Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
XXI
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
INTERGERACIONALIDADE,
REDES DE APOIO E PRESTAÇÃO DE
CUIDADOS AO IDOSO DO SÉC. XXI
ENTIDADE PROMOTORA
Santa Casa da Misericórdia de Mértola
EQUIPA TÉCNICA
Santa Casa da Misericórdia de Mértola
IFH - Instituto de Formação para o Desenvolvimento Humano
AUTORIA
Cristina Coelho
GESTÃO E COORDENAÇÃO
Emília Colaço (Santa Casa da Misericórdia de Mértola)
José Silva e Sousa e Cláudia Miguel (IFH)
CONSULTORES
Cristina Coelho
Marta Simões
Ana Assunção
PRODUÇÃO VÍDEO
IFH - Instituto de Formação para o Desenvolvimento Humano
EDIÇÃO
IFH - Instituto de Formação para o Desenvolvimento Humano
MANUAIS TÉCNICOS
“ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL”
CONCEPÇÃO
Marta Simões
DESIGN, PRODUÇÃO GRÁFICA, PAGINAÇÃO Produção apoiada pelo Programa Operacional de Emprego, Formação e
E REVISÃO Desenvolvimento Social (POEFDS)
IFH / PSSdesigners
Medida: 4.2. Desenvolvimento e Modernização das Estruturas e Serviços
de Apoio ao Emprego.
2
PREFÁCIO
Nos países tidos como mais desenvolvidos assistimos, presentemente, a um fenómeno curioso: o envelhe-
cimento da população idosa.
Como consequência, o sector da prestação de cuidados a idosos sofreu um incremento de actividade, mul-
tiplicando-se os serviços disponibilizados e diversificando-se o tipo de oferta dos mesmos.
A nível nacional é importante apostar no desenvolvimento de redes sociais de apoio, eficazes e eficientes,
em contexto institucional e a nível familiar.
Para que tal se verifique, é através da formação qualificada que se poderão dotar os seus intervenientes,
profissionais ou cuidadores, das competências necessárias para lidar com as problemáticas inerentes ao
aumento da esperança média de vida e à crescente dependência dos nossos idosos, potenciando e facilitan-
do o envolvimento dos familiares na tarefa.
Neste sentido, e tendo já uma vasta experiência neste ramo de actividade, não só em termos formativos
como também na intervenção diária em estruturas de prestação de cuidados, a Santa Casa da Misericórdia
de Mértola propôs-se desenvolver o projecto “INTERGERACIONALIDADE, REDES DE APOIO E
PRESTAÇÃO DE CUIDADOS AO IDOSO DO SÉC. XXI”, constituído por manuais técnicos do formador e
do formando e vídeos sobre a mesma temática a utilizar de forma integrada.
Temas:
• A alimentação do idoso
• Cuidar do idoso com demência
• Animação intergeracional
• Construção de uma rede de cuidados: Intervenção com a família e o meio social do idoso
Pretende-se, como tal, colmatar, as dificuldades que os cuidadores, profissionais de saúde ou familiares, sen-
tem diariamente, potenciando, em última consequência, o atraso da institucionalização dos idosos e con-
tribuindo para o aumento da sua qualidade de vida.
3
ÍNDICE
ÍNDICE
4
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
A questão da intergeracionalidade surge numa altura em que o afastamento das várias gerações é cada vez
maior devido a alterações da dinâmica familiar. Muitos jovens e crianças não conhecem os seus avós, ou têm
pouca convivência com eles. De uma maneira geral o contacto entre os mais novos e os mais velhos é
limitado, o que leva a uma representação negativa e a um evitamento progressivo dos aspectos relacionados
com o envelhecimento.
Os benefícios para ambos os grupos geracionais são grandes: para os jovens e crianças, o aumento do
interesse pela aprendizagem, saber e conhecimento, através do convívio informal e a melhoria do relaciona-
mento com os mais velhos, seus parentes ou não, são exemplos de vantagens no contacto intergeracional.
Também para os mais velhos existem proveitos como a melhoria dos aspectos cognitivos e a redução do iso-
lamento social, e até a comunidade, as instituições e as empresas podem retirar dividendos destas relações.
Os animadores intergeracionais podem ter várias formações, dada a ausência de uma formação específica
académica nesta área. No entanto foi traçado um perfil de saída que indica competências nos domínios do
conhecimento, relacional e técnico. Neste manual pretende-se fornecer ferramentas que permitam construir
programas intergeracionais, tendo em conta as seguintes etapas: avaliação de necessidades, escolha de
parcerias, definição de objectivos, planeamento, organização e gestão das actividades, desenvolvimento e
avaliação do programa. Os projectos devem ser adaptados a diferentes contextos e os intervenientes per-
tencer a faixas etárias distintas. A concepção e escolha de actividades adequadas é da competência do ani-
mador intergeracional, pelo que, pretende-se abordar também aqui os passos a seguir desde a definição de
objectivos, à escolha das formas de avaliação da actividade, para que assegurar que as actividades são bem
sucedidas.
Por fim e como último propósito não sendo possível, devido à extensão dos conteúdos, a abordagem exaus-
tiva de todos os temas, é prioridade deste projecto exemplificar vários tipos de programas e actividades
intergeracionais. Com o intuito de servirem de base para adaptação a projectos que possam vir a ser cria-
dos ou como forma de diversificar os já existentes.
5
6
O IDOSO E A FAMÍLIA 1
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
1
1 . O IDOSO E A FAMÍLIA
O IDOSO E AFAMÍLIA
MODIFICAÇÕES
NA DINÂMICA FAMILIAR
8
1 . O IDOSO E A FAMÍLIA
• “famílias no fim da vida” - é tempo de aceitar a
CRISES DE ACESSO mudança dos papéis geracionais, assumindo-se
Acontecimento familiar caracterizado pela entrada como os mais idosos e permitir que a descendência
de um ou mais elementos para a família adquiraum papel mais central na vida familiar, man-
tendo espaço no agregado familiar para a sua
sabedoria e experiência. É também o estádio em
CRISES DE DESMEMBRAMENTO que se torna necessário gerir uma série de perdas,
tais como a morte do cônjuge, irmãos, amigos e
Acontecimento no ciclo familiar caracterizado pela
fazer a preparação para a própria morte. Noutro
exclusão de um ou mais elementos da família (só
âmbito, torna-se também imprescindívellidar com a
pela morters)
perda de prestígio e poder relacionadas com o
O ciclo de vida familiar funciona como um registo abandono da vida profissional activa. Um outro tipo
biográfico, descrevendo a sua evolução e propor- de desafios prende-se com a manutenção de inte-
cionando marcos de referência (os estádios), asso- resse por si e pelo cônjuge face ao declínio físico e
ciados aos momentos de crise. De entre os vários exploração de novos papéis sociais e familiares.
modelos existentes, escolhemos o modelo de
Carter e McGoldrick (Sousa, 2004) que pressupõe Existem estruturas familiares diversas, tais como as
seis estádios: resultantes de uniões homossexuais, de divórcios
sem filhos, ou famílias monoparentais em que os
•.“entre famílias” (in-betwen) - o indivíduo já se se- estádios anteriores se aplicam só parcialmente.
parou da família de origem (física, emocional e
financeiramente) e ainda não constituiu a sua. As Em termos da dinâmica, pode ainda salientar-se
tarefas emocionais mais importantes são formular como factor de mudança o aumento do número de
objectivos de vida pessoais e adquirir uma identi- divórcios, de as monoparentais e reconstituídas.
dade antes de formar o agregado familiar; Nestas, a aparente multiplicação de possíveis presta-
dores de cuidados, não corresponde necessaria-
• “novo casal” - corresponde à composição do sis- mente a uma maior disponibilidade para assumir
tema conjugal que implica a reorganização das esse papel. De facto, juntando-se à fragilização dos
relações com pais, sogros, tios, cunhados e ami- laços com as gerações mais envelhecidas e conse-
gos, bem como os aspectos práticos da vida quente afastamento, os padrastos/madrastas, “avó-
comum (tarefas domésticas, gestão financeira…); drastos” e “bisavódrastos” são muitas vezes encara-
dos como uma responsabilidade maior da
• “tornar-se pai ou mãe” - ajustamento do sistema descendência directa, implicando uma desrespon-
conjugal para criar espaço (emocional, físico e tem- sabilização mútua por estes idosos.
poral) para os filhos, promover a complementari-
dade nas tarefas domésticas e voltar a reorganizar Mesmo enfrentando uma mudança substancial das
as relações com a família alargada, repensando o estruturas e dinâmicas familiares, dados recolhidos
balanço entre profissão, amizades e relacionamentos; evidenciam que a complexidade e diversidade das
relações intergeracionais continua sólida, o que
• “família com filhos adolescentes” - a família torna-se leva a repensar a visão da família tradicional, como
um sistema de apoio emocional, dependente de sis- propõe Litwak et al. (citado por Sousa, 2005) na
temas externos (profissionais, educacionais), em teoria da “tarefa-específica”. Certas famílias não
que a luta pela autonomia dos filhos adolescentes tradicionais, obtêm uma projecção superior às
implica o aumento da flexibilidade e das fronteiras. famílias tradicionais, pelo papel poderoso que
O casal pode reforçar a sua relação e a geração desempenham: ao invés de perder a sua função na
mais idosa atinge a velhice; rede social, a família estabeleceu parceria com as
redes formais, intervindo em várias áreas; a socia-
• “ninho vazio” - após ter cuidado, protegido e socia- lização das crianças e o suporte de adultos são
lizado os seus filhos, é altura de deixá-los partir actualmente partilhadas pelas redes formais; os
como adultos independentes. O casal terá de grupos primários (amigos, vizinhos e colegas)
redefinir a função dos seu casamento, as relações desempenham também um papel muito importante
com os seus filhos (agora adultos) e proceder ao nas vivências do dia-a-dia.
alargamento da família para incluir genros/noras e
netos;
9
1 . O IDOSO E A FAMÍLIA
O IDOSO E AFAMÍLIA
RELAÇÕES ENTRE
GERAÇÕES NA FAMÍLIA
10
1 . O IDOSO E A FAMÍLIA
A disponibilidade que a maioria dos avós tem, per-
mite-lhes investir mais nos netos e até nos bisnetos
cumprindo uma série de funções que vão muito
além do “tomar conta”. Dar afecto, fazendo von-
tades, dando tempo para realizar tarefas, realizando
programas especiais, faz parte da função mais emo-
cional da relação avós-netos. Também podem ter
um papel fundamental na promoção do desenvolvi-
mento das crianças, através da interacção, estimu-
lando aprendizagens de competências. A passagem
de saberes acumulados e aspectos da própria cul-
tura familiar para as gerações mais novas é uma
das tarefas dos avós. A integração das experiências
educativas já vividas enriquece a relação estabele-
cida com a criança e transmite segurança e firmeza.
Assegurar a continuidade de valores é para o mem-
bro da geração mais velha o passar de testemunho,
que lhe permite um sentimento de completude
(Kivnick, citado por Sousa, 2004)
A FAMÍLIA INSTITUCIONAL
A partir de meados de séc. XIX, a problemática da que em casa, sendo exemplos (Pimentel, 2005)
terceira idade começa a ser discutida, altura em • solidão;
que começam a surgir as primeiras instituições com • isolamento;
missão de acolher os idosos sem família. Após a • precariedade de condições económicas e habita-
revolução industrial, outras questões se colocam, cionais;
nomeadamente a escassez de recursos e de rede • ausência de redes de suporte;
social para apoiar os operários que terminam a sua • dependência física.
vida activa. O Estado surge enquanto cuidador e
promotor do bem-estar social. Aquilo que anterior-
mente estava tacitamente acordado, quando os A ADAPTAÇÃO
idosos cuidavam e investiam nos seus descen- DO IDOSO À INSTITUIÇÃO
dentes para que mais tarde pudessem receber o
seu apoio, continua agora presente. Actualmente, A ida para um lar é sempre uma alteração profunda
embora de forma anónima, essa lógica mantém-se, na rotina do idoso. A sua vida muda e a perspectiva
já que são os mais novos a “financiar” aquilo que os
é quase sempre definitiva e não temporária. No
mais velhos usufruem.
entanto, as reacções a esta mudança são diversifi-
cadas. Para alguns cuja entrada para uma insti-
A escassa proliferação de instituições particulares
de solidariedade social (IPSS) não acompanha as tuição não é encarada como um acontecimento
necessidades e as listas de espera para admissão positivo, a adaptação é dificultada. Nestes casos a
são grandes. No entanto dados do INE (1999, tendência é deprimir, ou reagir com agressividade,
2000) indicam que apenas 2,5% dos idosos vivem lutando contra tudo e contra todos, “disparando” em
em “famílias” institucionais, enquanto que 97,5% todos os sentidos. Para outros este acontecimento
vivem em famílias clássicas. significa uma melhoria da sua qualidade de vida,
adaptando-se de uma forma positiva e tirando par-
A decisão da família (quando esta existe) de optar tido da situação. É a incongruência entre aquilo que
pela solução institucional para o seu idoso não é, a pessoa sénior anseia e aquilo que o meio oferece
na maioria dos casos, fácil. O peso cultural e social, que é geradora de frustração e conduz a uma má
o sentimento de pertença e a péssima imagem adaptação.
divulgada das instituições ao nível das condições,
são alguns dos factores que fazem com que a As expectativas dos utentes em relação ao que con-
escolha seja adiada. Existem situações em que o sideram um bom lar/instituição passam pela
idoso pode de facto ficar melhor na instituição do existência de preenchimento dos tempos livres com
11
1 . O IDOSO E A FAMÍLIA
O IDOSO E AFAMÍLIA
12
1 . O IDOSO E A FAMÍLIA
SÍNTESE
RELAÇÕES SÍNTESE
NO INTERIOR DA INSTITUIÇÃO
A família é sistema sujeito a transformações, que
As relações entre residentes de um determinado pode perder e ganhar membros, sendo estes sem-
equipamento são complexas e matizadas com pre por momentos de crise. As diferentes fases por
reacções emocionais amplas e variadas. A partilha do que passa um núcleo familiar exigem por parte dos
mesmo espaço diariamente com outros indivíduos membros uma adaptação específica para que as
que, na maior parte dos casos, não se conhecem é possam ultrapassar com sucesso. A última etapa, é
geradora de conflito e em alguns casos o clima que aquela em que o idoso se disponibiliza para trans-
se vive é hostil. Outra reacção possível é a apatia e mitir o seu saber e experiência, embora deixe de ter
indiferença com que os idosos lidam uns com os um papel activo na gestão e orientação da vida
outros. A heterogeneidade sócio-cultural de quem familiar.
partilha o mesmo espaço motiva a inexistência de
relacionamentos profundos. A frieza das ligações, A família tradicional tem vindo a ser alvo de modifi-
manifesta-se por exemplo, quando algum compa- cação profundas. A existência de estruturas dife-
nheiro adoece ou morre e os restantes não revelam rentes, não significa que se esteja a “perder” e o
preocupação, evidenciando desprendimento e uma recurso a outras redes de apoio disponíveis na
clara atitude defensiva. Os relatos vão no sentido comunidade, contribui para que as unidades fami-
de considerar que o contacto com os seus pares é liares se mantenham unidas. As trocas mais
pouco gratificante, queixando-se da falta de comuns dentro do núcleo familiar são a nível
afinidades que permitam partilhar momentos e económico, habitacional, dos cuidados pessoais e
manter uma conversa agradável. Existem também das ajudas nas tarefas e suporte emocional.
situações em que amizades e até namoros são ini-
ciados em lares e centros de dia, contrariando a As relações intergeracionais entre avós e netos
tendência de conflituosidade. podem adquirir vários estilos consoante a atitude
tomada pelos primeiros. São pautadas pela disponi-
As relações com os funcionários, que fazem parte bilidade e ausência de responsabilidade educativa
também da família institucional, são muitas vezes e obrigatoriedades, sendo o papel insubstituível dos
difíceis, já que a agressividade lhes é dirigida. A avós enquanto figura de afecto, sabedoria e expe-
falta de formação do pessoal técnico que lida direc- riência motivo para ocupar um lugar privilegiado na
tamente com estas situações é um dos principais vida familiar.
problemas, pois tendem a tratar os idosos de forma
paternalista, infantilizando-os. Também o respeito As famílias institucionais apresentam característi-
pela sua dignidade fica comprometido quando, por cas bem distintas. Nem sempre a integração dos
força do desgaste relacional e da repetição de tare- idosos num contexto deste tipo é tranquilo e em
fas, a privacidade, liberdade de escolha, autonomia muitos casos resistem a adaptar-se Existe quase
e dependência são esquecidas. sempre uma incongruência entre o meio e as suas
expectativas. A falta de controlo sobre o que o
rodeia e sobre a sua própria vida leva a uma quebra
da auto-estima, a um declínio do estado geral e a
um consequente aumento da dependência.
13
1 . O IDOSO E A FAMÍLIA
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
3. Que tipo de factores podem levar à decisão de internar um familiar num lar?
4. Quais as críticas feitas ao pessoal da família institucional por parte dos utentes?
14
OS INTERVENIENTES 2
NA ACTIVIDADE INTERGERACIONAL
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
2
2 . OS INTERVENIENTES
INTERGERACIONAL
NA ANIMAÇÃO
OS IDOSOS
16
2 . OS INTERVENIENTES
INTERGERACIONAL
NA ANIMAÇÃO
QUADRO 2.1 - TAREFAS PARA O DESENVOLVIMENTO PESSOAL
TIPOLOGIA DE PERSONALIDADE
17
2 . OS INTERVENIENTES
INTERGERACIONAL
NA ANIMAÇÃO
“Os auto-depreciadores”
Com baixa auto-estima estes idosos são extrema-
mente depressivos. Culpam-se por todos as frus-
trações e situações menos positivas. O sentimento
de impotência e inutilidade é dominante e tendem a
auto punir-se pelas opções erradas que tomaram
ao longo da vida.
Com as alterações da dinâmica familiar, assiste-se São os outros intervenientes nas relações intergera-
a um esvaziamento de papéis dos mais velhos. A cionais. Apresentam características próprias e em
passagem de “adulto jovem”, altura em que se con- constante nos últimos anos as alterações dentro
trola e gere tudo, se produz (trabalha) e tem outros destas gerações têm sido enormes. Em relação às
a seu cargo, para o “adulto velho”, em que tudo isto crianças as suas capacidades e potencial são agora
passa a fazer parte do passado, traz grande esforço estimulados desde muito cedo, o que faz com que
de readaptação. Apesar de tudo isto, existe um as aprendizagens se antecipem e que sejam cada
movimento de reajuste e de integração na vez mais “pequenos génios”.
sociedade que constitui um esforço para acompa-
nhar a evolução dos tempos e seguir em frente. CRIANÇAS
É crucial que a imagem social de velhice seja alte- As crianças começam a ser afastadas da sua
rada, que aos olhos do mundo passe a ser uma família biológica, durante o dia, desde os 4 meses.
fase de usufruir e transmitir e não só de perder. Esta Muitos pais por falta de recursos familiares vêm-se
figura está muito dependente da forma como esta é forçados a deixar os filhos em berçários, creches,
divulgada e abordada pelos decisores. Assim, as amas ou jardins-de-infância. Embora a oferta de
escolas e instituições com responsabilidades ao entidades corresponda ao nível de segurança e
nível da educação devem promover uma desmistifi- estimulação esperado pelos pais, a verdade é que
cação da terceira idade e uma aproximação a esta. a maior parte destes locais priva os meninos do
Também as políticas sociais poderão ser pensadas contacto com as gerações mais velhas. Mesmo a
e colocadas em prática com vista a atingir o objec- convivência com adultos é escassa e restritiva, pois
tivo de proporcionar novos papéis a esta faixa po- limita-se à prestação de cuidados o que faz com
pulacional, não os deixando cair na malha da que a função afectiva fique de lado.
solidão e invalidez a todos os níveis.
A divisão que se faz sentir entre as crianças e as
pessoas seniores, gera desconfiança e medo por
parte dos mais novos. Muitas vezes este sentimen-
to é confirmado por uma sociedade que desvaloriza
e teme a velhice. Para os mais pequenos, transfor-
ma-se num mito e torna-se cada vez mais habitual
que rejeitem as suas manifestações de carinho
(lavando a cara depois destes os beijarem, por
exemplo), que trocem das suas afirmações e das
18
2 . OS INTERVENIENTES
INTERGERACIONAL
NA ANIMAÇÃO
suas limitações físicas. A falta de envolvimento • Os “jovens adultos e recatados” (aproximada-
entre as gerações leva a uma ausência de qualquer mente 15%) são de uma faixa etária mais avança-
tipo de sentimentos ou ligação. da, não consomem drogas, valorizam o descanso e
o convívio com a família. Têm um estilo de vida
A criação deste preconceito numa idade muito pre- calmo, embora gostem de se divertir. Não fazem ta-
coce lança uma questão: como será a velhice tuagens, nem musculação, dão importância à
destes meninos? Uma criança que aprende a saúde e à alimentação.
respeitar e valorizar os idosos, está no bom camin- • Os “sedutores, cultos e precavidos” (aproxi-
ho para mais tarde se aceitar a si própria, respeitan- madamente 19%) dão grande importância ao
do-se a si e aos outros, vivendo a sua velhice de aspecto físico, têm muitos cuidados com o corpo e
forma adaptada. Quando isto não acontece é o seu gostam de seduzir. A maioria são licenciados e de
próprio desenvolvimento que fica comprometido. um estatuto sócio-cultural elevado, não consomem
drogas, e o álcool e tabaco é em moderação. Têm
JOVENS uma auto-estima elevada e gostam das coisas boas
da vida.
A faixa etária que define os jovens pode variar de • Os “hedonistas e convivialista” (aproximada-
país para país, pelo que tomaremos aqui a mente 25%) começam a trabalhar cedo, têm geral-
definição da ONU, que considera que têm idades mente comportamentos de risco no que diz respeito
compreendidas entre os 15 e os 24 anos. O a consumos e à saúde. Gostam de se divertir e
Instituto de Ciências Sociais da Universidade de dizem estar de bem com vida.
Lisboa em 2000, desenvolveu uma tipologia para • Os “rebeldes e toxicodependentes” (aproximada-
caracterizar a população jovem em Portugal: mente 9%) têm laços familiares débeis, muitos com-
• Os “alinhados e solteiros” (aproximadamente 25%) portamentos de risco e uma baixa auto-estima.
têm boa conduta, são predominantemente de uma
faixa etária mais nova (15-17 anos) e origens Os jovens, de uma maneira geral, procuram os seus
humildes. Vivem com os pais e a família é católica pares para formar grupos de amizade, tendo em
praticante. Utilizam a Internet e jogam computador, conta ideias, valores e hábitos de vida. Esta faixa
mantêm sempre os pais informados sobre onde estão. etária caracterizam-se também pela impetuosidade,
• Os “apáticos e pré-modernos” (aproximada- irreverência, pelo agir, mais do que pelo pensar e
mente 8%) situam-se essencialmente na faixa pelo questionar das regras, sendo cada membro um
etária dos 15 aos 17, têm escolaridade baixa, a caso. Encontra-se geralmente afastada da geração
maioria são filhos de pais que nunca frequentaram dos idosos, pelas características da idade e daquilo
a escola. Iniciam a vida profissional muito cedo que se valoriza (os pares). Não obstante, o respeito
(geralmente antes dos 14) e por isso o tempo livre pelos mais velhos, mesmo que as suas formas de
é escasso, acabando por não valorizar os diverti- ver o mundo sejam contestadas, deve existir e ser
mentos, saindo pouco à noite e não utilizando a estimulado.
Internet, por exemplo.
19
2 . OS INTERVENIENTES
INTERGERACIONAL
NA ANIMAÇÃO
INTERGERACIONAL
NA ANIMAÇÃO
RELAÇÕES ENTRE
AS GERAÇÕES NA FAMÍLIA
Historiador São os avós que contam histórias de outros tempos, que explicam como se vivia, que
da família contam aventuras, num mundo bem diferente do habitual.
Professor Tem sempre algo para ensinar, (fazer um bolo, fazer um apito, fazer colecções).
Mentor Mais do que ensinar promove e assegura que o neto triunfe, apoiando-o sempre.
Estudante Os avós que, influenciados pelos netos, vão à procura de novos conhecimentos
dispondo-se também eles a aprender são valorizados.
Parceiro Os avós companheiros, de quem os netos são cúmplices, que trocam segredos e em
quem confiam.
Génio Os avós perfeitos capazes de, através de um passo de mágica, realizar os desejos dos
mais novos.
Herói Os verdadeiros heróis de carne e osso, que tudo vencem e continuam de pé resistindo
a tudo e a todos.
Modelo Os avós enquanto exemplos de vida a seguir.
Guia Os avós como pessoas experientes e vividas.
espiritual
Kornhaber (1996) (citado por Sousa 2004) 21
2 . OS INTERVENIENTES
INTERGERACIONAL
NA ANIMAÇÃO
SÍNTESE
22
2 . OS INTERVENIENTES
INTERGERACIONAL
NA ANIMAÇÃO
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Tendo em conta os 5 tipos de personalidade que os idosos podem apresentar, encontre para cada um
deles exemplos no seu mundo relacional, que os ilustrem e lhes dêem vida.
2. Faça uma pesquisa pelos seus familiares e amigos sobre o que eles pensam acerca do envelhecimento
e verifique se encaixam nos mitos e estereótipos abordados no capítulo.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
3. Indique, pelo menos, 3 tipos de reacções e comportamentos das crianças e jovens que indicam afas-
tamento entre as gerações.
23
24
INTERGERACIONALIDADE 3
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
3
3. INTERGERACIONALIDADE
INTERGERACIONALIDADE
Usar conhecimentos sobre desenvolvimento humano para planear e implementar programas eficazes na
aproximação de gerações, de forma a que lhes traga benefício mútuo;
Reconhecer as necessidades e empregar uma comunicação eficaz que suporte o desenvolvimento de
relações intergeracionais;
Compreender e demonstrar empenho em colaborar e estabelecer parcerias;
Integrar conhecimentos teóricos e instrumentos de várias áreas relevantes, incluindo psicologia, história,
animação sócio-cultural, literatura e artes para desenvolver programas;
Aplicar técnicas de avaliação dos campos da educação e ciências sociais para analisar o desenvolvimento
do programa;
Ser profissional reflexivo e atento às pessoas, cujo propósito é criar espaços e momentos onde as pessoas
de várias idades, com interesses comuns possam estabelecer relações mutuamente benéficas e satisfatórias.
INTERGERACIONALIDADE
28
3 . INTERGERACIONALIDADE
existem menos instituições comuns a jovens e
idosos.
OUTROS CONTEXTOS
29
3. INTERGERACIONALIDADE
INTERGERACIONALIDADE
CONTEXTO INSTITUCIONAL
Envolvendo jovens de escolas do 1º ciclo e secundárias e idosos institucionalizados.
Jovens de universidades visitam idosos institucionalizados.
Crianças e jovens das paróquias fazem actividades com idosos institucionalizados.
Netos e avós institucionalizados integram iniciativas várias.
Idosos e crianças da mesma instituição integram iniciativas várias.
Idosos de universidades da terceira idade ou outras associações culturais visitam creches ou jardins-de-infância.
Idosos de universidades da terceira idade ou outras associações culturais visitam escolas primárias ou secundárias.
Idosos como tutores escolares dos jovens e crianças.
Organização de programas de apoio a crianças no domicílio.
Idosos da comunidade asseguram a companhia das crianças depois das aulas.
Idosos partilham actividades, ensinando a fazer artesanato, jardinagem, leitura, histórias.
Crianças de escolas primárias ou creches visitam idosos nas instituições de acolhimento, levando peque-
nas actividades preparadas (peças de teatro, fantoches).
Programas de levantamento e gravação da cultura oral (lendas, histórias locais, canções, poesias), com-
pilando e publicando e mostrando os resultados.
Programas de ensino de novas tecnologias (informática, navegação na Internet, envio de mails, conver-
sação em chats).
OUTROS CONTEXTOS
Visitas de jovens da comunidade a idosos em contexto de domicílio.
Actividades para avós e netos não institucionalizados.
Idosos visitam crianças desfavorecidas no domicilio.
Programas de babysitting feito por idosos a crianças no domicílio.
Programas de “Avósitting” feito por jovens, para fazer companhia aos idosos dependentes apoiando os
cuidadores
Jovens adolescentes visitam idosos carenciados, levando refeições, ajudando nas compras, fazendo
pequenas reparações, limpando o jardim, entre outras tarefas deste tipo.
Jovens e crianças preparam eventos (desportivos, concursos musicais, passagens de modelos e outros)
em conjunto com os idosos.
Projectos de jardinagem dos espaços comunitários com jovens, crianças e idosos.
Ciclos de debates sobre temas variados, fazendo cenários de antes e depois.
Programas de culinária, cujas refeições são dadas para as pessoas mais carenciadas.
Programas de apoio das gerações mais velhas às famílias jovens (pais e mães adolescentes).
Intervenção em programas de promoção de saúde.
30
3 . INTERGERACIONALIDADE
BENEFÍCIOS PARA OS IDOSOS
31
3. INTERGERACIONALIDADE
INTERGERACIONALIDADE
Comunidade
O fomento das relações intergeracionais, permite
criar crianças mais equilibradas e com uma ligação
ao passado. Também aumenta a rede de suporte
desenvolvendo sinergias e em algumas situações a
família pode até ser directamente apoiada por
“avós emprestados” que ajudam a cuidar os seus
filhos.
32
3 . INTERGERACIONALIDADE
SÍNTESE
33
3. INTERGERACIONALIDADE
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Pesquise na sua área de residência quais os contextos em que existem programas intergeracionais a
funcionar. Elabore uma lista de locais que beneficiariam com projectos deste tipo.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1.2. O animador não tem que saber de outras áreas para além da dele pois isso não faz dele um profis-
sional melhor.
1.3 Conceber um projecto e coordená-lo não faz parte das competências do animador intergeracional.
3.1. Indique pelo menos 3 vantagens que a Joana podia retirar de fazer parte de um programa inter-
geracional.
4. Indique, do ponto de vista cognitivo, que vantagens as actividades intergeracionais podem trazer.
34
PROGRAMAS INTERGERACIONAIS 4
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
4
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
PROGRAMAS INTERGERACIONAIS
OBJECTIVOS GERAIS
36
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES
É importante que ao avançar para uma intervenção associações recreativas, universidades da terceira
intergeracional os contextos de partida sejam ana- idade, centros de saúde, hospitais, entre outros.
lisados e sejam diagnosticadas, não só as necessi- Será então possível construir a partir daqui um pro-
dades ao nível das gerações, mas também a oferta grama integrado.
disponível por parte dos grupos etários. Para a
fazer a avaliação de necessidades deverão ser Para algumas das necessidades mais vulgarmente
analisados dados de relatórios locais ou regionais, encontradas são apresentadas sugestões de
sobre temas como a terceira idade, infância, juven- actuação nos quadros 4.1, 4.2 e 4.3.
tude, saúde, ocupação de tempos livres e família.
Podem também ser feitas entrevistas com o intuito
de indagar a pertinência de projectos deste tipo a
instituições cuidadoras e a entidades responsáveis
pela educação e por esta população, como escolas,
creches, infantários, atl's, lares, centros de dia,
QUADRO 4.1 - ACTUAÇÃO COM CRIANÇAS OU JOVENS COM POUCO CONTACTO COM
GERAÇÕES MAIS VELHAS (AVÓS), QUE BENEFICIARÃO CULTURAL E EMOCIONALMENTE
Crianças de escolas primárias ou creches visitam os idosos nas instituições de acolhimento, levando
pequenas actividades preparadas (peças de teatro, fantoches);
Jovens adolescentes visitam idosos carenciados, levando refeições, ajudando nas compras, fazendo
pequenas reparações, limpando o jardim, entre outras tarefas deste tipo;
Programas de levantamento e gravação da cultura oral (lendas, histórias locais, canções, poesias), com-
pilando e publicando;
Programas de ensino de novas tecnologias (informática, navegação na Internet, envio de mails, conver-
sação em chats).
Jovens e crianças preparam eventos (concursos musicais, desportivos, passagens de modelos e outros);
Projectos de jardinagem dos espaços comunitários com jovens, crianças e idosos;
Ciclos de debates sobre temas variados, fazendo cenários de antes e depois;
Programas de culinária, cujas refeições são dadas para as pessoas mais carenciadas.
37
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
PROGRAMAS INTERGERACIONAIS
ESCOLHA DE PARCERIAS
Neste processo, alguns critérios devem ser tidos Os objectivos gerais do projecto devem responder
em conta: à questão: o que se pretende com este programa?
• A proximidade física dos locais facilita a organiza- Devem ser abrangentes, mas concisos e indica-
ção e desenvolvimento das actividades; tivos daquilo que se pode esperar com a inter-
• Os valores, objectivos e metas devem comple- venção. A sua definição ajuda na operacionalização
mentares; do programa e permite também verificar a sua
• É possível articular os diferentes olhares sobre a “saúde”. Apresentamos no quadro seguinte (4.4)
intergeracionalidade; exemplos de alguns objectivos gerais de um pro-
• Devem ser clarificados os papéis e responsabili- grama intergeracional com jovens e idosos.
dades que cada entidade vai desempenhar no pro-
jecto;
• A formalização dos compromissos assumidos é
importante para salvaguardar posições.
38
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
PLANEAMENTO DAS ACTIVIDADES
39
Cronograma das Actividades Geracionais
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
Figura 1
Exemplo de Cronograma de Actividades
40
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
ORGANIZAÇÃO - as condições de participação (caso existam, ex.:
idade, disponibilidade; necessidade de experiência)
E GESTÃO DAS ACTIVIDADES - fotografias apelativas alusivas ao teor do programa;
As tarefas que esta etapa compreende são assegu- Os locais escolhidos são os mais frequentados
rar que estão escolhidos, ou identificados os inter- pelos grupos etários que se pretende seleccionar.
venientes pertencentes às diferentes gerações, Se o voluntariado for jovem, escolas, cafés,
seleccionar e formar os profissionais intergera- paróquias, associações recreativas; centros comer-
cionais, bem como tratar da logística das activi- ciais, junto aos cinemas e em locais públicos desti-
dades e pedidos de autorização. nados a esta população, anúncios na Internet, ou
através de mail serão boas hipóteses. Para recrutar
idosos o mais adequado serão as paróquias, cen-
tros de dia ou de convívio, farmácias, supermerca-
RECRUTAMENTO DE PARTICIPANTES dos ou mercearias, pastelarias, padarias frequen-
tadas pelos mais velhos, centro de saúde e jardins
Alguns projectos intergeracionais podem necessitar públicos. As acções de sensibilização junto das
de recrutamento de voluntários de pelo menos um associações, escolas ou outras entidades que reú-
dos grupos geracionais (jovens ou idosos, uma vez nam os grupos geracionais, os jornais e rádios
que as crianças não têm autonomia para aderir regionais e locais são também uma forma de divul-
espontaneamente a estes movimentos). Quando é gar o projecto. Também com intenção de dar a
feito o recrutamento é necessário pensar desde a conhecer os objectivos dos projectos, podem ser
divulgação à forma de selecção. rea-lizados eventos, com a participação de diversos
parceiros, ou de múltiplos intervenientes. Exemplo:
Depois de o programa estar desenhado, pode-se cafés-concerto, “chás” e coktails.
traçar também perfis de características para os par-
ticipantes a integrar naquele plano específico, como Relativamente à selecção, esta depende do tipo de
o exemplo do Quadro 4.5. projecto e dos seus objectivos, traduzidos pela
metodologia, que pode não ser de carácter elimi-
A esta lista podem ser acrescentadas ou retiradas natório mas que deve dar aos animadores intergera-
competências/características de acordo com a cionais e/ou os coordenadores do programa infor-
necessidade do público a que se destina. mações completas de quem vai integrar o grupo. Os
seus interesses, as suas competências e expectati-
Após ter sido definido o perfil de competências, vas, podem ser registadas em questionários, que
deve passar-se à difusão do programa para que se posteriormente serão analisados. Apresenta-se em
possa dar início ao recrutamento. Uma das formas seguida um exemplo do questionário a aplicar que
é através de cartazes, onde conste: pode e deve ser alvo de adaptações, em virtude das
- uma mensagem apelativa que “chame” o público a especificidades de cada caso.
que se destina;
- o nome e o objectivo do programa;
- responsabilidades, tarefas e actividades;
- os locais e dados para inscrição;
41
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
PROGRAMAS INTERGERACIONAIS
FICHA DE INSCRIÇÃO
Nome:________________________________________________________________________________________
Data:________/________/________
Morada:_______________________________________________________________________________________
Código Postal:_________-____________ Localidade:________________-_______________________________
Telefone:__________________________ Telemóvel:___________________ E-mail:_______________________
Data de nascimento:________/________/________
Nível de Escolaridade: Ensino Primário 2º e 3º Ciclo Ens. Secundário Ens. Superior
Curso:_______________________________ Profissão:__________________________________________
Que tipo de limitações ou barreiras podem constituir dificuldades para a participação no projecto?
(físicas, emocionais, técnicas)
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
42
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
A entrevista é uma das formas que permite FORMAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS
conhecer melhor os candidatos, explorar interesses
e temas que tenham ficado por esclarecer no ques- A formação em programas intergeracionais pode
tionário. ser uma mais valia importante, principalmente
quando se trata de projectos de apoio a determina-
Outra estratégia de recrutamento é definida por do grupo etário. É importante que se proporcione
Kaplan (1993) e consiste num contacto progressivo oportunidades para adquirir conhecimentos técni-
com a outra geração, até ao compromisso ser fir- cos e teóricos, e onde se possa reforçar quais as
mado. Começando com uma sessão de infor- tarefas que se esperam que desempenhe. Aspectos
mação, os candidatos podem ser convidados a vi- relacionados com a intergeracionalidade também
sitar o local e os intervenientes do projecto. podem ser abordados, apontando as vantagens da
Mediante a receptividade dos voluntários, pode ser partilha de experiências e alguns cuidados a ter na
agendada nova sessão em que integrem já activi- relação.
dades intergeracionais. Nesta altura existirá uma
reflexão e envolvimento que permite o comprometi- Apresentamos a título de exemplo, no quadro 4.6,
mento mais consciente e com menor risco de se um pequeno programa de formação de pessoas
tornar num caso de abandono. séniores, para iniciarem visitas a instituições infan-
tis, num projecto que junta crianças e idosos.
43
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
PROGRAMAS INTERGERACIONAIS
RECRUTAMENTO E FORMAÇÃO DE
ANIMADORES INTERGERCAIONAIS
44
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
ORGANIZAR E GERIR O A necessidade de apresentar propostas de activi-
FUNCIONAMENTO DOS PROGRAMAS dades que envolvem custos e para os quais são
precisas autorizações especiais, é uma realidade. O
Para além do recrutamento do pessoal, outras tare- animador é responsável por elaborar um documen-
fas de organização e gestão dos programas são to próprio com os elementos relevantes para quem
necessárias como definir os locais e assegurar que vai aprovar:
existe sempre disponibilidade logística para a rea- • Nome da actividade;
lização das actividades. Por vezes é necessário • Data prevista da realização;
confirmar as condições do espaço e zelar para que • Local, número de participantes;
sejam adequadas à participação de idosos, • Explicação sintética da actividade;
crianças e jovens. A análise de alguns detalhes • Material necessário;
como a acessibilidade e a existência de mobiliário • Necessidade de transporte;
confortável para todas as gerações são im- • Despesas que podem surgir (refeições, bebidas);
prescindíveis para que os perigos sejam eliminados • Outros custos;
(Ex.: janelas sem protecção, tapetes, objectos de • Orçamento geral (se necessário, detalhado);
vidro ou outros objectos cortantes). • Autorizações especiais;
• Recursos mobilizados;
A gestão das actividades em termos dos materiais • Impacto esperado para a instituição.
e equipamentos necessários para o seu desenvolvi-
mento é tarefa do animador. Mediante a planifi- Existem procedimentos específicos que o animador
cação, uma boa medida para que nada falhe é fazer deve pôr em prática quando organiza actividades
uma agenda de recursos necessários, com o tempo com crianças, jovens e idosos residentes em insti-
suficiente para que não sejam esquecidos. Por tuições. Por uma questão de salvaguarda dos par-
exemplo, se na semana 6 está prevista uma activi- ticipantes, os pais e familiares, devem ter sempre
dade de olaria, em que avós e netos vão construir conhecimento das actividades em que os seus par-
uma aldeia em barro, é importante que os materiais ticipam. Quando se tratam de saídas, verificar os
sejam comprados com antecedência. Na calen- seguros necessários e a cobertura dos existentes.
darização especial para os recursos a adquirir, na No caso das crianças e jovens pedir sempre a per-
semana 4 consta a indicação para comprar barro, missão aos pais devidamente assinada, no caso
aventais, e alugar bancadas ou construí-las. Pre- dos idosos dar conhecimento aos familiares para
vê-se que duas semanas sejam suficientes, mas o que estes também se possam pronunciar acerca
próprio animador poderá ajustar o tempo que pensa dos acontecimentos. As acessibilidades devem ser
necessário. A elaboração de fichas de recursos e também averiguadas e os hipotéticos riscos (pre-
materiais, como é exemplificada na Figura 2, é tam- sentes nos locais onde ser desenrolam as activi-
bém uma alternativa, principalmente quando é dades) analisados e solucionados.
necessário especificar os custos e orçamentar as
actividades.
45
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
PROGRAMAS INTERGERACIONAIS
DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA
Para o desenvolvimento do programa intergera- que se espera de quem está a trabalhar. No quadro
cional, é necessário que exista um esforço para 4.9 é dado um exemplo de regulamento de um pro-
manter a equipa unida e motivada. A construção de grama intergeracional de voluntariado jovem em lar
um regulamento para os voluntários e outros inter- e centro de dia.
venientes é importante já que estrutura e define o
1) Os Voluntários da ENTIDADE, são todas as pessoas maiores de dezoito anos ou, sendo menores,
autorizadas por escrito pelo seu Encarregado de Educação, que, após terem frequentado o Curso de
Formação Interna para Voluntários e obtido classificação positiva, desenvolvem, anualmente, actividades
de voluntariado junto dos utentes de Lar e de Centro de Dia;
2) Os Voluntários da ENTIDADE têm por princípio a promoção do respeito pela pessoa humana e pela sua
dignidade, para além de todos os princípios enquadradores do voluntariado: solidariedade, participação,
cooperação, complementaridade, gratuitidade, responsabilidade e convergência:
1) Os Voluntários da ENTIDADE têm como principal objectivo proporcionar um acompanhamento
mais pessoal e directo aos utentes durante o dia;
2) Os Voluntários da ENTIDADE terão um cartão de Identificação, que deverão usar sempre e de
forma visível, durante o desenrolar da sua actividade;
3) Os voluntários da ENTIDADE desenvolvem a sua actividade num horário definido de acordo com
a sua disponibilidade e o dia-a-dia da própria Instituição, nunca antes das 10h00 nem depois das
17h00;
4) Os voluntários da ENTIDADE podem desenvolver a sua actividade noutro horário, em datas como
o Natal, o Carnaval, a Páscoa, as Férias, ou outras, pontualmente, em que sejam dinamizadas
iniciativas especiais. Nestes casos, os Encarregados de Educação dos Voluntários menores terão
de, para cada uma, assinar um documento de autorização;
5) As actividades dos voluntários da ENTIDADE, de acordo com o seu horário, o Plano de
Actividades, e as necessidades diárias, podem passar por:
a. Participação nas actividades manuais;
b. Participação nas actividades físicas;
c. Ajuda na administração do almoço e do lanche;
d. Participação em festas, passeios, férias organizadas e outras actividades pontuais,
mesmo fora do horário definido e sempre que exista disponibilidade;
e. Participação na Planificação das actividades;
f. Participação nas Acções de Formação promovidas pela ENTIDADE;
6) Os Voluntários da ENTIDADE exercem a sua actividade na Sala de Convívio, no Refeitório ou no
exterior (no caso de saídas, passeios, etc;Não é permitido aos Voluntários da ENTIDADE o
acesso à cave, à cozinha, ou aos pisos do edifício (quartos e Salas de Estar), salvo autorização
pontual da Direcção ou da Assistente Social, nem às restantes áreas de acesso restrito;
7) Os Voluntários da ENTIDADE são coordenados directamente pela Assistente Social e pela Chefe
de Turno de serviço e, em última instância, pela Direcção;
8) No caso de algum conflito, dúvida ou qualquer tipo de problema com que se deparem os
Voluntários da ENTIDADE, a sua resolução ou esclarecimento passará forçosamente pela
Assistente Social ou, na ausência desta, pela Chefe de Turno de serviço;
9) Os Voluntários que iniciam a sua actividade ao abrigo de algum protocolo específico
enquadram-se também neste regulamento, sem prejuízo da especificidade da sua actuação;
10) Os casos omissos a este Regulamento serão analisados e resolvidos pela Direcção;
46
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
A definição de tarefas tal como aparece no exem-
plo anterior, é uma medida que permite aos volun-
tários saber sempre o que fazer, não correndo o
risco de haver um permanente desajuste entre a
sua prestação e aquilo que os outros esperam de
si, que pode levar à desmotivação, conflitos e difi-
culdade de gestão.
Quando uma das gerações se voluntaria para inte-
grar o programa e participar nas tarefas propostas
existe uma necessidade acrescida de coordenação
de todos os envolvidos. Mesmo não sendo muitos
participantes é importante a realização de reuniões
e acções em conjunto para avaliar o decorrer dos
trabalhos.
O trabalho do animador intergeracional que coorde-
na as actividades, é também o de envolver quem
participa, principalmente quem está a prestar um
serviço voluntário. Nestes casos algumas medidas
apontadas por Kaplan et al. constituem formas de
motivar, mostrar reconhecimento pelo trabalho
prestado e envolver todos os participantes:
• Sessões de entrega de certificados, pins, placas
com o nome dos voluntários, ou outro tipo de
prémio, elaborado pelos grupos geracionais.
Quadros, poemas, versos, pequenas medalhas
entre muitas outras.
• Jornais, newsletters, jornais de parede, elabo-
ração de um site ou de um blog, para que sejam
divulgadas as diferentes actividades, notícias rela-
cionadas com a intergeracionalidade e acções de
formação. Iniciativas como entrevistas a partici-
pantes no projecto, para que exponham as suas
motivações e partilhem as dificuldades. Outros arti-
gos de interesse como anedotas, actividades,
reportagens fotográficas, que podem ser fornecidas
pelos intervenientes.
• Chás ou galas anuais abertos à comunidade que
englobem os vários grupos geracionais e outros
envolvidos (ex.: pais das crianças, acompanhantes)
onde podem ocorrer apresentações preparadas,
música, teatro e exposições de artesanato feito
pelos participantes.
• Intervenções informais, através de pequenos elo-
gios sinceros na hora certa como: “Os idosos ado-
raram as canções que preparam para eles.”.
Mostrar que cada elemento faz falta e que a sua
ausência é notada: “os meninos, perguntaram pela
D. Luísa uma porção de vezes e ficaram preocupa-
dos, quando disse que estava doente.”
• Envio nos aniversários, em caso de doença, ou por
comemoração do aniversário da entrada do partici-
pante para o projecto, um postal de felicitação.
47
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
PROGRAMAS INTERGERACIONAIS
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA
A avaliação do programa é essencial para a credi- Existem formas de medir o impacto que as activi-
bilidade do trabalho desenvolvido e para a melhoria dades intergeracionais produzem ao nível dos par-
contínua baseada do diagnóstico dos problemas e ticipantes. A utilização de escalas de desenvolvi-
procura de soluções, que parte de objectivos mento infantil permite, por exemplo, averiguar se o
definidos (quer gerais, quer específicos de cada contacto intergeracional está a contribuir para o
actividade). É possível recorrer à entrevista a todos desenvolvimento cognitivo, afectivo e social.
os intervenientes no processo, utilizar uma Também nos idosos é possível utilizar escalas de
metodologia de estudo de caso, observações sis- avaliação da depressão antes e depois dos progra-
temáticas, entre outros. Os mais comummente uti- mas, ou outras que traduzam a integração social ou
lizados são os questionários e a entrevista, para os a qualidade de vida. Para os jovens existem ques-
quais são apresentadas sugestões de perguntas no tionários de avaliação de comportamentos de risco,
quadro 4.10. Devem ser dirigidos quer aos partici- que também podem ter interesse. É necessária
pantes quer aos profissionais, podendo também ser muita disponibilidade para efectuar este tipo de
inquiridas as instituições e os parceiros. avaliação mas só com estes resultados se pode
inferir acerca das relações intergeracionais e assim
Outra possibilidade é estabelecer parcerias ao nível desenvolver as suas potencialidades.
de escolas, institutos e universidades, com inte-
resse em fazer investigação na área do projecto.
Uma avaliação estruturada e sistematizada, é um
instrumento precioso que envolve esforço, disponi-
bilidade e imparcialidade.
Para os participantes
O melhor e pior de participar no projecto?
Está satisfeito com a sua participação?
O que gosta mais?
O que retira de melhor do contacto com a outra faixa etária?
Que melhorias sugere?
Outras sugestões.
48
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
SÍNTESE
49
INTERGERACIONAIS
4 . PROGRAMAS
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Elabore um programa intergeracional no papel, prevendo todas as fases e fazendo a sua contextualização.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1. Indique 6 características essenciais para que os projectos intergeracionais sejam bem sucedidos.
2. Para as seguintes necessidades: “Crianças ou jovens com pouco contacto com gerações mais velhas
(avós), que beneficiarão culturalmente e emocionalmente com a aproximação” aponte pelo menos dois
tipos programas intergeracionais adequados que colmatem as falhas.
50
ACTIVIDADES INTERGERACIONAIS 5
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
5
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
ACTIVIDADES INTERGERACIONAIS
• Classificar fichas de actividade de acordo com o A escolha das actividades deve ser feita tendo em
contexto a aplicar e os aspectos a abordar; conta alguns factores, para que as capacidades e
potencialidades dos intervenientes das várias ge-
rações possam ser desenvolvidas. No quadro 5.1.
são apresentadas algumas questões a considerar.
52
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
QUADRO 5.1 - ALGUMAS QUESTÕES QUE ORIENTAM NA ESCOLHA DE ACTIVIDADES
De que forma poderão ser organizadas as actividades relacionadas com trabalhos manuais, aproveitando
o interesse das gerações mais velhas para estimular a criatividade das gerações mais novas?
Que tipo de estratégias se poderá utilizar para envolver idosos, crianças e jovens em actividades físicas?
Será possível aproximar crianças que sofreram a perda de alguém próximo com idosos com capacidade
de criar laços e de conter as angústias?
Como é que podem ser desenvolvidas as actividades de contar histórias de forma a potenciar a curiosi-
dade das crianças e a aptidão dos idosos para as contar de forma a fazer sonhar?
Que tipo de actividades podem ser desenvolvidas para reduzir a solidão dos idosos e melhorar a capaci-
dade de comunicação dos jovens?
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
53
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
ACTIVIDADES INTERGERACIONAIS
CONCEBER
ACTIVIDADES INTERGERACIONAIS
Apesar de existirem já actividades estruturadas, Em seguida será abordada uma sequência de eta-
concebidas e até testadas, a necessidade de adap- pas para a criação de actividades estruturadas. Por
tar ou criar dinâmicas geracionais surge à medida vezes as ideias podem ser excelentes mas a falta
que se vai aprofundando o conhecimento de deter- de operacionalização vota-as ao fracasso devido à
minada população, sendo muitas vezes concebidas desorganização do procedimento ou à falta de
com base nos conhecimentos ou experiências dos planeamento logístico. Assim, seguindo uma
participantes. Por exemplo, se num grupo de jovens sequência de etapas que podem depois ser resu-
que visita um lar de idosos, houver quem frequente midas numa ficha, o animador define os objectivos,
aulas de teatro, é natural que tome a iniciativa de faz a descrição do procedimento, materiais e recur-
preparar uma peça com os colegas e com os sos e indica os intervenientes e avaliação.
idosos. Se num grupo de idosos que frequenta um
infantário ou escola primária, houver pelo menos
um jardineiro, uma boa hipótese é arranjar um can-
OBJECTIVOS
teiro no jardim e fazer uma sementeira de flores.
A definição de objectivos é feita para que as activi-
Dado que os próprios intervenientes são um ma-
dades possam corresponder às necessidades sen-
nancial de recursos, o papel do animador intergera-
tidas e se adaptem ao público a que se destinam. A
cional é justamente captá-los e verificar aquilo que
avaliação posterior do que se realizou, é facilitada
desperta mais interesse, curiosidade e abertura por
pois existe um critério que possibilita verificar se as
parte do outro grupo geracional, estimulando a sua
metas definidas foram ou não atingidas. É essen-
participação na concepção de actividades. Para
cial que sejam definidos de uma forma operacional,
isso, os participantes têm que se sentir envolvidos
para que não sejam demasiados gerais, tal como é
e estar conscientes que o seu contributo e atenção
exemplificado no quadro 5.3.
é extraordinariamente importante. Embora deva
existir um planeamento feito, assim que houver
maior familiaridade, o animador pode propor a su-
gestão dos participantes.
54
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
GUIA DE PROCEDIMENTO,
INTERVENIENTES E RECURSOS
AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE
ACTIVIDADES INTERGERACIONAIS
FICHAS DE ACTIVIDADE
ACTIVIDADES
DE INICIAÇÃO INTERGERACIONAL
Existem actividades indicadas para começar um Fields (1990) (citado por Kaplan et al., 2003) refere
programa intergeracional. A preparação da ligação algumas dinâmicas específicas com crianças de
entre as gerações pode ser feita pelos animadores um infantário para introduzir o conceito de enve-
antes do contacto, ou por outros técnicos que tra- lhecimento e antecipar o contacto com os idosos,
balham com os grupos isoladamente. Alguns tópi- de maneira a fazer com que possam ser retirados
cos podem ser trabalhados com os mais novos e os os proveitos máximos da relação intergeracional.
mais velhos antes do início das actividades, tal
como consta no quadro 5.5.
Jovens Idosos
Qual o interesse de interagir com indivíduos de O que vai acontecer no primeiro encontro? (quan-
gerações mais velhas? tos jovens envolvidos e quem os vai acompanhar)
Onde é que os idosos vivem na comunidade e o Quais as preocupações e medos em relação ao
que fazem? comportamentos dos jovens?
Quem faz parte da sua rede social? Os amigos, Como é que preferem ser tratados? (formalmente:
a família? Sr./a ou em informalmente pelo primeiro nome)
Quais são os aspectos positivos da idade? Que tipo de conduta, gostariam que os jovens
A experiência? Mais tempo livre? adoptassem nas actividades? (proximidade física,
atitudes)
Qual o valor das suas contribuições, domínio e Como pensam transmitir aos jovens que a sua
experiência dos temas em causa? (exemplo curso experiência de vida tem valor, independente-
de informática) mente?
Qual a percepção do estereótipo que ambas as gerações têm uma da outra?
Qual será o formato das actividades/encontros? Onde, quando, quanto tempo, o que se vai fazer e quais
as expectativas?
O que sugerem para actividades intergeracionais interessantes?
56
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
A actividade consiste no seguinte: as crianças fazem uma lista das pessoas (avós e tios) que com elas
vivem, ou que vivem noutros locais. Depois pede-se que recortem duma revista pessoas parecidas ou que
os façam representar e colem em círculos de cartolina que são pendurados com cordéis e atados num
pedaço de cartolina cortado num formato escolhido. Pode ainda optar-se por escrever os nomes dos
familiares que estão representados. Constrói-se assim um móbil que pode ser pendurado na sala de
actividades.
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
A educadora ou o animador intergeracional pede às crianças que tragam fotografias dos seus pais e avós
quando eram pequenos e objectos como sapatos de bebé ou rocas que foram seus. Os próprios
dinamizadores podem trazer fotos suas, para mostrar às crianças. As fotografias podem ser expostas num
quadro, ou colocadas em árvores genealógicas feitas especificamente para o efeito e onde podem ser
coladas. No final, os pais e avós podem ser convidados para ver a exposição.
57
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
Estabelecer o diálogo entre jovens e idosos, de forma a encon- Cadeiras para todos os partici-
trarem pontos em comum; pantes;
Desenvolver a capacidade de ouvir as experiências dos outros e Sala ampla e arranjada de forma a
apreciá-las. poderem fazer dois círculos com
todas as cadeiras.
PROCEDIMENTO
O animador descreve um círculo de cadeiras voltadas para fora e outro idêntico à frente. Frente a frente,
os idosos ficam sentados no interior, enquanto que os jovens se instalam no de fora. É dada uma questão
para que cada par (que está sentado à frente um do outro) discuta durante 4 minutos. Depois os jovens
sentam-se na cadeira à sua direita, formando um novo par. Repetir durante 3 a 4 vezes. Exemplos de
questões: o melhor e o pior de ter a idade que tem? O que faz com que tenha orgulho em pertencer ao
grupo cultural a que pertence? Qual foi a coisa mais importante que um idoso lhe disse? Qual é a sua
memória de infância favorita? Qual é o tipo de música que gosta mais?
OBJECTIVOS RECURSOS
Proporcionar um momento de relaxamento e movimento sin- Cadeira (uma para cada partici-
cronizado com o outro; pante)
Aproximar gerações, centrando-se nas semelhanças e não nas
diferenças.
PROCEDIMENTO
O animador forma pares de idosos/jovens ou crianças, que se sentam frente a frente e com os joelhos a
tocar uns nos outros. Um dos dois é destacado para ser o líder e inicia movimentos lentos e ritmados que
têm que ser seguidos pelo outro membro do grupo, como se estivesse em frente ao espelho. Passado
algum tempo troca-se de líder. Idosos e jovens entram em sintonia, sincronizando os movimentos e expe-
rimentando a sensação de proximidade.
58
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
Proporcionar uma reflexão sobre os estereótipos em relação ao Quadro com marcadores ou folhas
envelhecimento; grandes de papel.
Desenvolver uma consciência crítica acerca das falsas crenças
acerca da idade.
PROCEDIMENTO
A tarefa consiste em colocar no quadro as seguintes frases, para que depois possam ser submetidas a
votação (mão no ar).
Eles geralmente mantêm-se juntos e mantêm a distância de outros grupos geracionais.
Estão sempre a receber e nunca a dar, pensam que o mundo lhes deve muito.
Estão sempre a opinar, pensam que sabem tudo.
Nunca estão satisfeitos, estão-se sempre a queixar de qualquer coisa.
Será que não têm mais nada para fazer? Andam sempre nos parques e nos shoppings.
Estão sempre a esquecer-se de tudo.
Quem me dera ter tanto tempo livre como eles.
Porque é que não se comportam como pessoas da sua idade?
Pede-se então que depois de ler em voz alta, os participantes votem em quem acham que proferiu a frase:
se idosos ou jovens? Pretende-se que o animador explore o facto de as frases corresponderem a
estereótipos que são atribuídos a ambas as faixas etárias. Pode ainda perguntar ao grupo se alguma vez
se sentiu descriminado pela idade e se já ouviu alguma daquelas frases. Para concluir deve encaminhar
no sentido de reflectirem acerca daquilo que pode ser feito em conjunto para diminuir o preconceito em
relação às duas gerações.
59
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
O animador tem duas opções, para desenvolver a actividade: pode arranjar uma “montra” com os dife-
rentes produtos e com os preços tapados, ou imagens de todos eles e fixar num painel. Tornar-se-á mais
apelativa a primeira hipótese, podendo inclusive, distribuir alguns dos produtos, como os rebuçados, os
chocolates, etc. O animador deve preparar a actividade, pesquisando os preços antigos e os actuais. Vai
também promovendo a discussão sobre os preços antigos.
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
60
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
Esta actividade ganha se for feita na rua, num pequeno pátio ou jardim, sendo a altura ideal a primavera.
No entanto pode ser adaptada a um espaço interior, desde que amplo. O animador forma grupos inter-
geracionais de dois e atribui a cada, um vaso e um pincel. A primeira tarefa é decorar os vasos de maneira
a que fiquem bonitos e originais. Podem conter o nome dos “donos” ou um símbolo escolhido por estes.
Depois do vaso personalizado, é dada a terra e as sementes, para que possam semear as flores. No final
regam e organizam um plano de cuidados para a sua planta: quem fica com ela, onde e quando cuidam
dela. Esta é uma actividade óptima para quando crianças e idosos partilham a mesma instituição. O ani-
mador pode ainda estimular o interesse acerca da actividade, perguntando se a semente já germinou e
celebrando quando nasce a primeira flor.
61
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
Esta actividade pode ser realizada por grupos de 6 participantes e ser dividida, em pelo menos quatro
sessões. Na primeira o animador forma os grupos e pede que escolham uma história para servir de enre-
do a um filme. Pode ser a recriação de uma cena de um filme antigo (Ex.: Pátio das Cantigas), de uma
história infantil, de uma lenda ou história popular local. Nessa sessão o guião fica feito (o filme não deve
exceder os 10 minutos), bem como uma lista de material a requisitar. Os participantes devem ficar enca-
rregues de trazer alguns adereços que acharem convenientes. O animador fica com os guiões, prepara um
kit, colocando num saco o material necessário para realizar o filme, incluindo maquilhagem se necessário,
alguns adereços e uma máquina fotográfica descartável, para fazerem uma reportagem sobre o filme.
Na 2ª sessão são feitas as filmagens, na 3ª é feita a montagem do filme e escolhida uma banda sonora
(com ajuda do animador) e na última sessão são visualizados os filmes.
Variante
Outra forma possível de realizar esta actividade é dar um saco com o material necessário (adereços,
câmara de filmar, elementos para o cenário e o guião), para um filme específico. Por exemplo para re-
presentarem uma cena de um filme conhecido.
62
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
Esta actividade consiste em fazer um levantamento das acessibilidades de uma determinada localidade.
São constituídas equipas intergeracionais por zonas (previamente definidas). Cada equipa desloca-se ao
terreno para no local verificar o tipo e acessos e os constrangimentos existentes. Podem ser preparadas
perguntas para fazer aos residentes do local. Ex.:”Esta passadeira é muito utilizada? Por quem? Já houve
algum acidente aqui?”. São registadas as anotações e no mapa é assinalado as figuras correspondentes
na legenda previamente criada. Ex.: prédio é um rectângulo. É importante que, mais do que fazer uma boa
representação gráfica, as equipas se mobilizem e pesquisem as dificuldades que podem ser encontradas.
63
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
Estimular a aprendizagem das novas tecnologias por parte das Computador / Internet
gerações mais velhas;
Aproximar gerações, centrando-se nas trocas e partilha de
saberes.
PROCEDIMENTO
As compras online são cada vez mais utilizadas. A aprendizagem por parte dos idosos deste tipo de com-
pras, pode facilitar-lhes a vida quando, por exemplo, tiverem dificuldade em deslocar-se, ou pontualmente
não tiverem transporte. Os mais novos ensinam os procedimentos explicando o conceito de carrinho de
compras virtual e esclarecendo tudo em relação às formas de pagamento.
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
A actividade pode ser também feita com crianças, precisando nesse caso de maior apoio por parte do ani-
mador intergeracional. A ideia central é recolher as lendas locais, histórias que se ouvem contar, rela-
cionadas com os sítios especiais, ou pessoas da terra. Resulta igualmente com cantilenas, poesias,
quadras tradicionais, usos e costumes, que os mais antigos sabem. O objectivo é realizar documentários
áudio ou vídeo, ou serem compilados num livro, que poderá depois ser editado com o apoio das entidades
locais.
64
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
Enriquecer a participação familiar através da partilha da história Objectos recolhidos pela família,
da família. pedaços de papel, caneta.
PROCEDIMENTO
A organização da exposição fica a cargo de grupos de dois ou três. Por exemplo: o avô e a neta fazem
uma parte da exposição e a avó e o neto fazem a outra parte. Os grupos vão recolhendo
objectos/peças/documentos, ligados à história da família: fotografias, certidão de casamento dos avós;
chucha do primeiro bebé da família, etc. Os objectos são devidamente registado e pequenos pedaços de
papel indicam o seu nome e a sua importância. A exposição pode ser realizada em casa ou noutro local,
dependendo de quem está a promovê-la. Outros membros da família, vizinhos e amigos podem ser con-
vidados.
OBJECTIVOS RECURSOS
Proporcionar maior consciência do tamanho da família, bem Folhas A3 ou papel de cenário (se
como das alterações que têm vindo a ocorrer; houver espaço suficiente), cane-
Aproximar avós e netos e outras gerações. tas, lápis, fita cola (caso se uti-
lizem as A3).
PROCEDIMENTO
A árvore genealógica deve ser construída tendo como base o nome do jovem ou criança que está a fazer
a actividade. A partir dai vai recuando para os pais e avós, indicando também irmãos. Com os nomes
devem ser apontadas as datas de nascimento se tiverem acesso a essa informação. Pode ainda comple-
mentar-se a actividade acrescentando as profissões.
65
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
Todas as avós sabem fazer uma especialidade (bolos, rissóis, croquetes, um prato especial). É importante
que esses conhecimentos vão sendo transmitidos ao longo do tempo. A escolha da receita é feita por
ambos (avós e netos) e sugere-se que a compra dos ingredientes, seja feita também em conjunto. Se
ambos organizarem um livro de receitas de família, este pode ser uma excelente prenda de Natal, feita
em parceria. Estas actividades são propícias num contexto institucional, com jovens e/ou crianças e
idosos, realizando-se pequenos filmes culinários, para oferecer ou vender numa festa.
66
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
SÍNTESE
67
INTERGERACIONAIS
5 . ACTIVIDADES
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Construa um modelo próprio de ficha de actividade, com aspectos que considere importante constar,
com uma apresentação apelativa e devidamente personalizado.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1. Elabore uma planificação semanal, para uma casa de repouso onde são realizadas actividades inter-
geracionais, 2 dias por semana.
2. Será correcto o animador “explorar” os participantes no sentido destes darem ideias e sugestões acer-
ca de novas actividades? Não será uma forma de colocar quem participa a fazer o trabalho do animador?
4.2. Não é correcto fazer perguntas, para não invadir o espaço dos participantes;
4.3. Encorajar a discussão sobre as semelhanças e diferenças das repostas dadas pelos participantes
é adequado;
4.4. Não se deve falar de intergeracionalidade antes das actividades e durante as actividades, pois os
participantes podem desistir ou cansar-se do tema;
4.5. Não é recomendável que os intervenientes nas actividades conheçam os objectivos destas. Quem
os deve dominar é o animador;
4.6. O animador deve fazer um esforço de adaptação ao local e às limitações dos participantes.
68
INTERVENÇÕES EM ÁREAS ESPECÍFICAS 6
ATRAVÉS DE PROGRAMAS INTERGERACIONAIS
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
6
6 . NTERVENÇÕES EM ÁREAS
ATRAVÉS DE PROGRAMAS
INTERGERACIONAIS
ESPECÍFICAS
OBJECTIVOS GERAIS
INTERGERACIONALIDADE E SAÚDE
70
6 . NTERVENÇÕES EM ÁREAS
ATRAVÉS DE PROGRAMAS
INTERGERACIONAIS
ESPECÍFICAS
• Para idosos e crianças (4/5 anos) nas instituições, No quadro 6.1 é apresentado um exemplo de progra-
em que os idosos ensinam hábitos saudáveis e pro- ma intergeracional na área da saúde, que pode ter
motores de saúde (Ex.: lavar bem as mãos antes e como intervenientes jovens dos 14 aos 18 anos e
depois de comer; escovar os dentes depois das idosos. Pode ser aplicado em contexto institucional,
refeições, comer verduras, sopa e fruta, etc.); em escolas ou em outros locais da comunidade.
• Genéricos com grupos intergeracionais de dis-
cussão sobre o que se pode fazer para prevenir as
doenças que vão aparecendo com a idade;
Materiais
Diversos, estão indicados para cada sessão.
Objectivos
Desenvolver competências nos idosos na área das novas tecnologias;
Melhorar a coesão social, aumentar a auto-percepção de saúde dos idosos,
Reduzir os estereótipos em relação às gerações;
Aproximar as gerações valorizando os recursos de cada um.
Sessões Conteúdos Metodologia
Sessão 1 Discussão sobre o conceito de saúde e Analisar excertos de textos sobre a saúde
bem-estar: nos jovens e nos idosos;
- Conceito de saúde e doenças (para os Estimular a discussão e opinião de cada
velhos e para os novos); um;
- Principais doenças que afectam os novos Resumir as ideias dos velhos e dos novos
e os velhos; e evidenciar as semelhanças.
Sessão 3 Características das doenças mais fre- Distribuir brochuras com as principais ca-
quentes nos idosos e nos velhos (aproveitar racterísticas das doenças;
os resultados da sessão anterior). Trabalhar em grupo sobre cada uma delas.
Explorar um pouco o tema: causas; sin-
tomas; consequências; Expor em cartolinas
ou de outra forma criativa.
71
6 . NTERVENÇÕES EM ÁREAS
ATRAVÉS DE PROGRAMAS
INTERGERACIONAIS
ESPECÍFICAS
Sessão 4 Promoção de hábitos de vida saudáveis Utilizar um poster com a roda dos alimentos;
Alimentação; Fazer um brainstorming acerca das dife-
Roda dos alimentos; renças entre as gerações e o que cada
Diferenças entre as necessidades ali- uma precisa. Pedir que os grupos inter-
mentares dos jovens e idosos; geracionais procurem frases ou ditados
Doenças decorrentes da má alimentação. populares que ilustrem os estereótipos.
Analisar slides sobre as doenças provo-
cadas pela má alimentação.
ATRAVÉS DE PROGRAMAS
INTERGERACIONAIS
ESPECÍFICAS
AS NOVAS TECNOLOGIAS
COMO PONTE INTERGERACIONAL
73
6 . NTERVENÇÕES EM ÁREAS
ATRAVÉS DE PROGRAMAS
INTERGERACIONAIS
ESPECÍFICAS
Materiais
Computadores (pelo menos um, por cada dois formandos), impressora, papel branco
Objectivos
Desenvolver competências nos idosos na área das novas tecnologias;
Aproximar as gerações valorizando os recursos de cada um.
Sessões Conteúdos Avaliação
74
6 . NTERVENÇÕES EM ÁREAS
ATRAVÉS DE PROGRAMAS
INTERGERACIONAIS
ESPECÍFICAS
“FESTIVAL DOS FUTUROS”
Objectivos
Dar a oportunidade de os participantes compreen-
derem o processo que leva às tomadas de decisão
ao nível local;
Aumentar o entendimento dos participantes acerca
da sua comunidade e necessidades dos seus resi-
dentes;
Estimular o envolvimento, participação e respon-
sabilidade cívica;
Fornecer aos líderes e decisores, elementos sobre
as expectativas da comunidade;
Proporcionar oportunidade para o contacto inter-
geracional.
Competências a desenvolver
Pensamento crítico acerca da partilha do mesmo
espaço;
Capacidade para trabalhar em grupo;
Comunicação e planificação;
Reconhecer e analisar perspectivas alternativas;
Habilidade para falar em público. As apresentações e exibições que se pretende que
preparem devem ter como base os seguintes
Etapa 1 aspectos:
Organizar a equipa de coordenação do evento • Estimular uma atmosfera de descoberta onde
Reunir uma equipa para colaborar na organização. quem intervém contacta com várias formas de pen-
Os respectivos elementos terão tarefas atribuídas, sar a comunidade;
nomeadamente a de gerir e angariar recursos
humanos para participar. Escolas, organismos da • Criar oportunidades para a participação dando a
administração local, organizações cívicas, organi- sua opinião e expondo os seus pontos de vista
zações da juventude, de idosos; universidades, gru- acerca dos planos oficiais para o desenvolvimento
pos de voluntários, entre outros. local;
• Estimular o diálogo intergeracional deve ser uma
Etapa 2 das prioridades das apresentações, de forma a dar
Determinar o local e data um papel activo a crianças, jovens e idosos.
O local deve ter boa acessibilidade, ser espaçoso e
com boas condições. A data escolhida deve privile- • Confirmar actividades, apresentações e exibições
giar a presença de familiares e outros visitantes. possíveis, que podem ser escolhidas para um
Este evento deverá ser realizado durante um dia. evento deste tipo.
Etapa 3
Divulgar o evento e recrutar participantes
Elaborar uma brochura que possa ser distribuída
pelos locais previamente definidos, onde se espera
encontrar participantes. Para além da brochura
podem ser utilizados os meios de comunicação
local (jornal, rádio).
Etapa 4
Assistir os participantes durante a preparação
do evento
Entusiasmar os potenciais participantes no Festival
a preparar apresentações e exibições, dando apoio
logístico e encorajando a não desistir.
75
6 . NTERVENÇÕES EM ÁREAS
ATRAVÉS DE PROGRAMAS
INTERGERACIONAIS
ESPECÍFICAS
FICHAS DE ACTIVIDADES
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
O animador forma grupos intergeracionais de 4 a 6 pessoas e são convidados a pensar no tema da activi-
dade: A comunidade do futuro. O animador estimula o exercício criativo de cada um expor a sua opinião
sobre aquilo que espera, que gostaria e que precisa que mude. Podem ser sugeridos tópicos: espaços
recreativos, escolas, serviços. Os participantes devem elaborar um plano detalhado, e só depois começar
a pintar. O animador deve ainda assegurar que todos participam de igual forma.
OBJECTIVOS RECURSOS
PROCEDIMENTO
O animador pode inquirir no momento os idosos presentes acerca dos jogos tradicionais do seu tempo,
ou pode ter feito esse levantamento previamente. Certamente serão focados a malha, partir as cantari-
nhas, corridas de sacos, pião, saltar à corda, subir ao cimo do pau, entre outros.
76
6 . NTERVENÇÕES EM ÁREAS
ATRAVÉS DE PROGRAMAS
INTERGERACIONAIS
ESPECÍFICAS
FICHA DE ACTIVIDADE 19 - MUDAR O MAPA DA NOSSA TERRA
CRIANÇAS, JOVENS E IDOSOS
OBJECTIVOS RECURSOS
Projectar no futuro a comunidade e a forma como ele se pode Mapas da cidade, aldeia, ou vila,
alterar; com alguns pontos de referência.
Tomar consciência do poder de intervenção, antecipando trans- Marcadores de várias cores;
formações planeadas pelos próprios; Quadro para expor os mapas.
Proporcionar ao idosos o sentimento de continuidade.
PROCEDIMENTO
Os participantes são convidados a projectar a sua vida no futuro, podendo fazer as alterações que pen-
sam que seriam mais adequadas. Criando novos espaços, identificando os actuais e mostrando as
mudanças que sugerem. No final os mapas são expostos.
A avaliação pode ser feita através de algumas Devem ainda ser registados juntamente com os
questões breves aos participantes: dados das entrevistas, quais foram os participantes,
quem foram os parceiros, quais as actividades
- o que aprenderam com as experiências de hoje? desenvolvidas. Quanto à divulgação de resultados,
- o que aprenderam sobre a comunidade? esta deve ser feita, ventilando para a comunidade
- como é que se sentiram com o papel desempe- através da imprensa e de outros meios, para que as
nhado? expectativas dos participantes se tornem públicas.
77
6 . NTERVENÇÕES EM ÁREAS
ATRAVÉS DE PROGRAMAS
INTERGERACIONAIS
ESPECÍFICAS
SÍNTESE
78
6 . NTERVENÇÕES EM ÁREAS
ATRAVÉS DE PROGRAMAS
INTERGERACIONAIS
ESPECÍFICAS
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Apresente um programa intergeracional que compreenda as três áreas apresentadas ao longo do capí-
tulo: saúde, novas tecnologias e programação de eventos de âmbito comunitário. Seja criativo.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1. Indique 3 tipos de programas que podem ser traçados para promover hábitos de vida saudáveis.
79
80
SOLUÇÕES
SOLUÇÕES DAS ACTIVIDADES
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
s
SOLIUÇÕES
3. Devem ser mencionadas: 2.1. O médico reduziu a queixa à idade, sem querer ana-
• Solidão; lisar mais profundamente o que de anormal se pudesse
• Isolamento; estar a passar. Este médico descriminou o Sr. Miguel
• Precariedade de condições económicas e habitacionais; pela idade (“agisme”).
• Ausência de redes de suporte;
• Dependência física (Pimentel, 2005). 3.1. Vantagens para jovens:
• Aumento do interesse pela aprendizagem, saber e co-
4. A falta de formação do pessoal técnico que lida directa- nhecimento, através do convívio informal com os idosos;
mente com estas situações é um dos principais proble- • Aumento da motivação para aprender de uma forma
mas, pois tendem a tratar os idosos de forma paternalista, informal e lúdica;
infantilizando-os. Também o respeito pela sua dignidade • Melhor aceitação do próprio envelhecimento num futuro
fica comprometido quando, por força do desgaste rela- distante;
cional e da repetição de tarefas, a privacidade, liberdade • Aumento do conhecimento e capacidade para ajudar os
de escolha, autonomia e dependência são esquecidas. mais velhos;
• Criação e incremento de respeito, responsabilidade e
estima pelos mais velhos;
CAPÍTULO 2 • Incentivo à criação de modelos de vida pelo contacto
OS INTERVENIENTES directo com os mais velhos;
NA ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
4. Devem ser mencionadas:
1. Entende-se por “Animação intergeracional” o desen- • Permitir e encorajar que o idoso mantenha o contacto
volvimento de actividades que aumentam a interacção, com outras gerações e desta forma se sinta inserido na
cooperação ou intercâmbio entre pelo menos duas ge- sociedade;
rações e estimulem a partilha de competências, conheci- • Favorecer a solução de problemas, através de activi-
mentos e experiências. dades apropriadas;
• Encorajar as actividades criativas;
2. As principais diferenças residem nos seguintes aspectos: • Estimular a memória com actividades variadas, concre-
Enquanto que os “velhos jovens” se prepararam e ajus- tas e interactivas;
tam à retirada da vida activa e às subsequentes • Estimular a autonomia e sentido de responsabilidade
mudanças de papel (particularmente nos homens), os sobre a sua própria vida, conferindo uma missão social.
“velhos velhos” aprendem a combinar as necessidades de
autonomia com as dependências.
Enquanto que os “velhos jovens” prevêem e ajustam-se e
a um rendimento ou a uma baixa de rendimentos, os “ve-
lhos velhos” têm que se habituar a viver sozinhos conser-
vando a autonomia.
82
SOLIUÇÕES
CAPÍTULO 4 2. Alguns exemplos:
PROGRAMAS INTERGERACIONAIS Idosos como tutores escolares dos jovens e crianças;
Organização de programas de apoio a crianças, no
1. Devem ser referidas: domicílio;
• Fazer face a necessidades diagnosticadas em cada um Idosos asseguram na comunidade programas para asse-
dos grupos geracionais; gurar a companhia das crianças depois das aulas;
• Demonstrar benefícios mútuos para os participantes Idosos partilham actividades, ensinando a fazer artesana-
das várias idades; to, jardinagem, leitura e histórias;
• Estabelecer novos papéis sociais e/ou novas perspecti- Programas de apoio às gerações mais velhas, às famílias
vas para os participantes jovens e idosos; jovens de pais e mães adolescentes;
• Envolver múltiplas gerações tendo que incluir pelo Intervenção em programas de promoção de saúde.
menos duas gerações não-adjacentes ou de parentesco;
• Promover a consciencialização crescente e compreen- 3. Desenvolver competências nos idosos na área das novas
são entre gerações mais novas e mais velhas e os tecnologias;
aumentam a auto-estima para ambas; Aproximar as gerações valorizando os recursos de cada um;
• Abordar temáticas sociais e políticas relevantes para as
gerações envolvidas; 4. É uma agenda que pode ser utilizada para programar
• Incluir elementos que estão envolvidos no planeamento com antecedência os recursos necessários, para que
de programas; nada falhe no desenvolvimento das acções.
• Desenvolver relações intergeracionais.
CAPÍTULO 5
ACTIVIDADES INTERGERACIONAIS
Terça
Quarta
Sexta
Sábado
Domingo
83
SOLIUÇÕES
SOLUÇÕES DA ACTIVIDADES
4.
4.1. V; 4.2. F; 4.3. V; 4.4. F; 4.5. F; 4.6. V
CAPÍTULO 6
INTERVENÇÕES EM ÁREAS ESPECÍFICAS
ATRAVÉS DE PROGRAMAS INTERGERACIONAIS
1. São exemplos:
• Programas intergeracionais para abordar uma doença
específica: formas de prevenção e competências para
lidar com a doença. Por exemplo: diabetes, osteoporose,
sida entre outras;
• Programas para idosos e crianças (4/5 anos) nas insti-
tuições, em que os idosos ensinam hábitos saudáveis e
promotores de saúde (Ex.: lavar bem as mãos antes e
depois de comer; escovar os dentes depois das refeições,
comer verduras, sopa e fruta, etc.);
• Programas genéricos com grupos intergeracionais de
discussão sobre o que se pode fazer para prevenir as
doenças que vão aparecendo com a idade;
3.
Etapa 1 - Organizar a equipa de coordenação do evento
Etapa 2 - Determinar o local e data
Etapa 3 - Divulgar o evento e recrutar participantes
Etapa 4 - Assistir os participantes durante a preparação
do evento
84
BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
b
BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Baltes, P., & Freud, A. (1998). Selection, optimization Silva, M. (1996). Um psicólogo num centro de dia para
and compensation as strategies o life management: a terceira idade: relato de uma experiência. Geriatria,
correlations with subjective indicators of successful 9 (89), 20.
aging. Psychology and Aging, 13 (4), 531-543.
Scholl, J., Kaplan, M., Hanhardt (2002). Generation
Fernandes, A. (1997). Velhice e sociedade: demografia, celebration (Rev.). University Pak, PA: Penn State
famílias e políticas sociais em Portugal. Oeiras: Celta. Cooperative Extension.
86
APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
TEXTOS DE APROFUNDAMENTO TEMÁTICO
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
t
APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
TEMÁTICO
Grupo Etário De nenhum tipo Incapacidade Incapacidade Incapacidade Incapacidade
(anos) para a locomoção funcional que restrinja a actividade para a comunicação
H | M H | M H | M H | M H | M
10-14 81,15 | 73,21 94,58 | 90,40 87,00 | 78,66 92,75 | 88,05 90,45 | 89,94
40-44 68,68 | 57,20 90,60 | 83,97 77,11 | 64,67 87,35 | 80,20 84,50 | 84,39
65-69 44,85 | 34,93 79,60 | 70,54 56,75 | 73,21 75,35 | 67,10 70,33 | 71,56
85+ 13,44 | 09,65 44,96 | 37,28 27,91 | 18,64 47,29 | 37,72 38,50 | 39,25
Quadro I
Percentagem da esperança de vida passada sem incapacidade, segundo o sexo em grupos etários seleccionados, em Portugal Continental (1995/96)
Dados do INE, de 2000
89
APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
O conceito de envelhecimento activo, criado pela Mais de 68% das pessoas com 65 e mais anos con-
Organização Mundial de Saúde em 1997, tem por versam com vizinhos diariamente. No que se refere
princípio básico permitir que os idosos permaneçam às reuniões com amigos ou familiares, dado que
integrados e motivados na vida laboral e social. No fisicamente o afastamento é maior, as proporções
entanto, em Portugal, a participação das pessoas descem para cerca de 36% na frequência diária e
idosas como membros de organizações culturais ou rondam os 33% na classe de uma ou duas vezes
sociais, tais como, clubes desportivos, recreativos, por semana.
associações de bairro ou partidos políticos, regista
No que respeita a actividades de lazer, a quase
valores pouco significativos, embora mais elevados
totalidade das pessoas mais velhas vê televisão
nos homens: 18,7% contra 5,2% de mulheres.
(cerca de 98% de homens e 94% de mulheres), e
Dados do INE indicam que a maioria dos idosos não
fá-lo diariamente (cerca de 89% para ambos os
exerce qualquer actividade sociocultural. Cerca de
sexos).
27% dos homens e 19% das mulheres frequentam
festas populares “algumas vezes” e 12% e 8%, Dos cerca de 2,3% dos homens e 6,4% das mu-
respectivamente, visitam museus ou exposições. lheres que não vêem televisão, uma pequena parte
é porque não gosta, invocando os restantes razões
Segundo o Inquérito à Ocupação do Tempo, realiza-
diversas. Os jornais são lidos sobretudo por home-
do pelo INE em 1999, 10,2% dos homens e 16,6%
ns (quase 50%) contra 23% de mulheres. 19,3%
das mulheres dão apoio a outras famílias. Quadro IV.
dos homens idosos e 8,7% das mulheres, praticam
actividades como passear a pé andar de bicicleta ou
praticar outras actividades leves, pelo menos 4
horas por semana.
HOMENS MULHERES
3,6 2,1 0,5 93,8 praticou desporto 3,6 2,1 0,5 93,8
jogou ás cartas,
7,4 17,0 1,5 74,1 xadrez, damas, 7,4 17,0 1,5 74,1
etc.
cantou num coro,
1,2 1,2 0,0 97,6 tocou 1,2 1,2 0,0 97,6
numa banda
frequentou
5,4 9,8 0,4 84,5 associações 5,4 9,8 0,4 84,5
recreativas
frequentou
2,0 27,1 2,5 68,4 festas populares 2,0 27,1 2,5 68,4
ou bailes
frequentou
1,3 11,9 1,4 85,3 museus ou 1,3 11,9 1,4 85,3
exposições
Quadro IV
Actividades sócio culturais praticadas
90
APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
Excerto do documento que consta no site:
http://www.projectotio.net
ACTIVIDADES INTERGERACIONAIS
Citações:
“ ... o que eu gostei mais foi de ensinar aos idosos,
de falar com eles e fazer os exercícios … porque as
pessoas ficam a saber aquilo que eu também sei,
eles ensinam-me coisas e ficamos com músculos
...”
Sara (6 anos)
91
APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
"... o que eu mais gostei foi dos meninos e das coi- Citações:
sinhas que fizemos porque passamos mais o tempo, “ ... é um alívio para mim saber que a minha mãe
não estamos aqui tristes, vamo-nos distraindo..." está bem, que passou bem a noite e que está tran-
Glória Oliveira (87 anos) quila ...”
Fernanda (filha de uma utente)
92
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
d
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
94
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
95
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
96
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
97
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
98
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
99
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
100
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
101
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
102
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
103
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
104
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
105
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
106
INFORMAÇÃO ÚTIL
OUTRA INFORMAÇÃO ÚTIL
ANIMAÇÃO INTERGERACIONAL
MANUAL DO FORMANDO
i
ÍNDICE DE QUADROS
E FIGURAS
Quadro 3.3 - Exemplos de tipos de programas que podem ser realizados nos diferentes contextos PÁG. 30
Quadro 4.1 - Crianças ou jovens com pouco contacto com gerações mais velhas (avós), que beneficiarão PÁG. 37
culturalmente e emocionalmente com a aproximação
Quadro 4.2 - Idosos isolados ou institucionalizados com necessidade de afecto e integração social PÁG. 37
Quadro 4.3 - Necessidade ao nível da comunidade para conservar a sua cultura, hábitos e costumes PÁG. 37
Quadro 4.5 - Exemplo de perfil de voluntários jovens para integrar um programa de acompanhamento de
idosos isolados PÁG. 41
Quadro 4.6 - Exemplo de programa de formação para projecto intergeracional com crianças e idosos PÁG. 43
Quadro 4.7 - Programa de formação para projecto intergeracional com o apoio de jovens a idosos PÁG. 43
Quadro 5.5 - Tópicos de discussão para preparação das actividades intergeracionais PÁG. 56
108
ÍNDICE DE QUADROS
E FIGURAS
Ficha de actividade 4 - Dançar ao espelho PÁG. 58
109
ACONSELHADA
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA
Barreto, J. (2005). Os sinais da doença e a sua evolução. Kaplan, M. & Brintnall-Peterson, M. (2001/2002). “In
In Castro-Caldas, A., & Mendonça, A. A Doença de search of an intergenerational agenda for Cooperative
Alzheimer e outras demências em Portugal (p. 27 - 40). Extension.” Journal of Higher Education Outreach and
Lisboa: LIDEL- Edições Técnicas, lda. engagement. Fall/Winter, Vol. 7, #1/2, pp. 127-144.
Couper, D. & Pratt, F. (1999). Learning for longer life: A Kuehne, V. S. (1999). Intergenerational programs:
guide for developers of K-12 curriculum and instruction Understanding what we have created. Binghamton, N.Y.:
materials. Denton, Texas: National Association for the The Haworth Press.
Teaching and Learning about Aging.
Larkin, E. & Rosebrook, V (?). Guidelines & Standards
Fernandes, A. (1997). Velhice e sociedade: demografia, for intergenerational practice.
famílias e políticas sociais em Portugal. Oeiras: Celta.
MacBain, D. E. (1996). Intergenerational education
Figueiredo, D. (2004). Cuidados familiares: cuidar e ser programs. Bloomington, Ind.: Phi Delta Kappa
cuidado na família. In Sousa, L., Figueiredo, D. & Educational Foundation.
Cerqueira, M. Envelhecer em família - Os cuidados
familiares na velhice (p. 51 - 73). Porto: AMBAR - Ideias Newman, S., Ward, C. Smith, T., Wilson, J. (1997).
no Papel, S.A. Intergenerational programs: Past, present and future.
Bristol, Pa.: Taylor & Francis.
Friedman, B. (1999). Connecting generations:
Integrating aging education with intergenerational Paúl, M. (1997). Lá para o fim da vida - Idosos, família e
programs with elementary and middle grades curricula. meio ambiente. Coimbra: Livraria Almedina.
Boston: Allyn and Bacon.
Pimentel, L. (2005). O lugar do idoso na família: contextos
Generations United (2002). Young and old serving e trajectórias (2ª ed.). Coimbra: Quarteto.
together: Meeting community needs through
intergenerational partnerships. 2nd ed. Washington, Ruipérez, I., & Llorente, P. (1998). Geriatria (M. T. R.
D.C.: Author. Teixeira, trad.). Rio de Janeiro: McGraw-Hill
Intramericana do Brasil, Ltda. (Obra original publicada
Generations United (1995). “Tips for high quality em 1996)
intergenerational programs: Spotlight on
intergenerational icebreakers.” Together (Generations Schweitzer, P. (1993). Age exchanges:Reminiscence
United's newsletter). Fall, Vol. 1, #1. projects for groups of children and older people. Great
Britain: Age Exchange.
Haggard, P. M. (2000). Oral history:Let their voices be
heard. Part of the“Linking Learning with Life” Touchon, J., & Portet, F. (2002). Guia Prático da Doença
series.Clemson, S.C.: National Dropout Prevention de Alzheimer. Lisboa: Climepsi Editores.
Center/Network.
110
OUTROS AUXILIARES
COMPLEMENTARES
DIDÁCTICOS
OUTROS AUXILIARES
DIDÁCTICOS COMPLEMENTARES
Videograma
Animação intergeracional
Manual do formador
Animação intergeracional
111
CONTACTOS ÚTEIS
CONTACTOS ÚTEIS
CENTRO
112
CONTACTOS ÚTEIS
Clube Académico das Gândaras, Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos
Recreativo, Cultural e Social Av. do Loureiro, 394
Fontaínhas- Gândaras 2775-599 Carcavelos
3200 - 086 Lousã Telef.: 214578952
Telef.: 239 991 417 Fax: 214576768
Fax: 239 991 417 E-mail: ccpc@netcabo.pt
E-mail: ca.gandaras.rcs@sapo.pt www.centrocomunitario
Actividades para toda a família, ocasionamente.
Decorrem nas Instalações do Clube. Centro Social Paroquial São Pedro
e São João do Estoril
Beira Serra - Associação de Desenvolvimento Local Praceta Padre João Cabeçadas - São João do Estoril
Urb. Quinta da Alâmpada, lote 24, loja esq. 2765-486 Estoril
Telef.: 275 322 079 Telef.: 214661819/ 214685193
Fax: 275 314 156 Fax: 214685165
E-mail: beira.serra@mail.telepac.pt E-mail: cspspsje@vizzavi.pt
www.beiraserra.pt
USALMA - Universidade Sénior de Almada
Santa Casa da Misericórdia da Lousã Rua Conde Ferreira
Av. Coelho Gama, 8 E-mail: apcalmada@sapo.pt
3200-200 Lousã
Telef.: 239991294
Fax: 2239994198
E-mail: geral@scmlousa.pt MADEIRA
113
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
114
115
ENTIDADE PROMOTORA
ENTIDADE PARCEIRA