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Pessoa natural

1. Noção de pessoa
natural.
—  CONCEITO: A pessoa natural é o ser humano com
vida, aquele ente dotado de estrutura
biopsicológica, pertencente à natureza humana.

—  IMPORTÂNCIA: dignidade da pessoa humana como


principal fundamento da República Federativa do
Brasil e a base de todo o ordenamento jurídico.
2. Personalidade jurídica.
—  É a aptidão genérica para se titularizar direitos e
contrair obrigações na ordem jurídica, ou seja, é a
qualidade para ser sujeito de direito.

—  Todo ser humano, pessoa natural, é dotado de


personalidade jurídica, titularizando relações jurídicas e
reclamando uma proteção básica e fundamental,
compatível com sua estrutura biopsicológica.

—  Por isso, toda pessoa natural é sujeito de direito.


—  De acordo com o art. 1º do Código Civil:

Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na


ordem civil.
3. Capacidade jurídica.
—  A personalidade jurídica, no entanto, tem uma medida
para a prática de determinados atos, que é a capacidade.

—  CONCEITO: Entende-se a capacidade como a medida da


personalidade jurídica(Teixeira de Freitas).

—  Desse modo, embora qualquer pessoa possa ser titular


de direitos e obrigações, nem todas poderão praticar atos
da vida civil pessoalmente (mas somente aqueles que
possuam capacidade civil plena).
DIFERENCIAÇÕES
Ø  CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO – é a
genérica. Qualquer pessoa tem, independentemente
de questões formais, como certidão de nascimento
ou documentos. No momento em que se adquire a
personalidade jurídica, se adquire também a
capacidade de direito.

Ø  CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO – é a


aptidão para, pessoalmente, praticar atos na vida
civil. A ausência da capacidade de fato dá origem à
incapacidade civil.
ATENÇÃO
CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO

CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO

CAPACIDADE JURÍDICA PLENA


DIFERENCIAÇÕES
Ø  LEGITIMAÇÃO – é a capacidade especial para a
prática de determinado ato ou negócio jurídico.

Ø  LEGITIMIDADE – é a capacidade para ser parte em


determinado processo.
4. Início da pessoa natural.
—  O início da qualidade de pessoa e, por conseguinte,
da personalidade jurídica é determinado pelo art. 2º
do Código Civil:

Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do


nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde
a concepção, os direitos do nascituro.
—  Desse modo, viável ou não, o nascido com vida
adquire personalidade jurídica.

v NASCIDO: o feto separado do corpo da mãe e,


v COM VIDA: aquele que apresentou, ainda que por
poucos instantes, atividade cárdio-respiratória.

—  No entanto, como se constata o nascimento ocorreu


com ou sem vida?

Procedimento denominado docimasia hidrostática de


Galeno.
5. Tratamento jurídico do
nascituro.
—  A palavra nascituro deriva da expressão latina
nasciturus, que significa aquele que está por nascer.

—  CONCEITO: é a pessoa já concebida no ventre


materno, mas ainda não nascida.

—  Nascituro X concepturo.
—  A doutrina trava intensos debates a respeito da
natureza jurídica do nascituro, alimentados, em
parte, pela imprecisão conceitual do art. 2º do CC.
TEORIA CONCEPCIONALISTA.

—  Essa teoria defende uma posição mais avançada, defendendo a


tese de que o nascituro já é portador de personalidade jurídica.
Tem inspiração na legislação francesa que assegura a todos
personalidade jurídica a partir do momento da concepção.

—  Ela encontra amparo em diversos dispositivos do Código Civil,


como:

Ø  Art. 1.609 – que permite o reconhecimento da filiação ao


nascituro.

Ø  Art. 1.779 – que permite a nomeação de curador ao nascituro.


Ø  Art. 542 – que autoriza que se faça doação ao nascituro.
Ø  Art. 1.798 – que reconhece a capacidade sucessória do nascituro.
—  Para os defensores desta tese, desde a concepção já há
proteção à personalidade jurídica, sendo o nascituro
titular de direitos da personalidade.

—  Essa posição tem previsão expressa no Enunciado 1 da I


Jornada de Direito Civil e prevalece dentre os
doutrinadores contemporâneos do Direito Civil brasileiro,
como Silmara Chinelato, Cristiano Chaves, Pablo Stolze,
Flávio Tartuce, dentre outros.

—  Também tem prevalecido na recente jurisprudência do


STJ, sendo muito fortalecida pela entrada em vigor da
Lei 11.804/2008.
—  Direitos assegurados ao nascituro:
Ø  Direitos da personalidade como o direito à vida (inclusive
proteção contra o aborto) e à imagem;

Ø  Direito de reclamar alimentos;


Ø  Direito ao reconhecimento de sua filiação
Ø  Direito à proteção pré-natal (art. 7º do ECA);
Ø  Direito de receber doação e herança;
Ø  Direito de lhe ser nomeado curador de seus interesses.
Ø  Capacidade de ser parte ativa em uma relação jurídico-
processual
Direito a alimentos
—  Lei 11.804/08 - reconheceu expressamente os
direitos do nascituro.

—  REQUISITOS: Para a fixação dos alimentos


gravídicos, a parte interessada deverá demonstrar
indícios de paternidade.

—  LEGITIMIDADE PARA PROPOR A AÇÃO

—  Possibilidade de conversão dos alimentos gravídicos


em pensão alimentícia para o infante.
Indenização por dano moral

—  O nascituro pode ser indenizado por dano moral?

—  O STJ tem reafirmado a tese de que é possível.


RESP. 399028/SP
DIREITO CIVIL. DANOS MORAIS. MORTE. ATROPELAMENTO.
COMPOSIÇÃO FÉRREA. AÇÃO AJUIZADA 23 ANOS APÓS O EVENTO.
PRESCRIÇÃO INEXISTENTE. INFLUÊNCIA NA QUANTIFICAÇÃO DO
QUANTUM. PRECEDENTES DA TURMA. NASCITURO. DIREITO AOS
DANOS MORAIS. DOUTRINA. ATENUAÇÃO. FIXAÇÃO NESTA
INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

I - Nos termos da orientação da Turma, o direito à indenização por


dano moral não desaparece com o decurso de tempo (desde que não
transcorrido o lapso prescricional), mas é fato a ser considerado na
fixação do quantum.

II - O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do


pai, mas a circunstância de não tê-lo conhecido em vida tem
influência na fixação do quantum.

III - Recomenda-se que o valor do dano moral seja fixado desde logo,
inclusive nesta instância, buscando dar solução definitiva ao caso e
evitando inconvenientes e retardamento da solução jurisdicional. 
Tutela jurídica do
natimorto
—  A doutrina entende que tem proteção jurídica
adaptada a sua condição especial.

—  Segundo o Enunciado 1 da I Jornada de Direito


Civil:

A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o


natimorto no que concerne aos direitos da personalidade,
tais como nome, imagem e sepultura.
6. Teoria das
incapacidades
—  A incapacidade civil pode ser absoluta ou relativa:
Ø  Os ABSOLUTAMENTE INCAPAZES devem ser
REPRESENTADOS e

Ø  Os RELATIVAMENTE INCAPAZES, ASSISTIDOS.


—  Quem são?
—  Representação e assistência consistem em
institutos protetivos do incapaz.
7. Efeitos da redução da
maioridade civil
Ø  NO CAMPO PREVIDENCIÁRIO
—  Com a entrada em vigor do Código Civil, houve
polêmica, pois a regra de pagamento de dependente da
previdência era de até 21 anos.
—  A regra foi mantida.

Ø  NO CAMPO DO DIREITO A ALIMENTOS


—  A jurisprudência é firme em ampliar a pensão
alimentícia até o fim dos estudos, por volta dos 24/26
anos.
SÚMULA 358 DO STJ

—  O cancelamento de pensão alimentícia de filho que


atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial,
mediante contraditório, ainda que nos próprios
autos.
8. Emancipação
—  Consiste no ato jurídico que antecipa os efeitos da
aquisição da maioridade.

—  Em regra, a incapacidade cessa aos 18 anos completos


– art. 5º do Código Civil.

Ø  MODALIDADES
ü  Voluntária
ü  Judicial
ü  legal
Ø  CARACTERÍSTICAS
ü  Definitivo;
ü  Irretratável;
ü  Irrevogável (mas anulável);
ü  Ato formal/solene.

a) EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA (art. 5º, par. ún., I, 1ª parte)

—  É a emancipação concedida pelos pais ou por um deles na falta de outro,


em caráter irrevogável, mediante instrumento público, independentemente
de homologação do juiz desde que o menor tenha 16 anos completos.

—  Ainda que a mãe tenha a guarda unilateral, é necessária a participação do


pai.

—  FUNDAMENTO: a emancipação extingue o poder familiar (art. 1635, II),


por isso, é ato conjunto, se os dois forem vivos. Apenas na falta de um
pode ser feita só pelo outro.
—  CONFLITO: caberá ao juiz decidir pela concessão ou não da
emancipação.

—  É lavrado em instrumento público, registrado no cartório de


registro civil de nascimento do menor, independentemente da
homologação do juiz.

—  REGISTRO: condição de eficácia da emancipação perante


terceiros.

—  O menor não precisa autorizar a emancipação, mas é


conveniente a sua participação como anuente.

—  É ato irrevogável. Desde que os pais manifestem a vontade de


forma válida, não podem revogar posteriormente.

—  OBS: Forte parcela doutrinária sustenta que, na emancipação


voluntária, persiste a responsabilidade dos pais pelo ato ilícito
do menor. OBJETIVO: evitar injustiças, distorções, raciocínio
fraudulento.
b) EMANCIPAÇÃO JUDICIAL
—  Nela, o menor é emancipado pelo juiz, desde que tenha 16 anos
completos, cabendo:

-  Na falta de ambos os pais, por morte, ausência ou destituição do


poder familiar ;

-  Havendo divergência entre a vontade paterna e materna.


—  Observe-se que os menores sob tutela (órfãos, por exemplo) são
emancipados pelo juiz e não pelo tutor.

—  Se não foi o tutor quem instaurou o processo, ele deverá ser


obrigatoriamente ouvido.

—  LIMITE: o juiz não pode emancipar o menor contra a vontade de


ambos os pais, pois isso importaria na destituição do poder
familiar por vias transversas.

—  Para que essa emancipação produza efeitos, deve ser registrada


no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais.
c) EMANCIPAÇÃO LEGAL (art. 5º, pár. ún., II a V)

—  Hipóteses:

Ø  CASAMENTO

—  É o casamento que emancipa e não a união estável. Como se trata de


instituto que extingue o poder familiar, não se admite interpretação
extensiva.

—  Capacidade para casar:

-  Inicia-se aos 16 anos

-  Entre 16 e 18 anos: necessária a autorização do representante ou do


juiz.

—  Em duas hipóteses o casamento antes dos 16 anos é admitido:

-  Em caso de gravidez;

-  Para evitar a imposição de sanção penal.

—  Ainda que haja separação/divórcio, os efeitos da emancipação


remanescem.
—  Em caso de invalidação, a emancipação perde os seus
efeitos, salvo se contraído o casamento de boa-fé
(casamento putativo).
—  Quem tem casamento invalidade retoma o estado de
solteiro porque o registro é cancelado.

Ø  EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO


—  O Código Civil quis dizer exercício de função pública
efetiva (cargo/emprego).
—  Obviamente, excetuam-se do dispositivo os ocupantes de
cargos temporários ou comissionados.
—  Há pouca probabilidade de ocorrência, exceto no caso de
carreira militar, que pode ser iniciada aos 17 anos.
Ø  COLAÇÃO DE GRAU EM CURSO DE ENSINO SUPERIOR
—  De ocorrência ainda mais remota.
—  Evidentemente, essa hipótese não se aplica à mera aprovação
no vestibular nem ao encerramento de curso normal.

Ø  ESTABELECIMENTO CIVIL, COMERCIAL OU EXERCÍCIO DE


RELAÇÃO DE EMPREGO, DESDE QUE O MENOR COM 16
ANOS COMPLETOS TENHA ECONOMIA PRÓPRIA.
—  Diferenças entre estabelecimento civil e empresarial.
—  A expressão “economia própria” configura um conceito aberto,
que deve ser preenchido no caso concreto.
—  Por isso, relaciona-se com o princípio da operabilidade, que,
como vimos, consagra o Direito como um sistema de normas
abertas, repleto de conceitos vagos e cláusulas gerais.
9. Extinção da pessoa natural
—  Segundo o art, 6º do Código Civil, a existência da pessoa
natural encerra-se com a MORTE.

Art. 6o A existência da pessoa natural termina com


a morte[...] presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos
em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

—  Somente com o óbito, ocorre a cessação da aptidão para


titularizar relações jurídicas, ocorrendo, de pleno direito,
uma modificação subjetiva nas relações jurídicas
patrimoniais, que passam a ser titularizadas por seus
sucessores (art. 1784 do CC).
9.1. Morte real
—  Trata-se daquela aferida à luz do corpo, do cadáver.
Pressupõe a análise do corpo morto.

—  Ela deve ser atestada por um profissional da medicina,


podendo também ser declarada por duas testemunhas
na falta do especialista.

—  A declaração de óbito deve ser encaminhada para o


Cartório de Registro de Pessoas Naturais a quem
incumbe proceder aos seu registro e expedir as
competentes certidão de óbito e guia de sepultamento.
—  Art. 3º da Lei 9.434/96

A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes


do corpo humano destinados a transplante ou tratamento
deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica,
constatada e registrada por dois médicos não participantes
das equipes de remoção e transplante, mediante a
utilização de critérios clínicos e tecnológicos
definidos por resolução do Conselho Federal de
Medicina.
9.2. Morte presumida
—  A lei civil, todavia, estipula duas espécies de morte
presumida:

Ø  Morte presumida com decretação de ausência;


Ø  Morte presumida sem decretação de ausência;

—  A segunda pode ocorrer em duas hipóteses:


Ø  Morte provável de quem estava em perigo de vida;
Ø  No caso de desaparecido ou prisioneiro que não for
encontrado até dois anos depois do término da guerra.
—  A ausência reclama declaração judicial, em procedimento
especial de jurisdição voluntária, não bastando o
desaparecimento para a sua configuração.

—  O procedimento está previsto nos arts. 1.159 a 1.169 do


CPC e divide-se em três fases:

Ø  Curatela dos bens do ausente;


Ø  Sucessão provisória dos bens e
Ø  Sucessão definitiva. Quando ela ocorre, o ausente é
considerado morto presumido.

—  A sentença de ausência, contudo, não é registrada no


Livro de Óbito, mas em livro especial.
Morte presumida com
decretação de ausência.
—  Tem previsão na segunda parte do art. 6º do
Código Civil e tem o seu procedimento disciplinado
pelo art. 22 e ss. do mesmo diploma.

—  Ocorre quando uma pessoa desaparece de seu


domicílio sem deixar notícias ou representante
que administre seus bens.

—  Na mesma situação se enquadrará quem, tendo


deixado mandatário, este se encontre
impossibilitado, física ou juridicamente ou não
tenha interesse de exercer o múnus.
Procedimento.
1º) Curadoria dos bens do ausente.
—  A requerimento de qualquer interessado ou do
Ministério Público.
—  Não há prazo mínimo de desaparecimento do ausente
para que seja requerida a abertura do procedimento e a
declaração de ausência.

—  Comprovado o desaparecimento, o juiz, ouvido o MP:


Ø  declarará a ausência,
Ø  determinando a arrecadação dos bens do ausente e
Ø  nomeando curador, que passará a gerir os negócios do
ausente até o seu eventual retorno – art. 22 do CC.
—  O juiz deve determinar a publicação de editais durante
um ano, reproduzidos de dois em dois meses,
anunciando o levantamento dos bens e convocando o
ausente para retomar a posse de seus bens.

—  Ordem de preferência para o exercício da curatela:


Ø  Cônjuge do ausente não separado judicialmente ou
separado de fato há mais de dois anos;
Ø  Pais;
Ø  Descendentes, preferindo os mais próximos aos mais
remotos;
Ø  Qualquer pessoa a escolha do magistrado.
2º) Sucessão provisória.
—  Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente
ou, se deixou procurador, em passando três anos,
poderão os interessados requerer que se abra
provisoriamente a sucessão.
—  Interessados:
Ø  Cônjuge não separado;
Ø  Herdeiros;
Ø  Os que tiverem sobre os bens do ausente direitos
dependentes de sua morte;
Ø  Credores de obrigações vencidas e não pagas.
—  Nesta fase, haverá uma sucessão precária do patrimônio
do agente.
—  A sentença que declara a abertura da sucessão
provisória só produz efeitos após cento e oitenta
dias de sua publicação na imprensa e somente
com o seu trânsito em julgado, proceder-se-á à
abertura do testamento, se houver e do inventário e
da partilha dos bens, como se o ausente fosse
falecido.

—  Se não aparecer herdeiro ou interessado para


requerer a abertura do inventário, no prazo de 30
dias após a abertura do trânsito em julgado, os
bens serão arrecadados na forma da declaração da
herança jacente e vacante.
—  Para se imitirem na posse dos bens do ausente, os
herdeiros deverão prestar caução (penhor ou
hipoteca) equivalente ao quinhão respectivo.

—  TEMPERAMENTO: ascendentes, descendentes e


cônjuge, desde que provada a condição de herdeiro
poderão entrar na posse dos bens do ausente.

—  Provisoriedade da sucessão:
Ø  Art. 31 – exceto nos casos de desapropriação, os
imóveis do ausente só poderão ser alienados
quando autorizado por juiz para evitar a ruína;

Ø  Art. 29 – o juiz pode, antes da partilha, converter


bens móveis em imóveis ou em títulos garantidos
pela União.
Ø  O descendente, ascendente ou cônjuge que for
sucessor provisório do ausente, fará seus todos os
frutos e rendimentos dos bens que a este
couberem;

Ø  Os outros sucessores, porém, deverão capitalizar


metade desses frutos e rendimentos, segundo o
disposto no art. 29, com anuência do MP e prestar
anualmente contas ao juiz competente.

—  Se durante a posse provisória se provar a época


exata do falecimento do ausente, considerar-se-á,
nessa data, aberta a sucessão em favor dos
herdeiros, que o eram àquele tempo.
3º) Sucessão definitiva.
—  Dez anos depois do trânsito em julgado da
sentença de abertura da sucessão provisória, pode-
se requerer a sua conversão em sucessão definitiva.
—  Também é possível, provando-se que o ausente
conta com oitenta anos de idade, e que de cinco
datam as últimas notícias dele.
—  Nesta fase, os interessados devem provocar a
manifestação judicial para que reconheça a
transmissão em caráter definitivo, permitindo a
retirada dos gravames impostos.
—  A partir da conversão, os herdeiros poderão dispor
livremente dos bens, mas o domínio está sujeito a
uma condição resolutiva e haverá uma presunção de
morte do ausente.
Retorno do ausente
Ø  No momento da arrecadação – continua a gozar
plenamente de seus bens;

Ø  No momento da sucessão provisória


-  Receberá os bens no estado em que deixou, podendo
levantar a caução prestada, em caso de deterioração ou
perecimento;

-  Em caso de melhoria, deverá indenizar os possuidores de


boa-fé;

-  Provado que sua ausência foi voluntária ou injustificada,


perderá sua parte nos frutos e rendimentos do bens.
Ø  Nos dez anos seguintes à abertura da sucessão
definitiva - terá direito a seus bens se ainda
incólumes e aos sub-rogados em seu lugar ou ao
preço que os herdeiros ou interessados tenham
recebido por eles.

Ø  Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o


ausente não regressar, e nenhum interessado
promover a sucessão definitiva, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou
do Distrito Federal, se localizados nas respectivas
circunscrições, incorporando-se ao domínio da
União, quando situados em território federal.
Morte presumida sem
decretação de ausência.
—  Novidade do Código Civil de 2002.

—  Nestes casos, o sujeito não apenas desaparece, mas


some em circunstâncias que levam a crer que ele
morreu realmente.

—  Por isso, a lei não estabelece procedimento para


decretação de ausência, mas um simples processo
de justificação.
—  Hipóteses:
Ø  Morte provável de quem estava em perigo de vida. É o
que ocorre com pessoas desaparecidas em naufrágios,
incêndios, inundações, maremotos, terremotos etc;

Ø  No caso de desaparecido ou prisioneiro que não for


encontrado até dois anos depois do término da guerra.

—  Para que essa morte seja reconhecida, deve-se


comprovar que a pessoa encontrava-se no local da
catástrofe e que, posteriormente, não se teve mais
notícias dela.

—  Essas circunstâncias devem ser apuradas em


procedimento especial iniciado pelo interessado, devendo
atender aos requisitos dos arts. 861 a 866 do CPC.
Efeitos jurídicos da morte
Ø  Cessação da personalidade jurídica;
Ø  Abertura da sucessão, com transmissão automática
do patrimônio do falecido para os sucessores (art.
1784);

Ø  Extinção do poder familiar (art. 1635, I);


Ø  Fim dos contratos intuitu personae (art. 607);
Ø  Cessação da obrigação de alimentos para ambas as
partes(art. 1697);

Ø  Fim do casamento ou da união estável, inclusive no


que tange ao regime de bens.
Comoriência
—  É a presunção da morte simultânea entre duas ou mais
pessoas.

—  A regra somente é aplicável quando não for possível


identificar, com precisão, a ordem cronológica dos óbitos.

—  A comoriência funda-se em verdadeiro estado de dúvida.


—  Neste caso, presume-se que todos morreram
simultaneamente.

—  CONSEQUÊNCIA: projeta-se no campo do Direito das


Sucessões, pois mortos simultâneos não herdam um do
outro.
—  Somente haverá comoriência entre pessoas
sucessíveis entre si.
—  Art. 8o do Código Civil
Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma
ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos.
—  Parte da doutrina sustenta a possibilidade de
aplicação da regra ainda que a morte se dê em
locais diferentes e que ela ocorra entre uma morte
real e outra presumida ou entre duas presumidas.

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