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Estratégias de aprendizagem para alunos com dislexia

Um dos valores mais importantes, determinado e garantido pela


Constituição Federal, é o direito que todo ser humano tem à educação. A
possibilidade do indivíduo aprender coisas sobre o mundo que o certa e se
desenvolver como pessoa, é um dos fins mais estimáveis da natureza humana
e que atribui sentido à vida. Por isso, num Estado que se propõe a garantir os
direitos e necessidades básicas dos indivíduos deve, necessariamente,
fornecer um sistema de educação que atinja a todos sem nenhum tipo de
restrição. Esse é o ideal de todo educador.

No entanto, basta olhar para o mundo para se verificar que as dificuldades


da realização desse ideal. Os sistemas de ensino muitas vezes não estão
preparados para lidar com as dificuldades variadas a que o mundo real nos
submete. Há inúmeros problemas para a realização de uma educação
universal. Mas, como o foco aqui é aprendizagem entre alunos com dislexia, o
trabalho irá focar nesta questão em específico.

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD) (Cf. DISLEXIA,


2019), há no mundo mais de 700 milhões de pessoas com dislexia. Ou seja,
10% da população mundial apresenta, em alguma medida, dificuldades em
aprender e ler com fluidez um texto e interpretar o que os signos denotam. O
problema pode se manifestar em qualquer pessoa, embora muitas vezes o
diagnóstico não seja feito e a própria pessoa não saiba que tem dislexia em
algum grau. Ela é principalmente detectada nas escolas, obviamente, pois no
âmbito escolar é que se exige um maior nível de leitura e capacidade de
interpretação de textos dos mais variados tipos como critério de aprendizagem
e avaliação dos alunos.

Pode-se dizer que a escola já evoluiu muito em termos de inclusão social e


de dinamização do ensino quando comparamos com uma ou duas décadas
atrás. No entanto, a escola de hoje certamente ainda não está preparada para
dar conta, de forma competente, de uma série de especificidades que, ao invés
de se manifestarem como aspectos comuns das exigências de ensino, se
mostram como desafios praticamente intransponíveis. Como afirma Tales (Cf.
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TALES, 2012), os alunos disléxicos seguramente não são menos inteligentes


ou menos competentes que qualquer outro aluno. Todavia, eles apresentam
um grau de dificuldade principalmente voltado à leitura e à capacidade de
absorção do significado das palavras em um texto.

Diante dessas dificuldades a que, muitas vezes, a escola não dá conta,


muitos alunos acabam desistindo. Isso é resultado não apenas da
incapacidade do sistema de ensino a lidar com eles, mas também de um
contexto em que a dislexia ainda é mal compreendida, tornando-se,
invariavelmente, objeto de preconceitos e humilhação. Como esclarece
Tabaquim et. al.,

Os professores podem acreditar que o aluno com dislexia seja


desatento, e os pais podem relacionar as dificuldades na escola a
atitudes comportamentais que refletem desinteresse pelo estudo. Até
mesmo o próprio aluno pode considerar-se incapaz, com o
autoconceito e a autoestima prejudicados, decorrentes da vivência de
múltiplos insucessos no cotidiano, principalmente no contexto
acadêmico. As dificuldades na leitura e expressão escrita, as letras
deformadas e desorganizadas são algumas características típicas do
quadro, capazes de criar situações constrangedoras ao aluno e
limitantes ao professor. (Cf. TABAQUIM, et. at., p. 133.)

São por essas e muitas outras razões que, como sustenta Gardner (Cf.
GARDNER,1995) a escola deve promoter técnicas e estratégias de ensino que
consigam realizar o ideal de garantir uma educação de qualidade para todos
promovendo alternativas pedagógicas que contemplem os alunos com dislexia.

1.1. Propostas

Há inúmeras estratégias que podem ser adotadas para a melhor realização


de uma educação de qualidade para alunos com dislexia. A temática da
educação inclusiva, bem como especificamente a questão de alunos disléxicos,
é um campo de pesquisa que tem crescido bastante nos últimos anos, o que
faz com que se tenha bastante pesquisa e dados científicos para que se possa
melhor guiar os rumos da educação.
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De acordo com Arruda e Almeida (Cf. ARRUDA & ALMEIDA, 2014), para o
professor obter mais sucesso na transmissão do conteúdo para alunos
disléxicos é de extrema importância dar muita atenção ao grau de dificuldade
dos conteúdos a serem ensinados bem como ao processo de simplificação
desses conteúdos. Isso deve ser feito, obviamente, pelo professor que é
especialista na área. Sua capacitação deve permitir que ele consiga traduzir
conteúdos mais abstratos e complexos de uma forma que associe como o
mundo que rodeia a realidade do aluno. Como destaca Parrenoud (Cf.
PARRENOUD, 2000), o professor não é meramente um transmissor de
conteúdo, mas deve se hadapatr e propor práticas de melhor contemplem as
exigências à realidade em que se encontra. Este tipo de aprendizagem com
certeza facilita a educação do disléxico.

Também é necessário desmistificar alguns preconceitos, mesmo dentro da


área mais acadêmica sobre o assunto. Há a ideia de que o aluno disléxico não
deve ser muito exposto diante do restante da turma porque isso pode acarretar
em algum tipo de retraimento individual. Não é o que sugere a pesquisa de
Mantovanini (Cf. MANTOVANINI, 2001). Segundo os dados de sua pesquisa,
há a preferência dos próprios alunos com dislexia a serem expostos diante da
turma em tarefas que exigem trabalho em conjunto. Isso certamente também
dá conta de outro mito, que é a ideia de que os alunos disléxicos devem ser
isolados da turma e submetidos a aulas especialmente voltadas para eles.
Essa separação pode causar sérias perdas para o aluno disléxico, assim como
para o restante da turma, pois esse aluno não é menos inteligente do que os
outros e tem muito a oferecer para outros alunos.

Nesta mesma linha de cooperação com os alunos da classe, Cruz e Mariz


(Cf. CRUZ & MARIZ, 2011), procuram argumentar que uma técnica eficaz de
engajamento com o restante da turma é a prática da leitura oral. Este tipo de
exposição, e é claro que se pressupõe uma conscientização dos outros
integrantes da turma sobre o que consiste a dislexia, pode gerar uma série de
benefícios e avanços para o aluno. À medida que ele consegue cumprir as
tarefas de leitura pública, ele vai ganhando mais confiança nas suas
capacidades e isso acarreta em uma maior evolução.
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Há inúmeros trabalhos (Cf. PINHEIRO, et. al., 2013) que sugerem uma
série de indicações que o professor pode seguir para organizar o seu trabalho
de ensino. São elas:

Certifique-se de que as tarefas de casa foram compreendidas e


anotadas corretamente; Certifique-se de que seu aluno pode ler e
compreender o enunciado ou a questão. Caso contrário, leia as
instruções para ele; Leve em conta as dificuldades específicas do
aluno e as dificuldades da nossa língua quando corrigir os deveres;
Estimule a expressão verbal do aluno; Dê instruções e orientações
curtas e simples que evitem confusões; Dê "dicas" específicas de
como o aluno pode aprender ou estudar a sua disciplina; Oriente o
aluno sobre como organizar-se no tempo e no espaço; Não insista em
exercícios de fixação repetitivos e numerosos, pois isso não diminui a
sua dificuldade; Dê 49 explicações de "como fazer" sempre que
possível, posicionando-se ao seu lado; Esquematize o conteúdo das
aulas quando o assunto for muito difícil para o aluno. Assim, a
professora terá a garantia de que ele está adquirindo os principais
conceitos da matéria através de esquemas claros e didáticos; "Uma
imagem vale mais que mil palavras": demonstrações e filmes podem
ser utilizados para enfatizar as aulas, variar as estratégias e motivá-
los. Auxiliam na integração da modalidade auditiva e visual, e a
discussão em sala que se segue auxilia o aluno organizar a
informação. Por exemplo: para explicar a mudança do estado físico
da água líquida para gasosa, faça-o visualizar uma chaleira com a
água fervendo. (DISLEXIA, 2014 apud., PINHEIRO, et. at. 2013, p.
48-49).

Como é possível notar, o aluno disléxico requer uma atenção maior por parte
do professor. Isso não significa que ele não é capaz de aprender e dominar os
conteúdos tratados da mesma maneira que seus colegas não disléxicos, mas
que ele manifesta apenas alguma dificuldade em fixar os conteúdos da mesma
forma que os outros. Mas ele é perfeitamente apto; por isso essas regras
devem ser seguidas de perto pelos professores.

Ainda, tal como sugerem Ianhez e Nico (Cf. IANHEZ & NICO, 2002), o
professor pode lançar mão de dispositivos mais palpáveis que o aluno disléxico
pode utilizar para facilitar a sua aprendizagem, tais como o uso de uma
calculadora, a tabuada, o próprio computador (quando for possível e se a
escola dispor de tais instalações), e, principalmente, o aprendizado através de
imagens. O aluno disléxico aprende muito facilmente através de imagens que
associam o conteúdo ou os resultados do conteúdo, tal como o resultado de
ume experimento científico de biologia, por exemplo, a fenômenos mais
próximos a ele, como experiências cotidianas.
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Um ponto que tem sido cada vez mais ignorado hoje em dia, mas que é
assiduamente notado por Condemarin e Blomquist (Cf. CONDEMARIN &
BLOMQUIST, 1986, p. 17), e que precisa de atenção é o momento em que o
aluno entra na escola. O grau de maturidade é de suma importância para que o
aluno possa desempenhar da melhor maneira possível a absorção dos
conteúdos. O aluno disléxico aqui desempenha papel central. Muitas vezes os
pais acabam forçando a entrada muito precoce desses alunos na escola, talvez
com o sentimento de pressa de que ele deve estudar mais, dadas as suas
especificidades, o que acaba acarretando em maiores dificuldades e em
desmotivação por parte do aluno. Como afirmam,

Muitas escolas regem-se pela idade cronológica como único critério


de seleção para os alunos que ingressam no primeiro ano do primeiro
ciclo e não consideram a maturidade para a iniciação da
aprendizagem da leitura. Estar pronto para ler implica maturidade em
vários aspectos: a criança deve possuir uma idade visual. Implica
também uma idade linguística: a criança deve ser capaz de expressar
seus pensamentos em frases, com suas próprias palavras, escutar e
contar estórias em sequencia apropriada e dar identidade verbal ao
objetos e símbolos. Implica por último, uma idade emocional e social:
a criança deve ser capaz de permanecer longe da mãe sem
angustiar-se. Deve ser capaz de alternar, cooperar e competir com o
grupo de iguais e de aceitar outra autoridade e fonte de afeto
independente do laço familiar primário. (CONDEMARIN;
BLOMQUIST, 1986, p. 17).

O ensino também não deve se pautar pelo uso da repetição do


conteúdo, algo que é comum nas escolas. O professor deve dispor de meios de
mostrar o que significa o conteúdo que está sendo ensinado e mostrar a
conexão com a realidade. A facilidade do aluno disléxico em aprender o
conteúdo aumenta bastante quando o professor faz maiores esforços apoiando
as realizações do aluno, incentivando que ele vá à lousa fazer exercícios com a
ajuda de colegas e valorizando-o pelas suas conquistas intelectuais.

É importante dizer que essas iniciativas podem fazer toda a diferença no


processo de ensino aprendizagem de alunos disléxicos. Escolas que buscam
cada vez mais a realização da inclusão social e investem em técnicas de
ensino inovadoras que são voltadas para as necessidades peculiares que seus
alunos apresentam, além de estarem desempenhando um ótimo papel para
que esses alunos possam se desenvolver como pessoas e conhecer melhor o
mundo que os rodeia, contribuem para um mundo mais humanitário. É visível o
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progresso que se tem feito no que diz respeito à inclusão social, mas ainda há
muito a que se fazer.

Neste sentido, abaixo passa-se a determinações mais diretas de


atividades que podem ser implementadas pelas escolas, em geral, e pelos
professores na sala de aula com o conteúdo específico da sua área para que o
aluno com dislexia possa aprender de forma mais eficaz e desenvolver melhor
as suas habilidades.

1.2. Estratégias mais práticas

Aqui descreve-se algumas estratégias de ensino possíveis que o professor


pode ensinar para o aluno disléxico para potencializar as suas capacidades de
aprendizado.

a) Mapa Mental ou Palácio das Ideias

Esta técnica é muito usada para memorizar uma série longa de conteúdos
ou mesmo por competidores que participam de desafios de memória. De
acordo com Machado (Cf. MACHADO, 2019), trata-se do seguinte. O ser
humano em geral tem maior facilidade em memorizar informações quando elas
são associadas a imagens. Os alunos disléxicos em particular, apresentam um
potencial muito grande de aprendizado quando os conteúdos são
interconectados a imagens. A estratégia do Mapa Mental consiste em adotar
uma lista (pode ser infinita) de itens, objetos, pessoas, animais, etc., numa
mesma ordem e associa-los ao conteúdo que se queira aprender. Por exemplo,
é comum memorizar objetos da casa, que é obviamente muito bem conhecida
por cada pessoa. Então, pode-se escolher, por exemplo, quinze itens da sala,
quinze da cozinha, quinze do quarto, e assim por diante, e memorizar esses
itens sempre na mesma ordem, tal como: sofá, janela, tv, vaso, etc. Essa é
uma tarefa muito simples porque o aluno está familiarizado com sua casa e
sabe perfeitamente a ordem dos itens. O próximo passo é, na aprendizagem do
conteúdo, transformar um conceito, uma ideia ou uma fórmula em uma imagem
específica e conectar esta imagem com um item do Mapa Mental. Por exemplo,
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quando se está querendo ensinar uma fórmula da física desenvolvida por


Albert Einsten, pode-se pedir para que o aluno imagine Einsten cantando tal
fórmula sentado no sofá de sua casa. Ele associa a imagem ao item da sua
casa. Isso depende da imaginação de cada aluno. Mas a técnica é
perfeitamente funcional e faz com que o aluno disléxico vá criando, aos
poucos, o seu Palácio das Ideias.

b) Método Pomodoro

As pesquisas recentes das ciências do cérebro têm sugerido que a


capacidade de concentração não é ilimitada no sentido de que alguém pode
sentar e ficar durante cinco ou seis horas seguidas lendo um livro ou fazendo
cálculos matemáticos. (Na verdade, alguém pode fazer isso, mas certamente
não terá um bom desempenho). O que se sabe é que o ser humano é capaz de
concentração realmente eficaz por períodos de 25 ou 30 minutos em média.
Neste sentido, como sugere Cirillo (Cf. CIRILLO, 2016), o Método Pomodoro
tenta dar sentido a essas descobertas científicas e adaptar isso à realidade.
Isso pode funcionar excepcionalmente para alunos disléxicos. Como afirma
Cirillo (Cf. CIRILLO, 2016), a técnica é a seguinte. Pega-se um relógio ou um
cronômetro qualquer programa-o para 25 minutos. Estuda-se por esses 25
minutos e, quando o tempo acaba, descansa-se por 5 minutos. Após isso,
retorna-se para o mesmo ciclo. Isso faz com que, quando a pessoa começa a
perder a capacidade de concentração efetiva, se dá um intervalo e se recupera
a atenção. Esses ciclos podem fazer com que o aluno estude de uma forma
mais eficaz. Alunos disléxicos que tem problemas para se manterem
concentrados por longos períodos podem se beneficiar muito desta técnica. Na
verdade, pode-se até reduzir esse tempo de 25 minutos, dependendo da
especificidade do indivíduo. Considerando que é difícil implementar esta
técnica na sala de aula, ela é indicada para o aluno estudar em casa para fazer
os trabalhos, tarefas e leituras demandadas pelo professor.

c) Flashcards

Os Flashcards são fichas que contém a denominação de um conceito num de


seus versos e a explicação do significa em outro. Também pode adotar a forma
de pergunta de um lado e resposta de outro. A técnica normalmente é usada
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para o aprendizado de línguas estrangeiras. Tem se mostrado bem eficaz. No


entanto, ela pode ser aplicada para o aprendizado de qualquer conteúdo e
poderia desempenhar um papel principal para o aprendizado de alunos
disléxicos. Como sugere Santos (Cf. SANTOS, 2011), esta técnica o professor
pode utilizar em sala de aula para ensinar inúmeros conteúdos, para além de
línguas estrangeiras apenas. Segundo o autor, (Cf. SANTOS, 2011) á técnica é
a seguinte. Pode compor uma série de fichas sobre o conteúdo estudado e dar
para o aluno, ou pode até mesmo pedir para que o próprio aluno faça as fichas.
Depois, pode pedir para que o aluno vá passando as fichas e verificando as
perguntas e tentando responder. Pode ser oralmente, em que o aluno responde
para o professor. Pode ser mentalmente, em que o aluno olha a pergunta de
um lado da ficha e tenta responder mentalmente. Se não souber da resposta,
pode consultar instantaneamente do outro lado da ficha. É uma técnica muito
útil e fácil de ser usada. Pode ser usada na sala de aula, na ida para o colégio,
em casa, numa fila, etc. Com certeza, alunos disléxicos podem se beneficiar
muito desta técnica, principalmente quando os flashcards são associados a
imagens.

d) Estratégias Lúdicas e Multissensoriais

Como é sabido, o aluno disléxico não é menos inteligente ou tem as


capacidades reduzidas em relação a outros alunos. Ele apenas apresenta
alguma dificuldade na parte de interpretação de símbolos. Por isso, como
sustentam Condemarin e Blomquist (Cf. CONDEMARIN & BLOMQUIST, 1986),
algo que deve ser explorado em grande medida são as outras estratégias de
ensino, já que estudar e aprender não está apenas limitado á leitura.
Estratégias Multissensoriais dizem respeito a alternativas de ensino que
explorem os outros sentidos do aluno, tal como a visão, a audição os
movimentos do corpo, etc. Pode-se fazer visitas a locais que corroborem
fisicamente os aspectos estudados em sala de aula, tal como a visita a um
museu por exemplo para corroborar conteúdos aprendidos numa aula de
história. As Estratégias Lúdicas dizem respeito a todo e qualquer tipo de
brincadeira que possa ser criada relacionando o conteúdo passado pelo
professor em sala de aula para que o aluno disléxico possa contemplar com
mais facilidade. Fazer piadas com o conteúdo, desenhar, cantar, assistir filmes
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são algumas das técnicas que podem ser usadas. Aqui a criatividade fica por
conta do professor, que é quem melhor domina as peculiaridades da sua área
de ensino. Os alunos disléxicos podem ganhar muito com esse tipo de
atividade, já que exploram outros modos de aprendizado que não apenas
aqueles voltados para a leitura. Além de proporcionar diversão e motivação
para o aluno, essa estratégia faz com que ele aprenda e domine os conteúdos
assim como os demais alunos da turma.

Com o cumprimento dessas estratégias, ou de algumas delas pelos


menos, o professor pode certamente potencializar as capacidades do
aprendizado dos alunos com dislexia. Vale ressaltar que alunos disléxicos não
são menos capazes ou menos inteligentes do que os outros. Eles apenas tem
uma das formas pelas quais alguém pode aprender as coisas sobre o mundo
um pouco limitada, que é a leitura e interpretação. Mas esta é apenas uma das
formas que se adquire conhecimento sobre o mundo. Acima foi proposta
algumas alternativas e cabe, também, à criatividade do educador e da escola
propor iniciativas para além destas.

À guisa de conclusão, procura-se dar uma série de indicativos de como


trabalhar com alunos disléxico. Mas, em resumo, não há uma fórmula mágica
que irá dar certo em todos os cenários possíveis. O que se tenta fazer é
fornecer algumas estratégias de aprendizagem. É preciso tempo para o
planejamento das atividades e o engajamento efetivo do professor. É possível
que o professor encontre muitas dificuldades no processo de educação destes
alunos. Mas adotando algumas das perspectivas expostas no decorrer deste
trabalho, ele certamente terá bons indicativos do que deverá fazer para obter
sucesso. Cabe dizer que, por mais que seja um processo árduo, os sistemas
de ensino não devem privar ninguém da educação, pois é um valor que deve
ser garantido para todos. A escola deve ser cada vez mais inclusiva e dispor de
técnicas inovadoras de ensino aprendizagem que contemplem as
necessidades de todos os envolvidos. Além disso, a educação e o
conhecimento são algo que possuem valor intrínseco, quer dizer, são valioso
por si mesmos independentemente de todas as outras coisas. Por isso, limitar
alguém de se desenvolver como pessoa ou de poder apreciar as mais belas
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realizações intelectuais da humanidade é uma grande perda, algo que deve ser
evitado a todo custo.

REFERÊNCIAS

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