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Fundação Educacional Serra dos Órgãos

Centro Universitário Serra dos Órgãos - UNIFESO


Centro de Ciências da Saúde

REVISÃO PÁGINA CÓDIGO


LABORATÓRIO DE HABILIDADES
00 1/9 011

TÍTULO
EXAME DE CABEÇA E PESCOÇO COM EXAME DA TIREÓIDE

CONCEITO: Técnica empregada com objetivo de avaliar anatômica e


funcionalmente a cabeça e o pescoço. Serão examinados superfície e couro
cabeludo, cabelo, olhos, nariz, cavidade bucal, orofaringe, pescoço.

RESPONSÁVEL PELA PRESCRIÇÃO: Médicos.

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: Médicos, Enfermeiros, Estudantes de


medicina, enfermagem, odontologia e fisioterapia.

FINALIDADE: Detectar, através do exame, alterações anatômicas e ou funcionais,


auxiliando no diagnóstico e tratamento.

INDICAÇÃO: Deverá ser realizado todas as vezes que o paciente for examinado
por um profissional de saúde.

MATERIAL: Ambiente com iluminação adequada, luvas de procedimento, lanterna,


otoscópio, rinoscópio, abaixador de língua descartável, estetoscópio com
campânula e diafragma.

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA /JUSTIFICATIVA

•Inicialmente, o estudante deverá se apresentar ao paciente e informar sobre


o procedimento que será realizado;
•Após a realização da Inspeção geral, passa-se à realização do exame da
cabeça e pescoço, através da inspeção, palpação e ausculta;
•Atentar para a posição do paciente para a realização do exame da cabeça:
o paciente poderá estar sentado, deitado ou mesmo em pé, dependendo de
suas condições e do que se irá investigar;

ELABORADO VERIFICADO APROVADO DATA


Cristina Fonseca Vieira Pacheco
Regina Meireles Ribeiro Regina Meireles Ribeiro Cassia Murtha 2016
Michelle Telles Bravo
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•O exame da cabeça compreende a observação de:

Tamanho e Forma do crânio: através da inspeção, notamos as variações mais


frequentes de tamanho e de forma; notamos se o paciente apresenta alguma
alteração do tipo macrocefalia (causa mais freqüente: hidrocefalia) ou microcefalia
(crânio pequeno em todos os diâmetros), ou turricefalia (alongada em forma de
torre), dolicocefalia (aumento do diâmetro antero-posterior muito maior que o
transverso), plagiocefalia (aspecto assimétrico).

Posição e movimentos: através da inspeção, buscamos desvios de posição e


movimentos anômalos involuntários ou não; presença de tiques (contrações
musculares repetidas de um grupo de músculos), torcicolos (inclinação lateral da
cabeça) ou outros desvios de posição.

Superfície e couro cabeludo: realizar a inspeção e a palpação vigorosa do crânio


e couro cabeludo. É necessária a realização da palpação do crânio em busca de
saliências, depressões, pontos dolorosos, áreas de alopecia.

Cabelo: tipo de implantação, distribuição, quantidade, coloração, brilho, espessura


e consistência.

Exame geral da face: através da inspeção, analisa-se a simetria, a expressão


fisionômica, mímica facial, pele e os pêlos; fácies típica de alguma patologia ou
atípica.

Seios Paranasais - Pressionar os seios frontais e maxilares.

Exame dos olhos e supercílios: os dados do exame são obtidos através da


inspeção e da palpação, sempre comparando os dois lados e descrevendo se a
alteração encontrada é uni ou bilateral, uma vez que podem significar etiologias
distintas. Observar em supercílios se há madarose e em cílios a implantação e
distribuição. Atentar, durante a inspeção, para variações da fenda palpebral
(aumentada, diminuída ou substituída por uma prega cutânea). Variações da fenda
palpebral podem refletir doenças oculares ou endocrinológicas. Nos globos
oculares, na inspeção, procurar exoftalmia (bilateral fala a favor de doença
endócrina e unilateral fala a favor de neoplasia), enoftalmia, desvios ou movimentos
involuntários. O exame das pálpebras deve ser feito com os olhos abertos e também
com os olhos fechados. Na inspeção, se houver edema ou lesões, deve-se proceder
à palpação das pálpebras. Quanto às pupilas, observamos, neste momento,
localização, tamanho e forma (os reflexos pupilares fazem parte da avaliação
neurológica). Pupilas anisocóricas geralmente refletem lesão do sistema Nervoso
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Central. Em conjuntivas, através da inspeção, atentar para a coloração e presença


de secreções. Escleróticas, córnea e cristalino, inspecionar alterações de cor e
hidratação. Alterações da coloração em conjuntivas são sinais de doenças
sistêmicas, como por exemplo: hepatites com icterícias, anemias quando
hipocoradas. Secreções nos levam a pensar em processos inflamatórios
conjuntivais.
As alterações, quando presentes, são graduadas em cruzes, utilizando-se escala de
+/4+ para os casos leves e 4+/4+ para as alterações mais importantes.

Exame do nariz: na inspeção externa, devemos observar o tamanho, a forma, a


cor, movimentos das asas e capacidade funcional (olfativa e respiratória). Deve-se
fazer o exame das fossas nasais e a pesquisa das funções respiratória e olfativa.
Batimentos das asas nasais sugerem dificuldades respiratórias; alterações no
formato nasal podem ser congênitas ou adquiridas. Lesões em pares cranianos
podem cursar com capacidade funcional olfativa e respiratória alterada.

Exame dos lábios: inspeção da cor e suas características morfológicas; palidez ou


cianose são facilmente identificadas, lesões e edemas.

Exame da cavidade bucal: é necessária uma boa iluminação e como meio auxiliar
utiliza-se um abaixador de língua e lanterna. Se o paciente usar prótese dentária,
remover antes do exame. Observar a halitose (odor desagradável), que pode ter
causa local ou sistêmica.
O exame da boca baseia-se na inspeção e palpação, sempre com o uso de luvas.
Buscar dados como coloração, hidratação e presença de lesões nas mucosas,
palato duro, língua e dentes. Por fim, procede-se à orofringoscopia.

- Exame da língua: através da inspeção, analisam-se os seguintes parâmetros –


posição, tamanho, cor, umidade, superfície, textura, movimentos e presença de
lesões. Observar com a língua em repouso, com a boca aberta, solicitando colocar
para fora e solicitando colocar a ponta no palato duro. Neste momento, observar
também os óstios das glândulas submandibulares.
-Exame das mucosas: realizado através da inspeção e palpação. Necessária boa
iluminação e abaixador de língua para melhor exposição das gengivas e face interna
das bochechas. Devem ser analisados: cor, consistência e integridade.

- Exame do palato duro e mole: observar lesões, massas ou manchas.

- Exame dos dentes: deve-se observar o número e o estado dos dentes, incluindo
presença de próteses; no adulto encontramos 4 segundos pré-molares, 4 primeiros
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molares, 4 segundo molares, 4 terceiros molares que poderão estar ausentes ao


todo ou em parte.

-Orofaringoscopia: deve-se ter uma boa iluminação feita com lanterna e


abaixadores de língua. Faz-se uma leve depressão da língua nos seus dois terços
anteriores para evitar reflexo nauseoso.
Visualiza-se, então, os pilares amigdalianos, palato mole, loja da tonsila palatina e
seu conteúdo, base da língua e parede posterior da faringe; atender às
características das mucosas; observar a presença de sinais flogísticos, placas
purulentas ou puntiformes e corpos estranhos.

Exame das orelhas: através da inspeção, avalia-se a implantação, simetria,


presença de lesões e secreções (em caso positivo, usar luvas). Em seguida,
procede-se à otoscopia.

Exame do pescoço: faz-se o exame do pescoço através da inspeção, palpação e


ausculta.
•Inspeção: Avaliamos forma e volume, posição, mobilidade (testar a mobilidade
ativa e passiva), a cor e a integridade da pele, turgência jugular e batimentos
arteriais e venosos.
•Palpação

•EXAME DOS VASOS: colocando-se à frente do paciente com o mesmo em


pé, sentado ou em decúbito dorsal, o examinador procede à ausculta da
carótida utilizando o diafragma do estetoscópio em três pontos: origem, terço
médio e bifurcação. Para facilitar a ausculta, solicitar ao paciente que pare de
respirar por alguns segundos. Após a ausculta, inicia-se a palpação,
afastando o músculo esternocleidomastóideo na sua borda medial,
realizando a palpação um lado de cada vez, o mais inferior possível, evitando
assim provocar uma monobra vagal. A palpação não deverá ser realizada se
na ausculta houver a presença de algum sopro, pois isto indica a presença
de placas que poderão ser deslocadas durante a palpação.

•EXAME DOS LINFONODOS: o exame físico geral inclui obrigatoriamente a


investigação sistemática dos linfonodos. O exame se faz através da inspeção
e palpação. As seguintes características são analisadas: localização,
tamanho ou volume (comparar com alimentos como azeitona e ervilha),
consistência (duro ou mole), sensibilidade (doloroso ou não), alterações de
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pele (existência de sinais flogísitcos), mobilidade (móvel ou aderente aos


planos adjacentes). Os grupos de linfonodos do pescoço e cabeça são os
seguintes: occipitais, auriculares anteriores e posteriores, submentonianos,
submandibulares, cervicais profundos superiores (amigdalianos: abaixo do
ângulo da mandíbula), cervicais profundos inferiores (supra claviculares),
cervicais posteriores e cervicais superficiais.

TÉCNICA
Para a palpação dos linfonodos cervicais, o examinador coloca-se por trás do
paciente com a cabeça levemente inclinada para o lado que se deseja realizar a
palpação. Utilizam-se as polpas digitais e a face ventral dos dedos médio, indicador
e anular do examinador. Para os demais linfonodos, utiliza-se a palpação pela face
anterior do paciente. O exame dos linfonodos permite localizar processos
inflamatórios através do conhecimento do território de drenagem dos mesmos (a
drenagem é representada pelas setas, na foto abaixo).
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•EXAME DA TIREÓIDE: examinada através da inspeção, palpação e


ausculta. Observam-se dados como: volume, consistência, mobilidade,
superfície, temperatura, presença de frêmito e sensibilidade.

TÉCNICA

Inspeção: normalmente a tireóide não é visível, exceto glândulas aumentadas. O


paciente deverá estar sentado e a glândula é mais facilmente visualizada quando se
estende a cabeça do paciente para trás com a deglutição do paciente.
Palpação: o 1º passo na palpação é localizar a glândula. Para localizá-la, deveremos
verificar a posição das cartilagens tireóidea e cricóide, uma vez que o istmo da
glândula poderá ser examinado colocando-se o polegar ABAIXO da cartilagem
cricóide, mais ou menos no segundo/terceiro anel traqueal. A palpação deverá
permitir a percepção do istmo quando o paciente deglutir, ele apresenta consistência
fibroelástica e mede cerca de 0,5 cm de largura. Para palpação dos lobos, existem
três métodos:
•O examinador deve se posicionar à direita, à frente do paciente. Após a
localização do istmo da tireóide, posicionar os dedos polegar e indicador
direitos em cada um dos lados da traquéia e solicitar ao paciente que degluta;
desta maneira, o examinador poderá sentir a glândula, bilateralmente,
passando pelos dedos;

•Colocando-se à direita um pouco à frente do paciente, o dedo polegar


esquerdo do examinador é deslizado para palpar o lobo esquerdo da tireóide.
Na palpação do lobo direito, o polegar direito poderá ser utilizado;
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•O paciente deverá estar sentado e o examinado em pé atrás do paciente. O


paciente deverá fletir a cabeça para o lado a ser examinado para descontrair
o músculo esternocleidomastóideo e os dedos indicador e médio do
observador penetra na face interna daquele músculo e exploram o lobo da
glândula. A manobra é repetida para o outro lobo. Existe uma variação desse
método posterior bimanual; a mão direita do examinador desloca a traquéia
lateralmente para esquerda e com a mão esquerda palpa o lobo esquerdo,
assim como o lado contralateral.

Método 1 Método 2 Método 3


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VARIAÇÃO DO MÉTODO 3
Durante a palpação, não basta encontrar a glândula e descrever alguns critérios
propedêuticos:
Localização – tópica ou não tópica;
Tamanho (volume) – normal ou aumentado (bócio);
Consistência – fibroelástica ou amolecida;
Superfície – regular (lisa) ou irregular;
Sensibilidade – indolor ou dolorosa;
Mobilidade – móvel – Técnica: pede para o paciente deglutir com a mão posicionada
sobre a glândula e percebe-se se a mesma se movimenta;
Limite inferior – bem delimitada ou mal delimitada – Técnica: com os indicadores
localizados ao final dos lobos, pede para o paciente deglutir, e com a movimentação
da glândula devemos perceber se percebemos o limite inferior dos lobos;
Nódulos – ausente ou presente. Quando presente devemos descrever tamanho em
cm e local encontrado;
Frêmito – presente ou ausente; o frêmito é a percepção tátil do sopro e quando
presente significa que a glândula apresenta um sopro secundário ao
hipertireoidismo

Ausculta: a ausculta da glândula tireóide deverá ser realizada em todos os


pacientes com sinais e sintomas sugestivos de hipertireoidismo, pois o aumento do
fluxo sanguíneo poderá determinar a ocorrência de sopros sobre a glândula. Nem
todo sopro gera frêmito, portanto toda glândula deverá ser auscultada.

Resultados esperados: Um exame adequado é capaz de auxiliar no diagnóstico


de doenças congênitas, infecciosas ou tumorais.
Cuidados especiais: Devem-se aplicar os cuidados de biossegurança adotados em
casos de suspeita de patologias infecto-contagiosas. Durante o exame do pescoço,
deve-se evitar a palpação simultânea das carótidas a fim de se evitar manobra vagal
involuntária; durante o exame da orofaringe, deve-se tomar especial cuidado para
evitar reflexo nauseoso enquanto se utiliza o abaixador de língua.

BILBIOGRAFIA
BICKEY,L.S. Propedêutica Médica. 8ª edição, Rio de Janeiro: Editora Guanabara
Koogan, 2005.
Frank H. Netter. Atlas de Anatomia Humana. Porto Alegre: Editora Artes Médicas,
1996
Greespan, FS; Gardner, DG. Endocrinologia Básica e Clinica. 7 ª edição, Rio de
Janeiro: MC Graw Hill, 2006.
Keith L. Moore. Anatomia Orientada para a Clínica. Editora Guanabara Koogan ,
1994 .
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Maciel LMZ. O exame físico da tireóide. Medicina (Ribeirão Preto) 2007; 40 (1): 72-
77.
PORTO,C.C. Exame clínico. 5ª edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan,
2004.
PORTO,C.C. Semiologia Médica. 4ª edição. Rio de janeiro: Editora Guanabara
Koogan, 2001.
SWARTZ,M.H. Tratado de Semiologia Médica,5ª Edição . Editora Elsevier, 2006.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:


•O estudante apresentou-se ao paciente

•O estudante realizou a inspeção da cabeça, descrevendo as alterações


encontradas

•O estudante realizou a palpação da cabeça e do couro cabeludo

•O estudante realizou o exame dos olhos

•O estudante realizou a avaliação das mucosas

•O estudante realizou a avaliação da orofaringe, descrevendo as alterações

•O estudante descreveu as alterações dos dentes

•Realizou a inspeção do pescoço

•Realizou a ausculta das carótidas

•Realizou a palpação das carótidas

•Palpou os linfonodos, descrevendo as alterações encontradas

•Realizou a palpação da tireóide

•O estudante seguiu as normas de biossegurança

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