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Manufacturing
Uma grande jornada a ser percorrida
Como surgiu o Lean
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Não se pode contar a história do Lean Manufacturing, sem con-
tar a história do fundador da Toyota Motor Company. Em 1867
nasce Sakichi Toyoda, filho de um humilde carpinteiro, quando
o Japão iniciava seu processo de modernização. Sakichi vivia
em um povoado de camponeses onde as mulheres trabalha-
vam em teares. Em sua juventude Sakichi utilizava seus conheci-
Introdução mentos de carpintaria para modernizar o antigo tear manual
com que sua mãe trabalhava. Em 1891, Sakichi patenteou seu
primeiro tear automático e se mudou para Tóquio para come-
çar um novo negócio de teares.
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As máquinas desenhadas por Toyo-
da custavam um décimo dos teares
fabricados na Alemanha e um quar-
to dos teares franceses.
Para se ter uma idéia, a Toyota conseguiu produzir em treze anos (1937-1950) apenas 2.685
automóveis, sendo que a fábrica Rouge da Ford produzia 7.000 veículos por dia.
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Como narra Taiichi Ohno em seu livro “O sistema
Toyota de produção – além da produção em larga
escala”, durante décadas os Estados Unidos baixa-
ram o custo produzindo em massa um menor nú-
mero de tipos de carros. Era o estilo americano,
não o japonês. Nosso problema era como cortar
custos e, ao mesmo tempo, produzir pequenas
quantidades de muito tipos de carros.
Taiichi Ohno - considerado criador do “Sistema Toyota Em 1962 o Kanban foi adotado como ferramenta
de Produção”
operacional do Sistema Toyota de Produção e im-
plementada em toda a companhia.
A crise do petróleo de 1973, seguida de recessão, afetou a economia do mundo inteiro. Mui-
tas empresas tiveram problemas, Mas a “Toyota Motor Company” teve ganhos maiores que
outra empresas. Isso fez que as pessoas se perguntassem – o que estaria acontecendo na
Toyota.
A partir daí o sistema Toyota de produção ganhou proeminência por todo o Japão, e seu su-
cesso chegou aos Estados Unidos, principalmente sob a forma de exportações japonesas
dos setores automotivos e de eletrônica. No final dos anos 70, vários empresários america-
nos e consultores de produtividade começaram a introduzir este sistema nos Estados Uni-
dos.
Uma vez que a frase "Sistema de Produção Toyota” estava claramente identificada, procu-
rou-se encontrar um nome que definisse o conceito. Surgiram vários de nomes, tais como:
“Just-in-Time Production”, “World Class Manufacturing”, “Continuous Flow Manufacturing”,
entre outros. Em 1990, James P. Womack, Daniel T. Jones e Daniel Roos, escreveram um li-
vro que se tornou muito popular, intitulado "A Máquina que Mudou o Mundo". Nesse livro
usou o termo "Lean Manufacturing". Este termo acabou por se tornar no nome aceito por
todos.
Durante os anos 90 e no início do novo século, o sistema espalhou-se por todos os Estados
Unidos e pela Europa. Não era apenas mais um “modismo” gerencial, mas um sistema capaz
de gerar melhorias significativas, tanto em termos de produtividade como de qualidade.
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Os 2 pilares que expressam as
crenças e valores do Sistema Lean
(Toyota Way)
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Crenças e
Melhoria Continua
Desafio: Ter uma visão de longo prazo dos desafios que deverão
ser enfrentado com coragem e criatividade para realizar seus so-
Valores do nhos, ou seja, o que precisamos aprender e não o que queremos
Sistema Lean fazer, para depois ter o espírito para enfrentar esse desafio. Para
isso temos que nos desafiar todos os dias para ver se estamos a
atingir os nossos objetivos.
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Respeito pelas pessoas
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Lean Thinking (ou Mentalidade Enxuta) é uma filosofia e
estratégia de negócios para melhorar a utilização dos recur-
sos; uma forma de fazer cada vez mais com cada vez menos
– menos esforço humano, menos equipamento, menos tem-
po e menos espaço. É uma forma de especificar valor, ali-
Lean nhando a melhor sequência de operação que geram valor e
“Para aumentar o lucro Valor é ponto de partida para a Mentalidade Enxuta e consis-
é necessário diminuir os te em definir o que é valor. Diferente do que muitos pensam,
custos, ou seja, reduzir não é a empresa, e sim o cliente quem define o que é valor.
ou eliminar o que não O valor só é significativo para um cliente quando atende su-
agrega valor e os desper- as necessidades a um preço que ele está disposto a pagar.
dícios” Cabe as empresas determinarem qual é essa necessidade,
procurar satisfazê-la e cobrar por isso um preço específico, a
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fim de manter a empresa no negócio e aumentar seus lucros por meio da melhoria contínua
dos processos, da redução de custos e da melhoria da qualidade. Também podemos consi-
derar como valor para o cliente, aquilo que o cliente está disposto a pagar, o que transforma
o produto ou o serviço e aquilo que é feito certo da primeira vez.
Fluxo de Valor - é o próximo passo consiste em identificar o fluxo de Valor através do ma-
peamento da cadeia produtiva. Todos os processos ao longo da cadeia devem ser separados
em 3 tipos: aqueles que efetivamente geram valor; aqueles que não geram valor mas são im-
portantes para a manutenção dos processos e da qualidade e; por fim, aqueles que não agre-
gam valor, devendo ser eliminados imediatamente. Não se pode focar apenas nas reduções
de custos dos processos sem um exame adequado na geração de valor. As empresas devem
olhar para todo o processo, desde a criação do produto até a venda final incluindo pós-ven-
da.
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Fluxo Contínuo – Na mentalidade lean devemos deixar de lado o antigo
modelo mental de “funções e departamento” e que as atividades devem
“Fazer com ser agrupadas por tipo. A alternativa é redefinir o trabalho permitindo que
que o fluxo seja
as funções e departamentos contribuam de forma positiva para a criação
continuo, sem-
pre expõe os de valor, dando “fluidez” para os processos e atividades. O efeito imediato
desperdícios da criação de fluxos contínuos será sentido na redução dos tempos de des-
ocultos” envolvimento de produtos, de processamento de pedidos, planejamento,
produção, entrega, cobrança e consequentemente nos estoques.
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Perfeição é o quinto e último passo para a Mentalidade Enxuta, deve ser o objetivo constan-
te de todos envolvidos nos fluxos de valor. A busca pelo aperfeiçoamento contínuo em dire-
ção a um estado ideal deve nortear todos os esforços da empresa em processos transparen-
tes, em que todos os membros da cadeia (montadores, fabricantes de diversos níveis, distri-
buidores e revendedores) tenham conhecimento profundo do processo como um todo, po-
dendo dialogar e buscar continuamente melhores formas de se criar valor. A idéia da perfei-
ção deixa de ser maluca a medida que as empresas começam a especificar melhor o valor
ao cliente, criam processos com fluxos contínuos e deixem que os clientes puxem a produ-
ção.
“Mais de que princípios, o Lean é uma filosofia, ou seja, devemos pensar que sempre há
um modo de chegar ao resultado desejado. O importante é aprender, refletir sobre o que
foi aprendido e aplicá-lo. Pensar sistematicamente sobre o processo e melhorar continua-
mente de maneira a fortalecer sua organização a longo prazo.”
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Foco principal do cliente:
Maior qualidade possível, menor custo possível, menor tempo de entrega.
Pessoas motivadas
Jidoka
Just in Time Qualidade
6 Sigma
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Casa da
Uma imagem vale por mim pa-
lavras
A base de um sistema Lean é a estabilidade e padronização,
por analogia, uma casa somente será sólida se a base for sóli-
produção Lean da. Um alicerce bem construído será a sustentação de toda a
casa, ou seja, do sistema. Uma das paredes é a entrega de pe-
ças ou produto Just-in-time e a outra parede o jidoka. O pri-
meiro pilar (JIT) significa produzir o item certo, na hora certa
e na quantidade certa. O segundo pilar (Jidoka) significa cri-
ar processos livres de defeitos. Como disse Shigeo Shingo,
um dos : “zero de defeito e absolutamente possível”. A meta
(o telhado) do sistema é o foco no Cliente: entregar a mais
Os estudo de Shigeo Shingo
em conjunto com Taiichi Ohno alta qualidade para o cliente, ao mais baixo custo, num lead
levaram ao desenvolvimento time mais curto. O centro de todo sistema são as pessoas: en-
do Sistema Toyota volvidas e comprometidas, através do trabalho de equipes
flexíveis e motivadas e buscando constantemente uma for-
ma melhor de fazer as coisas.
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Principais ferramentas e soluções utilizadas na Filosofia Lean
Para criar estabilidade
Trabalho Padronizado
5S
Jidoka
Heijunka
Kanban
Para padronizar
Trabalho Padronizado
Gerenciamento Visual
Kanban
Tempo Takt
Sistema Puxado
Kanban
Gerenciamento Visual
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Para desenvolver o Jidoka (Fazer certo da primeira vez)
Poka Yoke
Gerenciamento Visual
Solução de Problemas
Controle de Anormalidade
Trabalho padronizado
5S
Kaizen
Programa de sugestões
Tempo Takt
Heijunka
Pensamento A3
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Teste interativo
Pergunta 5 de 5
As máquinas e/ou equipamentos são confiáveis para
produzir na quantidade e qualidade conforme a exi-
gência do cliente?
A. Sim
B. Não
C. Às vezes
Verificar Resposta
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Se alguma das respostas do teste intera-
tivo for um “não ou às vezes”, provavel-
mente os processos produtivos não tem
estabilidade e/ou padronização.
?
Pense nisso!
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Enxergando os desperdícios
Muda é uma palavra em japonês que significa desperdício, é
o oposto de valor, ou seja, na filosofia Lean, é tudo aquilo
que o cliente não está disposto a pagar. O cliente está dispos-
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to a pagar pela placa de metal cortada, dobrada, soldada e
pintada. Porém, esse cliente não está disposto a pagar pelo
tempo de espera, retrabalho, excesso de estoque, setup, ou
qualquer outra forma de desperdício.
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“Atualmente as empresas não
podem se dar ao luxo de errar
ou ter desperdícios. O navio está
em águas profundas e a tempes-
tade não dá sinais que irá pas-
sar”
Do livro “Fazendo acontecer a coisa certa”de
Pascal Dennis
Os 7 desperdícios da manufatura
Movimentação: O movimento humano
desperdiçado está muito relacionado a
maus projetos ergonômicos e desorgani-
zação do local de trabalho. A produtivida-
de fica comprometida quando o trabalha-
dor tem que caminhar, se esticar para al-
cançar algo ou fazer excesso de movimen-
to que venha comprometer a ergonomia.
A qualidade sofre quando o trabalhador
precisa ir além do seu limite para proces-
sar uma peça, devido as condições ergonômicas da área de trabalho, sem considerar os riscos
de segurança que essas condições impõem ao trabalhador. Os fatores de risco ergonômicos de
maior importância que devem ser observados para avaliar este desperdício são: a postura, a for-
ça e a repetição. Estes fatores estão diretamente ligados à forma como o local de trabalho está
configurado. Também há o desperdício de movimento mecânico, por exemplo, quando uma
peça ou máquina está, desnecessariamente, longe do próximo ponto do processo. Inclui igual-
mente o tempo gasto pelas chefias nas tarefas de planejamento, coordenação e localização de
colaboradores, assim como quaisquer custos de materiais associados a estes movimentos.
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Espera: Desperdício que ocorre quando
o trabalhador precisa esperar que algo
ocorra para processar, por exemplo, que
um material ou componente seja entre-
gue no local do processamento, que uma
parada de linha seja resolvida ou esperan-
do uma máquina processar uma peça.
Também ocorre quando há excessos de
produtos em processo (WIP – Work In Pro-
cess) devido produção de lotes grandes ou retrabalhos em peças ou componentes. As espe-
ras aumentam consideravelmente o Lead Time, pois na maioria das vezes a espera é muito
maior que o próprio processamento do produto. O Lead Time pode ser definido como o tem-
po entre o pedido do cliente e o momento que ele recebe o produto.
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Refugo e retrabalho: O desperdício
de refugo e retrabalho está associado
a todos os custos relacionados com de-
feitos de fabricação, inclui: material,
tempo, energia, separação, contagem
e conserto do defeito. Também pode-
mos contabilizar as atividades posterio-
res, tais como: trabalho burocrático,
processo de investigação e reuniões
resultantes do problema. Uma respos-
ta inadequada para corrigir os proble-
mas de qualidade pode provocar, uma
grande quantidade de tarefas que não agregam valor ao produto e custos adicionais para a
empresa durante anos, em caso de garantia. O refugo e retrabalho é considerado um desper-
dício puro, portanto, deve ser feito o máximo de esforço para eliminá-lo.
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Estoque excessivo: Este desperdício está re-
lacionado à manutenção de matéria-prima,
peças e WIP (Work in Process) desnecessário.
Normalmente essas condições resultam do
fluxo inadequado de um processo, produção
é puxada conforme a demanda do mercado,
por falta de confiança na entrega do fornece-
dor, por problemas de qualidade, por defici-
ência na programação, assim todos buscam
manter alto inventário para esconder os pro-
blemas ou “só por segurança”. O excesso de
estoque acarreta diversos problemas para a
empresa em termos de custos, de produção e financeira, tais como; mais espaço para ar-
mazenamento, gastos com seguros, dificuldade de localização de matéria-prima, compo-
nentes, excesso de movimentação, dinheiro parado, vencimento de matéria-prima.
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dores produzindo coisas que o cliente não pediu; espera relacionadas a grandes estoques;
transporte de produtos acabados que precisam ser levados aos depósitos, dificuldade de de-
tecção precoce de defeitos para correção, devido a ao tamanho do lote e estoque, pois a pro-
dução em excesso cria a necessidade de mais matéria prima, peças e WIP desnecessário. Um
desperdício que precisa ser evitado e combatido constantemente.
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OHNO, Taiichi, O sistema Toyota de produção: além da
produção em larga escala, Porto Alegre: Artes Médicas,
1997.
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