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Das anfitriãs para novatas: uma análise sobre as relações de poder entre as mulheres

trabalhadoras de sexo no ambiente da prostituição


Índice

1. Introdução....................................................................................................................................2

2. Revisão da literatura....................................................................................................................4

2.1. Formulação do problema..........................................................................................................9

2.1. Hipótese de estudo..................................................................................................................10

3. Justificativa................................................................................................................................11

4. Objectivos do estudo..................................................................................................................12

4.1. Geral.......................................................................................................................................12

4.2. Específicos..............................................................................................................................12

5. Enquadramento teórico e conceptual.........................................................................................13

5.1. Quadro teórico........................................................................................................................13

5.2. Definição e operacionalização dos conceitos.........................................................................15

5.2.1. Relações de poder................................................................................................................15

5.2.2. Prostituição..........................................................................................................................17

5.2.3. Desigualdades sociais..........................................................................................................17

6. Metodologia...............................................................................................................................19

6.1. Método de abordagem............................................................................................................19

6.3. Técnicas de recolha de dados.................................................................................................19

6.4. Universo e amostra.................................................................................................................20

Bibliografia....................................................................................................................................21
1. Introdução

Com este trabalho pretendemos nos dedicar ao estudo da análise as relações de poder travadas
entre mulheres trabalhadoras do sexo no ambiente da prostituição na cidade de Maputo, tendo
como foco principal as interacções entre as antigas praticantes e novas praticantes, no sentido de
observar o tratamento que aquelas oferecem a estas.

A prostituição é concebida como um “mal necessário”, e encontra-se na expressão “a profissão


mais antiga do mundo” uma forma de naturalizar esse ofício e reafirmar o domínio do homem
sobre a mulher, enfatizando que os corpos femininos sempre estiveram à disposição dos seus
consumidores – os homens como refere Pasini (2009).

As relações de poder e conflituosas sempre foram realidade de interesse de diferentes campos de


conhecimento das ciências humanas e sociais. Com o estudo visamos analisar a configuração das
experiências e relações sociais quotidianas entre as mulheres trabalhadoras do sexo (as antigas e
recém-chegadas) seleccionadas para constituir a amostra do estudo.

Nas consultas das obras que fazem menção as desigualdades de género, não são abordadas as
desigualdades entre indivíduos do mesmo sexo (especificamente entre mulheres), mas que são
socialmente construídas. Os feministas têm preconizado desigualdade, opressão e conflito entre
homens e mulheres, pouco fazem menção a desigualdades e opressão entre indivíduos do mesmo
sexo, no nosso caso nos referimos às desigualdades e dominação entre as mulheres trabalhadoras
do sexo.

Nos estudos que trazemos na nossa revisão da literatura podemos ver que pouco se tem falado da
relação de poder vivenciado entre elas no ambiente da prostituição. O interesse tem sido a
relação entre elas na prática da prostituição. Pretendemos destacar um aspecto que para nós é
igualmente de ser estudo. Assim, o objectivo que temos com a realização deste trabalho é de
compreender a forma como as mulheres trabalhadoras do sexo recém-chegadas na prostituição –
designadas como novatas constroem a sua relação que estabelecem com as prostitutas mais
antigas nessa área – designamos aqui de anfitriãs.

Vamos realizar o nosso estudo na baixa da cidade de Maputo, na rua do Bagamoyo. Este lugar é
apropriado para a realização do nosso estudo porque tem sido um espaço no qual muitos estudos
têm-se realizado o que revela uma abertura por parte das praticantes da prostituição. É também
um lugar no qual a prática da prostituição tem sido analisada por diferentes autores, o que revela
a preocupação com a forma como a prática tem sido realizada.

Nos dedicaremos ao estudo do fenómeno no momento da sua ocorrência, o que nos faz com que
não nos interessemos pela sua delimitação temporal. Assim, vamos trabalhar com dois grupos de
prostitutas. O primeiro será das mulheres que tenham entrado para a prostituição que
consideramos serem novatas e o segundo será de mulheres que, independentemente, da sua faixa
etária, estão na prostituição há mais tempo, isto é, consideradas mais antigas.
2. Revisão da literatura

Vamos discutir estudos que tenham sido realizados sobre a questão da prostituição. Na nossa
busca identificamos muitos estudos desta natureza mas procuramos limitar a nossa revisão da
literatura apenas aqueles estudos que estejam relacionados com o problema de pretendemos
construir de modo a evitar que nos desviemos do nosso foco.

Botelho & Ferriani (200) realizou o estudo com o tema “Prostituição na adolescência: interface
com a instituição familiar” com o objectivo de analisar a relação entre essa prática e as condições
sociais oferecidas pela família das quase vêm as adolescentes que se envolvem nela. A grande
constatação dos autores que nos interessam descartar neste trabalho é de afirmarem que a família
leva a entrada na prostituição pelo facto de não oferecer condições para que as adolescentes
construam a sua identidade.

Esta forma de explicar a entrada na prostituição coloca a ênfase na questão da identidade para a
explicação da relação entre a prostituição e a família. O ocorre é que com a ausência do
progenitores e desintegração da sua estrutura familiar as adolescentes sofrem uma crise
identitária, não tendo mais quadro de referência o que faz com que entrem para a prática da
prostituição por opção própria. A prática da prostituição é vista como um quadro de referência
onde encontram experiência que servem de base identitária.

Este estudo demonstra alguns aspectos interessantes. Primeiro descarta a ideia segundo a qual
todas as adolescentes entram para a prostituição contra a sua vontade e obrigadas, uma vez que
elas mesmas afirmaram que optaram por essa via. Segundo é que a questão da identidade deve
ser uma variável a tomar em consideração quando se pretende discutir a questão da prostituição
embora não são destacadas as dinâmicas internas do campo onde ocorre a prática.

Botelho (2003) realizou um estudo com o tema “Prostituição de adolescentes: uma imagem
construída na adversidade da sociedade com o objectivo de analisar o contexto e dos significados
da exploração sexual feminina de adolescentes, tendo chegado as constatações semelhantes as
que identificamos nos casos do estudo de Botelho & Ferriani (2004) ao afirmar que as
adolescentes vêm de contextos familiares nos quais ocorreu o desaparecimento físico de um dos
progenitores ou mesmo dos dois.
De acordo com Botelho (2008), dentro das famílias das adolescentes ocorrem processo de
exclusão diante da realidade que se apresenta, inclusive com a ruptura nas relações de confiança,
respeito e afecto. Deste modo, se observa que o sentimento de não se pertencer a um
determinado núcleo familiar, como outras pessoas, conduz a um grande anseio no que diz
respeito a construção da identidade.

A colocação deste estudo corroboram as do primeiro estudo de que a família se relacionam com
a prostituição sob ponto de vista da identidade social das adolescentes, pelo que é suficiente para
que afirmemos que a prostituição é um espaço no qual as adolescentes encontram referências e
elementos para reconstruir a sua identidade e reorientar as suas acções. Porém, ainda persiste a
falta de uma explicação quanto as dinâmicas internas no campo onde ocorre a prática.

Continuamos com o estudo realizado por Souza (2007) com o tema “Prostituição juvenil
feminina: a escolha, as experiências e as ambiguidades do fazer programas” com o objectivo de,
dentre outros, compreender as experiências quotidianas das jovens no campo da prostituição.
Estas experiências relevam que os primeiros programas sexuais ocorreram segundo um acordo
proposto pelo homem ou pelo intermédio de outras adolescentes que também já estavam
envolvidas nos programas sexuais com finalidade lucrativas.

De acordo com os dados deste trabalho, a intermediação é uma prática que se generaliza no
contexto das jovens sendo a forma que elas encontram para facilmente serem aceites nesses
espaço. Considerando o nosso interesse podemos afirmar que a aceitação da intermediação, para
além de ser uma forma de facilitação é também uma forma de evitar conflituar com as jovens
que já se encontram na prática uma vez que estas assumem o papel de integradoras das novatas,
isto é, outsideres.

Souza (2007) chega ao ponto de afirmar que a intermediação é um forma de partilha entre as
jovens recém-integradas e as que já estavam há muito integradas, partilhando assim a
responsabilidade pela atitude tomada, minimizando assim a sua culpa. Diríamos que assim a
identidade de prostituta é construída sem muitos constrangimentos por parte das jovens.

Dados que remetem a relação entre família e a entrada e prática da prostituição são também
apresentados por Imperiano, Farias, Júnior e Silva (s.d) com o tema “Exploração sexual feminina
de adolescentes” com base nos quais podemos afirmar que mais uma vez as relações
intrafamiliares levam uma crise identitária de modo a conduzir as adolescentes a encontrarem no
seu grupo de amizade referências de modo a reconstruir as suas identidades e um sentimento de
pertença.

De acordo com os dados destes autores, as adolescentes vivem diferentes formas de violência e
exploração nas famílias associadas a falta de condições necessárias para a sua sobrevivência o
que faz com que encontrem nas ruas o refúgio de modo a fazer frente a essa crise, vitimização e
carências familiares. Para além do dinheiro próprio, elas encontram novas relações sociais. Neste
estudo se reconhece que as adolescentes acabam por se submeter a exploração sexual em troca
dinheiro para suprir as suas necessidades.

Outro estudo que incide especificamente para as relações dentro do campo da prostituição foi
realizado por Parente (2010) com o tema “Territórios da prostituição feminina de rua em Recife,
Pernambuco-Brasil: conflitos e transformação do espaço geográfico” com o objectivo de analisar
a instalação de prostitutas num determinado lugar e os conflitos por elas vivido por se instalarem
nesse mesmo lugar, bem como as estratégias adoptas de convivência para os diferentes grupos
sociais.

Neste estudo aponta-se que as prostitutas passaram por diferentes situações de conflito para
finalmente se instalarem num espaço específico. Elas sofreram perseguição por parte das
autoridades que tinham a finalidade de obliterar a prática. Com o tempo, esses espaços foram se
transformando em cortiços nos quais as prostitutas realizavam as suas actividades, assim como
foram surgindo prédios abandonados como resultado do abandono do poder público.

Uma questão muito importante neste estudo que procuramos explorar no nosso estudo é o facto
de Parente (2010) afirmar que, apesar de estarem sujeitas ao mesmo tratamento por parte da
sociedade, as trabalhadoras do sexo não constituem um grupo homogéneo – o mesmo não
chegam a ser um grupo social no sentido rigoroso do tempo – e muito menos vivenciem relações
pacíficas. “Pelo contrário, há uma disputa, uma competição acirrada, entre os grupos de mulheres
que se prostituem na área e, um processo heterogéneo de apropriação dos espaços públicos da
Conselheiro Aguiar, no sentido desses atores agrupar e se solidarizarem somente de acordo com
seus interesses.” (p. 13)
A heterogeneização das trabalhadoras de sexo no seu seio dá-se, de acordo com o estudo, com
base em dois critérios. Primeiro é a ideia, o que faz com que onde estejam mulheres mais velhas
não encontram-se mulheres mais novas. E segundo é a forma de vestir, sendo que as que se
acham mais bonitas na forma de vestir costumam frequentar espaços comuns contra as que se
encontram em lado oposto.

Estes dados colocam xeque-mate a qualquer autor que tenha a pretensão de homogeneizar as
prostitutas pelo facto de serem todas trabalhadoras de sexo. Pelo contrário, como qualquer
argumento social elas estão sujeitos a vivenciar relações dinâmicas caracterizadas pela
segregação, exclusão e por quê não mesmo a discriminação. Diferentes critérios poder ser
operacionalizados para compreender a realidade das trabalhadoras do sexo. É o que pretendemos
realizar neste trabalho. Mas por enquanto nos interessa reter a ideia da heterogeneidade das
trabalhadoras do sexo.

Num outro estudo sobre a mesma realidade com o tema “Do poder às margens das margens ao
poder: um olhar geográfico sobre os territórios da prostituição feminina na Av. Conselheiro
Aguiar, Boa Viagem-Recife/PE”, Perante (2005) afirma que a degradação das condições físicas
do espaço em estudo concorreu para que as trabalhadoras do sexo se deslocassem de modo a
desenvolver a sua actividade longe dos olhares populares e da perseguição do poder público,
uma vez que o local já sendo abandona antes da sua transferência.

Confirmando a ideia do estudo anterior, a autor afirma que dois processos sociais originam as
dinâmicas no espaço da prostituição. De um lado está a sua marginalização que faz com que
sejam consideradas como um grupo social. Porém, este processo é responsável pelo outro. Do
outro lado, os segregados disputam entre si pela ocupação do espaço no qual são segregados.
Assim, procura de ocupação de espaços e exercício do poder dentro dos lugares de prática da
prostituição explica o facto de as trabalhadoras de sexo vivenciarem relações de concorrência e
disputa entre si. (Perante, 2005)

Não interessa-nos repisar o facto de as trabalhadoras do sexo serem vista como actores sociais
que activamente no seu dia-a-dia participam de relações de conflito na ocupação de espaços, isto
é, na construção dos seus territórios. O mesmo conceito de território é operacionalizado por
Pimentel (2012) no seu estudo com o tema “Território da prostituição de travestis: marcas,
corpos e signos” no qual afirma que a construção de territórios por parte dos indivíduos ocorre
numa relação de poderes, contudo, o autor fala de uma relação de cooperação entre nós.

Em função das suas experiências, as trabalhadoras do sexo acabam por construir uma rede de
ralações que lhes permite construir um nó com base no qual reforçam o seu poder. Neste estudo a
relação que separa o nós dos outros ocorre entre trabalhadoras do sexo com orientações sexuais
diferentes, isto é, prostitutas do sexo masculino e os travestis, constituindo assim, uma relação de
conflitos por causa da concorrência na busca de clientes.

Estes dois grupos constroem o que se designa, no estudo, de identidade territorial. De acordo
com o Pimentel (2012), quando chega a noite as ruas são tomadas de assalto pelas prostitutas, de
um lado, e pelos travestis, do outro lado, sendo que situadas em seus espaços específicos
identificam-se com este, definindo limites identitários, o que permite saber de antemão que num
determinado território encontram-se as prostituas e noutros o outro grupo social. Nesta
constituição de território ocorre a criação de simbólicos e signos que representam essa ocupação.

Podemos ver que no campo da prostituição ocorre o que se designa sociologicamente de conflito
simbólico e construção de identidade a partir e como forma de delimitação territorial no campo
da prostituição, demonstrando não são relações pacífica que ocupam esta actividade embora
possa parecer num dado momento, visto que as relações simbólicas não são imediatamente
identificáveis.

Continuando com a nossa revisão da literatura, temos o estudo realidade com o tema
“Prostituição e criminalidade: o quotidiano e os conflitos nos bordéis ponta-grossenses na dada
de 1930-1940” de Ferreira (2008) no qual trazem dados que caracterizam os bordéis como
espaços nos quais ocorrem tragédias, conflitos, disputas e as mais diversas formas de vivências.

Como consequência destas ocorrências a prostituição se tornando num espaço de insegurança,


incertezas e medos, criando deste modo sentimentos que inspiram os mais diversos desejos
capazes de serem experimentados pelas trabalhadoras de sexos e de conduzirem a diferentes
comportamentos desviantes e criminosos. Assim, se afirma que as relações na prostituição pode
transcender uma simples relação de conflito para atingir o patamar de uma relação de violência
entre as trabalhadoras do sexo e entre estas e as pessoas que vão até a prostituição para procurar
pelos seus serviços.

Esta revisão da literatura lança diferentes olhares para o campo da prostituição. Não trouxemos
estudos moçambicanos, uma vez que os seus olhares nos conduziam a um sentido que escapa e
nos desvia dos nossos interesses neste trabalho. Nos interessamos pelas relações de conflito entre
as trabalhadoras de sexo, pois sobre esta realidade que desenvolvemos o nosso estudo.

2.1. Formulação do problema

Em muitos lugares e contextos, as relações estabelecidas entre as mulheres trabalhadoras de sexo


são bastante comentadas. Normalmente, fala-se de desigualdades de género entre homens e
mulheres ocorrentes no espaço público, ignorando-se as desigualdades entre indivíduos do
mesmo sexo e as existentes no ambiente da prostituição.

Assim, podemos começar por afirmar que os estudos que trouxemos, ao invés de serem contrário
ao que pretendemos defender, pelo contrário, oferecem base para que possamos colocar o nosso
argumento. Os estudos de Botelho & Ferriani (200), Botelho (2003), Souza (2007) e Imperiano,
Farias, Júnior e Silva (s.d) demonstram que as adolescentes e jovens se dirigem a prostituição
motivadas, dentre outros factores, pela busca de quadro de referência para a construção da sua
identidade fragilizada pelas relações familiares.

Assim, é apropriado que assumamos, como uma ideia secundário, que a prostituição é um campo
de construção de identidade social a partir das experiências de cada adolescente. É neste sentido,
que buscamos estudar a prostituição considerando a dimensão da construção da identidade. Mas
este processo não é pacífico. Os estudos de Pimentel (2012) (Parente, 2005; 2010) e Ferreira
(2008) demonstram que as trabalhadoras do sexo vivenciam relações de conflito como resultado
da luta pela concorrência, pela ocupação do espaço, pela idade e pela estética.

Neste trabalho, assumindo a família como um campo social acolhedor de desigualdades entre
seus integrantes, pretendemos analisar as desigualdades que existem entre as sogras e noras,
aferindo como estas podem decorrer em conflitos no campo familiar. Estudos realizados em
torno da família descrevem um contexto de relação conflitual entre sogra e nora, decorrente de
uma relação de poder entre estas neste campo social e é caracterizado, em maior número de
casos, pela submissão posição da nora a posição de sogra. Estes relacionamentos são
fundamentados por alguns direitos definidos pelas posições assumidas por ambas na estrutura
familiar: a nora é a recém-chegada e a sogra a anfitriã. De acordo com Luz (2011), as relações
razoáveis e pacíficas entre noras e sogra seriam o culminar de uma relação inicialmente
conflituosa.

O que procuramos compreender é onde é que estes conflitos são possíveis e o que estrutura as
relações sociais que os geram. Acreditamos que os mesmos produzem diferenciados impactos
nas estruturas familiares e que dentro destas há um conjunto de estratégias adoptadas para
superar possíveis fricções. Assim, de igual modo, procuramos perceber essas estratégias bem
como, a forma como a sogra e nora caracterizam as relações que mantêm entre elas.

Consideramos que tanto a nora, assim como a sogra constituem agentes sociais que procuram,
através de estratégias e mobilização de seus recursos, redefinirem suas posições, amenizando a
relação conflitual ou mantendo suas posições inicias, aglutinando os conflitos, dependendo de
caso para caso. Partindo do princípio de que a maioria dos estudos trazidos na bibliografia abaixo
foi feita fora de Moçambique, procuramos, dentro das considerações destes estudos, abordar a
realidade moçambicana como forma de verificar até que ponto as ilações tiradas nesses contextos
são aplicáveis no nosso contexto, procurando responder a seguinte pergunta: de que modo se
estruturam as relações de poder das trabalhadoras do sexo no contexto dos conflitos originados
pelas desigualdades sociais entre ambas?

2.1. Hipótese de estudo

As relações entre mulheres trabalhadoras do sexo são estruturadas por desigualdades socialmente
construídas entre ambas e que originam uma situação em que a mulher recém-chegada se
encontra em uma posição socialmente subalterna a das mais antigas no ambiente da prostituição.
3. Justificativa

O estudo da prostituição é uma forma de conhecer uma realidade ocultada pelos preconceitos
com relação as trabalhadoras do sexo, sendo uma camada discriminada, uma vez que essas ideias
pré-concebidas conduzem, em muitos casos, a distanciamento e isolamento social. Escolhemos
este tema com o interesse de saber mais sobre esta realidade, uma vez que participamos de
eventos e palestras nas quais se abordava sobre os direitos humanos incluindo o grupo de
prostitutas.

A revisão da literatura que realizamos sobre a prostituição demonstra que é um fenómeno que já
vem sendo estudado do ponto de vista sociológico, destacando-se muitas de suas dimensões.
Porém, ao olharmos para os estudos nacionais podemos ver que alguns aspectos escapam as suas
análises como é o caso das relações de conflito e exclusão que as trabalhadoras do sexo vivem
entre si. É esta dimensão que prendemos estudar, tendo como ponto de entrada a questão da
relação de poder entre as mulheres recém-chegadas e as mais antigas na prostituição. Com este
estudo abrimos novas linhas de investigação para os estudos sobre a prostituição em
Moçambique de modo a seguir o mesmo ritmo da produção científica com estudo internacionais.

Do ponto de vista sociológico, o nosso estudo torna-se relevante, na medida em que procuramos
incidir sobre a interacção dentro da prostituição, colocando a prova resultados de estudos
realizados em outros contextos como forma de aferir a sua validade para o contexto
moçambicano. É sabido que nas sociedades actuais as transformações sofridas pela realidade
social desafiam qualquer estudo no sentido de buscar a sua reactualização contínua, pelo que, o
seu teste contínuo é indispensável para progresso do conhecimento científico. Assim, estaremos
a reactualizar o conhecimento sociológico sobre a prostituição.

4. Objectivos do estudo

4.1. Geral

 Analisar as relações de poder estabelecidas entre mulheres trabalhadoras do sexo no


ambiente da prostituição.
4.2. Específicos

 Descrever o processo de entrada das mulheres trabalhadoras do sexo na prostituição;


 Captar as diferentes experiências de relacionamento estabelecidas entre as trabalhadoras
do sexo;
 Identificar a forma como as mulheres trabalhadoras do sexo descrevem suas relações de
poder na prática de prostituição;

 Identificar as estratégias usadas pelas mulheres trabalhadoras de sexo para formação e


reprodução das redes sociais.
5. Enquadramento teórico e conceptual

5.1. Quadro teórico

Como teoria base da nossa pesquisa, escolhemos a teoria do espaço social de Bourdieu (2005).
Parte do pressuposto segundo a qual, os agentes se encontram distribuídos em posições neste
espaço e são definidos em função destas posições ocupadas. Assim, o espaço social constitui um
campo de forcas objectivas segundo as quais os agentes são distribuídos independentemente das
suas intenções individuais.

“As propriedades actuantes, tidas em consideração como princípios de construção do


espaço social, são as diferentes espécies de poder ou de capital que ocorre no diferentes
campos. O capital – que pode existir no estado objectivado, em formas de propriedades
materiais, ou no caso do capital cultural incorporado (...) representa um poder sobre um
campo (..), logo sobre os mecanismos que contribuem para assegurara produção de uma
categoria de bens, deste modo, sobre um conjunto de rendimentos e ganhos.” (Bourdieu,
2005, p. 134)

Bourdieu (2005) concebe campo social como sendo um espaço multidimensional de posições tal
que qualquer posição possa ser definida em função de um sistema de coordenadas cujos valores
correspondem aos valores de diferentes variáveis pertinentes. Em cada campo social actua só um
tipo de capital, que pode ser económico, cultural, político ou mesmo capital simbólico e
geralmente é a forma percebida e reconhecida como legítima das diferentes formas de capital.

Os agentes se encontram distribuídos dentro do campo social com base em duas dimensões: a
primeira corresponde a composição do capital actuante e a segunda corresponde ao volume deste
capital considerado que cada agente possui. Neste ponto, Bourdieu (2005) afirma ainda que:

“A forma de que se reveste, em cada momento e em cada campo social, o conjunto das
distribuições das diferentes espécies de capital (incorporado ou materializado), como
instrumentos de apropriação do produto objectivado do trabalho social acumulado, define
o estado das relações de força entre agentes objectivamente definidos pela sua posição
nestas relações. Esta posição determina os poderes actuais ou potenciais nos diferentes
campos e as probabilidades de acesso aos ganhos específicos que eles ocasionam.”
(Bourdieu, 2005, p. 135)
Neste sentido, segundo o autor, verifica-se que o campo social apresenta uma disposição
hierárquica dentro da qual os indivíduos em função da posição que ocupam têm acesso desigual
aos bens disponíveis dentro deste. O campo social constitui um campo de relações de força, onde
entram em acção os poderes dos quais cada indivíduo dispõe.

Bourdieu (2005) afirma que em função das posições ocupadas dentro de diferentes campos
sociais é possível agrupar os indivíduos em classes sociais, sendo que aqueles que se encontram
sujeitos aos mesmos condicionamentos podem ser considerados, num sentido analítico-teórico,
como constituintes de uma classe social. Dentro desta distribuição em posições os agentes
constroem as suas representações sociais como produto de uma dupla estruturação social: do
lado objectivo, ela está socialmente estruturada porque as instituições se oferecem à percepção
em combinações de probabilidades muito desiguais; do lado subjectivo, ela está estruturada
porque os esquemas de percepção são produto de lutas simbólicas anteriores.

O que o autor deixa claro com esta exposição é que o campo social comporta múltiplas visões do
mundo em conflito. Neste campo social dá-se a luta simbólica pela produção e imposição da
visão do mundo legitimada cada agente. De acordo com Bourdieu (2005), as categorias de
percepção do mundo social são produto da incorporação das estruturas objectivas do espaço
social, levando os agentes a tomarem o mundo social tal como ele é.

Os agentes no espaço social lutam pelo poder de categorização, ou seja, de construção das
percepções objectivas de modo a controlarem outros agentes e os manter nas suas posições
actuais, controlando suas representações sociais. Enquanto uns lutam para manter sua posição
privilegiada no espaço social mediante o processo de categorização, outros lutam para aceder a
posições superiores que possam-lhes facultar o poder de categorização.

Bourdieu afirma que dentro dessa relação de força, os agentes que monopolizam o capital
específico, mais ou menos completamente, tendem a estratégias que visam a manutenção da
ordem estabelecida, frequentemente, com intransigência em relação as mudanças no estalão. Os
agentes que possuem menos capital, inversamente, tendem a estratégias de subversão e
rompimento com o estalão, dentro de certos limites.
De acordo com Bourdieu (2005), outro factor considerado como relevante é a conservação do
que se é produzido dentro do campo. Essa conservação ocorre, normalmente, ligada a aparição
de um corpo de conservadores do passado e do presente e serve, aos detentores do capital
específico, para conservar e se conservar conservando. O autor considera tal atitude ou estratégia
com o passado e com o presente como um dos índices mais seguros da constituição de um
campo.

A escolha desta teoria justifica-se a partir de três ideias-chave que ela apresenta: primeiro é pelo
facto de considerar a prostituição como um campo social, onde as mulheres trabalhadoras do
sexo constituem agentes sociais que ocupam posições diferentes dentro da hierarquia no
ambiente. A teoria de campo leva a considerar a relação entre as mulheres trabalhadoras do sexo
(as novatas e anfitriãs) como um jogo de forças. O segundo aspecto é que a teoria de espaço
social de Bourdieu permite aferir os factores que estão em jogo na luta de poder entre as
trabalhadoras do sexo, levando assim, a resposta da pergunta de partida levantada na pesquisa. O
terceiro ponto é que esta teoria leva a medição das hipóteses levantadas, visto afirmar que dentro
do campo social, o acesso a posição privilegiada é desigual e em função do poder de cada agente;
e, por afirmar que está em jogo o poder simbólico legítimo na relação entre os agentes.

5.2. Definição e operacionalização dos conceitos

A pesquisa é suportada por alguns conceitos básicos cujo esclarecimento da perspectiva em que
estes são aplicados se apresenta de extrema importância. Neste sentido, apresentamos algumas
definições dos conceitos de relações de poder, prostituição e desigualdades sociais, pois
compreendemos serem estes os conceitos relevantes e que condicionam uma melhor
operacionalização do trabalho.

5.2.1. Relações de poder

Falar de relações de poder é, na verdade uma redundância conceptual, na medida em que toda a
relação é uma relação de poder (Foucault 1979), assim como todo o poder é exercido no seio de
uma relação (Giddens, 2003). Com as contribuições destes dois autores é possível fazer uma
discussão profunda deste conceito, visto que, não é pretensão desta parte do trabalho esgotar as
definições existentes, mas sim encontrar uma perspectiva a ser adoptada e operacionalizar o
conceito.

O poder não é uma propriedade da qual dispõe um indivíduo, pelo contrário, é uma capacidade
que só se pode observar enquanto se exerce. Com efeito, os indivíduos não possuem poder, pelo
contrário, eles exercem poder. Os agentes exercem poder na medida em que demonstram a
capacidade de manipular, recursos aos quais têm acesso para influenciar o comportamento dos
outros agentes, assegurando assim, o alcance dos seus objectivos (Giddens, 2003).

O ambiente da prostituição no qual se encontram as trabalhadoras do sexo apresenta uma


estrutura na qual estão disponíveis recursos, como valores, regras, preceitos, funções,
actividades, entre outros. É com base nestes recursos que essas trabalhadoras do sexo orientam as
suas acções e relações sociais, pelo que, a capacidade de exercer poder depende da sua
capacidade e habilidade de mobilizar e aplicar esses recursos, o que significa que não basta
ocupar uma determinada posição, é imprescindível que se saiba usufruir dessa posição.

A noção de poder de Foucault (1979) é revisão crítica da perspectiva Weberiana, que dominou
tanto a sociologia como a antropologia clássica, sendo que o seu ponto crítico é de assumir que
toda a relação do poder pressupõe uma assimetria. Pelo contrário, de acordo com o autor, é
importante superar essa redução do poder a assimetria, embora nalguns casos o seja
efectivamente. O poder não é só relacional, mas também pode ser exercido simultaneamente
entre os indivíduos, pelo que, a melhor definição é considerá-lo como a capacidade que o
indivíduo possui de perseguir e satisfazer os seus interesses dentro de uma relação social
(Foucault, 1979).

Observa-se que essas duas propostas mais do que divergirem, complementam-se, visto que,
enquanto a primeira refere-se a base que sustenta o poder, a segunda diz respeito ao seu
exercício. De modo a abrir espaço para que as relações de poder entre as trabalhadoras do sexo
possam ser simétrica, assim como assimétricas, revela-se importante considerar que as relações
de poder são um espaço no qual, dependendo das capacidades e habilidades de mobilização e
aplicação de recursos, os agentes lutam para alcançar os seus interesses dentro do quadro de
relações sociais.
5.2.2. Prostituição

Podemos encontrar várias perspectivas sobre o conceito de prostituição, sendo que cada autor
valoriza um determinado aspecto em detrimento do outro. Por exemplo, Scambler et al. (apud
Gomes, 2005) define a prostituição como uma actividade como outra qualquer que implica a
realização de um trabalho sexual que envolve transacção de negócios e que tem a ver com um
comprador e um vendedor, comodidade oferecida e preço fixado. Aqui troca-se a gratificação
sexual por uma taxa estabelecida, não havendo nenhuma pretensão de afeição.

Vemos que alguns elementos estão presentes nesta definição, como a questão da troca, o
estabelecimento de preços fixo, a relação entre comprador e vendedor, os serviços sexuais e o
distanciamento afectivo. Contudo, não se fala aqui da ocasionalidade dessa prática ou da sua
continuidade e se fala da questão do preço, incidindo-se especialmente sobre o dinheiro.
Podemos encontrar outras definições.

De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS apud Zúniga, 1994), a prostituição pode
ser definida como uma actividade em que uma pessoa faz o intercâmbio de serviços sexuais por
dinheiro ou qualquer outro bem, discando o envolvimento de qualquer classe socioeconómica,
género ou idade.

Esta segunda definição não engloba todos os elementos da primeira definição, como podemos
ver, mas oferece um ponto de vista que se enquadra no trabalho, uma vez que destaca a questão
do bem em troca não se cingir ao dinheiro. Para contexto das trabalhadoras de sexo, podemos
acrescentar alguns elementos a presença num lugar específico. Assim, definimos a prostituição
como a troca de um bem pela prestação de serviços sexuais se forma continua e regular, estando
presente no espaço no qual os serviços sexuais podem ser encontrado, ou melhor, sendo que as
pessoas que oferecem esses serviços sexuais podem ser localizadas num território específico por
parte de quem os procura.

5.2.3. Desigualdades sociais

No que tange ao conceito de desigualdades sociais, este já vem sendo formulado desde Rosseau
para quem, de acordo com Boudon e Bourricaud (2004), as desigualdades resultam dos
mecanismos de mercado cuja natureza varia de uma sociedade para a outra, mas que estão
presentes em todas as sociedades e que estas tendem a acumular-se.

Ferreira et al (2001) afirmam que uma desigualdade social deverá resultar de um grau de acesso
a bens, serviços ou oportunidades, cuja raiz explicativa se encontre nos próprios mecanismos da
sociedade. Assim, desigualdade social seria uma diferença socialmente condicionada no acesso a
recursos. Este facto implica que ter maior ou menos prestigio ou valorização social condiciona o
acesso a recursos e a satisfação de necessidades.

No Dicionário de Sociologia de Maia (2002) as desigualdades são concebidas como sendo uma
situação em que uma determinada sociedade alguns grupos sociais ou indivíduos se encontram
em situações que julgam mais vantajosas do que os outros. Assim, é uma diferença que os
indivíduos e grupos sociais julgam segundo escalas de valor. Para este, as desigualdades sociais
podem se exprimir em temos económico (repartição de recursos, rendimento, consumo) e em
termos qualitativos, quando se referem a questões de prestígio, vantagens políticas, honras.

A definição de desigualdades sociais apresentada no Dicionário de Sociologia é mais apropriada


para a abordagem que fazemos da relação entre as trabalhadoras do sexo, visto que, esta nos
oferece um conjunto de elementos que permitem verificar as várias facetas que envolvem uma
relação desigual, podendo, neste sentido, verificar até que ponto as trabalhadoras do sexo
participam de forma desigual na ocupação de posição no ambiente da prostituição. Esta definição
sublinha o lado simbólico e qualitativo da desigualdade social, possibilitando aferir a sua
existência na relação de poder em estudo.
6. Metodologia

De modo a cumprir com os objectivos que nos propusemos a alcançar no trabalho, nesta secção
apresentamos os instrumentos metodológicos de materialização do nosso trabalho partindo do
princípio de que pretendemos desenvolver um trabalho qualitativo que incide sobre o universo
simbólico que as trabalhadoras do sexo activam no seu dia-a-dia.

6.1. Método de abordagem

Como método de abordagem, recorreremos ao método hipotético-dedutivo. Este método, de


acordo com Marconi (2001), vai nos permitir verificar se a hipótese que adoptamos irá resistir a
falsificação que pretendemos levar a cabo com os dados que iremos recolher e discutir. De
acordo com Soares (2003), este método consiste em criar conjecturas que serão submetidas a
uma debate crítico e confronto com os factos. Nós partimos de uma hipótese que vamos
submeter ao debate crítico de acordo com a realidade das trabalhadoras do sexo.

6.2. Método de procedimento

Como método de procedimento usaremos o monográfico que, de acordo com Andrade (2006)
consiste no estudo de determinados casos de individuais ou colectivos, respeitando a sua
totalidade solidária e evitando a dissolução prematura dos elementos constituintes. Nesta
perspectiva iremos trabalhar com alguns casos de trabalhadoras de sexo que se enquadram nas
características do nosso grupo-alvo na baixa da cidade de Maputo.

6.3. Técnicas de recolha de dados

Como técnica de recolha de dados, no nosso trabalho usaremos as entrevistas semi-estruturadas.


Estas entrevistas, de acordo com Lakatos (2007), permitem uma margem de liberdade, tanto para
o pesquisador como para o entrevistado, construindo novas questões em função do curso da
própria entrevista. Esta técnica facilitará o aprofundamento dos casos em estudo de modo a tratar
a fundo os aspectos que se mostrarem relevantes na realização do trabalho que pretendemos
desenvolver.

Usaremos também a observação directa. Segundo Quivy e Campenhoudt (2008) consiste em


recolher os dados directamente da realidade onde ocorre o fenómeno sem nenhuma
intermediação. Assim, a observação directa vai permitir-nos acompanhar “in loco” as evidências
das relações de poder entre as trabalhadoras do sexo no ambiente da prostituição, de modo a
ajudar a responder os objectivos do trabalho, ou seja, para vermos de perto as condições em que
ocorrem as relações de poder no ambiente da prostituição, o que será relevante para a análise de
dados e para confrontarmos com o que os informantes dizem da prática de prostituição.

Portanto, com esta técnica procuramos captar uma série de detalhes que não conseguiríamos
somente com as entrevistas, de modo a compreender mais a fundo a ocorrência do fenómeno.
Segundo Marconi e Lakatos1, a observação é uma técnica básica de investigação científica,
utilizada na pesquisa de campo e consiste em ver, ouvir e examinar factos e fenómenos que se
deseja estudar.

6.4. Universo e amostra

O nosso universo temporal será constituído por mulheres trabalhadoras do sexo. De um lado
serão mulheres que acabam de entrar para a prática da prostituição, do outro lado mulheres que
independentemente da sua idade já estão envolvidas na prática da prostituição há anos.

Iremos trabalhar com um total de 20 trabalhadoras do sexo, 10 recém-chegadas na prostituição e


10 mulheres mais antigas na prática. Para encontrar estas mulheres usaremos o critério por
acessibilidade, trabalhando apenas com as mulheres que conseguirmos ter acesso que preenchem
as condições do nosso universo.

1
MARCONI, Maria de Andrade & LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. Editora Atlas
S.A. São Paulo, 2004. p. 48.
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