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Da Política às Micropolíticas – Katia Canton

O objetivo do livro apontado pela autora é “compartilhar com o leitor um panorama em que a arte
contemporânea espelha e reflete atitudes sociopolíticas diretamente relacionadas com questões da
realidade” ( Canton, 2009 p.15).

Entrevista com Jaime Spitzcovsky


Apresenta um breve relato sobre as mudanças políticas ocorridas nas três últimas décadas, que
mudaram o status quo mundial saindo da polaridade da guerra fria para uma conjuntura de abertura e
globalização da economia de mercado. Embora há controvérsia, pois dizem hoje que estamos na
“Guerra Fria do pós-Guerra Fria”, onde a China tem tomado o lugar da Rússia na oposição ao EUA. Mas,
saímos de algo que era mais geral para algo, agora, fragmentado onde cada um vê mais o que está ao
seu entorno, daí a ideia de micropolítica. Hoje o que manda no mundo é a economia, o comercio
globalizado num mundo cada vez mais sem fronteira, sustentado pelo liberalismo econômico
impulsionado pelo desejo, onde quem manda é a capacidade tecnológica que vende o que todo jovem
quer ter. Neste contexto, o terrorismo de ontem é o de hoje questionando o liberalismo com sua pseudo
vitória, mas em minha opinião, ele é muito mais religioso do que político, embora a sede por poder
independa de credo. Ele aponta mais democracia e busca pelo equilíbrio social me econômico para
anular essas frentes.
As formas de se fazer arte também mudaram porque o mundo está em crise. Vivemos um tempo de
transformações e elas ocorrem numa velocidade muito alta. E antes o que os artistas buscavam
representar com uma ideologia, hoje buscam apresentar seu próprio ponto de vista ou do grupo que faz
parte.

Micropolitica e Globalização
“O sentido da globalização está justamente na interdependência entre o espaço global e o local” Isto
influi sobre todos, grupos, sociedade e Estado, não apenas na comunidade local, mas também a
individualidade. (Como exemplo as redes sociais da internet, você influencia e é influenciado por ela),
tornando tudo muito aberto à crítica, ao acréscimo ou decréscimo.
A tecnologia da informação diminuiu os espaços encurtando as distancias, mas não aproximou as
pessoas.

Entrevista com Peter Pá Pelbart


A política hoje é desmembrada em diversas campos, não mais representada por uma única pessoa, mas
por um coletivo, com diferentes formas de poder, que pode estar em qualquer campo do saber. Isso
tende a anular o partido político, ou este terá que absorver estas diversas realidades. Isso gera grupos
que se mobilizam em função de suas ideias e/ou demandas.
A arte também deixou de ser metafórica para se tornar contraditória.

Entrevista com Rosana Paulino


A arte deve ser trabalhada sempre com a verdade. Deve ser sincera.
Apropriação para protestar - Através da utilização/transformação do objeto que lhe é comum, afetivo, no
dia a dia, demonstra com sua arte, a realidade em que vive.
Nesse sentido assim como a arte, a política é pessoal.

Sobre Monica Nador


“Mas a falta de beleza faz mal à saúde e ao espírito. A beleza potencializa a arte. É preciso reinstaurá-la
como algo politico.” (Cantor, 2009, pag. 40) Dessa forma o belo é mais necessário na periferia do que no
centro.

Entrevista com Beth Moysés


O artista deve ser livre para se expressar, mesmo dentro de um contexto sociopolítico.
A arte como resultado de uma ação coletiva que expõe e protesta sua realidade. O resultado é trazer à
tona uma realidade que está escondida.
Entrevista com Pazé
Todos nós somos políticos. A arte sempre manifesta o que sentimos, inclusive nossas posições.

Entrevista com Eduardo Srur


Atualmente trabalha com intervenções urbanas. Seu objetivo é mobilizar o espectador.
Com temas da atualidade como meio ambiente, ética e arquitetônicas de São Paulo, utiliza da ironia e da
provocação para falar de coisas sérias. A mensagem deve ser direta para o expectador com o objetivo de
atingir a todos.

Entrevista sobre o Grupo Uenizz

Em Gotham-SP peça realizada pelo grupo é trabalhado a idéia das multiplas cidades que nos
habitam provocando um estranhamento no espectador, também chamado de mortos-vivos,
sendo que os atores são os vivos-vivos, daí resulta na pergunta: "O que é estar vivo hoje? e,
"Será que estamos vivos?"
Fala também sobre o Imperio Capitalista como algo totalmente trabalhado na subjetividade
onde "hoje o que compramos cada vez mais são maneirdas de ver , sentir, pensar e de perceber,
de morar e de vestir, ou seja, consumimos formas de vida."
Nos faz refletir também sobre o fato de consumirmos toneladas de subjetividade e que somos
mobilizados nos reconditos de nossa subjetividade. Creio que esta também é uma critica de
como a midia trabalha no nosso subconsciente vendendo uma "arte estetizada".
Josué Bezerra de Lima
Música - Licenciatura 5o. Período
Linguagens Expressivas
Orientação Profa. Thereza Peric

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