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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA E
RECURSOS NATURAIS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

Análise cinemática e dinâmica da deformação rúptil na porção sul da Bacia


do Jaibaras, região de Pacujá, NW do Ceará, Província Borborema

Rafaela Santeiro de Campos

Orientador: Prof. Dr. Wagner da Silva Amaral


Coorientadora: Dra. Rita K. Kraus

Campinas-SP
Dezembro de 2015

0
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA E
RECURSOS NATURAIS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

Análise cinemática e dinâmica da deformação rúptil na porção sul da Bacia


do Jaibaras, região de Pacujá, NW do Ceará, Província Borborema

Rafaela Santeiro de Campos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no dia 16


de dezembro de 2015 ao Instituto de Geociências da
Universidade Estadual de Campinas como exigência
parcial para a obtenção do Título de Bacharel em
Geologia.

Orientador: Prof. Dr. Wagner da Silva Amaral


Co-orientadora: Prof. Dr. Rita K. Krauss

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Wagner da Silva Amaral (Orientador)
Profa. Dra. Carolina Penteado Natividade Moreto
Msc. Maurício Rigoni Baldim

1
Dedico este trabalho às pessoas que mais
amo na vida: meus pais, minha avó,
meus irmãos e meu noivo.
2
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, devo agradecer a Deus. Por toda a minha vida, Ele me conduziu
através de seus caminhos e, ainda que em muitos momentos eu não tenha compreendido Sua
real intenção, esses caminhos SEMPRE me levaram ao encontro da paz, alegria, amor e
muitos outros sentimentos bons e verdadeiros. Um bom exemplo de sua dádiva é poder estar
aqui, gozando de saúde e felicidade, dedicando humildemente esse trabalho a Ele e
agradecendo por seus cuidados incansáveis de Pai.
Agradeço à minha mãe Eliana, carinhosamente chamada de mamadi, e ao meu pai
Antônio por dedicarem cada segundo de suas vidas à realização dos sonhos de seus filhos e
por sempre estarem presentes em minha vida, nos momentos bons e ruins. Agradeço pelo
amor inesgotável, pela educação, pelos puxões de orelha, pelo apoio nos momentos de
tristeza, pela alegria sincera diante das realizações e pelo beijo e abraço amigo que me
conforta e me dá segurança, mesmo em meio à tempestade.
Agradeço aos meus irmãos Bruna e Victor por fazerem da minha vida uma eterna
brincadeira. Agradeço por todas as lágrimas enxugadas, por todas as partidas de Quest, Perfil
e Imagem & Ação, por todos os filmes assistidos dezenas e dezenas de vezes, mas
principalmente por deixarem tudo de lado e fazerem o que for preciso apenas para me deixar
feliz. Nunca me esquecerei das nossas casinhas, dos acampamentos no jardim, das
comidinhas maravilhosas feitas especialmente pra mim. A eles e aos meus pais, agradeço,
enfim, por fazerem parte de quem eu sou.
Agradeço à minha avó Norma, que sempre torceu por mim de forma verdadeira, por
chorar quando eu chorei, por vibrar quando eu vibrei. Por todos os mimos e carinhos tão
cuidadosos, tão sensíveis, tão amáveis. Agradeço aos meus avós Marta, Dito e Sérgio, que já
se encontram na presença de Deus, mas que nunca, nem mesmo por um momento, deixaram
meu coração. A minha tia Ana Cristina pelos conselhos e por todos os momentos
maravilhosos vividos em família.
Agradeço ao meu noivo Diego, minha inspiração, meu alicerce, meu anjo da guarda.
Por todas as vezes que me consolou o choro, que me aconselhou, que me abriu os olhos e que
me abraçou de uma maneira tão acolhedora que nem mesmo me lembrei que éramos duas
pessoas. Pelo apoio incondicional, por sempre me ajudar a ver o lado bom da vida e das
pessoas, por ser o homem maduro e a criança bem humorada nos momentos certos. A minha
sogra Maria, por seu abraço de mãe e seu conselho amigo, ao meu sogro Eduardo e à Dona
Maria, por fazerem parte de meu segundo lar.
3
Agradeço aos meus amigos Nádia, Jéssica, Miquéias, Igor, Thaís, Rita, Marina, Tainá
e Henry por tornarem essa trajetória acadêmica uma experiência repleta de lembranças
carinhosas. Por serem muito mais do que colegas de turma, por nunca me faltar nos
momentos de necessidade, pelas lágrimas de felicidade e tristeza, por me acolher em suas
vidas, por me tornar uma pessoa completa. O que será que Deus reserva para cada um de nós?
Não sabemos, no entanto, todos vocês estarão dentro do meu coração aonde quer que eu vá.
Gostaria de agradecer de modo especial aos meus companheiros nessa experiência
inesquecível: Nádia, Miquéias e Igor. Gostaria de agradecer por todas as aventuras de campo
e por trilharem esse caminho junto a mim nesses meses de trabalho duro, porém, divertido!
Agradeço aos professores Wagner e Ticiano, por seus indiscutíveis empenhos, desde a
preocupação conosco em campo como no auxílio competente às interpretações mais
complicadas. De modo especial, ao meu orientador Wagner, por todas as dúvidas sanadas no
whatsapp durante finais de semana e madrugadas. Agradeço também a minha coorientadora
Rita, pela imensa contribuição durante o trabalho de campo.
Agradeço à Petrobrás pelo apoio técnico fornecido para realização do campo por meio
do Projeto Transbrasiliano: origem, evolução e inflluência na sedimentação de bacias
fanerozoicas.
Agradeço a toda à turma 011, por todos os inesquecíveis trabalhos de campo nas mais
diversas localidades desse Brasil e por todos os seminários, provas e trabalhos que realizamos
juntos. Por fim, agradeço aos funcionários do IG e à UNICAMP por todas as experiências
vividas e oportunidades oferecidas.

4
“Só se pode alcançar um grande êxito
quando nos mantemos fiéis a nós mesmos”

Friedrich Nietzsche
5
RESUMO

A Bacia do Jaibaras está compreendida no contexto da Província Borborema, entre os


Domínios Médio Coreaú e Ceará Central, no noroeste do estado do Ceará. Sua gênese está
relacionada às movimentações tectônicas do Lineamento Transbrasiliano, sobretudo à sua
reativação rúptil sinistral, no estágio de transição da Plataforma Sul-Americana, em 560 Ma.
A análise de feições estruturais permitiu a caracterização dos movimentos de diversas falhas
registradas em campo com a individualização de quatro estágios deformacionais relacionadas
à gênese dessa bacia. A determinação do tensor principal σ1 correspondente à cada estágio
deu-se por meio do reconhecimento de pares conjugados de fraturas e indicadores
cinemáticos, além de verificações no software Win-Tensor, que estima a direção do esforço
principal a partir da direção de falhas e estrias. A partir da confluência de ambas as análises, o
σ1 associado ao estágio dúctil e dúctil-rúptil do embasamento apresenta direção NE-SW, com
orientação aproximada de N45E. O estágio de abertura da bacia registra tensor principal na
direção NW-SE, sendo que falhas transcorrentes resultam em um σ1 N25W, enquanto que
falhas transtensivas, N71W. As falhas inversas e transpressionais correspondentes ao estágio
de inversão da bacia decorrem de um esforço principal na direção NE-SW, com orientação
N79E, aproximadamente. O último estágio, que contempla falhas normais e transtensivas,
relaciona-se a uma fase de colapso da bacia, ocorrida por consequência do relaxamento dos
esforços compressivos associados ao estágio anterior. O tensor σ1 relacionada a esse evento
apresenta direção NE-SW, segundo orientação aproximada de N74E. O mapa de
paleotensores evidencia as unidades da Bacia do Jaibaras e os esforços principais associados a
cada estágio deformacional.

Palavras-chave: Jaibaras, Deformação Rúptil, Paleotensores.

6
ABSTRACT

The Jaibaras Basin is located between the Médio Coreaú and Ceará Central domains in the
NW of Ceará state, Borborema Province. Its formation is related to tectonic movements of the
Transbrasiliano Lineament, especially to its reactivation sinistral brittle in the transitional
stage of the South American Platform, at 560 Ma. The analysis of structural features enabled
the characterization of the movements of various faults registered in the field with the
individualization of four deformational stages, related to the genesis of this basin. The
determination of the main tensor σ1 corresponding at each stage took place through the
recognition of conjugated pairs of fractures and kinematic indicators, as well as checks on
Win-Tensor software, which estimates the direction of the main effort from the fault direction
and stretch marks. From the confluence of both analyzes, the σ1 associated with ductile and
ductile-brittle stage of foundation presents NE-SW direction, with an approximate orientation
of N45E. The basin opening stage registers main tensor in NW-SE direction, and slip faults
result in an σ1 N25W, while transtensional failures, N71W. The reverse faults and
transpressional corresponding to the investment stage of the basin result of a major effort in
the NE-SW direction with N79E orientation or so. The last stage, which comprises normal
and fault transtensional, it relates to a collapse basin phase, occurring as a result of the
relaxation of the compressive stresses associated with the previous stage. The tensor σ1
related to this event shows NE-SW direction, according to approximate orientation of N74E.
The paleotensores map shows units of Jaibaras Basin and major efforts associated with each
deformation stage.

Keywords: Jaibaras, Brittle Deformation, Paleotensores.

7
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................10

1.1 Apresentação...........................................................................................................10
1.2 Objetivos.................................................................................................................11
1.3 Localização e vias de acesso...................................................................................11
1.4 Aspectos fisiográficos.............................................................................................14
1.4.1 Geomorfologia..........................................................................................14
1.4.2 Vegetação.................................................................................................14
1.4.3 Clima........................................................................................................14
1.4.4 Hidrografia...............................................................................................14
2 MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................................15

2.1 Etapa pré-campo......................................................................................................15


2.2 Etapa de campo.......................................................................................................17
2.3 Etapa pós-campo.....................................................................................................17
3 GEOLOGIA REGIONAL...................................................................................................18

3.1 Província Borborema..............................................................................................18


3.2 Domínio Médio Coreaú...........................................................................................20
3.3 Domínio Ceará Central...........................................................................................21
3.4 Contexto Estrutural Regional..................................................................................23
3.5 Bacia do Jaibaras.....................................................................................................26
3.6 Fauna de Ediacara...................................................................................................28
4 GEOLOGIA LOCAL E ARCABOUÇO ESTRUTURAL...............................................30

4.1 Embasamento..........................................................................................................33
4.1.1 Arcabouço litológico................................................................................33
4.1.2 Arcabouço estrutural................................................................................38
4.2 Suíte Parapuí...........................................................................................................41
4.2.1 Arcabouço litológico................................................................................41

8
4.2.2 Arcabouço estrutural................................................................................43
4.3 Formação Pacujá.....................................................................................................44
4.3.1 Arcabouço litológico................................................................................44
4.3.2 Arcabouço estrutural................................................................................53
4.4 Formação Aprazível................................................................................................56
4.4.1 Arcabouço litológico................................................................................56
4.4.2 Arcabouço estrutural................................................................................58
4.5 Grupo Serra Grande................................................................................................60
4.5.1 Arcabouço litológico................................................................................60
4.5.2 Registro Fossilífero – Fauna de Ediacara.................................................62
4.5.3 Arcabouço estrutural................................................................................65

5 COMPARAÇÃO ENTRE ESTRUTURAS FOTOINTERPRETADAS E


OBSERVADAS EM CAMPO................................................................................................69

6 CRONOLOGIA DE EVENTOS E POSICIONAMENTO DE TENSORES.................72

6.1 Estágio de Deformação Dúctil e Dúctil-Rúptil do Embasamento..........................78


6.2 Estágio de Abertura da Bacia..................................................................................81
6.3 Estágio de Inversão da Bacia..................................................................................87
6.4 Estágio de Colapso ou Relaxamento da Bacia........................................................90
7 MAPA DE PALEOTENSORES DA ÁREA......................................................................95

8 CONCLUSÕES....................................................................................................................98

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................100

APÊNDICES.........................................................................................................................106

APÊNDICE 1: Tabela com dados de campo com coordenadas, descrição litológica, estruturas,
persistência, classificação e orientação de falhas....................................................................106
APÊNDICE 2: Mapa de Pontos da Porção Sul da Bacia do Jaibaras, próximo a Pacujá.......139
APÊNDICE 3: Mapa Geológico da Porção Sul da Bacia do Jaibaras, próximo a Pacujá......140
APÊNDICE 4: Mapa de Paleotensores da Porção Sul da Bacia do Jaibaras, próximo a
Pacujá......................................................................................................................................141

9
1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação

A região noroeste do Ceará configura-se como uma das áreas mais complexas e
interessantes da Província Borborema no que tange ao arranjo tectono-estrutural, na transição
entre os domínios Médio Coreaú e Ceará Central. Este limite é marcado pelo Sistema
Transbrasiliano que condicionou nesta região a geração de diversas estruturas, incluindo o rift
do Jaibaras. Neste contexto este trabalho de conclusão de curso compreende a investigação
geológica, estrutural, dinâmica e tectônica de uma área de aproximadamente 80 km², na
porção sul da Bacia Cambro-Ordoviciana do Jaibaras, nos arredores da cidade de Pacujá, NW
do Ceará.
Com o intuito de caracterizar de forma mais detalhada esta porção da bacia, tal região
foi dividida em quatro áreas adjacentes, de modo a compor quatro regiões de estudo de igual
área. Este trabalho refere-se ao extremo sul da área de estudo (área 1 – coordenadas 9558000-
9562000 mN; 304000-326000 mE), sendo que os dados estruturais dessa região e do centro-
sul da Bacia (área 2), adjacente à área aqui referida, foram analisadas em conjunto (Figura 1).

Figura 1: Croqui esquemático ilustrando a distribuição das 4 áreas adjacentes que compõem a região de estudo.
Destaque para a área 1, em azul, a qual refere-se este trabalho.

O mapeamento geológico-estrutural na escala 1:25.000, com ênfase na deformação


rúptil relacionada à reativações do Lineamento Transbrasiliano na bacia foi fundamental para

10
as análises estruturais. Assim são propostas explicações sobre alguns aspectos acerca dessas
deformações tardias, tal como a identificação das principais estruturas presentes nas unidades
que compõem a Bacia, a caracterização cinemática desse principal evento tectônico, a
caracterização dinâmica com a determinação de paleotensores, bem como a relação temporal
no desenvolvimento dessas estruturas. Ademais, tal estudo conta com uma breve abordagem
sobre a fauna de Ediacara, uma vez que tais fósseis ocorrem na porção sul da área estudada;
tornando a proposição desse trabalho mais completa e interdisciplinar.

1.2 Objetivos

O principal intuito desta pesquisa é a proposição de uma sistemática interpretação


acerca do Lineamento Transbrasiliano na região da Bacia do Jaibaras, sobretudo sua
reativação rúptil, através da coleta de medidas estruturais realizadas em campo. A aquisição
desses dados permitiu a proposição de análises de paleotensores e da dinâmica rúptil do
lineamento na região nordeste do Brasil. Os produtos gerados nesse trabalho que
corroboraram para as interpretações propostas foram:
- Diagramas de Wulf e de rosetas realizados no software Stereo32 para cada unidade
geológica da bacia, sendo segregadas também, para cada tipo de estrutura;
- Diagramas de tensores no software Win-Tensor para cada estágio deformacional;
- Descrições petrográficas de amostras macroscópicas e de lâminas delgadas,
buscando a classificação litológica e a observação de texturas e estruturas relacionadas à
zonas de cisalhamento e falhas;
- Mapa geológico-estrutural confeccionado no programa ArcGIS em escala 1:25.000.
Tais produtos permitiram o refinamento das interpretações dinâmicas e tectônicas
apresentadas nesse trabalho de conclusão de curso.

1.3 Localização e vias de acesso

A área de estudo está localizada do noroeste do estado do Ceará, nas proximidades da


cidade de Pacujá, dista cerca de 241 Km da cidade de Fortaleza, 51 Km de Sobral, 35 km de
Mucambo e 25 km de Cariré. Suas principais vias de acesso se dão a partir da rodovia Dr.
Silvio Leal (CE-253), que liga Pacajus a Cascavel e estrada Sobral-Mucambo (CE-321). A
primeira rodovia permite o acesso à porção leste da área e a segunda, à porção oeste (Figuras
2 e 3).

11
Figura 2: Localização da área de estudo em âmbito nacional e regional.
12
Figura 3: Localização da região estudada em âmbito estadual e municipal.
13
1.4 Aspectos fisiográficos

1.4.1 Geomorfologia

No estado do Ceará, Ross (1995) discrimina cinco categorias morfológicas, sendo o


pediplano, as serras, as chapadas, os tabuleiros litorânos e as planícies aluviais.
A feição dominante é o pediplano, mostrando-se como uma vasta planície levemente
ondulada, inclinadas de sul para norte. As serras constituem maciços montanhosos inseridos
em rochas cristalinas antigas, sendo as mais importantes as serras Uruburetama, Meruoca e
Baturité. As chapadas são elevações tabulares extensas, instaladas em terrenos sedimentares
planos, horizontais ou pouco inclinados. Os tabuleiros litorâneos estão dispostos em
formações areníticas, pouco elevados e extendendo-se por toda a costa cearense (Ross, 1995).

1.4.2 Vegetação

A vegetação típica na área de estudo caracteriza-se pela predominância das caatingas,


recobrindo cerca de 91% da superfície do Ceará. Esse tipo de vegetação mostra-se
intensamente modificado pela ação antrópica, sendo plantações e pastos responsáveis pela
eliminação do estrato arbóreo e arbustivo. Em áreas restritas do estado, ocorrem ainda mais
três tipos de vegetação: cerrados no topo plano das chapadas; carnaubais nas várzeas dos rios
e florestas nas encostas de serras e sopés de chapadas (Galvão, 2002).

1.4.3 Clima

O clima predominante no território do Ceará é o Tropical Quente Semi-Árido, com


exceção da costa, nos arredores de Fortaleza, na qual as chuvas anuais fornecem de 1000 a
1500 mm. As chuvas, que não ultrapassam 1000 mm anuais e, em alguns locais, nem mesmo
600 mm, são mal distribuídas. O fenômeno da seca é desencadeado principalmente, em anos
em que a estação chuvosa não se manifesta. As temperaturas elevadas provocam altos níveis
de evaporação, agravando ainda mais as condições de seca dessa região (Galvão, 2002).

1.4.4 Hidrografia

De maneira geral, todos os rios do estado são temporários, sendo o Jaguaribe o rio
mais importante do Ceará, cuja bacia drena todo o sul, o centro e o leste do estado. Pequenos
rios independentes drenam a região norte, a citar o Coreaú, o Acaraú e o Aracatiaçu. Os
açudes artificiais são essenciais para essa região, sendo os maiores o de Orós, no Jaguaribe, e

14
de Banabuiú, no rio do mesmo nome. A capacidade de armazenamento de água é de 7,8
bilhões de metros cúbicos, no entanto, a utilização da água dos açudes na irrigação ainda é
reduzida (Galvão, 2002).

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Etapa pré-campo

A etapa inicial deste trabalho consistiu em análises preliminares da área de estudo que
auxiliassem o trabalho de campo, com enfoque em levantamentos bibliográficos, observação
de imagens de radar orbital (SRTM), Landsat 7 e 8, ASTER (Figura 4) e ALOS (Figura 5).
Por meio da utilização dos softwares ENVI e ArcGIS, essas imagens foram tratadas de forma
a integrar informações que contribuíssem na identificação de litotipos e estruturas em campo,
fornecendo uma base cartográfica da região de estudo.

Figura 4: Imagem do sensor ASTER da porção sul da Bacia do Jaibaras, utilizada na fotointerpretação da área de
estudo.

15
Figura 5: Imagem do sensor ALOS da porção sul da Bacia do Jaibaras, utilizada na fotointerpretação da área de
estudo.

De forma a compor uma compilação cartográfica mais completa e atualizada da


região, foram utilizadas imagens obtidas através do Google Earth®. Com o auxílio desse
aplicativo, foi possível delimitar estradas, caminhos, ruas e a área urbana. A digitalização das
folhas topográficas 1.100.000 de Frecheirinha e Sobral e seu posterior tratamento em
ambiente SIG permitiram a observação da topografia e de pontos de interesse da área de
estudo. Por fim, o exame do mapa geológico da Bacia do Jaibaras proposto por Jardim de Sá
et al. (1979), analisado e retratado no ArcGIS, permitiram uma visualização prévia dos
litotipos contemplados no trabalho de campo.

16
2.2 Etapa de campo

O trabalho de campo foi realizado no noroeste do Ceará, porção sul da Bacia do


Jaibaras, na região de Pacujá entre os dias 22 de julho e 9 de agosto de 2015. O material
utilizado compreende os instrumentos essenciais de campo, tal como martelo petrográfico,
GPS Garmin Etrex 10, trena, lupa, caderneta, ácido clorídrico 10%, câmera fotográfica,
escala, caneta magnética, comparadores granulométricos, mapas elaborados na etapa pré-
campo, equipamentos de segurança pessoal, além da bússola Clar e outros materiais.
Nessa atividade, buscou-se não apenas identificar e delimitar limites de unidades
geológicas presentes na Bacia, mas também a coleta de aproximadamente mil (1000) medidas
estruturais, através da descrição de 237 pontos, sendo as principais estruturas descritas:
fraturas, falhas, estrias, acamamentos, foliações, lineações, além de direções de diques, veios
e indicadores cinemáticos diversos. No que tange a descrição das estruturas, buscou-se
classificar falhas e fraturas de acordo com sua persistência, verificando-se o comprimento em
metros da descontinuidade; e intensidade, que visa constatar o quanto aquela estrutura se
repete em escala de afloramento.
Nesta atividade, foram também coletadas amostras de rochas para a elaboração de
análises petrográficas em escalas meso e microscópicas, de modo a auxiliar na delimitação
das unidades litológicas no mapa geológico resultante desse trabalho e também no
detalhamento da descrição de cada formação presente na área.

2.3 Etapa pós-campo

A etapa pós-campo consistiu no tratamento, organização e análise de dados.


Inicialmente, as informações de cada ponto – coordenadas geográficas, altitute, descrição do
litotipo, medidas estruturais, observações e fotos de campo – foram integradas na forma de
tabelas. As informações estruturais foram compiladas de várias formas diferentes; em cada
unidade, segundo o tipo de estrutura ou de acordo com sua orientação preferencial; de modo a
identificar padrões que pudessem sustentar a interpretação tectônica da área.
Para ilustrar os trends principais com base nessas compilações de diferentes
abordagens, utilizou-se os softwares Stereonet e Stereo32. O primeiro auxiliou na
identificação dos polos médios das famílias principais de falhas, fraturas, foliações, entre
outras feições, através da inserção de dados em Diagramas de Wulf; enquanto que o segundo
evidenciou as direções principais e o volume de dados de cada uma das famílias de estruturas

17
através de Diagramas de Wulf e de Rosetas. Em cada Diagrama de Wulf confeccionado no
Stereo32, observa-se a distribuição das diversas estruturas por meio de quatro cores, cada uma
representando um trend principal, sendo verde para N-S, vermelho para NE-SW, azul para E-
W e preto para NW-SE. Tais diagramas foram elaborados a fim de reconhecer e estabelecer
uma cronologia entre os eventos rúpteis que atingiram a bacia.
O programa Win-Tensor reuniu informações cinemáticas observadas em campo, tais
como falhas com estrias, foliações com lineações, veios intercrescidos, entre outras feições,
produzindo diagramas que sugerem a orientação dos paleotensores σ1, σ2 e σ3 para cada
situação. É importante ressaltar que as interpretações fornecidas pelo software serviram
apenas de apoio para a compreensão desses tensores em cada evento discriminado, no entanto,
não foram assumidos como legítimos indistintamente, sendo, muitas vezes, questionados,
melhorados e adaptados de acordo com as situações constatadas em campo.
Tanto os diagramas fornecidos pelos softwares Stereonet e Stereo32 quanto pelo Win-
Tensor foram elaborados em conjunto com as medidas estruturais da área de estudo adjacente
à norte, nomeada nesse relatório como área 2. Esse procedimento foi tomado para que as
conclusões acerca da cronologia de eventos rúpteis e determinação de paleotensores na bacia
sejam feitas de forma mais consistente.
Por meio das amostras coletadas na etapa anterior, foram realizadas descrições
petrográficas em escala macro e microscópica, de modo a detalhar e completar
caracterizações de campo, bem como balizar de forma mais segura os contornos de cada
formação na bacia. Ademais, buscou-se observar a composição mineralógica e a presença de
microestruturas através da lupa eletrônica e da análise de lâminas delgadas em microscópio
eletrônico, de modo a compará-las às estruturas vistas em escala regional e local. Por meio de
descrições, fotos, diagramas e interpretações, elaborou-se um mapa geológico em ambiente
SIG em escala 1:25.000, evidenciando as principais estruturas dúcteis e rúpteis presentes,
assim como as unidades geológicas inseridas na área de estudo.

3 GEOLOGIA REGIONAL

3.1 Província Borborema

A área compreendida nesse estudo está inserida no contexto da Província Borborema,


conceito definido por Almeida et al. (1977, 1981) para denominar a porção leste da região
nordeste da plataforma sul-americana. Sua extensão é de aproximadamente 450.000 km2 e é

18
limitada ao sul pela Província São Francisco, a oeste, pela Província Parnaíba, a norte, pelas
bacias costeiras e a leste, pela margem continental (Almeida et al. 1977, 1981 - Figura 6).

Figura 6: Domínios tectônicos e principais estruturas da Província Borborema. Adaptado de Delgado et al.
(2003).

Essa província caracteriza-se por uma colagem orogênica Pré-Cambriana afetada por
importantes eventos tectônicos, termais e magmáticos de idade Neoproterozoica, com registro
marcante do Ciclo Brasiliano, resultado da amalgamação de blocos crustais durante a
formação do Supercontinente Gondwana. A arquitetura dessa província é marcada por zonas
de cisalhamentos e grandes dobramentos orientados segundo a direção NNE e NE (Brito
Neves et al., 2000).

19
Durante a evolução dessa província são atribuídos dois principais ciclos tectônicos,
sendo: a Orogênese Cariris Velhos, de idade Mesoproterozoica a Neoproterozoica (~1,2-1,0
Ga) e a Orogênese Brasiliana, desenvolvida no Neoproterozoico (~600 Ma). Rochas que
compõem o embasamento cristalino dessa província apresentam estruturas associadas a
estágios de amalgamação de blocos durante o Médio-Paleoproterozoico, referidas à
Orogênese Transamazônica, bem como feições atribuídas ao Arqueano (Brito Neves et al.
2000).
Segundo Van Schmus et al. (1995), a Província Borborema pode ser dividida nos
grandes blocos tectônicos Domínio Norte e o Domínio Sul, separados pela zona de
cisalhamento Patos. O Domínio Norte é ainda subdividido por Brito Neves et al. (2000)
através dos lineamentos Transbrasiliano e Senador Pompeu nas seguintes unidades tectônicas
crustais: Domínio Médio Coreaú, Domínio Ceará Central e Domínio Rio Grande do Norte.
A área de estudo está inserida entre os domínios Médio Coreaú e Ceará Central, sendo
delimitada a leste pelo Lineamento Transbrasiliano e a oeste, pela Falha Café-Ipueiras, ambos
com trend preferencial NE.

3.2 Domínio Médio Coreaú (DMC)

Localizado no extremo noroeste da Província Borborema, esse domínio contempla


horsts e grabens que mostram-se alinhados na direção NE-SW, segundo a orientação da zona
de cisalhamento do Lineamento Transbrasiliano (Figura 7). É limitado a oeste pela Bacia do
Parnaíba e a leste pelo Lineamento Sobral-Pedro II, responsável por separar tal faixa do
Domínio Ceará Central (Torquato & Nogueira Neto, 1996).
Segundo Abreu et al. (1988), são diferenciados dois principais conjuntos
litoestruturais Pré-Cambrianos nesse domínio. O mais antigo e complexo corresponde ao
embasamento, que envolve rochas gnássicas, migmatíticas e rochas supracrustais dos Grupos
Martinópole e São Joaquim. Já os Grupos Ubajara e Jaibaras correspondem ao segundo grupo
de rochas, que, em conjunto com os plutons Meruoca e Mucambo, exibem idades mais
recentes e contexto estrutural mais simples relacionado à tectônica transtensional responsável
pela formação da Bacia do Jaibaras (Carvalho, 2005).
O embasamento desse bloco tectônico é formado por diversos litotipos gnáissicos e
migmatíticos, metamorfisados em fácies anfibolito a granulito (Santos et al., 1998), com
idade aproximada de 2,35 Ga (Brito Neves et al. 2000). Sobrejacente a essas rochas,
apresenta-se o Grupo Martinópole, composto por rochas Neoproterozoicas
20
vulcanossedimentares e também o Grupo Ubajara, formado por um cinturão de dobramentos
de rochas carbonáticas-pelíticas. Granitos Mucambo e Meruoca podem ser relacionados à
plutons pós-orogênicos que se alojaram em espaços formados por movimentos distensionais
em bacias transtensionais do tipo pull-apart, relacionadas à movimentação do Lineamento
Transbrasiliano. Aproveitando-se desses espaços, sequências vulcanossedimentares
brasilianas, tal como Grupo Jaibaras, foram depositadas e, posteriormente, cobertas por rochas
da Bacia do Parnaíba (Brito Neves et al., 2000).
O Grupo Martinópole é constituído por rochas metamorfisadas entre as fácies xisto
verde e anfibolito, como filitos, micaxistos, quartzitos e metarenitos intercalados por
metacarbonatos e metabásicas (Pedreira & Torquato, 1991). Discordante ao Martinópole tem-
se o Grupo Ubajara, que apresenta um grau metamórfico que varia de xisto verde baixo a
médio, com preservação de estruturas primárias (Brito Neves, 1983).
Derrames de andesitos, riolitos, basaltos andesíticos, doleritos e rochas
vulcanoclásticas são inseridos na Suíte Parapuí. Diques e sills de rochas subvulcânicas
intercalam-se com sedimentos siliciclásticos das Formações Massapê e Pacujá (Oliveira,
2000). Esse vulcanismo pode estar associado não apenas ao estágio de abertura da bacia, mas
também a uma fase pós-sedimentação (Jardim de Sá et al., 1979; Nascimento & Gava, 1979;
Nascimento et al., 1981). A origem do plutonismo relacionado à intrusão dos Granitos
Meruoca e Mucambo é dita como uma provável associação comagmática às rochas do
vulcanismo Parapuí (Nascimento et al., 1981).
Em contato discordante com o Grupo Ubajara, estratigraficamente acima, encontra-se
o Grupo Jaibaras. Essa sequência é formada por grabens e meio-grabens, limitados por falhas
normais e possíveis reativações do Lineamento Sobral-Pedro II (Costa et al., 1979). A Bacia
do Jaibaras está inserida nesse contexto, sendo caracterizada pela presença de rochas
siliciclásticas, tais como arenitos, arenitos conglomeráticos, conglomerados grossos
polimíticos e rochas vulcânicas ácidas, básicas e intermediárias. Em parte, esses litotipos são
correlacionáveis à Bacia do Parnaíba, localizada a sudoeste da Bacia do Jaibaras (Carvalho,
2005).

3.3 Domínio Ceará Central (DCC)

Esta unidade tectônica está localizada na porção norte da Província Borborema,


estendendo-se por quase todo o estado do Ceará. A noroeste é delimitado pela zona de
cisalhamento Sobral-Pedro II e a sudeste, pela zona de cisalhamento Senador Pompeu.
21
São diferenciados neste domínio paragnaisses, micaxistos, quartzitos ricos em
alumínio, mármores e rochas calciossilicáticas formados durante o Ciclo Riaciano/Orosiriano,
com idade de 2,2 a 2,1 Ga proposta por Brito Neves et al. (2000).
Zonas de cisalhamento transcorrentes brasilianas compoem esse domínio, sendo que
aquelas que possuem trend preferencial na direção NE denotam preferencialmente cinemática
destral (Arthaud et al., 1988) enquanto que as NNW, por sua vez, apresentam movimentação
sinistral (Arthaud et al., 1986). Nesta unidade geotectônica estão contidos uma série de
sequências supracrustais Neoproterozoicas, resquícios de faixas quartzícas, pelíticas e
carbonáticas dobradas e extenso plutonismo brasiliano (Brito Neves et al., 2000).
A história geológica anterior aos movimentos transcorrentes é pouco compreendida,
entretanto, Caby et al. (1991) afirma que a evolução brasiliana dessa sequência é monocíclica
e a idade de deposição dos sedimentos varia entre Paleo a Mesoproterozoico.
O DCC pode ser dividido em quatro unidades geotectônicas: Núcleo Arqueano,
Embasamento gnáissico Paleoproterozoico, Supracrustais de idade Neoproterozoica e
Complexo Tamboril-Santa Quitéria (Fetter et al., 2000).
Aflorante na porção sudeste do domínio, o Núcleo Arqueano é limitado a leste pela
zona de cisalhamento Senador Pompeu e a oeste e norte por gnaisses do embasamento
Paleoproterozoico (Amaral, 2010 – Figura 7). Tais rochas tem influência da zona de
cisalhamento Sabonete-Inharé, que as dividem em duas unidades litológicas distintas: unidade
Mombaça, a sudeste, e unidade Pedra Branca, a noroeste (Cavalcante et al., 2003). Segundo
Fetter (1999), com base em análises isotópicas U-Pb e Sm-Nd, a Unidade Moçamba apresenta
idade de 2,8 Ga e a Unidade Pedra Branca, mais jovem, 2,7 Ga.
As rochas do Embasamento Gnáissico Paleoproterozoico englobam gnaisses e
migmatitos de composição diorítica a tonalítica, considerados terrenos TTG (Amaral, 2010).
As unidades das Sequências Supracrustais Neoproterozoicas ocorrem principalmente
no entorno do arco magmático de Santa Quitéria. Configuram-se como rochas
metamorfisadas sob condições de alta pressão e alta temperatura, retroeclogitos (Castro 2004,
Garcia & Arthaud 2004, Arthaud et al., 2007, Santos et al., 2015; Amaral et al., 2010).
O Complexo Tamboril-Santa Quitéria é uma suíte ígnea formada por diatexitos e
metatexitos, com mega-enclaves de rochas cálciossilicáticas e anfibolitos. Os migmatitos
foram intrudidos por grande volume de magmas de composição tonalítica a granítica (Fetter et
al, 2003, Castro 2004, Arthaud, 2007). Idades obtidas pelo método U-Pb em zircão em

22
granitoides desse complexo apontaram idades entre 660 e 614 Ma (Fetter et al., 2003; Brito
Neves et al., 2003) e 620 e 611 Ma (Castro, 2004).

Figura 7: Configuração geológica regional da porção setentrional da Província Borborema, evidenciando a


localização do Domínio Médio Coreaú (DMC) e Domínio Ceará Central (DCC). LTB = Lineamento
Transbrasiliano; ZCSP = Zona de Cisalhamento Senador Pompeu; ZCPa = Zona de Cisalhamento Patos; CC =
Complexo Cruzeta; MSJC = Maciço José do Campestre; CG = Complexo Granjeiro. Modificado de Van
Schumus et al. (1995).

3.4 Contexto Estrutural Regional

O Lineamento Transbrasiliano (LTB) é uma zona de cisalhamento em escala


continental que afeta o embasamento da região estudada. Tal feição estende-se por uma
distância de cerca de 2.700 km, atravessando desde o noroeste do Ceará – na qual é
denominada Lineamento Sobral- Pedro II – e do estado de Goiás até o noroeste da Bacia do

Paraná, na região sudoeste do Mato Grosso do Sul (Rapela et al., 2007 – Figura 8).

23
Figura 8: Configuração do Lineamento Transbrasiliano (em branco) e estruturas possivelmente associadas no
território brasileiro. Adaptado de Chamani (2011).

Delgado et al. (2003) afirma que a principal movimentação de falhas ao longo desse
lineamento possui caráter transcorrente destral. Contudo, considerando a história geológica da
Província Borborema, essas estruturas podem representar evoluções policíclicas e com
polimorfismo de rejeito, sendo necessário, portanto, uma análise mais criteriosa dessa grande
estrutura (Brito Neves, 1983). Não obstante, reativações ao longo do Lineamento
Transbrasiliano são registradas desde o Pré-Cambriano Superior (Oliveira & Mohriak, 2003)
até o Cenozoico (Soares et al., 1998).
Essa grande zona de cisalhamento é admitida como uma das principais megassuturas
que colaboraram para a evolução crustal da Plataforma Sul-Americana (Chamani, 2011).

24
Delgado et al. (2003) considera o LTB ativo a partir do evento colisional Brasiliano II, há 650
Ma, tendo um sentido de movimentação destral.
Reativações desse cisalhamento ocorreram durante o estágio de transição da
Plataforma Sul-Americana, permitindo a instalação de bacias similares a grabens ou rift,
podendo citar as bacias do Jaibaras, Jaguarapi, Piranhas e Monte do Carmo (Marini et al.,
1984).
Com base na análise das estruturas evidenciadas no Grupo Serra Grande no noroeste
do Ceará, Destro et al. (1994) reconheceram uma reativação Mesozoica. A idade dessa
reativação ainda é incerta, no entanto, através de correlações deformacionais observadas em
campo, tais autores sugerem uma idade Neocretácea para essa movimentação, em um regime
transpressivo destral.
De acordo com Chamani (2011), a Província Borborema pode ser subdividida em um
domínio ocidental, no qual as zonas de cisalhamento apresentam trend NE-SW, a citar o
Lineamento Senador Pompeu e o Lineamento Transbrasiliano; o domínio oriental é marcado
por uma orientação E-W, como os lineamentos Pernambuco e Patos.
O Lineamento Senador Pompeu possui aproximadamente 350 km de extensão e 10 km
de comprimento. Seu trend principal é de N55E-S55W e é constituído por faixas miloníticas
com indicadores cinemáticos destrais (Goés, 1995 – Figura 9).
O Lineamento Patos apresenta-se com 300 km de extensão e 20 km de largura. A
direção dessa estrutura mostra-se E-W e seus indicadores cinemáticos apontam cinemática
predominantemente destral (Vauchez et al., 1995 – Figura 9).
Por fim, de acordo com Vauchez et al. (1995), o Lineamento Pernambuco extende-se
por 600 km de extensão, apresenta feições NE-SW pouco evidentes, uma vez que essa sutura
é coberta por sedimentos da Bacia do Parnaíba (Figura 9).

25
Figura 9: Principais lineamentos associadas ao Lineamento Transbrasiliano das Províncias Parnaíba e
Borborema. Adaptado de Chamani, 2011.

3.5 Bacia do Jaibaras

A Bacia do Jaibaras é um rift de 120 km de extensão e 10 a 20 km de largura


consolidada sobre gnaisses, migmatitos e rochas metassedimentares do embasamento (Jardim
de Sá, 1994). Essa bacia possui características distensionais, formada durante o fim do Ciclo
Brasiliano e apresenta-se paralela à zona de cisalhamento Sobral-Pedro II (Lineamento
Transbrasiliano), que exerceu forte influência em seu processo de deposição (Jardim de Sá,
1994).
A formação dessa bacia é atribuída a um rift ou graben, constituindo um molassóide e
a estruturação em pull-apart pode ser devida a reativações rúpteis sinistrais do Lineamento
Transbrasiliano durante a transição da Plataforma Sul-Americana, em aproximadamente 560
Ma (Teixeira et al., 2004; Arthaud, 2007). O rifteamento dessa bacia foi iniciada no Cambro-
Ordoviciano, sendo limitada a sudeste pela Lineamento Sobral-Pedro II e a nordeste pela
Falha Café-Ipueiras (Fetter et al., 2000; Martins et al., 2009).
A Bacia encontra-se preenchida por depósitos sedimentares siliciclásticos imaturos,
que foram acumulados em relevo instável. Tal preenchimento deu-se ao longo do eixo NE-
SW da bacia, sendo que os sedimentos arenosos e argilosos concentram-se na porção central,
26
enquanto que sedimentos grosseiros estão relacionados às bordas da bacia. Essa configuração
pode ser devida a presença de falhas delimitadoras dessa bacia, fornecendo, em suas
proximidades, sedimentos conglomeráticos provindos de leques aluviais (Nascimento &
Gava, 1979; Quadros et al., 1994).
O registro sedimentar é marcado por importantes variações de espessuras das camadas
da bacia, por mudanças de fácies, interdigitações frequentes com leques aluviais
conglomeráticos, assim como discordâncias locais (Jardim de Sá et al., 1979; Nascimento &
Gava, 1979; Gorayeb et al., 1988; Quadros et al., 1994).
A presença de inúmeros leques aluviais indica uma relativa recorrência de reativações
de falhas na região. No entanto, propõe-se que tenha ocorrido uma diminuição desses eventos
tectônicos para o topo da sequência, uma vez que a bacia foi sendo preenchida completamente
com sedimentos. Não existem comprovações de que essa bacia tenha sido submetida a um
metamorfismo regional, contudo, uma mineralogia associada à anquimetamorfismo é
reconhecida nessas rochas (Mello, 1978; Novais et al., 1979).
Em termos estratigráficos, Costa et al. (1979) divide o Grupo Jaibaras em três
formações, sendo, da base para o topo: Massapê, Pacujá e Aprazível.
Configurando a base do Grupo, a Formação Massapê é formada por conglomerados
polimíticos e arenitos subordinados. Tais conglomerados são atribuídos a ambientes
deposicionais de leques aluviais e a repetição sistemática dessa estruturação reflete o
abatimento contínuo da bacia (Jardim de Sá et al., 1979; Nascimento & Gava, 1979; Quadros
& Abreu, 1995). Sua posição estratigráfica é assim atribuída uma vez que não se registra a
existência de fragmentos de rochas localizadas estratigraficamente acima dessa formação
(Oliveira, 2001).
A Formação Pacujá está relacionada ao contínuo processo de abatimento da bacia, na
qual o aporte sedimentar foi decaindo em uma taxa mais alta que a subsidência, permitindo a
formação de lagos. Sedimentos mais finos foram depositados nessas depressões, que
representam porções distais da Formação Massapê, constituindo arenitos finos e pelitos
(Gorayeb et al., 1988; Quadros et al., 1994). As porções pelíticas estão concentradas no
centro do rift, na medida em que os areno-conglomeráticos são encontrados nas bordas,
configurando, assim, um sistema fluvial que grada para um delta com um lago mais distante
associado (Oliveira, 2001).
A Formação Aprazível localiza-se no topo desse Grupo, sendo assim classificada uma
vez que é composta por paraconglomerados formados em ambientes de leques aluviais com

27
fragmentos composionalmente semelhantes às rochas das formações subjacentes, além de
clastos provindos dos plutons e da Suíte Parapuí. A presença dos fragmentos de rochas
magmáticas é a principal diferença entre a Formação Aprazível e Massapê, tendo em vista que
em termos de ambientes sedimentares e tectônicos, ambas são muito similares (Oliveira,
2001).
A conclusão do preenchimento sedimentar da bacia se deu no Siluriano Inferior, em
torno de 440 Ma, sendo representada pela deposição do Grupo Serra Grande, sequência
pertencente à Bacia do Parnaíba. É constituída por conglomerados oligomíticos e arenitos
quartzosos, estratificados e silicificados (Oliveira & Mohriak, 2003).
Em relação à evolução magmática da Bacia do Jaibaras, Oliveira (2001) atribui quatro
eventos cronológicos, sendo que suas manifestações são separadas também geograficamente.
De idade Vendiana, a primeira atividade é denominada Enxame de Diques Coreaú,
provavelmente marca o primeiro pulso de abertura do graben. No Cambriano Inferior, com a
continuação do rifteamento da bacia, reativações de grandes descontinuidades crustais criaram
espaços vazios que foram preenchidos pelo Plúton de Mucambo. O alojamento de grandes
volumes de vulcanismo de composição básica acompanhou a deposição dos sedimentos das
Formações Massapê e Pacujá, formando basaltos, andesitos, dacitos e riolitos da Suíte
Parapuí. Por fim, o Pluton de Meruoca teria sido posicionado nessa sequência de forma
passiva, no Cambriano Superior, após o preenchimento da Bacia do Jaibaras.

3.6 Fauna de Ediacara

Como resultado da quebra do supercontinente Rodínia, diversas glaciações


neoproterozoicas foram capazes de sequestrar e dissolver em larga escala o carbono orgânico
e metano dos oceanos (Hoffman & Schrag, 2002), promovendo assim uma importante
oxigenação em mares profundos e na atmosfera, em aproximadamente 580 Ma (Canfield,
2005). Esse incremento de oxigênio funcionou como um gatilho para que os animais
pudessem obter tamanhos maiores, dando início à “explosão” da vida Cambriana, o que
possibilitou o aparecimento da fauna de Ediacara em um período denominado Ediacarano
(Canfield & Teske, 1996). Fases de deglaciação aumentaram o nível do mar, estendendo o
habitat desses organismos, garantindo seu sucesso evolutivo (Cook, 1992).
Os representantes dessa fauna apresentavam a forma de discos e frondes, exibindo
feições segmentadas. Geralmente, apresentavam dimensões centimétricas a decimétricas, com
alguns registros de animais gigantes de mais de um metro de comprimento (Narbonne, 1998).
28
Seilacher (1992) propôs a inserção desses organismos em três grupos, sendo eles
Vendobionta, Psammocorallia e os traços fósseis.
O Reino Vendobionta reúne animais de vários decímetros de comprimento, poucos
milímetros de espessura e de diversas geometrias, principalmente frondes. Foram animais
imóveis e nenhum órgão é passível de reconhecimento. Por meio da capacidade de se fixar na
areia, presume-se que possuíam apêndices ou cílios coordenados. Alguns representantes:
Charnia, Charniodiscus, Dickinsonia, Glaessneria e Phyllozoon. Os organismos pertencentes
ao Reino Psammocorallia; entre eles Nemiana, Tirasiana, Protolyella; foram coelenterados
que formavam seu endoesqueleto de areia (Seilacher, 1992). As principais espécies estão
ilustradas na Figura 10.

Figura 10: a) Principais representantes do ecossistema Ediacariano; b) Suas respectivas identificações.


Modificado de Valentine, 2002.

Seilacher (1988) propõe que esses seres teriam sido dizimados em um evento de
extinção em massa ocorrido entre o Neoprotezoico e o Cambriano, devido a mudanças
bióticas. A abundância de fosfato nos oceanos, que auxilia na biomineralização de conchas e
carapaças, pode, também, ter propiciado o surgimento de organismos modernos em
detrimentos da fauna de Ediacara (Cook, 1992). No entanto, Crimes & McIlroy (1999)
constataram típicos ediacarianos em estratos do Cambriano Inferior e Superior, deixando
questionamentos quanto à hipótese da extinção em massa mencionada por Seilacher (1988).
As impressões fósseis desses animais se dão, geralmente, em sedimentos siliciclásticos
relativamente grossos, em ambientes marinho raso e deltaico (Mapstone & McIlroy, 2006),
sob condições de alta energia, nas quais sedimentações episódicas teriam soterrado toda a
biota (Barroso, 2010).

29
No contexto da Bacia do Jaibaras, Barroso (2010) assinala registros fósseis dessas
espécies no Grupo Serra Grande, nas proximidades da Fazenda Contra Fogo e no riacho
Lameirão por meio de marcas de discos basais das frontes em superfícies erosivas e
icnofósseis Ediacarianos. Nos arredores da Fazenda Contra Fogo registra-se uma maior
diversidade desses organismos, representada bilaterianos da fauna (Barroso, 2010).
Nas proximidades da cidade de Pacujá, também foram reconhecidas por Barroso
(2010) cerca de 10 espécies fósseis ediacarianas, sendo elas: Charniodiscus arboreus,
Charniodiscus concentricus, Cyclomedusa davidi, Ediacaria flindersi, Kimberella quadrata,
Medusinites asteroides, Palaeophragmodictyon reticulata, Parvancorina minchami,
Parvancorina saggita e Pectinifrons abyssalis, além dos icnogêneros Arenicolites, Palaeophycus
e Planolites.

4 GEOLOGIA LOCAL E ARCABOUÇO ESTRUTURAL

Os litotipos verificados na área de estudo foram agrupados em unidades já descritas


por Costa et al. (1979), Jardim de Sá et al. (1979), Nascimento & Gava (1979), Quadros &
Abreu (1995), Jardim de Sá (1994), entre outros. Na região estudada, foram distinguidas cinco
unidades litológicas, sendo dispostas estratigraficamente, do topo para a base: Grupo Serra
Grande, Formação Aprazível, Formação Pacujá, Suíte Parapuí e Embasamento.
A partir da averiguação dos dados de campo (Apêndice 1), elaborou-se um mapa
evidenciando a distribuição de todos os pontos ao longo da porção sul da bacia (Figura 11 –
Apêndice 2), ou seja, tanto os pontos contidos na área correspondente a essa dissertação como
aqueles compreendidos a norte dessa região, dentro do limite da área 2. Tal procedimento foi
adotado de modo que as descrições litológicas e as medidas estruturais de ambas as áreas
pudessem ser reunidas em conclusões mais consistentes acerca do arcabouço estrutural,
litológico e tectônico do sul do Graben do Jaibaras.
Originou-se, também, um mapa geológico da área de estudo desse trabalho de modo a
ilustrar a disposição das diferentes unidades, assim como as direções preferenciais de
acamamentos, fraturas, falhas, estrias, foliações e lineações nessa porção da bacia (Figura 12
– Apêndice 3).

30
Figura 11: Mapa de pontos realizados em campo da porção sul da Bacia do Jaibaras, nas proximidades de Pacujá. As cores distintas se referem a diferentes unidades
geológicas.

31
Figura 12: Mapa geológico-estrutural e perfil geológico da porção sul da Bacia do Jaibaras, nas proximidades de Pacujá.

32
4.1 Embasamento

4.1.1 Arcabouço litológico

As rochas do embasamento da Bacia do Jaibaras localizam-se no extremo leste da área


de estudo, são limitadas a oeste pelo Grupo Serra Grande por meio de um contato tectônico
por falha normal, pela zona de cisalhamento do Lineamento Transbrasiliano, denominado
nessa região como Lineamento Sobral-Pedro II (Figura 12). Essas litologias englobam rochas
metamórficas de médio a alto grau e podem ser individualizadas em duas fácies, de acordo
com o grau de deformação.
Uma das fácies corresponde a gnaisses milonitizados de composição granítica a
granodiorítica, sendo encontrada nos pontos 24, 25, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 44, 45, 46 e
233 (Figura 11). Seus afloramentos foram observados tanto em perfil como em planta,
apresentando pequenas a grandes dimensões, desde várias dezenas de centímetros até algumas
dezenas de metros (Figura 13).

Figura 13: Características dos afloramentos do embasamento, fácies milonitizada. a) Afloramento de grande
dimensão observado em perfil, ponto 36; b) Afloramento de pequena dimensão observado em planta, ponto 34.
O cabo do martelo indica a direção N.

Estruturas de foliação acompanhadas de lineação de estiramento mineral são comuns


nessas rochas, assim como injeções graníticas e veios quartzo-feldspáticos. Essas rochas
apresentam geralmente coloração acinzentada, com bandamento gnáissico de minerais
máficos cinza escuro e minerais félsicos de coloração esbranquiçada (Figura 14a). Porções
pegmatíticas foram constatadas nos pontos 31, 38 e 39, e diques de composição máfica, no
ponto 31. Feições típicas de deformação dúctil, tal como rods de quartzo, foram observadas
no ponto 34 (Figura 14b).

33
Figura 14: Feições estruturais dúcteis do embasamento, fácies milonitizada, ponto 34. a) Bandamentos félsicos e
máficos e lineações de estiramento mineral; b) Rods de quartzo orientados segundo a lineação de estiramento
mineral. A ponta da lapiseira indica a direção N.

A partir de análise em lupa eletrônica, observam-se bandamentos metamórficos que


variam entre 3 a 5 mm de espessura, com cristais de granulação média, entre 1 e 2 mm. Exibe
textura lepidoblástica, com cristais de biotita orientados definindo planos de foliação
milonítica. As bandas félsicas apresentam-se, muitas vezes, dobradas ductilmente.
A assembleia mineral é composta principalmente por quartzo (30%), hornblenda
(20%), plagioclásio (18%), biotita (15%), K-feldspato (10%), clorita (4%) e muscovita (3%).
Os cristais de quartzo apresentam dimensões entre 0,4 a 2 mm, mostram-se geralmente bem
cristalizados no interior de bandas félsicas ou deformados em quartz ribbon. Os grãos de
hornblenda apresentam dimensão média de 2 mm, mostram-se levemente orientados e sob
formas de sombra de pressão. Os cristais de plagioclásio apresentam dimensões que variam
entre 0,3 a 2 mm e encontram-se deformados e orientados segundo a foliação. As ripas de
biotita encontram-se orientados segundo o plano de foliação milonítica e o reconhecimento de
suas características, mesmo em lupa, é difícil. Os cristais de clorita ocorrem principalmente
entre os grãos de quartzo nas bandas félsicas, respeitando os planos de foliação. A presença
desse mineral pode indicar um evento de alteração hidrotermal dessas rochas. Cristais de
muscovita, provavelmente originados da alteração de feldspatos, ocorrem de forma
subordinada, e por conta de suas dimensões, em domínios de subgrãos, não é possível
distinguir suas características (Figura 15).

34
Figura 15: Feições estruturais de amostras de mão de gnaisse do embasamento, fácies milonitizada, ponto 45. a)
Foliação milonítica bem marcada; b) Lineação de estiramento mineral definida por minerais félsicos e máficos.

A fácies mais deformada correspondente a gnaisses de composição granítica a


granodiorítica ultramilonitizados e foi encontrada nos pontos 95, 96 e 97. Os afloramentos,
constatados em planta ou perfil, mostram-se bastante intemperizados e, geralmente,
apresentam pequenas dimensões, de poucas dezenas de centímetros até poucos metros (Figura
16a).
Foliações e lineações de estiramento mineral são evidentes nessas rochas cuja
deformação dúctil é muito intensa, assim como veios de composição quartzo-feldspática
(Figura 16b). Sua coloração é amarelo-esverdeada e bandas félsicas e máficas não são
observadas de forma clara por conta da cominuição mineral, que é responsável por
homogeneizar esses cristais (Figura 16c).

35
Figura 16: Aspectos e estruturas das rochas do embasamento, fácies ultramilonitizada, ponto 95. a) Afloramento
de pequeno porte muito intemperizado de gnaisses ultramilonitizados amarelo-esverdeados; b) Veio de
composição pegmatítica; c) Intensa cominuição mineral. O cabo do martelo e as pontas das lapiseiras indicam a
direção N.

A análise petrográfica microscópica das rochas encontradas no ponto 95 permitiu a


identificação de aproximadamente 35% de quartzo, que apresentam extinção ondulante; 20%
de biotita, cujo pleocroísmo varia de marrom-esverdeado claro a amarronzado escuro; 19% de
plagioclásio; 16% de K-feldspato, que, muitas vezes, apresentam macla Carlsbad; e 10% de
muscovita.
A foliação milonítica mostra-se bem marcada pelo estiramento de cristais fraturados
de quartzo e quartzo ribbon; ademais, filossilicatos, como biotita e muscovita, também se
apresentam orientados segundo a mesma direção preferencial, caracterizando textura
lepidoblástica (Figura 17).

36
Figura 17: Lâmina petrográfica do embasamento, fácies ultramilonitizada, ponto 95. a) Cristais de quartzo e
filossilicatos orientados segundo a foliação milonítica, definindo, respectivamente, textura nematoblástica,
pontilhada em preto, e lepidoblástica, pontilhada em vermelho, objetiva de 2,5x, sob luz natural; b) Cristais de
quartzo e filossilicatos orientados segundo a foliação milonítica, definindo, respectivamente, textura
nematoblástica, pontilhada em preto, e lepidoblástica, pontilhada em vermelho, objetiva de 2,5x, sob luz
polarizada; c) Cristal de quartzo estirado, caracterizando textura quartzo ribbon, objetiva de 10x, luz natural; d)
Cristal de quartzo estirado, caracterizando textura quartzo ribbon, objetiva de 10x, luz polarizada.

Outrossim, a rocha compõe-se por uma matriz muito fina e por sigmoides de quartzo
finos a muito finos, definindo, portanto, uma textura porfiroclástica (Figura 18a e b). Observa-
se ainda recristalização mineral e sombra de pressão em cristais de quartzo e K-feldspato
(Figura 18c e d).

37
Figura 18: Lâmina petrográfica do embasamento, fácies ultramilonitizada, ponto 95. a) Matriz fina com
porfiroclasto de quartzo em forma de sigmoide, objetiva de 2,5x, sob luz natural; b) Matriz fina com
porfiroclasto de quartzo em forma de sigmoide, objetiva de 2,5x, sob luz polarizada; c) Sombra de pressão em
cristal de quartzo, objetiva de 2,5x, luz natural; d) Sombra de pressão em cristal de quartzo, objetiva de 2,5x, luz
polarizada.

Através da composição mineralógica dessa rocha, principalmente pela presença de


biotita, pode-se dizer que tal litologia pode ser integrada na zona da biotita, na fácies xisto
verde inferior. Seu protólito pode corresponder a um granodiorito, conferindo-lhe a
classificação de granodiorito ultramilonitizado.

4.1.2 Arcabouço estrutural

As rochas que compõem o embasamento dessa bacia apresentam feições


características de deformação dúctil e rúptil, sendo que a primeira corresponde a um evento
mais antigo que a segunda. Tendo em vista que a diferenciação dessa unidade em fácies leva
em consideração apenas o grau de deformação dessas rochas, julgou-se desnecessária a
divisão da descrição do arcabouço estrutural do embasamento.
As foliações apresentam direção preferencial entre N10E a N50E, mostrando, em
média, a orientação N40E, demonstrando altos mergulhos, entre 75º a 85º, tanto para NW

38
quanto para SE. As lineações de estiramento mineral observadas nesses planos mergulham na
direção N40E, aproximadamente, com baixos ângulos, entre 5º a 20º (Figura 19a). De modo
geral, observando-se indicadores cinemáticos, nota-se que o sentido do movimento é
primordialmente destral, com alguns registros sinistrais (Figura 19b). Considerando planos de
foliação e lineações, foram contabilizadas 42 estruturas (Figura 20).

Figura 19: a) Lineação de estiramento mineral de hornblenda de direção NE em gnaisses do embasamento, ponto
36. O cabo do martelo indica a direção N. b) Indicador cinemático do tipo σ, denotando cinemática destral em
gnaisses do embasamento, fácies milonitizada, ponto 45.

Figura 20: Direções preferenciais das foliações miloníticas e lineações de estiramento mineral do embasamento,
no software Stereo32. a) Diagrama de Wulf; b) Diagrama de rosetas.

A respeito das estruturas rúpteis nesse litotipo, as principais famílias de fraturas


mostram-se nas direções principais N50W, E-W e N20E. A família NW, bem evidenciada
nessas rochas, mergulha tanto na direção NE quanto para SW, com altos ângulos, entre 70º a
85º. A persistência média dessas descontinuidades é de 1 m, mostrando-se, assim,
medianamente persistente; tratando-se da intensidade do fraturamento, classifica-se como

39
uma família relativamente intensa, uma vez que se observa cerca de uma fratura a cada 0,25
m.
As fraturas de direção E-W apresentam altos ângulos de mergulhos, entre 80º e 95º,
mergulhando preferencialmente para S. Apresentam persistência mediana a alta, com
comprimento médio de 1,3 m. Acerca da intensidade do fraturamento, não se caracterizam
como descontinuidades muito intensas, na medida em que se observa uma fratura a cada 0,3
m.
A família de fraturas NE, menos proeminente nessas rochas, possuem altos ângulos de
mergulhos, entre 80º e 90º, mergulhando principalmente na direção SE. Tais feições são
medianamente persistentes, apresentando comprimentos médios de 1 m, e expõem uma
fratura a cada 0,5 m. Ao se considerar as três famílias de fraturas, somaram-se cerca de 39
estruturas (Figura 21).

Figura 21: a) Fraturas NE, assinalado em vermelho, e NW, assinalado em preto, em gnaisses do embasamento,
ponto 45. A ponta da lapiseira indica a direção N; b) Diagrama de Wulf das fraturas do embasamento, no
software Stereo32; c) Diagrama de rosetas das fraturas do embasamento, no software Stereo32.

40
Contudo, falhas transcorrentes destrais e sinistrais foram observadas apenas na fácies
milonitizada, segundo duas direções preferenciais: N30W e E-W.
As falhas NW apresentam mergulhos altos, entre 85º a 90º, principalmente na direção
SW. Tais feições são extremamente persistentes, medindo cerca de 3,7 m, em média; no
entanto, não se mostram muito intensas, observando-se uma falha a cada 0,5 m. Suas estrias
mergulham na direção SSE, com mergulhos variáveis, entre 5º e 50º. A família de falhas E-W
mergulha primordialmente na direção N com altos ângulos de mergulho, sendo, em média,
85º. O comprimento médio dessas estruturas é de 0,8 m, mostrando-se pouco a medianamente
persistente, ademais, foram observadas aproximadamente uma falha a cada 0,5 m. Apesar de
não serem constatadas estrias nessas estruturas, o rejeito dessas falhas evidencia movimento
transcorrente destral e sinistral. Falhas e estrias totalizam aproximadamente 12 estruturas
(Figura 22).

Figura 22: Direções preferenciais de falhas e estrias do embasamento, fácies milonitizada, no software Stereo32.
a) Diagrama de Wulf; b) Diagrama de rosetas.

4.2 Suíte Parapuí

4.2.1 Arcabouço litológico

Essa unidade encontra-se inserida na porção oeste da Formação Pacujá por meio de
um provável contato intrusivo (Figura 12), sendo encontrada nos pontos 132, 133, 183 e 186
(Figura 11). Essa unidade corresponde a uma suíte vulcânica que engloba dacitos, riodacitos,
riolitos, basaltos andesíticos e basaltos a diabásios.
Os afloramentos descritos apresentam pequenas dimensões, de poucas dezenas de
centímetros e são observados em planta. Essas rochas, aparentemente indeformadas, foram
vistas, no ponto 186, em contato com arenitos arroxeados da Formação Pacujá. As rochas que
41
compõem essa suíte mostram-se muito intemperizadas, principalmente as rochas mais máficas
(Figura 23a). Com auxílio da lupa eletrônica, foram descritos riolitos e diabásios alterados
encontrados no ponto 15, na área 2.
O diabásio descrito é uma rocha holocristalina, com granulação fanerítica fina e
textura granular. A composição mesocrática, aliada ao alto grau de intemperismo, confere a
rocha uma coloração esverdeada escura. Sua assembleia mineralógica é composta
principalmente por plagioclásio (30%), clorita (35%), horblenda (20%), piroxênio (15%) e
quartzo (10%). Os cristais de plagioclásio apresentam tamanhos reduzidos, assumindo formas
anédricas ou até mesmo aspecto ripoide e sua coloração é esbranquiçada. A clorita, mineral
máfico mais abundante, ocorre como cristais anédricos a subédricos, atingindo até 0,9 mm, e
exibe cores esverdeadas. Os cristais de hornblenda apresentam forma principalmente
subédrica, com alguns grãos anédricos, hábito prismático ou granular, com dimensões de até 1
mm e sua coloroção é verde escuro a preto. Os grãos de quartzo, geralmente anédricos a
subédricos, apresentam dimensões inferiores a 0,3 mm, além de mostrarem-se incolores
(Figura 23b).
A coloração esverdeada dessas rochas, a presença de minerais como clorita e
hornblenda, assim como evidências de vênulas preenchidas por material silicoso podem ser
representantes de um possível evento de alteração hidrotermal a que essa rocha foi submetida.
Os riolitos alterados ocorrem como rochas holocristalinas, porfiríticas, de composição
leucocrática e apresentam coloração rósea. A assembleia mineralógica compõem-se
principalmente por feldspato potássico (57%), muscovita (13%), plagioclásio (8%) e quartzo
(22%). Os cristais de K-feldspato, mineral mais abundante, ocorrem associados ao quartzo e
plagioclásio, compondo a matriz dessa rocha; apresentam dimensões variáveis, entre 0,1 a 1
mm, coloração rosada e formas anédricas a subédricas. A muscovita ocorre na forma de
fenocristais com até 10 mm, apresentam brilho perláceo, hábito placóide e mostra-se incolor a
levemente amarronzada. Esse filossilicato pode ter sido originado a partir da alteração
hidrotermal dessa rocha, possivelmente de biotita ou outro mineral máfico. Os cristais de
plagioclásio apresentam coloração esbranquiçada, formas anédricas e pequenas dimensões,
até 0,3 mm. Por fim, os cristais de quartzo, que apresentam dimensões inferiores a 0,2 mm,
mostram-se anédricos e incolores a esbranquiçados (Figura 23c).

42
Figura 23: Rochas vulcânicas da Suíte Parapuí, ponto 15, área 2. a) Contato entre basaltos e riolitos intensamente
alterado; b) Amostra de mão de basalto esverdeado alterado; c) Amostra de mão de riolito rosado alterado com
fenocristal de muscovita.

4.2.2 Arcabouço estrutural

De modo geral, essa unidade apresenta rochas fraturadas nas direções N75W, E-W, N-
S e N25E a N60E, sendo as duas primeiras as direções principais.
A família de fraturas NW exibe mergulhos altos, entre 80º e 90º e mergulham tanto na
direção SW como NE. A persistência dessas fraturas é pequena, aproximadamente 0,5 m,
além disso, são medianamente intensas, apresentando cerca de uma fratura a cada 0,4 m. Já a
família N-S apresenta mergulhos médios a altos, entre 70º e 85º, mergulhando para N e para
S. Sua persistência é de 0,6 m e a intensidade do fraturamento é mediana, apresentando cerca
de uma estrutura a cada 0,5 m. No total, registrou-se cerca de 49 estruturas na área de estudo
(Figura 24).

43
Figura 24: a) Direções preferenciais das fraturas da Suíte Parapuí, no software Stereo32. a) Diagrama de Wulf;
b) Diagrama de rosetas.

4.3 Formação Pacujá

4.3.1 Arcabouço litológico

O conjunto de rochas que constituem essa formação encontra-se na parte central da


área, caracterizando-se como a unidade geológica mais extensa; limita-se a leste pelo Grupo
Serra Grande e a oeste pela Formação Aprazível, ambas por contato inferido (Figura 12). Esta
unidade reúne rochas com características litológicas distintas, podendo ser descritas em três
fácies.
A primeira fácies, que agrupa arenitos arcoseanos médios a grossos com níveis
conglomeráticos, foi encontrada nos pontos 121, 169, 187, 188, 189 e 190 (Figura 11). Seus
afloramentos apresentam dimensões variáveis, desde algumas dezenas de centímetros,
observados em planta, até poucas dezenas de metros, constatados em perfil, com até uma
dezena de metros de espessura (Figura 25).

Figura 25: Arenitos médios a grossos da Formação Pacujá, fácies arcoseana/conglomerática. a) Afloramento de
grande escala, ponto 9, área 2; b) Afloramento de pequena dimensão, ponto 158, área 2. O cabo do martelo
indica a direção N.
44
Em alguns afloramentos não são distinguidos acamamentos sedimentares, enquanto
que em outros, notam-se tais feições de forma bem marcada (Figura 26a). Outras estruturas
primárias, tais estratificações plano-paralelas e cruzadas de pequeno e médio porte são
comuns nesses litotipos (Figura 26b). A tonalidade dessas rochas varia de amarelado-
alaranjado a rosado, marcada por níveis escurecidos devido à presença de óxidos hematíticos
(Figura 26c). Os níveis conglomeráticos podem ser encontrados tanto intercalados com os
arenitos, como na base deles. Os clastos desses conglomerados possuem composição ígnea
vulcânica e plutônica; dimensões variáveis, desde alguns milímetros a dezenas de centímetros
e são, geralmente, subangulares (Figura 26d).

Figura 26: Diferentes feições dos arenitos médios a grossos da Formação Pacujá, fácies
arcoseana/conglomerática. a) Acamamento sedimentar (So) bem marcado, ponto 9, área 2; b) Estratificações
cruzadas de pequeno a médio porte, ponto 7, área 2; c) Coloração rósea e níveis escurecidos ricos em óxidos
hematíticos, ponto 158, área 2; d) Nível conglomerático composto por clastos de rochas ígneas subangulares de
diversas dimensões, ponto 158, área 2. O cabo do martelo e a ponta da lapiseira indicam a direção N.

Observações em lupa eletrônica permitiram a constatação de um acamamento


sedimentar incipiente, além de evidenciar grãos subangulares a subarredondados, que variam
45
de areia fina a areia muito grossa (0,25 a 2 mm), definindo textura detrítica psamítica,
mostrando-se, portanto, moderadamente mal selecionados (Figura 27a). Os constituintes
dessas rochas são quartzo (40%), feldspato potássico (35%), plagioclásio (12%), biotita (5%),
magnetita (3%) e fragmentos líticos ígneos ou metamórficos (2%), com dimensões entre 1 e 2
mm, além de conter cerca de 3% de matriz argilosa (Figura 27b).
Seu arranjo textural caracteriza-se como clasto-suportado e seus grãos apresentam
contatos longos a pontuais. A coloração geral da rocha exibe-se em tons róseos, sendo a
matriz mais esbranquiçada; ademais, apresenta porosidade primária intergranular pouco
evidente. De acordo com essas características, categoriza-se essa rocha como submatura
texturalmente e imatura mineralogicamente, denotando um ciclo de sedimentação primário,
próximo à área fonte. Sendo assim, classifica-se esse litotipo como arenito grosso arcoseano.

Figura 27: Arenito grosso da Formação Pacujá, fácies arcoseana/conglomerática, ponto 16, área 2. a) Textura
detrítica psamítica; b) Matriz areno-argilosa e clasto de rocha ígnea intrusiva, denotando má seleção.

Microscopicamente, observa-se uma rocha mal selecionada, que apresenta cerca de


49% de matriz composta por grãos subangulares a subarredondados, de dimensões entre 0,1 a
0,2 mm, correspondente à areia muito fina a areia fina (Figura 28a e b); além de
aproximadamente 50% de clastos subangulares a angulares com 0,3 a 3 mm, intervalo
atribuído para areia média a cascalho.
A matriz é constituída por cerca de 25% de cristais de quartzo, cujas extinções
mostram-se majoritariamente retas, com alguns registros ondulantes; 17% de plagioclásio,
cujos cristais exibem macla polissintética; 5% de feldspato potássico, que apresenta macla
Carlsbad; e 2% de muscovita. Na fração clástica, observam-se cerca de 42% de rochas ígneas
vulcânicas ricas em óxidos e ripas de plagioclásio; 6% de clastos de rochas ígneas vulcânicas
sem ripas de plagioclásio (Figura 28c e d); e 2% de fragmentos de epídoto, mineral que ocorre
46
também na forma de halos de alteração envoltos em outros cristais. Observa-se em torno de
1% de porosidade primária, do tipo intergranular e ausência de cimentação. No que tange o
arranjo textural, os fragmentos organizam-se de modo matriz-suportado, e seus contatos,
quando ocorrem, são pontuais. Sendo assim, tal litologia é classificada como
microconglomerado polimítico matriz-suportado.

Figura 28: Lâmina petrográfica dos arenitos grossos grandando para conglomerados da Formação Pacujá, fácies
arcoseana/conglomerática, objetiva 2,5x, ponto 169. a) Matriz quartzo-feldspática arenosa, com grãos
subangulares a subarredondados sob luz natural; b) Matriz quartzo-feldspática arenosa, com grãos subangulares
a subarredondados sob luz polarizada; c) Fragmentos líticos com e sem ripas de plagioclásio sob luz natural; d)
Fragmentos líticos com e sem ripas de plagioclásio sob luz polarizada. Destaque para macla Carlsbad no cristal
de K-feldspato.

De acordo com os atributos acerca do arredondamento e seleção dos grãos, além da


porcentagem de fragmentos líticos, tal rocha é considerada imatura tanto do ponto de vista
mineralógico quanto textural, evidenciando um litotipo muito próximo à área fonte.
Outra fácies individualizada nessa formação corresponde a arenitos finos a médios
com muscovita, silicificados ou não, de coloração variando entre avermelhado, amarelado e
arroxeado com porções hematíticas. Essas litologias foram contempladas nos pontos 108, 109,

47
110, 123, 124, 166, 167, 168, 176, 177, 178, 179, 180, 181, 182, 184, 191, 192, 193, 194, 220,
229, 230, 231 e 232 (Figura 11).
Os afloramentos apresentam, geralmente, pequenas dimensões, desde algumas dezenas
de centímetros até poucos metros, sendo observados em planta (Figura 29a). Os acamamentos
sedimentares nem sempre ficam evidentes no afloramento e não constatou-se a presença de
outras estruturas sedimentares primárias nessas rochas (Figura 29b).

Figura 29: Características dos afloramentos da Formação Pacujá, fácies fina a média arroxeada. a) Afloramentos
de pequena dimensão observado em planta, ponto 109; b) Acamamento sedimentar, ponto 176.

Esses arenitos apresentam-se moderadamente bem selecionados, com cristais


subarredondados, imprimindo textura psamítica a essa rocha. Sua assembleia mineralógica é
constituída essencialmente por quartzo (~55%), feldspato potássico (~15%), muscovita
(~15%), plagioclásio (~10%) e hematita (~5%).
Nos arenitos de granulometria mais fina, é comum encontrar feições semicirculares,
que não correspondem a estruturas sedimentares primárias. Tais formas foram atribuídas a
estruturas de carga, também denominadas slump, ou seja, marcas que foram impressas em
determinadas camadas dessas rochas, ricas em água ou outros fluidos, por conta do peso do
pacote sedimentar sobrejacente (Figura 30).

48
Figura 30: Estruturas de carga da Formação Pacujá, fácies fina a média arroxeada. a) Feição observada em
afloramento, ponto 17, área 2; b) Amostra de mão, ponto 17, área 2.

Por fim, a última fácies especificada corresponde a arenitos médios, finos a muito
finos arroxeados e amarelados intercalados com pelitos acinzentados a arroxeados com
hematita. Tal litologia foi constatada nos pontos 71, 72, 73, 74, 75, 128, 131, 135, 136, 137,
138, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 156, 157, 170, 171, 172, 173, 174, 175 e 195 (Figura
11). Os afloramentos foram verificados principalmente em planta, apresentam pequenas
dimensões, entre poucas dezenas de centímetros até poucos metros.

49
Acamamentos sedimentares são frequentes na maior parte dos afloramentos (Figura
31a). Essas rochas, geralmente arroxeadas e amareladas, apresentam níveis escurecidos bem
marcados nos planos de acamamento, devido à presença de biotita e magnetita, além de um
brilho perláceo em virtude da ocorrência de muscovita (Figura 31b).
Com o auxílio da lupa eletrônica, nota-se que os grãos constituintes desses arenitos
apresentam-se moderadamente mal selecionados, com dimensões entre 0,5 a 0,05 mm,
subangulares a subarredondados, definindo textura detrítica psamítica. A assembleia
mineralógica compõem-se essencialmente por cerca de 55% de quartzo; que apresenta cristais
prismáticos a granulares de coloração acastanhada, 20% de feldspato potássico; com hábito
prismático e tons alaranjados; 15% de muscovita, incolor, hábito lamelar e placóide com
brilho micáceo; 3% de plagioclásio, hábito granular e cor esbranquiçada; 3% de biotita, preta
a amarronzada, com hábito placóide e brilho micáceo e 4% de magnetita, preta, com hábito
granular (Figura 31c).

Figura 31: Aspectos das rochas da Formação Pacujá, fácies pelítica. a) Plano de acamamento bem evidenciado
em afloramento, ponto 149; b) Brilho perláceo conferido devido à presença de muscovita, ponto 131; c) Amostra
de mão de arenito siltoso amarelado, ponto 175.

50
Em relação aos aspectos texturais, o contato entre os grãos ocorrem, geralmente,
pontuais ou retos a longos e insignificante porosidade primária intergranular. Sendo assim,
essa rocha é considerada submatura tanto do ponto de vista textural quanto mineralógico.
A análise petrográfica microscópica dessas rochas permite a observação grãos
minerais subangulares a subarredondandos, moderadamente mal selecionados, desde 0,05 a
0,4 mm, intervalos correspondentes à silte a areia média. Foram contabilizados cerca de 58%
de quartzo, 10% de plagioclásio, 10% de muscovita, 8% de K-feldspato, 6% de biotita, 4% de
clorita, 3% de minerais opacos, 1% de epídoto (Figura 32).

Figura 32: Lâmina petrográfica dos arenitos finos a siltosos da Formação Pacujá, fácies pelítica, ponto 175. a)
Mineralogia principal, composta por quartzo, plagioclásio, K-feldspato, muscovita e outros minerais, objetiva de
10x, sob luz natural; b) Mineralogia principal, composta por quartzo, plagioclásio, K-feldspato, muscovita e
outros minerais, objetiva de 10x, sob luz polarizada; c) Grãos de biotita, clorita e epídoto, objetiva de 20x, sob
luz natural; d) Grãos de biotita, clorita e epídoto, objetiva de 20x, sob luz polarizada.

Em relação a texturas, observaram-se algumas modificações minerais, tais como


cristais de muscovita alterando-se para clorita (Figura 33a e b) e feldspatos sendo sericitizados
(Figura 33c e d). Observa-se ainda, maclas polissintéticas e Carlsbad em cristais de
plagioclásio e K-feldspato, respectivamente; extinção reta e ondulante dos grãos de quartzo e

51
orientação de filossilicatos segundo o acamamento sedimentar (Figura 33e e f). Sendo assim,
essa rocha é classificada como um arenito médio a fino com matriz siltosa.

Figura 33: Lâmina petrográfica dos arenitos finos a siltosos da Formação Pacujá, fácies pelítica, ponto 175. a)
Cristal de muscovita transformando-se em clorita, objetiva de 20x, sob luz natural; b) Cristal de muscovita
transformando-se em clorita, objetiva de 20x, sob luz polarizada; c) Cristal de feldspato sendo sericitizado,
objetiva de 20x, luz natural; d) Cristal de feldspato sendo sericitizado, objetiva de 20x, luz polarizada; e) Ripas
de muscovita orientadas segundo o acamamento, objetiva de 10x, luz natural; f) Ripas de muscovita orientadas
segundo o acamamento, objetiva de 10x, luz polarizada.

52
4.3.2 Arcabouço estrutural

De modo geral, a Formação Pacujá evidencia rochas intensamente fraturadas em


diversas direções e acamamento sedimentar. A exceção é demonstrada pela fácies
arcoseana/conglomerática, que, no interior da área de estudo, não apresenta quaisquer feições
estruturais. Entre essas feições, anotou-se cerca de 479 medidas nessa formação.
Na fácies fina a média arroxeada, o acamamento (So) apresenta direções preferenciais
N-S a N50E, com mergulhos entre 5º e 15º, com média de aproximadamente 10º. As
estruturas sedimentares N-S mergulham exclusivamente para E e as feições NE mergulham
tanto para SE como para NW. Foram computadas cerca de 22 estruturas (Figura 34).

Figura 34: a) Direções preferenciais do acamamento da Formação Pacujá, fácies fina a média arroxeada, no
software Stereo32. a) Diagrama de Wulf; b) Diagrama de rosetas.

As principais famílias de fraturas apresentam-se em duas direções principais e outras


duas subordinadas, sendo elas, respectivamente, N60E, N50W, E-W e N-S. A família NE, que
se mostra mais expressiva nessas rochas, exibem altos ângulos de mergulho, entre 75º e 85º,
com sentido de mergulho tanto para NW como para SE (Figura 34). A persistência média é
de 0,8 m, sendo, portanto, pouco persistente. Já acerca da intensidade do fraturamento, esta
família mostra-se relativamente intensa, sendo observada cerca de uma fratura a cada 0,2 m.
O conjunto de fraturas NW exibe médios a altos ângulos de mergulho, entre 65º e 85º,
mergulhando nos sentidos NE e SW (Figura 35). Tais feições mostram pequena persistência,
com comprimentos médios de 0,5 m, ademais, expõem aproximadamente uma fratura a cada
0,2 m, sendo, assim, relativamente intensa.
Por fim, as famílias N-S e E-W apresentam altos ângulos de mergulho, entre 70º e 90º,
com sentido de mergulho E e W, no caso das primeiras, e N e S, nas segundas (Figura 34).

53
Considerando-se as quatro direções de fraturas, foram contabilizadas cerca de 172 estruturas
(Figura 36).

Figura 35: Fraturas em arenitos finos a médios arroxeados da Formação Pacujá, fácies fina a média arroxeada. a)
Fraturas nas direções NE, em vermelho, N-S, em verde, e em E-W, em azul, ponto 109; b) Fraturas na direção
NW, em preto, ponto 232. O cabo do martelo e a ponta da lapiseira indicam a direção N.

Figura 36: a) Direções preferenciais das fraturas da Formação Pacujá, fácies fina a média arroxeada, no software
Stereo32. a) Diagrama de Wulf; b) Diagrama de rosetas.

Finalmente, na fácies pelítica constatou-se a presença de estruturas de acamamentos e


fraturas nas direções N70E, N-S e N45W.
O acamamento sedimentar apresenta direção preferencial entre N20W a N50E, com
mergulhos médios de 10º a 20º. As estruturas NW mergulham primordialmente para NE,
enquanto que a família de acamamentos NE mergulha tanto para NW como para SE (Figura
37a). Registrou-se cerca de 55 medidas estruturais dessas feições (Figura 37b e c).

54
Figura 37: a) Plano de acamamento NE, assinalado em vermelho, em arenitos finos siltosos arroxeados da
Formação Pacujá, fácies pelítica, ponto 135. O cabo do martelo indica a direção N; b) Diagrama de Wulf do
acamamento da Formação Pacujá, fácies pelítica, no software Stereo32; c) Diagrama de rosetas do acamamento
da Formação Pacujá, fácies pelítica, no software Stereo32.

O conjunto de fraturas de direção NE apresenta mergulhos geralmente altos, entre 65º


e 85º, nos sentidos NW e SE. A persistência média dessas estruturas é de 0,6 m, mostrando-
se, portanto, pouco persistente; entretanto, no que tange à intensidade do fraturamento,
observou-se uma fratura a cada 0,12 m, caracterizando-se como muito intensa (Figura 38a).
As fraturas N-S mergulham nas direções E e W com altos ângulos, entre 80º e 90º. Seu
comprimento médio é de 0,9 m, mostrando-se medianamente persistente, enquanto que,
acerca de sua intensidade, notou-se a presença de cerca de uma fratura a cada 0,2 m (Figura
38b).
A família de fraturas NW apresenta altos ângulos de mergulho, entre 80º e 90º e
mergulham tanto para NE quanto para SW. A persistência média dessas fraturas é de 0,9 m,
sendo medianamente persistente, sendo que a intensidade do fraturamento é alta, uma vez que
se observa cerca de uma fratura a cada 0,15 m (Figura 38a). Contando-se com as 3 famílias de
fraturas, anotou-se cerca de 230 medidas estruturais nessa fácies (Figura 39).

55
Figura 38: Fraturas em arenitos finos siltosos da Formação Pacujá, fácies pelítica. a) Fraturas nas direções NE,
em vermelho, NW, em preto, ponto 170; b) Fraturas na direção N-S, em verde, ponto 153. O cabo do martelo
indica a direção N.

Figura 39: a) Direções preferenciais das fraturas da Formação Pacujá, fácies pelítica, no software Stereo32. a)
Diagrama de Wulf; b) Diagrama de rosetas.

4.4 Formação Aprazível

4.4.1 Arcabouço litológico

Essa unidade situa-se no extremo oeste da área estudada, sendo limitada pela
Formação Pacujá a leste, através de um contato inferido (Figura 12). As rochas que compõem
essa formação foram constatadas nos pontos 125, 129, 130, 134, 139, 140, 141 e 142 (Figura
11).
Os litotipos descritos configuram-se como conglomerados polimíticos com matriz
arenosa e fragmentos de rochas vulcânicas. Além desses clastos, verificam-se algumas
intercalações arenosas nessas rochas. De maneira geral, os afloramentos apresentam-se
robustos, com dimensões de alguns metros até uma dezena de metros, sendo observados em

56
perfil e em planta (Figura 40a). O acamamento, quando observado, mostra-se discreto e não
foram constatadas estruturas sedimentares, tais como estratificações.
A granulometria da matriz varia de areia média a grossa de coloração arroxeada a
amarelada, composta principalmente por quartzo, feldspato potássico e plagioclásio. Os
fragmentos líticos apresentam composições diversas, tais como basaltos, basaltos andesíticos,
riolitos, riodacitos e dacitos (Figura 40b). No que tange a composição da rocha, estimou-se
que os fragmentos perfazem cerca de 70%, enquanto que a matriz corresponde a
aproximadamente, 30%. O arranjo textural dessas rochas caracteriza-se como clasto-
suportado, embora algumas porções apresentem-se com textura matriz-suportado. Os clastos
possuem dimensões muito variadas, desde poucos milímetros até muitas dezenas de
centímetros (Figura 40c).

Figura 40: a) Afloramento de conglomerado polimítico da Formação Aprazível, ponto 125; b) Matriz arenosa e
clastos de dezenas de centímetros de rochas vulcânicas diversas, ponto 53, área 2; c) Detalhe para fragmentos
líticos de dimensões variáveis, área 2.

A maioria dos fragmentos líticos são subarredondados, sendo que o contato entre eles
varia de pontual a longo. A porosidade da rocha mostra-se relativamente baixa,
caracterizando-se como intergranular. Conforme essas características, conclui-se que a rocha

57
é imatura tanto do ponto de vista textural quanto mineralógico, sendo classificada como
conglomerado polimítico clasto-suportado.

4.4.2 Arcabouço Estrutural

Os conglomerados da Formação Aprazível apresentam fraturas em diversas direções,


além de falhas transcorrentes e inversas oblíquas, embora essas rochas não exibam feições
estruturais proeminentes. Considerando todas essas feições, foram registradas 95 medidas.
As famílias mais expressivas de fraturas apresentam direções aproximadas de N30E e
N75W (Figura 41), geralmente com mergulhos altos, entre 60º e 85º, sendo que a primeira
família mergulha na direção NW e SE, enquanto que a última, para SW e NE. Em média, as
fraturas NE apresentam baixa persistência, de 0,6 m; na medida em que a família NW,
também com baixa persistência, mostra 0,8 m. Já sobre a intensidade de fraturamento, a
família NE exibe-se mais intensa, registrando cerca de uma fratura a cada 0,25 m, enquanto
que as fraturas NW apresentam aproximadamente uma a cada estrutura a cada 0,3 m. No total,
mediu-se 211 fraturas considerando as áreas 1 e 2, sendo 81 na área de estudo (Figura 42).

Figura 41: Fraturas de direções NE, em vermelho, e NW, em preto, em conglomerado da Formação Aprazível,
ponto 139. A ponta da lapiseira indica a direção N.

58
Figura 42: Direções preferenciais para as fraturas da Formação Aprazível no software Stereo32. a) Diagrama de
Wulf; b) Diagrama de rosetas.

As falhas observadas nos conglomerados dessa formação apresentam direção


preferencial N40E a N50E (Figura 43), demonstrando mergulhos de altos ângulos, entre 70º e
80º, aproximadamente, tanto para NW como para SE. Tais estruturas medem, em média, 1,5
m, mostrando-se, assim, medianamente persistentes, já quanto à intensidade do fraturamento,
registrou-se, em média, cerca de uma falha a cada 0,35 m. De maneira geral, essas falhas
apresentam movimentos transcorrentes a transpressionais, com sentido destral. As estrias
observadas nos planos de falhas mergulham na direção N45E, aproximadamente, com poucos
registros de estrias mergulhando na direção SW, possuem ângulos baixos, entre 5º e 25º, de
modo geral. No total, registrou-se 14 medidas estruturais na área de estudo (Figura 44).

Figura 43: Falha de direção NE, denotando cinemática destral em conglomerado da Formação Aprazível, ponto
125. A ponta da lapiseira indica a direção N.

59
Figura 44: Direções preferenciais de falhas e estrias da Formação Aprazível no software Stereo32. a) Diagrama
de Wulf; b) Diagrama de rosetas.

4.5 Grupo Serra Grande

4.5.1 Arcabouço litológico

Essa sequência de idade Ordoviciana-Siluriana é considerada um substrato da Bacia


do Parnaíba e encontra-se dividida em três formações: Ipú, Tianguá e Jaicós (Caputo et al.,
1984). Nessa pesquisa, tal grupo é incluído como uma unidade pertencente ao Graben do
Jaibaras, uma vez que tais rochas são encontradas na porção sul dessa bacia, sendo
diretamente correlacionáveis à ocorrência de possíveis fósseis da Fauna de Ediacara.
As rochas que compõem este grupo estão concentradas na porção centro-leste da área
de estudo, estando limitadas por rochas da Formação Pacujá a oeste, através de um contato
inferido, e do Embasamento, a leste, por meio de um contato tectônico por falha normal
(Figura 12). Tais litotipos foram encontrados nos pontos 21, 22, 23, 32, 41, 42, 43, 47, 48, 49,
76, 77, 78, 79, 98 e 165 (Figura 11), geralmente associados a altos topográficos e perfis de
serras, sobretudo em torno do Serrote da Laje.
As rochas descritas correspondem a arenitos médios a grossos que, por vezes, gradam
para microconglomerados. Os afloramentos apresentam dimensões variáveis, medindo desde
algumas dezenas de centímetros até alguns metros e foram observados principalmente em
planta (Figura 45a). A escassez de afloramentos em perfil, também constatada em litologias
de outras unidades, dificulta a observação do pacote estratigráfico em espessura e a
visualização em 3D de estruturas.
Macroscopicamente, esses arenitos apresentam acamamento ora incipiente (Figura
45b), ora bem definido (Figura 42c), com estratificações plano-paralelas e cruzadas (Figura
45d e e), ambas variando de pequeno a médio porte. O acamamento por vezes apresenta uma

60
pequena angulação de 10º a 15º, que pode denotar mudanças no fluxo ou também um sutil
basculamento dessa unidade.
Sua tonalidade varia de amarelado e amarelo-esbranquiçado a arroxeado, sendo
comuns feições de oxidação nessas rochas, conferindo-lhe marcas de coloração alaranjada a
amarronzada escurecida (Figura 45f).

Figura 45: Feições observadas em escala de afloramento do Grupo Serra Grande. a) Visão macro do afloramento
de arenito grosso amarelado (ponto 22); b) Arenito grosso a microconglomerada amarelo-arroxeado com
acamamento incipiente (ponto 21); c) Acamamento bem definido (ponto 49); d) Estratificações plano-paralelas,
em preto, e cruzadas, em vermelho (ponto 23); e) Estratificação cruzada bem marcada (ponto 21); f) Marcas de
oxidação amarronzadas em arenito grosso amarelado (ponto 49). O cabo do martelo indica a direção N.

61
Os grãos subangulares a subarrendondados definem uma textura detrítica psamítica;
são moderadamente mal selecionados e sua granulometria varia entre 0,5 a 2,5 mm (Figura
46a). Com o auxílio da lupa eletrônica, estimou-se que a assembleia mineralógica é
constituída por cerca de 57% de quartzo, 18% de feldspato potássico, 14% de plagioclásio,
3% de biotita, 1% de hornblenda e 1% de muscovita. Esses cristais apresentam-se envoltos
por uma pequena quantidade de matriz – aproximadamente 6% – composta essencialmente
por argilominerais, sendo que os cristais estão dispostos de modo clasto-suportados (Figura
46b). Não foi observado cimento.
O arranjo textural é caracterizado por contatos longos e pontuais entre os grãos e a
porosidade é primária, do tipo intergranular, apesar de pouco observada. De acordo com essas
características, conclui-se que a rocha é imatura a submatura tanto do ponto de vista textural
quanto mineralógico, sendo classificada como arenito grosso a muito grosso cascalhoso.

Figura 46: a) Amostra de arenito grosso a muito grosso cascalhoso do Grupo Serra Grande do ponto 21; b)
Detalhe para os cristais de granulometria mais grossa envoltos em matriz mais fina.

4.5.2 Registro Fossilífero – Fauna de Ediacara

No sul da área, nos pontos 22 e 165 (Figura 11), foram observadas feições muito
semelhantes àquelas reconhecidas na literatura como fósseis de organismos ediacaranos. As
estruturas mais bem preservadas foram encontradas próximas a Fazenda Contra Fogo, no
ponto 165. A coleta de amostras não foi realizada visando-se a preservação desses registros
fósseis.
Registrados nos arenitos médios a grossos amarelados, estratificados ou não;
constatou-se feições arredondadas concêntricas de poucos centímetros que não correspondem
a nenhuma estrutura puramente sedimentar descrita (Figura 47a). Tais formas apresentam a

62
mesma coloração dos arenitos que o circundam, sendo, por vezes, um pouco mais
esbranquiçados no seu entorno (Figura 47b).
Além desses moldes, verificou-se a presença de icnofósseis em formatos alongados,
delgados e retorcidos, de algumas dezenas de centímetros, que foram interpretados como
possíveis tubos feitos tais organismos. A coloração dessas estruturas mostra-se mais clara que
os arenitos que a abrigam e caracterizam-se como feições positivas (Figura 47c).

Figura 47: Possíveis marcas fósseis ediacaranas em arenito médio a grosso do Grupo Serra Grande, ponto 165. a)
Feição arredondada concêntrica; b) Forma arredondada com borda levemente esbranquiçada; c) Possíveis
icnofósseis de tubos gerados por animais da fauna.

A constatação desse registro fossilífero na Bacia do Jaibaras não é, no entanto, um


consenso entre os autores, uma vez que o reconhecimento dessas impressões fósseis é feito,
63
basicamente, por meio da comparação das formas observadas no Grupo Serra Grande com os
representantes devidamente documentados da Fauna de Ediacara no mundo.
A principal controvérsia acerca dessa constatação reside nas idades das rochas nas
quais essas formas foram encontradas e no período de tempo a qual admite-se que esses
animais viveram. Caputo et al. (1984) admite que os substratos que compõem o Grupo Serra
Grande apresentam idade Ordoviciana-Siluriana, aproximadamente 440 Ma. Contudo, os
representantes dessa fauna teriam desaparecido em um evento de extinção em massa ocorrido
entre o Neoproterozoico e o Cambriano, há aproximadamente 540 Ma (Seilacher, 1988).
Dessa maneira, a atribuição desses moldes como seres representantes da Fauna de Ediacara é
contestável, uma vez que, segundo tais autores, a extinção desses animais já teria acontecido
há pelo menos 100 Ma quando os estratos do Grupo Serra Grande estavam sendo depositados.
Entretanto, Crimes & McIlroy (1999) descrevem típicos fósseis ediacaranos em
camadas do Cambriano Inferior e Superior, questionando, portanto, a extinção em massa
desses organismos no período referido anteriormente.
Apesar da controvérsia, a presença dessas marcas nos arenitos do Grupo Serra Grande
pode, todavia, ser de organismos ediacaranos, uma vez que podem corresponder a resquícios
de animais sobreviventes no Ordoviciano-Siluriano ou ainda fósseis que foram transportados
e depositados nas litologias desse Grupo.
Barroso (2010) cataloga fósseis da fauna no Grupo Serra Grande no sul da Bacia do
Jaibaras, na mesma área de estudo dessa pesquisa. As feições encontradas em campo são
semelhantes com aquelas descritas pelo autor, principalmente às espécies Charniodiscus
concentricus e Cyclomedusa davidi (Figuras 48a e b) e aos icnogêneros Palaeophycus e
Planolites (Figuras 48c e d).

64
Figura 48: Espécies fósseis e icnogêneros encontrados ao sul da Bacia do Jaibaras, no Grupo Serra Grande, por
Barroso (2010), semelhantes àqueles descritos em campo. a) Charniodiscus concentricus; b) Cyclomedusa
davidi; c) Palaeophycus; d) Planolites. Adaptado de Barroso (2010).

A porção sul da Bacia do Jaibaras é pouco estudada no que tange a questão


paleontológica, sendo necessários estudos mais aprofundados para que se obtenham
interpretações mais confiáveis acerca dessas formas expressas no Grupo Serra Grande. O
objetivo desse relatório fundamenta-se em uma análise estrutural e dinâmica da deformação
do LTB nas rochas da bacia, sendo que este capítulo consiste apenas em um tópico da
descrição deste grupo, não sendo, portanto, o foco desse trabalho.

4.5.3 Arcabouço Estrutural

As rochas desse grupo apresentam-se fraturadas em diversas orientações, além de


registrarem falhas transcorrentes e normais – oblíquas ou não – em várias direções. Em planos
de falhas cujas estrias eram registradas, determinou-se também suas orientações de modo a
indicar o sentido do movimento da descontinuidade em questão. Mediu-se também, quando

65
evidente, o acamamento sedimentar. Entre essas feições estruturais, foram anotadas 244
medidas.
O acamamento (So) apresenta direção preferencial entre N10E e N50E, com
mergulhos variáveis, entre 20º e 80º, sendo que a maioria mergulha aproximadamente entre
20º e 50º. O sentido do mergulho varia de NW a SE. No total, foram obtidas 13 medidas
estruturais do acamamento (Figura 49).

Figura 49: Direções preferenciais para o acamamento (So) do Grupo Serra Grande no software Stereo32. a)
Diagrama de Wulf; b) Diagrama de rosetas.

As famílias mais expressivas de fraturas apresentam direções aproximadas de N45E e


N40W (Figura 50), geralmente com mergulhos altos, entre 75º e 85º, sendo que a primeira
mergulha tanto para NW como para SE e a segunda, predominantemente para NE. A
persistência média da família de fraturas NE é 2,8 m, enquanto que a da família NW é de 1,9
m, mostrando-se, assim, relativamente persistentes. No que tange à intensidade do
fraturamento, ou seja, o grau de repetição das fraturas no afloramento, a família NE mostra-se
mais intensa que a família NW, sendo que a primeira registra cerca de uma fratura a cada 0,2
m e a segunda, uma a cada 0,35 m. No total, foram registradas 124 fraturas nesse grupo
(Figura 51).

66
Figura 50: Família de fraturas de direção NE, assinalada em vermelho, e NW, em preto, em arenito grosso do
Grupo Serra Grande, ponto 22. O cabo do martelo indica a direção N.

Figura 51: Direções preferenciais para as fraturas do Grupo Serra Grande no software Stereo32. a) Diagrama de
Wulf; b) Diagrama de rosetas.

As principais falhas encontradas nesse Grupo apresentam 3 direções preferenciais,


sendo, aproximadamente: N50E, N70W a N80W e E-W.
As falhas N50E apresentam mergulhos altos, de 60º a 80º para NW como para SE. O
comprimento médio dessa família é de 3,8 m, mostrando-se desta maneira, persistente.
Quanto à intensidade do fraturamento, registrou-se cerca de uma falha a cada 0,35 m, em
média. Tais falhas mostram movimentos transcorrentes e normais a transtensionais
primordialmente destrais, porém com alguns registros sinistrais (Figura 52a). A maioria das
estrias dessas falhas apontam para N15W-N15E a N-S, com mergulhos médios de 15º a 30º.
No total, entre falhas e estrias, 25 estruturas foram medidas.
As falhas N70W a N80W mergulham, em média, entre 65º e 80º tanto para NE como
para SW. A persistência dessas falhas é de aproximadamente 3,6 m, sendo, portanto, muito
persistente; já quanto à intensidade do fraturamento, observou-se cerca de uma falha a cada
0,35 m. Essas descontinuidades apresentam movimentos transcorrentes a transtensionais
principalmente sinistrais, sendo que algumas falhas mostram-se destrais (Figura 52b). As

67
estrias marcadas nesses planos mergulham nas direções E-SE e N40W a N70W, com
mergulhos variáveis entre 5º a 50º, com valor médio de 20º. A totalidade é de 57 medidas,
considerando-se falhas e estrias.
As falhas de direção E-W apresentam, em geral, mergulhos altos, entre 65º e 80º, tanto
no sentido N como S. A persistência dessas falhas é muito alta, sendo seu comprimento médio
de 4,4 m e a intensidade do fraturamento é de cerca de uma falha a cada 0,25 m. Essa família
de falhas apresenta movimentos transcorrentes a transtensionais tanto destrais como sinistrais
(Figura 52c). As estrias apontam principalmente para E e W, porém algumas caem para
N35W, com ângulos entre 10º e 50º, com valor médio de 20º. Entre falhas e estrias, registram-
se 16 medidas estruturais. As direções preferenciais das falhas registradas nesse grupo são
ilustradas na Figura 53a e b.

Figura 52: Falhas de diferentes direções em arenito médio a grosso do Grupo Serra Grande, ponto 165. a) Falha
NE transcorrente destral; b) Falha NW transcorrente sinistral; c) Falha E-W transcorrente destral. A ponta da
lapiseira indica a direção N.

68
Figura 53: Direções preferenciais para todas as falhas e estrias no Grupo Serra Grande no software Stereo32. a)
Diagrama de Wulf; b) Diagrama de rosetas.

Além das feições estruturais supracitadas, também foram encontradas fendas de tração
nos pontos 22, 23, 49 e 165. Essas estruturas compreendem poucos centímetros, não
mostram-se preenchidas por qualquer mineral e apresentam direções preferenciais N-S, N30E
e N65W, expressando cinemática destral (Figura 54).

Figura 54: Fendas de tração NE indicando cinemática destral em arenito médio a grosso do Grupo Serra Grande,
ponto 23. A ponta da caneta indica a direção N.

5 COMPARAÇÃO ENTRE ESTRUTURAS FOTOINTERPRETADAS E


OBSERVADAS EM CAMPO

Com base na interpretação de imagens de radar orbital (SRTM), Landsat 7 e 8,


ASTER (Figura 4) e ALOS (Figura 5) da área de estudo, elaborou-se um mapa estrutural
fotointerpretado da área 1. As principais descontinuidades observadas nessas imagens foram

69
traçadas no software ArcGIS em uma etapa pré-campo com o objetivo de identificar os trends
preferenciais das estruturas e compará-las com aquelas observadas em campo (Figura 55).

70
Figura 55: Mapa estrutural fotointepretado da porção sul da Bacia do Jaibaras, elaborado a partir da interpretação de imagens de radar orbital (SRTM), Landsat 7 e 8, ASTER
e ALOS.

71
Ao observar a figura 55, nota-se que a porção leste da área, correspondente ao
embasamento, configura-se como a área que apresenta maior número de fotoestruturas,
demarcadas principalmente pelas direções NE e NW. As feições NE, observadas, sobretudo,
nas imediações do Lineamento Transbrasiliano, correspondem principalmente à direção das
foliações miloníticas constatadas em campo em gnaisses milonitizados, nas proximidades do
limite entre o embasamento e a bacia. Além desses registros dúcteis, o embasamento exibe
feições rúpteis, tais como falhas e fraturas, nas direções NE, NW e E-W, caracterizando-se
como a unidade mais deformada da área.
Na porção centro-oeste, no domínio da bacia sedimentar, percebe-se uma significativa
diminuição no número de estruturas fotointerpretadas. Infere-se que esse decréscimo seja
resultado da história evolutiva dessas unidades, isto é, o embasamento, que foi submetido a
múltiplas fases de deformação, abriga a maior parte das estruturas; enquanto que a bacia
registra descontinuidades relacionadas somente a fases deformacionais mais recentes.
Na área correspondente ao Grupo Serra Grande, notam-se diversas fotoestuturas nas
direções NE e NW; orientações condizentes com as principais falhas e fraturas catalogadas
em campo. Representadas no mapa de maneira pouco expressiva, estruturas E-W foram,
também, registradas em campo. Na Formação Pacujá e Suíte Parapuí, mediram-se falhas e
fraturas nas direções NE e NW, principalmente, sendo observadas poucas descontinuidades de
orientação N-S e E-W. Esse padrão pode ser verificado nas estruturas fotointerpretadas, que
preveem direções NE e NW como as mais significativas.
Por fim, no oeste da área, onde se localizam rochas da Formação Aprazível, nota-se
um grande número de descontinuidades fortemente orientadas na direção NE. Esse
alinhamento mais bem definido deve-se à proximidade dessa unidade à Falha Café-Ipueiras,
que apresenta o mesmo trend do LTB. Na observação em campo dessas estruturas, verifica-se
o predomínio de falhas e fraturas de direção NE nas rochas da Formação Aprazível.
Desse modo, conclui-se que a análise de mapas fotointerpretados configura-se como
um procedimento eficiente no que tange a previsão e confirmação de estruturas vistas em
campo, uma vez que refletem o trend preferencial das principais descontinuidades marcadas
na área de estudo.

6 CRONOLOGIA DE EVENTOS E POSICIONAMENTO DE TENSORES

Conforme citado anteriormente, esta dissertação integra-se a um mapeamento mais


abrangente da porção sul da Bacia do Jaibaras, dividido em quatro áreas adjacentes. A partir
72
da compilação e análise das feições estruturais presentes nessas quatro áreas, constataram-se
certas relações entre falhas, diques, cisalhamentos e outras estruturas de modo a estabelecer
uma sequência cronológica de eventos tectônicos que auxiliem na proposição de um modelo
evolutivo para essa bacia.
Nem todas as relações foram verificadas na área de estudo, entretanto, todas essas
associações estruturais são abordadas em ordem cronológica, com ênfase nas relações
encontradas na área 1, de modo a estabelecer uma evolução tectônica da Bacia do Jaibaras de
forma mais consistente e coerente.
De forma geral, ocorrências dúcteis em rochas do embasamento caracterizam-se como
os eventos mais antigos; a citar a deformação crustal em elevado grau metamórfico e
consequente desenvolvimento de foliações miloníticas, episódios cisalhantes e inserção de
diques de composições máficas e félsicas. Tais ocorrências são assim classificadas pelo fato
de afetarem as litologias que compõem o embasamento, com a exceção de um evento de
intrusão de diques que ocorre, também, em unidades da bacia sedimentar.
Em sequência, observam-se feições típicas de ambientes expostos a regime
deformacional dúctil-rúptil, ou seja, falhamentos localizados em zonas de transição entre
níveis crustais profundos e rasos. Além dessas falhas, tension gashes foram reconhecidos,
atestando efetivamente uma deformação em nível estrutural intermediário.
Marcando fases mais recentes, constata-se a ocorrência de movimentações rúpteis em
todos os litotipos que constituem essa bacia, tanto nas unidades mais jovens do Graben do
Jaibaras quanto em seu embasamento. As feições representantes dessa fase são falhas cuja
cinemática foi reconhecida, padrão de intersecção de fraturas por meio de pares conjugados e
fendas de tração.
A certificação de relações de truncamento entre diques e a determinação de idades
relativas entre falhas dúcteis e rúpteis de diferentes orientações – considerando-se, também, a
unidade na qual essas estruturas encontram-se inseridas – auxiliaram proposição de uma
sequência cronológica de eventos deformacionais.
A determinação do sentido de nucleação dos minerais em veios e outras
descontinuidades, a caracterização dos movimentos cinemáticos de falhas e pares conjugados
de fraturas e a determinação da orientação de fendas de tensão contribuíram para o
posicionamento de paleotensores na área de estudo.
Mediante a análise de todas as feições estruturais das áreas e a maneira como elas se
relacionam entre si, discriminaram-se quatro grandes eventos tectônicos responsáveis pela

73
atual configuração da Bacia do Jaibaras: Deformação Dúctil e Dúctil-Rúptil do Embasamento,
Abertura da Bacia, Inversão da Bacia e Estágio de Colapso ou Relaxamento da Bacia. Esses
estágios são representados por meio de modelos 3D, que evidenciam a estruturação da bacia e
o posicionamento dos tensores atuantes em cada um desses quatro eventos.
A tabela 1 ilustra os incrementos deformacionais que compõem cada grande evento
tectônico e o posicionamento do tensor principal em cada estágio. As fases estão dispostas em
ordem cronológica e consideram as quatro áreas (1, 2, 3 e 4).

74
Tabela 1: Caracterização dos quatro estágios tectônicos da Bacia do Jaibaras, evidenciando estruturas, unidades afetadas, as áreas correspondentes e o tensor principal
indicado pelo software Win-Tensor em cada estágio.

Eventos Defomacionais Tensor σ1


Estágio de Deformação Dúctil e Dúctil-Rúptil do Embasamento
Orientação da foliação milonítica segundo
Deformação dúctil em elevado grau metamórfico a direção NE-SW em regime
1 transcorrente destral
Embasamento Embasamento
1, 2, 3 e 4 1, 2, 3 e 4
Cisalhamentos
Cisalhamentos destrais E- Cisalhamentos
destrais NE- Diques máficos NE-SW
W sinistrais E-W
2 SW
Embasamento Embasamento Embasamento Embasamento
σ1 NE-SW
3 3 3 3
Diques máficos e félsicos Cisalhamentos sinistrais
Cisalhamentos destrais NW-SE
E-W NW-SE
3
Embasamento Embasamento Embasamento
3 3 2, 3
Falhas dúcteis-rúpteis Falhas dúcteis-rúpteis sinistrais Tension gashes sinistrais
destrais NE-SW NE-SW NE-SW
4
Embasamento Embasamento Embasamento
3 3 2e3
Estágio de Abertura da Bacia
Diques máficos NE-SW
5 N25-71W/10-
Embasamento, Formação Pacujá, Suíte Parapuí, Granito Mucambo
55 SE
3
75
Falhas
Falhas transcorrentes Falhas transcorrentes transcorrentes Falhas transcorrentes
sinistrais N-S destrais N-S sinistrais NW- destrais NW-SE
SE
Formação
Formação Pacujá, Suíte Formação Pacujá, Pacujá, Suíte Formação Pacujá, Suíte
Parapuí, Embasamento Suíte Parapuí, Parapuí, Parapuí, Embasamento
6 Embasamento Embasamento
2, 3, 4 3, 4 3, 4 2, 3, 4
Falhas transcorrentes Falhas transcorrentes destrais
Diques máficos NW-SE
destrais E-W NE-SW
Formação Pacujá, Suíte Formação Aprazível, Formação Embasamento, Formação
N25-71W/10-
Parapuí, Embasamento, Pacujá, Suíte Parapuí, Pacujá, Formação
55 SE
Formação Aprazível Embasamento Aprazível
3, 4 1, 3, 4 3
Falhas normais NW Falhas normais NE Falhas normais N-S p/ E e
mergulhando p/ NE e SW mergulhando p/ NW W
Granito Mucambo,
7 Formação Pacujá, Formação Aprazível, Suíte Formação Aprazível, Suíte
Formação Aprazível, Suíte Parapuí Parapuí
Parapuí
2, 3, 4 3, 4 3, 4
Falhas normais destrais E-W Falhas normais E-W mergulhando p/ S
8 Formação Aprazível, Suíte Parapuí Formação Aprazível, Suíte Parapuí
3, 4 3, 4
Falhas normais E-W mergulhando p/ N
9 Formação Aprazível, Suíte Parapuí
3, 4

76
Estágio de Inversão da Bacia
Falhas
inversas
Falhas inversas Falhas inversas sinistrais
Falhas inversas destrais destrais NE-
destrais NW-SE NW-SE cavalgando p/
NE-SW cavalgando p/ SE SW
cavalgando p/ NE SW
cavalgando
10 p/SW
Granito
Granito Mucambo, Mucambo, N79E/08NE
Formação Aprazível,
Formação Aprazível, Suíte Formação Aprazível Formação
Suíte Parapuí
Parapuí Aprazível,
Suíte Parapuí
2, 3, 4 1 2, 3, 4 3, 4
Falhas inversas E-W cavalgando p/ S
11 Formação Aprazível, Suíte Parapuí
3, 4
Estágio de Relaxamento ou Colapso da Bacia
Falhas normais oblíquas NE-SW mergulhando p/ NW
12
Grupo Serra Grande
1
Falhas normais oblíquas NW-SE mergulhando p/ NE N74E/78NE
13 Grupo Serra Grande
1
Falhas normais oblíquas E-W
14 Grupo Serra Grande
1

77
6.1 Estágio de Deformação Dúctil e Dúctil -Rúptil do Embasamento

O embasamento corresponde à unidade mais antiga encontrada na região, acima do


qual os sedimentos dessa bacia foram depositados. As rochas metamórficas que o compõe
apresentam importantes deformações dúcteis de alto grau, evidenciadas por planos de
foliação, lineações e indicadores cinemáticos.
Nas áreas 1 e 2, os planos de foliação milonítica desses gnaisses apresentam direção
preferencial N45E e suas lineações de estiramento mergulham majoritariamente na mesma
direção, com mergulho sub-horizontal. Já nas áreas 3 e 4, esses mesmos aspectos mostram
orientação preferencial N-S a N10E. Os indicadores cinemáticos presentes nos planos XZ das
rochas de ambas as áreas indicam, em sua maioria, cinemática dúctil destral (Figura 56).

Figura 56: a) Lineação de estiramento mineral N45E definida pela hornblenda, ponto 36; b) Indicador do tipo σ
em material silicático, demonstrando cinemática destral, com topo para NE, ponto 45. O cabo do martelo e a
ponta da lapiseira indicam a direção N. c) Diagrama de Wulf no software Stereo32 evidenciando a direção das
foliações e lineações de estiramento nas as áreas 1 e 2.

Essas feições estruturais são condizentes com o principal estágio de movimentação


dúctil do LTB, que apresenta cinemática destral. A mudança nas direções das foliações
miloníticas e em suas respectivas lineações de estiramento nas áreas situadas ao norte e ao sul
78
pode ser devida a uma anisotropia anastomosada do LTB. Essa descontinuidade de escala
continental apresenta um traçado sinuoso, ou seja, embora seu trend principal corresponda a
uma orientação N20E a N40E, tal lineamento forma-se a partir de segmentos cisalhados
menores que variam de direção. A orientação desses microcisalhamentos ao longo do LTB
influencia na configuração do arcabouço estrutural local, sobretudo em domínios dúcteis.
Dessa maneira, deduz-se que essa grande descontinuidade tenha sido responsável por
orientar as foliações dessas rochas segundo o trend desses microssegmentos, fazendo com que
a porção mais a norte tenha configuração estrutural próxima à orientação N-S, enquanto a
porção mais a sul apresenta direção preferencial N45E (Figura 57). De acordo com Delgado et
al. (2003), essa movimentação dúctil destral do LTB data aproximadamente de 600 Ma,
correspondendo, portanto, ao um estágio anterior à abertura dessa bacia.

Figura 57: Esquema ilustrando a orientação das foliações miloníticas nas áreas de estudo, feições as quais
refletem o trend anastomosado do LTB em ambiente dúctil destral.

Em vista disso, considerando-se a orientação N45E das foliações miloníticas e de


indicadores cinemáticos na área 1 e sabendo-se dos esforços transpressivos nas quais essa
região foi submetida, infere-se que o esforço principal σ1 responsável por uma deformação
dúcil destral dessas rochas oriente-se segundo uma direção que varia entre N-S até cerca de
40º NE-SW. Sendo assim, é razoável concluir que as foliações miloníticas tenham se
orientado segundo a direção ~N45E por meio de movimentos transpressivos.
A fase seguinte à consolidação do embasamento e alinhamento da foliação segundo o
trend do LTB configura-se a partir de eventos cisalhantes registrados nessas rochas. Esse
79
estágio é assinalado em gnaisses milonitizados e rochas granulíticas por meio de planos S/C,
falhas dúcteis destrais e sinistrais de direções E-W e destrais NE-SW, além de fenômenos de
intrusões de diques de composição máfica de orientação NE-SW. O estágio subsequente é
marcado por intrusão de diques de composição máfica e félsica de direção E-W e por
cisalhamento destrais e sinistrais de orientação NW-SE. As relações de truncamento entre
diques e cisalhamentos são observadas exclusivamente na área 3, não sendo encontradas na
área de estudo.
A última fase que constitui o estágio anterior à formação da bacia é marcada por falhas
destrais e sinistrais dúcteis-rúpteis de orientação NE-SW, assim como tension gashes com
sentido de abertura NE-SW, indicando cinemática sinistral. Todas essas feições foram
registradas quase exclusivamente na área 3, sendo observados, na área 2, apenas tension
gashes sinistrais NE-SW. A constatação dessas formas evidencia um regime deformacional
em zonas crustais intermediárias, ou seja, na transição entre zonas de deformação plásticas e
frágeis. A ocorrência desses aspectos estruturais pode decorrer de um adelgaçamento crustal
ocorrido de forma gradual, causado por esforços cisalhantes no embasamento que, por fim,
acarretaram na abertura do rift do Jaibaras.
O modelo 3D apresentado na figura 58 ilustra as feições estruturais do embasamento e
o posicionamento dos tensores σ1 e σ3 em um evento de pré-abertura da Bacia do Jaibaras.

Figura 58: Modelo 3D do estágio de deformação dúctil e dúctil-rúptil do embasamento em uma fase de pré-
abertura da Bacia do Jaibaras, em que o tensor principal σ1 apresenta direção NE-SW e σ3 mostra orientação
NW-SE.

80
6.2 Estágio de Abertura da Bacia

No Neoproterozoico, rochas do embasamento das áreas de estudo foram deformadas


ductilmente pela movimentação destral do Lineamento Transbrasiliano, gerando foliações
miloníticas de acordo com seu trend. A anisotropia anastomosada dessa megaestrutura
propiciou a formação de numerosos cisalhamentos subordinados de direção NE e N-S ao
longo do seu traçado, conforme exposto anteriormente (Figura 55). Como resposta a essa
movimentação dúctil destral, esses microssegmentos estruturaram-se segundo uma
determinada configuração, ou seja, a alternância entre as orientações de zonas NE e N-S
formaram um padrão denominado zona em “S” (Figura 59).

Figura 59: Esquema ilustrando a alternância de zonas de direção NE e N-S formando um padrão anastomosado
em “S” como consequência da movimentação dúctil destral do LTB no Neoproterozoico.

Durante o estágio de transição da Plataforma Sul-Americana, em aproximadamente


560 Ma, o LTB submeteu-se a reativações rúpteis sinistrais (Teixeira et al., 2004; Arthaud,
2007). Essas deformações frágeis utilizaram-se das zonas anisotrópicas cisalhadas que foram
demarcadas no estágio dúctil, uma vez que essas antigas transcorrências correspondem a
regiões mais suscetíveis ao rompimento de litosférico.
Por conta dessa anisotropia dessas zonas em “S”, a movimentação sinistral permitiu a
ocorrência de transcorrências e transtensões em diversos trechos do traçado sinuoso do LTB,
instalando importantes espaços de acomodação de sedimentos através de bacias romboédricas
ou pull-apart, originando, assim, o rift do Jaibaras (Figura 60). Outras bacias situadas nas
zonas de influência dessa megaestrutura apresentam gênese semelhante ao Graben do
Jaibaras, a citar as bacias Jaguapari, Piranhas e Monte Carmo (Marini et al., 1984).

81
Figura 60: Esquema ilustrando a fase de abertura da Bacia do Jaibaras há aproximadamente 560 Ma. O evento A
registra a reativação rúptil sinistral do Lineamento Transbrasiliano em uma zona em “S”, originada pela
movimentação anterior dúctil destral dessa zona de cisalhamento. O evento B evidencia o espaço de
acomodação gerado pelas transcorrências e transtensões rúpteis sinistrais, gerando uma bacia pull-apart que
corresponde ao Graben do Jaibaras.

Em virtude de diversas fases de abertura crustal e concomitante preenchimento dos


espaços de acomodação gerados por essas movimentações ao longo do tempo, as unidades
que compõem a bacia também registram falhamentos normais a transtensionais
correspondentes a esse estágio.
Em ordem cronológica, as seguintes unidades da bacia foram sendo instaladas: sobre o
embasamento, alojaram-se granitos dos plútons Meruoca e Mucambo; seguidamente, litotipos
da Formação Massapê depositaram-se, constituindo a base do graben do Jaibaras. Os arenitos
e pelitos da Formação Pacujá interdigitaram-se aos derrames vulcânicos e subvulcânicos da
Suíte Parapuí, que foram cobertas pelos conglomerados polimíticos da Formação Aprazível.
Por fim, sedimentos do Grupo Serra Grande, aflorantes nas áreas 1 e 2, cobriram as unidades
já mencionadas.
Nas áreas de estudo, evidências estruturais desse estágio de abertura foram constatadas
através de diques e falhas. Diques com orientações NE-SW de composição máfica,
registrados na área 3, marcam o primeiro pulso de abertura do rift. Essas manifestações
magmáticas encontram-se intrudidas em rochas do embasamento, arenitos da Formação
Pacujá, litologias da Suíte Parapuí e em granitos Mucambo.
Movimentos transcorrentes cronocorrelatos em diversas direções, tanto destrais como
sinistrais, assinalam a fase seguinte. As falhas de orientações N-S com cinemática sinistral e
NW-SE com movimentações destrais foram observadas nas áreas 2, 3 e 4 em rochas do
embasamento, Formação Pacujá e Suíte Parapuí. Nas áreas 3 e 4, hospedadas nas mesmas

82
unidades, registram-se falhas N-S destrais e NW-SE sinistrais. Falhas destrais com orientação
E-W são observadas no embasamento, Formação Pacujá, Suíte Parapuí e na Formação
Aprazível, aflorantes nas áreas 3 e 4; enquanto que transcorrências destrais de orientação NE-
SW, constatadas na Formação Pacujá, Suíte Parapuí e Formação Aprazível, foram observadas
nas áreas 1, 3 e 4 (Figura 61). Um novo enxame de diques máficos registrados no
embasamento da área 3, de direção NW-SE, relaciona-se cronologicamente a essa fase
transcorrente.

Figura 61: Falha transcorrente destral de direção NE, em vermelho, deslocando fraturas NW, em preto,
Formação Aprazível, ponto 125. A ponta da lapiseira indica a direção N.

Falhas normais a transtensionais em diversas direções configuram-se como


marcadores do último evento que compõem o estágio de abertura da Bacia e foram
individualizadas em três fases. Falhamentos normais de orientação NW-SE – que mergulham
para NE –, normais NE-SW – mergulhando para NW – e normais N-S – com mergulhos tanto
para N como para S – determinam a fase mais antiga. Essas falhas são alojadas no Granito
Mucambo, Formação Pacujá, Suíte Parapuí e Formação Aprazível e ocorrem exclusivamente
nas áreas 3 e 4, com exceção das primeiras, que também afloram na área 2 (Figura 62). A
segunda fase engloba falhas normais E-W, cujo mergulho aponta para S, e transtensionais
destrais E-W. Encontram-se aflorantes nas áreas 3 e 4, na Suíte Parapuí e Formação
Aprazível. A fase mais recente restringe-se às áreas 3 e 4, na Suíte Parapuí e Formação
Aprazível, e é definida através de falhas normais de direção E-W, cujo mergulho aponta para
N.

83
Figura 62: Falha normal a transtensional de direção NW, em amarelo, Granito Mucambo, ponto 112, área 2. A
ponta da lapiseira indica a direção N.

Conforme já explicitado anteriormente, o LTB caracteriza-se como uma megassutura


de caráter sinuoso e, sendo assim, a dinâmica das falhas ao longo desse lineamento são
complexas. Dessa forma, ao longo dessa zona de cisalhamento, um mesmo conjunto de
eventos deformacionais pode gerar estruturas de direções e cinemática diversas, dependendo
da orientação do segmento afetado. Portanto, apesar da cinemática principal dos falhamentos
transcorrentes e transtensionais mostrar-se sinistral, falhas destrais também são
correlacionáveis ao estágio de abertura da Bacia do Jaibaras.
As falhas transcorrentes e normais a transtensionais podem ser agrupadas em dois
blocos, sendo as primeiras mais antigas que as segundas. Embora esses dois movimentos
correspondam ao estágio de abertura do graben, presume-se que os tensores que
caracterizaram esses movimentos tenham orientações distintas. As figuras a seguir apresentam
diagramas elaborados no software Win-Tensor para cada tipo de falha, considerando as áreas
1 e 2. A figura 63 corresponde à fase mais antiga, ou seja, as transcorrências, enquanto a
figura 64 considera as falhas normais a transtensionais.

84
Figura 63: Diagrama elaborado no software Win-Tensor para falhas transcorrentes de direção ~N-S,
correspondente ao estágio de abertura da Bacia do Jaibaras. O tensor principal σ1, representado pela flecha azul,
apresenta direção 155/10 (N25W/10SE); σ2 possui direção 299/78 (N59W/78NW); e σ3, representado pela flecha
vermelha, direção 064/07 (N64E/07NE).

De acordo com a figura 63, o tensor principal σ1 responsável pela formação de falhas
transcorrentes nessas áreas apresenta direção N25W, com 10º de mergulho na direção SE,
podendo ser considerado subhorizontal. O tensor σ2 apresenta direção N59W/78NW,
mostrando-se praticamente suvbvertical; já o esforço σ3, que corresponde ao sentido de maior
estiramento das estruturas, mostra direção N64E com 7º de mergulho para NE, sendo,
portanto, subhorizontal.

Figura 64: Diagrama elaborado no software Win-Tensor para falhas normais a transtensionais de direção
~N30W, correspondente ao estágio de abertura da Bacia do Jaibaras. O tensor principal σ1 apresenta direção
109/55 (N71W/55SE); σ2 possui direção 313/32 (N47W/32NW); e σ3, representado pela flecha vermelha,
direção 216/11 (N36E/11SW).

85
A figura 64 evidencia os tensores σ1, σ2 e σ3 que geraram as falhas normais a
transtensionais. O tensor principal σ1 apresenta direção N71W, mergulhando 55º para SE. Já a
componente σ2 apresenta direção N47W/32 NW, enquanto σ3 possui direção N36E, com
mergulho subhorizontal de 11º para SW.
A identificação de pares conjugados de fraturas em campo possibilitou a determinação
da direção do tensor σ1, estimado através da bissetriz do ângulo agudo formado entre essas
estruturas. A figura 65 destaca o tensor principal σ1 de direção NW verificado por meio desse
método, em litologias da Formação Pacujá.

Figura 65: Pares conjugados de fraturas em litologias da Formação Pacujá evidenciando σ1, em linha pontilhada,
na direção NW, correspondente ao estágio de abertura da bacia. a) Ponto 149; b) Ponto 232; c) Ponto 153. O
cabo do martelo e a ponta da lapiseira indicam a direção N.

Comparando-se os dois diagramas, percebe-se que tanto σ1 como σ3 sofreram rotação


no sentido anti-horário à medida que a movimentação das falhas passou de transcorrente à
normal/transtensional. Essa mudança na direção dos paleotensores favoreceu a transição de
um regime transcorrente, onde o movimento relativo direcional é paralelo à direção dos
planos de falha, para um regime extensional, onde a direção do plano de falha é perpendicular
à direção do tensor principal.

86
Na figura 66, apresenta-se um modelo 3D ilustrando as principais direções de falhas –
transcorrentes, transtensionais e normais – e o posicionamento dos tensores σ1 e σ3 no estágio
de abertura da Bacia do Jaibaras.

Figura 66: Modelo 3D ilustrando a reativação rúptil do LTB no estágio de abertura da Bacia do Jaibaras, em que
o tensor principal σ1 apresenta direção NW-SE e σ3 mostra orientação NE-SW.

6.3 Estágio de Inversão da Bacia

Posteriormente aos esforços distensivos e concomitantemente à deposição de certas


unidades da bacia, geralmente em litotipos formados em fases mais tardias, registram-se
falhamentos inversos a transpressivos. Essas falhas, que apresentam direções diversas, podem
corresponder a um evento de reativação das falhas normais englobadas no estágio anterior,
uma vez que tais estruturas denotam idade mais recente do que as falhas de abatimento. Esse
estágio inclui apenas dois eventos deformacionais principais, sendo que o mais antigo reúne
falhas transpressivas sincrônicas de diversas orientações, enquanto que, na fase mais recente,
observa-se somente uma direção preferencial de cavalgamentos.
A primeira fase é marcada por falhas transpressivas destrais de direção NE-SW, que
cavalgam em direção a SE ou deslizam no sentido SW; são descritas nas áreas 2, 3 e 4, em
granitos do plúton Mucambo, na Formação Aprazível e na Suíte Parapuí. Ademais,
falhamentos de direção NW-SE sinistrais, com sentido de cavalgamento para SW foram
observadas nas áreas 3 e 4, na Formação Aprazível e Suíte Parapuí. Falhas com a mesma
orientação que as anteriores, com cinemática destral e cavalgamento para NE, marcam as
rochas da Formação Aprazível na área 1.
87
A fase mais recente é registrada nas áreas 3 e 4, na Formação Aprazível e Suíte
Parapuí, por meio falhamentos de direção E-W, com sentido de cavalgamento para S.
A reativação dos movimentos transtensivos a normais em movimentos transpressivos a
inversos ocasionou-se a partir da mudança na direção dos tensores principais a qual essa bacia
foi submetida. A figura 67 apresenta o diagrama desenvolvido no software Win-Tensor para
as falhas transpressivas e inversas de direção NE.

Figura 67: Diagrama elaborado no software Win-Tensor para falhas transpressivas e inversas de direção ~N50E,
correspondente ao estágio de inversão da Bacia do Jaibaras. O tensor principal σ1, representado pela flecha azul,
apresenta direção 79/08 (N79E/08NE); σ2 possui direção 184/59 (N04E/59SW); e σ3, representado pela flecha
vermelha, direção 344/29 (N16W/29NW).

Conforme a figura 67, o tensor σ1 gerador dessas falhas apresenta direção N79E, com
mergulho subhorizontal de 8º para NE; já o esforço σ2 possui orientação N04E/59SW;
enquanto o tensor cisalhante σ3 exibe direção N16W, com ângulo de mergulho de 29º para
NW. A figura 68 exibe pares conjugados cujos tensores principais indicam a direção NE,
expressos em litologias do embasamento e da Formação Aprazível.

88
Figura 68: Pares conjugados de fraturas evidenciando σ1, em linha pontilhada, na direção NE, correspondente ao
estágio de inversão da bacia. a) Par conjugado no embasamento, ponto 36; b) Par conjugado na Formação
Aprazível, ponto 53, área. O cabo do martelo e a ponta da lapiseira indicam a direção N.

O modelo 3D evidenciando as principais direções de falhas inversas e transpressivas e


o direcionamente dos tensores σ1 e σ3 no estágio de inversão da Bacia do Jaibaras é
apresentado na figura 69.

Figura 69: Modelo 3D ilustrando a reativação das falhas normais e transtensionais em falhas inversas e
transpressivas no estágio de inversão da Bacia do Jaibaras, em que o tensor principal σ1 apresenta direção NE-
SW e σ3 mostra orientação NW-SE.

89
6.4 Estágio de Colapso ou Relaxamento da Bacia

Marcando o último evento deformacional do Graben do Jaibaras, registram-se falhas


normais a transtensionais de diversas direções que se manifestam apenas no Grupo Serra
Grande. Essas falhas caracterizam movimentos extensionais ocorridos após a sedimentação e
consolidação de todas as unidades da Bacia do Jaibaras.
Tais falhamentos são interpretados como um estágio de relaxamento tectônico
ocorrido após a atuação de esforços compressivos relacionados ao estágio de inversão das
falhas da Bacia do Jaibaras. Com o término desse ciclo compressivo, a crosta teria sido
aliviada através da reacomodação das unidades, colapsando-se assim por meio de falhas
normais. Esse estágio de colapso ou relaxamento pode ter relação com a história
deformacional da Bacia do Parnaíba, uma vez que o Grupo Serra Grande compõe
originalmente a estratigrafia dessa bacia.
Por meio da observação de truncamento entre falhas em campo, diferenciou-se três
fases deformacionais, todas verificadas apenas na área 1. A fase mais antiga é marcada por
falhas transtensionais destrais de direção NE-SW, mergulhando para NW (Figura 70).
Subsequentemente, constatam-se falhas transtensionais destrais e sinistrais de direção NW-SE
que mergulham para NW (Figura 71). Por fim, assinalando o evento deformacional mais
recente registrado na bacia, têm-se falhas transtensionais a normais destrais e sinistrais de
direção E-W (Figura 72). A relação entre essas falhas pode ser observada na figura 73.

Figura 70: Falhas transtensionais destrais de direção NE-SW, em linha pontilhada vermelha, do Grupo Serra
Grande. a) Ponto 32; b) Ponto 32; c) Ponto 165. O cabo do martelo e a ponta da lapiseira indicam a direção N.
90
Figura 71: Falhas transtensionais destrais e sinistrais de direção NW-SE, em linha pontilhada preta, do Grupo
Serra Grande. a) Ponto 22; b) Ponto 49; c) Ponto 165. A ponta da lapiseira indica a direção N.

Figura 72: Falhas transtensionais destrais e sinistrais de direção E-W, em linha pontilhada azul, do Grupo Serra
Grande. a) Ponto 22; b) Ponto 32; c) Ponto 32. As pontas das lapiseiras indicam a direção N.

91
Figura 73: Falha transtensional de direção NE-SW, em vermelho, sendo seccionada por falha transtensional
sinistral de direção NW-SE que, por sua vez, é seccionada por falha transtensional destral E-W, em azul, no
Grupo Serra Grande, ponto 165. A ponta da lapiseira indica a direção N.

Todas as direções de falhas agrupadas no estágio de colapso ou relazamento da bacia


foram consideradas no diagrama do Win-Tensor apresentado na figura 74.

Figura 74: Diagrama elaborado no software Win-Tensor para falhas transtensionais e normais de direção NE-
SW, NW-SE e E-W, correspondente ao estágio de relaxamento ou colapso da Bacia do Jaibaras. O tensor
principal σ1, apresenta direção 74/78 (N74E/78NE); σ2 possui direção 278/11 (N82W/11SW); e σ3, representado
pela flecha vermelha, direção 187/05 (N07E/05NW).

92
De acordo com a figura 74, o tensor σ1 responsável pela configuração estrutural
exibida no Grupo Serra Grande apresenta direção N74E, com mergulho subvertical de 78º
para NE; o esforço σ2 possui orientação N82W/11SW; já o tensor cisalhante σ3 exibe direção
N07E, com ângulo de mergulho subhorizontal de 05º para NW. A figura 75 exibe a direção
NE do tensor σ1 verificado a partir de análises de pares conjugados no Grupo Serra Grande.

Figura 75: Pares conjugados de fraturas evidenciando σ1, em linha pontilhada vermelha, na direção NE,
correspondente ao estágio relaxamento ou colapso da bacia. a) Ponto 21; b) Ponto 22; c) Ponto 23. O cabo do
martelo e a ponta da caneta indicam a direção N.

O modelo 3D expondo as principais direções de falhas transtensionais e normais e o


direcionamento dos tensores σ1 e σ3 no estágio de relaxamento ou colapso da Bacia de
Jaiabras é apresentado na figura 76.

93
Figura 76: Modelo 3D ilustrando as falhas normais e transtensionais no estágio de colapso ou relaxamento da
Bacia do Jaibaras, em que o tensor principal σ1 apresenta direção ~N70E e σ3 mostra orientação ~N05E.

A figura 77 apresenta um modelo 3D que evidencia a configuração atual das unidades


da Bacia do Jaibaras, assim como as direções preferenciais de estruturas dúcteis e rúpteis –
com destaque para o Lineamento Transbrasiliano – correspondentes aos quatro estágios
deformacionais aqui apresentados.

94
Figura 77: Modelo 3D ilustrando a distribuição das unidades e os eventos deformacionais correspondentes aos
quatro estágios tectônicos da Bacia do Jaibaras.

7 MAPA DE PALEOTENSORES DA ÁREA

A análise e o tratamento estatístico de estruturas medidas em campo, tais como falhas,


fendas de tração e pares conjugados de fraturas, em consonância com a utilização do software
Win-Tensor permitiu a determinação dos esforços e a discriminação de quatro estágios
deformacionais as quais a Bacia do Jaibaras foi submetida.
Com base nessa análise dinâmica conjunta, executou-se um mapa de paleotensores da
Bacia do Jaibaras, que evidencia o tensor principal σ1 em diagramas de Wulff correspondente
a cada estágio por meio de pares conjugados de fraturas – em estruturas rúpteis – e foliações
miloníticas com suas respectivas lineações, em uma análise dúctil.
O tensor σ1 condizente ao estágio de deformação dúctil e dúctil-rúptil é representado
em rochas do embasamento por meio de um diagrama de foliações e lineações, sendo
diferenciado no mapa pela cor verde da flecha que representa o esforço. Já o paleotensor σ1
correspondente ao estágio de abertura da bacia é assinalado em rochas da Formação Pacujá,
representados pela flecha de cor preta. O estágio de inversão da bacia é definido em rochas da
Formação Aprazível, sendo associado à cor vermelha. Por fim, o estágio de colapso ou
relaxamento da bacia é balizado pela cor azul nas rochas do Grupo Serra Grande (Tabela 2).
Os diagramas apresentados para os últimos três estágios correspondem a medidas de pares
conjugados de fraturas.

95
Tabela 2: Medidas estruturais utilizadas para a elaboração do mapa de paleotensores e comparação entre σ1
estimado a partir dos pares conjugados e previsto pelo software Win-Tensor.

Medidas Cor da σ1 -
Unidade σ1 estimado Estágio
estruturais flecha Wintensor
Embasamento - N45E Dúctil Verde -
Formação Pacujá - 32/70 e 275/58 N30W/25SE
N25W/10SE
fase transcorrente 200/85 e 15/60 N40W/20SE
Abertura Preto
Formação Pacujá - 40/75 e 330/74 N75W/03NW
N71W/55SE
Fase normal 12/60 e 82/50 N60W/15NW
130/65 e 08/85 N65E/30SW
Formação Aprazível Inversão Vermelho N79E/08NE
150/75 e 20/70 N80E/35SW
Grupo Serra Grande 120/78 e 18/75 N70E/20SW Colapso Azul N74E/78NE

O posicionamento de σ1 nos diagramas de Wulff do mapa em questão (Figura 78 –


Apêndice 4) foram estimados a partir da bissetriz do ângulo agudo formado pela intersecção
dos planos de fraturas, a 90º da reta que indica essa intersecção. No caso do diagrama de
foliações, σ1 foi aferido com base na direção das lineações contidas nesses planos.

96
Figura 78: Mapa de paleotensores da porção sul da Bacia do Jaibaras, nas proximidades de Pacujá. As cores das setas referem-se a diferentes estágios tectônicos da bacia.

97
8 CONCLUSÃO

Com base em observações de campo, possibilitou-se a descrição faciológica e


petrográfica das unidades aflorantes na porção sul da Bacia do Jaibaras, nas imediações de
Pacujá. A análise estrutural meticulosa de foliações, lineações, planos S/C, indicadores
cinemáticos, tension gashes, acamamentos sedimentares, falhas, estrias, fraturas, fendas de
tração e outras estruturas permitiram uma interpretação acerca da cronologia de eventos
deformacionais as quais essa bacia foi submetida por meio da influência das diversas fases de
movimentação do Lineamento Transbrasiliano. Através da compilação e avaliação de todos os
dados estruturais adquiridos nas áreas 1 e 2, individualizou-se quatro eventos tectônicos
principais.
O Estágio de Deformação Dúctil e Dúctil-Rúptil do Embasamento reflete a fase
deformacional mais antiga, responsável pela impressão de estruturas plásticas de alto grau em
rochas de embasamento, tais como foliações miloníticas. A partir da direção desses planos e
do sentido de mergulho das lineações de estiramento mineral, concluiu-se que o tensor
principal σ1 apresenta direção NE-SW, sendo ~N45E, orientação que condiz com o trend da
principal movimentação dúctil do LTB, no Neoproterozoico.
O evento seguinte assinala o estágio abertura do espaço de acomodação do Graben do
Jaibaras, correspondente à fase de reativação rúptil sinistral do LTB durante a transição da
Plataforma Sul-Americana. O constante processo rifteamento, concomitante à deposição dos
sedimentos, assinalaram falhas transcorrentes sinistrais e transtensionais nas unidades da
bacia e do embasamento. A análise conjunta de pares conjugados expressos nas formações as
quais registram-se essas falhas e a aproximação na direção de esforços indicados pelo
software Win-Tensor permitiram o posicionamento de σ1 em NW-SE, sendo N25W em
movimentos transcorrentes e N71W em falhas normais.
O evento seguinte, denominado Estágio de Inversão da Bacia do Jaibaras, relaciona-se
a reativações das falhas normais e trantensionais, descritas anteriormente, em falhas inversas a
transpressivas nas unidades mais recentes da sequência sedimentar. Com o auxílio do
software Win-Tensor e da análise de pares conjugados de fraturas, estimou-se a direção de σ1
em NE-SW, mais precisamente N79E.
Por fim, expressa somente no Grupo Serra Grande, individualizou-se o Estágio de
Relaxamento ou Colapso da Bacia do Jaibaras. Falhas normais a transtensionais são
diagnósticas de movimentos extensionais gerados pelo relaxamento crustal após a atuação de
esforços compressivos mencionados no estágio anterior. A interpretação de pares conjugados
98
de fraturas, em consonância com o Win-Tensor, permitiu o posicionamento de σ1 na direção
NE-SW, em N74E.
A partir das proposições referidas nesse relatório, conclui-se que a Bacia do Jaibaras,
assim como outros riftes formados com a influência da movimentação do Lineamento
Transbrasiliano, configura-se como uma região de evolução tectônica complexa e intrigante,
uma vez que sua estruturação reflete diretamente a história polideformacional dessa mega
Zona de Cisalhamento.

99
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105
APÊNDICES
APÊNDICE 1: Tabela com dados de campo com coordenadas, descrição litológica, estruturas, persistência,
classificação e orientação de falhas.

Persis-
Coordenadas Estruturas
tência (m)

Aca- Folia- Classifica-


Pon- Cota Linea- Fratu- Falha Estria Orienta-
mE mN Litologia ma- ção J F ção da
to (m) ção (L) ra (J) (F) (E) ção
mento (S) falha

Conglomerado 144/73 2
polimítico com 004/80 3
3 310400 9563616 171
fragmentos de rochas 005/76 1,5
vulcânicas 022/90 2,2
4 323904 9564715 125 Suíte vulcânica
080/50 015/15 195/55
5 325575 9564343 130 Gnaisse milonitizado
082/60 000/15 192/55
6 320171 9571714 136 Pedreira
270/25 140/60 1,5
Arenito arcoseano médio 280/25 082/55 3
7 321683 9562125 168 com níveis 070/60 4
conglomeráticos 328/90 3,2
060/50 5,5
160/38 044/75 272/85 2,5 4 Sin - R
7a
152/40 270/80 276/65 4 Des - R
8
154/25 280/80 025/82 5,5 2 Sin - R
274/80 042/75 5 1,2 Sin - R
270/71 035/72 2,2 0,6 Sin - R
274/74 028/62 1 0,5 Sin - R
262/80 176/82 3,5 0,4 Des - R
082/83 180/85 0,7 1,5 Sin - R
088/72 352/70 1 2 Sin - R
092/75 348/76 1 2 Sin - R
091/83 360/73 0,25 1,8 Sin - R
078/73 3
080/81 1
276/86 5,5
110/80 5
278/80 3,2
282/84 3,5
8 322148 9562679 152 Idem ponto anterior 110/70 2
108/70 1
280/72 3
278/85 0,2
094/75 0,1
108/85 0,25
112/75 2,5
100/60 3
090/88 2
018/85 0,15
020/90 1
014/75 0,2
024/70 0,4
030/68 3,5
050/55 2,5
210/75 1,5
032/65 0,4
028/75 0,45

106
030/90 2
014/40 0,2
018/80 0,15
310/60 5
300/62 2
312/55 2,5
050/90 2
310/70 1,5
280/85 1
015/60 0,5
270/70 2
340/90 1,5
200/80 0,5
310/80 1
150/75 0,3
152/70 0,2
140/75 0,25
138/68 0,15
140/80 0,25
188/85 0,3
130/70 134/65 030/87 2
9 322313 9563145 160 Idem ponto anterior
115/65 180/55 020/85 2
Sin - R
120/80 355/85 1,3
Milonito com feldspa-to Des - D
10 323828 9563218 145
potássico e granada Sin - R
126/73 004/80 1,4
Des - D
Granodiorito 184/55
11 324792 9563268 144
milonitizado 290/50
12 325253 9563293 145 Lente de anfibolito
Milonito com injeções 270/85 350/72 2
13 325929 9563325 137
graníticas 270/90 358/80 2
Milonito truncado por
14 327114 9563565 133 340/18 255/15 050/75 3
dique máfico
Intercalação de rochas 310/82 045/60 1
15 324529 9564492 146 sedimentares e
vulcânicas 040/75 1
330/35 300/85 3
152/65 258/75 2
230/60 0,5
215/75 0,5
025/55 0,5
040/75 0,5
040/86 0,6
070/80 3
240/70 0,45
226/74 0,8
222/84 1
Arenito arcosea-no 250/72 1
16 322934 9564306 150 médio com níveis
conglomeráticos 352/75 1,5
004/55 2
356/72 1
146/68 1,5
162/80 2
044/65 2,5
355/75 2
340/55 1,8
000/80 0,8
350/70 1
338/55 0,5
006/45 1,2

107
358/62 1
000/70 0,6
010/75 1,2
348/75 1,5
032/70 0,4
275/58 0,6
012/60 0,5
082/50 0,8

17 320523 9563968 153 Arenito silicificado 155/05


332/68 5
328/65 5
18 319342 9563565 155 Arenito hematítico 332/60 5
078/65 1
002/65 0,2
342/68 1
200/90 0,6
Arenito silicificado com 300/85 0,7
19 316462 9562753 136
muscovita 280/70 0,8
358/60 0,7
334/70 1
294/82 1a2
218/86 1a5
100/63 1
190/80 1a5
205/65 1a5
212/70 1a5
210/60 1a5
190/80 1a5
Arenito arroxeado com 205/65 1a5
20 314988 9561617 141
conteúdo de ferro 212/70 1a5
210/60 1a5
338/75 1a2
294/82 1a2
320/70 1a2
320/65 1a2
100/80 1
138/80 1
098/72 1
Transcor-
335/38 065/82 130/62 047/15 0,5 0,6
rente
Arenito grosso a 320/45 062/70 0,1
21 318418 9558013 188
microconglomerado
210/70 0,1
010/52 0,3
312/50 334/57 032/72 1,8 1,5 Sin - R
1,7 a
292/60 314/85 210/40 138/30 1 Oblíqua
4
014/73 115/80 110/70 1 3 Normal
Transcor-
010/56 168/50 088/10 3,5 2 Sin - R
Arenito grosso a micro- rente
22 318706 9558445 186 Transten-
conglo-merado 218/60 184/86 098/25 2,5 0,7 Sin - R
são
220/75 1,5
090/75 1,5
020/80 2
210/85 2,5
Arenito grosso a micro- 280/65 070/84 250/70 312/35 0,3 0,4 Oblíqua
23 319420 9559393 190
conglomerado 308/80 080/70 245/45 294/30 0,1 0,4 Oblíqua

108
Transcor-
240/50 235/45 150/05 0,4 1,2 Des - R
rente
044/70 262/65 308/50 2 1 Oblíqua
045/80 045/25 340/10 4,5 0,6 Oblíqua
250/70 330/50 310/50 0,8 0,5 Oblíqua?
355/15 325/12 0,5 Normal
335/25 325/12 0,5 Inversa
020/80 100/45 0,3 Oblíqua
130/75 208/74 0,25
125/73 220/78 0,2
24 320364 9559035 181 Gnaisse milonitizado
150/80
128/80 042/15
25 321198 9559056 165 Embasamento
Sin - R
174/80 170/75 008/82 0,6 0,5 Des - D
Sin D/R
Sin - R
170/50 172/76 010/80 1,2 0,5 Des - D
Sin D/R
330/35 052/70 003/78 1,5 0,4 Sin - R
26 327784 9566733 141 Gnaisse milonitizado 300/66 0,3
168/65 2
035/65 1
332/85 0,4
028/45 1,2
330/40 1
170/75 1,7
180/70 084/87 0,5
144/68 114/90 0,15
155/70 188/35 1
Arenito silicificado 210/85 0,5
27 325221 9566711 126
arroxeado 245/85 0,4
188/35 1
210/85 0,5
245/85 0,4
28 314000 9567050 159 Embasamento
29 313821 9565655 Possíveis piroclásticas
30 Arenito fino silicificado 118/20 330/85 1
135/40 162/86 282/85 176/50 0,15 0,6 ?
342/76 276/87 196/35 0,1
252/83 263/82 180/30 1,5
106/85 1,5
024/80 1
31 319507 9558237 175 Gnaisse milonitizado 270/85 0,5
260/45 0,3
070/70 0,2
250/70 0,3
160/85 0,4
280/85 1
048/45 330/60 2,5 3,5
060/58 315/52 4 3,5
050/56 334/65 4,2 3,5
32 318917 9559272 193 Arenito médio a grosso
038/45 138/85 2 0,1
032/45 150/76 3,5 0,1
042/44 4
33 321916 9558937 162 Rochas vulcânicas
295/40 296/85 0,4 Des - D
34 322646 9559009 160 Gnaisse milonitizado 040/00
290/30 (rod de 220/65 0,15 Des - D
quartzo)

109
127/45 036/05 048/55 0,15
206/80 0,2
270/73 0,5
220/85 0,3
35 323360 9559970 153 Gnaisse milonitizado 108/60 030/20
040/28 014/25 300/80 056/90 327/04 8 a 9 3
Transcor-
010/20 042/18 250/62 248/87 160/03 1 4
rente
Transcor-
020/25 018/25 214/70 235/86 145/05 1 F
rente
278/45 7
270/60 5
256/60 4
260/90 5
254/85 4
36 323056 9560012 156 Gnaisse milonitizado
280/80 3
218/65 2,5
200/88 1
160/85 1,5
144/70 0,5
154/55 0,5
174/55 0,2
186/70 0,4
182/74 0,15
194/75 1
37 322763 9560470 160 Idem ponto anterior
38 322604 9561480 147 Blocos de peg-matito
Blocos de riolitos e
39 322195 9561756 151
pegmati-tos
Blocos de arenitos e
40 321733 9561331 153
conglo-merados
41 321183 9560839 162 Blocos de conglomerado
104/75 020/00 325/67 062/30 030/28 0,2 0,5 Oblíqua
42 321134 9560502 163 Arenito médio a fino 184/65 110/40 035/20 0,2 0,7 Oblíqua
032/45 0,4
Blocos de arenito e
43 320543 9559764 176
conglo-merado
44 321553 9560163 166 Idem ponto anterior
159 290/55
45 321777 9560124 Gnaisse milonitizado
108/73 010/05
46 322141 9560338 161 Blocos de gnaisse
47 317771 9559248 220 Solo arenoso
48 318664 9560030 206 Arenito arroxeado
048/65 265/55 1
025/20 012/70 220/86 0,2 0,6 Sin - R
022/25 078/60 190/70 0,5 2 Sin - R
132/20 100/83 198/58 1 1,5 Sin - R
128/20 170/77 212/75 3,5 0,6 Sin - R
328/74 180/85 4 3 Sin - R
065/70 188/58 0,5 4 Sin - R
Transcor-
Arenito grosso amarela- 268/69 182/80 270/10 1 3 Sin - R
49 318406 9560284 213 rente
do
230/76 280/80 270/30 1,8 3,5 ? Des - R
245/75 178/80 266/45 0,8 1 ? Sin - R
Trans-
012/82 170/75 244/50 0,5 4 Sin - R
pressão
Trans-
012/72 012/73 100/05 1 4,5 Des - D
tensão
262/85 010/70 1,5 4 Des - D
320/55 358/70 2,5 3 Des - D

110
070/90 008/55 0,6 2 Des - D
298/49 348/70 0,4 1,5 Des - D
085/80 030/82 0,5 2 Des - D
010/65 032/85 0,2 2,5 Des - D
028/75 1,5 Des - D
080/80 1 Des - D
078/78 0,5 Des - D
066/85 140/70 0,7 ? Des - D
062/75 0,6 Des - D
086/70 0,5 Sin - R
216/75 1 Sin - R
196/84 1 Des - R
Trans-
018/78 112/25 1,5 Des - R
tensão
Trans-
018/74 112/20 1 Sin - R
pressão
192/72 1,5
Arenito fino a médio,
50 311578 9563355 147 averme-lhado/ar-
roxeado
51 311818 9563429 142 Idem ponto anterior
132/20 315/55 0,2
130/25 312/60 1
52 312021 9563851 144 Idem ponto anterior 128/25 140/90 1
142/85 0,3
320/80 0,6
150/33 158/87 1
145/26 348/80 0,5
322/70 0,2
326/78 0,4
348/76 0,4
340/75 0,35
304/62 0,25
150/75 0,2
020/70 0,15
310/90 0,5
315/80 0,15
310/70 0,2
Conglomerado 170/80 0,15
polimítico com 130/65 0,1
fragmentos de rochas
53 311772 9564191 155 008/85 0,2
vulcânicas (basalto,
basalto andesítico, 122/70 0,45
riolito, riodacito, dacito) 227/90 0,2
304/76 0,1
291/66 0,3
310/70 1
314/68 1
146/82 0,2
122/90 0,4
304/80 0,35
320/60 1
054/85 0,6
126/90 0,2
220/70 0,25
300/75 2
54 311660 9564736 161 Arenito arroxeado
236/24 0,5
55 311812 9564984 155 Idem ponto 53 226/23 0,5
131/72 0,3

111
202/55 1,5
068/55 0,8
170/62 1,5
185/75 0,8
194/65 0,4
178/60 1,5
192/55 0,4
190/40 0,3
210/35 0,5
210/85 0,1
160/75 0,3
200/70 1,5
56 311991 9565356 148 Arenito médio a grosso
57 311981 9565356 148 Conglomerado e arenito
018/78 0,4
192/75 0,15
050/80 0,4
Alternância entre arenito 190/85 0,3
58 311858 9565600 144 arroxeado e 200/75 0,15
conglomerado 286/65 0,15
270/80 0,2
028/70 0,2
270/75 0,1
180/47 064/87 0,3
140/25 074/80 0,3
320/74 0,15
312/73 0,25
186/85 0,3
182/88 0,2
320/40 0,4
Conglomerado 112/65 0,2
polimítico com 174/80 0,15
fragmentos de rochas
59 312722 9565890 147 250/55 0,1
vulcânicas (basalto,
basalto andesítico, 264/45 0,2
riolito, riodacito, dacito) 200/85 0,25
290/70 0,07
162/65 2
200/45 1
348/90 0,3
130/82 0,15
190/35 0,4
120/75 2
346/75 0,8
330/75 0,5
326/70 0,3
330/45 0,35
332/45 0,5
Arenito amarelado 328/60 1,2
60 312283 9564679 153
médio a fino 028/60 0,25
024/60 0,1
040/85 0,45
048/90 0,15
290/80 0,45
302/65 0,5
120/30 320/65 280/73 174/16 0,35 1 ?
108/35 312/68 276/75 165/18 0,25 1,5 ?
Arenito fino a médio
61 312887 9564345 146 105/55 318/88 276/65 163/20 0,2 0,3 Oblíqua
arroxeado
114/18 306/62 270/70 355/20 0,15 0,4 ?
116/20 330/55 260/50 350/20 0,25 0,2 ?
112
Transcor-
123/17 327/66 262/45 348/15 0,3 0,5
rente
092/17 333/71 0,5
108/12 336/72 0,3
058/80 0,1
218/85 0,1
028/90 0,05
354/64 0,3
356/60 0,3
332/71 0,5
322/71 0,3
290/50 0,45
280/40 0,35
62 313292 9564041 145 Idem ponto anterior 265/45 0,25
290/55 0,15
285/85 0,5
278/90 0,25
300/78 0,15
302/70 0,25
306/75 0,2
Blocos de arenito
63 313444 9564926 142 amarela-do e lentes de
siltito arro-xeado
168/84 0,5
174/79 0,8
334/84 0,7
164/53 1
300/75 1,5
286/82 0,3
302/80 0,2
Conglomerado
64 313595 9565741 141 304/75 0,15
polimítico
288/65 0,9
308/75 0,25
288/80 0,6
140/73 0,4
150/75 0,5
142/76 0,55
148/86 0,4
Transcor-
108/40 192/70 108/05 0,05 0,2
rente
100/45 198/80 300/10 0,1 0,4 ?
290/50 276/70 000/15 0,6 0,7 ?
260/45 270/85 350/30 0,4 0,4 ?
Transcor-
320/88 160/85 070/05 0,5 0,2 Sin - R
rente
240/85 338/68 068/27 0,1 1 ?
Arenito fino a muito
fino, arroxeado, 152/75 342/69 072/33 1,5 0,2 ?
65 313749 9565526 135
silicificado e rocha ígnea 208/80 0,6
porfirítica 300/62 1
222/76 0,35
312/55 0,5
155/76 0,2
152/78 0,2
214/84 2
120/90 0,5
330/86 0,35
Blocos de arenito
66 313619 9564997 145
amarela-do e arroxea-do
Arenito fino a muito fino 262/88 0,35
67 314138 9564746 132
amarelado 060/70 0,2

113
154/65 0,25
250/68 0,15
312/75 0,25
065/85 0,2
098/80 0,35
245/75 0,45
260/76 0,5
280/75 0,15
310/80 0,25
212/80 0,15
328/86 1
152/71 1
150/79 1
152/85 0,3
Blocos de arenito
68 312454 9564918 150
amarela-do
Contato entre arenito
69 312452 9563538 144 amarela-do e siltito
arroxea-do
Blocos de arenito fino,
70 313358 9564580 139 siltoso, amarelado e
arro-xeado
71 313772 9559786 157 Idem ponto anterior
72 314006 9560124 153 Idem ponto anterior
73 314566 9560485 153 Idem ponto anterior
74 314855 9559933 158 Idem ponto anterior
75 314777 9560750 142 Idem ponto anterior
148/09 232/80 228/73 3,5 5,5 Des - R
145/06 233/80 208/85 1,7 5 Des - R
240/69 030/60 310/45 1,5 6 ? Des - R
Trans-
225/55 335/70 010/35 1,3 7,5 Des - R
tensão
Trans-
132/86 312/72 358/60 3,5 6 Des - R
tensão
Trans-
140/86 300/65 020/15 0,6 4 Des - R
tensão
137/80 0,6
142/77 0,8
134/69 0,4
260/85 1
235/90 3,5
Arenito grosso amarela- 215/80 3
76 318547 9560486 193
do
245/85 2
060/60 5
238/60 2
140/50 4
200/80 3
140/72 1,5
312/65 7
316/75 5
080/75 2
040/70 1,5
030/55 2
220/75 2,5
070/80 1,5
120/70 3,5
310/72 4
Arenito grosso amarela- 138/80 1,5
77 318090 9560548 191
do 302/75 1
300/80 1
320/90 0,8

114
142/90 0,6
120/75 0,5
310/72 3
308/76 2,5
314/75 2
358/60 0,3
038/80 1,5
030/80 1,3
032/78 1,5
024/65 2
320/75 5
142/80 2
308/75 0,5
330/90 1
242/85 2
242/76 4
310/70 1,2
328/73 1
150/86 1,5
150/82 4
030/80 1
015/78 4
022/76 3
150/73 0,7
150/82 1,5
148/85 0,6
166/78 0,5
165/65 3
158/79 2
130/40 5
134/75 2
142/65 1
Arenito grosso amarela-
78 318012 9561059 183 150/76 1,5
do
148/80 4
136/70 1
092/55 1,5
104/80 0,3
090/80 0,2
088/75 0,3
038/80 0,2
032/90 0,15
220/80 0,6
79 317968 9561690 149 Idem ponto anterior
Arenito fino a siltoso
80 318073 9562225 153
arroxeado
81 318123 9562567 147 Idem ponto anterior
82 318518 9562530 150 Idem ponto anterior
83 317889 9562878 141 Idem ponto anterior
84 317075 9562746 134 Idem ponto anterior
85 317317 9563083 139 Idem ponto anterior
86 317298 9563697 137 Idem ponto anterior
87 316825 9563937 134 Idem ponto anterior
018/22 208/84 0,6
195/80 0,1
Blocos de arenito fino a
siltoso arroxeado, blocos 202/81 0,4
88 316348 9563767 125 de arenito grosso 201/62 0,25
amarelado e de 199/73 0,2
conglomerado
275/78 0,3
278/71 0,3

115
288/88 0,5
012/90 0,2
008/70 0,25
004/80 0,3
000/80 0,35
010/75 0,4
002/88 0,55
035/80 0,1
110/80 0,3
108/90 0,2
270/90 0,15
093/90 0,1
268/85 0,2
272/72 0,15
270/85 0,1
290/65 0,25
030/90 0,2
243/82 0,2
262/83 0,25
253/80 0,06
243/82 0,25
262/79 0,08
272/74 0,2
270/82 0,3
010/70 0,6
358/65 0,4
012/75 0,25
Arenito médio a fino
89 316640 9563361 131 000/65 0,2
avermelhado/arroxeado
010/75 0,15
250/75 0,2
014/70 0,1
002/68 0,55
008/68 0,6
006/70 0,45
358/68 0,55
002/65 0,4
000/65 0,25
350/68 0,15
90 317166 9563459 138 Idem ponto anterior
91 318200 9563259 132 Idem ponto anterior
140/10 318/81 1,2
132/10 320/77 1,1
324/69 0,03
307/79 0,5
319/68 1
327/85 0,4
92 319056 9563637 149 Idem ponto anterior 276/75 0,15
045/80 0,2
030/85 0,1
050/80 0,05
240/80 0,1
036/88 0,07
060/85 0,05
330/79 0,5
320/87 1
222/69 0,25
93 318748 9563878 145 Idem ponto anterior
232/74 0,45
210/85 0,45
258/75 0,35
116
260/65 0,25
230/80 1
310/65 0,6
320/90 0,5
336/65 0,4
94 321458 9564288 162 Arenito amarelado
140/55 055/05 018/81 0,07 Sin - D
150/60 060/05 098/74 0,25 Sin - D
136/68 044/05 041/81 0,2 Sin - D
138/62 050/10 027/79 0,3 Sin - D
130/70 048/12 038/74 0,25 Sin - D
Milonitos a 142/72 050/15 038/82 0,15 Sin - D
95 321401 9561100 161 ultramilonitos amarelo
esverdeados 142/80 048/05 052/74 0,1 Sin - D
138/75 050/15 046/69 0,07 Sin - D
140/65 048/10 020/73 0,08 Sin - D
150/55 040/08 054/89 0,35 Sin - D
130/80 058/12 Sin - D
134/78 047/09 Sin - D
96 321780 9560690 159 Idem ponto anterior
97 322215 9560980 156 Idem ponto anterior
98 320900 9561168 177 Embasamento e arenito
140/40
150/35
Arenito arcosea-no 156/40
99 321765 9562292 170 médio com níveis
conglo-meráti-cos 152/44
128/45
110/50
Blocos de arenito
100 321778 9563589 136
arroxea-do e amarelado
010/65 0,45
011/73 0,1
020/73 0,15
010/74 0,3
193/70 0,2
016/68 0,3
355/75 0,1
275/76 0,1
235/70 0,25
266/77 0,35
242/68 0,3
010/65 0,1
008/80 0,15
032/80 0,25
Blocos de arenito 040/82 0,2
101 317630 9563589 136
hematítico arroxeado 024/85 0,2
030/60 0,15
050/60 0,1
040/75 0,05
065/60 0,12
264/85 0,1
278/70 0,05
280/75 0,08
290/75 0,1
280/80 0,12
284/85 0,25
290/65 0,2
040/82 0,05
302/75 0,1
050/72 0,3

117
310/70 0,1
108/10 338/77 0,5
110/12 335/73 0,5
110/15 330/71 0,25
100/14 328/74 0,4
098/05 332/71 0,6
112/14 334/76 0,25
330/76 0,2
154/83 0,3
140/77 0,3
Blocos de arenito 290/70 3,5
102 317619 9563974 131
arroxeado 288/70 4
284/75 3,5
280/65 4
290/65 4,5
282/75 4
280/78 1
290/65 2
290/60 2,5
282/65 4
276/45 3
032/68 0,25
026/65 0,55
029/62 0,5
030/67 0,1
033/64 0,35
030/67 0,6
213/74 2
215/84 0,8
206/75 0,6
342/74 0,7
345/75 0,55
338/67 0,3
344/70 0,4
328/70 0,15
325/72 0,25
340/73 0,35
349/72 1
350/75 1,5
103 317261 9564003 132 Idem ponto anterior
358/65 2
340/75 1,8
352/65 2
354/65 0,5
348/80 0,6
350/76 0,4
272/75 0,2
260/80 0,3
280/85 0,4
282/85 0,3
310/75 0,5
294/80 0,6
270/82 0,15
310/65 0,45
118/80 0,5
266/82 0,45
286/80 0,5
342/65 1,7
Blocos de arenito 017/20 316/78 0,35
104 316962 9564388 136
arroxeado 051/26 327/88 0,45
118
033/25 244/75 0,3
042/43 0,25
105 316051 9562521 134 Idem ponto anterior
106 315439 9562053 131 Idem ponto anterior
107 315007 9561910 142 Idem ponto anterior
328/73 288/80 0,5 0,2
324/78 258/82 0,2 0,2
332/68 260/85 0,1 0,4
340/80 242/85 0,25 0,2
332/85 260/65 0,45 0,1
108 315100 9561272 139 Arenito arroxeado 328/89 240/64 0,5 0,2
348/65 258/80 0,08 0,1
140/85 254/70 0,1 0,3
146/90 250/90 0,15 0,2
140/80 270/70 0,2 0,6
278/65 0,5
248/71 0,2
238/83 0,3
243/80 0,3
250/78 0,2
262/82 0,1
064/77 0,25
075/79 0,2
000/80 1,2
190/80 0,8
109 315276 9560976 147 Arenito arroxeado
356/90 1,5
002/80 0,1
012/90 0,15
002/75 0,1
350/60 0,15
000/85 0,6
348/75 0,2
356/85 0,45
358/80 0,4
110 315055 9559868 155 Idem ponto anterior
355/86 5,5
210/80 3
158/83 0,5
168/78 3,5
028/80 1
028/83 0,8
035/83 1,2
198/80 0,45
006/65 0,4
180/55 0,3
Conglomerado
polimítico com 110/65 0,35
fragmentos de rochas 096/90 0,2
111 310051 9563483 162
vulcânicas (basalto, 102/90 0,3
basalto andesítico, 270/70 0,15
riolito, riodacito, dacito)
098/80 0,3
000/65 0,25
260/80 0,4
220/80 0,6
140/60 0,1
146/70 0,2
132/62 0,15
230/85 3,5
060/85 0,6
010/85 6
119
358/85 5,5
004/80 1
020/80 0,45
110/75 0,3
142/70 0,35
158/75 0,5
278/55 1,2
030/74 073/77 344/32 2 0,3 Oblíqua
020/78 240/80 330/55 1 1,5 ?
018/86 225/82 305/42 0,5 0,5 ?
025/65 320/90 038/55 3 5 ?
Trans-
023/75 142/90 060/35 3,5 4,5 Des - R
pressão
Trans-
022/74 132/80 054/54 1,5 1 Des - R
pressão
Trans-
032/78 138/65 050/45 0,75 2 Des - R
tensão
Trans-
037/86 328/85 048/45 2 6,5 Des - R
tensão
Trans-
203/79 180/65 260/15 3,5 2,5 Des - R
tensão
112 309730 9564247 158 Granito alcalino Trans-
205/72 200/65 120/20 3 3 Sin - R
tensão
Trans-
018/86 010/80 292/20 0,5 5 Sin - R
tensão
Trans-
202/77 020/75 305/30 0,6 5,5 Sin - R
tensão
348/76 0,5
036/70 0,6
320/85 3,5
022/85 4
328/80 5
028/65 4
175/65 7
110/85 4,5
Conglomerado e
113 310139 9564106 169
embasamento
114 310341 9564384 174 Conglomerado pol.
115 310529 9564316 178 Arenito e conglomerado
300/80 0,25
122/82 0,2
Conglomerado polimí- 190/62 1,5
116 310816 9564373 183
tico 192/65 2
150/90 1
210/80 0,6
117 309432 9563555 147 Arenito, embasamento
220/28 052/87 1,2
208/25 041/78 0,2
222/20 047/57 0,5
218/20 048/80 0,4
216/15 038/54 1,8
226/22 045/72 0,4
041/74 0,3
Arenito arcoseano 028/67 0,3
118 309581 9563045 151 grosso a
microconglomerado 037/77 0,25
050/74 0,07
048/85 0,25
032/69 0,15
105/65 0,2
078/60 0,3
070/65 0,15
098/65 0,25

120
080/55 0,2
298/40 0,35
325/70 0,15
340/55 0,2
338/60 0,25
110/80 0,15
210/75 0,25
055/70 0,4
338/80 0,2
262/20 078/75 0,4
255/18 086/75 1,2
098/65 1
099/68 0,6
072/65 0,35
152/74 0,5
231/77 0,7
170/60 2,5
188/75 1
Arenito médio arcosea- 168/76 0,5
119 309404 9562852 151
no 180/75 0,8
174/60 1,2
340/60 0,45
158/65 2
212/75 0,3
218/80 0,45
240/80 0,2
210/82 0,25
250/75 0,15
158/75 0,2
120 308848 9562579 154 Idem ponto anterior
121 308630 9562402 155 Idem ponto anterior
122 309788 9562402 155 Basalto andesítico
123 309556 9561848 142 Solo arenoso
124 309517 9561527 145 Blocos de arenito
Transcor-
296/84 322/72 232/08 1,5 2 Des - R
rente
228/85 314/70 222/30 0,3 1,5 ?
Trans-
252/79 126/75 050/20 0,55 2,5 Des - R
pressão
Trans-
214/70 122/70 038/40 0,45 2 Des - R
pressão
212/72 320/60 042/08 0,5 1 ?
260/68 318/80 022/08 0,9 0,8 Oblíqua
Transcor-
317/64 320/82 050/05 0,45 0,5
Conglomerado rente
polimítico com 306/80 1
fragmentos de rochas 302/69 0,65
125 309352 9561499 153
vulcânicas (basalto, 152/67 2
basalto andesítico,
riolito, riodacito, dacito) 110/76 0,35
113/72 0,75
135/80 0,35
082/76 0,5
120/50 2
122/50 2,5
280/55 1
126/85 0,6
144/72 0,3
180/80 0,25
090/20 286/75 0,5
127 308933 9561839 148 Arenito fino a siltoso
092/25 270/60 0,15

121
098/20 262/70 0,25
106/12 268/65 0,35
284/65 0,4
198/80 0,15
186/85 0,15
192/80 0,4
210/75 0,2
190/80 0,2
185/55 0,2
190/60 0,2
280/55 0,2
180/60 0,2
278/70 0,4
128 308566 9560648 157 Blocos de arenito
044/70 0,1
040/72 0,1
042/82 0,15
048/81 0,06
283/89 0,1
108/80 0,15
105/86 0,1
060/65 0,2
074/80 0,25
Conglomerado
polimítico com 260/85 0,15
fragmentos de rochas 078/60 0,4
129 308429 9560964 154
vulcânicas (basalto, 082/50 0,3
basalto andesítico, 092/70 0,1
riolito, riodacito, dacito)
072/75 0,2
288/90 0,15
310/45 0,2
350/20 0,35
024/70 0,2
090/65 0,2
242/65 0,35
050/55 0,4
084/40 0,4
130/68 0,1
142/61 0,2
144/57 0,1
135/60 0,15
356/70 3,5
350/60 3
130 308291 9560460 153 Idem ponto anterior
000/75 2
190/45 2,5
178/45 3,2
008/75 2
352/72 2,2
170/90 1,5
090/65 2
088/75 1,5
098/65 1,2
100/70 2
Arenito fino a siltoso 102/60 1,5
131 310331 9560013 143 arroxeado hematítico 092/60 1
com muscovita 105/60 2
090/70 2,5
095/70 3
352/86 0,4
358/80 0,1
122
358/82 0,2
355/81 0,15
355/75 0,25
185/90 1,5
012/85 1
190/70 0,5
018/65 0,6
026/85 0,8
200/88 0,4
006/40 0,25
010/65 0,3
010/90 2,5
302/65 0,45
310/90 0,15
120/80 0,1
295/45 0,3
282/50 0,25
318/48 0,2
Basalto andesítico com
132 309083 9559413 155 090/75 0,15
ripas de plagioclásio
086/80 0,2
088/86 0,1
202/90 1,2
203/87 0,45
201/77 0,15
210/75 0,15
105/83 0,15
206/66 0,4
334/65 0,08
184/70 0,2
180/82 0,8
165/76 0,3
274/70 0,45
118/80 1,3
190/68 0,45
133 308596 9559371 154 Vulcânicas, arenito
134 307935 9559548 162 Conglomerado
101/38 332/56 0,4
100/45 330/60 0,3
104/40 318/60 0,2
110/40 318/67 0,35
120/40 326/76 0,45
122/35 322/72 0,3
118/25 040/60 0,15
112/20 042/73 0,6
110/20 038/74 0,4
130/20 039/65 0,3
120/30 038/85 1,5
135 308669 9559090 152 Arenito fino a siltoso 110/40 036/60 0,6
040/80 0,9
038/75 0,8
032/90 1,2
042/80 1,5
030/75 0,8
028/75 0,6
050/70 1
040/65 0,9
042/75 0,6
040/70 1
032/80 0,5
123
328/65 0,1
300/60 0,15
310/60 0,2
298/75 0,3
306/76 0,25
318/75 0,1
312/65 0,15
322/65 0,1
315/60 0,2
010/70 0,2
008/68 0,15
002/60 0,25
004/65 0,2
005/65 0,1
010/72 0,2
012/75 0,15
136 308263 9558968 154 Idem ponto anterior
138/20 000/60 2
142/15 342/70 2,5
130/12 006/68 1,5
130/15 000/80 1
132/15 346/60 2,5
120/15 008/78 2
150/20 002/85 0,8
145/16 350/75 3,5
144/18 358/72 2,5
148/15 352/70 3
138/16 356/70 2
002/68 3
000/70 2,5
000/84 0,5
003/76 0,7
357/79 3,6
000/80 3,2
350/79 1
137 308010 9558938 154 Idem ponto anterior
358/80 1,2
355/78 0,45
350/80 0,3
359/69 0,5
352/78 0,15
001/75 0,25
002/77 0,4
260/75 0,6
258/76 0,4
080/72 0,25
278/80 0,5
258/85 0,45
262/70 0,6
260/74 0,5
262/80 0,35
268/65 0,3
270/70 0,15
260/65 0,3
138 307323 9558820 172 Idem ponto anterior 196/85 0,6
Conglomerado 200/86 0,7
polimítico com 210/85 0,8
fragmentos de rochas
139 306757 9558749 168 088/80 3
vulcânicas (basalto,
basalto andesítico, 206/80 1,2
riolito, riodacito, dacito) 272/80 2,5
124
278/82 1
034/75 0,2
030/82 0,2
020/80 0,6
018/90 1,5
220/85 0,9
200/75 1,2
198/75 1,5
198/75 1,2
210/85 1
218/80 0,6
220/82 0,8
190/90 1
070/80 2
070/85 2,5
072/82 3
260/80 4
096/35 2
110/62 1,5
270/45 2,5
266/85 1
200/85 1,2
200/85 2
280/70 1,5
140 305734 9558870 154 Idem ponto anterior
141 305260 9559058 160 Solo arenoso
142 305173 9559052 161 Solo arenoso
143 312940 9563404 135 Blocos de arenito
332/70 290/65 0,5 0,6 Des - R
350/70 288/80 0,6 0,4 Des - R
340/70 282/75 0,3 0,5 Des - R
332/78 278/80 0,6 0,5 Des - R
160/85 270/70 0,5 0,3 Des - R
342/80 102/75 0,45 0,4 Des - R
162/65 290/90 0,4 0,5 Des - R
335/65 280/70 0,5 1 Sin - R
338/70 275/82 0,3 0,4 Sin - R
342/78 112/83 0,55 0,2 Sin - R
340/82 115/86 0,4 0,2 Sin - R
036/80 108/84 0,2 0,9 Sin - R
050/75 0,35
042/75 0,15
036/72 0,2
Arenito fino a siltoso,
144 313380 9563423 135 250/80 0,1
hematítico, arroxeado
030/75 0,25
035/80 0,2
052/65 0,4
220/65 0,5
025/70 0,3
050/65 0,2
288/83 0,45
281/84 0,3
285/76 0,2
272/75 0,15
338/66 0,3
343/73 0,55
334/72 0,3
340/70 0,4
342/70 0,3
125
340/70 0,6
057/70 0,25
049/70 0,2
050/72 0,15
045/68 0,2
100/85 0,3
040/90 0,1
280/80 0,5
025/65 0,25
145 313860 9563185 138 Idem ponto 143
Arenito fino a siltoso
146 314129 9562891 137
arroxeado
147 314535 9562580 132 Idem ponto anterior
288/23 010/80 0,3
300/09 012/75 0,4
305/08 014/80 0,2
290/12 020/82 0,8
316/08 018/80 1
295/10 022/85 0,9
285/13 020/90 0,6
028/75 1,2
024/90 1
018/90 0,55
030/80 1,5
032/88 1
025/80 0,6
030/80 1,2
018/85 1
020/80 1,2
210/80 0,6
095/76 1,5
102/70 2
100/80 1,2
114/75 1
098/75 3
Arenito médio a fino 110/65 2,5
148 314850 9562245 128 intercalado com pelitos
arroxeados 100/65 3,5
098/70 3
110/65 4,5
105/70 3,5
106/72 2,5
104/68 5,5
108/74 2,5
096/75 4
340/83 0,3
330/77 0,4
342/75 0,35
330/87 0,3
338/79 0,35
333/75 0,4
341/78 0,6
344/89 0,1
356/85 0,15
345/82 0,45
333/72 0,5
340/78 0,45
342/72 0,65
341/71 0,45
342/78 0,09

126
339/78 0,25
338/84 0,2
344/83 0,4
320/90 0,35
324/87 0,5
338/75 2
100/65 3
100/75 3,5
028/88 2
100/76 2,5
020/90 0,9
322/40 220/85 0,8
326/35 226/88 0,9
320/35 048/90 1,2
310/25 032/90 1,6
325/50 215/80 1,2
330/55 042/88 1
310/45 048/80 1
320/44 210/85 1
320/35 216/80 0,8
332/42 038/85 0,6
314/35 040/90 0,5
205/80 1,2
210/75 1
034/75 0,7
038/90 0,4
218/90 0,55
220/80 0,6
222/82 0,8
220/85 1
212/80 1,1
200/85 1,5
149 314491 9561927 131 Idem ponto anterior 225/80 1
308/86 0,9
305/87 0,9
305/90 0,45
142/76 1
140/88 0,3
145/78 1
316/85 0,85
125/88 1,6
138/73 0,3
136/60 0,55
142/75 1
140/78 0,45
130/75 0,45
124/77 0,9
004/80 0,6
010/80 0,3
012/80 0,5
190/80 0,45
192/80 0,4
010/75 0,8
194/86 0,55
215/86 1,2
218/84 0,8
150 314193 9561624 140 Idem ponto anterior 208/82 0,6
212/85 1,2
220/80 2
127
222/75 1,5
215/80 0,65
214/85 0,5
216/90 0,8
220/85 1
050/88 1
230/86 0,3
212/85 0,9
040/86 0,6
162/60 0,4
152/75 1
155/80 0,6
154/70 0,9
150/70 1,2
350/82 2
164/65 1,5
148/65 1
158/65 1,5
156/70 0,5
160/68 0,85
160/67 0,4
148/65 0,8
161/70 0,5
158/72 0,9
158/67 0,65
158/65 1,2
105/74 0,2
102/65 1
104/68 0,45
122/70 0,4
108/65 0,15
101/65 0,3
100/65 3
102/70 4
104/75 3,5
100/75 2
105/65 3,5
100/80 1
050/80 0,5
340/77 0,7
102/70 0,5
151 314209 9561281 146 Idem ponto anterior
152 313796 9561059 141 Idem ponto anterior
338/17 168/68 0,5
339/12 162/75 0,3
335/10 161/77 0,2
342/09 169/77 0,1
166/75 0,1
165/70 0,1
165/66 0,4
170/68 0,7
153 313421 9561153 135 Siltito arroxea-do
166/70 0,35
166/72 0,25
168/70 0,3
164/64 0,5
162/54 0,7
168/61 0,45
158/62 0,5
270/88 0,2
128
272/90 0,15
268/80 0,25
125/82 0,3
260/86 0,4
262/85 0,15
258/88 0,2
008/75 0,35
005/80 0,2
010/85 0,15
220/80 0,3
012/76 0,45
210/80 0,2
230/70 0,15
208/75 0,1
310/90 0,5
230/70 0,35
165/75 0,45
085/60 0,3
154 312972 9561404 140 Idem ponto anterior
155 313189 9561784 139 Idem ponto anterior
156 313442 9560745 149 Idem ponto anterior
157 312595 9560375 143 Idem ponto anterior
145/80 054/64 1,5 1,2 Des - R
140/75 032/70 2 1,5 Sin - R
292/55 048/70 1 0,8 Des - R
288/75 022/60 0,4 1,5 Des - R
135/84 028/70 0,45 1,8 Des - R
287/70 035/70 1 1 Des - R
290/70 040/72 0,55 0,8 Des - R
Trans-
288/66 048/72 320/25 0,3 0,8 Des - R
pressão
Arenito grosso/conglo- 292/65 040/80 0,25 0,6 Sin - R
158 322539 9564178 157 merado com fragmen-tos 286/70 068/85 0,55 1 Des - R
de rochas graníticas
279/65 028/80 1 1,2 Sin - R
295/59 050/65 0,35 1 Sin - R
292/68 232/60 0,25 0,2 Des - R
295/60 0,4
288/65 0,75
292/70 0,45
286/65 0,9
305/80 0,7
129/80 0,1
Trans-
310/27 318/80 232/71 170/45 0,6 1,5
tensão
Trans-
136/76 235/75 152/30 0,6 1,2
tensão
Trans-
318/77 252/65 172/15 1 0,6
tensão
127/72 342/35 310/35 0,5 1,2 ?
Trans-
118/64 230/70 170/50 0,4 2,5
tensão
Arenito médio a grosso Trans-
159 323522 9564742 132 148/75 238/70 172/40 0,4 2
rosado ou amarelo tensão
Trans-
138/71 240/65 168/45 0,35 2,8
tensão
Trans-
344/77 240/70 175/45 1,2 2
tensão
Trans-
122/73 230/60 300/48 0,45 0,8
tensão
132/75 232/76 146/25 0,3 3 ?
038/83 238/85 152/50 1 2,8 ?
028/74 022/65 102/40 1,2 1 Trans-

129
tensão
Transcor-
025/67 018/60 098/10 1,3 0,5
rente
Trans-
020/75 025/50 100/20 1,1 1
tensão
025/76 0,15
023/73 0,45
032/77 0,4
024/74 0,35
160 324422 9564894 144 Solo arenoso
161 325776 9564666 129 Blocos de rocha félsica
315/76 044/31 200/65 2 Sin - D
290/75 023/29 218/70 1,5 Sin - D
291/75 019/25 192/60 2,2 Sin - D
315/80 040/21 196/60 1,3 Sin - D
312/78 040/26 206/75 1 Sin - D
312/89 038/17 190/62 0,9 Sin - D
314/78 040/15 202/75 1,2
190/75 1
182/90 0,8
190/72 0,4
218/80 0,6
210/75 1,1
060/80 0,7
162 325778 9565089 130 Gnaisse milonitizado
058/70 0,5
061/80 0,4
068/70 0,35
056/68 0,45
068/82 1,2
076/80 1
070/80 1,2
300/65 0,8
302/85 0,5
306/88 0,6
124/80 0,4
316/85 0,7
310/86 0,4
163 325704 9565587 133 Idem ponto anterior
115/82 025/24 170/80 2 Des - D
298/81 020/14 168/75 2,5 Des - D
292/75 020/30 182/80 3 Des - D
110/77 020/15 184/78 2 Des - D
280/86 010/36 175/75 2,2 Des - D
310/80 022/26 180/82 1,5 Des - D
300/85 030/20 168/84 2 Des - D
212/75 1,2
180/70 1,5
212/88 2
164 325753 9565944 134 Idem ponto anterior 220/80 1,8
210/85 2,2
190/80 0,9
186/76 1
180/72 1
282/85 0,6
290/86 0,4
292/90 0,8
120/90 0,6
290/90 0,5
112/80 0,6

130
288/90 0,55
329/88 022/50 9 6 Sin - R
132/84 192/88 9 5 Sin - R
132/80 012/72 5 5,5 Sin - R
125/85 175/84 3,5 4 Sin - R
148/60 355/62 5 4 Sin - R
306/55 022/52 6 8 Sin - R
340/65 028/55 7 7 Sin - R
122/45 010/60 12 9 Sin - R
008/70 7,5 Sin - R
010/55 8 Sin - R
012/52 6 Sin - R
148/60 6 Sin - R
317/76 10 Sin - R
Arenito grosso amarela-
165 315556 9557145 211 146/83 10 Sin - R
do
151/86 4 Sin - R
332/75 7 Sin - R
198/84 6 Sin - R
196/79 6 Sin - R
048/50 6 Sin - R
010/40 7 Sin - R
014/70 7,5 Sin - R
015/60 8 Sin - R
024/70 9 Sin - R
015/65 10 Sin - R
010/65 9 Sin - R
057/60 8 Sin - R
220/70 6 Sin - R
166 313763 9558839 164 Arenito fino a médio
167 313864 9558082 183 Idem ponto anterior
282/30 038/75 1,2
220/12 058/70 1
240/08 225/80 1,2
045/80 0,8
048/80 0,9
050/72 0,6
032/82 0,5
035/85 0,6
032/86 1
036/85 1,2
168 313456 9558052 162 Idem ponto anterior
216/65 0,8
044/85 0,5
120/75 0,1
010/75 0,1
128/75 0,1
321/59 0,3
130/82 0,08
115/78 0,15
128/82 0,15
125/72 0,1
209/30 090/80 1
Arenito fino a médio 200/20 277/86 0,4
arroxeado gradando para 270/82 0,4
conglomerado 277/80 0,2
polimítico com
169 313336 9558162 161 088/79 0,3
fragmentos de rochas
vulcânicas (basalto, 275/85 0,6
basalto andesítico, 276/81 0,35
riolito, riodacito, dacito) 084/78 0,55
092/77 0,6
131
000/80 1
172/80 1,2
002/85 1,5
180/86 0,55
008/76 0,6
182/85 0,4
012/50 0,6
182/70 0,5
158/70 1,2
000/68 1,3
344/75 1,5
340/82 1,6
032/85 2
040/85 1,8
042/84 2,5
030/82 0,8
032/80 0,9
038/75 1,2
036/65 1
042/80 1,2
035/80 1,1
036/78 2
038/81 2,5
305/74 0,5
320/75 0,5
302/85 0,1
348/80 0,35
350/15 102/79 0,15
330/10 100/76 0,35
325/16 292/90 0,3
336/10 104/77 0,25
335/08 292/85 0,2
340/12 085/82 1,2
328/06 298/84 0,3
315/10 102/82 0,65
328/08 105/70 0,3
Arenito fino a médio 305/12 018/65 2,5
arroxeado com 020/62 2
170 313159 9558264 158
intercalações de siltito 016/90 2,3
roxo 020/78 3
196/85 2,5
020/70 2,5
012/85 3
200/88 2,2
190/80 3
195/70 3,5
200/82 3
015/68 2,5
020/73 3
171 312708 9558522 157 Idem ponto anterior
172 312311 9558839 155 Idem ponto anterior
173 311941 9559041 153 Idem ponto anterior
174 312136 9558444 159 Idem ponto anterior
300/06 176/80 2
308/05 340/85 0,8
334/05 352/85 0,5
175 311916 9558250 156 Idem ponto anterior
316/10 160/75 0,3
323/08 180/85 0,6
270/10 168/90 0,5
132
310/12 170/88 0,65
320/05 350/65 0,8
271/88 0,45
355/67 0,9
182/78 0,25
005/79 0,4
167/76 0,5
147/79 0,4
166/80 0,35
344/69 0,5
340/70 0,6
171/58 0,6
167/76 0,4
172/45 0,5
170/88 1
Arenito fino a médio 175/60 0,6
arroxeado com porções 146/79 0,8
176 311671 9558422 158
hematíticas e de 166/80 0,9
muscovita 341/70 1
162/65 0,7
310/55 0,6
342/72 0,5
168/86 0,4
160/83 0,2
152/68 0,3
165/80 0,4
162/76 0,5
164/70 0,8
177 311266 9558840 151 Idem ponto anterior
178 310776 9558605 150 Idem ponto anterior
179 310476 9558087 148 Idem ponto anterior
180 309408 9558063 151 Idem ponto anterior
181 309343 9558520 155 Idem ponto anterior
182 309728 9559142 150 Idem ponto anterior
328/85 2
320/75 2,5
344/90 2
162/88 3
160/80 2,5
156/85 1,6
158/90 2
330/88 1,8
326/80 2
183 309139 9559730 162 Basalto andesítico
350/78 2,5
180/75 0,8
053/84 0,5
250/75 0,4
060/79 0,25
018/55 0,3
062/74 0,65
075/75 0,5
278/45 0,5
184 310023 9559775 152 Arenito arroxeado
185 309701 9560018 152 Arenito e siltito
186 309389 9560250 153 Idem ponto anterior
187 309131 9560676 153 Solo arenoso
Blocos de arenito a
188 309637 9560815 145 micro-conglo-merado
arroxea-dos

133
189 310129 9560444 146 Idem ponto anterior
190 310835 9560677 146 Idem ponto anterior
138/15 166/67 2
137/06 167/78 1,5
170/05 170/55 1
211/62 1
162/75 1,5
160/56 2
198/88 1,2
173/60 1,5
168/70 2,3
158/72 1,6
161/86 1,3
Arenito fino a médio 159/68 1
191 311652 9560278 142
arroxeado 160/65 2
155/75 1,8
157/80 1,55
078/90 0,1
072/85 0,07
059/80 0,12
075/78 0,1
066/82 0,09
070/80 0,2
062/82 0,35
058/79 0,2
072/79 0,15
292/10
310/20
282/15
Arenito fino a médio
192 311926 9560816 142 322/10
arroxeado
324/06
330/10
350/08
193 312126 9561029 138 Solo arenoso
194 312367 9561417 140 Solo arenoso
337/01 168/80 1
326/05 155/70 0,8
162/85 0,75
160/66 1
158/55 1,2
172/60 1
164/70 0,6
148/55 0,5
178/76 1
170/75 0,4
154/80 0,3
Arenito fino a médio 174/78 0,8
195 312680 9561374 142
siltoso arroxeado 082/83 0,06
073/82 0,1
075/83 0,1
071/84 0,3
070/82 0,2
080/74 0,07
072/83 0,2
068/80 0,15
078/76 0,2
132/80 0,4
122/60 0,6
116/84 0,4
134
100/68 0,35
115/65 0,65
130/72 0,45
130/70 0,4
324/80 0,2
106/66 0,3
050/70 0,75
058/75 0,5
038/71 0,35
042/70 0,25
030/75 0,6
230/80 0,4
196 313746 9562171 137 Solo arenoso
197 313650 9562540 137 Solo arenoso
198 314058 9562422 139 Solo arenoso
020/69 0,6
022/75 0,5
016/70 0,4
024/66 0,3
018/70 0,55
020/72 0,8
014/65 0,7
021/73 0,4
016/75 0,5
028/74 0,7
030/65 0,4
Arenito fino a médio 027/80 0,5
199 317935 9564245 133 arroxeado com 308/75 0,7
muscovita 328/83 0,45
332/82 0,7
328/89 0,5
320/82 0,3
132/80 0,4
335/73 0,2
025/70 1
302/80 0,2
120/75 0,35
022/78 0,7
035/70 0,5
332/80 0,7
200 318303 9564594 139 Idem ponto anterior
201 318686 9564834 142 Idem ponto anterior
202 319075 9564646 139 Idem ponto anterior
203 319456 9564487 142 Idem ponto anterior
204 319229 9564899 136 Idem ponto anterior
205 319438 9565209 136 Idem ponto anterior
206 319587 9564888 139 Idem ponto anterior
207 319176 9565325 132 Idem ponto anterior
075/10 035/86 1,2
074/04 034/80 0,8
076/10 034/84 0,6
081/08 030/80 1
042/80 1,1
208 319119 9565602 133 Idem ponto anterior 210/72 1,2
045/75 0,8
030/90 0,3
222/82 0,6
212/80 0,5
040/75 0,6
135
342/70 1
323/49 0,8
330/72 0,6
332/70 0,7
320/80 0,75
338/70 0,6
332/69 0,5
344/80 0,7
330/74 0,8
080/87 0,55
256/77 0,25
260/85 0,4
272/75 0,3
248/73 0,25
209 319700 9565474 142 Idem ponto anterior
210 319131 9567970 132 Idem ponto anterior
060/12 270/80 1,5
056/12 080/82 1,3
050/06 272/85 1,5
045/08 280/78 0,6
066/11 283/70 0,8
064/14 082/80 0,5
075/05 085/76 0,9
262/88 1
222/80 0,7
270/84 0,3
268/82 0,5
200/70 0,5
280/77 0,6
272/82 0,5
266/76 0,8
200/65 1,8
204/75 1
270/71 1,2
208/80 0,8
025/82 1
202/80 1,1
Arenito fino a siltoso
211 318688 9565805 136 209/75 0,8
arroxeado
205/68 0,6
025/82 0,8
200/70 1
205/85 1
214/85 1,5
135/78 1,7
135/85 0,45
328/72 0,45
128/87 0,7
133/73 1
122/73 0,9
128/64 0,5
134/77 1,3
314/90 1,6
135/82 2
138/76 2
154/57 0,6
340/80 0,45
154/88 0,2
140/73 0,5
142/81 0,6
136
330/74 0,8
332/70 0,5
322/70 0,45
340/80 0,2
212 318153 9565617 135 Idem ponto anterior
213 317564 9565635 131 Idem ponto anterior
130/15 334/82 0,3
082/15 145/84 0,45
080/13 150/90 0,4
060/16 332/75 0,15
082/08 328/78 0,2
214 317851 9565149 134 Idem ponto anterior
090/13 212/75 0,8
060/08 220/75 0,6
206/76 0,7
223/80 0,4
210/90 0,35
215 317862 9564632 138 Idem ponto anterior
216 317609 9564223 132 Idem ponto anterior
217 317333 9563925 132 Basalto andesítico
218 317242 9563995 136 Idem ponto 216
219 315960 9562847 141 Idem ponto anterior
220 315409 9563040 136 Idem ponto anterior
221 315183 9563461 135 Idem ponto anterior
222 315209 9562647 136 Idem ponto anterior
223 313992 9563408 143 Idem ponto anterior
224 314032 9563327 139 Idem ponto anterior
225 312461 9563203 140 Idem ponto anterior
226 312189 9562807 137 Idem ponto anterior
227 311879 9562506 140 Idem ponto anterior
228 311850 9561829 146 Idem ponto anterior
229 311670 9561256 139 Idem ponto anterior
230 312077 9560105 145 Idem ponto anterior
332/10 042/79 0,7
312/12 236/71 0,3
330/14 046/79 0,5
048/75 0,5
050/81 0,35
050/75 0,4
050/65 0,4
055/65 0,4
058/72 0,5
168/70 1,2
160/68 1
231 313118 9560033 156 Idem ponto anterior 170/80 0,6
158/65 0,5
165/60 1
159/65 1,5
158/70 0,5
140/70 1
155/75 1
105/82 1,1
108/75 1
102/74 1,2
115/60 0,7
129/78 0,8
324/10 210/85 0,6
336/05 042/65 0,5
232 313583 9559696 159 Idem ponto anterior
322/10 038/65 0,35
328/10 028/82 0,4
137
030/85 0,5
202/75 0,65
162/75 0,3
342/77 0,35
340/84 0,3
162/78 0,75
348/77 0,3
233 322986 9560015 156 Idem ponto anterior
234 326390 9562126 135 Embasamento
235 326252 9562483 131 Embasamento
236 326449 9562911 130 Embasamento
237 326461 9563811 136 Arenito arroxeado

138

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