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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CAMPUS CARAÚBAS
DEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE QUÍMICA GERAL
PROFESSOR: ANTONIO VITOR MACHADO

AULA X – EQUILÍBRIO QUÍMICO


Fabrício Leite Alves

Caraúbas – RN
03 de maio de 2017

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OBJETIVO

 Reconhecer as características de um sistema em equilíbrio químico,


compreender o conceito de constante de equilíbrio, aplicar o princípio de Le
Châtelier na previsão do comportamento de um equilíbrio químico, quando
este está sujeito a uma perturbação externa e entender como fatores, tais
como, concentração, temperatura e pressão afetam o equilíbrio químico.

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1. INTRODUÇÃO

Um sistema reacional fechado ao atingir um estado de invariabilidade na


sua composição em função do tempo, diz-se que o sistema atingiu um estado de
equilíbrio químico.

É importante ressaltar que um estado de equilíbrio ocorre sempre que dois


processos antagônicos ocorrem simultaneamente e na mesma velocidade.
Quando o estado de equilíbrio químico é atingido cada substância é consumida
por uma reação na mesma velocidade em que é produzida por uma reação
oposta, como consequência, a concentração de cada substância permanece
constante no sistema.

Assim que um sistema atinge o equilíbrio, a velocidade da reação direta


(v1) se torna igual à velocidade da reação inversa (v2); a partir disso, as
concentrações das espécies não variarão, a menos que alguma perturbação
externa seja exercida sobre o sistema.

É importante notar que as reações não param, ao contrário estas


continuam a ocorrer simultaneamente, contudo, na mesma velocidade, diz-se
assim, que o equilíbrio químico é um equilíbrio dinâmico.

A constante de equilíbrio

O quociente de reação é calculado para cada instante, t, em função das


concentrações de todas as espécies que participam da
reação e que estão presentes no sistema reacional
naquele instante:

Quando o sistema reacional atinge o equilíbrio as concentrações das


espécies tornam-se constantes e, por conseguinte, o
valor de Q também se torna constante, recebendo o
nome de constante de equilíbrio (Keq). Assim, no
equilíbrio temos:

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O princípio de Le Chatelier

Quando um sistema reacional atinge o equilíbrio, a concentração das


espécies permanece constante indefinidamente, a menos que o sistema sofra
uma perturbação externa (adição ou remoção de um constituinte, variações de
temperatura ou pressão).

O princípio de Le Châtelier é uma regra que permite prever,


qualitativamente, o comportamento de um sistema em equilíbrio quando este
sofre alguma perturbação.

Efeito da adição ou remoção de um constituinte

Ao adicionamos um constituinte ao sistema reacional em equilíbrio, o


equilíbrio se desloca no sentido de consumir parte do constituinte adicionado e
quando um constituinte é removido do sistema reacional em equilíbrio, este se
desloca no sentido de repor parte do constituinte retirado.

Efeito das variações de temperatura

A temperatura é o único parâmetro operacional que altera diretamente o


valor da constante de equilíbrio.

Efeito das variações de pressão

Ao aumentamos a pressão, deslocamos o equilíbrio no sentido da


formação de um menor número de moles gasosos. Uma diminuição da pressão
deslocará o equilíbrio no sentido da formação de um maior número de moles
gasosos.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais e reagentes que foram utilizados na aula experimental para


realização do equilíbrio químico foram os destacados nas tabelas abaixo:

Tabela 1. Materiais utilizados

MATERIAIS

Banho de gelo

Banho Maria

Bomba a vácuo

Kitassato

Pinça de madeira

Pipetas de Pateur

Tubos de ensaio

Tabela 2. Reagentes utilizados

REAGENTES QUANTIDADE
Fenolftaleína 1%
Cloreto de Cobalto II ___
Álcool à 50% ___
Cromato de Potássio 0,2 mol/L
Sulfato de Alumínio 0,2 mol/L
Ácido Clorídrico 1 mol/L
Hidróxido de Sódio 1 mol/L

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Procedimento experimental:

1.1 Conversão dos íons cromato em íons dicromato:


a) Em um tubo de ensaio foi adicionado 1 mL (~ 20 gotas) de cromato de potássio
0,2 mol/L (solução amarela) e 1 mL de ácido clorídrico 1,0 mol/L. Observou-se o
ocorrido, e anotou-se em seguida.
b) No mesmo tubo de ensaio adicionou-se 1,5 mL (~ 30 gotas) de hidróxido de
sódio 1,0 mol/L. Observou-se o ocorrido, e anotou-se em seguida.

1.2 Reação do íon alumínio (Al3+) com íons hidróxido:


a) Adicionou-se cerca de 1 mL de solução de sulfato de alumínio 0,2 mol/L em
um tubo de ensaio, em seguida adicionou-se hidróxido de sódio 1,0 mol/L gota
a gota, agitando sempre o tubo (observe a formação do precipitado). E assim,
foi sendo adicionando hidróxido de sódio até a completa dissolução do
precipitado.
b) No mesmo tubo de ensaio foi adicionado, gota a gota, de ácido clorídrico 1,0
mol/L, para obter novamente o precipitado branco; continuou adicionando ácido
clorídrico até observar o desaparecimento do precipitado.

1.3 Reação de neutralização na presença de indicador


a) Em um tubo de ensaio adicionou-se 1 mL de água destilada e 1 mL de
hidróxido de sódio 1 mol/L. Agite.
b) No mesmo tubo de ensaio foi adicionado 1 gota de fenolftaleína e foi observe
o que ocorreu.
c) Sempre no mesmo tubo de ensaio adicionou-se, gota-a-gota, de ácido
clorídrico 1,0 mol/L. Observou-se o que ocorre.

1.4 Reação de intercâmbio de ligantes em complexos de cobalto


a) Em um tubo de ensaio, foi adicionado cerca de 1 mL de solução 0,2 mol/L de
cloreto de cobalto II.
b) Adicionou-se alguns cristais de NaCl ao tubo de ensaio.
c) Foi aquecido o tubo de ensaio em banho-maria até ebulição. Observou-se as
modificações que ocorreram na solução contida no tubo de ensaio e em seguida
foi anotado os resultados.

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d) Resfriou-se o tubo de ensaio em banho de gelo, observou-se as eventuais
modificações nas características da solução.

Figura 1: Materiais e reagentes utilizados no processo


experimental. Fonte: aula prática.

Figura 2: Conversão dos íons cromato em íons Figura 3: Os três primeiros procedimentos.
dicromato. Fonte: aula prática. Fonte: aula prática.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

No primeiro passo experimental, foi avaliado o equilíbrio do sistema em


relação a concentração das substâncias. Para isso, foi utilizado íons de cromato
de potássio (coloração amarelada) e estes foram convertidos em íons de
dicromato (coloração alaranjada). Em um tubo de ensaio foi adicionado 1 mL ( ~
20 gotas) de cromato de potássio e em seguida, adicionou-se o ácido clorídrico,
o que nos restou uma solução de coloração alaranjada. Isso ocorre devido o
acréscimo de íons de H+ fazendo com que o equilíbrio se desloque no sentido
direto, de modo a consumir esses íons acrescentados, adquirindo uma maior
quantidade de Cr2O72-, responsável por tornar a solução alaranjada. No mesmo
tubo de ensaio, adicionado o NaOH, verificou-se que a solução tornou
novamente alaranjada, esse fato ocorre devido ao deslocamento do equilíbrio no
sentindo inverso.

No segundo passo experimental, os íons de alumínio reagem com os íons


de hidróxido, OH-, formando primeiramente um precipitado branco de hidróxido
de alumínio. A adição de um excesso de íons de hidróxido provoca, na reação,
a dissolução do precipitado, devido à formação de íons complexos
tetrahidroxualuminato (solução incolor). Ao ser adicionado o HCl obteve-se
novamente o precipitado branco; assim, foi necessário continuar adicionando
HCl até que o precipitado desaparecesse do tubo de ensaio.

No terceiro passo experimental, ocorre a reação de neutralização na


presença da fenolftaleína, um indicador ácido-base, que na forma não ionizada,
tem coloração incolor, diferente da forma ionizada que é apresentada com a cor
rosa. No terceiro tubo de ensaio, foi adicionado água destilada e hidróxido de
sódio, ao adicionar em seguida a fenolftaleína ionizada, em meio básico, a
solução passa a ter uma coloração incolor, uma vez que ao adicionar esse
indicador em meio ácido, a sua coloração é incolor.

No quarto passo experimental, com o intuito de analisar a reação de


intercâmbio de ligantes em complexo de cobalto, a exemplo: cloreto de
hexaaquacobalto (II), hexaédrico, de coloração rosa que por aquecimento em
banho Maria é convertido em complexo tetraédrico, trocando os ligantes aquo

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por ligantes cloros, adquirindo assim coloração azul. Logo após atingir o ponto
de ebulição (P.E.) o tubo de ensaio foi exposto em banho de gelo e a solução
retornou a coloração de antes da ebulição. Isso ocorre devido a constante de
equilíbrio ter sido alterada pelo fato da reação ter sida exposta a uma
determinada temperatura e isso acaba que provocando um efeito no equilíbrio
de acordo com sua entalpia, ou seja, se caso a reação é endotérmica ou
exotérmica, a temperatura sempre irá causar alteração o deslocamento do
equilíbrio químico.

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4. CONCLUSÃO

Tendo em vista aos conhecimentos teóricos e a comprovação em aula


prática, vemos que uma reação química em equilíbrio químico está sujeita a
qualquer perturbação externa, seja ela pela concentração, pela temperatura ou
até mesmo pela pressão. Ainda vimos que esses fatores além de causar
determinadas alterações nas reações, alteram também a coloração de uma
determinada estudada.

Em suma, o Equilíbrio Químico ocorre quando temos uma reação


reversível que atingiu o ponto em que as reações direta e inversa ocorrem com
a mesma velocidade.

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REFERÊNCIAS

FOGAÇA, Jennifer. Equilíbrio Químico. Brasil Escola. Disponível em:


<brasilescola.uol.com.br/quimica/equilibrio-quimico-.htm>. Acesso em: 06 de
maio de 2017.

PAULA, Camila Salgado. Equilíbrio Químico e Constante de Equlíbrio.


Disponível em: <educacao.globo.com/quimica/assunto/equilibrio-
quimico/equilibrio-quimico-e-constante-de-equilibrio.html>. Acesso em: 06 de
maio de 2017.

TOFFOLI, Leopoldo. Equilíbrio Químico. Info Escola. Disponível em:


<infoescola.com/quimica/equilibrio-quimico/. Acesso em: 06 de maio de 2017.

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