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DIREITO EMPRESARIAL

EMPRESÁRIO

Livro Eletrônico
DIREITO EMPRESARIAL
Empresário
Eugênio Brügger

Apresentação..................................................................................................................3
Empresário.....................................................................................................................8
1. Teorias do Direito Empresarial.....................................................................................8
1.1. Teoria Subjetiva.........................................................................................................8
1.2. Teoria Objetiva..........................................................................................................9
1.3. Teoria Subjetiva Moderna........................................................................................ 12
2. Empresário............................................................................................................... 15
2.1. Atributos................................................................................................................ 15
2.2. Excluídos da Compreensão de Empresário.............................................................25
2.3. Impedidos de Serem Empresários..........................................................................34
2.4. Capacidade para Ser Empresário (PN).. ..................................................................36
2.5. Empresário Casado............................................................................................... 40
Resumo......................................................................................................................... 41
Mapa Mental.................................................................................................................. 47
Questões de Concurso.................................................................................................. 48
Gabarito........................................................................................................................53
Gabarito Comentado. .....................................................................................................54

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Empresário
Eugênio Brügger

Apresentação
Olá! Meu nome é Eugênio Brügger e vou transmitir para você, aluno(a) Gran, o conteúdo
de Direito Empresarial.
Inicialmente, gostaria de ressaltar o fato de muitos(as) estudantes de Direito não se sen-
tirem confortáveis com esse conteúdo; entretanto, tenho uma notícia excelente: ESSA HISTÓ-
RIA COMEÇARÁ A MUDAR AGORA!
Muitos(as) examinandos(as), no momento do estudo para o Exame de Ordem, deixam o
Direito Empresarial de lado com aquele velho “papinho”:
“É chato.”
“Eu não sei.”
“Eu não posso.”
“Eu não sou capaz.”
“Essa matéria cai pouco.”
Se você pensa assim, a partir de agora, não pensará mais. Jamais deve entorpecer seus
pensamentos com tais ideias negativas, o início da vitória está em você. Você é capaz de
tudo, consegue atingir todos os seus objetivos; mas, para isso, tem que acreditar em você
mesmo(a). Além disso, não posso deixar de esclarecer que essa matéria (Direito Empresarial)
não cai pouco no Exame de Ordem, ela despenca.
O caderno de provas da 1ª etapa contém, como todos sabem, 80 questões, e a FGV re-
serva, para o Direito Empresarial, 5 questões no trecho da 46 a 50. Contudo, afirmo, com total
intrepidez, que o examinador poderá exigir de você, meu inha) aluno(a), o conhecimento em 6,
7 ou em até 8 questões.

Como assim, professor?

Muito simples! O conteúdo será exigido no trecho dedicado exclusivamente ao Direito


Empresarial (5 questões), podendo ainda ser cobrado no trecho de Estatuto da OAB, Direito
Tributário e Direito do Trabalho.
Por isso, você não pode, de maneira alguma, “deixar de lado” essa matéria tão relevante
para a sua aprovação. Ok?

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Espero que tenha compreendido a importância do Direito Empresarial para a sua aprova-
ção, e trabalharemos juntos para a construção do seu alicerce nesse conteúdo.
Você pode estar perguntando:
Como funcionará, professor?
Bem! Nosso curso em PDF está fracionado em 8 aulas, da seguinte forma:

Perceba a quantidade de questões já aplicadas nos exames unificados especificamente


para cada um dos conteúdos. Não pense que, por exemplo, a aula 1 não é importante pelo
fato de terem sido cobradas poucas questões. Uma aula é pré-requisito da próxima; por
isso, a importância do estudo aula a aula, principalmente se você sente dificuldade em Di-
reito Empresarial.
VOCÊ NÃO APRENDERÁ FALÊNCIA SEM SABER QUEM É O EMPRESÁRIO!
VOCÊ NÃO APRENDERÁ FALÊNCIA SEM SABER O QUE DEFINE UMA SOCIEDADE
EMPRESÁRIA!
Motivo pelo qual preparei as aulas com muito carinho e dedicação, recheadas de conte-
údo, de resumos, de mnemônicos, de mapas mentais e de exercícios para tornar seu estudo
prazeroso, eficiente e, por fim, porém não menos importante, eficaz. A minha meta é fazer com
que esse “trem” do Direito Empresarial “entre” na sua memória de longa duração para que, ao
concluir cada aula, tenha um sentimento de “dever cumprido com êxito”.
Como dito, meu nome é Eugênio Brugger já exerci a função de analista judiciário (área
processual) no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (2010-2015) atual-
mente sou Tabelião de Notas e Registrador Civil das Pessoas Naturais na cidade de Arique-
mes, Estado de Rondônia, e há 12 anos dedico a maior parte do meu tempo à preparação dos
estudantes de Direito para o Exame de Ordem.

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Tenho 4 aprovações do Exame de Ordem.

Como assim, professor? 4 aprovações!!!???

Sim! Para eu te entregar o melhor conteúdo, eu tinha que entrar em campo. Igual ao di-
tado: “TREINO É TREINO, JOGO É JOGO!” Para te treinar, eu tive que jogar. E isso fez com que
eu percebesse alguns erros básicos nos(as) examinandos(as), bem como características da
banca (FGV).
Por exemplo, vejo diversos(as) examinandos(as) que têm a necessidade de atendimento
especial e não o solicita. Mas, como você é aluno(a) Gran, te alerto, tal atendimento está pre-
visto no item 2.7 do Edital de Abertura do Exame, veja:

2.7. DO ATENDIMENTO ESPECIAL


2.7.1. O examinando com deficiência que necessitar de prova especial e/ou o examinando que ne-
cessitar de atendimento especial para a realização das provas deverá indicar, no formulário de so-
licitação de inscrição, os recursos especiais necessários para cada fase do Exame e, ainda, enviar,
até o DATA LIMITE, impreterivelmente, por meio de campo específico no link de inscrição – laudo
médico (original ou cópia autenticada em cartório) que justifique o atendimento especial solicita-
do. Após esse período, a solicitação será indeferida, salvo nos casos de força maior. A solicitação
de condições especiais será atendida segundo critérios de viabilidade e de razoabilidade. Somente
serão aceitos até 05 (cinco) documentos/arquivos enviados nos formatos PDF, JPEG e JPG, cujo
tamanho não exceda 5 MB. O candidato deverá observar as demais orientações contidas no link de
inscrição para efetuar o envio da documentação.

Perceba que o atendimento especial não é apenas para pessoas com deficiência, mas
também para pessoas que necessitem de um atendimento especial. Se você tem alguma
patologia oftalmológica (astigmatismo, por exemplo), pode solicitar o atendimento especial
para que a sua prova seja impressa com a fonte (letra) maior.
Outro drama na vida dos examinandos e lhe peço atenção é o “ESPÍRITO DO PREJUÍZO”.

Como assim, professor? ESPÍRITO DO PREJUÍZO?

O espírito do prejuízo está entre nós e se manifesta de várias formas, cabe a você o escu-
tar ou o deixar de lado.

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Se você o escutar: PREJUÍZO!


Se não o escutar: Pode não ter lucro, mas não terá prejuízo!
Para você ter noção disso, certa vez, quando eu estava no início do 1º ano do 2º grau,
meus colegas estavam me esperando na porta do Colégio Lyceu de Goiânia todos com o
ânimo homicida, querendo matar a aula para irmos à Praça Universitária, isso era moda na
época. O espírito do prejuízo falou comigo, falou para eu ir, mas não dei ouvidos e não fui. À
tarde, uma conhecida me ligou e disse que o Juizado de Menores tinha “baixado” lá e levado
todo mundo, ri muito. Veja não tive lucro, até mesmo pelo fato de a aula ter sido horrível, mas
não tive prejuízo.
Outra vez, fazendo a 2ª fase do concurso de cartórios do Estado de Santa Catarina, na
peça, a banca pedia claramente: REDIJA O INVENTÁRIO...
Mas o espírito do prejuízo estava lá e, diferentemente daquele dia no Lyceu, decidi escu-
tá-lo, a consequência você já sabe, me lasquei.
Ele disse no meu ouvido: “Não é para fazer o inventário, está errado, está faltando docu-
mento, você não pode inventar, não faça o inventário.” Fiz uma Nota Explicativa e fui reprovado!
Ou seja, o “ESPÍRITO DO PREJUÍZO” te acompanha a vida inteira, mas ele ama de paixão
todos concurseiros, sem exceção, e com os examinandos da Ordem não é diferente.
Ele estará lá, querido(a) aluno(a), ao seu lado no dia da prova, falando para você mudar o
gabarito, PELO AMOR DE DEUS, NÃO O ESCUTE! NÃO MUDE O GABARITO!
Dá até para fazermos uma paródia com aquela música do Jorge e Mateus, “Te cuida coração”:

Já cansei de avisar
Pro meu coração
Pra ele tomar cuidado
Com essa questão
Concurseiro desesperado
É um campo minado
Se mudar a alternativa um adeus
Concurseiro sai reprovado
Mudar a alternativa é bonito, é gostoso, mas é perigoso
Tem que saber marcar
Mudar a alternativa não consigo
Sei que é um perigo, isso vai me reprovar
Vai com calma, coração

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Te cuida com essa questão


Mudar a alternativa é lindo, é gostoso, mas é perigoso
Te cuida, coração
Concurseiro desesperado só quer aprovação
Não tem medo de nada
Não sabe o que é certo
Não sabe o que é errado
Só quer aprovação, concurseiro desesperado

De outro canto, em relação à FGV, a banca mantém um padrão no conteúdo cobrado nos
Exames, mas ela joga algumas casacas de banana na prova mudando a forma de elaboração
da questão, ou seja, cobra a mesma coisa com outras palavras, mas fique tranquilo, você es-
tará preparado para isso.
Minha vida nos concursos sempre foi uma montanha russa, coleção de aprovações e de
reprovações, e sempre aprendi com todas elas. Mas o meu maior aprendizado foi descobrir
que eu era capaz; assim, nunca desisti dos meus sonhos.
Sei das grandes dificuldades enfrentadas, mas sei também que a sua vitória está em você;
ou seja, você pode ser seu maior inimigo ou o seu maior amigo. Você escolhe! Por isso, acre-
dite em você, no seu potencial, saiba que é grandioso(a), vitorioso(a), capaz, #imparável.

“O trabalho que a vida te confia é o buril que te aprimora, mas pode ser igualmente comparado à
uma viagem no rumo da perfeição que demandas.
Os tropeços, em muitas ocasiões, não são externos. Estão por dentro de nós.” EMMANUEL

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1. Teorias do Direito Empresarial
Inicialmente, cabe destacar que o Direito Mercantil/Comercial/Empresarial só teve 3 teo-
rias, cada uma em momentos distintos da humanidade, a Teoria Subjetiva, a Teoria Objetiva e
a Teoria Subjetiva Moderna.
Você tem que entender uma coisa muito importante, da mesma maneira que o Direito do
Consumidor (que visa à proteção de um sujeito, o consumidor) ou o Direito do Trabalho (que
visa à proteção de um sujeito, o trabalhador), o Direito Mercantil/Comercial/Empresarial visa
à proteção de um sujeito.

Ok, professor! Mas quem é o sujeito de direito no âmbito deste ramo do Direito?

Boa pergunta! Ao estudar as Teorias do Direito Mercantil, você perceberá que, em cada
uma, foi dado um “nome” diferente para esse sujeito e não só isso. Com a substituição da te-
oria aplicada, além da mudança no “nome” do sujeito, também foram modificados os critérios,
os atributos necessários, para a sua definição.

1.1. Teoria Subjetiva


A teoria subjetiva nasceu na Idade Média na Europa. Naquela época, o sujeito de direito, a
pessoa protegida pelo Direito Mercantil, era o BURGUÊS. Isso mesmo, o burguês.
Ou seja, vamos imaginar você, meu(inha) aluno(a), vivendo na idade média e sabendo
fazer doces. Você jamais seria um(a) confeiteiro(a) sem se inscrever na corporação de ofício
dos confeiteiros. Tal inscrição era, inicialmente, na condição de aprendiz, após, você iria ga-
nhando posição até chegar a condição de burguês(a), sujeito de direito, sujeito protegido pelo
Direito Mercantil.
Entenda isso! Lá na Idade Média, para você exercer uma profissão, “o negócio era fecha-
do”, somente poderiam exercer aquela determinada profissão aqueles inscritos em sua cor-
poração de ofício.

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Você pode até pensar que isso é um absurdo. Como assim para exercer uma profissão
tenho que me inscrever em uma corporação?
Pois é, mas sinto lhe dizer que, até os dias de hoje, temos resquícios dessa teoria, e você
está aqui estudando justamente para entrar na “sua corporação de ofício” (OAB) com o intui-
to de exercer a sua profissão (advocacia). De nada adianta você passar 5 anos se lascando
numa sala de uma Faculdade de Direito, você não será considerado ADVOGADO enquanto não
inscrito(a) nos quadros da OAB.
Bem! Vale destacar que o Direito Mercantil na Idade Média (Teoria Subjetiva tinha duas
finalidades, a saber:
• Garantir o oligopólio no exercício da profissão. De acordo com o DICIO (Dicionário On
Line de Português): “Circunstância econômica em que um número reduzido de empre-
sas domina a maior parte do mercado, através do controle da oferta de produtos”;
• Dar garantia à uma classe exclusiva, a classe burguesa. Olha que legal, foi justamente
essa finalidade do Direito Mercantil que motivou a modificação da teoria para a teoria
objetiva.

TEORIA SUJEITO REQUISITO (S)


SUBJETIVA BURGUÊS INSCRIÇÃO
(IDADE MÉDIA) CORPORAÇÃO DE
OFÍCIO

1.2. Teoria Objetiva

Em novembro de 1799, terminou um dos maiores eventos da humanidade, a revolução


francesa. Com o fim desta, ocorreu a modificação do sistema político francês, passando do
diretório para o consulado capitaneado por Napoleão Bonaparte.
Napoleão, em se tratando de Direito Mercantil, se viu numa “sinuca de bico”, pois todos
sabemos o lema da revolução francesa (Liberté, Égalité, Fraternité —liberdade, igualdade e
fraternidade), e foi justamente a igualdade que colocou Napoleão em posição de desconforto.

Por que, professor?

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Muito simples! Se todos eram iguais, e essa igualdade foi tão marcante na revolução fran-
cesa que, a título de curiosidade, antes dela, a pena de morte por decapitação era destinada
exclusivamente à nobreza francesa, enquanto os plebeus eram queimados, enforcados, es-
quartejados, com a revolução isso mudou. Se todos são iguais, decapitação para todo mundo!
Nessa passada, um médico francês, Joseph-Ignace Guillotin, inventou um instrumen-
to que foi muito utilizado na época, principalmente no período denominado de TERROR, a
guilhotina, nela muitos jacobinos e girondinos foram mortos, um verdadeiro derramamento
de sangue.
Diante disso, o povo francês, após esse período tão marcante, não iria admitir um ramo do
Direito protetivo exclusivamente de uma classe (a classe burguesa), não haveria igualdade.
De outro canto, se Napoleão deixasse de proteger o burguês francês, a França entraria em
colapso econômico, pois outros países iriam inundá-la com seus produtos e serviços.
Napoleão decidiu então inovar! Criou a chamada “TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO”. Te-
oria essa criada para implementar a igualdade na atividade mercantil, pois nos seus termos:
A LEI TERIA UM ROL CHAMADO DE “ATOS DE COMÉRCIO”, E QUALQUER PESSOA QUE PRA-
TICASSE PELO MENOS UM DOS ATOS SERIA AUTOMATICAMENTE CONSIDERADA COMER-
CIANTE E TERIA A PROTEÇÃO DA LEI.
BINGO!
Napoleão conseguiu o inimaginável, conseguiu implementar a igualdade, pois qualquer
um poderia ser considerado comerciante e, ainda, deu proteção a essas pessoas.
Note, como dito no início da aula, conforme modificamos a teoria, também modificamos a
nomenclatura do sujeito de direito e o critério para a sua definição.

TEORIA SUJEITO REQUISITO (S)


SUBJETIVA BURGUÊS INSCRIÇÃO
(IDADE MÉDIA) CORPORAÇÃO DE
OFÍCIO
OBJETIVA COMERCIANTE PRATICAR UM DOS ATOS DE
(ATOS DE COMÉRCIO) COMÉRCIO
FRANÇA

Perceba que a inscrição não era mais um requisito para que uma pessoa fosse considera-
da comerciante, bastava que ela praticasse apenas 1 dos atos considerados atos de comércio.

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O Brasil não ficou para trás! O Código Comercial de 1850 se espelhou no Código Napole-
ônico de 1804; logo, O Código Comercial de 1850 adotou a Teoria dos Atos de Comércio (SE
LIGA NESSA!)
Se o Direito pátrio adotou a teoria dos atos de comércio, o Código Comercial de 1850 de-
veria apresentar o rol de atos de comércio, certo? Pois é, não foi bem assim. O artigo 4º falava
que comerciante era aquele matriculado em algum dos Tribunais do Comércio do Império e
que exercesse mercancia, mas não explicava o que era mercancia. Para entender o que defi-
nia a mercancia tínhamos que dar uma olhada no artigo 19 do Regulamento 737 de 1985, lá
estava o rol de atos de comércio.

Código Comercial de 1950


Art. 4 - Ninguém é reputado comerciante para efeito de gozar da proteção que este Código libera-
liza em favor do comércio, sem que se tenha matriculado em algum dos Tribunais do Comércio do
Império, e faça da mercancia profissão habitual (artigo n. 9).
Regulamento 737 de 1850
Art. 19. Considera-se mercancia:
§ 1º A compra e venda ou troca de efeitos moveis ou semoventes para os vender por grosso ou a
retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso.
§ 2º As operações de cambio, banco e corretagem.
§ 3º As empresas de fabricas; de com missões; de depósitos; de expedição, consignação e trans-
porte de mercadorias; de espetáculos públicos.
§ 4º Os seguros, fretamentos, risco, e quaisquer contratos relativos ao comércio marítimo.
§ 5. ° A armação e expediç1to de navios.

Então, o Código Comercial brasileiro de 1850 adotou a Teoria dos Atos de Comércio e era
dividido da seguinte forma:

CÓDIGO COMERCIAL DE 1850


PARTE PRIMEIRA PARTE SEGUNDA PARTE TERCEIRA
DO COMÉRCIO DO COMÉRCIO DA QUEBRA
EM GERAL MARÍTIMO

A Terceira Parte foi revogada, foram publicados diversos decretos até o advento do Decre-
to 7.661/45 o qual foi revogado pela Lei 11.101/2005, nossa atual Lei de Falências e Recupe-
ração de Empresas, que será objeto do nosso estudo na 8ª aula.
Além disso, o Código Civil/2002, artigo 2.045, revogou a parte primeira do Código Comer-
cial de 1850 (Art. 2.045. Revogam-se a Lei n o 3.071, de 1 o de janeiro de 1916 - Código Civil e
a Parte Primeira do Código Comercial, Lei n o 556, de 25 de junho de 1850).

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Com efeito, o Código Comercial de 1850 ficou assim:

CÓDIGO COMERCIAL DE 1850


PARTE PRIMEIRA PARTE SEGUNDA PARTE TERCEIRA

DO COMÉRCIO DO COMÉRCIO DA QUEBRA


EM GERAL MARÍTIMO

O Código Civil revogou parcialmente (derrogou) o Código Comercial de 1850 (apenas a


PARTE PRIMEIRA), a parte segunda continua em pleno vigor. CUIDADO!

Questão 1 (128º OAB/SP/2006) O Código Comercial, sancionado em 1850


a) foi totalmente revogado.
b) foi parcialmente revogado, mantendo-se vigentes apenas os dispositivos que regem os
contratos e obrigações mercantis e o comércio marítimo.
c) não foi revogado.
d) foi parcialmente revogado, mantendo-se vigentes apenas os dispositivos que regem o co-
mércio marítimo.

Letra d.
Pelo amor de Deus! Muito fácil, professor! Gabarito alternativa “D”!
Sei que a questão é velha, mas ela pode sim ser cobrada pela FGV!

1.3. Teoria Subjetiva Moderna

Como dito, o Código Civil de 2002, revogou a parte primeira do Código Comercial de 1850,
isso acarretou a retirada do ordenamento jurídico brasileiro da Teoria dos Atos de Comércio,
pois o CC/2002, embasado no sistema jurídico italiano, adotou a TEORIA DA EMPRESA.

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Perceba:
C. Com. de 1850: Teoria dos Atos de Com. = Sujeito de direito: COMERCIANTE
CC de 2002: Teoria da Empresa = Sujeito de direito: EMPRESÁRIO
Isso mesmo, agora o sujeito protegido pelo Direito não é mais o burguês ou o comercian-
te; hoje, o sujeito de direito é o EMPRESÁRIO.

Ok, Professor! Mas quem é considerado empresário?


O que é necessário ocorrer para uma pessoa ser considerada empresária?

Excelentes perguntas! Veja: Na idade média, para uma pessoa ser considerada burguesa,
ela precisava se inscrever numa corporação de ofício. Na França, após a revolução francesa,
para uma pessoa ser considerada comerciante, bastava que ela praticasse um dos atos cha-
mados de “atos de comércio” (teoria esta adotada pelo Código Comercial de 1850).

E agora? O que é necessário ocorrer para uma pessoa ser considerada empresária?

TEORIA SUJEITO REQUISITO (S)


SUBJETIVA BURGUÊS INSCRIÇÃO
(IDADE MÉDIA) CORPORAÇÃO DE
OFÍCIO
OBJETIVA COMERCIANTE PRATICAR UM DOS ATOS DE
(ATOS DE COMÉRCIO) COMÉRCIO
FRANÇA
SUBJETIVA MODERNA EMPRESÁRIO ?
(ITÁLIA)

DICA!
Para memorizar as teorias, SU – O / SU – MO (SUO, SUMO)
SUbjetiva
Objetiva
SUbjetiva MOderna

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Bem! Sei que é deselegante responder uma pergunta com outra pergunta, mas preciso
que você, meu(inha) aluno(a) Gran, me responda a seguinte pergunta (leia, pense e responda):

Para uma pessoa ser considerada empresária, ela precisa estar registrada na Junta
Comercial?

Se você respondeu que SIM, sinto lhe dizer, você está errado (a)! Sério mesmo! Veja, o
empresário tem que se registrar sim na Junta Comercial (Registro Público de Empresas Mer-
cantis), mas a falta do registro não retira a condição de empresária da pessoa. O registro é
necessário para a atuação regular do empresário, mas a sua ausência não retira a condição
de empresário (só há um caso em que a pessoa, para ser considerada empresária, precisa
estar registrada na Junta Comercial, MAS ISSO É EXCEÇÃO, que estudaremos mais adiante/
SEGURA O TCHAN).
Portanto, a partir de agora, preciso que você fale em voz alta:
O EMPRESÁRIO TEM QUE SE REGISTRAR NA JUNTA COMERCIAL, MAS A AUSÊNCIA DO
REGISTRO NÃO RETIRA A SUA CONDIÇÃO DE EMPRESÁRIO, ELE SERÁ CONSIDERADO EM-
PRESÁRIO IRREGULAR.
Fale ainda:
O REGISTRO NÃO É REQUISITO PARA UMA PESSOA SER CONSIDERADA EMPRESÁRIA.
Claro que a ausência do registro acarreta sanções para o empresário irregular: Não poderá
participar do SIMPLES NACIONAL, não poderá entrar em recuperação de empresas, não pode-
rá pedir a falência de outro empresário (poderá falir, o empresário irregular pode sim falir, mas
não pode pedir a falência de ouro empresário).
Você pode estar pensando ai: NÃO CONCORDO!
A nossa missão (minha e do Gran) é a sua aprovação no Exame de Ordem; por isso, você
não pode dar-se ao luxo de não concordar, você tem que entender o que estou falando, che-
gar à prova e marcar o que falei, ser aprovado, passar na 2ª etapa, se inscrever no Conselho
Seccional da Ordem e, por fim, se achar conveniente, elaborar um artigo ou uma tese para
defender as razões de sua irresignação.

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Questão 2 (FGV/XV/EXAME UNIFICADO) Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional,


atividade intelectual de natureza literária, com a colaboração de auxiliares. O exercício da
profissão constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo
Chaves em nenhum órgão público.
Com base nessas informações e nas disposições do Código Civil, assinale a afirmativa correta.
a) Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza literária.
b) Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão público.
c) Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta Comercial.
d) Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter pro-
fissional.

Letra c.
Com as informações que te falei, você mata a questão! Gabarito alternativa “C”. As questões
referentes ao trabalho intelectual e colaboração de auxiliares serão tratadas adiante, mas
espero que tenha ficado clara a desnecessidade de registro para uma pessoa ser conside-
rada empresária.

Show, professor! Mas, até agora, estou sem saber quais são os requisitos para que uma
pessoa seja considerada empresária. O que é necessário ocorrer para uma pessoa ser
considerada empresária?

Agora nós trabalharemos com essa figura cerne do Direito Empresarial, o empresário.

2. Empresário
2.1. Atributos
Sinceramente espero ter ficado clara a questão da desnecessidade do registro para uma
pessoa ser considerada empresária.

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O legislador brasileiro, para definir uma pessoa como empresária, utilizou da mesma téc-
nica legislativa para definir o empregado, lá no Direito do Trabalho.

CLT - Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

Na CLT, o legislador colocou os requisitos que, somados, temos a figura do empregado:


• pessoa física;
• prestar serviços de natureza não eventual a empregador;
• dependência deste;
• mediante salário.

Empregado

É essa técnica que utilizaremos para a definição do empresário. O Código Civil/2002, no


caput do artigo 966, trouxe os quatro atributos que, somados, dão a qualidade de empresária
a uma pessoa. Vamos a eles?

2.1.1. Profissionalismo

Profissional (empresário), para o Direito Empresarial, é toda PESSOA NATURAL/FÍSICA


(PN) ou PESSOA JURÍDICA (PJ) que exerce, com habitualidade e em nome próprio uma ativi-
dade, pela qual se estabelece e se desenvolve ECONOMICAMENTE.

Na minha experiência como professor de Direito Empresarial, percebi que esse atributo

(profissionalismo) é o “Calcanhar de Aquiles” dos estudantes de Direito. Muitos não enten-

dem o Direito Empresarial por não o compreender. Mas você entenderá.

Pessoa Natural (PN) ou Pessoa Jurídica (PJ)

Antes de eu iniciar a minha explicação, tenho uma pergunta para você. O SILVIO SANTOS É
EMPRESÁRIO? Isso mesmo que você entendeu, o Silvio Santos do SBT é empresário?
Logo menos, responderei essa pergunta, mas guarde a sua resposta que é SIM ou NÃO.

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Veja, diferentemente do Direito do Trabalho, onde empregado é sempre uma pessoa natu-
ral/física; no âmbito do Direito Empresarial, o empresário pode ser uma PN (pessoa natural)
ou uma PJ (pessoa jurídica).
Logo, temos duas espécies de empresários, o empresário PN (pessoa natural), denomina-
do empresário individual, e o empresário PJ (pessoa Jurídica).
A partir de agora, não se esqueça disso pois sempre perguntarei:

Professor, quantas espécies de empresários temos?

Você responderá: Duas, PN (empresário individual) e PJ.


Show! Agora vou te ensinar como diferenciar o empresário PN do empresário PJ.
Aqui temos dois empresários, um PN o outro PJ:

EMPRESÁRIO 1 EMPRESÁRIO 2
PN PJ

Para você compreender isso, deve entender uma velha máxima deste entusiasmado professor:
O empresário pode ser uma PJ, mas nem toda PJ pode ser considerada empresária!

Calma! Quais são as espécies de pessoas jurídicas de direito privado?

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações.
IV – as organizações religiosas;
V – os partidos políticos.
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada.

O que estou querendo dizer é que nem todas as pessoas jurídicas de direito privado po-
dem ser consideradas empresárias:

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• associações;
• fundações;
• organizações religiosas;
• partidos políticos.

Associações, fundações, organizações religiosas e os partidos políticos não podem ser con-
siderados pessoas jurídicas empresárias POR NÃO TEREM FINS LUCRATIVOS.

Ou seja, o empresário pode ser uma PJ, mas apenas nas espécies:
• sociedades;
• EIRELI.

Isso mesmo garoto(a), o empresário será PJ quando estiver trabalhando com sociedades
(S/A, Ltda., Comanditas, Em Nome Coletivo etc.) ou quando estiver frente a frente com uma
EIRELI (empresa individual de responsabilidade limitada).
Logo, se não estiver trabalhando com sociedade ou EIRELI, o empresário será uma PN
(pessoa natural).

EMPRESÁRIO 1 EMPRESÁRIO 2
PN = empresário individual PJ = sociedade ou EIRELI

Se uma PN falar para você que é empresária, pergunte se ela tem um sócio ou se ela
constituiu uma EIRELI. Se a resposta for positiva, ela não é empresária, empresária é pessoa
jurídica (a sociedade ou a EIRELI que participa).
Agora vou responder ao questionamento acima realizado:

O Silvio Santos é Empresário?

Resposta: NÃO!

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É verdade, o Silvio Santos não é empresário! Empresária é a pessoa jurídica da qual ele
compõe o quadro societário, a Silvio Santos Participações S.A.
Farei outra pergunta, e você acertará:

O Bolsonaro, o nosso presidente da República (Jair Messias Bolsonaro), é a UNIÃO?

Claro que não! E tenho certeza de que você acertou! O que não consigo entender é como
você acertou a questão referente ao Direito Público, mas errou quando falei sobre o Direito
Privado, se é a mesma coisa, a mesma lógica.
A União é uma PJ, mas uma PJ de direito público, pelo fato de ela ser uma PJ, você nun-
ca “topará” com a União fazendo cooper num domingo ensolarado. Claro que não! Por isso,
quando trabalhamos com PJ, seja de direito público ou de direito privado, pouco importa, é
necessária uma pessoa natural/física para representá-la.
Na União, temos os Poderes: Executivo / Legislativo / Judiciário.
Como chefe do Poder Executivo temos o nosso presidente (Bolsonaro), quando este san-
ciona uma Medida Provisória, por exemplo, não é ele que está sancionando, é a União Federal
(re)presentada pela figura do chefe do Poder Executivo Federal.
Da mesma maneira, ocorre numa PJ de direito privado, como é o caso de uma socie-
dade, veja:
Numa sociedade temos:
• Fazendo as vezes do Poder Executivo: ADMINISTRAÇÃO;
• Fazendo as vezes do Poder Legislativo: ASSEMBLEIA;
• Fazendo as vezes do Poder Judiciário ou uma espécie de Tribunal de Contas: CONSE-
LHO FISCAL.

PJ de Direito Público – Ex.: União PJ de Direito Privado – Ex.: LTDA, SA


- Poder Executivo – Bolsonaro (representa) - Administração – Administrador, no exemplo, Silvio
- Poder Judiciário Santos (representa).
- Poder Legislativo - Conselho Fiscal
- Assembleia

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Se o Silvio Santos for administrador da PJ Silvio Santos Participações S.A., ele (re)presen-
tará a sociedade, pois será considerado mandatário da sociedade:

Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a
diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios
negócios.
§ 1º Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados
a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar,
de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o
sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de
consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
§2º Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber, as disposições concernentes
ao mandato.

Logo, o Silvio Santos não é empresário, empresária é a Pessoa Jurídica da qual faz parte,
a Silvio Santos Participações S.A.
O que estou falando para você aqui é muito importante, isso deve ficar claro na sua cabeça:
• O empresário pode ser uma PN ou uma PJ;
• Nem toda PJ de direito privado pode ser considerada empresária, somente sociedade
e EIRELI;
• Se estiver falando de sociedade ou EIRELI, empresário não é o sócio ou o administrador,
empresária é a PJ.

Isso é importante, pois a falência é direito do empresário, seja PN ou PJ. Se o empresário for
PJ (sociedade ou EIRELI), quem se submeterá à falência é a PJ, não seus sócios (como regra)
ou seus administradores, haja vista que sócio ou os administradores não são empresários.

SÓCIO E ADMINISTRADOR NÃO SÃO EMPRESÁRIOS.


EMPRESÁRIA É A PJ QUE ELE PARTICIPA OU ADMINISTRA.
QUEM PODE FALIR NO BRASIL (REGRA) É O EMPRESÁRIO (PN OU PJ).

Você não pode confundir empresário com empresa. Falo isso para você, pois muitos têm
o hábito de falar que quem pode falir é a empresa. Jesus toma conta! Nota zero!
Empresário é o sujeito de direito.

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Empresa é a atividade exercida pelo empresário (ex.: produção e venda de pneus).


O direito de falir é do sujeito de direito, o empresário, seja ele PN ou PJ.
Se eu falar para você que sou empresário, eu tenho sócio? Eu sou administrador de uma
sociedade? A resposta é negativa, não! Pois se eu tivesse sócio ou se eu administrasse uma
sociedade, empresária seria a PJ.
Se EU sou empresário, serei empresário PN, posso falir.
Se empresária for a PJ (sociedade ou EIRELI), quem falirá é a PJ empresária.
Por fim, vale destacar que o empresário individual (PN) terá que se registrar na Junta Co-
mercial para exercer a atividade regularmente. Ao ser registrado, ganhará um CNPJ (Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica). O fato de ele ter um CNPJ não faz com que ele tenha uma pes-
soa jurídica blindado seu patrimônio. Ele ganha o CNPJ para ser tributado como uma pessoa
natural equiparada à uma pessoa jurídica. Ou seja, para fins fiscais.

Habitualidade

Outro ponto relevante do profissionalismo é que, para uma pessoa, seja ela PN ou PJ, ser
considerada empresária, ele deve exercer a atividade com habitualidade.
Isso é regra, logo, há exceção.

Exemplo: eu tenho um carro, um Fusca 78, em péssimo estado de conservação e você quer
comprá-lo. Após as tratativas, em que pese o péssimo estado de conservação do carro você
paga, em espécie, o valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais).

Você tem dúvida de que eu obtive lucro?


Claro que não! Mas o simples fato de eu ter obtido lucro faz de mim um empresário?
Não! Para uma pessoa ser empresária, ela tem que exercer a atividade com habitualida-
de. Diferentemente, se eu abrir o portão da minha garagem, fixar um a placa escrita CARROS
USADOS DO EUGÊNIO e, ali, ficar diariamente negociando veículos usados, isso fará de mim
um empresário, pois estarei atuando de forma habitual.
A única exceção é em relação ao empresário PJ:

Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir,
com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resulta-
dos.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.

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É possível a constituição de uma sociedade (PJ) para a realização de um ou mais negó-


cios determinados.

Exemplo: eu e você pretendemos fazer um evento no Estado de Mato Grosso, na capital mato-
-grossense (Cuiabá), uma festa onde terá a apresentação do Wesley Safadão, Alok, Jorge e
Mateus, e assim vai...
Para isso podemos constituir uma sociedade para a realização desse evento específico. Rea-
lizado o evento, se encerrará a sociedade. Teve habitualidade? Não. Mas, mesmo assim, a
nossa sociedade será considerada empresária, a par de faltar habitualidade.

Em Nome Próprio

Ainda no profissionalismo, empresário (PN ou PJ) exerce a atividade em nome próprio,


por isso que um empregado não pode ser considerado empresário, pois ele atua em nome de
outrem, em nome do empresário que pode ser uma PN ou uma PJ.

Profissional (empresário), para o Direito Empresarial, é toda PESSOA NATURAL/FÍSICA (PN)


ou PESSOA JURÍDICA (PJ) que exerce, com habitualidade e em nome próprio uma atividade,
pela qual se estabelece e se desenvolve ECONOMICAMENTE.

2.1.2. Atividade Econômica

O empresário deve exercer uma atividade econômica; ou seja, ele deve agir com animus
lucrandi (intenção de lucro). O lucro não é essencial à atividade empresária, o que é essencial
para a atividade empresária é a intenção de lucro. Se o lucro fosse essencial para a atividade
empresária, não existiria falência.
Com isso você entende o motivo de as fundações, as associações, as organizações reli-
giosas não serem consideradas empresárias, pois não têm fins lucrativos.
É imoral, para o Direito Empresarial, o empresário que faça doações. Tanto isso é verdade
que são ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do

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estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credo-
res a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência
(artigo 129, inciso IV, da Lei 11.101/2005).

2.1.3. Organização

O empresário (PN ou PJ) deve exercer a atividade de forma organizada. É a organização


dos fatores de produção: Capital, Atividade e o Trabalho.

2.1.4. Produção ou Circulação de Bens ou de Serviços

O empresário (PN ou PJ) pode produzir ou circular bens ou serviços. É a produção ou


circulação de bens ou serviços que visa ao mercado, ainda que o mercado tomador seja for-
mado por uma única tomadora.
O empresário deve visar ao mercado. Uma pessoa que produz para o seu próprio deleite
não pode ser considerada empresária.

Exemplo: em Ariquemes/RO tenho um grande amigo, o Idevaldo (apelido: Vardim). O Vardim


é pecuarista, trabalha com cria e recria de gado, ele utiliza o leite das vacas para fabricar
queijos (uma delícia por sinal), mas ele não vende os queijos produzidos. Se você chegar à
fazenda dele, ele já vai te entregar um queijo para comer na sua casa. Veja, o Vardim produz,
mas não pode ser considerado empresário pelo fato de não visar ao mercado. Agora, se ele
montasse uma banca na feira do produtor de Ariquemes/RO para vender seus queijos, aí sim
estaria visando ao mercado, seria considerado empresário.

O empresário visa ao mercado, ainda que o mercado tomador seja formado por uma única
tomadora: Imagine uma indústria automobilística rodeada de metalúrgicas, todas as meta-
lúrgicas produzindo para o abastecimento exclusivo da indústria automobilística. As meta-
lúrgicas estão visando ao mercado, mesmo este sendo formado por uma única tomadora, a
indústria automobilística.

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Agora você conseguirá entender o caput do artigo 966 do Código Civil: Considera-se empre-
sário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.

Para uma pessoa (PN ou PJ) ser considerada empresária ele deve ter os quatro atributos:
Profissionalismo
+
Atividade econômica
+
Organização
+
Produção ou circulação de bens ou de serviços
----------------------------------------------------------------
EMPRESÁRIO (PN ou PJ)
Ou seja, somados os quatro atributos, temos o empresário, seja ele pessoa natural, seja
ele uma pessoa jurídica.
Se faltar um dos atributos, NÃO É EMPRESÁRIO!

É o que, professor?

Não importa nesse momento, o que importa é que não é empresário! Kkkkk

DICA!
Para memorizar os atributos de empresário:
PRO – ATI – O / CIRCU (PROATIO, CIRCU)
PROfissionalismo
ATIvidade econômica
Organizada
produção ou CIRCUlação de bens ou de serviços

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TEORIA SUJEITO REQUISITO (S)


SUBJETIVA BURGUÊS INSCRIÇÃO
(IDADE MÉDIA) CORPORAÇÃO DE
OFÍCIO
OBJETIVA COMERCIANTE PARTICIPAR UM DOS ATOS DE
(ATOS DE COMÉRCIO) COMÉRCIO
FRANÇA
SUBJETIVA MODERNA EMPRESÁRIO PRO-ATI-O/CIRCU
(ITÁLIA)

Que lindo! Em momento algum, o legislador falou que, para uma pessoa ser empresária,
ela precisa estar registrada; logo, o registro é desnecessário para que uma pessoa seja con-
siderada empresária!
Para uma pessoa ser considerada empresária, ela precisa exercer profissionalmente ativi-
dade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

2.2. Excluídos da Compreensão de Empresário


Preciso da sua atenção nesse tópico, haja vista se tratar de exceções, são pessoas que,
mesmo tendo os quatro atributos, não serão consideradas empresárias.
Isso mesmo! Temos pessoas que não serão consideradas empresárias, ainda que tenham
os quatro atributos. Partindo disso, começamos a trabalhar com a famosa sociedade simples.

Como dito:
O empresário pode ser uma PJ, mas nem toda PJ pode ser considerada empresária!
Em se tratando de empresário PJ, trabalhamos apenas com as sociedades e a EIRELI.

Da mesma forma que nem toda PJ de direito privado pode ser considerada empresária,
nem toda sociedade pode ser considerada empresária.
Nós temos dois gêneros de sociedades, as empresárias e as simples.
Você aprenderá agora a diferenciar uma sociedade empresária de uma sociedade sim-
ples. Esse aprendizado é relevante; pois, se estiver diante de uma sociedade simples, esta não
terá os mesmos direitos atribuídos a uma sociedade empresária.

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Uma sociedade simples não pode falir, não pode entrar em recuperação de empresas...
tudo por não ser empresária.
Para diferenciarmos uma sociedade empresária de uma sociedade simples, você utilizará
3 critérios. Explicarei um por um agora:

1º Critério: Objeto

O primeiro passo para você diferenciar uma sociedade empresária de uma sociedade sim-
ples é a análise do objeto da sociedade, caput do artigo 982 do Código Civil:

(CC/2002) Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro ( art. 967 ); e, simples,
as demais.

SOCIEDADE SOCIEDADE
CRITÉRIOS
EMPRESÁRIA SIMPLES
1º CRITÉRIO RESIDUAL TRABALHO
OBJETO (ATIVIDADE PRÓPRIA DE INTELECTUAL
EMPRESÁRIO)

Para entender isso, inicialmente, tem que entender dois conceitos básicos para o Direito
Empresarial, objeto e objetivo.
OBJETO: é a atividade exercida pelo empresário PN (individual) ou PJ (sociedade ou
EIRELI).

Exemplo: podemos constituir uma sociedade para a produção e venda de água mineral. O
objeto da nossa sociedade, a atividade da nossa sociedade será: produção e venda de água
mineral.

OBJETIVO: diferentemente do objeto, objetivo é o lucro almejado.


Portanto, partindo do exemplo dado, se a nossa sociedade tem como objeto a produção e
venda de água mineral, tem como objetivo, por meio da atividade, atingir o lucro.
Assim, o primeiro mecanismo para se diferenciar uma sociedade empresária de uma so-
ciedade simples, é por meio do objeto, da atividade:

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− OBJETO: trabalho intelectual de natureza científica, literária ou artística = SOCIEDA-


DE SIMPLES;
− OBJETO: residual (tudo que não for trabalho intelectual); ou seja, atividade própria
de empresário sujeito a registro = SOCIEDADE EMPRESÁRIA

Para compreender isso temos que fazer a análise de alguns dispositivos legais (e são le-
gais mesmo, são extremamente cobrados no Exame de Ordem!)

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organiza-
da para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza cien-
tífica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercí-
cio da profissão constituir elemento de empresa.

Veja que o legislador no parágrafo único do artigo 966 do Código Civil fala claramente:
NÃO SE CONSIDERA EMPRESÁRIO QUEM EXERCE PROFISSÃO INTELECTUAL, ainda que com
auxílio de colaboradores.
Ele está dizendo que, ainda que a pessoa tenha os quatro atributos (PROATIO, CIRCU), ela
não será considerada empresária.

Exemplo: feche os olhos e se imagine com a vermelhinha na mão, a carteira da OAB, imagine
ainda que eu também seja advogado (não sou, é apenas uma hipótese) e decidimos, juntos,
constituir uma sociedade de advogados. O serviço advocatício é considerado profissão inte-
lectual de natureza científica; logo, a sociedade de advogados não é considerada empresária,
mas uma sociedade simples.
Perceba que a sociedade de advogados exerce com profissionalismo, uma atividade econô-
mica, organizada para a prestação de serviços advocatícios. Tem todos os requisitos, mas,
pelo fato de ser profissão intelectual, é considerada uma sociedade simples.

Com isso você entende o caput do artigo 15 do Estatuto da OAB:

Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia


ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regula-
mento geral.

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E, ainda, o caput do artigo 16 do Estatuto da OAB:

Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advo-
gados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem denomi-
nação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou
titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente
proibida de advogar.

Logo, a sociedade de advogados é uma sociedade simples, ainda que com auxílio de colabo-
radores, por se tratar de uma profissão intelectual de natureza científica e não pode adotar forma
societária empresária; ou seja, a sociedade de advogados não pode ser uma LTDA. uma S/A... a
sociedade de advogados deve adotar a forma simples (artigos 997 a 1.038 do Código Civil).
Outros exemplos de sociedades simples são as clínicas médicas, psiquiátricas, odonto-
lógicas etc.
Mas o parágrafo único do artigo 966 do Código Civil traz uma exceção:

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organiza-
da para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza cien-
tífica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercí-
cio da profissão constituir elemento de empresa.

Cuidado com esse SALVO: Se o exercício da profissão (se o trabalho intelectual) constituir
elemento de empresa, a pessoa será considerada empresária.
Para entender isso, tem que compreender isto:
• TRABALHO INTELECTUAL -> ÁREA FIM -> NÃO É ELEMENTO DE EMPRESA -> SOCIE-
DADE SIMPLES;
• TRABALHO INTELECTUAL -> ÁREA MEIO -> É ELEMENTO DE EMPRESA -> SOCIEDADE
EMPRESÁRIA.

Se o trabalho intelectual estiver na área fim, não será considerado elemento de empresa,
logo, sociedade simples.
Agora, se o trabalho intelectual estiver na área meio, será considerado elemento de em-
presa, a pessoa será considerada empresária.

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Exemplo: o advogado Tício presta serviços na sociedade de advogados Tício e Mévio Advo-
gados Associados.
No escritório de advocacia tem trabalho intelectual, dos advogados, tal trabalho está na área
fim (pois a finalidade de um escritório de advocacia é prestar serviços advocatícios), logo a
sociedade Tício e Mévio Advogados Associados será considerada SOCIEDADE SIMPLES.
De outro canto, o nosso advogado Tício também trabalha no departamento Jurídico do Banco
do Brasil S/A. Em qualquer banco você encontrará um departamento jurídico; logo, em qual-
quer instituição financeira você encontrará trabalho intelectual, dos advogados, mas tal tra-
balho está na área meio; não, na área fim. A área fim de um banco é prestar serviços bancários,
de crédito, de câmbio, essas coisas... Logo o Banco do Brasil é uma sociedade empresária, ele
tem trabalho intelectual (dos advogados), mas tal trabalho está na área meio, sendo conside-
rado, portanto, elemento de empresa.

Se o examinador quiser cobrar essa questão referente ao trabalho intelectual ser ou não ser
elemento de empresa ele falará expressamente:
• exercício da profissão constitui elemento de empresa; ou
• exercício da profissão não constitui elemento de empresa.
Em cada um dos casos você terá uma conclusão:
• exercício da profissão constitui elemento de empresa = empresário;
• exercício da profissão não constitui elemento de empresa = simples.

Questão 3 (FGV/XV/EXAME UNIFICADO) Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional,


atividade intelectual de natureza literária, com a colaboração de auxiliares. O exercício da
profissão constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo
Chaves em nenhum órgão público.
Com base nessas informações e nas disposições do Código Civil, assinale a afirmativa correta.
a) Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza literária.

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b) Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão público.
c) Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta Comercial.
d) Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter pro-
fissional.

Letra c.
Essa questão que foi utilizada para explicar a desnecessidade do registro para uma pessoa
ser considerada empresária, serve também para explicar O PULO DO GATO anterior.
O examinador no início fala que “Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional, atividade
intelectual de natureza literária, com a colaboração de auxiliares”. Até esse momento, você
pensa: “Esse Alfredo aí não é empresário, pois ele exerce atividade intelectual.
Em seguida ele fala: “O exercício da profissão constitui elemento de empresa”. BINGO: Se ele
falou que o exercício da profissão constitui elemento de empresa: EMPRESÁRIO.
O que faz denotar o fato de Alfredo Chaves ser empresário, independentemente da falta de
inscrição na Junta Comercial.

2º Critério: Espécie Societária

O segundo critério para diferenciar uma sociedade empresária de uma sociedade simples é
a espécie societária, pouco importando o objeto, parágrafo único do artigo 982 do Código Civil:

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto
o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro ( art. 967 ); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por
ações; e, simples, a cooperativa.

SOCIEDADE (S) SOCIEDADE


CRITÉRIOS
EMPRESÁRIA (S) SIMPLES
OBJETO RESIDUAL TRABALHO
(ATIVIDADE PRÓPRIA DE INTELECTUAL
EMPRESÁRIO)

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DIREITO EMPRESARIAL
Empresário
Eugênio Brügger

ESPÉCIE SOCIEDADES POR AÇÕES COOPERATIVA


SOCIETÁRIA (S/A e COMANDITA POR
AÇÕES)

Esse segundo critério é tranquilo, basta você identificar:


• S/A ou Comandita por Ações = EMPRESÁRIA
• Cooperativa = SIMPLES

Não existe exceção!


Agora você me responde: Uma cooperativa pode falir?
Não, pois a cooperativa não é empresária.
Muito bem!
Agora: E se for uma cooperativa de crédito, ela poderá falir?
NÃÃÃÃÃÃÃÃO, PROFESSOR! Cooperativa é sempre simples, e a sociedade simples não é
empresária, e falência é direito do empresário (PN ou PJ).
😊 Esse(a) é meu(inha) aluno(a)!
Veja, uma cooperativa atua com: Profissionalismo?
Sim!
Uma atividade econômica?
NÃO! Cooperativa não tem fins lucrativos, nos termos do artigo 3º da Lei 5.764/71:

Art. 3º Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a


contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum,
sem objetivo de lucro.

Ou seja, uma cooperativa jamais pode ser considerada empresária, justamente pela au-
sência de um dos atributos do empresário, a atividade econômica, pois não visa ao lucro.

CUIDADO: Todas as demais sociedades podem ser simples ou empresárias, a diferença estará
no objeto, na atividade: a) Trabalho intelectual: SIMPLES; b) Atividade própria de empresário:
EMPRESÁRIA. Nos termos do artigo 983 do Código Civil:

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Empresário
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Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts.
1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e,
não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.

3º Critério: Registro

O último critério para diferenciar empresário de simples é o registro, registro como


empresário.
Eu disse a você que para uma pessoa ser considerada empresária é desimportante o re-
gistro, para uma pessoa (PN ou PJ) ser considerada empresária basta ela ter o PROATIO,
CIRCU (profissionalismo, atividade econômica, organizada para a produção ou circulação de
bens ou de serviços.
Contudo, há apenas uma exceção pela qual, para ser considerada empresária, a pessoa
(PN ou PJ) necessita do registro, AQUELA QUE EXERCE ATIVIDADE RURAL (RURALISTA), nos
termos dos artigos 971 e caput do artigo 984, todos do Código Civil:

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as
formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para
todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e
seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode,
com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis
da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à socie-
dade empresária.
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de ins-
crição se subordinará, no que for aplicável, às normas que regem a transformação.

SOCIEDADE (S) SOCIEDADE


CRITÉRIOS
EMPRESÁRIA (S) SIMPLES
OBJETO RESIDUAL TRABALHO
(ATIVIDADE PRÓPRIA DE INTELECTUAL
EMPRESÁRIO)
ESPÉCIE SOCIEDADES POR AÇÕES COOPERATIVA
SOCIETÁRIA (S/A e COMANDITA POR
AÇÕES)

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Empresário
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REGISTRO RURALISTA RURALISTA


REGISTRADO NA NÃO REGISTRADO NA
JUNTA COMERCIAL JUNTA COMERCIAL

Por isso, cuidado, aquela pessoa (PN ou PJ) que exerce atividade rural, somente será con-
siderada empresária APÓS SEU REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL.

Questão 4 (FGV/XX/EXAME UNIFICADO/REAPLICAÇÃO SALVADOR/BA) O engenheiro


agrônomo Zacarias é proprietário de quatro fazendas onde ele realiza, em nome próprio, a
exploração de culturas de soja e milho, bem como criação intensiva de gado. A atividade em
todas as fazendas é voltada para exportação, com emprego intenso de tecnologia e insumos
de alto custo. Zacarias não está registrado na Junta Comercial.
Com base nessas informações, é correto afirmar que
a) Zacarias, por exercer empresa em caráter profissional, é considerado empresário indepen-
dentemente de ter ou não registro na Junta Comercial.
b) Zacarias, mesmo que exerça uma empresa, não será considerado empresário pelo fato de
não ter realizado seu registro na Junta Comercial.
c) Zacarias não pode ser registrado como empresário, porque, sendo engenheiro agrônomo,
exerce profissão intelectual de natureza científica, com auxílio de colaboradores.
d) Zacarias é um empresário de fato, por não ter realizado seu registro na Junta Comercial
antes do início de sua atividade, descumprindo obrigação legal.

Letra b.
O examinador foi com a faca nos dentes nessa questão, jogou o Zacarias como engenheiro
agrônomo para que o (a) examinando (a) fosse levado (a) para a hipótese do trabalho intelec-
tual. Contudo foi muito direto em falar que as atividades exercidas por Zacarias eram, cultura
de soja e de milho e, ainda, a criação de gado, atividades rurais e, ainda, afirmou: Zacarias não
está registrado na Junta Comercial.
Consequentemente, não resta dúvida, GABARITO: Alternativa “B”.

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DICA!
Empresário e Sociedade Empresária -> Registro na Junta Co-
mercial
(Registro Público de Empresas Mercantis)
Sociedade Simples -> Registro no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas (RCPJ)

Cuidado! Nem toda sociedade simples será registrada no RCPJ:


Exceções:
• COOPERATIVA -> JUNTA COMERCIAL (§6º do artigo 18 da Lei 5.764/71);
• SOCIEDADE DE ADVOGADOS -> Conselho Seccional da OAB da base territorial.
(§1º do artigo 15 do Estatuto da OAB)

2.3. Impedidos de Serem Empresários

As pessoas impedidas de serem empresárias são aquelas PN’s que não podem ser em-
presárias.
Como você sabe, há duas espécies de empresário, PN e PJ. Sabe que nem toda PJ de di-
reito privado pode ser considerada empresária, somente as sociedades e a EIRELI. Sabe, ain-
da, que nem toda sociedade é considerada empresária, as sociedades podem ser empresárias
ou simples, como visto no ponto anterior (2.2).
Beleza! Em se tratando de empresário PN, a história não é muito diferente, pois nem todas
as pessoas naturais (físicas) pode ser empresárias.

Exemplos: magistrados; membros do Ministério Público; servidores públicos; militares da


ativa; padres; pastores; rabinos; falido enquanto não extintas as suas obrigações e reabilita-
do para o exercício de atividade empresária.

Essas pessoas não podem ser empresárias.

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Elas podem ser sócias de uma sociedade empresária, pois o sócio não é empresário, empre-
sária é a sociedade, a PJ.

As pessoas impedidas não podem ser empresárias.


Podem ser sócias, mas não podem administrar a sociedade e não podem ser sócias com
responsabilidade ilimitada.

Professor, e se uma pessoa impedida, um magistrado por exemplo, exercer pessoalmente


atividade econômica, organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços?

O examinador pode te perguntar isso, e forçar você a marcar que os atos praticados pelas
pessoas impedidas são inexistentes, nulos ou sem eficácia. Não é assim!
A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer,
responderá pelas obrigações contraídas (artigo 973 do Código Civil).

Questão 5 (FGV/XIII/EXAME UNIFICADO) Olímpio Noronha é servidor público militar ativo


e, concomitantemente, exerce pessoalmente atividade econômica organizada sem ter sua
firma inscrita na Junta Comercial.
Em relação às obrigações assumidas por Olímpio Noronha, assinale a alternativa correta.
a) São válidas tanto as obrigações assumidas no exercício da empresa quanto estranhas a
essa atividade e por elas Olímpio Noronha responderá ilimitadamente.
b) São nulas todas as obrigações assumidas, porque Olímpio Noronha não pode ser empre-
sário concomitantemente com o serviço público militar.
c) São válidas apenas as obrigações estranhas ao exercício da empresa, pelas quais Olímpio
Noronha responderá ilimitadamente; as demais são nulas.

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d) São válidas apenas as obrigações relacionadas ao exercício da empresa e por elas Olímpio
Noronha responderá limitadamente; as demais são anuláveis.

Letra a.
Se Olímpio Noronha é militar da ativa, é impedido de ser empresário, partindo dessa premissa,
a alternativa “B” deve ser descartada pois fala que as obrigações assumidas “são nulas”.
A alternativa “C” e “D” limitam algumas atividades válidas outras nulas ou anuláveis.
Por fim, a alternativa a ser assinalada “A”, todas as obrigações são válidas e, por elas, respon-
derá ilimitadamente.

2.4. Capacidade para Ser Empresário (PN)

Nesse ponto, trabalharemos com a capacidade para ser empresário pessoa natural. Não
há falar em capacidade para ser empresário PJ, pois esta, quando “nasce” (no registro) já de-
tém capacidade civil plena.

2.4.1 Regra

Como regra, somente pode ser considerada empresária a pessoa com 18 anos de idade,
nos termos do caput do artigo 5º do Código Civil.

2.4.2 Exceção (Emancipação)

A emancipação é a antecipação da capacidade civil plena. A emancipação não faz com


que a pessoa natural se torne maior, pois a maioridade somente é adquirida aos 18 anos.
A pessoa emancipada, enquanto não atingir 18 anos, continua menor, mas capaz por
emancipação.
O parágrafo único do artigo 5º do Código Civil, arrola as hipóteses de emancipação:

Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.

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Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:


I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, inde-
pendentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Quero destacar o inciso V do parágrafo único do artigo 5º do Código Civil: Cessará, para
os menores, a incapacidade pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos
tenha economia própria.
Ou seja, o RELATIVAMENTE INCAPAZ (maior de 16 anos e menor que 18 anos) se tornará
emancipado se constituir estabelecimento empresarial com economia própria.
Veja o termo ECONOMIA PRÓPRIA, isso quer dizer que ele, o relativamente incapaz, não
“ganhou” o estabelecimento do pai, tampouco o recebeu de herança, o relativamente incapaz
constituiu com economia própria, com esforço próprio, e não precisa de autorização judicial.
Você não pode confundir o inciso V do parágrafo único do artigo 5º com o artigo 974 todos
do Código Civil.

DICA!
Artigo 974 do Código Civil:
Esse artigo te responderá dois questionamentos:

PERGUNTA 1: Pode um incapaz (ABSOLUTAMENTE ou RELATIVAMENTE) continuar uma


atividade antes exercida por ele enquanto capaz?
PERGUNTA 2: Pode um incapaz (ABSOLUTAMENTE ou RELATIVAMENTE) continuar uma
atividade antes exercida pelo autor da herança?
Em se tratando da pergunta 1, ela trata de uma incapacidade superveniente. Eu, Eugênio
Brugger, sou empresário (PN – empresário individual), durante o exercício da minha atividade
fiquei louco ao ponto de não conseguir exprimir a minha vontade. A pergunta é: Posso conti-
nuar a atividade que eu exercia enquanto capaz?

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No que tange à pergunta 2, ela trata do caso de sucessão hereditária. Eu, Eugênio Brugger,
sou empresário (PN – empresário individual), durante o exercício da minha atividade morri,
“bati as botas”. A pergunta é: Meu filho, Geninho com 5 anos de idade, pode continuar a ativi-
dade antes exercida por mim, autor da herança?
Perceba que, diferentemente do que acontece na hipótese do inciso V do parágrafo único
do artigo 5º do Código Civil, aqui você trabalha com ABSOLUTAMENTE ou RELATIVAMENTE
INCAPAZ, o qual perdeu a capacidade ou “recebeu” a atividade por herança.
As respostas para os questionamentos são praticamente as mesmas:
PERGUNTA 1: Pode um incapaz (ABSOLUTAMENTE ou RELATIVAMENTE) continuar uma
atividade antes exercida por ele enquanto capaz?
Sim, desde que tenha autorização judicial, o juiz expedirá alvará contendo os eventuais
bens desafetados (os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da interdição, desde que es-
tranhos ao acervo daquela) e nomeará curador.
Se o curador for pessoa impedida de exercer atividade empresária (um servidor público,
por exemplo), nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
O curador continuará responsável solidariamente com o (s) gerente (s) nomeado (s) pelos
atos por este (s) praticado.
PERGUNTA 2: Pode um incapaz (ABSOLUTAMENTE ou RELATIVAMENTE) continuar uma
atividade antes exercida pelo autor da herança?
Sim, desde que tenha autorização judicial, o juiz expedirá alvará contendo os eventuais
bens desafetados (os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da interdição, desde que es-
tranhos ao acervo daquela) e nomeará tutor.
Se o tutor for pessoa impedida de exercer atividade empresária (um magistrado, por exem-
plo), nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
O tutor continuará responsável solidariamente com o (s) gerente (s) nomeado (s) pelos
atos por este (s) praticado.
Código Civil:

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a em-
presa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos
riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser

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revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem
prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da
sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do
alvará que conceder a autorização.
§3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar
contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos,
de forma conjunta, os seguintes pressupostos:
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade;
II – o capital social deve ser totalmente integralizado;
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser repre-
sentado por seus representantes legais.
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não
puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
§1º Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser conve-
niente.
§2º A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do interdito da res-
ponsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.
Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de even-
tual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante do
incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.

Questão 6 (FGV/IX/EXAME UNIFICADO/REAPLICAÇÃO IPATINGA/MG) Sobre o exercício da


empresa por incapaz, assinale a afirmativa correta.
a) O incapaz deverá estar representado ou ser devidamente assistido, ter no mínimo 10 (dez)
anos de idade e ser autorizado pelo Registro Público de Empresas Mercantis.
b) Os bens que o incapaz já possuía ao tempo da incapacidade ou interdição ficam sujeitos
aos resultados da empresa, desde que estranhos ao acervo desta.
c) O alvará de autorização e a eventual revogação deste serão inscritos ou averbados no Re-
gistro Civil de Pessoas Naturais e publicados na imprensa oficial.
d) Se o representante ou assistente do incapaz for um servidor público em atividade, será
nomeado, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.

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Empresário
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Letra d.
a) Errada. No caso do artigo 974 do Código Civil, não há falar em idade mínima.
b) Errada. Se os bens do incapaz são estranhos à empresa, não ficam sujeitos aos resultados
dela (§ 2º do artigo 974 do Código Civil).
c) Errada. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a
de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas
Mercantis (artigo 976 do Código Civil).
d) Certa. Vide Artigo 975 do Código Civil.

2.5. Empresário Casado

Alguns artigos devem ser levantados em relação ao empresário casado. Claro que, se
estou falando de empresário casado, estou falando de empresário PN, empresário individual,
diante do fato de o casamento ser ato próprio de pessoa natural.
Código Civil:

Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o re-
gime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas
Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou
legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de
reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro
Público de Empresas Mercantis.

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RESUMO
Teorias do Direito Empresarial (SU-O/SU-MO)

Teoria SUbjetiva: o sujeito de direito era o burguês (única pessoa que poderia exercer ati-
vidade mercantil). Na idade média, para a pessoa ser considerada burguesa, ela tinha que se
inscrever na corporação de ofício, na qualidade de aprendiz, para só então chegar à condição
de burguesa. As finalidades do Direito Mercantil eram: proteger a classe burguesa, ga-
rantir o oligopólio no exercício da profissão.
Teoria Objetiva: Surge na França com a Revolução Francesa, juntamente com os concei-
tos de liberdade, fraternidade e igualdade (diferença entre a teoria subjetiva, pois não haveria
igualdade se o Direito protegesse apenas a classe burguesa e sim, a todos por conta da iso-
nomia). Essa teoria recebeu o nome de teoria dos atos de comércio (Napoleão Bonaparte),
pois, de acordo com essa teoria, a lei iria definir o rol de atos de comércio. Ex.: venda, revenda,
atividades circenses e etc. Se qualquer pessoa praticasse pelo menos um dos atos, era auto-
maticamente considerada comerciante e teria proteção da lei.
E o Brasil? Adotou-se a teoria dos atos de comércio.
Código Comercial de 1850 era dividido em 3 partes:
• Comércio (em geral) – com o advento do código de 2002, a parte primeira do Código
Comercial foi revogada;
• Comércio marítimo – o Código Comercial ainda existe, mas só a sua 2ª parte, pois as
outras foram revogadas;
• Quebra (Falência) –a parte terceira do Código Comercial foi revogada e vigeu no Brasil,
o Decreto 7.661/45, o antigo procedimento falimentar, mas foi revogado, e hoje, temos
a Lei 11.101/2005.

Teoria SUbjetiva MOderna: Surgiu na Itália, o Brasil, com o Código Civil de 2002, adotou
essa teoria, a teoria da empresa, onde o sujeito de direito é o empresário.

Empresário

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organiza-
da para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

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Empresário
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Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza cien-
tífica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercí-
cio da profissão constituir elemento de empresa.

Atributos (Art. 966, CC) – PROATIO-CIRCU

PROfissionalismo: profissional é toda pessoa natural ou jurídica que exerce com habi-
tualidade e em nome próprio uma atividade, por meio da qual se estabelece e se desenvolve
financeiramente/economicamente. Nem toda pessoa jurídica pode ser empresária, somente
sociedades e EIRELI. Atenção! Os sócios não são empresários, quem é empresário é a pessoa
jurídica (sociedade/EIRELI).

Pessoa Jurídica de Direito Público – União Pessoa Jurídica de Direito Privado – LTDA, SA
- Poder Executivo – Bolsonaro (representa) - Administração – Administrador, no exemplo, Silvio
- Poder judiciário Santos (representa).
- Poder legislativo - Conselho Fiscal
- Assembleia

O fato de um empresário individual (pessoa natural) ter CNPJ, não o torna Pessoa Jurídica.
ATIvidade econômica: a pessoa tem que ter intenção de lucro animus lucrandi.
Organização: organização dos fatores de produção. Organização do capital, atividade e
trabalho (pode ser próprio do empresário e/ou de terceiros, empregados). Fabio Ulhôa fala
que organização, é organização do trabalho alheio. Haroldo Malheiros diz que organização é
organização dos fatores de produção – capital, atividade e trabalho.

Exemplo: vendedor de pano de chão alvejado.

Produção ou CIRCUlação de bens ou serviços: que visa ao mercado ainda que o mercado
tomador seja formado por uma única tomadora. Ex.: fábrica da Fiat, ao seu redor, há diversas
metalúrgicas. As metalúrgicas fornecem peças exclusivamente à Fiat, ou seja, eles só forne-
cem exclusivamente a Fiat (única tomadora). Não é necessário haver vários tomadores, só 1
já é suficiente.

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 Obs.: para uma pessoa ser considerada empresária, ela deve ter todos os atributos; contu-
do, nem toda pessoa natural ou jurídica, que tem os quatros atributos, será conside-
rada empresária.

Excluídos (Sociedade Simples): São pessoas que podem ter todos os atributos, mas estão
excluídos dos considerados empresários:
Quanto ao objeto (art. 966, p. único, CC):

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza cien-
tífica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercí-
cio da profissão constituir elemento de empresa.

A FGV gosta de trocar a palavra “salvo” por “ainda” o que está ERRADO.

 Obs.: a sociedade de advogados é uma sociedade simples.

Elementos de empresa: capital, atividade econômica e o trabalho. Se o trabalho intelectual


constituir o elemento empresa, não será sociedade simples, será sociedade empresária.
• se o trabalho intelectual estiver na área fim, ele não será considerado elemento empre-
sa, sociedade simples;
• se o trabalho intelectual estiver na área meio, ele será considerado elemento empresa,
sendo sociedade empresária.

Exemplos: Rita é advogada, trabalha num escritório de advocacia, neste o trabalho intelectu-
al da advogada Rita está na área fim; portanto, a sociedade de advogados é uma sociedade
simples. Rita é advogada e trabalha no departamento jurídico do Banco do Brasil. O Banco
do Brasil, como qualquer outra instituição financeira, tem um departamento jurídico onde tra-
balham seus advogados. O trabalho intelectual dos advogados no banco está na área meio
deste, sendo considerado, portanto, elemento de empresa. Logo, toda instituição financeira
é considerada sociedade empresária a par de ter, em sua área meio, trabalho intelectual dos
advogados.

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Para saber se será aplicado os atributos de sociedade empresária ou sociedade simples, é


necessário observar todos os requisitos (atributos), ou seja: PROATIO – CIRCU

Quatro tributos para ser considerado empresário:


• profissionalismo;
• atividade econômica;
• organização;
• produção ou circulação de bens ou serviços.

Em seguida, se a pessoa exerce atividade intelectual de natureza:


• científica;
• literária;
• ou artística.

Se exercer, ela não será considerada empresária.


E, por fim, analisar se o trabalho intelectual constitui ou não, elemento empresa:
• Estando na área fim área fim – não é elemento de empresa – sociedade simples;
• Estando na área meio – é elemento de empresa – sociedade empresária.

Quanto ao tipo societário: independentemente do objeto social, considera-se:


• Empresárias:
– Sociedade Anônima S/A;
– Comandita por Ações – serve para nada, só pra cair em prova de concurso;
• Simples:
– Cooperativa

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por ob-
jeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as
demais.

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Empresário
Eugênio Brügger

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por


ações; e, simples, a cooperativa.

 Obs.: FGV
 Toda sociedade anônima é empresária, sem exceções.
 Uma S/A nunca pode ser uma sociedade simples.
 Uma LTDA pode ser simples, mas será necessário observar seu objeto.

Exemplo: clínica odontológica, não pode falir porque é sociedade simples, trabalho intelectu-
al.

Ruralista:
• Pode ser empresária ou simples, escolha do ruralista.
• A pessoa que exerce atividade rural, para ser considerada empresária deve se registrar
na Junta Comercial (Art.971,984, CC)

SOCIEDADE (S) SOCIEDADE


CRITÉRIOS
EMPRESÁRIA (S) SIMPLES
OBJETO RESIDUAL TRABALHO
(ATIVIDADE PRÓPRIA DE INTELECTUAL
EMPRESÁRIO)
ESPÉCIE SOCIEDADES POR AÇÕES COOPERATIVA
SOCIETÁRIA (S/A e COMANDITA POR
AÇÕES)
REGISTRO RURALISTA RURALISTA
REGISTRADO NA NÃO REGISTRADO NA
JUNTA COMERCIAL JUNTA COMERCIAL

Impedidos

São pessoas naturais que não podem ser empresárias.

Art. 129, IV – São ineficazes em relação à massa falida, a prática de atos a título gratuito, desde 2
(dois) anos antes da decretação da falência.

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Empresário
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 Obs.: juiz, promotor, padre, servidor público, falido, militar da ativa, não podem ser empresá-
rios. Entretanto, podem ser sócios, mas não podem administrar a sociedade ou serem
sócios com responsabilidade ilimitada (comanditado). Pois sócio não é empresário,
empresária é a sociedade, a pessoa jurídica.

Os atos praticados por pessoa impedida de ser empresária (pessoa natural) existem, são
validos e surtem efeitos.

Capacidade para ser Empresário (Pessoa Natural)

Regra: 18 anos.
Exceção: emancipação.

Artigos 974, 975 e 976 do Código Civil:


Pode um incapaz (absolutamente ou relativamente incapaz) continuar uma atividade empresária
antes exercida por ele enquanto capaz? Sim. Desde que tenha autorização judicial. Será nomeado
curador. Se o curador for impedido, será nomeado gerente.
Pode um incapaz (absolutamente ou relativamente incapaz) continuar uma atividade empresária
antes exercida pelo autor da herança? Sim. Desde que tenha autorização judicial. Será nomeado
tutor. Se o tutor for impedido, será nomeado gerente.

Obs.: se o gerente causar prejuízo ao incapaz, o tutor/curador responderá solidariamen-


te pelos prejuízos causados. O juiz expedirá um alvará com os bens desafetados,
aqueles bens do incapaz que não estão no risco da atividade, estranho ao patrimô-
nio da empresa.

Empresário Casado

Código Civil:
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o re-
gime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas
Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou
legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de
reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro
Público de Empresas Mercantis.

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MAPA MENTAL

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Empresário
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FGV/V/EXAME UNIFICADO) Em relação à incapacidade e proibição para o exer-
cício da empresa, assinale a alternativa correta.
a) Caso a pessoa proibida de exercer a atividade de empresário praticar tal atividade, deverá
responder pelas obrigações contraídas, podendo até ser declarada falida.
b) Aquele que tenha impedimento legal para ser empresário está impedido de ser sócio ou
acionista de uma sociedade empresária.
c) Entre as pessoas impedidas de exercer a empresa está o incapaz, que não poderá exercer
tal atividade.
d) Por se tratar de matéria de ordem pública e considerando que a continuação da empresa
interessa a toda a sociedade, quer em razão da arrecadação de impostos, quer em razão da
geração de empregos, caso a pessoa proibida de exercer a atividade empresarial o faça, po-
derá requerer a recuperação judicial.

Questão 2 (FGV/IX/EXAME UNIFICADO/REAPLICAÇÃO IPATINGA/MG) Sobre o exercício da


empresa por incapaz, assinale a afirmativa correta.
a) O incapaz deverá estar representado ou ser devidamente assistido, ter no mínimo 10 (dez)
anos de idade e ser autorizado pelo Registro Público de Empresas Mercantis.
b) Os bens que o incapaz já possuía ao tempo da incapacidade ou interdição ficam sujeitos
aos resultados da empresa, desde que estranhos ao acervo desta.
c) O alvará de autorização e a eventual revogação deste serão inscritos ou averbados no Re-
gistro Civil de Pessoas Naturais e publicados na imprensa oficial.
d) Se o representante ou assistente do incapaz for um servidor público em atividade, será
nomeado, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.

Questão 3 (FGV/XIII/EXAME UNIFICADO) Olímpio Noronha é servidor público militar ativo


e, concomitantemente, exerce pessoalmente atividade econômica organizada sem ter sua
firma inscrita na Junta Comercial.
Em relação às obrigações assumidas por Olímpio Noronha, assinale a alternativa correta.

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Empresário
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a) São válidas tanto as obrigações assumidas no exercício da empresa quanto estranhas a


essa atividade e por elas Olímpio Noronha responderá ilimitadamente.
b) São nulas todas as obrigações assumidas, porque Olímpio Noronha não pode ser empre-
sário concomitantemente com o serviço público militar.
c) São válidas apenas as obrigações estranhas ao exercício da empresa, pelas quais Olímpio
Noronha responderá ilimitadamente; as demais são nulas.
d) São válidas apenas as obrigações relacionadas ao exercício da empresa e por elas Olímpio
Noronha responderá limitadamente; as demais são anuláveis.

Questão 4 (FGV/XV/EXAME UNIFICADO) Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional,


atividade intelectual de natureza literária, com a colaboração de auxiliares. O exercício da
profissão constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo
Chaves em nenhum órgão público.
Com base nessas informações e nas disposições do Código Civil, assinale a afirmativa correta.
a) Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza literária.
b) Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão público.
c) Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta Comercial.
d) Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter profissional.

Questão 5 (FGV/XVII/EXAME UNIFICADO) Paulo, casado no regime de comunhão parcial


com Jacobina, é empresário enquadrado como microempreendedor individual (MEI). O varão
pretende gravar com hipoteca o imóvel onde está situado seu estabelecimento, que serve
exclusivamente aos fins da empresa. De acordo com o Código Civil, assinale a opção correta.
a) Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens,
gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento.
b) Paulo não pode, sem a outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que integram o
seu estabelecimento, salvo no regime de separação de bens.
c) Paulo, qualquer que seja o regime de bens, depende de outorga conjugal para gravar com
hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento.
d) Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que
integram o seu estabelecimento, salvo no regime da comunhão universal.

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Empresário
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Questão 6 (FGV/XVII/EXAME UNIFICADO) Assinale a alternativa correta em relação aos


conceitos de empresa e empresário no Direito Empresarial.
a) Empresa é a sociedade com ou sem personalidade jurídica; empresário é o sócio da
empresa, pessoa natural ou jurídica com responsabilidade limitada ao valor das quotas
integralizadas.
b) Empresa é qualquer atividade econômica destinada à produção de bens; empresário é a
pessoa natural que exerce profissionalmente a empresa e tenha receita bruta anual de até R$
100.000,00 (cem mil reais).
c) Empresa é a atividade econômica organizada para a produção e/ou a circulação de bens e
de serviços; empresário é o titular da empresa, quem a exerce em caráter profissional.
d) Empresa é a repetição profissional dos atos de comércio ou mercancia; empresário é a
pessoa natural ou jurídica que pratica de modo habitual tais atos de comércio.

Questão 7 (FGV/XX/EXAME UNIFICADO) Maria, empresária individual, teve sua interdição


decretada pelo juiz a pedido de seu pai, José, em razão de causa permanente que a impede de
exprimir sua vontade para os atos da vida civil.
Sabendo-se que José, servidor público federal na ativa, foi nomeado curador de Maria, assi-
nale a afirmativa correta.
a) É possível a concessão de autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Ma-
ria; porém, diante do impedimento de José para exercer atividade de empresário, este nome-
ará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
b) A interdição de Maria por incapacidade traz como efeito imediato a extinção da empresa,
cabendo a José, na condição de pai e curador, promover a liquidação do estabelecimento.
c) É possível a concessão de autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Maria
antes exercida por ela enquanto capaz, devendo seu pai, José, como curador e representante,
assumir o exercício da empresa.
d) Poderá ser concedida autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Maria,
porém ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que Maria já possuía ao tempo da
interdição, tanto os afetados quanto os estranhos ao acervo daquela.

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Empresário
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Questão 8 (FGV/XX/EXAME UNIFICADO/REAPLICAÇÃO SALVADOR/BA) O engenheiro


agrônomo Zacarias é proprietário de quatro fazendas onde ele realiza, em nome próprio, a
exploração de culturas de soja e milho, bem como criação intensiva de gado. A atividade em
todas as fazendas é voltada para exportação, com emprego intenso de tecnologia e insumos
de alto custo. Zacarias não está registrado na Junta Comercial.
Com base nessas informações, é correto afirmar que
a) Zacarias, por exercer empresa em caráter profissional, é considerado empresário indepen-
dentemente de ter ou não registro na Junta Comercial.
b) Zacarias, mesmo que exerça uma empresa, não será considerado empresário pelo fato de
não ter realizado seu registro na Junta Comercial.
c) Zacarias não pode ser registrado como empresário, porque, sendo engenheiro agrônomo,
exerce profissão intelectual de natureza científica, com auxílio de colaboradores.
d) Zacarias é um empresário de fato, por não ter realizado seu registro na Junta Comercial
antes do início de sua atividade, descumprindo obrigação legal.

Questão 9 (FGV/XXII/EXAME UNIFICADO) Fagundes e Pilar são noivos e pretendem se ca-


sar adotando o regime de separação de bens mediante celebração de pacto antenupcial. Fa-
gundes é empresário individual e titular do estabelecimento Borracharia Dona Inês Ltda. ME.
Celebrado o pacto antenupcial entre os nubentes, o advogado contratado por Fagundes pro-
videnciará o arquivamento e a averbação do documento
a) no Registro Público de Empresas Mercantis e a publicação na imprensa oficial.
b) no Registro Público de Empresas Mercantis e no Registro Civil de Pessoas Naturais.
c) no Registro Civil de Pessoas Naturais e a publicação na imprensa oficial.
d) no Registro Público de Empresas Mercantis e no Registro Civil de Títulos e Documentos.

Questão 10 (FGV/XXVII/EXAME UNIFICADO) Roberto desligou-se de seu emprego e decidiu


investir na construção de uma hospedagem do tipo pousada no terreno que possuía em Mati-
nhos. Roberto contratou um arquiteto para mobiliar a pousada, fez cursos de hotelaria e, com
os ensinamentos recebidos, contratou empregados e os treinou. Ele também contratou um
desenvolvedor de sites de Internet e um profissional de marketing para divulgar sua pousada.

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Desde então, Roberto dedica-se exclusivamente à pousada, e os resultados são promissores.


A pousada está sempre cheia de hóspedes, renovando suas estratégias de fidelização; em
breve, será ampliada em sua capacidade.
Considerando a descrição da atividade econômica explorada por Roberto, assinale a afirma-
tiva correta.
a) A atividade não pode ser considerada empresa em razão da falta tanto de profissionalismo
de seu titular quanto de produção de bens.
b) A atividade não pode ser considerada empresa em razão de a prestação de serviços não
ser um ato de empresa.
c) A atividade pode ser considerada empresa, mas seu titular somente será empresário a par-
tir do registro na Junta Comercial.
d) A atividade pode ser considerada empresa e seu titular, empresário, independentemente de
registro na Junta Comercial.

Questão 11 (FGV/XXIX/EXAME UNIFICADO) Luzia Betim pretende iniciar uma sociedade


empresária em nome próprio. Para tanto, procura assessoria jurídica quanto à necessidade
de inscrição no Registro Empresarial para regularidade de exercício da empresa.
Na condição de consultor(a), você responderá que a inscrição do empresário individual é
a) dispensada até o primeiro ano de início da atividade, sendo obrigatória a partir de então.
b) obrigatória antes do início da atividade.
c) dispensada, caso haja opção pelo enquadramento como microempreendedor individual.
d) obrigatória, se não houver enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte.

Questão 12 (128º OAB/SP/2006/ILUSTRATIVA) O Código Comercial, sancionado em 1850


a) foi totalmente revogado.
b) foi parcialmente revogado, mantendo-se vigentes apenas os dispositivos que regem os
contratos e obrigações mercantis e o comércio marítimo.
c) não foi revogado.
d) foi parcialmente revogado, mantendo-se vigentes apenas os dispositivos que regem o co-
mércio marítimo.

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GABARITO
1. a
2. d
3. a
4. c
5. a
6. c
7. a
8. b
9. b
10. d
11. b
12. d

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FGV/V/EXAME UNIFICADO) Em relação à incapacidade e proibição para o exer-
cício da empresa, assinale a alternativa correta.
a) Caso a pessoa proibida de exercer a atividade de empresário praticar tal atividade, deverá
responder pelas obrigações contraídas, podendo até ser declarada falida.
b) Aquele que tenha impedimento legal para ser empresário está impedido de ser sócio ou
acionista de uma sociedade empresária.
c) Entre as pessoas impedidas de exercer a empresa está o incapaz, que não poderá exercer
tal atividade.
d) Por se tratar de matéria de ordem pública e considerando que a continuação da empresa
interessa a toda a sociedade, quer em razão da arrecadação de impostos, quer em razão da
geração de empregos, caso a pessoa proibida de exercer a atividade empresarial o faça, po-
derá requerer a recuperação judicial.

Letra A
Nos termos do artigo 973 do Código Civil:

A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá


pelas obrigações contraídas.

Podendo, inclusive, ser decretada a sua falência. O impedido não poderá pedir a falência de
outro empresário, por estar exercendo atividade econômica irregularmente (§1ª do artigo
97 da Lei 11.101/2005), mas poderá ter a sua falência decretada (artigos 105 a 107 da Lei
11.101/2005).

Questão 2 (FGV/IX/EXAME UNIFICADO/REAPLICAÇÃO IPATINGA/MG) Sobre o exercício da


empresa por incapaz, assinale a afirmativa correta.
a) O incapaz deverá estar representado ou ser devidamente assistido, ter no mínimo 10 (dez)
anos de idade e ser autorizado pelo Registro Público de Empresas Mercantis.
b) Os bens que o incapaz já possuía ao tempo da incapacidade ou interdição ficam sujeitos
aos resultados da empresa, desde que estranhos ao acervo desta.

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c) O alvará de autorização e a eventual revogação deste serão inscritos ou averbados no Re-


gistro Civil de Pessoas Naturais e publicados na imprensa oficial.
d) Se o representante ou assistente do incapaz for um servidor público em atividade, será
nomeado, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.

Letra d.
De acordo com o art. 975 do Código Civil:

Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exer-
cer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.

Questão 3 (FGV/XIII/EXAME UNIFICADO) Olímpio Noronha é servidor público militar ativo


e, concomitantemente, exerce pessoalmente atividade econômica organizada sem ter sua
firma inscrita na Junta Comercial.
Em relação às obrigações assumidas por Olímpio Noronha, assinale a alternativa correta.
a) São válidas tanto as obrigações assumidas no exercício da empresa quanto estranhas a
essa atividade e por elas Olímpio Noronha responderá ilimitadamente.
b) São nulas todas as obrigações assumidas, porque Olímpio Noronha não pode ser empre-
sário concomitantemente com o serviço público militar.
c) São válidas apenas as obrigações estranhas ao exercício da empresa, pelas quais Olímpio
Noronha responderá ilimitadamente; as demais são nulas.
d) São válidas apenas as obrigações relacionadas ao exercício da empresa e por elas Olímpio
Noronha responderá limitadamente; as demais são anuláveis.

Letra a.
Nos termos do artigo 973 do Código Civil:

A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá


pelas obrigações contraídas.

Podendo, inclusive, ser decretada a sua falência. O impedido não poderá pedir a falência de
outro empresário, por estar exercendo atividade econômica irregularmente (§1ª do artigo
97 da Lei 11.101/2005), mas poderá ter a sua falência decretada (artigos 105 a 107 da Lei
11.101/2005).

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Questão 4 (FGV/XV/EXAME UNIFICADO) Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional,


atividade intelectual de natureza literária, com a colaboração de auxiliares. O exercício da
profissão constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo
Chaves em nenhum órgão público.
Com base nessas informações e nas disposições do Código Civil, assinale a afirmativa correta.
a) Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza literária.
b) Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão público.
c) Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta Comercial.
d) Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter pro-
fissional.

Letra c.
O registro, como regra (salvo para aquela pessoa que exerce atividade rural) não é requisito
para uma pessoa ser considerada empresária.
Os requisitos de empresário são PRO-ATI-O/CIRCU (profissionalismo, atividade econômica,
organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços), em conformidade com o
caput do artigo 966 do Código Civil: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Principalmente pelo fato de a atividade intelectual de natureza literária de Alfredo ser con-
siderada elemento de empresa, nos termos da parte final do parágrafo único do artigo 966
do Código Civil: Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se
o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

Questão 5 (FGV/XVII/EXAME UNIFICADO) Paulo, casado no regime de comunhão parcial


com Jacobina, é empresário enquadrado como microempreendedor individual (MEI). O varão
pretende gravar com hipoteca o imóvel onde está situado seu estabelecimento, que serve
exclusivamente aos fins da empresa. De acordo com o Código Civil, assinale a opção correta.
a) Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens,
gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento.

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b) Paulo não pode, sem a outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que integram o
seu estabelecimento, salvo no regime de separação de bens.
c) Paulo, qualquer que seja o regime de bens, depende de outorga conjugal para gravar com
hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento.
d) Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que
integram o seu estabelecimento, salvo no regime da comunhão universal.

Letra a.
Artigo 978 do Código Civil:

O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de
bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.

Questão 6 (FGV/XVII/EXAME UNIFICADO) Assinale a alternativa correta em relação aos


conceitos de empresa e empresário no Direito Empresarial.
a) Empresa é a sociedade com ou sem personalidade jurídica; empresário é o sócio da empresa,
pessoa natural ou jurídica com responsabilidade limitada ao valor das quotas integralizadas.
b) Empresa é qualquer atividade econômica destinada à produção de bens; empresário é a
pessoa natural que exerce profissionalmente a empresa e tenha receita bruta anual de até R$
100.000,00 (cem mil reais).
c) Empresa é a atividade econômica organizada para a produção e/ou a circulação de bens e
de serviços; empresário é o titular da empresa, quem a exerce em caráter profissional.
d) Empresa é a repetição profissional dos atos de comércio ou mercancia; empresário é a
pessoa natural ou jurídica que pratica de modo habitual tais atos de comércio.

Letra c.
Como ensina Edilson Enedino das Chagas (2019),

À atividade exercida pelo empresário dá-se o nome de empresa, que constitui o objeto do direito
empresarial.

Empresário: sujeito de direito.


Empresa: atividade econômica (objeto) exercido (a) pelo empresário.

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Questão 7 (FGV/XX/EXAME UNIFICADO) Maria, empresária individual, teve sua interdição


decretada pelo juiz a pedido de seu pai, José, em razão de causa permanente que a impede de
exprimir sua vontade para os atos da vida civil.
Sabendo-se que José, servidor público federal na ativa, foi nomeado curador de Maria, assi-
nale a afirmativa correta.
a) É possível a concessão de autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Ma-
ria; porém, diante do impedimento de José para exercer atividade de empresário, este nome-
ará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
b) A interdição de Maria por incapacidade traz como efeito imediato a extinção da empresa,
cabendo a José, na condição de pai e curador, promover a liquidação do estabelecimento.
c) É possível a concessão de autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Maria
antes exercida por ela enquanto capaz, devendo seu pai, José, como curador e representante,
assumir o exercício da empresa.
d) Poderá ser concedida autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Maria,
porém ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que Maria já possuía ao tempo da
interdição, tanto os afetados quanto os estranhos ao acervo daquela.

Letra a.
De acordo com o Art. 975 do Código Civil:

Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exer-
cer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.

Questão 8 (FGV/XX/EXAME UNIFICADO/REAPLICAÇÃO SALVADOR/BA) O engenheiro


agrônomo Zacarias é proprietário de quatro fazendas onde ele realiza, em nome próprio, a
exploração de culturas de soja e milho, bem como criação intensiva de gado. A atividade em
todas as fazendas é voltada para exportação, com emprego intenso de tecnologia e insumos
de alto custo. Zacarias não está registrado na Junta Comercial.
Com base nessas informações, é correto afirmar que
a) Zacarias, por exercer empresa em caráter profissional, é considerado empresário indepen-
dentemente de ter ou não registro na Junta Comercial.

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b) Zacarias, mesmo que exerça uma empresa, não será considerado empresário pelo fato de
não ter realizado seu registro na Junta Comercial.
c) Zacarias não pode ser registrado como empresário, porque, sendo engenheiro agrônomo,
exerce profissão intelectual de natureza científica, com auxílio de colaboradores.
d) Zacarias é um empresário de fato, por não ter realizado seu registro na Junta Comercial
antes do início de sua atividade, descumprindo obrigação legal.

Letra b.

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as
formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para
todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.

Questão 9 (FGV/XXII/EXAME UNIFICADO) Fagundes e Pilar são noivos e pretendem se ca-


sar adotando o regime de separação de bens mediante celebração de pacto antenupcial. Fa-
gundes é empresário individual e titular do estabelecimento Borracharia Dona Inês Ltda. ME.
Celebrado o pacto antenupcial entre os nubentes, o advogado contratado por Fagundes pro-
videnciará o arquivamento e a averbação do documento
a) no Registro Público de Empresas Mercantis e a publicação na imprensa oficial.
b) no Registro Público de Empresas Mercantis e no Registro Civil de Pessoas Naturais.
c) no Registro Civil de Pessoas Naturais e a publicação na imprensa oficial.
d) no Registro Público de Empresas Mercantis e no Registro Civil de Títulos e Documentos.

Letra b.

Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas
Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou
legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.

Contudo, cuidado! Na sua prova de Direito Civil poderá cair a questão de registro do pacto
antenupcial. Veja, em que pese o artigo 979 do Código Civil falar “ALÉM DE NO REGISTRO
CIVIL”, na verdade o pacto antenupcial deve ser averbado no REGISTRO IMOBILIÁRIO, mais
especificamente no Livro 3 do Registro de Imóveis competente. Isso se dá pelo fato de o pacto
antenupcial versar sobre as questões patrimoniais.

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A previsão da averbação do pacto antenupcial no Registro Imobiliário está na Lei de Registros


Públicos (Lei 6.015/73) artigo 167, II, item 1:

Art. 167. No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos.


II – a averbação:
1) das convenções antenupciais e do regime de bens diversos do legal, nos registros referentes a
imóveis ou a direitos reais pertencentes a qualquer dos cônjuges, inclusive os adquiridos poste-
riormente ao casamento;

Questão 10 (FGV/XXVII/EXAME UNIFICADO) Roberto desligou-se de seu emprego e decidiu


investir na construção de uma hospedagem do tipo pousada no terreno que possuía em Mati-
nhos. Roberto contratou um arquiteto para mobiliar a pousada, fez cursos de hotelaria e, com
os ensinamentos recebidos, contratou empregados e os treinou. Ele também contratou um
desenvolvedor de sites de Internet e um profissional de marketing para divulgar sua pousada.
Desde então, Roberto dedica-se exclusivamente à pousada, e os resultados são promissores.
A pousada está sempre cheia de hóspedes, renovando suas estratégias de fidelização; em
breve, será ampliada em sua capacidade.
Considerando a descrição da atividade econômica explorada por Roberto, assinale a afirma-
tiva correta.
a) A atividade não pode ser considerada empresa em razão da falta tanto de profissionalismo
de seu titular quanto de produção de bens.
b) A atividade não pode ser considerada empresa em razão de a prestação de serviços não
ser um ato de empresa.
c) A atividade pode ser considerada empresa, mas seu titular somente será empresário a par-
tir do registro na Junta Comercial.
d) A atividade pode ser considerada empresa e seu titular, empresário, independentemente de
registro na Junta Comercial.

Letra d.
O registro, como regra (salvo para aquela pessoa que exerce atividade rural) não é requisito
para uma pessoa ser considerada empresária.
Os requisitos de empresário são PRO-ATI-O/CIRCU (profissionalismo, atividade econômica,
organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços), em conformidade com o

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caput do artigo 966 do Código Civil: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Questão 11 (FGV/XXIX/EXAME UNIFICADO) Luzia Betim pretende iniciar uma sociedade


empresária em nome próprio. Para tanto, procura assessoria jurídica quanto à necessidade
de inscrição no Registro Empresarial para regularidade de exercício da empresa.
Na condição de consultor(a), você responderá que a inscrição do empresário individual é
a) dispensada até o primeiro ano de início da atividade, sendo obrigatória a partir de então.
b) obrigatória antes do início da atividade.
c) dispensada, caso haja opção pelo enquadramento como microempreendedor individual.
d) obrigatória, se não houver enquadramento como microempresa ou empresa de peque-
no porte.

Letra b.
Essa questão foi inserida por mim, nesse momento, para você compreender o seguinte:
A ausência do registro não tira a condição de empresária da pessoa, seja ela PN ou PJ; contu-
do, o empresário, seja ele uma pessoa natural, seja ele pessoa jurídica deve se registrar, esse
registro é obrigatório antes do início da atividade, sob pena de exercício da atividade econô-
mica de forma irregular.

Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da


respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma
da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).

Questão 12 (128º OAB/SP/2006/ILUSTRATIVA) O Código Comercial, sancionado em 1850


a) foi totalmente revogado.
b) foi parcialmente revogado, mantendo-se vigentes apenas os dispositivos que regem os
contratos e obrigações mercantis e o comércio marítimo.
c) não foi revogado.
d) foi parcialmente revogado, mantendo-se vigentes apenas os dispositivos que regem o co-
mércio marítimo.

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Letra d.
O Código Civil de 2002 (artigo 2.045), revogou parcialmente o Código Comercial de 1850; ou
seja, revogou apenas a parte primeira (DO COMÉRCIO EM GERAL). A parte terceira (DA QUE-
BRA) já havia sido revogada. Resta vigente em nosso ordenamento jurídico a parte segunda
(DO COMÉRCIO MARÍTIMO).

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