a hora de propagar o Gohonzon”.
Em 1960, quando assumiu como terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, discípulo de
Josei Toda declarou: “A partir de hoje, representando os discípulos de Toda sensei, peço-lhes permissão
para comandar, um passo avante, a concretização do kosen-rufu de comprovação (kosen-rufu de kegi)”
(BS, ed. 2.256, 31 dez. 2014, p. F4). Em menos de cinco anos a Soka Gakkai atingiu mais de 3 milhões de
famílias (Ibidem).

Compartilhar vitórias cada vez mais

Na explanação do escrito que estamos estudando para a reunião de palestra de maio, o presidente
Ikeda reforça nossa conduta como discípulos e praticantes do Budismo Nichiren: “Ao nascermos neste
mundo, nós nos dedicamos à felicidade do próximo e vivemos de maneira edificante conquistando o apreço
de incontáveis pessoas pelos esforços para auxiliá-las. Esse é o modo de vida mais valioso e gratificante
que se pode ter como ser humano. (...). Se conseguirmos fazer isso, as sementes do estado de buda que
plantamos no coração delas infalivelmente acabarão brotando e se desenvolvendo” (Terceira Civilização,
ed. 613, set. 2019).

Renovar a decisão
Em discurso proferido em 1996, o presidente Ikeda explana as virtudes dos quatro bodisatvas líderes
dos bodisatvas da terra e a relação delas com a nossa própria vida (leia na íntegra no BS, ed. 2.342, 8 out.
2016, p. B1):

Nichiren Daishonin, o Buda dos Últimos Dias da Lei, assumiu o papel de líder dos bodisatvas da terra. Contanto
que nos dediquemos à realização do kosen-rufu nos esforçando na prática budista com o mesmo espírito e de-
terminação dele, as poderosas funções desses quatro bodisatvas também se manifestarão em nossa vida. Nada
poderia ser mais maravilhoso.

“Eu serei a pessoa mais feliz!”; “Vou ensinar meu amigo a recitar daimoku”; “Vou vencer todas as ques-
tões da minha vida” — esses exemplos de determinação fazem surgir a vida do bodisatva da terra. Nós
somos as pessoas que vivem pela missão de transmitir esperança e expandir a Lei Mística para a felicidade
de todas as pessoas ao redor.

Sobre o escrito Material de apoio

A carta é datada do décimo sexto dia do nono
Leia mais:
mês. Apesar de não ter a indicação do ano, acredi-
ta-se que tenha sido redigida em 1279. Nesse escri-
CEND, v. II, p. 259.
to, Nichiren Daishonin revela o significado de seu
Terceira Civilização, ed. 613, set. 2019.
nome, “Nichiren”, referindo-se a ele próprio como
Podcast da reunião de palestra no aplicativo BS+.
o Buda que possibilitará a iluminação para todas
as pessoas nos Últimos Dias da Lei. E declara que
seus discípulos também devem se esforçar para
transmitir o supremo ensinamento do Nam-myoho-
-renge-kyo para toda a humanidade.

Quem foi Jakunichi-bo?

Jakunichi-bo Nikke era um jovem discípulo, fi-
lho do senhor feudal de Okitsu, província de Ka-
zusa. Sua família se tornou seguidora de Nichiren
Daishonin no início da era Bun’ei (1264-1275).
Ele se tornou sacerdote e, mais tarde, fundou o
templo Tanjo-ji, em Kominato, enaltecendo o local
de nascimento de Nichiren Daishonin.
16 bs 2.513
Nova Revolução Humana
Raios de esperança
PARTE 53
Os seres humanos são todos
iguais, dignos e insubstituíveis. To-
dos possuem, igualmente, o direi-
to de serem felizes e de viverem
em paz. Originalmente, ninguém
pode arrebatar a paz e a felicidade
das pessoas. Essa é a conclusão
oriunda dos princípios do budis-
mo que expõe a existência da con-
dição de buda inerente à vida de
todos os seres humanos. Porém,
não seria esse o ponto de vista de
todas as ideologias e religiões que
buscam a felicidade das pessoas?
Como disse Josei Toda, embora
haja diferenças em suas crenças re-
ligiosas ou ideológicas, certamente
haveria imediato consenso entre
Cristo, Maomé e outros sábios do
mundo em relação ao objetivo fun-
damental da felicidade do homem.
É certo que eles desenhariam um
diagrama de paz, de coexistência
e de prosperidade mútua, desa-
tando o complexo emaranhado da
história formada por visão distor-
cida, discriminação, antagonismo
e ódio.
Para a paz e a felicidade do ho-
mem, o que se exige dos religiosos
é a iniciativa de lidarem com as
diversas questões da humanidade,
com mútuo respeito em relação ao
espírito de salvação dos respectivos
pontos de partida, mesmo que haja
diferenças nos seus ensinamentos.
Em especial, o Sutra do Lótus,
o alicerce do Budismo Nichiren,
elucida que todas as pessoas são
de incomparável dignidade e pos-
suem inerente a vida do buda. Por-
tanto, como seguimos esse ensi-
namento, nosso modo de vida
deve ser o de nos relacionarmos
com pessoas de quaisquer religi-
ões com o máximo respeito.
Nesse globo terrestre vivem pes-
soas com diferenças de vários as-
pectos, tais como de ideologia,
de religião, de nação e de etnia.
Ideologias e modos de vida que
excluem, discriminam e isolam as
pessoas, prendendo-se a essas di-
ferenças, provocam disputas, des-
troem a paz e são a causa princi-
pal da infelicidade da raça huma-
na. Pode-se dizer que são concei-
tos de natureza realmente maligna.
A proposta de Josei Toda de cida-
dania global, da ideia de que todos
os seres humanos são igualmente
da etnia terrestre, nada mais é que a
ideologia de união da humanidade
que combate essa natureza maligna.
O ponto primordial para o qual
os religiosos devem retornar são o
homem e a vida, deixando de lado
todo tipo de diferenças. Embora
possa parecer categórico, o diálogo
embasado nesse ponto comum e
universal se torna a força para criar
a paz, mudando o rumo de mútua
desconfiança para mútua compreen-
são, de fragmentação para união e de
hostilidade para amizade.
Parte 54
O homem veio sempre buscan-
do a solução da desordem e con-
fusão no poder das armas. Julga-
va-se que esse era o método mais
rápido e eficiente, sempre dispo-
nível. Porém, o uso de armas só
piorava ainda mais a situação, au-
mentando o rancor e o ódio, sem
trazer solução para os problemas.
Capítulo “Frescor”, volume 29
“A realização da paz perene no mundo
é a luta contra essa escuridão do ser
humano. A questão essencial se encontra
na batalha da vida de se acreditar ou não
no próprio ser humano”
Por outro lado, o diálogo vi-
sando a interrupção das guerras
e o fim das discriminações é uma
tarefa de transformação da vida
que inspira a mudança interna do
coração das pessoas. Por isso mes-
mo, ela é gradual e exige persis-
tência e tenacidade.
Quando eclode uma guerra, com
seguidas retaliações e constantes
massacres horrorosos, cria-se uma
sensação de impotência em abrir o
caminho da paz por meio do diálo-
go, tendendo-se à desistência e à
perda de esperança. Na verdade, aí
existe a maior barreira para a paz.
Aos olhos do budismo, o que se
encontra no fundo dessa perda de
esperança nada mais é que a escu-
ridão fundamental da vida, isto é,
a ilusão básica do ser humano que
não lhe permite acreditar na nature-
za de buda existente nas pessoas.
De outro ponto de vista, a realização
da paz perene no mundo é a luta
contra essa escuridão do ser huma-
no. A questão essencial se encontra
na batalha da vida de se acreditar
ou não no próprio ser humano.
Nós devemos ter a consciência
de que aí está nossa missão como
budista de construção da paz.
KENICHIRO UCHIDA
Mesmo na época da Guerra Fria
entre o Leste e o Oeste, e dos confli-
tos sino-soviéticos, na qualidade de
budista que almeja a paz, Shin’ichi
Yamamoto promoveu, de forma
proativa, encontros e diálogos com
líderes de cada país, por exemplo,
com o primeiro-ministro Aleksey
Kosygin da União Soviética, o pri-
meiro-ministro Zhou Enlai da China,
e com o secretário de Estado dos
Estados Unidos Henry Kissinger.
Além disso, dedicou ainda es-
forços em diálogos nos meios reli-
giosos e civilizacionais, e até agora,
no século 21, trocou opiniões com
líderes e intelectuais do cristianis-
mo, do judaísmo, do islamismo, do
hinduísmo e também dos países
socialistas, dialogando diretamen-
te com essas pessoas.
Ele sentiu profundamente que,
apesar das diferenças de religião, de
ideologia, de nação e de etnia, todos
buscam igualmente a paz. Ao definir
o eixo das coordenadas de que to-
dos são igualmente seres humanos,
não seria nada impossível esquema-
tizar o diagrama chamado paz.
O personagem do presidente Ikeda no roman-
ce é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo,
como autor, é Ho Goku.