Você está na página 1de 11

1

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

OS PADRÕES DE DISPERSÃO OU AGLOMERAÇÃO ESPECÍFICAS


DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS

Regina Chavane Chibaela

Maxixe, 04 de Outubro de 2020


2

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

OS PADRÕES DE DISPERSÃO OU AGLOMERAÇÃO ESPECÍFICAS


DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS

Trabalho do Campo entregue ao Centro de Recurso de Maxixe/ Departamento de Ciências


de Educação como requisito de avaliação.

Estudante Tutor

____________________ ____________________

Regina Chavane Chibaela

Maxixe, 04 de Outubro de 2020


3

Índice

Conteúdo Página
1.Introdução .................................................................................................................. 1

1.1.Objectivos ............................................................................................................... 1

2.0.Patrões de aglomeração ........................................................................................... 2

2.1.Vantagens da aglomeração das actividades económicas ........................................... 3

2.2.Desvantagens da aglomeração das actividades económicas ...................................... 4

2.3.Padrões de dispersão da economia ........................................................................... 4

3.0.Considerações finais ................................................................................................ 6

4.0.Referências bibliográficas ....................................................................................... 7


1
1

1.Introdução
De acordo com as teorias locacionais, podem-se distinguir forças que actuam na concentração
espacial das actividades económicas e forças que agem no sentido de dispersá-las.

Existem dois grupos de factores que influenciam na decisão de localização de uma indústria:
factores regionais e factores aglomerativos ou desaglomerativos.

Os factores regionais referem-se aos custos de transporte e às diferenças geográficas no custo do


trabalho; já os factores aglomerativos dizem respeito às reduções de preço obtidas pelo uso mais
económico de maquinários ou pela indústria estar localizada onde ocorre um comércio auxiliar; e
finalmente os factores desaglomerativos são aqueles que afastam as empresas devido aos altos
alugueis.

Desta forma, é possível afirmar que existem forças que actuam tanto no sentido da concentração
quanto da dispersão produtiva. Tais forças revelam-se presentes simultaneamente nas regiões, e
em cada local a predominância de uma força sobre a outra irá depender da magnitude de seus
efeitos sobre a decisão locacional dos agentes. Pretende-se portanto com o presente trabalho
debruçar acerca dos padrões de dispersão ou aglomeração específicas das actividades
económicas.

1.1.Objectivos

Geral

 Compreender os padrões de dispersão ou aglomeração específicas das actividades


económicas.

Específicos

 Identificar factores da aglomeração de actividades económicas;


 Descrever a dispersão das actividades económicas
 Explicar os padrões de dispersão ou aglomeração específicas das actividades económicas;

1.2.Metodologia

O trabalho é fruto de pesquisas bibliográficas citadas no texto e nas referências bibliográficas,


análise de informações e produção final do trabalho.
2

2.0.Patrões de aglomeração
As economias de aglomeração podem ser definidas como os ganhos económicos advindos da
concentração geográfica das actividades produtivas. Tais ganhos podem se manifestar de
diferentes formas: através da difusão local do conhecimento, da redução dos custos logísticos, do
surgimento de actividades complementares, do adensamento do mercado de trabalho, entre outros
(FUJITA, 2002, p.43).

Entretanto, as forças aglomerativas podem se comportar como uma parábola, atingindo um ponto
de máximo, e a partir de então proporcionando deseconomias de aglomeração. Como as
actividades industriais são, sobretudo, urbanas, tais movimentos estão essencialmente ligados ao
processo de expansão populacional e económica das cidades.

COSTA (2002, p.65), explica que as economias de aglomeração, compreendidas como um


agrupamento de actividades económicas, criadas e sustentadas por alguma lógica circular, podem
ser verificadas em diferentes níveis regionais, e sua análise depende essencialmente do conceito
de retornos crescentes.

A economia distribui-se espacialmente de maneira irregular, o que se evidencia nas grandes


disparidades existentes entre regiões que não são um produto de diferenças inerentemente locais,
mas sim de um conjunto de processos cumulativos que inevitavelmente envolvem algum tipo de
retorno crescente, permitindo reforçar a concentração geográfica (CAVALCANTE, 2002, p.78).

De modo a explicar a concentração espacial, utilizam-se os conceitos de economias externas,


introduzidos por Marshall (1920). De acordo com o autor, além das economias internas
relacionadas à escala de produção da firma, existem também fontes de ganhos externos,
relacionados à concentração geográfica da indústria. Essas fontes são classificadas por Marshall
em três tipos:

 Transferências de conhecimento entre pessoas e empresas de uma mesma actividade;


 Efeitos de encadeamento para frente e para trás; e
 Grandes mercados de trabalho especializado.
3

De modo geral, os salários mais elevados estão associados a maiores níveis de capital humano,
exigidos por actividades mais especializadas e mercados de trabalho mais densos, mas maiores
níveis educacionais, por sua vez, relacionam-se positivamente com altos níveis de
desenvolvimento económico, que, por sua vez, estão associados a outros factores que em geral
levam a salários mais elevados, como um maior grau de tecnologia e estoque de capital físico per
capita (CAVALCANTE, 2002, p.79).

Outro factor de influência que pode ser considerado é o diferencial de custo de vida e bem-estar
entre grandes centros urbanos e cidades menores. Nessa visão, as empresas pagariam salários
maiores para compensar o trabalhador pelos custos elevados de se morar em um grande centro,
como os aluguéis elevados e as necessidades de transporte, além de recompensá-lo pela redução
da qualidade de vida decorrente, por exemplo, de maior poluição, violência e congestionamentos.

HADDAD (2001, p.54) propuseram uma subdivisão das economias de aglomeração em duas
categorias: as economias de especialização/localização, conhecidas também como Marshall-
Arrow-Romer (MAR); e as economias de urbanização/diversificação, ou de Jacobs. Ambas são
economias externas à firma; porém, enquanto as economias de especialização são aquelas
relacionadas às economias internas à aglomeração de uma mesma indústria, proporcionadas por
aumentos na escala produtiva e pelas transferências de conhecimento (spillovers informacionais)
dentro de uma indústria ou indústrias correlatas, as economias de urbanização referem-se aos
ganhos pela transferência de conhecimento entre diferentes indústrias, atestando que não é a
especialização e sim a diversificação que contribui positivamente para a produtividade da
economia local.

2.1.Vantagens da aglomeração das actividades económicas

Segundo CAVALCANTE (2003, p.54), as aglomerações de empresas têm como principais


benefícios os seguintes:

 Ganho de produtividade: Fornecedores especializados em bens e serviços dão condições


para o fácil acesso a matérias-primas, promovendo economias de escala;
4

 Redução dos custos logísticos: Tanto no escoamento da produção quanto para a


exportação de produtos industrializados e matérias-primas;
 Criar oportunidades: Através da possibilidade de encontros mais produtivos entre quem
demanda e quem oferta o produto;
 Desenvolvimento urbano da região: Através do desenvolvimento de actividades
complementares com melhores ofertas de hospitais, escolas, actividades culturais, entre
outros;
 Mão-de-obra qualificada: Uma grande oferta de mão-de-obra especializada, isto é,
com habilidades específicas exigidas pelo segmento industrial.

2.2.Desvantagens da aglomeração das actividades económicas

CAVALCANTE (2003, p.55), explica que entre as possíveis desvantagens das aglomerações de
empresas, podemos mencionar as seguintes:

 Gargalos em bens públicos: Pode-se verificar com o passar do tempo uma infra-
estrutura saturada. Com um sistema de transporte sobrecarregado, por exemplo.
 Elevação de preços: Devido a especulação imobiliária e de terras pode provocar pressão
inflacionária, podendo inclusive, estimular o surgimento de bolhas imobiliárias.

Além desses, podem ser assinalados os que seguem:

 Fortes pressões ambientais;


 Alta pressão competitiva;
 Falta de áreas de reserva;
 Desigualdade económica.

Todos esses factores podem levar a uma deseconomia de aglomeração. Isso ocorre após a
concentração industrial atingir seu pico e na sequência entrar em declínio.

2.3.Padrões de dispersão da economia


Segundo HADDAD (2001, p.67), explica que a dispersão mundial das actividades económicas
revela o andamento da globalização em nosso mundo. Não há possibilidades de pensar a
5

economia global sem reflectir sobre a importância de cidades que movimentam o mundo, tais
como São Paulo, Nova Iorque e Londres.

Estas cidades, centros financeiros e cosmopolitas da globalização, reflectem a dispersão das


actividades económicas ao redor do globo. Assim, espalhadas pelo globo, as actividades
económicas se expressam nas próprias cidades globais.

Cada agente em um mercado de bens, bens ou serviços possui conhecimento incompleto sobre a
maioria dos factores que afectam os preços nesse mercado. Por exemplo, nenhum agente tem
informações completas sobre os orçamentos, preferências, recursos ou tecnologias de outros
agentes, para não mencionar seus planos para o futuro e vários outros factores que afectam os
preços nesses mercados (COSTA, 2002, p.43).

Os preços de mercado são o resultado da descoberta de preços, em que cada agente que participa
do mercado faz uso de seu conhecimento actual e planeja decidir sobre os preços e as quantidades
em que opta por transacções. Pode-se dizer que os preços e quantidades de transacções
resultantes reflectem o estado actual de conhecimento dos agentes actualmente no mercado,
mesmo que nenhum agente individual comande informações sobre todo o conjunto de tais
conhecimentos.
6

3.0.Considerações finais

Assim, a aglomeração gera externalidades através do relacionamento entre firmas e pessoas


envolvidas nas actividades correlatas locais, o que estimula a criação, difusão e aperfeiçoamento
de novas ideia sintetizado pelo termo "spillover informacional ou de conhecimento", que
resultam em economias externas tecnológicas para as plantas ali localizadas.

A aglomeração em si pode atrair para a sua proximidade actividades subsidiárias que reduzem o
custo de transporte dos insumos, matérias-primas e instrumentos. Isso, além de permitir uma
maior organização do comércio, pode gerar sinergias entre os diversos segmentos da cadeia
produtiva proporcionando economias pecuniárias de insumos. Marshall frisa que há também
economias proporcionadas pela acumulação de experiência dos trabalhadores no mercado local,
aumentando a capacitação da força de trabalho e a sua produtividade.

A dispersão mundial das actividades económicas revela o andamento da globalização em nosso


mundo. Não há possibilidades de pensar a economia global sem reflectir sobre a importância de
cidades que movimentam o mundo, tais como São Paulo, Nova Iorque e Londres. Estas cidades,
centros financeiros e cosmopolitas da globalização, reflectem a dispersão das actividades
económicas ao redor do globo.
7

4.0.Referências bibliográficas
CAVALCANTE, L. R (2003). A era da indústria: a economia baiana na segunda metade do
século XX. Salvador: FIEB.

COSTA, J. S. (2002). Compêndio de economia regional. Lisboa: APDR.

FUJITA, M. (2002). Economia Espacial: Urbanização, Prosperidade Económica e


Desenvolvimento Humano no Mundo. Futura, São Paulo.

HADDAD, P. R. (2001). Economia regional, teorias e métodos de análise. Fortaleza: BNB;


Etene.

Você também pode gostar