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DE TEMPOS E
MÉTODOS
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
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http://lattes.cnpq.br/9966931394841934
http://lattes.cnpq.br/9209503500988530
APRESENTAÇÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)!
Neste livro, vamos estudar um tema muito importante para as empresas atuais e conhe-
cer quais são as ferramentas necessárias para realizar o estudo de tempos e métodos
dentro de uma organização e, assim identificar os pontos que podem ser melhorados
para se ter uma maior produtividade e eficiência no processo produtivo, e acima de
tudo, atender ao cliente final com o melhor tempo possível e qualidade.
Vamos construir juntos um conhecimento teórico e prático para ser aplicado na sua em-
presa. Vamos começar?
Na unidade I, intitulada “Introdução a Tempos e Métodos”, vamos conhecer a defini-
ção e finalidades do estudo de tempos e métodos. A aplicabilidade da cronometragem
e cronoanálise, ferramentas de trabalho e as terminologias utilizadas no processo.
Na unidade II, intitulada de “Preparação e Métodos de Trabalho”, iremos estudar as
tolerâncias, os tempos improdutivos, métodos; postura e dispositivos de trabalho que
tornam o processo seguro e, principalmente, faz com que possamos conhecer as prin-
cipais necessidades dos operadores no decorrer da cronometragem das operações. Ire-
mos também conhecer as normas e requisitos de espaços de trabalho, que devem estar
regulamentados e seguros no ambiente de trabalho.
Na unidade III, que tem o título “Ferramentas de Tempos e Métodos”, mostraremos o
gráfico de fluxo do processo, gráfico homem-máquina e o MTM, que é uma outra forma
de se conhecer o tempo da operação, antes mesmo dela ser executada. Com esse levan-
tamento, podemos planejar e dimensionar maquinários, pessoas, capacidade produtiva
e vendas, conhecer o custo produtivo, dentre outras aplicações.
Na unidade IV, com o título “Execução da Cronometragem e Cronoanálise”, vamos
mostrar as funções e definições de um departamento de estudo de tempos e métodos,
a função do cronometrista e quais os itens com que ele deverá se preocupar antes, du-
rante e após o processo de coleta de tempos com os operadores, e por fim, o procedi-
mento de cronometragem, com o passo a passo de como executar na empresa.
Para encerrar, na unidade V, intitulada “Análise e Indicadores de Produtividade”, ire-
mos mostrar dimensionamento de pessoal e posto de trabalho,capacidade de produção
e balanceamento, cálculo da eficiência e produtividade e indicadores, carga de mão de
obra e máquina, finalizando com o prêmio de produtividade e permitindo que você te-
nha um conhecimento amplo do início ao fim de todo o processo que envolve o estudo
de tempos e métodos.
Caro(a) aluno(a), desejamos a você um ótimo estudo!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
25 Ferramentas de Trabalho
30 Considerações Finais
35 Referências
36 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE II
39 Introdução
42 Tempos Improdutivos
46 Métodos de Trabalho
53 Posturas de Trabalho
57 Dispositivos de Trabalho
60 Considerações Finais
65 Referências
66 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE III
69 Introdução
83 MTM X Cronoanálise
87 Considerações Finais
92 Referências
93 Gabarito
UNIDADE IV
97 Introdução
125 Referências
126 Gabarito
12
SUMÁRIO
UNIDADE V
129 Introdução
176 Referências
177 Gabarito
178 Conclusão
Professora Me. Cristiana de Carvalho Almeida
Professora Esp. Aline Deldoto
I
Professora Esp. Vanessa Emerick Pires
INTRODUÇÃO A TEMPOS E
UNIDADE
MÉTODOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Mostrar a evolução do estudo de tempos e métodos.
■■ Conceituar estudo de tempos e métodos.
■■ Trazer informações relacionadas à aplicabilidade do tempo na
empresa.
■■ Conhecer as ferramentas necessárias para cronometragem.
■■ Apresentar as terminologias utilizadas no estudo de tempos e
métodos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Histórico do estudo de tempos e métodos
■■ Definição e finalidade do estudo de tempos e de métodos
■■ Aplicabilidade da cronometragem e cronoanálise
■■ Ferramentas de trabalho
■■ Terminologias usadas em cronometragem
15
INTRODUÇÃO
Caro(as) aluno(as),
nesta primeira unidade serão apresentadas questões relacionadas ao con-
ceito de estudo de tempos e métodos, sua evolução no decorrer dos anos e os
principais autores que abordaram estudos na área.
O estudo de tempos e métodos torna-se uma ferramenta de grande importân-
cia para as empresas que estão em busca de melhoria da produtividade, redução
de custos e otimização de processos produtivos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
HISTÓRICO DO ESTUDO DE TEMPOS E MÉTODOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Administração Científica. Acrescentou a estes a ideia de padronização dos pro-
dutos e de fazer produtos se moverem, enquanto estações de trabalho ficavam
estáticas. Isso trouxe grande aumento de produtividade. A eficiência em custos
desse tipo de organização do trabalho advém de três fatores, conforme Correa
e Correa (2008, p. 11):
■■ menor tempo de treinamento necessário por trabalhador, porque os méto-
dos e os procedimentos são limitados;
■■ maior ritmo de trabalho, levando a maiores produções em menor tempo;
■■ menor remuneração paga, porque os requisitos de educação e de habili-
dade são menores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 1 - Finalidades do Estudo de Tempos e Métodos
Fonte: Peinado e Graeml (2007).
dos fatores que participam do trabalho, fatores como: método, materiais, ferra-
mentas e os movimentos praticados pelo operador. Os dados são obtidos para
análise por meio de mapas que podem ser relativos ao processo, à utilização do
equipamento e da execução da operação.
Depois de ser encontrado o melhor meio de realizar o trabalho, os fatores ou
as condições devem ser registrados e padronizados para que não haja alterações
sem a realização de novos estudos. Porém, os métodos devem ser constantemente
analisados e estudados, inclusive com a participação dos operadores. Sempre que
for encontrado um meio melhor que o anterior, o método precisa ser alterado.
O desenvolvimento de um método não terá força se o operador não for conve-
nientemente treinado e acompanhado.
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APLICABILIDADE DA CRONOMETRAGEM E
CRONOANÁLISE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tarefa no fluxo produtivo, permitindo um tempo de tolerância para as necessi-
dades fisiológicas, possíveis quebras de maquinários, entre outras.
Segundo Sugai (2003), o uso da cronoanálise é indicado quando há necessi-
dade de melhorar a produtividade e entender detalhadamente o que ocorre no
processo produtivo. Por meio dela é possível identificar os pontos ineficientes
do processo, bem como os desperdícios de tempo. Isso facilita a realização de
estudo de melhoria de processos e o aumento da produtividade.
Toledo Jr e Kuratomi (1977) consideram a cronoanálise como a base para a
racionalização da produção, do espaço físico, do maquinário e do capital humano.
Considerando a importância da cronoanálise, é possível constatar que são
sete os passos definidos para a realização desse método, conforme Barnes (1977):
1. obter e registrar as informações sobre a operação e o operador em estudo;
2. dividir a operação em elementos;
3. observar e registrar o tempo gasto pelo operador;
4. determinar o número de ciclos a serem cronometrados;
5. avaliar o ritmo do operador;
6. determinar as tolerâncias;
7. determinar o tempo-padrão para a operação.
FERRAMENTAS DE TRABALHO
Ferramentas de Trabalho
26 UNIDADE I
TEMPO TEMPO
MEDIDO COM TRANSFORMADO
CÁLCULO
CRONÔMETRO PARA O SISTEMA
COMUM CENTESIMAL
2 min 54 2,9 min 2 + 54/60 = 2,9 min
segundos
37 segundos 0,62 min 37/60 = 0,617
1 hora 24 min 1,43 horas ou 1 + 24/60 + 12/360 = 1 + 0,4 + 0,033 = 1,43
12 seg 84,2 min horas ou
1x60 + 24 + 12/60 = 84,2 min
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Quadro 2 - Transformação usando o cronômetro sexagesimal ou comum
Fonte: o autor.
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variável, embora o método e as condições de trabalho permaneçam os mesmos.
Ex: quando há variáveis no tamanho do produto.
Frequência: número de vezes que o elemento se repete na operação que está
sendo cronometrada.
Gargalo: são pontos de acúmulo na produção, que limitam a capacidade
final de produção. Isto significa que a quantidade de produtos disponibilizados
ao consumidor final em um determinado intervalo de tempo dependem desses
pontos identificados como gargalo. Exemplificando, consideramos uma indús-
tria cujo setor de manufatura tenha capacidade para produzir mil unidades por
hora de um determinado produto. Se o setor de embalagem dessa mesma indús-
tria for capaz de embalar apenas 800 unidades por hora, teremos aí um gargalo
e a produção final dessa empresa será restringida a 800 unidades. Se o setor de
embalagens fosse dimensionado para embalar duas mil unidades, mas a manufa-
tura só tivesse capacidade para mil, agora o novo gargalo seria no setor anterior.
É muito importante identificar os gargalos e analisar todo o processo, verificando
o impacto no resultado final.
Interferência: é a leitura representada por uma interrupção que não seja
uma ocorrência regular do ciclo de trabalho e para a qual não se faz previsão na
sequência normal dos elementos de uma operação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Destacamos também outro ponto importante, que é o conhecimento das ter-
minologias que se utilizam no processo de implantação do estudo de tempos e
métodos.
Vocês também tiveram a oportunidade de conhecer os conceitos de crono-
metragem e cronoanálise e a sua aplicação na empresa. Destacamos as funções
e finalidades de cada uma delas e como a empresa poderá ser beneficiada com
a implantação da cronometragem e cronoanálise.
Sendo assim, vocês podem ter um conhecimento abrangente do estudo de
tempos e métodos e, principalmente, qual a vantagem da empresa implantar
essa ferramenta na produção e quais resultados serão alcançados. Tentem absor-
ver o máximo de conhecimento das unidades e procurem se capacitar, para que
vocês possam implantar e utilizar como uma técnica de otimização e maximi-
zação de resultados.
Queremos enfatizar que o seu conhecimento e acompanhamento, referen-
tes à Unidade I, são de extrema importância para que vocês possam desenvolver
uma cultura de implantação da cronometragem e cronoanálise e até mesmo esta-
rem preparados para capacitar a sua equipe de trabalho.
Por fim, aproveitem esta unidade para avançar ainda mais no assunto e bus-
car outros materiais auxiliares para complementar o seu estudo. Desejamos que
vocês tenham aproveitado e desenvolvido a curiosidade e, acima de tudo, o obje-
tivo de implantar o estudo de tempos e métodos.
1. Segundo o que foi estudado, assinale a alternativa que indique qual a melhor
definição da cronometragem.
a) A cronometragem é o controle dos operadores dentro dos setores produtivos.
b) A cronometragem é a medição do tempo das operações de um produto, com
o objetivo de identificar e determinar o tempo de cada operação produtiva.
c) A cronometragem monitora os produtos que não têm o tempo especificado
na sua criação.
d) A cronometragem é utilizada somente para mensurar a unidade de tempo no
desenvolvimento do produto.
e) A cronometragem poderá ser utilizada somente para determinados produtos
e setores, excluindo a sua atuação em todos os setores produtivos.
2. Referente às terminologias utilizadas na cronometragem, analise as seguintes
assertivas.
I. É a realização completa de todos os elementos de uma operação, com início
e fim definidos.
II. O gargalo é um ponto de acúmulo na produção, que poderá ser identificado
no processo de estudo de tempos e movimentos.
III. A produtividade pode ser a estimativa do que será produzido, sem verificar o
que realmente se produziu por um operador.
IV. O tempo de set-up é o tempo de preparar os materiais, equipamentos, ferra-
mentas e dispositivos de trabalho necessários para o funcionamento do cen-
tro de produção ou posto de trabalho.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) apenas II e III estão corretas.
c) apenas I está correta.
d) apenas I, II e IV estão corretas.
e) nenhuma das alternativas está correta.
3. Deu acordo com o que estudamos na Unidade I, analise as assertivas em verda-
deiro (V) ou falso (F).
( ) Dentre as aplicações da cronometragem, está a determinação dos padrões de
custo e rendimento da mão de obra que podem otimizar os processos e ser
uma ferramenta de tomada de decisão na indústria.
32
Tempos Modernos
Um operário de uma linha de montagem que testou uma “máquina revolucionária”
para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela “monotonia frenética” do
seu trabalho. Após um longo período em um sanatório, ele fica curado de sua
crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova
vida, mas encontra uma crise generalizada e, equivocadamente, é preso como
um agitador comunista que liderava uma marcha de operários em protesto.
Simultaneamente, uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que
ainda são bem garotas. Elas não têm mãe e o pai delas está desempregado, mas o
pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs,
mas enquanto as menores são levadas, a jovem consegue escapar.
1. B.
2. D.
3. A/ V / F/ V
4. A padronização dos produtos e a ideia de fazer produtos moverem-se en-
quanto estações de trabalho ficavam estáticas, trouxeram grande aumento de
produtividade. Com isso, aumentou eficiência em custos, já que o tempo de
treinamento necessário por trabalhador era menor, porque os métodos e os
procedimentos são limitados; aumentou o ritmo de trabalho, levando a maio-
res produções em menor tempo; a remuneração paga era mais baixa, porque os
requisitos de educação e de habilidade são menores.
5. Tempos e métodos é uma ferramenta que pode ser utilizada em qualquer seg-
mento que tenha uma operação, tanto no setor industrial quanto de serviços.
As principais aplicações são para calcular a eficiência do operador ou do pro-
cesso, conhecer a capacidade produtiva, avaliar gargalos, levantar custos da
operação, fazer balanceamento de pessoal e máquinas, otimizar os métodos
de trabalho resultando em aumento de produtividade, programar a produção
e levantar o tempo de entrega de cada ordem de produção ou serviço, dentre
outros.
Professora Me. Cristiana de Carvalho Almeida
Professora Esp. Aline Deldoto
II
Professora Esp. Vanessa Emerick Pires
PREPARAÇÃO E MÉTODOS
UNIDADE
DE TRABALHO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender as tolerâncias do processo e sua influência no
resultado final.
■■ Identificar os desperdícios da produção por meio da ferramenta
Kaizen.
■■ Definir os métodos de trabalho e as ferramentas utilizadas para
apoio.
■■ Organizar o espaço de trabalho de acordo com a Norma
Regulamentadora ABNT NR-17.
■■ Conhecer as posturas de trabalho e quais os benefícios para a saúde
dos colaboradores.
■■ Remanejar o posto de trabalho aplicando conhecimentos da
Ergonomia.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Estudo das Tolerâncias
■■ Tempos Improdutivos
■■ Métodos de Trabalho
■■ Normas e Requisitos de Espaços de Trabalho
■■ Posturas de Trabalho
■■ Dispositivos de Trabalho
39
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
na Unidade II, serão apresentados os tempos e as tolerâncias que são desig-
nados para uma determinada atividade e sua influência no resultado final. Uma
delas acontece sem domínio do operador, ou seja, são as paradas programadas
pelos setores de apoio para uma manutenção em máquina, por exemplo.
Sabemos que esse tipo de parada influencia no resultado final da atividade
na qual, para mensurar essas paradas, muitas empresas trabalham com apon-
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tamentos diários, sendo que os lançamentos ocorrem em tempo real. Além das
informações de produção, velocidade de máquinas e eficiência, os apontamen-
tos têm a função de revelar os tempos improdutivos, ou seja, aqueles tempos em
que a organização perde com alguns desperdícios da produção.
Ao longo da unidade, serão abordados os sete desperdícios nas organiza-
ções e o uso de uma ferramenta importante para combater esses desperdícios:
Kaizen, uma metodologia japonesa que significa melhoria contínua. Por meio
da aplicação dessa ferramenta, a empresa consegue padronizar as atividades e
melhorar os resultados da empresa, com ganho de produtividade, faturamento
e diminuição dos desperdícios.
Relataremos a importância da participação dos gestores, direção e operado-
res para criar uma metodologia de trabalho. A função dessa metodologia é que
os operadores executem o trabalho de forma padronizada, ou seja, executem da
mesma forma, tendo os mesmos resultados com menor número de movimen-
tos possíveis.
Para finalizar, discutiremos a ergonomia no espaço de trabalho. Mencionaremos
a importância de uma postura correta para designar qualquer atividade, seja ela
realizada na posição deitada, em pé ou sentada.
Algumas doenças ocupacionais aparecem devido à má postura no ambiente de
trabalho e à alocação dos dispositivos de trabalho. Essas doenças aparecem com
o tempo, são chamadas por alguns atores de LER (Lesão por Esforço Repetitivo)
e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).
Preparados para o estudo?
Então, vamos lá!
Introdução
40 UNIDADE II
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ESTUDO DAS TOLERÂNCIAS
variar de indivíduo para indivíduo, de país para país, de acordo com a natureza
e ambiente de trabalho. Em geral, trabalhos mais pesados e ambientes quentes
e úmidos requerem maior tempo para essas necessidades.
Tolerância para alívio da fadiga: até hoje não existe uma forma satisfató-
ria de se medir a fadiga, que é proveniente não só da natureza do trabalho, mas
também das condições ambientais do trabalho. Na prática das empresas brasi-
leiras, o que se tem observado é a utilização de uma tolerância de 15% e 20% do
tempo para trabalhos normais em condições de ambiente normais.
Tolerância para espera: além das tolerâncias necessárias para as atividades
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pessoais e para o alívio da fadiga, existe outro tipo de tolerância para situações
sobre as quais o trabalhador não tem domínio, dentre as quais as mais usadas
são as esperas de trabalho. As esperas podem ter vários motivos, dentre eles é
possível citar: necessidades de pequenos ajustes de máquinas, interrupções do
trabalho pelo próprio supervisor, falta de material, falta de energia e necessidades
de manutenção preventiva. Esses tipos de esperas podem ser determinados por
meios de estudos contínuos ou de amostragem de trabalho, feitos ao longo de um
período de tempo suficientemente grande para validar os valores encontrados.
Esses tipos de tolerância não necessariamente devem fazer parte do tempo
padrão. Caso esse tipo de tolerância não seja incluído no tempo-padrão, o tempo
de espera deve ser subtraído da capacidade disponível do homem hora/máquina
na jornada de trabalho (PEINADO; GRAEML, 2007).
As tolerâncias para espera, conforme mencionadas por Peinado e Graeml
(2007), são aquelas que o operador não tem domínio, em que as mais usadas são
as esperas de trabalho. Essas tolerâncias deverão ser analisadas e programadas
junto aos setores envolvidos, por exemplo: programação e Gerência de Produção.
Vale ressaltar a importância de um apontamento estruturado na organização,
em que os tempos gastos para realizar uma determinada manutenção deverão
ser cronometrados e registrados.
Para que essas paradas de manutenções não comprometam as produções
diárias, ficando com a meta de produção abaixo do esperado, é importante o
Gerente de Produção avaliar o tempo gasto para realizar a manutenção e/ou
reparos no equipamento.
TEMPOS IMPRODUTIVOS
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tivo de medir o desempenho das atividades.
Tempo-padrão é o tempo necessário para
executar uma operação de acordo com o método
estabelecido, em condições determinadas por um
operador apto e treinado, possuindo habilidade
média, trabalhando com esforço médio durante todas
as horas de serviço (TOLEDO JR, 2005).
A organização deve aplicar algumas ferramentas
disponíveis para melhorar a aplicação deste valioso
produto que é o tempo.
Os desperdícios devem ser analisados e ponderados,
pois assim a organização terá reduções efetivas dos custos de produção. Segundo
Shingo (1991), as sete categorias de desperdícios são: desperdícios de super-
produção, desperdícios de espera, desperdícios de transporte, desperdícios de
processamentos, desperdícios de movimentos, desperdícios de produzir produ-
tos defeituosos e desperdícios de estoque, apresentados a seguir.
■■ Desperdícios de Superprodução: é o desperdício de se produzir ante-
cipadamente à demanda para os casos dos produtos serem requisitados
no futuro.
■■ Desperdícios de Espera: trata-se do material que já está esperando para
ser processado, formando filas que visam a garantir altas taxas de utili-
zação do equipamento.
Tempos Improdutivos
44 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ estou muito ocupado para estudar o assunto!
■■ É uma boa ideia, porém prematura!
■■ Não está previsto no orçamento!
■■ A teoria é diferente na prática!
■■ Você não tem outra coisa a fazer!
■■ Acho que isso não vem ao encontro das políticas corporativas!
■■ Não é da nossa alçada; deixem os outros pensarem no assunto!
■■ Você está insatisfeito com o seu trabalho?
■■ Não é melhoria, é bom senso!
■■ Já sei os resultados mesmo que a gente não faça!
■■ Eu não serei responsável por isso!
■■ Você não pode pensar em algo melhor?
Tempos Improdutivos
46 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MÉTODOS DE TRABALHO
do corpo ou parte deste. O ideal é o trabalhador efetuar sua atividade com menor
número de movimentos possíveis, garantindo sua segurança e evitando a fadiga.
Além dos movimentos realizados pelos operadores, o ambiente de trabalho
deve ser analisado, pois ele interfere na qualidade do serviço oferecido ao cliente.
O mobiliário presente no ambiente de trabalho deve ser ajustável à posição do
operador, de modo com que consiga se adequar e realizar a atividade sem esfor-
ços e sem prejudicar sua saúde.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Métodos de Trabalho
48 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NORMAS E REQUISITOS DE ESPAÇOS DE TRABALHO
Para os trabalhos que são executados em pé, de acordo com a ABNT NR-17,
os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicio-
namento e dimensões que possibilitem fácil alcance. Os assentos utilizados nos
postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto,
descritos pela ABNT NR-17:
■■ altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
■■ características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
■■ borda frontal arredondada;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região
lombar.
dições de conforto:
■■ níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma bra-
sileira registrada no INMETRO;
■■ índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC;
■■ velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
■■ umidade relativa do ar não inferior a 40%.
Em todo local de trabalho deve haver uma iluminação adequada, seja ela natu-
ral ou artificial. A iluminação deve ser projetada de forma a evitar ofuscamentos
e sombras, dificultando o serviço a ser realizado pelo trabalhador. Os níveis de
iluminação do ambiente de trabalho, segundo a ABNT NR-17, devem ser feitos
no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando um luxímetro
com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do
ângulo de incidência.
Organização no trabalho:
a organização no trabalho, para efeito da ABNT NR-17, deve levar em conside-
ração, no mínimo:
■■ as normas de produção;
■■ o modo operatório;
■■ a exigência do tempo;
■■ a determinação do conteúdo de tempo;
■■ o ritmo do trabalho;
■■ o conteúdo das tarefas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ devem ser incluídas pausas para descanso;
■■ quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a quinze dias, a exigência de produção deve permitir um
retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao
afastamento.
POSTURAS DE TRABALHO
Posturas de Trabalho
54 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
13. Os objetos devem ser posicionados de maneira a permitir uma sequên-
cia adequada de utilização.
14. Deve haver boas condições ambientais (luz, ruído, temperatura e umi-
dade).
15. O assento deve seguir os conceitos ergonômicos.
16. O conjunto de mesas-assento deve permitir que o operador possa traba-
lhar alternadamente sentado ou em pé.
Segundo Iida (2005), diversos critérios podem ser adotados para avaliar a ade-
quação de um posto de trabalho. Entre eles, se inclui o tempo gasto na operação
e o índice de erros e acidentes. Contudo, um dos melhores critérios, do ponto
■■ trabalhos estáticos que envolvem uma postura parada por longos períodos;
■■ trabalhos que exigem muita força;
■■ trabalhos que exigem posturas desfavoráveis, como o tronco inclinado
e torcido.
No primeiro caso, a sobrecarga sobre os músculos e articulações podem levar
à rápida fadiga muscular, dores e lesões. Os trabalhos que exigem uma sobre-
carga biomecânica também podem provocar lesões musculares (IIDA, 2005).
Posturas Básicas
Trabalhando ou repousando, o corpo assume três posturas básicas: as posições
deitadas, sentada e em pé, que são apresentadas a seguir, segundo Iida (2005).
Posição deitada: na posição deitada, não há concentração de tensão em
nenhuma parte do corpo. O sangue flui livremente para todas as etapas do corpo,
contribuindo para eliminar os resíduos do metabolismo e as toxinas dos múscu-
los, provocadores da fadiga. É, portanto, a postura recomendada para repouso e
recuperação da fadiga. Contudo, não se recomenda essa postura para o trabalho,
porque os movimentos se tornam difíceis e fica muito cansativo elevar a cabeça,
braços e mãos.
Em alguns casos, a posição horizontal é assumida para realizar algum tra-
balho, como, por exemplo, a manutenção de automóveis. Nesse caso, a cabeça (4
a 5kg), geralmente fica sem apoio, a posição pode se tornar extremamente fati-
gante, sobretudo para a musculatura do pescoço. As dores nessa região podem
aparecer em minutos.
Posturas de Trabalho
56 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
recomenda que o corpo possua algum ponto de referência e apoios.
Posição sentada: a posição sentada exige atividade muscular do dorso e do
ventre para manter esta posição. Praticamente todo o peso do corpo é suportado
pela pele que cobre o osso ísquio, nas nádegas. O consumo de energia é de 3 a 10%
maior em relação à posição horizontal. A postura ligeiramente inclinada para a
frente é mais natural e menos fatigante do que aquela ereta. O assento deve per-
mitir mudanças frequentes de posturas, para retardar o aparecimento da fadiga.
DISPOSITIVOS DE TRABALHO
Dispositivos de Trabalho
58 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ espaços para acomodar as pernas e realizar movimentações laterais do
corpo;
■■ dimensionamento das folgas;
■■ altura para a visão e ângulo visual.
Essas dimensões devem ser analisadas de usuário para usuário, sendo que as pro-
porcionalidades de estatura são diferentes umas das outras. A organização deve
estar ciente da importância desses parâmetros para a execução do trabalho sem
interrupções (IIDA, 2005).
Existem diversos critérios nos quais se baseiam os arranjos físicos dos pos-
tos de trabalho. Aqueles mais importantes são descritos a seguir (IIDA, 2005).
Importância: colocar o componente mais importante em posição de desta-
que no posto de trabalho, de modo que ele possa ser continuamente observado
ou facilmente manipulado. Por exemplo, no radar, o componente mais impor-
tante é a tela e, portanto, deve ocupar o centro das atenções. No automóvel, o
velocímetro e o volante ocupam essas posições de destaque.
Frequência de uso: os componentes usados com maior frequência devem
ser colocados em posição de destaque ou de mais fácil alcance e manipulação.
Por exemplo, para arranjo de uma bancada para montagem, as peças a serem
utilizadas com maior frequência devem ser colocadas logo a frente do operador,
onde são mais facilmente visualizadas e alcançadas com as mãos e, lateralmente,
aquelas com menor frequência de uso.
Agrupamento funcional: os elementos de funções semelhantes entre si formam
subgrupos que são mantidos em blocos. Por exemplo, num painel de comando,
Esses ajustes devem ser simples, não podem depender de muito esforço físico, pois
isso acaba desestimulando o usuário, levando-o ao cansaço físico, stress e fadiga.
Dispositivos de Trabalho
60 UNIDADE II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na Unidade II, foram apresentados os tempos que são designados para reali-
zar uma determinada atividade. Porém, há algumas tolerâncias no processo que
influenciam no resultado final. Observamos que as tolerâncias mencionadas no
texto, em algumas vezes, não dependem exclusivamente do operador. Por isso,
a importância de conhecer essas tolerâncias, ambiente de trabalho e limitações
de cada pessoa.
Outro assunto importante mencionado ao longo da unidade foi de observar-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mos quais os desperdícios na produção e quais as implicações desses desperdícios
na minha produção; como o Engenheiro de Produção pode observar esses desper-
dícios dentro da empresa e trabalhar com ferramentas que auxiliem na redução
desses tempos. Você conheceu a ferramenta kaizen, cujo objetivo principal é a
melhoria contínua. Porém, vale ressaltar que muitas ferramentas da qualidade
auxiliam nessa melhoria. Convido você a pesquisar sobre o assunto e aplicar
algumas das ferramentas na sua empresa.
No decorrer da unidade, conhecemos a postura ideal e correta para efetuar
qualquer tipo de atividade, seja ela em pé, deitada ou sentada. Ressaltamos, ao
longo da unidade, algumas doenças relacionadas ao trabalho, que aparecem
devido a uma má postura e mobiliários, que advem de um posto de trabalho
deficiente. Por isso a importância de uma análise do trabalho, de mobiliários que
atendam as demandas de cada funcionário.
As metodologias de trabalho devem constar os movimentos necessários e
adequados para os operadores efetuarem as atividades e o posto de trabalho.
Com isso, você pode ter uma visão geral de como prevenir doenças ocupacio-
nais e como o ambiente de trabalho pode influenciar para que isso não ocorra.
Sendo assim, você pode ter um conhecimento abrangente de como aplicar
essas metodologias dentro da organização, avaliando, principalmente, quais os
benefícios que sua empresa terá e, principalmente, a qualidade de vida de cada
funcionário.
REFERÊNCIA ON-LINE
1
Em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso
em: 7 nov. 2017.
GABARITO
1. A.
2. B.
• Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira
registrada pelo INMETRO.
• Índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC.
• Velocidade do ar não superior a 0,75m/s.
• Umidade relativa do ar não inferior a 40%.
4. A.
5.
• Estou muito ocupado para estudar o assunto!
• É uma boa ideia, porém prematura!
• Não está previsto no orçamento!
• A teoria é diferente na prática!
• Você não tem outra coisa a fazer!
• Acho que isso não vem ao encontro das políticas corporativas!
• Não é da nossa alçada; deixem os outros pensarem no assunto!
• Você está insatisfeito com o seu trabalho?
• Não é melhoria, é bom senso!
• Já sei os resultados, mesmo que a gente não faça!
• Eu não serei responsável por isso!
• Você não pode pensar em algo melhor?
Professora Me. Cristiana de Carvalho Almeida
Professora Esp. Aline Deldoto
III
Professora Esp. Vanessa Emerick Pires
UNIDADE
MEASUREMENT)
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer o método MTM (Methods Time Measurement ou Método
de Medição de Tempos).
■■ Apresentar os benefícios e aplicação do método.
■■ Refletir sobre a diferença entre MTM e Cronometragem.
■■ Apontar como o método pode ser combinado com outras
ferramentas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Entendendo o que é MTM
■■ Benefícios e Aplicação do MTM
■■ MTM X Cronoanálise
■■ Combinação com outras ferramentas
69
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
acredito que você está encantado(a) em descobrir um pouco mais sobre
Tempos e Métodos, já que é uma ferramenta prática e que oferece um resultado
surpreendente.
Até esse momento, você compreendeu a importância do levantamento de
tempos de operações para gerenciar e controlar, para implantação de melhorias,
e também identificar o melhor método de trabalho, analisar o desempenho de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
70 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ENTENDENDO O QUE É MTM
EVOLUÇÂO DO MTM
APLICAÇÃO DO MTM
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vinculados ao desempenho, produtividade e realizar pré-cálculos.
■■ Instrução de trabalho: para descrever o método adequado para orienta-
ção para realização da atividade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou do corpo, torna-se necessária a consideração de tempos para os olhos.
Tempo para os
Há dois tipos de movimentos para os olhos: (1) tempo de focalização, que
olhos
é o tempo para focalizar certo objeto e distinguir certas características;
(2) tempo de deslocamento do olhar, é afetado pela distância entre os
pontos da qual e na qual os olhos se deslocam e pela distância medida na
perpendicular tirada do olho à linha de deslocamento.
Os tempos de movimentos de corpo, perna e pé também são classificados
Movimento do em relação ao tipo de movimento e a distância percorrida. Os tipos de
corpo, perna e pé quinze movimentos podem ser do tipo movimento dos pés, pernas, passo
ao lado, curvar, ajoelhar, sentar, levantar da posição sentada e andar.
Quadro 2 - Movimentos Fundamentais do sistema MTM
Fonte: Barnes (1977).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
BENEFÍCIOS E APLICAÇÃO DO MTM
BENEFÍCIOS DE SUA
APLICAÇÃO
Peinado e Graeml (2007) citam cinco aplicações para a utilização deste método:
■■ caracterizar o fator de tolerância referente ao tempo de espera que pode
ser incorporado ao tempo padrão;
■■ identificar o grau de utilização das máquinas, aparelhos e equipamentos
de transporte e índices de inatividade de um operador;
■■ designar a atividade de mão de obra indireta para ratear custos (inclu-
sive sistema ABC);
■■ estimar o tempo gasto em várias atividades antes dela ser realizada;
■■ estimar tempo padrão de uma operação diante de diversas circunstâncias.
Evitar desperdícios
Planejamento
desperdício racionalizado Ganho (%)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
38%
Unidades de íserção
Evitar movimentos
62%
corporais
Essa figura nos mostra as vantagens em utilizar o MTM e, de uma forma sim-
plificada, como podemos melhorar os métodos de trabalho por meio de alguns
princípios do MTM e, assim, ter ganhos consideráveis em produtividade. Porém,
é essencial destacar que, muitas vezes, o operador não consegue identificar esses
desperdícios. Em vias gerais, o encarregado ou supervisor da produção pode
auxiliar muito para essa análise de movimentos, assim como um cronoanalista,
um analista de operações, dentre outros.
O MTM pode ser utilizado sempre que for preciso planejar, organizar e rea-
lizar uma tarefa humana. Encontram-se aplicações do método MTM não só
nas áreas de produção, logística e manutenção, mas também na administra-
ção e prestação de serviços.
Segundo Almeida (2008), são citados cinco etapas para a aplicação em uma
empresa como um todo, conforme Figura 4:
Melhoria
nas
atividades
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 5 - Processo de Melhoria Contínua na Aplicação de MTM em um posto de trabalho
Fonte: Almeida (2008).
Para exemplificar essa abordagem: em uma empresa foi desenvolvida uma área
para treinamento de métodos. Primeiramente, o método adequado será anali-
sado e definido, determinando a faixa de distância ideal, o peso das ferramentas
e materiais, o posicionamento das peças e ferramentas no posto de trabalho uti-
lizando uma ergonomia adequada, dentre outras. Na sequência, o operador será
treinado em uma área específica, para que no momento que esse operador for
para a linha de produção, a curva de aprendizagem se tornará muito menor e,
consequentemente, mais eficiente.
1. Em direção ao corpo na mesa (30 cm) Em direção ao corpo na mesa (30 cm)
2. Agarrar o corpo Agarrar a tampa
3. Em direção à tampa (10 cm) Em direção ao corpo (10 cm)
4. Posicionar o corpo na tampa Posicionar a tampa no corpo
5. Parada Em direção ao bolso (40 cm)
6. Parada Colocar no bolso
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 7 - Micromovimentos para a operação
Fonte: Martins e Laugeni (2015).
Com esse exemplo, visualizamos como na prática o MTM pode ser aplicado, desde
a análise de movimentos, aplicação da tabela predeterminada e, assim, identifica-
mos que o tempo para tampar a caneta e levá-la até o bolso é de 1,45 segundos.
MTM X CRONOANÁLISE
Levantamento de tempos
Multi-momento
Apontamento próprio
Comparar / Estimar
Gravação em vídeo
Tempos planejados
MTM X Cronoanálise
84 UNIDADE III
VANTAGENS DESVANTAGENS
Balanceamento sempre disponível Grande esforço inicial para alimentar a
MTM
e simples de fazer. base de dados (operações, códigos).
Processos armazenados em base Necessidade de treinamento na meto-
de dados estruturada. dologia MTM.
Melhor detalhe técnico para justifi- Necessidade de avaliação detalhada
car a necessidade de mão de obra. do processo (micro atividades).
Melhor detalhe técnico para justifi- Necessário interesse da produção em
car investimentos na linha. utilizar o sistema.
Produção consegue avaliar com
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
clareza a distribuição de mão de
obra na linha.
Elaboração de estudos de linhas de
montagem com maior precisão.
Melhor acerto entre planejamen-
to e produção para implementar
melhorias na linha.
Possibilidade de interface com sof-
twares utilizados pelas empresas.
Não utiliza operações e tempos-pa-
Cronoa- Permite otimizações rápidas e dire-
drão, dificultando a elaboração de
nálise tas na linha de montagem.
novos estudos da linha.
Definição de tempos mais rápida Definição de tempos com possibilida-
para processos existentes na linha. de de variação a cada cronometragem.
Necessidade de diversas cronome-
Confiabilidade do método. tragens para definir um bom tempo
médio.
Base de dados não estruturada para
Simples de se aplicar.
tempos cronometrados.
Quadro 3 - Comparativo de MTM e Cronoanálise
Fonte: Fonseca (2006).
sos. Usando o método para estabelecer o tempo padrão, não há erros assim.
Vide que há anos são estudados e comprovados que os tempos tabelados
pela MTM são confiáveis. Tendo em mente que os dados padrão do MTM são
para um operador de médio treinamento realizar todas as atividades sem fa-
diga. Assim, encontramos o tempo padrão da operação, apenas analisando
o seu método de trabalho, pelos seus movimentos.
Fonte: Mateus Coltro (2015, on-line)1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Ergonomia: para a aplicação de MTM, os fatores ergonômicos sempre
precisam ser considerados. No mesmo momento em que se diminuem
lesões ergonômicas, otimiza-se o processo. Outro aspecto importante que
resulta da combinação da MTM com a Ergonomia é o impacto positivo
no psicológico dos operadores diretos da linha de produção.
■■ TPM (Total Prevention Maintenance – Manutenção Preventiva Total): a
TPM indicará o que deve ser verificado, quando e quais os itens, enquanto
que o MTM apontará o melhor método em como realizar essa verifica-
ção e qual a duração.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Bom, aluno(a), até aqui conseguimos nos aprofundar um pouco mais sobre o
método MTM, pois além de propagar o estudo do método de trabalho, a fer-
ramenta ainda oferece uma metodologia para identificar o tempo padrão da
operação, analisando os micromovimentos realizados.
No decorrer da unidade, vimos como surgiu o MTM, como ele é utilizado,
sua aplicação, como implantar o método, seus principais benefícios e como ele é
fundamental para melhoria da produtividade, seja em qualquer atividade humana.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Entendemos também que o MTM possui uma abordagem que, sem deixar
de ser objetiva e metódica, desperta interesse não só aos diretores e gestores,
mas também aos funcionários e operadores. A sua correta implantação atende
às necessidades básicas de ergonomia dos colaboradores, além de dar eficiência
às linhas de produção, possibilitando uma real diminuição de custos. Quando
envolvemos diretamente o colaborador com metas, objetivos e acompanha-
mento, premiando ou não sua atuação, sempre atingimos ganhos significativos.
Sua evolução ininterrupta, ao longo do tempo, levou a uma consequente
aceitação e confiabilidade no mercado, porém, ainda precisa ser melhor difun-
dida nas pequenas e médias empresas.
Todos esses fatores abordados indicam que o MTM é uma ferramenta em
gestão de produção que se estabilizou nos processos industriais, e sua utilização
é uma decisão estratégica, já que contribui para o aumento da produtividade e
possibilita também a melhoria de processos, já que complementa os conceitos
da “Mentalidade Enxuta” e da “Teoria das Restrições”. A partir disso, conclui-se
que a metodologia MTM é uma ferramenta útil para o planejamento e organi-
zação dos métodos de trabalhos dos operadores e que, se combinada com outros
métodos aplicados pelas empresas, poderá resultar em excelentes resultados.
Considerações Finais
88
ficada, maquinário não adequado, baixa qualidade dos produtos, não interfe-
rem na implantação do MTM.
Assinale a alternativa correta:
a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) F, V, V.
d) V, F, V.
e) F, V, F.
5. Quais os principais micromovimentos que avaliamos ao utilizar o MTM?
MATERIAL COMPLEMENTAR
A Meta
Baseado no best-seller de Eli Goldratt, conta a inspiradora história que
explica como exemplos do dia a dia e conceitos que impulsionam o
desempenho para maior produtividade. Jonah é um dos personagens
centrais, traduzido no Brasil como A Meta: Um Processo de Melhoria
Contínua, Jonah personaliza a figura do consultor, lecionando as ideias
da teoria das restrições ao protagonista, um romance com abordagem
empresarial narrado em primeira pessoa.
Assistir ao filme criado sobre o tema vai mudar sua forma de ver a si mesmo
e ao mundo. O simples exemplo que Jonah nos dá sobre a excursão de
escoteiros mirins permite você descobrir que tudo é tão bom quanto o
pior de tudo, você é tão rápido em uma estrada quanto o mais lerdo da
fila (vide o caminhão tijoleiro na BR 101), você é tão ético quanto o ato
menos ético que fez etc.
veja como um software pode auxiliar você a determinar o tempo padrão de cada operação,
utilizando o MTM. Em inglês.
Web: <https://www.youtube.com/watch?v=Nj5bp6cx7RQ>
Mais softwares podem ser vistos por meio do site disponível em:
Web: <http://www.mtm.org/software/>.
Material Complementar
92
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIA ON-LINE
1
Em: <http://mfc1991.wixsite.com/matheuscoltro/single-post/2015/02/16/Meto-
dologia-MTM-vs-Cronoan%C3%A1lise>. Acesso em: 7 ago. 2017.
93
GABARITO
1. C.
2. O Método de Medição do Tempo MTM pode ser utilizado em qualquer empre-
sa que tenha atividades que envolvam pessoas. As principais vantagens são a
eliminação dos desperdícios, balanceamento das operações, levantamento dos
tempos antes mesmo da operação ser executada.
3. B.
4. A.
5. No total, são dezoito movimentos, porém, os essenciais são alcançar, pegar
(agarrar), mover, posicionar e soltar. Estes compõem entre 80% e 85% dos pro-
cedimentos realizados pelos seres humanos em uma tarefa.
Professora Me. Cristiana de Carvalho Almeida
Professora Esp. Aline Deldoto
IV
Professora Esp. Vanessa Emerick Pires
EXECUÇÃO DA
UNIDADE
CRONOMETRAGEM E
CRONOANÁLISE
Objetivos de Aprendizagem
■■ Mostrar as funções e definições de um departamento de estudo de
tempos e movimentos.
■■ Conhecer as funções do cronometrista.
■■ Apresentar o procedimento de cronometragem e cronoanálise.
■■ Realizar a avaliação de ritmo.
■■ Calcular tempo padrão.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Funções e definições de um departamento de estudo de tempos e
movimentos
■■ Funções do cronometrista
■■ Procedimento de cronometragem e cronoanálise
■■ Avaliação de ritmo
■■ Cálculo de tempo padrão
97
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
nesta Unidade IV serão apresentadas questões relacionadas às funções e defi-
nições de um Departamento de Estudo de Tempos e Movimentos, a função do
cronometrista e quais os pontos que devem ser observados na execução da cro-
nometragem e cronoanálise.
No decorrer da Unidade IV, você irá conhecer como se torna fundamental a
estruturação de um setor que visa a organização, planejamento e controle da cro-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
98 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FUNÇÕES E DEFINIÇÕES DE UM DEPARTAMENTO DE
ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS
FUNÇÕES DO CRONOMETRISTA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos para as tomadas de decisões que outras áreas
que dependem da cronometragem possam utilizar.
Dentre os pontos importantes que o crono-
metrista deve se atentar, estão (JACOÉ, 1968; AEP,
2003):
■■ obter informações a respeito da operação e do operário;
■■ analisar e simplificar a operação, se possível, e dividi-la em elementos;
■■ cronometrar a operação;
■■ determinar as tolerâncias;
■■ calcular o tempo-padrão.
Funções do Cronometrista
102 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As irregularidades que intervêm no decorrer do trabalho também devem
ser anotadas e ressaltadas nas observações da folha de cronometragem, como,
por exemplo: tempos de parada, incidentes, o operário deixou a peça cair, o
operário vai ao banheiro. Estes são eliminados no cálculo do tempo-padrão
(TOLEDO, 2007).
PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
TEMPOS NOS
SETORES
Setor:
Resp.:
Data:
Número de operadores envolvidos
S( )N( ) A máquina está trabalhando devidamente
S( )N( ) Os materiais estão de acordo com as especificações
S( )N( ) As ferramentas e equipamentos estão prontos
S( )N( ) O operador foi avisado de que a operação vai ser estudada
S( )N( ) O operador é experiente e qualificado para este serviço
Observações:
Essa é uma sugestão que poderá ser adaptada e melhorada, conforme a necessi-
dade da empresa, produto e processo que será cronometrado.
B- Obter Informações a Respeito da Operação e do Operário
Outro passo a ser verificado antes de executar a cronometragem é o item
referente às informações sobre a operação e o operador. Conforme Jacoé (1968),
o analista recebe a requisição e procura no arquivo o desenho e o processo de
Procedimento de Cronometragem
104 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Geralmente, o supervisor já está à espera do cronometrista, para acompa-
nhá-lo à área ou à máquina em que a operação está sendo feita. Caso haja mais
um operário na mesma operação, é dever do supervisor indicar ao analista qual
deles se acha em melhores condições de treinamento. Se o desejar, o supervisor
poderá acompanhar o analista na análise da operação e na tomada de tempos;
deve, entretanto, cooperar com o analista no sentido de prestar-lhe todas as infor-
mações necessárias (AEP, 2003).
Outros fatores também podem interferir na qualidade do tempo que será
cronometrado, se o cronometrista não observar aspectos sobre o funcionamento
do setor, turnos de trabalho e outros itens, tais como:
1. cronometrar olhando para o operador que executa a operação, pois a pre-
sença poderá gerar um impacto positivo ou negativo, no sentido de querer
mostrar que executa da melhor forma a operação ou sentir-se pressio-
nado e não conseguir desenvolver da melhor maneira. Orienta-se, nesses
casos, que o cronometrista tente não gerar nenhum tipo de pressão no
sentido que o operador se sinta no extremo dessas duas situações citadas.
2. Cronometrar em início de semana ou final de semana, percebendo as
condições fisiológicas dos operadores, de cansaço e ânimo, pois ocorrem
variações conforme os dias da semana e horários, que podem prejudicar
a cronometragem e não mostrar o verdadeiro tempo executado da ope-
ração. Recomenda-se que não realize a cronometragem após o almoço
ou perto do horário de saída, pois o operador está em ritmo de retomada
da operação ou finalizando para ir embora.
Todas essas orientações são para que o cronometrista tente eliminar o máximo de
situações desagradáveis no processo de cronometragem. Essas medidas antecipam
o processo de análise e simplificam as operações, para que elas sejam detalhadas
em elementos, percebendo algumas ações que poderão ser descartadas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A fim de evitar que uma fase deixe de ser analisada, o cronometrista recorre a
questionários, do tipo dos apresentados na Análise e Simplificação do Trabalho.
Partindo dos pontos mais grosseiros, tais como o manuseio das peças e o arranjo
do posto de trabalho, o analista vai interrogando a operação em todos os seus
aspectos, tais como:
Procedimento de Cronometragem
106 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
feita por tradição, apenas. Outras podem introduzir melhorias consideráveis por
meio de um método mais simplificado. Há casos em que as alterações propos-
tas não podem ser feitas imediatamente. Recomenda-se então a cronometragem
da operação conforme está para o estabelecimento de um padrão temporário,
enquanto se aguardam as melhorias (JACOÉ, 1968).
Ainda, segundo Jacoé (1968), terminada a análise da operação, quanto aos
pontos mencionados, o analista observa agora a sequência dos movimentos
realizados pelo operador. Recorrendo às Leis de Economia de Movimentos, ele
planeja os melhores movimentos e distâncias possíveis e, com o auxílio do super-
visor, treina o operador no novo método assim estabelecido.
O treinamento deve ser feito calmamente, orientando o operário nos míni-
mos detalhes, dando, pouco a pouco, todas as explicações necessárias para que
ele compreenda as razões dos movimentos propostos. O cronometrista acom-
panha o operário no novo método e, quando julgar que ele já tenha alcançado
o desembaraço e a proficiência necessária, revisa rapidamente a análise feita, se
perguntando se a operação está realmente pronta para a cronometragem. Passa,
em seguida, a decompor a operação nos seus elementos, tendo em mente os pon-
tos práticos estabelecidos nos tópicos anteriores (JACOÉ, 1968).
Jacoé (1968) destaca a importância de escolher as sequências de movimen-
tos compatíveis com a leitura do cronômetro, definindo com precisão os topes
(ou pontos finais) de cada sequência em particular. São bons exemplos de tope:
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Procedimento de Cronometragem
108 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
LEITURAS
FREQ:
Nº DESCRIÇÃO DOS ELEMENTOS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 RITMO TOLER. OPERADORA MÁQ. T. PADRÃO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
De acordo com AEP (2003), não se deve esquecer que, após ou em simultâneo,
com o registro do levantamento e divisão do trabalho em elementos de trabalho,
dever-se-á proceder à determinação dos tempos correspondentes, como fator
determinante para a realização de uma análise crítica.
No caso de se pretender apenas identificar a forma como uma determinada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
operação é realizada, pode-se efetuar uma medição grosseira dos tempos envol-
vidos na realização de cada uma das etapas, recorrendo a um cronômetro ou por
meio da contabilização do tempo no vídeo (caso se tenha realizado uma filma-
gem como base para a análise do método). Os tempos assim recolhidos não são
representativos, mas constituirão uma boa base de análise para o peso que cada
etapa tem na realização de uma determinada operação (AEP, 2003).
O autor Jacoé (1968) apresenta dois métodos:
1. o método de leitura contínua consiste em disparar o cronômetro no iní-
cio do primeiro elemento do primeiro ciclo a cronometrar, e só fazê-lo
parar no fim do último elemento do último ciclo cronometrado. Isto quer
dizer que a leitura se faz com os ponteiros em movimento, o que exige
um pouco mais de habilidade do observador e o que pode constituir, às
vezes, em fonte de erros de leitura. Entretanto, este método permite obter
o tempo total de todos os ciclos cronometrados.
A prática tem nos ensinado que este é um fator muito convincente. Muitas vezes,
o operário não está interessado em saber quantas peças por hora o estudo indica,
mas sim quantos minutos ele gastou para fazer tantas ou quantas peças. A par-
tir daí, ele usa a sua própria aritmética e consegue compreender, facilmente,
à sua maneira, aquilo que lhe desejávamos explicar por caminhos diferentes
(JACOÉ, 1968).
O que é mais importante, contudo, é que este método de leitura obriga o
analista a anotar todas as ocorrências durante o estudo, quer façam parte da ope-
ração ou não, para justificar o tempo total decorrido. Graças a isto, registra-se
a presença de muitos fatores importantes que poderiam passar despercebidos
Procedimento de Cronometragem
110 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
estudos levados a efeito durante semanas, às vezes. Então, o processo de sub-
tração torna-se realmente fastidioso. Os resultados finais, porém, justificam e
compensam o trabalho.
2. O método de volta a zero consiste em fazer a leitura do tempo e pressio-
nar a haste, fazendo os ponteiros retornarem a zero muito rapidamente,
iniciando-se, assim, a marcação do tempo do elemento seguinte. Esse
método diminui a possibilidade de erros na leitura, uma vez que os
ponteiros estão trabalhando enquanto o tempo é registrado na folha de
cronometragem. O observador tem uma pequena parcela de preocupa-
ção a menos (JACOÉ, 1968).
à prancheta, que permite a leitura dos tempos por meio de dois cronômetros
(JACOÉ, 1968).
Dessa maneira, ao iniciar a tomada de tempo, o observador faz funcio-
nar um dos cronômetros. Ao terminar o elemento, ele empurra uma alavanca
que faz parar o primeiro cronômetro e funcionar o segundo. Assim, enquanto
o segundo cronômetro vai marcando o tempo do elemento seguinte, o obser-
vador lê e registra o tempo do primeiro elemento e faz os ponteiros voltarem a
zero. Terminado o segundo, a alavanca funciona em sentido contrário, travando
o segundo cronômetro e disparando o primeiro, que passa a marcar o tempo do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3. O operador que realizou a tarefa (se for mais que um operador, pode-
-se utilizar a terminologia: Operador 1, Operador 2 etc.).
Procedimento de Cronometragem
112 UNIDADE IV
Durante a análise crítica do método, deve, para cada tarefa identificada, carac-
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terizá-la de acordo com a seguinte informação.
1. Tipo: operação; transporte; inspeção; espera; armazenagem;
2. Pequena descrição;
6. Tempo gasto;
7. Distâncias percorridas;
Ainda, para AEP (2003), desta análise resultará um método de trabalho com a
classificação das tarefas (essenciais, redundantes, simultâneas, em paralelo, ope-
rações sem valor acrescentado), podendo-se fazer, nesta altura, uma primeira
estimativa de potenciais ganhos obtidos com a eliminação das tarefas redundan-
tes e sem valor acrescentado.
No manual de Métodos e Tempos do Pronaci (AEP, 2003), destaca-se que
deverá, ainda, serem considerados todos os dados referentes à análise do método
de trabalho utilizado, nomeadamente.
Para AEP (2003, p.11) não existe uma receita única. No entanto, nesta fase é
indispensável ter o espírito aberto e colocar-se as seguintes questões.
1. Por quê?
2. Existe alternativa?
3. Qual?
5. Há espaço?
6. Quanto custa?
Procedimento de Cronometragem
114 UNIDADE IV
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AVALIAÇÃO DE RITMO
Avaliação de Ritmo
116 UNIDADE IV
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CÁLCULO DO TEMPO-PADRÃO
O tempo normal é definido por Moreira (2000) como sendo o tempo necessário
para um trabalhador concluir a sua tarefa operando com velocidade normal, ou
seja, executando suas atividades de forma eficiente no decorrer de um dia típico
de trabalho sem fadiga indevida. Para determinar um tempo normal, de acordo
com Barnes (1977), é necessário que um trabalhador qualificado execute uma
determinada operação levando em conta a velocidade que o operário realiza a
operação. Conforme explicita o Quadro 3:
TN = TS * R / 100
TN = Tempo normal
TS = Tempo selecionado
R = Ritmo porcentual
Quadro 3 - Fórmula do tempo normal
Fonte: adaptado de Barnes (1977).
Cálculo do Tempo-Padrão
118 UNIDADE IV
TP = TN * FT
TP = Tempo-padrão
TN = Tempo normal
FT = Fator de tolerância
Quadro 4 - Fórmula do tempo-padrão
Fonte: adaptado de Barnes (1977).
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■■ tempo médio: divida o tempo total pelo número de leituras considera-
das, considere até a segunda casa decimal;
■■ tempo normal: multiplique o tempo médio pelo percentual de avalia-
ção de ritmo;
■■ tempo-padrão: acrescente ao tempo normal o percentual de tolerância;
■■ cota de produção por hora: divida os minutos da hora pelo tempo padrão;
cota/hora
cota/dia
Cálculo do Tempo-Padrão
120 UNIDADE IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
metragem, de forma ilustrativa e com exemplos práticos que poderão ser aplicados
para a sua realidade de empresa e trabalho. Nem sempre iremos abordar todos
os aspectos, mas procuramos aproximar você, engenheiro(a) de produção, da
realidade da indústria.
Outro ponto importante é como você poderá utilizar o tempo cronometrado,
conhecendo especificamente o tempo padrão e realizar tomadas de decisões
referentes à eficiência, capacidade produtiva, balanceamento e carga-máquina/
mão de obra. No seu dia a dia na indústria, poderá perceber que o tempo é um
dos elementos fundamentais para que a avaliação da capacidade produtiva não
fique de forma subjetiva, analisando com base em coleta de dados que deverão
ocorrer de maneira contínua.
A cronometragem e cronoanálise poderão, também estabelecer padrões de
produtividade e qualidade, visando a oportunidades não somente para o mercado
interno como para o mercado externo, que exige rigor no processo produtivo e
estabelece prazos a serem seguidos.
Sendo assim, você pode ter um conhecimento abrangente da cronometra-
gem e cronoanálise, entender como são executadas e de que maneira a avaliação
do ritmo poderá interferir no cálculo do tempo-padrão. Por fim, desejamos que
você aplique todas as dicas que passamos e que o método sempre seja melho-
rado e evoluído.
Meta: vamos colocar em prática!
O Tempo
Fernando Rey Puente
Editora: WMF Martins Fontes
Sinopse: neste volume, Fernando Rey Puente enfrenta um dos enigmas
mais instigantes da história da Filosofia: o tempo. Será ele apenas a
cronometragem convencional de acontecimentos ou será uma experiência
interna dos indivíduos? Coleção dirigida por Marilena Chaui e Juvenal
Savian Filho.
Fome de Poder
A história da ascensão do McDonald’s. Após receber uma demanda
sem precedentes e notar uma movimentação de consumidores fora do
normal, o vendedor de Illinois, Ray Kroc (Michael Keaton) adquire uma
participação nos negócios da lanchonete dos irmãos Richard e Maurice
“Mac” McDonald no sul da Califórnia e, pouco a pouco, eliminando os
dois da rede, transforma a marca em um gigantesco império alimentício.
1. E.
2. B.
3. F, V, F.
4. A cronoanálise está intimamente ligada com a cronometragem, ela é definida
como sendo a análise de tempo e movimentos das operações e operadores.
Quando está sendo cronometrando o tempo das operações, já devem ser ana-
lisados os movimentos que os operadores estão praticando, de acordo com
esses dados é feito uma análise se é possível melhorar o método de trabalho.
A melhoria desses métodos influencia diretamente no aumento da produtivi-
dade, sua escolha deverá levar em consideração fatores materiais e humanos,
e, além disso, o método deverá ser ao mesmo tempo: o mais simples, o mais
barato, o menos fatigante, o menos preguiçoso e o mais seguro.
5.
a) 100 peças por hora.
b) 875 peças por dia.
Professora Me. Cristiana de Carvalho Almeida
Professora Esp. Aline Deldoto
V
Professora Esp. Vanessa Emerick Pires
ANÁLISE E INDICADORES DE
UNIDADE
PRODUTIVIDADE
Objetivos de Aprendizagem
■■ Dimensionar o pessoal e posto de trabalho.
■■ Identificar a capacidade de produção e realizar o balanceamento.
■■ Calcular a carga de mão de obra e máquina.
■■ Realizar o cálculo da eficiência e produtividade.
■■ Conhecer os indicadores de produtividade.
■■ Apresentar o prêmio de produtividade.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Dimensionamento de Pessoal e Posto de Trabalho
■■ Capacidade de Produção e Balanceamento
■■ Carga de Mão de Obra e Máquina
■■ Cálculo da Eficiência e Produtividade
■■ Indicadores de Produtividade
■■ Prêmio de Produtividade
129
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
no decorrer da Unidade V, você irá conhecer como se torna fundamen-
tal dimensionar o posto de trabalho, não somente nos aspectos ergonômicos,
mas focando no aumento da produtividade e eficiência nos setores produtivos.
Torna-se um dos aspectos mais importantes para analisar se o setor está bem
estruturado e tem condições de executar na devida maneira todas as operações.
Outro item que abordamos são os itens de capacidade de produção e balan-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
130 UNIDADE V
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DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL E POSTO DE
TRABALHO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Iida (2005).
Iida (2005) relata que que a ergonomia tende a desenvolver postos de trabalho
que reduzem as exigências biomecânicas e cognitivas, procurando colocar o ope-
rador em uma boa postura de trabalho sem causar danos à saúde. Os objetos a
serem manipulados ficam dentro da área de alcance dos movimentos corporais.
Em outras palavras, o posto de trabalho deve oferecer ao operador o máximo de
conforto e segurança durante toda a jornada de trabalho.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vale ressaltar a importância de um posto de trabalho bem adequado para as
pessoas que nele trabalham. Muitos deles, por exemplo, trabalham anos e anos
num mesmo setor, realizando uma mesma atividade. Qualquer desvio de postura
ou movimentos desnecessários provocam dores e sofrimentos por muitos anos.
De acordo com Iida (2005), do ponto de vista industrial, o ideal seria fabricar
um único tipo de produto padronizado, pois isso reduziria os custos. Contudo,
do ponto de vista do usuário/consumidor, isso nem sempre proporciona con-
forto e segurança. Nesses casos, a adaptação pode reduzir a eficiência do produto,
justificando-se os custos industriais envolvidos. Para fazer essa adaptação, há
cinco princípios para a aplicação das medidas antropométricas, apresentados a
seguir, segundo Iida (2005):
1º princípio: os projetos são dimensionados para a média da população
De acordo com esse princípio, os produtos são dimensionados para a
média da população, ou seja, para o percentil de 50%. Esse princípio
é aplicado, principalmente, em produtos de uso coletivo, que devem
servir a diversos usuários. Isto não quer dizer que seja ótimo para todas
as pessoas. Mas, coletivamente, causa menos inconveniências e dificul-
dades para a maioria. (IIDA, 2005, p. 3).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
se resultarem em melhorias de segurança, conforto e eficiência que jus-
tifiquem esses investimentos (IIDA, 2005, p. 5-6).
As empresas precisam buscar, cada vez mais, oferecer ao seu cliente final pro-
dutos com excelente qualidade, com valor compatível e boa lucratividade. Para
isso, é necessário sempre melhorar os processos, aumentando a capacidade pro-
dutiva e eficiência, reduzindo desperdícios, ou seja, sempre fazendo mais com
menos recursos.
Além disso, é necessário conhecer a capacidade da empresa, tanto visando
a atender a demanda atual e futura quanto para planejamento envolvendo todas
as áreas da empresa, sendo elas comercial, financeira, pessoal, dentre outras.
Slack et al. (2007) definem capacidade produtiva de uma operação
como nível máximo de atividade de valor adicionado em determinado perí-
odo de tempo que o processo pode realizar, ou seja, é a quantidade possível
de produtos ou serviços que conseguem ser desenvolvidos em um período.
Algumas outras definições para capacidade produtiva estão apresentadas no
Quadro 5:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CORRÊA E CORRÊA
de valor que pode ser atingido por uma unidade produtiva
(2004, p. 426).
sob condições normais de operação.”
A capacidade pode ser medida como toneladas de milho por dia ou ano, número de
veículos por dia ou ano, número de clientes atendidos por hora, número de lugares
disponíveis por sessão num cinema, por exemplo. A capacidade está relacionada à
dimensão tempo. Capacidade de produção difere de volume, já que o primeiro se
refere ao máximo que pode ser produzido e volume é o que se produz atualmente.
O Quadro 6 apresenta algumas formas de medir capacidade de produção para
vários exemplos de organização.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
unitários).
Também serão afetadas pela capacidade. Mas, nesse caso, de
maneira oposta aos custos. Afinal, se uma empresa possuir
RECEITAS níveis de capacidade iguais ou superiores à demanda, muito
provavelmente a demanda será atendida e não existirão
perdas de receitas.
Poderá ser afetado caso uma empresa decida produzir
estoque de bens acabados para antecipar-se à demanda.
CAPITAL DE GIRO
Com isso, a empresa deverá financiar o estoque até que seja
vendido.
Pode ser afetada. Por exemplo, a contratação de pessoal tem
QUALIDADE DOS porário quando o objetivo é aumentar a capacidade produ-
PRODUTOS tiva em determinado período pode aumentar as chances de
erros.
VELOCIDADE
Pode ser melhorada, seja pelo aumento dos estoques ou pela
DE RESPOSTA À
capacidade excedente, evitando-se filas, por exemplo.
DEMANDA
O grau de certeza na entrega dos produtos e serviços tam
CONFIABILIDADE bém será afetada pelo quão próximo a demanda estiver da
capacidade máxima das operações.
A flexibilidade será melhorada se houver capacidade exce-
dente, ou seja, poderemos mudar o que estamos fazendo
FLEXIBILIDADE a fim de atender determinada demanda. Já o contrário, ou
DA OPERAÇÃO seja, se a demanda estiver muito próxima da capacidade, a
operação não será capaz de responder a quaisquer aumentos
ou alterações inesperadas de demanda.
Quadro 7 - Desempenho envolvendo capacidade produtiva
Fonte: Dias (2015).
das empresas. Logo mais adiante iremos conhecer os tipos de capacidade e como
identificá-la.
TIPOS DE CAPACIDADES
Como vimos, segundo Peinado e Graeml (2007), a capacidade se refere à quantidade
máxima de um produto (produto = bem + serviço) que se produz em determinado
tempo em uma unidade produtiva. Porém, existem vários tipos de capacidade.
■■ Capacidade instalada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
capacidade disponível.
■■ Aumento da capacidade instalada: aumentando o número de máquinas
ou adquirindo máquinas com maior capacidade de produção.
■■ Aumento de turnos de trabalho.
■■ Capacidade realizada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TP= Tempo-padrão.
dt 1300
D CP 650 unidadesproduto A por semana
TP 2
dt 1300
rm CP 123, 81 unidades
TP 10, 5
BALANCEAMENTO
LINHA DE
MONTAGEM
Conforme se pode observar, cada operador terá o mesmo tempo para realizar
tarefas diferentes, para que não tenha atrasos em todo o processo.
Uma linha de produção com um balanceamento adequado apresenta um
fluxo suave e contínuo de trabalho, já que cada operador tem sua atividade defi-
nida, obtendo-se o maior grau de aproveitamento possível da mão de obra e dos
equipamentos. Existe o desafio de balancear uma linha de produção na distri-
buição das tarefas de forma equilibrada aos operadores. Algumas tarefas longas
não podem ser divididas e algumas tarefas curtas não podem ser agrupadas. E
com uma linha desbalanceada surgem algumas situações.
■■ Um operador fica mais sobrecarregado que outro e, para compensar, tra-
balha em ritmo muito acelerado. Isto pode gerar problemas de fadiga e
doenças do trabalho.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, podemos entender que o balanceamento é uma forma de reduzir os gar-
galos de máquinas ou operações identificados no processo. Essa ferramenta é de
extrema importância para a produção e, juntamente com ela, devem ser aplica-
das outras ferramentas de produção enxuta.
Conforme Davis et al. (2001), é preciso seguir alguns passos para balancear
uma linha de produção com sucesso.
a) Apontar a relação sequencial entre as ocupações, utilizando um diagrama
de precedência.
b) Calcular o tempo de ciclo necessário.
c) Definir o número mínimo de estações de trabalho.
d) Estabelecer uma regra básica de ocupação para alocar as estações de tra-
balho e uma regra secundária para desempatar.
e) Delegar ocupações, uma de cada vez à primeira estação até que a soma
dos tempos seja igual ao tempo de ciclo.
f) Analisar a eficiência da linha.
O balanceamento de mão de obra, para uma linha de produção, deve ser base-
ado nos tempos-padrões do produto final e de cada operação. Quando a linha
de produção possuir mais de um produto, é preciso que se utilize o “tempo
ponderado” obtido a partir das quantidades a serem produzidas de cada pro-
duto e tempo-padrão de cada um deles. Para saber o número de operadores que
serão necessários para aquele tempo-padrão (ou tempo ponderado, no caso de
uma linha que produz vários tipos de produto) naquelas quantidades (volume),
Para ficar mais claro, vamos exemplificar utilizando um caso de Martins e Laugeni
(2015).
Suponhamos que uma linha deve produzir dez peças por hora, considerando
45 minutos por hora de trabalho. Vamos calcular o tempo de ciclo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Temp de
Temp de Tc
de no temp de
45
Tc 4, 5 minutos /
10 peças
Isto é, a cada 4,5 minutos a linha deve produzir uma peça para que seja alcan-
çada a produção de dez peças por hora.
Na Figura 2 estão os dados das operações e seus respectivos tempo-padrão
em minutos para produção deste produto.
B - 3,5 C - 1,0
F - 2,8 G - 2,5
Vamos calcular quantos operadores serão necessários para produção desse volume
de unidades. Lembrando que sempre precisamos utilizar a mesma unidade de
tempo: - horas, minutos ou segundos.
volume tota se produzido
Número de operadores
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Operações A B+C F+D G E
Tempo (T) 3,0 4,5 4,5 2,5 3,0 4,5 min
Ocupação (O) 66,7% 100,0% 100,0% 55,6% 66,7%
Figura 3- Cálculo de ocupação
Fonte: Martins e Laugeni (2015).
PRODUTO X Y Z
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
C = 0,72 min
D = 1,73 min
E = 0,53 min
48
a) TC 1 6 minutos / p a
30 s
7, 55
4 72 operadores
1, 6 min / p
POSTO 1 2 3 4 TC
Operações A B D C+E
Nº de operadores 2 2 2 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 5 - Balanceamento de mais produtos
Fonte: Martins e Laugeni (2015).
Observe que, para não ultrapassar o tempo de ciclo de 1,6 minutos, o número
de operadores é maior do que o previsto. Porém, com sete operadores poderia
ser produzida maior quantidade total de produto, pois o novo tempo de ciclo
seria de 1,25. Com esse tempo de ciclo, a produção possível, em média, seria:
produção = 48 min/1,36 = 35,29 produtos.
a) Supondo que, realmente, fossem produzido somente os 30 produtos, a
eficiência seria:
E = 472/7 = 67,4%.
Como consideração prática, seria recomendável um reestudo das operações
para que houvesse uma melhor utilização dos recursos produtivos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ciso estabelecer o tempo padrão e o Programa de Produção, ou demanda. Outros
fatores influenciam, tais como absenteísmo, refugo, eficiência e produtividade.
Com essas informações, será possível calcular carga de mão de obra, dado essen-
cial para programação da produção.
Vamos utilizar um exemplo proposto por Toledo Jr. (1988) para calcular a
carga de mão de obra (M.O.).
Uma indústria metalúrgica quer produzir 5.000 unidades de um item de seus
produtos. Supondo que nesse mês haja 20 dias úteis, devem ser produzidas 250
unidades/dia. Se esse produto é formado por três peças diferentes, segue pro-
grama de produção diário:
Tabela 1 - Programa de produção/dia
os tempos-padrão.
TP X = TP A + TP B + 2 x TP C + Montagem = 3 + 5 + 2 x 4 + 2
TP X = 18 min
Carga de M.O. = Programa de prod/dia x tempo padrão X
= 250 prod/dia x 18 min
= 4500 min/ dia
Quantas pessoas vamos precisar para cumprir esse plano de produção?
= 8,52 pessoas/dia.
Precisamos ainda incluir outros fatores que influenciam esse resultado.
Considerando o absenteísmo de 10%, refugo de 5% e inatividades de 5%, tem-
-se 20% de aumento no número encontrado.
Assim, serão necessárias 10,22 pessoas para se comprimir o plano de pro-
dução desse produto na indústria referida.
A carga de máquina refere-se a quanto um equipamento está sendo utilizado
em um determinado período de tempo, conforme Toledo Jr. (1988). O autor des-
taca os seguintes objetivos para cálculo de uma carga de máquina:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6. demonstrar claramente o aproveitamento do equipamento.
Os fatores que influenciam nas paradas de máquina, conforme Toledo Jr. (1988),
são manutenção (tanto programada quanto não programada), preparação de
máquina (set-up), falta de material, dentre outros.
Vamos utilizar um exemplo para demonstrar como podemos calcular uma
carga de máquina, proposto por Toledo Jr. (1988).
Uma indústria produz uma peça A, com as seguintes operações:
Verifica-se que dois turnos seriam suficientes para produzir a quantidade neces-
sária da peça A.
400 400
Furadeira 27, 8% em dois turn 83, 3%
1 440 min 480 min
Assim, uma máquina em três turnos não conseguiria produzir todo o programa
de produção.
600 min / dia
Fresadora 0 78
768 min dia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
384 min dia
se produz empo
PRODUTIVIDADE %
produzir emp
po
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Deveria produzir (tempo): o tempo trabalhado pelo operador, o tempo
gasto pelo mesmo na execução do trabalho, descontando-se as horas
paradas por culpa de terceiros.
Exemplo:
- 1 pessoa produziu: 100 peças em 1 hora.
- Paradas de produção: 20 minutos por falta de matéria prima.
- Produção: 100 peças.
- Determinado tempo: 1 hora.
Figura 7 - Produtividade
Fonte: Toledo Jr. et al. (2001).
Pelo exemplo ilustrado, o que deveria ser produzido seria o tempo trabalhado,
então, para o cálculo da produtividade, teríamos a seguinte relação:
se produz empo 100 peças
PRODUTIVIDADE
produzir 60 min - 20 min
Figura 8 - Cálculo da produtividade
Fonte: Toledo Jr. et al. (2001).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sendo assim, pode-se dizer que a produtividade apresenta uma relação entre
produção quantitativa e qualitativa integrada às despesas da produção. Pode-se
considerar que a empresa teve uma boa produtividade quando conseguiu atin-
gir os melhores resultados com os menores custos.
Para melhorar o método de trabalho e a produtividade, é interessante veri-
ficar os desperdícios que a empresa está tendo, por exemplo: desperdícios de
material, mão de obra e energia. Toledo Jr. (1987) cita os pontos básicos para o
sucesso do controle da produtividade:
1. padronização dos métodos de trabalho;
2. medição cuidadosa dos tempos;
3. tolerâncias para as demoras;
4. controle eficiente;
5. simplicidade de cálculo.
Toledo Jr. (1987, p. 80) destaca os controles individual e coletivo para a pro-
dutividade na indústria. No controle individual, cada operador é controlado
individualmente, em que toda atividade executada por ele será registrada, como
também todas as paradas causadas por terceiros. No controle coletivo, elimi-
na-se, em parte, esse acompanhamento rígido da produção, mas não exclui a
necessidade dos mesmos controles que são realizados no controle individual, que
serão utilizados para premiar os operadores, como veremos ainda nesta unidade.
No controle individual, Toledo Jr. (1987, p. 80) destaca as
vantagens, que são as seguintes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do, representando a eficiência alcançada pelo operador ou pela máquina.
Toledo Jr. et al. (2001) citam quais são esses órgãos auxiliares da produção.
■■ Supervisão da produção: manutenção dos métodos de trabalho e disci-
plina da mão de obra.
■■ Racionalização: na determinação dos padrões de tempos e métodos.
■■ Engenharia: no projeto satisfatório dos produtos e confecção correta dos
dispositivos e de métodos.
■■ Manutenção: no reparo eficiente das máquinas, equipamentos e instalações.
Para melhor entendimento sobre a relação que existe entre eficiência e pro-
dutividade, citamos um exemplo dos autores Toledo Jr. et al. (2001).
O tempo padrão para um trabalho específico de um homem e uma máquina
determina que sejam produzidas 100 peças em uma hora. A máquina ficou parada
30 minutos pelo motivo de falta de matéria-prima e foram produzidas apenas
50 peças em uma hora.
Produtividade: 100% - porque em 30 minutos produziu-se 50 peças, o que
está de acordo com o tempo padrão.
Eficiência: 50 % - Porque em 60 minutos foram produzidos apenas 30 minu-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o resultado da eficiência em % será igual ao da produtividade, pois os parâme-
tros utilizados no cálculo são os mesmos (TOLEDO JR., 1987).
INDICADORES DE PRODUTIVIDADE
Indicadores de Produtividade
166 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
algum sinal inesperado aparece no balanced scorecard, os gerentes dispõem de
meios para analisar o sistema de informação em busca da fonte do problema.
Por exemplo, se o indicador geral referente à pontualidade na entrega se mos-
trar deficiente, os executivos dotados de um bom sistema de informações terão
condições de analisar rapidamente o valor agregado, até que consigam identificar
as entregas em atraso, dia a dia, para cada fábrica específica e para cada cliente
individual (KAPLAN; NORTON, 2004).
À medida que as empresas vão implantando indicadores nos setores, vão
percebendo a importância e o resultado que isso traz, aumentando produtivi-
dade, vendas, negociações e diminuindo as insatisfações dos clientes. Por isso, a
real importância de medir e tomar as ações nos casos de insatisfações.
Os indicadores de satisfação dos clientes, de desempenho interno de negó-
cios e de inovação e melhoria decorrem de visão do mundo própria da empresa
e de suas perspectivas sobre os fatores críticos do sucesso. Até mesmo um exce-
lente conjunto de indicadores do balanced scorecard não garante uma estratégia
vitoriosa. Tais indicadores apenas traduzem a estratégia da empresa em objeti-
vos específicos mensuráveis (KAPLAN; NORTON, 2004).
Kaplan e Norton (2004) relatam que, além dos indicadores de inovação
nos produtos e processos, algumas empresas ainda definem metas de melhoria
específicas nos processos existentes. Por exemplo, a Analog Devices, fabricante
de semicondutores com sede em Massachusetts, espera que os gerentes melho-
rem continuamente os processos internos e os processos referentes aos clientes.
A empresa calcula índices de melhoria para a pontualidade na entrega, dura-
ção dos ciclos, índices de defeitos e rendimentos (KAPLAN; NORTON, 2004).
PRÊMIO DE PRODUTIVIDADE
Quando uma empresa quer premiar seus empregados e, ao mesmo tempo, obter
vantagens, aplica um incentivo salarial, que é o prêmio de produção.
Toledo Jr. et al. (2001) citam que as vantagens estão claras, será uma maior
produção para a empresa, e os empregados receberão um ganho extra em salá-
rio, sendo o melhor incentivo que existe.
As desvantagens virão de uma má aplicação do prêmio e isto será causado
se o parâmetro utilizado para cálculo não for a produtividade da mão de obra.
Ainda, segundo Toledo Jr. et al. (2001, p. 87):
O grande valor do incentivo é o de estabelecer um marco de produtivi-
dade para cuja direção convirjam as ambições dos empregados. Por ou-
tro lado, quando se adota um plano de incentivos, ele não deve somente
adaptar-se perfeitamente à fábrica como também ser estável.
Prêmio De Produtividade
168 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
8. simplicidade de cálculo;
9. sagamento rápido dos prêmios;
10. abstenção de limites arbitrários de prêmios (TOLEDO JR. et al., 2001).
Os autores Toledo Jr. et al. (2001, p. 88) “sugerem conceder prêmio de produção
a partir da produtividade de 90% (R$ 1,00). Para cada aumento de 1% na pro-
dutividade, a partir da produtividade de 90%, o operador receberá R$ 0,10 de
incentivo financeiro”. Por exemplo: se o operador atingiu 100% no dia, ele rece-
berá 2,00.
Outro fator importante é que, ao invés do prêmio coletivo, pode ser
aplicado o prêmio por pessoa, o que é muito mais trabalhoso, pois deve
ser levantada a produção/dia de cada pessoa do setor, o que nem sem-
pre é possível, pois necessita do trabalho de muitos apontadores de pro-
dução (TOLEDO JR. et al., 2001, p. 89).
Com base nas citações dos autores, podemos conhecer de que forma a premiação
poderá auxiliar no processo de controle da produtividade e eficiência. Citamos os
tipos de premiação e as vantagens que elas podem trazer para a indústria. A partir
desse conhecimento, você poderá escolher a melhor forma de premiação, sem-
pre destacando que o controle do estudo de tempos e métodos deverá estar bem
implantado, para não ocorrer transtornos em relação à produtividade da equipe.
Prêmio De Produtividade
170 UNIDADE V
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
aspectos mais importantes para analisar se o setor está bem estruturado e tem
condições de executar na devida maneira todas as operações.
Outro item que apresentamos na Unidade V são os itens de capacidade de
produção e balanceamento e a carga de mão de obra e máquina, que pode interfe-
rir diretamente na produtividade e eficiência da equipe e operadores. Trouxemos
exemplos de cálculos da capacidade de produção e dimensionamento e a carga
de mão de obra e máquina, com ilustrações práticas de sua aplicação.
Apresentamos o conceito e a aplicação prática do cálculo da eficiência e pro-
dutividade, com exemplos práticos de como executar o cálculo e, principalmente,
de que maneira analisar e realizar a tomada de decisão. Os indicadores comple-
mentam toda essa análise, permitindo trabalhar com dados mais apurados para
realizar investimentos em máquinas, pessoas e insumos.
Dentre os tópicos, apresentamos as formas de premiação dos operadores,
de maneira coletiva, individual ou mista, para que todos os resultados alcança-
dos nos controles anteriores citados sejam mantidos e melhorados no decorrer
do processo. Destacamos as vantagens e desvantagens na premiação e os cui-
dados que a empresa necessita manter, para que o prêmio não possa gerar uma
desmotivação na equipe.
Por fim, esperamos que você tenha aproveitado a Unidade V, para adquirir
o conhecimento e, acima de tudo, a prática de como realizar todos os contro-
les na indústria.
Vamos aplicar!
Caro(a) aluno(a), o artigo desta leitura complementar nos retrata um estudo de caso de
balanceamento de linha em uma indústria de implementos rodoviários. Foram selecio-
nados os pontos mais importantes, porém, esse artigo pode ser acessado na íntegra.
Boa leitura!
BALANCEAMENTO DA LINHA DE MONTAGEM DE CAMINHÕES BAÚS
A primeira parte deste artigo consistiu em uma análise do processo produtivo da em-
presa, observando-se o fluxo produtivo, os principais tipos de produtos fabricados e,
por fim, foi realizado um trabalho de cronoanálise para definição do tempo-padrão de
cada etapa do processo. A segunda parte do trabalho consistiu em um balanceamento
de linhas, o qual foi baseado na demanda da empresa.
A linha de produção é composta pela montagem de cada parte que compõe o baú do
caminhão (teto, lateral direita, lateral esquerda, parte frontal e portas) e, em seguida,-
todas as partes são unidas na montagem do baú junto à base de aço para depois ser
acoplada ao chassi do caminhão.
O processo se divide em três etapas, sendo a primeira etapa (perfilar e corrugar) uma
preparação da matéria-prima, caracterizando-se pela dobra e corte dos materiais, em
sua maioria, aço e alumínio, a segunda etapa consiste na montagem das partes do “baú”
e, como terceira etapa, a montagem final dos componentes no chassi.
A primeira etapa de análise do processo produtivo foi a medição do tempo de fabrica-
ção de cada uma das etapas, neste processo foi utilizado o método de cronometragem,
sendo que foram realizadas apenas duas medições para cada operação, a baixa quanti-
dade de medições se deve ao elevado tempo médio de cada operação, o qual provoca
baixo impacto no tempo padrão devido às amplitudes serem pequenas em relação ao
tempo cronometrado. Os tempos médios cronometrados em cada operação são: Mon-
tagem teto (2,46 horas), Montagem Lateral direita (2,95 horas), Lateral esquerda (2,80
horas), Montagem parte frontal (1,66 horas), Montagem portas (1,81 horas), Montagem
do baú (5,08 horas), totalizando (16,76 horas).
Verifica-se, nos tempos das operações, que há uma grande variabilidade entre elas, tam-
bém se observa que os tempos são relativamente altos, variando de 1,66 a 5,08 horas.
Neste trabalho, não foram aplicados os fatores de tolerância e de ritmo, porque durante
as cronometragens foram incluídas as paradas para as necessidades pessoais e fadiga.
A empresa em estudo possui uma demanda média de duas caçambas diárias, sendo que
opera em um único turno de 8,8 horas, portanto, o Tempo de Ciclo (Tc) necessário é de
4,4 horas, ou seja, uma caçamba deve ser montada a cada 4,4 horas.
Aplicando os valores na fórmula 1, se obtém o número mínimo de postos de Trabalho.
N min = 16,76/ 4,4 N min = 3,8 ou 4,0 postos de trabalho
Diante da definição do número de postos de trabalho, as operações. O posto de trabalho
(PT) 1 ficou com o tempo de ciclo de 4,12h, o PT2 - 2,95h, o PT3 - 4,61h e o PT4 - 5,08h.
174
Foi verificado que ainda há uma certa variabilidade entre os postos de trabalho, mas
mesmo com esta variabilidade, a empresa conseguiria reduzir de seis para quatro postos
de trabalho, porém, os postos 3 e 4 ficariam com o Tc ainda acima do necessário para
atender a demanda, nestes casos, necessitaria de horas extras para atender a demanda.
Observou-se que o gargalo é a montagem do baú no fim da linha, e há falta de ferra-
mentas durante o processo de arrebitamento e, principalmente, durante o processo de
montagem do baú. A dificuldade dos operadores no acesso de ferramentas e a falta
delas faziam com que os processos adiassem o seu término, como a montagem do baú,
consequentemente, possuindo o maior tempo dentre todas as operações. Foi analisa-
do o balanceamento da linha, de forma geral, concluiu-se então que o balanceamento
proporciona uma racionalização do processo produtivo, reduzindo de seis para quatro
postos de trabalho. Recomenda-se que este balanceamento seja aplicado para conferir
se a análise teórica atende as necessidades. Também recomenda-se a implantação de
carrinhos de transporte de matérias-primas para, assim, conseguir reduzir os tempos de
montagem, principalmente no gargalo e, assim, atender a demanda sem a necessidade
de pagamento de horas extras.
Fonte: Teles, F. et al. (2015).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Invictus
Após o fim do apartheid, o recém-eleito presidente Nelson Mandela
lidera uma África do Sul que continua racial e economicamente
dividida. Ele acredita que pode unificar a nação por meio da
linguagem universal do esporte. Para isso, Mandela junta forças
com François Pienaar, capitão do time de rúgbi, promovendo a
união dos sul-africanos em favor do time do país na Copa Mundial
de Rúgbi de 1995.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
1. A.
2. B.
3. Monitoramento dos processos produtivos, gerenciamento das atividades,
acompanhamento das metas e dos objetivos e identificação fatores de riscos.
4. V, F, V.
5. Produtividade: 100% e eficiência: 75%.
6.
a) Para calcularmos a carga de máquina, vamos analisar os dados.
Disponibilidade das máquinas - 44 horas/semanais
= 44h x 60 min = 2.640 min semanais.
Considerando que teremos 80% de tempo real.
= 2.640 min x 80% = 2.112 min semanais.
Programa de produção semanal - 4.000 unidades
4.000 un x 0,8 min = 1,52 máquinas = 2 máquinas
Máquina A =
2.112 min
Prezado(a) aluno(a)! Chegamos ao final de mais uma etapa da sua formação profis-
sional, juntamente com este livro da disciplina de Tempos e Métodos, aprendemos
a importância do estudo de tempos e métodos, qual a sua finalidade e de que ma-
neira podemos implantar nas empresas.
Em cada unidade deste livro, mostramos para você como podemos realizar a im-
plantação da cronometragem, todos os controles que envolvem esse processo, não
sendo somente uma simples tomada de tempo, mas todo envolvimento dos opera-
dores e como utilizar o tempo para calcular o tempo padrão.
Na Introdução a Tempos e Métodos, conhecemos a definição e finalidades do estu-
do de tempos e métodos. A aplicabilidade da cronometragem e cronoanálise, ferra-
mentas de trabalho e as terminologias utilizadas no processo.
Em Preparação e Métodos de Trabalho, vimos o estudo das tolerâncias, os tempos
improdutivos, métodos, postura e dispositivos de trabalho, que tornam o processo
seguro e, principalmente, fazem com que possamos conhecer as principais necessi-
dades dos operadores no decorrer da cronometragem das operações.
Nas Ferramentas de Tempos e Métodos, mostramos o gráfico de fluxo do processo,
gráfico homem-máquina e o MTM, que nos permitiu entender de que forma pode-
mos aplicar essas informações por meio do planejamento e dimensionamento de
maquinários, pessoas e, principalmente, do custo produtivo.
Aprendemos na Execução da Cronometragem e Cronoanálise, as funções e defini-
ções de um departamento de estudo de tempos e métodos, como o cronometrista
deverá executar as suas atividades e procedimento de cronometragem, com o pas-
so a passo de como executar na empresa.
Para encerrar, em Análise e Indicadores de Produtividade, mostramos o dimensiona-
mento de pessoal e posto de trabalho, capacidade de produção e balanceamento,
cálculo da eficiência e produtividade e indicadores, carga de mão de obra e máqui-
na.
Com todo esse conhecimento, esperamos que você esteja preparado(a) para iniciar
sua caminhada na busca de mais conhecimento e aprimoramento de tudo que você
aprendeu com este livro. Sucesso!