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Aprender a falar um novo fonema e incorporá-lo à fala corrente significa mudar um hábito.
Para que ocorra uma mudança de hábito é necessário, antes de mais nada, tomar
consciência do problema e ter vontade de corrigi-lo.
Geralmente, as crianças sabem quando há algo diferente em sua fala, mas nem sempre
identificam a alteração. Em alguns casos, sabem identificar o próprio "erro", mas ainda
não o encaram como algo que deva ser corrigido.
• "Tem algumas palavras que você ainda não consegue falar direitinho, não é mesmo?"
• "Você sabe quais são essas palavras?"
• "Você quer aprender a falar essas palavras direitinho?"
• "Você gostaria que eu o ajudasse?"
• "Se você quiser nós podemos fazer algumas atividades juntos para que você possa
aprender a falar esse som que está faltando. Você quer tentar?"
• "Então nós vamos treinar um pouquinho todos os dias, depois do banho. O que você
acha?"
Estabeleça com seu filho um horário para este treinamento, pelo menos três vezes por
semana. Os momentos de treino não precisam ser longos – quinze ou vinte minutos são
suficientes – mas é imprescindível que ocorram regularmente. Portanto, estabeleça um
horário que você possa cumprir.
Deixe claro para seu filho que no horário combinado ele terá que interromper o que
estiver fazendo: "O nosso treino tem que ser uma coisa séria, caso contrário não dará
certo".
O fonema r é o mais difícil de ser produzido e também o mais difícil de ser ensinado. O
movimento da língua é muito rápido e leve e, por isso, quase impossível de ser
demonstrado. Para facilitar, vamos usar um artifício. Primeiro, tente você mesma:
• "Nós vamos começar falando um som que não é igual ao que você não consegue, mas
vamos tentar fazer esse som o mais parecido possível com aquele. Assim, um som que
você já sabe, vai ajudá-lo a produzir um som que você ainda não sabe".
• "A palavra é careta, mas você vai dizer cadeta. Assim: cadeta, bem de leve, como eu
estou fazendo. Você acha que ficou parecido com careta?"
• "Vamos tentar? Diga: ca-de-ta."
• "O que você achou? Ficou parecido? Quer tentar novamente?"
• "Agora vamos tentar assim: eu falo careta e você repete cadeta. Assim você pode
comparar e ver se está ficando bem parecido. Tente fazer cada vez mais parecido com o
meu som".
Tente com algumas outras palavras, mas não insista muito na mesma palavra. Passe
para outra porque algumas poderão ser mais fáceis do que outras.
Sugestões de palavras: barata, farofa, barulho, buraco, parede, xícara, farinha, amarelo,
guaraná, catapora, pirilampo, biriba, marido, merenda, jacaré.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
1. Repetição de palavras
Faça com ele uma lista de dez palavras, incluindo algumas com o grupo consonantal.
Inicie cada sessão de treino com a repetição dessas dez palavras usando o procedimento
D.
"O que você achou? Ficou parecido? Você acha que dá para melhorar? Quer tentar de
novo?"
Tente a mesma palavra não mais do que três vezes e passe para a palavra seguinte,
qualquer que seja a produção dele.
Lembre-se: ele está aprendendo, portanto não queira que ele acerte desde o início.
2. História
Leia uma história qualquer e depois converse com ele sobre a história, induzindo-o a falar
as palavras com r que aparecem na história. Use sempre o procedimento D para ajudá-
lo.
3. Adivinhação
"Vou pensar em uma palavra e lhe dar algumas dicas para que você descubra qual é a
palavra:
• É um móvel da casa onde costumamos guardar as roupas. Começa com ar. (armário)
• Tem no carro e serve para iluminar a estrada, à noite. (farol)
• É um objeto que quebra, tem asa e serve para pôr café. (xícara)
• É um animal que se arrasta, vive na água e na terra e tem uma boca enorme. (jacaré)"
4. Nomeação de figuras
"Agora nós vamos procurar figuras cujos nomes tenham o som que nós estamos
treinando".
5. Jogos
Você pode jogar qualquer jogo que ele goste e, durante o jogo, induzi-lo com perguntas a
dizer palavras com r.
RECOMENDAÇÕES
Repita o modelo correto após cada resposta para que ele tenha sempre a
referência correta.
Faça sempre uma avaliação honesta da produção dele: "Não, não está certo.
Você disse caeta e não careta (ou cadeta). Quer tentar de novo?". Ou "Ficou
muito parecido, o que você achou?" ou "Agora ficou bom!".
Ele sabe que está aprendendo, portanto não tenha medo de provocar
constrangimento com os seus comentários. É fundamental que eles sejam
honestos para que ele possa monitorar as próprias produções.
Essas observações são importantes para que ele fique atento à fala coloquial e
incorpore a ela o que for conseguindo nas atividades de treino.
Não tenha pressa. Às vezes, esse processo é lento, portanto não espere que ele consiga
acertar logo nos primeiros dias.
Um abraço,