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ENS?IO
sôhre- \
.A DINÂMICA
na COSMOLOGIA i
de PLATÃO
Rio de Janeiro
1949
l
...
T?,?,.?
·
Pl at ão,
\,,.
TOl
SAN T,AG o DANTAS
KA1 TOl
PL1N10. RocttA
O.IA TO
KOINA TA re <1>1/\0N
P R E F Á C lr O
,I'
Desde todos os-tempss9 da epoca que se
segue imediatamente à existência de l?latão9no cir
curo mesmo dos seus discípulos 9 que o ouviram e.
consultara?, at? os nossos dias? a concepçic,pla=
• A ?
.
.
? #
so nao ha segurança a respeito de -importantes t.ó-
,I' ,I'
r .1
= a
tomai? somos atraidos pela seduçao deste pensamen
.to9 mais. no?. d=ba t.emos ent:re as mnner osas e p:rofim
-
..
dificuldades que
da.s- a solução particular dos p:r.Q
blemas acarretaº
= 2 =.
? A ?
Todos estao de acordo em .que o Timeu e
o prjmeiro grande sistema da natureza qúé a his=
t6r1a conheceº Na amplitude de sua visioiPlatio
?
nos da as linhas gerais9.os con?eito? fundamen =
'
. (?
=
sa visao e que9 por motivos? que ·Platao considera
_legítimos e prementes? não 'pode ela ser ??scrita
p?. linguagem simples de uma- exposição didática 9
.
- . ·.
.
?
f,,J : • . '
• #
de narrativa mitologica? ?om que.d? fato foi re?
? A
Sabemos por que o Filo?ofq' assim fez9mas
liz?dao
= = ? .
.
.
a conhecer.
.
.
a subs
'
tan-
..
A If) (? (?
?
·, ,
. .
A
t
.
'
.taçãb pl.atÔnica 9 sÔbre outras 9. e infelizmente as
• . . ' .
cond t çeo
... .
' '
·""' I
.. = os ...-?
.
? .,
-'
de legar ;·posteridad? um· gigantese,o
•
- .
enigma9. êle
... ,. •
• ,1 •
? •
•
, -?-
podera ter o caraterde uma narrativa concisa e-?
'
A ?
{ ?
exatidão seria para a f1sica
A urn cara'-
t'er de _fal?·idade a p:riorL }?ar.a que seja realizí;
ve1: a. cl;ncia da natureza tem de content ar=·se em
?
atingi);_ um alto grau de ver?asJ;lllilhança 9 ?s dever à,
' ' '
-Ó,
pital de incerteza
probabilismo9 que e contudo e
9 , 9
9 9
?
A ,·. . .
?· =
t
.
·, A
s í.gna a.-1:tmi açào platoniea; e e nesta. atitude
,p
.de
i?
A tf'
platonica se. colo-cam para. julga-la-º Se 9 porem.,r? .
O!
t ?
.
?·
ce de. Lmpo
·-
r ane La na sua '"'intuiçãQ- .fii?améntal-o A
-
.
:·
.
•
mobf.Lãdade, .de .. fato9 ãmpoe ao ?o??1w.enü. condi=
•
C>) • •
H .
""'
duas concepçoes?.
?? ?ste-otimismo impede Patão de sentir- as
C&J
obs cur ãdade s 9 porventura ·eselare°Civeis 9 de ..muita.?
...
.maís
A ?·
na substancia do.mito. do que na.forma-literaria?
?
cobre mui tas vezes que- pudera ser alegoria
..:
- com a .o-
dito .na lição prosaicào .Acresce que9 p©r..uma _sin
gu'Lar feição de. 'sua imaginação nesta cbra 1 aqui
= A
nao t.r ans par ece .aque l.a .Lãmpfd ez 1:L.elegancia de ?A
tilo. das .dialogos
,?
anteriores? a .f'or ma e.? rude e i5-'
,p A £
nabil?- por v.ezes .o s per Lodos longos eLde:nsos- e ft'S
" .
= ?
r azao de ser . da .consâd er áveã dific.uldade?com- qt"t_e.51
.
?
desde-a sua- epoca, se t em. def'r ont ado o?.-?üment?do
? .
9 e uma
! tP "' ,? 't?
""'
.
__
A
tao so existe o mundo das ?ss?nc:ias formais ou I'?
tP O
IA
da ciencia grega9 confiante em poder superar o a?
bitrarismo dos seus .antecesscres9 com aA possibili"'?
t? t?
'
siv€l neceasàr ão renunciar 9: primi?iva supos rçae
t?
?
9
A ,?
=
d? qu? o? conceit@? fos??m imediatamente apiica A
?
v?i? ? s coi?as 9 e contentar=se. em fõrmar a ?i?n©ja
f'Ísica na base de um :racio?Ínio pr1:)váveil e TufüeLi! t?
'
"" til,
t? nao diminui a força do seu primeir® proposit®9
bem? se reduz o seu @tim? mo com este triunfo par=
A
' t?
cialo P@??ivelmente9 ?o aos nosso? olho? sera ele
t? A
.
A
!?? estudos plato:p.icos 9 sobre qual teria sid<õ to
a ill
terpretação do platonismo foram feitas e continuam
? tP
= , "" fio
do sent.âda
?
, ?
pelos ri1osofos_;J'lat.e??ticos gr egos a ?
ce??idade de referir© movimento de um corpo a um
sistema de eixo? exterior,mas de ser sempre prooy
rada a descrição das suas condiçoes cinemáticas?m
? = ,,
termos de prin?ipios ou relaçóes imanentes ao m?
,:lo
.
,,
vel º Contudo o eonhec fment o da .lei da inerei'a ai.? i.!l
, .
ção do movime?to;
puderam aplicar a lei do número e 'da pr-cpor çáe s?
Compenetrados de
oa ll:,
·:permitindo a formação· a
A' , ·.t!i,A: oque .em
• o meeanãca
- .
n?
= 14 =
gi time, t:ratando=se
9
do texto que ane Lã samos, Pelo. .
pt. ·,
... ,t?
f
-
'-,,
. ? tP .
. '1::,;_
-:,
a . confi:rmaçao da teoria cent r aL, Foi. o que fize =
oa
U A
mos 9 sem receio de ser argu.:1.do de ãncensequeno iam?
.
l!/,
_
,9
tempo9 que se acha nõ centr© do d.ialogo9 como -com=
p.Lemerrt o da doutrina da a Ima , nós a trata-mos no·_fi·
.
R
nal9 por julgarmos que9 depois de ja_termos-reco?
nhec í.do a :noção da inércia 9 melhor poder Íamos trji
=
tar o problema-da du.raça?º -I
9
I
seus pr as suposboa,
da form? de à?
'TÍ.nhainos9 porém9 de fazê-10-dentro ..
do terreno 9
a an;11se da dialética.l.l-
exposição e
·
de em outros
particularmente, foi necessário que apontássemos
? > ?
a dotrtr-í.na.; tao. discutida., .das .Tdàí.as -Nuraer-cs , em
. .
""
conexao com ? teoria . da alma do .mundo º ..
·""' A
çao alarmante dos rseus limites.º. Todats as referen IA
.
? A .
explicar.em-geral
• = ,
a doutrina de Platao? que e su?
posta conhee í.da , . Com efeito? .nada esteve ma ís lo]J;
ge do nosso proposito-que
, .
.
e
-expor a-fisioa de Pl.a=
? .
.
,
tao; para tanto-era .prec.iso.que nos colocassemos
dentro.d9 um ?ngulo metodolÓgico de .todo dif'eren?
te? e obeclecêssemos a um critério didático que
-
nao se coaduna oom o carater de
, -
dissertaçao
orig!
na L déste" ..trabalho-o Usamos da liberdade. de .. refG; -
,?· '
º º º
A
ta.oj--.Aristoteles,
º
-assim
_.P
.eemo
fer;ncias aos .aut?res ant gcs s foram elas .feitas
í ,
to a sua eompr.eensao
' .
, ,. ...
traduçaQo
na verdade, muitas vezes,
-· ...... .... --?u.ma.verq.adeira " _· , .
....
- ,
guagem de. Pla.tao ..
(?
e e bscura., bem o podera demons'?
. ..
?
no caso de Pla tao., e . -
..
p o
mesmo.
 -
Nas refer?ncias e-citaçoes-dos comenta-
.
I"
I
as
noçties a respeito das .qua-is--apresentamos A as-.. nos-
I•
-
I ..
\11
l
I sas, ... Ser.viria .isto-para encontrar-por ve-??s--eo?f
A
,
1:1
tro.de erudição.enriqueceria as possibilidades de
?
compreensão do. pensament o , Mas.j muito embora nu=
tríssemos inicialmente a esperança .de poder fa.zê=
li
lo dentro da car;ncia dos .nossos meios e faculda=
I
,,
desj não vimos outro reeurso1 por fim, senão des-
A ,
pojar-nos de todo esse outro lado da analise do
.
1,
t t
""
1,
I
ex o - as er1 ;1cas hois or1cas - que, a r1gor?nao
;!to e
t t? · O
f
cas de Pla.tãoj ao longo das interpretações quer?
cebeu9 da influência.que.exercéu e das formas co?
i
H
mo se apresentam elas nos sistemas ulteriores$ :if
? I .
I
rs
tem sido.frequentemente feito para a noção de al=
ma .do mundo? por exemploº Renunciamos ao que po=
deria ter sido uma primeira intenção-? com a cert,!
I
-
I nao era .. essencial .ao .nosso ób-jeti vo, a prodt:l.Zi.r. c.rgr -
I
,,
-
• ,.,A-.'
- -• - -.. - • ..... .._ ? ,??I.._} .. ??::?,\- -: ??•.'.:."::" "•---.,.- # -.,,._. -.Jt ...__, __ .,,,.•,V,--..,1,1v)'-.. ?--..-i,.?...J... ,._,,,.. __ -.-i..•,., _r,t,.o.-....?'---··"
- 21 -·
rizq.r?
tivéssemos_ podãdoceonhecer- .direb
Embora
tamente a maioria dos texnos . dos eomerrbador es -?ll .
A .
so alcanceº
.
ser .declarada.er
'
.
. .
.
.
, ·' , .sen extinta com '
't,
I
tegortas. -·logicas- sup?emas' a que ehamou , '1:tazão :e.-}[j!
cess·idadá.? .$ão fundamentalmente dois .. regimes eau-
I
..
·---
,11
·
sais.dií"erentes:g ·e.do determin.ismo com finalidade.
do que ii:ão: a tem; .a ê1es _prende?se a con.eepção
I ;
e o
·
I'· I
.
I
de dois .r.egi?e:s .mecânicos- distintos·g o .da mob111d.! ..
--
-'-''"'?- .,,,..•N•"'-.,....,)..,-:..r'"'.-..;:.?;"'''-'·--.-· .... """"' .. ?-"··-? .,.?,..._...... ?
-?-? - ?" ,...,. --...:... .. ?·,.:.:.1-???_?,\. ': ,,,_'-_..:::_"'"'•-?..,. ...... - #• -.. ....
..
Em--conexão a ê.stes eoneeã tcs 1
categori-
. .
?.
? . -
·<!\ ? ,
do .mundo , .Particularmente sobre :éste- ultimo?
-
em .
. -
.. .
:
sido -suficientemente .. reconhecidaj a ligagào entre
.
.
·
- -
apenas
.
.expr-essae -&.legeriaa?
,a;
.
·.tb .,
- i 0
- .
sao
e,;:,_
.-
-? ,,
fases na visa.o..,. .
cionalff _
O .que pode haver de arbi tràrio nessa. con-
sid?ração ?- explie?do .pela.neaessidade de
j
introducr;,:,
A
zir.9. de qualquer-maneiraj .um modelo inte1igrvel-do
que Ela tão? pensou, e-resgatado peãa. facilidade. com
/1
"
d.e-.obscuridadei -e nao. sabemos que _incoere1ncias po¢
.
-
..
.
·à
r.eferéncias. indispehsáv.eis eompneensào ..,dos. ter= -
que.
?
n,(11?.:c:pareaeu
..
....cenvenãense •,
a'.. ?·Pireséniiã
.çâQ .. d·e -· cer.tas reflexões? pessoais .
.
.e .q.e. .
certas ,,.su" =. ..
.;p·
ges toes .aobr e e , _conteudo· .. da qqrtfi.?_rina.. -Pla't;ónfca.ique
.
ç/4 .
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. ' .
. ef'I>
.. ..
-- t' .. _:,· .
..
·,-
••
J
.. . ..
.
. .
A·
ao. .mesmcc aesunbo, .... Em par.ticular9 -pr.ocu.ramos.? so'?
-
'
.. ...
. .,
. .., .
: ,·. .··.-: ... \.;
. ..,
..
. .
..
.
-? , --
.
-? .
. . por -?
? 4""
que .. pudes semos .... chegar .á·- conc Iusao do .-nosso pensai;'?
.
.
..,
' A ·, . , .
.aristo.tel.!
-
di:qamio4
.
.. ..
,. ?
. .""' ·_·
?-
. .
.
.
..
,.
nica teorica
..
.. ,
.
?- -? -fÍsica·,ristot?lica ·4esenvolve?se,. s?
grande parte., sobu inspira.ção.,direta ·da-de Pla=
-
.. ... ..
" .. .
' . .
.. ..
·,,,
., I . .
/? • ·...,.
' •
Â
mos ... as .. duas teorias.o-. Desse confronto ret?:sàlta .a
' .
__
..
A-- 'ç,,, A·
modernidade da coneepçao pla toniea e o ?rr-o' ·da d?
·
·
26 -
....
#
.Aristoteleso- .Por .isso tivemos.a preocupaçao de
discutir a. doutrina.. aristotélica? depois de ter eJ,
ta belecido a posição pla toniça, a fim de extrair do
paralelo ainda noves meios de esclarecimento do
penaamento de Platioo
A.. questão fundamental do conceito do ·m-.2
- :
-
te debate e- eonfr£P
- -&I,
? , .
-
#
cas,-mais do- que. o estri-tamente .ne?essario para a
.
í' ,. .
.
? -
sav?l
-
-
te ponto .ãmpor tan.ta do .da .
p
ba te historicoº Pela--llnha.geral-do pensamento
'
.. -
o caso,
«J ,
a.relaçao-entre-as-ideias.expostas-e es se?s an-
__
o .
A .A
conhecimento de tudo o que se fez antes. d?le ?
não.despreza o.esfôrço .anteriori como inÚtiloSua
atitude não ·ê a de um·.ilum1nadoi que _julga tra,-
zer uma verdaq.e.original a u,m 'mundo q-ue nada ti-
nha:_fei tq. para eonquí.s tá-La., É., pelo c.ontrário.,
a de '.'tlJll .homem que se - eons id era -numa ex e e pcãenaã
- .
,.
it .as ?sãm que afluem. para o .seu sistema
.
,
ideias a te en tao Lsoãadas, como a teoria dos qua.-
.
I·
buem para uma c?nc$pção de amplitude nunca.tenta-
A
da ," asaãm, .de tocar nesses .pon tos , assj,
o
- Tivemos<>
nalando o duplo.aspecto. de .recepção.e de transfor
maçãoQ- Na questão-da teoria dos .q?atro-elemento?
desej?mos, antes-do mais, indicar cómo .essa h.ipÓ=
tese sofre, no .. pensamento .de Platão, uma modific!,
ção que.a vai t9rnar aceitável no seu sistema;mas,
por- isso, se distancia consideràvelmente da forma
primitiva.? .. Geralmente, quando podemos .sur-pr een ?
_
Ai t
:mm tqda a analise e critica da '.presen?t3
.I'
! .
.
o .,
A -
comporta tres fases, que podem nao
crelllos, ser
rigidamente separadas, .mas devem ser trata? co..a.
..
historioa e
£eita com todo o rigor -e tentada imediatamente a
aproximação. com.as .. posiçÕes. modernas , -? primei?
ra fase refere?se ao.estabelecimento dos .. textos
em sua veraci.dade; secundâr-ãamerrte , na sua. tra.:..
du.ção literal e exa ta , --? .o mo?ento das dise?s ao
restauração de .documentios ,
.:
as investigações papi
.p ""'
r?ologieas, e a.a:preciaçao comparada dos testemJ!
,p
nhos doxogr-áf'Lcos,
Na segtlnda fase já é
predominante o e?
pÍrito interpretativo? Trata-se.de descobrirqt?
o sentido. que dá o autor ao texto-material que
temos diante dos olhoso Quandoj como no easo do
; ;
Timeu, a natureza da obra e por si mesma alegor,!
= 30 =
? # A
ca, .e s ta segunda. fase e? ela so, quase que toda a
? A
tarefa e
.do cr1tieoo Platao escreveu para que f.os=
.., A
se interpretado o seu pensamento, nao para quero?
se toma.do ao pé da. letraº Compe te-eios descobrir o
que queria dizer quando nos expõe em forma mÍti=
- - A
ea u.ma-eriaçao do mundoj na-qual nâo ere e sabe
. p - creem"
. A
Deseja
que seus leitores tambem nao que
desvendemos - o pensamento que não julgou- poss! v e.L
apresentar. de out:ra rorma , Se-.em Platão, e muito
particularmente-no Timruj -é isto obrigatório,
À
va-
/
#
le tambem.esta segunda fase para toda obra filos?
fica em gerali mes?o aq?elas que, como as de Ari?
tóteles, são escritas na mais corrente-linguagemº
Há .sempz-e algo de .intencional e-não .-revelado .na
obrai que- pode ser .apurado o A cr!tiea .histÓri e.a.
da filosofia.proeessa-se no trabalho d? descobrir
.
,., , o
um pensamento nao bastante claro? ou que contem:m1,
plicações .não apresentadas pelo próprio autorjpor
? N •
A
t
se da erf í.ea em nada se r-e Lacd ona entretanto , -9
co? esse modo preeipi tado de julgarº Nao - .
se tr?
.. -
. ..
l p it oi
R
1. porem9
;
e? . a 1;,em do
?
ma1s 5 - 1.rt1"1 9 e
º .P.
·
R º
examinar.
as potencialidades .da?--ideia$ antigas.º Podemos JJ
' vezes
por nos, esta.ria, -.as A
.t>
integralmente j outras
-:-·",
..
.
-
.
- "' ;
Nao.ha falsidade-neste metodoi
o descobr1u-0
?J? .
·
A
t·o de vista que aquele sistema se apre sen ··9- como
-
t
eon bendo-o º P'.:l.a tão mesmo não sabia o que fe con-
.
, representar-se a
ber, . e mesmo do qu?-. formular? - .e .
preciso por em
A ?
pratica o encontrado? para i
d zer
que foi de.fato de$Cobertoo Por iss?Galileti foi ·
lei
aproximação de algumas das suas passagens? aompl?
tada pala interpretação geral do sistema fÍsico,
podemos afirmar que se contém naquelas palavras e
naquele sistema a noçãc que hoje conhecemos· como
lei.. da inércia o· Nãli:ctize??.1 ter :?-:d:G?
A
cieneia distoº Somos
:à, .:e?SC?
nos.,
#
que conhecemos o que e
? ,p
- 33 -
e o que significa o princípio da inércia, que po
.
encontra-lo em Platao;
? -
daµios podemos interpre ....
A
tarj na comple;x:idade q.o mito cosmogOnico, o est.!,
do de caos como um es-ç;ado de regime inercialj que.
se tra.nsforma., ao apê:t..o--da Razão, no universo.?
titufdoG .!ste mito.r?vela o pensamento da in?r=
ci?; mas-Platão mesmo não chegou a formularj em
•
A I
tf3rmos explicites .a sua teoria do movãmerrto snem
.
r-
É
s?ntido que.a terceira fase da
ri.esse
't p º
t1 .P
i
cr;:i. 1ca - h is ori ca e ... 1 E:fg1 tima e provei tosa o-
,,.
Ela
.
nao.
.ç!
aprecia=lo por um aspecto distintoº
a .no ssa dissertação .. investiga a
Como
A A =
mseaní.ca platonicaj poderia e s tr-anhar -ae nao en-
vro. X das
A
?
trarmos no estudo .das .pas sagens cl??sicas do li!?':
e não lhes darmos o tratamento .que,
·
.
-
..
.
?
racerº . desfazer qualquer d·,puvi"!O
Apressamo'!C'nos--em .
o
da fis de Platao(!
""'
Preferimos aprofundar .o te?
to do Timeu a reeense?r- a-totalidade dos -textos
que tratam do problema mecânieoo Nossa.fina.lida-=
de era única e cãara s respond-er à pergunta ini!""'
A, A A '
eia.l, sobre a nao-exãs teno í.a da· me eanã.ea raciona. I
,,.. .
v .
......
torica"
A
nencfas e .precioso. incentivo .que sempre .reeebe
.
.
_
1:2
balhoo
Particularmente sensível nos confessa -
mos p$la magnimidade com que o Prof e JÍ:mile Brém.er
consentiu em.discutir conosco .os aspectos .essen -?
eiais--da .nos sa tese., nas múltiplas ocasiões em que -
?
de- Filosofia Grega da Sor-bonne , que as suas liçoes
:
--
A -
riginados em torno das concepçoes aqui apresenta-
dasº
.
.,. ,
Lucia Marques Pinheiro,
.
.
_A. Profº pela de
dicada colaboração que vem prestando às nossas _a ...
.. ?ratidão,
·
§ ]G Aposição da teoria.fÍ
sica no conjunto da f'iloso - ..
fia de .Platão
O 1-ug?r ocupado-pelas concêpçÕes cqsmo-
lÓgicas e r!sicas entre .as . Úl-timas .obras de-?Platâ,
·
..
q.ao.pode ser devidamente compreendido, senao atri
M . )'
·- ,
buindo?o a.mna intençao .que o Filosofo desde-mui?
to se propus?ra. realizar •.. ·Não.se pode .explicar?
, ,
?o tardiamente lhe tivesse.narecido--necessario o-
... .
-
. ..
, A A A
.
eeitavel
.
A
.
...
- .
' :,·
poderia pas _
:;:
-
A
sar despercebida .a inconsistencia .desta .atitude,
.
o -
A
Existe- .no tempo dele
-
um corpo de- teo. .; -
,
dentes .de .. grupo. socratieo, .. prosseguem ou .elabo ""'·
,
ram originalmente, .como Democrito,· importantes q;p ..
..
, .
.. ,
?ia<'do ·Tim.eu. e das .Le Ls .obedecer âa , assim? .a .uma .
:,-
--.inté.nção .metÓdiea e corresponderia, .posslvelmente,
_::·
...
.. " •• •• :
nas coristruçoes
,- 'l
cosmologicaso
As Lãnhas . gerais. do pensamento fÍsioo que
·
· ...
? :·
.
....
.: ' "? ... -··. . .
· .
. -
t ..
'
constitui o-circulo mais .largo dentro do qual-:s?
posse venquaãr-ar .. uma .explicação ,física do mundo o-
í
A .s tua çao inicial ·é? po s, a seguãnne.e
í
reeon?
cêmos como .evidente a transitividade das cois.as
dadas na exper-í.enc í.aj .. a cada .í.ns tan te , .a ãmagem
"'
ti ?
tui o cr í, tériér da sua ver dade , A mêçli taçao A''
so .
, ' -
bre esta analogia conduzira a admissao das essen-
.
(
.
.
A
de mais pr cf'unde na teoria. f1sica
. ; •
'
se .nos moldes. de. ha .muã to .f'cnmado s e tdrr;tam-93--?
v' .
produçao platon?
o
....
£.? º"
.,, .)
e aquilo que se torna sempre, sem nun-
, I I i, ' .a
}'LfYOfat,tJlov «ec , õv oe
? I".
ea ser t"o _("J .
ovoe1ror-e;
distinção entre os modos de eonh?
2) a
cimento destas duas espécies de objetos·; num ea-
so, o pensamento servido pelo racioeÍnioj apreen-
d aqu:i.º1 o que e eternamente iden,tieo
d en·o A
a si pro=
. p _li
' \
.
I \ ÀI
prio "º µ,.ey er? y ófl)O-BL µ,E?:«. orotr Tiêf e À1')-
·e
.
!7
A ?
i?, necessidade de um modelo a,_.vista-®
Li-1
A ""'
trugao .. deste .mundo , Distinçao imediata· e1;rtré. oo:fs
,:.,,
..
- 46 -
,
feita cf:,«Y BlG rorsrovoÇ,
(ê. )I Y'1)1:'o/
·o.}
=e= l r )-'--OLT"L rreoõ/_f_
I
wµ_e -
)IOÇ, oV Ko<.ÀDY ;
5) ·
o "')
·
Eô'"'lÇ-l>'
1'J
OdE ô,' KÓU-µ.,,oç ?I 'L£ ?'P-l?lfer<:s
& rot {)o? Ó'n ÀO Y coç 7T e_o? t:o C)( (. <J( OY
JI J
I '
P..f3À£rE. v .
Postos: estes .prine:Ípios dêles tira. 9 -P-1!!
tM .A A ,
tao ttma eonsequencia géral de-sumá importa:nciajJ;)Qt
_
/ imag?m
' de
I
outra coãsaI , TT?(TO( ·6<.v?rX?J TÓ1hfl'
' ,
«osµ.,or.J se kov« Tl voe êl-_Y<Xl o Não pos=
J
'COY
?
su.1·a realidade das coisas subs í.s tent es , mas so"'? ..
, ?
mente esta especie.de nao?ser existente, que e a
, .
=
da na za o e por si .mesmo .. inva.i"&iavel e-ina.balavel.j-
J' I? R
..
/
de conhecer e .. exatamente .de scr-I ta. na- sqguintivpr,2
'
A
crates.,.sobre muitas co í.sas .a .re spet to de muí, ç
s=
A ""
tos assuntos, sobre-os deuses .e sobre .a ge ra ç a e
A .
...
do-W1iversoj nae nos e .pos sâve I dar .naaoes .prec-;i;
t;;;1 J' g' o
t fi o
e_ l ,f'
gnose? ogieas aa es.a b e.eci-
o o ti'
t l <>
A origem do unã.v e r s o ,
-- i
rar ..a ex s t"'enc a .em s ., da Ideia,
:;
i
como ser real,
- --
i . o
-
..
.,?
.;'
?
vel, con.vertendo a r-a zao em. uma faculdade- imovel,
eternamente fixada na contemplação apod:Íctica do
ser unoG
solução platônica consistirá em.acei
A
tar fundamentalmente a doutrina parmenidiana do
ser, inclusive, .de modo geral,- .as implica.ções .r_!!
-
A
identico I
a si mesmo , .imutavel e? portanto ausente
.
r
.
.
dianoo - p
A multiplicidade das Ideias nao
,, .
e um obs=
" "" ""'I .
,,,.
tac_µlo a .aeeitaçao do esquema
..,. ?
eleat1co; nao pa=
rece que o conceito .do ser .per-ca coisa alguma de
sua simplieidade-e exatidão .lógicas, desde.que S,!
ja estabelecida .a existência isolada do reino das
Formas, subsistindo por si, num sublime .trrr£folf-
e
.de
.
-
.JI.,
OY't:W<;
ÕY jporque julga que? sendo licito exclui-las de
todo. devenir atual$ com isto.já .as terá converti""
do em ob je tos capazes de .cons tu:Írem o têrmo da
..
ti
nossa intuição inteligÍvelo-
Contudo1 a exigência de unidade1 a pri-
meira e ·raiz de tÔdas as características do ser
segundo Parmênides? embora.explicitamente rejeit?
da pela admissão de urn.universo de Formas es?en -
ciais? reaparece de algum modo .na teoria da partj
cipação$ O niundo·inteligÍvel é-de fato um todo
Único; as I.déias, seus elementos, subordinando -
51
'
se umas as outras e fundindo-sej enfim, na Ideia
,
suprema do Berns r-e eompoem de· certa maneira -? p:r1',
mitiva unidade dQ sere A definição platônica da
marcha da. investigação dialética (Rep?, 532 a. ) -
, (
de cada coisa j mas nao para .ai, prossegue a sua
....
o
- -
--
""'. I'
a?eençao9 .que-so.termina quando
, , a
atinge o supremo
7:w re, -
inteligívelj a Ideia do Bem, .o c« v '
Ôl<:1..ÀE1 '(E.õ6« e,
lo-()? wll
Ê-rn;x,tc iJ. ? J/t:ir 7To<<rWY,
5 t'ot.. -rou ';\.Ó-..JIYou- étr
f
' ô t:o c::x
a.
,, I a-e e I , ,
e,
, J<,«. t ;U, ?,
f
e:
1
e ,K c,JT,"fO Y
£ (JZ:l Y e('-?
o EõrLJJ o<.lo<.. -
o( 11o(J"C?- ;rPLY <::AY cxv-c-v I
"' l., I \ I J
, .J ..__
, í.es
, Ainda poderemos talvezadmitirj embora
.
péc
.
•
teligiv.el
_f
(
º"""
'
tuÍdas de um principio material .indefinido.""' .?o.
JNirrJ.. Ko<.L 1:"o ?LK.e_ól = sÔbre o que ãne í.de a
limitação do principio :·.:.f onmaI 1 'LO
.
? , ; o Um lv .
-t
na multiplicidade do.ser platÔnicoj .de .um só prin
i' '
o
c1p109que incorporaria formalmente aquela multi -
plicidade numa unidade .. de. essênciaº
'
Indubitavelmente, o desdobramento do . .
.
Bem.duvida, ao primeiro.contato A
eom a
= A
.natrure za., ªª eons ta taçao. do efemero de todas -- as
.
..
do .. serem_independentes .. do tempo e do
'..
indi v:!d.uo ;
..
..
,
,. ,. N ,
,
substancial em sij ·eoeterna .. do .. mundo das Ideiasº
Descobrindo a multiplicidade .dasidéias,
Platão tem .a .intuição de haver .conseguido a .s In ..
tese entre
o pensamerrto do -ser e .. a
metaf.:Ísiea.
percepção da. .mcbf.Lfdade r!sica .Nenhuma ,dúvida . o·
. "
·
( ,
en taoj e
e.,
·
Ai,
que o obj e-to transitório, .des tuÍdo de esta bi? ti
lidade lÓgica 1 se .maní.res ta eomo menos real .do
que .a Idéia clara.mente- intuívelº Platão acredi
A
ta na existencia absoluta de uma diferença_ de
.
_,I' • I;'#
ter10 de avaliaçao dessa diferença nao .outro
N· /
e
senão a .nossa _inteligibilidadeº O nosso espÍr,!
to não cria esta diferença par-a satisfaz-er as ·
,
A ,
suas exigencias logicas9 mas, porque ?la existe
em si,
.é que a nossa intuição inteligível nos
permite conhecê?lae -
p
sãder-armos.« carater de s eme Ihança e dã.ss eme Ihan- '
"' ?
vez admitida a .exf.s tencãa e? s í., otU-To
ça; .uma
KIJ...
e:, cx..trro
e. r
.,. destas duas Ideias -
" .,r/
El ooç -e-,
.
' simultâneamenteisg
sas. que .participam de .ambas são \ - tJj,<,ot-
?
malhantes e dissemelhantes; Td.---µY Tr;ç
- 56 -
Ó<7J 'C" oç vx.?««r«( l'LtX7:oõo1rr:ov
,u.é. 3' o
?
p<X_
er O co; >'U','(O( e
_ A -
,
teoria das Ideias e-
,,
oferecida ,··
cano
_ __ __
una.
possibi1idaqe .. de subentender -fenomenal a o mundo ..
ria
º
sé?b ?e- siº .me sma., A.e .:re-aqlihecer esta. comunãca- .
.
.....
?
à!ãa da-Ideia, e pela.consideraçao destaj a des-
crição coerente das coisas-0
para consumar-a distin-
-Olaro está que,
ção .metafísica .das duas ordens s é preciso resolu-
tamente aceitar a e?istência separada das Formas.
É .o qu.e taz Sócrates, ea-tegÕ:r_icamente, ao .respon-
.
" N A Á
der.a indagaçao d? -Parmenides, quando este lhe pe?
"' ;
gun'ta se ele pr opr-a o se par-a , como o
diz, de um Lado,
- 57 -
as Formas em si mesmas, e do outro, as e ois a s
que participam delas; e acrescenta g ·" parece-te
que.existe? semelhança em.si, separada.da seme-
? , :
'{xo???., _}(_?-?-
-
{)?Olô1:'/Yjl:O? ?)/
' ) 1 -
_ _ _
.A"!'
ulJ «ac TTOAA.<{, •. A
mesma-resposta afirmativa
_
dóri- ( 95 e ss º ) , onde ?.
-
ineren.tes a.
.Plata.o
. -
tem.plena.eonscieneia. a.às
essa _'teoria·º (l?_) No Fé?
expos ta e .lar gamen te deba
-
- j, ç,, ..., . .
..
- , .. .
"" A .
fiA '
em. si me sma, . nem-. sobre as - conseqnenc í.as .da. ten tl!,
A
.. ..
? "" ( .
...
A A
M as no P.armenides, .s a tua.d o no começo d a-
.. o
.u,?lt ama o
'
.
..
I' .,
que conduz diretamente a-.eosm.2
.
serie
.
de· dialogos
.. ·logia. do T:L?eu, (ll) Platão. dee.ide apresent?-las
; N A ,
imparcialmente, e e assim que poe na boca vener2
·
- 58 -
d?
te,s não.-pode. ser-feita com plena. segurançao--S.aper
'\ ?equlyoeam,nte. se. a .ta L objeto? a tal qua d ade li
QU a .ba L relaçã.o eor-r espcade ... uma. Forma independe,!l
" .. -- .
. .P
?
a sua .ap Lí.eaçeo .a.o plano .materia-lo- Ora, .pa?
.
? .
sobre ... .. .
t
,, ., "
hes 1 sa e se 0011 f'·essa E,, «.Troel.?ao ter. de deC1-
,J . .
-
"
dir sobre.a existencia.de uma-Forma em si do ho-
'" ?
.que
A
Existencia, a Inexistencia, a Semelhança, a Dis?
semelhança, a=Identi?ade, a· Diferença7 a Up.idade
e os demais .númer-os, o Par, .o Íippar e, de ·modo gt
A ,· ,
ral, toda-especie de conhécimen?o matematico co-
mo obje.tos '?eom'Q!l.s'', que- a alma; a tinge dire tame?
te .por . si mesma? por oposição ads objetos sensÍ= -
)' ..
seno ias o
de ordem es tetiea e etiea j K. <X /l-o JJ
.
?£
7:.L, ?o<l óq()( fJàY KÚ 1r«.,n,<. "J Lot«lfr'?
·
it ,
7
.
-
pa_£
=------- -----
- 60 -
?
e -as çiificuldades Log í.eas, inerentes a qua Iquer das
. .
\
.
" A
Em .t odo o caso j importa r'eba te?laj
,
gd.ca , para - .
A ,
_Parmenides ? onde e explicitamente apresentada, a '
.
í
·o .Vivoc .em s
A.
, requeresse um segundo A
modêlo-abra.,n
gendo este- e. as .c oí.sas .copã.adas dele, .na --verda-
.
. .
, •
i
e i.as 1 evamt a a·:l:.:n-
.
º
potese da transcendenc a- das Id'º .
A d\ A
riores a esse mundo e .se contem somente nelejnao
.,:,.,
i
9
?f
'YJ
I
a declarar .. a maior de tÔdas
as .objeções.1 J,<,£ 7, U-7:'0Y -,· e de ser assim €onsj
derada· por-alguns comentadoresj a razao
.
""
esta, com
os que a consideram, eome o :f'.az-Cornford (15.)·, um
· ·
. · · · -
.
qua L
, ? ?
eia- das Ideias,·-,,..·ou supor que neeessar1ame.nte ... sae ó
?
Lneegnoae Ive í,s .a na.tuneza humana, E acne seenta.s
."aq"Q.êle que dissess-? isto," parece que diria al[ill
'
.
.
,
rna co sa ser a.. i , ,
{
i
fl ( 16) - an to . que ser:1;.a.
.
·
..
,
t
pro d·1g1.oso .
.
·
.
.
.
o o .
I'
opiniões correntes, formuladas por ·adversaries do
sistema, rôssem êles eleáticos
ou magár'Leos (Sta]J.
..
.
tos positivosº -
fi
-
,i.
.
ee>n-o.ee1men
.
os
º t.
·
.1s1.cOS·o-
·.
A s-
·
'ti
cr.1. cas d e ·
r?.Laaeni ·
es
r-epre-s_entam- uma análise - impareial a que Pía tão su]2
_
de-
·.
.Mas sua
·
07r0l-
'te s' 'f ec Í IJJJ/_
Ji.«. VO ?({_J) [(e.1.
{ 135 b) º
A recusa da .admissão ,da. rêalidade das
I
Id·eias ?
temj entao; es ta . primeira. gr?ve
. o o
consequeg
ff A
cã.a s'
,
·priva
pensamento-do .seu objeto(t .só os
""
o
J\
.
.
..
HOC.. J/0( 9 os • termos comuns, sao objeto da cont-em=
.
.
.
··t'.
. .
'
.
e;=,
-
mais profunda j a, .razão .final .da convicção- .da .e-
.. ...
,
xistência .necessár-sa da?.,--Idéi?sQ --- ApolÍ=la é re=
.. í.ar' ao m,odêlo
nunc sóeJilti'co .de.· ciência f8A
·,,,,,
o
J!
.... Mas ..nao ser ãa a_ única. conseq'Q.?I).ciaoPla
.
_
.
tão. aponta .. como outra _:resultante-desta. mesma _at! __
1.
-= A = .
,p
,
..
.
-
cf:,.,?
'f 0,E e{t (135 ?
o)º Não só D:ª ordem teÓr-ic?
? =
_
.
,a ra 1t a ..
·:
- 66 -
de referências estáveis seria·um impedimento a t,2
do discurso l;gicamente concatenado.
Podemos·agora9 entio, apreciar em t3da
A
a su? a¢plitude a ,significaçao deste universo de
' ...,
;1111
A (
importanc1a metafisicaº Tudo.nos.leva a crer que
º
" . '
eia o modo de see. do que e. p Ienamerrte :re:l, ?omo ?!r
objeto de pensamento. Na verdade, as !deiast,r,?
e nesta designação está a.suprema det?r.m.!
contida
nação de suavcond í.çâo Ao dizer· t s to Platão quer
, .
ura.e.spe c to ontologieo.positivo&
/?
o .. s er ,
'.
Mas9 ao
exprimir o principio supremo de
' Hr, ?
ro sc o oç Er,, -, J?latao .nao
= ¢>I>
sua-metafisica'!!"
suspeita .que o
J
verbo set:c esconde .uma dualidade radical de-sen
A A
eomo-essen-
·
, , obseuri=
na mesma espeoie causa de e.verbal,
.
uma
dade--para--tÔda a metaf:Lsica platÔnicao- Ao -dizer ·
..
, , - '
que -a Ideia s tr 'Cl.. ,- Pla tao quer exprimir o. que -
, , ;,
ha na Ideia de realidade e stàve L, enquanto esse.s
-
"'
, ,
ficado ccm .a esseno_ia? .e so '?º que .sempre ?At .e. nun
.. v' v'
..
-· ,
tao9 come qo .a Ideia_. ·.e este .ser- plenamente .. ente1 ..
p R A
..
., - '. A
existenoiao <
.
. .
A ,
la
A .I' - ;, o·
A existencia.do ser f1sico nao e raciQ
A '
na L, porque e a exis.tenc1a--do. ser .perpetuamente
, .
? - - ..
·-
das. f
earacter1sticas eleat1, d
sucessiva
.
a elim.inaçao o
,
. -
'
"'
esseneiaj (
nos prin.e1.pios .que esgota111.a sua intel.1
o
A o..
grega.1 .em .. t r.es momen.t· o.s- d' ec1s1vos.g com. armen-
I o
'
·
..
.
iP.
-.
' . .
-
. ; "'
?
.
-
à, ·,;, ·F
.
des:, .o., ..
imov:el-;.-..... _e_om.J?.lâtao?---"'· O se:r ..
. é
?
mul tiplo e. movel
.-,
t> •• . . - . -- • -· , •.,.
,
A
.
. .
O ...
,
...
.. r >: ?
- • • ? ?' i - ,
-
poã s,
-
e,9.
?m.... que. a relativa.? l.en tidão de certas ... trans.t?r.I!la"'." I
.
...
.
....
. . . .· .
.
.. .... -·
..
:? I• '. \·· ••
.\" .
••. •·
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mente. a. d í.sous sao e?.o. de. saber se .. este proees s?o
. ·,
.
.. .. .. ..
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•
..; , ' . • ' • ? .
•. ·.
'
'
o .
... .. ..
. •
. '
. .. .. .... ...
"J '
·? ,1 rJJeY, «'IT rl..e;c1Jç trc ))()? «A IX..,M,e YOÇ
.
são admí tidas-<> pois s a_s duas possibili=I\
:
-
i " " ( (
e e sao .sens í.ve.í.s .. e o. que e sens í.ve L. e apreens1 -"""
•
deveria levar=nos a conceber o devenir como um
proces?o-originado em urn certo.instante do tempo,
pela ação demi'Úrgica; porém virem9s ·a saber mais
tarde que o .tempo mesmo é uma criação do .Demiurgoj I .
gerar. ft
,
A A
ponto capital da .eosmoãog í.a pla tonica.Q Prof"?
·· .
e?te. ...
" ·- ? ?- o .
desta. dãs cor-danc ta .de concepçce s. esta.:intimarnent,;\" o
..
- 1
nas um m.J;.Kt o dºd?tº
J.. a. ico ; sua- cosmogonia .. nao e. a d:e!;
. 0
. .
..
o ;
n.ir cosmic o nao. teria en.t?
- (
ao um n1c10 r.ea 1·j mas o
.. - i
·
o
..
teoria
.P
.
e preciso assinalar a cada ordem uma categoria de
-?· .
- 75 -
duração espec{fiea? num caso a eternidade imÓ
vel, noutro uma imagem móvel desta, o tempo. Mas
o mundo da matéria subsiste eternamente ao lado
e fora do das Formas? é o receptáculo, sujeito
por si mesmo a um eterno movimentoe Ora, deseja=
mos introduzir aqui uma distinçãoi que não é fei
ta expressamente por Platão,.mas pode ajudar-=nos
muito-na clarificação da fábula cosmogÔniea, e
que coincide plenamente, ao que julgamos,. com o
pensamento.do.filósofo: Parece-nos que um dos
motivos .profundos .da sua .conce pçâo fÍsiea é .. que
considera o movimento como uma noção mais geral
A
que a do devenãr , Guardaremos no correr des te e.n
siio esta distinção.
-No estado pré-cósmico, o universo esta
' /
ria entregue a.pura mobilidade do receptaeulo; o
devenir é a coordenação dessa mobilidade em movi
mento fisicamente onganã zado , isto é, submetd.d o
' .
A '
? . "'
um artificio de expos a çao., a eond í.çao pre-cosmi-
" - , ..
ca do r-ecep taeul.o nao teve jamais .exf.s tenc ía real;
,
_
ger.ado1 porque
,
gem de uma fase a outra, e ao mesmo tempo,e, por
'
assim dizert logicamente eterno, porque a_fase de
. .
(\
mogon1ca u
0
ltrapassamos a .p t' • ?
.1.1s1ca d·o mun d o Jª eons=
O
2)
À existência, independente do espÍri
to, de duas esp?aies de objetos, os de realidade !.
ea
79
<7
l
mutave 1 e os continuamente o?
var-í.áve í.s., correspon-
.
,I'
t' i
tira o b r1ga or amente.como.postulade epistemolo-
o ?
.lÓgiea na r-£
"'° A F
presentaçao apreensiva
Ha de haver.j por-
de l.es ,
tanto, operações.diferentes para cada ordem- da
realidade, as quais devem ter por resultad0s re-.
- " ·.
ser
""
suficiente esta refer;ncia para nos conduzir
- , 0
A
a exposiçaq c Ias sâ ea da eor a p La tonica do
,
cimentoj dada no final do livro VI da Republicaº
:
eonh!!
·-
ti
Se se admitem estas duas espécies, o visível e o
intelig:Ível? r-?VZ:<X. !cr;r? €£.ô?, óerx,ÓJ), J)O?J't'ÓJI
au1dade
espec=Í.fica·,,J1rr zoZç ?é-rr:ocetrt. ,r,,a-fu?«fit
7:Etr:?ef J:ocY't(I. 7T<XB?.M-,O('t'(Ã f,JI T,j <Jlvr:f
-
rlr JI a
-
foe,?« ( 511 d) &· -·
é dom_i
e , /
O{J-t:1..:r;O( , con tem, como seus elementos mais mre-
• a. primeira subdãvf.sao
i
r or es., os que compoem .
?
, as
o o a
o- ..
duz r
.
caracterizaição dos
ção dos fenômenos externosj a A
quatro elementosj etc.? j formam uma e í.eneãa de ca-
ráter qua]itathroj cujas· explicações finais devem.
ser busca.dasno gráu superioríJ no.plano
matemáti=
""'
tr
- ;p
,A .?
e .suspend en-d o ... as .nodas .aquela ultima .e suprema .e.2,
'li.
lf)
está para o intelig:Ível as.si? como a imagem está
para o originalº Dêste modo? urna ciência mera=
mente opinativa, como a"físicaj tem na dial,tica,
como ciência do inteligível enquanto tal? a sua
norma , o. seu cri térioG
.fÍsiea desenvolve-se ,-
- A .
ft1?1ca o
r-e so, lve=se ame d"
o
ia t amen t_e?- nao no planoJ:lt;!!
li>!}
.
;?
se nao
viéssemos a encontrar-mais bar de , ao e s tudar m.o s
a concepção da alma do mundoj.abundantes provas
para esta afirmação .como a ordem perce12 ?.ao ver
{
tivel ,R "' .,,
e.determinada por-corre açoes numericas e l "'
()
- f?. Tº
tes4\ A compreensao da 1s1ca d o 1.meu nao nos oc;?
_
temáticos?
Entre os dois planos extremos do saber, I
,
d oxa'teico e .. o noe tãco , situa-se o plano dianoce·-
.
o
tieo1 /compreendendo as.realidades matemáticasoTa]!
bém não figura no enunciado .dos pr:incipios da fí-
sica do Timeu, mas desempenha.um papel da mais al
A N
t
a :unpor tA
,
o
,
-
ancia na visao eosmogoniea de Platao, e
t
so a raves de uma clara compr eensao de seu .. signi-
-
..,
?.
uma es sencã a .pur-amen+e qualitativa que -se .. reali-
•. .
?
e da intensidadeo
platônica supera radicalmente A r{s Lea
a aristôtéliea aos olhos da nossa cencepçâo mode!,
na, porque não ignora a significação qa quantida-
{Z2)º É no pen=
de na expressão da .ordem natural
sarnento de Platão que vamos encontrar esta intui-
ção? que depois terá Galile·u., de que- •Ja natureza
é escrita em lÍngua matemá·tica'i; e por isso a
= ,
sua teoria geral da constituiçao do universo e e-
o
--.,, -- ..._ ... --_ ... _.,"Ga ??.'ll!.• ..... ,..,., """':.•.....:. ... ·....._-..., ..... _, -· ............... ----.;1.,--,- __ .,,.,... ,?1"' ? .... ? ---'"''""'?---?;; ..... _.........
f_.-l,o,....._ ...... ... .... .... A..--..
I
87 -
·
3)
"Tudo o que começa a ge- existir?
rado por alguma ea usav , O mundo, como cosmos1f'oi
gerado; por conseguinte, devemos n eces sár-famen-,
te perguntar pela.causa que o.gerouG Introduz=
se neste principio a figura do Demiurgo,que con_§,
ti tuirá
A
um dos dif':Íceis problemas da cosmo 1 o ãa
g
platonicao
".,..
Qual a verdadeira e once pçao
-
do Timeu
bre a origem do universo? Um ponto e, certo; nae ?
A ..
?
ocorre a nenhum pensador g:r?ego .. a -hipótese. da
criação ex nihilo (Z3)º É êste um conceito da
cosmogonia mosaica (Z?.), incorporado em se guãda
pela teologia erist5. Todos os fi16sofos ante=
riores conceberam a realidade da matéria como e-
terna? como dada, sem possibilidade de ser posta
o A
em causa a sua exist.encia, agora ou no passadoº
? o
?
isso nao figura no pensamento antigo esse proble=
ma; é preciso partir
do se.r como rêalidade e ter-
- (
.
namente atual.- O tema da investigaçao f1sica
,.
e
,
filosof1ca sera interpretar.a natureza desse ser
,? o
, I
.
.
so que percebemosº
Não existe,· pois, um problema de cria - -
I' que
tenoia fisica dQ.c,=;tos, e nest_f3,,·,Ça,so· teriarqQ$;
, ' ?
dar carater real a açao do poder divino que
ope-
rou a transformação, tomando?o como urn deus
or?
nizador distinto da matéria que trabalhaº
Se,pQ
rémj como julgamos ser o pensamento de Platão, a
,
't
ordem e um.cara.er acidental? 'logico, , "
da nature-
·za, então.o estado de desordem, a que se
opõe?
tem apenas um. sentido virtual, significa uniea =
1
mente a concepção de.um estado físico mais gera?
que não.existe nem.existiu fisicamente antes.dês
te mundo? mas que constitui um estado ?e maior li
berdade, do qual a condição ordenada presente
p..Q
de ser concebida como derivando, pela submissão
"
a certos principias racionais.
o ,'
O D erm.ur-go e., .en t..,
ao a fi
gura 1111.( t1ca que
.
e
r
, ?
e o estatuto ontologico do que se submetea ao do?
'
.. .---
- 95 -
mÍnio da Razãoº A regularidade da transformação,
a abolição do casual e do ineoncebÍvel,
enfim a
normalidade do devenir, são características a=
fins às da pura logicidade exigida pelo esp:Írito
de qualquer objet? para lhe ser conforme;
repr?
sentam um grau inferior, mas o mais próximo, ao
da plenitude inteligível estática,. que só .convém
cw '
ao .ser nao sujeito a mobilidade$ Sendo dado
·.
o
ser no fluxo do devenir1 a presença da regulari""
dade indica que.a passagem à ord?m.pode ser con=
cebi d a como a conquista, ·pela Ra za- o do domí.ní
, o .
como a operã
ção de uma figura imaginária, .que .impõe ordem.jfi
nalidade e lei ao domínio antes entregue à irra°"'
cionalidade? Esta figura, que imp3e .a razio io
:,,.,
•
- 96 -
fi
lcsofia natural; apesar disso1 bem sabemos quan?
- 101 -
A
tos esforços tem sido-feitos
para eonciliar as
duas cosmologias, sem respeitar
a fundamental d1
ferença que afeta o conceito de
Deus em cada ca-
SO o
A
a formaj.. mas diminui. o es sencãa, As=
.
,...
obj e bos , e modelo. para outro quadro - que ré produza
.
;? ' •
, . --
.?.,.--,
- 103 -
sentadas o
A em si, aquela
de que.todas as.formas sucessivas saoN
reflexosº
A
?ste A
, do.
modelo absoluto e? a. Ideia .,
,. objeto, unãca
. (
.. I
A·
--
em cada especie_;. A
e.simultàneamente a_essencia1;!
quilo .qua , .
q-µando. re.produzido .em .. qua Lquen ..... grau
/
de participação? por. Ínfimo que .seja,..
conferir.á
..
..
A
.
"
quem a .gerou e. _ge .g_q_e ma teria, poe--ae .ne c es saz-La
., .
¢:,
?
.
o '
...
''
?.
ment e ma í.s, .e_sta ques taos
.,,,
. vista .de.,gué .. foi.ge1!1'
..
.!
,. '
a.1:
tista .que a .gez-ou,. A objetivi?ade .do modeA.Lo e. _
.I'
pensar •.
A .eficiência .do fator agente estájpots,
em ser.conduzida.a operação.fabricadora .de. modo
que o maberría L utilizado venha a. por fim a fo.!: ter
ma do. mod?lo
.. Mas j ?, para .cada . tipo de .. realidade(?
lY
' ' .
"' "'- ,? ...
gunta
.
mente. de um léito
a .. sua condição realo, Poderia
material,
tra trar--se
de um desenho no
?
com
pa=
p?l ou de uma imagem dêste em.um.esp;lhoi. Em to=
o leito. e realmente dado e. ex:t.,§
A
dos. os tres casos j..
,p
-
o
£Kê[))/J')v o
, que conduziu 8trll. K.ÀlYf
o trabalho do marceneiro que o fabricouº
'
Já. o
lei ,,
lei
'
tão. o .grau. Ínfimo. de. exis·tência do. lei to? urna e"" .
A
xistencia puramente virtualj que
o
confina com à
inexistência?
.. ti
Rela vamente .. a cada serpro= ?
I
.. pois_ 9 a.
9
=
.
ç,,
.
teoricamente ..
s t t e. v??riº acáo
em.con??an ·? ,
de? que· n;;o
Q g possível de=
:;.
. .
.....
A A = A
um deles. como. mode Lo para a. genaça o. des te nosso
·
·
..
--·· . . .. . ... . .. . . . .. . .
..
6'.
pelo _menos,- esta .1.nf'erenc:i.a e pos s í.ve "'
e. e .por
Q
""' o ,?
l,
ela que Platão se assegura da .. qualidaq.e.divina do
autor. e e ter-na
.
A
do mode Lo ,
..
=
.. sua Lnduçao. fundame.n !
tal .cons í s be emipar í.r do .. panorama. de. b.§.t infinita.
"' ?
Leza , que e a ordem cosmí.ea , e conc Iuãz de9sa co.n
.
, .
? A -
problema. se poe toda a. sua .extiens ao, .No temos ,
.
..
. em
como um traço significativo do .penaamerrtc .üe P.la_
tãq?. que , .por- mais convencido .que .est<?,ja da pro- ..
p
trario, as
o
.. t eor1as-cosmogon i cas·.dos.seus
e - A
prede ?
cessares,. explicando.por um processo sem causa o
desanvolv.imen·to da .es tr-utrura cósmica<i). a
... .de .. partir
um substrra t.o.,.pr..imordial,. pesam no .aeu .. esp:Íri to.
A ?
e? por mais. erroneas, que lhe par-eçam., .na o podem
ser rejeitadas _£rior:t como .e.videntemente ç1.bS11.!:
·-ª. ..
,
A
caso e u.rna t eor1.a cosmogon .ca 1naoe1 ave , ; mas
.
t_,f'
o
i o o
l .
I' ·
seria? .. I
r cv« t3cx.l!?rx.u8?y
oUV1:«.TT07JU-cxJJ Óux.-
«u/J f. e JJ« J) 28 d) e (Fi?1
Em várias passagensj Platão manifesta=
ql>
.oJ?=
"
danadoraº A este poderiam juntar=se, reforçando=
'
?
1.nfancia? .o consenso à.a.comunidade de gregos e -e..2,
..
A
e .pretendem que-todas.as coisas que -existem,exis
..
tiram e existirão, .devem. a .sua. .or-í.g em. umas ' à na- '
.,
tureza, outras a arte, outras ao acaso, Toe foEY
lf J---« cc.. I z:-à Je -r v '!l , ej
Se c>LC,(. 'l:1!7-171 . ú
. Já.anterioJI!men?e o.Filebo (28d) ex-
pressava a mesma vatií.tude , .... SÓcrates propõe a se? ..
/
que se. da o nome.de universo, devemos.concebe-la
A
como reg.ida por .uma potencia i:rraoionàli .pe Lo a- ..
veement
"
emenbe
'
..
Cl ..J
_( .
= .
-? A
de sempenha .a noçao .. do modelo no ato .er í.adoz .. vem
tornar de .. uma segunda maneira impossível -:ram.l'la
tao uma eriaçao _ex n1ºhºl·,.o_;. Jª
c,s op ·O ""'d
o .. era .em .razao
r,,,.
.. a •
i ..
.
? A
mente quarrt o-.a forma., porque. toda c o í.sa gerada o
deve. ter sido :à_ vista- de algum modélo.() A. inexi?
.. ..
A
te·ncia. A .A {'
do mode Lo, .. se f"osse .pos s í.ve L, .equ va 1 er-aa
• •
.
.
i
a .uma verdadeira .e r ··ação. ex.,nihilo s : quanto à f.0-1t ..
, ,
tir .que a .sua materia .. na.o .rosse .pne-sexã.s ten t.e?-.A
""' A o
.. ..
A
ção do objeto. gerado.e.destinado ao devenir-o De.2, ..
A
o .. subs tr-a to ma terialj quanto para a es sencãa fo.r.
ma.L,
112 -
 ?
pio .supr-emo da. genes e do uni ver so, -P'La tao, ,proce·-
- . ..
I?\ ,/ n I ? A
K.o<..JL/\.l.OY Gú£,.d"U«.l, Tro1:E tefoY(30 b)e .Sobre o
problema passagem da .desordem _à or-d em , deixa=
da
mos para mais tarde as considerações que pretendi!
? 113 -
universo, YO íi Y ,.u..£ V €v
pó do
(, J I I 'I flll'f-:r;JI.-
v;:,?J p
o -éY Õj))j'A,rJ... r c rrwh("{rx.Ç,
·
como .. portadoeac.da.. Ra-
-
- ,
..
um .se:P - .. ou ?·
_
j· quer individtaj. .
.
..
..
- .
I'
especies e caracteres diferenciais
do que se en-
contra na que os natureza, para.descobrir inteli
(
g1veis que-lhes.corr.espondem.d?vem ser os .el?men
A -
tos do todo vivo.exemplarº O.modelo .da criaçao.
.
Id eia gener .
,p e
..
'
' ca ,ou um .s .í s t ema .de I deias;_. .em i ..
·
... .
,_ ( .., A =
que.nao.te:rp. expressaosens1vel nao.de.vem ser con
-
tadas entrrecos .s eus e Lementios, Assim, .nao e ..... de
.:?
( ,.. .
=
e .. a sua realizaçao no.cs en s Lve.L, .... Aquela. .Luz .,.aque
.
I
Le Jf s ri)? a que.. vimos. há pouco ... refer.ir-se.... o
1
. Fedro,. e que o Demiurgo fa:Z des·cer do mundo :Ideal
- 116 -
.
merrtar-e s oomo. inclu{das no Vtvo -?sséncial;. sabe- .. , .,
., . - .
vivos
'
int?ligÍve1sn, ?? «vr-ot;c'j,oJ.J - 1rAlf}ew-
-
µ,""
'?..w
y:,
J
E q-7: e
-· ·
-t o ir tr,) I
/\.. o/ 8
ema ..d·e Id'º
ou ,.. ?WJl
e1.as que. se ar-
v
...
O t: w.JJ.
...
t.
... ..
,
, O)) .,sis. $·. É . un1 · - ·
.
.
'
. , '
'
> A
-X .ex 8 . 6 )) ... ko; l
('
damente e em c las ses . ou familias,- .
KtJ.T? ..
.. (30 c rfv.r
?Assim,.. ,.há .uma estr.uti;ra
.. ...
l, ..
/' /
existencia des ta estru.tu.t>a .d:Lale-tica .no proprio
A . .
.
..
,
ti tu.ido? , ·.
ha uma es =
.
A
.
I'
alto, o.g?nero Universo, e a rep;roduçao
,
A .
..,
da prop:r.la
.
. .
JI' .
A
sificaçoes.
.
.. .
1 apenas
.
(
a .caracteristica-- da Illutal;,ilidade.j dQ.«naseer e.vdo ' - .
...
. . '
....
.... ... .. ?
A
nos indiea .. Q_ue, na genese .. de ,rmiverso,· jllll.tamente
.
.
..
. .
. ....
'•
A A
. .. - , ... Uma .. consequencia .. imedia. ta da. cosmogene-.
.
·
" ,, '-·
se platônica e· o carater neeessariamente
_, A
un1cod? _, ,.
= 119 .-
te universo (32)
.. ó
.
.teoria?da exemplaridade do
.
·
, A ..
'?
,CfoJJ çy Of<XTDY. {3,0d)o
J> - 'i.!'_• 1
C I
, - -
Tal e a conví.cçào de .Pãa tao; mas j conhecendo as
.
- .
... ..
/? • •
... .... ..
..
,
,
·p .,,
diversa: o mundo e um e\ unico
. .
em sua
.
?specie?
'e Cl r_ ? I p
e, s ·ºOE., ;1k O,Y Of é>-'?-'- .. oue,a..io,. o -·A éhipo
.
.. ..
.. ...
"
platonica: .... a. cenfe cçao , em. vista de .. um modelo , e
I\. . o .
.. ..
A. .
' .
..
..
A. ,
ve1, -que-se:rve de ..modelo ._a ger.açao dest e uni:v:e.r?
.
.. ... ..
....
ria argumentar-se que a unã
A
cd dade do modelo
""
na.o ..
.
.. ..
obriga.a unicidade da cÓpiao- Tal é o que.se pode
admitir .e se percebe ... de. fato,. quando ?e .tma ta de
, -
que .sao .objetos singulares,.. de. que se, ... po ...
.
copias
dem fazer. tantas reproduções .quarrtas se quei !:' a.m ,
..
...
,. .
.; ·, " .
u
ça o .com o .s eu mode Lo., .. porque ... par a.rfs.so deveria p?
i A
,-
su r o .maxamo pos sâve(
L .de canacter es do modelo, e
o
.
A
·
se.incluiria
infinita do. deus e seu desejo ..de .realizar .... o. mais ..
rr-« O ÍJ- v t" 7; Ó d£ I< r °' t: 'b JJ frt;b vw. er <..V 0<.
oJvL-o,_ov 1' C/
-i:w 1rocvl'EÀ£i ?.:rf.,w-<>
? t
(31-b). L
- .121 -
<.
mundo mais O perfeito possivel e,pois,
,I'
?
Ê.ste principio de maxima
?
neces sar-í.amente un Leo , ,, .,
perfeiçao.e - ., - ,,
? razao pela. qual se deve,tambem ex=
.
- ., .
.. .... o;=_
mas--posiçÕes?relativasj,confor.me.parece. indicar
o, conceito do-.Grande, Ano o .Con tudo,=, como .. diremos
ao. estudar a .beor ía. platÔnic?. do .tempo , . esta p.e=
riodieidade é um .ccnce í.t oubs cra to., .de .ondem. ma-
..
" --
1;ematica,.· .e .nao.venvo'Lvej a nosso. ver.?···ª .acef.ta .. .. .-
.çãode .um decurso ciclico para os
..
acontecimentos
naturais.
A rigor.j.. o princ:Ípio impÕe apenae.ia.u- ..
A ?
.ob je to , .q:ue. e o.mun?o., .e s ta ... sujet
?
teº. ,Col!lo es.te
.
..
- , (
exc Lu.Lda , ...em r.azao
çao do uni verso e a_.presen tada
.
o
.. .... .. e. ..
... .. ...
., OJ,
'!tudo .que .. e .o ompos bo -e .destrui:vel; .... mas
4'
deseaar -di.! O
- (
..
__
.. ..
, .
.
- ..
·-
ção. do uni verso como .t odo .equivaleria .a .supor a v-ª
- r
riaçao dos modelos. pe Los quais seriá -constru1do-.em
. .
.
..
I' "
uru.co modelo a vista do qual se .poder í,a gerar al
o <I.
, A
da de semelhança com o seu unãco modelo passivei;
...
<
..
A
a. saber na verdade, seria a sua instantanea anj,
. ..
quilaçãoo
A
Deste .. modo, .uní.cã.dade .do .exemp.la.r e-
.
-.a
,
terno e a.na.tureza.otima.do produto.afiançam?? a o
"
A·
sobre-a qual o proprio.pensamento eleatico na.o .I' ç,,,
-
conhecera a unanãmãdade de .opãrrí.ces (33)
·
º
..... ó ..• A te-
.
. .
..
.
-
,
também-da,incorruptibili?ade '
ou4.da.invàriabilida?
, ?
..
J'
?-
çao na .sua v1g_eneia e _ne?essar.10 .que .. n?o. pos?a
.a- _A .P o
--·- -
CJ
. \ .J
-
..
. (]3.a)<>: -
i ,?t er -
f t O .
..
_A
A JI' J"
criada esta toda a realidade pre=?xistente, .sem
nada haver foraº !fada implica quanto às dimensões,
, - ,
e apenas-a a fº1rmaçao de que seria contraria _aos
.
..
A ?
post:ulados s: sobre os .quaã s assen-ta. a exp Lí.ca ça o
da ordem visível, a admissão?de alguma outra rea
lidade não .integrada.na.criação, f;sse mesmo o
vazio exterior.inf:1-nitoo
.Uma posição .e uma conc Lusâo seme Lhan.- ..
- A p
tes sao as.de Parmenides,. sabido que
.
"" , f
gLco] em Pla bao., e antes o se.ntido .f'Ls í.co que -
com os
of.
predomina; .é. a ue ces s í.dade .de estar de., acÔrdo
pnãnc í.pãos .da exp l l caçao
ãmpoe,
..
..
o
·""
..
i'oí.ca que
f'Ls
..
..
.
..,,
- A =
numa. sucessao, de consequenc Ias , a ... conc Lusao da. ..
.
.
. .
... fi
ni tude do .uní.ver so, . ]? .por tarrto , em ·Ú.ltima .análi ..
A o term:1r1f.!,r o
o . ,I'd.i.o em que a1:yunCJ.a. os
exo,r .
o . e
. .
..
,to - .
,., ?- Vll' ,,
nae dis poe s enao da . fraca .razao que lhe., e p:r.opr:Jaj
" Otd ..,._
. -
?
e .. e h a veria uma .c1enc1.a._ dªiv na. per r·eiºt ª'O'···· ..
que. dd\l •
.
CA
?O
.. A
e
i
zazao _humana sente-se deb l L e.mao .conf'í.a .em seras.
• E<t o
.
, ? "'t ese.j.
clara e .ãmutave Lt por Ls so, somente a ., h?ipo· .
.
= A
.te a. in:te:rpretaçao correta. do probabilismo p.Ia to
.. ..
conjunto da metafisioa e da
.. teoria do conhee Lmen to,
Sp .. pode . ser entendido 9 . se imaginarmos. a distinção
fundamental. ent:re r
os dois planos .. da . realidade e os .
•
istoj .como se.sabe, e primordialmente eleaticoj
-
., .
,?
.. ?.Q
mo o nota Pr oc Ius
(35) • A
r)) (,) }{ tY). JJeoi:üÍJ)não
pode as pirar-. jamais a. tr ilhar o. caminho .da verdade ..
·ª
A \ ' I
cãencã,a. ver-dade í.r-a, To<. ?t-[> o ç oC/\' l o.e
/J
e <X>\ que ..
.) .
,
..
?·
poss tve Lnes ta or dem , porque o ser.real e unãco e?
•
,?
.
i ..
o
i
?t. "
ana 1 ·1c?., ...d e mo d o .-que- sera neces?ariamen.t e .coneej;
?.
.:
º
f a tAores raciona i s
•
1.rrae1ona1.s; dAes t e mo d o1 ... e
.e
O • Q
/
verso da materia e do devenir, que condiciona. o ..
( - ,
mundo f'Ls Lco .... Nao e da.par.te do sujeito conhe - .. .. ..
A A
cerrte, seja-este qual forj mas.do objeto.de estu ..
I
tr c.a.r "
.
dos de ecnheo.í.merrto , ..
porque existem dois objetos
o .
L <;,
=» a: t.t;.
ontologicamente
e- -
iJ ..
1
....
dis°'°
e
e . o . ..
t'
__
.-
para a .substanc La , ass m - t am b'em. a- oprnaao es a -?
A
i 0
- impropria
..
?
podera ser chamada de cieneiaj por=
? ?
qào
que lhe falta justamente para _isso a exatidão e a
invariabilidade de seus enunciadosQ
? / ,I'
o caráter de .é e X. W Ç e o que Platão ju];
ga melhor.aplicar-se a esta $egunda forma da conh?
,.
cimento, e .define Para sabermos .. que
por-.e Ie a_ o- ..
A
significa ao certo esse .. cara ter j temos
' .que .investi
,?
?
gar. do lado do- objeto. únãcament e , a procura .do sen
.
..
parte sujei to
introduza uma. va_riavel,
-
.
. 'iP
__
do .. seuma- ...
?OU:?
·
ra .. uma forma imperfei ta. ge .ciênc-:i.aº.. Não é ape?as __
..
fa tores
,._.
A
cosmogonicos de um lado .a. Ra zao de ou- .. ?.
=
í)·
cp
- ? -
Na o hã aqui as mesmas razoes .Lmedd.a tas de ordem·
.. ... ..
, - A
to .. do.- move l., pana Parmenides Poder-se-ia fazer
.
o- --
"""
a -.L.upot?se. de .. quej._.. para .. Platao, se tornar.ia pos-
,?
'i,..?
•
...
,
sive?. um conhecimento .cenno .de devenir ., se -.este
.A . .
. .
o ,? o ,?
.
uma. .
.....
= A ?
que*a Razao-impos a ordem.a mobiºlid
.
.. a d e d.o recep-
0
..
e nae poder í.a ser total o. domí.n í.o do. o ir.ç j com N .
N A
buição-da-Razao na ordenaçao do fenomeno aprecia-
,
do1 e provavel, na medida em que procura exprimir
..
A·
so que negue a exã s tene í,a de .um aspecto irracio .,.. .
inerentes, .aquilo
-
.
, , ,
f'onma çao., como. rara Aristoteles, podera pr e.tender .
i
_
para Pl.ê.,,
..
- "
taoj provavel; para ,P
exataº Aristotelesj
De tudo isto resulta
que são de todo
inábeis certos.pontos .de vista., como os que aci-
ma .. citamos, .entre ou tr os,
pretendem ex.plicar que
o .caráter de pr-obabt.Lãdade. da--ciência natural. em ..
A = í
lismo.. pla tonico como uma.. s tuaçao de. fa to, a. que.
.
.. ..
? ?
t
.
,..._
-
gado .as .cond í.çces .do .conhec í.men o .humano, .. as no.2, \
? .. "" ? .r
e que nao .. ha .ta.L. verdade-o Ha sempre urna ... margem ..
A .
consiqerar.,como.poreentualmente.igual.para todas
as categ9rias de fenômenos a parte iluminada pe?
la Razâo ,
Não há?· po í s , teoria fÍsitia. absoãuta ? .
.
parar os verdadeiros. dos falsos; não signtfi e. a,
. ..
to,.. mas ttniCamente UJna .sã tua çáo. ?- esta ,." situa-ç.ão
. .. ..
t
men o dos .dados sua conveniente _interpreta
e?-de. "."'
culdade
.
-? se torna
. .
..
construçao final
Lmpos.s Lve L. uma
,-1L ci?ncia .. que. resulta. do conjunto da
perfeita?-
- 'A
.
<. , ?- ..
raciocÍnio exato e
I
inteiramente coerente consigo
mesmo'?, TTIXY,úJ? ccu
,,
r otrç
e
êo<.YTOlÇ
,....
,
e
o u.os o= 1
.. ...
' \A -
visa do que .dar -nos a, inteligencia .da condã.ç.a.o
presente- e .sensível .. dos cor.pos,. ---nos .seus .el?me:ri.. ..
- A
.
A
erro,- todo conhecimento .que da L.
·
... , ..
"
ao pr ecar ãa ..d ev?
.c í.a assim elaborada sobre .bass t""
;> Q
.
( =
nao .po d e escapar d es t a. 1.mp_e.rJ..e1-
?
ta ,que. a .fisica
.
.
a o
.. .
ção ?r-iginalj .ma s .nem poli' .Ls scc.Lhe vpar ece. que .. se
deva renunciar a construir êste "cent o verossi =-
- 136-=-
.
-· , ..
f'cl
ro?sinu. ., .. is .. o
ciencia ..do .. mundo?
...
,p
e1 J..açamos
.ç,,
uma -
A
..
'
vel .das .cod.sas .. e. dos acorrte cãrnerrt os, .nâo nos es _e;,_
,p
..
que. so compete. ao conhecimento das es sene ias in,..,
. .
za .
A
teligÍ veis; .. --e por. Lss o j sa tis f'a zendo-nos ...... asaím
9
.
***
- 137 -
CAPfTULO II
RAZÃO E NECESSIDADE
A
car. este .capitule,.
(
onde procuraremos extrair. o sen
. .
..
? , ?
tituiçao do mundo e. o que e o resultadO·--da açao-n!_.
- ,I'
..
, .
A ?
um so
sucéder natural soo a preqoµiinanci.a de
.
f8itor
" - -
· ·.
.
··
.
.:
.. ,
·
·. A '
.
.. A
+ª t;óres sao supoa tos em
.
.
.
.-. .,.. .
estes
· .-
:
que ambos
:
_,. .-:
. A .
ag índo ·.simulta.neame:qte-e
.
-
°.:?
• . .
.
nos nao um
.
.....
.·. ,v..
·,
,
I
nem 14m domân í,o de .com =
.. .
,,., ' . .·
,., •- -
._
·.
?
ao fundo irremovivel das .condã çôe s necessar ías d,ã I;,, .p
?
melhor .. que seja a sua propri? teoria,
.
và?
tudo
9
.
i
tra ?as, pelo'
1: r()_v _
/
uma.explieaçao
eon trár ioj superior :,a::: tó'das ? p1J Je _
??" ôx:«, µ.cx.ÀÁ01-'.' dl (48d)-(???1 ela é con
?
provavel?
.;,
apenas a
__
,
mais.alta=
mente verossÚdJ 9. de -máxima .verossimi-
.. _Q caráter
lhança signif.íca_que se trata de uma
R
qua,
.
descri?
sendo plenamente satisfatoria na parte em que se
j
? A 11"'
meter-se maximamente ao •
?
fatos, nem particular e
t
poss (íve na explicaçao dos
' ?, '
para tÔda a.naturezaU9· 1reel lK.rJ..ôV/JY K<Xl
v11J111dirú1 Y (48 a 3) º .
t
.
.capâ-
obra da Razão no .mundove. constituir .as s Lm um
tul.o;;- não .total .sem dÚvida, mas em si plenamente? ..
tf .... ·
p,ê3'?ie$- de .
I
;·,·· ' •
-.
. ,· .,
- .-
tÀ,
i
Ç.?o das eeãsas da na tureza 9 mas em ve; q.e aãm =
tir - que ?xt,licar a Lguma eoisa.
'
'! ',
'
,p'
.simpl.esn,i,?te,
.. ... re,?
pre.sen?a?la como.submetida a corr.elaçoes ?onstall
·
·
l .
?
-
,
·. I .
toni,ao
Em presença .do ser-ou de um aconnecã ==; -
i
? K. °" , .a
- -
__
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'
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l
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? e?n?ido:.no. Pf?êt{piq. da
.",?ié·mpl_arida4e(l ...,.Deiqe
:;.?e,
que ,e ,a.,1;nej.ll,er_'.
,.. ·.
''
?atre os- poss1ve:ts·.c1a _,?esrba .. esp:e:e?e • ' ·..
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ú??i:,?·?ír?t?,1 ??e!t·?.t!;rl.?,:çãe tel9i??ógiea ,· Jha.s '·}k ... r?.- ..
'
$?;?r·:tnal ... q'.\;1e?. 0ad?·:·??isa. manifes.ta. não _··-?raigo·? q,le
. . .
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â existe?=
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0 .
'!J<i
,,
ce.ssà:rio super-nenhuma. }·?.tend;ncia!t .ou .!?ct:matus.?iP.!° -
de um fim ulteriorº
.A
por isto que a fÍsica pla
?
t
tonicaj apesar do seu carater finalista que a
faz incidir no-s-d$feitos que.apontamos, não se
.e::, = .Ir
.
.
'
·.
ig.lmente. exp:,;.ess.o.s na. mecánica J?.n,alf tioa, .por: ..
·
.1: .,_ -? .
·.;
-,? -.? _,;?}<!iqüa'çte:?f:. f(:)?ttl?lá:d_?ii-(?:egü;tld6_:j·c,-s ;·êi;,.âniaêlos':j,?[i?ê;f :'??:·;_:-:'.t·:-?-: ·.
··pios variaeionais; ·.
do. tif:},O. des pr:ine:Ípios· e, ·aê·. fuâ-cp _
. '
.qônjtmto de .-cendi<fÔes.:
'
.que_·· se. ·pôdemi abst?ata,irnente·
• . - .· '
. ¢;,
conee 'bê"T í, .para·_que 'de Las decorra, por ·uma.?ra??-º-·-.,.
.
. . • .
:-
··
.
-=·. ·: ..
'
'
j
li
?
tematizaçao da ecr aa a saca s
o
t ff ..
- - .
A
.
xí e.tencãa,
A .
intrinseca
?
ao .cqrpo 1 de uma .. tepdencia .
.
- -
.
Fazendo.dep?nder o conhecimento de um
acontecimento -f'Ísic;_ do conhecimento de su?--razão
de ... ?xts tir.j .-_,wri defensor da. causa Lãdade fiJ;ial_j' c_g,_
·
·
..
_
'
·; ' :
.·
: ,:;,,
. .
.
.
.
_
,I'
mo A:ristoteles por exemplo, nao .observa que, . .
so
depoã.s .de plenamente .conhe e ida em tódas as. su.a s
propriedades .ativas e passivas ., é_ que se .. poder La .
•" -.._. -• ....l-'1?',..'),..._ : ;.,.'-•::Z ,_-..._..,_ - - -.,,, _._, ._ - ,,,_...".,)V•.,..,.,_.,.., - ? •"' -?- ?? _.,_ ........ _ • ,.. ·??A- ..
r·J1ação a qua Lquer cdí.sa
, indagar de S1fa razâ:> de
Séro
Ade?ais, a consideração final!stica i.D.
?:t.qdJU- indeaeJà.velmerlte, no-campo da rf?ica, o
ptoblema-do.valorlt .Sob o .aspecto de ftm .ocul.ta-.
sé .uma valornoção de Uma suposta explicação ft ..
,
e>
.
, , . . .
,
nâl so e-aceita
como.satisfatoria, se o.fim al?-
gado é qua11t?1cado pôr um.va Icr positivo. q?alqmr,
?. ja de- utiifâade ,.. d? be Leza. .ou ·out;o - euj; ··;;ali
- .
•
',j- ? _l, jÍ t-,.. .
.'. ?. I • ., ,:·' •,.
• •
•
?-
et:,
A :·
..
? I
tir e o principio de rasao suficiente de cada ooi
.
.
...,
sal)
A fisica, porém, como a e oncebemosçnâo
A
pode cogitar da existencia .eomo problemaº A exis
A P ,I' p
ten eia e dada. com o existente; e o unt.co dos
··!
- -
-
seus as pee t os que nao -Ca b e mves t a gar' ... aaacamen-
º º
-
r' ..
.pr-obâema t í.cos ,
...
tef todos os- demais .sao ,I' .
fa tQ
..
v.?lj.a.i do fiiOVÍ""
. . .
·.
A A ç,v
.. ..
;da na ??eza_.'?t?ir?mente·
inspira.eia p?l?
.
eiencia.
. ,??t·enalffü?de.:? ,,?. ????ta tação,-?inp:Írica. do 4?v?+1ir :
?, redutí ve à
·?;qe:L?_,. ?ip.da 'dé-;{;?-:-
--?outr,o_?:t;at·?r;·· -?ão L. .. ::aa.-. ...
_..,·\·-··;,·· .·. QJ.''1'??1t·. ?··
.. ..
.
p:reeiso ?0$0(>b?{,.:1o -é ea.raeteri?á=?l€> s descrevendo,
na m?dida do ·pe$?Íve.l9, a .sua
·-.?
-
.. ,
iniluq!v?l eon?:1:'ibu,1
Ç?Qó·
·
-:·
.. ? : - como
,.' ,:
--· ? ·-.'' < '< -- ·,-·,-·,_'.\'.",
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tEi?çlo:
,
(· '. :: ',,_'?;("
p?lq
.'·. ' - - -e,\:.:?,'.-., :· , ,. ·,
;
•
.
tr?nho?-:-é
'
.ant???nico?;."a
,,.•
??.R?zão e a.Necessidad?o0a2
- .
- . .
·... . ..
•
;' '
.
..
. ..
I+. .
..
a mves=
.
-?
ro.ique., feita-previamente --esta -éxig·encia -de. com-
-
,
?
.
.
- .
.
, ?
que os -ttnifieà .s ob esta únãca determinaçao.
?
derao ..
to de Necessidade
I ,
e:
- - ..
d
or-em !
·
in- t e li g1·
fvel '
.
sa-o levadas a efeito sÔbre um.a
..
º"
bora , ao se. des.cnever-em as ar t es d e?1?rg1cas.,.nao
o ""'
'
A p I '
,
e. dado conhecer nos. céus
.. ;
A .
do homem
-
' , '
' •-
I CilllCII
s causa -=- -
,?
__
-
?
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J •
'·_
•
' )
.!
. .
- --
prç,g?e???vo do pape I da .eàusa
-
,: ' -
i
a '.um?-ebscúreéim.e?to
I; p·
...
-
•. - - .-,,-., --
. -
- ·_·
-
..,.
-
I -
, f, :
;
. ?.
. ? ,,;
p ' í
necesaàrta
:
r
sa , ..... ... _ __
e PO.§, _
do-·di??mico---do .. reaeptaculo;-. - A
vez criados- e?-
,p
?ª-
t·es .cor-pos.ieâemen.tar-es , .em -nÚme.ro-de. qua tro1pÕe-=
se --O- problema d?
A
diseriminfição
·
?
-
s? qualitativa+ ,
? A
.
?
?
-S.ubimos assimj
vindo-de baixo, aquele
mesmo plano médio onde terminamos -ª :r;iarr.a tiva das. .
"
.
ou mis?a
é essencialmente a região intermediária .,
__ ....
_ ?Jus tamErnte,-- .o homem .s·i tua-se. na .zona de
__ _. _ ..
-
A
se-melhança da Alma do todo" .e Le tem .a .me sma. capaej,
.
periorº
l
. ---
,
dade .de entrar--em- contato com as Ideias
:
?
.
.do .mundo su
situa-sej poisj na intersecçaodas
O homem
.
..
.. -
.
des?e·,_:modoj
sibilidade .ds .. vo:;ttar=se. para. um e para. outro- dos
dois .mundos irredut:Í veis j.. cujas inf.luê:q.cias se e- -
/
quilibram na síntese que é a sua própria na tnrreza - e-
- 153 -
mitir ..
,
que agora ou no rubur-o , o .mundo .atinja um
A
..
.
..
A
cqnflito ... de causas an'tagonã eas , ces sado pelo ..
com.
pl?to triunfo de ti.ma e aniquilamerito
=
total d?.
de
eunra, quem qao -A pareça ?atisfatorio-éste
es,o,;, ..
A
- ... J'
·
.
"'
quema -.qual,--nao e dado. supera.c;,lo por esta .forma,
.
.. ..
por o-
sim sando9 o que 1á -é chamado Necessid??e?
racional como
posição à Razão, torna-se coisa tão
tudo o mais, e reduz-se à mesma
condiçao presente
das coisas que nus são dadas a conhecerº
A º
§ 22: - ""
A Razao como fa?or cosmogonicoo
-
O eonceito de p?rsuasao?
..ç:....
O é. o
pr.obléma.que se pÕe naturalmente
,
s, O universo é. o
prod?to de uma ação eonjunta d?sses dois fatôre.s
e a frase seguinte? de importância deeisiva-nacgp
fS'1
= " ',;'
Razao , .í.s to e., .a .a çao pela qual. a .NecessLdade. --- .e.
.
""'· o
O poder.fundamental da Razão,..a.açâoque
suprema.men te -lhe e ompe te é j po.í s , - - é ttnicamente s UF'?
ma influência de.órdem lÓgic0-psicoliÓgicaj que se
define pela possibilidade de .ofereci?ento -de um
_f ,p A ,?'
-·
.-- __ t o.ununde das Idéi?s subs í.sA ten tes --- que
cons a.Raaao, - ti em toda .a. sua am-
"GUi
=
•
I
Poder ãamos.,
.o ...
.
•
plituqe? formular. .eonce í, to de. Razao ·llA cosmego
,
@. .....
?-
nãa pla tonica, eompneendendo que o mundo .das Ideias .
te.? t·em .de. ser suposta estar .do lado .da rac1.ona11
. .. -
=
rios- para expliê13,f a eosmogenãa o-_ Sao. tres a?s:_es
..
'
-
A
.
. ,,.
A
aspectos -distintos?-- a Ideia-eqmo .. modelo, , ,
.
-a.-I:de_.;ta
como causa. efie.iente e ,a--Id?ia como .. obje to .. s?hsÍ.?
-
A ; .
.. -
,
-
\ .
?
! " .. .
ex.istirj desde-que. .. ..
.
se reconheça que ha vem .tudo tl.:ir!
.
e?.
. .
' - ? ,
. dilte
I
'. , ' :
. -
A
coincida-perfeitamente com nenhum dos tres a.spec=
.
= "'
. ? . .
A
.
,
V
. n ,A
A .
A
a persistencia dessa dualidade
aspecto$j e-por de .
ti
plica vos -verdadeiros de- toda A
.or dem natural e- - - -
fi"nal
irredutível entre-a. Razão .e. a Ne ces s í.dade., Deve=
A .
R ? A
eontram só no processo de geraçao deste universoº
A.forma de mito didático.da narrativa obriga .. a
que se descrevam como ttoperàçÕes'?, e .pcr eonsegt®.
te que sejam imaginadas como provenientes de Wtr -·
? -
seus .f?sº .. Esta passagem dá-nos uma compreensao
·
.• , .• ::?
, ...
... >: ,.:::_,-
.... ·------ ,
- 161 -
tr-o modo, de operar senão Necessida.d e persuadir a
vr:?v
)
ÇQ ,j) ,f) =
nao ha.finalidade? o qeslocamento e livre e ·nao
tem nenhum .sent Ldo i:n.teligivel' .ãmagãnar qual =- .
-
- .
.
17a
?ealidade informe9 eujo. um.co aspecto imagina vel o o .f'
..
objetos imove-is.o-
,r;
- .t!i uma .estrutura.
ras, de. uma. realidade. exclusivamente intelig:Í v eli
.
A ?
constituindo .um-modelo.perfeito.para .a-criaçao dde
mundo , .mas .não um- mundo .rísieo, .po Ls Lhe .falta- ····ª
-
. - . ?
evi?ente que o ?lemento. p;redomirtante e o racional9
"'
. -
,, . ' .
.
sa.oo
Julgamos que êste conceito de persuasão
envolve uma séria si?ifica.ção e que- a .escolp.a. deJ,
ta. earaeterizaçio .do tr?balho .40 .agen te.. .racional
foi ditada por uma reflexão_ profunda -s·Ôbre a.nata-
reza da - realidade fisicao observeaos dois p<;>l)to.s. .
...
de persuasao ps ieologiea -e - perfeita; ... ha- a_ propoP"!
t? ,f) ,p
...
A
Em segundo lugar? sobre o sentido da peJ:
.
A
t:ra -força;. a. força .es ta, toda de outro Lado , estaI'
A
.
A
-
A
toda a .sarv'í.çc. .da Neeessidade-, que. e .a um.ca .t? ,p e
e?
dadeira fÔrça--mecânica existente no uruver-so , -A .. .
A -?
e. -nele produzir- efeitos9- se o seu modo- -de -agir :tbs
'
I'
de. operar .cuja deseriçao-simb?lica-sera procura da o ,f)
numa
./
- 164 -
eomo a-
que pode convenient,mente ser compreenqiâo
v' ? ""
nalogo a persuasaoo A
A Razão não podej poisj exer.cer violen=
eia-sÔbre a realidade bruta? porque são coisas ? p.e=
terogenea.s.º ..No .errtarrso, .e
A
de sua ingeren = , efeito
eia é essencialmente fÍsicoo portanto o exercÍ= t
cio.de uma ação s?bre o fÍs-ico por parte de alguma.
?
•
,? -
taculoo
.
Nao :(oram jamais criadas nem.suprimidasoA_
A
""'
Razao nao intervem como. uma
cs,
-
I?
força .. constrict-ivajmas
como uma causa de diversificação .e de ordenaçãoº- -
:11
havia. antes o ind$terminado9 .a formação dos -corpos
elementares e sua subsequente aglomeração na eons-
?
e.em tud o.equivalente a .uma noçao essencial da
A ? ,
!
mundo., como
.
narrativa. visualizada9
"' .
com O- fim. de nos indicar ..
'
(/
?implesmente .que davemotSl imaginar a passagem. Lt;)g!
#
.
-'
da ?mobilidade inereial. .
e rettl?ea tP
sua subs tã 1hrl =
. .
, ' .
.
"""
do up.i ver só
.,..
? ,;se>
.
C??tralllOS 2:1ª _'experiê.nqia., A eompr eensjio. .ãa Razão
·c-0nÍó'· eausa Ôferece menos ãif.iculdade
1 porque
- bem ·_
-
.quaã . --e?
?
sagem ... 48 a.,- enccnbramos , apos a. frase na .. -
e.-agrava.da- PO? .
?
ftu
-r,, olrv
..M.€, J<.1:Éo'i
I rirovGv
Consideremos o periodo por extensog
rõ ,?,
koc.,
koc.?« ,oc.Vt-«.
11 .ÀC(.Y
óYl'W£
U1).J..,lY1Jf t l óo,
lest.,
ocirla.,, fl 'flEeE tv TrÉ°tfUXéY ...
{48 a)ó. A traduçao da primeira part? nao oferece
,,,,,
problema algum? A oraçao anterior tem por sujeito·
1!ÓÓs ro TT«.J) 'J
suas Úl t?as. palavras Q Assim
A I
este.tambem o-sujeito do perfeito 1£'{0-
,F tP
sendo , e
V? Y. ·j e a significação indubi_tàvelmente .s,rág. ?se
alguém po í.s., segundo. estes -princípios? ind?gar. eo= ,.
A
mo rrea lmerrte el? (o unãvez-so) foi gerado%·
,J'
devera
,J? ;'
incluir tambem.a-especie .da Causa Errante?ººn Mas
C()mO traduzir a parte final n - 'fÉfE!.-Y 77?<fVXSV?
Se procedermos a-uma .revista das diver?
sas e competentes versões.do Timeu9-t?remo? a ime=
d.;ta ta impressão de que -não e xis te .acêrdo na in teres=>
pretação literal do texto; verificamos entretant?
'
pe La analise compara tiva daquelas de que dispus e=
,,,
.eonclusao ?
.
. . .
F-CYMo:C.ornfo:rdg
_ n1n what manner its nat?
re 1$. to Ca"Q;S.e- -motidn"
.Archer?Hin?g ?how is its natll!'e to it
set in motioli'l!
'
, ,.
-E-?- Chambryg net sa proprieté de prod-q!
re du mouvemen t11
C9 Giarratanog uper quanto la natura
di essa lo comporta"
Schneiderg npro natura@ ipsius impetun
ºº ?raecarol?g "secondo chape? sua nA
tura coopera!g .
la mena"
Augusto Magneg "enquanto tem ca.pacida=
A
de ingeni ta de pr.oduz11-.n
.
( 39) I!>
0 grande
_ Dicciona.rie de Oltfo?d (Lid d.e 1 -
__
.Assi:m -e -·o .
,
qus , tratando-se-da Ça-g.sa Errante, o perfeite_ trs-
.
__ .
.. ..
. -
set?
.
A •
esses .autores fazem em.geral traduçoes .que
formam em pro bl.ema$?- -p?r ser inadequada .a vers;oG
.
,
.
'
? ? ., ' ç;:,
.. .
- .) . ( ?
qua nae haja.e?mplemento.para.o verbo .'ffêeEt.,y e
dar a .e-?ressao era.apreço cqmo--1l!ll-apendice -·inutil
"" • t;::, ,It. ,1)
=
a. .ref?re?aia.?a. Causa ...Er.r.?nt* s e que nao transporta
.
' ? '
.tP
sae I;,?
.da a
.
'%
.
'li f.ê £,; · --0 .sentrí.do .de n causar mOVimento_tR 9 mas 0
de .!8ijOmportar11,8 ? _!?admitiru@.i - _.
.
?
b) nae nema a palavra 1) ·-COmO um relatiV09 refer!
e;, .
) I
do a .. occ..?ux. , do que resulta que-
.
? (
e) nae ?e, refere. tambem o perfeito 1t f <f li K 8 >I º
&
.
_
À. noss? ver9 o sujeito implÍcito ?-
·r:ó<fs.... r}f? 1r·?.'v. .'t e.é a .ê1e .. que-se.?reporta .toda .. a
.
e, ? Ã
expressao., Ja .ve:renu:,s -·as--conse,quencia.s-. desta?.? in=
.
-- ? " 1 .. ::V.:·?),'
•
..;? .._ _ .
# ._..,. -- p ? t-.? .. •, ? - -- '? .,. ..
175 -
.... . . .
'
,fl ti
çae , C 1aro es!a que o vocit'°bulo
<;;:,
e:
-rJ -e natural =
-
<I
? .
f'àni;aoíl .e, ..
.
p ?
que .e natural que- est.e mundo- a .ecmpor tes. E .e? na=
tural-pfl>r. que? ... Porque t do? ?ontrári?? ?e:ria SU= ..
6l> A
po?-que ele---f0sse.pr0duto.exclusivo.da.eausa ra?
cional$) o qua é eontraditadG pela .ccnstanne. exp,!
..
? ,
de me·lhor à _feiçao geral da teoria pla.tonieae
(::, &li,
Ja
, . ) ""
que desligamei -<fEeEtv de-turia relaÇàO--COm-$ Ca:tt=
-sa-Errant?9 -menos-ainda se. justifica que--O- t,aduz.1;
mos-par tB?au1-ar. movim?nto'?-<» Cornford, que O--traduz -
? ,
llllica maneira de traduzi-lo nestes ultimos caso,9
na passagem que aqui discutimos não estamo? obrig!
A .
- 1
..
• ! ,.::,.,..:_.- ),'
-
..-. ,.._" , -- ., ·? • -.. , , _ .. - ., ..,. ._ .,,,.1 • ._ ;.,,o ... ....._ ., _. - • ? •...,. '- ? .,,._ • • • , A • ..
- 177 -
? ?
çao .por ..nos -a.pr?e.sentada ja? foi anteriormente. admi
?
tida e9 assim como a nos,
' p
a outros tradutores -.dio
,p
Timeu ta.mbem deve ter.aparecido.como correta a. a-=
tribuição da expressão examinaqa ao sujeito ?u,ni=
ver-se" ? da frase anterior o- A tradução do Timey?
"
.
#
·Taylor, dá-nos
.
..
? , ,
fator indispensav?l
. '. . '
de.que.a causa-neeessaria e na
explic.açâo do .. univer so ,
Foi ??-eiso que ?os. alongassemo$ .nesta
-
. .
,
disc-ussão1 porqtte-a passagem d?ve.ter a sua .signi=
' • I
•
obr:igatoria-.a ?
determinaçao -de- um .sent ãdo que-j'al?
.
A =
causa cl.o _movimentoj simples?ente porque este
.
nao
tem ea.usao
M .
-de .
- - -? ?
j Ja _que, - .
A
perfed tamente .apresentada por alguns f'enomenosjê <f'
?,s
'>
rrew-ca.,
.>
S?'ffOVO( lf11úêwÇ
- 180 -
A
O sentido geral da cosmog-onifl, pl.aton!=
.
,fl
ca indiea=nos que? sob o nome de causa pecessari?
o .. que,. Pãa tão quer apresentar. é .um. regim? pana a
realidade -da.quilo de .que . se .vaã formar. P--murido1.,n
?
tes .. precisamentedessa .. ror.maça.o-:-•. No rea-e.pta.cuJo.cb
P.
?
co'""'
mo algo dotado .de. certas condições?-. que com a· sua
.
so deixa de ter
,p Á
seu. regime pr.oprio esse .. estado-?
,fl
t?
=
eosmico? Dev.e1nos.adm1tir.que hat? uma condiçao.me?
cânica peculiar ao período.anterior à organização
e quei de modo geral? é lÍcito referirmo?nos ao
que se poderia ehamar o regime d?sse períodoº Tu?
do o que podemos.. es-ta belecer claramente a seu re.§,
peito.consiste.em saber que.nêle vigora um estado
""
mecanico?· em que os elementos materiais são suje!
tos a um de·slocamento por translação retilínea i=
nercial? como mostraremos a seguirº Neste estad?
todo elemento .que. supus.ermos j não estando. submet1
do a nenhuma. influência por parte de
outro """1 pois lí
- 181 -
.
Ai
a isto-que devemos-chamar Neeessidade9-a esta de
cor-reno ? d e -Sl.- mesmoj ao. -O·bd
.
·
O
é? t?
?
a9 pois1 obrigada-a. realizar unicamente.a con
ser.vagão- -do seu. movimento. retil͵eo. e uniforme._,
e a manter quaisquer-outros-atributosque--porve,n
t?a tenha e Lgnor-emcs, .Não-.poderia sofrer qua_!
quer -mudança, seja-em-sua .eonstituiçãoj em suas
qualidades ou em sua .f'onma de m?vim,entoe-
. .
So.
, -
o
choque entre partes materiais
- _ é ?ntão - eonee pf vel;
mas não podemos .conceber .nsnhuma transforn,.a-ç ão 1
-
que nele---111!
o
·
.
de depen-
.
.• ..
""'
da .de te rmí.naçàe ne ces sam a., - Veremos- mais - tarde
.
<f'
- . .
. que.
adquira sentido físico.a exposiçio mÍti?a de
caosº O eselareaimento preciso d;ste ponto nio
'tem a importância que pareceria ter, .desde- q?e
nos éstamos- referindo-a uma entidade-imaginária9
que .de sempenha., ,
entretanto, -O--pápel-simboliee .. 1J!-.
..
A
a .dependenc í.a exclusiva da .açao neces sar ta , .e pi::e
.
;;,,
.
.
,p Ji
A
ciso que nos figuremos um -estado.distinto de .to=
da interação, em que n,ão haja-ainda-nenhum vi?
lo-entre as p?rtesj nem massas resultantes por!
grega,çãoº .. Não importam as .suas dimensões ou - a
ausen e ia.
re A
sua na tur-e sa r .' importa a declaraçao da
A .
de influep.eiaS-o.
t'
O universo que a Necessidade domina -e
- 184 -
•
.!•
•
.
p?la ação- -intelige?te? pela- .pers?são i- que. o -.is=
..
; R,
que p0r.-s1 .meema.i so produzia .a proprta-conser.va.=
.
..
.
.
? i
-?
ç?o, e p?la .. do·aç?o:.de-uma .. nova"eond?çao
'A1- .
...
caus.af
q-qe se-- processa ,e,_ -?aseimen-te do--.eqsmosº As .. --qua?
..
tro .na'ture saa. estrutu.r,adas .elementa:r.es-.forltlB,m-.sa ·
., de I •
..
i I
?
modo a danem .qrigem .. a tais -?lem?n.,t?s:a U?a
-
.vez ... -
.
revol懢es dOS- .00US-o
;
- -- --
... ...
velmente,?Platao tera-eseolllido -esta denominaçao,
. ,p ·-
.
, . .
Lembremo=nos que o
universo que temos diante de nós é uma eonquista
largaj- mas- não total, da .Razão;. .a Necessi.da d e.
foi vencãda, -mas.não .. extinta9 -e-é .aãnda .capaz .de
A
por vezes .. ressurgir aos-nossos. .o Lhos .nas. .apa.ren
.A
.
•
.. ...
1
o-
.,. A
elaboramos uma .. .
?
uma causa .. de erro, .. de
.
defieiência-de racionalidade.na.ordem.f{sica?-
.Qu.alquer. que ... seja o modo .como.cse. -·.pode
conceber uma multiplicida.dé na realidade -?primorca
dial, -quer .. seja uma di:Cerenciação- cor puseuã ar .. i
..
?
quer simples?énte .a multiplicidade
N
inerente a e?
.
i:w
 • """
A . - -
I
tr s: J) ?:()..) I)
.
(46 d)o .
? ... ?· .
I
çoes
A ? - '
• •A•
• - • • .} ..,;:....:.'1-- ),<t ,.;? ,._ .. '.._ ,...._ , ._., , ·- .., • ., ,.. -.•, ,,;,v,1.., ?.,. >-r-V.., • .... - •-.. .....,...._,.,,._ ,• -. • ..... ..
da .masma e.s.,pe.cie, 1J1u.X.ov i-oc.
I'
Kou (e êf?«llloJJTrx..
I ' I
i
·
..
T , , , n
J) úJ/ 'Lê K<Xl Ó;oc .XE r«
OJ/7:°'- Kc( l O<r<X.
Tr/JI} >
7 o, <x;iÍ ,rx. °'- Tr Bf TOC '(; O fo s J) o: (idº ) ? Mais
importante ainda indieação. que eneontira mos é a
'poucas linhas abaãxo , .a qual .nes ªJ?r.eserita a ca.:g. .
os - pr-oceas os de .
interaçio mec?niea? -A transmis-
são dos· efeitos .mecânicos é ... necessária,_ istO-----é-j
..
R
-ceasàr-í.a ,
.. .
A
exis ten.e.ia de- uma ordem na natureza
.A
tinha- conduzido a-supor um,regime :imaginário pa=
, ,
ra:-o-e?tadc;, pre=cosrnieo1 regido-pela causalidade
.
.
A A
de.. to?o fenomeno .. puramente .meeanãeo
·
Q A .transf?-=
À
rep.eia. ,
'
,
eialmente. necessar í.a Tal fato, eir,rbora passando
.
.
o- -
·,
A.
se-no universo-organizada,. e? .a. ocor-reneaa º
es-pec?J' ..
.
-
p À ?
de1 tambem ago.ra.o acontecimento mecanico ?ao d?
.
JI 'l '\
,
r_, ) .I
causalidade neee ssar ãa , oe»:« oe trtr oc.1v,w Y
;, Cl e.
?
çoes o -·
.
possa ..s3,preciar
'·
a oeorrencia
.
de fatos que nao nos
parecem,caber em nenhuma disposição.intelig{velj
ou podem.ser isolados.de um conjunto visivelmente
.
'
concebidos -à. par te , .. Depara=se=n o s
or í.errtade , e.
# A
assim a.vigencia da.seg1lllda especie de causasj as
R ?
so condicionam o regime das transforma ç o e s
Q.'qe
A
meoaní.cas -e so "ª custo", f3 L
,
1
sáo. .Levadas a-.!.
eaí.tar a supremacia do Espírito dirigemteC)
. A se=
,p
i
paração-entr.e-elas.é .completa, e.não poder:J,.am-ser .
e tá.o completa _
I
quej se dermos .o nome de-causa às que procedem
.
A
com inteligencia9 produzi.ndo efeitos
' belos e bons,
oO-d-l #
Q
e1:' .. voã )
1<,x.?
-.,
w
,
?(X' Jx1r1.. e-
oc. wv º?J-.J'
. ··- Y__ __
? ,
teaer .. legal1 .nem interpretaçâ.e logiea.9 .uma. -Vé-z que
.
.. , .ende o .aeonbeeen
, .de. or'dem. exclusivamente. i.!"l'
e.
neraial e . consiste em. part!eulas - ·que- .se deslocam-?
tilln?ament-e,? .bende por. :dn.icos .aeon?ecimentos
,.,,
os
·
choques que se processam ao acaso j T.lf? o -r º
? §;?Finalidade e acaso
·- ? .!•'.'?.. ),' ?
,,
... ...... •--,..-. ? '-"' , •- .., • .,.,.. ,._ ,,"1V.' .....
:..r" to .............. - •, • ..,...._?,._- • ? ? , •A??
-? 193 -
.-,.·
?
o si.atelna e, i"undad?- sêbre uma visâQ final!stiea
d a na tureza? _Ie que --se
A
apresentam deste -niod:o _
distin
tas.-as duas elass:e·s..
.de--?au.sas9 com0,--di?$eznos'()-· P.!
derlamos- dizer .. qu,e a,, -ide11tifieação entre fiµaliq
__
? ?
ve que. a. r-ealidag.e -tnaterialw---de .que- a ?sensaça?
.
. ·' .
...
__
??#
.
? .
con
diciona.do à mobilidadê .. maiver.sªl? ?i o que nos diz
' .--
-
.
A ?
uma passagem gesse dialogo {156 as ) s ?10 Tr«f
Kt,;'? rr e ç ?µ _J(OC.(_ ' Q( AA_o rr05-e? ?-_ou-e o
- .
1 ..Í.f.'J ? -p .A
__olfoE,_y__ especieg deste-
,...q. :O:ra1 à.uas-?sa.o-as .
. .umn]!
' J? I
_ _
?, \. ?
£).OY tio -?- _1TocO")"evct-DG
.) º
.. encont:t'o e da fr1eçae
f'
.
? -
J
entre êstes dois tipos· de na0vimento0i ê K O'S . 1
do-9,
,
ment& e ª-· coisa per-e&bida1 outr<,;9- a sensaçaas- @. •. ' ' .
-
N,a
- 194 ....
,
.
•,
?
das as. coisas se movem sempre com t·$das as ?spéci=
es de movãmerrto , 'Co ÓS p-? Kl J) S £(J' 6 OC<..
µ 'b Ê V e
n-?u-<1..JJ
Iv?
Kt
t
V_?) ({l Y ex£ t
!
µ, tYJ St.. v J rrá.v-c-? cf?
K c._v E_l TíX. º l _
-R ?
Sem duvida9 a afirmaçae conserva=se nos-
limites do mundo r!sieo; a .intenção--de Plat;o21 ao
eens í.der-an o. problema .da sensação?--no Teeteto? é
justamente mostrar que o conhecimento não pode-?e=
duzi:r=se à sensib11idade9 .porque não poderia .poss.:g
,
mas imoveise Assimi o da universal. reconhecimento
?J p- A
mobilid?de e a afirmaça0 da persistencia'la Causa
Errante na Gonstituiçâo.da naturezaó g a ela qué
se deve emu"1 tima analise.referir.a
e
existência do
?
?
Se. a mobilidade-e .o- reg·ime--da Ne?essià!,
-
.
}LY) , ?
jetos intermedi?rios e mistos uma outra espécie de
conhecdmen'tc que será a. epiniâo, ÓÓ t
·
º CX.
__
isto .. se .cons tã tuiu um-deve1;1ir- mí.s to , que se torna .
Poq,, . .,
.
.
.
-
?
I '
1
sen?o da matéria primordial e de suas condições;
.
l · ·
·
• -- • , .1 .. ::V:,::.->,
: ..._ _
'
• -.. -- , •• ..,. ,. .,o ?",..?.,., ? -? ? - -· - ? .,..? ...
.fl.ex.o .. .dc .g_ey __ j deal sÔbre a superf:Ície
--d?SS'? puro -
ti
_
"
A o
eonh Ei\Hnmen o .e o re sul +ade. da ex-is = \
. O
"1
-.
e .
t ..
.
A
tene1a? em nos, do eonceito,
.
0 ,p
e este e a eont?:m -
.
:
...
#, =
demos pela .. imaginaçao supo<;»los? ;nao .há .. eonhecã
,A ,,.
"'"
A
a
esse fa tor et .as sãm., esaencãaj.; -
.
caracterizaçao cotnpree!!
der. que
,
se esta.em faee-do.ptiro-nao""'ser,- a:J..em·ao ? ;,.,
?
limite da iluminaçao ?
-raeional"'-:e que, des-te modo,
. .
A 4\ "
a nossa ignorancia .. desse fator - e ine.;r.ente .a run-
.
;?
'
çâ:o que lhe·-ª tribu!mos ? -Podemos .. r·epresentiÍ:-1 e, ·j·
- -
de=
zar uma condição de máxima generalidadej para
poisj a partir dela9 imaginarmos um processo.de e§,
truturação.progressiva, em que a cresc?nte confor=
mação.dos objetosj pela-suá dependência.de determ,!
nações.regula.res9 vai possibilitando o apa;recime11i=
to .de urna representç:1.ção eoneeitual tende.nte a .con-
fti.ndir.,.,se na. percepção a tuaã ,
com a que nos--é dada
O que Platão .enuncãa- dessa .. ma triz .. do de-
-
co ê {)(JI
f 'eltA ..
>,1
-E e I ?l •
A transiçao para o tiniverso.o.rganizado
- .
? A
ej assim1 compreendida.º Com a predomina.ncia -dá
Razâo; a .. natureza ent ra em novo regime1 definido
por- uma. nova condição causa l., A .concepçáo do . -·
? A,
dem nao tem.prior1dade-real-ou logiea sobre.a .de
= A
mitamos a :nóssa explicagao, ao fazermos .a ciencia
da natureza; mas j quando pensamos .. a filosofia da .
A A
natureza,.este mesmo fenomeno.aparece como um.ele
mento do plano-universal, para. cuja.realização CO,,ll
,
,
? ?
pore? como concausas, eau$as acess0riasj n?cessa-
rias.
Poder!amos le?brar uma interessante si-
·- •• ,.::\?\-),\
-
.......... ?.-........ • -·· ·- ... _ 4,,... .. ,,,,p .... :...- ........ ....&.. •• .-. •, ................ _ .... - ... ,,.,___ ....
- 201 -
... ,
..
perceb?r -ª de ?e=
o
distinçao entre.a idéia
eeas í.dade e. a
de finalidade_* Suponhamos que- j-o--
gamos uma moeda-ao ar. e-a apanhemos ràpiçlamente,
na .conhecâda prova de- '?cara-ou-coroa'?. Imagine=
mos que., - tendo - lançado a moe_da j o. .ne.sul, tado -foi-,
por- .exempão, ? cara '8 ? A .noasa mane-ira natural de
- .
t t t
_
I'
en en d er--O ra 0--e a ribu1?lo.
ç..p
a pura- e--SimpJes e?
\\,
.
.P ;
moeda. e. jogada- .ao. .ar 'I os movimentos que tera. .,.,,
sao -
- • ?1_.::....._.... ),
-
?,,.._,. ·-- -
...
'
# -..,, ·- _. 4.,,._,. ,-,v?..., ;.,,r"'-:,.!--..L "' ... - • •• ..,...._? ... - .• ? • -..,A? ..
, ?
eologicp,s humanas entre Razao.e
•
?
Irracionalidade (j
projetada sÔbre-O--Vivo-u.niversal, e a teoria r!si.
ca eonstru:Ída sÔbre.essa base .tende.naturalménte
a .dar -ncs .uma imagem dos processos .nabtrra Ls em que
as. ?ategor-ia.s.explieativas-suprema?-se confundem
.
com .
.
,. ?
A--?expl.icaçao. .do. -processo. -cos?o1ogico
.
r
, imr,orta=nos pas=
y
sar imediatamente ao estudo dos.domínio? respectj,
vos -d?s?es .dois. tatÔres ccsmogêrrteos , -e?p1£H!i:f'ica..n
da o que provém de. un e de outro9" .. ou. sejaj devil e;,_
•.. •
_,.:·.....:.?•):
-
.....,. ....... .._.... • -·· -- ..... ._..,. ·?., .... ;...- ... ,..-..1.. ...... - •• __ ....... _. . • ..,. ,A ....
- ·205
A
seres superiores,. que se ser.vem da natureza .eomo ..
A H
ticos e teogonicos das.concepçoes anteriores.Com
razão .se vê no abandono da antiga fabulaqão o
i
surg r d e uma nova era,
.
o aru c ro d a c1enc1a
• ? • .» o
do
mundoT'[s í.c o, Por mais rudimentares quevapa.r e -
çam.acs vnoss os olhos, há entre estas primeiras
concepções e ·as legendas de· Homero e de Hesiod o
um abismo <46); surpreendente trans-
deu?se uma
formação: a que assinala a descoberta da eapac.i
dade do pensamento humano. em submeter a natureza
, A .., e
as exigencias da sua compreensao , Termina .as-
sim.a primitiva atitude de espanto.e de terror e
"
inicia-se agora a procura da explicação dos fen.2.
- 206 -
? ti'
..
, -
dd.dade, importando no .repudio .de ..uma .concepçacssg
e í.onada. pe l,o passado da .cuí.tura helênica? Alguns
.. -
o mundo .e· .crêem. que a razão que· .pos suem ipode con?
.. ..
,
..
f-
.
J
..
-,, ..
,
' e ,.9 tamb'em, .na tura l ?.. .Ha.' que bus cà-d,c
?ais- .e 1 -?-1 ..
, :pe=
-
prir:icipio .de tÔdas .as ou tr-as,. Ainda .. aquí , .a, in- .. --0
( I
por. Tales? e do. ar,, por Anaxâmenes ,,, como .cx.erlXl
-
.>
" ?
decido a estas razoes, .e .s ocs ecundar-ãamen.te , .. e a -- ...
, '
.,.,,,
.: ... ...
gular A
ou o fenomeno constante resul iam d o pr1.nc1=
,
t o -
- 208 -
-. /
o. mecanismo .. do fenomeno nae sera
A
o.
------- .:iamais
..
tJ
confundi ....
" >
(.
forças.f:1.sieas.d? que e dotado o substrato mate-
A ,
·
jamos indicar-.brev?mente .a Lguns .dêstes .. caraçter:i;.§.:·
tices, cuja? presença. se. assinala .na construção dos
ff?
.
, ,
a s i.ccs pre .... socra ticos .e na. propria teoria do Ii.,..
·
?·
..
, ,
mágã.co , em que . o primeiro tem. o seu f'undamen t o , e
i
i
f asa.ca
( .,
.pre-soara
0
't a.ea 0
A I
Nos
nifesta sob a.forma mais simples de uma duplici=
dade f'isica en.tré o objeto ou o fenômeno singul.ê_
r-Lzado .e o prlncipio universal de. que aquêles são
A
uma aparencia_momen tA anealt Nas teorias puralis""'
. e
l <>
met?
fÍsica, a primitiva dualidade se. reproduz.9 .na di
versidade do efêmero das coisas perceptíveis e ca
imutabilidade das Formas inteligiveisQ
Ademais, certos outros aspectos das co?
mogonias poéticas. subsistem .nas concepções da em.
filosÓficae. Assimj a separação dos. contrários por
efeito do movimento e te rno, rota tório,. e omo pro.-
cesso essencial em diversas .cosmogonias pre-ooer.!,
,, ,
·
..i
t..icas, e spec a 1men t e em A·naximan d·ro (47)
·
e cer-
·
e
,
'
tamente uma reminiscência da concepção de. Hesío""" ..
Tales, sus-
êstes primeiros .jÔnicos, especialmente ,,.
todas as
tentavam que a alma estava misturada em
Bê.WY
coisas e que, assim sendo 7TtXV'l'b< 'lrÃ1Jf"J
capaz de cau -·
éZ Y6t l
• A noção da alma como algo
VJro') rxpE.lf.r,
sar movimento, K.LJ/IY)rtlKÓY -rc '1:'?Y <PvJIIJY
••
A u =
prio tradicional da eiencia gregaº Platao. nao
' A
foge a regra, e o Timeu segue, sob este ponto de
vista, a linha geral de um passado estabelecidoº
A
.
A .
.
- ,
tao vera nele.muito mais; .vera o meio de .inter=
,I ti\
·t
a ? .no .conce1 o-ou na .1·a'·
t .eia .O meio·
.. de que - ....
, .
..
,· ..,
te e .a paãxao .. cons tan+e do. pensamente. greg0, com.
meios de que não dispuseram os seus antecessoresc
•
. I
- 214 -
,
Tera compreendido que os antigos .. Ls
ão ogcs çencon- f º'l
trando-se. diante da infinita diversidade e da in
-
eiona.l .•. ? JJma .vez-; ... porem, ..__que Socrates .lhe ensina-ª
.
..
investi-
gava, quanto era:dificil e obscuroº Compreendamos
o ineditismo do problema, a necessidade de .aprofun
" u *"
dà-d,o em todos os sentidos 7 as ne Laçoes .que vao
'
surgindo-com outros .temas de interêsse humano, li-
'
gados :a conduta moralj a vida de Estado, a criaçao
..
'li,. -
art!stiea, -ªº destino do indivíduo depois da mor te,
e teremos então uma noção do que poderia. ?er sido
.
a marcha do trabalho? a qual na nossa hipÓtesej t?
ria por fim, à parte o interêsse que iriam de s per -
tanqo essas questões em si mesmas, o estabelecimeg.
to de uma ciência do mundo fisieoº
r'
•
- 2-15 -
' _.,.
tas e que nos conduz a Ideia que.!. por si,a qua?
., .
216
pois a
mo teria sido talvez a primeira hipótese,
.
·coisa de in-
análise da Idéia a revelá. como alguma
suspeitàvelmente .ma Ls comp.Iexa? , a que- .é preciso
. í'
car
subs í.s tenc ãa ãndependen'ta- .Mas, essa. mesma analise
A .
,
tera servido para mostrar que e preciso, ao mesmo
tempo, considerar a realidade da ordem física eomo
muito mais complexa também, e que, por fim,sua :,., .,
co?
A .;'
respondeneia·com a realidade das Ideias nao e to-
o .
uma de suas .conce pçôes pode. _ter sido gerada .bem .a,n.
..
""
eepçoes de pura fantasia? A resposta. a esta que.2,
- nos fara, compreender o sentido -da fa, bula .na e?
tao
.
, H
aceitando a forma elassica de apresentaçao das
concepções do não a ·ter.ia usado ç se
unfver so, Mas
não estivesse certo de fazê-lo de forma .inédita?
..
pondo-a ao serviço da .. especulação racional e não
deixando que nela se manifestasse.o ca.prieho dai
N ? A
magãnaçao , A f'abu'l.açao cosmogonãca .-parece"""lhe .um
.
""' .
.;,
vem reger nae.e, ele proprio, raciona? -?s:e e -O
A o e -A
t ?
o.?· A
na .exposa.çac Lóg í.ca da caenca,a que nem este
-, oA.
tidao o F:# o . o ?
-
?
resultado.este universo .que per-ce bemos , Ja quenao
,.. ,p
.
, I
lhe e dado ·penetrar- no intimo
A
desse encontro incon
-- 219 -
?
ra o seu carater de conceitos.explicativos.da o?
dem natural9-ao mesmo .tempo.que se. torna .possÍ-=
vel fi / A o
gurar.o irracionalj que e a existenc1a me.2,
ma do devenir materialo .
I\
do .mundo , .Platao-?indica=nos .que este. e ml
"" #
ecr po
dos processos que-nos podemos figurar, para ehe=
- (
garmos a compreensao da ordem f1sica pr.esente;de
?
f
.. -
Timeu. e
. p
.o . desenvolvimento .. regular de sua f1sica º
A A
fisica constante em toda.a obra plat0n1caj
0
.
(
r?.triz-
sendo vàF·dadeiraj opoe=se a certa. apresent açao.,l'llg
..., ... o
tem1:,0s .. modernos
.
de
·
e· ten
'pr-of'undãdade de .suas e specu Lacóe s , Mas'» ..
·:'
_
,. --?--
vo.-ultimo
.,
',.
de ·eoriipreender
. .
A
cos que, desde_Tales,.vinham formando a .ciencia
gre?aª De Sócrates? de.fato1 sairá uma nova li?
nha do pensamento, que se config?rará de inicio
nas escolas chamadas pequeno=socráticas9 e poste
riormente.melhor se expandirá nos sistemas estÓi
co e .epãeur í.s ta , e?raeterizada pela preocupa ç.ã o
dominante de investigar.a vida humana e seus va-
lores j suas relações .e seu des trí.no , A.Mas j em
- - P'Ia
= ;
tao? tudo quanto s.e encontra neste genero. =
- e. e
muito e digno do.mais completo estudo,-= são ape
nas .. frutos. pendentes- de- .ga Lhos laterais; o tron -
,,?
,
-
f'enomenos .na í
tura s e a supo-Leccomo um anJ:.=
mico,? incorporado- ao mundo material, de sempenhan-.
_,
"" ..
A :11•;
n
ma , que? frequentemente .scb o veu do mito,se .
en""'
contram nos. diálogos .pré=timaieos1 recebem- _ .um-a
completa e inteligível explicação depois.que .se
ati?J?e o substancial da doutir-Lna da .ps í.que, dada
no --Timeue eonheeida-a fun?-?o-que desempenha a-ª.!
ma .eósmãca , a suaier-La çào pé,lo-Demiurgo.e, espe--=
ef.aLmen te., - a sua composiçãojtorna ... se -eompreens:f,...
vel a existência- das almas particulares.,- e podem
ser tratados os .pr ob.l.emas que a estas se. referem?.
_
=- .;? I'
nao diferira da dos fisiologosj para os quais tam
?
bem o mundo aparecia como um dado a .ser- tomado com
os caracteres imedia tos, Últimos :t de ma teria.lida=
de e de mutabilidadeo
' , k>
Aristoteles representa.a posiçao opost&
sua f:ÍSica é fundada- sÔbre -ª supos í çào. da possibi
lidade-de -eompreensão causal-do-movimento; have?
ria uma --disposição. intrínseea_ do móve L, constitui
da por uma apetição imanente. em relação às pos í, =
ções futuras j .até O- têrmo.
I' -.
do nepouso , que é final
apropria causa do movimento pelo qual essas posi
- 227 -
çÕes são per-eor-r í.das , A meeânã ca moderna . ado t a
A
integralmente o postulado platonico e repudia a
presunção aristotélicaº
Veremos mais .tarde que
é possível admitir que a não=descoberta do prin?
cÍpio de inéreiaj entre.os gregosi e sua formula
= t I;,!; "l,,
A
de9 que .se
o
mostra ass1m.aeess1vel?
(
.por.este lado,
ao império da razãoº Desêobrimos então que.a.mQ
bilidade cósmica não- é algo .que -O- .ncss o espfrito
deva para.sempre.renunciar a compreender1 -pois
quej se sob o aspecto.causal não.a podemos .cap·?
tar9 outros aspec tos a.presenta .que se--deixam sub
' '
.
J' ""'
A marcha do pensamento a te a formaçao- do
_
A ?
natureza; no curso desse processo podarao ser apre-
sent ados , como resultado das opera9ões das figu= /
.ras s tmbo Lã zadas.; os. diversos aspectos.. racionais
ca natureza, de rorma que a represent.em f:tnalmente tal ..
. .. ..
- ,
ça,o causal simbolica, que chamaremos alma., Pass?
. :
.
I
.i e K orc:??I. À º1 ov , um tipo de explicação fÍsi
.,
.. .. ...
. . ? .
A ,I' ,/'
A
ter . e-
com
princípio vital e centro da personalidade.faz
A
- A
sobre a totali=
que? pela projeçao deste conceito ? ' .
dade do cosmos,
'
?
apresentamos., Parece-n?s, .por em, ser sustentave?
esta interpretação, eom a ressalva de que repre
=
A = .
lo sÔbre a suposição.da-originalidade.essencial ca
,' A
mobilidade? E por que se constrpi.esse simbolo ?
f
-
=
.
- ? • A
sao-racional, nao nos deixando-senao.esse recurso
.
?
para estabelecermos. contato entre ope!];
.
alegorico
sarnento e o objeto.-indominável? - -
I 1,,<JO,Y't'8?
,t
O'lJ''Ce
.
.a ri M
()7/TE
e
,Ko<-
preensão$ Tf  fÃ"t''<Of"EY,
v o efrroc.?l'CE, º Esta frase final é de capã tal
')l,;Jç
conformer?
importância e poderia servir, ela só,
conhece Le Robin
(58?, a. deixar?nos entrever 0 fU,B
do da metafisica platÔnica9
surpreenqendo nela o
sentido logilicador .de suas alegorias.?. -
? .
A
exist?ncia e natur.?
.
A
a multiplicidade das condâ çoe s meeam cas que os
li'<' ?
Â
mar, o dos ven tos , .ou even tuaã ; como o dos ser es
\
- I .
...
.. .. ...
f al?
maº .Parece ser.pelas alturas da composição .dp
Fedr_o chegado à plena elabora=
que. Platão teria
ção do conceito de .a Ima .do mundo, de que depots
o .Ti.meu dará. a .. teoria .comp Le ta , --?, .embora não· te
.. ..
.I!,. , ·- ,li)
lado este .f,atoj. e no-?:Fedro .que se encontra a ge=
R1 Q'
, ,.,
Se os corpos inertes tambem sao abran-
.
f o , entao
gidos pelo .poder aní.mt.c
? ?
.toda a .na tureza .e
.A
"'
ramenta relativa. Se nada esta em verdadeiro re-
.... 234 =
sa psãque , ?).Âoo-E lv
eZ<Jiõl 1L'f-J/oµ,É>'o/j &)..Ào,?
dela que 7T«>'z« c:Õy KÓ(f' ,,u.-o)J - J',ot..1<eZ0É ela quem
'
desce a terra, toma um- pouco de ma teria corpo r e a
., .I'
t
p ? p
s. emologicos e- as_ questoes .. eticaso ---
' -
p A
que? so depois de a termos -desentranhado do eon= '
,; A
teudo dos dialogos,
q>
Masj eQ
criado tantas confusoes sobre o problemaº
mo .sabemos1 no livro X das Léis
estabelece .clara=
"
.a ma, .co-
mente uma duplicidade de almasj , a ,I\ boa e
mo regendo o urrí.ver so- .Or a ,
.he toda a r-a za o ç como
,,
abaixo assinalaremosl para c:eer .que a alma boa. e
, , ,
apropria alma do mundo; a ma e apenas a. figtir?
ção animadora da mobilidade essencial da maté r.ia-e
. " ,
A diferença .eµtre os dois dialogas esta apenas em
,,
que, no-Timeu<» esta mobilidade e tomada como.dada
, A
no .reeeptaculo, .sem referencia a qualquer fator
animieój e
,
nas?
é refeTida a _uma alma má, isto
,,., ? ' •
A
mecanica"
-Com efeito, diz Platão (Leisj 897.c)i se
o mundo apresenta nos.ieéus o espetáculo .de uma .r e-
voluçé'.o.perfeita,.semelhante em natureza à revolu ...
natureza atiraves
.
q,,
na .es tr-trtura da .úní.eamerrte .da-.
-
, .
Cl.
' ? .
efJ.. 9 carente
de forma e na qua.19 por conseguinteí)
é possível o regime inereial? podendo uma parti=
eul.a. deslocar-se·' indefinidamente em linha .. reta 9
em .uma mesma direçãoQ Jsse dado -é de .grande im=
A ' .
limi-tação .das?
superfície esféri?a9 -Se-introchlz
• ,?
a eunva+uea e tambem.9 como. veremos a .saguí.r, a?
cularidade do movimento1--?oisas inexistentes na
fase anteriorº .A alma representa9.por consegu?
te? - um. causa formal? tanto Po!
fator plástico? uma. -
r-a
? ? ?
seres
.
mundo .se ap:t"esenta como .-um.a .co Lsa or-ganã aadaj. .capaz
de ser -objeto. de ??tmheciment?e-- .A -informe. do
massa
eaos--não--consti tui .aâge .de def?nido., -isto- -é, rio. se
dã0-af as condições-de ,um todo fisicamente organi=
?a.do-,- que- .como tal
só aparece depoi.s que é envolvi
do pela almao
A seguirj Platão--procnra dar=nos a .ente!l
der C-34- .c) , .na sua linguàgem alegÓri?a, uma impo:r= -
..
mento; so na a lma. ô movimento pode ter começojsen
.P A
-
ter .s Ido
;
causado por alguma. outira. coí sa.. exteriorº
' ·.
·.
-
·P ""'· .. ., tf'
ja dãs semos , iL_no,ao:da··a1ma> e
. . : .
0-
..
.
·.
=
. .
·. . .
.
;
quer.dizer
.
- o.o - - -
_J
- 247 =
A
A dignidade evidente da alma sobre am?
"' - ..,,
A ; ú'
transforma-.este-ultimo na .o rdem-que vemos, .e evi-
dente .que.se encontra acima do caos inercial- e
lhe cabe o papel. de ds
0-7TÓ.7: LY.do cor po , que se
lhe .torna submí.sso, .. Realizar esta .submissão .. da
ºt"" .;
ma er1a a .a 1 ma e precisamen
º
t e.aqui l o.em
que con-?
siste o trabalho persuasivo do Demiurgo; .. a .per?
,.. p ...
suasao.e
"'"
a aceitaçao, pela materiaj de um regime
mecânico regular, simbolizado .na alma .univers a.I, º
A
.. A .anterioridade. da alma .scbre o corp o
tem, pois l um duplo se:ntidog 1Óg1eq9 .ãs to -?iqua,n
a.
to à or.igemj re?e'õê.l ' si?nifiea, eternidais .do
movimento regular; hierárquieo1 istç,-ét .. quanto à
, ....
dignidade, <X-e 8-7:1} --, significa a supremacia das
IdeÍas sÔbre o caos indefin!velo
... :
,
-- eompos Lçao da .. alma .eosmí.ca ,
.
§ 41 A
Critica .
de algumas. in terpretaç Õ e s º
- A
Divisao harmonica da almaQ
? ? ?
A-questao que se apresenta logo apos e
a da .cempos í çáo da alma .. do mundo, Atingimos aquã
? A
o .. ponto mais delicado de todo o dialogo-e- 'l'oda.s as
- .
u'Q.Ú. '.·text.e
·
dJfficile'1 º
é .velado por uma .ob§,
eom efeito-, o texto
euridade impenetrável que provém não só da profun
_deza da expressão simbÓliea como., juntando um fa= j
tor pu.rame?te material ao dado filosÓfico1 já de
si tão dificilj .de .uma incerteza quanto à prÓpria
red?gáo? não se trata-de.detalh? de .somenos impo.!
M,
t;ancia; antes,. de coisa. conside:rável .e .de . que po? -
=
- A
a impressao.de discordancia autoresQNao entre os
existe um acÔrdo definitivo sóbre a redação. ·-ª· a
pontuação do .trecho., dês te modo, são. possive is
variações que inclinam a diversas formas de tra=
duçâo, donde .r-e su'l tam .f'ormas dif.erentes .de com-
preensão e Assim, a presença ela expressão ct·if
.
uie, , em 35 aª'
pode c?astituir urn fator deci
= 250 =
cósmã p
ea e a de um mí.s to , isto ?
e., de
algo que participa de. uma diversidade de ordens di.§.
tintasº Assim? a noção de mistura é apenas o meio
de estabelecer a posição intermediária da-alma en-
tre as ordens dos seus fatô:res componentes; _.stgn! .
versalo
Quais sâo , poré?j os. elementos .de s ta
mistura? Como d í.s semos , a. resposta depende. da
interpretação dos .·têrmos dessa famosa passagem 9
-
? ; I
oper-açao uma terceira. Q'Vd' l.OC e Es ta. prime.:t.ra mis
.
da massa finalº
vele a divisivel? paraA a- formação (72) a
Segundo out ros, entre estes N º Almberg s
l I seria misturadaj na segunda
o 1f(! e. ex intermediária
A
completoº
do Outroj dando então o produto
Estas interpretações são, .sem. dúvida, as
que recolhem maior número = de adesões entre-.os. ãn-.
# A
" nao ha acordo na maneira de
o
terpretes modernosj
f
.mas
:, I
compreender o que sejam as_ Aou a: co:c , que aa fj_gumm,
.A
.. acordo em traduzir o
= ter"" o
li
- 253 -
quem não há tal distinção, o têrmo o 'if O' l (1. en-
g Lcba-e.s num conceito comum; . mas, como. não pode
mos iludir a divisio metafÍ?ica entre ess?ncia e
existênciaj seria de.admitir que se impõe para a
nossa compr-eensâo , .que façamos uma es co Iha , or-a ,
A ""'
par-ece=nos .que devemos tomar o termo na acep ç a o
.
a façamos?e nos
coloquemos .. na. forma de pens.ar original. do .autor e,
=
i O
-
,
diz-- respeito a uma opera çao ma tema tico-mee.anica,
,,,_ . A
-
a de dividirj .de .que .nao se cogitara ate
, enta.o .
..
....
·, "
que tivesse sentido em relaçao as. Ideias. dist-in-
....
,I'
da proporção em que
vos? o .. ilimitado e .o limite;
-
.
-
,4' -·
me?te essencias qualitativas-e quantitativasc Pla-
tãoj sem dÚvida? desejava.superar a fase
? -?··· d• -Fé= ·
?
-
referi
da por- Aristoteles como .. sendo a doutrina .esoterj,
ca do
e
filosofo em sua fase .. finalj e conhecãda e.2
I'
mo a .doutrina dos nu.meros .ideais?--tdiante a con
sideraremos? quando. se tratar.de especificar as -
como
A
ra
<;:. • _.,,,
nir ,A
meeaní.co, Platao .nao .nos da a .conheeer .asaa
.p t;:!) Ir,$
..
,
se ultima do pensamento de Platao9 o fato de que
- 256 -
,
.
.
ria f:Ísica. .de Timeu eom a·_ teoria dos ·--NÚmeros - ideais
é.reveladora de que.já estava presente no .espírito
do
,
fi losofo ..
I',
este segundo conceito-da.Ideia, .e
?
-
que
? A
so.por conveniencia-eonserva.no livro .a antiga veI,
bilidadee
.indivis:Ível é'1 pois.9 esta eâi
A. ousia
,
eia mistas, que .e uma qualidade.resultante.de- uma
.
M ? ,
dessa .. praporçao nae .serrtãdc .quan
.
se contem nenhum
.
..
·=
titativo A .
, ? ,
tematico_regulax_n do u.niverso9 pois este so se ma-
·
?
? que.-ai .se .dao , sao-possivelmente Aas .co.a
-, t;,!> '&
.ff.
div1s1.ve.is9.
?·, ? .
e o ,p
? --
matematicaj que Platao faz entrar para a Alma do
mundo o
Efu relagio a esta primeira mistura das
= 260 =
ii
ous a 'I na O Pa?e?e haver dificuldades
ra:r na--tradução; há apenas , como
=
.
.L-
v ímos , as difi=
"
\,;.,
a conside
611
=
euldades
quanto ao prosseguimento do processoj acumulam=se
as incertez.as º A que coisa é esta
ousia intermé-
dia9 por sua vez , misturada? Poderia ser aos seus
p:rÓprios componentes .em estado pur o , como pens am
Ao Eo--'faylor-, Fraccaroli- e-
.Rivaud?----Assim-9 Ae Eº -
?
diario, -.ÇJ .em seguãda , .mí.s tura A91 ? eA .. C1 forman=
, .
vel.-, .
-
caroãâ ) G ·- As Outro-seriam
.na'tur-ezas do .Mesmo- e do
identificadas.-àquelas ousiai e entrariam-para-- .. a
mistura?-por ma Lsi que .. fÔssem rebeldes-a.uma uniã?
o bi fo a usar
r gando o /rtifice .
.
I
de violencia {/1 ''f-
J>.
)?
..
- , .
.. ..
t?tura .da a lma ; .que sentido ?se. lhes -de.ve ... dar? -_É
sabâdo que.se-trata-de .Id?ias que. desempenham .. :om
papel d?eis.ivo .na compneensào do.jaundo cdae .}!'ormas
e .não_.representám .outra coisa .senãç, a intuição .do
princÍpio .de --identidade, em Platão-e..- A Única. jus?
ti.fica tiva .que terfámos,- -talvezj dest? .aagunda h.!
pÓtese,--seria, admitir q?e Platão .quí.ses se , .. com a
sua.dncâusâo .na alma, ,,indicar?nos .que podemos .... e,.
devemos ter ,;ima intuição-" particularmente: v!vida?
. - . ..
..
- .
feito fig_y
.
... '
por .interpolaçao.inabil.de.copistao--
.
..
.
?·
ti
A verda-
, .,
dej.. po rem , e .que figura .nos manuscritos ... e em. ex
. ....
A
tar -se .sobne
. .
( . '
de Broelus (78)
.
... ? .
J
..
.
...
•
.
. .
•
.. :
çto da. alma, .,depois .da primeira .mí.s bura, pr case ....
I -' I
Ora,
- e-ª,,
,· .,., .
O'
·e
tes são a p v ? L ? 7:<X1!-C0,1l e. a <f uo:« $ 't°Q.1! ?xep()/£
...
_
..
·
A
com estes novos .ma ter Ia ãs , de .modo que oc.v..... eq;gt
?
valeria, numa forma eonc isa, aos qualifica ti vos de
. .. .
termediário.resultante.teria-sido1.como no?primE9
ro caso j colocado no meio das duas e A expressa o ...,
- 264 -
''
.,,, , - t/J1f(J'?W?
I
seria' a condensaçao
""
i
?tn? rs Td'l/7:0U T '
'?
I
'_.
., ..
de 't?) <Xµ_,êearrov Kett
por ser suben?endida,
' , I
._
uro: ê;x. o V ??')Ç K oft -rp 5 'll'éel To(
&é{ K« T<X. 1:<X
, '
T:O< irz-oV if /;lflllliJo me!!,
mo modo, 7:'?')5
- ., ' :,
Ol).l,êe<-<J'L OU K«. e «El
.>
Ko<.?fX. '1:0CU''ZlX
tendida de ??JÇ -
:> I ,
l<.ri.l T?J? ·.11ept
,- \ \
Tex (TµJA,Ut.Td.
I
ílfYO-
e;xolfõ7)5
,µ,h'IJ? JUe 1,, nj 'J 'to ii Ê'l;É. e P 'IS' f Tant o , P-ª
Ja;eec/Ç.
µ,Eõ"/
I :,
.
re=:
, IJ. ?- r
.
'
JP
..
têrmo ousia;
Ousia indivisível]':
··
·
A_lteridade. divisivel .
\
- 265 ....
A A
Inclinamo=nos a aceitar este ,
·
ultimo m.Q
A
de Lo , porque melhor se coaduna com a compzeen s ão_(
que temos da na t uneaa e do papel da alma c9 s mi=
ca (SO)º No primeiro esquemaj(Aº Ea Taylor)? as
noçÕep de Identidade e à.e Alteridade eram identi=
Gadasj,respectivamentej às variedades· indivisível
f
e diVi$:tVel
""'
da ,óusiaj o qua nao parece-aceitavel-c>
R
..
, ..,
11] interpretaçao as. proprias.-noçoes ...de Mes?o. e. de Ou
,.,
,
... TÔda, .a .
dúvida .rra ace?ta_çã-o cJ.êste .
esq?
ma .. esta justamente na. nece ss í.dade , em. que se . encsi ..
certa.distânciaj.,e.,nesse interval9..
T?
.deve
ter-se processado. uma.acentuada modif.icação?da te& .. ..
? R
.
..
; - ?
_Ideias o mesmo papel _de definiçao logica da iden-
= 266 ""
tidade e da diferença 9
- mas agora acrescenta= lhes
um sentido fÍsico,i.isto éj pereebe que., assim
co=
, \ ? .
de- que nos os vemos" perdurar .como sensivelmente s.e
.
...
tf .. ,
.. ..
= A
?
.
.
' I
res em duas formas ex.tremas? aqui chamadas indivi
sível e_ divis{velo ora , e. a
, como a. identidade .
..
,
admitida como. pensave l , embora .roase
A
absurdo supo ..
.
A.
de
ser compreendida inteliglv-elmente.°' , . -
, p e º ,
..
.. / ? ?o
çao;-. isto e, a separaçao das .·Ideias do: Me?mo .e do
ev o -
·
·.
. .. -
'
.
.
&V
...
Q.u
assim ser , :Pla tao tera. .pr opos i tadam?nte des taca-
,. .
6*0 " _.,...??/
e.lo -
o .mundo .das .-.Idétas j·· sâo. estas duas as .... únieas·
das quais· há permanentemente um 'análogo .,irracio 9
,.
--
= 269 =
. .
que .
?
tes espec1ficos,
' ,
da alma .cesmãca ; , ". ,. .. ?
,
. ...
-
_
0 Q \ •
:J
....
-
se a intençao pla.t.çniGa e a oompreensao dos de ba- . ..
' "" .A ·,
º º
d as ,ousia.J..,- n divisive 1 e dºavaº save
.,....i ? e
1 'j qua 1 quer. .que
"R
..
A
seja ..,
-
..
o
...
r-10 (81) e. que, .... com .. o .nu
?· ?
Dtso d-ia sua .co.mpoo1çaoi Pl .
-ª.
tão quer indiear
. in termedi.edade do . o .. caráter de .
. ?
..---.'J é isto
ousiai 0-bastan?e para compreendermos o
.....
..
.
.?. ? ?
??l:).cia .da .alma.? o Demiurgo .vaã
'
aplica?la. a. organ!
.,
..
..
'
?
?ngredi??tes?- o Mesmo-? o .. ?utro .. e a Q,1,!s?.sb e ela 1!
p.ida e dividida matemáticamenten ocyo< Ãóroi
µ,epluOG,tr(J( xoc-<. u-v-,id£-BEZ?e1,. .- :
..:?,
.
_
I" ·GO
A 'V' .A,
.Nao sc.jicrem na .sua easenc ía., mas .em to ..
-·
-
p
ror.cionalida?e.numer.1??.exist;entes,na na:bureza ..
.de
çorr..em da .. aLma.Iqus a.inf.ormao, Igualmente? -linhas ..
..
?. ,
JflOS que ... a substancia da .. a Ima . sofre. uma sérí,e d3 q! . ...
Tendo feito.a
total da,almaj.·º De massa
?
ip.iurgo a divide em tantas .?rtes quanto. eenvsm;
, a -
µ.Ol()<!..<;. O(TtJ.G ?rf o tr? Jlt'Y ... ? Q.uer .. isto úi?
?
. ,-em .partes e.? feita .. segundo um r
- ..
:
... ..
.
? ,
?riterio de utilidade? e o numero de partes e
,
o
? 272 CD
A '
..
çio da alma .. c. . • .
primeiraº .fstes
intervalos.são ainda preenchidos
por novas porções da massa primit1va1 sendo .colo=
cadas em cada.intervalo duas porções que formam
,
duas medias entre os extremos? O conjunto repre=
R
senta agora uma serie de valores dispostos em uma
proporção definidaº .Sob-a metáfora des ta disposi
ção das -por.ções -re.tiradas .da massa origi:nal:J .Pla=
tão quer manifestar o pensamento .de_que uma harlll.Q
,
ní.a matematica rege .. toda
?
a na tur-eza ,
.. Com esta. mass?-$ ja, agora
..
' .
.transportando- ..
,
em .. suas. partes .. uma relaçao numer í.ca , o Demiurgo
Es>
mente passa a ser um. todo eons titUÍdo em. razão .do
.. ..
, .·
...
em velocidade e em sentidoo
?-
?os e .possivel
.
N{o
. ..
,
.. ,
vimQs"" ja nos ?da Q essencial .. para .. a .. nossa:- demons A
.
.. ....
·.
,. ? .,,_
.
.. ..
ti
la vidade iner.ciai.9 .. tornam-sé .. a.g9ra capazes de !,·
..
_
p ? p
a lmª- ao .. cor:p_o -e.·.um. mero .. simb.olo .
va.lol! .de definir uma ... eoncapçâo .da .na ture za. do mop ..
,é. o. A
. .
men to
.
.;p
pe?iodico ilti>
conceitos
•
.
'I.
?sao -implicam mu"1"
...
que se ... ..
·, .,,,. ?
.e:riaçao:.e Uln--mito--e nae .. envolve
.. .
', -?· A:
ça.aruraa .real .. suceasao . t,empora.l .déssos r.egimes·i. s?-
. . ·, .
, ,.
gue!':?se,.. que?.ha ... a.pena.s ,o .reoonhecimento,,,logico , -<J.Et
.
.
.
...
. '
A, . .
A -
a outro? .basta que se .dem
.. .. as, condãçoes
... ....
qu?--re? :
4',,
se circularment•?
Assim?. o movimento circular representa
para-a partícula.a. perda da liberdade
de d.esloca =
tempo re=
mento retilineo indefinido? mas a.o mes.mo
presenta para o.universe posse de uma organiza,= a
çâch Com o retôrno das mesaos porrtos ,« massas aos
universo- deixa .de .ser. um?... compos tro .de, partes,
h
que -fQ
get!i-ind.ef'inid.amente em. todas. as dire<;oes. a trans À .. .. ..
?.
,nec.ess,id?de. de. r.azao?. que .. e. a .. lei que nele. agg,
.
.
..
uma
ra .,impera.? .:Ma:sr cone,omitantemente., com. a. passagem ..
..
I'
de /lo.-mmriment© nao ha:veria a .nççao de temp.o1 e e.
• (;>!) •
º· - -e;,, .
..
por .í.sse ?qUEL o tem_po e uma cr-La çao .que surge_. para
-? . .,;,,,
..
te do problema. me?ânico?
.. As funções f:Ísiéas da alma. estio9 .. ?s_sim,
bem. eompr-eendádas g a a.lma ? o princípio do movime.n ..
,
"'-''I'. /\1 o li),l..E
1:£ ? >'ct.. K.a >'?J tr
Como as o:r,bi ta? dos planetas sao eons ti.tuidas
...
?
?
oe O( V''l:o/'JI
f c:éffl. f .
__
G
?
a.sua substancia.e todo .universo encontra=se en=
voivido pelas -·linhas celestes cio equador e da. é<?
el{ tiéa que s?o os o!rculos .. do Mesmo.. e. do Outra;
.?
. .. .
, A
sihilidade -na ... aãma côsmí.ea , -?as,com? este movi&;?
, .
.
.
.. ..
i
.
.
"
Ic:reias.?, especialmente "na .sua ult ma. ver-sao , .e.n
ç;,·
,? .
.. ,-=-
da
t
f1sica-ma tema t í.ca
,.
_ pela .e on=
,
Os componentes da.alma,
q?ando 1se mift?
ramj assumem uma.situação intermediáriajE? _)li,E?<fj
I
"".
'.-<
,(T •
A
e ?inonim? do ,,,.u,-é-roc.t ;'"
p_erfei tament: em 8ue_ ??
t
esta o plano ma tema í.eo definido pela Republic.a ( ?
Têm plena razão Gomperz e Robin (B7)quando de:ren=
dem êste ponto de vã s ta , e não compreendemos por
que Cornford se recusa a eónsiderá=lo, julgando-o
tttoo speculátive to be here pursued"º Mesmo em
= 279 -
relaca?o
:, - Id'º s -nu.merest d
a' teoria da?
? A
eia #
?
auFlti ma .
f.?
se do pensamento platonico, a distinçao entre nu=
meros ideais e números matemáticos indica?nos que
a alma é a sede do quantitativo matemático(SB) e
, ?
f
que atraves dela e que O· mundo sensivel o recebeº
Aristóteles ( ?9) .j por quem conhecemos es tas dou
- ?
.tr tnas , exp Lí.ea-mos que -Platão teria. reconheci d o .
A A
a .exãs tencã,a dos .seres ma-tema tic os como algo-inter
?
·
º
:i • ,,. ,
mea1ar10 en t re as Id e ias. e as co..J..sas ? º
.. 4'I
r 4 .
sens1ve1s,nao
.
esta
teoria, que se. si tua entre- os .ma s apa íxon an
,_ A
í
t .. ·e- s
problemas investiga çac pla t.onãca
.da Importa-nos g· .
.. na o
basta o- reconhecimento-- de uma- categoria intermédia
de· s·êres matemáticos, .. para explicar .a regularida-
de quantitativa _do .devenirº Não estaria plename?
te explicada a-investidura da qualidade .na quant!
dade por esta.simples ficção de uma ordem de. en=
tes ma temáticos interpostos.º O. caráter quanti ta=
?
tivo e
,,
carater logico do mundo.fi-
de tal forma o
,? 11 o
velº E?- .as sãm, t?ria sido-levado a .con ceben .ago ...
".
J..'Yp' v 'Y/ ,; d n-11 , 17Õi:.,; ft,d. ?').. o Y ? x-i<'A
?J
&E ç
E
f El (37--e)
º
t
esta .uma be se de grande importâre:ia na
filosofia de .Plàtãoo Por issoj procuramos investj
gar que razões t?riam conduzido a esta conclusão,
julgamos que, pos'-slvelmente, três vias conduaã r am
a esta.afirmação, a fazer da alma a sede d? conhe=
eãmerrto, .
admissão de que-t?
Em primeiro lugar, a
i' o ,;, _(
do objeto fisico so transporta valores conhecivei?
porque -OS recebe- da .a Ima -Com efeitoj. cada objeto o-
z. 1\
« "Y P
w1' O pensamento e um dialogo da al=
tP
O- l<01'r7Jo
A "'
conse quenc.La da d í.sper sao
o
Apenas em das
.
Ora.,
para .conhe ce r., e .. preciso identificar-se; por con
...
ti' ?
.Bs ta ultima r-azao .r-e sume .todo - o concej,o
o
,
na explicação do processo duvid? intelectivoº Sem
( .
# .· .
nae
·
. ... ....
A
.
.
A
ca pla.toniea,. para la desses. elementos e forman de
,?
J'
em sua ultima realidadej o movimento-que.á. faz.ex.!
.•
o
..
mesmo .
.. .
= A
mieoj a repetiçao desse-estado-por um.ser em mo-
A
vimento. duplica-a exí.s tencã a. do .dado e o faz --e=
.
A
dotada .. de0.eonscienciae-- Por que .. ã.s to, se .afinal t.Y,.
A = A
assim em ccns onane La. com.us con d Lçce s meeam.cas e.z o
.i' A ,
na alma individua-1-, porem, esse mesmo movimento.e
,
.,
te com o fim de gerar ·o conhecimento, e o que se
- 290 -
..
. A /
sao capazes de .gerar-uma conseiencia das suas pro=
prias qualidades.e só podem fi?urar como dados pa_!
sivos no ato .. cegnoscã tdve ,."
Em relação aos
objetos inteligiveisj o
conhecâmentro if'azwse pelo .. mesmo.ipr-oces so, .t sempre
o.encontro. dos semelhantes a lei-da -intelecçãoc,Ser
,
oonhecido e .ser-pensado, e.ser pensado e; estar re=
presentado no sujeito o Neste caso,. porémj o. obje.,.. ..
'
t ,
O racional, "to .i\ ort,<Jt:, K. 01', é. imovel9. e nao .d?
? ,,. ...
mo de que aqui se
eontudo,.oeorre=nos
.fala; ?a
interpretação que nos parece admissivelg os obje
to?s :?e que· se trata não são os.
...
·inteligíveis puros,
·e observemos ·que por isso, no
texto, não são cha=
'I
mados 'V ô 17,rx , mas os inteligíveis de algum modo
ma tema tãzados , .. que, justamente por êsse .motivo,r?
cabem .o nome de -À Dr L rt:« KC)( (93); oz-a , já vi?
dêstes. inteligíveis investidos .de
mos. que .o. .Lugan
,,,
;
quantidade, como numeros1 figuras-e -relaçoes, e.a ...
-
alma. do mnndo , As sãm sendo .as rotações do cÍrc_y- 9
"
lo do Mesmo, .a que aqui .se faz referencia., ser íam
particularmente .a s individual e esta en
da alma =-
,,
-
transportados.-pela alma eosmí.ca , deveria a jus t a.r
a.rotação do seu-círculo da.Identidade ao da alma
universal, e assim teria a consciência dêsses ob=
jetoso
quer se trate dos objetos sensíveis?quer
dos inteligÍveis1 o_resultado.do contato com os
círculos da alma é
-
- que ela profere j.
.
;\sr ê (. 'para
si mesma o conjunto de-relaçoes em.que esta.envol
?
- -
rernj e que..
.
R
las-quais se estabel.ece? em relaçao.,,.
a cada-Ideia
.
j
,
e-igual.ou.de.que O eonheei?
aquilo a.que dif'ere&
mento .das Idéias const.rÓi=se s pois, com- proposiçÕes-
-
- A
de identidade e.i de di.fel!ença;- estas propos:içoes.:tell
seu fundamento própria constituição do mundo i!!
na·
( =
.,
um Ju1ze> d e exclusaoj quandoj por.intermedio
o
da
Ide{a do.Outro,.retira.de uma Idéia.tÔda referên-?
eia ident.ificadora-a --outra-Idéia?_ mundo .dialét,!
º
co esta, assim,
, A
estruturado, de modo que nele.
O
se
- 293 -
"'
encontram pre-formadasj .no estado de um entrela-
çamento ideal de relações, simultâneamente meta=
fisicas.e lÓgicasj tÔdas as proposições verdadei
ras.possiveisG espírito não fará mais do que
O -
A ,
reconhece=las e enuncia?las? -
-As .proposiçoes fal
sas .resultarão da substituição de .uma Idéia por
outra, em uma proposição verdadeira .•
Esta doutrina do Sofista encontra no
-
__
- qualquer- ordem
de estabelecida
de mobilidade,--pode .da?-se. o pensamento .de uma..
s eme Lhan ça e-q.issemelhançac- --No mundo f:Ísicojco1l-
ess enc í.a í.s , e, para êste fim,, devem .e Las expnes -
...
.
ff o
A .., (
em uma consonancia de revoluçoes animicas e corpo=
,p = .,, <:,,
u
,
?
monicos que compoem a substancia da alma encontram
se alterados? os círculos quebram-se e deformam=
See
,
.
A
interesse em conhecer as consequen -
.Ha
cias desse estado de alteraçaog e, que a alma tor=
? ?
I £11 \
t:o
' .J ,
r cs , TO re l7o('C800'))
t «sec 7:'<:I..VZ-o'Y
I
I
«er J oevo y /J
.J
__ indica"õ'nos em que
.Esta .exposição.?--pois.,-
consiste .o .êrro.$.. qual. o mecarrí.smo de sua .pr-cduçào ,
e. algumas. de suas causas de fato? Uma perturbação . ..
, ;
N
do .. giro dos .ed.r cukos da alma faz com que. nao s e ja
o
-
? ?
çào verdadeira., fo?mulada inicialmente .em termos de
..
t o
dem--f"1s1ca.o Tambem .aqui a verdade e .o erro se dao
.
.R
__ ff .. A ""
• A
.
""
anteriores; ha uma unanimidade.de vistas rar.ame,n
" .,.
te conseguida, a te nas expressoes verbais 1 entre
.
A -
todas as concepçoes anteriores e esta, que e? ago
ra estabelecidaº. Isto nos confirma na suposição
de que9 desde.muito1 .já estivesse f'ormado êste
pensamento e .que tÔda .a estrutura .dialética. do
mundo. das Idéias -tivesse .. sido cencebfda .como .de-
vendo9 -nm dia? ser aplicada ao mundo das coisas -
naturais?
, § 7A
¥ ? A f?1s i ea eomo 0? 0
c1enc1a d as.re la goes
-
Z'rx.
'
K ri...
'
't" oc '7:'rx
J \
trt: <X
JI
E/- O 1' 'lrJ..
.J
0< e t •
( 31 b) •
298 -
H - , /'
i
Tôdas estas relaçoes sao dados .de carater f1s eo?
A
que .a alma ·pode per ceber , A fisica, como cãenc í.a ,
,
.
""' ?
A-visao. .da .. fisica
.
A
dependencias eausais e.de proporcionalidades quan
ti tati va.s ó . Como sabemos .. que tÔda· es trutu.ra .rela
-
.
.
- "' "
estrita oposã çàe a .aristotelioaj uma. completa oon
·-
111dA A
açao desses planetas e obra imediata do Dem 1 urgo,
- 300 -
A ,
particular. .interesse e .zem sido .objeto deU numerosos
,
. ..
N ?
estudos j .mas .. que nae nos pede ocupar , .Nao ha nela
•
. .
lugar e" adequado. 9 por .. se. tratar .de explicar .a. con§.
,
.
tit .
=
o
ua çae
A
rae-1.onal do universo,que
e
e.9. nos termo$ d a
n.a?rativa m!tica1. um resultado .da .. alma .cÓsmieae Os
co?eci.mentos--da .ciência astronômica posã tãva , as=
sim como .as fisiolÓgicas que se-
teorias tísicas e ..
droj. .em que. se .mí.s turam .mí, tos e saber. exaté. .. Tr.! 9
,·
6\, c;:o
o
encia que fornece explicaçoes concretas dos ceus ?
á.a terra e dos.sêres vivos, harmonizada e .explica=
da por uma .filosofia .da natureza; .apenas esta .Últ1
ma, pelas razões já referidas,-.não podendo.ser.nm.a
doutrina de caráter racional pure9 deve revesti?
- 301 -
A
da aparenc 1 a a 1 egoricao ,p .o
_ .
..
I
uma. íffºY'lJO-l?-. que .os-faz acompanhar .o -todooAs
ai. u
estrelas sao dotadas a.penas .de-dois -111oviment6s:
? A
uma rotaçao em .borno de um eixo9. que .. passa. pelo
:
- ?-
nao .Lhes .sae .dadosç veremos.,em caj»,, tu.lo posterior, _
-
A ? ?
Estrelas,? planetas.
'
? ,
bidos -por.?Platao como deuses? forman d o a espee e i
dos deuses visíveis
e ger ados , .&ê?i. Of<X.7:WY ..
K o: ? r e» y 6 rw)) (40 d 5) º .Mas há tam-
bém deuses. de. outra espécie9· os -invis:Íveisj -que
só eventualmente se tornam. pe:rceb:Íveis
. .. •·tqUp.ndo a_§,
, Ã
lar? A respeito desta .especie .de ºdemonios" ( 4O d
.
.
" ,
Nao-ha
A
motivo para supo=lo tao superior.a condiçao
-? ? . '1'>
peito o
Obs er-vemos., pcr tanbo , que a geraçio dos
deuses9 expressamente declarada como sendo· obra
, ?
do Demiurgo, e -somente .a que se-refere-aos astro?
deuses9-justamente aquêles de que é.possível in-
ventar .uma constituição -e.funções que lhes permj,
A ?
tam -ser--fatores de urna ,explicaçao .do mundo; Quan
to-,aos 'deuses da-religiao eomum.l sao9
""' '- .,'
.. .. .eomo -diss£
IDOS9 .. apenas. incluidOSi mas não .é espeeifieada a. ..
.....
_
. ..
.
ta em .conjunto .com os deuaes vas tr-a Ls, Dai? em.di
arrte , .em tÔda a narrati va.9 quando. :fala dos .deu-
- -
t'
. tem .em vista natural ..=
.
,
mente os .deuses .de sua pnepm.a .rabní.eaçae., ?
agen» o
- do.homem.e so.nao
larga. parte-na.c:riaçao d,ã
do o direi to de criá-lo L"l.teiramente1 porque -há no
homem uma alma imortali que só o-De.mim-go, pessoa];
merrte , pode fabricar.. Com efeito, tudo .o que é o-
- -
cósmfea ? inferioridafül
1,
teriza a alma ,_
-- .• Esta
i
1
-
.,. '-
L
_r I \
graus, a·Ell''T'E-poc Krxl TelZ.o( • -Assim-,-- os -
Alteridade1
dividida.igualmente-nos- c:!rculos do Mesmo e -
do
Outro7 que comportam a mesma harmonia, entre as
partes mat.emàticamente d!vididas j -
(43 d) que a §.
.,
xistente na alma eósmí.cav
- 306 -
·Na descrição das funções cognoscitivas,
por'isso? são elas apresentadas sem-distinção das
, ,
espécies de -alma? m?s visando ja o conhecimento P§.
.
•
I
ciona oom outros corpos que.lhe cansam--distúrb:tê;;,
·1
?-
QS e de pre d açoes e
;;,, à#
A.s suas revoluçoes sao ?- como
- .. .
M
vímcs, frequentem?nte conturbadas pelas .sensaçêes
violentas e? justamente por isso, é de .supcr=ee .
semelhança. e.? -
_ A
?
contudo tao completa que?
sendo iguais os ingredientes e .e .pr-oces soiger-a =
dor? tudo o.que de '1Jlla.se disse entende=se tam -
bém .de outra •... Tbda- a .psicologia humana e .. a aná-
lise das.,funçÕes intelectivas estão referidas no
que antes examinamos.,.
A questão que9 por.Último9 poderia ain
da. ser Levannada , era a de .saber que cor-r eãa 0·:_ -
ção real se estabelece .entre-as-almas indivtduais
e. alma .do todo. - Com razão indica. AoE? Taylor(?OO)
.
, li. .fV
tos ·interpretes tem visto nesta expressao uma-c f'La ...
N
ou eman?
A
analogia- e-correspondencia&
o
çao9 e sim, apenas,.
A alma humana assim formada tem um a
personalidade moral e. um. destino pessoa l , -Platão,
em outras obras, tomou-por-temas- estas?aitas co-
gitações (J No Fedro.? no Fédon. e na .Re.pública j ? a
alma humana é considerada - em sua natureza. ética
? A
sua
,.
e. c onddçao e s ca bo Log Lca., e .es ses temas estao
'1t'4'
"' -
tonica? -Estao-entre.tanto fora do terreno do no?
so estudo e não podemos , portanto, levantar .. os
problemas j alguns dos mais -difieeis ? que sur g.e.m .. .
CAPÍTULO IV
O CORPO DO MUN DO
,I
§ 1? - _Que-e.o corpo do mundo?-De ...
p •
mataria, ou o que se poderia .hoje interpretar como
matéria, por base, mas é essencialmente a sua es?
trutura organizada que representa para Platão o
corpo do mundo?
Assim, desde o inicio, deve estabelecer-
- 311 -
p , '
e
·o
que , para Platão., corpo do .mundo é a rea._lidade
f:ÍSicado universo atual;. nêle-se dão.simultâ .=
neamente a alma que o .configurou e a corporeida?
de .primitiva em .que.ise conr í gur ou, Na verdade , o
corpo do mundo é a natureza sensÍvelj com sua c,gn
A
plexa ordem de f'enomenos. O mito da alma. do mun
do} comoj a seguir, a exposição da fabricação dos
,
elementos, e um recurso para nos conduzir a inte
'
lecção do devenir fenomenalº
- 312 -
liberdade .mecanãca , e
,I'
dele so. podemos . - ter
um conheê:llilento. Lmpnecã so , _ .t do- lado .do outro. fa=
tor que está.a .possibilidade.da ciência; o conhe-
cimento acompanha a marcha invasora da Razão .sÔbre
o caos e tem.por. objeto descobrir as estruturasqu.e
a razao vai impondo, no seu gradativo predom1ni o
Á
sobre a Necessidadeº
.A fabricaçãoi separadamentej de uma alma
e de um corpo é um artificio didático, para deixar
COD
313 -
= ?
ment a çao das qualidades. e .ne Les se resol.ve a exc:;>
= ? A A
plicaçao de.numerosissimos f"enomenos da experien
eia cor-nen te e São-portanto uma ,doação da Ra.z ão
e r-epre sen tam , .no seujrLano , uma ordem de expli=
= f =
caçao que a fisiea nao.pode abandon.aro
..
§ 22 --
Precedência da-alma
A r A
sobre o corpoº Fases do ?ito cosmogonico
A
o
?
s ,P
-
A ?
a precedenc ía da alma em relaça.o ao ccr po , embora
•
N A
ia ogo a formaçao deste seja.represen
no. curso d o dº?l
tada em primeiro lugaro .só uma coisa precede log!
camente a alma: é o caos da corporeidade espacia?
informe e ilegalº Mas êste é apenas um determinan
te principal, que, juntamente com o forma ?"
- 315 -
ma,Pt a.cas
o
que po d em.
o
..
t
vir .a ter realizaçao f1si·cajqU[!l
..,,
= ,? .
.,?
"
ra na medida em que receber da alma os seus efei=
A
tos eonf'Lgur-ador e s , De tres modos pode dizer= s e
que o mundo se encontra na dependência lÓgica da
alma.i na determinação do nÚmero de elementos
1)
que devem vir a existir; 2) no modo de forI'.llação
,..
desses elementos; 3) no regime legal que rece =
bem constitui a natureza visívelº Para ês=
e que
A ? A ,fl'
ses tres efeitosj e da substancia logica quantifi
cada da alma que derivam os meios formais de que
se serve a Razão demiÚrgica, para construir um
..
317 -
-
mito da formação material do mundo é
.O
? "" ,li
funçaoda Ra.zaoj. e obrigado a nao iniciar a a.na=
(/00
;> '
e
tratada a obra da Necessidadej teremos conheci -
mento do receptáculo e dos seus constituinte?p?
seguirá entã·o a descrição do processo de forma -
ção do mundo, agora com a explicação ma.origemãas
espécies elementares e, posteriormentej com- o e?
- 318 -
Na
A
ccr pc mundo tem a mais .aã ta importancia repre=
.
de . g
.
•
A
nalo. A atitude objetiva? que e a natural-em- toda
investigação da natur.eza9 .diz=nos .que .estamos .cer9
cados de corpos diversamente .eont'Lgurados 9. manifec2
tando uns a eondição vital de espontaneidade moto=
ra9 e outros não? e .que .nesses corpos se dão tran.§,
formações e ações· reeÍ.procas que constatamos ao prj, .
? .
= .
pl,
em termos o ,::;
de .de scr-Lçao e.
¢"1
,
limitado de ccr pcs , eomo em Empedocles-9 .
.par a fun
.
na sua expre.,§,
.
,. ,
_
Àr
sà.o qualitativa apresenta .de lógico-e pouca-coisa1
. , ,
e necessario.abandonar .a ordem imediata das sensa= ..
? ,
çoes e inves t_igar a na tur?za j pnocurando explica=
?-
? -
la em numer os-,,
figuras e .relaçoes.
que a qualidade é o relJà.
.:Pl?tão .descobre
tivo a-nós9 o-··eonhecido em .função do .conhecenbs , t
,. N ,
O- fatico da .apreensao imediata..? e. o .exã s tenc í.a Lt ao
. .
,
g í.co da intuiç_ão inteligível, o e ssene taã., <Sua .r.! - .
.., '- I
.natureza uma extensao do campo!!!;
.
o ·Ft>
ter
reconhecido o mérito desta Última especulação.?
,
que e de fa to grande -e por 1.sso a
.
, Q
s: adotara 9 .sob .
- .
N
lementos e qµe explica as .. suas tn-ansmutaçoes ,
A teoria dos quatro elementos temj por?
A ? A
tanto9 um relevo especial na f1s.ica platonicao A
sua. doutrina .do corpo do mundo des enr-o.La=se no sen
, ?
tido de justifica=la eomo interpretaçao va'lºd 1 a p?
ra a fundamentação do conhecimento da.naturezaº
I
Mais· tarde9 em outro .capitulo? desenvolveremos a
êste respeito cons âde raçêes , nas quais deixamos e.!
?osta uma hipótese explicativa que formulamos? em
vista-de.compreender o papel dos quatro elementos
na teoria .fÍsicao Julgamos que a teoria.do corpo
do mundo é formulada com base na intuição de que
sio estados físicos, s6lido, .l!quidot .gasoso e
.os
"" A A ""
ere na existehcia desses elementos? mas -nao preci
sa defender -a-sua substancialidade exclusiva? po?
A , ?
que para ele o problema da .materia nao. tem a mes=
ma significação que tem para Empédoclese
Platão julga ter encontrado o meio de jt§
tificar a existência dos quatro- elementos-e Se in
tenta expliear .a sua.gênesej é porque? como na e?
plicação das demais coisas e fenômenos, que são o
real objetivo? .recorre ao mito eomo a .uma possibi
lidade de explicação causale Não.quer partir do
empiricoj cuja existência é· evidente e imediata?
- 323 -
porquei como dissemos acima, o empírico
? não-rev?
la? a uma percepçao necessariamente qualitativaj
'ii.
..
.
?
bremo=nos que a justificaçao. ,
do .numero dos ele --
mentos e a maneira da sua?geração fazem parte do
R
o A J' r
m? to logic o, a sua ex1stencia? pozem, e o pr.oprio
li'
..
toa.ca , -?or
n A ? A
este modo) a ad.missao da sua. genese ilu=
mina a doutrina- doo elementos .com uma .inteligibili=
dade9.que .a-simples.aceitação. por utilidade fenom?
nolÓgica não. pos sufa, . Inegàvelmentej. todos os de=
lo t , o
senvo vimen os psicologicos? patologicos, .terapeu.
A ,;?
.
,
corpo deve conter tudo aquilo que esta contidono
A .
A A A
ve?do de fora que possa sobre ele agir e eorrompe?
loe
O fundamento Último da idéia de unidade
º· ?
i ,
teleologico
.
,
do universo repousa no princip o de lllâ,
xima perfeição possível9 conforme de fato é dito9•
&.I Cl ') l I
lY<X.. 0./\0Y or, µou\l<T,d..
Cl '· ')P
":>wo>J
' ?EÀfoY
.J
EK Tê-
À w J)i're w y ?£ ew-v Et?') I n-eo,' -J} TOUTOLf, -'{.,;
(32 d)e o mundo é., a.ssimj um vivo perfeito9 com-
posto de--pa.rtes perfeitas ej além dãs to , é único.
Observemos .aquÍ a.definição da unicidade em aorre?
o e , t ""
t
pon dAeneia e ime d"1a amen e.apos.a concepçao d a com-
posição perfeitae Explica-se isto admitindo que9
sendo .a .aâma uma alegoria
com que .Platão procura.f,ã
zer presente na.na.tureza a participàção da. Razão9
? , ..,. , o de racio=
nao e dado .conceber senao a forma maxima
na'Lãdade, não tem sentido conceber uma segunda a.J..
e
ma , .menos .raeional que a perfeita., para animar um
segundo uni verse , Assim1 pod s , da noção de uma. al ..
, "
ma que·d eve ser un1ea$ para po d er.ser a mas rac12 i o
H
A-importaI1cia desta aoncepçao do corpo
do
A
mundo é gr ande ; porque mostra que a fÍsiaa
,.. " , '
toniea nao e unicamente .uma.teoria abstrata. que
.
·,
?
define um caráter ma.temático ms e?Sà.S? ?suma VS!.
A A , ,e i\ ·A
da.dein.? dench aos-ten4ín? ar g&m.eos.--se inergani.e?,-s.
, . _
..
? N
A ordem das aparencias tem a sua situaçao reco=
N I
nhec í.da , e de La nae e feita .. abs tr açao, .l!i? esta .:g
?"-
ver dÚvidaC).
Os conhecimentos relativos à composição
e estrutura material do universo são descritos nas
duas partes diferentes do diálogoíl como obra da Ra
zão? -OU no· dom:Ínio da Necessida?eº Examinando=se
o que contém- uma e outra par te , compneendevae o 11!2
= A ?
tivo da-separaçao? Como obra.da Inteligencia? e
.
e
- .,.
a natureza.do.que .o compoeíJ e-evidentemente numa
determinação imediata. da Razão .que ... deve ter a sua
completa justificaçioo Todo?os aspectos .. de .or=.
dem fÍsi?a9 que têm .. um caráter. de alta -genera.lida
A
de e podem ser entendidos sem.referencia obrigato,
.
. - . ... ... - .. ?
. ._.. ' .. ·- , ... - . ,.,.. ,. ,. ... . - . -. ? ·- . - "' -
- 329 -
,
genetico? ha que levar em conta que a realidade
,
fis1ca9 em sua .totalidade9 .é màximamente racioma.?
mas não totalmente? pelas razões já expostas; há
como que uma gradação de racionalidade?·de modo
que haveria uma. zona alta?. da qual poder=se=ia di
zer que representa .tão completament? a .persuasão
da ..Ra.zão.21- que. os .seus aspectos podem .explicar=se
.
- ' ?
por .. uma ineorporaçao
?
total da .intençao :ra.cional4.
-
?
zadora? praticament? sem obstaculos opostos pela
-
Necessidade-o. Sao estes os.àaàos de grande .gene= ..
,f.).
t?s justamente?
9 os aspec tos que podem ser des=-
cri tos como obra.imediata.da.Razão; pois9 na .ve.r,
dad e , conseguindo o principio intelig:Íve11 .nes ?
tes eaaos., uma .r.ealização completa dos. seus de =
.
-
A ?
cemos em generalidade.e .nos aproximamos .dos fen,.2
menos 11a sua singularidade$) .é.indispensável.a ri!!
a con t riLbn. 1 çao. raciona 1 isso e,
A
ferencia o
_
',:, '&;:I
. o
,11 e .. por. o
!11
N
Esta exp'ILeaçao ,
, se e exa ta , permite =
.
··- -
. :· ..
,.?,
- 330 c:a
Encontramos.na re:fer 1 da
passagem -os ..--seguintes?---que. podemos. -isolar e enum_! -
.. .,
terminaçoes legicas mais gerais encontram.. total I!i
alização. Assimj é.uma.disposição de pura racio-
nalidade, ,
.come ja .veremos? .que . deva -haver qua tro1.
-
..
? A
e. so .quatr-09- e.lamentos .e _que estes .. sejam .. ou taisj
que .e f'orma .. do universo seja. esférica; ora..1. essas
{
determinações foram integralmente cumpridas?. Já
= I ? .
•••••1" • -?- .. • ·---?-- • __. .... ·- .. - """''" .,,,01-:.., --- ••• .;;;;; ...... h ......... , -_
.. •• - .....
? 331 -
., ' -
e que ex:plicar. uma -cleterminaçao
' ?
, .. a?
or.d em ..d a
..
__.. t·""
enc :t·a ,
e justifica-la.e
.
t:::.A.1.S ..
..
.
Pas semos bri
ve revista .. aos ·.efeitos acima enumer-ados ,
l) ?x1st;ne1a singular - A existência
do.mundo como corpo s1ngula.r7
'
.
com exclusao de ou'?
tro da mesma es})ée1e, é a primeira e maãs .geral-:t:!,
? ?
alizaçao da Razao. Ja., em ?
cap1tulo anterior. disc]!
times este assunto? e .. ainda hã, pouco ref er.imos a
?
.
? A
"
?
4'
d-o que e o mais i .,
universo e. , .
, .e esta a.firma.=
. .
, .. Me§.
1:110 para ter uma composição de elementos definidos
' .
. ---- - - --- - - -
....
333 -
em numero e qualidadej a unicidade e" condiçao
"'
...
i?=
posta; de fato, se se admite uma determinação
ge.,.Q
métricaj qua conduz à formação de elementosje que
A
estes sao dotados de afinidade para se reunir em
""'
p - p
como em Empedocles? sao aeeitaveis, porque se O=
pÕem ao seu objetivo de descobrir e compreender .a
regularidade da ordem .fÍsieao Se a natureza de= .
.JP 90 R
na e afim da Razao divina e se faz interprete da
... 334 =
A
do diferentes destes os motivos que levaram o Ar=
tÍfice a fazê?la como nos aparece? testa a ati=
tude que explica o apriorismo da teoria dos ele -
mentosº Em outro capítulo procuraremos penetrar
a análise do pensamento a priori., que teria leva=
do Platão a dar -ª essa teoria a forma particular
encontrada no seu sistemaº .Esta atitude implicag
a) o reconhecimento do dado emp{r?co; b). a le=
, gi:tirnidade da Lndagaçào da causa Últimaj--de um d?
do concreto existente, para efeito
da representa=
ção lÓgica dêsse dado em um esquema cientÍfico9e)
a possibilidade de uma. resposta, pela identidade
de condições .de .aa tisf"ação. para a Razão uni ve.rsal
e
º
para a 1.nte-lºa.gencz.a
A º
_,flumanadl
. .
t necessário
.
I
que o que foi gerado :rôsse
material.j Q"flJft.;«'t:oe,d',r 9 (31--b? 5)j_ isto é? -- que
tivesse natureza .físicaº É .esta de fato.a. exi-q
gência básica para a realização de .um mundo._. que
se distingu.isse -da ordem dos inteligíveis .incorpÓ
r eos e se constituísse com os materiais informes
preexistentesº Cuidadosamente .temos notado .a di?
- , A
tinçao ent?e material e corporeo ao longo de toda
esta análise; sem.dÚvidaj é uma simples distin =
ção verbal9-mas é o meio de conservar dois concei
tos distintos? cuja.separação é indispen?ável pa=
ra a boa compreensão do mito eosmogÔnicoº Area=
lidada fisica atual é concebida como gerada de um
estado anterior que1 só por .não -possuir ainda es?
pécies de cor-pos. .di.stintament.e definidos nem leis
- 336 -
, para
existentej mas .amorfo, ataxico e irracionalj -
continuidad?
Importa'!"nosj assimj .fixar a
mas ao mesmo tempo? bem distinguir.as duas fasee do
processo. imaginárioº Como no sentido corrente (e
assim o rêz a filosofia natural depois de Aristót?
Le s ) costumamos chamar de matéria ao cons tuin te ti
da realidade fisiea
do- uní.ver so , .podemos , por cone;,
- reservar o nome de materia ,
ao que forma .a
vençao.,
composição do mundo atual, suposto. já_ eonr í.gurado-
Para a realidade anteriorj pela mesma convenção.,r?
servaremos o nome de corporeidade; por ê1e, dese"'!'
A
que- todos procedem, porque- justamente- este estado
é imaginado· como.desprovido de-tÔda inteligibili?
{
dade. fisicaº
-
Igualmente, nao pode ser o fat-o_ de
serem todos formados de triângulos,-porque?em pr:i
, -
meiro .Lugar, e .as ta uma determinaçao somente-for=
'
mal, e? além dissp,-há duas espécies.irredutíveis
A
de triangulos cons ti tu ti vos , -- De modo que, para
Platão,.não existe, com sentido fisico atuall na=
da que constitua um fundo comumç que pudessem es
,
chamar deHmatéria", entre os. e Lemerrtos , Os quatro
"" A r
corpos sao , por ban to, os .t er-mos ul tãmos
,#'
o
A '
, e e a sua .
"'
do fogo, nem-a solidez pode estar senao nas.s?bs?
.,.;
O .dois obedece .a
aparecimento de. outros
A A P
outro tipo de exigencia, a.exigencia de ordem log!
ca, e-A andºr.ea que e mesmo um I ntelecto O pai e., -Cr !,,
?
·
.,,
.
i
der deste mundo, .e .. tudo eonforma .. a.o seu .er í,, terio
.. de
t'. A
harmonãa 1ntelig1 ve L, Nao poderia haver so .esbes
o
ç,. 0
"'
dois e Lemerrtos , embora .s e. estes sejam requeridos.-:m
,P .
A A
ra possi?ilitar a.experieneia, porque sobre a. con?
'Í,..
•
,
0 I
0 ra, es t e .principie
.,..
?
los a unidade;
-
sao precisos dois, e isto em vir?
tude da natureza sólida do corpo do mundoº Com
efeito, se o universo fÔsse constituído por um p.J.a
no sem espessuraj uma so" mediedade bastaria a uni
.
,' - j
que se conserve a proporçao matematica que-repre-
senta a Razão und.f'Lcador-a, Era uma proprie d a d- e
bem _conhecida que os números sólidos, .í.s to
- A ?
é, os
que sao produtos de tres numerosj podem ser liga-
,
do?"por duas medias proporcionais,.enquanto.
R .
os
planos, isto ej .resultantes -de um produto de dois
.
J*
numeros1
p
-
º
)'
t
-so a d mi em uma .me "ai a proporcional
---
º
o E-S a t
propriedade esta.cond-icion.ada-ao.caso das figuras
cujos lados são semelhantes-,- .como ?são .as figur-as .
_
- f
-
A A
sença des ses termos 1 que sa o da. dificil interprê·.;.,
-
"' ti'
Para que o corpo do mundo seja .solido,e
A
preeiso que se deem.duas Illediedades entre os seus
elementos .componentes .extremosº Por.isso,o-Demi-
,
urgo, entre .o fogo e a-terra, colocou o ar e a a-
,,.
gua, e entre esses quatro elementos estabeleceu a
... 342 -
proporção cont:ín.ua mrifieadora g fogo g ar ? g ar s
" ? R
aguaj e ar g agua _gg agu.a ? t,rraº
.
A º
Explieª=$e assim a existenc1a das duas
outras espécies intermediárias de corpos, que com=
pletam a unidade?esseneial de mp. mundo tridimensiQ
na L, tste- racioeÍnio
.. .. mes tr-a-nos que-?. enquanto .o
.
A ? ;,,.
A ?
siçao dos termos na propofçao dos elementos tndiea
•
! -
....
343 -
,
que o fogo e o mais abundante e a terra o mais
r?
roo Esta conclusão estaria de acÔrdo com· a expe=
A
rienciaj pois sendo os corpos celestes numerosos
e maiores do que a terra, como ja# se acreditavano
tempo (l09)j e eonstituÍdos de fogo9, claro ser
A
esse o elemento.mais .ex'tenso , Lgua Imerrte a n o ;-
,
?
?
- . ª·j·
portanto9. um curso retil:Íneo ao .longo do .tempo .e
não há a hipótese empedocliana
que aceitar dos
, -
.
, ,
- fD' toe. (32 e, 2) da cosmogonia de
,
-?mpedocles e nao se- refere ao .fator corrtrár-í.o, No
mundo reina a harmonia.das partes divinamente co.m
postas e a Amizade éj por conseguinte o Único sim
bolo do regime fisieo que nêle vigoraº
.3) Forma Outro dos caracteres ge=
í
r-a s que .. o universo recebe do Demiurgo e de que
... .,
pode conhecer-se a .ju?tifieaçaoj e o que lhe da a
.,
; A ,
forma.esfericaº De todas as formas, esta e. a mais ...
obras eriadaso
Mas
_.- -
'
a razão decisiva encontra=se na teo--
..,
ria do movãmentios . a or-ganf zaçae do
. uni verso-
o
dp
-
a=se
pela- introduçãodo .movãmen to circular-; as.s Lm , .o ..
d'
.
,
-
seja esferico? De f'a to., sendo ele unico -e nao hs.-
,::, o
- 3?-5 -
a idéia de forma privilegiada, capaz de abranger
À
todas as outras formas regulares e
Como verem os
mais tarde que a razão de serem diversos os cor-
pos elementares está em que cada qual é consti coo
,
racionalidade ·ao universo a
.
.
,
, sua integridadeº ta qua?idade de nêle estar con=
tida a totalidade dos elementos, I
tornando,-o assim
Íntegro ou comp Ie to , O tP,)xto nos diz, com efeito.,
·
qA ,
as consequenoi?s. e· omo sempre, e o pr nc { pio
•
de ·.
i 0
da teoria
-
.do mundo.f1sico; -
é nao
A
sibilidéfde da .coexí.s tene ta de .. mundos, gerados a. :r,a.r _
S'Q.a perfeiçâo.
,
Sem duvida, Platao imagina que, para.que
o.,
.... ""'
se possa d.ar-a proporçao harmonica-entre as massas
l ,· ; t ,
d os eemen os, e 1ndispensavel incorpora-los em
o
.....
-
?-.
•.. ?
...
tes aos· de PLa tao sera desenvolvida .por. Ar.istot?-
,P , . '
les (ll5):
,, o emprêgo, por duas.vêzes, da-expre.2.;
são ouJ/G(µ..t?,-neste .bex to, indica-nos a sua .afi-?
\
..
A ,
na , A doutrina platoniea e, a-inda neste ponto,
- 348--
:a
::::::n?:?rt?fi1!?:?:??=:?::?iª::?:?!?::i
faziam do mundo ·um organismo que se teria desen ?
A
de
um universo independente é rejeitam toda necessi=
A
dad? de intercambio com o exterior, seja para re?
pirar,· seja para se.. nutrir o Parm?nides (llB)
j e
do mesmo modo Empédocles (ll9.)j
concebem o cosmos
come suficiente em si mesmo -e .não precisandoj pa-
ra .manter=se, de ambiente externoG
Platão concebe maneira o uni -
da mesma
verso como um odo t Íntegro-? envolvendo em si a t$2
talidade do que existe, e portanto supremamentedg
?
de penden te, ? serie de riega çoe s que faz nesta P8£?
p •
A
-
í
uni ver-
A suposiçao con traria .az-r-uí.nar ta. tudo., -
O
so
;
e uma totalidade natural .. f'echada
A
sobre si mes ....
A
.
?
.
N
.
,
ma; todas as suas .a çoes e pa í.xoe s , isto e., todos
os efeitos· e causas, dão-se nêle e tênÍ nêle a sua
-
razao de ser,
I , e , e
1Y°'>'<o<. E Y S. <X.-l/7:W Kr1-.1. .u e
......
<Eot.trr.ov
,e -
I \ . f <.
A
M
"
?I Jj
o mundo para que fosse o melhor j tt.p.,£LY()Y E?Ea-orx l,
a si pr op r ã o,
,.
ul!""
.. - .
A
Todos estes caracteres nos levam.a com-
·
?? .... : ... ? - - ... _ .. .._. .. ?. _ _,, ... - ... .,. ,.. .,. , -
- 353 -
CAPÍTULO V
A CONCEPÇÍO- DO MOVIMENTOE A
TEORIA DO RECEPTÁ CUL Oº
A N
.
.
,.
dem do in?eresse.
A inadequação constatada entre a coisa
fisica e a possibilidade de concebê-la racional
'
...
,t;, ? N
mente nae pode ser um obstaculo investiga ç a o a
da natureza, mas apenas -nos indica·que há mais
complexidade no .acontecer natural do que a que
poderíamos à primeira vist? esperar. A- decepção
transfotma-.se em-eompr?ensão.mais profunda e nos
faz descobrir a presença insuspeitada de um con?
ti irracional no devenir
tuinte·.
?
Torna?se então
?
()
mente irracionalº
Se a natureza é, .no conjunto de .seus
aspectos, um incessante .gerar?se e extinguir-se
de sêres e fato?j um variar-de lugar, de intensi
? / ,.
dade e de qualidades, e necessario que a ·ciencia
que .pretende apreendê-la se processe pela atitu?
de inicial .de tomar posição .em face do problema
do movãmen to , .Platão.- constrói tÔda a sua f:Ísica,
-
nao
O movimento éj para Platão9 o que há de
fundamental no mundo fisieo. A natureza só se
distingue, na ordem da existência, das Idéias- e-
ternas, porqu?-? o domínio da mobilidade? Todo o
; ? ,li
seu ser Esta afirma.çao, que e- -ª
e o seu .deven í.r ,
•
A•
primeira e suprema palavra sobre o mundo, tem por
o
tlA
consequencia, para Platão, o estabelecimento de
um plano de realidade ,diverso do que definia o
mundo das essências -inteligfveis; mas, pelo fato
de que os desenvolvimentos metaf:Ísicos e epistem.Q
logicos de
,
sua
este
- A
cogitaçao o levam a colocar
mundo de fundamental mobilidade em condições inf?
riores ao outro, não.devemos julgar que isso re-
presente. sincero desprêzo pelo saber natur-a.Lj mui
,
to ao contrario, somos cada vez mais levados a
.......... - .!-··---??· ?":.·-.· ·-- - . .._. ..... - ... - ... ,,.. n, ·*'·? .... - . . ... -- ...... ,. --
? - ?., .. ? .? ...
.. 357 -
crer que, para Platão, a mobilidade não consti -
tui uma qualidade pejorativa·, um defeito do obj?
to que a possui, mas é preci$amente aquilo para
A N
que se volta toda a sua .atençaoj .é para cuja_co.m
preensão convergem as precedentes cogitaçÕese
A mobilidade, como essência do real fÍ-
º
sico ( 121)
, uniº ica
º
.
f t
a na ureza na posse desta ca-
racter:Ística. fundamental. Por isso, a teoria da
natureza inieia se e apoia-se na análise e
....
nas
H A
conclusoes deste problemaº
Reconhecer o movimento como essência
da realidade fisica-é dizer que a natureza senos
apresenta não como um todo definitivamente ofer£
cido ao nosso conhecimento,.mas como um processoj
,' N
perpetuo r
- ,
maçao; nada .ha qual.verdadeiramente $e censervejnae
N
, A A •.
ha substancia suportando o f' enomenoo p·or mais ac:;,,
-
...
N , A
riaçao exige um invariavel em que se de, torna-se
A
possível definir urna perfeita equivalencia entre a
relaçio r{sica?do acidentei substincia e a rela
çio 16gica _do predicado ao sujeitoº
Negando a primordialidade do movimentona
matéria, Aristóteles consegue conq?istar o mundo
para a lÓgicaj mas para isso terá de colocar no
fundamento da natureza uma. realidade subs tanc:ial i.n
variávelj na qual o movimento sobrevenha como um ...
, , -
carater acidentalº O preço desta conquista e ape?
da do caráter ma temático da explicação da natureza,
pois t.qdas as determinações quantitativas ineren
'
tesa for?a e a transformaçao passam a ser agora
? N
....
·a
simples tributos 1 arrolados sob a categoria. a e = i
dental da quantidadeo -
j considerara -_es=
, "
te carater como primaria,
.,, Al ,
e nela nao havera lugar
para a idéia .de subs tâncãa invariável;
gida.necessariamente para a procura das relaçoes
'
será diri-=
.
-
. t, ,
ma er aa , .constituir?se-a pelo reconhecimento de
A
.
.
i
visão fundamental entre substância e acidenteº
Não é possível haver maior diferença do
A
so em torno de cada inteligencia pessoalº Ora, e?
, ( -
ta atitude e impossivel
.
.
§ 22 ? A universalidade do movimentoe
o caos, segundo já
dissemos, é imaginado como pe1:
corrido por furiosàs tormentas, em HesÍodoO' Hom-2 -
,,
í
petuo mobilismo da realidade f sica· e.igualm.ente,
:.;1·
um traço comum a ·vários perrsador-e s , Os jÔnicos
concebem a natureza como uma constante transformA
ção, embora procurem a substância idêntica, exigi
da como suporte da variaçãoº Por isso julgamos Ú
til distinguir os caracteres de fundamentalidade
e .universalidade no conceito do movimento da natu
, - - A
reza; e-que nao sao identicos; o primeiro impli
ea o.segun¢lo, mas não vice?versa., É assim que os
0
A • ,
Jonicos,. no dizer. de .. Aristoteles (127) , procuram
. .. . .
·
-
nos a percepçao da agitaçao que haI' no fundo de to-
,,,_ A -
N • ? e
urna decisao arbitraria.
, -
So uma concepçao do universo que nega
A
a existencia da mobilidade fundamental9 como a
de Aristóteles, é compatível com a afirmação de
um movimento e de.um repouso absolutos. De fat?
se movimento é uma condição acidental do
o ser
material, deve cessar em algum momento, pois o que
é acidente não pode perdurar indefinidamente na
substânciaº Deve haver, pois, corpos que ?ão e?
,
tejam absolutamente em movimento; e o que, em ·
abso Lut o ,
- 372 -
§ 3Q ? A eternidade do movimento.
Como terce i ro
cara"t er d o mov1men o 1s1-
( Q
t f o
?
no devenir sens tvs L, ,
No mundo pre-formado nao ha
- -
,,
A N
aparencias, pois ainda nao ha,I' formas algum a
.£.Q1!!Q
coisa possa aparecer. Não existe, pois, ai perce?
ção de coisa alguma e, assim, não tem lugar a pas-
sagemj mesmo relativa, do repouso ao movimento. No
mundo primordial do receptáculo-não há duração as-
o·
sinalável; tempo será expressamente criado com
a ordem, como a mais perfeita manifestação da
org?
- 373 -
- - , (
nizaçao. Assim, nao sera possivel dar-se um co-
,.. .
t (
meço d e mov1men o que, para ser discernivel, pr?
cisaria ser imaginado como ocupando um determin-ª
do instante de um contínuo duraeional, a fim de
que se distinguisse a fase anterior? em que nao
haviaj da posterior, em que já existeº Se, po=
,I "" •,I' A A
:rem1nao ha tempo vigorando sobre a existencta do
..., A A ;F
Lí.ca ,
., , / '
porque e essencial a materia, e universal e relª
I
.
A
tive; para Aristoteles, o movimento tem começo
pelas razões opostas* Com efeito, na fÍsica de ;
, ;
Aristoteles, o movimento sobrevem ao movel emA r?
pouso como um acidente e tem, assim, um começo
\
o
que
absoluto, assinalável no tempo; uma pedra
cai ou um fogo que se acende são cria?Ões absolu
tas de movimento,para baixo e para cimaº Ora, o
movimento que·assim tem
origem deve ter, como tudo
que-começa. a existir, uma causaº Dêste modoj a fi=
sica de Arist6teles obriga a introduçio da id,ia
de causa do movimento(' a f'Ôrça motriz apareceoclhe
como verdadeira causa geradora do movimento e, co=
"
mo causa que e? deve atuar constantemente para man
ter existente o efeitoe
Para Aristóteles? a comu=
nicação do movimento só pode ter lugar no mesmo
tem
po e por contato imediato entre o motor e o movelj "'
l
K. y o 11',A,<, É )J <T"C' (.
• À irw J
€ z;, &.JA--íX. ór. {,
>
í6
OlfoE;J
.,
't! >
é0-1:'lY
- tr
) (
'
?
·
()(.V1:"WY
)J.,E'C'<X.5? º Esta condição
e universalmente vigente, a ela se submetendo tocasA
admit e
que o mÓve 1 é por si indiferente a um e a outro, ou seja,
que se pode dizer que o corpo está em movimento, sem
significar que por estar em movimento, algo tenha o=
eor-r-Ldo no corpo me smo , O movimento ou o repou s o
são situações de estado em que o corpo é suposto en
eontrar=se'.1 são situações de atualidade em que não há
A
referencia ao que era ou acontecera ao corpojantes
.
( = / .
ca e fazer a critica.
'•
cesso; d,,. r
este modo, torna-se sens1vel a diof erença
entre a concepção aristotélica do movimento como
·
A A' A <-.
processo? e a platonieaj identica a da mecanica m.Q
derna,do movimento como estadoº Com efeitoj como
diz Ao Koyré ? 11C "es t
justement parce que le repos
et le mouvement poss?dent pour la science elassi ?
A
que le meme status ontologique? celui awun etat,
?
,
t:- h so 1
-
ue , .en
,
,
un etat nous pouvons 11-enoncer sous une forme
e• ,
f'ia re un prmca.pe
... sans
•'
avoa.r a •
crain
d.re l'inte.rventi n d'aucun agent mys t.er-Leux ,"
§ 4a - A irracionalidade do movimento.
representativa entre
o conceito, invariável no espaço e no tempo,
e a
que
cebemos distintamente, e outras tão lentas
- 378 -
- A
nos dão a impressao de É , pois, uma parmanenc í.a , __
,, ,, ""' ,
cimento racional e o Lmutave l., e de que onde nao bá
'·
- ,
numa côncepçao quej nao sendo integralmente logic?
; ,.
e a que mais se aproxima desse idea1e
-
Nao abando-
"na-.a ordem da mobilidade a uma condição de tal re-
-
-
A ? N -
pugnancia a Razao? que resulte como que um nao-ser
ininteligível, mas, ao.contr?rio, considerando a
sua pr-Lmor-dâa Lâ.dade corno fato fisico, constituirá
a mobilidade como um plano definido, sob o dom:Ínio
"
de um princípio supremo, que chamar-a.rde N ecess id'ª
deo
Dêste modoj o campo adverso ao da Razão
não se confunde com o nada ini-nteligÍ-vel'1 mas pas=
sa a ter o seu reg1me privado, e dêle podemos sa°'"
. /
ber precisamente o -suficiente para entender· .como e
,.
_esse regime abolido pelo ingresso no novo regime,
- 379 -
racionalº Platão erige a Ananke em principio su-
premo, defrontando o Nous,justamente para dar fun
damente de existência à realidade empírica da mo-
bilidadeº Vale a pena agora que analisemos esta
intenção, porque ela nos descobrirá certas partes
origiuais do pensamento platônico? Se houvesse
apena::; um principio supremo, o da rac1onalidade j
- A A
tudo que nao fosse subentendido por ele seria por
-defL1ição absur-d o , Assim, o movimento físico cai
,,
ria na total irracionalidade do absurdoº Ora, e
A
esta conclusão que Platão quer evitar; para ele,
- ,,
absur do mas um mi t.o ,
o caos nao e um ,
;
da possibilidade da racionalidade. O movimento e,
pois, irracional, mas não é absurdo; é esta a con
clusão a que Platão quer chegar, separando-se do
( ,,
espirito eleatico.
Para Parmênides, entre o ·ser, que é 1Óg1
? N , A
co, e a natureza, que e absurda, nao ha meio termo.
Platão, visando o conhecimento. real do mundo- -f:Ísi-
co, não poderá considerar o movimento-como a.bsur-
A
do em si, porque, se o fosse, jamais poderia rece--
ber uma direção racional. Ora, o que lhe .importa
' t
e mos rar na sua t eoria
· ·
r'
isica que h'
·
a uma regu 1 ar?
·
,.con
segue-o através da finalidade? .O movimento,enquan
to tal, não possui nenhum conteúdo racional,-por....
que é a negação
pura da identidade, mas j enquan o
"" A
t ..
da mo=
bilidade:t há uma ciência ill!,,
mobilidadeº"
Há portanto uma situação impreci$a e in?
completa e de difícil esclarecimento, qu? se pode=
ria traduzir na af'Lrmaçao de que e, tao
Cl ?- ? "
ilegi m o ti
considerar o movimento como racional, quanto consi
?
dera-lo absurdo , Deve haver, pois, uma condi aN o
ç
intermediária, e parece-nos que esta corresponde
precisamente ao resultado obtido por aquela "per - -
para dar
'
larga. submissão que o Demiurgo realiza
a
( /
fisica o carater de um saber aproxima=
é bastante
f -
natureza essencialmente privada do Lnt'Luxo int e=
gral do N OUÇ º Dai o fato de que a sua
,
(
si ca fi
, " •
tera de a paga r=se a esse cara ter, que e o una.co
t?
-
,!\ • ,/'
?
lo qual a Razão invade a mobilidade, para torná=
la inteligÍvelg a finalidadeº
?ste nosso conceito pode ser defendi d o
co? pleno apÔio no textoº Com efeito, no inicio
da teoria cosmológica, Platão diz que o Demiurgo
.
A A A
quis que todas as coisas fossem boas e que fosse
(
exc l.uí.da o-
da obra futura toda Lmper-f'e Lçao (_.30
A-
a) o
.
?
Precisamente ao dizer isso, Platão declara que a
alma foi intr<;>duzida,-ª -fim de que o mundo se tor-
nasse a mais bela e a melhor das obras, 'f V'L7JP ó>
? I
E y crw)J,- (J. 7: (.
\ \ - I
a: (J JI' 0-T o( t; To rlol 'Y ?{/,,, e re K. TC( L-
//
JI ETO 1 .t>17T<.,vÇ Ó?"l l(cxÀÀ_urroY El?J .KOC'T? úrcv
I 'f
:,I
<Xp l0-7:oY
I
re
?I
êf
.>
tf
roY <X77e TOt (T,A,,l-E"Y o> .. .. .
C3o b)e
y?-se, pois, que? racionalidade existente
,
.
.?
no universo e _aquela que a.Alma representa, isto?
a que se exprime pelo principio de finalidade,_. im-
.
-
A ""'° o,
plantado sobre o elemento que a Razao nao pode-su-
bordinar por meio da identidade? uma vez quej sen?
do a absoluta transformação, era por naturez? oi-
"
nidenticoo
Ainda em o?tra passagem (52 a, b) temos
-
a demonstraçao do mesmo conce í.bo , Ai( esta
?
to di
que1 antes da formação do mundo, tudo estava .em con
diçÕes irracionais e sem medidaº -É então.que o -
, ?
d eus mtervem e--? por meio das Ideias e dos Numer cs,
-<> ,p
0 '•
'
gime- da Razao
A A
N
definido pela ordem.finaltsta9 a
"'*
vitoria deste sobre.o?outro-e a demonstraçao do
,
e
·, ·
nioe
.Tud.o
. isto
nos êxpli,ca _ porque .a. fÍsica.
tl
.
'-·
p·1.a tN ? d.
.. ;,
d. e.? ... "'· /1 ,ft:,
ao.,?- ê- eo 1-ogica, e por.g,us? esse .me d o ·&J;.£r'
: ,
.,Q "jj'i,;.,:;;;:,
""' """
que serve .Por a.s tg e que fla tao nao t.entara J'ª o o
1t .
ia a suprema temeridadeo
§ 50 e;:> .A,"teoria aristotélicc:}. do .moví.merrto
?
?J t
?l Y' ?o if , t_ '- 1To ê :. na1 Metafi
K.. J-117
JJ
:
, ?
observamos que Aristoteles?
.
..
movimento .nao
, _em o
tem- a significação. de uma real.idade continua. essen
e_ial .ao ser o -·º movimento. e, .eterno (134) .,. como .e, ?
.
o •
.
- , A
..
:I/ ' /
EO-Z-l."' )( l Yr? e K oY
s .,, \
e Z-<. Ko??
? 1J 1:º e
µrr;
é JI é r O V Y á{ 't: e J o tr I( E 0-7:o( e. /( JI? (Tl Ç (Metªj
?'J
f
.
=»
C.
, ..
- ,
_
?o, I C :, ,· - .
?e? o<eJ.,Y .
<X 157:ff)Jf
rJG ? o utrco;
Eve erElÃo (Met., 1 071 b , 19).
t, pois, porque o primeiro motor move?
- 387 -
ternamente que sempre houve movimento no univer-
I N
so; nessa causa .extr1.nseca esta a sua razao_de ?
'
xistir,_e não em ser da essência da matériaº A
comparação da doutrina aristotélica com a platô-
.
,
nica.esta feita pelo proprio Aristoteles na 11Me-
, ,
tafisica" \13?).. onde reafirma
·a
impossibilidade
de o movimento existir sem uma causa que esteja
em a to 9 frik
5 '>"Olf Kl
>Ith{)-..'fTE. e« e , E£ fo'1J
1?1 7 º•
EIJ"T«t EYERTEl..f ?"l _<XlT'lDY; (130)
,1/ ,.....!',__,__
. . Opõe-se
·então.decididamente ?q?eles quej como.Leucipo ou
- A
Platao, admitem a existencia eterna do movimentoj
•
"(r r- l
J'
et: Ul-, E K. l )I é e 'l"-<X. L J OlA1À'CÁ a 6 e 'C" O( El
?
W'
.)
A
qriada postertormente? como. contemporanea da ger-ª
ção do cosmos , A.. incompreensão de .Aristóteles vem
de que o seu.sistema não lhe permite representar
o .movãmerrto senão como uma realidade r-ac í.ona.I o Por ..
isso é que censura a Platão não dizer por " que , J',k
1
.
Tl
1
:?
, , .
,
WO( $
'/"
.
To
' Í'
oe K. cc ?:ex
' .
\ I '
ô u-v(1....µA.Y It<« e
.>
EYr£Á.£JecocJJ s
I (139)
.
? A .
.. <;'>.
, .
realidade.e
.
?· ,
Nao h?.lugar. para.o reconhecimento de uma irraci.Q
..
. '
A A
que na nelej mas,tambem a mesma
..
se .de?
,.·
existencia
.
A ""
ve conceder ao que.e apenas potenciaf e.nao.reali
zado ? e que ambos concçrrem, a de princÍ - ..
tftulo
pios? para a constituição do ser determinadoº ?
o que A.ristóteles diz nesta frase .de alta importân
eia. para a compreensão aa,. sua doutrina: n todas as eo.1
L_. -
.
-
- 389 -
A .
,
em.termos perf'eitament;e.logicos'i .ao.prqblema do
movimento, .ma s em função de uma concepção .. parti- .
A
semelhante, para comporem ambos a exist?ncia do
ser.,
Platao, ao eontrar101 nao ve no ser fi-
.
N° • , 0 - A ,
sico senão os seus.aspectos atuais; a possibili-
dade.não pqde ser cont?da como elemento presente
de explicação racional? Se precisarmos introdu=
zÍ-la_na teoria cientifica? temos de dar-lhe ,:µna
condição diferente da que concedemos ao q-qe tem
- ,
existencia atual, e devemos entao.coloca-la nodo
o ,,..
I . .
l?
de do fato dinâmicoº Se .o conceito de um ser q_Q
mo tal é incapaz de referir outra coisa que não a
Jj,
N A ?
9
.
O
o, fa to fisico
de estar a pedra em movimento; mas quando digo a
proposição "a pedra caf," 9 o real fÍsico está in?
tegralmente representadoº É que .o verbo traz um
alargamento do campo lÓgfcoj introduzindo a pos=
sibilidade de r?presentação do aspecto temporal
N '
que a cons Lder-açao unicamente do conceãtc .nao
·
... . .
N A'
esta doutrina da realizaçao desse?intuito-em:dois N
..
atos distintos e suce ss ívcs do .es pã.r
,
í.to , estao sen .
, ·,;, I
e? nao podemos dizer .que .somos . capazes de .atingi.""'
. •
..
. ? .· .
e faz;=la.i?gressar'no?ststema.fÍsico? m?diante
À ?
.
?
um mito do genero logico? Sob o mito esta. conti=
..
da a intuição
de uma realidade .indizível em for= ...
'
Para passar à consideraçao do devenir
- o
, N
wn sustentaculo materialº Com estas duas noçoes,
podemos da.? verdadeira. significação fÍsica aos .f?
,
vavelj da natureza.eircunstante?
A
t
preciso. evidentemente introduzir um nQ
,
vo gener o de causalidade 9 porque a úrrí.ca causa. a?
.
..
?
te .tmpos ta ao mundo,
'
I
_
Emsegundo.lugar9. para.que.uma.realida.!?.
de. assuma valor .f:Ísico, .é preciso que seja ma.ter.i ..
I J \ e' I ._ I
110,E .E<rrcy .Kr,.,£ À GrofoGY.·
El<...?(T'C())I. CXV'CWY
(48 b)o. Tratar das coisas materiais, como se CQ
"" 396 00
..... ,
ja, esta.
""'' -
, • "
es tado pre-cosmic o nao ha. ainda a menor luz de r_!
;? .,,.; • -
- ..
N A
constitui um dado do saber , Nao e a. exí.s tenc ía ,P .
?
tuada para que nao fosse uma natural. tende? n eia
1
,..
-d'
A ,' , •0.
seus f'enomenos , em ultima analise, A
.
na refer?ncia aos
elementos .e suas qualidades primárias·; .em suma?
_às .
""'
.
o
.
" ·" , . no .uso
ví.da , ha um Jogo de expressao vo luntár-í.o Al
o
?
ra so.Luçào o saber. que estas .c oa sas se.resolvem o
,
o que empreendera a narra ti va subs equerrte.; segu-
tt
N- Ptf1 ,,. .
'
t;::i, •
•
•
§ 70. -
o terceiro fator
cosmogÔnico o receptá ·e u 1 o ,
g
oE;x..oJ.A;E vo))
f
µ,??
( 't"},
f'
?orn:wy, 'f11trt,Y
8
1
<J
E,>'
·tKY()Yff)
n,« 1:/J e 1
'r b Y
(50 dl ?
c:f£ µ.s- -c P( -J
?
As diversas
denominaç3es recebidas pelo ?ecepticulo do deve -
'
A A .,
nir.revelam? todijs, este intuito analogico com os
fatos da geração? a mais freq?ente,v1rolo_,,x.j
'
com o sentido geral de rsreserva tÓrion, 18recipien=
,I' ,I' .
.r
,
-
ria e o problema do espaçoº Em re+açao '
a percep -
ção empírica certamente estas noções são diver -
sase O que criaj porém, a dificuldade de compreéB
-são do pensamento exposto no di?logo é que esta
d_i
ferença não é decididamente acentuada, embora a
n_gf
rativa se desdobre em duas fases e so,, na
segunda
s?ja introàuzido o conceito de espaçoº
- 403
Matéria e espaço não são dois conceitos
idênticos, mas estabelecer exatamente em que con-
/ ( N
siste ca d a um e coisa impossivelo Isto nao impe-
de que seja abordada a natureza· do receptáculo,ora.
__
,,,
. e _r f
caí.ra .es pecie que e chamada 1/' rr o o o f.rJ. Bem se
A , I
ve que a estrutura do dialogo obedece a um plano
definido: primeiramente, o estudo dos fatores que
contribuem para dar racionalidade ao curso da na-
tureza; em·seguida, a introdução dos fundamentos
irracionais que se supunha existirem, mas não eram
mencionados na narrativa da-primeira parteº Platão
deixa ao leitor o trabalho de fazer no seu esp:Íri
to a interpenetração das duas ordens, não como u-
ma mistura homogênea e neutra, mas como um proces
so ativo, em que imaginemos o caos sendo progres-
sivamente dominado pela Razão. O devenir, a que
, - .
.
,
.suposta a especie
cor pér-ea , que lhe- dá significação
fis·ica 0
ra em face da realidade do
receptáculog a)':VO -Cl\!:
so mesmo da narrativa
parece obrigar=nos a empree,B
der 6 trabalho de
tl'0
uma espee1e
eselareeerj por meio de palavrasj
-?
que e d1fie11
e'<a-o< JI
e obscura", o 110 ,1
fº'i_ EDtXeJJ
,P
•)f
a.; 1<« ?Eo' .,X«À£1r? Y KQ\L ix.µ.v dp D v EÍÓoç
Êrrt.J(&L f'£l >' ÀÓ i'"t; l/A-f (
1' (:<XL
do se trata de definir a); b) quan <1,.
(49
.
a relação desta realid.ace
a can
das Formas, a pérplexidade
é completa s o modo co
mo v?m a se
imprimir no receptáculo é
difÍeil de exprimir, -Cf Ó17'oY To1lic maravilhoso e
á'Vtrfj'IJ(rtoJJ
de de dizer
de-forma vaga, incerta e incomp?eensível? o pouco
que pode intuir a respeito dessa região privadads
racionalidadeº O receptáculo é como uma dessas
·cois?s que vemos em sonho,
/Àt'rrov_,e, (52 b); a imagem
Ó Y£L
f o 'fro À oufoi Y
é das mais sugesti-
- 406 -
vas Platão acre seen ta que a situação em que
e
:J
se ....
do receptaculor; nao? , .
9
e de mo""'
do algum a sua natureza absurda;
é apenas o fato
da privação da Razãoj no sentido
em que esta é fi=
nalidade e leij pois é evidente que
nossa raz?o n?
.
?
da pode encontrar desta especie ,
no receptact1looC_on
tudo podemos n·ê1e descobrir
A o estado próprio .da a:g
-
sencia da Razao; somos capazes de no=lo represen-
tar e mesmo de?iniro
.,
?laro que isto faz supor que nao e., so-ª do#
,
nossa razao o unico
""' .
...
particular de
uma.ví.nf'fndtamen te m?.is vasta esfera de po9sibili-
dades. de extst?ncia_; a ordem é uma condição par=
tiçular-do q?e pode ser concebido como desordena=
doe· 9ue o mundo seja uma estrutura racionalmente
-
, ., ? o
organizada, e um car a te.r .empã.r-Lcamen to constatado
o
.
? R
tar descobri=la? visto como podera abrir-nos pers-
.
- ?
hipotesesj diferentes entre si, mas nao m1+tuamente
exclusivas, o que permite supor que pudessem ter
ambas concorrido para a concepção dessa forma der..s,
í
c oc ínão , Obse.rvemos, em primeiro lugar, que o r'ª'
c í.oc Ín í,o
bastardo é unicamente aqvêle. pelo qual ._C.Q
ou poderes ..( .d'V >' fJ. p.,G L' _) quali ta vos s o que
..
é ti
abusivo antes de se haverem gerado as coisas reg,B
lares, dotadas de qualidades que recebem das Fer=
masº Have?ia neste tipo de raciocÍriio de fato u-
ma .con juga çao
espúria do qualitativo inteligi v el
ti
com o quan tat i vo puro, conjuga ç.ã o bas tarda, po.r,
q?e suposta antes da união regular efetuada pela
= "
açao demiurgica?
/
Se o receptaculo nao e apenas um
... J'
nome
"- .
A
dado a exigehcia de uma coisa que ignoramos com=
pletamente, se dêle podemos falar com certa segu-
rança, conhecendo o seu conteúdo e o modo como eon
tribui para a sua transf"ormação em cosmos ordena=
do, é claro que não? um vazio inteligível; mas,
em ?Ôdas essas operações, estamos supondo, sem o
perceber, uma uniao da essencia
""
extensao, que
·A '
q
. ,..
, N
tem positivamente o carater de uma ligaçao basta?
. .
- 410
incon?
ceb:Ível como domínio da Razão, mas que quer dar CQ.
mo condição antecedente necessária
para o exerc?c:io
da ação racionalº Seria uma extensão da
concepQão
geral do mito lÓgico; levando-o ao
domínio da pura
irracionalidadeº Seria bastardo êsse raciocí
porque pretende dar-nos o conhecimento
n .o i
dessa gene=
ralidade de que decorre a particularidade
ff o -t4
as rco , ?- .
(
do real
supor que possuamos uma via de acesso
ª: êsse domínio da generalidade irracional, quando
?
nao temos nenhum meio que A
justifique a posse desse
direito? fabulação$ o mito l?gico se
coloca ain-
da no domínio da imaginação
t
ract ona , na medid? em
que procura explicar a
cooperação da razão. e "do_i?
racionalj como, por exemplo,
no caso da composição
da alma; mas o racioeÍnio
bastardo é una. explora?
ção do irracional
puro com o auxílio de uma imagi-
- 411 -
""
na ça o cr Lado ra.,
que procura representar-se um a
certa.classe de coisas, de modo a poder ligá-las,
em-seguida,? parte propriamente lÓgica do mito,
' , ""'
aquela em que e imaginada a plen?·intervençao da
Razãoc No mito bastardo, o pensador passa por ci
A I' -
ma da incoerenc1a, que. e pensar o que nao tem
o
con
teÚdo inteligível; mas o faz por uma intuição de
que a.ordem do devenir não poderia provir da in-
f'lu;ncia do .. inteligivelj se êste não encontrasse
; .
-
j.a. dadas inuma realidade anterior, as. condiçoes e=
t , - '
xis en.cãa í.s .neces sar-í as a trànsformaçao da desor-
.
-
A tríplice função de fundamenta?
§
- 9Q " -
çao do receptaculoo ..A compreensao das
leis dinâmicasº
,
A teoria do receptaculo desempenha um
papel decisivo porque1 como dissemos, nela se fun
demo problema da matéria do espaçoº Não há e o
uma distinção especifica estabelecida entre essas
duas _noções, mas são pensadas como coisas distin-
tas quanto ao nosso modo de conceber, embora fisi
- 412 -
,
camente se identifiquem na realidade do recepta.cubº
A I\
Platão introduz esse terceiro genero como uma exi?
A O ti'
.gencia teor1ca,
0
(
para d ar sen tid.o 1s1co f
ao d e?eni?• 0
? A .
cons
tituida por esse recipiente, em que se
processa o
?
.
no:v.a .e.a-te<;;!>
fundamento, uni=
co como realidade, apresenta se
conceitualmente.c.,2
.....
,
Observemos que em .nenhum .momen to .Pla.tão diz que
?
t;, .
º
o recep?acu.1 o .seJa uma ma eria oilº
,
;
primor dºia l j analo t'
ga-a .que imaginaram os primitivos fisiologos,.con
tra êsse modo de ver ·é
que constrÓij pr.eci?amen=
? ? ?
tej toda a-sua fisica& .O que Plata.o tem em vis=
.p
ta ,I' o
dar-nos a descriçao de uma-genese logicaicpe
e
ç,;, A
como?
xiste:nte primordialmente? o que lhe daria.a fal=
sa significação de.ser arché para o deveniro ?a
Quer.definir apenas que conceitos gerais é neoe?
sár í c .eo.Loear na base de .uma teoria da natnrreza , ,
A
tal subs tàncã.a , Se refletirmos constantemente qµe
tudo é apenas t
um quadro conee í, uaã , ccmpr-e ender-s ...
A
em geralj em todos elesj
? pergunta dirige=se a
uma face do problema, que só teria sentido se- o
processo tivesse consistência históricaº
•ssimj não há necessidade de explicar de
A
que provem os corpos 9 porque de fa. to na= o provem
A
de
coisa alguma1 são_e sempre !'oram como.são, de mo ....
tentar descobrir.
.
,•
qua L a. suposta es pec í,e de- substancia de que .der í,
'1\
l
que processo mítico se.pode supor que tenham ad=
quirido a espacialidade?
Esta Última atitude é f'ecundaj enquan?
to a primeira.a nada conduziap Pela concepçãodo
, "
receptaculo? podemos figurar.como reais as condi
ç;es 16gioas.que.exprimem a inteligibilidade- da
diferenciação material e.da.extensão-o O fato de
não serj desde o primeiro momentoj declarado que
o receptáculo se confunde com o e spaço , é expli=
cado pelo interêsse em apresentá-lo inicialmente
""'
o
como a- condiçao.necessaria
,
para a genese das es=
A
" o _, , ,,,,
metricaj-1sto e7 um cara.ter da-extensao.espac1a..1.e .
o,
? , ,
Oraj .a conc epçao do receptaculo .como espaço..e o
-
A A ""
fundamento de toda. .a teoria mecan í.ca de Platao;- .
""' ""
tram no processo mecanicoº
o
-Ora5i estes sao evide,n
d!I,
-- - ?"' .. "I.__. .. ? •• ?l ..
- 417 -
 .
is
·. . • -,;e,
.fatores(tComo am.seu.pensamen.to na.o existe a
idéia .de?u.i?-inieio do .movimentei-há que tomar a
mat?ria como já dotada dessa faculdade o Oraj. o
" '
que e a d missive 1 e que a.o. t"1po de estado de movi
e ?
..
A
finir uma realidade que e o fundamento de toda e=
A o ? o ,.N
o
x1stenc1a f1s1caj a primeira questao concernente
o o
" . .
.,
º
e .a-de saber que coisa 1
e9 qua ./a sua.qua ·1ºd d
ou
1 a.·e l
propriedade essenciale ?A essa questao respondera,
....
di?tinçÕes esélarecedoraso
.
.,
§ lOQ = A natureza do Reeeptaculo
.,,. = ,
tuaça.o da noçao do .recep?a.culo g'
na f1.si_ea "'º
plato!l]_
.
ja
.,,.
vel conceitual e produto .d? or.ganizaçao, que a=
.
quela nature?a é suposta permiyira t claro que, a
,
menos .que façamos .dele um simples nome, e, preciso
indicar o. que representa pos í, í.vament.e ;-
.. t .. mas, para
que seja coloea?o em situação a mais original pos=
sÍyel, é preciso aceitá=lo com o mínimo de determi
nações assinaláveisº· A maneira mais simples de
realiza? esia primitividade da noçio.? tomá?1a co-
mo res:Íq.uo do d?s·pojamento do maior .nÚmero .. de de=
terminações do devenir atual, que possam.ser su9
postas como derivadase É êste processo que nos
? - ?
faz chegar a. conc epçao do receptaculo .como .algo que
se ..pode conhecer, .em grande .parte , .pon exeLusáo , .O
A
a?pecto.positivo que de?e podemos supremamente a-
firmar é a extensividadeº
·. .,
Veremos 1 porem, .que nae cor r espcnde.
""'
.ao
pensamento de Platão a identificação"pura e .sim=
ples do receptáculo ao espaçoj mas que na doutrina
,,..' OC. esta, contido um e on jun to de outras no-
f
.
ela I-.W
N A
çoes, especialment;e a de. um regime me canã co, que
A - .
-
pee a tratar dessa r?aliqade; de fato, formula
uma.pergl.ll1ta precisa: nqual a função que devemos
concebé-To tendo por natureza?º (49 a) A respb,s,
ta imediata? "acima de tudo, oc oc r.J (?E p.4/\urél(,
P'
e
I, 1 I
r.
f I
devemos atribuir=lhe a seguinte funç?og a de ser
o receptáculo, o.recipiente e, por assim dizer, a
ama de todo o devenir º u .. ..
.Ó: > ,
ta a sua significaçao e o-
al-
gum objeto constituir-se.materialmente.e.dar as -
sim.sentido fisic? ao devenir, que se torna nece.§.
sário introduzir a extensão como qualidade a mais
= 422 =
e que sera
chamado espaçoº
Assimj devemos reconhecer que.o dominio
da .Neces sã.dade é, de certo modo, .um antecedente ?e
? ?
disposto a racionalidade; que;nele se.realiza a
condição fundamental.para a concretização do inte?
ligivelj que. é a posse da ex tensâo º Jt a extensâo
que fixará objetivamente a
relação de participaçã6º
/ -
O .mundo do. caos e a a us enc ia da Raza o, mas na o
"" AI'
e ..
, "
mos que o receptaculo e .o recipiente do dev.enir e.2, '.?
A
espaço nao se da,I' essa correspondencia, t
.
<,,1 .
.
emos de egJ.
?
s.idera=lo ua fator final, Lndependenbe ,
l;>izendo que. a
rece.12 natureza suprema do
-
..
? ,I'
taculo era .extensao, .como esta e a qualidade essen
-?
part.icularmente j o que
.
,
confundir com a ma-ceria, ... ,, .
.
:
o. espaço nao e aquilo?
.
..; 't" .
.
.
ó'
tao? mas nao ha outra maneira de considera-.lao o
= A
Como Platao nao admite a existencia de
.
_.,.
..
-
,p
Alem q.i.§.
S01 "a teoria ccsmog Snãca comporta uma explicação
·.
- ..
A A
- .
N
da em. virtude de condã çoes geome: r i.cas , . Mas .-Q r?
'to
qeptáculo é a .ext ensáo. pura, .é apenas .a _condição
'
necessária p?ra a recepção das estruturas figura-
dasº
Platão pas sa em seguida, no curso da
... 424 -
narrativa, a procurar explicar a relação do espaço
.
" I\ " •
o
com a materiaj mas, como ele mesmo o diz, isto e
? '
uma dificuldade inicial? que diz respeito _a propr.ia
natureza do fogo, do ar e dos outros corpos sim -
.
""
cosmogoru.a. p 1a t,Aom ca ., J u Lgamos , ate, que nao s_?
º
" ,p
;
.
.
A
("
ra poas í.ve L. por ordem. no emar anhadc do mito cos-
'.P
..
ver so ; de r f'a to , há um
Como, fundo de-irracion.5t
lidada .em todo_o processo,- os-comentadores. -?om
. If A ... A
:Çrequencialanç?m-a-conta deste -fundo.as dificul
dades de ajustamento dos trechos que encontram ,
- 426 -
sem perceber.que talvez uma recomposição geral êbs
e?ement?s, fornecidos pelo texto9 em um novo es=
, quema venha a dar solução a. muitos· problemas -de in
terpr.etação e harmonizar certas pas sagens j que ?a
..
... ..
'.
-
.
·
·, A· A I'
rimos; s_o .e Le tem um. regime mecaní.co.
. ·.
de f'Lrrí.do e so
nele se encontram parrtd, cu.Las materiais ja, cons tã-.
A. . .
. .
..
- ..
.
..
.
ta.do Í'. ? A
exigencia,no.que
. .
se
refere? participação do devenirno inteligivel,e
tem de-fato p?imordialidade absoluta? pois. sem a
exnensâo não se poderiam. gerar figuras j para se -= ·
A A
mas apenas potencias. qualitativas, dinameis,. que
são_reflexos das Formas e.entram e saem, numa fln
tuação constante; por.isso não se pode assinalar
..
"
a qualquer das . apar-encãas , q1,1e a1., surgemj o e_sta
.
•
-
- . ..
pode aha = ..
A
mar"'."'se realmente '':is to''
.
º, . *"*. compostos.
vel.c ·No. caos Ja.-.estarao , .
1
os .cor-pos , ja
.
.
.. .
N A
çao mecarrí ca;
, feita a tr.ansiçao.
.·
..
-
- .
.
Como e
,
do necejrtàcu- .
. .
se .. grupam,r-P.!
. .
,
r-a. dar, .origem aos .conpcs. geometricos regula.res. 9.
.
.
.
.
.
...
- .. . .
A r
que vem a - ser, as part í.cul.as constituintes .das Irla:..§.
·
..
e. terra.º
.
? ,
Nao ha
.
ref e
.
A
..
,
r snc ..,
·.
?
H
receptaculo .e.o.9a:os.?a0 figuraçoes
.
fases.di.§. de
A
t.intas desse· pnoces so , _Basta.,,..nos .oompar ar as ?r?
.
,
.
·•
,,.
ferencias. ao. con+eudo., respectiv_amentej .do rece.12
táculo e d? caos, para ver que são ficções dife-
- LJ.28
..
I
f
própria o A -;( w «. fornece ao a to 'cons tuti ve das I
ti
espécies materiais uma ampla .. ajuda , .dando-dhe -a .
,de
.
. .. -
.
_e
-
por vrazes tiao , embaraçosa de entender 1 como sendo
•
A.
..
- ?
Fla tao. procura- definir. que. relaço.es se podem esta
'
.
paço·. puro o
be Lecer -en.tr.e o, puro in telig{ ve L e o. es .
,
receptaculo
.
. _ .
•
.,. .
expressamE?nte .declaradaº Te
•
•
£,o
de um ao outro.nae e
r emos o direi to· .de chamar geração a esta primeira -
...
;
.. .
..
to 'seja
•
. ' .
.
de .domãna =
ç?Q racional? só a alma é qualificada. para fazê=
Lo , Mas9 .. de outro Lado, podemos Pla.tã?·-não ??·J,l?
tenha querido fazer a alma cósmica responsável
p?
la primeira.: ge:raçãoj .que r.esul ta. num estado irra=
cãona.l -? caÓt:icoG Seria ;sse talvez o motivo : da
-
·
regularidade.a,esse movimentoe
H
?
Nao nos e poss1vel
,
. contudo. ascender que
há,, aquÍ uma. profunda e evident? contradição no .sís
A w
tema,,cosmogonico; se Platao procurou resolver es=
ta con.âun.tur a pela hipótese das duas .a Imas deve=
.
, -
de? regime de
.
demos atribuir?lhe
i isso,
a capacid?de d? configurar - a
corporeidade em· sÓlidos r egu'lar-es, . emi =
= 431 -
mas ..
=
9s; em caso con tr-ar í.o , nao .eneonta-ar-emos defin!
JI' '
,
te ao, Demiurgo -O pape.l , de .determinar. o .numer-oi,
os movimentos e .as prop?ie?ades? em geralj dos
corpos elementanesj como um complemento.ao seu
a. to configurante das formas. geomé.tricas G •
dos
O
= ...
corpos elementares com o receptaculo, Platao usa
express;es que sugerem claramente atos formadores
das espécies materiaisº Assim, em 51 b diz=nos que
"a parte do receptácu"lo que foi inflamada (l45)nos
I
ro\ 7iStrVfW.,U,,évoY
I
aparece como fogon, ,M,E ? o ç
aº gua 1 men t e, '
para a agua na
·
parte que
'
e fe1 ta 1'i
º
;
=
s
q;,lidaj aparece=nos como água" ,-rd
c>e 'IÍ-rf«Y &e)I
V<JGJf; e assim mesmo para as outras duas espé=
c í.es e Esta indicação é va Lí.osa , pois r-eve La-nos que
de fa to há uma oper-açâo, O fa to de as referências
,
ao receptaculo serem feitas com os verbos na voz
passiva significa que e;' suposta uma açao ? ,.
em que e?
se recipiente figura passivamente, dizer que uma
"" -' .
F ,ç
'
por çao ? feita fogo, ou outra .aguaj
A A
e exercida sobre ele a operaçao.,.
e indicar que
geradora dessas e?
pécieso Significa isto que o receptáculo não é
tomado como tendo êsses caracteres, mas que êles
- 433 -
são_ feitos j vêm a ser gerados nêle; t3 a parte que
?
e feita fogo que aparece como fogo, se o rece? ej
táculo é tornado fogo, é justamente porque não o
era por si mesmo , S_Ó por urna operação formado r-a
podemos supo-lo recebendo em si estas especiesº
A ,
flamado, de modo
.#
a aparecer o fogo, liquefe it o ,
para surgir a agua, igualmente para as outras
e
?uas espécieso rarece=nos claro que estas opera=
ções concebidas como meios de fixar uma frcm-
são
teira concei tual entre duas fie ções Poder {amos
·
A -
ambas as referencias sao feitas a uma mesma reali-
- .
A .
"' , -
fogo, se esteja nao estivesse presente; e, se
ê1e está pres en te 9 a coisa que o contém é visível;
logo, o receptáculo, que não é visível, não é o
caos. ,.,.
Por todos estes motivos nos parece cla-
ro que devemos estabelecer uma distinção entre o
conceito de extensão, c1erinido pe.1a '.X-werÁ. e o
do regime fÍsico7 que deve ser suposto como prec?
dendo o a tua lo
A
Di to is to, podemos procurar no
-
t?
to colher os elementos de informaçao que nos per-
-
t' /
mitamj quanto possivel, caracterizar o receptaculo
"
e o seu Gonteudo.
436 -
.
.
A
ria primeira9 de que se gerassem-todas as demaisº
Oraj para eliminar esta suposição é que começa (49
b) por indicar-nos que distinção se deve.fazer en=
tre o receptáculo e as espécies materiais? Obser=
vemos., diz Platão?· que nenhum corpo elementar r e =
.
,p
presenta uma realidade permanente e estavelo Vemos
que se transformam uns nos outrosj de forma cicli=
R
que a aguaj quando se condensa, torna-se ter-
.
ca;
ra e pedraj ou, quando se raref?z, vento e ar() Ês?
tej por sua vez, inflamando-se, torna-se fogojque,
·
,p f I '\ \
te processo e cãc l í.co , J< u s; A O)) º ,. " "'"l JI re.I YE.rl'y ,
a realidade de cada fase é transitória
N
e, assim sen
À
do, nao se pode corretamente designar qualquer de.§.
tes corpo?, o fogo, por exemplo, com a designaçio
, -
estavel de "isto", 1:'0lf,O , mas apenas como "o que
= 437 -
tem tal qualidade",
, "" ? ?
?o TOl oii ov t e o mesmo se
da em relaçao a agua e aos demais corposº Para
A ""' ,,..
estes, nao devemos usar a expressao "coisa", como
.
, ?
se representassem algo estavel? pois estao sempre
fugindo? no momento mesmo em que pretendemos dar=
lhes .a estabilidade de uma designação nominalº A
J? -
unica expressao que lhes convem e a que os desig=
R .;
-
do ciclicamente semelhante" 1:o rot. 01/"?(f)J) <XE.l
?
,--
I d
7TE.f '-f e OfoE v o v
.
?
nao tem a menor f'Lxação , A distinçao entre ºisto'ª
,A# A G:,
ii
e ''taPR_j -r o t:o e 7:'0l oiiroY, é coisa muito .pro=
fundaº É uma das mais claras indicações do senti?
-
do que Platao atribui a relaçao da ordem f1sicacom
I'
'I, e,,
.
,p ? p .
ton? e sinal que? como objetoj esta em.relaçao com
urn conceito Lnvar-Láve L, Onde a coisa objetiva .não
A
pode ser posta nesta corresponden?ia com um concei
.
... p
to Log í.co , na o se lhe pode aplicar nome e stave
,,, .
L e
só lhe cabe a designação puramente qualificativa de
tttal co í.sa" º Assim, o fato de podermos chamar o
receptáculo de "Ls to" indica que se trata de um oo.n
ceita ej na verdade, de um conceito supremo, que?
só por s"êr de natureza espacial, e:x:tensiva, é de
supor- que não deva ser incluído no mundo das Idéia?
Já as coisas, como o fogo ou a água, da na tur e z a
não podem ser os extremos objetivos de uma correla
ção. conceitual; não é a êles, como aparências do
devenir, que se relacionam os conceitos de fogo e
, , '
de aguaj mas as Ideias respectivas, que gozam da
.
O esfôrço
Lando para as compacaçóes que abaixo se seguem
.:I>:,.
'1
A
rial? .. Sendo esta uma ocorrencia pensada como jaí'
se processando no: ·4,pntÍnio do caos, todo êsse ra=
c.ioc:Ínio é. mais uma C':'<m:firmação j e porventura a
mais eYplÍci ta, de q?tt?: para Platão, o receptácu=
-
A
samentej eR ele inqu.alificadoj incaracterizadoº ??
aquilo que,· não possuãndo
nenhuma qualidade, tem
apenas a _significação da extensão pura;
..
como ex=
,.. ;I A ""1
tensao, e homogeneo e -nao apresenta diversidade de
estruturaº É esta uma noção da moderna teoria do
.
A .
-
espaçoj que com surpresa encontramos em Plataop?
feitamente definida (51 a)º Não tem caráter al=
gum próprio, e em_ ra sâo disto
oferecer ao de -pode
A A
venirj para conte-lo, a permanencia informe da
-.
"
sua nomogene tdade , Cerno no çao , o rec.eptaculo
.,.
' A
cede logicamente o caos; aparece este
pr§.
regime qua.n
do se supõe que na espacialidade foram corporifi-
cadas as qualidades flutuantes que nela se refle-
temº
Em nenhum momento Platão considera or?
- W+o -
ceptáculo como um meio vazio; por conseguintej _ca
be indagar qual a natureza que o enche? É eví.den-
te que na atmosfera mitica, em que nos movemos'.1não
é oportuno pedir demasiada precisão, mas podem-os
sob o véu da alegoria distinguir um pensamento su-
ficientemente definidoº Devemos observar que, de?
= ., /
de que começa a falar do espaço9 Platao ja o da -C.Q
mo envolvido numa relação com a matéria, represen?
tada pelos quatro corpos fundamentais, .e?bora para
dizer que não podemos confundir as duas-coisasoC"o-
? ""' ...
mo noçao pura, anterior a do caos? o receptaculo .e
, ,
como um espelho; nêle se refletem as Idéias, no
que têm de qualitativo? As Idéias não imergem no
ç., A ,
e s pa ço , mas sac capazes de nele deixar eo p ã a s 9
A #
qu?j tratando-se de fatores ambos imoveis, ?efron-
tando=se eternamente j não sejam f'Lxa s as Lma; e.n s
das Formas na superfície do receptáculoº Mas
pod?
remos talvez explicar a alegoria. das imagens flu-
tuantes e transitÓriasj à parte o que possa haver
-
de simples visao poetica, ? -
por uma razao que imagi-
,,,
namos e nos parece aceitavelg """
para nao criar uma
.
}O' C '
I
""'
/
le entram, )< < Jlo 'V)kE v á y ?-E KtJ(t\ o,otQ'?1'j).(.<t-r,
I
.r -
1: to JJ E. a: e o JJ tltlJJ ( 5 o e 2) mas nu nca
?
_._, oµ,e JI o Y uvr o
'1
'
tem qualidades;
o
__
pode
ter conteúdo sem ter ainda sentido fisicoe Somen-
te .quando as Idéias se refletirem com
o seu duplo
aspectoj qualita?ivo e quantitativo? então já es-
"
taremos em face de uma verdadeira materia determi
nada, e precisamente isto co:nsti tui a passa g e m
ao estado do caosº
Platão pode usar a alegoria das qualida
des enchendo o recipiente, porque com isso não de
fine nenhum estado fÍsico. A qualidade nio é a
totalidade da Idéia, mas é a sua parte essenciaL
O.que vê na matriz do devenir são de fato resickos
ou vestígios do ser inteligível, e são contud? a
essência; prepara, assim, conceitualme?te a noção
de caos, bastando supor mais tarde integralmen t e
operada a mimetização da Idtiae Falta ainda que
" Çd
um outro fator, este obra da Razao, se revele, pa
ra que possa tornar compreens1vel
e
a presença da
-
,
quantidade mensuravel?
/ ? -
Se e legitima esta exp.l í.caçao , podemos
compreender por que motivo Platao enche o recepta,
N
? ?
corpos definidos? Como, porem, as qualidades sao
- A
o principal para o processo da percepçao, tem
(;tit,
ant?
rioridadej e por isso elas somente se refletem na
superfície da extensãoº
A objeção de Aristóteles procede ·de um
desconhecimento desta dualidadeº Esta iriterpreta-
ção confirma a distinção que vimos acentuando en?
tre o receptáculo e o caosó As qualidades que se
miram no espelho da eJatensão, principalmente, são
- 447 -
,.
as quatro clássicas; o quente, o frioj o seco e
o Ú.mido3 Não é possível, porém, definir que se=
jam essas as Únicasj pois a passagem (50 a)em que
Platão alude ;s combinações qualitativas em que
Cl , I
figuram? O<rO'- EK z:ourüJy., tanto pode referir-se
a elas, como elementos da formação dos corpos co:m
? ,
pos tos., .. como as Ideias mesmas dos e Lemen tos que; ,
fdo
.
tr À?>' Àr/7 Dí
1
?
ture za , ?o â o/ufeY ;..f Y
;
A primeira noção receptáculo, que R-ª.
- ,
"
tao nos da, e, pois, a de um continente em que se
- Ll-48 -
manifestam imitações fugazes das.Idéias de fogo1ar,
;P
terra e aguaº Isto.sabemos textualmente; o mais
? conjetura que pode?os livrementa fazer, num es?
A
forço por desvendar o que esta por tras do mito?on
,li' ,P
.do seu
- A
pensamento9 e diz-nos que (52 a - e) sao tres as
realidades Ú.ltimas? sendo cada qual uma classe de
objetos a que se refere um tipo especifico de co -
t
nhec í.men o , Eis o que nos diz esta pas s agem sa pr1
rneiraé a. Forma imutável, incriada e indestrutíve?
quej na sua invariabilidadej nada. pode receber em
si, de fora, nem pode entrar em qualquer coisa,-in
· '
· (
visive.1 e 1nsens1ve,
"
1 ape=
1 e so po d e ser apreen d Ld
lo intelectoG
Outra coisa é a realidade sensível,
que tem o mesmo nome que as Idéias, mas é gerada e
sujeita ao movimento, aparecendo e desaparecendo,e
R
e percebida pela sensaçâo ,
.
I
Por fim, o es paço, 'J.Wf«,
agora pela primeira vez assim dec Lar-ado que é ete.,.r
,
ao não= ser
a mesma posição categorial de conceito
supremo? que
tem o ser?
Neste esquema da República? só é ?econhe=
cida realidade a duas ordens ontolÓ?icasg
ff e'
g1vel e o sensivel;
o
""=
o inteli -
fora delesj tudo o mais e ine=
.
o ,:P
í =
xiss tent t'
,,,
en?e, e o dominio ,f'
do nao=ser impensavel? de que
temos unicamente a ignorânciaº Platão deverá ter
reconhecido mais tarde, com o progresso da sua con=
ce pçào , que um tal
esquema. não poderia servir par a
a elaboração de uma teoria
fisicaº O reconhecimen-
to apenas das Idéias e "do devenir não basta para
que haja uma explicação mais
provável e _o mais com=
pleta possível de como êsse devenir
se realiza sen=
sivelmente e de como participa das
realidades inte=
ligÍveis()
A introdução do conceito de espaço e
,p
a
? 451 -
- "'
correçao desse esquemaj transformando?o de
maneira
a ser aplicável à teoria fÍsicaº Platão
,-. A
elimina
""' ?
agora toda referencia ao nao=ser A
e a ignoranciajp:;r
ver que não lhes cabe qualquer papel na construção
I
f
d a 1s1ca,
o
t
R
an esj ao contrario? Ao
a sua permanencia
,, ? 'I, ..,
e uma constante seduçao as eonclusoes ?
eleaticasoDe
fa to j .
ràcilmente se. tende a
e alocá-las no fun d o
do. deverrí.r , com isso arriscando-se a tornar Lmpos-,
t
sivel o reconhecimento da verdadeira condiçao - .
real
do mundo fisicoº A noção do espaço é a superação
definitiva do eleatismo e a inclinação decisiva ao
pitagorismoº O nio-ser ? banido das preocupaç3es
fÍsicas e em seu lugar é reconhecido o espaço como
,p a,;
um fator ate entao desconsiderado'.? mas que tem uma
si truacao atrtonoma
Ã
fl>!J
A
começamos a ter eonscienciae Limitando o devenir
pelo não=ser, arriscava-se a negar realidade fÍsi=
ca ao· mundo sensível; introduzindo=o no receptácu
lo espacialj garante e explica essa· realidade(l47i
Pela consideração do lugar, o devenir en
eon tra a sua explicação q uanti. ta tiva; a gera ção
- 45? -
das coisas nio pode ser compreendida s?mente- como
uma participação nas Formas in teJ.:_igi veis mas.
j j _
para
que assuma earater
:P
fe1s1cot
Q
imaginar-se.um
"
e f orçoso e o
P.§;
ra assumirem realidade no fluxo das transformações,
tem de ser um dado independentej uma existencia
A
au=
tônoma, que defronta a do mundo super-Lo sendo tão r,
eterna e invariável quanto ?steº Pelo reeonheoimen.
A
.
.
to -
da independ?ncia do espaçoj Platao conquista
.
.a .
A·
exãs tene ãa a nao ser gerando-se
A>
co is
.2m a Lguma a
diferente dela, sob pena de ser Ulll puro nada1Í£?
-r,c<.fi" '«X
T/J'Y€rr6t1..l)
Í)) £'7:éf 'f,
Olf(Fl(J..Ç
f
-rr
D< o-'ef KU. ?
<XJA-,WffrE'frWf O<YTéXO
E [ K Ó? ,) t: e JI {
-
pi >'7)>', ? ?1') fiv To '"n'ot.fd.rrrXr ç1.1h-1')JJ êlJJa, o mundo
_
da corporeidadeº
Na ocasião em que toma o nome de espaço?
• ""'
nao ha que referir este segundo aspectoj porque.es=
tP . ""
o , -
primordial? ignorando o seu cara.ter de extensaoj a
I
da XW/J°'- pode fazer=nos correr o risco opos to
/ , , o .
CAPfTULO VI
O PRINCiPIO DE
nt1faCIA NA COSMOLOGIA PLATÔNICA
(8
Platão percebe que a antiquíssima idáia
de um caos na origem do universo, idéia pre se n.te
sempre nas cosmogonias tradicionaisj pode ser aprQ
í
ve tada para transportar um sentido completam ente
novo? que lhe
dará uma significação diferente na
teo!ia cosmogÔnicaº Descobre que o caos é essen =
cialmente um mi to e que os primitivos poetas o cri-ª.
ram num vôo de imaginação1 quando meditavam sÔbre
as origens cósmicas, apoiados embora em certas apa
A A
rencias muito gerais da naturezatt ,Mas o que neles
era obra de uma intuição arrebatada foi tomado,tal
A
vez por eles mesmos, mas seguramente pelas g e r a «
ções posteriores j como a descrição de um· estado ra:il
que precedeu a ordem atualmente vigorante no cos=
mos o-
Platão compreende que a primeira coisa a
fazer? restabelecer a verdade sabre esta noçio,
- 457 -
que ela é obra de pura fantasia e não a revelação
de um .es tado alguma vez exí.s ten te , Assim, sente
, A
que tambem-ele pode criar o mito de um estado
, im?
.
,
g-inario, com a diferença1 porem, de que, tendo a
exata compreensão da sua significação imaginária,
, , /
podera dar-lhe-por conteudo urna verdadeira intui=
ção-1Ógicaº Por isso o adota e o faz tão rico de
"" ,
noçoes. Podera estender-se em detalhes e descre-
ver a sua estrutura e o seu regime, porque não
?
r?
ceia que alguem jamais tome na conta de real o
p
que
N
esta dizendo; em compensaçao? quer que se compr_§,
enda o valor da-síntese fisica que tem em vista?
;I' A º
j,nntando o plano_ do imaginario mecanico
-
ao da res
lidade percebida& Sua atitude-fundamental pode
reduzir-se à seguinte? sua visão da natureza é,
como a de Héráclitoj a de um perpétuo devenir;
?
ra uma coisa, ser real fisicamente é ?star em uma
- '
condiçao especial, a de dar-se a nossa percep a- o
ç
sob uma variedade de aspectos e de relações que,
na sua acepção mais geral, designamos com os no -
mes na.transformação ou movimento. A análise fi-
losófica descobre que mesmo as coisas que tomamos
como mais estáveis sofrem um processo de mutação,
que variam com o tempo, e que portanto a visão
da mobilidade é a característica essencial da or-
dem fisica. Imediatamente descobre também que a
mobilidade é um têrmo demasiadamente geral, na
verdade havendo duas esp?cies distintas de varia-
-
çao que nos compete separari a que afeta a rela-
1
·11·
'I I
I - 458 -
gime.
?
, o ..
qual nae oi'
e necessaria a in ""
ter.ferencia das R
IdeiasQ marcha do pensamento de
A
.
? , N ,
tao se tera dado conta de que a noçao do-caos e-i-
" , ,
i
.
, ,.. ;'
maginariaj mas nao e ar b í.t
irar ae Ha um_conteudo.Q
briga tório a definir nesse estado Ldea Ls
reg1 .é O- ..
"
sicamente, como uma pérda de contato eom as Ideias
- 461 -
§ 2a = A primordialtdade do movimento
? """ .
retil1neo e a oposiçao
o
entre as con=
cepçÕes platônica.e aristotélica a ê?
te res.peito()
can1.co do
o
caos?·
Podemos supor que esta analise e ,p ?
A
ma, .de Las, .a._.circular, so. tem ex í.s tenc ía no
. , ú'
mundo
..
R ?
doj como veiculo de um pensamento logico?
.
e a prQ
cura de um con teudo para essa ficçao'.#· mAdiante a
, . ? D
ç-,
--C7.E
' .,/
·""J·Y· ,,O(Jr.Et
.
r ? /
fºY o<.ovf«.roiº _Admitir que çao
.
, ?-
repouso.sobrevem necess?riamente,
. .
e·
com o repouso
•
,
em linha reta. ha sempre um ponto de par í.da um t
. .
, pqn
to médio .e tun.ponto Há portanto diferença :finalo
A
de .natureza.entre 9s pontos-desse.movimentoil o que
,
.
.
(265 b? 11) º A ..
.conc Iusâo final desta demonstração
de que o movimento o mais. priJ'.!lordial dos circular é
tipos de ?ovimentos.locais? é que a rotação é a me
dlida de todos os outros movãment os
.
/ I r
\1
, o,ort.. 'lrf'-tl- - «AAWJ>
er r TfAJV
? """'
c
T?., foE?:"eoJJ (265 b910),
.
Na Ji?tafÍsica9 Aristóteles reafirma a pri
mordialidade da .transla.ção circular .e decãara e,c-
pllci tamente que.o.movimento circular
pelo ,primeiro _motor ? ' 'é produzido
e
'f:fd. r?f ? Lmóve'l ,
-rr W 7: T(A) ))" ).J--êZ-ot..f> ô À WV V 'l:' r-:
oc
e 7 1 7:CX. Ç
r:« if--cr;JJ ifi ?o ir-ro ( Tc.
'?
17
K J À? 1<.
•
ciliaçao duas
o
as
, .
?-
doutrinas eosmo.Iogâcas que?.-delas .. .der ã
vam. s?o .. runda
mentalmente opostase Veremos que a concepção arij,
- 467 -
totélica, com t?do o que tem de aparentemente.
, ?
mais logic o , e f'a Lsa e. que. o pos'tul.ado. platonic
.
Á
o
representa uma,indi.scutível aproximação com. as
idéias modernas? dando a Platão o_lugar de verda
deiro precursor da ciência f':Ísicac
-
outra conce pçao, ,J> " ,
e ..
...?- de ?ristoteles e f'á cf.L. de
""' .
J>
compreender.go movimento nao e .concebido como
1,n
causadoíl.mas como .um.acident? em que se encontra
,I'
o serj ou-qµe .. sobr evem a ele.". Nenhum ser tem em
,l'I,
..
i
Cd
?
erarmos o
sua. totalidade j .compcsto como é. ..de
uni.ver-so .em .
.A
esferas que se. contem umas. nas. outr-as, o movimen
to universal exp.lá.ca-sse ..pela. transmissão .que se
faz.?- de uma a outra esfera do-imp,;tlso et@rno que ..
da separaçao do domí.nf,o
- 468 -
se vêm envolvidos na mesma aoncepçâometafÍsica j
A
pela--.qual. se. explica.o r.etorn.o dos .cor pcs .ao
.
--
seu
?
lugar na turalé- -? primeira esfera .. e mov.ída pelo
primeiro motor, pelo desejo.de perfeiçioe
o primeiro motor move por ser. aquilo. que
,-· ,
ELdes.e-javel?
J I,,
o ()l)t! ICt{), s move como objeto r- -
'
ril /
Ef co)LE.>' o,,, ?
-? ?
de amor 9 I< e Y£1. o 'IJ co ç enquan
A
to,- todas as outras coisas porque sao movã :»
.
movem
da S :, T & À À o( I(_ l Y S
J( L J) 0 Y}A,£ _)fo(
(149)• óÊ [
A .. esf'era extrema 1 sendo de matéria eté
. .. . .. .
e;:,.
?
r-eza e o movimento c í.r-cuãar , ...
.
.
º Mas es te . ., ?-
. -
.. .. . .. ·
. -
,
causado .eternamente pelo Lnf'Luxo do ..motor. imovel-o.
--
.. ..
.
. ·.
'
'
a. tíendencãa .. a
.
em
vol tan . ao seu lugar natural e,. que se processa .o
.
..
.
'
- ,
_
·In..Q
abstráida
-
e
.
...
pode
. -·
-
ser .. por ser .uma causaçao e terna, e .
o
movimento .Lnces sanbe , .e que
.
.
A.
este .movtmen'tc . e o cir,cular.? isto· e; evidente nae
.,
.
= ·,
.
?
.,,,
. f claro .que
·,
â
.,
lmpressão.que.rtos dá a 0.2
e.a
. .
•,? . ' ?
cul.an .. dos .. eeus se pr.ocessa ... contdnuamen te 9 ?em- .ca]! .
... .. ...
A
.
H ,
tural1dade das. revoluçoes. dos_- .ceus, ... -Temos de ..t o
"
, '
.,
sa-Lo, Ora.j analise .de .Aristoteles .confir?a o ,.a
°.?
,
. - ...
?- .. ' . .
·,;.,
A "
intuiçao que.-funda.sobre.ela.e,
.
.
.,,_
í ? ". ?
sa .que o. exp'l que.,.. Peste mode 9, Ar.istoteles nao -
supremacia -
circu=
.
.
'
?
..
ca de ..
que "º movimento. retil1.neo .na o se man tem por
si.mesmo é.que.lhe atribui.o.caráter .acidental e
constrói as teorias dos .lugares naturais e da
? , ?
.
A-fisiea.aristotéliea-é portanto,.coerente.com.oe&
tilo geral .de tÔda. a .s-ga. filosofiao-. Estàva seguF.'
-
- ?
r.a de que- a sua concepça.o tinha a .. maã.s so.Lãda
.
-
. das
,A
bases-?- rundanãcvss .na. evid?ncia mesma. do .cunso da
.
-, "' _,·
assim.vemosas,coisas? e erro toma=la como pr in·c1:,
ç ,P
pio de explicação?
A -PO
__
t_tf!J,. -,, ?o
enc1a.cr1adora do-rac1oc1n10.p a q?
o o·
lt A
,
__
co.real .objetiv?
.
?
e que se ha de partir necessa-
. ·.,
?
tit
riamente.do que .nos e imediatamente dado na per=
? ';
cepçao para .expliea"'?la; ..
:er ainda devemos aceitar .
·,
o .que nela e unãvsr-saj, e ecns tantia como .o mais?
;;,,
... ..
A
to .. cosmogoní.coj pr.imeir.o' porque e. ? '
d o .-rea. .
. .
te
. ha? qua?
o
.
tratiVOo
A .A·
§ 4a ? Particulariq.a?es. sobr e a gene se ..
N· A
da soluçao platonicalJ
.
A ? ?
.,.-, platçmiea
.. A pelo .contrario-defi
pos í.çae. ...
A
ber o. real ... co_mo submetido -.às ... exí.genc í.as do. pens!,,
.. .
..
no goza,apenas do pr.ivilégio-de
. ? ?
.masj
ra .. o .a to do -conhécãmerrtc., nao e e81 e .o - pon t o , d e
..
.. -
existiri ?
partida_? e ·sim o pontt? de ehegada; não se trata
- 472 -
de assumÍ.-lo primeiro1 para depois o incluir em um
sistemaj que depois torne possível assumi=loc .O e?
pÍ?ito disp?e de um infinito de possibilidades de
? ,, -
construçoes imaginarias1 mas nao pode escolher por
-'
r' º t/7 ,,
arbitrio, o mun a o 1s1co e real e provarajpor fi? º
pelo pensamento e9
maã s., deve .se r
feita em forma de generalizações ,
, A
e,claro que o estabelecimento deste quadro geral
puramente pensado, antes do contato com a nature-
za,-? precisamente o que se chama. um mi to cosmo@
nicoº O car,ter do mito ser! portanto o de esta-
belecer que condições gerais podem ser pensadas91!1
ra qus , quando as particularizemos, se encontre ?
rem a realidade que obs ervamo s , Trata-se então de
A
colocar na origem ideal de cada fenomeno o seuª-ª-
pecto mais geral. Ora, é justamente esta orienta
ção que e.onduz Platão a decidir-se no problema do
movimento.
O mundo fisico oferece-nos o movimento
como existente em duas modalidades distintas; co.m
preendê-10 é representar,.no mito do estado origj_
nal, a forma mais geral em que pode ser pensadoeA
' _, A i'
grandeza da intuiçao platónica esta em ter perce- I
ff"'
A consequencia imediata desta intuiçao e
- ,
que podemos afirmar que ?xiste em Platão a concep?
ção do princípio de inérciae Preliminarmente, se-
ja-nos permitido deixar explicito o ponto de vista
em que nos colocamosª Não pretendemos, evidente -
mente, declarar que Platão enunciou o principio de
inércia tal como o conhecemos desde Galileu, Des-
cartes e Newton; é claro que, se o tivesse feito,
... 475 -
ij!
I
I
t.odo o. mundo o saber La , O que defendemos é a afi.r
mação de que a sua concepção cosmogÔnica implica
a noção do princípio de inércia e, ainda mais,que
é -legitimo-supor tivesse alcançado uma intuição
A
i?
i
desse pr nca p o, pois no T imeu se encontram tex-
o ·.
-
do nele se mantem indefinida.mente? a nao ser que
A
alguma influencia externa o modifiqueª Por sij o
corpo movimento conservará o movimento:, quer
em.
, -
di
?
zerj deslocar-se-a em uma translaçao retilinea e
uniforme e
Se não há uma causa para o movimentoj a
À , -
mecanica so pode ocupar-se de causas de variaçaodo
movimentoº um corpo de massa 1!! podemos defi-
Em
nir o seu estado de movimento pela velocidade _.
?,
que lh assoc amos, como sendo a quantidade de mo-
que possui m 1; perguntar pela varia-
m im to procurar o modo geral de varia=
1 tst é variável em grandeza
'
e
"" .,,
v r ao, sim, e um processo qu?
e modo que se expri-
- 477 -
....
! r ; dele
d V -+ A ?
me como. .= e que devemos procurar
.
d
uma causa?-- Esta variação é a aceleração, e· não
, .
e mais um estado,
mas um processo9 para a compre=
.
, - j
estavariaçao ,..-., . .
i .,
.
circular,
.-
?
força que mantenha a cada instante a variaçao de
?
.
, A
direçao de sua trajetoriao Esta força poqe ser cha.
.
A ,
mento de um astro em torno. de .. outro e um. fa to que
,
so-pode ter lugar na imagem de um universo organi=
- ?
zadoj.em.que ha massas constitu1.das; a gravitaçao
' ?
,
e a
-e:,
noçao que imaginamos9 para cobrir a constata=
ú A
çae de. que m 'Uni verso as_ massas atuam umas sobre as
outraso fste dado é de reeonhecimento imediato; a
natureza aparece=nos aomo existindo em forma
?
-
?
de? ?
sas que $e atraem mutuamente? mas nao podemos torr@
lo como '1ID fato logicamente primordial, .pois não
podemos construir um modêlo verdadeiro da naturez?
em que o movimento circular venha a figurar como
primordial o
§ 6 '2
. . - - O conceito de inercia
.
_
, J'
na _f1sica
platÔnieao Alma cósmica e gravitaçãoº
to- retilineo
·. ··.
tem um .·
caráter acãden ta.L,. causado-e
=
·;tini to •. Orai ja
.
.
·
- . fl,.· .
di>
? ? ,
ti
çao extranha, a da Bazào,
º
d om1n o d o movimenl,o re-1.1.1:neo,-que e assirq .&. tº,?
. PortEillto o caos e
F- º
.
re'="
o
mo .. es tado ,
sem necessidade de explicaçãoº
É?
pois, claramente, o reconhecimento da lei
da ing_r
ciao No caos, por falta absoluta de organização,
'
so ha par t?a.o u 1 as m1croscopicas,
" . "' -
que na o chegam a
constituir massas organizadas; estas partes mo-
vem=se retilínea e uniformemente; Platão reconhe
ce_que o.movimento que se pode conceber como es-
>- , (
tado.espontaneo e o retilineo e uniformeº E da
mesma .sorte reconhece que ha, necessidade de um
.
• t º ,,
pr1nc1p10 novoj que sera a A lma do mundo, doada
.
d" '
1.ma. ?eosm.1 i
..
w
ca ,
?
Assim sendo, se trans-pu.ser?os os, termos
A
e t1'\)aduzirmos o mi to p1a tonic-c>" .no mito newtonãa-.
. .
.
,.
-
·oo-· -?-.. .
.
,p
§ 7? -?-- -Analise dos
-
textos que .. de- :
b) a
' 34, I J< [JJ 1)0-tV 1?
l -
'
«7r:_YB.LJA;£)) uzw? oC •
r?J.µ e o u'
""I / O'(.())k "() O(.
? "" e ,
()? I( Et..«)) -riov sirt»:
\ ' - 1
'
T-r;>', 1réf' Yov? l(rx.t
·
é7rOl11Q"9£
trfJat
l KVKÂW l<,tJ/Gl-
I I. '
f.º?iYOJJ 1 -nx?
a-1:(E
t; §f ?7r«(icxç
.
f
.a
- A -
seis tipos de movimentos<) E quais sao eles?. Sao
as translações retilíneas, para a f'nerrte j para trás,
para a direi ta, .para a
esquerda, para .e íma e para
baixoG São as seis.direções em que se dividia o
espaço, na concepção antiga, na qual_nâo se dis=
tingue a diferença de sentido numa mesma direçãoG
t, claramente apre?entada, a mobilidade indefini-
da das partes do .urríver-so primordial, que , quando
entregues a .s í, mesmas, sem a coe.çâo da Ra.zâo , não
A ..
""
tem.ordem nem lei? e nada mais real?zam senao a
,
inercialidade da sua condição?
i:Í
Esta mobilidade é concebida como abran=
gendo todo o ser v í.vo ro õJ..oy __
; quer di- ?'ftp,
zer? não existem partes em .repouso neste estado
Tudo se acha submetido
'
a
=
mesma condiçao de tra.ns-
.?
- 486 -
la ti vida de Quando, mais tarde, fÔr tra
retilíneaº
tado de novo o estado do caos primitivoj não· será
repetida esta declaração? por já ter sido .estabel?
cida anteriormente; mas tudo o que al1. se diz con
firma inteiramente a noção da retilineidade .dos IDQ
vimentos das partes do caos$ Não pode haver d?vi=
da que Platão concebe o estado do corpóreo, antes
de ter contato com a Razão que o Demiurgo lhe .ou-
tor ga , como u regime
111
...
o ,.,
me carri co ãner-c í.aj ,
o
Observe0
"'
mos que o verbo q11e especifica esse mov í.men tojdnas
A , r .
(
.
"" ?
co de uma translaçao retilinea para a frenteº
DA
este mo d o? se tAd
.
f
o as as particu 1 as_
,
se
deslocam em linha re ta e .o podem fazer A
em todas as
direções e em sentidos opostos? é evidente que o
Único acontecimento que pode ocorrer neste estado
é o choque entre as partesº Mals tarde se veráque
= "'
a conce pçao do caos e urn pouco mais complexa e que
Platão deseja introduzir uma possibilidade de se?a
ração :trracional entre os corpos de diversas quali
dadesj pesados e leves; à medida que vão sendo g?
" ?
O receptaculo do caos e agitado por movi=
o
rados.
mentes semelhantes aos de uma peneira de joeirarje
criam-se direç5es de translaçio preferenciaisj mas
= ó'
nao ha jamais nenhum movimento circular antes que
a Alma cÓ?mica se integre no universoº
o problema d.e saber a que espécie de re-ª
lida des aÍude Platão com o descrever os seis movi-
mentos, pocte ser resolvido com o proprio exame d a.
, o
- 487 -
proposiçio ª); com efeitoj nela comete Platio u-
ma irregularidade ·gramatical, que intriga
Fracca-
roli (l5Z) e que seria de fato inexplicável,
se
não fÔsse, como julgamos? altamente expressiva
do
pensamento do autor; é quej sem sujeito decla.:Pa-
doj .a segunda parte da proposição tem o sentido
plural, especialmente o particÍpio Jr.À«J.IWfoi.YoC. º
Como explicar o aparecimento de um particípio
no
plural, se naç,. o haj; neste numero
,,
su jeãto que The e01:
responda'? Anteriormente? º?sujeito tratado é o
vãvc ma sua totalidadej ?o, 0.AOY
c11 )0-
'-J?O)) , e, sem
razão.aparente1 Platão passa a definir as seis di
re.çÕes-do mqvimento com relação a algo pluraL,Que
remos - crer que s por menos que se possa def en d e r
ts; li' .,,
esta construçao como metodo sintatico1 o que o
autor tem em mente é a multiplicidade das partes
que enchem o caos primordial ej no seu espiritoj
se identificam de tal modo com a noção do ser
.
f'Í-
A
sieo antes da existencia ra?ional, que passa de
uma coisa a outra sem transição declarada* Masj
para quAm faz a análise filosófica do textoj esta
?
ancor-r açao mesma e? expressiva; ela mostra
o
o
que
Platão pensa, nesse momento, naquele mundo desor-
ganizado de partes mieroscÓpieasj como são os qu?
tro corpos antes de se gruparem em massas visivei?
já por efeito da Inteligência organizadora?4 suas
,, .
te,
indicio da perfdita coerência do pensamento, o em=
prêgo da mesma expressão nas duas proposições que
agora confrontamosº Aqui, de novo) as partes do
oaos são di tas estar errando ou vagando,1rÀcx.v.<.iJµ>1oe.,
quando se deslocavam em translação retilínea e.un_!
forme, ou seja, quando estavam sob o domínio aa?a,.11
sa erranteº t
também êste mesmo verbo que é repe?
1. .> I
tido na proposição b) , 0(17 /\o( )) é G para exprimir o
e,
e -
""'
'
descer.a descriçao.de aspectos que, mesmo decor-
.
º
da 1nere1a em Platao?
<>
..
A =
·jus tamente aquele .que diz respeito a? Razao
. o
e ao
• A ,!' ?
Intelectoe Or.a1 este e um setimo tipo de movimen
to.j de vez que caberiam apenas outros seis9os que
foram descri tos na proposição 1&) o tste novo movi
mento é .carae ter-í zado como send) de ordem racio =
na I e descri to como cf.r-cul.ar-, Entre a condição de
ser o movimento próprio da Razão e o fato de ser
,
hã
? .
,
circula.r,, implicaçao material; o que expri= e
me a propos içâo b)} quando emprega a conjimçâo Ji ó,
indicando assim que há uma relação de decorrência
do movimento circular, da condição de racionalida
deo
movimento circular é definido com SU=
O
A ?
perabundancia de expressoes? De fatoj nada menos
A -
de tres verbos convergem para dar ideia,
da rota=
ção do corpo do un í.ver so e um, geraij k.VK.À<f
KLYeZõ8«, , e dois outros indicando particular=
mente a rotação, com a diferença que no primeiro,
r
rrse,«rcx.r(,c)J) ' a forma -verbal ativa destina= se
a visualizar o trabalho do Demiurgo fazendo girar
o mundo; e no segundo, o partic:Ípio médio-passi-
- 492 -
; '
f I .
Ir', e
º
J} contem mais pr?pr1amente a
,J
VO E. O?& YO ·--i?
dJia da ação acabada e do estado a que foi levacbo
unãver-s o- Mas o serrt Ldo .culminante da proposição é
o ·expresso na sua parte finali que, no conferir o
movimento circular ao universo, Demiurgo supri= o
arrastavam part es
corporeas pelo _influxo de um.a causalidade inercial,
.?
-i
organizaçãa
do córpodo mundo? um movimento de rotação no
:,
mesmo lugar, -EY ?w áv1:w
.:, - º uní.ca
p
? ? forma de movi
?
?
mento- que o corpo esférico do mundo
?ode receberº
Lembr-emc-rios , com efe i.to
-
que, quando Platã.o nos
·
·d)'()·- .t
que não há possibilidade de movimento tr.?
Lac.í.ona l .do universo como t odo , pois não existe?
paço -em que - possa mover=s-e e Todo o espaço est a"
contido.no universo-e nada resta fora? O corpo
do mundo n&o pode portanto ser sujei to a nenh u m
deslocamento, -e lhe cabe (é êste o sentido de
só
. O ZK E. [,x J) ) mever--e s numa revôluçâo s?bre si mes
rno , .?"
Esta resroluçao e nao soI' a un
·= - (
,I'
-
Lca ·poss1vel pa-
ra o universo organizadoj mas ainda.indispensavel ,.
I
- 494 -
nal definida?
A justaposiç?o de_ssas duas pa saagens ç erg
mosj é por si bastante rica de significaçãoº Dela
ressaltaj ao que nos parece1 a possibilidade de a-
firmar que Platão concebeu o seu sistema em forma
.tal.4ue compreende o que aos nossos olhos represe.n
ta a lei de inérciaG Não a formulou evidentementej
.-
,.,,,
A
vem do não-reconhecimento do qu.e significa essa con
? .
,?
cepçao, .que na nossa linguagem chamamos de ip?roia,
na estrutura d0 pensamento natural de Platão? Não
foi devidamente notado que o caráter simb6lieo de
todo o diâlogo é o meio de que Platão se serve pa=
A
. .
·
T·;ç T"nç « IJ« J/<t 7:'0U
I .r/ , I V 'Y-n5
'fJ /'-I""=s
sve o ou» ElÇ E1Tlf flrl:b')) sia):« KoCt l I
? :,_
'
e Ó Óous-
OOTOffVZ-OY.
(43 a, 5) º Esta pas sagem, que se refere à fabrj
-1
cação--dos corpos dos vivos pelos deuses já cr í.a-. ·1
·
cada astros=deuses foram a tribuidos--dois
um d?sses
sobre si mesmof
?- A
movimentos, um de rotaçao uniforme
' ' E)) ' :,·-
r
:, ·'
s outro
t pa=
:,
? foE)) To< 1F 1.u K « 'C"()(. ,Z-0( U?"<X
ra
'1)
I I
\ ('' 1TBYT£. Kl,,1)ôll5
"J
1;TI1ov?is. e par'ados , ?oc,; 10€
. .P
1
§ 80 ? A inexistência do conceito de
inércia na cosmologia do Demócrito$
= -
sao do pr ncip o d e inerciae
o
?
ti
de examinar se.se pode atribuir a.Demócrito-uma.vi
i ,f>
p rocuraremos d emons=
!'
o
,
Newton; logo1 poremj que procuramos dar=nos·cons=
ciência do que representa em conjunto a concepção
..., Â
atomista? verificamos que nela nao ?abe esse pens?
'?. .,,..
, e neste
coincidem os ponto teste
? -
munhos t e a essa af-irmaçao que justamente se
? 156) a quem repugna
.
outros
Laércio que,admitindo Demócrito um universo infj
nito? julga que o universo, sendo formado de
A
uma parte plena e de outra vazia, nele se geram
mundos infinitos que de novo nêle se d í.s so lve m ,
\ \ ""' ?I I ,
f'fr{,)) , Wf. 1:f OêLfé?:'D<.l•
<:
e uma cosmo-
A
,
.,, ,p '
geraçao que e dada como tendo acontecido de verda
de e em cuja.veracidade fisica os autores crêemº
A .
A .
,p
Al es ain d a ha um in?
çoj se esta gerandoj e entre e O ,tf'
0
f 0
A
pura=
mente mecanicas deve explicar a passagem insensi? =
vel de uma a outra etapaQ Ao contrário disso? em -
... ,,
Fla bao , .... ?
o caos e uma noçao logica uní.ror-me ; .os .seís
(
movimentos retilineos
=
sac claramente enunciados?De
= "' tf' "'
comum com a visao platonica a de Democrito so-con-
? - .
td
mobilidade livre primitivaj conforme bem declara
I' -' A ""' o o
Diogenes L?erc10º Deste modo? nao existe em De-
, - .
mocrito a noçao de mundo organizado ou de ordem
... .,,
da natureza? A rigorj nao ha nem mesmo na tur-eza,
? # ? o 4' o
e tudo nao e senao o estado trans1tor10 por que
; ?
esta _passando certo grupo a tomos, em virtude
de
A
do-acaso que os fez chocarem-se e prenderem-se uns
aos outrosº
Nao há um princÍpio de estabilidade
""
A
neste aglomeradoi e nada garante que ele nao ve=
, ?
nha a dissolver=se pelo acrescimo de outros ato=
.
mos, que rompam o e qu r 1 1(b rio agora o b s er-vauo,
o o
ri
,,
operando de .forma estavel em um universo tornado
.
r2
cionalo A cada instante pode desfazer-se a combi?
nação que agora gera tal efeito mecânico, e êstê
deixará de processar=se? Não pode haver determi
nismo num universo democr:Íticoº
Ao con t rar10?
,? º
de Platao atua= a·r"1s1ca
e -
liza o conceito de inércia que descobriu1 porque
dêle se serve para distinguir e caracterizar ca=
' ,
da.rum dos estados Lmag í.nár-Los em que concebe a
realidade. materialº A cosmogonia democrÍtica?p!'J_r
mais que explique a formação de um mundo tão e o.m
plexo9 como, por exempão , o no sso , considerada do l
'
I
, ?
sa segundo a lei unáca do acas o , 01r?J '?'I/Y()t; ej
I
.
,IP " (.
/L
atêj-isto e.que -lhe.permite obedecer a uma espe= ,IP
?
mócr â
to -
Confia a .uma . evoluçao
.
?
, cega a ger-a ç a o
.
, .
;da))
(IXj 31)º Aristóteles (l6l) refere que, para os
atomistas j o turbilhão tem uma origem espont?ne aj
r;t.TTo To<.lft:Ojlll()(rou T<Xf 71.7))£rífJt1.1. rb;) ·:
<ÍcJJ?J-Y.
É de crer que êsse movimento rotatório se origine
.,..
507 -
,,
pe±o choque tangencial dos atamos, pois sabemos
. I
salto, é aconteci-.
,?
mente natural entre os a-tomos que se movem deso.r.
denadamenteo Nenhuma :r:assagem nos indica expll=
citamente que seja essa a causa do turbilhãojmas
não. é difícil aceitá=lao Assim, Demócrito não
A t
ve.no movimento circular o simbolo de uma condi=
º ·
=
çao nova , mas o toma como algo casualmente gera=
..
.,
d? pelo propr10 moviménto retilineo?
o
_(
O apa?eci-
.
= A =
mento da revoluçao mecanica nao representa para
A -
1.
carº O movimento circular é apenas um acidentej
?ma perturbação da translação retilínea, e, sen=
do tão espontâneo quanto estaj não requer nenhu=
ma explicação especialº Não form$. uma nova con-
dição de mobilidade para os corposº ?stes so-
frem apenas uma coação ac í.den ta I , ao serem forç.§!:
- 508 -
dos a-girarj mas não existe a noção de que.o .?uni=
ver-so , em que se passam as revoluções periÓdic as
,
seja um·universo diferentej que adquiriu uma
condj
ção nova, a posse de uma estrutura
ordenada,
O signo da casualidade acompanha sempre
A
todo o devenir mecanico de Democrito; <P
A
= para ele?
nao existe jamais ordem na natureza; ha.apenas.
? -
o
acidente de estarem as partes materiais d í.spo s as.
do modo real que pe?cebemos;; mas podendo a
f
qualqi..E:
momento., pelo mesmo acaso por que se geraram? des=
fazer=seo Ora, nio havenAo .a noçio de .estrutura-?.
não pode haver clara compreensão da lei
de-inérciac
Não estando o urrí.ver-so subordinado a uma
condição
ordenada j que prime pelos movimentos c í.r-cu-.
se ex
=
lares dos ceus j nae "
.
tY
ha o reconhecimento de um es ta:
do caótico distinto;e nem mesmo se pode definir
, A #
um
A
regime mecanico comq proprio a esse estado primiti
,I' •
vo? Para Democrito? dada uma massa corporea t?
? em.r.2
#
taçao? a qualquer momento um ·dos seus atomos
.poda
escapar do aglomerado e retomar a liberdade
de :tm2s
seguir em movimento retilíneo, a f?rça que
o ret1
nha era simplesmente a existencia dos nelosu
Ao
e R1lgaJ].
chos " quej pela pura casualidade do encontro das
liências de um com as reentrâncias de outro,
?
o man
? ""
tinham ligado a moleº Nao se pode conceber nada
A
que se assemelhe a um campo de ?orças? =
porque nao
existe uma determinaçao r-ea.l , uma razao.
= -
de ser- lo=
, .
- ttA
do-o primeiro turbtlhao, em consequencia da mul-
... , "" .,.
tida.o de atomos, este nao podia girar equilibra=
"' .,.
damente '.7. e en tao os a tomos leves e scapam para o
exterior, Íq-"ffÓ7rwJJ fl dtÕ( 'To 1r)...jio?
?7 K.É\ ,,
é
ô.U,; ? WY 11'"Ep,te'f er/)c1.1.,) T?
\
OCJA-
' L,, I
êl? t» e. w K£Jlo)1cEsta con-
1 .,
?EJ) t\ETr-ro( x_w p E ZY
"" / { /
cepçao e incompativel com a ideia
e
de um estado
ordenado', .defini tivamen te .
cons ti( tufdoC)
No pensamento democritic? o movimento
circular nao tem, poisj nenhum cara"t er especi"r 1-
N G
de de sapar-e car , f
justamente o realizado-. a ter
significação do movimento circular,·como expressão
da ordem racional da naturezaj que permite-a
Pla=
tao pensar uma teoria mecânica que
compreende-ver'?
dadeiramente o principio de inércia? -Para Platãoj
a hipótese de Demócrito? da espontaneidade
do movi
mento curvilíneo? representaria a eliminação
da
causa r ac í.ona L, do Noüç
-
que realiza
j um-cosmos
ordenado? seria
e a suposição de que .a nat?reza ej
tivesse ainda sob o domínio da Necessidade o-Vê .que
nessa hipÓ,tese o movimento circular não é explica=
do , mas tomi?t;,=se como algo derivado
do estado anbe
rior de maior generalidade
j segundo um. .mo Lvo de= t .
;
de inerciac A
t
O a omismo e para ele o grande erro
o , A
p ?
xiologica? o que r?presenta para Platao a perda
da inteligibilidade? A alrp.aj que na teoria pla=
A.o ? ?
tonica e o simbolo e o veiculo
JI- '-
da Razaoi, ? redu=
-
zida_ .por DemÓcri to à mesma condição material que
o corpo;
= , .
mais
sut í.s , que f'ormam, e o ser v í.vo , ,
a. se_ a possuf.,«
porque de contínuo aspira do meio ambiente êsses
,rPt
a.
1:
omos anamacº º
oe que, .poro serem mais eves i,
..
l º
anva-
dem e -mobilizam o corpoº .Demócrito pretende ex?
&\
plicar a mobilidade autonomica do ser vivo. como
resultado· da mobilidade da Alma? A Alma seria,
assim.j um principio de movimento· para o eorpo a
, ·? #
que. esta. Lã gada , conforme depoe A.ristoteles (163)s
segundo o qual DemÓcrito·teria dito que a Alma
.R ,
era formada de ?tomos esfericos e que, devido ao
si
,·.
'.
,p
seu incessante movimento, arrastaria atras de
o corpo ej desta forma, seria a causa do seu mo-
vimentoº
- 512 -
Esta simples aceitação da existência da
alma não cria para o sistema democritico nenhuma.
aproximação com o pensamento platónicO·i ao contrá -
---
A po,n
to de vista platoriico,
-
A
cosmos;
o que equivale a concebe-lo
- ·
ser
táo seguro9 como poderia alguém
supor, existir em
Demócrito a-concepção da inérciaQ
A simples reti
lineidade· da mobilidade
espontânea dos átomos-não
basta para cb.nstituir uma
antevisão do principioe
Falta-lhe o i?ntido, que tem
Platão, de discrimi-
nar a ímagem ideal do caos
do quadro real da ordem
·universalº t curioso constatar que um sistema-e?
clusivamente mecanicista como
o atomismo, aparen-
temente tão simples, não podia conduzir
à forma -
ção da ciência mecânica;
faltavam-lhe as noções de
.
-? --
..-- .
- 513 -
quantificação do fato fÍsico e de
regularidade
do deveniro O de Platão) pelo
contrário, tão?
volvido nas nebulosidades da
fábula e da poesiaj
era r-í.co de um conte-Údo que
viria a dar origem à
ci;ncia modernaº t
que reconhecia o prima?o
da
Razão e estabelecia um regime
de movimento dela
dependente e
§ 9º - Arist6teles e o princípio de
inércia$
dº" ºlº
·· "'l ...
- d e concJ?. 1-
arpse com a .noçao .e 1nerc i ªº º -
Aº1nadm1ssao da
espontaneidade do movimento corta tbda
possibi=
lid.ade .de vir a ser reconhecido esse·
A
<
·i_)rincipio e
Más o que é indispensável
assina:fpr? qoo r.ão só n?
podia ter lugar na fÍsica
aristot?lica, como A=
ristóteles enuncia o princÍpio para
_, - rejeitá=lo.
(
E da?se entao esta curios1ss1ma o .,,,.
, situaçao na h?? o
,
toria da lei de inerciai Platao,-
que a compreen
deu, não a enunciou9 e Aristóteles1
que a enm1= ·
?., I I
()(v,{.7T£f'tr'Z-tXõl? ea Lcarrte , Mas e ao demonstrar a
impossibilidade do repouso que lhe acode, sob a
,
torma, de argumento por absurdoj a formula do prin
, caa n ,
a 1'
e º
em dºa ss o, rn.nguem po d er aa dº
º
c1p10 d e aner s
o ·
º º
l.
?
zer por que o movel parara ,fl
em algum lugar; por que .
nunc.í.a ,
J
t ,
vazia que a e
possível portanto dizer
?
que em Platão"'"'"'
ha o conteudo? sem a formula; em ? #
p .
Aristoteles ha
?
a formula.9 sem o eonteudo(>
t
platoru.,,
ca 'com .a cartesiana@. sabido que essa semelha!!
,
ça e real e que uma das solidas
,P ,,,,
interpretaçoes?
, ,
.
- ,;\
da respiraçao no? seres vivos e o movimento dos
.
de repos
ou de mouvement0•
A ·,
Bem sabemos que de fato ha este prine?
(
tão concebe t
a mobilidade da s par e s Semelhantes
como dirigida para um lugar comum9 e, de crer
que
isso já represente um estado ulterior .na
evolução
do seu conceito de puro caos9 porque neste nao...
se
podem dar determinações rinal!sticas como a
que
compele os semelhantes a se agruparem. Além
di.§.
so? no caos originalj onde as partículas se
mo -
vem seg1mdo as seis direçÕest é claro que
uma pa?
t!culaj que casualmente se deslocasse em
sentido
oposto ao do lugar que lhe estaria
assinalado1sÓ
poderia atingÍ-lo, na hip6tese mais
simples9 por
uma trajetória curviiínea; oraj isto
seria a ne-
gação da lei da inérciaº
f possível que
Platão tenha procurado,na
teoria empedócliana da eonvergênciá
dos semelha,n
te?, um intermediário entre o estado
caótico pu-
roj de exclusiva mobilidade
inercial? e a orden?
ção da natureza. ?apresentaria esta noção nova.
A -
começo de organizaçaoj -
l'.illi
pela recepçao das dete?
minaçÕes de lugares finais na
massa. informe; mas
por ser uma direção definida
em vista de uma fin?
lidade, não se pode deixar de
identificá-la como
j& sendo;; de um certo modo.não
declarado, um co?
mêço de influxo racional.
E se as partículas se
projetam para o lugar dos
seus semelhantes por
uma translação retilinea
o que pode ser perfei-·
?-
A
cem9 aquelas se transportam para eles com a reti
lineidade que já possuiamo Julgamos? pois? que
Milhaud se apoia no que é um eventual aspecto.oo,a
servado de uma concepção precedente? quej esta
sim?_cont?m de fato a noção da lei de inérciaº O
paralelo entre Platão e Descartes é leg:Ítimo;. em
ambos. se encontra a concepção da primeira lei da
, ,
À N
dinamica; mas em Platao e preciso ir
busca-10,ao
que nos parece, nos trechos que indicamos, quan-
do ?xaminados à luz de sua teoria eosmogÔnica ge
ra:1.
*'
* *
- 520 -
CAPfrru10 VII
A TEORIA PLATÔNICA DOS CORPOS
ELEMENTARES
,,
ao contrario do que se da., com o
,--
?
receptaculo1 que
t
é UJn simples concs í o , tem o valor de um estado
fl
sico ideal? precedendo o da organizaçãoº
Masj na
descriçio do caos, Platio J levado,
pela atmosfe-
ra do mito em que se envolvej a perder a imagem
A
diuamica rigorosamente inercial9 de que par-t e .e -
,
a introduzir um inicio de
organizaçãoj caracteri-
"'
zada pelas tendencias .
- 524 -
K'}J
A segunda hipótese 9 sob mui tos aspectos
mais plausível que a primeira,$) não é contudo in=
teiramente admiss!vel9 porque destruiria a .noção
do caos irracional; permitiria explicar o apare?
cimento dos corpos na fase· caó í- ca , mas nao e, con
(?
t IS#
A A
conhecimento sobre o caos permite decompo-lo em
pelo menos dois momentos diferentes,
mas? apesar
de o. segundo fazer supor um pr enúnc í.o de
organi-
zação, por conter aspectos que deveríam exigir
&\ _y.
ma influencia racional, nada
nos permite dizer qQ
mo
A -
- de-
aparecem esses aspectosj a que causas sao
ví.dos , Contentemo-nos em conhecer os diversos es
,
tadios do caos e aceitemos de bom
grado a impos=
sibilidade de solucionar certas questõesº
- 525 -
§ 2º - O aparecimento. dos corpos
simples
e a imagem do caos
A À
sem referencia a exã.stene ía de corpos o
-
no
Mas
segundo estado, que agora nos ocupaj já se eneon
tra definida uma situação pré-organizadaj que é
? A
concebida como uma condiçao vestigial da existé,!l
eia dos corpos elementare_s ª :t a· partir desta que
o Demiurgo, tomando em mãos o existente, trans=
forma?o em um terceiro estado, ê:ste já racional,
pelo ato com que configura os corpos primitivos
em númer-o , forma e pr opor-çâo ,: festa a primeira
geração, antes aludida, que é já a raciona?idade
da constituição da matéria, mas ainda não é ger?
ção da ordem universal, que só se faz dando a pr.!
meira por suposta.
Neste segundo estado do caos, a imagem
apresentada é a do espaço já diversificado pela
presença das qualidades que definem as quatro e?
péc·ies cor pór easDissemos antes que isto supõe
,
A
como se tivesse adquirido um começo de exãs ten
·
eia
, .
fisica o que ante? era concebido como simples re=
.
·""' ,,,
flexo no espelho da extensaoº Agora Jae poss1vel { o .,.
p ?
que importa? porem? e que9 seja qual
O
A .!' 0 A
for a ideia que formemos sobre os aspectos par=
.
9
há. u.maimagem geral em todo o caso satisfatoria=
"
coj.mas nada seria mais improprio? º
A r gorj o
.,.
i
caos platônico é o oposto do concebido no siste=
ma . a tomí.s ta ,
Para e omeçar , em Platão 1 o es paço
. .
J'
baoticoj na fase em que ja sao_supostos os cor= ,iP A,
- 529 -
. (
f
.,
A -
:regularmente em todas as direçoes,, e? abalado por
?
esses poderes e pelo seu movimento, abala-os por
sua vez o As partes s que s·ão assim postas em movi
efei=
mento, separam-se umas das outras, como por
to de uma peneira de joeirar ou de outro instru=
men to usado na depuração dos cereais g as ·partes le
ves separam?se das mais pesadas, as que são
den-
sas e pesadas vão para. um ladoj as _leves e
rare=
feitas vão para outroo É isto que se dá no caso.
do recip:tenteg as quàtro espécies são sacudidaspe
,
lo receptaculoj as dessemelhantes separam-se o
?·
nesta segunda imagem$ a noçao dos movimentos do
recipientej para representar um novo regime din£·
mico capaz de pÔr em jÔgo o princípio de afluên=
eia dos semelhantesº Mas, como estamos de qual=
quer modo dentro da mesma concepção geral do csos,
sempre ausente a ação racionai, os movimentos i=
maginados para o recipiente são do· tipo que não
implica-a idéia de rotação ou de turbilhão? .Corn
ford (l65) chama a atenção, com tÔda a justeza 9
para. ;sse fatoº Os movimentos atribuídos ao re?
eipiente são os de uma peneira de joeirar s em qoo
os grãos e as impurezas se separam por efeito de
A
serem jogados ao ar, sendo aqueles mais pesados
- 532 -
- ?
e estas mais leves. Mas nao ha nesse ato nenhum
movimento de rotação ou.de torvelinhoe A A penei?
ra e levantada e abaixada - sucessivas vezes e o
?
.
' ,,..
taso ?m
ram e os semelhantes se reúnemj mas a diferença
considerada é a que se dá entre formas e figura?
, u p
Ao inves dissoj em Plataoj a diferença.atinge so
os aspectos qualitativosi I o denso e o pesa.do9
r \ rro /( Y« «« L' '
[i,0< IJ £o<. j e o raro e o Leve,
'
o<.
' ' ,J
?o( f<,O< VO( Krxt K OV-f« , são qua Lãdade s , e
sob êste aspecto é que os abalos do reeipienteos
"" , "
separ-am- Nao ha ainda realidades cor-pcr eas com-
o
ti
pletamente eons tu_idas, nem se trata, como em De
·
JJ
que
c:Ípio? sem apelar para qualquer tipo de movimen=
tação curvi1Ínea$ Assimj êsses primeiros :traços
( :,/ ç,,
grupar=
se em massas homogêneas distintas, quando
nada
mais houvesse a separar; ora, tal estado
equival?
ria? cessaçio da heterogeneidade e, portantoj de
todo o movimênto, se não interviesse outro
IP
.procei
soj de que so tomaremos conhecimento
mais tarde,a
propósito dos corpos já organizadosi o
da.trans-
formação dos elementosº É claro que
devemos su-
por passando-se no caos uma coisa
parecida a iss?
entre as. qualidades mesmas do que -
serao mais tar-
de os corpos elementaresº
Em relação a êstes a doutrina
p é indubi"!"
tatJel: podem transformar-se uns nos outros, A.
e e.ê_
te ·processo de· fat.o ocorre
con$tantemente no uni-
ver-so , nunca pode haver ·uma massa que a-
Assirq_,_
tinja de homogeneidade, po í s no seu seio
·o estado·
I' u
Esta doutrina e frequentemente silenci?
ca-
da na crítica da fisica platônica; contudo é
pitalº Platão concebe o movimento como espontâ = .
I'
neo e eterno; masj ja que estamos fazendo
um mo-
dêlo fisico, devemos dar-nos a descrição
de um e.§.
o da mo bilida de natural' eterna' e
das con-
tad o, e
"
"" . e com-
diçoes pelas quais aparece como necessaria
.
A - "as massas de
trames reunidas todas essas noçoes:
do reci?n t
eada espécie separam-se pelo movimento
tej ocupando cada qual um lugar
próprio, e então
tornando d1
as partes, que a c?da instante se v?o I
a outras
ferentes de si mesmas e assemelhando-se
pelo ab-ª.
espécies (condição.£.), são transportad?s
lo (condição?) para o lugar em que se.eneontram
essas espécies, a que se tornam semelhap_tes
( con=
?iç?o.!l)", dt./<Tr'JK.,S.JI JA,Ev,r;;..f '<oíi ?iY01r?
s K « a'Z-- otr TO(. tr Ar; Or; Ko<.7:<X -r()"lrv)v 1
L ?o J?
f-« 'l:?Y
'f'>J? ÓE
_{º JA,--Í Yt')f K ?1J!t)(it ? 1 'SO(
Ji
o; J) () ?Ol ou??))"' £ KfX(TTOT E. Eo<U-'cOlÇ 1 OCÀÀ oe ?
tFi ô)A,ot. oúfa--eJJrt. , <pi fE?o<, ó,? To)) li?ta--µoJ)
1T1JÕ, ,O JJ É K EÍ JJ w JJ of, ? J)
Í/ 1JjL o e co Off
'
TO lTOJJ º
A
Assim, o modelo primi t:.t vo simples
do
éa.osinercial vai=se enriquecendo com Á
todos estes
acréscimos, que exigem uma constante
evolução da
imagem que;dele f'a zemos , ·Em todas
A
ih.
,osiro 7: e l. UE
,
·
., I
IJ'íl E,)) J(. ,y? Õl Y esse JI «e oA fra-
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ii? ?J?úinte' -'m?·r?ce essencial atenção: .ne Ia se de
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sem coisa a ser moví.da', 'pó,:
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Dµ.ocÂO(
EL J) « e 7T()'!"E 0< o UY tX "ºJI e Ao contrario
-'
do que P.Q
deria alguem pensar, esta frase representa tuna
d_g,
fesa da noção de espontaneidade do movimento;
o
que Platão quer dizer é que, na simples
concepção
do movimento, a distinção entre motor e móvel
se
apresenta imedia tamente, A A
esses dois termos ?
'
necessariamente dessemelhantes, o que e? por
e sac
si s_y
ficlente para cons tui:r o estado de não-tmi.forr.'lá
,
ti
t para? poss i?b1e 1?i_aueao
? " • ? "" •
aade, exigiao teoricamen.e
0
d ?
·
.,
À
movimento? Seria erro essencial julgar .que ..
a di?
11.-.,
/' A
tinçao entre motor e movel e
seja identica, no seu
.
;,.,
f,êY()Ç l1<.oa:;-z-0Y t>vr:-e Tolo< \ ' ,
p,Ex-°'f3ºÀ1JY
Ê)A-,1fiº' 'h <t:«L , sv v« ?º-jl tJV"T'ê re
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'C()U.:JCJ<O('C"d;;u; Toe U't'O( o,µ.ot.c.>ç ?:£
£)( o •
O movimento- ,.é .sempre atribuível a um
.ii' motor, que s.,2
ra, na n_a?u.reza
organizada, ou um corpo que obri-
ga outr-o a se mover, ..
r
, A
mos na de pendenc a da multipla diverrsidade quali=t
•·
F "" ,'
tativa, mas podemos funda-la numa situaçao logi=
ca ainda mais anterior, a da simples presença de
l
objetos mov:Íveis num domínio submetido à alma, que
por sua essencia e mo tora ,A
A ? -
c once pçao da alma
cósmica ou, anteriormente, da alma má, já basta
- '
?
para constituir a correlaçao "motor-movel'', que,
.#
como heterogeneidade permanente, man?em o movimen
toe ·ora, como não há origem para a_alma do caos
(e a própria alma do mundo é gerada, mas intempo-
.
A ., •
ralmente), toda esta argumentaçao nao representa
.., , Â I
, '
mente. a ,apr_g
,
das·. quatra es?e 1 e.s.. '?'I.
.
A It
pria existencia 1•J.aS e· 1
prec__
- 540 -
so conceber
de sua o sistema manutençãoe Em vir-
tude ·ao-principio de atração dos semelhantes, que
a! predominam, há, como vimos, o risco de uma se-
paraç·ão total, que conduziria à formação de qua-
distintas e a' cessaçao
-
.
- -
.,ext? ,
se limita a
-
.; •, ,
defihirt 5,::,pr.oc·é?so,._, ma_s procura fabulizá ...
10 l9gi-
e'iúne'ri:te,' '?btôpoftdo..:lhe uma explicação
v-·-.· em i'unÇâ o
·dos p;'in?·{°i)fos·ge:ra'.is
do Sistemaº Ora,?;,0'1"·fato.
que :podê ·p·à:reéér>es;tranho' e
·., j· mesmo con tribur para
udeáenêáinl'.tlhâ.·r à/ic0mpreensão é
'· j que esta explica .,;..
ã
Temos j assim, a concepção de um c e 1 o
de transmutações em que cada corpo pode desinte =
,A
A .
durab"ilidade?
,..
elementos e
caos? a configuraçao geometrica dos
- ,P
Desta maneira, Pla-
a rotaçao da alma cosmicao
tão deduz, por assim dizer, a ordem
do próprio ?
torna im?
tado caóticoº A ordem é aquilo que se
o regi-
perioso supor, a fim de podermos superar
me da mobilidade sob o império
da inércia e da
os fatÔ=
atração dos semelhantesº Apelando para
.
f a situa -
res do mundo construido, para resolver
o concei-
ção de ininteligibilidade a que conduz
to do caos? o que Platão em verdade exprime é
a
Dos
eternidade do estado presente do universoº
de um? da al-
dois fatÔres para os quais apelou,
resta-nos agora
ma, já dissemos alguma coisa;
- 54h ....
...
§ 6Q - A geraçao dos corpos elementares
e as transformações introduzidas
por Plat;o na teoria dos.elemen-
F
de Empedo e 1 e s ,
...,
A teoria das geraçoes dos corpos elemen
,,,
f
tares e uma das mais salientes da fisica
A
platont=,
caº É sabido que inúmeros são os problemas que
se levantam em tôrno de sua interpretaçâ.o·e situá
N R ?
çao h í.s tór-Lca , Nao podemos con tudo , _10 .p.lano de
um ensaio sÔbre as linhas gerais da fi.-3i?a platô?
nica, deter-nos na discuss;o de todos os interes-
santes e controvertidos aspectos suscitados por
essa teoria, bastando=nos considerá=la em suas fa
ces significativas e compreender sua posição na
A
fabula cosmogonicao A doutrina eI' norteada por um
.:,·
, '
' '
'
com o minimo de refe-
rência às realidades a que se
aplica. É que, no
espírito do Filósofo, a especificação
dos quatro
elementos e sua relativa fixação
decorrem de um
efeito particular da alma e
podem ser considera -
dos como de uma outra
categoria que os efeitos di
nâmicos. É a alma, em Última
.
A
análise, que traz
ao universo todas -
as condiçoes r ac í ona í s., mas po-
de ser c_onsiderado à
parte o efeito da determina-
ção dos corpos elementares.
A solução platônica é
evidentemente uma
- 547 -
extensão da doutrina de Empédoclesº Êste, fixa?
do em espécies primitivas os estados da matéria,
julga que supera o monismo jÔnico, e resolve com
isso muitos dos problemas que a concepção unitá-
ria da .natureza deixara sem explicação. Mas
.. a
sua admissão de uma multiplicidade
, fundamentalnan
?
teve"!"'se -no plano do fenomenal qualitativoj como
.
A ""
se fosse ja uma soluçao integral do problema ao
.I'
imprecisamente cone?
bidoo
A contribuição decisiva de Platão
foi
mostrar que9 muito ao contrário,
a.quantidade .dos
componentes simples desempenha
um papel--preponde.=
rante. É, poisj uma transformação da teoria
p
?-
de
Empedocles ,_ .nao a sua derrogaçao.,
A#
""'
:.
Ad
pretende destruir
doutrina j que lhe par e e e
essa
satisfatória: quer- apenas·. introduzir
,·- ; ..
'uma modifi-
caçaoj mas e no interior
do sistema empedocliano
que se situa o seu
.Pensamento? Contudo Plauio pe?
cebe imediatamente que não
seria suficiente o pr2
gresso que consistisse na
determinação da propor=
ção d?s el?mentos em cada
mistura de que resulta
11111 corpo
por
compos to , Seria isso uma ma
assim dizer extrínseca, que
tema ti z ação
, . não atingiria a-i.,n
da o ultimo plano em que .
se processam as transfo?
mações da. natureza, e não
-
bastaria para esclare ?
cer completamente as
reaçoes entre os corposº Ha, , .
- 549 -
de fatoj uma _proporcionalidade, que merece ser e?
tudada e conhecida na composição de cada co í.sa.ãas
não é tudoº Quando se considera em conjunto o de
- ,, "\
vern.r
..
j nao ha somente as mudanças que consistem em
combinações, dispersões e reuniões dos elementos;
? -
ha que cop.siderar ainda a transformaçao mesma dos
elementos uns nos outrosº É esta a segunda radi=
cal .modificação efetuada por Platão no sistema de
Empédoclesº tste havia considerado os elementos
I
"
como fixos na sua es pee í.e , T«.lf,/J o «cev
f") .>\
'' :, I \
Grx.<rlY ()(.K.t..Y?J'C()Y l<o<.,0<.
/I
l(lJ'/(ÀOY ( 167) º
Platão mostrará que os elementos estão
"" "" ""'
sujeitos a transformaçao e por isso nao podem ser
chamados ou "aquilot? ... A noção de
'?isto'' Platão
sÔbre_ .o que. chama n corpo simplestf é mui to mais a=
. .
... t
tual- e- tem muito mais.significaçao f1sica que a
"
de .Empedocles º Cada corpo elementar re pres en ta
primordialmente-um estado fisico; sua doutrinada
composição -dos corpos funda-se muito mais na intui
çio do que significam as condiç3es fÍsicas,liga -
das ao estado definido por cada-elemento ·dos que
se entrelaçam para dar o corpo resultante, do que
na consideração dos caracteres individuais. de ca=
da um dos corpos elementares$
"'
Em Empedocles, embora cada corpo repre?
sen tas se um estado natural, a teoria não ia além
de uma vaga simbolização, pobre de significadooOs
corpos elementares eram tomados ·como os componen-
tes das ·coisas, por isso possuindo uma realidade
- 550 -
estávelº A visão de Platão é muito mais dinâm!ca;
o processo do devenir abrange tudoj até a distin?
ção das espécies materiaisº Recusa=se a conceber
os corpos simples como definitivosj porque julga
quej se o admitisse? não poderia jamais conseguir
uma verdadeira matematização da naturezaº Com e=
feito, se as esp?cies f?ssem fixas, as qualidades
que as distinguem teriam um valor Último irredutí
velo A quantidade não poderia ser introduzidas?
não com o valor accessÓrio de uma proporção entre
#'
ingredientes9 mas seria sempre um fator secunda=
rio em relaçio ao das qualidades, pois seriam es?
A f
tas que, na sua existencia 1rredut1.vel
e
e absolut?
estariam em primeiro_plano na interpretação doofe
A
nomenosº Por mais que se fizesse ressaltar a inl=
portância e ·a significação do quantum na composi-
ção? não se poderia modificar a impressão de que
as qualidades subsistem por si e de que delas afi
? A
nal e que resultaria a existencia observada:; Para
que se torne sensível a significação suprema do
?
numero e da medida na ordem da natureza, e preci-
? o
----?-
- 552 -
§ 7Q - A significação dos quatro elemen-
tos para Platão., Uma teoria esquemática
sÔbre a doutrina dos corpos e Iemerrtar es ,
I
a suposiçao de um fundamento logico
de corporeida
ó,\
?
de? e es te e dado pela noçao do
-?
.,
reeeptaculo
º .Quan
..
..., A
sao eles que verdadeiramente transportam qualid?
des?'de modo que, se devemos descrever o muDdo
·
tal como nos parece = e isto evidentemente
se aá
em forma predominantemente qualitativa? devemos
? A ?
tambem resolve-lo em termos dos seus esta.doso
Os estados ,
f1sicos ? ?
= solidoj liquido
9
gasoso e Ígneo apenas as f'ormas cu'lmãnan e»
.... s·ão
-
.,.
que .se per-eabem conjuntos d? aparene í.as ?aturai?
? , um corpo elementar como
A cada um e atribuido
.
l".,§t
presentante para o respectivo estado$ Forma=se
A ?
deste modo a noçao dos quatro corpo??.$1 cada um deA
é.
lês atribuido o conjunto de qualidactes que de?
finem cada estado? e mais um nome de corpo9 para
,p
simbolizar o que na verdade e um estado da natu=
r eza , Assimj conhecemos a existencia de 11.qui
? 63\
=-
N í
sao, po s , se ç:,,
não símbolos de quatro estados ffsi?os da nature-
zao
, ,
Como, por em, a natureza e um
<X!! fluir
tfnuo? êsses quatro estados não sãO fixos, mas e=
vo luem de un1 para outro o Por consegu.in te j .os - sí'm
bolos que os representami ou sejam os quatro-cor=
pos? devem ser concebidos como podendo transfer=
mar-se .uns nos outzros 9 A transforJ11ação dos ele ..
.':!'_- _
A
qual procuramos estruturar todos aqueles difere,n .
t
es es cinco p.anos
o
] e o
essenc1a1sg 1) o eon 1n.uo. empi(' t' .
rico do fluir
da natureza eeme dado imediato da
pef
eepção, 2) os seus es tados f:Ísieos eomunj_cando
j <=!-
aut en t teae
h) as figuras geométricas que podemos assinalar a
óh
cada um d.esses corpos
elementares9 o icosaedro ?
por exemplo? de que imaginamos eonstituida
a águ?
5) e? por fim, as Idéias inteligíveis do
, fogoj da
agua, da terra
e do ar , que supomos existirem no.
modêlo eterno de que foi
copiado êste universoº
Esta é a estràtura da fÍsiea platÔnieao
Em baixo9 e como dado
original, aquilo mesmo que
se trata
de· explicar s o evolver
constante do.imun-
do fÍsicoo Como êste se
faz com regularidade e
t w
por ransfermaçoes ,
uniformes, e pr?ciso impor wna
superestrutura racional, que
proceda a uma redu--
- 557 -
ção dêsse dado às condições da nossa inteligibi=
lidadeo Os três planos que serão apontados ems?
guida não são senão a? etapas dessa redução, em
que partimos da seleção das formas ou estadosllRis
salientes em que se manifesta o fluxo do deverrí.r,
os quais nos parecem ser quatro, para depois pr£
eurar1 entre os corpos que se encontram em cada
estado? qual o que possui a média das qualidades
A
do seu e?tado? e faze-lo seu representante; em s,,2
guida9 atribuir uma configuração geométrica invi
s:Ível a. cada eorpo; e9 por fim, reduzi-lo à inte
i
ligibilidade pura de uma Idéiao
0ã01? um artifieio ?
verdade:tramente um processo de redu-
permitir-o domfmo <io deve:n.:Ir· r,,a
ciGool?· ?Ja primflira reduçâo;·??icortam ?, se, no cont!
nu.o indefinível do real quatro situações prepon=
der arrtes , cada qual reunindo um con jun to de quali
dade s que existem mais intensamente nesse es tado,
mas-podem igualmente ?m outro.,
encontra.r""'se
?
simplificação efetuada por esta primeira redução
é imensa o Permite visualizar a mu.1 tiplicidade in
finita das
coisas como colocada unicamente em qt.lã
tro situações rfsicas? ao invés de estar sobre um
de s l.í.zarrte e
.
(
Lnapr-eensdve.l f
con t í.nuo,
?
Sao quatro
cortes dados no real? para estabilizar na imagem
de quatro estados o conjunto das condições flutu
antes que percebemos? A concepção do fluxoj que
esta reduçao
? ,
e des tºina d a
p
a d ominar, e seme?JRn
h
Q
e
...
t
iquela da primeira imagem do caos, com as suas
- 558 -
qualidades vagandc, sÔbre a superf:Ície d.o receptá-
culoe são na verdade concepções que confinam uma
com outra; o mundo presente9 se o imaginarmos co=
mo despojado dessa estrutura de reduções
que ELle
vantam ao plano supremo das Idéiasj eonfundir=se=
ia com a condição descrita como caosº Uma vez1p.,2
r.émj fixados
êsses quatro estados j a mobilidade
passa a ser concebida como a se .processar
dentro.
d;les1 e p6rtanto dentro de limites impostos
pela
...,
Raza.oº
.,.A ?
A escolha aesses esta.dos nao e arbitraria,
º ./!' d?
?
corpo?sÍmbolo? Neste co?
&
po supoem-as representadas todas
? .
as qualidades .. e
condiçoes do respectivo estado,
de modo quej de=
pois de completada a estrutura
da teoriaj quando
se trata de aplicá=la? seja
somente necessárioclis
tribuir em cada estado, pelos diversos corpos que
nele encontramos9 as suposições
explicativas fei-
tas relação ao seu tipo representativoo; Deste
em
ponto de vista? Platão poderia sem
dÚvida ter j'Ul
gado os quatro estados como
abrangendo um. número
- 559. -
desigual d.e corpos; assimj o estado sólido
,;,
.
a.bran
geria claramente um numero maior de corpos que o
.
cf ól, .P
liquido; este9 maior numero que o dos gases ou
? .
f
vapores j e j por fim? o r.gne "o ,
o e provavel que o
_considerasse eontendo um só corpo9 o fogoº
A escolha dos quatro eorpos=s:Ímbolos não
é arbitrária, mas ditada por uma intuição
empÍri
ca ricil de compreender,. A segunda redução ope-
ra uma nova simpli£icaçao
? A
de alta importancia i
.
p
que e preciso ir R =
alem e proceder a novas reduçoes,.
para se chegar à inteligibilidade máximaº Feita
a .s.egunda redução 9 a natureza pode agora ser
deci
erita eomo um jÔgo entre quatro elementos que se
misturam9 se separam e.se transformam ej em cada
?
lugar onde estao presentes9 fazem presentes as
qualidades que simbolizam; a intensidadEL?·· com
" ""'
que
se manifestarao ?
essas qualidades d?pendera da?
porção em que figuramo Ao invés de dirigir=se a
uma multiplicidade- imensa de corpos? o fÍsieo
pode agora definir apenas quatro e explicar to=
dos os demais em t;rmos de sua interaçioº g o
que a -
seguir farali' Pâa táo , Com efeito? julga q.iej
- 560 -
no detalhe d as t eorias f 1s1cas
e {' o
ou meRd 1cas,
O N
nao s?
ri necessirio ir al?m deste plano, estabeiecendo
que nêle se resolvem de direito as indagações fi=
na í s das ,ciências na tur-a í.e e
ta ?ste fato
que se deve responsabili?
zar pelo sucesso secular da teoria dos.quatro.el?
t A
men os , as s í.m como pela ignorancia do ver dade í r o
espÍ:ri.to da ffs Lea platônica? Claro está. que ,q'U§!l
ão se trata de explicar a fusão dos metais
ou a
,:,
causa das molestias9 nao "" "' " "
e necessario recorrer
o
. a
=
d,., ? "
d.e pen _eneia nas Td
-\. e ias;
o .,.
I\
o pr o pr-ro ,.d as c i.enc.ías
o ·O
o o
?ª
turais tratar. o mundo na linguagem. :resultante d??
é
ta
.
-
segunda r eduçào ,
Mas9 para o filosofo da natB
.
,
A
rezaj este plano de corpos-símbolos?
?
destinados a
unificar conjuntos
?
li
qua ta ti·vos? não é s uí'Lc í.en'te,
Ha que descer mais e pr ocurar-, por meio de uma nQ
va redução? aumentar o alcance da
nossa inteligi=
bilidadea
A terceira redução não poderá mais ope=
rar=se no dominio da qualidade?
pois êste já se
acha completamente reduzido; há,
passar as fronteiras da qualidade
pois, que ultr?
e .:tngressar .na
ordem quan.titativa? Por efei.to da -
segunda redu
ti
ção:, ficavam cons tuidos os quatro cor
pos , mas de
cada ainda um volume ou massa imensaoHa,
um existe
:
po s , -que pro=
,
que
o
? .•
os
aqueles? para receber o fundamento da sua. possibf=
lidadec
Poderia parecer esta a ultima r-eduça o PQp <f' .
""'
mas ha
#
(
pleno inteligi?elj A j, '
que tem sobre o ser matematico
a superioridade racional da
absoluta unãtar-í.edade ,
,I'
Pode haver um numero "
infinito de tria.ngulos dife -
rentesj o que é ainda uma forma de
multiplicidade;
embora seja esta uma multiplicidade
puramente ra=
cional? a Razão? no seu anseio de
o A
unidade:, deseja= .
A
que send o a pura essencia intelig1vel ( A
nt·riangulo';
não admite.como pensável qualquer m?ltiplicidade
de tipos congêneresº É esta a redução a final
que pode aspirar.a razioº ?Por ela nos ser? dado
acesso .a.um mundo de essênci?s inteligÍveisj que
se sobrepõe.ao.da ma.temáticaº
No.caso da (
natureza f1sica? quando aca=
bamos.de reduzir a existência do devenir à de
qu.ã
tro corpos geométricos regularesj seria de espe ?
rar que a redução final fÔsse aquela que se pra=
·
tea ca neces sar aamen
"
ce
'I,.
,e..
para qua.rquer e 1 smen t·o do cam
"ll
;==>
, .
a sua .compo s í.ça.o....
/
Iàeias de fogo, ar, agua e terra no modelo.dou-
.
? ""
meticoso Por que nao dizer que ha um numerop ,;? .
espe=
cifico para cada elemento ej em seguida? utilizar
as combinações e .divisões a que se .pr es tam as
qua.n
tidades numéricas, para simbolizar os processos
que
"
se passam entre os corpos? A empresa -
seria perfei
tamente realizávelj mas duas ra?Õesj uma filosÓfi=
ca, outra pessoal, afastam Pla?ão d?ste •
?aminho?
? que ê1e acaba de descobrir a signific?
ção do ·espaço ou da extensão na compreensão.do
uni
verso; percebe que o espaço é um fator novo-e .ir=
redut.Ível da ordem fÍsiea.
Não pode ser reduzido-
ª uma Idéia, nem tampouco privado de sentidp
fisi
CO o Não se confunde com o devenã.r a
possibilitaG
t ,:?
o "
mas ao con r-ar-a o e"' o receptaculo
, J) £ (r (. Ç
que o acolhe e. o
, r'
Ora, a extensão é mensurável e confi
"' -
guravel? mas nae se identifica com o puro .,
"
numero;
tem uma realidade propria e independente9 que jus=
A
tamente a torna um terceiro genero A
entre os fato -
- 567 -
res do universoº Por eonseguintet nao há conve=
.;.
niencia, antesj seria uma perda de contato com a
ordem r!sicaj que se trata de explicarj interpr?
A ,;
tar a estrutura dos elementos em termos numeri -
,p
cos , Havendo a possibilidade de interpreta =los
geométricamente, é preferível adotá-la, porque
conserva e precisa a unidade da materialidade e
da extensãoº O espaço assume desta forma a plena
significaçio de fator r{sico, deixando d? ser
I? "" "- ""'
e
um fator indispensavel somente a concepçao do
caos 9 mas ingressando na estrutura do univ?,rso Ql"
ganizadoo O espaço concebido como reeeptáeulo é
a extensão pura indimensionada; definindo csco?
pos como figur_as geométricas, Platão introduz. a
?f
r
h is t
or i.co , que so" zecent e .-
mente os trabalhos de Vogt, e principalmente de.Eva.
.Sachs, vieram esclarecerº Conhecem-se <168)9 com
efeito? testemunhos de Espeusipoj Aécio, Alexandre
Polihistor? Ocelus, Iâmblico, PorfÍrioj Simplicio,
o ºTheologoumenon ari thmeticum'' e Proc íus que for
,
A -
ma.m uma numerosa convergencia de afirmaçoes
em fa-
vor da tese de que a teoria dos sólidos geométri· -
t
cos remon a a P"t./'
1 agoras, ou .
f ""o ?
01 criaçao d o seu cir
Especialmente um fragmento de Proclus (l69"Y
·
culo.
, ' -
nos afiança que Pi tagoras "C1>;/ 't"?
-
I I I - Y /(orµ,, KfAJ)}
u? JJ,4,« TWP «oa-r« 0-t Y rlr.vaVftN Tinha sido jul
.,
gado ate aqui. que Pr'oc Lus se base ava em Budemo
pa
ra essa sua afirmação, o que lhe daria a segurança
de um contato original com a escola pitagórica.Mas
Eva Sachs pÔde mostrar9 de maneira a não
deixar dÚ
vidasj que Proclus não se fundamenta
diretamente-em
"'
Eudemo, mas talvez em Iamblicoj o que tira ao
seu
depoimento a. fÔrçà. de demonstração que parecia
ter,
PÔde .a autora mostrar que a criação dos corp os
regulares foi uma descoberta de Teeteto e que era
coisa recente quando Platão escreveu o TimeuoPla
tão mesmo indica claramente que? até a sua época,
ninguém tinha revelado a origem dêsses corp o s s
ozJd&/? tr co
7ÉV€ÕlY cxu-Té:JJJ ftl"}A,1JYV-1<eY
(48 b)o Há, pois, todo o direito de julgar que
a teoria dos corpos elementares seja uma cria=
ção original do platonismo e que, tendo?se origi
- , A
nado no circulo de relaçoes do Filosofo, f?:p:ir
£
,. .
gar no seu esquema cosmologicoº
Fundando a natureza dos corpos na ex-
tensão figurada e não na quantidade num.erada,Pla
?
tao procede
'
a
N
transiçao entre o que chamamos
o
a
corporeidade do estado original e a materialida-
de do uni verso cons
I
ti tuÍdo. Vimos no conceito d3.
;Xf.JJ fCX. um fundamento de
corporeidade, uma r-ª
"' , , A
zao primaria para a existencia posterior da mate
. •
ria.
A.
.
Agora encontramcs ainda este fundamento na
matéria corporificada, ao concebê-la como dividi
A A
da e esquematizada em triangulos. Deste modo!I o
mundo fÍsico é subtraído a um in-Ó.til sirnoollsmo num?
an vez ?sso, a exp l í.ca çao das suas trans -
/i .
?
:r<'_J_ogiro;
formações se fará como processo de divisão e a=
grupamento de figuras geométricasª Simbolismo é
isto também? pois Platão bemsabe que não tem
signlficação real
J'
e
/o/_.(
a sua composição dos. cor pos.mas
daquela especie util de simbolos, os que tran_§,
cs 570 -
portam um sentido lÓgico definido e são
constit-qÍ .:.'
QI,
de tri=
angulo_s planos s Pla tao
""'
quer dar-cios uma v saoí ""' ·-·'
ma=;··;--
_
mul-,
..
··
A
lhes da concepçao platonicai
""'
A
por nos termos ape=
nas proposto um comentário
interpretativo sÔbreos
seus aspectos geraisi ?ntes
.
,?
de considera=la dire= -
?
de qualidades? ?obre a
?-·
ma
, que impera na desordemº
Na descrição do .caos encontramosj. na
sua versão mais compt.eta , a presença dos ''pode=
A -
resn dos quatro elementos; esses sao tratados c2
mo j.á submetidos a um regime dinâmieo e capazes
,
·*"' ? d\>
t
T:i
.ass m b"""'-?-
sÔbre o espa,go o ccnjU.niD das I'(?laçÕes geométricas? e
e O
?-
desde então é possível considerar verdadeiramente
A
eomo corpos aqueles vest1giose r ·
particular intenção
formação dos corpos uns nos outroso Desde o in{
cio lhe dever.á ter apàrecido a compos:tção de .SU=
perfÍctes por meio de triângulos como o modo mais
simples de realizar a comunicação entre as espé-
cies. elementares? Par a isso bastará reduzir to.,,.
A #' N A
do corpo a fatores ultimos que serao triangulos,
e em seguida? ?ela possibilidade de agrupamento
?
dos triangulos, definir a transmutaçao dos ele ""
A
A
poiar a realidade material dos corpos sobre a ez
- 574 -
tensão planaj A
como um meio de por em relevo a fun=
A
damentalidade do tf
receptaculo? fator
.Seu raciocinio (53 e) atravessa
as seg"lrln
tes etapasi 1) o fogoj o ar, a terra e a
água são
corpos, 2) todo corpo tem profundidade, 3) todaA
# ?
profundidade e necessariamente limitada por super-= '
A
angulo reto
e os outros angulos agudosº
Por esta série de razõesj
eis=nos-con(\.?
zidos da consideração inicial dos
"-
quatro corpos-e=
lementares a de duas especies de
/? A A
tr:tangulos -r.etan=
guloso Está feita a redução desejadaj
a transpos1
.....
f
çao do qualitativo emp1rico if'
para o geometrico ra=
cionalº Dai em diantej a teoria
prosseguej sem=
pre no plano ideal das
construções geométrica.soOb=
""
servemos
. .
""' ff A
que 'P'La tao nao faz nesta
sequencia de ra=
.
Pel ""
(
zoes mençao explicita
'
,f' •
aspecto91 qualificando
com o têrmo gerai
1poc Ooç a espessura dos cor p o s
sÓlidosj que descreverá
em seguidae Tem pressa de
chegar? em um só impulso
dedutivoj aos triângulos
Últimos? de que pre.cisa para o
desenvolvimento da
sua teoriao
e;,, A
A razao deste
trução dos elementos
ap:t·iorismo da teoria da C().Q§
está em que, sendo a obra um
produto dà Inteligência,
todos os seus aspectos
= 575 -
- -
- 576 -
ca.so
Resta agora definir quais sejam êsses
triân
gulos$ A mesma conslderação de perfeição
determi
nará·a escolhaº O problema
consistirá? poisj em
A =
encontrar os triangulos que serao os melho:resoFo-A
t
melhantes? enquanto dos escalenos ha,
uma varieda=
de
A
infinita, conf'o.rme sejam diferentes Os lados do
angulo retoe Para A
original?·,,.,o
escolher entre• estes um
o o
e ainda foo?
o principio de perfe.içao
e. ,.,
tipo
quem
0
guia a d ec1sao p_a
1 t'\onica;
O
""
ff
trata-se d e escolher o
"m?lhor; 1Tf OCXlfE<--(oY oÍ}? o(J z-WY ?1rs/..er,;))
Z-0 koc.:\:.\ urrov $ .Este s e r-a tal
A
.
que dois juntos
formem um triangulo equilãteroº VO .,.
,?
dois tipos e que se
""
processara a formaçao ,?
dos corpos geometricoso
Chegad() a êste pon to , porém$ Platão sen
te-se na .necessidade
de desfazer um equÍvocoj at-é
aqui constantemente ""
cometidoº Nas alusoes a tr?
....
A
quaisquer desses elemen =
- 577 -
, , -
toso Ora, isso e falso e so agora Platao se dec1
de a denunciar o seu pensamento. Dos quatro cor=
A
pos , um deles, a terra, não pode transformar - se
nos demais; só os outros três se transformam eB
í
tre s ,
Para entender ;ste estranho particular
da doutrina, fomos levados a fazer duas hipÓte-
ses1 opostas entre sig a) ou ?latão parte de
uma. base emp:Ír.ica e-. julga, por razões que ignor-ª .. .
- ;
ha
transformaçao dos mineráis em o.:g
?
mos, que nao
tros .el?mentos e, justamente por isso, atribui à
terra uma figura sÓlidaj o cubo1 formada de tri-
A -
angulos que
'
nao podem compor nenhum dos polied? .
...
poderia perfeitamente dar-se o caso de que, a
observação superficial, Platão t_ivesse cons í.derg,
do impossível um ciclo de transformações que le-
vasse o elemento terra até o estado de fogo,e vi
ce -ver sa e Teria. vis to mui tas vezes f'und em- se
I+.
Ir
os minerais,, que parecem assumir o estado definj
do pela água, mas nunca terá visto a transforma=
"" 1ft,
?
a terra na.o se transforma.ª /)
Assimj nao ha nem me?
6lt!!
po-
liedrosj partindo de duas esp?cies
de triingulos,
de propósito, para que, dando
à terra a forma do
- 579 -
tifi
ca. nâo poder haver a sua total intertransforma =
? º º ; , " re
çaoe primeiro lugar, e absurdo que nao
Em se
' ? ....,
I r> :,/
r
\ \ '\'""
concebãda.s , rr o u o tr o <XL TLO')J r» p.,17 .kOCI\WÇ
'C?!, 7Tfd>'t"o((; &tx(}(.'s I Ô().)i(X' 1TfXY<<X.
Àot..i3Ú'Y
l!º?ÀEa-Bo(l 7ifÓ? TlJ/IXÇ <Íó(o<.ç Je,rp,i>laç
O( YIXrll>''o
Como dissemos há pouco , esta primeira
hipÓt?se explicativa da exclusão da terra do ci-
elo. d?·· mudança dos corpos nada tem de inveross i=
mil,, .?latão não nos refere nenhuma observação a
êsse respeitoj mas é aceitável que considerassea
fusão dos minerais como uma falsa transform a ?o
- 580 -
no estado lÍquido, daí a infra-estrutura geom?-
e
trica ser concebida de modo a vir concordar com
?
esse dado experimentalº
? .,..
Contutl?, a segunda hipotese nao nos pa=
(
rece desprezivel;
?
antes, ao contrario, achamos
.
.
-
ciao
não nos parece razoável supor que Pla =
tão não tivesse cuidadosamente preparado os seus
A ?
triangulos em vista do uso que· deles ia fazer?Jul
.
-
gamos que a exclusao feita para a terra e/ de fato
.
fiA
uma consequencia forçosa da teoria e tem todo o
sentido de urn dado a priori\t Mas imaginamos que
a situação com que Platão se· defrontou foi out ra s
A J\
conhecia e1.e·a existencia dos cinco poliedros re=
gularesj e era seu desejo atribuir um a cada cor=
- 581 -
ponenteso
ro s
que .. f'oz-mam as.if'aces t ... não. poderiam transformar ...
I
se.no cubo, mas entretanto o mesmo se dá com a
admissão de triângulos re sul tan tes da di visão das
faces Não pode, poiS9 ser essa a razãoo
..
!
. ?
O fato e que, em vez de tomar o cami =-
··
_
A
solidas eom esses triangulos? Por.meio sõmen-
,
te ,
de superf1cies
,I' ...,. '
como podera Platao constituir a
solidez dos corpos reg?lares? Se devemos dar a
A ? ?
?
esses solidos o sentido de realidades fisicas, e
preciso supÔ?los dotados de macicez; mas neste
caso o problema consiste precisamente em saber co
? ? "
mo se ha de construir algo maciço9 por meio un1c?
mente de superfíciesº Alguns autores? como Zel-
ler (l74)? vêem no caso a prova evidente de que
?
Plata.o considera I ,p
sob o nome de ?lVf <X. a mate ria
extensa; assimj quando compõe os poliedros, os
triângulos que utiliza são alzo material e dotado
de espessuraº Thº Ho Martin l75) admite que as
superficies triangulares são ligeiramente espês-
A
sasj sa.o como folhas delgadas de materia corpo=
""" /?
t?:
que lhe querem dar estes autores?
A a tr;l. buâ.çao
o - das figuras ?
poliedr ie a s
aos corpos simplesj como tudo o mais da teoriaj
"'to /.
exceto os puros dados materna 1cos? e apenas um
mi to .. e tem? como vãmos , o sentido de reduzir a
multiplicidade variável e confusa do devenir real
a um esquema inteligivelo Não tem nenhuma sign1
f. ...
icaçao rea;
1
" l.f' º
e apenas um ar ·1 1c10 og1co para
º
tºf1
fins de submissão do fluxo do devenir à ordem da
razãoº Não há'j que discutir o valor real das
pois '3
,? o .I'
nas o seu valor matemat:ico proprio e por issoj-na
presente teoria, não são concebidos como condici.Q
nados a qualqu?r aspecto fisicoj não são nem maci
?
ços nem ocos j pois que tal que s tao .nao -se poe
?
.
A Ç:;t)' •
qtran
do os tomamos como puros símbolos abstratos de qua
LA t'
tro subs tanct.as reais por sua vez ja sim b o __ zan-
O O
:1
A
o 0
li
tes de quatro estados da natureza? em que -simult=ª.
.
, da=
neamente se encontram outras substancias·alem
d\
.quelaso
O papel dos poliedros é. pr-Lne Lpa Lmenüa
permitir que se compreenda a transformação-dos e=
... ,,
lementos j com o fim'., nao so de satisfazer._ um dado -
F
observavelj como o principio (
a priori da conver =
gência dos semelhantes; isto fazem,, desde- que-se
_
orne
t.or
pos31vee ,t!'
ld A
esmontra-Tos e r'ecompo-d.os. por.meio o
..
superfici pertanto
non sono superfici materiate, ma semplici delim1
tazioni .matematiche, non sono contenenti? ma mi=
sure e i solid_i geometrici ehe esse c í.r-cos cr-Ivo.,
no non sono solidi ma.terialii corrispondono a ma
quei numeri che abbiamo vedu.to essere como media
tori tra le idea e le cose"º
? ,; =
Es ta conce poao e essencial a Pla tao??
,?
que e por. me Lo .de La que evita
cair no que ser-ta ,
a seu- ver 9 o mais grave dos er-r-os , o a tomí.s mo e
Ccm,efeito, .. se os s?lidos geom?tricos fªssem al- t
í
mos-das espécies naturais, seriam verdadeiros cqr
pÚsculos microsc6picos constituintes dos demais
corpos visíveis
e? embora pudessem ser cortados
ern triângulos? como ;stes não têm significaçãoff
s í.ca atual '.1
de fa to CQ
os po Lí.edr-os funcionariam
mo os átomos dernocrfticos para os efeitos de
constituição dos corposº Oraj isto ê o que Pla-
A
.
.
.,. p t'
problema seguinte e o de compor os solides geome=
trices com o seu grupamentoº Encontramos de-novo
aqui um problema embaraçanteg é que Platão ut:tl.1
za9 para a .formação das faces ãe cada poliedrojum
# A
numero de triangulos elementares maior do que se=
-? . '
-
,... ?
. .
...
-- ....__...... ? -- - :...?
,
ria necessarioo Assim? embora defina o semi-eqgj. "
,
latero como urn tipo do qual dois juntos produzem
n "
um equilatero, e as races do tetraedro9 do dode-
"' ff "'
caedro.e. do octaedro sejam triangulos equilate =
nos , no a to de construir os volumes e lemen ta res
estas faces não serão compostas de dois semi- e=
n "'
quilateros acoladosj como seria de esperar, mas
u "
de seis semi-equilateros, os que resultam da di-
visão de um eq?ilátero pelas suas bissetrizes$?s
te aspecto é um dos que mais têm intrigado os in
vestigadoresj e numerosas são as hipóteses para
explicá-loo Assimj para H? Martin (lSO), Platão
A
teria empregado seis em vez de dois triangulos
A -
j
porque desse modo a divisao de cada face em seus
"
elementos constitutivos so pode ser feita de uma
;
,p º º
unica .maneira, A
enquan o que ha tres de t maneiras
dividir cada eq?ilátero nos seus semi-eq?iláteros
e ainda porque Platão quer atingir os elementos
mais simpleso
A ?uposição de raylor (lBl), de que se
trata d$ definir o centro de gravidadej e; funda-
.
,
por um numero de elementos superabundantes, e de.§.
tina.da a permitir que as transformações entre as.
p .-:cf' ,f'
especies risicas possam d ar=se nao so en re po 1¢l.ê,
e ?
A
""6
t
dros form.ados de triangulos do mesmo tipo1 mas
, A
tambem entre os que tem faces de tamanhos dlfere.n
bes , A1ém do ma í.s , ?ste exce s so de componentes .en
cada face perini te a recomposição de espécies dife
rentes? quando se da, a ·dtssoluçao
.
- ,
de um solid o j
porque é libertado um maior número de tri.âng u los
.elementaresc Assimj a. dissolução de u.m têtraedr?
.
? ? ti
ao rnves
O
de 11. bertar- somente 8 equí.La uer os ? 11 be1:,
O t '
C ,1J
Q O
..
.
- - -·-- .
.
= 591 =
me=
nor volume.,
"1açao
v10
A
· • fo d e ec ononn a s?
Nd o principio ·
o
ve a urn ?1
( • i o
l
ue s gnao mais a t o. Pla t-ao quer d ar-nos ·
- 592 -
a visão do devenir como um processo de infinita ri
queza , mui to mais dãver-so e variado do que poder!
amos julgarº Não nos devemos limitar a 's'upor um
Único tamanho para cada tipo de poliedro represe,g
,
tativo d e uma especie f?'.
o
1s1ca, o que con d uz1r1a a
.
o o
das _es-
péciesj mas ainda? simultâneamentei a possibilida
de de infinitas variações de volume4l Na composic:o
.4\7 ,
çao da agua? por exemplo9 pode haver numerosos ta
manhos de icosaedros quej quando se desfazem, po-
dem dar origem não s6 a outros elementos diferen-
tes? mas a infinitas variedades do mesmo elemento
, - e, des-
aguaº Vemos claramente que esta suposiçao
tinada a f'undar- /
aquilo que , segundo a nossa h í.po-,
.
tese? esta no
; ? o -
E>9.
H
Resta=nos apenas acrescentar as refle -
?
xoes que nos parecem revelar o intento.ultimo de
Platâo9 ao introduzir ?ste aspecto fina-1 na- t eo -
:r·:tae Em primeiro lugar í) o f'atc
mesmo de ser ele
A
.
-
. ?
? . .
.
-----------
e,-
595 -
SÔbre a inf'ini tude do espaço os triângulos funda
mentais representam o limite definidoº Mas há
um infinito de possibilldades de limitação do
?TrElfOY ? e portanto há um inf'inito de espécies
limitantes<, Por isso não são definidas as dime1a
? o«\. "e
soes de nenhum triangulo9 mas o que importa e a=
,fé
ge,.Q
.
N
?
seriam os sim b o 1 os d o zo d<
o o
1.a-
? ?
.
-
transformaçoes que ocorrem no mundo fisico
. R
como
""' o ?- o f!!!.!I
I
que e capaz de se acomodar a ordem da necessidade
uma
' ?
= 599 -
,.
e a d a po?iedro
a
,
esta suJeií t.o
ecompo=
o
'd
sição? pelo desmembramento' de suas faces
e dos
triângulos elementares que as compõem.o
A ? Êstes
triangulos sao imaginados podendo continuar
xistir em estado livre9 como átomos livres
a?
des-
tacados de.um conjunto molecular? .Na
'
caos e a pr-e aen: a d a a exaº s t"'enc í,a
º t
imagem do
l"
avr-e estes w:?"
d,11,.
·
+<>,
d as espe=
?
c í.es f1s1cas e Lemerrtar es , e evidente que ?
o ,, .o .
nao p..9
deria conceber a existência· d.e triânguloss
que
são superfícies sem espessuraj em estado
da li=
berdadeo Esta existência livre dos triângulos
,p li'
dº "
e? pore;m9 1.n·1spensave
o ?
a eor1aj sem o que nao - l t o
R
seria possivel estabelecer a concepçao ?
da tra?
mutação das figurasº Logo? o processo é uma
pu
ra imagemj sem nenhuma realidade fisicao
?
O grande agente das decomposiçoes
-
,
e o
;
tetraedroi porque dos solidos regulares sendo o
mais móvel, mais leve e o de ângulos mais
,
e-o.mais capaz de penetrar a massa dos
aguxs?
outros
corpos; agtndo pelos seus vértices pontiagudosj
dissocia as outras figuras mais pesadas em seus
triángulos? Por isso o tetraedro foi dado como
símbolo do fogo9 para conservar o paralelismo
geom?trico-fÍsico, pois na ordem empírica o fogo
= 600 ....
,
e o agente mais comum das mudanças de estadoe
? -
Mas as transformaçoes nao ocorrem somen
' .
? .
A .
. .
= 601 -
geome?t ricasº
I
e;,,
o
çoes
A
Contudoj em todo.o curso desses proc?
?· A
sos ha um ponto de doutrina de importancia deci=
, .
?
se r eunem em grande nu.""'
?
declara que , quando
po.í.s
,
mero? torna-se visivel o
,
volume formado? e isto .
a
compreensão do seu esquema ideal$ e não porque de
sejei ao fim, declarar que elas comp?em realmen-
te os corpos fÍsicoso Al?m do maisi a admissio
das partículas com o caráter de invisibilidade?
ra exigida para dar clareza ao mito do caos; era
(
poss1vel? por este
,
d'.
modo falar da presença dos coz:
pea no receptaculo e suger í.r a sua mobilidade9de§..
g;,
de que fosse permitido figurar vaga.mente a. rea11
- 603 -
t
se o s sem par a cu 1 as ma .er aa i.s
e
t o A
nu cr'oscopacas j e11
o ' 0
e
,
duravelj mas
A
uma apar-eno La sempre renovada , so tem na. qual ?
qualificado, é realo
Agora estamos em condições de entender
o sentido destas palavrasº Depois de visto ter
tP ,p
que o nascimento dos corpos so nos e dado a com-
preender através da suposição de uma geometriza-
- 604 =
a si mesmo?",o
sultado sera? a ? A re-
atribuiçao, a esse
forma de duraçao. - dado, de alguma
Com efeito, para ,
lo consigo mesmo poder compara-
(verifique-se ou não
de),? que duplic?-lo e a identida -
rias de sujeito distribuí-lo nas catego -
e predicado
de uma proposição.Esta
duplicidade de posição
lÓgica é a noção
que podemos ter mais geral
de "momento".
do sob o ponto O ser que, analisa-
de vista da
to a figurar num identidade, isto "" A
juízo
e, pol!.
do tipo A=
sa relaçao,... ,'
e concebido
A, verifica e?
em uma dualidade
tos, e como, de momen-
pela hipótese,
foi encontrado
co, diremos·que idênti-
nidade. se,
do comparado
a duração que
porém, considerarmos
lhe compete
um ser que,
é a? qua.n
A consigo mesmo,
dentico, mas,
porque na sua
não se conceba
A
como i-
contida a nota essencia mesma esteja
de transformação,
sado como tenha de ser
inidêntico, diremos pe,n
que a duração
que lhe
- 609 -
?
compete e o tempo.
Assim, as realidades inteligÍ ve í.s ? PºJ:
que são idênticas a si mesmas9 são eternasje não
ao contrário. É a .forma de inteligibilidade que
define a de duração., Não é primeiro a eternida=
de? para depois ser verificada a identidade?masj
, '
' I t
ao corrtr-ar-í,o , a au to-dden tdade , a «ur n I<.(;( 8
> >
..
e
ti
.
? ""
·
rx U"'t"'f} e a nota cons
'.1
tuti va da essencia do
., -
in.,
. {'
tel1g1velj e dela e que decorre, como duraçaopr£
??.) ,·
pr La , o a e GcJ r
Por isso o mundo das Ideias e
o das Formas matemáticas é verdadeiramente o ún1
co que possui a duração eterna9 porque ·semen te
da Idéia se pode dizer que satisfaz positivamen?
te o principio de identidade., Os objetos f:Ísi ?
cos , por que são
concebidos como, por essênciaª
ferentes dos inteligíveis, são necessàriamenteez
? ? -
clu1dos da condiçao de identidade., Na visao plª
tônica? o sens:Ível físico é por definiçã·o o opo'ª'
do, que a=
qui precisamos assinalar? na verdadej o tempo é
a forma de duração do que não tem identidade.den-
tro do mundo organizadoº O universoj concebido cô
mo pré=organizadoj no estado caótico, tem também
a priori uma forma de duração que não é a eterni-
dadej mas forma? juntamente com o tempoj as· duas
, o A
especies de um genero comum de duração? o que se
- 611 -
no devenir regularº
Para êsse, então, há que definir a for=
N ? ?
ma de duraçao, que lhe advem da sua condiçao dedi
ferente do inteligÍvelc, Aqui estamos em pr-es en-
ça do ser que, por definição? se transforma; mas
'
- #
a inidentidade que aqui se processa nao e mais a
absolutamente geral ou indeterminaãa; tomado em
?..
I. ? •
'l, ?
' •
613 - '
À J
'. : ?
• (
reza passa a ser um d even1r prev1s1ve,
o
1 e isso
graças ao seu processar=se no tempoº
O que
.P
bade
.P
(
ultimo no mundo fisico
?
e a
- A
intuiçao do seu deveniro Para este definimos U=
ma forma de duração, o tempoº Desde que consi?
remos o devenir como organizado pela Razãojo tem
po em que se vai processar passa a ser a condi =
ção diferencial de dois aspectos quaisquer do
sero Como, pela ordenação da natureza racionali
zada?-um segundo aspecto pode ser dito conhecido
pelo conhecimento de um primeiro'.; a previsibili=
dade torna?se uma função exclusiva do tempo?Ora.j
A I -
toda lei natural e a expressao de uma previsibi-
lidade; por isso as leis fundamentais da natur£
za se exprimem por equações. diferenciais em rel'ª
=
ça o ao t.empo ,
,.,
!
- 615 -
,. - ?
ra em linha reta e uniformemente? Ora, nao e
pos s lve'L definir uma velocidade constante s em
A .
= ?
çao dos lugares naturais'.? e nao coisa que pudes=
se ser medidao Com efeito, nio há meios de com-
- 616 -
parar entre si
duas velocidades no caos, pois nao
N
-s: :::
... 617 CD
lt
aquilo que-a alma do mundo introduz quando se com
f ?
Pe a a ormaçao da natureza, so., entao
.e,,,
começa
xistir o tempo. No caos? onde não h; periodicida
a?
- 619 -
- , N -
dej nao so nao ha' tempo como nao poderia hayer.
A.intuição de uma duração correspondente a êsse
estado há de ser necessàriamente diferente da
que .temos para o mundo organizado? onde acham?
mos tempo, pela razão evidente de só aquÍ haver
N ? ?
na rotaçao dos ceusj um me:i.o de tornar contavel
a duração que lhe eompeteo
Rea?mente1 para que apliquemos a lei
,
numeros
.
e
,·
preciso que façamos a contagem de
dos 9
partes. que se
,
t ínguem,
Ora,as partes do mo=
dã.s
( ; .
,
distinguivel a lei dos numeros e contar o mune ....
A
rode vezes que se processa a passagem pelo me?
mo porrto , Temosj assim, um r·elÓgio-, ou sejaium
movimento periÓdico regular em que se torna po°'ª-
? ...
s1vel a adiçao das unidades e, igualmente, a sua
...
subdãvd sáo .., , - p
, O relogio natural e a rotaçao do eeu,
-
,
Como esta e resultado da organizaçao do universo,
o tempo9 a que dá origemj só terá existênciaquan
do o Demiurgoj completando a feitura das esfer?:
,.
lhes der o movimento circular, aquele que mais
..
nao im
pede contudo que a lei de inércda possa ser defi
nida como intuição intemporal que é; pois1 não
"
sendo um regime que tenha tido jamais existencia
N - ., ... -
reàl? na sua definiçao nao intervem necessaria
mente o fator tempoe
§ 42 -
Definiçio do tempoº Comparaçio
com a eternidade& A medida do tempoº
?
O tempo e- o numer o ,
?
Vemos assim que o tempo e um coro 1'
ario
o
A
da ordem9 e não da e.xistencia materialº Por is=
, ,
A
so o Demiurgo so o concede ao mundo quando este
? . --
esta acabado na_ sua composição ordenada? O t' em=
po começa então a existir em substituição à dur?
ção? que se poderia conceber valendo para o caose
Esta nova espécie de duração será tal que repre=
sente, na ordem da duraçãoj o que representa na
ordem do ser o devenir organizadog o que de mais
per.feito pode haver na sua ca tegor í.a, O princf?
pio de máxima perfeição, isto éj de máxima apro=
f!W A
, como em tudo o mais,
ximaçao do modelo j rege aqui,
-
?ª elaboração do universo.
Demiurgo regózija-se com a criaçaoate
O
·
' ? ,
agora feita e pensa nos meios de torn?-la o ?ais
?
poss í.veã semelhante ao seu par aüí.gma ? ,
?a ç 7r0(1:'>Jf, ,rtXtrd'>J
,
O J)
?El r#<X f I
?
l
r .,
etrs v o ?tr£ «7T £fr«
a:« (T ?IX
(37 c)o Ve que alguma forma de dura=
çio lhe ter? de ser atribuída? Naturalmente, a
mais perfeita e a que ocorreria imediatamente pa
ra ser conferida ao mundo é a própria eternidade
( A ?
em que dura o modelo intellg1vel? que serviu aftt
""' f)I 7
br-Lcaçao deste un í.ver so , k:« a « 7rEf oov
a.. ;,
«ur»
'
"urx_J v s c J;qo)) «.Í<ft.o)} Ó>'
1
KQ't 7:Óóe
ro 7r«Y ôÚt:úJÇ €lÇ ó VY()(.;U,LY lrr? xet'-
l/)J,(TE
/ TDLOY?O))
Verifica?
?1TO?:E
q'
./\E.LY.
i'
poremj que era 1mposs1ve 1 a=
e
? ., t'
plicar este carater ao ser que sofre um continuo
devenir, porque seria supor o regime pr6prio da
- existe
identidade onde ela nao ?
·"/
'
µ,e))
-
e ou
9
/!
a eternidade é uma in var ia b í.Lãdade , ?€ J) o Y caç e
A
rrí.dade , se qtrl s as s emos conceber "momen to s" 1 eles
'
?
fl ..
()
A -
dade de relacionar a consciencia da sucessao car-
dinal -eom a das partes iguais reconhecíveis no flu.
xo do deven,ir e O númer-o torna-se? as s í.m , a med í,«
da do tempo; mas? para que se dê o reconhecimento
A ,p ç,p
d a correspondencia
o
entre as duas sucessoes? e pr?
ciso que seja escolhida no devenirj para serem as
ti\ J' .A
partes sobre as quais se fara cair a corresponde?
o ., f
eia com os numeres? partes repetiveis?
. .
isto ej f?
J1 ,
se? ao invés
,R'
de ser considerada a r obacao dos cem,
que é cíclica? fÔsse considerado o fluir de urn ri?
R A "'°
g'
que e retilineo? Ambos estes movimentos sao con
·
f
t1.nuos
/7 A
mas so o que e periodico pode ser posto
t? - ,{)
co
a os nu mer os s
?
... in d t car=ncs
e o . ,
rruao
(1 o que pensa soAbor e
-
,I' ? A •
Ci.V Ol<X.
/")
re /\OVt;
\ ?I I
7:0Y, cx.1roc.y r-, xe,"Yf y ,1rtJ'YúJÇ ,€
t
emove 1
a momento,
1
í.s t o ej
is 'f
na sua dimensãoj mas na sua natureza& a do tempo
""" orma d a d e passagens d e momen
;
a da eternidade e imovelj formada
,
to
de
um só momento
(l84)
É em função do princÍpio de
e·
•
tre a noçao do Um e da existencia no tempoº Nao
nos e poss a?ve 1 en
?
t rar na ama"1 r.se dAesse exer c ac ao
° e
·.
0
, ? A .
(185)
·· A
que Cornf"Ord com
·
sofisticaj mas
·
relàçÕes temporais?em
uma rRremarkably .Lue ãd and sound analysis11.,
A finalidade geral dessa análise é in...,
dicar-nos que devemos estabelecer uma distinção
f'undamerrta.L entre o conceito fÍsico de tempoj. C£
mo um fluir interminávelj e o conceito lÓgico de
bempo , ·como um quadro em que nos figuramos conti
da a totalidade do processo do devenir? No pri-
?
meiro sentido, o tempo realmente passa1 e o sen=
tido do devenir -puro; no segundo s en td do , o tem.
/
' po nao pa?sa, mas e apenas um continente duracio-
nal para completar o esquema da naturezaG
( .
/
No conceito fisico9 ha os aspectos de
passado e f'ubur-o e não se pode definir a noção de
(
e o d om1n10 ver d a d e1ro d·o d even1r e ai
,P e o . ?
presente;
.
A
tudo é 8:itornar=sei8 ou mais velho ou mais moço shas,
no conceito lÓgico? o tempo é uma estrutura indi.2,
pensável à representação do universo e, como talj
, , .
J'
propriase Assim, no mundo do devenir cada coisa
r1torna-sen a cada instante maisvelha que outra ,
tomada como ponto de referência; mas, reclproca-
Â
mente, esta segunda torna-se igualmente mais moça,
- 629 -
.
A
O traço essencial da doutrina platoni-
ca do tempo é a concepção de que esta espécie de
- 630 -
.,..
sica, o mais alto ef'eito dessa inspiraçao raei?nal
foi a criação do regime de mobilidade circular pe=
riÓdica e O tempo sur g e , por consegu írrte , da inst-ª
lação dessa mobilidade?
A
Chegado a este ponto1 porem9 Platao de=
; ,,..J
- ?
geral em uma derivaçao al
1
I? o .A "" A
,por nos fabrieadasj porque estes nao se mantem por
'si mesmos, quer dizer, não são a expressão .de um
efeito da Razão unãver-sa l., Mas, na vastidão dos
? A {
ceus, vemos que cada planeta descreve um c1rculo_11Jr
ticulari círculo êsse que sabemos ser um dos que
resultam da divisão do circulo do Outro da alma có?
mica? quandoj por ocasião da criação do universo?
nestes círculos internos foram distribu:Ídos os as=
'tros pr Lnc Lpa Ls , Há? po í.s , um tempo especifico P-ª.
ra cada rotação planetáriaº
Contudo, observa Platão,'por falta de
atenção da maior parte dos homens não foram da-
dos nomes aos giros de cada um dêsses astrosjco-
mo foi feito para a luaj cujo ciclo completo ch?
A = =
mames de mesj e para o sol, cujas revoluçoes sao
o anoº SÓ por falta dessa conveniente observa=
"" o .., ;t iP .,.
ça.o denominaçao e que ate agora nao foi reco -
e
# I\
nhecida a realidade dos tempos proprlos desses p1a
A
netasº E1 ao indicar=nos o que deveriam ter fei
to os homensj se observassem essas revoluções9Pla
tão-deixa bem explicada a sua concepção da cor.,..
respondência unívoca entre a série da· duração
temporal j definida por suas unidades cíclicas j. e
.f' A A
a serie dos numeres cardinaisg
JI'
o erro desses de
satentos -foi não ter visto que deveriam comensu?
rar errtr-e si A
movimentos e po-Tos ' em rela -
esses
A
- #; J/ .)/í\i\
ça o com a serie dos numeres, QV,e 7rf0Ç oG "') í\O(
({'U_foJLE"fºff)J'C<X.l 0-1<.0'lrOUYZ-E? ?f>l?Ot5(39 e ) ,
Temos aqui claramente indicado o modo
como é concebida a existência do tempo como cor-
relato do devenir$ tstes homens que não aplicam -
A ? A
a correspondencia numerica ao curso dos planetas
- A -
sao aqueles que, por assim dizerj nao sabem que
também a revolução dos planêtas constitui_ tempo
Cl C ?I > :, .1/
toe re w, E7rOÇ E,t.'lrELJ) CUI( lÕ(){(TL,y
-
I J/ \ I ).I
J(fOYOY OYT<X. T0(5 7l)VTúJY n/\«Yd5(39 e)() e ada
plan;ta gera portanto um tempo particular, aqu?--
=
le que esta? ligado as suas revoluçoes; como es=
- '
tas são ordenadas pela mesma regularidade que al
- 632 -
i'\
Razão universal conferlu ao todo, esses tempos po=
F
deria.m ser tomados por nos como con'tinentesj- par.a
nêles situar e por êles medir a mobilidade aciden-
tal do devenir que observamosº Se não se faz cor=
"" .,
ej
,f'
rentementej apenas porque nao ha vantagemj vis- o
- /
Esta concepçao e um desenvolvimento eSS§!l
cial da teoria platônica do tempo e tem por coroai-.
- 633 =
mas
nem por isso menos exf s terrte s , Es ta extensão - .da
teoria a.o tempo obriga=nos a considerar como real
um tempo absolutoj embora só nos possamos utili =
§ 7º - o ano perfeitoo
cul.o
1
do Mesmo, que g_!ra uniformemente, 8 a c >'
.,,
r
J Õµ.. Wt; oJ.tfi.,; 1J,,oY K<1-.r<X Yofr-« e óznJo<,dY
?t; õ ,r? r{À.?oç_ ?eJ/)?ºJ xp?»ov -rJ)) rÉÃio>'
?JJt«1(roy rrA,rJfºl r=«. oz:,o<v :1nx<rwY ?"?))
O I<. TW '1T£ e1., o J"wv Toe
7Tf O<; ? ÀÀJ'J À«
er
rr 7r re« v
?
!n? ?
X7 <i/-i, 1< e 'f t;7'.; rp , >1
considera.do4)
!
= - ,f> ""'
Mas a sua concepçao nao e somente mai$
A ,
rica que a antiga por.este fato, e tambem
,?
mais
profunda e descobre na noção do Grande Ano um as=
N ,
'
o
"" , ? ?
e.urso da natureza, para Platao9 nao e ciclicoo E
...
?
uma posiçao tal que os ciclos de retorno a essa
?
posição sejam tomados como unidadesº O ano perfei-
to não se confundej pois? com a noção do tempo ab=
!1 ()
? () , ?
co; nao. e ideal, e ignoradoº A revoluçao do Mes=
11
mo e um movimento privilegiado;
porque abrange t.Q
dos os outros 9 mas, embora concebido como reallda=
de fisica9 nãó pode-ser utilizado fisicamenteº TÔ?
= . .
!1
da a mensur-a çao de-tempo que podemos fazer e9 as=
'
simj.nacessariamente relativa9 porque devemos to=
..
' .... .
.. = '
§ SQ o tempo e o espaçoº
sando o seu
devenir no espaço e no tempo? e por
?
isto insensivelmente somos levados a estabelecer
A, ""'
entre eles uma correlaçao natural? uma correspon
dência ou ana Logí.aj dessa intuição -? que parti=
mos" quando cons t Ltuãrnos os nossos. eixos de re=
t9
serve de modelo ao
O
• • A
r e s ul.t an te da cr-í.açao , Tem"'existencia auto n e ma
.
.
•.
e. pr-Lmor-dã a L, ,sendo o receptaculo
t9
em que se vai
compor o devenir legal o O Demiurgo não. o conce?
beu nem produziu? apenas o modificou com a impo=
;
sição de formas geometricas, que a, sua na u r.e za t
era apta a receberº Por isso.tem pleno sentido
p
conceber um estado fisico
d
em que
•
so existisse. o
espaço;. e de. fato Platão o concebe sob o nome
li
.
Ê S=
, '*'
se conceito dô caos revela a independencia do ec2,
existir
.
....
paço em rel?ção ao tempo; pode sem este
.. ? '
.se r supo s to , Claro que, em tal caso j nao havera
possibilidade de definir uma duração do tipo que
- 640 -
A
'·· (J
,
§ 9Q - A teoria aristotelica do tempoº
....
A concepçao platonica do tempo distin=
, .
....
rias platonicaso
Para iniciar, começa por dar?nos conta
= 642 -
0("? • If'
mente, o movimento circular un1Iorme e a principal O O
I
medida de todos os outros mov.í.men os , _faE?'foY t
,,
_,))-,«./\Ur,or... (223 b , 20 )
""'
mas na o
"
lhe cabe esse privi
9
sobre
,
movel
A
., n I\ (
da, que e uma corisequenc La do esquema miti-
apenas
, N
co a.traves do qual se propoe ver o mundoº
;
2).. I'. •
uma segun d a critica e. eita nestes f o •
- 645
,
t,.ermos: fl se exi s t em •
var i.os ceus , o movimento de
o I'
A -
I'
qualquer um deles sera igualmente o tempo, de m..9.
d o que c oexa.s t·.i.r-ao muacos
-? ,
. ...
I
?t:
? I
empos j '", e, ·rr/\£',otr?
e
'\.
I
t -
J<r<Á.Y oc ovfo<.Yol,, ()foOtA,ü$ «Y Id
e :, J\
'l'
o xt>o'foç
e < - , r -e/ .,
, /'L
º;ollozrJ/e1 octr't'"(A)? J(... c.,JJ")âlf ., QJ??ê Jr?ÂÁo,
1'/ ..
,.
mesma absur da O mesmo
I/til
le:3, a
e
concl usao e por s-1 ,
... ,
para Platao, que? como vimos 1 afir m a
da
--
nao se
.
t
.1.." •
precisamen,e a coex1s?enc1a de v?rios temposº O
?
os, i t'
Para Aristóteles, porém, que já tem preconcebida
- , ...
duração temporal.
1 vista destas dificuldades, Ari?tóte-
les propõe-se reencetar o estudo do pr ob.Lema , a-
tacando-o no seu aspecto essencial, a correlação
do tempo e Aparece-lhe, de inÍci?
do movimento.
como evidente que o tempo é algo que não pode 13-
? é>¥
xistir Sem O movimento, ou» o( vsu TE f£,E,o<.j!JO/l1)Ç
)-
(218 bj 21). Quando não percebemos modificações
no nosso pensamento, ou fora, nas coisas circun.§.
= 646 =
""
ta.ntesj nao nos parece ter passado tempoº Masc; de
e I .._ I ,I [.
"". -
"
re tambemo E como o tempo e o movimento impli =
cam=se um ao outro? ? anterior e o posterior pà?
' ç>? "'
t
.,
sam a exã.s Lr , ass Lm , no t.empo , G1Tê( o EY ?"4>"
J:&r,EBE, rO Ê'7l? K«l ,11-a··u p?J,
., »r =e-:
tXY?r:J /(.di, ey .?l-Y?a-?, ,élYd.l 'r? 7Tf[>'EfOY
«« l tf<rCEfOY .••. <XÀÀo< fU?Y KCXl ?y oP<-t)
;tf
' ' I ' <,I I ' ' .,
sat:c 7: o "P Ol:EfOY «ac tr<r'CEfoY b'-<:l: ro ? Ko)oú'-
.,
ill
troduz no tempoº Com a correspondencia ao espa=
A
ço? tempo adquire imediatamente toda a quanti=
o
ficação peculiar ao que é espacialº. Introduz=se9
/ A
assim, o numero na es seno ia do tempo e, como • a
• •
r«p
XfÓ>'oç/<fL?Ó7. KtYfl'cWr, ?J((X'W.
TO 1rpóup?>' Klfl lhmpoi>
(219 b, l).Esta definiçao famosa Aristoteles acoQ§
- 648 ·-
t r o, i. . "]
por essa clara e rigorosa ana __ ise.
.
O tempo ad
• A r
§ 10º -A correspondencia entre o continuo
" o - • ,
numerico e o tempo, em Platao e Aristo-
, ,
teles. De que movimento o tempo e o n.:g
mero, na concepção ar isto t éli ca.
- A •
,
i
cosm ca? o universo recebe as condições da mobil1
o
"'
camente o movimentoº Como a correspondencia num_§,
,
rico-temporal não foi estabelecida no plano puro
•
movãmen o , t
Aristóteles examina o papel da alma na
percepção do tempoº Reconhece que somente a alma,
e nela a inteligência, é capaz de operar o ato de
to qtie e tambem
.?
s ãrnuâ taneo 9 o I numeroe da
,IJ ·
o mesmo e
= e I
translaçao, o ),t,?'lrot ,X..,/OYO? o
...,
a Lber-a çao e da
o(V-7:ÓÇ I efffEf
J ·
" o
evidencia.
Tendo de escolher entre as espécies de
movimento, julga desde logo que não poderia medir
o.. tempo pela alteração? pelo aumento ou pela gera
çã.o.?- pois ?ste_s são movimentos não uniforme?? "i
.
, - .
, ?.. t' ,
a .unica .continuaº Desta e preciso esco
.
9
=
pois e
lher-.o.tipo que oferece a ma.is perfeita uniformi=
. .
? ?
dade?-e sem duvida a rotaçao dos ceus é a mais u-
fli! R
A ?
niforme de todas e Mas e p rec í.s o tambem que seja
?
• \.,. (? o
que corresponde o numero do tempo; as condiçoes
que fixaram esta escoiha são, poisg.
a) ,? t<lfKÀ.D ;oflol.. ? o??À?<; µ! -
ip o v )I--«. À "a- Z-o(
•
.
«-ptl).µ.Õç
J>)
Õu ô Ó T:'<i. Jr-'Pç
-r»wfc,JA'WX'(l..1:0Ç (223 b, 19).,
Subordinada a escolha a estas condiçÕe?
I'
o movimento circular da esfera e claramente o que
"
convem ser o definidor do empo , Porem, e is o e
I' I'
t o
t
capital, Aristóteles não nos diz jamais que o te.,m
po dependa da esfera ou que lhe esteja essencial=
A
mente ligado, mas apenas que npor todas essas ra-
zões? o tempo parece ser o movimento daesferaºtt"
Ó,? K« l So KEZ ô J(f ?>'o ç elJJou
f '<'9s O-fa.Íf'ç
= 654 =
? ? =
mas entre elas nada ha de comum quanto- a ra z a o
ç,, .
,f'
·de assim procederº Para Platao, o tempo esta li=
? = =
gado a esfera por ser uma determinaçao da Razao_e
só poder existir quando definido pelo movimento pe
"'
riodicoc
- ,?
Para Aristoteles? nao existe nenhuma de
terminaç.9'.o racional que imponha a conjunção do tem
po e da circularidadej mas apenas as vahtagensprá
t í.casdecorrentes da nossa. condição de
'.1
=
assisti!,
?
A
mos com evidencia a r-ans Iaçao d f.urna o t
É verdade que Aristóteles procura uma
" ""' ""
especie de justificaçao teorica para essa admis
o
""' A
Nada ha de comum com a c onc e pçao platonica da ci1:,
,P .
.
A =
f( ,?0 <:
gene os d o mundo a s i.co po d era ser va.í l d ªº A r i.s tp'
e
i .£
.I' A
teles pensa exatamente o contrario; .
para ele? .
e..§,
e
#
uo?t e 1 es s ao e orrtr-ar 10 9
ris
o ., ' o
.,
cial e que se desenvolveram as noç?es de espaço e
de tempoº O desenvolver da-teoria fÍsica proces-
sa-se de forma que a mecânica do mundo atual apa-
reça como um domínio naturalmente matematizá º vel
A noção do movimento, a teoria do espaço? a daCOJ.11.
H ,
•
***
- 6.,,,.,..,
Oc.. -
CONCLUSÃO
/
Procuramos nesta analise de-alguns dos
principais aspectos da fisica platônica descobrir
o sentido.do pensamento cientifico-que se esconde
A .
A
dos seus precursores, dos contemporaneos ou do seu
imediato sucessor, Arist6teles. Procuramos dessa
análise destacar o que de especifico tem a sfnte-
, - A ( ,.,.
curemos despersonalizar a
·
r<1s1ca ·
pa
1 t""onica,
·
o an-
tropocentrismo é um dos seus aspectos evidentes?
- º ""
Platao reconheco que a c1enc1a e cons rui'a.a pelo
• ' t
homem e para. o homem e que na razão humana está o
poder de decretar, ou não, a racionalidade das
coisas. Os ecos das liç3es de Prot?goras não es-
tão extintos-">
, ¢
Sem duvida, a razao nao se confunde com
"' N
,.. ;'
ela dira? que esses. aspectos sao
.;l,
con ten "te j
• o
.
pr-opruos
de urna realidade ordenada.o A razão não pode re=
A
nunc ra r a ver as coisas sob a exigencia da perfei
- .,
çao; do contrario? seria renunciar a estender o
{' ? ( , .,
=
seu dom1n10 ate onde lhe e possivelº Por conse
guinte, o que mais proeurará descobrir, no campo
que investiga, ?er? a ordem que existaº Ora7 o a{
A
enunciado de um termo, de um ?EA.OÇ 9 como repre?
/\
- 667 -
11?
sentando a condição de sua plena satisfação, defi
l?
ne a. possibilidade de uma escala infinita de gram
A1 A A
de aproximaç?o a esse termoº
A atribuição à qualquer eoisa de uma PQ
sição nessa escala resulta em uma definição de
grau de perfeição e na .transformação daquela escj!
? -'
la em uma ..
. serie axf.o Log fca e - Para definir o maior
ou menor afastamento do Platão usará têrnio ideal,-
as expressões correntes que def'Lnem, de maneira in
distinta a maior ou menor satisfação? com que as
coisas se dão aos nossos desejoso Assim'1 expres=
sões como ''bqm'J "me.l.hor " ? "mau'", ingressam na te..Q
ria do conhecimento, para significarem a simples
situaçio das coisas em face das exigincias dara=
...
zaoo
Não nos parece que fÔsse primordialmen=
te por via ética que os conceitos de valor se i11=
A
traduziram na fisica platonica;
o (.,
A
eles revelam un.,1
o
..,. o
A •
in
.
.
.
.., ,?
=
sucessao9 nada ha que mereça atençao para-a.inte=?-
A #
e:
mas por sero
regular e que a suoessao se
l1genc1?;
torna um dado do conhecimento rfsicoo É que na rs =
gularidade ha um con teu.do de va or , que a ra zao I?.9
17 ,f'
l
de apreciar como sendo urna forma de cumprir a
?
sua mais alta exigencia? a de identidadeº
A
Deste
reco=
modo? na regularidade a intelfg€ncia poderá
_t
nhe ce r um dos seus principio; definid?res e? sen <»
.., ,f'
.
feita ·a
série das transformações quanto mais con.§,
A A
extensa for a sua regularidadeº É por e?
·
tante e
te motivo que no mundo a regularidade se fisico .
A
te? as exigenc1as que formularia, se tivesse
o
de
conduzir a construção de um mundoº
Nada mais natural9 pois? do que descre=
ver o dado.que assim nos aparece como criado por
uma Razão semelhante àquela com que o pe r-cebemos ,
Daí à fabulação cosmogÔnica a transição é insensf
vele coerenteº Mas a atribuição de valor à reg?
laridade al tera inteira.mente a noção que podíamos
fazer de uma determinação naturalº Concebido um
par de.fenômenos sucessivos? o condicionamento do
segundo não deve ser tomado em função do primeirc;
mas em função da regularidade mesma. que é suposta
regê=los.a ambosº Assim? o que se deve ver 110
( = ,!'
segunco fe
proces so da suces sa o f'Ls í.ca nae e que
""""
-o
-
que'', para vir a dar fruto a concepçao do mundo -I!.§.
finais?
A razão humana, que assim encontrou a de
finição do seu exercicio, intui a sua auto-identi?
dade e concebe-se como unidade universalº Deixa de
ser pessoal e transcende a uma unidade em que se
identifica à razão de todos os demais individuas e
se pÕe como Razão do universoº A partir dêste mo-
A /
a
-
? N
tAenc1a t
0
.,
,. ( ....
.
"
ft·
A A
Desse modo, sem te-la tomado diret:amente
g í.na L,
,
sob si, consegue defronta-la, desde que a conside-
"'
ra como conceito autonomoo
A extensão aparece como irracionalizável?
porque é o fundamento da exist?ncia materialº A
-
- ?
razao esta preparada para dominar tudo o que no
ser corpóreo é qualitativo e quantitativo, tudo o
que o configura em aspectos traduzíveis em conce1
- 671-
"
toso Mas a existencia mesma do ser fisico é in-
conc?ituável, pois a Razão sÓ dispõe de meios de
A A ,
atingir essencias; a existencia material e de to
?
( , .
,
do incompreensivelo E e tal, porque e a negação
do princípio de identidade; a exist?ncia é a mo-
bilidade, é o ser deixando de ser, é a inidentida
- " /
Ora, a razao e por si auto-identica, e so po
• Ã
dee
de ter por objeto o que direta ou participadamen-
" , .
te tem esse caraterº No existente, tudo pode ser
.
? "
nao declaravel, e jamais conhecivel no seu conte?
do, na sua função e nas suas propriedades, se não
fÔsse o fato de que Platão preclsa especificá- lo
. , A I
q,. N AO
vel Razao na o enquanto moví.ment o mas enquanto
<?, ,
passo,
teGria platônica é dectsivo? da compreensão quej
das. duas formas de movimento meeârrí.co , uma pode
ser racionalizada9 Platão salta? idéia de que en
tre. elas-existe uma diferença de grau de generali
dadeo Pode agora conceber o devenir circular co-
mo .. resultantej por restriçio, da mo?ilidade reti-
1:ineao_ Está feita., assim, a transição do caos ao
cosmos o
- 674 -
em
Concretamentej o problema cifra-se
-
restritivas -?xi-
definir quais sejam as condições
retilínea.em
gidas para a conversão da mobilidade
o . ca=
Ora Platão vê na periodicidade
c í.r cul.ar , :1
do .retilÍ -
ráter que distingue o regime .circular
neoo Como a periodicidade.s? associa à
regulari?
5J
restritivas9
da Razão o recebimento das condições
retilineidade oE quad's
que implicam na cessação da
segundo.a
serão estas condições .que irão modelar,
bruta? S?rão
Razão, o que antes era a mobilidade
a ·imposição da ordem matemática? o aparecimento
da causalidade finalo
Nó caos9 onde est?a mobilidade ,,. retilÍ-
neaj passamos a ver agora a ausencia do numero -e
o ,,,._
daque-
da forma espacial e dê·1e fazemos o dom:Ínio
la causalidade oposta à Razão; será então o con=
Te=
ceito de causa necess,ria, de causa erranteº
como o do=
mos? assim? a imagem do caos concebida
mÍnio preparatório da obra demiúrgicao
Pela distinção dos dois estados? um im?
_ginârio e mais geral, outro real e mais particularj
em
e pelo fato capital de fazer esta distinção
.
• .
A
. .
,
nir os postulados da mecanica em forma matematicao
Mas acabamos de ver que na teoria cosmogónãca. .do
Timeti. existe implfcito 'êsse "conce
í
to , Por conse-
guintej a i?dagação que acim? fizemos conve?te=se
nesta outrag por que o conceito de inércia,.per?
cebido por .Platão, não foi reconhecido, nem o sis
tema que o incorpora e que contém uma vtsão mate-
, -
matica da natureza conduziu a cons tuiçao .da di--
' ti
A
namica? .A
.
questao
- j
e
?
emãnen temen te hd.st or
.
?
í.ca .e so ,
. ., .
,I'
pod?ra ser resolvida por uma-analise das circuns?
t?ncias· que cercaram o momento de Platão· e ... dás
-?-
fases proximas, na evoluçao do pensamento grego.;
-
,... ,? (
como nao nos e possivel
A
faze-lo por extenso, .sen-
do um ponto que exigiria por si só um estudo com?
pletoj contentamo-nos em apontar os elementos que
poderão servir para esclarecer esta questãoº
Em primeiro- lugar, pode atribuir-se -ª
Platão ter énvolvido a concepção da inércia em
- 677 -
condições menos favoráveis ao reconhecimento do
A
papel decisivo desse conceito na construção da
A
teoria mecan í.ca
Apesar de ter sido o primeiro
,
; . ? -
filosofo a elevar-se a visao da possibilidade de
p E,$
f
uma cómpreensao matematica do mundo fisico, quer
'
mí ca de Platãoº -r'
Quer no ponto livre em transl a=.
çi? retil?ea no caos, por ser
privado da Razio,
quer nos corpo? celestes, por terem
imanente. em
si a determinação d? Razãoj em nenhum dos casosbá
a idéia de uma relação
racional, a de uma verda -
deira função cinemáticaº
A -
-,,
Contrudo , a ignorancia da ···inercia
parece-
nos ser a condição mais
profunda e decisiva que
impediu o desenvolvimento da
mecânica racional en
tre os gr egos , t
De fa o , para te?tar a aná 1 e is
matemática do movimento, a
,I' A
condição indispensável
e concebe=lo em ,I'
igualdade logica com o repouso9is
to éj como estadoº Foi esta idéia
que_faltou a9s
sábios gregos_e foi esta
errcinea situação queAris
- 679 -
/
to teles defini ti vamen te con sagr-on , s·e o repouso
é concebido como um estado movimento como um e o
processo, a desigualdade entre os dois se revela
..
""' ,
no fato de .que para o primeiro nao ha necessidade
.
,.
de .eausa , e para o segundo há , Assim, _enquanto o
....
essênc?
e ... nenhuma forma de descrever o seu decur so,
exd.s te
sem .que nêle se faça figurar a cada instante a cau
sa.que o produzo claro que neste sentido
_É
-
não
haverá matematização da mobilidade, pois não
..
se
v:ê .. como expressar ma terq.àt_icamente a causa do movi
m,entoo Por.isso, a lei de inércia, declarando a
..
? , o o
nao.re9
conheceu a igualdade do repouso e.do.movimento C.Q
mo estados? expressa na lei de inérciaº
·Mas, como na cosmologia platônica figu=
A //
raj conforme nos parece ter mostrado? esse pensa=
•
so , fiel
à mística de uma falsa concepção da .rà? .. -
A
esta nao fosse? em obed1enc1a a um principio
""'
o.A ? -
fa?=
o o
mas na o soube
desta.cá=la e fazer dela a primeira lei da mecâni=
ca racional? por não ter atingido a noção das suas
"""
consequenciasa
Esta pode ser considerada a primeira
sa d a i gnoranc a d?
,ft,
iº t
?sse pr1nc1p10º M as
uma segun=
e
ca.:g
= como este.as'='
concepçaol o que queremos e.apontar
desconhecimento
pecto do sistema contribui para o
o -.conteúdo do
do princ{pio de inércia o Como vimos 9
definido como
caos em nenhum momento é claramente
qualquer seme=
material? sem dÚvida para fugir a
lhança com DemÓcritoo_ O regime dinâmico.é .defini
das coisas. a
do9 mas não? bem n:Ítida a natureza ,
que se aplica? ficando tudo envolto em wna nevoa.
'
dé um
de especulação alegÓricao Ora? na criação l
conceito de tao al ta impor tan e ta era Lmpr ,e:? cindi
r:-'J
A o
(;,:) 6\,
da
.
natureza; ri
nos-qua?ros que os seus pr1ncip1ose?
tabelecem não tem cabimento a expressão matemáti=
ca do real e9 mesmo que esta viesse a ser tentada?
como o_foi modernamente por Po Duhem9 por exempl?
não poderia conduzir a nenhum resultado verdadei=
{ o e ·? e •
?
r-o º A f1s1ca ar í.s tote 1... a.ca nae so
I' "",
$fl
©Jse:feCf.f_
,Jneios
-li
?- ·
=
de ser tentáda a transposição do devenir univer
? , =
impede
termos ma?ema ticos 9 como se opoe
.
sal em e
ma.
sa decisãoj não seria difícil compreender que a
A -
e natural
de Aristóteles é imensamente ?ais vasta
que a de,P?atãe9 eobrindo um campo deinvestiga.=
çÕes mui to mais· ex?enso$ COIY;l uma .ca pac Ldade de o.§ ..
tic,? (l9Z) º,
? , ·o
Nao resta dirví.da , por em, que a va s Ldao
,p
t o
e,,·
..
-
da sua eultura9 levando-os a associ??la natural
mente ao seu sistema metafísico e r!sicoo Certa=·
ment e, esta obra.natural contribuiu pára_atra.ir a
t
.
. .
<!\
preferencia para a f1.sica do mesmo autorº Ora9
A
a mec?nica _aristotelica funda=se primordialmeX?,te
.p
natur?zao i
"isto o que há de paradoxal na físi-
ca aristotéliGa; por partir da 9-parência imedi-ª.
ta, vem a ser .incapaz de dar a explicação verd?
deira.desta mesma aparincia, ao passo que a de
Pla tã'o:? por partir do abstrato esquema de um e,1
tad.o .de generaliç.a.de imagin!r.ia (l94) 5>
possui os
A
meios de faze-loo
Aquela distinção entre os movimentos 9
= R -
se nao permitira a constit?içao da verdadeira di
A
namãca,
·t;;, ,p
nao impedira que se eons tua uma meca» ti ,JJ,,·
'.i:
A.
(l95) º Mas o
vazio a continuação da ação motora .
para
fÍsica aristotél?éa? não teria esta gozado dop:m?
t{gio hist?rico que tevee De qualquer modo,? i=
negável que foi o_excepcional favor histÓ?ico con
cedido à especulação natural_de Aristóteles qu.e
.ç,,, "
ber bando+o das cond í.çoe s desfavo:raveis que o pr,2
"o
prio.Platão criarao Teria existido assimj uma
das condições essenciais para que houvesse na
G.récia. uma . ciência
mecânica j como houve uma ge=2
me.triao Os mesmos matemáticos que souberam pe.n
...
co=
lados? por exemplo? ou a teoria das secçoes
niça.s? teriam sem dÚvida estabelecido os concei
tos fundamentais -da cinemat;ica e da dinâmica?se
lhes tivesse sido acessÍ?el a noção do movimento
como astado , A verdade his.tÓrica j porémj é que
isto não ocorreu? não houve quem criticasse tão
profundamente os defeitos da doutrina aristoté=
Lã.ca que a tivesse tornado inaceitável9 como não
houve. quem desprendesse do Timeu o significado
do pensamento que ai
se continhaº Em consequên
a
cia9 a cultura grega não conseguiu constituir
(ii,. o
"" o J't o
t
mecan1ca como 1.nterpre ,açao m.a ema ica d o equi= t
t· A
librio do movimento na n?turezao Da mecanica
e
conheceu apenas algumas noções da teoria da es=
tática e outras9 que formam o que· chamaríamos ho
je de mecânica aplic?dao
No?sa intenção era procurar e?tabele09r
.
pl.eta J
elaboração na obra de .0B0- Benedettiíl pre=.
curso? imediato de Galtleuo
= ,
Fundada na noçao de impeto9 uma nova d'i
.
tu.do
ção dos quadros aristotélicosíl e teve o papel de
cisivo.de servir para despe?tar em Galileu as i=
déias que o levaram à formação da nova ciênciao
A0 Koy:r.??(l9B) pÔda mostrar o fato curioso de que
- ?
uma repetj
? evoluçao do pensamento de Galileu e
ção abreviada da hist.Ória do desenvolvimento da
mecânica? atravessou ê1e, na sua juventude9 uma
fase aristotélica; sob a influência de Bonamico?
seu mestre, foi ?arttd,?io da fÍsica do {mpetoe9
por fim, pela eonce pçâo do seu gênio próprio? e,n
controu as primeiras leis da mecânica, expressas
matemàticamenteo
Não nos é possível rever a história das
concepções do movimento no período medieval e na
,,.._
,f' o
epoca do Renascimento, para faze-lo9 um longo e
' ,, .
A
instrutivo importante que- fosse.j .ultrapassar.ia·
e
completamente o quadr o do nosso .t.r-aba.Lho , .. Par.ti=
euf.ar-merrte na elaboraç,ao e na gene se d o concea t o
""' ,?,, o
.
vimentoo e
, .
nhecer .que
.
.. em o
predominante e_. a influência inspiradora são pr?
cisamente os de Platãoº Não. constitui nenhuma
novidade? acentuar.o decisivo ·caráter platônico
da obra de Galileuº Platão é a grande influ;n=
, .
' A
A
ta .coincidencia? que fosse na obra de um pensa?
,
A
dor platonico, como Galileu, que despontou à e
....
- 694 -
poca de transformação que conduz do aristotelismo
ao nascimento da ciência modernaº Podemos snspe:L
tar que Galileu tivesse percebido a idéia fund? ..
A o
? A -
uma nova cienciao Galileu mesmo nao o fez.senao
t º " '
de forma incompleta? e por tsso não atingiu clar"ª
men e o concei o d e inerciaº M as e•1 e? e com- .e?l e
t º
_
t (' A
o d o o movimento de grandes espiritos desse per12
(
do do Renascimentoj deixa dirigir=se pela inspir'ª-
,,.. A .
u .
,
da visao arist?telica?
""', .
'º
ga a visão aristotéltca, se plantem os princÍpios
, A··
o
?
da fisica matematicao Entre. esses dois fatosnao
há apenas coincidência9 mas , ·a rigor, _implicaçaa,
Era .preciso que fÔsse abandona?a a noção de um ,:g
niverso dividido em .duas regiÕes9 celeste e sub-
lunar9.que fÔsse abolida a d?utrina causal do mQ
vimento9 que se introduzisse :a lei matemát"ica C.Q
mo forma.para.a lei natural? mas $Obretudo que se
concebesse q papel das generalizaçbes imaginári?
as na formação de modelos abstratos para os con?
ceipos fÍsicosi numa palav.ra, era necessário que
se restabelecesse o espírito da ci;ncia plat;ni=
ca, para que viesse a nascer a qiência novao
A importância da posição de Galileu e?
tá pr ecâ samerrte em que marca historicamente e saa
transiçãó e a caracteriza filosoficamente como
um retôrno ao platonismo(200)º SÔbre êste ponto
não pode haver dÚvi.d.ao Olschki(20l)revela a e=
xistência de uma 91platonische Na tur-ansd.ch't" Ç:pág.,
define o caráter essen
·e
?50.)·na obra galileiana
, u
cial do pensamento ai contido como uma nubertra=-
.
meeanica_classie:a
?
como acabamos --de
,.
eia
º
a noçao q.e 1nereia9 m?s. se 9
o e
.
? ?- ?
era para Platao a expressao inequivoca da obra da
? p N ,
Ra·zao? o deverrí.r' regulado pelos numer os , Nao so
o
t
ços mais caracteristicos do sistema platônico são
revividoso g todo o pensamento do Reriascimento
?
f .,.
que so re essa 1n uenc1.aíl que deslocara a cul.tu=
o
fl o
.
·U. ,. .
expressa
desde entao nao cessar?, jamais de ser
. ç;,
..
a ?azão
essência da intuição platónica, isto é,
que· se. rêz nÚmero_. a lÓgica da quantidadejque
r
t
encontramos na extensão dos corpos r{sicos e na
mobilidade do s seus aspectos,__ como um reflexo do
puro intelig:Í vel? que só pode
A
exteriorizar .
a?
nicabilidade das suas essencias ao plano
da exi.§.
.
A
pressão aqueles "cara tteri s os t1?iangulos s, os
.
.
rv
.
, A
circules e todas as demais grandezas
matemati -
caso
A ciência moderna cons ti tuiu se
.... num ll1Q.
o
l
gia p a,onica9t,$; o queremos contud o declarar quenâo
central
desejamos nunca perder da vista o po?to .,,,,
(::!)-. 1,1-· ""'
dissertaçaoo Se a
o
si so,
=
uma longa explanaçao .que nos
.
sita??.por
demasiadamen=
privamos de fazer para não tornar
às bre=
te extenso_êste trabalho9 limitando=nos
conclu.sao,relativas ao fun
.,;,,,
.r;;:,.
***
- 701 -
NOT AS
l = )ª.;L?
.
expose des
·:·?la ton q.u\up.e accomoda t í.on popu;laire de
I
J?
? .
.. n.11 est. certainement
·
. .
pour'
sa
doct·ririen = JG
'
Moreau?
•
L:R;&me t
. .,
du Monde? pág'O -84º
.
2 = S?ates pr oc Iamava .?
;enofonte exp'l.Lca que·
?
J • •
a . .. . .
.
.,.
,?lf"t_CX.9 OVK.
f<-.C( l;?}'
E'f")
,
g í.ca é 9
f,Y/Y>'8?/)rx'-. <x1f?Tf":fY
!
e'K«d'"'l:'d e,1:C/ç f'->J.Xcl. J/JT«L { ov;,urcJ;J) ff tu/f;r-«,
r?
.
01/"Z-é
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<X. V Bf (À) 'fr D e t; o( VT o{ oµ. t.. ?E y El y «t. o 1/T"E
E. V
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'
17
rrpqJA,rx.uvo?liYw
' n-Epl ¢€ ?:ij<; iÀ.?ç p11"t-£wç
'
o« BGJ) (Me? <{,r ? 1.) º s rr 'c 1--w Kfd.T'OV? ..... 'ro'
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8P.P
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cf
f 't;ere ?y -z-.:C fr?r 2 r.JrrE w\ by f E ) lrf O> ?E
·:?'J-V; Xf ?.l ?o))c «f E?'f)Y KOl.?
'f) n-o).._crcx.")f '"t'1J.Y
flÀ O?O 'f oirv t: re (Arist?teies
.
Of.'(7·€ K. ÀL Y « Y o_? ?
dS/ifla?t G· Anime- 6J;ig_ a 27) '°
•
philos,,2 •
pb.i oecupa tã
', ',
'?:t.n .. 4?1S=
.
u
et?i?se_tzung des Phd Los ophen mí.t. dem Phanomane
.
-
.
.
•, .. . ·,
'.
·tfuuoo Mão é
um.
fÍsiç? experimental? nem admã ti=·
ria. que ?evesse partir da. experi;ncia_, cientÍfi
?·EL
·-d ·eve-
ca par? pro?uz.i? um esquema ?eór.ico; ?ste
P:receder a obra da, investiga.9io? como expressão
. .
1
"'·.
.
.
plano mat.!
' ,,.. .
ha Ui?
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.
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conservar o
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.
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?f ))_o? que a natureza
:,
oe c« ? 'f trae ca« Kú.>Ç
cl\
oc Y ·
e"l1J.
Ól6<</)0fo·Y(68 d. 2L ?ulga?(?S d1v1
?a?- de que aqui .se fala, e ?implesmente a ordem
,p i
ãamerrt e divi
no do universe>c, ,§6 o e·stilo é s!,mbÔ1_??<?9 mas não
_,p ,?. A, .
•.• ·. ·;
de geral? mas e des tãnado , pelo menos na·. pres_ente
.
,:? . .
.
p If'
. A
deo S.ocrates e,xplica que ha em tôdas um certo O,!
, , A .
vil:rtu=
tliche Zuge
. ?
der platonischen J?hilosophie k.o n n e n ..
men, ..
?d
p .
bestimmt istó: (?hilosoph_ie der .?rsc,b.E:)_in·un g ?
pag ? 12?). ?
-
10 ?-A. atitude d-e Platao9 a· julgar pelo que o.-.??
,?
.· -?
ponto e saguno e a existencia
• . . ·,p ,f' .
·".. ?
.
·. .
.
-??
dente-?-<Quanto ao modo como deve ser concebida a
. .
•'
? ?-
cor-re Laçao entre ambas, Pla tao suger e di versas po?
.
·
· ·
?,
eI I
««: o 7rWÇ 1Tj) o a-r£YO fLE"Y
.
:? coní'es sa por
.
a-
'YJ
J-
tr fl (OJJ-,fi.L.
d_é
,
telles objections sont spee teusesv é a pronome-
-
.·
. . .
- 707 -
i_ndefinido re
nesta pa s sagem , tem claramente a= .,
qu&le.sentido enfático que também tem o latino 9a=
li.güid de .representar '?a?go justo$ cer-ro , impo.r,
8
<J
ess?nciaj.K?l
r-
cidas9 como ainda a existência e a
..., I / \ I .
.
1
? I
01f{í(. of. uma distlnção entre .esse .e. essentiá,, .con .. ?
= ?
me se ja , apenas a es senc.í.a .da co tsa,
senao Lss o , ou
... ?· """.
Nao e.,?- mesmo que uma demons tr-açao ? porque j entr-e
A
:...-,---""--·
? ' C/ :ti'
E.d"""'cl J KrJ. L o?:t E<r"' ( 92 b 7)" Desde que a. de .
;
finiçãoj assim como a demo4straçãq? faz??_conh?ce?
" ., . ...
uma so e unica coisa, segue?se que a proposiçao de
- 709 -
.
·
·
e? -
·
·.... ·
K?l To ..
lt
Y_OCl_. }J.Y {)pwrro?
-
&À).o
,
(92 b 10.) º
.
-V
ref
A = A
re.a essencia e nao implica a existenciaj quer e?
cluir tanto a existsncia ·1tg1caj (a ausência de
?ncompati.bilidade) como a existênci,9- f:Ísicaj
,:/ (" ' ;) . ' ''
em:i;:J
....
enquanto que modos de pensar o objeto .que sao di,!
tintas'.? mas considerada a realidade mesma do ser
individuallY desaparece a possibilidade de distin ? ..
= ,? ? ,:,:;
?
o ser a realidade da. exí.atene í.a individual .. e ... a es= .
IA,
senc ía .,,,,,
º
sao unia so e mesma co i.sa.,.. do
,? .
.
e o
mesmo que
?
conhecer a sua eseyência,j
?
de tal maneira
que , tambem por. exemplificaçao ?
J necessariamente - a,m
··
""'
bas sao uma so cof.sa , £K 7:'E º"I
:if .p ("' Totí-Z-W))
I
'cCuY
Ãóywv tY l<01.l to<ln:;;, oV I(«?«
, cl <i'Yf1-J3EA{. KtJ'
/-. e/
.,
O( U''l'o
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s 1< « cr o v K« l ?"
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t er
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Jo< a-&« L e «« <rTo Y
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't:« tr TO s tr(' e 1
r ', I
l We/ ÕZ-E ««:,
? :,
To ?"c. 'Y>Y . El Yd e ê7Tltr?cJ.d"'va..J:L.
\ (\ .J
J/
s K.
/) :, I e? J l
?
<XTfX T?1Y ClE. a-LY of. Y
? r K? Ey Z-t SL ))(X
:,/
Pouco adiante d í.z s i?a absurdidade,• «zottov;
da separação da coisa e da sua essê·nciaº º º iw 03.1 (l. ·
CX/V\0<
)'?>' o Y- _µ,Ó-YoY ÉY [oúa-L,1.. ró , -e-é l>' elYrx<],
;;(ÃÀà ««] cf À.Óro? l, o<'lf?:?ç O(l/'Tc:5Y
- 711 -
(1 031 b.32)o
Não pode haver dúvida que a doutrina. de
·a
?s
t.óteles ensina apenas distinção de razão entre
A
exí.s t?nc ia e e ssencâa º Tra ta=S e de uma profunda
.
di:.
dessa
coisa com essas. mesmas notas, sua expressão «8-a
definição não demonstra.a existência da coisa de=
,·
finid??n. =. e o fundamento da
A
a toda ar-gu = 'I
critica
merrtaçâo on tologizan te-?
.Uma das transformações decisivas na evolu =
ção do pensamento metafísico foi a que sofreu es=
ta distinção entre essência e existênciaj que9
=
in
#
#
ff
tuida por. Aristoteles
como simples distinçao lo=
gica1 foi concebida por muitos filósofos escolás=
ti?os medievais como uma distinção ontolÓgica? de
tal modo que essência e existência passam à condi
ção de princípios da composição do ser? de_ que
resulta a necessidade de admitir uma distinção real
entre a.essência e a existência de cada serº São
#
mui to numerosas as passagens em que S º Tornas nos
ensina a distinção real entre essência e existên=
ciao Bas t.a-rios citar as seguintes V9in 2 omnibus
...
712 -
.
e.. ( . . -?
Nao .nem .mesmo .. super..ficialmen
.
te<,,-
.
aludir
longa e importante _·controvérsia .a qµ$
..
_à
d':,··... .
·. .
. .
-
.,
m; ?_ir .
.a- interpretaç.ão filosÓfioa
.
de certos pr-ob'l.e-
·j)
.
. .
mas teologico:::r ?
..._
-
...
pg? --25.ç);
-
a9· 3º
21 ?a ReEÚblica ?
= Sendo uma do??rina explícita
•
.,;
• H I
??
-......:.
....
<fl • - ,
T? <.r:r/)lf/1:"d..
<X /<rx.i -Z-ó<7 élf1) ?"6<
º1?? ?l-1<0(
rov frpoc ? « T co Y 8tYd.l I/ ?rrt f t:« ?lf (?e
1
?outra paasagem, oc
e /". Ç°'_/
o tro
987 :o; 14.); em f(-'l Y
'tct.Y-'Ccx YÉ>''ll
I
tro c oii«c rJç Z-£
J
!di<X.r; Kett
1/J , 1
exp l up.,01.Jç
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rove; flrl.. u7 µ.,rx. 'Cl Ko trç Q4.§.Ío ,1 076 a,
1-9) º
e
par la connaãasance ma théma tique des phenoménes de
la
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nature en tant même que science exacte19
?'
'i'I.>
t'
·?
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degres ,s!Y savoir? pago 320? ).··º
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que julgam que o 1.miverso seja. regido pela. \ ??Y
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l l' - \I
:? V «.,1-º OV
r
I<. E.
1\"J Ou Y. ) «j,A.,.l r.) lúX. 'Co
<1.
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si e:_ re a? j d. K o qJ'-, lri. , ro( 1J Y r« 1T ? T??
.
f',d. Ko ")
·1 I< 't"oY
.
A
to de q.egr?daçao do sêr que a teoria plate?
.
nãca impliea
?:
g
eu
.
il mondo pla t onãco r appr-eaen ta un
.
?
. .
ga·
que a diminuiçã? d? ?er ;eja causada pel?·- pr.e?
.
,
.
....,.
.lÀ I ?
L}
refer:_=se a.fenas_-a ex_pr,; s sao
<'>Ó
so?uta;-rlJ, o( "1)?£t.tf-
ro>'d£ rov K.OrT).A.,OY scro» s j-LfJU' ;(oY sv-«.
Yo 11 Y Tf
palavras in;tciáis da frase? ex=
; as
primindo uma incerteza· fundamental:,· K« 7:i,<. À./,yoY
\ ,,
ro, I
Ell<.ol'"q ,? visam a parte final do p?r?odo?
..:,
ff ·
?-
relativa a: origem do universo como gerado pela pr.2,_
v'id?neia do deus()
A
31 = .A_ teo?ia
do modeLo que o Timeu _a:presenta9d!.
A
fine a natureza d?sse Vivo=em?$'i no estilo
da_ primeira teoria das I?éias ? como de r¢sto ., . se
p A 4\ ,? ?
daj nas demais re.ferenciás desse mesmo dialogo,à_.s
!çl:éiasº Contudo sabemos que, nessa .fase. final da
evolução do seu pensamerrto , P?a tão eoneebãa as.
.. 7?7 -
, ,
·+deias corpo N?eros?ide.a?rs?? Embora esta doutrina
..
. . ?
? ,
nao.iapar-eça no 'timeu, ccnserva-ae em cara ter eso-
, ' ,
te?icq .ensino oralno filosof'oo· tal se de= do . ?e
I'.
ga,:Idéia ?
não publieá no seu diâ:1og_o f'Ísicoo Assim como e_!
seria constituída pela determinã
çã? _ fórma; ·do· Ulilt -li?i ta.ndo a I?,i?da do Grande. e dJ
..
..
? .
expressão
, ,.
de ,vv1vo
.
:• .. ii.nico e pe.,t
?
•
,·,.l:'e
Co_!
- 718 -
À ?
ideal?
PUnivers des Idees'8 (Robãn , ...
.
mos Luí.-meme ,
lá Pensée Grecque et les origines de 18esprit se?
tifique? pgo 255)0
A <\:.'
32 =
Façamos aqui referencia. a passagem 55 e 7=
55 d 6º Nela Platão reafirma inequlvocamen
= v
t A
e a sua convicçao d a ex1stencia de um so univer-
O O
r:
uma es ranhia a e:rna tiva 1TO t:E..po v o£ tBJJo<. r;
. 0
7TE>1Z-6
I
o<
,
U'Z:O'U'Ç
'
\
(
I
Koõµ,o7fç
'1
):,li)
(Xf\.") El<f.
I I
'1Tt£y>l/l(ôt:((Ç
? I t ?
/\E.r€LY 7TOZ-E íTf O(TE «ec • A hipotese .da exi,2
A
tencia de uma pluralidade infinita de mundosj co
mo admitida pelos atomistasj é excluÍda9 como só
admissível pelos ignorantesº Mas esta inesperada
A A
"'s
tanto? obrigado a A
torne iden=
ter a dim?nsao
·""
o
A ?
Par-merrí.de s s OI.IV£Ke)) DYi<. rx.z:eÀ£lf7:"j1:()Y
I ?
.,
E.OY
, LI
<7EJ""l' av«: CQf:elsj frago s, 3?_)Q
_
-?e1issoj porém? interpretando por outro modo
a idéia da inexistência do vazio, (fragº 7) conclní,
que o ser deve ser infinitoj já que, se rôsse fin,!
toj limftado pelo vazio sxt erno , Por Lsso ,
seria I
£o-rt.V «t
_
concebe
cl
o ser como devendo·
\ , f ?
ca
,1 :, ,
«cec
ec ,
\ rrrrek /
q_lfTW ««; t:o )l,E_(O( tra ç 0(1 lfOY /f'JJ
El v«« (_J?iels, frag e 3) º
.
Die:tJ,lo -· · - ,
·
,, .t a repetição? com as mesmas palavras 9 . ?o
que tinha, di tq em 29 e o·
37 ?- Cfº H?meroj
154; Qgó ? 19$) 156;
Qg°:_ 9 1;1, .
39 = Agr,?decemos ao
. .
ilustre colega Profº ... .
:Pe ?A.ttgus.
.. '."!'P
... ·.,.·· .
I ? I
K??.ADJ)_O r'": anywhere?arising fr?m o(Yrxy K1J."'iº
_
..
82)0
45 = Cfº Gº Kafka g
ii
?wneshalb ist lede primitive
Naturerklarung animistisch und anthropomor=
.
roY KOõ- .
)A, o -1 1'P:
o Y Koc t ó Oa
y v;x. ó v co » .,,.)\.1/17 • fl
51 =Nos-diálogos anteriores frequentemente se.en
contram referências ao conceito do tmiverso9
'I
concebido ora como totalidade da realidade fisica?
<"f'\
To OI\OV ,
tr ro
roo£
\ -
Tro(.r) ..
= A I
presente9 Plata?· usa duas vezes a palavra.Koõ)lo?
(272 e 5j 273 b=c) tomada no sentido d® natureza
= .· ,
ordenada9 que se opoe ao estado de desordem caoti
ca ,em que o ?u?do cairia na ausência do )Clrf3 e r:
Y?J Z"ê? TOV- 7To<. Y z-dç.
No Filebo é justificado Õ conceito de corpo
do mundo , porque o uní.ver so é formado dos mes mos
elementos que constituem o corpo humano (29 e)º
Colla
54 = que
·
'
E 7: E.
12?-
,
f
o U trá. li Y K
<1..
rf
1: 1)
ko µ,o)) 1'(JIE. trµ.« KrA, "-1/f 7f£fl£7.E.l
o')o>' ,ov
..
1
"'(T f, ?;?
L
e
?
'Jk ? 1
?
Há Ch?s 411,y
"'
= Qllo eite pág,,
-
Para Aristotelesj nao so e completamente im t? ,1'
- .
t ,A
.-
cl
move r=se a si mesma , como ainda GY Z-<.OY ,,
&.5'u))/J.,z-QJJ. !? Üird.f7,E.L-Y <:Xll'Cff KLY1Jü'tY
(de Anima9 406 a 3) º alma não pode ser concebi _A
? " .!'
5_8
· - -Pla ton, Phedre 9 _Coll o- Bude, pag o -3 6 jnota 3?
·
inanimadog8 º
3) _Qija alma do mundo , tÔda? dirige o que
inanimadown o
A diferença entre essas traduções é ponderá=
velí) e tem importância para o conhecimento das ori
gens do conceito da alma cósmica? no espírito d?
Platãoº Se aceitarmos a terceira tradução? serem:>s
levados a crer que desde o Fedro já está pensada.a
,
teoria timaica da alma cosmicao Nesta hipotesej?
, .
.
"""
me í.ra ver-sao e a de Lo Robãn , _e parece-noe. a
•
d?
que
mais probabilidade tem de estar interpretando a in
tenção verdadeira do FilÓ$?foo Acrescentemos?-po=
rém? que qualquer que seja· o ponto de vista .adota'?
.
? ? ? ,
do sobre a questao da traduçao? os comentarios do
nos se texto não são attngidos? uma vez que? .sm q1'?
A
quer dás hipotesesj a universal predominaneia da?
I
(7 o
?
60 = A eonveniência de identificar a alma má das
com o movimento desordenado do
pré=cÓsmiõo foi reconhecida por Plutarco (de an!=
e a os
? "?
mo
'
,· y 1 014 e)9 quando 'interpreta
proero9
>7
'
e«r« K r o ,>
ex o
:,
e «rov, Ol irco xc
I
1<«
'
\'I
a_alma CQ
ro»
"'
., IJ) I J I
>Ir;
s: Ko<c.
K'-_Y'YJ'c?l<.1J? ?f/.,'YJY,1 ?K.E.t.>'/JY, ?y
1To À Àrx X o tr fLE-; o(Y<kTJ<.1'l Y, sv S'E To??
,, ' ?, I
N o u.o c ç <:x.;t:LKJJVÇ 'f'{f1JY o<rrtK,oJJ
.,,..
-
.Ql?o s
.
f , _.
A
dene ía que fazem com >' E. ITEl e e r?•
=r r'l/
64 = ThG Gomper-z , II, pá·go 487 ? apud Nº Almberg íl
illo- ?
,1'
pag , 1190
.
J!nc
?
67 = Consignam=na os seguintes eodãces s .l)Codo .Pa
risinus graeeus 1 807; 2) codo Vindobonen =
sis 21, 3) codo Vindobonensis 54; h) cedo.Vindo=
bonens í.s 55; 5) cod, Palatinus Vatieanus 1 7 3 ;
_6) eod , Par í.s ínus graecus 1 8120
pgo 107)õ
ft
70 - Cf? No Almbergg har f'or-modats
= 729
4L>
I
12 lg Ne Almberg9 .QPl) illo pag 1190
c!J,o
m? e-do Outroo
as Robin conelui pela necessidade de ser concebi
da _cada Idéia como mÓveli pois a Idéia Movimento =
?
comunica=se a todas a? demaiso Na. sua concepçaoj
?
n1e-mouvement est dans Les Idees •1n.1isqu1 elles
li alteri'te
.
? L ?
eomportent le Nonc:::,étre de et que ena-
que Idée j prise em· elle-même s, es<t un armêt dans la.
730 -
(Idtes ?
Nombres 9 pág , 593) º Esta passagem .de.
"?.ofista tem dado motivo a que outr··?? érÍ ticb,S: .aãn
--
- ? .
-
:a
l
ria -exo,tériea ? as Idéia.s sã<;> Formas fixa?, exis =
tentes enquanto têrmos int?ligÍveis da nossa Ln» '
·
·= ,?
tu;çao .neeticao Gomo objetos de pensamentoj
(;"1.
o
sao
imrariáveis9 justamente para poderem servir de m..9..-- .
) '
A., ;pc ,p .e::,
N'
ra
.,.,
ele9_Platao quér most:raP aos "amigos das Fo.r,
mas"j que negavam a existência d@ movimento fÍ=
sico? que? m?smo aceitando que tivessem razão i
há que considerar o movimento mental
?
do espÍri=
p
to.no ato do raciocinio9 e que este e executado
?
. -
JI! .
I .
mobilidadeº .A·existeneia
; ?
irracional? como e em si irracionalj de mode?
R "
'A
r-al a exis tencia ól_e qualquer ser ou aspecto do
9
, ? - l'
movimento; do contrario? nos nao saberiamos que
- ,
ha movimento no mundo? A Ideia de Movimento de=
ve ser suposta ingressar na constituição da alm?
por ser membro da. ousia indivis:fvel que figura
-?
?
mo ingrediente psicogonico? nao para que nela se
t?t,
Fôrsta '.51:andnin= _
A
de e.da Alteridade9 como anteriormente fora fei=
A
te- para ..a óus í.a , Se examinarmos, em tioda a sua
. .
" ,
longa extensao, o seu.comentario9 veremos qu? SQ
fre a distorsão que lhe impõe a sua visão teolÓ=
da de Platão. Mas? na questão e.§.
g Lea , diferente
trita da composição da alma eÓsmiaai sua análise
parece-nos ser a expressão do verdadeiro pensa=
mento.de Platão? O essencial da sua crítica é
que mostra que a mist?a fina19 de que resulta
pronta-a almaj é feita com três espécies interm.!sl
; •..
da-.ousia.9 da Identidade e da Diferença.,
. .
diarias g
Diz· Pr-oc Lus, que certos platÔnieos e?
si.ficam a Identidade entre os indivisíveis, e a
Altéridade entre os divisíveis, e julgam que de
ambas é que a alma teria sido feitao Mas o que
- ,
Platao mesmo disse é que faz entrar na eomposi -
"' , ,.
çao da alma tambem os intermedia.ric,s relativos a
estas1 (i?eo, Identidade e Alteridade)? entre as
suas espé'cies 1n?1vtdua1 e a1v1síve1i 'ôtX). 'o<?J.zoii
- 734 =
ToiJ n T'WYO çÀ.o<
I
o VW
I
À£. ro)' ,o
.J
oc K. r I
Y Ç
<:'
, () c
K«t. êJtt T'DlfrWY ,o µ_,ÉõoY &rro oÉS'w Kt
rn roü re c}.;.,,c.,EpoiJ<; Krx l
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li '( xrn
1/Ju
--
roi7 .JA,E.f to-rov. seu modo proprio de compre= O
OCY ,Z-WY
I?
ria,
, , -
7:6
t:e
:, I I
rX-J).. E
f
f
ó'h fl:,<) Y
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Z-o<lír6r:nz-oç ró
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I
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Ji
Z'O Y /( q_ l z-o )LE. a.o Y
/\.£"(£<.,
- ?
rr;ç o'lírrt..d?
[nAd'Z"wY]
I \)err:
f<..rx.t
yrlf -01,l
rr;;
\
J Ko(6dtrEf (
J..,.
T<1.2r1:oz.r
f
'lf'ôe{A)ç
i'lrl
A
A
publicados r-s cerrtemerrbe sobre a ques tao
.
.
,J>,.
,,,.
?
tonica9 Ho Cherniss apoia completamente este mo=
v'
do-de verº A alma e realmente composta por uma
A ,
soul is of
various faetor?i
a unity e?ch of
which is-a mean between the extremes ·of_ the ideal
.I'
criticism .Qf Plato? the Academy? volo I? pago
409e
- 736 -
.
'7
81 = Aristoteles1 contudoi aqui como em tantos -OJa
tros pontos decisivos do Tirneu? não soube com.
preen.der o pensamento de Platãoº uAristotleus di.!,
regard o:t this !t intermedia'Cyn of souf has resulted
in a fundamental misuriderstanding or misrepresenta
tion of
Plato?s theory? with the inevitable conse=
quence that his criticism of the theory is largely
irrelevan-tr? = -Ho· Cherniss = -Aristotle Os. cri ti e is·m
of Plato arid. the.Academy;? vol.I9-págo 409º
_.-Nia podemos-entrar na ap;eeiaçio geral .da
•<I
meio de sua identificaçãoj respectivamente?
'fV-<TUj ro» £7:"Ef>OV'
r ""
e a
I
à
cáVCOlf,,As= fl/{j(,í
I""
sim disseram, sem dÚvida com o fim de melhor fa?
zer eompreender a função da alma como principio
A A
de-movimentoº Mas-esse zelo demasiado resulta
A '* :nti
•
?
tra- a qual j com razão j argumenta Plutarco ( de
- '
?'
Ariirn.Proén9 1 024 d) que ?Y "E 1:0 I)'o<.r&fCY
O li J<. i )I l
? q- ? ,
<fJ tr 1T' E
f
O v ói ?'"oqr t: Ô V o-z-J «-e ?,
d ,À).:, &. P 1- ? Ó c« 'f Op ?Ç. K<Xt &_Yo)LOl Ó 7:l)Z-OÇ.
Muitos autores modernos? de forma mais ou
menos indireta? vêm procurar na composição da
alma uma justificação da sua f"unção?motoraf) As=
simj Zeller (PhiLGriech.II9 pgo 774 n 2" apud lj
Ho Cherniss? .212.!, SU:!º pg.432) deriva o movimen=
to da alma da sua-composiçãoº Ao Rivaud (Le Pro-
bleme du Devenir pg.313) igualmente admite que
neRest parce quªelle contient la nature de l'au-
"
tre. que l âme .du monde necessairement se meut
9 e
290)a A
Todos êsses comentadores julgam, por es-
- 738 -
? - ? ·
I .
Il a .vu de
.
A I
et avee .une egale pr ot'ondeurçque
meme, .
la cr,ation de mythes scientifiques = la plus n?
ble espece.d8êtres de raison fondés in ll, = est
mêI
,p •
thode , Les
JI>
f'I? \
?)(; fot' t" O( Sf
) .- C I
re I( rA e
O 11' )) O 11 .,J.
, ? ?:" L O O ? "JS
y O if T? y ó e J Yo e « Y O li() tX Y,
;
pag? 51º
V K. ))-
cav __ <-
e
Q!t.
·""' /J =
mostrar que ele e o fruto da coneepçao platonica.?
=
teria
.
.
A . •
que se eonservado na tradiçao academie?j .so=
frendo um processo elaboraç.ão tendente ·ª pre-e.i?
de
p =
t? bem_c 1? ?
sa= 1·ªº definiçao de Xenocra t es es.ao
.
,,,
Na
r-es os dois ?aracteres de número -e de movimentooS.e
a considerarmos independente de. qualquer ..trans.for-
? j
maçao que Xenoerat-es lhe pretendes-se .ãraper , ela ms
'
de a lma
?
,
o
,p
?
.
. ,
A
le semblable" º Entretantoj H?Cb.erniss
.
.e.onnai.tre
"
(2.];to pg 4H> nota)· mos ra , com ·razão? que ? t
quando ·Platão diz que o conheaimepto dos objetos
sensíveis tem lugar por meio do circulo do Dife=
ren?e, e o dos objetos inteligíveis por meio do
c!rcule da Identidade, não se está referindo ao
744 -
Mesmo e ao Outro que entram na composição gª alrria,
t-oda a pelo la
.
v=r
flção
, ,
o v K? I)
-
WYi?,o<'lf.'lOZfJ
ó'). DV .I.\ o,ttJoY)) x-wY µo-
'l
( 4 07 a 11) esta segunda obje-
a .impossibilidade de um contato
.expr-ãme
intelectivo entre o psnsamerrto e a exbenA
sã Oct
-
Nem pela. totalida.de de sua circun.ferencla_.,?m...__ ?,--- ----
.pelas suas par be s, ??-j.am ..es-ta:s-·1fomãéfás··-- como
- -
____ a:rco-s--ou--redlizid?? a pont os , o círculo an!mi
--· •. -·
pode apreender o objeto pensável? sem coQ
L.
_co
tradição interna;
3) &ú O& b? T<- J)tJ fJuEt. (407 a 22} o
·
Se a
rotação anÍmiea é eterna.,· o pensamento deve
pensar eternamente o seu objeto; ora todo
ato?de pensamento, quer teÓrico9 quer práti=
co,? n?eess?riarnente finito no tempoº
> e ? , , 1 t <' ,
ét, 'f} ?1í't"9 tre p__ upoprx rro /\/\.o<. I<. l? 1 as ? arc
1
4)
n-0?1.).«. 1<t5 JJoeZY 1:0 o<Vt:ó (407 a 30)oA
periodicidade da rotação implicaria a repeti,
ção ciclica indefinida dos mesmos pensamen -
'
5) re Yt
=, 746 =
Ktit irtl<T'l:"<X. rec fa?À.ÀOY ? /f.lYef rec
(407 a 33 ) e Em outra parte (Phys e 9 247 b ? 10) ?
,
Ari?t?teles
.
.
awµ,d.," fo? J'v>1J._p-£ v ov &n-oÀ.u fJfj>1cx1:·
(407 2) º ?eria
melhor para o intelecto.?- se
b
; ? .
M =
a sua condiçao. fosse a de separaçaa do corpoº
7) '&-J11.ílo? Si K'X'i Toii 1(1Jt<.À'f' !.PtpE"a-B<tt·..
, ,I , e , r
t:o JJ o vp« 'Yo Y 'f) tX -rc«
I h
(407 b ·; lo l
.
- , .
roç
t
'Cõir
'(' \
a c«
ÕWfo t: cJ..
I
º''
'
re Y ol l r coc V., /<<i. l trcaç ex» ))-
> "-
teles refere=se
.
ne?essidade de constru=
,
aqui a_
.
ir =
uma doutrina da alrna9 . que explique a sua U=
.
I .
? J A
e uma exaustiva analise exercida sobre uma falsa
noção da alma? em Platãoº A maestria dos seusdi.
lemas fica sem efeito9 porque se dirige a um con
ceito assumido na sua significação literal9 quan
?
?
do e9. em var-dade , eminentemente alegoricoo
?
93 = Rivaud traduz a axpr-es aao por nobjet de cal
J'
cul ss
e e£ Timee .e
I
99 = Cf'o Fo Mo Cornford? Fla.tows Cosmologyj pago
11.r;?
,- A .--.---si,--- \
Empedq.9.J§UL.e.---i-n-eoTl)ói:;a=as a su? o bra,
-
Com toda . .
..-;:.? -?----·
- r-azao - .
A .
..
don t
.
' , . . •·.
.·. .
;:- .
vã
?)Çpl-1.-
. .
o .
. I)
.. A ... .. .
..,
citamente .cons ãder-a. as ... tr?s .segutn te s condi ç o.s s
.
. .
, ,
etio-patql.ogicas
,
L .1) .,.excesso.-ou falta .ant ína'cu-
. ? . .
.
'
.
..,.
?·
ma nem em quantidade nem .em qua.LLda.d e '9
alteraçaoj
mas apenas é passível de movãmerrto .aapaeãa.L @i?=
lo? zro a., 26, 24) () .
Por isso s.e .distinguem., .....êles
dos corpos terrestres j por serem. s:!,mples ""
'
j eternos
" ., . ..
'
.
A ·.
... ··. e: .
IP.
.
,
de e ter 1. mov.em--se
:
...
. .
nas seguintes
I I I -. ?)I
)).,,£'>'
?v '1£ :_ «ç
I:!,,
3.) ?' o t. >'
n: '"-/ :, ,
fívJ ),t, d.. TWY ? 0-T, 4) t
Y /( '>')
o<. 1T.ÀW Y t;:I. Ye( /(<X
EÍJJ« l owµ,J..i'wi.
A,
conclusão é, pois, que
ó h  D V W Ç G 1,? <:l JJ 7: e (í;;))-oc 7: ;;; Y « 77
' ?))
I' W c cov
C'I ' ,,,.
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Cl
7/J
K? 77,,f J,
o ?TTE
'f}! Kev,' {J'ff/f _
"ff lff
o<. v-» K d. l ?') r'n
Ko<'t"(A) , I £Ket. >' o l«ccr«\
I
I( 1f KÀ'f) 'f e
I
f e ?íTr;(L
J1
'f tr a:c Y
·
(De Caelo9 269 a j 22=269 bj 6)o
;,
105 = Cfº Cornford? Plato's £.Qfilno pago 46()
,
106 = Cf <Y Cornford? PlatoBs QQ.filyo page- 470
#. A
107 = A-deduç&o
,.,;,
logica da existencia dois dos
de
•• -· elêm$r:rbos.,se?1f:?. J>ara
-«Ó,
.a pcãar a nossa teo?i?
revela o
que .ma í.s.. adiante apr-es en'tar-emos , e bem . A·
quanto há.ide simbolico na doutrina pla tonica dos
p . ,;, .
Gia v:erdade:Írament?
.. primordial e elementar das
A·
quatro substanciasº
"'< ...... ...... ... • • ; ..
,?· " - •
·;
A
go se explicaria. por que os poros destes ele1mentos
.
i ,
i
?
-
'
o ºd
seriam mu to mais eonsi·erave s d-o que os d.a aguae
o P'
es- -cafpos:
.
celestes_ eram
.
T.e--1?.r a-
/(O((, 1To(.>'Z-o<.
I :, I
7;;« ">' e,o () ev eu 1<. KÀ e ir er d t "I?
1... '\
•
E Y o: .t\.CfK. t o v
f f
f
{) I<? (£rag e 8, 42 Die ls)º
- 753 -
120 ..
o= Hesiodo? Teogº 736 ss , 9
- , .aomo
121 = ?ue Platao-çoncebe a realidade_fisiea
.
,
sen d o por si mesma movelj e o que nos pa?e
.P ,
o
-
? A ?
nao poder ser posto em dúvf.da , O que forma a na=
/' A
tureza mat?rial do mundo e9 por ele, algo a cuja
.
platoniea, e
R
eonfund1=la com a ideia
de causa de movimentoº Noiíç e :,A v«r1<.r; são prmcí
pios de movimento ou "' melhor? são expressões .simbÓ-
lieas de regimes dinamicos; nada significam
como
' I I
causas r ea i.s s A s id" e ras d e l 1:'lo( ou d e o( ;x?'J f
?
o
.
-;? o
"' -
VI. -
.de uma
têm apenas o valor principial de elementos
estrutura 1Ógiea9·representativa de um certo-esta?
? .
assume
o primitivo hilozoÍsmoo N-ai medida em que ..
l ,?
v'
apenas uma expre s sao .samoo
o e o
e.
unicamente o de permitir traçar um esquema lÓgi=
p ? A
coo Todos os- interpretes modernos es tao d-e aeo.r,
do .em que aapec tes como o da ccmpos í.çâo d-a a.lma ,
-
,
l
ao dizer g 18We
.
motion
.Q.!: ln
Plato8s later dialogues? págº 56? 71)=
123 =
.,
Aristoteles
tf'
?º 83 .
v«c
I
f
9
I ,, ?'/ " I
TT"ÀEl OY? _µ.1,a( Ç
"'-
_!l /lc( V(To/ P;_Lat >'
aristÓ=
129 = ?ste traço espeeffieo da concepção
if'
telica do.movimento e interpretado por We
rP
um genero , porque
JI:,
.. termos me taf'Ls Leos
e
o
em
-R
I "1
-
l
' ,, J JI
I E<rTrx e
cf
ot:e K(Y"r)ât.S {)1/ I{ '-r 'YJ
0111< o
9 $J
1071 b9 32?
137 =
di
)lristc»teles 9 ?º9 1071 b9 29$
>1
7J
1013 a? 17)? De forma mais oompacta9 a definiçao
dada por S $ Tomás de Aquino é a mesma g iiid. a quo
a.liquid proeedit quoeumque modo" (Sumo theolo j· -I j
339· l)o SÔbr.e a questão aqu:Í discutida. 9 diz Gre-dtg
?Prineipia.metaph7sica su:nt ea9 quibus intrinseeus
- 761 -
? -
""
nificaçao eonvenc Lone.L, sem referencia ao ?emP,d9?
8-voµc1. _µ,i,; olv Ê<ri-t' <pwv? õn),l,? -,
v 'l"lK1i
·1
' lJ I >l I Peri
?po YO?
.
parler une
du mou.vement9 se décharge pour a.insi
= le Norn.= du soin-
fois pour toutes sur un terme
d'exprimer la et sur un autre = le Ver?
<l:,
premiere?
= par la mani?
be du soãn du exprimer le second ,
.ç:,
e" (J e Mari9
re d()nt n:? signifient 1 nun. et 111 aubr o-
pàgo 70)o
. . .
I
·a"? (._Il Timeo? pago
co lt' 101) o
.
- 763 -
;
,#
n rinse=
e
··
it-
p'Lenamerrte rac1onal£i
,.
) ' -- I
?".
do corpo os principios explicativos de súa mobil:t
dade , a ponenc í.a e o a o , como d ec 1 arai Krxl 7J
I ,,
t .
'?
l Y' a e vJ y u as L O>' TW)J
CXf 1'J J.
'i'Y)Ç I< Ç TfAJ
'f '
et
.a V t: 1;/ E:flZ-
ó u >' « }A-E{.I ?.
.>
l ,Y ;
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A iden tifiCj!
e )Fi E. À s x_1:.
f ;x.?
(.
11' CFCX
of.
I
7T(A}Ç
J\
?7
/
155 = Dec:tdidamenteí) o consenso da maã cr í,a --dó?- .
?
historiadores da meearrí.ea e .da filosofia da
natureza é concorde em que 6 princ:Ípio de inércia
nae foi pensado por nenhum filosofo ou
?.:, t? ,p
ma üemá trí.ce
da antiguidade o As sugestões que .poder-i.am. ser.fei=p
.
P A A
por analise mais detidaº .Sobre a existencia?da-i
.p r;0 .
•. , ?-,
nér-o í.a na coneepçao atomista9 E •. Meyerson. mostrou
o
A
de tal
suposição s q8nulle part.9 nâ cllez
infundado
un phf.Losophe atomã s+e , ni meme chez aucun ecrL=
.
.
.
íl
meeanic? do Timeu ?
estar enganados sobre a sua·? 9
• .
•.• ,R
poderiam. também
sên<&ia noutro s.istema ffsieo<> Por isso julgamos
indispensável examinar o problema9; relativamente
t·ôni=
ao atomismo 9 já que fora da à esmo logia p'La í)· .'
p A
ea 9 e ·ele o
,?
uni co esquema s em que haveria a pos - .
?
si??:idade de estar contido esse pensamentoo Noc.2
. . .
,.
too
SÔbre Epicuro? er? .Lucrécio? de R.,erum Nat11=
n-?· livro II
e passim; sÔbre Plutareos @f? .de ±à=
eie in o?·be lunae?- VI? 9?
Se9 sÔbre a inércia do movimento9
par-ece in
a Platão
.discutível que nenhum filósofo anterior
- P
A
A iner -
suspeitou desse eonceito,sobre a noçao de
- 768 -
?ia do repouso é possivel aonsiderar como.um ante
@edente a concepção de Anaximandro sÔbre a posição
da terra no centro do universo0 Com.efeito? jul
gava que a ..
íi?rra deveria necessàriamente estar no
centro do mundoíl por não haver mais razões .para
que se movesse para o alto do que para baixei ou
ainda para qualquer outra direçãoº Diz Aristóteé
Les re:ferindo=se a essa t eor-La s ??ÂÀo» )Le->'
-' fl ' I
\ JI J' I
«« TW ? El, S -r«\ -rr)..rx,-
r'f 'f Í ô 11 UE Y
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rro c s õr I)dl KlY1Jôl.Y. -
To EYo<.Yt"lO)) T??r
c:f tr, ' Êf /x Y<Í T K 1')Ç »-,É))£ /J) . { De ·
universoº t
quando entã0 estabelece estes dois
t? .I'
., I J I \ ,._
£tºff!ôff£fl..'Y: u;oppo1;0)1 rrx1: I '17l?Yf4-rJ..,}
ou o 01.r rel o ç , Yr ' ?ê.õfAJ
e
,. ' E. 7:£ '/}£v
' , ()'V X
&/ '\ ' '< (' ,
µ?
...,
_E
?
5E! /\-/\.0: º1;º 1')",??y ?é ()?OCX.)A-0
KJ,.l e;vrJ.l} O)A.,olfAJÇ ó (ltl)Y rtK.ÀlYEÇ
)Iv£ Y f.t. O 1'i)epouso da Terra é o resultado da - sua
situação centralíl a igual dist?11cia dos limites.do
espaço, 'e da não=solici t.açào em direção a Lguma , por
f'Ôrças externasº É? como vemos71 a mesma.concepção
que acabamos de assinalar em Anaximandro? Tudo faz
A
·crer que a sua presença no livro .platonico indique
simplesmente a in?orporação do ensinamento -de-. . um
fÍsico anterio:r9 onde Platão teria visto .uma.verdã
de indubitávelo Não há razão para julgar que. se
trate de uma elaboração pessoal Platã·oº Contudo
de
a coneepçâo de ânaxãmandr-o é firmemente recebi d a
por Platão9 que·a exprime com a convieção
•
de repr?
sentar 1lnl dado cientifico seguroº mesmo pon- fste
tõ de vi?ta é o de Lo Robãn , ao comerrtaz esta .. pas=
sagem na sua introdução aó Fédon9 quando9 referin=
do-sse ao conjunto do mí.to , dizg iijil faut bien - se
. .
,
garder dºy voir la
fantaisie dºune imagination po?
tiqueg c11est au contraira une tentative treS Sé=
rieuse pour donner d.81.L"'l probleme physique une so lu
tion autre que celle des eosmologies naturalistas
et pour dépasser d8autre part les· traVaUX de- la
? ?
geographie purement descriptivei,8 (Fedon? noticejlXV9 .
Cello Budé)º
Não incluimos a discussão aêste trecho .no
oorpe do nosso capítulo s3bre a teoria da in?rcia
= 771 =
A
da cosmologia platonica pelos motivos seguinte?g
em primeiro lugar,'o que tem realmente importân=
eia para a fundamentaç.ão da teoria mecânica é o
co?ceito de inér?ia do movimento? pois é êste par
tiqularmente que· diz respeito ao problema da di=
A
nalflica; oraj havendo aqui a possibilidade de d?
moristrar o encontro dêsté Último conceito na :t'Í.=
siea de Platão? foi nêle que pusemos todo o nos=
A
so interesseº Ademais 9 como d í.s semos , julgam© s =
que .a- ..
=
es tà í.ca do Fedon nao
concepçao .da inerciao ..P ..P
t d'
t er í.or ,
há intervalo que não ousamos justa pÔ =
tal
los e afirmar que Platão tivesse concebido as no=
,li
çoes que para nos representam a lei e nerc1ajs1=
,:,a, di" o o
? #
damentaçao do conceito de inercia do repouso basta=
nos a declaração expressa da posição eentral-da.?
ra lse_j ademais j. é a Terra im0vel - ou se. g?ratem. .tô,i:
,li - ó' :
/
\ •
To(V'Z"ofofl.Tôlr l«/
·
o rxuro))-«'é?Y
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ol7T'O
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/ y rt.(){To fll Y«T?«« cl.
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J<.o( L
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K. «r« a-« azc»
(r?"?
JJ'l)õt'Y
·ilt
.
.P
? 7j
.
lÓO = Aé?io9 5j 4º Ij
A:ristótele? ? fhys o ? 196 a 26º
161
162
=
e:,
.
Alexandrej
..
Netn
'. .
?
r, 47, Simpztfeioj
1
?
?eloj llOo
? ?
163 = É interessante.a argumentaçao de Aristote=
·
=
te caso? o que se tornaria impossível ?e expli
ea? era o repouso dos seres vivos
?
o Cfo ? Animá9
406 bj 200
? 774 =
lã
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Gree e 9 page .29 8 e .
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?? - - --
? ....
,12lato:qi§ehen Korper9
%u
- - -
.
- .
.
- .
.
N A
170 = Notemos que a uma 1n 1.n.çao 1ngenua. a,_ id'ie a o
to o
.
(P .
-
2390
f
'f...d.
-
_
Àf yoll"<ro>. !
exceção a que se refere aqui é reve-
lada j quando diz mais ad?ante (251 b , 17) s rf)..._/i.,wv
tf1d.Ífl"OY yt))Yf ?O}'ôf.
= 775-=
A
t
mas isso pelo fato
.
poral independente o
·
.
·
I :, I
çã© de 8 anos ao t: £ À.£ oç EY, o<.1/,oÇ ,. outzos, de __ _ ..
do universo?
De resto? acentua Taylorj como já tínhamos
feito9 que não se pode atribuir a idéia
a-Platão
de uma verdadeira existência cÍtitt..oa para a nabu-
r.eza?
.
que os acontecimentos se repitam
em ?
na mes -
ma ·ordemg 19There is no suggestion thát the end of
the. period. is .marked by any cosmic ca taelysm, ·,··?;
\
? 4'
.
- '
f\
apenas um periodo
ranos9 como dissemosj este e
imaginárioj da eompos í.çâo mat.emática.
resultante
t,a. rtl<'Nl.mento$ periÓdieos? e não tem qualquer s ig=
nificação r!s_ica o mesmo que pensa Taylor ?
o- t
''There is no sufficient ev Ldenee , so far asI know9
that Plato attaches any astronomical significan=
ce to tl').is per ãod" o (ã, E o Taylor i Comm.o on Plo
Tim·? 9 pág 216) o
188
/
,
a:?traria.das
. /.
e:,
disposiçoes.
.
A atitude
'
de
.
Aristóteles
lÓit??\i'i',iD'.tttri:@jr,??. ,.: ?llntil?i?n.aêa
' .,.
_Sua
:êln.
?
relação
-; , p
Anaxagoras e Democrito transparece atraves mesmo
das- er!-tieas que lhes fa.z9 contrastando com o tb,m
e·m. :. que quase sempre se refere a Parménides e
Platãoº Suas alusões não podem ser tomadas se=
? ?- , o o
..
.
,:1·
et Methode chez
. . --
Em de Platãoj sua
relação. ao pensamento ati-
tude é a de qu?? está seguro da superioridade do --
seu próprio sistema em face do dêsses dia.?etas??
, não??. podem libertar da obscuridade dos.mitos?"
Cont?do9 a crÍtiea aristotélica da obra platônica
? -
t"""" f'
ue p lavao? o que tira às criticas que faz ao seu
t:;:,
o
· ..;:i
..
p3::rece haver
am.Aristóteles a.intenção constante de corrigir
adeturpação.fi1osÓfiea e cient:Ífica que julga'
.P
o
.
?
gi' des choses qui satisfait nos besoins-astheti=
ques s,, Il n?y a pas dªétat privilegiá .puí.sque ....
tcrus les é,ats sont équivalents-o Il n?y a doneai!
cune pla.?e en phtiique la reehl.3rche des caj
pour
ses ?inale$ et pour la consideration du meilleurtt
(?ist.? de la Phil? .t? II fas?Ql? pâg,, 95) º
191 - tives se _procurado re j_uvenecer
Mui to embora
os fundamentos da f:Ísica aristotélica-? P,
Duhea , mesmo querendo dar feição matemática ao.s ..
-
de
,
inercia em um tal
sistema da na tur eaa , Assim
e que dizg ?'-Pour f'or mu'Ler' le pr-í.ncâ pe de la ·se?en
# .
, ·. -?
vol? I? pag 195) ? No mesmo sent í.do , diz Ao Koyres
_fiLa phyãique aristotelicienne est essentiellement-
non ma.thématique et on ne peut la math?matiser (en
la présentant? par exemple9 comme fondée sur. le
principe& vitesse proportionelle à la force et in ..
8 a-=.
págo 74)o
ct ..,.
proje =
196 = Contra a doutrina aristotélica do
til, sabe-se quej mesmo na antiguidade?ti
expli-
nham sido levantadas criticas e que outra
cação foi formulada por HiparcQ.'¢. .
? uma· doutrina
A
- no movel9 do
impulso p re?
supoe a permanencia9
que
este impulso seria a causa de ;;,.
.
pensa?ento antigo
sentou no Aristoteleso
. ' ,;,!)·
t>
.
.,
concepçao da
de destruir a
Brun.schvicg& ."Et ce
systéme (d'Al'i.§.
196a= Cf •. Lo
tentatives an·ex =
coupant court aux
tot?)9 ,
Democrite et .chez
.
chez
plication qui attestaient méthodes scientifi<µe?
.
des
Platon le pressentiment 1e cadre
de vingt siàcles
aéterminera pendant plus des philosophes et des
' la rJr1exion
oU. s enfermara
.
e:x:périence hu.maine et la causal:iF
théoiogiensw e '(L'
149)•
té p,!lyfil,que9 3ª' ed. 19499 pitg
?
'
praticamente, nada
Da oPra
.
de
.
Aristoteles,
.
.
197·=
ser ainda hoje defendido
existe que poS1:l3..
·.
to que a anima. ê
espÍri
no domínio cient:Íf'ico.
O
mode;nae
ciéncia
·.
, a
-
sua logica?
.
d'
.!\ te mesmo
criaçâo9 está presentemente superadao
rene· da sua
et le Thomis?i11En
·· ·
echone"
a completement peut dire qu'il ne suPsiste
·lle du Stagirit.ell' on
descri1}tion de certains faits
·
l
biologiques ? plus ou moins bien interpretés.ri 0
e (Pref 0
.
.rranchir de
I Et? Galil<>
··
-
.
:
page
. .
.
, ,
9
Irremediablement perimeetB-$'
?
me nºarrive pas a une conception parfaitement
?
elaire des principes fondamentau.x quºil a pose?
.
:
de la science
I .
. .
., . .
.
'
dees ancier.mes9 ca qui n9est dRailleurs que tres .
' .
-
202
.
= Galileo Galilei? Dialog? .·dei due assiim.i ::..m;..
*
* *
a) Textos e traduç3es completas das obras
de Platãoº
Platonis Opera9 rec9gnovit Ioa.:nnes Burnetj5 volo
Oxford? 1941º
'
Oeuvres Completes? Collº de PAssoeiat:k>n
Guillaume Budé o NotÍ.cia.
= introdutória a
?
?
cada dialogo traduçao por diversos a.11
e.
b·y Jowett,Ran
The Dialogues of Plato9 translo BQ
dom House , New York, 1937 º
? .,?
Mondadori
Acri, Francesco = Pla.tonej Timeoj Ao
roe<a
194L?
text et
Albinos9 Abrégé des doctrines de Platon9
trado par Pierre Louis, Soco "Les Bellm
Lettres"2 Paris, 1945º
Paris9 1865º
do ?rotigoras de
cicero, Fragmentos do Timeu e
= 786 =
...
Paris?
ti "
Parisj 1942º
La
.?
Iàees
theorie p Ia tonieienne desPar-í.s
et des·nombres tPapres Aristoteo ,
1908e
= 794 =
Par-í s , 1919 º
Speiser9 Andreas= .Ein ParmenideskommentaroStudien
zur platonischen Dialektiko KoFo Kohle?
Leipzig9 1937 º
= Platos Ideenlehreo EranosJahr?
se , xn , 19450
Ste.fanini? Luigi = Platone, Cedam, Padova , 1932º
Stenzeli Julius= BlatoRs method of dialecticº Cla
ii'
= 795 =
69
Wa.hl9 i\
Paris,
.
Stuttgart? 1935' º
' '
... ?
iS9?:
= 796 =
Mach9 Ernst=
,7
,
Meyerson, Emile = 2e º ed º, Al=
c?n9 Paris, 1912º
*
* *
'I
!
= 797 =
ll
pagso
PREFÁCIO e o º º º º º º º º o º º º º º l= 37
e2njunto
tao º º
da filosofia de
? º º º º º º º
? º 38
,1
§ 2 = Enunciado dos
principios º º 43
§ 3 = O primeiro principioº
As duas
ordens da ;ealidadao A tao=
ria das Ideiasº A origem
do Universo º º º º º º º º 48
= O segundo principigg o co=
§ 4
nhecimento das Ideias e o
conhecimento do devenir º º 78
l
•
..
o o o o o 137
sais o o o o o o
A>
=
ter,pre baçao
.
-
go:nico? º .In
? . /da ex =
pres sao l} 'fEfêtY íTe?ul(e)).. .
166
§ ?. = Necessidade e regime mecanico
primitivoºº º º º ª º & º º 178
§ 5 = Finalidade e acaso º e e e º 192
troduzir
o movimen.to cãr-cu.lar.
A a lma e o plano matemáticoº? 274
§ 6 = A alma e o conhecimento doo ob
jetos fÍsicos e. dos objetos-=
inkelig1veiso Teoria da con11
eiencia ? º º.
º º º º º º 281
§ 7 ? A fÍsica como ciência das· re=
·1aç?eso Os corpos celesteso
Os deusesº º º º º º. º. 297
§ 8 = A cria£ão das almas humanasº
Relaçao entre a alma cósmica
e a individual º e e e· e º • 303
cas
799 ea ?
Pagso
CAPÍTULO IV - O CORPO DO MUNDO e e e º ª 310=353
§
1·= Que e.p o corpo do mqndoe Deve
nir quantitativo e devenir?
qualitativo? º º º º Q º º 310
A ,li:,
§ 2 = Precedencia da alma
sobre o
c2rpoo Fases do mito cosmo=
gonieo e e e e ? e º º º .£) 314
( ?
§ 3 = Da fisica
qualitativa a qua,n
titativab Unidade do duas
Univer
so; A descriçãoi em PaJ:
tes? da teoria do corpo do
mundo O
·e g O O O O O ? O· e 318
V.·- E
CAPf TULO A CONCE_PÇÃO DO MOVIMENTO
.
4\
=
pos iça o p La tonica no pro
&,#
§ 6 = A da
·b1ema do ·conhecimento m.,2
bilidade º ó? º º ? • A º º 392
§ 7 = O terceiro,
fator eosmogonicog
400
o receptaculo e o ? o o o o
o e?
§ 8 - Dificuldade de conceber
paço. O. raciocinio bastardo
= 800 =
;?
pagso
§ 9 = A triplice funçã9 de ftmdamén=
taçao do receptaculoo?A Côfil=
preensio das leis dinamicas º 411
t' ,.
__ ___
Los ada , Bo A;r?s 9 1942,,
_
avant Socratej
Voilquin? Jo = Les ?ensel:1.rs Grees \
\r
I
d) Obras sobre a
A -
filosofia de Platãoº
n
Buismann? Jan Reinoud = Mythen·enallegorieen-- in
Plato skenn í.s = en Zi' jns·leer o H'o J Paris 9
-
íl
? ·
Amsterdam, 1932?
Cherniss Harold = Aristotle í s Cri.ticism of Plat o
9
11
Frutigerj
--
Percival ? Les mythes de Platonj itude
philosophique litteraire(j Alean? Parisj
19300
Gigon? Olof = Studien zur Platens Protagorasº .Bo
Sch:wabe Coo Basel(j 1946º
Gohlkej PoEo = Die Lehre von der Abstraction bei
Plato und Aristst_eleso .Niemeyerj Hallej
19140
27? 19320
.
der9 3. Ra3 kk?i Kobenhavn? 19-13f __
.?
Koyresi Alexandre= Galil?c and PlãtoG·Jou:fD; Hist ó
Ldea s , vo L, IV9 n'2 ?9 pago 400? Oc?()?943_?--
=
-·
Introduction '
a· .La lecture de Pla=
.
de Lacy 5J
Phillip
= Th.e problem of" causa
in Pla= tion
tons philosophyº Classº Philolo9 volJJOO;:'
no 29 April9 1939º
Mabille? Paul = De causa quae finis dici tur
Plátonem et P'Lo t Lnum cum Loe í,s excerpt apud
·
is o
·
§ 9 = Ar;stóteles e o prineÍpi0 de
inerciaº º ? º º º º º º º 513
·º º º o º º 520
nesse b
dos eorpossim
§ 2 = O apareeimento 525
ples e a imagem do caosº ¢
§ 3 = Dois nóvos
aspectos da teo=
ria do-eaes. º e º e •••condição 528
§ 4 = A heterogeneidade eemo
de manutenção do movimento e 535
da heterogenei=
§ 5 = A manutenção de eenserva=
dade eomo meio
ção do movimento e º Q º ? 539
§ 6 = A geração dos
eorpos elemen=
tares e as in transformações
troduzidas por Platão na ?ã;
ria dos e_lementosa(l de Empe= º ?.bl.
.; t
i
doe Le s º º º e e o o e º o .
§ 7 = ? signifieação
dos_qua tir.o e=
1ementos p?ra PlakaoQ Uma t?
ria esquematica sobre a dou=
trina dos corpos élementL?
.
552
e
§ 8 = Interpretagão geométriea9
quatro
nao aritmetica? dos cong
elementos o O momento da
trução dos elementos no cur ao=
5 65
<I\
cosmogonieo º º
so do mito
§ 9 = Aspectos
gerais da teoria doo 572
elementosg seu apriorismo .o
elementareso A
§10 = OB trigngulos
transformação não universal
- 802 =
(!
pagso
dos a le men to s º ., º o º º º
.
.o
575
§11 = A cons?rução ·ao, po·11edr0S0fo1:
que ha maior numero de trian=
gulos componentesº º º º b º
582
§12 A infinita variedade de tama =
.nho s para
cada poliedro º º º
591
§13 A atribuição dos poliedros
aos
c?rpos simplesº A tràn§forma?
çao dos elementos geométricos
596
§14 = A inv;sibilidade das :figuras -
geometrieaso
relações ! realidade
geometricas º º
das
º º 601
§ l = O tampo como
realidade criadaº 606
§ 2 = u?.interpretação da
teoria p]a
tonica
'
do tempo º º º o o º . .
-O _
607
§ 3 = Porque nae ha tempo
e:, (!
no caos" o 613
§ 4 = Definição do tempoº
Comparação
com a eternidadeº A 9edid?
tempoº O tempo e o numeroº do
º 620
§ 5 = Que §ignifica dizer que o
po e eternoº, O c9nceito t?m=
co· e o e oncei-.to fisi
logic
po º º º º º º º º º º º
· o do te.m
e º 624
§ 6 = O tem:go gerado pa lo
movimen o
periodicoo A pluralidade dos
t
tempos" O tempo abscãuro , º e
629
§ 7 = O ano pe r:f eito º
º º º º e o e ·
6 34
§ a. = ·º tempo
e o espaço º ; º º
º º 638
§ 9 = A teoria aristotelica
do tempo 641
§10 90-rr?spol)d·ência
tinu2 nume-rico"e oentre .o con-
.A
t
P.latao _e Aristotelóso
empo , em
.De"
movimento o tempo e o numsz-o, que . .
= 803 ti
pagso
? li
na concepçao aristotelica º 648
?· Ili,
.
a=
§11 = As conc?pçoes platoni?a e en=
relaçao
ristotelica
da
tre o ªtempo e o movimen t©
dos eeus o' o o 'o o o o o o
o o o o o o o 662=700.·
CONCLUSÃO_ º o o· o o o o o o
o o o o o o o o o o 701=784
NOTAS º e o o o o· o o
o o o o o o
BIBLIOGRAFIA o o o o o o o o
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