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Sermão sugestivo para o Lançamento da Recolta

18 de junho de 2016

O Que Fazes?
Propósito
Levar as pessoas a compreenderem o real sentido da assistência
social, mostrando como Jesus agia. Ele não se preocupava somente
em resolver as necessidades, mas trabalhava para mudar a condição
que levava a pessoa à dependência.

Texto bíblico
Marcos 10:46 a 52

Introdução
Quando o assunto é miséria alguns números nos impressionam,
vejamos o que diz a FAO – Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação:

• Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo passam fome diariamente.

• 608 milhões dessas pessoas vivem muito abaixo da linha da pobreza,


ou seja, sobrevivem com menos de 1 dólar americano por dia.

• 10% das crianças no mundo morrem antes de completarem 5 anos


de idade por causa da fome.

• 24.000 pessoas morrem de fome por dia no mundo (fique em silêncio


por aproximadamente 3 segundos), nesse exato momento uma pessoa
acabou de morrer de fome.

São números que nos impressionam, porém parece que não abalam
mais as pessoas. Quando falamos de fome, miséria, desnutrição e
pobreza, achamos que é uma realidade muito distante e nos tornamos
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indiferentes. O fato é que esquecemos que na esquina de nossa casa,
na cidade onde moramos, ou até mesmo, quem sabe em nossa própria
igreja tenhamos alguém nessa situação.

Diante disso qual é a nossa atitude? Normalmente fingimos que não é


conosco, ou simplesmente varremos essa “sujeira” para debaixo do
tapete de nossa vida.

A ASA, é o Ministério que coordena a Ação Social nas igrejas locais.


Ela está presente praticamente em todos os lugares onde temos
igrejas.

Sua maior preocupação é com o desenvolvimento do ser humano


como um todo, não se limitando ao assistencialismo e ao clientelismo
social, ou seja, não é somente dar de comer, beber e vestir, mas é
trabalhar no sentido de que a pessoa atendida possa sair da sua
condição de miserabilidade e obtenha condições dignas de viver e de
se manter sem depender da esmola de outras pessoas.

I) Como Jesus fazia


Nos evangelhos percebemos que a maior preocupação de Jesus era
com a salvação das pessoas, não somente para o reino de Deus, mas
também para o reino da Terra. Muitos dos Seus encontros com
pessoas necessitadas durante o seu ministério terrestre acabaram por
me mostrar isso.

Existe um texto de Ellen White que muito impressiona sobre esse fato,
ali diz: “Muitos pensam que seria grande privilégio visitar os cenários
da vida de Cristo na Terra, andar pelos lugares por Ele trilhados,
contemplar o lago à margem do qual gostava de ensinar, as montanhas
e vales em que Seus olhos tantas vezes pousaram. Mas não ne-
cessitamos ir a Nazaré, a Cafarnaum ou a Betânia para andar nos
passos de Jesus. Encontraremos Suas pegadas junto ao leito dos
doentes, nas choças da pobreza, nos apinhados becos das grandes
cidades e em qualquer lugar onde há corações humanos necessitados
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de consolação. Fazendo como Jesus fazia quando na Terra,
andaremos em Seus passos. ” O Desejado de Todas as Nações, pág.
640.

Quando analisamos o texto bíblico dessa manhã, percebemos o


quanto essa preocupação de Jesus era evidente. Hoje, não nos
deteremos em quem era Bartimeu, vamos nos preocupar somente com
a sua necessidade e a atitude de Jesus para com a mesma.

II) Qual a sua atitude?


O texto nos mostra que Bartimeu mesmo mendigando nas ruas de
Jericó, foi um homem que um dia teve uma família. Não nos preocupa-
remos com os detalhes de sua condição como mendigo, provavelmen-
te razões podem ser alimentadas para tal.

1) Nos tempos de Jesus a dor, o sofrimento, a doença e a tragédia


humana, eram sempre associadas ao pecado, ou seja, se tamanha
desgraça ocorria na vida de uma pessoa, era em virtude de algum erro
ou falta cometida por essa pessoa. Talvez Bartimeu, tenha sofrido esse
preconceito de sua própria família e diante da pressão resolveu se
mudar para as ruas.

2) Talvez Bartimeu fosse órfão, tivesse perdido seu pai, sua mãe e
seus familiares não quisessem mantê-lo, empurrando-o assim para a
mendicância.
Pouco importa o porquê, o que importa é que Bartimeu estava na porta
de Jericó, mendigando e alimentava o desejo de encontrar-se com
Jesus, pois sabia que Ele era sua única salvação.

Quando Jesus entrou seguido de uma grande multidão, aquilo pro-


vavelmente chamou a atenção de Bartimeu. Como cego sua audição
deveria ser mais aguçada para compensar a ausência da visão.

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A saída de Jesus, seguido por uma provável multidão, maior do que
quando entrou, chamou a atenção de Bartimeu, pois ele já havia ouvido
tal barulho.
Ele não queria perder a sua bênção, desejava encontrar-se com Jesus,
mas como? Era um só contra milhares de pessoas. A única alternativa
era gritar e foi isso que fez: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de
mim!” Marcos 10: 47.
A Bíblia nos mostra que dois grupos de pessoas se levantou diante da
necessidade de Bartimeu em resolver seu problema. O primeiro dizia
que Bartimeu se calasse, que ele não era digno de ir até Jesus. Co-
locaram-se indiferentes às necessidades de alguém que precisava ter
suas feridas curadas, porém, diante da insistência, Bartimeu continua-
va clamando: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim! ” Marcos 10: 48.

Um outro grupo se levantou e disse a Bartimeu que Jesus o chamava


e mais, lhe mostrou o caminho certo para onde deveria seguir.

Aqui surge uma pergunta para você, em qual grupo você se encontra
hoje, diante da necessidade dos Bartimeus desse mundo? O grupo da
indiferença, ou o grupo da ação? O grupo que mostra onde está Jesus
pelos atos, pelas ações, pelas atitudes? Ou o grupo que tem vontade
de calar os miseráveis que atormentam a sua consciência?

III) Mudança de vida.


Quando Bartimeu esteve frente a frente com Jesus, ele ouviu uma
pergunta que não esperava ouvir, quando analisamos friamente essa
pergunta, podemos achá-la sem sentido. A pergunta foi: “Que queres
que eu te faça? ”
Marcos 10: 51.

Será que Jesus não sabia qual era a maior necessidade do cego? Será
que Jesus estava indiferente a dor daquele homem? A resposta é não!

A atitude de Jesus mostra o verdadeiro foco de Seu ministério. Ele


nunca esteve nesse mundo preocupado em somente apaziguar a dor
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humana, não! Jesus queria mais, Jesus sempre se preocupava com a
mudança de vida, uma mudança por completo, com o desenvolvimento
do todo e não somente com algo pontual.

Quando Jesus perguntou a Bartimeu o que ele queria, o Mestre fez


com que Bartimeu compreendesse que a cura da cegueira representa-
va uma mudança de vida.

Como assim? Talvez você esteja perguntando.

Bartimeu como cego, vivia das esmolas do povo de Jericó e de seus


visitantes. Ele não trabalhava, era mais um que dependia da boa vonta-
de, do bom humor ou dos momentos onde as pessoas tentavam apla-
car sua consciência dando aquilo que não lhes servia mais.

Quando Jesus fez a pergunta, desejava que Bartimeu entendesse que


a ajuda vinha precedida de mudança de vida. Bartimeu curado não
deveria depender mais das esmolas. O que estava envolvido não era
somente a cura física, mas também a cura social daquele necessitado.

Ao trabalharmos com pessoas como Bartimeu, dentro ou fora da igreja,


deveríamos agir da mesma maneira como fez Jesus. Nos pre-
ocuparmos não somente em atender as necessidades imediatas, isso
é importante, porém, mais do que isso, nos preocuparmos com a mu-
dança de vida dessas pessoas.

Conclusão
Hoje é o lançamento da Recolta em nossa igreja e diante disso não
podemos nos tornar indiferentes, fingirmos que não é conosco, ou
simplesmente pegarmos o material e no fundo sabermos que nada
faremos.

Bem, eu não sei o que você fará ou o que está pensando. O que eu
sei, é que o dinheiro dessa campanha será destinado para a mudança
de vidas que sofrem em nossa cidade e região.
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A Recolta é destinada para vários projetos sociais desenvolvidos pela
ASA da igreja local e também para a ADRA manter os Núcleos.

Projetos que visam mudar a vida de pessoas que vivem na miséria, no


abandono e na indiferença daqueles que tem e fingem que não é com
eles o problema.

Eu convoco você a mudar essa realidade, pela sua ação, através do


seu trabalho pela Recolta em 2016.

Faça a diferença e aja como Jesus agiria.


Mude o mundo, uma vida de cada vez.

Pr. Dirceu de Lima


Central de Sorocaba

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