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Gestão Ambiental
MEIO TERRESTRE
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Gestão Ambiental
MEIO TERRESTRE
Competências
Capacidade de identificar e compreender as consequ-
ências da poluição e degradação do solo na gestão de
uma empresa e os impactos das atividades produtivas
na qualidade desse recurso.
Habilidades
Verificar as exigências legais relacionadas ao uso e
ocupação do solo. Identificar os aspectos e impactos
ambientais envolvidos no setor produtivo e relaciona-
dos à poluição do solo.
APRESENTAÇÃO
Na Unidade de Aprendizagem relacionada ao meio ter-
restre são apresentados conceitos sobre o solo como
meio de suporte a vida, os impactos gerados pelo seu
uso e ocupação, destacando-se a agricultura, mineração
e disposição de resíduos. Os aspectos legais envolvidos
nessas atividades e de particular interesse aos profis-
sionais de processos gerenciais são abordados no final
dessa unidade.
PaRA COMEÇAR
O solo é um importante recurso natural e imprescin-
dível para a vida do homem, pois abriga espécies de
plantas, insetos e micro-organismos, que exercem um
importante papel na produção de alimentos e suporte
para a vida; além de ser um reservatório de água sub-
terrânea. Infelizmente, a história contada nos outros
capítulos se repete aqui, o padrão de consumo e de
desenvolvimento da sociedade contemporânea tam-
bém tem sido o principal responsável pela poluição e
degradação desse importante recurso natural. Mais
uma vez, o uso e a ocupação do solo trazem uma série
de consequências que necessitarão de um enfrenta-
mento pelas instâncias governamentais e pelo setor
produtivo, e terão de ser considerados pelos proces-
sos gerenciais aplicados em nosso país.
Figura 1. Homem
do campo
cultivando a terra.
Fundamentos
1. Solo
O solo tem origem, basicamente, na rocha que, por ação de processos
físicos, químicos e biológicos de desintegração, decomposição e recom-
binação, se transformou, no decorrer das eras geológicas (REICHADT,
TIM, 2004). Os fatores de formação do solo podem ser agrupados em
cinco: o clima, a topografia, os seres vivos, o material de origem (rocha)
e o tempo (OLIVEIRA et al., 1992). Por esse motivo encontramos uma
grande diversidade de solos na natureza, como a areia das praias, os
solos vermelhos do interior do estado de São Paulo, os solos cinzentos
das várzeas entre outros. Pela sua importância para a vida humana o
solo é objeto de estudo de diversos campos do conhecimento, como as
ciências agrárias, geológicas, ambientais, construção civil, saneamento,
ecologia etc. (ESPÍNDOLA, 2008).
relação kg
Tabela 2. Coeficientes teor médio de de fertilizante/kg de
técnicos de conversão elemento fertilizante nutriente (%) nutrientes
Solução:
Q1 = 7,35 × 5 = 36,8 t
Q2 = 0,20 × 5,56 = 1,12 t
Q3 = 0,76 × 1,72 = 1,31 t
Q4 = 7,21 × 2,63 = 19,0 t
CR = R$ 15,208,00
conceito
“As microbacias são unidades geográficas naturais onde os fato-
res ambientais, econômicos e sociais encontram-se em condições
homogêneas e por isso, mais apropriadas para o estabelecimento
2.2. Mineração
O setor de mineração e transformação mineral (metalurgia e não metá-
licos) brasileiro, apresentou um faturamento total de US$ 108 bilhões,
em 2009, segundo dados preliminares divulgados pelo Ministério de
Minas e Energia – MME (MME, 2010). As exportações da produção mine-
ral, nesse mesmo ano, atingiram US$ 15,1 bilhões, o que representa
9,9% das exportações brasileiras (MME, 2010). Portanto esse é um setor
estratégico para a economia brasileira.
Nesse contexto, mais uma vez, se insere o solo, pela sua importân-
cia como reserva de minérios. Para se ter uma ideia da importância da
produção de minérios, a produção de areia e brita, utilizadas no setor
de construção civil, atingiram 279 e 217 milhões de toneladas respecti-
vamente, em 2007 (LA SERNA, REZENDE, 2009).
Almeida (2008) aponta como principais impactos do setor de mine-
ração a céu aberto e subterrâneo os danos à vegetação, ao ar, às águas
superficiais e subterrâneas, à fauna, solo e às populações. Segundo
esse mesmo autor, a norma que rege o setor mineral é o Código de
Mineração, instituído pelo Decreto-Lei 227, de 1967. Em 1989 foi ins-
tituída, por meio do Decreto 97,632, a exigência do Plano de Recu-
peração de Áreas Degradadas (PRAD) para os empreendimentos de
extração mineral já implantados e aqueles em fase de licenciamento
ambiental. No ano de 1990 foram lançadas as Resoluções Conama 9
e 10 específicas para o setor, as quais regulamentam a necessidade
de apresentação de documentação para o licenciamento da atividade,
como o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto de Meio
Ambiente (EIA-RIMA).
E agora, José?
Você lembra das Unidades de Aprendizagem 03 e 04,
quando tratamos dos problemas da água e da atmos-
fera? Lembra-se das relações que estabelecemos
entre os problemas dos recursos hídricos e atmosfé-
ricos com a gestão empresarial? Tudo se relacionava
ao padrão de consumo e desenvolvimento adotados
pela sociedade contemporânea. Será que podemos
incluir os problemas do solo e estabelecer a mesma
relação causa e efeito? Pelo que falamos até aqui fica
claro que sim. Será que paramos por aqui? Acesse a
próxima aula na qual abordaremos sobre um outro
problema gerado pelos hábitos de consumo do
homem moderno vida do homem, o lixo. Você já viu
quanto lixo gerou hoje?
Espero por você na próxima Unidade!
Atividades
As atividades dessa unidade preveem o desenvolvi-
mento da capacidade de identificar e compreender as
consequências da poluição e degradação do solo na
gestão de uma empresa e os impactos das atividades
produtivas na qualidade desse recurso. Bom trabalho!
Glossário
Avaliação de risco: processo pelo qual são iden- Investigação detalhada: etapa do processo
tificados, avaliados e quantificados os riscos de gerenciamento de áreas contaminadas,
à saúde humana ou a bem de relevante inte- que consiste na aquisição e interpretação
resse ambiental a ser protegido; (Resolução de dados em área contaminada sob inves-
Conama 420/09). tigação, a fim de entender a dinâmica da
Avaliação preliminar: avaliação inicial, rea- contaminação nos meios físicos afetados e a
lizada com base nas informações históri- identificação dos cenários específicos de uso
cas disponíveis e inspeção do local, com o e ocupação do solo, dos receptores de risco
objetivo principal de encontrar evidências, existentes, dos caminhos de exposição e das
indícios ou fatos que permitam suspeitar da vias de ingresso.
existência de contaminação na área; (Reso- Monitoramento: medição ou verificação, que
lução Conama 420/09). pode ser contínua ou periódica, para acom-
Bens a proteger: a saúde e o bem-estar da popu- panhamento da condição de qualidade de um
lação; a fauna e a flora; a qualidade do solo, meio ou das suas características.
das águas e do ar; os interesses de proteção à Nível Tolerável de Risco à Saúde Humana,
natureza/paisagem; a infraestrutura da orde- para Substâncias Carcinogênicas: proba-
nação territorial e planejamento regional e bilidade de ocorrência de um caso adicional
urbano; a segurança e ordem pública. de câncer em uma população exposta de
Contaminação: presença de substância(s) 100.000 indivíduos;
química(s) no ar, água ou solo, decorrentes Nível Tolerável de Risco à Saúde Humana,
de atividades antrópicas, em concentrações para Substâncias Não Carcinogênicas:
tais que restrinjam a utilização desse recurso aquele associado ao ingresso diário de con-
ambiental para os usos atual ou pretendido, taminantes que seja igual ou inferior ao
definidas com base em avaliação de risco à ingresso diário tolerável a que uma pessoa
saúde humana, assim como aos bens a pro- possa estar exposta por toda a sua vida
teger, em cenário de exposição padronizado Remediação: uma das ações de intervenção
ou específico. para reabilitação de área contaminada, que
VI - Fase livre: ocorrência de substância ou pro- consiste em aplicação de técnicas, visando a
duto imiscível, em fase separada da água. remoção, contenção ou redução das concen-
Investigação confirmatória: etapa do processo trações de contaminantes
de identificação de áreas contaminadas que Reabilitação: ações de intervenção realizadas
tem como objetivo principal confirmar ou não em uma área contaminada visando atingir
a existência de substâncias de origem antró- um risco tolerável, para o uso declarado ou
pica nas áreas suspeitas, no solo ou nas águas futuro da área.
subterrâneas, em concentrações acima dos Risco: é a probabilidade de ocorrência de
valores de investigação. efeito(s) adverso(s) em receptores expostos a
contaminantes.
Referências
BARROS, G. S. C.; SILVA, S. F. A balança comercial BELI, E.; NALDONI, C. E. P.; OLIVEIRA, A. C.; SALES,
do agronegócio brasileiro de 1989 a 2005. M. R.; SIQUEIRA, M. S. M.; MEDEIROS, G. A.;
Rev. Econ. Sociol. Rural, v. 46, n. 4, p. 905-935. HUSSAR, G. J.; REIS, F. A. G. V. Recuperação
Dez. 2008. da área degradada pelo lixão Areia Branca