Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
© 2011
04/08/11
Bibliografia
Avaliações
- Prova 1 – 16/09 – 25 pontos
- Trabalhos – 20 pontos
05/08/11
Porém, não é possível estudar a história interna sem ter conhecimento da história externa.
A função principal do rei é ser sacerdote. O direito estava nascendo da religião. O direito dos
patrícios. Porém a plebe reivindica direitos.
Os últimos reis deste período concedem direitos à plebe. Temendo novas concessões, a plebe
retira o poder do rei.
O direito vai deixando de ser religioso, passando a ser um direito laico, secular.
Roma apresenta grande desenvolvimento e com isso passa a haver corrupção. O povo passa
então a eleger generais para desempenharem as principais funções. Tais generais disputam o
poder entre si e, posteriormente, o general Otávio César assume o poder definindo o fim da
república.
Período de relativa paz. Não há conflitos internos e externos, pois não há adversários a altura.
É o auge romano. Do direito romano também. Os “princeps” dividiam o poder com o senado.
No final, Diocleciano se torna príncipe e toma medidas para acabar com a instabilidade, sendo
a principal delas a divisão do império romano.
Nesta época, o imperador tem poder absoluto. Existência de dois imperadores no governo,
sendo um da parte oriental e outro da ocidental.
2. Realeza
a) Rei: É o sacerdote, mas também é governante. Tem função de chefiar exércitos, criar leis,
etc. O reinado é vitalício, porém não hereditário.
b) Senado: O rei é auxiliado pelos chefes das famílias patrícias. A função do Senado é auxiliar
o rei e ratificar leis.
c) Comícios: Patrícios* autorizados a votar. Sua função principal era deliberar/votar leis.
b) Plebeus: Indivíduos apenas migraram para Roma. Não possuíam a mesma religião,
portanto o direito não os considerava. Possuíam no máximo alguns direitos naturais.
c) Clientes: Agregados às famílias patrícias. Trazem algum benefício a Roma e não queriam se
estabelecer como Plebeus e obtém proteção dos patrícios.
Tem os mesmo direitos dos patrícios, porém não podem ser “pater famílias” e não tem direito
à sucessão.
2.4. Religião
a) Deuses Superiores: Aqueles que são imortais por nascimento. “Que vivem longe da
gente.”
b) Deuses inferiores: São inferiores que vivem entre nós. São os antepassados falecidos das
famílias patrícias.
11/08/11
2.5. Reforma de Sérvio Túlio
Centúria: divisão por riquezas da população composta por 100 pessoas com uma determinada
faixa de renda.
A plebe passa a ser reconhecida pelo direito, isto é, a ter direitos e deveres.
“ius civile”
a) Costumes
b) Leis: aquelas propostas pelo rei, votadas nos curiatos ou centuriatos e ratificadas no
senado
a) Cônsules: patrícios que exercem a função política antes exercida pelo rei. Mandato do
cônsule é de um ano e não há a possibilidade de reeleição.
- Edis Curuis (367 a.C.): responsável pela administração das obras públicas e pelo
policiamento do comércio.
Peregrino: que julga os casos que envolve em algum dos pólos o estrangeiro.
e) Revolta plebeia (493 a.C.) e criação dos comícios da plebe e dos magistrados da
plebe
Os plebeus se retiram da cidade a fim de fundar uma nova cidade, porém Roma já é
dependente da plebe.
12/08/11
3.2. Evolução Social da Plebe
- Leis das XII Tábuas: Através desta os direitos consuetudinários são colocados por escrito.
- Acesso ao Senado 241 a.C.: Não distinção de plebeus e patrícios para ter acesso ao senado.
- Nobreza: A nova classe que surge, sendo estes as pessoas e descendentes de quem exerce
atividade públicas.
A Primeira Guerra Púnica foi principalmente uma guerra naval que se desenrolou de 264 a.C. até 241
a.C.. Iniciou-se com a intervenção romana em Messina, colônia de Cartago situada na Sicília. O conflito
trouxe uma novidade para os romanos: o combate no mar. Com hábeis marinheiros, Cartago era a
principal potência marítima do período. Os romanos só conquistaram a vitória após copiar, com a ajuda
dos gregos, os barcos inimigos.
A Segunda Guerra Púnica ficou famosa pela travessia dos Alpes, efetuada por Aníbal Barca, e
desenrolou-se de 218 a.C. até 202 a.C..Desenvolveu-se quase toda em território romano. Liderados por
Aníbal, os cartagineses conquistaram várias vitórias. O quadro só se reverteu com a decisão romana de
atacar Cartago. Aníbal viu-se então obrigado a recuar para defender sua cidade e acabou derrotado na
Batalha de Zama.
A Terceira Guerra Púnica, que se desenrolou de 149 a.C. a 146 a.C.. Roma foi implacável com o inimigo.
Atacou e destruiu completamente a cidade de Cartago,escravizando os sobreviventes. Com isso
completou-se o ciclo de batalhas que deu grande parte do Mar Mediterrâneo aos romanos.
Primeiramente, Roma estimula a aristocracia local a fazer uma aliança e, neste caso, os antigos
líderes são mantidos. A cultura romana não é imposta, mas ao longo do tempo vai inserindo
sua cultura gradualmente. Como consequência há uma assimilação gradual da cultura romana.
Fixa quais são os direitos dos habitantes da região conquistadas. O direito dos estrangeiros
convive com esta lei, que pode outorgar direitos específicos para os habitantes da província.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
- 123 a.C.: Caio Graco e a “Lex Frumentaria”: Criação da lei que tabela o preço do trigo. Caio
Graco é incitado a se suicidar.
- Revoltas escravas
a) Costumes
b) Leis
18/08/11
c) Senatus Consultos: São os pareceres dados pelo senado à consulta dos magistrados. Tinham
influência muito grande, então, frequentemente, estes pareceres eram observados.
Exemplo: No caso dos pretores, estes definiram no Edito como julgariam os casos.
Vários magistrados se elegem generais e fazem modificações, o que gera uma crise.
3.6.4. 53 a.C.: Crasso morre, dando início à disputa entre Pompeu e Júlio César pelo
Oriente
Júlio César, através de um romance com Cleópatra, ganha influência no Oriente, porém
Pompeu conseguiu apoio do Senado.
Em razão do romance com Cleópatra e das perseguições, Júlio César incomoda muita gente.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Júlio César então é morto pelos senadores a facadas e os senadores assassinos fogem
temendo a reação popular.
Marco Antônio, braço direito de Júlio César, lidera então uma força para assumir o poder.
Otávio então invade o Egito, e então, quando sua vitória se torna iminente, Marco Antônio e
Cleópatra se matam para não enfrentarem as consequências de seus atos.
Otávio concentra o poder o poder em si. Passa então a ter o poder de veto sobre qualquer
outra decisão.
Porém não enfrenta o senado. Continua todo o seu governo com uma boa relação com o
senado.
O Prínceps indica quem será seu sucessor, caso o Prínceps morra antes de fazer a indicação, o
chefe dos exércitos é quem faz a indicação.
c) Magistraturas: Com o tempo, as funções dos magistrados vão sendo absorvidas e recebem
funções menos importantes.
d) Comícios: Com o passar do tempo, os comícios perdem seu poder por desuso.
Pax romana: Roma venceu todos os conflitos em que se envolveu nesta época. Tirando os
conflitos entre as estruturas de poder, havia paz.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
19/08/11
4.1. Fontes do Direito no Principado
a) Costumes: Neste período, os costumes não tem grande importância, pois as práticas
comuns da sociedade vão sendo inseridas nos editos.
b) Leis Comiciais: Raras até cessarem por completo entre os anos de 96 e 98 antes de Cristo.
- 130 d.C., o “princeps” Adriano ordena que o jurisconsulto Sálvio Juliano compile os editos
em um único documento: o “Edicttum Perpetuum” (constituição imperial).
Com isso, o “princeps” proíbe os magistrados de criarem novos editos, limitando suas funções.
d) Senatus Consultos: Se tornam obrigatórios, em razão das lacunas deixadas pela falta de
direitos comiciais até que o “princeps” usurpe a função legislativa do senado.
- Após a crise que se instalou no século III d.C., Diocleniano assumiu o governo em 284 e
implantou drásticas alterações políticos-administrativas. No ano seguinte o Império é
dividido em duas partes, cada uma com um imperador.
- A unificação permanece até o governo de Teodósio I (379-395). Com sua morte, Honório e
Arcádio assumem a administração, respectivamente, do Império Romano do Ocidente e
Império Romano do Oriente.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
a) Imperador
26/08/11
5.3. Cristianismo e Império Romano
Durante os primeiros anos do Império Romano, há uma forte perseguição à igreja cristã.
Apesar disso, o cristianismo conseguiu se espalhar através de cultos secretos, etc.
Chega um tempo onde o cristianismo está tão forte que perseguir os cristãos explicitamente
não traz benefícios ao Império Romano.
Quando havia alguma divergência, era possível a resolução desta pendência pelos bispos.
Há de fato uma união do Império e Igreja, pois uma função do Estado passa a poder também
ser exercida pela igreja.
a) Costumes
c) “Iura”: Direito dos doutrinadores. Direito contido nas obras dos juris consultus,
principalmente os clássicos.
Passa então a haver falsas menções aos doutrinadores, com isso funda-se a:
- De “leges” e “iura”:
Rafael Barreto Ramos
© 2011
506, Breviário de Alarico ou “Lex Romana Visigothorum”: Lei feita pelo rei dos
Zigodos
02/08/11
Nota: Justiniano tentará reatar as relações com o ocidente. Financiando batalhas e etc. Faz
também reforma jurídica.
- 529 “Codex” antigo: Reunião das constituições imperiais que haviam sido promulgadas por
imperadores anteriores.
- 533, “Institutas”
- “Novelas”
Todas as conquistas ocidentais de Justiniano são perdidas com sua morte. O ocidente
permanece praticamente intacto e o ocidente é tomado pelos bárbaros.
- As dificuldades jurídicas
Feudalismo
Declínio do feudalismo
Características:
Descentralização do poder
Rafael Barreto Ramos
© 2011
08/09/11
É o Direito Romano “que restou”. Não há um Direito Romano técnico, muitas fontes escritas se
perdem. Passa a ser apenas “a lembrança” do ordenamento jurídico, passa por deturpações,
simplificações.
- É o Direito trazido pelo invasores bárbaros. Cada tribo possuía seus próprios
costumes, logo o Direito Germânico variará de reino a reino.
- Consuetudinário.
O contrato senhor vassalo, inicialmente, era vitalício e não hereditário, porém, com o passar o
tempo, passa a ser.
Direito Canônico nasce para regular as situações eclesiásticas, porém, passa a ser chamado
para resolver os assuntos sociais. Com isso, passa a tentar regular a família, etc.
- Na Alta Idade Média, ainda é pouco organizado, com uma grande variedade de
fontes.
Nota: Ao longo do tempo, tais direitos se fundem, sendo suas influências específicas de cada
região.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
09/09/11
Na Baixa Idade Média, há a formação das primeiras universidades, o que possibilita a criação
de um direito erudito, sendo este um direito doutrinário que, inicialmente, não é aceito,
porém, ao longo do tempo, passa a ter certa influência.
Para o rei é muito importante que haja um direito comum em todo reino, portanto, este quer
acabar com os direitos regionalizados advindos da Alta Idade Média.
- Princípio da Territorialidade.
- Escola de Bolonha.
- Não estudam apenas o “Corpus Iruis Civilis”, pois tentam imprimir um sentido mais prático
à análise. Para tanto, utilizam-se de costumes regionais e glosas da Escola anterior.
15/09/11
O Direito Romano na baixa idade média passa a ser predominantemente formal.
Durante toda a alta idade média, a fragmentação jurídica social resultou em vários direitos
regionalizados.
Apesar de contrária à vontade do rei, cada cidade tem suas leis específicas.
Mesmo que o rei coloque a norma, a convicção do que é o direito não chega em todas a
regiões como direito escrito.
- A recepção do “Corpus Iuris Civilis” libera uma reação à fragmentação jurídica. Em vários
reinos surgem mecanismos de unificação dos costumes.
- Na península Ibérica, há uma fonte especial de direito regional – os forais ou “fueros”. Eram
cartas do Rei enviadas a certas comunidades para reconhecer-lhes autonomia administrativa
e costumes jurídicos.
O rei reconhecia que tal família tinha o direito de governar. Com isto, há o reconhecimento de
vários costumes jurídicos.
Os forais são um instrumento de centralização, pois aos poucos percebe-se que todos os
costumes tem que passar pela concordância real.
4. Inquisição
Há o processo inquisitivo, que traduz uma grande mudança no processo, que até então era
baseado na superstição.
A partir do século XII, há um enrijecimento dos dogmas e outras religiões não são mais aceitas.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Todos aqueles que são acusados de heresia, isto é, cometem qualquer ato que a igreja
considera como contrária ao pregado pela igreja, sendo o Tribunal do Santo Ofício
responsável pelo julgamento.
A inquisição passa a ser utilizadas para julgar crimes que atentam contra o rei, contra o
soberano, os crimes de lesa-majestade.
- Procedimento.
A obtenção da confissão era algo extremamente importante, pois acreditavam que só assim a
pessoa seria salva. O objetivo da tortura não era infringir o mal pelo mal, mas como forma de
se obter a confissão. A confissão passa a ser a “rainha das prova”, pois, além de tudo, é capaz
de salvar a alma.
O julgamento geralmente era secreto, porém por escrito. Após o julgamento há a condenação
ou absolvição.
É caracterizado por ser eminentemente oral. O processo acusatório condenava animais por
crimes, condenava vasos, etc. A culpabilidade era algo muito importante.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
22/09/11
5. Direito Inglês
A Inglaterra entra sob domínio romano pela primeira vez no governo de Júlio César, no
primeiro Triunvirato.
Durante todo o Principado e Dominato, há uma forte resistência bretã contra o domínio
romano.
No século VI, há uma migração de romanos para o norte, que mantém grande parte da cultura
local em razão da forte resistência oferecida pelos saxões. Este fenômeno se evidencia na
língua, no direito e na religião.
Durante toda a alta idade média, há o processo de feudalização, que dá origem à nobreza
inglesa.
A baixa Idade Média inicia-se da mesma forma que na Europa Continental. Pluralidade de
costumes, etc.
Porém há uma nova invasão bárbara, uma invasão principalmente cultural, pois a primeira
coisa que os invasores fazem é tentar simplificar o direito, concentrar o poder, que resulta na
unificação dos costumes apenas no sul da Bretanha (comon law). O norte não aceita a
unificação por terem um direito mais escrito, de influência romana.
- Precedente judicial: “satre decisis el non quieta movere” (“primeira decisão não
deve ser movida”). É sempre o ponto de partida dos julgados posteriores, seja
apenas persuasivo ou vinculante.
Sem precedente judicial, não tem como ser julgado. O precedente é usado nem que seja para
afastar, pois este é o ponto de partida.
- O “Statue Law”
O direito inglês se diferencia em duplo caráter: um caráter escrito de “Statue Law” e outro
consuetudinário de “Comon Law”.
1. Contextualização
As navegações dão uma nova ideia sobre o mundo.
O iluminismo é mais radical que o humanismo, porém seus preceitos são semelhantes.
Última escola a se dedicar ao estudo do “corpus iuris civilis”. Veem o corpus como elemento
histórico. Criticam o corpus e nem tentam dar um caráter prático.
São os primeiros a estudar o Direito Romano. São eles que nomeiam as compilações de
Justiniano como “Corpus Iuris Civilis”
23/09/11
O poder não pode aceitar, deve lutar abertamente contra os poderes locais.
O fundamento do poder do Rei é divino. Diz que o Rei é aquele que é legitimado por Deus a
governar. Ir contra o Rei é ir contra Deus. É a Igreja que coroa o rei como representante de
Deus na Terra.
A elaboração de um ordenamento jurídico nacional se mostra apenas como uma intenção que
irá se consolidar no fim da Idade Moderna e início da Idade Contemporânea.
06/10/11
5. Jusnaturalismo
O iluminismo vai pregar a liberdade, igualdade, separação do Estado da Igreja. A melhor forma
de pregar seus objetivos para que o Estado acate é afirmar que os direitos são pre-existentes a
própria organização política. Não cabe ao Estado escolher. O estado reconhece direitos
imanentes do ser humano.
Na revolução francesa, a reinvidicação de direitos inatos, que são do ser humano por este ser
racional. Direito válido em qualquer tempo e qualquer lugar.
- Hugo Grotius e a Escola de Direito Natural: “há certas normas, correspondentes à natureza
humana, que devem ser a base de toda sociedade civilizada”.
Platão inova dizendo que só existe perfeição no mundo das ideias. Aristóteles trabalha a noção
de justiça voltada pela ideia de direito natural racional.
Os burgueses queriam colocar os direitos naturais de tal forma que não houvesse forma de
contestação. Surge então, a Teoria da Codificação.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
6. Teoria da Codificação
É necessário que se coloque os direitos por escrito. Os direitos naturais passam a ser colocados
por escrito de 2 formas:
- Declarações de Direito de mesma natureza das constituições que surgem na época, com o
intuito de limitar intervenção do Estado na esfera privada.
Tais declarações se voltam para o Estado e não para o Cidadão. Definem a omissão do estado
em determinadas situações.
O código então volta-se para o cidadão. A codificação regulamenta a omissão e ação dos
particulares.
As normas contidas no código se voltam para o interesses burgueses, portanto, não se pode
discorrer sobre direitos de trabalho nesta época.
Tal código não produz grandes efeitos na Inglaterra, porém é divulgado em toda Europa
continental.
Diz Montesquiev que o juiz é apenas a boca da lei. É um ser inanimado, ou seja, judiciário não
elabora o direito, ele aplica o direito.
Separação dos poderes onde há fiscalização mútua, porém sem intervenção nos poderes
destinados a cada um.
Principalmente nos países que não havia unificação, o código é de extrema necessidade. Daí se
falar do Código Alemão, que unificou a atual Alemanha.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
A França pós-revolucionária talvez seja mais tensa e conflituosa que a França pré. A França não
vive uma unidade social, política e nem jurídica. O sul da França predomina a influencia
romana e no norte a germânica.
Em seu preâmbulo proclama que o Estado Francês vem reconhecer os direitos inatos. Há
tratamento privilegiado da propriedade privada.
Em meados da Idade Moderna, nasce a teoria do contrato social, que é a substituição do Poder
Divino dos Reis. Define que o Estado nada mais é uma representação de todas as vontades dos
indivíduos. Cada um cede as suas liberdades ao Estado.
A autonomia da vontade dos particulares deve ser reconhecida, pois é ela quem define a
criação do Estado.
4. Iluminismo
- Movimento do século XVIII de crítica aos valores medievais. Os iluministas diziam-
se a “luz” (razão) que clareia o mundo das trevas da Idade Média.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Acreditam que o sistema feudal seja encerrado que haja mão de obra livre suficiente para
trabalhar e movimentar o mercado.
Liberdade formal
Igualdade formal
Na lei, não pode existir distinção entre a Nobreza, o Clero e o povo, porém, na
realidade, deve-se prevalecer a meritocracia.
- Tais reivindicações são colocadas como direitos inatos, universais e atemporais, que
o Estado deve apenas reconhecer (e não constituir), pois anteriores a ele. Retoma-se
o direito natural em bases antropocêntricas (racionais).
07/10/11
A partir do Iluminismo, a civilização propõe uma racionalidade, uma divisão de poderes e
garantias de direitos baseados na racionalidade humana.
Os códigos são considerados como fonte suprema do direito, porém são, em grande parte,
recepções do Direito Romano.
O código Francês inaugura uma nova linguagem legislativa que passa a ser referência no
Ocidente. A partir deste, quase os países da Europa elaboram codificações. Este código foi
extremamente importante para a França, por proporcionar um desenvolvimento econômico e
extra-França ao servir de modelo para os outros países.
A Alemanha, por sua vez, não aceita o modelo francês, por estar em guerra com este país.
2. Escola da Exegese
- Surge na França pós-“Code”, no século XIX, para fixar procedimentos
interpretativos.
A França precisava de um instrumento muito seguro, então a escola da Exegese vem traduzir
esta segurança de uma maneira dogmática, teórica e não somente pragmática.
Afirmam que a interpretação exige uma compreensão teórica. Para eles, o código é fonte do
direito natural, portanto, é uma fonte do direito perfeito e não há necessidade de ser
interpretado. O Direito se resume ao Código, à lei.
- O Direito resume-se à lei, que é obra exclusiva do Legislativo. Por essa razão, não
cabe juiz interpretá-la.
O juiz só pode interpretar se a lei advinda do legislativo não for clara. Deve ser feita apenas em
casos de omissão, lacuna, omissão. Nestes casos, o intérprete deve sempre buscar a vontade
do legislador. (“mens legislatoris”)
- O apego ao texto da lei faz com que o intérprete se utilize dos métidos gramatical e
lógico na busca pela “mens legislatoris”.
Nos países em que se faz código, este método de interpretação passa a ser a base e nos outros
só ficou na teoria.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
O Código Alemão será elaborado, porém não há uma derrota de Savigny, pois várias de suas
ideias são recepcionadas pelo Código.
BGB: código Alemão. Contém uma sistemática totalmente nova. Ruptura com o modelo
vigente de codificação. É muito mais abstrato. Se divide em parte geral e parte especial e em
vários livros como é feito hoje no Direito Civil.
13/10/11
Segundo Aristóteles, o Direito Positivo deveria especificar o Direito Natural. Esta visão racional
de Aristóteles não era a visão prática de Roma e Grécia. O Direito Positivo e Natural acabavam
sendo contraditórios, até mesmo pela ausência de um conteúdo natural fixo, já que a ideologia
naturalista variava de acordo com a ideologia vigente. A tensão entre Direito Positivo e
Natural, na prática, perdurou por muito tempo.
Embora o código seja na prática a colocação dos Direitos Naturais, esta prática define o fim do
fundamento no jusnaturalismo.
Por isto que o Positivismo ganha forças como movimento teórico que só foi possível pela
colocação do Direito Natural nos Códigos.
Tem como objetivo separar o Direito de outras ordens normativas, isto é, não se confunde
com a moral, com a ciência, etc.
O ponto de vista era o único analisado até então, como se o direito fosse apenas um conjunto
de normas, porém o Direito não é só isso, pois o mais difícil do Direito é verificar como as leis
interagem entre si (Ponto de Vista Dinânico).
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Lei é uma espécie de norma, pois, por exemplo, a sentença também é uma norma, uma vez
que também é um comando advindo de uma autoridade competente a fim de regular a
sociedade. Neste caso, a lei teria um caráter mais abstrato em relação à norma.
Interpretação não autêntica é aquela realizada por pessoas não competentes e possuem
conteúdo meramente persuasivo, não vinculante.
- O Direito na Península Ibérica teve fontes comuns por muitos séculos: “Lex Romana
Visigothorum” (506), Lei das Sete Partidas (de Dom Afonso X, Rei de Castela, de
1265) e os forais (Baixa Idade Média e Idade Moderna)
A Lei das Sete Partidas é resultado da recepção do Direito Romano, mais especificamente, do
Corpus Iuris Civillis.
Apesar das fontes canônicas estarem fortemente presentes em Portugal, ainda há liberdade
religiosa. Judeus e muçulmanos ainda possuem direitos e influência, ainda que de segunda
categoria.
- Divisão Interna.
20/10/11
Temos várias legislações importantes na Idade Média.
O principal foco era reduzir influencias da Igreja, dos governantes locais para que ele pudesse
exercer um governo absoluto.
Tem a mesma divisão das divisões Filipinas, porém se diferencia por revogar as liberdades que
eram concedidas a judeus e mulçumanos. A partir desse momento, há uma perseguição
religiosa em Portugal e Espanha.
Compilação das leis extravagantes. A partir de 159, quem quisesse ter acesso à legislação
superior portuguesa, deveria utilizar O Código Sebastiânico e as Ordenações Manuelinas.
- Aplicação no Brasil.
Aplicação não muito importante, pois neste período o Brasil estava iniciando a colonização.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
4. Ordenações Filipinas
Após a União Iberica, elabora-se uma nova ordenação válida somente em Portugal.
- Ordenadas durante a União Ibérica, pelos reis espanhóis Filipe II e Filipe III (em
Portugal, Filipe I e Filipe II).
- Vigência no Brasil.
Aplicadas em todas as colônias portuguesas. Com a vinda da família real para o Brasil, ganha-se
uma melhor estrutura para a aplicação deste Ordenamento.
Ao longo do tempo, as Ordenações vão sendo revogadas, mas só perdem as vigência no Brasil
de 31 de Dezembro de 1916, com o advento do Código de 1916.
Nota: Legislações Civil no Brasil se resumem nas Ordenações Filipinas, Código Civil de 1916 e
2002.
Queria afastar o Direito Romano do Direito Português. Fala sobre a prevalência do Direito
Português sobre o Direito Romano, inclusive o Direito Canônico.
- Sob influência humanista e racionalista, a Lei da Boa Razão pretendia trazer maior
segurança às decisões judiciais, pela obediência ao Direito expresso e prevalência do
Direito nacional sobre o Romano, glosas e comentários. Estes só poderiam ser
utilizados se estivessem de acordo com a boa razão do direito natural e das leis das
nações cristãs iluminadas.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Nota:
Preâmbulo
Dom José por graça de Deos Rei de Portugal, e dos Algarves, daquém, e dalém mar, em Africa Senhor de
Guiné, e da Conquista, Navegação, Commercio da Ethiopia, Arabia, Persia, e da India, &c. Faço saber aos
que esta Minha carta de Lei virem, que por quanto depois de muitos annos tem sido hum dos mais
importantes objectos da attenção, e do cuidado de todas as Nações polidas da Europa o de
precaverem com sabias providências as interpretações abusivas, que ofendem a Magestade
das Leis, desauthorizam a reputação dos Magistrados, e tem perplexa a justiça dos
Litigantes.
6 Item: Mando, que não só quando algum dos Juizes da causa entrar em dúvida sobre a intelligencia das
Leis, ou dos estylos, a deva propôr ao regedor para se proceder á decisão della por Assento na fórma
das sobreditas Ordenações, e Reformação, mas que tambem se observe igualmente o mesmo, quando
entre os Advogados dos Litigantes se agitar a mesma dúvida, pertendendo o do Author, que a Lei se
deva entender de hum modo; e pertendendo o do Réo, que se deva entender de outro modo. E nestes
casos terá o Juiz relator a 2 obrigação de levar os autos á Relação, e de propôr ao regedor a sobredita
controversia dos Advogados, para sobre ella se proceder na fórma das ditas Ordenações, e reformação
dellas, a Assento, que firme a genuina inteligência da Lei, antes que se julgue o Direito das partes.
7 Item: Por quanto a experiencia tem mostrado, que as sobreditas interpretações de Advogados
consistem ordinariamente em raciocinios frivolos, e ordenados mais a implicar com sofismas
as verdadeiras Disposições das Leis, do que a demonstrar por ellas a justiça das partes: Mando, que
todos os advogados, que commetterem os referidos attentados, e forem nelles convencidos de dólo,
sejam nos Autos, a que se juntarem os Assentos, multados pela primeira vez em sincoenta mil
reis para as despezas da relação, e em seis mezes de suspensão; pela segunda vez em
privação dos gráos, que tiverem da Universidade; e pela terceira em sinco anos de degredo
para Angola, se fizerem assinar clandestinamente as suas Allegações por differentes pessoas,
incorrendo na mesma pena os assinantes, que seus nomes emprestarem para violação das Minhas Leis,
e perturbação do socego público dos Meus Vassallos.
12 Item: Aplica-se o Direito Canônico apenas nos casos que traga pecado. O juiz português também
pode julgar assunto canônico, mas os outros assuntos não podem ser julgados fundamentando-se no
Código Canônico.
Início para restringir o Direito Romano, no final para conceituar a Boa Razão.
14 Item: Os vários estilos e costumes válidos são apenas aqueles estão aprovados pela Casa da
Suplicação (Supremo).
Nota:
21/10/11
A lei da boa razão limitou o Direito Romano, responsável pela exclusão do estudo deste direito
na faculdade de Coimbra.
Com a morte do rei Dom José, esta lei perde importância, porém o Direito Romano passa a ser
aplicado com certos filtros.
Essa lei foi vigente no Brasil até o advento do Código Civil em 1916
Abdicação de Dom Pedro I. Dom Pedro II, muito novo, não possuía maturidade suficiente para
assumir o trono.
Código muito mais moderno que as Ordenações Filipinas. Permite a revogação de mais da
metade do 5º livro destas Ordenações.
Nota: O advento de um Código Civil faria vir a tona assuntos que incomodavam as elites
brasileira (escravos, por ex), portanto, nesta época não há nem mesmo projeto de Código Civil.
Dom Pedro, ao manifestar interesse na elaboração de um Código Civil, era pressionado pela
elite a desistir da ideia.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Permite uma maior diversificação. Substitui legislação burocrática para relação moderna. Para
unicamente as relações de Comércio, sem discutir nada sobre a escravidão, sobre a família
patriarcal.
Utilizada mais como uma forma de consulta, não revogou nenhuma das normas anteriores
(Ordenações Filipinas, Lei da Boa Razão, etc.).
- Apenas com a proclamação de República, em 1889 no Brasil torna-se país laico, não
mais aceitando a aplicação do Direito Canônico.
Em razão da forma federativa de Estado, os estados passam a elaborar seus próprios códigos
processuais civis.
- 1939: Código de Processo Civil, que revogou o Regulamento 737 e as demais leis
processuais civis.
Nota:
Matéria da Prova
Rafael Barreto Ramos
© 2011
- Fontes do Dominato: somente aquelas que vão influenciar na idade média (compilações
feitas pelo bárbaros, corpus iuris civilis (o que é, quais são suas partes, etc.)
28/10/11
Legislação Brasileira foi em grande parte Filipinas. Legislação Civil se transforma, mas a
proposta de um novo código é adiada. O Código Comercial também continuou vigente. Era
complicado conhecer a legislação civil, pois embora as Filipinas vigorassem, tinham inúmeras
outras.
Teixeira de Freitas (1830) é convidado a compilar toda legislação. Faz a “Consolidação das Leis
Civis”, mas não constava leis abolicionistas* (embora ele ser abolicionista). Até elaborar essa
compilação, ele percebeu que muita coisa que já estava revogada, os juízes ainda aplicavam.
Consolidação não foi suficiente. Teixeira é chamado em 1859 para fazer Código, onde ele
poderia inovar. Ele chamou de Esboço por afirmar que estava sujeito a mudanças. Pouco a
pouco ia publicando as partes e recebendo críticas.
Ao longo dos fascículos do esboço, ele ia acrescentando código comercial ao civil, pregando
unificação do Direito Privado, mas o governo nomeia uma comissão para adaptar o código
comercial ao civil, dando golpe e tornando trabalho dele inútil.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Outro golpe (1965) é uma comissão para rever o esboço de Teixeira. Porém era uma média de
3 artigos por mês. Por isso ele renuncia o projeto e ele não se tornou código.
Clóvis Beviláqua foi nomeado. Se baseou no projeto de Teixeira. Porém Rui Barbosa (senador)
não aceita proposta de Beviláqua e se opõe ao Código. O projeto ficou 10 anos tramitando no
senado e passa por revisão de Rui Barbosa e do seu professor de português. Depois volta para
câmara de novo. Em 1915 é aprovado.
1916: novo código. Passa ser instrumento único, revogando ordenações filipinas e outras.
(Entrou em vigor 17 anos depois de ser idealizado, por isso, mesmo moderno, já não responde
a todos os anseios da sociedade). Era um Código Liberal.
Por isso a partir de 1940 há muitas leis aprovadas dizendo sobre a internação do Estado.
Por isso, antes de 1988 a situação era caótica. Tinha código, mas no mínimo 2000 leis girando
em torno do assunto. Explosão legislativa que tirava a centralidade do Código.
Constituição de 1988 piorou porque revogou vários artigos do código (e não tinha vacatio
legis).
Renovação Direito Privado (após 88): ECA e CDC (1990): mais amplas com caráter
constitucional – “micro-sistemas” (pequenas ramificações). Acentuou a descodificação.
Alguém em 1975 dicidiu que o projeto de Miguel Reale que tramitava há anos no Congresso
merecia ser modificado e aprovado. Mudanças pontuais adaptadas a Constituição, porque a
base era o projeto de 1975. Foi votado em 90, aprovado em 2001, sancionado em 2002. Foi
unificada a parte de obrigações. Lei 8850está vigente 1/3 dela, comércio marítimo.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
03/11/11
No Brasil praticamente não houve até a independência leis específicas relativas à escravidão.
Normalmente a situação era a margem da lei e quando se tinha que invocar alguma norma,
invocava-se o Direito Romano.
No Brasil, a escravidão começa com os Índios, que não se mostra produtiva por, entre outros
motivos, os índios possuírem uma organização social mais estável.
Nesta época começa a vigência do código Criminal do Império (1830), que previu um artigo
específico para escravos, estabelecendo formas de castigos, etc.
Tal lei enrijeceu e estabeleceu penalidades maiores para os infratores. Dentre suas medidas
estava a fiscalização dos portos.
Porém a importação de escravos continua, dentre outras maneiras, através da declaração falsa
de carga.
Escravo Liberto: Aquele que foi alforriado, porém, ainda assim persistem alguns deveres para
com seu antigo senhor. Ex: deve o escravo liberto sustentar seu antigo senhor em casos de
miséria.
Conforme a lei, a criança deve ser criada pelo senhor até os 8 anos. Se o senhor entender que
deve entregar a criança ao Estado, receberá uma indenização de 600 mil réis. Pode o senhor
também manter a criança até os 21 anos, exigindo desta trabalhos. Entretanto, na prática, a
criança ingênua acaba vivendo como escrava.
Em linhas gerais, estes indivíduos ingênuos eram mantidos até escravos até os 21 anos e,
posteriormente, era liberto e vivia mendigando, sendo que a “vagabundagem” era tipificada
criminalmente ou então continuava a se submeter ao senhor pelo resto de sua vida por
vontade própria.
Lei que garantia a liberdade a escravos com idade acima de 60 anos. Considerada por muitos
como vantagem para o senhor e não para o escravo.
Porém, não houve nenhuma política de inserção destes escravos libertos na sociedade.
- Abolição de 1888.
Lei extremamente sucinta, que também não previa nenhuma política de inserção dos escravos
na sociedade.