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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA DAS ORGANIZACOES


Disciplina: Comportamento Organizacional

Tema: Atitude, Crenças, Valores, Percepção e Comportamento


Actividade 1

Docente: Rui João


Discente: Carlitos F. Mugodoma

1. Introdução

O indivíduo é definido como um ser biopsicossocial, pelo facto deste ser dotado de
crenças, valores e atitudes. A manifestação do comportamento humano pode ser
desencadeado pela forma como este percebe o mundo.

2. Atitudes

Atitude - Do latim aptitudinem ,através do italiano attitudine que significa uma maneira
organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a grupos, questões, outros
seres humanos, ou, mais especificamente, a acontecimentos ocorridos em nosso meio
circundante, assim defende Kardec (1978) citado por Gregório (s/d).

Rodrigues, Assmar e Jablonski (2000) definem Atitudes como tendência ou


predisposição adquirida e relativamente estável para agir, pensar ou sentir de uma
determinada forma (positiva ou negativa) face a um objecto, pessoa, situação, grupo
social, instituição, conceito ou valor).

Neste trabalho, obtou-se pelo conceito de Rodrigues, Assmar e Jablonski (2000) pelo
facto do conceito mostrar maior clareza pois as atitude são um conjunto de tendências
de fórum afectivo (que consiste em nossas reacções emocionais ao objecto que gera a
atitude), cognitivo (constituído de nossos pensamentos e opiniões sobre o objecto) e
comportamental (que consiste nas nossas acções ou comportamentos observáveis em
relação ao objecto) que são manifestado mediante uma dada situação ou um mero
objecto bom ou ruim.
Segundo o modelo Modelo tridimensional da atitude de Rosenberg e Hovland (1960)
(adaptado de Cerclé & Somat, 1999,) descrita pelo Rodrigues, Assmar e Jablonski
(2000) as atitudes podem ser descritas em 3 componentes:

 Afectiva – atitude que consistem nos sentimentos favoráveis ou desfavoráveis


em relação a determinado objecto.
 Cognitiva - diz respeito às crenças, conhecimentos, informações e opiniões que
temos previamente em relação ao objecto atitudinal, logo resulta das nossas
vivências e experiências
 Comportamental - de acordo com Fishbein e Ajzen (1980), refere-se aos
aspectos activos que preestabelecem a estruturação dos comportamentos,
preparando o indivíduo para a acção em função das suas cognições e os seus
afectos.

Segundo Aronson, Wilson e Akert (2002) citando Tesser ( 1993) algumas atitudes tem
origem no nosso genes mas entendesses que não existem genes específicos
responsáveis pelas atitudes. Tesser ( 1993) citado em Aronson , Wilson e Akert (2002)
sugere que as atitudes relacionam-se com aspectos tais como o nosso temperamento e
com a nossa personalidade que estão ligado ao nosso gene. Embora as atitudes tenham
componentes afectiva, cognitiva e comportamental nem todas elas são formadas da
mesma maneira.

2.1. Funções das Atitudes

Autores como Rodrigues, Assmar e Jablonski (2000) enunciam a existência de quatro


funções das atitudes:

 Função de Conhecimento – as atitudes permitem-nos conhecer o mundo que nos


rodeia dando-nos informações sobre eventos, objectos, pessoas com base nessas
informações poderemos inferir factos ou interpretar e explicar novas situações.
 Função de Ajuste - as atitudes são reguladoras dos nossos comportamentos uma
vez que nos levam a agir de forma socialmente aceitável, pelo menos
publicamente.
 Função Social - as atitudes são expressão dos nossos valores traduzindo a nossa
identidade. Facilmente conhecemos os valores de uma determinada pessoa em
função da sua religião ou partido político.
3. Crenças

Dewey (1933) definiu crenças como um modo de pensar que faz parte de nossas
experiências, porém, esses modos não são ideais pois não são baseados em evidências,
mas em opiniões, costumes e tradições. As crenças, logo, são paradoxais, instáveis e
dinâmicas. Para Foss e Reizel (1988) mencionaram, as crenças têm como origem as
culturas e famílias, além de derivarem de experiências de vida.

3.1. Crenças nas Organizações

As crenças funcionam para cada pessoa como regras de vida. São elas que determinam a
todo instante as nossas todas de decisões nas organizações. Elas existe porque são
formadas na Educação Formas principalmente na Educação Informal no indivíduo.
Importante referenciar que existem as crenças limitantes ( aquelas que não permitem o
indivíduo avançar ou tomar uma decisão importante, nem mesmo produzir um
resultado diferente numa organização . Por outro lado temos aquelas crenças que
permitem o indivíduo alcançar a missão da organização e mesmo que os resultados não
sejam satisfatórios o indivíduo percebe o que pode ser mudado e continua avançando.

3.2. Formação das Crenças

Para Dewey (1933) as crenças se de dividem em diversas maneiras:

 Tendemos a interiorizar as crenças das pessoas ao nosso redor durante a


infância comum é a colecção de preconceitos adquiridos por dezoito anos.
 A maioria das pessoas acreditam na religião que foram ensinados na infância.
 As pessoas podem adoptar as crenças de um líder carismático, mesmo que essas
crenças desapareçam em face de todas as crenças anteriores e produzam acções
que não são claramente de próprio interesse.
 Trauma físico, especialmente na cabeça, pode alterar radicalmente as crenças de
uma pessoa.
4. Valores

Segundo Ediouto (1991) são graus de importância atribuído subjectivamente, a pessoas,


conceitos ou factos. Os valores organizam-se em uma estrutura pessoal e única para
cada indivíduo. Mesmo em grupos ou indivíduos comungam valores semelhantes.
Esses graus variam de importância e de intensidade para cada indivíduo.
4.1. Valores nas organizações

A compreensão e aceitação de valores comuns pelos colaboradores de uma organização,


reduzem os conflitos e diminuem os obstáculos da interacção e facilitam o trabalho em
equipe e o sucesso da organizações. Em aqueles que exercerem função de liderança nas
organizações precisam saber comunicar os valores da organização e servir de exemplo
para seus liderados, por meio de acções coerentes com os valores que procura
transmitir. Dentre os diversos valores importantes para o sucesso profissional segundo
Blanchard (s/d) destaca-se: a Honra, Honestidade, Verdade, Justiça, Lealdade.

4.2. Conflitos de valores nas Organizações

As mudanças individuas podem interferir nos valores do grupo e vice-versa. Nessa


interacção, se os valores do indivíduo e os da instituição em que este trabalha se opõem
pode surgir conflitos. Estes conflitos apareceram quando for necessário escolher entre
valores de igual importância ou quando a importância relativa dos maiores não esta bem
determinada, portanto essas discrepâncias causam tensões diversas e se a estruturtura
valores profissionais não estiver bem definido , esses conflitos podem produzir atritos e
frustrações Blanchard (s/d),.

5. Percepção

Segundo Davidoff (2001) Percepção é um processo cognitivo, uma forma de conhecer


o mundo. É o ponto em que cognição e “realidade se encontram”. É o processo
cognitivo mais básico da qual surgem todos outros processos cognitivos. A percepção é
m processo cognitivo que depende tanto do meio ambiente como do indivíduo que o
percebe Davidoff, 2001).

A percepção é um processo cognitivo que tem como função selecção, organização e


interpretação dos estímulos traduzindo-os em uma imagem significativa e coerente
(Lamb, Hair e McDaniel, 2012).

A partir destas duas definições percebe-se Percepção como um processo cognitivo que
ajuda o individuo a identificar certos objectos ou mesmo situações.

Para Davidoff (2001) durante a percepção, o conhecimento sobre o mundo combina-se


com as habilidades construtivas ( operações cognitivas que ocupam lugar de destaque na
percepção) a fisiologia ( o processamento da informações pelos sistemas sensórias e
nervosos) e as experiências do sujeito da percepção. Estás experiências criam
expectativas e motivam o indivíduo.

Como não conseguimos perceber todos os estímulos ao nosso redor, usamos a


exposição selectiva para decidirmos quais estímulos iremos notar e quais ignorar.
Logicamente isso afecta as acções de marketing e as mensagens veiculadas via
propaganda. A familiaridade de um objecto, o contraste, a intensidade (como o aumento
do volume, a cor, o movimento e o cheiro são sinais que interferem e influenciam a
percepção (Endo e Roque 2017).

5.1. Factores que Influenciam a Percepção

O processo de percepção tem início com a atenção que não é mais do que um processo
de observação selectiva, ou seja, das observações por nós efectuadas. Este processo faz
com que nós percebamos alguns elementos em desfavor de outros. Deste modo, são
vários os factores que influenciam apercepcao e que se encontram agrupados em duas
categorias: a dos factores externos (próprios do meio ambiente) e a dos factores internos
(próprios do nosso organismo, Schultz & Sydney 1992)

 Factores externos: intensidade, contraste e movimento;


 Factores internos: motivação e experiência anterior.

5.2. Tipos de percepção

O estudo da percepção distingue alguns tipos principais de percepção. Nos seres


humanos, as formas mais desenvolvidas são:

 Percepção Visual e Auditiva: pois durante muito tempo foram fundamentais à


sobrevivência da espécie (A visão e a audição eram os sentidos mais utilizados
na caça e na protecção contra predadores). Também é por essa razão que as
artes plásticas e a música foram as primeiras formas de arte a serem
desenvolvidas por todas as civilizações, antes mesmo da invenção da escrita.
 As demais formas de percepção, como a olfactiva, gustativa e táctil, embora
não associadas às necessidades básicas, têm importante papel na afectividade e
na reprodução. Além da percepção ligada aos cinco sentidos, os humanos
também possuem capacidade de percepção temporal e espacial.
5.3. Percepção nas Organizações
Existe dois tipos de percepção no âmbito organizacional: a interna e a externa.
 Percepção Externa: são identificados comportamentos provocados por
situações ou pelo ambiente em que o indivíduo está inserido e geralmente são
atitudes forçadas.
 Percepção Interna, são comportamentos realizados por estímulo pessoais, como
sentimento, emoções, experiências passadas e expectativa do observado.
Geralmente são atitudes do próprio interesse.
De acordo com Robbins (2005) há uma evidência de que, quando julgamos o
comportamento de outras pessoas, tendemos a subestimar a influência dos factores
externos e super estimar a influência dos factores internos ou pessoais. Sendo assim,
mais fácil atribuir o problema a causas internas do que a causas externas.
Quando possa existir um problema que cause algum tipo de dano a organização da
empresa, algumas culturas atribuem a "culpa" pelo baixo desempenho dos
colaboradores. Já em outras culturas o líder assume total responsabilidade pelo fracasso
do grupo.

6. Comportamento

No pensamento de Minicucci, (1995) a palavra Comportamento vem de: Com- PORT-


a- mento. O termo Port que deu origem a palavra porto que significa levar, conduzir
dai – im- port- ar, exportar, transportar. Logo, o que leva uma pessoa a agir é
comportamento ,ou melhor, você leva (carrega) com você modos de agir que se
expressam em situações de estimulo.

Todorov (2012) define comportamento como sendo é a interacção entre organismo e


ambiente. Por exemplo, Moore (2008) sustenta ainda que o comportamento tem certas
propriedades que resultam de certas relações funcionais entre aspectos do
comportamento e aspectos do ambiente, a interacção entre organismo e ambiente tem
certas propriedades que resultam de certas relações funcionais entre aspectos da
interacção entre organismo e ambiente e aspectos do ambiente.

Pode-se observar o comportamento em todo lugar : Escola, Passeio, Prisões Biblioteca,


Lanchonete ate mesmo nas Organizações é por isso que existe a Psicologia ( a ciência
para além de estudar os processos psíquico estuda o comportamento humano). Assim, a
Psicologia como ciência busca explicar os eventos observáveis por meio de sua
identificação e da descrição obtida após observação repetida e controlada. Por exemplo,
é possível observar que os empregados de uma empresa chegam atrasados ou não no
trabalho durante um certo período de tempo, mas não se pode observar a intenção deles
em chegar na hora.

Neto (2007) acredita que a Psicologia como ciência busca explicar os eventos
observáveis por meio de sua identificação e da descrição obtida após observação
repetida e controlada. Por exemplo, é possível observar que os empregados de uma
empresa chegam atrasados ou não no trabalho durante um certo período de tempo, mas
não se pode observar a intenção deles em chegar na hora. Na perspectiva de Neto
(2007) nas organizações, é particularmente importantes os estudos do comportamento
diante da aprendizagem, das diferenças individuais, da personalidade e da resposta
diante das tarefas, questões relacionadas à liderança, à motivação e ao relacionamento
das pessoas em grupos e na formação de equipes.
7. Considerações Finais

Como considerações finais, constatou-se que a Atitude , as Crenças, os Valores são


aspectos que surgem da educação informal principalmente da família em determinadas
situações formando desta forma um inconsciente colectivo que duma certa forma
quando este indivíduo estiver numa organização ira ser influenciando ate um certo
ponto principalmente pelas suas crenças e seus valores.
8. Referências Bibliográficas

Aronson, E. Wilson, T. D e Akert, R. M. (2002). Psicologia Social. 3a edicao.


Rio de Janeiro. Editora: LTC.

Blanchard , H. (s/d). Psicologia para Administradores, A teoria e as Técnicas


da Liderança. 1ª edição. Rio de Janeiro. Editora: Pedagógica e Universitária

Davidoff, L. L .2001. Introdução a Psicologia. 3ª edição. São Paulo: Pearson.

Dewey, J. How we Think. Lexington, MA:D.C.Heath. 1933. Disponivel em:


http://livros01.livrosgratis.com.br/cp099723.pdf

Ediouto, G.M. (1991). Como Se Tornar Um Lider . 2ª edição. São Paulo. Editora:
S.A,

Endo, A. C. Roque, M. A (2017). Atenção, memória e percepção: uma análise


conceitual da Neuropsicologia aplicada à propaganda e sua influência no
comportamento do consumidor. DOI: 10.1590/1809-5844201715 disponivel em:
http://www.scielo.br/pdf/interc/v40n1/1809-5844-interc-40-1-0077.pdf

Foss, K.A. Reitzel, A.C. A relational model for managing second language anxiety.
Disponivel em: http://livros01.livrosgratis.com.br/cp099723.pdf

Lamb, C. W., Hair, J. F. Mcdaniel, C. (2012). Marketing. São Paulo: Cengage


Learning,

Minicucci, A. 1995. Psicologia Aplicada á Administração . 5ª edição . São


Paulo: Editora Atlas S.A

Neto, S. P (2009). Comportamento Humano nas Organizacoes. 1ª edicacao.


Rio de Janeiro. editora : Universidade Aberto do Brasil

Robbins, S. P. (2005). Comportamento Organizacional – 11ª. Ed- São Paulo:


Pearson Prentice Hall.

Rodrigues , A. Assmar , E. M. Jablonski , B.( 2000). Psiologia Social. 27ª


edicacao Rio de Janeiro . Editora Petrópolis.
Schultz, Duane P.; Schultz, Sydney E. (1992). História da Psicologia
Moderna. 5ª edição. São Paulo: Editora Cultrix.

Todorov, J. C. (2012). Prespectivas em Analise do Xomportamento- Sobre uma


definicao do Comportamento. Disponivel em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pac/v3n1/v3n1a04.pdf

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