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27/09/2017

Universidade do Estado de Santa Catarina

Centro de Ciências da Saúde e do Esporte

Introdução à Anatomia do Sistema Muscular

Aula 6

Disciplina de Anatomia I

Profa. Dra. Franciane Bobinski

1 Variedades de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso

Histologicamente

Fibras musculares esqueléticas e cardíacas mostram uma estriação transversal em sua estrutura, nas
fibras musculares lisas as estriações não estão presentes.

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1 Variedades de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso

Ação

Os músculos cardíacos e lisos agem de forma involuntária, contudo os músculos esqueléticos agem em
atos voluntários e involuntários (reflexos).

1 Variedades de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso


A célula muscular está sob controle do sistema nervoso (M. esquelético sob controle inervação somática;
M. lisa e estriada cardíaca sob controle da inervação autonômica)

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1 Variedades de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso


Cada músculo possui seu nervo motor, que se divide em muitos ramos para suprir todas as fibras do
músculo (placa motora).

Generalidades sobre Anatomia do Sistema Muscular

1 Variedades de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso


Impulso para a contração resulta de um ato de vontade diz-se que o ato é voluntário (m. esquelética)

Impulso parte de uma porção do sistema nervoso sobre a qual o indivíduo não tem o controle consciente,
diz-se que o ato é involuntário (m. liso e cardíaco)

Gray’s Anatomy, 2010.

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1 Variedades de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso (exceções)


Ação

O diafragma é um músculo esquelético que atua de forma involuntária, podendo ser recrutado na
ventilação voluntária.

Sobotta, 2008.

1 Variedades de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso (exceções)


Ação

Os músculos da faringe, embora sejam esqueléticos, só atuam de forma reflexa (deglutição).

Netter, 2007.

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1 Variedades de músculos: estriado esquelético


Tecido Conectivo
Envolve cada fibra muscular – endomísio;
Envolve muitas fibras musculares (fascículos) – perimísio;
Envolve vários grupos de fascículos - epimísio.

1 Variedades de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso

Distinção dos músculos estriados esqueléticos dos lisos pela topografia

1os são esqueléticos, que estão fixados por pelo menos uma de suas extremidades ao esqueleto;
Os mm. lisos são viscerais, são encontrados na parede das vísceras.

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Gray’s Anatomy, 2010.

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1 Variedades de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso


Distinção dos músculos quanto à inervação

Parte visceral (autônoma) do SN Parte somática do SN

Gray’s Anatomy, 2010.

2 Conceito

Células musculares

- Contração e relaxamento;
- Irritabilidade;
- Condutividade;
- Extensibilidade;
- Elasticidade.

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2 Conceito

Células musculares esqueléticas

- Alongadas e fusiformes
(fibras);

- Agrupam-se em feixes para


formar os músculos;

- Força da contração (número e


diâmetro das fibras);

2 Conceito
Músculos

- Fixados pelas suas extremidades;


- Movem os segmentos do corpo (contração).

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2 Conceito

Músculos

- Elementos ativos do movimento;

- Mantêm unidas as peças ósseas determinando


a postura e a posição do esqueleto.

Van de Graaff, 2010.

3 Componentes anatômicos dos músculos estriados esqueléticos

Porção média: ventre muscular (fibras musculares), parte contrátil;

Extremidades: tendões = cilindroides ou em forma de fita;


quando laminares = aponeuroses. São esbranquiçados, brilhantes e
inextensíveis.
Constituição: tecido conectivo denso;
Função: fixação muscular.

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3 Componentes anatômicos dos músculos estriados esqueléticos


Extremidades: tendões e aponeuroses: nem sempre se predem ao esqueleto, podendo fazê-lo na:
Cartilagem articular;
Cápsula articular;
Septos intermusculares;
Derme;
Tendão de outro m., etc.

Gray’s Anatomy, 2010.

3 Componentes anatômicos dos músculos estriados esqueléticos


Extremidades: tendões e aponeuroses: nem sempre se predem ao esqueleto, podendo fazê-lo na:
Cartilagem articular;
Cápsula articular;
Septos intermusculares;
Derme (ex. músculos da mímica facial)
Tendão de outro m., etc.

Netter, 2007.

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Generalidades sobre Anatomia do Sistema Muscular

4 Fáscia muscular
É uma lâmina de tecido conectivo que envolve cada músculo.

Função: tração muscular, deslizamento.

Generalidades sobre Anatomia do Sistema Muscular


4 Fáscia muscular
Quando se apresenta espessada - septos intermusculares - separam os grupos musculares em
compartimentos (membros).

Gray’s Anatomy, 2010.

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Generalidades sobre Anatomia do Sistema Muscular

4 Fáscia muscular

Quando se apresenta espessada -


septos intermusculares - separam os
grupos musculares em compartimentos
(membros).

Gray’s Anatomy, 2010.

5 Mecânica Muscular

• A contração do ventre muscular produz um trabalho mecânico (encurtamento do comprimento do m. e


deslocamento da peça esquelética);
• As células musculares podem reduzir seu comprimento em relação ao estado de repouso de cerca de
1/3 ou até mesmo a metade;

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5 Mecânica Muscular
• O trabalho (T) realizado por um m. depende da potência (F) do m. e da amplitude de contração (E) do
mesmo.
T= F x E
F= no de fibras do ventre m.;

E= grau de encurtamento.

5 Mecânica Muscular
• O aumento da intensidade do trabalho produz aumento do volume das fibras (hipertrofia), nunca
aumento do número delas (hiperplasia).

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6 Origem e Inserção

O ponto proximal ou cranial de fixação de um determinado músculo é


denominado de origem (INSERÇÃO PROXIMAL) e o ponto distal ou
caudal é denominado inserção (INSERÇÃO DISTAL).

Um músculo pode alterar seus pontos fixos e móvel em determinados


movimentos.

7 Classificação dos Músculos

7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras

1 - Disposição paralela das fibras

• Longos: O comprimento predomina sobre as outras dimensões


• Largos: A largura e comprimento equivalentes (triangulares, quadrangulares,
romboides ou leque (as fibras convergem para um tendão em uma das
extremidades)
• Curtos: este tipo muscular apresenta certa harmonia entre as três dimensões.
São músculos de tamanho reduzido e são responsáveis por movimentos de
pouca extensão e muita força.

2 - Disposição oblíqua das fibras

3 - Disposição circular das fibras

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7 Classificação dos Músculos


7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras

Disposição paralela das fibras – LONGOS e LARGOS

M. Longo = ECM M. Largo = M. glúteo máximo. Netter, 2007.

7 Classificação dos Músculos


7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras
Disposição paralela das fibras - LONGOS

Nos músculos longos é comum haver convergência das fibras


musculares em direção aos tendões de origem e inserção; parte
média do m. tem maior diâmetro que nas extremidades – fusiforme.

Músculos longos também podem ser Cônicos ou cilíndricos


(redondos).

M. Bíceps braquial (fusiforme)

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7 Classificação dos Músculos


7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras

Disposição paralela das fibras - LARGOS

Os músculos largos podem ser triangulares, quadrangulares


ou rombóides.

Gray’s Anatomy, 2010.

7 Classificação dos Músculos


7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras

Disposição paralela das fibras - LARGOS

Os músculos largos podem ser


triangulares, quadrangulares ou
rombóides.

Netter, 2007.

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7 Classificação dos Músculos

7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras

Disposição paralela das fibras - LARGOS

Os músculos largos podem ser triangulares, quadrangulares


ou romboides.

Losango ou rombo (◊) é um quadrilátero equilátero

Sobotta, 2008.

7 Classificação dos Músculos


7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras

Disposição paralela das fibras LARGOS


Nos músculos largos as fibras podem convergir para um tendão em uma das extremidades, tomando

aspecto de leque.

Netter, 2007.

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7 Classificação dos Músculos


7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras

Disposição paralela das fibras Curtos

• Curtos: este tipo muscular


apresenta certa harmonia entre as
três dimensões. São músculos de
tamanho reduzido e são
responsáveis por movimentos de
pouca extensão e muita força.

Músculo adutor do polegar

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7 Classificação dos Músculos


7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras

DISPOSIÇÃO OBLÍQUA DAS FIBRAS


Mm. cujas fibras são oblíquas em relação aos tendões denominam-se peniformes.

Se os feixes musculares se
prendem apenas em uma
margem do tendão forma-se
um m. Semipeniforme.

Atual: semipeniforme

Netter, 2007; Gray’s Anatomy, 2010.

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7 Classificação dos Músculos


7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras
Disposição oblíqua das fibras

Mm. cujas fibras são oblíquas em relação aos tendões denominam-se peniformes.

Se os feixes musculares se prendem nas


duas margens do tendão, será peniforme.

Atual: peniforme

Gray’s Anatomy, 2010.

7 Classificação dos Músculos


7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras
Disposição oblíqua das fibras

Mm. cujas fibras são oblíquas em relação aos tendões denominam-se peniformes.

Atual: multipeniforme

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Gray’s Anatomy, 2010.

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7 Classificação dos Músculos


7.1 Quanto à Forma do Músculo e a Origem de Suas Fibras

Disposição circular das fibras

São mm. circulares, que rodeiam orifícios e canais, como os mm. orbiculares.

Netter, 2007.

7 Classificação dos Músculos


7.2 QUANTO À ORIGEM
Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz-se que apresentam mais de uma cabeça ou
origem. SÃO CLASSIFICADOS COMO MM. BÍCEPS (2 CABEÇAS), TRÍCEPS (3 CABEÇAS) OU QUADRÍCEPS (4
CABEÇAS).

Netter, 2007.

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7 Classificação dos Músculos


7.2 Quanto à Origem (Inserção proximal)
Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz-se que apresentam mais de uma cabeça ou
origem. QUADRÍCEPS (4 cabeças).

Netter, 2007; Gray’s Anatomy, 2010.

7 Classificação dos Músculos


7.4 Quanto ao Ventre Muscular

Alguns mm. apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados entre eles. São
DIGÁSTRICOS (dois ventres) (ex. m. digástrico) e POLIGÁSTRICOS, os que apresentam número maior,
como é o caso do m. reto do abdome.

Netter, 2007.

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7 Classificação dos Músculos


7.4 Quanto ao Ventre Muscular

Alguns mm. apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados entre eles. São
digástricos (dois ventres) (ex. m. digástrico) e POLIGÁSTRICOS, os que apresentam número maior,
como é o caso do m. reto do abdome.

Gray’s Anatomy, 2010.

7 Classificação dos Músculos


7.5 Quanto à Ação
Dependendo da ação principal resultante da contração do m., o mesmo pode ser classificado como:
-Flexor;
-Extensor;
-Adutor;
-Abdutor;
-Rotador medial;
-Rotador lateral;
-Pronador;
-Supinador;
-Flexor plantar;
-Flexor dorsal;
-Depressores ou abaixadores;
-Levantadores;
-Orbiculares;
-Esfíncteres;
-Dilatadores;
-Tensores;
-Retratores ou protratores.

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8 Ação Muscular

A análise de um movimento é complexa. Quando se diz que um m. é flexor do antebraço, por exemplo,
apenas está se referindo a sua ação principal (Agonista principal).

Netter, 2007.

8 Ação Muscular

Qualquer movimento envolve a ação de vários músculos (coordenação motora). Na prática estudamos os
grupos musculares de acordo com sua distribuição e funções. Região anteromedial do antebraço.

Netter, 2007.

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8 Ação Muscular

Em um movimento voluntário há numerosas ações automáticas acontecendo concomitantemente.

9 Classificação Funcional dos Músculos

Agonista = agente principal na execução de um movimento;

Antagonista = quando um m. se opõe a ação de um agonista;

Sinergista = completa a ação de um agonista;

Fixador = estabiliza as partes proximais de um membro, enquanto há movimento nas partes distais.

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9 Classificação Funcional dos Músculos


Exemplo: movimento de flexão do cotovelo

Agonista – m. braquial

Netter, 2007.

Generalidades sobre Anatomia do Sistema Muscular


9 Classificação Funcional dos Músculos
Exemplo: movimento de flexão do cotovelo

Sinergistas – m. bíceps braquial e m. braquiorradial


Netter, 2007.

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9 Classificação Funcional dos Músculos


Exemplo: movimento de flexão do cotovelo

Antagonista – m. tríceps braquial

Netter, 2007.

9 Classificação Funcional dos Músculos Fixadores – mm. que estabilizam a articulação do ombro.

Supraespinal, infraespinal, redondo menor e subescapular.


Exemplo:
movimento de
flexão do
cotovelo

Netter, 2007.

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9 Classificação Funcional dos Músculos

Na flexão dos dedos, os mm. flexores dos dedos são agonistas – cruzam a articulação radiocarpal, tendência
natural seria provocar também a flexão do punho – este fato não ocorre porque os extensores do carpo se
contraem estabilizando-a e agindo como fixadores

10 Estruturas Acessórias do Sistema Muscular


Fáscias, aponeuroses, bainhas fibrosas e sinoviais.

Fáscias envolvem cada m. ou grupo de mm., além de mantê-los em posição mesmo quando se contraem,
também servem como origem ou inserção para os mm.

Netter, 2007.

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10 Estruturas Acessórias do Sistema Muscular

Fáscias, aponeuroses, bainhas fibrosas e sinoviais.

Aponeuroses: Extremidades dos mm. em forma de lâmina. Ex: aponeurose toracolombar.

10 Estruturas Acessórias do Sistema Muscular

Fáscias, aponeuroses, bainhas fibrosas e sinoviais.

As bainhas fibrosas, constituídas por tecido


conectivo denso, são formadas por bainhas
sinoviais. Estão inseridas nos ossos formando
canais osteofibrosos nos quais os tendões
deslizam ou são mantidos na posição correta.
Cada bainha sinovial forma dois cilindros
concêntricos, entre os quais existe sinóvia.

Gray’s Anatomy, 2010.

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São estruturas em forma de bolsa


contendo Líquido Sinovial que
permitem aos Tendões o deslizamento
sem atrito durante o movimento das
articulações

Retináculo – med freio, faixa ou ligamento que mantém um


órgão na sua posição original; ligamento de retenção.
Gray’s Anatomy

11 Vasos e Nervos dos Músculos

A atividade muscular é controlada pelo SN. Se o nervo for seccionado ou o m. foi imobilizado por um tempo
longo ele atrofia.

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11 Vasos e Nervos dos Músculos


A drenagem do sangue é feita por veias, que em geral, acompanham as aa.

A contração muscular impulsiona o sangue e a linfa em direção ao coração.

Van de Graaff, 2010.

11 Vasos e Nervos dos Músculos


Unidade motora
Denomina-se unidade motora a estrutura que compreende um neurônio (dendrito, corpo e axônio) e as fibras
musculares inervadas por ele (pode inervar várias fibras)

A força de um m. depende da quantidade de unidades motoras em ação e do tempo em que elas são mantidas
ativas. Por outro lado, quanto mais preciso for o movimento de um m., menor é o número de fibras inervadas
pelo mesmo neurônio.

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Referências

DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2011. 757, p.

DRAKE, R. L.; VOGL, A., W.; MITCHELL, A. W. M. Gray’s anatomia para estudantes. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 1103
p.

GABRIELLI, C.; VARGAS, J. C. Anatomia sistêmica: uma abordagem direta para o estudante. 3.ed. Florianópolis: Editora UFSC;
2012. 187 p.

HANSEN, J. T.; LAMBERT, D. R. Anatomia clínica de Netter. Porto Alegre: Artmed, 2007. 667, p.

MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012. 1103 p.

PUTZ, R.; PABST, R. Sobotta atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. v. 1 e 2. 398 p.

TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Princípios de anatomia e fisiologia. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
1047 p.

VAN DE GRAAFF, K. M; STRETE, D.; CREEK, C. H. Human anatomy. 6.ed. The McGraw- Hill Companies, 2001. 840 p.

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Obrigada!

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