Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Disserta o Bruno Pereira PDF
Disserta o Bruno Pereira PDF
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2014
2
____________________________________________________________________
Prof. Dr. Antônio Eustáquio de Melo Pertence, UFMG, Orientador
____________________________________________________________________
Prof. Dr. Paulo Roberto Cetlin, UFMG, Examinador
____________________________________________________________________
Prof. Dr. Danilo Amaral, UFMG, Examinador
3
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
RESUMO ...................................................................................................................................... 12
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 13
1.3 Justificativa.............................................................................................................................. 15
3 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 35
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 64
ABSTRACT .................................................................................................................................. 66
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Importância crescente da manutenção (Adaptado de Kardec e Nascif, 2004) ......... 16
Figura 2.5 – Modelo para estimativa de vida econômica (Cesca, 2012) ...................................... 31
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
A função manutenção tem presença em todos os segmentos do negócio, como por exemplo,
segurança, integridade ambiental, eficiência energética, qualidade do produto, disponibilidade,
confiabilidade e custos operacionais. Em função disso, a responsabilidade a ser assumida pelas
áreas de manutenção deve buscar a melhoria contínua no gerenciamento dos processos de
trabalho.
Ao manter uma visão clara e precisa dos ativos, as organizações podem dimensionar
corretamente sua infraestrutura e dinamizar os processos críticos, como: aquisição,
planejamento, orçamento, manutenção, operação e descarte.
Em manutenção, redução de custos não implica em degradação dos serviços, mas sim na
integração com a operação e no controle mais adequado da gestão da manutenção. Só pode haver
integração e controle se houver informação precisa, atualizada, bem apresentada e de fácil
acesso.
Na maior parte dos casos, por não haver como obter informações valiosas em sistemas manuais
de processamento de dados, empresas de todos os portes têm procurado sistemas de informações
computadorizados para administrar os processos de manutenção. Desta forma, estarão
14
caminhando para alcance dos seus objetivos estratégicos e, estarão assim, melhor preparadas
para lidar com os constantes desafios de um mercado competitivo e importante avanço na busca
da excelência.
Este trabalho tem como objetivo geral desenvolver um programa computacional para
gerenciamento da manutenção econômica de equipamentos móveis de mineração.
1.3 Justificativa
Em setores com uso intenso dos ativos, comumente se determina como meta fundamental a
utilização dos ativos de capital para fornecimento de serviços ao menor custo, com
confiabilidade, eficiência e sustentabilidade. Sendo assim, a utilização de sistemas de gestão
eficientes que potencializem a utilização dos recursos nos processos produtivos se traduz como
condição fundamental para o desempenho organizacional.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A importância da manutenção no âmbito industrial pode ser observada através da Figura 2.1.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT (NBR 5462, 1994) define o termo
manutenção como a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de
supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar
uma função requerida. Item é qualquer parte, componente, dispositivo, subsistema, unidade
funcional, equipamento ou sistema que possa ser considerado individualmente.
(Slack et al., 1997), por sua vez, observa que a “manutenção” é o termo usado para abordar a
forma pela qual as organizações tentam evitar as falhas, cuidando de suas instalações físicas.
17
Esta abordagem enfatiza a prevenção e a recuperação de falhas, uma importante área de atuação
da manutenção, embora se entenda que não envolve a sua completa amplitude.
Conforme (Xenos, 1998), manter significa fazer tudo que for preciso para assegurar que um
equipamento continue a desempenhar as funções para as quais foi projetado, no nível de
desempenho exigido.
(Monchy, 1989) comenta ainda sobre a lacuna deixada por grande parte das definições, ao não
fazerem referência ao aspecto econômico envolvido na realização de uma manutenção eficiente,
que deveria assegurar que suas atividades conduzissem a um custo global otimizado.
Como pode ser observada, a definição de manutenção envolve diversos aspectos. Observe-se a
importância que os autores mencionados acima, e outros que tratam sobre o assunto, dão à
manutenção. Eles associam a manutenção a aspectos como disponibilidade, confiabilidade,
função do sistema, desempenho mínimo, administração e supervisão da manutenção. Assim,
pode-se defini-la como uma atividade gestora e executora, que visa garantir a disponibilidade e a
confiabilidade de um item físico, de modo que as funções do sistema sejam mantidas num
desempenho mínimo esperado, observando a segurança humana e a integridade ambiental.
Manutenção
Preventiva Corretiva
Trabalhos Planejados Trabalhos não Planejados
Serviços de Serviços de
Rotina Serviços Emergência Interrupção de
Esporádicos Serviços
Reparos
Provisórios
Conforme (Fitch, 1992), a manutenção corretiva é uma prática reativa de manutenção, cujo
objetivo é manter a condição de integridade operacional e a viabilidade do sistema, após a
ocorrência da falha. De acordo com a (NBR 5462, 1994), o termo manutenção corretiva pode ser
definido como a manutenção efetuada após a ocorrência de uma falha, destinada a recolocar um
item em condições de executar uma função requerida. Aqui, falha pode ser definida como a
incapacidade de um item em desempenhar uma função requerida, excluindo a incapacidade
durante ações planejadas como, por exemplo, durante a manutenção preventiva.
Associada a essa concepção, a manutenção corretiva pode ser subdividida em dois tipos:
paliativa, que compreende as intervenções corretivas executadas provisoriamente, a fim de
19
A manutenção preventiva, por sua vez, é definida para a situação em que não se caracterizou um
estado de falha. Sendo assim, essa forma de manutenção é aquela realizada em um equipamento
com a intenção de reduzir a probabilidade de ocorrência da falha. É uma intervenção de
manutenção prevista, preparada ou programada com o intuito de prevenir o aparecimento da
falha.
Por outro lado, caso a lei de degradação seja desconhecida, a manutenção preventiva definida na
condição e no tempo, se subdivide respectivamente em preditiva ou por acompanhamento.
A manutenção preventiva preditiva ocorre quando se aplica supervisão contínua dos parâmetros
de controle. Para (Nepomuceno, 1989), “manutenção preditiva ou monitoramento sob condição é
a manutenção executada no momento adequado e antes que se processe o rompimento ou falha
do componente”. Já a manutenção preventiva “por acompanhamento” é definida quando se
utilizam inspeções ou rondas periódicas.
também deve considerar o aspecto de custo envolvido, quando reparar corretivamente pode ser
mais econômico que intervenções do tipo preventivas.
Por definição, Ativo é o bem destinado a manutenção da atividade econômica da empresa, seja
na produção de riquezas ou no controle e administração da organização.
21
A gestão econômica, dentro da visão sistêmica, considera a empresa como um conjunto orgânico
de áreas de responsabilidade, cujos gestores tomam decisões com vista ao resultado global da
organização, em que busca, simultaneamente, contribuir para o desenvolvimento da ciência
contábil e responder às necessidades atuais das empresas, desenvolvendo uma visão
metodologicamente consistente e abrangente, que enfoca a organização sob os aspectos
operacional-estrutural, econômico e gerencial de suas atividades.
Como sistema gerencial, a gestão econômica se caracteriza por uma visão holística da empresa,
pela mensuração por conceitos econômicos de mercado e pelo enfoque na gestão de negócios,
centrada nas decisões tomadas em cada evento empresarial.
Uma gestão eficiente é iniciada pelo processo de implantação de normas e procedimentos, que
determinarão condutas a serem obedecidas quando do cumprimento das rotinas administrativas
de aprovação, compra, entrada, registro, identificação e controle, bem como a responsabilidade
física dos bens.
22
Do ponto de vista econômico, o ativo deve produzir um fluxo de benefícios futuros superiores ao
fluxo de todos os custos, operacionais e financeiros, por ele ocasionados. O investimento em
ativo físico é, portanto, um evento que, como todos os outros eventos da empresa, deve gerar um
resultado positivo, como tal, contribuindo para o resultado do todo.
A gestão econômica de ativos é uma área que consiste em fornecer recursos e conhecimento para
auxiliar no planejamento de aquisições, manutenções e descarte de ativos físicos (Hastings,
2010).
Não obstante, conforme (Brown e Yanuck, 1985), o conhecimento dos custos de manutenção é
de extrema importância, uma vez que estes podem equivaler a várias vezes o custo de aquisição
do ativo.
Dessa forma, na tomada de decisão de uma empresa, em exemplo, entre realizar a manutenção
de um ativo danificado ou adquirir um ativo novo, é necessário conhecer os custos envolvidos
em cada uma das etapas, ou seja, os custos de aquisição, operação, manutenção e descarte, de
modo que a gestão econômica de ativos consiga passar uma visão global de todos os custos e
auxiliar na tomada de decisão de uma empresa. Por isso, o custo compreendendo todas as fases é
chamado de custo de ciclo de vida, em inglês Life Cycle Cost (LCC), o qual consiste na
metodologia para estimativa de custos reais dos ativos e também para gerir a vida econômica dos
mesmos.
pelas operações e manutenções a serem executadas nos ativos físicos, o contábil em relação às
tributações referentes para cada ativo e, por último, o departamento comercial cuidando dos
contratos (Cesca, 2012).
Assim, conforme citado pelo autor e ilustrado na Figura 2.4, a integração de todas essas áreas
poderá dar início à gestão econômica de ativos, onde as principais etapas são:
3) Modelagem dos custos: nesta etapa é necessário modelar os custos de operação e manutenção
ao longo do tempo, de modo que seja possível realizar previsões destes custos.
5) Descarte: com o passar dos anos, conforme os custos de manutenção forem aumentando, pode
ocorrer a necessidade de substituir os equipamentos. Além desta situação, deve ser observado
que a substituição pode ocorrer por razões de outra natureza, tais como tecnológicas,
regulatórias, contratuais, entre outas.
Para se aplicar a gestão econômica de ativos nas empresas é necessário ter um bom
conhecimento dos ativos físicos. Para isso, convém saber desde a localização destes na empresa,
bem como os valores de mercado atuais e futuros, além disso, suas utilidades para empresa, as
atuais condições de operação, o tempo de uso de cada um deles, o tempo esperado em que devem
continuar em funcionamento, manutenções futuras e custos e, por último, inovações tecnológicas
que estão para surgir em relação aos ativos.
O custo de aquisição compreenderá todos os valores pagos até o bem ser colocado em condições
de uso, entretanto, os tributos pagos devem ser analisados em relação aos seus efeitos finais.
26
A depreciação de bem pode ser conceituada como o modo pelo qual se registra, contabilmente, a
diminuição do valor do ativo imobilizado resultante do desgaste pelo uso, pela ação da natureza,
perecimento ou obsolescência normal.
O valor depreciável de um bem deve ser apropriado numa base sistemática durante sua vida útil
econômica. À medida que os bens são utilizados nas operações, o valor contábil do ativo é
reduzido para refletir esse benefício econômico, gerando uma despesa de depreciação. A
depreciação dever ser registrada mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu valor contábil.
A Instrução Normativa SRF 162/98, alterada posteriormente pela Instrução Normativa SRF
130/99, relacionou alguns bens de acordo com a NCM (Nomenclatura Comum do
MERCOSUL), e definiu seus respectivos prazos de vida útil e taxas de depreciação, porém, é
importante considerar os seguintes fatores ao determinar a vida útil econômica:
Ativo Imobilizado é definido como um ativo que é destinado ao uso da empresa, de modo que
contribua para o processo operacional, podendo ou não ser vendido posteriormente.
2.3.2 Amortização
A diferença entre o valor de aquisição e o valor residual é uma despesa para a empresa, logo,
convém recuperar essa quantidade investida para que ela obtenha lucro. A recuperação desse
dinheiro é o processo de amortização.
Existem diversos métodos para calcular taxas e períodos de amortização. Sendo o modelo mais
simples de depreciação e mais adequado, o método linear, pois adota uma modelagem
matemática mais elementar. Ele não se baseia em valores futuros e não chega a considerar
nenhuma variável macroeconômica. Este método é mais utilizado para fins de contabilidade.
No Método Linear, também conhecido como Cotas Fixa, são dados o valor inicial do ativo V, a
vida útil estimada n e o valor residual S do ativo. Logo, a depreciação D é dada através da EQ.
2.1.
D = (V − S) / n (2.1)
Neste capítulo será discutido como se calcula o imposto de renda para um ativo físico. Antes
disso, define-se a seguinte nomenclatura:
Tal que:
B, Benefício fiscal
Tal que:
B = ∆IR (2.3)
Assim, define-se o imposto de renda sem depreciação, IR1, e o imposto de renda com
depreciação, IR2, conforme a EQ. 2.4 e a EQ. 2.5, respectivamente:
IR1 = P * LT (2.4)
Dessa maneira, percebe-se que a diferença entre imposto de renda com depreciação e sem
depreciação é dado pelo produto entre a depreciação e a alíquota do imposto de renda.
Consequentemente, como definido que a variação de imposto de renda é o benefício fiscal, na
EQ. 2.7, logo:
∆IR = B = P * D (2.7)
Agora, uma vez que a depreciação é função da taxa de depreciação e do custo de aquisição do
ativo, tal que:
D=δ*A (2.8)
B=P*δ*A (2.9)
30
Por fim, dado o pouco retorno no benefício fiscal, a contabilidade não é utilizada no modelo de
orientação de vida econômica desta dissertação.
Análise de LCC é uma técnica de avaliação econômica que determina o custo total de aquisição,
operação e descarte de um sistema sobre sua vida.
Ativos físicos empregados nas empresas são vulneráveis à depreciação física e funcional. Ambos
os tipos de depreciação possuem a seguinte definição, conforme (Park, 2002):
1) Depreciação física, Esta pode ocorrer devido à deterioração do ativo pela utilização normal,
má conservação, alterações na estrutura física e química, entre outras.
Contudo, de uma maneira geral, com as devidas manutenções feitas, os ativos podem ser
mantidos por muito mais tempo que sua natureza física permite. Porém, para isso ser possível,
tem que se pagar um preço elevado, algo que nem sempre as empresas estão dispostas a arcar.
Ocorre que o custo de capital é definido como o custo de aquisição do ativo subtraído de seu
valor residual, levando em conta a devida taxa de desconto, ou seja, o custo de aquisição
amortizado ao longo do tempo. Já os custos de manutenção são todas as despesas gastas para
manter o ativo funcionando normalmente ao longo do tempo.
Por causa disso, se o ativo for mantido por um período maior que a vida econômica, as despesas
de manutenção serão muito maiores, enquanto que se o ativo for trocado antes de atingir a vida
econômica, o custo de capital não terá sido amortizado suficientemente, logo, parte do
investimento na aquisição do ativo será perdida. Por isso, os ativos físicos em geral são sempre
utilizados por um tempo limitado.
32
Para que nem a substituição tardia ou a substituição prematura ocorram, existe a técnica de custo
de ciclo de vida (LCC) de equipamentos, a qual é o somatório de todas as despesas ocorridas
durante a vida útil de um ativo físico. Isso envolve identificar as principais causas dos custos de
aquisição, operação, manutenção e descarte. O objetivo da metodologia de LCC é determinar o
melhor momento, entre diversas alternativas, para descartar o ativo (e substituir por um novo), de
forma que o menor custo de propriedade seja atingido no longo prazo, (Barringer, 1998). Em
suma, é minimizar os elevados custos no ciclo de vida dos produtos sem comprometer a
qualidade para atender as exigências dos clientes, em que, consequentemente, pode-se avaliar a
importância de se buscar alternativas com base nos custos do ciclo de vida do ativo, (Yoshitake,
2002).
A técnica de custo do ciclo de vida objetiva incrementar a visibilidade dos custos totais na
realização de um negócio e sinalizar as áreas onde podem ser aperfeiçoadas as aplicações de
recursos, (Wilson, 1983). Discute, o citado autor, que o benefício esperado dessa técnica é a
apresentação dos custos incrementais totais durante todo o período de vida de um ativo, o que
permite analisar as partes do todo onde a eficácia do custo possa ser aperfeiçoada.
A análise do custo do ciclo de vida é adotada como técnica para avaliar o custo total de um ativo
durante a sua vida útil, e considera como elementos mais frequentemente, incluídos nos custos
do ciclo de vida, os seguintes: custos iniciais de aquisição; custos de substituição; custos de
manutenção; custos de operação; custos de energia; impostos; custos de seguro; empréstimos e
custo de juros; renda produzida; valor de depreciação; custo de distribuição. Desses elementos de
custo do ciclo de vida, a renda produzida e o valor de depreciação representam valores
disponíveis para o proprietário, os demais constituem despesas para este último.
As desvantagens deste processo são referentes ao tempo gasto para levantar os dados de custos e
também a possível falta de precisão destes dados.
O conhecimento da curva de custo de manutenção não é simples, pois envolve muito trabalho
empírico que deve ser realizado para cada um dos equipamentos individualmente. Embora
33
Para o presente trabalho, a curva de manutenção dos equipamentos foi elaborada com base nos
gastos determinados pelo plano de manutenção (manutenção preventiva) dos ativos, custo com
reforma de componentes e custo adicional com manutenções corretivas.
Os conceitos básicos que devem ser considerados num modelo para determinação de vida
econômica e reposição de ativos físicos são:
O custo de aquisição de capital é referente à compra de ativos. Além disso, este custo cobre os
gastos de frete, instalação e treinamento. Esse tipo de custo também é chamado de custo inicial
ou custo de investimento.
Por último, a depreciação fiscal, consiste de tomar o amortizado ao longo da vida útil do ativo,
de modo que no cálculo de apuração do imposto de renda seja possível a geração de benefício
fiscal.
35
3 METODOLOGIA
O estudo aborda uma frota de 6 caminhões fora-de-estrada com capacidade de transporte entre
65 e 181 toneladas, sendo 4 caminhões mecânicos e 2 caminhões diesel-elétricos:
Os nomes comerciais não foram citados no trabalho com o objetivo de manter a discrição dos
dados informados pela empresa.
O programa foi desenvolvido através do editor de planilhas eletrônicas Microsoft Office Excel.
Seus recursos incluem uma interface intuitiva e ferramentas de cálculo. A seleção desta
plataforma ocorreu por dois fatores principais: armazenamento de informações organizadas para
controle de banco de dados e facilidade de manipulação e dotar da ferramenta computacional
VBA (Visual Basic for Applications), uma linguagem técnica de programação que simplifica e
facilita a manipulação dos dados através de interface gráfica.
A escolha do nome para o programa tem como critério a utilização das letras inicias do termo
Gestão Econômica da Manutenção. Portanto, o programa desenvolvido foi denominado
GEMan.
O acesso dos usuários ao programa é realizado através de cadastro prévio e utilização de senha,
conforme ilustrado na Figura 3.2. A inclusão de nomes e senhas pode ser feita pelo
administrador do programa.
A guia de gestão do Banco de Dados permite visualizar e gerenciar todas as informações dos
custos dos equipamentos estudados, assim como informações operacionais necessárias.
Conforme citado no item 2.5, para o presente estudo, a curva de manutenção dos equipamentos
foi elaborada com base nos gastos determinados pelo plano de manutenção (manutenção
preventiva), custo com reforma de componentes e custo adicional com manutenções corretivas.
Dos custos operacionais foram considerados os gastos com consumo de combustível e consumo
de pneu que estão diretamente relacionados ao desempenho operacional de cada equipamento.
A veracidade e precisão das informações dos equipamentos contidas no banco de dados são de
extrema importância para as simulações e análises das etapas posteriores.
Na guia de Gestão de Base de Dados, tem-se a divisão em: Seleção de Equipamento, Dados do
Equipamento, Custo dos Componentes e Custo das Manutenções.
38
Nesta seção é feita a seleção do equipamento que se deseja avaliar. Deve-se escolher um
equipamento dentre os seis ativos disponíveis no programa. Após a seleção, as informações do
equipamento serão exibidas no campos da guia, conforme ilustra a Figura 3.4.
O comando “Alterar” realiza e alteração de uma ou mais informações modificadas pelo usuário
nos campos das seções da guia de gestão do Banco de Dados.
Informações de fornecedores.
Na seção Custo dos Componentes, são exibidos os valores de reforma dos componentes, obtidos
através do histórico dos equipamentos existentes na empresa.
A representação dos custos dos componentes estão de forma relativa ao valor de aquisição do
equipamento. Exemplo: sendo o custo de aquisição do “Caminhão Mecânico 181 ton” de R$
8.750.000,00 e o custo de reforma do “Motor Diesel” de R$ 691.250,00, este custo de reforma
do componente representa 7,90% do valor de aquisição do equipamento.
Na seção Custo das Manutenções são exibidos os custos de Manutenção Preventiva (MP) e
Manutenção Corretiva (MC) por períodos de 5.000 Horas de Trabalho (HT) que equivalem a
aproximadamente um ano de operação. Os custos das manutenções preventivas são obtidos com
base nos gastos determinados pelo plano de manutenção do equipamento, enquanto os custos das
manutenções corretivas consideram o histórico dos equipamentos existentes na empresa.
41
A representação dos custos das manutenções estão de forma relativa ao valor de aquisição do
equipamento, conforme exemplo demonstrado anteriormente.
A guia LCC - Custo Vital permite simular e visualizar todos os custos incidentes no equipamento
ao longo da vida operacional dos equipamentos estudados.
Na guia LCC - Custo Vital, tem-se a divisão em: Seleção de Equipamento, Vida Útil dos
Componentes, LCC - Custo do Ciclo de Vida e Resumo.
42
Nesta seção é feita a seleção do equipamento que se deseja avaliar. Deve-se escolher um
equipamento dentre os seis ativos disponíveis no programa. Após a seleção, as informações da
43
seção Vida Útil dos Componentes serão exibidas nos campos correspondentes, conforme ilustra
a Figura 3.9.
O comando “Simular” permite a simulação do custo de vida do ativo tendo como base as
informações contidas no banco de dados do programa. É responsável pala geração dos resultados
econômicos e do gráfico.
O comando “Salvar” realiza o registro de uma ou mais informações modificadas pelo usuário
nos campos da seção Vida Útil dos Componentes.
Na seção Vida Útil dos Componentes, são exibidas as informações de vida útil média do
equipamento selecionado, conforme ilustra a Figura 3.11.
As informações de vida dos componentes exibidas incialmente são extraídas do banco de dados
no momento da seleção do equipamento que se deseja avaliar. É permitido registrar informações
alteradas através do comando “Salvar”.
44
Através dos campos desta seção, é permitido ao usuário do programa simular os resultados
econômicos do equipamento para diferentes vidas de seus componentes. Resultados estes que na
prática estão intrinsecamente relacionados as condições de manutenção e de operação do
equipamento.
A seção LCC - Custo do Ciclo de Vida permite visualizar de forma gráfica o desempenho
econômico do equipamento pelo período padrão de 80.000 HT, conforme Figura 3.12.
3.2.4 Resumo
O campo Vida Útil expressa em Horas de Trabalho (HT) a vida útil econômica ideal do ativo
resultante da simulação das informações contidas na base de dados do equipamento. Conforme
exposto no capítulo 2.4, o conceito de vida econômica de um ativo físico se refere ao período de
utilização do equipamento de modo que a soma do custo de capital e dos custos de manutenção
46
O campo LCC - Manutenção, expressa a soma acumulada dos custos de aquisição e manutenção
do equipamento para o período de vida útil resultante, informado no campo anterior.
O campo LCC - Total, além dos custos de aquisição e manutenção, também considera os custos
operacionais do equipamento para o período de vida útil resultante.
O campo Custo por HT, expressa o resultado da divisão do valor do LCC - Total pelo limite
superior da faixa de vida útil resultante, em resumo, o custo unitário para cada hora de trabalho
do equipamento.
O campo Custo por ton, expressa o resultado da divisão do Custo por HT pela produtividade do
equipamento, o custo unitário para cada tonelada transportada pelo equipamento.
A guia Orçamento Anual permite estimar todos os custos incidentes no equipamento pelo
período de 5.000 Horas de Trabalho (HT) que equivale a aproximadamente um ano de operação.
Na guia Orçamento Anual, tem-se a divisão em: Seleção de Equipamento, Vida do Equipamento
e Componentes, Gastos com Componentes, Gastos com Manutenção, Gastos Operacionais e
Gasto Total.
47
Nesta seção é feita a seleção do equipamento que se deseja avaliar. Deve-se escolher um
equipamento dentre os seis ativos disponíveis no programa. Após a seleção, as informações da
48
O comando “Calcular” permite orçar o custo de vida do ativo pelo período consequente de 5.000
Horas de Trabalho (HT) tendo como base as informações contidas no banco de dados do
programa em conjunto com as informações atuais do equipamento, informadas pelo usuário.
Após a execução do comando, todas as informações da seções da guia serão exibidas no campos
correspondentes, conforme ilustra a Figura 3.15.
A inserção dos dados desta seção devem expressar as informações da vida, em Horas de
Trabalho (HT), ou seja, qual o tempo de operação do equipamento e de seus componentes até o
momento presente ou data futura a partir da qual se deseja avaliar.
A seção Gasto com Componentes exibe os custos necessários com reforma de componentes pelo
próximo período de operação de 5.000 Horas de Trabalho, obtidos através do cálculo dos dados
informados pelo usuário na seção anterior.
49
O cálculo dos gastos com componentes considera as vidas atuais dos componentes informadas
pelo usuário e as projetam para um período de 5.000 Horas de Trabalho. Com base nas
informações de vida útil contidas no banco de dados, o programa retorna os custos dos
componentes que terão necessidade de reforma no período orçado.
A seção Gastos com Manutenção exibe os custos necessários com manutenções preventiva e
corretiva pelo próximo período de operação de 5.000 Horas de Trabalho, obtidos através do
cálculo dos dados contidos no banco de dados.
O cálculo dos gastos com manutenção considera a vida atual do equipamento informada pelo
usuário e a projeta para um período de 5.000 Horas de Trabalho. Com base nas informações de
50
custos das manutenções periódicas contidos no banco de dados, o programa retorna os custos
com manutenção necessários no período orçado.
A seção Gastos Operacionais exibe os custos necessários com combustível e pneu pelo próximo
período de operação de 5.000 Horas de Trabalho, obtidos através do cálculo dos dados contidos
no banco de dados.
O cálculo dos gastos operacionais considera a vida atual do equipamento informada pelo usuário
e a projeta para um período de 5.000 Horas de Trabalho. Com base nas informações de custos
operacionais periódicos contidos no banco de dados, o programa retorna os custos operacionais
necessários no período orçado.
A seção Gasto Total exibe o somatório dos custos necessários com Componentes, Manutenções
e Operacionais pelo período consequente de operação de 5.000 Horas de Trabalho.
51
Nesta seção é feita a seleção dos equipamentos que se deseja comparar. Deve-se escolher até três
equipamentos dentre os seis ativos disponíveis no programa. Após a seleção, as informações da
seção Seleção de Parâmetros serão exibidas nos campos correspondentes, conforme ilustra a
Figura 3.22.
Os dados expressam informações operacionais que idealmente devem ser obtidas através de
histórico dos equipamentos existentes na empresa que contemplam as condições operacionais
reais.
53
O comando “Comparar” permite a comparação das informações do custo de vida dos ativos
tendo como base a simulação dos dados contidos na base de dados do programa em conjunto
com os novos parâmetros informados pelo usuário.
O comando “Salvar” realiza o registro de uma ou mais informações modificadas pelo usuário
nos campos da seção Seleção de Parâmetros.
Os campos desta seção expressam os mesmos resultados da seção Resumo da guia LCC - Custo
Vital, capítulo 3.2 LCC - Custo Vital.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esta melhora nas condições operacionais e de manutenção representa uma redução de:
Equipamento = 38.000 HT
Motor Diesel = 10.000 HT
Conversor de Torque = 12.000 HT
Transmissão = 12.000 HT
Diferencial = 5.000 HT
Comando Final Esquerdo = 9.000 HT
Comando Final Direito = 9.000 HT
– Gastos Operacionais:
Pneu = R$ 250.000,00
Combustível = R$ 562.250,00
Sub Total = R$ 812.250,00
– Gasto Total:
Total = R$ 1.418.661,02
Como resultado desta simulação, pode-se observar que o melhor desempenho econômico
pertence ao caminhão mecânico de 181 toneladas com o custo por tonelada de 3,41 R$/ton.
Após a etapa de levantamento de informações para o banco de dados, o uso do programa permite
a previsão dos custos de manutenção e operação de equipamentos móveis de mineração ao longo
de sua vida operacional. Esta previsão pode ser periódica ou vital e possibilita a determinação da
vida econômica dos ativos de mineração.
Neste modelo é possível quantificar as despesas ao longo do ciclo de vida dos ativos, de modo
que resulte em melhores retornos para as empresas que adotam as práticas de manutenção
econômica de ativos.
Na análise de compra de equipamento, por exemplo, diversas opções são avaliadas, sendo
possível simular os custos de aquisição, manutenção e operação por ano ou por vida e, em
seguida, decidir por adquirir aquele que melhor cumpre os objetivos corporativos.
5 CONCLUSÃO
Foi apresentada a importância das empresas definirem as estratégias de manutenção para os seus
ativos de forma sistêmica, bem como a necessidade de utilização do programa de gerenciamento
da manutenção econômica como ferramenta suporte para as tomadas de decisões de modo a
proporcionar a gestão dos custos de manutenção a níveis globais otimizados.
Para a aplicação do programa em estudos futuros, o gestor competente deverá avaliar de forma
bastante criteriosa todos os fatores que influenciam a tomada de decisão na aquisição de ativos,
além daqueles, econômicos e financeiros, contemplados no programa.
Conforme foi ressaltado no estudo, o mercado da mineração está cada vez mais competitivo e
exigente quanto à garantia de qualidade e confiabilidade, o que obriga as empresas, que almejam
uma maior participação de mercado, a se lançarem com uma estratégia competitiva suportada
por uma política agressiva de redução de custos sem comprometer a qualidade dos produtos e
serviços. Para tanto, este estudo propôs o desenvolvimento e aplicação do programa
computacional para manutenção econômica de equipamentos móveis de mineração.
65
Não pretendendo esgotar os conhecimentos até aqui adquiridos a respeito do estudo abordado,
seguem algumas recomendações para fins de ampliar as limitações apresentadas neste trabalho:
Espera-se, portanto, que este estudo desperte interesse e venha a contribuir para o
desenvolvimento de conhecimentos e especialização na área de da manutenção econômica para a
melhoria dos processos industriais nas empresas, motivando seu uso e difusão.
66
ABSTRACT
In the mining sector, knowledge of cost behavior of maintenance of equipment during their life
cycles becomes very important due to the costs involved in the operation and availability of
equipment. Thus, despite the high resources required for the acquisition of a given physical asset,
the purchase should not be decided only on the basis of initial cost, but through the life cycle cost
of the equipment in which they include all expenditures throughout his life. This study indicates
the development of a computer program for the economic maintenance of mobile mining
equipment, which uses mathematical models based on engineering economics with the goal of
finding the ideal economic life and make predictions maintenance costs of certain equipment
under conditions operation established. With the modeling of economic life is possible determine
the manner in which the equipment can be used more efficiently and at lower lifecycle costs
incorporated, once adopted an economic maintenance management based on the model
developed existing in the computer program. With its use is possible to do simulations, which
allows the improvement of technical and financial criteria considering one or more company
equipments in the mining sector.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRINGER, P. E. Life Cycle Cost and Good Practices. NPRA Manitenance Conference.
EUA, 1998.