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Data Prevista:
Duração: 1h30
Estratégias:
Realização de dinâmicas de grupo que promovam a expressão de emoções e a
interação com o grupo
Fundamentação Teórica:
A forma como o ser humano consegue demonstrar as suas emoções e os seus
sentimentos para com os outros é a raiz de todo o relacionamento humano e é
considerada a primeira forma de envolvimento que temos com o mundo. Deste modo,
tem enorme influência na maneira como olhamos para nós mesmos, ditando a forma
como nos relacionamos com o próprio.
O afeto pode ser expresso de diversas formas: através do nosso comportamento,
do modo como comunicamos e da forma como interagimos com os outros. A maneira
como o afeto é vivido transforma o ser humano, permitindo ter uma experiência de vida
equilibrada.
A afetividade é uma dimensão psicológica que abrange, de modo complexo e
dinâmico, o conjunto de emoções e sentimentos. Neste sentido, o ser humano sente a
alteração no corpo, pelas modificações emocionais (isto é, biofisiológicas), e existe
também um sentido subjetivo, o qual se dá um valor às experiências emocionais vividas.
Como uma dimensão do psiquismo, a afetividade faz com que seja conferido um sentido
especial às vivências e às lembranças. A afetividade afeta sensivelmente os nossos
pensamentos, dando-lhes forma, matiz e conteúdo. Cognição e afetividade se
completam entre si, formando um todo não divisível, assim, pensamos a partir daquilo
que nós sentimos e sentimos a partir daquilo que nós pensamos.
As manifestações afetivas são muitas na nossa vida: Inicialmente adotamos a
ideia de afetos bons e maus. Afetos bons são todos aqueles que trazem algo de positivo.
Um bom exemplo de afeto positivo é o amor. Muito próprio de nós seres humanos, ao
amar alguém, a pessoa consegue perceber o significado de gostar de, sem a necessidade
de algo em troca.
O afeto mau, ou então chamado de negativo, traz consigo toda uma carga afetiva
diminuta, pequena; tendo efeito expressivo no estado de ânimo, no temperamento e no
humor. A tristeza pode ser concebida como um afeto negativo. É interessante notarmos
que a tristeza traz consigo uma verdadeira complexidade de respostas emocionais e
sentimentais, o que pode envolver diversas características: angústia, mágoa,
ressentimento, “nervosismo”, entre outros.
Enfatiza-se que o autoconhecimento da dimensão afetiva, ou seja, aquilo que nos
emociona e sentimos, ajuda nas inúmeras decisões do dia-a-dia e, do mesmo modo, na
resolução de conflitos de natureza pessoal e interpessoal. É importante perceber o que
sentimos sobre uma determinada experiência para nos ajudar no conhecimento das
nossas qualidades pessoais (autoestima).
A literatura tem vindo a demonstrar, de forma consistente, a relevância das
experiências com os pares no desenvolvimento, funcionamento e bem-estar psicossocial
dos indivíduos (i.e., Piaget, 1994; Sullivan, 1953; Cairns & Cairns, 1994; Rubin, et al.,
2006).
Os adolescentes ocupam a maior parte do tempo mais com o seu grupo de
amigos do que com a sua família uma vez que “há um alargamento do mundo social”.
Estes grupos tornam-se melhor definidos e estruturados em comparação com os grupos
de amigos criados na infância, uma vez que estes têm bases mais estáveis e podem durar
vários anos. Para além disso, surge a afinidade de pensamentos e sentimentos
partilhados entre os amigos, passando as características pessoais a desempenhar um
papel central nas relações entre os adolescentes (Sprinthall & Collins, 2003).
Quanto maior for a capacidade de compreensão interpessoal do adolescente,
maior tendência terá para ser socialmente aceite pelos pares, contribuindo assim para o
seu crescimento e desenvolvimento pessoal. Como nos diz Erikson (1968 cit. por
Sprinthall & Collins, 2003), o grupo de pares tem um papel determinante na formação
da identidade dos jovens uma vez que proporciona oportunidades de comparação social,
quer ao nível do comportamento, que ao nível das suas capacidades. As comparações
socias positivas poderão contribuir para uma autoimagem mais positiva (Sprinthall &
Collins, 2003).
Os amigos constituem o apoio mais seguro para enfrentar os obstáculos
exteriores e atingir metas. Os adolescentes importam-se bastante com o que os seus
companheiros pensam, deixam-se guiar pelo padrão de conduta do grupo em que se
inserem e imitam com entusiasmo o que está na moda (Vallejo-Nágera, 1997).
A oportunidade de formar e manter relações de amizade através da
internet tem-se multiplicado nos últimos anos. A literatura tem demonstrado que a
autoestima do adolescente pode ser afetada pelo feedback que o mesmo recebe no seu
perfil das redes sociais: um feedback positivo resulta num aumento da autoestima,
enquanto um feedback negativo resulta na diminuição da autoestima. Para além disso,
observa-se um efeito aversivo na autoestima de adolescentes que são expostos, na
maioria das vezes, a comentários negativos nas suas redes sociais (Valkenburg, Peter,
Schouten, 2006).
Estes resultados levam-nos a questionar o impacto que as redes sociais, a
procura incessante por amigos ou “seguidores”, têm no desenvolvimento pessoal do
adolescente, sendo esta uma fase de exploração afetiva e desenvolvimento da própria
identidade. Ainda assim, a grande questão reside no facto de, muitas vezes, o sonho
megalômano de ser popular nas redes sociais pode representar uma dificuldade em
estabelecer relações interpessoais, ausência de autoconfiança e dificuldade em gostar de
si. O foco está no desenvolvimento da capacidade para se aceitar com os seus defeitos e
imperfeições, não necessitando que o outro tenha de o valorizar constantemente, mas
sim, ter um papel ativo na sua valorização pessoal.
Plano de Atividades:
O afeto tem influência na forma como olhamos para nós e dita a forma
como nos relacionamos connosco próprios.
15 Minutos
O afeto é a demonstração do que sentimos e do que somos, são eles que
nos despertam sentimentos e nos conduzem à descoberta do outro.
Objetivos:
20 minutos
Cairns, R. & Cairns, B. (1994). Lifelines and risks: Pathways of youth in our time. New
York: Cambridge University Press.
Rubin, K., Bukowski, W., Parker, J. (2006). Peer interactions, relationships, and
groups. In: Damon, W., Lerner, R., Eisenberg, N., editors. Handbook of child
psychology: Vol. 3. Social, emotional, and personality development. 6th ed Wiley;
New York: pp. 571–645.