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ENS?IO
sôhre- \
.A DINÂMICA
na COSMOLOGIA i
de PLATÃO
Rio de Janeiro
1949
l
...
T?,?,.?
·
Pl at ão,
\,,.
TOl
SAN T,AG o DANTAS
KA1 TOl
PL1N10. RocttA
O.IA TO
KOINA TA re <1>1/\0N
P R E F Á C lr O
,I'
Desde todos os-tempss9 da epoca que se
segue imediatamente à existência de l?latão9no cir
curo mesmo dos seus discípulos 9 que o ouviram e.
consultara?, at? os nossos dias? a concepçic,pla=
• A ?
.
.
? #
so nao ha segurança a respeito de -importantes t.ó-
,I' ,I'
r .1
= a
tomai? somos atraidos pela seduçao deste pensamen
.to9 mais. no?. d=ba t.emos ent:re as mnner osas e p:rofim
-
..
dificuldades que
da.s- a solução particular dos p:r.Q
blemas acarretaº
= 2 =.
? A ?
Todos estao de acordo em .que o Timeu e
o prjmeiro grande sistema da natureza qúé a his=
t6r1a conheceº Na amplitude de sua visioiPlatio
?
nos da as linhas gerais9.os con?eito? fundamen =
'
. (?
=
sa visao e que9 por motivos? que ·Platao considera
_legítimos e prementes? não 'pode ela ser ??scrita
p?. linguagem simples de uma- exposição didática 9
.
- . ·.
.
?
f,,J : • . '
• #
de narrativa mitologica? ?om que.d? fato foi re?
? A
Sabemos por que o Filo?ofq' assim fez9mas
liz?dao
= = ? .
.
.
a conhecer.
.
.
a subs
'
tan-
..
A If) (? (?
?
·, ,
. .
A
t
.
'
.taçãb pl.atÔnica 9 sÔbre outras 9. e infelizmente as
• . . ' .
cond t çeo
... .
' '
·""' I
.. = os ...-?
.
? .,
-'
de legar ;·posteridad? um· gigantese,o
•
- .
enigma9. êle
... ,. •
• ,1 •
? •
•
, -?-
podera ter o caraterde uma narrativa concisa e-?
'
A ?
{ ?
exatidão seria para a f1sica
A urn cara'-
t'er de _fal?·idade a p:riorL }?ar.a que seja realizí;
ve1: a. cl;ncia da natureza tem de content ar=·se em
?
atingi);_ um alto grau de ver?asJ;lllilhança 9 ?s dever à,
' ' '
-Ó,
pital de incerteza
probabilismo9 que e contudo e
9 , 9
9 9
?
A ,·. . .
?· =
t
.
·, A
s í.gna a.-1:tmi açào platoniea; e e nesta. atitude
,p
.de
i?
A tf'
platonica se. colo-cam para. julga-la-º Se 9 porem.,r? .
O!
t ?
.
?·
ce de. Lmpo
·-
r ane La na sua '"'intuiçãQ- .fii?améntal-o A
-
.
:·
.
•
mobf.Lãdade, .de .. fato9 ãmpoe ao ?o??1w.enü. condi=
•
C>) • •
H .
""'
duas concepçoes?.
?? ?ste-otimismo impede Patão de sentir- as
C&J
obs cur ãdade s 9 porventura ·eselare°Civeis 9 de ..muita.?
...
.maís
A ?·
na substancia do.mito. do que na.forma-literaria?
?
cobre mui tas vezes que- pudera ser alegoria
..:
- com a .o-
dito .na lição prosaicào .Acresce que9 p©r..uma _sin
gu'Lar feição de. 'sua imaginação nesta cbra 1 aqui
= A
nao t.r ans par ece .aque l.a .Lãmpfd ez 1:L.elegancia de ?A
tilo. das .dialogos
,?
anteriores? a .f'or ma e.? rude e i5-'
,p A £
nabil?- por v.ezes .o s per Lodos longos eLde:nsos- e ft'S
" .
= ?
r azao de ser . da .consâd er áveã dific.uldade?com- qt"t_e.51
.
?
desde-a sua- epoca, se t em. def'r ont ado o?.-?üment?do
? .
9 e uma
! tP "' ,? 't?
""'
.
__
A
tao so existe o mundo das ?ss?nc:ias formais ou I'?
tP O
IA
da ciencia grega9 confiante em poder superar o a?
bitrarismo dos seus .antecesscres9 com aA possibili"'?
t? t?
'
siv€l neceasàr ão renunciar 9: primi?iva supos rçae
t?
?
9
A ,?
=
d? qu? o? conceit@? fos??m imediatamente apiica A
?
v?i? ? s coi?as 9 e contentar=se. em fõrmar a ?i?n©ja
f'Ísica na base de um :racio?Ínio pr1:)váveil e TufüeLi! t?
'
"" til,
t? nao diminui a força do seu primeir® proposit®9
bem? se reduz o seu @tim? mo com este triunfo par=
A
' t?
cialo P@??ivelmente9 ?o aos nosso? olho? sera ele
t? A
.
A
!?? estudos plato:p.icos 9 sobre qual teria sid<õ to
a ill
terpretação do platonismo foram feitas e continuam
? tP
= , "" fio
do sent.âda
?
, ?
pelos ri1osofos_;J'lat.e??ticos gr egos a ?
ce??idade de referir© movimento de um corpo a um
sistema de eixo? exterior,mas de ser sempre prooy
rada a descrição das suas condiçoes cinemáticas?m
? = ,,
termos de prin?ipios ou relaçóes imanentes ao m?
,:lo
.
,,
vel º Contudo o eonhec fment o da .lei da inerei'a ai.? i.!l
, .
ção do movime?to;
puderam aplicar a lei do número e 'da pr-cpor çáe s?
Compenetrados de
oa ll:,
·:permitindo a formação· a
A' , ·.t!i,A: oque .em
• o meeanãca
- .
n?
= 14 =
gi time, t:ratando=se
9
do texto que ane Lã samos, Pelo. .
pt. ·,
... ,t?
f
-
'-,,
. ? tP .
. '1::,;_
-:,
a . confi:rmaçao da teoria cent r aL, Foi. o que fize =
oa
U A
mos 9 sem receio de ser argu.:1.do de ãncensequeno iam?
.
l!/,
_
,9
tempo9 que se acha nõ centr© do d.ialogo9 como -com=
p.Lemerrt o da doutrina da a Ima , nós a trata-mos no·_fi·
.
R
nal9 por julgarmos que9 depois de ja_termos-reco?
nhec í.do a :noção da inércia 9 melhor poder Íamos trji
=
tar o problema-da du.raça?º -I
9
I
seus pr as suposboa,
da form? de à?
'TÍ.nhainos9 porém9 de fazê-10-dentro ..
do terreno 9
a an;11se da dialética.l.l-
exposição e
·
de em outros
particularmente, foi necessário que apontássemos
? > ?
a dotrtr-í.na.; tao. discutida., .das .Tdàí.as -Nuraer-cs , em
. .
""
conexao com ? teoria . da alma do .mundo º ..
·""' A
çao alarmante dos rseus limites.º. Todats as referen IA
.
? A .
explicar.em-geral
• = ,
a doutrina de Platao? que e su?
posta conhee í.da , . Com efeito? .nada esteve ma ís lo]J;
ge do nosso proposito-que
, .
.
e
-expor a-fisioa de Pl.a=
? .
.
,
tao; para tanto-era .prec.iso.que nos colocassemos
dentro.d9 um ?ngulo metodolÓgico de .todo dif'eren?
te? e obeclecêssemos a um critério didático que
-
nao se coaduna oom o carater de
, -
dissertaçao
orig!
na L déste" ..trabalho-o Usamos da liberdade. de .. refG; -
,?· '
º º º
A
ta.oj--.Aristoteles,
º
-assim
_.P
.eemo
fer;ncias aos .aut?res ant gcs s foram elas .feitas
í ,
to a sua eompr.eensao
' .
, ,. ...
traduçaQo
na verdade, muitas vezes,
-· ...... .... --?u.ma.verq.adeira " _· , .
....
- ,
guagem de. Pla.tao ..
(?
e e bscura., bem o podera demons'?
. ..
?
no caso de Pla tao., e . -
..
p o
mesmo.
 -
Nas refer?ncias e-citaçoes-dos comenta-
.
I"
I
as
noçties a respeito das .qua-is--apresentamos A as-.. nos-
I•
-
I ..
\11
l
I sas, ... Ser.viria .isto-para encontrar-por ve-??s--eo?f
A
,
1:1
tro.de erudição.enriqueceria as possibilidades de
?
compreensão do. pensament o , Mas.j muito embora nu=
tríssemos inicialmente a esperança .de poder fa.zê=
li
lo dentro da car;ncia dos .nossos meios e faculda=
I
,,
desj não vimos outro reeurso1 por fim, senão des-
A ,
pojar-nos de todo esse outro lado da analise do
.
1,
t t
""
1,
I
ex o - as er1 ;1cas hois or1cas - que, a r1gor?nao
;!to e
t t? · O
f
cas de Pla.tãoj ao longo das interpretações quer?
cebeu9 da influência.que.exercéu e das formas co?
i
H
mo se apresentam elas nos sistemas ulteriores$ :if
? I .
I
rs
tem sido.frequentemente feito para a noção de al=
ma .do mundo? por exemploº Renunciamos ao que po=
deria ter sido uma primeira intenção-? com a cert,!
I
-
I nao era .. essencial .ao .nosso ób-jeti vo, a prodt:l.Zi.r. c.rgr -
I
,,
-
• ,.,A-.'
- -• - -.. - • ..... .._ ? ,??I.._} .. ??::?,\- -: ??•.'.:."::" "•---.,.- # -.,,._. -.Jt ...__, __ .,,,.•,V,--..,1,1v)'-.. ?--..-i,.?...J... ,._,,,.. __ -.-i..•,., _r,t,.o.-....?'---··"
- 21 -·
rizq.r?
tivéssemos_ podãdoceonhecer- .direb
Embora
tamente a maioria dos texnos . dos eomerrbador es -?ll .
A .
so alcanceº
.
ser .declarada.er
'
.
. .
.
.
, ·' , .sen extinta com '
't,
I
tegortas. -·logicas- sup?emas' a que ehamou , '1:tazão :e.-}[j!
cess·idadá.? .$ão fundamentalmente dois .. regimes eau-
I
..
·---
,11
·
sais.dií"erentes:g ·e.do determin.ismo com finalidade.
do que ii:ão: a tem; .a ê1es _prende?se a con.eepção
I ;
e o
·
I'· I
.
I
de dois .r.egi?e:s .mecânicos- distintos·g o .da mob111d.! ..
--
-'-''"'?- .,,,..•N•"'-.,....,)..,-:..r'"'.-..;:.?;"'''-'·--.-· .... """"' .. ?-"··-? .,.?,..._...... ?
-?-? - ?" ,...,. --...:... .. ?·,.:.:.1-???_?,\. ': ,,,_'-_..:::_"'"'•-?..,. ...... - #• -.. ....
..
Em--conexão a ê.stes eoneeã tcs 1
categori-
. .
?.
? . -
·<!\ ? ,
do .mundo , .Particularmente sobre :éste- ultimo?
-
em .
. -
.. .
:
sido -suficientemente .. reconhecidaj a ligagào entre
.
.
·
- -
apenas
.
.expr-essae -&.legeriaa?
,a;
.
·.tb .,
- i 0
- .
sao
e,;:,_
.-
-? ,,
fases na visa.o..,. .
cionalff _
O .que pode haver de arbi tràrio nessa. con-
sid?ração ?- explie?do .pela.neaessidade de
j
introducr;,:,
A
zir.9. de qualquer-maneiraj .um modelo inte1igrvel-do
que Ela tão? pensou, e-resgatado peãa. facilidade. com
/1
"
d.e-.obscuridadei -e nao. sabemos que _incoere1ncias po¢
.
-
..
.
·à
r.eferéncias. indispehsáv.eis eompneensào ..,dos. ter= -
que.
?
n,(11?.:c:pareaeu
..
....cenvenãense •,
a'.. ?·Pireséniiã
.çâQ .. d·e -· cer.tas reflexões? pessoais .
.
.e .q.e. .
certas ,,.su" =. ..
.;p·
ges toes .aobr e e , _conteudo· .. da qqrtfi.?_rina.. -Pla't;ónfca.ique
.
ç/4 .
. (!,, •
. ' .
. ef'I>
.. ..
-- t' .. _:,· .
..
·,-
••
J
.. . ..
.
. .
A·
ao. .mesmcc aesunbo, .... Em par.ticular9 -pr.ocu.ramos.? so'?
-
'
.. ...
. .,
. .., .
: ,·. .··.-: ... \.;
. ..,
..
. .
..
.
-? , --
.
-? .
. . por -?
? 4""
que .. pudes semos .... chegar .á·- conc Iusao do .-nosso pensai;'?
.
.
..,
' A ·, . , .
.aristo.tel.!
-
di:qamio4
.
.. ..
,. ?
. .""' ·_·
?-
. .
.
.
..
,.
nica teorica
..
.. ,
.
?- -? -fÍsica·,ristot?lica ·4esenvolve?se,. s?
grande parte., sobu inspira.ção.,direta ·da-de Pla=
-
.. ... ..
" .. .
' . .
.. ..
·,,,
., I . .
/? • ·...,.
' •
Â
mos ... as .. duas teorias.o-. Desse confronto ret?:sàlta .a
' .
__
..
A-- 'ç,,, A·
modernidade da coneepçao pla toniea e o ?rr-o' ·da d?
·
·
26 -
....
#
.Aristoteleso- .Por .isso tivemos.a preocupaçao de
discutir a. doutrina.. aristotélica? depois de ter eJ,
ta belecido a posição pla toniça, a fim de extrair do
paralelo ainda noves meios de esclarecimento do
penaamento de Platioo
A.. questão fundamental do conceito do ·m-.2
- :
-
te debate e- eonfr£P
- -&I,
? , .
-
#
cas,-mais do- que. o estri-tamente .ne?essario para a
.
í' ,. .
.
? -
sav?l
-
-
te ponto .ãmpor tan.ta do .da .
p
ba te historicoº Pela--llnha.geral-do pensamento
'
.. -
o caso,
«J ,
a.relaçao-entre-as-ideias.expostas-e es se?s an-
__
o .
A .A
conhecimento de tudo o que se fez antes. d?le ?
não.despreza o.esfôrço .anteriori como inÚtiloSua
atitude não ·ê a de um·.ilum1nadoi que _julga tra,-
zer uma verdaq.e.original a u,m 'mundo q-ue nada ti-
nha:_fei tq. para eonquí.s tá-La., É., pelo c.ontrário.,
a de '.'tlJll .homem que se - eons id era -numa ex e e pcãenaã
- .
,.
it .as ?sãm que afluem. para o .seu sistema
.
,
ideias a te en tao Lsoãadas, como a teoria dos qua.-
.
I·
buem para uma c?nc$pção de amplitude nunca.tenta-
A
da ," asaãm, .de tocar nesses .pon tos , assj,
o
- Tivemos<>
nalando o duplo.aspecto. de .recepção.e de transfor
maçãoQ- Na questão-da teoria dos .q?atro-elemento?
desej?mos, antes-do mais, indicar cómo .essa h.ipÓ=
tese sofre, no .. pensamento .de Platão, uma modific!,
ção que.a vai t9rnar aceitável no seu sistema;mas,
por- isso, se distancia consideràvelmente da forma
primitiva.? .. Geralmente, quando podemos .sur-pr een ?
_
Ai t
:mm tqda a analise e critica da '.presen?t3
.I'
! .
.
o .,
A -
comporta tres fases, que podem nao
crelllos, ser
rigidamente separadas, .mas devem ser trata? co..a.
..
historioa e
£eita com todo o rigor -e tentada imediatamente a
aproximação. com.as .. posiçÕes. modernas , -? primei?
ra fase refere?se ao.estabelecimento dos .. textos
em sua veraci.dade; secundâr-ãamerrte , na sua. tra.:..
du.ção literal e exa ta , --? .o mo?ento das dise?s ao
restauração de .documentios ,
.:
as investigações papi
.p ""'
r?ologieas, e a.a:preciaçao comparada dos testemJ!
,p
nhos doxogr-áf'Lcos,
Na segtlnda fase já é
predominante o e?
pÍrito interpretativo? Trata-se.de descobrirqt?
o sentido. que dá o autor ao texto-material que
temos diante dos olhoso Quandoj como no easo do
; ;
Timeu, a natureza da obra e por si mesma alegor,!
= 30 =
? # A
ca, .e s ta segunda. fase e? ela so, quase que toda a
? A
tarefa e
.do cr1tieoo Platao escreveu para que f.os=
.., A
se interpretado o seu pensamento, nao para quero?
se toma.do ao pé da. letraº Compe te-eios descobrir o
que queria dizer quando nos expõe em forma mÍti=
- - A
ea u.ma-eriaçao do mundoj na-qual nâo ere e sabe
. p - creem"
. A
Deseja
que seus leitores tambem nao que
desvendemos - o pensamento que não julgou- poss! v e.L
apresentar. de out:ra rorma , Se-.em Platão, e muito
particularmente-no Timruj -é isto obrigatório,
À
va-
/
#
le tambem.esta segunda fase para toda obra filos?
fica em gerali mes?o aq?elas que, como as de Ari?
tóteles, são escritas na mais corrente-linguagemº
Há .sempz-e algo de .intencional e-não .-revelado .na
obrai que- pode ser .apurado o A cr!tiea .histÓri e.a.
da filosofia.proeessa-se no trabalho d? descobrir
.
,., , o
um pensamento nao bastante claro? ou que contem:m1,
plicações .não apresentadas pelo próprio autorjpor
? N •
A
t
se da erf í.ea em nada se r-e Lacd ona entretanto , -9
co? esse modo preeipi tado de julgarº Nao - .
se tr?
.. -
. ..
l p it oi
R
1. porem9
;
e? . a 1;,em do
?
ma1s 5 - 1.rt1"1 9 e
º .P.
·
R º
examinar.
as potencialidades .da?--ideia$ antigas.º Podemos JJ
' vezes
por nos, esta.ria, -.as A
.t>
integralmente j outras
-:-·",
..
.
-
.
- "' ;
Nao.ha falsidade-neste metodoi
o descobr1u-0
?J? .
·
A
t·o de vista que aquele sistema se apre sen ··9- como
-
t
eon bendo-o º P'.:l.a tão mesmo não sabia o que fe con-
.
, representar-se a
ber, . e mesmo do qu?-. formular? - .e .
preciso por em
A ?
pratica o encontrado? para i
d zer
que foi de.fato de$Cobertoo Por iss?Galileti foi ·
lei
aproximação de algumas das suas passagens? aompl?
tada pala interpretação geral do sistema fÍsico,
podemos afirmar que se contém naquelas palavras e
naquele sistema a noçãc que hoje conhecemos· como
lei.. da inércia o· Nãli:ctize??.1 ter :?-:d:G?
A
cieneia distoº Somos
:à, .:e?SC?
nos.,
#
que conhecemos o que e
? ,p
- 33 -
e o que significa o princípio da inércia, que po
.
encontra-lo em Platao;
? -
daµios podemos interpre ....
A
tarj na comple;x:idade q.o mito cosmogOnico, o est.!,
do de caos como um es-ç;ado de regime inercialj que.
se tra.nsforma., ao apê:t..o--da Razão, no universo.?
titufdoG .!ste mito.r?vela o pensamento da in?r=
ci?; mas-Platão mesmo não chegou a formularj em
•
A I
tf3rmos explicites .a sua teoria do movãmerrto snem
.
r-
É
s?ntido que.a terceira fase da
ri.esse
't p º
t1 .P
i
cr;:i. 1ca - h is ori ca e ... 1 E:fg1 tima e provei tosa o-
,,.
Ela
.
nao.
.ç!
aprecia=lo por um aspecto distintoº
a .no ssa dissertação .. investiga a
Como
A A =
mseaní.ca platonicaj poderia e s tr-anhar -ae nao en-
vro. X das
A
?
trarmos no estudo .das .pas sagens cl??sicas do li!?':
e não lhes darmos o tratamento .que,
·
.
-
..
.
?
racerº . desfazer qualquer d·,puvi"!O
Apressamo'!C'nos--em .
o
da fis de Platao(!
""'
Preferimos aprofundar .o te?
to do Timeu a reeense?r- a-totalidade dos -textos
que tratam do problema mecânieoo Nossa.fina.lida-=
de era única e cãara s respond-er à pergunta ini!""'
A, A A '
eia.l, sobre a nao-exãs teno í.a da· me eanã.ea raciona. I
,,.. .
v .
......
torica"
A
nencfas e .precioso. incentivo .que sempre .reeebe
.
.
_
1:2
balhoo
Particularmente sensível nos confessa -
mos p$la magnimidade com que o Prof e JÍ:mile Brém.er
consentiu em.discutir conosco .os aspectos .essen -?
eiais--da .nos sa tese., nas múltiplas ocasiões em que -
?
de- Filosofia Grega da Sor-bonne , que as suas liçoes
:
--
A -
riginados em torno das concepçoes aqui apresenta-
dasº
.
.,. ,
Lucia Marques Pinheiro,
.
.
_A. Profº pela de
dicada colaboração que vem prestando às nossas _a ...
.. ?ratidão,
·
§ ]G Aposição da teoria.fÍ
sica no conjunto da f'iloso - ..
fia de .Platão
O 1-ug?r ocupado-pelas concêpçÕes cqsmo-
lÓgicas e r!sicas entre .as . Úl-timas .obras de-?Platâ,
·
..
q.ao.pode ser devidamente compreendido, senao atri
M . )'
·- ,
buindo?o a.mna intençao .que o Filosofo desde-mui?
to se propus?ra. realizar •.. ·Não.se pode .explicar?
, ,
?o tardiamente lhe tivesse.narecido--necessario o-
... .
-
. ..
, A A A
.
eeitavel
.
A
.
...
- .
' :,·
poderia pas _
:;:
-
A
sar despercebida .a inconsistencia .desta .atitude,
.
o -
A
Existe- .no tempo dele
-
um corpo de- teo. .; -
,
dentes .de .. grupo. socratieo, .. prosseguem ou .elabo ""'·
,
ram originalmente, .como Democrito,· importantes q;p ..
..
, .
.. ,
?ia<'do ·Tim.eu. e das .Le Ls .obedecer âa , assim? .a .uma .
:,-
--.inté.nção .metÓdiea e corresponderia, .posslvelmente,
_::·
...
.. " •• •• :
nas coristruçoes
,- 'l
cosmologicaso
As Lãnhas . gerais. do pensamento fÍsioo que
·
· ...
? :·
.
....
.: ' "? ... -··. . .
· .
. -
t ..
'
constitui o-circulo mais .largo dentro do qual-:s?
posse venquaãr-ar .. uma .explicação ,física do mundo o-
í
A .s tua çao inicial ·é? po s, a seguãnne.e
í
reeon?
cêmos como .evidente a transitividade das cois.as
dadas na exper-í.enc í.aj .. a cada .í.ns tan te , .a ãmagem
"'
ti ?
tui o cr í, tériér da sua ver dade , A mêçli taçao A''
so .
, ' -
bre esta analogia conduzira a admissao das essen-
.
(
.
.
A
de mais pr cf'unde na teoria. f1sica
. ; •
'
se .nos moldes. de. ha .muã to .f'cnmado s e tdrr;tam-93--?
v' .
produçao platon?
o
....
£.? º"
.,, .)
e aquilo que se torna sempre, sem nun-
, I I i, ' .a
}'LfYOfat,tJlov «ec , õv oe
? I".
ea ser t"o _("J .
ovoe1ror-e;
distinção entre os modos de eonh?
2) a
cimento destas duas espécies de objetos·; num ea-
so, o pensamento servido pelo racioeÍnioj apreen-
d aqu:i.º1 o que e eternamente iden,tieo
d en·o A
a si pro=
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i?, necessidade de um modelo a,_.vista-®
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trugao .. deste .mundo , Distinçao imediata· e1;rtré. oo:fs
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- 46 -
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feita cf:,«Y BlG rorsrovoÇ,
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Postos: estes .prine:Ípios dêles tira. 9 -P-1!!
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tao ttma eonsequencia géral de-sumá importa:nciajJ;)Qt
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/ imag?m
' de
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outra coãsaI , TT?(TO( ·6<.v?rX?J TÓ1hfl'
' ,
«osµ.,or.J se kov« Tl voe êl-_Y<Xl o Não pos=
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su.1·a realidade das coisas subs í.s tent es , mas so"'? ..
, ?
mente esta especie.de nao?ser existente, que e a
, .
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da na za o e por si .mesmo .. inva.i"&iavel e-ina.balavel.j-
J' I? R
..
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de conhecer e .. exatamente .de scr-I ta. na- sqguintivpr,2
'
A
crates.,.sobre muitas co í.sas .a .re spet to de muí, ç
s=
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tos assuntos, sobre-os deuses .e sobre .a ge ra ç a e
A .
...
do-W1iversoj nae nos e .pos sâve I dar .naaoes .prec-;i;
t;;;1 J' g' o
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e_ l ,f'
gnose? ogieas aa es.a b e.eci-
o o ti'
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A origem do unã.v e r s o ,
-- i
rar ..a ex s t"'enc a .em s ., da Ideia,
:;
i
como ser real,
- --
i . o
-
..
.,?
.;'
?
vel, con.vertendo a r-a zao em. uma faculdade- imovel,
eternamente fixada na contemplação apod:Íctica do
ser unoG
solução platônica consistirá em.acei
A
tar fundamentalmente a doutrina parmenidiana do
ser, inclusive, .de modo geral,- .as implica.ções .r_!!
-
A
identico I
a si mesmo , .imutavel e? portanto ausente
.
r
.
.
dianoo - p
A multiplicidade das Ideias nao
,, .
e um obs=
" "" ""'I .
,,,.
tac_µlo a .aeeitaçao do esquema
..,. ?
eleat1co; nao pa=
rece que o conceito .do ser .per-ca coisa alguma de
sua simplieidade-e exatidão .lógicas, desde.que S,!
ja estabelecida .a existência isolada do reino das
Formas, subsistindo por si, num sublime .trrr£folf-
e
.de
.
-
.JI.,
OY't:W<;
ÕY jporque julga que? sendo licito exclui-las de
todo. devenir atual$ com isto.já .as terá converti""
do em ob je tos capazes de .cons tu:Írem o têrmo da
..
ti
nossa intuição inteligÍvelo-
Contudo1 a exigência de unidade1 a pri-
meira e ·raiz de tÔdas as características do ser
segundo Parmênides? embora.explicitamente rejeit?
da pela admissão de urn.universo de Formas es?en -
ciais? reaparece de algum modo .na teoria da partj
cipação$ O niundo·inteligÍvel é-de fato um todo
Único; as I.déias, seus elementos, subordinando -
51
'
se umas as outras e fundindo-sej enfim, na Ideia
,
suprema do Berns r-e eompoem de· certa maneira -? p:r1',
mitiva unidade dQ sere A definição platônica da
marcha da. investigação dialética (Rep?, 532 a. ) -
, (
de cada coisa j mas nao para .ai, prossegue a sua
....
o
- -
--
""'. I'
a?eençao9 .que-so.termina quando
, , a
atinge o supremo
7:w re, -
inteligívelj a Ideia do Bem, .o c« v '
Ôl<:1..ÀE1 '(E.õ6« e,
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Ê-rn;x,tc iJ. ? J/t:ir 7To<<rWY,
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, Ainda poderemos talvezadmitirj embora
.
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tuÍdas de um principio material .indefinido.""' .?o.
JNirrJ.. Ko<.L 1:"o ?LK.e_ól = sÔbre o que ãne í.de a
limitação do principio :·.:.f onmaI 1 'LO
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na multiplicidade do.ser platÔnicoj .de .um só prin
i' '
o
c1p109que incorporaria formalmente aquela multi -
plicidade numa unidade .. de. essênciaº
'
Indubitavelmente, o desdobramento do . .
.
Bem.duvida, ao primeiro.contato A
eom a
= A
.natrure za., ªª eons ta taçao. do efemero de todas -- as
.
..
do .. serem_independentes .. do tempo e do
'..
indi v:!d.uo ;
..
..
,
,. ,. N ,
,
substancial em sij ·eoeterna .. do .. mundo das Ideiasº
Descobrindo a multiplicidade .dasidéias,
Platão tem .a .intuição de haver .conseguido a .s In ..
tese entre
o pensamerrto do -ser e .. a
metaf.:Ísiea.
percepção da. .mcbf.Lfdade r!sica .Nenhuma ,dúvida . o·
. "
·
( ,
en taoj e
e.,
·
Ai,
que o obj e-to transitório, .des tuÍdo de esta bi? ti
lidade lÓgica 1 se .maní.res ta eomo menos real .do
que .a Idéia clara.mente- intuívelº Platão acredi
A
ta na existencia absoluta de uma diferença_ de
.
_,I' • I;'#
ter10 de avaliaçao dessa diferença nao .outro
N· /
e
senão a .nossa _inteligibilidadeº O nosso espÍr,!
to não cria esta diferença par-a satisfaz-er as ·
,
A ,
suas exigencias logicas9 mas, porque ?la existe
em si,
.é que a nossa intuição inteligível nos
permite conhecê?lae -
p
sãder-armos.« carater de s eme Ihança e dã.ss eme Ihan- '
"' ?
vez admitida a .exf.s tencãa e? s í., otU-To
ça; .uma
KIJ...
e:, cx..trro
e. r
.,. destas duas Ideias -
" .,r/
El ooç -e-,
.
' simultâneamenteisg
sas. que .participam de .ambas são \ - tJj,<,ot-
?
malhantes e dissemelhantes; Td.---µY Tr;ç
- 56 -
Ó<7J 'C" oç vx.?««r«( l'LtX7:oõo1rr:ov
,u.é. 3' o
?
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er O co; >'U','(O( e
_ A -
,
teoria das Ideias e-
,,
oferecida ,··
cano
_ __ __
una.
possibi1idaqe .. de subentender -fenomenal a o mundo ..