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Patologia de Fundações PDF
Patologia de Fundações PDF
PATOLOGIAS DE FUNDAÇÕES
FOZ DO IGUAÇU
2016
1
KAREN CAMILA ALMEIDA SUMENSSE
CAROLINE SANDERS
PATOLOGIAS DE FUNDAÇÕES
FOZ DO IGUAÇU
2016
2
RESUMO
Define-se como fundação direta ou rasa aquela em que as cargas da edificação são
transmitidas ao solo logo nas primeiras camadas, são exemplos de fundações rasas,
sapatas, blocos e radier. E quando não for possível obter a tensão admissível ao
projeto em pequenas profundidades, é adotada a fundação profunda, que pode ser
classificada em fundações moldadas in loco ou pré-moldadas, exemplos: tubulões,
estacas (raiz, Strauss, Franki, etc).
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................09
1. OBJETIVO...........................................................................................................10
2. DEFINIÇÃO DE FUNDAÇÕES.............................................................................11
2.1 Fundações Rasas ou Diretas..........................................................................11
2.2 Fundações Profundas....................................................................................11
3. TIPOS DE FUNDAÇÕES......................................................................................12
3.1 Fundações Rasas ou Diretas..........................................................................12
3.1.1 Sapatas.....................................................................................................12
3.1.1.1 Sapata isolada......................................................................................12
3.1.1.2 Sapata Corrida.....................................................................................13
3.1.1.3 Sapata associada.................................................................................13
3.1.1.4 Sapata de Divisa..................................................................................14
3.1.2 Blocos.......................................................................................................14
3.1.3 Radier........................................................................................................15
3.2 Fundações Profundas....................................................................................16
3.2.1 Tubulão.....................................................................................................16
3.2.1.1 Tubulões a céu aberto..........................................................................16
3.2.1.2 Tubulões a ar comprimido....................................................................17
3.2.2 Estacas.....................................................................................................18
3.2.2.1 Estacas pré-moldadas de concreto......................................................19
3.2.2.2 Estacas de madeira..............................................................................19
3.2.2.3 Estacas metálicas................................................................................19
3.2.2.4 Estacas Strauss...................................................................................20
3.2.2.5 Estacas Franki......................................................................................21
3.2.2.6 Estacas hélice contínua........................................................................22
3.2.2.7 Estacas-raiz.........................................................................................22
4. PATOLOGIAS DE FUNDAÇÕES.........................................................................24
4.1 Recalques......................................................................................................24
4.1.1 Tipos de Recalques...................................................................................24
4.1.1.1 Recalque elástico.................................................................................24
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4.1.1.2 Recalque por escoamento lateral.........................................................25
4.1.1.3 Recalque por adensamento.................................................................25
5. CAUSAS DE RECALQUES.................................................................................26
5.1 Superposição de pressões.............................................................................26
5.2 Deficiência na investigação geotécnica..........................................................26
5.3 Fundações sobre aterros................................................................................27
5.4 Alteração da função da estrutura....................................................................27
5.5 Rebaixamento de lençol freático.....................................................................28
5.6 Solos colapsíveis............................................................................................28
5.7 Solos Expansivos...........................................................................................28
5.8 Infiltração........................................................................................................29
5.9 Erosão ou solapamento..................................................................................29
5.10 Influência da vegetação................................................................................29
5.11 Zonas cársticas............................................................................................29
5.12 Outros...........................................................................................................30
6. SINTOMAS...........................................................................................................31
6.1 Fissuração......................................................................................................31
6.1.1 Padrão de fissuras provenientes de recalque de fundação........................31
6.1.2 Classificação das fissuras.........................................................................33
6.2 Desaprumos...................................................................................................34
7. DIAGNOSTICO....................................................................................................35
7.1 Tipos de danos causados e suas consequências.........................................35
7.1.1 Danos arquitetônicos.................................................................................35
7.1.2 Danos funcionais.......................................................................................35
7.1.3 Danos estruturais......................................................................................35
8. TRATAMENTO....................................................................................................36
8.1 Estabilização De Recalques...........................................................................36
8.1.1 Congelamento do solo...............................................................................36
8.1.2 Injeções de cimento...................................................................................36
8.2 Sistemas de reforços de fundações................................................................36
9. ESTUDO DE CASO..............................................................................................38
9.1 Edifício Anêmona...........................................................................................38
5
9.1.1 Descrição do problema..............................................................................38
9.1.2 Solo do Terreno.........................................................................................39
9.1.3 Causa do desabamento.............................................................................40
9.1.4 Solução adotada........................................................................................41
9.1.4.1 Estabilização do edifício.......................................................................41
9.1.4.2 Instrumentação....................................................................................42
9.1.4.3 Projeto de recuperação........................................................................43
CONCLUSÃO....................................................................................................46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................47
6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
7
FIGURA 28 – Impermeabilização.............................................................................42
FIGURA 29 - Massa corrida sobre fissura no muro de divisa do terreno....................43
FIGURA 30 - Posicionamento da estrutura provisória...............................................44
FIGURA 31 - Edifício erguido à sua cota inicial.........................................................44
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INTRODUÇÃO
Neste trabalho será apresentada uma pesquisa sobre fundações, abrangendo sua
definição, os tipos mais conhecidos e suas características. Juntamente será abordado
sobre as patologias de fundação, mostrando as possíveis causas de recalque, suas
origens e quais as manifestações patológicas provenientes. E será exposto também
um estudo de caso do edifico Anêmona, que sofreu um recalque diferencial,
mostrando as causas e o projeto de reforço escolhido.
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1. OBJETIVO
10
2. DEFINIÇÃO DE FUNDAÇÕES
Define-se como fundação direta ou rasa aquela em que as cargas da edificação são
transmitidas ao solo logo nas primeiras camadas. Segundo Velloso e Lopes (1998),
as sapatas e o blocos (tipos de fundações rasas) são os elementos de fundação mais
simples e mais econômicos, mas nem sempre é possível sua utilização. Para ser
viável a utilização de fundações rasas, é necessário que o solo tenha resistência
suficiente para suportar as cargas logo nas primeiras camadas. Entretanto, é de suma
importância conhecer as camadas de solo abaixo de onde se pretende apoiar a
fundação, verificando a influência das tensões nas camadas mais profundas.
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3. TIPOS DE FUNDAÇÕES
3.1.1 Sapatas
Sapata isolada é utilizada quando as cargas transmitidas pela estrutura são pontuais
ou concentradas, como as cargas de pilares. As dimensões da sapata isolada são
determinadas pelas cargas aplicadas e pela resistência do solo (REBELLO, 2008).
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3.1.1.2 Sapata Corrida
Conforme a NBR 6122, sapata corrida é aquela “sujeita à ação de uma carga
distribuída linearmente ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento.” As sapatas
corridas são comuns em construções de pequeno porte, como casas e edificações de
baixa altura, galpões, muros de divisa e de arrimo, em paredes de reservatórios e
piscinas. Constituem uma solução economicamente muito viável quando o solo
apresenta a necessária capacidade de suporte em baixa profundidade.
Quando dois pilares estiverem muito próximos, é possível que suas sapatas se
sobreponham. Neste caso, são dimensionadas sapatas associadas, que significa
apoiar os pilares sobre uma única sapata, onde o centro de gravidade da carga dos
pilares coincida com o centro de gravidade da sapata.
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3.1.1.4 Sapata de Divisa
3.1.2 Blocos
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FIGURA 05 - Bloco
3.1.3 Radier
São elementos de fundação que recebem todos os pilares da obra. Segundo Velloso
e Lopes (1998), quando a área total de fundação ultrapassa metade da área da
construção, o radier é indicado. Rebello (2008) afirma que fundações em radier
comportam-se bem em solos com SPT maior que quatro. O uso do radier evita que
um apoio recalque mais que outro, ou seja, evita o recalque diferencial. São fundações
bastante utilizadas na construção de habitações populares, pois geralmente se utiliza
alvenaria estrutural apoiado sobre o radier, que por sua vez é aproveitado como
contra-piso. Assim, se torna uma construção econômica.
FIGURA 06 – Radier
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3.2 Fundações Profundas
3.2.1 Tubulão
Elemento de forma cilíndrica, onde, pelo menos em sua fase final de execução, há
a descida de operário. O tubulão se difere das estacas pela necessidade de descida
de operário para finalizar a execução manualmente. O tubulão é preferencialmente
indicado para obras de grande porte, principalmente pontes e viadutos. Entretanto,
em situações especiais, pode ser utilizado para cargas menores, como é o caso de
fundações em terrenos de topografia difícil, onde outros equipamentos não têm
acesso (REBELLO, 2008).
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3.2.1.2 Tubulões a ar comprimido
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FIGURA 08 – Tubulão a ar comprimido
3.2.2 Estacas
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3.2.2.1 Estacas pré-moldadas de concreto
São estacas cravadas ao terreno. Por essa razão, são armadas em toda sua
extensão, a fim de resistir aos choques do pilão ou martelo de cravação. Variam de
diâmetro e comprimento dependendo do fabricante e sempre devem informar a carga
que a estaca suporta sem apresentar defeitos.
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combustão, é lançado de um tripé metálico de aproximadamente 4 metros de altura.
Pelo seu peso próprio, o Balde é cravado no solo; nesse momento, a portinhola da
ponta se abre para penetração do solo. Após furado o primeiro metro, é colocado no
furo um tubo de aço de 2 a 3 metros de comprimento, que vai descendo ao mesmo
tempo em que se prossegue com a escavação do furo. Esse tubo é emendável por
meio de rosca e tem a função de controlar a verticalidade do furo e de protegê-lo
contra desbarrancamentos.
O concreto usado deve ser bastante plástico para evitar sua aderência ao tubo. Após
o lançamento de uma coluna de aproximadamente 50 cm de concreto, o Balde Strauss
é substituído por um pilão de aproximadamente 300 Kgf, que, em queda livre, provoca
o adensamento do concreto dentro do furo. Durante a concretagem, o tudo de
revestimento é retirado e, em seguida, instalado a armação.
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3.2.2.5 Estacas Franki
Pela forma de execução, as estacas Franki podem ser aplicadas a qualquer tipo de
solo e também abaixo do nível da água (REBELLO, 2008).
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3.2.2.6 Estacas hélice contínua
3.2.2.7 Estacas-raiz
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4. PATOLOGIAS DE FUNDAÇÕES
4.1 Recalques
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4.1.1.2 Recalque por escoamento lateral
Segundo Rebello (2008), o recalque por adensamento pode ser estabilizado quando
toda a água entre os grãos de solo é expulsa, não mais havendo diminuição do volume
do solo. Se o recalque não afetou a estrutura, o problema passa a ser apenas vedar
a trinca na alvenaria.
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5. CAUSAS DE RECALQUES
Causa típica de obras de pequeno porte, em geral por motivos econômicos, mas
também presente em obras de porte médio. Segundo Milititsky, Consoli e Schnaid
(2008), em mais de 80% dos casos de mau desempenho de fundações de obras
pequenas e médias, é causada pela ausência completa de investigações que levou à
adoção de soluções inadequadas de fundações.
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podem provocar causando o aparecimento de fissuração indesejada e mesmo
acidentes importantes.
A norma ABNT NBR 6120 determina os valores mínimos das sobrecargas verticais
atuando nos pisos das edificações de acordo com o tipo de utilização.
Solos colapsíveis quando em contato com a água têm sua cimentação intergranular
destruída, resultando em um colapso súbito da estrutura desse solo. Esse colapso
causa recalques, mesmo sem haver aumento de pressões por carregamento externo
(TEIXEIRA e GODOY, 1998).
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5.8 Infiltração
Com as infiltrações, o solo sob as fundações diretas pode ser carreado, provocando
vazios que impedem a transmissão adequada de cargas ao solo (REBELLO, 2008).
O efeito da vegetação pode ocorrer por interferência física das raízes ou pela
modificação no teor de umidade do solo, uma vez que as raízes extraem água do solo
para manter seu crescimento, modificando o teor de umidade se comparado com o
local onde as raízes não estão presentes (MILITITSKY, CONSOLI e SCHNAID, 2008).
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projetistas de fundações uma falsa impressão de segurança. Por essa razão é
importante que seja realizado uma investigação mais detalhada em regiões onde
reconhecidamente existe a possibilidade da presença de rochas calcárias.
5.12 Outros
Cota de assentamento;
Tipos e características do solo;
Tensões admissíveis adotados;
Características do concreto;
Recobrimento da armadura.
Execuções-falha:
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6. SINTOMAS
6.1 Fissuração
Segundo a norma ABNT NBR 6118, em seu capítulo sobre controle de fissuração,
considera que a fissuração em elementos estruturais de concreto armado é inevitável
devido à grande variabilidade e à baixa resistência do concreto à tração, mesmo sob
as ações de serviço (utilização), valores críticos de tensões de tração são atingidos.
A norma referida prevê aberturas máximas de fissuras da ordem de 0,2 mm a 0,4 mm,
onde não há importância significativa na corrosão das armaduras.
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FIGURA 18 - Fissuras por recalque de pilar de extremidade
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FIGURA 20 - Fissuras em parede portante com
recalque na extremidade
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TABELA 01 - Relação entre abertura de fissuras e danos em edifícios
6.2 Desaprumos
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7. DIAGNOSTICO
São os danos causados à utilização da edificação, tais como refluxo ou ruptura das
tubulações, desgaste excessivo dos trilhos dos elevadores devido ao desaprumo,
mau funcionamento de portas e janelas. A partir de certos limites, será necessário o
reforço por comprometer a utilização da construção (GOTLIEB, 1998).
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8. TRATAMENTO
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Os trabalhos são realizados a partir de acessos escavados até cerca de1, 5 m
abaixo da fundação original. Como o macaco hidráulico que crava as estacas toma
a base da fundação como ponto de apoio, a capacidade de carga aumenta a cada
aplicação. Outra vantagem do sistema é não provocar vibrações no solo ou na
estrutura. No entanto, o método tem difícil aplicação fora da projeção existente.
Nesses casos, seria necessário criar uma extensão da estrutura para integrar o
novo ponto de apoio às cargas do edifício.
Estacas raiz: é uma estaca moldada in loco, executada através de perfuração
rotativa ou roto-percussiva, revestida integralmente no trecho em solo por meio de
tubo metálico que garante a estabilidade da perfuração. No trecho em rocha, seja
na passagem de matacões ou no embutimento no topo rochoso, ela é executada
a partir da perfuração interna ao tubo de revestimento, por processo roto-
percussivo.
Alargamento da base: possível em fundações com base alargada e transferência
de carga por contato horizontal com o solo - como tubulões, sapatas, etc. - o
reforço de base consiste no aumento da área de apoio. Como as armaduras
existentes não são dimensionadas para a peça aumentada, é realizado o
chumbamento de ferragens com o emprego de resinas colantes para a aderência
entre o concreto original e o novo. Segundo Cláudio Wolfe, professor da Poli-USP,
o uso dessa solução é raro por causa das dificuldades operacionais resultantes,
como o acesso e a concretagem subterrânea.
Enrijecimentos estruturais: método que visa apenas diminuir eventuais recalques
diferenciais. Esse efeito pode ser atingido com a colocação de vigas de rigidez
interligando as fundações, ou de peças que travem a estrutura.
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9. ESTUDO DE CASO
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Com o desabamento, o solo foi comprimido provocando uma expansão lateral de
sua massa. Em uma primeira análise um solo bastante flexível, constituído por um
material mole e compressível (SOUZA, 2003).
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FIGURA 25 – Perfil do solo
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FIGURA 27 – Acréscimo de solo
FIGURA 28 – Impermeabilização
9.1.4.2 Instrumentação
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As fundações provisórias foram executadas utilizando estacas raiz, evitando o uso
de água na escavação, evitando a movimentação do solo.
Foram previstas sete treliças para auxílio da elevação do edifício, compostas por
vigas metálicas e cabos de aço de alta resistência. As treliças seriam apoiadas nas
suas extremidades por 14 macacos hidráulicos com capacidade para 200 tf cada,
responsáveis pela elevação gradual da estrutura até a cota original.
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Após o posicionamento do edifício em sua cota inicial, seriam construídas novas
fundações, vigas e pilares do pavimento térreo.
Segundo Souza (2003), a estrutura metálica era o item de maior peso no orçamento,
o que resultou em uma demanda de tempo para conseguir o material. No entanto, a
estrutura continuava a apresentar recalques e inclinação. Diante dos empecilhos, o
cronograma previsto para as obras de recuperação não foi respeitado. Portanto, em
dezembro de 2002, o responsável técnico pelo projeto de recuperação emitiu um
parecer constatando a inviabilidade da continuidade das obras e o perigo de
desabamento total da estrutura.
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CONCLUSÃO
Como apresentado acima, existem diversos tipos de fundações e cada uma delas
tem suas características, como a forma de distribuição da carga para o solo ou em
que tipo de solo pode ser usada, se pode ser feita acima do nível da água ou abaixo,
entre outras particularidades. Consequentemente, cada uma dessas características
tem que ser levada em conta e respeitada, pois a má execução e utilização da
fundação pode vir a causar uma patologia de fundação. Percebe-se muitas vezes a
elaboração de um mal projeto de fundações ou até mesmo a ausência de ensaios
geotécnicos, que são umas das principais causas das patologias.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
47
AUTO DE APRENDIZADO: KAREN CAMILA
Com essa pesquisa foi possível revisar meus conhecimentos sobre fundações e
entender melhor as causas das patologias de fundação, que muitas vezes está
relacionada a ausência ou má interpretação dos ensaios geotécnicos, bem como seus
sintomas, que são bem característicos, e os tratamentos, que começa na estabilização
do recalque e depois no reforço da estrutura. O estudo de caso me ajudou a perceber
como é difícil fazer o tratamento e apontar corretamente a causa da patologia, por ser
caro e muito trabalhoso, confirmando também a questão da mau interpretação dos
ensaio geotécnicos.
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AUTO APRENDIZADO: CAROLINE SANDERS
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