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e tratar
as alergias
ÍNDICE GERAL
A ÍNDICE REMISSIVO
Impressão:
PERES-SOCTIP, Indústrias Gráficas, S.A.
Estrada Nacional 10, Km 108,3
Porto Alto
2135-114 SAMORA CORREIA
Prefácio
As doenças alérgicas afetam cada vez mais pessoas. Na verdade, nin‑
guém está totalmente livre de, mais cedo ou mais tarde, sofrer uma rea‑
ção deste tipo.
Capítulo 9
Capítulo 7 As alergias
As doenças alérgicas aos medicamentos
dos olhos
Um problema difícil . . . . . . . . 119
Algumas noções de anatomia
e fisiologia . . . . . . . . . . . . . . . 97 Os medicamentos envolvidos . 120
A penicilina e outros antibióticos . . . 120
A conjuntivite alérgica . . . . . . . 97 As sulfamidas . . . . . . . . . . . . . . 121
Os sintomas . . . . . . . . . . . . . . . 98 O ácido acetilsalicílico . . . . . . . . . .121
A
Capítulo 11
As alergias das crianças
Alergias e hereditariedade . . . .135
As alergias alimentares . . . . . .136
Nos bebés . . . . . . . . . . . . . . . . .136
Nas crianças . . . . . . . . . . . . . . .137
Capítulo 1
Noções gerais
A Noções gerais
O que é a alergia?
★★ Os fenómenos alérgicos sempre existiram e podem mesmo encontrar‑se
algumas descrições precisas em textos dos médicos da Grécia antiga.
Nos tempos de Hipócrates, os médicos já tinham elaborado uma lista
dos alimentos suscetíveis de provocar reações indesejáveis em certas
pessoas (queijo, mariscos, nozes, ovos, etc.). No entanto, foi apenas a
partir do final do século passado que os médicos começaram a estu‑
dar realmente tais fenómenos. É interessante notar que muitos desses
médicos sofriam, eles próprios, de alergias.
11
A Prevenir e tratar as alergias
medula óssea
linfócitos T
(glóbulos brancos) linfócitos B
(glóbulos brancos)
estimulação antigénica
linfócitos ativados
plasmócitos
12
A Noções gerais
A ALERGIA É…
13
A Prevenir e tratar as alergias
Reação do tipo I
Também conhecida por reação anafilática (não confundir com choque
anafilático), é o tipo de reação alérgica mais frequente.
A palavra anafilaxia foi introduzida no vocabulário médico pelo inves‑
tigador francês Ch. Richet, prémio Nobel da Medicina em 1919, para
nomear o inverso de uma proteção (designada por profilaxia). Trata‑se
de uma reação do tipo imediato.
O antigénio, chamado também neste caso alergénio, reage com um anti‑
corpo do tipo IgE, ele próprio fixo a recetores específicos de diversas
células como, por exemplo, os mastócitos.
Quando o alergénio se combina com o anticorpo, libertam‑se substâncias
designadas por mediadores, das quais a mais conhecida é a histamina. A
este fenómeno dá‑se o nome de desgranulação (veja a ilustração Reação do
tipo I, na página seguinte). As substâncias libertadas nesta reação são respon‑
sáveis pelos sintomas alérgicos como espirros, tosse, prurido ou comichão.
Como exemplos de reações do tipo I, podemos referir a rinite alérgica,
a asma, certas alergias cutâneas, entre outros.
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A Noções gerais
Reação do Tipo I
mastócito
fixação do alergénio
desgranulação
Reação do tipo II
Também conhecida por reação citotóxica, provoca a destruição das célu‑
las (veja a ilustração Reação do tipo II, na página seguinte).
O antigénio está fixo na superfície de algumas células ou entra na com‑
posição da membrana celular. A reação produz‑se entre o antigénio e
um anticorpo em estado livre na circulação sanguínea.
Este tipo pode ocorrer nos acidentes de transfusão, devido a incompati‑
bilidade sanguínea, e em certas formas de alergia a medicamentos.
15
A Prevenir e tratar as alergias
Reação do Tipo II
antigénio fixo
sobre o antigénio
reação bioquímica
desintegração da célula
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A Noções gerais
antigénio introduzido
no organismo
formação
de imunocomplexos
reação bioquímica
Reação do tipo IV
Trata‑se de uma reação retardada, porque apenas se manifesta 24 a 72
horas após o contacto com o antigénio.
As reações do tipo IV ocorrem por intermédio de linfócitos T, capazes
de identificar determinados antigénios e reagir à sua presença (veja a
ilustração Reação do tipo IV, na página seguinte). Estas levam a lesões
inflamatórias dos tecidos que podem ser irreversíveis. Observam‑se em
caso de rejeição de transplantes ou em certos tipos de alergias cutâneas.
17
A Prevenir e tratar as alergias
Reação do Tipo IV
célula‑alvo
linfócito T com antigénios
(glóbulo branco)
a célula‑alvo é agredida
pelo linfócito
Definir conceitos
Hereditariedade e terreno alérgico
O terreno alérgico é uma característica inerente a alguns indivíduos,
igualmente designada por atopia. Este termo, de origem grega, signi‑
fica estranho ou não habitual. A atopia é uma predisposição genética
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A Noções gerais
Alergia e intolerância
Nem todas as reações ditas alérgicas o são no sentido próprio do termo.
Alguns fenómenos observados (como, por exemplo, as erupções cutâ‑
neas e a asma) não parecem ter como origem o mecanismo imunológico.
Apesar de as reações bioquímicas serem semelhantes, são provocadas
por outros mecanismos. É, portanto, mais correto, falar de pseudoaler‑
gia ou de intolerância, especialmente, quando se trata de uma reação a
alimentos e, sobretudo, a algumas substâncias que entram na composi‑
ção de medicamentos (o ácido acetilsalicílico, por exemplo). Voltaremos
a este assunto no capítulo 9.
A incidência da alergia
É difícil precisar uma percentagem realista das pessoas que sofrem de
alergias. Os números variam muito consoante os estudos e, também,
com as regiões do mundo. De facto, a proporção pode mesmo dupli‑
car se, em vez de se contabilizarem apenas as pessoas com sintomas
óbvios de natureza alérgica, considerarmos também os indivíduos com
resultados positivos nos testes cutâneos. Sabe‑se, no entanto, que a
maior proporção de pessoas que sofrem de alergias tem entre quinze e
trinta anos.
19
A Prevenir e tratar as alergias
alergias alimentares
eczema atópico
urticária
angioedema alérgico
asma alérgica
asma intrínseca
rinite alérgica
rinite espasmódica
pólipos nasais
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A Noções gerais
21
Capítulo 2
Os meios
de diagnóstico
A
A Os meios de diagnóstico
O questionário
A primeira etapa para estabelecer o diagnóstico de uma doença alérgica
consiste numa vasta série de perguntas, orientadas em função dos sin‑
tomas descritos. Este questionário pode focar:
Os testes cutâneos
Os testes cutâneos são um recurso essencial no diagnóstico das alergias.
A história clínica do doente e dos familiares mais próximos, bem como
os sintomas manifestados, podem dar uma ideia mais ou menos precisa
do tipo de substâncias a testar, mas o mais frequente é que seja utilizada
25
A Prevenir e tratar as alergias
26
A Os meios de diagnóstico
★★ Algumas pessoas podem ter uma reação cutânea positiva a certos aler‑
génios, ainda que não tenham quaisquer sintomas. A probabilidade de
estas pessoas virem a desenvolver sintomas alérgicos é cerca de dez vezes
superior à daquelas cujos testes foram negativos. Os resultados dos tes‑
tes cutâneos também podem permanecer positivos durante vários anos
após o desaparecimento dos sintomas.
Os testes de laboratório
A contagem dos eosinófilos
Os eosinófilos são uma categoria de glóbulos brancos, assim chamados
porque podem ser corados com uma substância denominada eosina.
Quando existe uma alergia, o seu número aumenta de forma acentu‑
ada no próprio local da reação alérgica e também, frequentemente, na
circulação sanguínea. Este tipo de glóbulos brancos é pesquisado nas
secreções nasais e brônquicas e no sangue.
No entanto, existem outras afeções em que o número total de eosinófilos
também aumenta. Além disso, os medicamentos utilizados nas doen‑
ças alérgicas (corticosteroides e broncodilatadores, entre outros) podem
diminuir, de forma acentuada, o número de eosinófilos em circulação.
Portanto, a contagem dos eosinófilos pode ajudar a precisar o diagnós‑
tico e, eventualmente, a avaliar a gravidade da doença alérgica, mas não
permite, por si só, estabelecer um diagnóstico fiável e específico.
O doseamento da IgE
★★ O teor normal de imunoglobulina E no sangue é muito baixo, mas as
pessoas com predisposição para as alergias produzem mais imuno‑
globulinas deste tipo. O doseamento da IgE pode ser, portanto, um
método de diagnóstico útil, sobretudo em alguns tipos de alergia (cutâ‑
nea, respiratória, etc.). O seu valor como diagnóstico varia também
com a idade do doente, sendo maior para as crianças. Sobretudo nas
crianças muito pequenas, filhas de pais alérgicos, este teste permite
27
A Prevenir e tratar as alergias
O RAST
O Radio Allergo Sorbent Test, mais conhecido por RAST, permite quan‑
tificar os anticorpos de imunoglobulina E específicos de um determi‑
nado alergénio. O teste é praticado em laboratório, com uma amostra
de sangue do doente.
28
A Os meios de diagnóstico
29
Capítulo 3
Prevenção
e tratamento
A
A Prevenção e tratamento
A prevenção
Como dissemos, a atopia, ou terreno alérgico, é uma predisposição gené‑
tica e, portanto, hereditária. Os filhos de uma pessoa alérgica têm maior
probabilidade de também sofrerem manifestações alérgicas. Além
disso, o desenvolvimento de alergias específicas está relacionado com
a frequência da exposição aos alergénios. Portanto, torna‑se necessário
que a família tome algumas medidas preventivas.
De um modo geral, a prevenção é aconselhável a todas as pessoas, crian‑
ças ou adultos, com uma predisposição elevada para as alergias. No caso
de pessoas menos sensíveis, as medidas preventivas podem ser menos
rigorosas e mais específicas.
mantas de lã
ar exterior
poluído
fumo de tabaco
fumo do escape e das lareiras
dos automóveis
pó das
pelos e fezes alcatifas
dos animais
domésticos
33
A Prevenir e tratar as alergias
PREVENIR OU REMEDIAR?
34
A Prevenção e tratamento
Os tratamentos clássicos
Poderá encontrar uma explicação detalhada sobre o tratamento de cada
tipo de manifestação alérgica (asma, eczema, etc.) nos capítulos especí‑
ficos. Por agora, damos apenas algumas noções gerais acerca dos trata‑
mentos mais utilizados. Existem dois tipos principais:
– os sintomáticos, que procuram atenuar e, se possível, suprimir os sin‑
tomas logo que a alergia se manifesta;
– os preventivos, como a imunoterapia, que procuram evitar esses
episódios.
Os corticosteroides
★★ Estes medicamentos contêm cortisona ou uma das numerosas subs‑
tâncias que dela derivam (hidrocortisona, betametasona, etc.). Têm
uma ação anti‑inflamatória extremamente eficaz e rápida, mas quando
utilizados por via sistémica, durante muito tempo, aumentam o risco
de efeitos secundários graves, principalmente nas crianças. Por isso, a
utilização regular destes medicamentos deve limitar‑se a situações de
maior gravidade e ser feita sob estrita vigilância médica. Quanto aos
corticosteroides de aplicação local (uso externo ou via inalatória) são de
utilização bem mais segura e com menor risco de efeitos secundários.
35
A Prevenir e tratar as alergias
Os anti‑histamínicos
Os broncodilatadores
São medicamentos usados para lutar contra o espasmo brônquico da
crise asmática. Descrevemo‑los de forma mais detalhada no capítulo
dedicado a esta doença.
A adrenalina
É um produto extremamente potente, utilizado apenas sob a forma
injetável. O seu uso deve ser reservado aos acidentes alérgicos gra‑
ves (choque anafilático), uma vez que pode ter efeitos cardíacos
perigosos.
36
A Prevenção e tratamento
A imunoterapia
Esta forma de tratamento preventivo, também conhecida por hipos‑
sensibilização, consiste na administração de injeções subcutâneas com
quantidades gradualmente maiores de extrato alergénico. Isto é, de
uma solução que contém a substância responsável pelo aparecimento
dos sintomas alérgicos, com o objetivo de diminuir a intensidade
dos mesmos.
A sua eficácia tem sido, muitas vezes, posta em dúvida. Não será, cer‑
tamente, aplicável a todas as formas de alergia, mas demonstra eficácia
em alguns tipos de asma, rinite alérgica e, sobretudo, nas alergias pro‑
vocadas por venenos de insetos himenópteros (a abelha, por exemplo).
Mas, de um modo geral, este tratamento só é eficaz se for baseado num
diagnóstico preciso e, também, se durar o tempo suficiente (geralmente,
entre três e cinco anos).
37
A Prevenir e tratar as alergias
38
A Prevenção e tratamento
As terapias alternativas
Muitas pessoas alérgicas, desapontadas com os resultados obtidos pelos
tratamentos tradicionais, procuram terapias alternativas. Os resultados
obtidos por estes métodos são variáveis e a sua eficácia difícil de avaliar
por estudos científicos. Em regra, as mais utilizadas são:
A homeopatia
O princípio da homeopatia consiste em dar ao doente, em doses muito
diluídas, a mesma substância que, em doses elevadas e no homem são,
produz os sintomas da doença a combater. O objetivo desta terapia é
estimular o poder natural do corpo para se curar a si próprio.
A homeopatia difere da medicina clássica, no sentido em que baseia o
tratamento na teoria de que os sintomas representam, não os efeitos da
doença mas a reação do corpo a esta. Devem ser, portanto, estimulados
e não suprimidos.
A lei do enquadramento base das tera‑ tivas. Conclui que ainda procuram pouco
pêuticas não convencionais (Lei 45/2003) estas terapias quando comparados com
reconhece a acupuntura e a homeopatia. os cidadãos de outros países: só quatro
No entanto, estas terapias continuam sem por cento as utiliza. O estudo mostra tam‑
regulamentação e os seus praticantes bém que os doentes, muitas vezes, usam
não estão registados ou credenciados. as medicinas alternativas e as convencio‑
Um inquérito feito pela DECO PROTESTE, nais em simultâneo, por acreditarem que a
em 2007, analisa o grau de satisfação dos combinação pode melhorar os resultados.
portugueses com as medicinas alterna-
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A Prevenir e tratar as alergias
A acupuntura
Literalmente “inserção de agulha”, a acupuntura é praticada na China há
milénios. As agulhas são inseridas em pontos específicos do corpo, de
forma a desencadear mecanismos naturais de autocura. A acupuntura é,
muitas vezes, acompanhada de dietas, massagens, hidroterapia, admi‑
nistração de plantas medicinais e exercícios físicos diversos.
UM BOM CONSELHO…
No que diz respeito às alergias, talvez menor capacidade para se curar a si pró‑
mais do que noutras doenças, os cuida‑ prio. Por isso, considere complementar a
dos de saúde deveriam ter em conta não medicina tradicional com outras formas
só a saúde física, mas também o estado de tratamento, como, por exemplo, o
psicológico ou emocional. Isto quer relaxamento, os exercícios físicos e respi‑
dizer que cada indivíduo detém maior ou ratórios e a dieta.
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Capítulo 4
As rinites alérgicas
A As rinites alérgicas
OS PÓLIPOS NASAIS
Os pólipos são formações salientes, Os pólipos não são tumores. Por vezes,
que surgem quando a mucosa nasal desaparecem espontaneamente, mas
fica inflamada e incha. Estas formações o mais vulgar é terem de ser retirados.
crescem, espalham‑se pelas cavidades Os corticosteroides tomados por via
dos seios perinasais (veja a ilustração oral também podem ser eficazes, mas
As vias respiratórias), ocupam a cavi‑ devem ser utilizados apenas por curtos
dade nasal e bloqueiam a passagem do períodos, devido aos efeitos secundá‑
ar. Encontram‑se, frequentemente, em rios que se verificam a longo prazo. Uma
pessoas asmáticas. São mais graves alternativa mais segura, embora menos
e recorrentes nas pessoas sensíveis a eficaz, são os corticosteroides adminis‑
determinados medicamentos, como os trados por via nasal. Apesar destes tra‑
que contêm ácido acetilsalicílico e os tamentos, na maior parte dos casos os
anti‑inflamatórios. pólipos reaparecem.
43
A Prevenir e tratar as alergias
Os alergénios responsáveis
As rinites alérgicas são provocadas, essencialmente, pelo contacto com
o pólen. As maiores fontes de pólen alergénico são as árvores e certas
plantas. Regra geral, as pessoas alérgicas não são sensíveis a todos os
tipos de pólen, mas apenas a um ou dois (parietária e dente‑de‑leão,
por exemplo). Os pólenes mais suscetíveis de desencadear sintomas de
alergia variam muito com as regiões.
44
A As rinites alérgicas
45
A Prevenir e tratar as alergias
O PÓLEN
Os sintomas
★★ A rinite alérgica manifesta‑se por diversos sintomas:
– comichão no nariz e espirros em série;
– corrimento abundante, o que leva a pessoa a assoar‑se constante‑
mente. Podem surgir pequenas hemorragias, na sequência da irritação
e fragilização dos vasos sanguíneos que cobrem as paredes internas do
nariz;
– congestão nasal, acompanhada pela sensação de cabeça inchada;
– possibilidade de perda temporária do olfato e do sabor, já que as ter‑
minações do nervo olfativo podem estar inflamadas ou estar bloquea‑
das por secreções muito abundantes;
– dilatação das trompas de Eustáquio (que ligam o ouvido médio à parte
posterior da garganta), com sensação de pressão, dor e estalidos nos
ouvidos. As crianças, mais do que os adultos, podem acumular líquido
no ouvido médio, o que provoca perda parcial de audição e, eventual‑
mente, infeções;
46
A As rinites alérgicas
O diagnóstico
O diagnóstico da febre‑dos‑fenos é, regra geral, fácil de fazer. No entanto,
é indispensável realizar testes cutâneos com diferentes antigénios, esco‑
lhidos de acordo com a região em que vive o doente, para determinar
com rigor qual o pólen ou pólenes a que está sensibilizado. Só desta
forma é possível dar início a um tratamento por imunoterapia.
O tratamento
★★ Nestes casos, é quase impossível evitar o contacto com o alergénio. No
entanto, pode tentar limitar a exposição:
– durante o período de polinização, durma sempre com as janelas do
quarto fechadas e areje esta divisão de manhã, sem provocar correntes
de ar;
– lave os cabelos antes de se deitar, para não ficar toda a noite em con‑
tacto com o pólen aí acumulado;
– um aparelho de ar condicionado, que filtra o ar, pode aliviar algumas
pessoas, mas não se esqueça dos cuidados inerentes à conservação deste
equipamento (limpeza e substituição dos filtros, etc.);
– evite passear por zonas onde existem as árvores ou plantas às quais
é alérgico;
– proteja os olhos com óculos escuros assim que sentir sintomas de
alergia. Compressas de água fria e lavagens com água destilada propor‑
cionam, em geral, algum alívio. Não use gotas sem o conselho do seu
47
A Prevenir e tratar as alergias
48
A As rinites alérgicas
Os alergénios responsáveis
O pó da casa
O principal responsável pelos fenómenos alérgicos, neste caso,
parece ser um animal muito pequeno da família dos ácaros, chamado
Dermatophagoides pteronyssinus. Este nome advém do facto de se ali‑
mentar de pequenas partículas de pele (derma, em grego) que descama‑
mos quotidianamente. Com efeito, o ser humano perde, todos os dias,
entre meio grama e um grama de tecidos mortos.
O Dermatophagoides pteronyssinus
(aumentado 200 vezes)
49
A Prevenir e tratar as alergias
Os bolores
A alergia aos bolores manifesta‑se, sobretudo, pela asma (de que falare‑
mos no próximo capítulo) e, mais raramente, pela rinite.
Os animais domésticos
Muitas pessoas sofrem de uma alergia vulgarmente atribuída aos pelos
de gato ou de cão. Potencialmente alergizantes são também os coelhos,
os porquinhos‑da‑índia, os hamsteres e os cavalos. Na realidade, o ele‑
mento alergizante não é apenas o pelo, mas também as películas de
pele descamada que ficam coladas aos pelos e se dispersam pelo ar. Isto
explica por que razão uma pessoa alérgica pode manifestar os sinto‑
mas, mesmo sem estar em contacto com o animal responsável pela aler‑
gia. O grau de sensibilidade a estes animais varia bastante de pessoa
para pessoa.
As aves
A alergia às aves manifesta‑se mais por reações respiratórias do que por
rinites. Este tipo de alergia será tratado no capítulo 5.
Os fatores ocupacionais
Designação dada aos fatores ou substâncias com os quais se entra em
contacto, diariamente, no decurso da atividade profissional. É o caso,
por exemplo, da alergia aos animais de laboratório, cujo princípio é idên‑
tico ao dos animais domésticos. Também aqui, e de um modo mais fre‑
quente, as alergias respiratórias assumem a forma de asma.
De referir, no entanto, a rinite alérgica do padeiro, devida a uma subs‑
tância existente na farinha, bem como a dos trabalhadores da madeira,
entre outros.
50
A As rinites alérgicas
Os alimentos
Origem desconhecida
Em alguns casos de rinite alérgica, não é possível identificar o alergénio
responsável. A afeção será então designada por rinite intrínseca ou vaso‑
motora. A sua frequência aumenta, consideravelmente, com a idade.
Os sintomas
Os sintomas da rinite alérgica podem ser quotidianos, frequentes ou,
simplesmente, ocasionais. No essencial, são idênticos aos da febre‑dos
‑fenos, mas, frequentemente, com menos irritação ocular. Nalgumas
pessoas, predominam os espirros com corrimento nasal; noutras é a
obstrução nasal que se evidencia. Regra geral, o sintoma de obstrução
tende a acentuar‑se com o tempo.
Os sintomas são desencadeados, essencialmente, pelo contacto da
mucosa com o alergénio responsável, mas, também, por estímulos não
específicos (comuns à maioria dos casos): mudanças na temperatura do
ar, fumos ou gases irritantes, entre outros.
No decurso da evolução destas rinites alérgicas, podem desenvolver‑se
pólipos nasais (veja a caixa Os Pólipos Nasais, na página 43).
O diagnóstico
O diagnóstico da rinite alérgica é baseado em vários fatores:
– a história clínica;
– os testes cutâneos, eventualmente confirmados por testes
sanguíneos;
– a contagem de eosinófilos e das imunoglobulinas de tipo E (veja o
capítulo 2).
Infelizmente, nem sempre é possível estabelecer um quadro clínico com
precisão.
51
A Prevenir e tratar as alergias
O tratamento
É evidente que o primeiro cuidado é, tanto quanto possível, evitar a
exposição ao alergénio. As medidas preventivas devem ser, por isso,
adaptadas à sua situação particular.
52
A As rinites alérgicas
ATENÇÃO!
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Capítulo 5
A asma e as alergias
respiratórias
A A asma e as alergias respiratórias
As vias respiratórias
seios
perinasais
narinas
laringe
traqueia
brônquios
bronquíolos
57
A Prevenir e tratar as alergias
O que é a asma?
A asma é uma doença crónica, caracterizada pela inflamação das vias
respiratórias. Nestas condições, as vias respiratórias tornam‑se parti‑
cularmente sensíveis a vários estímulos ou fatores desencadeantes. Em
caso de exposição a estes fatores, as vias respiratórias ficam com o seu
calibre reduzido, limitando o fluxo de ar.
O estreitamento dos brônquios é uma consequência do espasmo brôn‑
quico, da produção abundante de muco e do edema (inchaço). A obstrução
das vias respiratórias é, regra geral, espontaneamente reversível. Noutros
casos, pode ser revertida com um tratamento adequado. No entanto, em
alguns doentes com asma crónica pode existir um componente irreversí‑
vel, isto é, que não se altera mesmo com a medicação apropriada.
58
A A asma e as alergias respiratórias
É GRAVE?
O termo asma designa situações de gra‑ existe ainda uma recusa generalizada
vidade muito variável, que vão de um sim‑ em admitir a gravidade do mal.
ples desconforto respiratório ocasional a • Por outro lado, a asma é uma doença
crises repetitivas ou de intensidade tal civilizacional. De facto, as alterações do
que podem, ainda que raramente, pôr a meio ambiente trouxeram elementos
vida em perigo. cada vez mais agressivos para os brôn‑
• A asma pode ser, ou não, de origem quios. Não deixa de ser significativo que
alérgica. De acordo com estudos a frequência e a gravidade da doença
recentes e apesar dos progressos da aumentem consideravelmente nas cida‑
medicina, a mortalidade devida à asma des, sobretudo, nas grandes. Assiste
continua a aumentar. Este fenómeno é ‑se ao aparecimento de novos tipos de
tanto mais inquietante quanto aparece asma até agora desconhecidos, sem
mais marcado nos jovens. No entanto, que se saiba, exatamente, porquê.
Conheça os culpados…
A asma alérgica, a que nos interessa neste guia, é uma das manifestações
de atopia (veja o capítulo 1). Trata‑se, portanto, de uma predisposição de
caráter hereditário para reagir, violentamente, a certas substâncias.
59
A Prevenir e tratar as alergias
Os sintomas
A crise de asma
★★ A evolução de uma crise de asma é, regra geral, bastante estereotipada:
sensação de aperto no peito, seguida de um ruído respiratório audível
tipo chiadeira, de dispneia (dificuldade em respirar) sobretudo na expi‑
ração, e de uma acentuada sensação de angústia. A crise pode durar
algumas horas e, na parte final, é acompanhada de expetoração e, nor‑
malmente, de tosse.
60
A A asma e as alergias respiratórias
61
A Prevenir e tratar as alergias
SE PRATICA DESPORTO…
O diagnóstico
★★ Durante uma crise, o diagnóstico da asma é fácil de fazer. Fora desta,
o médico baseia‑se, normalmente, num interrogatório minucioso,
que inclui:
– a descrição das crises e dos sintomas, a sua frequência e duração, o
momento do dia e a época do ano em que se manifestam, etc.;
– os antecedentes familiares: há outros membros da família mais pró‑
xima que sofram de asma ou de outras manifestações alérgicas?
62
A A asma e as alergias respiratórias
– a história clínica pessoal. Por exemplo, como foi exatamente que se
manifestou a crise? Existem outras manifestações alérgicas?
– o contexto ambiental: Qual o meio em que vive? Com quem e com que
coisas está em contacto?
S.O.S. ASMA
63
A Prevenir e tratar as alergias
A classificação da gravidade da asma é muito importante, tanto a nível da prevenção como da avaliação
da situação do doente, permitindo definir, de forma correta, o tratamento adequado.
64
A A asma e as alergias respiratórias
Os aspetos psicológicos
O tratamento
Evitar o alergénio
A primeira precaução a tomar pelas pessoas que sofrem de asma con‑
siste em evitar a substância que desencadeia as crises. Infelizmente, na
prática, isso nem sempre é fácil. Apesar de tudo, impõem‑se algumas
medidas preventivas:
– evitar qualquer contacto com animais domésticos;
– suprimir ao máximo todos os locais da habitação onde se acumula pó,
principalmente no quarto (veja os capítulos 4 e 11);
– evitar o contacto com todo o tipo de agentes irritantes, como o fumo;
– abster‑se de praticar exercício físico em ambientes frios e secos.
UM BOM CONSELHO…
Procure respirar sempre pelo nariz. Desta forma, o ar aquece e humidifica mais facil‑
mente, antes de atingir as vias respiratórias, diminuindo o risco de uma crise de asma.
A imunoterapia
Os tratamentos de hipossensibilização ou imunoterapia são hoje acei‑
tes como a medida mais eficaz para combater as causas de uma asma
65
A Prevenir e tratar as alergias
O tratamento preventivo
★★ O cromoglicato de sódio é um produto utilizado para impedir a liberta‑
ção das substâncias responsáveis pelos sintomas da alergia. Consoante
os casos, o medicamento é inalado antes de uma exposição ao alergénio
ou de modo sistemático. Na segunda possibilidade, deve ser tomado de
uma forma regular (no início, quatro a seis vezes por dia e, mais tarde,
duas a três vezes por dia), seguindo a técnica correta. Os efeitos secun‑
dários são pouco significativos. Pode ocorrer, por exemplo, uma irrita‑
ção na garganta.
No entanto, o cromoglicato não é eficaz em todos os asmáticos e, na
maioria das vezes, é ineficaz nos casos de asma intrínseca.
Os broncodilatadores
★★ Como o nome indica, são medicamentos que provocam uma dilatação
dos brônquios. De acordo com a gravidade da doença, podem ser uti‑
lizados apenas quando ocorre uma crise de asma, ou então, de forma
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A A asma e as alergias respiratórias
67
A Prevenir e tratar as alergias
Os corticosteroides
Os corticosteroides são potentes anti‑inflamatórios e, atualmente,
os medicamentos mais eficazes no tratamento da asma brônquica.
No entanto, têm efeitos secundários consideráveis, pelo que não podem
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A A asma e as alergias respiratórias
1 2
4 5
69
A Prevenir e tratar as alergias
Os tratamentos complementares
★★ Também está provado que alguns asmáticos quando têm crises associa‑
das à emoção melhoram com o recurso à psicoterapia.
… o objetivo do tratamento é:
– reduzir e, se possível, eliminar os sintomas crónicos;
– evitar as crises agudas e o uso de alguns medicamentos;
– impedir as limitações no desempenho de atividades, incluindo o exercício físico;
– manter a função respiratória o mais próxima possível dos valores normais.
Superar as crises
★★ A opção por um determinado tratamento é adaptada a cada doente,
em função de numerosos fatores:
– a idade;
– o tipo de alergénio(s) em causa;
– a frequência e intensidade das crises;
‑ a resposta a eventuais tratamentos preventivos;
– o estilo de vida;
– os resultados de um tratamento anterior, se este existir;
– a situação económica, etc.
70
A A asma e as alergias respiratórias
As crises de asma muito graves podem ser mortais, ainda que isso seja extremamente
raro. Por esse motivo, necessitam de uma hospitalização de urgência num serviço de
cuidados intensivos.
Asma e medicamentos
Alguns medicamentos podem desencadear crises, por vezes muito gra‑
ves, nas pessoas asmáticas. Trata‑se, especialmente, dos medicamen‑
tos designados por bloqueadores beta, utilizados para o tratamento da
hipertensão. A probabilidade de que as crises ocorram é menor com os
medicamentos cardioseletivos.
Se sofre de asma crónica, evite tomar medicamentos que contenham
ácido acetilsalicílico, uma vez que cerca de 10 por cento dos asmáticos,
crianças ou adultos, sofrem um agravamento da asma quando o tomam.
O mesmo acontece com outros analgésicos e alguns anti‑inflamatórios,
sobretudo os que contêm ibuprofeno, naproxeno ou piroxicam. Alguns
71
A Prevenir e tratar as alergias
ALGUNS CONSELHOS…
As doenças pulmonares
de origem alérgica
A aspergilose
O aspergillus é um fungo que pode provocar diversas doenças
pulmonares:
– asma, nas pessoas predispostas. As crises são desencadeadas pela ina‑
lação dos esporos;
– aspergilose broncopulmonar alérgica, em indivíduos asmáticos. As
vias respiratórias, quando cheias de muco, favorecem o desenvolvimento
do aspergillus, que provoca uma estimulação antigénica permanente e,
em consequência, uma degradação progressiva da função respiratória.
O diagnóstico é confirmado pela análise da expetoração, por radiogra‑
fias pulmonares, testes cutâneos e provas laboratoriais. O tratamento,
à base de corticosteroides, deve iniciar‑se tão cedo quanto possível.
Só desta forma se podem evitar degradações pulmonares irreversíveis;
– outras afeções não alérgicas e, portanto, fora do âmbito deste guia.
72
A A asma e as alergias respiratórias
As alveolites alérgicas
Trata‑se de uma inflamação dos alvéolos, de origem alérgica, causada
pela inalação de partículas de diversas matérias orgânicas. A lista
deste tipo de alveolites torna‑se cada vez mais extensa, à medida que
as pesquisas neste domínio vão evoluindo. Estas doenças são frequen‑
temente contraídas em meio profissional, afetando, entre outros, tra‑
balhadores de diferentes indústrias especializadas: porcelana, maté‑
rias plásticas, resinas, etc. Pode encontrar alguns exemplos no quadro
que se segue.
DOENÇAS ORIGEM
Pulmão do fazendeiro Feno
Pulmão do criador de aves Dejetos de aves
Pulmão do espeleologista Dejetos de morcegos
Doença do apanhador
Húmus
de cogumelos
Doença do queijeiro Bolores
Doença do técnico Água contaminada em circulação
de ar condicionado nos sistemas de climatização
OS BOLORES
Os bolores são um tipo de fungo (plantas um pouco por toda a parte, dentro de
microscópicas sem clorofila). O seu desen‑ casa como no exterior;
volvimento depende de outras plantas ou – a sua cultura em laboratório nem sem‑
de um suporte animal. Além disso, preci‑ pre é fácil;
sam de um grau de humidade bastante – os testes de diagnóstico nem sempre
elevado e de uma temperatura superior a dão resultados satisfatórios, devido à difi‑
10 ºC. Se encontrarem essas condições, culdade em obter extratos de boa quali‑
os bolores produzem um grande número dade que possam conservar a sua potên‑
de esporos, que ficam em suspensão no cia alergénica;
ar e podem introduzir‑se nas vias respira‑ – cada bolor produz várias substâncias
tórias, provocando reações alérgicas. potencialmente alergénicas.
Os bolores têm um papel importante no Os bolores causam, com frequência, aler‑
sistema ecológico porque permitem a gias profissionais. Eles são usados na
transformação dos resíduos orgânicos indústria alimentar (pão, cerveja, vinho e,
em húmus. O seu papel nas alergias res‑ sobretudo, queijos) e na indústria farma‑
piratórias é difícil de avaliar, pois: cêutica (essencialmente para o fabrico de
– os esporos dos bolores encontram‑se antibióticos).
73
A Prevenir e tratar as alergias
Os sintomas
O diagnóstico
Os testes cutâneos só são praticados nos tipos de alveolite em que o
alergénio foi identificado e se existirem extratos de antigénio adequa‑
dos. Os testes de laboratório, as radiografias ao tórax e o estudo da fun‑
ção pulmonar permitem confirmar o diagnóstico.
Atenção: quando for ao médico, tente ser o mais preciso possível na des‑
crição do desenvolvimento da doença. Em muitos casos, os sintomas da
alveolite podem ser confundidos com os de uma simples infeção aguda.
É a reincidência dos sintomas, sempre nas mesmas circunstâncias, que
leva a pensar num mecanismo alérgico.
74
A A asma e as alergias respiratórias
O tratamento
75
Capítulo 6
As alergias da pele
A As alergias da pele
pelo
epiderme
eczema
nervo retrátil
glândula
sebácea
derme
urticária
glândula
sudorípara
hipoderme
angioedema
79
A Prevenir e tratar as alergias
A epiderme
A epiderme é a camada exterior da pele. É fina, a sua espessura varia
entre 0,40 e 1,6 milímetros de acordo com as zonas do corpo. A sua
função é dupla:
– proteção: as células da epiderme segregam uma proteína muito resis‑
tente e insolúvel, a queratina. A pele cria, assim, uma barreira contra
a penetração no corpo de microrganismos (bactérias, vírus, etc.) ou de
substâncias tóxicas. Mas esta proteção deixa de ser eficaz quando a pele
é afetada por um eczema ou pela urticária, por exemplo. A epiderme con‑
tém células que segregam um pigmento, a melanina, que fornece uma
proteção especial contra a luz solar. De salientar que os indivíduos de pele
escura não possuem mais células desse tipo, o que acontece é que elas
segregam mais melanina. Finalmente, a epiderme tem algumas células
de função imunológica, isto é, capazes de reações antigénios‑anticorpos;
– reserva de água: paradoxalmente, tomar banho ou nadar numa piscina
desidrata provisoriamente a pele, através da eliminação das moléculas
que retêm água na epiderme.
Saiba ainda que a epiderme não tem vasos sanguíneos. As suas células
reproduzem‑se continuamente e deslocam‑se do interior para a super‑
fície, onde morrem. Em seguida, são eliminadas. É um processo diário,
designado por descamação.
A derme
A derme é um tecido conjuntivo denso constituído, essencialmente, por
uma proteína (colagénio) e por células que segregam essa proteína. Ao
contrário da epiderme, é muito rica em vasos sanguíneos, cujo papel é
manter a temperatura do corpo constante, qualquer que seja a tempera‑
tura exterior. É na derme que se encontram os mastócitos que contêm
a histamina (e outros mediadores) e desempenham um papel determi‑
nante na alergia. Aqui se localizam, também, as células encarregues de
eliminar corpos estranhos e micróbios, assegurando, deste modo, uma
defesa contra infeções.
A hipoderme
A hipoderme é formada, essencialmente, por gorduras, que constituem
uma reserva de energia. A sua espessura varia consoante as zonas do
corpo e os indivíduos.
80
A As alergias da pele
O eczema
O termo eczema provém do verbo grego ekzein e significa fervilhar.
Juntamente com a urticária, é uma das reações cutâneas mais comuns.
O eczema pode surgir na infância, mas existem também manifestações
próprias dos adolescentes e adultos. Trata‑se de uma doença cutânea
que atinge, essencialmente, a epiderme. Manifesta‑se pela formação de
manchas vermelhas, chamadas eritemas, nas quais aparecem pequenas
bolhas cheias de líquido que podem abrir e transformar‑se em crostas.
Estas erupções cutâneas provocam bastante comichão. Ao coçar‑se,
o doente causa lesões mais graves do que as do eczema propriamente
dito. As lesões podem ser transitórias ou crónicas.
A pele das pessoas que sofrem de eczema tende a ser avermelhada,
seca, escamosa e vulnerável. Por isso, apresenta um risco importante
de infeção.
81
A Prevenir e tratar as alergias
O eczema atópico
Trata‑se de manifestações cutâneas alérgicas, que aparecem em pes‑
soas atópicas (veja a definição de atopia, no Glossário). O eczema ató‑
pico afeta, principalmente, crianças de idade inferior a um ano e com
antecedentes familiares de problemas alérgicos. Mas estes antecedentes
nem sempre são muito importantes e podem limitar‑se, por exemplo,
a uma pele seca. Além disso, a transmissão da predisposição genética
pode saltar uma geração.
Os sintomas
★★ Regra geral, as primeiras manchas vermelhas e pequenas bolhas apare‑
cem na face ou por detrás das orelhas, espalhando‑se depois ao tronco, aos
membros e aos punhos e tornozelos (veja a ilustração Principais localizações
do eczema, na página seguinte). É uma afeção que causa muita comichão,
sobretudo à noite, o que torna a vida dos doentes particularmente penosa.
A pele das pessoas que sofrem de eczema atópico apresenta duas anoma‑
lias importantes: é muito seca e mais sensível ao prurido do que o habitual.
Para que não ocorram lesões, é essencial que o doente evite coçar‑se.
O frio pode agravar o eczema atópico, sobretudo quando o ar é muito
seco. Saiba ainda que a roupa de lã tem tendência a causar irritação nas
zonas com eczema.
82
A As alergias da pele
nas mãos. Um fator que pode ser importante, por exemplo, na escolha
de uma profissão.
Ainda que o eczema atópico tenda a desaparecer, 50 a 75 por cento das
crianças atingidas têm, como vimos, uma probabilidade elevada de vir a
sofrer de rinite alérgica ou de asma.
83
A Prevenir e tratar as alergias
O diagnóstico
O tratamento
A prevenção
A primeira medida a tomar, sempre que possível, é alimentar os recém
‑nascidos exclusivamente com leite materno, durante três a seis meses
(veja o capítulo 11). No entanto, não é certo que a amamentação possa
evitar, totalmente, o aparecimento de um eczema.
Findo o período de amamentação, os alimentos devem ser introduzidos
um a um, para que seja possível detetar rapidamente os prejudiciais.
Os alimentos a que é necessário dar mais atenção são o leite de vaca, os
ovos e o sumo de laranja.
ATENÇÃO ÀS COMPLICAÇÕES!
As crianças atingidas pelo eczema atópico são muito vulneráveis às infeções cutâ‑
neas. Por isso, impõem‑se algumas precauções. Evite, em especial, que entrem em
contacto com pessoas que sofram de herpes labial. Este vírus pode causar graves
infeções cutâneas.
84
A As alergias da pele
Cada caso é um caso, razão pela qual convém proceder por tentativas.
No entanto, existem algumas regras básicas:
– ao contrário dos banhos de mar, os banhos de água doce têm um
efeito desidratante sobre a pele. Evite, tanto quanto possível, os contac‑
tos repetidos com a água, o uso de leites desmaquilhantes e, sobretudo,
os banhos de espuma. Os banhos relaxantes à base de extratos de aveia
ou de gérmen de trigo podem ser benéficos. Isto, claro, se não sofrer de
sensibilização aos cereais. Escolha um sabonete de pH ácido (entre 4,5
e 5,5) ou neutro (7), porque os usuais são demasiado alcalinos. Se neces‑
sário, aconselhe‑se com o seu farmacêutico ou dermatologista. Quando
sair do banho, espalhe no corpo uma loção gorda, de forma a evitar que
a pele seque;
– para reduzir os contactos com a água, evite lavar louça ou roupa à mão.
Use luvas forradas de algodão, mas não muito apertadas, para fazer as
limpezas;
– a transpiração pode aumentar o prurido. Convém evitar os tecidos
sintéticos (nylon, poliéster e outros) bem como a lã, pois dificultam a
evaporação do suor. Prefira os de algodão e use roupas largas. Ao lavar o
vestuário, passe‑o por água duas vezes em vez de uma;
– hidrate regularmente a pele. Existe, para o efeito, uma grande varie‑
dade de produtos e terá de escolher o que mais lhe convém. Ao contrário
do que possa pensar, os cremes gordos são melhores do que os hidra‑
tantes, pois cobrem a epiderme com uma película que impede a água,
indispensável à boa conservação dos tecidos, de se evaporar;
85
A Prevenir e tratar as alergias
Os medicamentos
★★ Os anti‑histamínicos diminuem o prurido e, portanto, a necessidade
de coçar. No entanto, alguns têm uma ação sedativa. Prefira os anti
‑histamínicos de segunda geração, que produzem menos sonolência.
Por vezes, aparecem pequenas manchas brancas na pele, mais visíveis quando a pele
está bronzeada. Trata‑se de uma forma benigna de eczema, que se cura facilmente
com uma pomada de corticosteroides.
86
A As alergias da pele
Conheça os culpados…
Existe uma grande variedade de substâncias identificadas como causas
de eczemas de contacto. No entanto, trata‑se de um assunto em perma‑
nente atualização. A reter, entre outros:
– o níquel, seguramente o mais alergénico de todos os metais. Encontra
‑se, combinado com outros metais, em muitos objetos de uso comum,
como, por exemplo, os utensílios de cozinha em aço inoxidável, os aces‑
sórios de bijuteria (colares, braceletes, brincos, anéis, relógios e respeti‑
vas correias), fechos de correr, fivelas, ilhós, etc.;
– a borracha artificial, que se encontra nas luvas, sapatos, elásticos, etc.;
– alguns champôs, produtos de limpeza, detergentes, verniz das unhas;
– solventes derivados do petróleo, matérias plásticas, resinas,
tricloroetileno;
– certos corantes e tintas (eczema dos cabeleireiros);
– o látex de origem natural, muito utilizado em objetos de proteção dos
profissionais de saúde ou mesmo em preservativos. Esta substância
pode também causar urticária e angioedema na pele e mucosas. A uti‑
lização de luvas de borracha pode agravar lesões pre‑existentes, porque
evitam a evaporação da transpiração cutânea.
Saiba que a moda do piercing, que con‑ e o aço cirúrgico, mas, mesmo nestes
siste em perfurar determinadas partes casos, o risco não está eliminado. Vá de
do corpo (umbigo, nariz, lábios, etc.) imediato ao médico se a zona perfurada
para introduzir um brinco, pode causar inchar e se verificarem outros sintomas
eczema. Os metais mais indicados para como vermelhidão, dor ao tato e pus
a perfuração e cicatrização são o ouro amarelo‑esverdeado.
Os sintomas
Os sintomas do eczema de contacto são semelhantes aos do eczema ató‑
pico: a pele fica vermelha, a comichão é intensa e formam‑se pequenas
87
A Prevenir e tratar as alergias
O diagnóstico
Ao princípio, o diagnóstico é relativamente simples porque o eczema
está bem localizado no ponto de contacto inicial. Algum tempo depois,
torna‑se mais difícil estabelecer uma análise. Podem ser utilizados tes‑
tes de contacto, mas não devem ser feitos durante o período de ativi‑
dade do eczema.
88
A As alergias da pele
O tratamento
A urticária
A urticária é frequente, mas não necessariamente de origem alérgica.
A erupção da urticária caracteriza‑se por um inchaço avermelhado,
acompanhado de pequenas borbulhas que provocam muita comichão.
A dimensão da zona afetada é muito variável e pode ir de um milíme‑
tro a alguns centímetros. Estas erupções estão agrupadas e podem apa‑
recer, de forma muito rápida, em qualquer zona do corpo. Costumam
durar menos de 12 horas, mas geralmente surgem novos focos nou‑
tros locais da pele. O processo pode durar dias, meses ou mesmo anos.
89
A Prevenir e tratar as alergias
Conheça os culpados…
Os alimentos
A ingestão de determinados alimentos é a causa mais frequente de urti‑
cária aguda. É o caso do peixe, dos moluscos e crustáceos, morangos,
nozes, avelãs, amendoins, ovos e chocolate. Se sofre deste tipo de rea‑
ção, para além do alimento propriamente dito evite os preparados que
o contenham. Alguns destes alimentos podem também conter agentes
libertadores de histamina (veja o capítulo 8). Certos aditivos podem
causar os mesmos sintomas, por exemplo, a tartarazina (E 102), o BHT
(E 320) e o BHA (E 321). O mesmo se aplica às leveduras (presentes nos
laticínios e cervejas).
Os medicamentos
Existe um grande número de medicamentos suscetíveis de desencadear
urticária em pessoas a isso predispostas. É o caso, entre outros:
90
A As alergias da pele
As plantas e os animais
As urtigas provocam uma reação local do tipo urticária, ao agirem dire‑
tamente sobre as células da pele que contêm histamina. As alforrecas
contêm uma toxina que provoca urticária por contacto. Os insetos tam‑
bém podem provocar urticária, seja através do veneno, que contém uma
substância libertadora de histamina, ou por uma reação alérgica a uma
proteína do inseto.
Os parasitas
A urticária acompanha, frequentemente, as parasitoses intestinais (veja
Glossário). Este fenómeno está ligado à formação de anticorpos dirigidos
contra os antigénios do parasita.
Os alergénios respiratórios
É muito raro que a inalação de alergénios em suspensão no ar provoque
urticária. Mas os sintomas podem surgir durante um tratamento por
imunoterapia, ou aquando o contacto direto de um destes alergénios
com a pele. Por exemplo, se uma pessoa alérgica, com pequenas escoria‑
ções na pele, se deitar na relva ou brincar com um cão ou um gato, corre
riscos de vir a manifestar urticária.
Os agentes físicos
Algumas pessoas desenvolvem urticária por reação a um estímulo físico.
Estes estímulos são muito diversos e cada indivíduo pode reagir a um ou
a vários em simultâneo. Eis alguns exemplos:
– uma pressão local: trata‑se de um edema subcutâneo que aparece 4 a 6
horas depois do efeito de pressão;
91
A Prevenir e tratar as alergias
O contacto com a água fria pode desencadear uma urticária generalizada, com queda
de tensão arterial e síncope, que pode ser mortal. Por isso, as pessoas suscetíveis de
ter este tipo de reação nunca devem tomar banho em água fria sem estarem acompa‑
nhadas. Os professores de natação e os nadadores‑salvadores devem ser alertados
para estes casos.
O tratamento
Quando a origem do mal é conhecida, a primeira medida consiste em
evitá‑la. Os medicamentos têm uma eficácia variável e resultam melhor
nos casos agudos. Além disso, não existe qualquer medicamento que
cure a urticária. Frequentemente, as lesões desaparecem em poucos dias
e não voltam. Mas podem, também, tornar‑se crónicas.
92
A As alergias da pele
E os cosméticos?
As alergias da pele podem ter origem no uso de cosméticos. Desconfie,
sobretudo, das tintas para o cabelo (um teste localizado antes da utili‑
zação é indispensável), das lacas (sobretudo em aerossol), dos champôs
em pó, dos antitranspirantes à base de formol, dos desodorizantes e
dos perfumes com essência de bergamota. Evite também os produtos de
maquilhagem com vestígios de crómio, mercúrio, formol ou de corantes
sensibilizantes (a eosina de alguns bâtons, por exemplo).
93
A Prevenir e tratar as alergias
94
Capítulo 7
As doenças
alérgicas dos olhos
A As doenças alérgicas dos olhos
Anatomia do olho
conjuntiva
cristalino retina
córnea
nervo ótico
A conjuntivite alérgica
A conjuntivite alérgica é a manifestação mais frequente de alergia ocu‑
lar. Afeta mais os adultos do que as crianças e pode manifestar‑se de
forma sazonal ou, mais raramente, durante todo o ano. Os sintomas são
desencadeados pelo contacto com alergénios em suspensão no ar (póle‑
nes, poeiras, etc.). O alergénio dissolve‑se rapidamente nas lágrimas e
entra em contacto com os anticorpos de tipo IgE que se encontram na
97
A Prevenir e tratar as alergias
Os sintomas
O prurido nos olhos é o sintoma mais importante. A conjuntivite alérgica
não está associada à fotofobia, isto é ao desconforto ou dores devidos à
luz. No entanto, o olho fica lacrimejante e a pessoa queixa‑se, frequen‑
temente, de ficar ofuscada pela televisão ou pela luz fluorescente. Os
olhos ficam, também, particularmente sensíveis ao fumo dos cigarros.
O tratamento
É quase impossível evitar o pólen que se encontra em suspensão no ar,
mas podem reduzir‑se ao mínimo as poeiras em casa (veja os capítulos
4 e 11). Usar óculos de sol no exterior diminui a quantidade de pólen que
entra em contacto com os olhos, mas o tratamento será, na maior parte
dos casos, necessário.
98
A As doenças alérgicas dos olhos
A conjuntivite vernal
Trata‑se de uma doença muito mais rara que atinge, principalmente, os
rapazes entre os cinco e os vinte anos. A conjuntivite vernal apresenta
‑se como uma inflamação crónica marcada por agravamentos sazo‑
nais, em particular na primavera: o olho fica vermelho e a comichão
é intensa. Mas é a fotofobia (incómodo causado pela luz) que caracte‑
riza esta forma muito particular de alergia. O mecanismo desta doença
ainda não está completamente esclarecido e persistem as interrogações
sobre a sua origem. A doença desaparece espontaneamente, após um
período que varia entre cinco e dez anos. Até que isso aconteça, os tra‑
tamentos locais, sob a forma de colírios, devem ser cuidadosamente
aplicados a fim de se evitar qualquer alteração irreversível do olho. Os
anti‑histamínicos também são recomendados para estes casos, mas os
antibióticos só são úteis no caso de sobreinfeção.
99
A Prevenir e tratar as alergias
As blefarites
A blefarite é uma inflamação do rebordo da pálpebra, zona que é muito
sensível às infeções. Caracteriza‑se por uma sensação de queimadura,
acompanhada de comichão intensa. O papel desempenhado pelos fato‑
res alérgicos é variável e, muitas vezes, difícil de determinar. A imunote‑
rapia pode dar bons resultados, mas é um caminho longo e difícil.
Saiba ainda que os terçolhos não têm origem alérgica. Trata‑se de um
furúnculo da pálpebra, isto é, uma inflamação devida à infeção das
glândulas sebáceas da raiz das pestanas.
100
A As doenças alérgicas dos olhos
101
Capítulo 8
As alergias
alimentares
A As alergias alimentares
Em que consistem?
★★ A alergia alimentar é uma reação provocada pela hipersensibilidade do
organismo a um ou a vários alimentos que não causam qualquer efeito
noutras pessoas. No caso dos bebés e das crianças pequenas, isso acon‑
tece porque as defesas normais ainda não estão estabelecidas. Nos adul‑
tos, trata‑se de um distúrbio nessas defesas.
Os mecanismos
A mucosa intestinal é posta em contacto, diariamente, com grandes
quantidades de substâncias suscetíveis de provocar alergias. Para se
proteger e reduzir ao mínimo a absorção destas substâncias, o orga‑
nismo dispõe de algumas defesas:
– uma barreira anatómica, que é a própria parede intestinal. É muito
menos eficaz nos bebés do que nas crianças mais velhas. Em caso de
inflamação, a sua eficiência fica diminuída;
– uma barreira imunológica, proporcionada pelas imunoglobulinas do
tipo A (IgA) segregadas pela parede intestinal. As IgA reagem aos anti‑
génios do bolo alimentar e permitem a sua eliminação.
105
A Prevenir e tratar as alergias
106
A As alergias alimentares
Por outro lado, alguns alimentos contêm, no seu estado natural, subs‑
tâncias biologicamente ativas. Entre estas incluem‑se a histamina que,
como já vimos, favorece as reações alérgicas, mas também a tiramina
que liberta histamina (veja o quadro Alimentos envolvidos em acidentes
alérgicos, na página seguinte). Estas substâncias ativas são suscetíveis
de provocar dores de cabeça e urticária, sem a intervenção de um meca‑
nismo imunológico. Podem levar à manifestação de uma grande varie‑
dade de sintomas, em quase todos os indivíduos, mas o limiar de sensi‑
bilidade varia bastante de pessoa para pessoa.
Conheça os culpados…
Virtualmente, todos os alimentos podem causar manifestações alérgi‑
cas. No entanto, alguns são mais alergizantes do que outros. Referimos
aqui os mais frequentes, na origem de cerca de 80 por cento das reações
alérgicas mediadas por imunoglobulinas do tipo E.
107
A Prevenir e tratar as alergias
108
A As alergias alimentares
109
A Prevenir e tratar as alergias
Alguns doentes têm reações curiosas, apresentando sintomas alérgicos quando com‑
binam a ingestão de determinado alimento com a prática de exercício físico. Nestes
casos, a solução passa por só praticar desporto de estômago vazio ou quase.
110
A As alergias alimentares
Os sintomas
De acordo com o mecanismo imunológico acionado, os sintomas podem
aparecer de imediato ou de modo retardado (alguns dias depois). Este
fator dificulta o diagnóstico. Os sintomas de uma alergia alimentar são
muito variados e manifestam‑se, com maior incidência, nas zonas ou
órgãos que entram em contacto com os alimentos.
Ao nível cutâneo
Em cerca de 30 por cento das pessoas que sofrem de eczema atópico
(veja o capítulo 6) os sintomas são agravados pela ingestão de alimentos
como o leite, os ovos, o chocolate, etc.
A urticária e o angioedema são as manifestações extra digestivas mais
frequentes de alergia alimentar. Os sintomas podem aparecer muito
rapidamente e chegam a ser impressionantes, sobretudo, em caso de
alergia aos crustáceos.
Ao nível respiratório
A ingestão de certos alimentos pode provocar problemas respiratórios
agudos (rinite e asma) em pessoas sensíveis. A relação de causa/efeito, tal
como o mecanismo exato, são frequentemente difíceis de estabelecer.
111
A Prevenir e tratar as alergias
Outros
Algumas escolas médicas defendem que grande parte das doenças atuais
deve‑se à proliferação de substâncias potencialmente alergizantes no ar,
na água e nos alimentos. Por isso, tendem a explicar um grande número de
sintomas pelos mecanismos alérgicos: desde dores de cabeça e enxaquecas
aos transtornos digestivos persistentes e a diversas perturbações compor‑
tamentais, como a hiperatividade, na criança, ou a depressão, no adulto.
O diagnóstico
Regra geral, tratando‑se de manifestações precoces, o diagnóstico é fácil
de estabelecer. Nos bebés e nas crianças muito pequenas, os vómitos
e diarreias frequentes podem ser causados por outras doenças, mas
também é possível que apontem para uma alergia. No caso dos recém
‑nascidos, é importante que o diagnóstico seja definido rapidamente,
para evitar consequências graves. É frequente encontrar antecedentes
familiares de alergia nestas crianças.
Pelo contrário, no que respeita a manifestações tardias, o problema é
muito mais complexo. Nesses casos, torna‑se indispensável um interro‑
gatório minucioso.
Se for alérgico ao níquel, desconfie dos utensílios de cozinha que o contenham. Embora
isso seja pouco frequente, estes objetos podem contaminar os alimentos a ponto de
induzirem manifestações de urticária ou de eczema.
112
A As alergias alimentares
O tratamento
Mais vale prevenir e a melhor prevenção é o aleitamento materno.
Falaremos mais em detalhe sobre este assunto no capítulo 11. Quanto
ao tratamento, a imunoterapia nem sempre é eficaz. Os medicamen‑
tos e as dietas que excluem da alimentação as substâncias prejudiciais
podem ser úteis. No entanto, a eliminação da substância que causa a
alergia é o único tratamento cem por cento seguro.
As dietas de evitamento
Este tipo de dieta revela‑se, muitas vezes, difícil de seguir. Por isso, é
essencial um diagnóstico preciso para evitar regimes complicados e
113
A Prevenir e tratar as alergias
Os medicamentos
Exceto algumas situações específicas, os medicamentos são de pouca
utilidade no tratamento deste tipo de alergias. O cromoglicato de sódio
114
A As alergias alimentares
SAIBA QUE…
115
Capítulo 9
As alergias
aos medicamentos
A As alergias aos medicamentos
Um problema difícil
Os mecanismos que permitem explicar as alergias aos medicamentos
são múltiplos e nem sempre podem ser classificados, com exatidão,
numa das quatro categorias de que falámos no capítulo 1.
O modo de administração do medicamento (injeção ou via oral, por
exemplo), a dose, frequência e duração do tratamento são apenas alguns
dos fatores que fazem variar as reações.
Todos os medicamentos podem gerar efeitos secundários, de intensi‑
dade muito variável consoante a sensibilidade de cada um. No entanto,
nem todos os efeitos secundários são de natureza alérgica.
119
A Prevenir e tratar as alergias
UM BOM CONSELHO…
Se já teve qualquer reação grave a algum medicamento, mencione esse facto, por
exemplo, através de uma etiqueta colada no seu Cartão do Cidadão ou Bilhete de
Identidade. Isso pode evitar‑lhe muitos inconvenientes, principalmente em caso de
hospitalização urgente.
O médico e/ ou o técnico de saúde devem estar a par deste tipo de situações.
Os medicamentos envolvidos
A lista dos medicamentos suscetíveis de provocar reações alérgicas é
longa e inclui, entre outros:
– vários antibióticos;
– anti‑inflamatórios e analgésicos, principalmente os que contêm ácido
acetilsalicílico;
– anestésicos locais;
– a insulina;
– os barbitúricos;
– a codeína (principalmente, na composição de antitússicos);
– a efedrina (principalmente, na composição de descongestionantes);
– as pílulas contracetivas;
– o quinino;
– as sulfamidas.
120
A As alergias aos medicamentos
entre as pessoas que sofrem reações graves, três em cada quatro nunca
tinham tido acidentes alérgicos aos antibióticos. Na maioria dos casos,
as reações ocorrem menos de uma hora depois da administração do
medicamento.
No caso da penicilina, a sensibilidade pode ser confirmada através de
testes cutâneos estandardizados.
Regra geral, este antibiótico tomado por via oral provoca reações menos
graves do que sob a forma de injeções. Além disso, existem antibióticos
de substituição para a maior parte dos doentes alérgicos à penicilina. As
pessoas com esta sensibilidade devem evitar totalmente esta substância,
mas também outros antibióticos da mesma família (ampicilina e amoxi‑
cilina) e as cefalosporinas, com as quais pode haver reação cruzada.
Quando a utilização da penicilina for realmente indispensável, é pos‑
sível tomá‑la, sob vigilância médica. Existe mesmo um tratamento de
imunoterapia especial para estes casos.
As sulfamidas
Todas as sulfamidas podem provocar reações alérgicas mais ou menos
graves. Com a mais utilizada, o sulfametoxazol, observam‑se frequen‑
temente várias formas de prurido e urticária. Esses sintomas são geral‑
mente benignos e desaparecem com a interrupção do tratamento.
O ácido acetilsalicílico
O ácido acetilsalicílico entra na composição de vários medicamentos
e é a substância mais suscetível de provocar crises de asma. Este tipo
de reação encontra‑se, sobretudo, nas pessoas que são alérgicas a algum
alimento e/ou a um alergénio de inalação (poeiras, etc.). Esses indiví‑
duos podem reagir, também, a outros analgésicos e anti‑inflamatórios.
As reações mais frequentes são a urticária e, por vezes, o angioedema.
O choque anafilático é raro.
No entanto, não parece tratar‑se de uma alergia propriamente dita, pois
o mecanismo envolvido não é de natureza imunológica. Tratar‑se‑ia
121
A Prevenir e tratar as alergias
Os anestésicos locais
São produtos muito utilizados, sobretudo em estomatologia e em
pequena cirurgia, para a sutura de uma ferida, por exemplo. Alguns,
como a xilocaína, podem induzir reações alérgicas de gravidade variável.
Se tiver quaisquer antecedentes alérgicos, não se esqueça de prevenir o
médico ou o dentista antes de uma anestesia local. A substância susce‑
tível de causar reações deve ser estudada através de testes cutâneos, em
diluições progressivamente crescentes.
Os produtos de contraste
São utilizados em alguns tipos de radiografia, para permitir a visualiza‑
ção de órgãos internos (os rins, por exemplo).
Eventuais acidentes são, frequentemente, reações ao iodo existente
na maioria dos produtos de contraste e não são, necessariamente, de
natureza alérgica. Os sintomas podem ser graves: náuseas, vómitos,
queda da tensão arterial e até choque anafilático. Normalmente, todos
os serviços de radiologia estão equipados para fazer face a este género
de acidentes. As pessoas suscetíveis de reagir desta forma podem ser
tratadas preventivamente (isto é, antes da administração do produto de
contraste), com anti‑histamínicos e corticosteroides
A insulina
Existem diferentes tipos de insulina: purificada de boi ou de porco,
sintética humana e semissintética. Em maior ou menor grau, todas
122
A As alergias aos medicamentos
Os anti‑histamínicos em creme
Paradoxalmente, os anti‑histamínicos em creme podem induzir reações
na pele. É o caso, principalmente, do prometazine (Fenergan®), mas
também do dimetindeno (Fenistil Gel®). Nestes casos, pode ser preferí‑
vel tomar os anti‑histamínicos por via oral ou injetável.
OS MEDICAMENTOS E O SOL
123
Capítulo 10
As alergias
às picadas de insetos
A As alergias às picadas de insetos
Conheça os culpados…
★★ Os acidentes alérgicos graves resultantes de picadas de insetos não
acontecem, felizmente, com muitas espécies destes. No nosso país,
são principalmente as vespas e as abelhas (insetos himenópteros) que
podem causar este tipo de reação. Cerca de um quinto dos europeus são
alérgicos a himenópteros. Mesmo assim, convém estar prevenido, já que
as consequências podem ser muito graves.
Os sintomas
★★ As reações alérgicas ao veneno das picadas dos insetos manifestam
‑se, regra geral, de forma localizada: inchaço vermelho e doloroso no
ponto da picada, que desaparece em poucas horas. No entanto, nalgu‑
mas pessoas, os sintomas podem alastrar ou as picadas infetar e durar
vários dias.
127
A Prevenir e tratar as alergias
APRENDA A DISTINGUI‑LOS
128
A As alergias às picadas de insetos
Contra as vespas
O diagnóstico
★★ A história clínica é um fator importante, mas o grau de sensibilidade
individual ao veneno destes insetos pode variar, ao longo do tempo, em
função de aspetos pouco conhecidos. Por exemplo, nem sempre uma
pessoa potencialmente sensível apresenta nos testes uma reação impor‑
tante. Também pode acontecer que o mesmo indivíduo reaja de forma
diferente, quando picado em momentos distintos.
129
A Prevenir e tratar as alergias
O tratamento
Em caso de urgência
O QUE FAZER?
• Quando alguém é picado por uma que decorrer entre a picada e a extra‑
vespa ou abelha, a primeira coisa ção do ferrão.
a fazer é extrair o ferrão. É preferí‑ • Uma picada na boca ou na garganta
vel fazê‑lo com uma pinça, para não pode provocar inchaço e dificultar
beliscar ou pressionar a pele, aju‑ a respiração. Para evitar que isto
dando a espalhar o veneno. Em todo aconteça, cubra a zona afetada com
o caso, a palavra de ordem é rapidez. pedras de gelo envoltas num saco de
Por isso, se não tiver uma pinça ou plástico ou num pano limpo para evi‑
algo semelhante à mão, utilize mesmo tar uma eventual queimadura pelo frio.
as unhas. A gravidade do inchaço Dirija‑se, imediatamente, às urgências
dependerá, essencialmente, do tempo do hospital.
Os casos benignos
130
A As alergias às picadas de insetos
A imunoterapia
A eficácia da imunoterapia para tratar a alergia às picadas de insetos é
indiscutível. Este tratamento consiste em várias injeções subcutâneas,
com dose crescente, de um extrato de veneno do inseto a que a pes‑
soa é sensível. Se for necessário obter resultados rápidos, pode fazer
‑se um tratamento intensivo de alguns dias. No entanto, isso só deve
fazer‑se em estabelecimentos de saúde especializados e sob vigilância
médica permanente.
131
A Prevenir e tratar as alergias
132
Capítulo 11
As alergias
das crianças
A As alergias das crianças
Alergias e hereditariedade
★★ Nem mesmo as crianças ou os bebés estão livres de alergias. O sis‑
tema imunológico de um recém‑nascido ainda não está completa‑
mente estabelecido e, regra geral, o aparelho digestivo é o mais afe‑
tado. Os bebés são particularmente vulneráveis a distúrbios gastrin‑
testinais e, especialmente, às gastrenterites. Por outro lado, a mucosa
intestinal do recém‑nascido é mais permeável a moléculas volumosas,
de grande potencial alergizante. Este fenómeno é agravado em caso de
infeções locais.
Atenção: seja qual for a idade da criança, não dramatize nem modifi‑
que a sua rotina. Faça os possíveis por controlar os sintomas, mas evite
perturbá‑la mais do que o necessário. Lembre‑se de que os fatores emo‑
cionais podem ter uma influência considerável e tornar o tratamento
mais nocivo do que a própria doença.
135
A Prevenir e tratar as alergias
As alergias alimentares
Calcula‑se que cerca de 85 por cento dos fenómenos alérgicos nas crian‑
ças mais pequenas são de origem alimentar. Depois dos cinco anos, são
mais frequentes as de origem respiratória.
Nos bebés
As moléculas responsáveis pela alergia são mais facilmente absorvidas
pelo aparelho digestivo dos bebés, dado que as defesas do organismo
ainda não estão completamente estabelecidas. Os sintomas podem sur‑
gir poucas horas após a absorção do alimento, mas, também, um ou dois
dias mais tarde. Neste caso, é muito mais difícil identificar a substância
que causou a alergia.
Que fazer?
★★ O leite materno é a melhor prevenção contra as alergias das crianças
pequenas:
– fornece imunoglobulinas A, substância insuficiente no recém‑nascido
136
A As alergias das crianças
Atenção: é muito raro, mas pode acontecer que uma criança desen‑
volva sintomas alérgicos durante a amamentação. Neste caso, a subs‑
tância alergénica encontra‑se na alimentação da mãe, que deve tentar
modificá‑la.
UM BOM CONSELHO
Nas crianças
As alergias alimentares podem aparecer em crianças de qualquer idade.
Os sintomas são reveladores: diarreia, vómitos, rinites, edemas e,
137
A Prevenir e tratar as alergias
138
A As alergias das crianças
que deve ser tratada em primeiro lugar. Mais raramente, surgem ver‑
dadeiros sintomas de alergia, tais como o eczema atópico e o eczema
de contacto.
O eczema atópico
O eczema atópico da infância é uma doença crónica, que surge muitas
vezes antes dos três meses. Começa por atingir o couro cabeludo, a face
e as nádegas. Os sintomas são, habitualmente, atenuados com a aplica‑
ção de pomadas anti‑histamínicas e de emolientes. Pode ser necessária
a aplicação de corticoide tópico (só com indicação médica).
Como é evidente, é preciso encontrar a causa da alergia. Atribui‑se a
origem deste tipo de eczema a uma reação ao meio ambiente, mas pode
ser extremamente difícil identificar o culpado. Na lista de suspeitos
estão o clima invernoso, o meio urbano, a mudança de domicílio e até
os alimentos.
O eczema não tem cura, mas o tratamento é indispensável para controlar
três fatores agravantes: a sobreinfeção, a secura da pele e a inflamação.
Além disso, a terapia permite reduzir substancialmente as comichões.
Um banho diário, ou mesmo duas vezes por dia, é indispensável.
AS REGRAS DO BANHO
O eczema de contacto
É um eczema que aparece, essencialmente, nas crianças e adolescentes.
Caracteriza‑se por uma inflamação da pele em contacto com um pro‑
duto químico, um metal, um medicamento ou o couro. Ao contrário do
que se verifica no eczema atópico, a cura é completa depois de se elimi‑
nar a causa, mas os sintomas reaparecem em caso de nova exposição.
139
A Prevenir e tratar as alergias
A crise de asma
A asma afeta entre 3,5 e 14 por cento das crianças. Como em todas as
doenças alérgicas, a proporção de doentes é de dois rapazes por cada
rapariga. Regra geral, esta doença surge por volta dos três anos. No
entanto, o bebé pode apresentar sintomas que se instalam, na maioria
dos casos, no primeiro inverno. O bem‑estar, o apetite e o crescimento
podem não ser afetados e os sintomas desaparecerem na primavera,
mas a criança pode ter uma recaída no inverno seguinte. Na maioria dos
casos, o grande responsável é o pó da casa. O pólen de algumas plantas
e ervas, os animais domésticos e os bolores alergénicos também têm
alguma influência, mesmo nos bebés. Nestes casos, o diagnóstico nem
sempre é fácil de estabelecer.
As crises de asma podem ter consequências graves ou mesmo mortais.
A longo prazo, se a doença for bem tratada, as crises desaparecem ou
manifestam‑se apenas em situações de exposição perigosa. Nalguns
casos, porém, a asma persiste toda a vida ou transforma‑se, eventual‑
mente, noutro tipo de alergia.
140
A As alergias das crianças
Tratar a brincar!
141
A Prevenir e tratar as alergias
O fator psicológico
é uma causa da crise de asma?
Para testar esta hipótese, os investigadores tentaram definir um tipo
de personalidade comum aos asmáticos, mas não encontraram nada de
significativo. Por outras palavras, não parece existir um perfil psicoló‑
gico mais predisposto à asma.
No entanto, o stresse ou um estado emocional intenso modificam o
ritmo respiratório, podendo agir como fatores desencadeantes das cri‑
ses. Estes fatores não parecem ser, por si só, a causa de uma crise de
asma. É preciso, antes de mais, que a pessoa alérgica esteja na presença
de um alergénio ao qual é sensível. Nesta situação, o ritmo respiratório
acelerado pode transformar‑se em dispneia (dificuldade respiratória) e
degenerar numa crise de asma. Apesar de não estarem na origem do
mal, os fatores psicológicos podem aumentar a frequência e a intensi‑
dade das crises.
Um conflito interior, sobretudo quando não é verbalizado, pode colocar
a criança asmática num estado de tensão que reduz a sua resistência
142
A As alergias das crianças
UM CASO VIVIDO
O Pedro tem dez anos e é filho de pais a casa do pai, inicia uma crise de asma.
divorciados. Vive com a mãe que, não A mãe aproveita a situação para afirmar
tendo feito o luto do fracasso conjugal, que o Pedro não é feliz em casa do pai,
critica e arrasa o pai aos olhos dele. mas que não é capaz de o dizer. Procura,
O Pedro é uma criança meiga e sensível, também, obter uma suspensão do direito
muito ligado à mãe, que o sobreprotege de visita.
por causa da asma. Mas está também Alarmado, o pai consulta um alergolo‑
muito ligado ao pai, que procura fortalecê gista, que procede a uma série de testes
‑lo e levá‑lo a fazer desporto. O Pedro para despistar o alergénio. Esses testes
sente‑se muito dividido entre ambos mas, identificam uma alergia aos ácaros aloja‑
devido à má relação existente entre eles, dos nos colchões que, em casa do pai,
não lhes fala deste conflito interior. já não eram substituídos há muitos anos.
A perspetiva de passar um fim de semana Depois de ter sido submetido a um tra‑
com o pai fá‑lo rejubilar por antecipação, tamento por imunoterapia, o Pedro não
já que se sente mais crescido na com‑ voltou a ter crises de asma em casa
panhia dele. No entanto, quando chega do pai.
143
A Prevenir e tratar as alergias
144
A As alergias das crianças
★★ O quarto de uma criança alérgica deve ser limpo todos os dias e as pare‑
des lavadas com frequência. Se a criança for alérgica aos ácaros, utilize
acaricidas. Para limpar o chão, o melhor é utilizar uma esfregona e um
pano húmido. No entanto, se preferir aspirar, faça‑o na ausência da
criança, de preferência com um aparelho munido de filtros especiais
para impedir a passagem dos ácaros. Aquando da limpeza anual, retire
do quarto os móveis, os tapetes, as cortinas e os lençóis; lave as paredes,
os tetos, o soalho, os armários (por dentro e por fora), as camas e os
respetivos estrados.
145
A Prevenir e tratar as alergias
146
Glossário
A Glossário
149
A Prevenir e tratar as alergias
150
A Glossário
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A Prevenir e tratar as alergias
152
A Glossário
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A Prevenir e tratar as alergias
154
Índice remissivo
Índice remissivo
E L
Eczema. . . . . . . . . . . . . . . 28, 81, 93, 112, 151 Látex. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
atópico. . . . . . . . . . . . . . . . 20, 82, 107, 139 Legumes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108-109
das pálpebras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 Leite de vaca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107, 136
de contacto alérgico. . . . . . . . . . . . . 86, 139 Lentes de contacto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
de contacto irritativo. . . . . . . . . . . . . . . . . 89 Linfócitos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11, 153
Edema de Quincke. . . . . . . . . . . . . . . . 92, 152
Eosinófilos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27, 152
Exercícios respiratórios. . . . . . . . . . . . . . . . 141 M-N
Extratos alergénicos. . . . . . . . . . . . . . . . 26, 37 Mecanismo imunitário . . . . . . . . . . . . 12, 105
aquosos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Medicamentos . . . . . . . . . 35, 48, 60, 99, 114
de ação prolongada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Níquel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87, 100, 112
F O
Febre-dos-fenos . . . . . . . 11, 44, 93, 152, 154 Olhos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Frutos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108-109 Otite. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75, 153
secos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108-109 Ovos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108, 137
Fumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33, 60, 98, 144
P
H
Parasitose. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91, 153
Hereditariedade . . . . . . . . . . 18-19, 25, 33, 71, Peak flow meter . . . . . . . . . . . . . . . . 61, 63, 153
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82, 93, 135 Peixe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108, 138
Hipossensibilização. . . . . . . . . . . . . . . 37, 152 Pele. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Histamina . . . . . . . . . 14, 36, 90, 98, 107-108, Pelos de animais. . . . . 19, 26, 33, 50, 82, 144
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114, 149, 153 Penicilina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91, 107, 120
História clínica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25, 129 Perfumes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89, 94
Homeopatia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Período de polinização. . . . . . . . . . . . . . 34, 45
Piercing. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Plásticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
I Pó da casa. . . . . . . . . . . 19, 25, 33, 49, 82, 145
IgE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11, 13 Pólen. . . . . . . . . . . . 26, 33, 38, 44, 46, 98, 144
doseamento da. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Pólipos nasais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20, 43
Imunidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 Prevenção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33, 65, 84
celular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Produtos de contraste . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
humoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Psicoterapia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38, 70, 143
Imunoglobulinas. . 11, 13, 19, 105, 137, 153
Imunoterapia. . . 37, 48, 65, 98, 100, 131, 153
Inalador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Q-R
Insetos. . . . . . . . . . . . . . . 26, 36, 91, 127, 153 Questionário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Insulina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 RAST . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28, 154
Intolerância alimentar. . . . . . . 106, 110, 114, Reação alérgica. . . . . . . . . . . . . . . . 11, 36, 120
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138, 151 imediata. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14, 106
158
Índice remissivo
T
Terapias alternativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Terçolhos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
159
Sinta-se bem por dentro e por fora!
Também em formato digital.
www.deco.proteste.pt/guiaspraticos