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ESTATUTO DOS

MILITARES ESTADUAIS
DO CEARÁ
LEI Nº 13.729, DE 11 DE JANEIRO DE 2006

Parte 1 artigos 1º até 59

SÚMULAS DO STJ, STF E STM.


PARECERES DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PARECERES DA ASSESSORIA JURÍDICA
DOUTRINAS DO CMDº GERAL DA PMCE
QUESTÕES DE CONCURSOS
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR AO ESTATUTO

ESTATUTOS HISTÓRICOS – DESDE 1864


MARCO AURELIO DE MELO ... CEL PM
Org.

ESTATUTO DOS
MILITARES ESTADUAIS
DO CEARÁ

- LEI Nº 13.729, DE 11 DE JANEIRO DE 2006 E LEGISLAÇÃO CORRELATA

Parte 1 artigos 1º até 59

SÚMULAS DO STJ, STF E STM.


PARECERES DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PARECERES DA ASSESSORIA JURÍDICA
DOUTRINAS DO CMDº GERAL DA PMCE
QUESTÕES DE CONCURSOS
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR AO ESTATUTO
ESTATUTOS HISTÓRICOS – DESDE 1864

Fortaleza - Ceará
2018
Copyright © 2018 by INESP

Coordenação Editorial
Thiago Campêlo Nogueira

Assistente Editorial
Andréa Melo

Diagramação Capa
Mario Giffoni

Capa
José Gotardo Filho

Revisão
Lúcia Jacó Rocha

Coordenação de impressão
Ernandes do Carmo

Impressão e Acabamento
Inesp

Edição Institucional da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará

VENDA E PROMOÇÃO PESSOAL PROIBIDAS

Catalogado por Daniele Sousa do Nascimento CRB-3/1023


C3871 Ceará
[Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará].
Lei N. 13.729, de 11 de janeiro de 2006. e legislação correlata /
organizador, Marco Aurelio de Melo. - Fortaleza: INESP, 2018.
v. ; 29cm

Capa: comentado.
Conteúdo: parte 1. Artigos 1 até 59 - parte 2. Artigos 60 até 232.

ISBN: 978-85-7973-091-7

1. Polícia, legislação, Ceará. I. Melo, Marco Aurelio de. II. Ceará.


Assembleia Legislativa. Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o
Desenvolvimento do Estado. III. Título

CDDdir: 341.37

Permitida a divulgação dos textos contidos neste livro,


desde que citados autores e fontes.

INESP
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Ed. Senador César Cals de Oliveira, 1º andar
Dionísio Torres
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Tel: (85)3277.3701 – Fax (85)3277.3707
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inesp@al.ce.gov.br
5

APRESENTAÇÃO

A
obra que se segue é uma útil ferramenta para regular as relações
dos servidores por ela regidos, policiais ou bombeiros, e para
facilitar a compreensão de todos que dela se utilizem, desde
a comunidade acadêmica até o alto comando das Unidades
Militares. A variedade de normas jurídicas aqui apresentadas é também
um importante instrumento de pacificação social e de arrefecimento de
conflitos judiciais.

Dois motivos fortalecem a necessidade desta publicação, são eles: a


carência de obras nesse sentido e a grande demanda da administração
pública militar por conteúdo base para a reflexão e resolução das novas
questões que tem surgido no âmbito dos seus processos de trabalho.

O Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará segue, então, anotado,


consolidado, ilustrado e esquematizado e com a inclusão das Súmulas
do Superior Tribunal de Justiça, Supremo Tribunal Federal e Superior
Tribunal Militar; os Pareceres da Procuradoria Geral do Estado e da
Assessoria Jurídica; as Doutrinas do CMDº Geral da Polícia Militar
do Ceará, além de importante questões levantadas em concursos. A
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, por intermédio do Instituto
de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará –
Inesp, tem a honra de entregar tão importante regulamento à sociedade
cearense.

Deputado José Albuquerque


Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará

Apresentação
PREFÁCIO

H
istoricamente, as Corporações Militares são organizadas
com base na máxima disciplina e incumbidas de
desempenharem, na linha de frente, a função mais
árdua de todas, a preservação da ordem pública. Por
suas características e para o bom desempenho de suas
competências, necessitam de clareza na regulamentação dos direitos,
deveres e prerrogativas e requerem o máximo de apoio possível. Assim
sendo, a publicação e larga distribuição das normas que regem as
atividades militares são de estrema importância.
Na última década, a problemática da segurança pública ganhou maior
visibilidade e é assunto em debates tanto de especialistas como do público
em geral, com grande amplitude de temas que envolvem a segurança
e a incorporação de novos atores, instituições públicas, sociedade civil,
associações de moradores, organizações não governamentais, entre
outros.
Sabendo que a segurança é responsabilidade de todos e objetivando
a difusão de informações que a reforçam, é com muita honra que a
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará - ALCE, por meio do Instituto
de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará –
INESP edita e disponibiliza este Estatuto.

Thiago Campelo Nogueira


Presidente do Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o
Desenvolvimento do Estado do Ceará

Prefácio
PRÓLOGO

E
ste é o Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará (EMECE),
revisado, atualizado, anotado, consolidado e comentado,
conforme modificações posteriores até maio de 2016, data da
última alteração legislativa.

A obra constitui-se, ainda, num livro histórico, vez que traz à


lume legislações estatutárias há muito esquecidas, mas que as corporações
precisam manter esse arsenal histórico em local de acesso ao público
interno e externo. É uma forma de resgate da memória legislativa e do
cotidiano da corporação, afinal de contas a lei é fruto de uma mudança de
comportamento social de determinada sociedade, no caso, em concreto,
mostra a conduta dos militares do Ceará ao longo do processo histórico e
social do estado e do País.

Inseriu-se, ainda, pareceres da Procuradoria Geral do Estado, da


Assessoria Jurídica da PMCE, e súmulas do STF, STJ e STM referentes aos
militares estaduais. Tem ainda questões de concurso público.

Os comentários não vinculam o seu cumprimento, pois se constituem


em doutrinas formadoras de opiniões e de discussões sobre temas
controversos do Estatuto.

As críticas e sugestões podem ser enviadas para o seguinte e-mail:

bomaurelio1@yahoo.com.br

Marcos Aurélio Macêdo de Melo


– Cel PM

Prólogo
SUMÁRIO

O QUE TODO MILITAR DEVE SABER SOBRE SUA CORPORAÇÃO

Lei nº 13, de 24 de maio de 1835 - Lei de criação da Polícia Militar do Ceará........................................19


Ten Eb Thomaz Lourenço da Silva Castro - Biografia do primeiro Comandante da PMCE......................20
Brasão de armas e estandarte da PMCE - Decreto nº 4.432, de 10 de maio de 1961...............................22
Joaquim José da Silva Xavier - Patrono da Polícia Militar do Ceará.........................................................25
21 de abril - Dia das polícias civis e militares - Decreto-Lei nº 9.208, de 29 de abril de 1946.................26
Santo Expedito - Padroeiro da Polícia Militar do Ceará..........................................................................27
Canção da Polícia Militar do Ceará - 1918..............................................................................................28
Canção da Polícia Militar do Ceará (atual).............................................................................................29
Canção do cadete..................................................................................................................................30
Hino do CFAP.........................................................................................................................................31
Lei de Criação do Corpo de Bombeiros - Lei Estadual nº 2.253, de 08.08.1925......................................32
Brasão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará..................................................................33
Canção do Soldado do Fogo..................................................................................................................33
Dia do bombeiro brasileiro - Decreto nº 35.309, de 2 de abril de 1954..................................................34
Dia do profissional da segurança publica - Lei nº15.334, de 12 de abril de 2013...................................35

ESTATUTO COMENTADO

Registro de Alterações do Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará....................................................36

LEI Nº 13.729, DE 11 DE JANEIRO DE 2006........................................................................................39

TÍTULO I - GENERALIDADES.............................................................................................................39
Art. 1º - Finalidade do estatuto..............................................................................................................39
1 Contorno jurídico................................................................................................................................39
2 A interpretação do estatuto: in dubio pro militaris...............................................................................39
3 O elemento humano das Corporações Militares Estaduais..................................................................39
4 Estrutura do EMECE............................................................................................................................40
5 Princípios e características do EMECE................................................................................................40
6 Necessidade de revisão do EMECE....................................................................................................42
7 Cronologia histórica dos estatutos da PMCE e do CBMCE..................................................................43
Art. 2º - Características e missões das corporações militares................................................................43
1 Contorno jurídico................................................................................................................................43
2 Militar estadual x policial militar.......................................................................................................44
3 Força auxiliar e reserva do Exército....................................................................................................44
4 Vinculação à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social............................................................45
5 Subordinação ao Governador do Estado.............................................................................................47
6 Missão da Polícia Militar do Ceará......................................................................................................47
7 Missão do Corpo de Bombeiros Militar...............................................................................................49
8 Missão imprópria das Corporações Militares Estaduais......................................................................50
9 Recorte histórico da Polícia Militar do Ceará......................................................................................51
10 Recorte histórico do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará..............................................................53
Art. 3º - Situação dos militares...............................................................................................................55
1 Contorno jurídico................................................................................................................................56
2 A situação dos militares estaduais.......................................................................................................56
3 Obrigações do inativo.........................................................................................................................59
Art. 4º - Serviço militar estadual - definição...........................................................................................59
1 Contorno jurídico................................................................................................................................59
2 Cargos, encargos, incumbência, comissão, serviço e atividade...........................................................59
Art. 5º - Carreira militar - definição, destinação e início.........................................................................60
1 Contorno jurídico................................................................................................................................60
2 Carreira militar estadual.....................................................................................................................60
3 Início da carreira.................................................................................................................................60
4 Marco doutrinário: a independência das carreiras segundo a d. PGE.................................................61
5 Dispositivos correlatos........................................................................................................................62

Sumário
Art. 6º - Reversão: direitos e deveres ....................................................................................................62
1 Contorno jurídico................................................................................................................................63
2 Reversão ao serviço ativo temporário.................................................................................................63
3 Competência para reconduzir militares inativos ao serviço ativo temporário.....................................63
4 Idade limite para reforma de militares revertidos ao serviço ativo temporário...................................64
5 Promoção de militar revertido ao serviço ativo temporário: controvérsias..........................................64
6 Órgãos envolvidos no processo de reversão ao serviço ativo temporário...........................................65
7 Dispositivos relacionados à reversão de militares inativos para o serviço ativo temporário................65
Art. 7º - Equivalência de expressões.....................................................................................................66
1 Contorno jurídico................................................................................................................................67
2 Atividade de natureza ou de interesse militar nos termos da lei..........................................................67
Art. 8º - Condição jurídica dos militares e boletim interno....................................................................68
1 Contorno jurídico................................................................................................................................68
2 Condição jurídica................................................................................................................................68
3 Legislação correlata...........................................................................................................................68
4 O Boletim Interno na história das Corporações Militares Estaduais....................................................69
5 O Boletim Interno na atualidade..........................................................................................................69
6 Documentos de publicação obrigatória no Diário Oficial do Estado...................................................72
7 Boletim Interno ou Diário Oficial.........................................................................................................73
8 Doutrina Institucional acerca do Boletim Interno.................................................................................73
9 Momento histórico: o BCG passa a circular somente em mídia digital................................................75
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................75
Art. 9º - Sujeitos passivos do estatuto e soldados voluntários................................................................75
1 Contorno jurídico................................................................................................................................75
2 Âmbito de aplicação do EMECE.........................................................................................................75
3 O Soldado Voluntário...........................................................................................................................75
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................77
TÍTULO II - DO INGRESSO NA CORPORAÇÃO MILITAR ESTADUAL.............................................77
CAPÍTULO I - DOS REQUISITOS ESSENCIAIS.........................................................................................77
Art. 10 - Forma e requisitos essenciais para o ingresso na PM e no CBM...............................................77
1 Contorno jurídico................................................................................................................................79
2 Forma de ingresso...............................................................................................................................79
3 Objetivo do concurso..........................................................................................................................80
4 Tipo de concurso.................................................................................................................................80
5 Órgãos responsáveis pelo concurso....................................................................................................80
6 O art. 20, I do Decreto Estadual nº 9.692/72: dispensa do exame de escolaridade..............................80
7 Momento Histórico..............................................................................................................................81
8 Prazo para início das inscrições em concursos públicos.....................................................................83
9 Análise dos incisos do art. 10..............................................................................................................83
10 A criação da Academia Estadual de Segurança Pública – AESP e a extinção das unidades de ensino
militares.................................................................................................................................................93
11 Superiot Tribunal Federal - súmula acerca da idade em concurso público........................................94
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................94
Art. 11 - Formas de igresso na carreira militar.......................................................................................94
1 Contorno jurídico................................................................................................................................94
2 A necessária revogação do caput........................................................................................................94
3 Procuradoria Geral do Estado: parecer - Cadete x Candidato ao cargo de Oficial..............................95
4 Nomeação decorrente do concurso público: SEPLAG e TCE...............................................................98
5 Vedação à mudança de Quadro sem concurso público. exceção: quadro de praça para QOA........... 103
6 Superior Tribunal de Justiça – entendimento sobre nomeação tardia................................................ 104
7 nomeação de candidato julgado incapaz temporariamente.............................................................. 105
CAPÍTULO II - DO INGRESSO NO QUADRO DE OFICIAIS DE SAÚDE DA POLÍCIA MILITAR................. 105
Art. 12 - Seleção para ingresso no Quadro de Saúde........................................................................... 105
1 Contorno jurídico.............................................................................................................................. 105
2 Tipo de concurso para o QOS............................................................................................................ 105
3 A necessária atualização do p.u. do art.12......................................................................................... 105
4 Momento histórico: o serviço de saúde e veterinária na PMCE desde 1864...................................... 106
Art. 13 - Objetivo do concurso de admissão ao Quadro de Oficiais de Saúde...................................... 106
Art. 14 - Requisitos complementares para ingresso no Quadro de Oficiais de Saúde.......................... 106
1 Contorno jurídico.............................................................................................................................. 107
2 O aumento da idade para o QOS....................................................................................................... 107
Sumário
Art.15 - Sequência do concurso ao Quadro de Saúde.......................................................................... 107
1 Contorno jurídico.............................................................................................................................. 108
2 Rito do concurso para o QOS............................................................................................................. 108
3 A necessária atualização do §1º, art. 15............................................................................................. 109
Art. 16 - Rol exemplificativo de situações que incidem em demissão do oficial QOS........................... 109
A demissão funcional no QOS.............................................................................................................. 109
CAPÍTULO III - DO QUADRO DE OFICIAIS CAPELÃES DA POLÍCIA MILITAR....................................... 110
Art. 17 - Seleção para ingresso no Quadro de Oficiais Capelães (QOCPL).......................................... 110
1 Contorno jurídico.............................................................................................................................. 111
2 A desarmonia entre os §§1º, 2º e 3º, do art. 17.................................................................................... 111
3 A Capelania na PMCE desde 1864.................................................................................................... 111
4 O Oficial Capelão e a tolerância religiosa......................................................................................... 112
5 A lei do Serviço de Assistência Religiosa.......................................................................................... 112
6 Capelas na PMCE.............................................................................................................................. 115
7 d. Antonio de Almeida Lustosa e a páscoa dos militares.................................................................... 115
8 Funções de um oficial capelão.......................................................................................................... 115
9 Momento histórico: exclusão por prática de feitiçaria....................................................................... 115
Art. 18 - Causas de demissão do oficial capelão.................................................................................. 116
CAPÍTULO IV - DO QUADRO DE OFICIAIS DE ADMINISTRAÇÃO........................................................ 116
Seção I - Generalidades....................................................................................................................... 116
Art. 19 - Constituição do Quadro de Oficiais de Administração (QOA)................................................ 116
1 O Quadro de Oficiais de Administração............................................................................................ 117
2 O distintivo do QOA.......................................................................................................................... 117
3 A extinção dos Oficiais e das praças Especialistas............................................................................ 117
Art. 20 - Destinação do QOA................................................................................................................ 119
Art. 21 - Funções a serem exercidas pelo QOA.................................................................................... 120
Art. 22 - O QOA e o Cmdº e Cmdº Adj de subunidades....................................................................... 120
1 O exercício do comando e do comando adjunto para os QOA.......................................................... 120
2 A participação do QOA no Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais................................................... 120
3 A controversa questão do Oficial combatente x oficial QOA para o cargo......................................... 121
Art. 23 - Direitos, regalias, prerrogativas, vantagens e vencimentos do QOA....................................... 122
Seção II - Da seleção e ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais e ingresso no Quadro................ 122
Art. 24 - Seleção e ingresso no CHO - requisitos.................................................................................. 122
1 Contorno jurídico.............................................................................................................................. 124
2 Questões semânticas......................................................................................................................... 124
3 Procuradoria Geral do Estado - Requisitos para inscrição no CHO.................................................. 124
4 O distintivo do Curso de Habilitação de Oficiais............................................................................... 129
5 O princípio da presunção da inocência x restrição à inscrição no CHO............................................ 129
Art. 25 - Forma de ingresso no QOA.................................................................................................... 130
Seção III - Das promoções nos Quadros............................................................................................... 130
Art. 26 - Promoção e preenchimento das vagas no QOA...................................................................... 130
1 A necessidade de atualização do art. 26............................................................................................ 131
2 A antiguidade entre os QOA.............................................................................................................. 131
Art. 27 - Estabelecimento das vagas no QOA/QOE.............................................................................. 131
CAPÍTULO V - DO QUADRO DE OFICIAIS COMPLEMENTAR BOMBEIRO MILITAR.............................. 131
Art. 28 - Destinação e composição do QOC/BM.................................................................................. 131
1 A multiplicidade de especialidades para o QOC.............................................................................. 132
2 O concurso público........................................................................................................................... 132
3 A isonomia entre o QOC e o QOS e o QOCpl.................................................................................... 132
4 A necessária atualização do §3º, do art.28......................................................................................... 132
CAPÍTULO VI - DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA.............................................................................. 134
Art. 29 - Hierarquia e disciplina........................................................................................................... 134
1 Contorno jurídico.............................................................................................................................. 134
2 A importância da hierarquia e da disciplina...................................................................................... 134
3 Formas de ordenamento da autoridade............................................................................................. 135
4 Circunstâncias em que deve haver respeito à hierarquia e à disciplina............................................ 135
5 Relação entre subordinação e dignidade militar............................................................................... 136
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 136
Art. 30 - Círculos e escala hierárquica das CME.................................................................................. 136
1 Contorno jurídico.............................................................................................................................. 137
2 Círculos hierárquicos: definição........................................................................................................ 138
Sumário
3 Diferença ente círculo hierárquico e escala hierárquica................................................................... 138
4 Definição de posto............................................................................................................................ 139
5 A Carta Patente e a Folha de Apostila dos oficiais............................................................................. 139
Modelo de Carta Patente de Oficial..................................................................................................... 139
Modelo de Folha de Apostila................................................................................................................ 140
6 Graduação - definição....................................................................................................................... 140
7 Fixação dos graus hierárquicos......................................................................................................... 140
8 Momento histórico............................................................................................................................ 141
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 141
Art. 31 – Precedência e antiguidade entre militares............................................................................. 141
1 Contorno jurídico.............................................................................................................................. 143
2 Formas de escalonamento da autoridade dentro do mesmo posto ou da mesma graduação............. 143
3 Antiguidade entre militares do mesmo quadro................................................................................. 144
4 Curso de Habilitação: compreensão legal......................................................................................... 144
5 Assessoria Jurídica da PMCE: parecer sobre antiguidade entre militares antes e depois de 2006..... 144
6 Antiguidade ou precedência ente militares da PMCE X CBMECE?................................................... 146
7 Antiguidade entre alunos de um mesmo órgão de formação............................................................ 146
8 Precedência entre militares da ativa e da inativadade....................................................................... 146
9 Precedência entre Quadros............................................................................................................... 147
10 Praças Combatentes x Praças Especialistas: a necessidade de revogação...................................... 147
11 Precedência Funcional.................................................................................................................... 147
12 Momento histórico: a extinção do Quadro de Oficiais Combatentes............................................... 147
Art. 32 - Precedência entre praças especiais e demais praças............................................................ 147
Art. 33 - Almanque dos oficiais e dos graduados................................................................................. 148
Art. 34 - Nomeação ao primeiro posto................................................................................................. 149
1 Diferença entre Nomeação e Acesso................................................................................................. 150
2 A necessária revogação do p.u.......................................................................................................... 150
CAPÍTULO VII - DO CARGO, DA FUNÇÃO E DO COMANDO............................................................... 150
Art. 35 - Cargo de provimento efetivo.................................................................................................. 150
1 Tipos de cargos................................................................................................................................. 150
2 Cargo x carreira................................................................................................................................ 151
3 A lei de Fixação de Efetivo................................................................................................................ 151
4 A necessária atualização do art. 35.................................................................................................... 151
5 A competência para prover os cargos............................................................................................... 151
6 A necessária atualização do artigo.................................................................................................... 151
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 151
Art. 36 - Cargo de provimento em comissão – conceito e formas de provimento................................. 151
1 A forma para provimento dos cargos em comissão........................................................................... 152
2 provimento efetivado pelo Secretário da SSPDS................................................................................ 152
3 A competência do Cel Cmt-G para realizar provimento acautelatório.............................................. 153
4 Cargo em comissão de forma interina - vantagens e direitos............................................................ 154
5 Carga horária dos ocupantes de cargo em comissão........................................................................ 154
6 Atos administrativos preparatórios para provimento de cargo em comissão..................................... 155
7 Dispositivos a serem observados no provimento do cargo................................................................ 155
Art. 37 - Obrigações do titular do cargo.............................................................................................. 156
1 A cada cargo: O poder-dever............................................................................................................ 156
2 A situação das militares femininas..................................................................................................... 156
3 Momento histórico: as mulheres ingressam na PMCE........................................................................ 157
4 A bandeira-insígnia de Comando na PMCE...................................................................................... 157
Art. 38 - Vacância do cargo.................................................................................................................. 158
1 Formas de vacância do cargo............................................................................................................ 158
2 Acúmulo de cargo e o cargo preenchido cumulativamente............................................................... 159
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 159
Art. 39 - Função militar estadual......................................................................................................... 159
Art. 40 - Sequência de substituição...................................................................................................... 160
Art. 41 - Encargo, incumbência, comissão, serviço ou atividade.......................................................... 160
Art. 42 - Comando - definição.............................................................................................................. 161
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 162
Art. 43 - Destinação dos oficiais........................................................................................................... 162
Art. 44 - Destinação dos subtenentes e dos primeiros-sargentos......................................................... 162
Art. 45 - Destinação dos Cabos e soldados.......................................................................................... 162
Sumário
Art. 46 - REVOGADO........................................................................................................................... 164
Art. 47 - Responsabilidade do militar pelas ordens e ato que pratica.................................................. 165
CAPÍTULO VIII - DO COMPROMISSO, DO COMPORTAMENTO ÉTICO E DA RESPONSABILIDADE DISCI-
PLINAR E PENAL MILITAR.................................................................................................................... 165
Art. 48 - Compromisso de honra.......................................................................................................... 165
1 O compromisso................................................................................................................................. 165
2 O sujeito do compromisso: necessidade de atualização da lei.......................................................... 165
3 Dispositivos correlatos...................................................................................................................... 166
Art. 49 – Forma do compromisso de honra........................................................................................... 166
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 167
2 Momento histórico: o compromisso de honra em 1863...................................................................... 167
3 Momento histórico: o compromisso a partir de 1948......................................................................... 167
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 168
Art. 50 - Código Disciplinar da PM/BM e interposição de recursos..................................................... 168
1 A necessidade de um código de conduta ética militar...................................................................... 168
2 A Controladoria Geral de Disciplina................................................................................................. 169
3 A necessária revogação do §2º, art. 50............................................................................................... 169
4 O recurso como direito do militar..................................................................................................... 169
5 O prazo para oferecimento do recurso.............................................................................................. 169
6 Momento histórico: punição de militar por espancamento a civil...................................................... 170
QUESTÕES DE CONCURSO.................................................................................................................. 170
Art. 51 - Crimes militares e a competência das instâncias................................................................... 170
1 O núcleo do artigo............................................................................................................................ 171
2 Breve Histórico da Justiça Militar no Estado do Ceará....................................................................... 171
3 Competência e instâncias da Justiça Militar Estadual (JME)............................................................... 171
4 Instâncias da Justiça Militar Estadual................................................................................................. 171
5 Competência das instâncias da JME.................................................................................................. 172
6 Crimes dolosos contra a vida de civil................................................................................................ 173
7 SÚMULAS.......................................................................................................................................... 173
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 174
TÍTULO III - DOS DIREITOS E DAS PRERROGATIVAS DOS MILITARES ESTADUAIS.................. 174
CAPÍTULO ÚNICO - DOS DIREITOS...................................................................................................... 174
Art. 52 - direitos dos militares.............................................................................................................. 174
1 O rol de direitos dos militares estaduais............................................................................................ 175
2 Garantia da patente quando oficial e da graduação quando praça.................................................... 176
3 Estabilidade...................................................................................................................................... 176
4 Uso das designações hierárquicas.................................................................................................... 176
5 Ocupação de cargo........................................................................................................................... 176
6 Percepção de remuneração............................................................................................................... 176
7 Constituição de pensão..................................................................................................................... 177
8 Inciso VII - promoção........................................................................................................................ 177
9 Momento histórico: a Promoção por Ato de Bravura em confronto com o bando de lampeão........... 177
10 Rebaixamento na graduação em razão de punição......................................................................... 177
11 Inciso VIII - transferência para a reserva remunerada, a pedido, oureforma.................................... 178
12 O inciso IX - férias obrigatórias, afastamentos temporários do serviço e licenças.......................... 178
13 O inciso X - exoneração a pedido.................................................................................................... 178
14 O inciso XI - porte de arma.............................................................................................................. 178
Art. 53 - Elegibilidade de militar - condições...................................................................................... 193
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 193
2 Legislação correlata.......................................................................................................................... 193
3 Militares com menos de dez anos de serviço.................................................................................... 193
4 Agregação de Militares alistáveis e elegíveis.................................................................................... 194
5 Afastamento por desincompatilização e por agregação do militar candidato................................... 194
6 Assessoria jurídica da PMCE: parecer sobre afastamento de militar candidato................................ 194
7 Dos militares eleitos: consequencias................................................................................................ 195
8 Dos militares suplentes: consequencias............................................................................................ 196
9 Militar candidato x curso obrigatório na corporação – Parecer da Assessoria Jurídica..................... 196
10 Síntese do artigo 53......................................................................................................................... 197
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 197
Seção I - Da Remuneração.................................................................................................................... 198
Art. 54 - Remuneração do militar......................................................................................................... 198
Sumário
1 Diferença entre Vencimentos e Proventos.......................................................................................... 198
2 O teto constitucional.......................................................................................................................... 199
3 Gratificação de militar matriculado em curso regular....................................................................... 199
4 Gratificação para apresentação de trabalho técnico-profissional...................................................... 200
5 Dispositivos correlatos...................................................................................................................... 204
Art. 55 - Irredutibilidade, penhora, sequestro ou arresto dos vencimentos.......................................... 205
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 205
Art. 56 - Igualde de vencimentos entre pessoal da ativa e da inatividade............................................ 205
Art. 57 - Data de revisão dos proventos e direito adquirido................................................................. 206
Art. 58 - cálculo dos proventos para inatividade e resíduo do tempo................................................... 206
Seção II - Das Férias e Outros Afastamentos Temporários do Serviço.................................................. 207
Art. 59 - Férias: definição, concessão, gozo, remuneração, período aquisito, restrições........................ 207
1 Férias................................................................................................................................................ 208
2 O Plano de Férias.............................................................................................................................. 208
3 Sugestão de Portaria para elaboração do Plano de Férias das CME:................................................. 208
4 Férias a partir do ano de ingresso – Parecer da PGE......................................................................... 210
5 Restrições à concessão e ao gozo de férias....................................................................................... 211
6 Interrupção de férias em caso de licença, óbito, núpcias.................................................................. 212
7 Férias e Licenças Para Tratar da Saúde Própria contínua................................................................... 212
8 Pareceres da Assessoria Jurídica da PMCE sobre férias x LTS por mais de um ano........................... 212
9 Férias e processo de inatividade....................................................................................................... 213
10 Gozo fracionado.............................................................................................................................. 213
11 Férias de militares em curso de formação para ingresso na PM/BM................................................ 213
12 Férias x apresentação na Justiça ou em procedimentos administrativos.......................................... 214
13 Movimentação de PM e gozo de férias............................................................................................ 215
14 Férias de Oficial Superior ou de Oficial em cargo de Comando de OPM - informação pessoal ao Co-
mando Geral Adjunto........................................................................................................................... 215
15 Cumprimento do Plano de Férias – gozo obrigatório...................................................................... 215
16 Averbação e desaverbação de férias.............................................................................................. 216
17 gozo de férias de militar à disposição de outro órgão..................................................................... 216
18 Momento Histórico: os oficiais passam a ter direito a férias............................................................. 216
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 217

SUMÁRIO DOS ARTIGOS DO EMECE

art. 1º - Finalidade do Estatuto...............................................................................................................37


art. 2º - Características e missões das Corporações Militares................................................................43
art. 3º - Situação dos militares................................................................................................................55
art. 4º - Serviço militar estadual - definição............................................................................................59
art. 5º - Carreira militar - definição, destinação e início..........................................................................60
art. 6º - Reversão: direitos e deveres......................................................................................................62
art. 7º - Equivalência de expressões.......................................................................................................66
art. 8º - Condição jurídica dos militares e boletim interno.....................................................................68
art. 9º - Sujeitos passivos do estatuto e soldados voluntários.................................................................75
art. 10 - Forma e requisitos essenciais para o ingresso na PM e no CBM................................................77
art. 11 - Formas de igresso na carreira militar........................................................................................94
art. 12 - Seleção para ingresso no quadro de saúde............................................................................. 105
art. 13 - Objetivo do concurso de admissão ao Quadro de Oficiais de Saúde....................................... 106
art. 14 - Requisitos complementares para ingresso no Quadro de Oficiais de Saúde............................ 106
art. 15 - Sequência do concurso ao quadro de saúde........................................................................... 107
art. 16 - Rol exemplificativo de situações que incidem em demissão do oficial QOS............................ 109
art. 17 - Seleção para ingresso no Quadro de Oficiais Capelães (QOCpl)............................................ 110
art. 18 - Causas de demissão do oficial capelão................................................................................... 116
art. 19 - Constituição do Quadro de Oficiais de Administração (QOA)................................................. 116
art. 20 - Destinação do QOA................................................................................................................. 119
art. 21 - Funções a serem exercidas pelo QOA..................................................................................... 120
art. 22 - O QOA e o cmdº e cmdº adj de subunidades.......................................................................... 120
art. 23 - Direitos, regalias, prerrogativas, vantagens e vencimentos do QOA........................................ 122
art. 24 - Seleção e ingresso no CHO - requisitos................................................................................... 122
art. 25 - Forma de ingresso no QOA...................................................................................................... 130

Sumário
art. 26 - Promoção e preenchimento das vagas no QOA....................................................................... 130
art. 27 - Estabelecimento das vagas no QOA/QOE............................................................................... 131
art. 28 - Destinação e composição do QOC/BM.................................................................................... 132
art. 29 - Hierarquia e disciplina............................................................................................................ 134
art. 30 - Círculos e escala hierárquica das CME................................................................................... 136
art. 31 - Precedência e antiguidade entre militares.............................................................................. 141
art. 32 - Precedência entre praças especiais e demais praças............................................................. 147
art. 33 - Almanque dos oficiais e dos graduados.................................................................................. 148
art. 34 - Nomeação ao primeiro posto.................................................................................................. 149
art. 35 - Cargo de provimento efetivo................................................................................................... 150
art. 36 - Cargo de provimento em comissão – conceito e formas de provimento.................................. 151
art. 37 - Obrigações do titular do cargo............................................................................................... 156
art. 38 - Vacância do cargo................................................................................................................... 158
art. 39 - Função militar estadual........................................................................................................... 159
art. 40 - Sequência de substituição....................................................................................................... 160
art. 41 - Encargo, incumbência, comissão, serviço ou atividade............................................................ 160
art. 42 - Comando - definição............................................................................................................... 161
art. 43 - Destinação dos oficiais............................................................................................................ 162
art. 44 - Destinação dos subtenentes e dos primeiros-sargentos.......................................................... 162
art. 45 - Destinação dos Cabos e soldados........................................................................................... 163
art. 46 - Revogado................................................................................................................................ 164
art. 47 - Responsabilidade do militar pelas ordens e ato que pratica................................................... 165
art. 48 - Compromisso de honra........................................................................................................... 165
art. 49 - Forma do compromisso de honra............................................................................................ 166
art. 50 - Código Disciplinar da PM/BM e interposição de recursos...................................................... 168
art. 51 - Crimes militares e a competência das instâncias.................................................................... 170
art. 52 - Direitos dos militares............................................................................................................... 174
art. 53 - Elegibilidade de militar - condições....................................................................................... 193
art. 54 - Remuneração do militar.......................................................................................................... 198
art. 55 - Irredutibilidade, penhora, sequestro ou arresto dos vencimentos........................................... 205
art. 56 - Igualdade de vencimentos entre pessoal da ativa e da inatividade......................................... 205
art. 57 - Data de revisão dos proventos e direito adquirido.................................................................. 206
art. 58 - Cálculo dos proventos para inatividade e resíduo do tempo................................................... 206
art. 59 - Férias: definição, concessão, gozo, remuneração, período aquisito, restrições......................... 207

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Brasão do Corpo de Bombeiros..............................................................................................33


Figura 2 - Síntese do conteúdo do art. 1º do Estatuto..............................................................................39
Figura 3 - Modelo hipotético de estrutura hierarquizada dos órgãos de uma Corporação Militar..........41
Figura 4 - Frente do prédio da SSPDS em 2017.......................................................................................46
Figura 5 - Solenidade na PMCE com a presença do Governador, SSPDS, Cel Cmt-G.............................47
Figura 6 - Exercitamento do policiamento ostensivo, em preservação da ordem pública.......................49
Figura 7 - Galeria dos Comandantes Gerais da PMCE – 1835 a 2017.....................................................52
Figura 8 - Cmt e Oficiais da Polícia Militar no Salão Nobre do QCG (Hoje 5º BPM) - 1938......................53
Figura 9 - Quartel do Corpo de Bombeiros – 1934 (inauguração) e 2017...............................................55
Figura 10 - Nomes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará – 1925 a 2017..........................55
Figura 11 - Esquema da situação dos militares estaduais.......................................................................59
Figura 12 - Esquema da recondução/reversão ao serviço ativo temporário...........................................66
Figura 13 - Soldados Temporários defronte ao 5º BPM/PMCE................................................................76
Figura 14 - Fachada do Hospital da PM em 2006.................................................................................. 106
Figura 15 - Foto da primeira missa celebrada na Capela de Santo Expedito – 1940............................ 111
Figura 16 - Capitão Cpl Pe. Arquimedes Bruno, primeiro capelão da PM............................................. 112
Figura 17 - Foto do Boletim Interno do 1º BI do Regimento Policial...................................................... 115
Figura 18 - Distintivo do QOA............................................................................................................... 117
Figura 19 - Dr Camilo Santana – Governador do Estado ...................................................................... 138
Figura 20 - Esquema dos círculos hierárquicos conforme escala hierárquica...................................... 138
Figura 21 - Esquema da síntese das precedências militares estaduais................................................. 148
Figura 22 - Capa e folha interna de Almanaque de Oficiais - 2003....................................................... 149
Figura 23 - Esquema dos tipos de cargos e de suas formas de provimento.......................................... 156
Figura 24 - Primeira turma de tenente-coroneis femininas - 2015........................................................ 157
Figura 25 - Modelos de Bandeiras insígnias na PMCE.......................................................................... 158
Figura 26 - Destinação dos membros das corporações militares estaduais.......................................... 164
Figura 27 - Militares estaduais para o compromisso de honra.............................................................. 167
Figura 28 - Esquema do compromisso de honra dos militares estaduais.............................................. 168
Figura 29 - Esquema da composição e competência da Justiça Militar Estadual.................................. 172
Figura 30 - Conselho de Justiça no Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo......................... 173
Figura 31 - Submissão de praça a processo regular conforme seu tempo de serviço........................... 176
Figura 32 - Uso de arma de fogo por parte de militares ativos e inativos – resumo............................... 188
Figura 33 - Fluxograma do processo de averbação/desaverbação de Férias....................................... 216

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Legislação modificadora e o que foi modificado no EMECE.................................................36


Quadro 2 - Distribuição dos títulos e capítulos do EMECE com respectivos artigos...............................40
Quadro 3 - Síntese do art. 2º do EMECE.................................................................................................44
Quadro 4 - Resumo do art. 2º do EMECE, apresentando órgão, integrante e missão..............................51
Quadro 5 - Nomes da Corporação ao longo de sua história – 1835 a 2017.............................................52
Quadro 6 - Cadete e Aluno-Soldado no EMECE.....................................................................................57
Quadro 7 - Atributos e incisos relacionados para ingresso na Corporação Militar Estadual...................80
Quadro 8 - Quadro de curso e idade de ingresso na Corporação..........................................................84
Quadro 9 - Primeira etapa do concurso público conforme os Quadros..................................................89
Quadro 10 - Resumo das etapas do concurso.........................................................................................89
Quadro 11 - Resumo dos cursos necessários ao QOS........................................................................... 107
Quadro 12 - Resumo das etapas do concurso para o QOS.................................................................... 108
Quadro 13 - Tipos de Antiguidade e de Precedência entre militares.................................................... 143
Quadro 14 - Cargo efetivo e cargo em comissão.................................................................................. 150
Quadro 15 - Formas de provimento do cargo em comissão.................................................................. 154
Quadro 16 - Sujeito que presta o compromisso de honra..................................................................... 166
Quadro 17 - Síntese - Consequência da candidatura de militar estadual.............................................. 197
Quadro 18 - Tipo de remuneração do militar estadual......................................................................... 199
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
19
LEI Nº 13, DE 24 DE MAIO DE 1835
LEI DE CRIAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ

J osé Martiniano de Alencar, Presidente da Província do


Ceará.
Faço saber a todos os seus Habitantes, que a Assembleia
Legislativa Provincial Decretou, e eu Sanccionei a Ley se-
guinte.
Art.1º. A Força Policial, no futuro anno financeiro, constará de
primeiro, segundo e terceiro Commandantes; um primeiro Sar-
gento, dous Segundos; um Furriel, dez Cabos, oitenta e um Guar-
das, e dous Cornetas, vencendo todas as Praças os soldos, que se
achão marcados, e hora vencem.
Art.2º. A nomeação dos Commandantes, e Inferiores será feita
como até agora.
Art.3º. Ficão revogadas todas as Leys em contrário. José Martiniano de Alencar

Mando por tanto a todas as Autoridades, a quem o conhecimento


e execução da referida Ley pertencer, que a cumprão e fação cumprir tão inteiramente, como
n’ella se constem. O Secretario d’esta Presidencia faça imprimir, publicar e correr. Palacio do
Governo do Ceará em vinte e quatro de Maio de mil oitocentos e trinta e cinco, décimo quarto
da Independencia e do Imperio.
José Martiniano d’ Alencar
Ley da Assembléia Legislativa Provincial, que V.Exª houve por bem Sanccionar, fixando a Força
Policial, para o futuro anno financeiro, na forma acima declarada.
Para V.Exª ver.
Luiz Inacio de Oliveira Maciel a tez
Sellada n’esta Secretaria do Governo do Ceará em 24 de maio de 1835.
André Bastos de Oliveira
N’esta Secretaria do Governo do Ceará foi publicada a presente Ley em 24 de maio de 1835
André Bastos de Oliveira
Regda. A fls.10v do L.1 de Leys e Resoluções da Assemblea Legislativa desta Provincia.
Secretaria do Governo do Ceará em 24 de maio de 1835.

*** *** ***

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
20
TEN EB THOMAZ LOURENÇO DA SILVA CASTRO
1
BIOGRAFIA DO PRIMEIRO COMANDANTE DA PMCE

Foram seus paes Manoel Lourenço da Silva, Parahybano, filho do capitão Thomaz Lourenço da Sil-
va, de Portugal, e de sua mulher D.a Rosa Maria Telles de Mello, natural da Parahyba, e D.a Maria
do Carmo Sabina, nascida em 1783 e filha do capitão-mór José de Castro Silva e de D.a Joanna
Maria Bezerra de Menezes. Irmão do Dr. José Lourenço’de Castro Silva.
Nasceu a 30 de Abril de 1806 e foi baptisado a 14 de Maio pelo Rvd. Padre Joaquim José de Cas-
tro Silva, e casou-se a 26 de Abril de 1835 com sua prima D.a Rufina Cândida de Castro Barbosa,
nascida a 1 de Agosto de 1818, filha do capitão-mór Joaquim José Barbosa e de D.a Thereza Maria
de Castro Barbosa, fallecida a 8 de Outubro de 1830, filha por sua vez do capitão-mór Antonio
José da Silva Castro e de D.a Francisca de Castro Silva, natural de Minas Geraes.
Por portaria do governador Luiz Barba Alardo de Menezes de 20 de Novembro de 1811, portanto
com 5 annos e poucos mezes, assentou Praça de 1.° cadete na companhia de infantaria paga sem
vencimento de soldo e pão, e por portaria de 21 de Junho de 1822, assignada pelo governador
das armas, Francisco Xavier Torres, entrou para o estado effectivo, ficando ainda sem vencimento
por seu pae assim o requerer.
A 2 de Agosto de 1825 foi promovido a alferes do batalhão de Caçadores de l.a linha do exercito,
sendo destacado 3 mezes depois (17 de Nov.) para o Maranhão, donde regressou no brigue in-
glês “Colubine” a 1 de Setembro de 1826.
Essa expedição foi motivada pelos receios que nutria o presidente Pedro José da Costa Barros de
proclamação da Republica no Maranhão.
Por Decreto de 17 de Outubro de 1825 houve mercê do habito de Cristo em remuneração, reza
o Decreto assignado pelo B. de Valença, dos serviços relevantes prestados ao paiz por seu avô
paterno José Correia de Mello.
Commandou a 1.a companhia de seu batalhão de 1 de Maio a 25 de Agosto de 1831 e de 26 de
Agosto de 1831 a 28 de Fevereiro de 1833.
A 15 de Janeiro de 1832 marchou para o centro da Provinda contra a rebellião de Pinto Madeira
e tomou parte, portando-se com denodo, em vários encontros, sobretudo no ataque de Missão
Velha e no da villa do Icó, a 4 de Abril de 1832, nos quaes foram derrotadas as tropas facciosas,
sendo que no ultimo delles Pinto Madeira deixou no campo numero superior a cem cadáveres.
A 1 de Julho de 1834 passou a organizar o corpo de policia, do qual foi o primeiro commandante.
Por officio da presidência de 22 de Outubro de 1836 marchou para o centro a tomar conta do
commando geral dos destacamentos do Cariry, e a 15 de Janeiro de 1839 deixou o commando do
corpo policial, tendo sido no anno anterior louvado em ordem do dia da presidência.
Sectário ardente das idéas liberaes, de que seu mano, Dr. José Lourenço se tinha feito arauto
pela imprensa, vio-se forçado a pedir reforma com. outros companheiros de armas, entre os
quaes João da Rocha Moreira, Manoel Vicente de Oliveira, Francisco das Chagas Freire e Canuto
d’Aguiar. Sua reforma traz a data de 11 de Setembro de 1839. Era então presidente João Antonio
de Miranda.
A 26 de Novembro de 1840 marchou na qualidade de commandante da guarda nacional para
a cidade de S. Bernardo, afim de restabelecer a ordem publica que se tinha alterado contra o
Padre J. Martiniano d’Alencar, e de lá voltou em virtude do officio da presidência de 28 de De-
zembro de 1840 para commandar as forças reunidas com o mesmo intuito na cidade do Aracaty;
ahi n’uma das extremidades da cidade, lado sul, derrotou os revoltosos, que vinham atacal-a em
numero de 500 a 600 sob o commando de João Baptista Ferreira dos Santos Caminha.
Em 1841 exerceu o logar de juiz municipal de Fortaleza.

1 Disponível no site: http://portal.ceara.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1003&cati-


d=292&Itemid=101.
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
21
A 3 de Janeiro de 1845 foi nomeado major e commandante do corpo de policia, e exonerado a 1
de Setembro de 1847 e a 9 de Junho de 1845 foi segunda vez nomeado commandante geral dos
destacamentos das comarcas do Icó e Crato.
A 6 de Outubro de 1847 acceitou por convite do vice-presidente Frederico Augusto Pamplona
o cargo de thesoureiro do thesouro provincial, donde o fez retirar-se a 19 de Abril de 1873 um
infeliz acontecimento, que o feriu profundamente e sensibilisou a toda capital, que nesse transe
foi unanime em acompanhar com sua sympathia a victima de uma extrema boa fé.
Em 1848 foi nomeado Tenente-Coronel do 1º Batalhão da Guarda Nacional da cidade da Fortale-
za e por Decreto de 10 de Março de 1853 reformado no mesmo posto.
O Tenente-Coronel Thomaz Lourenço, foi deputado provincial nas legislaturas de 35-37 e 46-47.
Falleceu em Fortaleza a 9 de Novembro de 1881.
*** *** ***
Fonte: Dicionário Bio-bibliográfico Cearense do historiador Br. de Studart, conforme o Portal da História do Ceará.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
22
BRASÃO DE ARMAS E ESTANDARTE DA PMCE
2
DECRETO N. 4.432, DE 10 DE MAIO DE 1961

Adota Brazão de Armas e Estandarte para uso na Polícia


Militar do Ceará.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, usando das atribuições que lhe confere o Art. 34, n. I,
da Constituição Estadual de 23 de Junho de 1947,
DECRETA:
Art.1º– Ficam adotados, para uso na Polícia Militar do Ceará, Corporação que está completando
126 anos de existência, no decorrer dos quais há prestado os mais assinalados serviços ao Esta-
do, à Pátria e à sociedade, um Brazão de Armas e um Estandarte.
Art.2º– O Brazão de Armas, confeccionados segundo o modelo anexo ao presente Decreto, será
colocado em lugar de destaque no Quartel General da Corporação, com miniaturas nos Quartéis
e sédes das unidades e órgãos subordinados, passando a figurar como timbre nos papéis ofi-
ciais da Polícia Militar, servindo como um farol a guiar os policiais cearenses na trilha certa que
constitue as suas tradições de honra, civismo e fidelidade à ordem constituida, que sempre foram
características da milícia cearense.
Art.3º– O Estandarte de Polícia Militar, com a forma e dimensões constantes do modelo que a
êste acompanha, será conduzido por ocasião de revistas e desfiles da tropa, pelo aluno mais dis-
tinto do Curso de Formação de Oficiais, ao lado do Pavilhão Nacional.
Art.4º– Fica o Comando da Polícia Militar do Ceará autorizado a providenciar a confecção dês-
ses símbolos.
Art.5 – Êste Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Palácio do Governo do Estado do Ceará, em Fortaleza, 10 de maio de 1961.

JOSÉ PARCIFAL BARROSO


José Góes de Campos Barros.

2 Esse Decreto foi publicado no D.O. nº 8.046, de 12 de maio de 1961 e transcito para o Boletim do Quartel General
nº 103, de 17 de maio de 1961 (quarta-feira).
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
23
ANEXO 1

BRAZÃO DE ARMAS

1. DESCRIÇÃO

Escudo português, cortado de dois traços, formando três faixas. Na primeira, em campo verme-
lho (góles) elementos da insígnia policial-militar, constituída de um fuzil e uma lança, tendo, so-
bre o cruzamento dos mesmos, um escudo verde e amarelo, carregado de uma estrela de prata,
lança e fuzil de ouro; na segunda faixa, partida, formando dois quartéis, tendo, no primeiro, um
sol de ouro e, no segundo, dois ramos de louros, cruzados no pé, envolvendo três estrelas, sendo
os ramos de verde e as estrelas de vermelho;na terceira faixa, de azul, uma jangada e um farol
de ouro, sobre um mar revolto, de prata e verde.
Sobre o escudo, um castelo ameiado, de ouro e de uma porta ao centro. Tudo arrematado, na
base, por um listão de prata, com os seguintes: POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ.
O escudo português representa a origem da nacionalidade; as três faixas, cuja origem provém
da couraça dos cavaleiros medievais, dizem das três denominações titulares da Polícia Militar
do Ceará, durante sua alentada e gloriosa existência, desde a sua criação pela Lei nº 13, de 24
de maio de 1.835: Corpo Policial, Força Policial e Polícia Militar; fuzil, lança, escudete e estrela,
são elementos componentes das insígnias das Polícias Militares Estaduais, aprovado pelo Regu-
lamento de Uniformes do Exército; o sol significa a torridez com que o astro rei caustica a terra
cearense; os dois ramos de louro, envolvendo três estrelas, falam bem alto da atuação da Polícia
Militar do Ceará, na guerra entre o Brasil e o Paraguai, na qual saiu mortalmente ferido o bravo
Gerenal Antonio de Sampaio, cearense ilustre, hoje, em sua memória, patrono da Arma de Infan-
taria do nosso Glorioso Exército; jangada, símbolo da bravura dos homens do mar, cearenses de
têmpera inflexível, navega, iluminado pelos lampêjos do farol de Mucuripe que se vê à destra,
enfrentando os “verdes mares bravios”, como disse o poeta; o castelo que encima o conjunto,
caracteriza o timbre que completa o Brazão de Armas do Estado.

2. CÔRES

O verde e o amarelo do escudete, além de representarem as côres marcantes da nacionalidade,


também definem as tintas que destacam a bandeira estadual, criada pelo Decreto nº 1.971 de 25
de agosto de 1.992; vermelho – valor, intrepidez, ânimo valoroso e decidido; azul – serenidade e
realeza; verde – esperança e liberdade; ouro – riqueza, fôrça e fé; prata – inocência e lisura.

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
24
ANEXO 2

ESTANDARTE DA POLÍCIA MILITAR

1. FORMA E DIMENSÕES

Campo partido de três palas, de azul, branco e vermelho, tendo, no centro a imagem, bordada
em côres do Brazão de Armas da Polícia Militar; na haste, o laço nacional constante de todos os
estandartes das Unidades históricas do Exército Nacional.
Comprimento, 1,10m;
Largura, 0,77m.
O pano será dividido em três palas verticais, ocupando as das extremidades, cada uma, um quar-
to (¼) da dimensão e a do centro, um meio (½), estando assim colocadas: a da esquerda, azul
(0,275m); a do centro, branca (0,550m); a da direita, vermelha (0,275m).
O Brazão, inscrito no centro do estandarte terá 0,35m (da extremidade superior do castelo à
base), de altura e 0,30m (diâmetro do semicírculo formado pelo listão da base) de largura.

2 . CÔRES

Branco – côr simbólica da pacificação, função precípua das Polícias Militares;


azul e vermelho – côres simbólicas das fôrças de terra do Exército Nacional, das quais as PP.MM.
são reservas e Forças Auxiliares”.

*** *** ***

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JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER
Patrono da Polícia Militar do Ceará

O patrono das Polícias Militares brasileiras é Joaquim José da Silva Xavier - Tiradentes, conforme
Decreto-lei nº 9.208, de 29 de abril de 1946. O mártir também é considerado o Patrono cívico da
nação brasileira por força da Lei nº 4.897, de 9.12.1965.

BIOGRAFIA

Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, nasceu em 12 de Novembro de 1746
na cidade de Pombal, no estado de Minas Gerais. Alistou-se em 01.12.1775 no posto de Alferes
no Regimento de Cavalaria de Minas Gerais, tropa da Capitania de Minas Gerais. Participou da
Inconfidência Mineira, sendo por esse motivo preso e enforcado no dia 21 de abril de 1792, no
Rio de Janeiro. Seu corpo foi esquartejado e exposto em Praça pública.
Frei Raimundo Penaforte, o confessor, escreveu o seguinte sobre Tiradentes:
“Foi um daqueles indivíduos da espécie humana que põem em espanto a própria natureza. En-
tusiasta, empreendedor com o fogo de um D. Quixote, habilidoso com um desinteresse filosófico,
afoito e destemido, sem prudência às vezes, em outras temeroso ao cair de uma folha; mas o seu
coração era sensível ao bem. A Coroa quisera, com o espetáculo do enforcamento, afirmar o seu
domínio sobre a colônia brasileira. Tiradentes tentara, com o sacrifício, salvar os companheiros
e abrir ao povo o caminho da emancipação política. Um espírito inquieto, um homem leal, esse
Alferes Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha Tiradentes - Herói sem medo de todo um povo”.

Fonte: Site da Polícia Militar de Mato Grossso, <http://www.pm.mt.gov.br/patrono-da-policia>

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21 DE ABRIL: DIAS DAS POLÍCIAS MILITARES
DECRETO-LEI Nº 9.208, DE 29 DE ABRIL DE 1946.

Institui o Dia das Polícias Civis e Militares, que será co-


memorado a 21 de abril.

O Presidente da República, Considerando que entre os grandes da história pátria que se empe-
nharam pela manutenção da ordem interna, a vulta a figura heróica de Alferes Joaquim José da
Silva Xavier (Tiradentes) o qual, anteriormente aos acontecimentos que foram base de nossa In-
dependência, prestara à segurança pública, quer na esfera militar quer na vida civil, patrióticos
serviços assinalados em documentos do tempo e de indubitável autenticidade; Considerando
que a ação do indômito protomártir da Independência, como o Soldado da Lei e da Ordem, deve
constituir um paradigma para os que hoje exercem funções de defesa da segurança pública,
como sejam as polícias civis e militares, às quais incumbe a manutenção da ordem e resguardo
das instituições: Usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição,
DECRETA:    
Artigo único. Fica instituído o Dia das Polícias Civis e Militares que será, comemorado todos os
anos a 21 de Abril, data em que as referidas corporações em todo o país realizarão comemora-
ções cívicas que terão como patrono o grande vulto da Inconfidência Mineira.
Rio de Janeiro, 29 de Abril de 1946, 125º da Independência e 58º da República.
EURICO G. DUTRA
Carlos Coimbra da Luz.
Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de 02/05/1946

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SANTO EXPEDITO
O PADROEIRO DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ

O Padroeiro da PMCE é Santo Expedito, o santo da causas urgentes.Vejamos a história desse


padroeiro conforme adaptação do site:
>http://www.cruzterrasanta.com.br/historia-de-santo-expedito/122/102/#c>.
Expedito comandou, de 296 a 303 d. C., a XII Legião, denominada de Fulminata (Vem como um
raio), que alguns anos antes tinha sido comandada pelo Imperador romano, Marco Aurélio.
Era um líder competente e vitorioso na carreira militar, porém tinha o hábito da procrastinação,
isto é, deixar para depois, adiar. Certa noite teve um sonho que mudou sua vida. No sonho, com
um corvo representando o espírito do mal, grasnava diante dele a palavra cras, do latim, que
significa amanhã, deixe sua conversão para amanhã. O corvo grasnava forte e parecia poderoso.
Porém, de repente, Expedito decidiu e pisoteou o corvo dizendo: hodie, que significa hoje, em
latim. O Comandante Expedito acordou do sonho decidido e confirmou sua conversão. Por isso
ele é considerado o Santo das causas urgentes.
Após a conversão, o imperador Diocleciano determinou sua prisão com a flagelação romana: 39
chicotadas com o flagrus, chicote que dilacera a pele e causa hemorragia. Como não renunciou
à fé cristã foi decapitado à espada, no dia 19 de abril de 303, em Melitene na Armênia.
Santo Expedito é representado como um Comandante Romano, vestindo uma túnica branca, uma
armadura de superior e um manto vermelho sobre os ombros. Em sua mão direita ele levanta
uma cruz com a palavra Hodie (Hoje). Na mão esquerda, ele tem uma palma, representando o
martírio e a vitória dos mártires. Seu pé direito pisa sobre um corvo, que grita a palavra Cras,
(amanhã). A imagem simboliza a grande mensagem de Santo Expedito: “Não adie sua conversão,
não deixe para amanhã aquilo que deve ser feito hoje, não procrastine!”

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CANÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ - 1918

Letra: Antônio Sales


Música: Ten. Martiniano José Monteiro
Do Brasil sou o livre Soldado
Palpitante de fé e de amor,
Se meu sabre conservo empunhado,
Não conheço ambição nem rancor

ESTRIBILHO
Exclamo impávido
Em tom viril,
Viva a República
Viva o Brasil!

Meu ardente desejo de moço,


É amar defender e servir
Meu Paiz, este jovem colosso
Destinado ao mais belo porvir

Uma Pátria mais nobre e mais bela,


Entre todas no mundo não há!
Quem não morre de amores por ela?
Quem seu sangue por ela não dá?

Do Amazonas ao Prata se estende


Sob um céu de puríssimo azul;
Coração que bondoso respelende,
Traz no peito o Cruzeiro do Sul.

Essa cruz luminosa é o emblema


Da nobreza de meus ideais
Que só visam a glória suprema
Das conquistas sublimes da Paz.

Sou amigo da paz, porém quando


A injustiça brutal pretender,
Nos ferir, nossa Pátria insultando,
Saberei pelejar e vencer...

COMENTÁRIO: Essa canção se encontra no livro “Resumo Histórico da Polícia Militar – 1835 – 1955”, do
Cel Abelardo Rodrigues, editado pela Imprensa Oficial em 1956. Procuramos os regentes da Banda de Música
da PMCE, contudo eles desconhecem a letra e a melodia. Também não encontraram a partitura referente à
canção.

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CANÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ (ATUAL)

Letra: Filgueiras Lima


Música: Cleóbulo Maia

Corporação punjante e valorosa


Que lutou sempre e sempre lutará
Pelo esplendor da pátria gloriosa
Polícia Militar do Ceará

ESTRIBILHO
Raça de fortes, povo de bravos
Radiosa terra do nosso amor
Jamas quiseste filhos escravos
Nós mostraremos o teu valor

Honra e vivismo: eis a legenda heroica


Que nossos atos guia e nos conduz
Nós descendemos de uma raça estóica
Cujo berço é a imortal TERRA DA LUZ!

Exemplo de renúncia e de bravura


Em derredor de nós vemos brilhar
É o sertanejo audaz que o sol tortura
É o jangadeiro ousado em frente ao mar

Na história pátria surges sobranceira


Ó secular milícia varonil
Pois na guerra também nossa bandeira
Já tremulou em nome do Brasil!

Obs: Portaria nº 006/1987-GC, publicada no BCG nº 197, de 22.10.1987 [...]RESOLVE que, a partir desta
data, a Canção da Polícia Militar do Ceará deverá ser cantada com a tropa e os assistentes na “posição de senti-
do”. Cumpra-se. Fortaleza, 21 de outubro de 1987. José Israel Cintra Austregésilo – Cel PM Cmt-G da PMCE.

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CANÇÃO DO CADETE

Letra: cadete Andersino da PMPI

Da polícia sou cadete


Levo em peito amor vibrante
Tenho muito para dar
De minha força pujante

Estribilho
Sou de toda a construção
Pedaço em fé servil
Saga da Corporação
E exemplo ao meu Brasil

Em mim nascendo a semente


Que germina um ideal
O modelar lentamente
Dum aspirante a Oficial

Já não temendo as fadigas


De estudos e exercícios vários
Sou semente do futuro
Sendo exemplo temo nada

E o futuro Oficial
Da ordem mantenedor
Se orgulhará do cadete
Que foi com muito valor

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HINO DO CFAP

Letra: 1º Ten PM Eliziário Vitoriano de Araújo Neto


Música: 2º Sgt PM Antonio Holanda Duarte
Valoroso Centro de Formação
E Aperfeiçoamento de Praças
Entregas para a Corporação
Defensores de todas as raças

Excelsa escola legendária


Tens por toda tua trajetória
Páginas de extraordinária
Louvação, honra e vitória

Os conhecimentos transmitidos
Por nossos mestres com disposição
Trazem-nos, em todos os sentidos
Da vida, uma grande formação

Excelsa escola legendária


Tens por toda tua trajetória
Páginas de extraordinária
Louvação, honra e vitória

Nos atribui um comportamento


Exemplar de grande dedicação
E majestoso arrojamento
Para as causas da Corporação

Excelsa escola legendária


Tens por toda tua trajetória
Páginas de extraordinária
Louvação, honra e vitória

Manancial de conhecimentos
Legados pelos antepassados
Sempre viveremos os momentos
Aqui diariamente lembrados

Obs: O hino acima foi posto à apreciação de uma Comissão publicada no BCG nº 229, de 03.12.1991, sendo aprovado.

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LEI DE CRIAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS
Lei Estadual nº 2.253, de 08.08.1925

Cria um Pelotão de Bombeiros subordinado ao comando


do Regimento Policial do Ceará.

A Assemblea Legislativa do Estado do Ceará decreta e eu sanciono a seguinte lei:


Art. 1º. É creado o pelotão de bombeiros, subordinado ao commando do Regimento Policial do
Ceará, destinado á extincção de incendios nesta Capital.
Art. 2º. Este pelotão compor-se-á de:
1 2º Tenente – Commandante
1 2º Sargento Sargenteante
1 2º Sargento arquivista
1 3º Sargento Intendente
1 3º Sargento encarregado do material
4 Cabos de esquadra
24 Bombeiros
2 Corneteiros.
Art. 3º. Para a organisação deste pelotão, o Presidente do Estado se utilisará do pessoal exceden-
te dos quadros effectivos do Regimento Policial.
Art. 4º. Revogam-se as disposições em contrario. Palácio da Presidência do Ceará, em 08 de
agosto de 1925.
José Moreira da Rocha
José Carlos de Matos Peixoto.
*** *** ***

DECRETO nº 881, de 29.12.1932


Art. 1º. O C.S.P. organizado militarmente constará de um Estado Maior, um Batalhão de Infanta-
ria, uma Guarda Cívica, um Pelotão de Cavalaria, um Pelotão de Bombeiros e de um Serviço de
Saúde.
[...]

CAPÍTULO IX
DO PELOTÃO DE BOMBEIROS

Art.90. O Pelotão de Bombeiros será comandado por um subalterno nomeado pelo Comando
Geral do C.S.P., com atribuições de Comandante de Companhia Destacada.
§1º. O Governo do Estado expedirá instruções sobre organização e funcionamento do mesmo.
§2º. As praças destinadas ao referido Pelotão ficarão adidas ao B.I., até ser o mesmo organizado
materialmente.
[...]”.
Nota: Nesse decreto, que teve vigência a partir de 1º de janeiro de 1933, o Interventor Federal Cap Roberto
Carneiro de Mendonça reorganiza o Corpo de Segurança Pública, incluindo-se em sua estrutura o Pelotão de

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33
Bombeiros o qual realmente é posto em prática com a nomeação do 2º Tenente Caminha e a chegada do 1º
Sargento J. Cunha para estruturá-lo.

Nota: O Decreto nº 568, de 15 de abril de 1932, mudou o nome da Força que passou a ser denominada Cor-
po de Segurança Pública (CSP), contendo em sua estrutura uma Seção de Bombeiros, contudo, em razão das
várias lacunas do Decreto acima, foi aprovado o Decreto nº 881, de 29.12.1932, o qual traz a nomenclatura de
“Pelotão de Bombeiros “ como mostrado acima.
** *** ***

BRASÃO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará tem o brasão abaixo, com a seguinte descri-
ção: ao centro um escudo polônio em verde com bordas vermelhas, sobre dois machados cruza-
dos e um archote flamejante.
Enlaçando os machados e a tocha encontra-se uma única mangueira na cor vermelha disposta
em três círculos em cujas pontas há esguichos.
No coração do brasão uma jangada enfunada na cor branca com detalhes em negro.

Figura 1 - Brasão do Corpo de Bombeiros

*** *** ***

CANÇÃO DO SOLDADO DO FOGO

Contra as chamas e lutas ingentes


Sob o nobre alvirrubro pendão,
Dos soldados do fogo valentes,
É a paz, a sagrada missão.

E se um dia houver sangue e batalha


Desfraldando a auriverde bandeira,
Nossos peitos são férreas muralhas,

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Contra audaz agressão estrangeira.

Missão dupla o dever nos aponta:


Vida alheia e riquezas salvar
E, na guerra punindo uma afronta
Com valor pela pátria lutar.

DIA DO BOMBEIRO BRASILEIRO


Decreto nº 35.309, de 2 de abril de 1954

Institui o “Dia do Bombeiro Brasileiro” e a “Semana de


Prevenção Contra Incêndio”.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 87, item I, da
Constituição Federal, CONSIDERANDO que o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal já se tor-
nou credor da estima pública pelos reais serviços que vem prestando ao País; CONSIDERANDO
que o bombeiro brasileiro sempre recebeu demonstrações, as mais carinhosas, do povo pelas
constantes provas de valor e bravura; CONSIDERANDO que o dia 2 de julho de 1856 foi assinado
o primeiro decreto regulamentando, no Brasil, o serviço de extinção de incêndios; CONSIDE-
RANDO a necessidade de ser ensinada ao povo, pelos nossos bombeiros, a prática de medidas
preventivas capazes de evitar a ocorrência de sinistros de proporções catastróficas,
DECRETA: 
Art. 1º Ficam instituídos, para serem comemorados anualmente, no dia 2 de julho e na semana
em que êste dia estiver compreendido, respectivamente, o “Dia do Bombeiro” e a “Semana de
Prevenção Contra Incêndios”. 
Art. 2º Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Rio de Janeiro, em 2 de abril de 1954; 133º da Independência e 66º da República.

Getúlio Vargas 
Tancredo de Almeida Neves 

Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de 03/04/1954

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DIA DO PROFISSIONAL DA SEGURANÇA PÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ
3
LEI Nº15.334, DE 12 DE ABRIL DE 2013

Institui o Dia do Profissional da Segurança Pública no


Estado do Ceará. o presidente da assembleia legislativa
do estado do ceará.

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu, José Jácome Carneiro Albuquerque, Pre-
sidente do Poder Legislativo, de acordo com os §§ 3º e 7º do art.65 da Constituição do Estado do
Ceará, promulgo a seguinte Lei:

Art.1º Fica instituído, no Calendário Oficial de Eventos do Estado do Ceará, o Dia do Profissional
da Segurança Pública, que deverá ser comemorado no dia 3 de janeiro.

Parágrafo único. As atividades previstas no caput deste artigo poderão ser palestras, seminários,
homenagens aos profissionais que se destacaram na Segurança Pública, dentre outras.

Art.2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Paço da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, em Fortaleza, 12 de abril de 2013. Deputado

José Albuquerque - Presidente.

3 Lei publicada no DOE nº 085, de 09/05/2013


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REGISTRO DE ALTERAÇÕES DO ESTATUTO DOS MILITARES DO ESTADO DO
CEARÁ

Ao longo dos seus curtos 11 anos de existência do EMECE, foram editadas 11 (onze) leis modificadoras, como
abaixo se mostra:

Quadro 1 – Legislação modificadora e o que foi modificado no EMECE

ORD LEI MODIFICAÇÃO, ACRÉSCIMO OU REVOGAÇÃO


Modifica alínea “c” do inciso I do art.3º
Acrescenta o parágrafo único ao art. 8º
Modifica inciso III do art.11
Modifica parágrafo único do art.12
Modifica §3º do art.15
Modifica §§3º e 4º do art.17
Capítulo V passa a denominar-se “Dos Quadros de Oficiais
Complementar Policial Militar e Bombeiro Militar”,
Modifica art. 28,§§1º, 2º e 3º
Modifica inciso I do §5º do art.31
Acrescenta §3º ao art.50
Acrescenta incisos XXXII, XXXIII e XXXIV ao art.52
Acrescenta §§2º, 3º e 4º e o p.u. passa a ser §1º
Modifica §5º do art.88
Modifica §§1º e 2º do art.89
Modifica alínea “e” do inciso I e o inciso III do art.90
Modifica §§2º e 6º do art.91
Modifica inciso IV do §1º do art.92
Lei Nº 13.768, de 4 de maio de
01 Modifica §4º do art.94
2006.
Modifica incisos I e III do §2º do art.95
Modifica §4º do art.99
Modifica inciso III do §2º do art.102
Revogado o §3º do art.107
Modifica art.115
Modifica inciso II do art.119
Modifica inciso II do art.122
Modifica caput do art.123
Modifica inciso II do art.127
Modifica caput do art.133
Acrescenta o inciso III ao §2º do art.140
Acrescenta o art. 148-A
Acescenta as alíneas “d” e “e” ao inciso III, do art. 149
Modifica inciso I do art.198
Acresccenta os §§2º, 3º, 4º e 5º, enumerando-se como §1º o atual
parágrafo único
Modifica os anexos II e III
Art. 34 e 35 tratam da transição da Lei

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ORD LEI MODIFICAÇÃO, ACRÉSCIMO OU REVOGAÇÃO
Modifica caput, os incisos II, XI, XIII e o §1º do art.10
Modifica o §1º do art.79
Modifica §5º do art.120
Modifica a alínea “b” dos incisos I e II e o §4º do art.126
Modifica §1º do art.140
Modifica §2º do art.148-A
Modifica alínea “c” do inciso I e a alínea “c” do inciso II do
art.169
Lei nº 14.113, de 12 de maio de Modifica §§3º, 4º e 5º do art.172
02
2008 Acrescenta o art.169-A
Revoga §3º do art.10
Revoga inciso II do art.14
Revoga o inciso II do art.17
Revoga as alíneas “a” e “b” do inciso III do art.140
Revoga o inciso I do §1º e o §2º do art.172
Institui a Gratificação do Policiamento Ostensivo (GPO)
Regime de Trabalho Semanal
Situações que não geram agregação
Lei Complementar nº 93, de 25 de Modifica art.102, §2º, inciso III, alínea “b”
janeiro de 2011. Modifica art.182, VI
03
Modifica art.194 e Parágrafo único
Modifica art. 213
Lei nº14.930, de 02 de junho de Altera incisos I e II do §1º, art. 95
04
2011. Altera alínea “e” do inciso III, art. 149
Fica extinto o Quadro de Oficiais Complementares da Polícia
Militar do Ceará -QOCPM, e as vagas dele remanescentes distri-
buídas entre os demais Quadros de Oficiais.
Fica extinto o Quadro de Oficiais Especialistas – QOE, passando
os seus integrantes a compor o Quadro de Oficiais de Adminis-
tração.
Lei nº14.931, de 02 de junho de Nova denominação para o Capítulo IV que passa a ser:
05 2011. (revogada pelo art.42 da Lei DO QUADRO DE OFICIAIS DE ADMINISTRAÇÃO
nº 15.797/2015) Modifica art. 19, 20, 21, 22 e 23
A identificação do capítulo V passam a vigorar com a seguinte
redação:
“CAPÍTULO V
DO QUADRO DE OFICIAIS COMPLEMENTAR BOMBEIRO
MILITAR
Modifica art.28 com três parágrafos.
Lei nº 14.933, de 08 de junho de
06 Modifica Inciso XI, do art. 52
2011
Lei nº 15.456, de 14 de novembro
de 2013 1) Modifica incisos VII e XII do art.10
07
2) Acrescenta o inciso XV ao art. 10
Modifica o inciso I, §1º, art.62
08 Lei Complementar nº 159/2016
Acrescenta os §§8º, 9º e 10 ao art.62

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ORD LEI MODIFICAÇÃO, ACRÉSCIMO OU REVOGAÇÃO
Modifica Alínea “b)” do inciso I, art.3º
Modifica §2º, do art. 15
Modifica §2º, do art. 17
Modifica art. 19
Modifica art. 22
Modifica §2º, art.24
Modifica p.u. do art.26
Modifica §1º, art. 28
Modifica §2º, art. 31
Modifica §1º, art.33
Modifica art.34
09 Lei nº 15.797, de 25.05.2015 Modifica art.44 e p.u.
Modifica Incisos I, VI, e inclui incisos VII e VIII do art. 182
Modifica Inciso I do art. 188
Revoga o Título IV
Revoga §§4º e 5º, do art.24
Revoga §2º do art.25
Revoga §3º do art.30
Revoga art.46
Revoga inciso II do art.49
Revoga §1º do art.50
Revoga alíneas “b”, “c” e “d” do inciso II, do art.182
Revoga anexos I, II e III da Lei nº13.729
Modifica §§2º, 3º e 4º do art.217
10 Lei nº 16.009, 05 de maio de 2016. Acrescenta os §§5º, 6º, 7º, 8º e 9º ao art.217
Inclui o anexo IV
11 Lei nº 16.010, 05 de maio de 2016 Modifica o art. 10 nos incisos II, VII, XII e XV bem como o §4º
Fonte: O autor (2017)

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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LEI Nº13.729, DE 11 DE JANEIRO DE 2006
Dispõe sobre o Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará
e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e


eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
GENERALIDADES

FINALIDADE DO ESTATUTO

Art.1º. Esta Lei é o Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará e regula a situação, direitos, prerro-
gativas, deveres e obrigações dos militares estaduais.

1. CONTORNO JURÍDICO

O artigo tem como objeto a apresentação do Estatuto, sua finalidade, a quem se destina e área geográfica de
eficácia.

Figura 2 – Síntese do conteúdo do art. 1º do Estatuto

Fonte: O autor (2017)

2. A INTERPRETAÇÃO DO estatuto: IN DUBIO PRO MILITARIS


O Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará (EMECE) é um conjunto de normas jurídicas, com efeitos erga
omnes, que regula as relações entre os militares estaduais e sua Corporação. Nessa toada, o EMECE dispõe
sobre a situação, direitos, prerrogativas, deveres e obrigações dentre outros assuntos que dizem respeito à co-
letividade militar estadual do Ceará.
O EMECE é uma norma que tem como maior característica o aspecto orientador e pedagógico, e, somente em
segundo plano, o aspecto coercitivo, uma vez, que a norma não traz comportamentos a serem seguidos pelo
militar, como o faz o Código Disciplinar, mas uma regra a ser seguida pela Administração ante a determinados
fatos da vida do militar. Dessa forma, não é exagero afirmar que o EMECE é uma legislação feita para os mi-
litares e não os militares para o Estatuto, pois se trata, sobretudo, de uma ferramenta de garantia de direitos e
de perrogativas.
Nessa visão, havendo dúvida na sua aplicação, a interpretação (independente do método) deve levar em conta
a parte hipossuficiente da relação, ou seja, o militar estadual. Logo, não seria exagero cunhar a expressão in
dubio pro militaris.

3. O ELEMENTO HUMANO DAS CORPORAÇÕES MILTARES ESTADUAIS

As Corporações Militares Estaudais (CME) são compostas pelos seguintes elementos humanos:

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a) Militares – são os integrantes natos das CME. Fazem concurso para ser militares estaduais. Regem-se por
este EMECE e por todo o arcabouço jurídico aplicável aos militares.
b) Funcionários civis – fazem concurso para o serviço público estadual, apenas são lotados nas CME. Regem-
-se pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará.
c) Funcionários terceirizados – em situações excepcionais, trabalham nas CME. Regem-se pela Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).
RELEMBRANDO:
O EMECE É APLICÁVEL SOMENTE AOS MILITARES ESTADUAIS

4. ESTRUTURA DO EMECE

O EMECE foi dividido em seis títulos (o quarto foi revogado em razão das promoções dos militares passarem
a ser tratadas na Lei Estadual nº 15.797, de 25 de maio de 2015), tendo ao todo 232 (duzentos e trinta e dois)
artigos, como se mostra abaixo.

Quadro 2 – Distribuição dos títulos e capítulos do EMECE com respectivos artigos

TÍTULO MATÉRIA ARTIGO


TÍTULO I TÍTULO I - GENERALIDADES art. 1º ao 9º
TÍTULO II - DO INGRESSO NA CORPORAÇÃO MILITAR ESTADUAL
Capítulo I - dos requisitos essenciais art. 10 e 11
Capítulo II - do ingresso no quadro de oficiais de saúde da polícia militar art. 12 ao 16
Capítulo III - do quadro de oficiais capelães da polícia militar art. 17 e 18
Capítulo IV - do quadro de oficiais de administração art.19. ao 27
TÍTULO II
Capítulo V - do quadro de oficiais complementar bombeiro militar art. 28
Capítulo VI - da hierarquia e da disciplina art. 29 ao 34
Capítulo VII - do cargo, da função e do comando art. 35 ao 47
Capítulo VIII - do compromisso, do comportamento ético e da responsabilidade
art. 48 ao 51
disciplinar e penal militar
TÍTULO III - DOS DIREITOS E DAS PRERROGATIVAS DOS MILITARES ESTADUAIS
TÍTULO III
Capítulo Único - dos direitos art. 52 a 76
TÍTULO IV TÍTULO IV - DAS PROMOÇÕES(revogado pelo art. 42 da Lei nº 15.797/2015) art. 77 ao 171
TÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
Capítulo I - das situações especiais art. 172 ao 177
TÍTULO V
Capítulo II - do desligamento do serviço ativo art. 178 ao 208
Capítulo III - do tempo de serviço e/ou contribuição art. 209 ao 214
TÍTULO VI TÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS art. 215 ao 232
Fonte: o autor (2017)

5. PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO EMECE

Além dos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, o EMECE, tem
ainda:
5.1 Princípio da peculiaridade funcional e estrutural
A natureza da atividade militar estadual requer normas jurídicas próprias e peculiares ao desempenho da mis-
são institucional e das relações entre essa categoria de servidores e o Estado. Essa perrrogativa de ter normas
próprias de funcionamento interno é estabelecida na Constituição Federal de 1988 e em outros dispositivos
federais abaixo transcritos:
a) CF/88 - Art. 142, §3º, X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabi-
lidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração,
as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades,
inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)
b) Dec-Lei 667, de 02.07.1969 - Art. 24. Os direitos, vencimentos, vantagens e regalias do pessoal, em serviço
ativo ou na inatividade, das Polícias Militares constarão de legislação especial de cada Unidade da Federação,

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não sendo permitidas condições superiores às que, por lei ou regulamento, forem atribuídas ao pessoal das
Fôrças Armadas. No tocante a Cabos e Soldados, será permitida exceção no que se refere a vencimentos e
vantagens bem como à idade-limite para permanência no serviço ativo. 
c) R-200 baixado pelo Dec. 88.777, de 30.09.1983 - Art . 43 - Os direitos, remuneração, prerrogativas e deveres
do pessoal das Polícias Militares, em serviço ativo ou na inatividade, constarão de legislação peculiar em cada
Unidade da Federação, estabelecida exclusivamente para as mesmas. Não será permitido o estabelecimento de
condições superiores às que, por lei ou regulamento, forem atribuídas ao pessoal das Forças Armadas, consi-
derada a correspondência relativa dos postos e graduações.
Parágrafo único - No tocante a Cabos e Soldados, será permitido exceção no que se refere à remuneração bem
como à idade-limite para permanência no serviço ativo.
d) Constituição do Estado do Ceará/89 – Art. 176, §10. Os direitos, deveres e prerrogativas dos servidores
militares do Estado, em serviço ativo ou na inatividade, constarão em leis ou regulamentos.
5.2 Princípio da Hierarquia e Disciplina
O EMECE tem por princípios básicos a hierarquia e a disciplina como citado na Constituição Federal, na Cons-
tituição Estadual, no Código Disciplinar PM/BM, no R-200, e no próprio Estatuto. Não se poderia conceber
uma organização militar onde não houvesse escalonamento de autoridade (hierarquia) e dever de obediência
(disciplina).
A hierarquia diz respeito a carreira militar que é disposta em postos e graduações obrigando os inferiores em
relação aos superiores hierárquicos, nos limites da lei. O superior tem o poder de dirigir, coordenar, comandar
e chefiar; ao subordinado cumpre obedecer as ordens legais.
A hierarquia também organiza e molda a estrutura organizacional militar, criando um modelo verticalizado que
subordina ou vincula um órgão ao outro, e que pode ser visualizado por meio dos organogramas institucionais.
Exemplo: Uma Companhia do 5º BPM subordina-se ao Batalhão, o qual por sua vez ao Comando de Policia-
mento da Capital, e este ao Comando Geral da Corporação. Vide modelo abaixo.

Figura 3 – Modelo hipotético de estrutura hierarquizada dos órgãos de uma Corporação Militar

Fonte: O autor (2017)

5.3 Princípio da desobediência às ordens ilegais


O princípio da hierarquia não se sobrepõe ao princípio da legalidade. Daí porque todas as ordens e determina-
ções de superiores devem guardar observância à CF/88 e à lei. A disciplina não impõe uma obediência cega e
louca. Ao contrário, exige um militar comprometido com a lei e com a ordem, cônscio de seus deveres, mas
também pronto a exigir seus direitos como ser humano que é. Com base nesse princípio, o militar estadual
pode desobedecer à ordem ilegal, ou seja, o militar só cumpre ordens legais. O entendimento de legalidade é
restrito, não podendo ser alargado por achismo ou porque “eu quero”. A Lei nº 13.407, de 21 de novembro de
2003 (Código Disciplinar PM/BM) ratifica essa tese em seus arts. 10 e 11, abaixo transcritos:
CDPM/BM - Art.10. As ordens legais devem ser prontamente acatadas e exe­cutadas, cabendo inteira respon-
sabilidade à autoridade que as determinar.
§1º Quando a ordem parecer obscura, o subor­dinado, ao recebê-la, poderá solicitar que os esclarecimentos
necessários sejam oferecidos de maneira formal.
§2º. Cabe ao executante que exorbitar no cumpri­mento da ordem recebida à responsabilidade pelo abuso ou
excesso que come­ter, salvo se o fato é cometido sob coação irresistível ou sob estreita obediência à ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, quando só será punível o autor da coação ou da ordem.

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Art. 11, §1º. O militar do Estado é responsável pelas decisões que tomar ou pelos atos que praticar, inclusive
nas missões expressamente determinadas, bem como pela não-observância ou falta de exação no cumprimento
de seus deve­res.
5.4 Princípio da subsidiariedade ou da não exclusividade de aplicação
O EMECE segue o princípio da não exclusividade de aplicação, ou seja, não é a única lei aplicável ao militar
estadual, eis que subordinada, complementada, subsidiada e suplementada por normas constitucionais e infra-
constitucionais afetas aos militares estaduais, como bem explica em seu art. 8º e no art. 228, abaixo tanscritos:
a) Art.8º A condição jurídica dos militares estaduais é definida pelos dispositivos constitucionais que lhes fo-
rem aplicáveis, por este Estatuto e pela legislação estadual que lhes outorguem direitos e prerrogativas e lhes
imponham deveres e obrigações.
b) Art.228. Aplica-se à matéria não regulada nesta Lei, subsidiariamente e no que couber, a legislação em vigor
para o Exército Brasileiro.
5.5 Generalidade
O EMECE, no meio militar estadual, não tem caráter personalíssimo, é preceito de ordem geral dirigida indis-
tintamente a todos os militares estaduais independente do cargo efetivo ou do cargo em comissão que ocupem.
5.6 Abstratividade
O Estatuto é abstrato, regula situações de modo geral e hipotético, por isso mesmo não regula os casos concre-
tos sob pena de não prever todas as situações sociais possíveis.
5.7 Imperatividade
Como toda norma jurídica o EMECE é imperativo, no sentido de que não é apenas uma declaração de condu-
tas, pois se impõe quanto a seu cumprimento.

6. NECESSIDADE DE REVISÃO DO EMECE

Apesar das 11 (onze) modificações sofridas pelo EMECE em 11 (onze) anos de existência (todas necessárias),
ainda restam revisões ou atualizações, senão vejamos o rol exemplificativo abaixo:
a) erros de português, como por exemplo as palavras “extende-se” e “capelânia”
b) o órgão Secretaria de Administração aparece várias vezes, quando deveria ser Secretaria do Planejamento e
Gestão. O mais intrigante é que vários artigos já trazem o nome do órgão correto, demonstrando que o legisla-
dor já tinha conhecimento da mudança do nome do órgão.
c) a situação dos praças especiais (aspirante-a-Oficial, cadete e aluno-Soldado) é outro texto que deve ser
modificado, pois apesar da Lei nº 15.797/2015 haver extinto, continua a figurar em vários artigos como se
existente fosse.
d) vejamos a questão dos praças especialistas, há muito inexistentes nas Corporações Militares estaduais, mas
continuam citados neste EMECE.
e) a situação do ingresso também merece revisão, pois o art. 11 que trata do ingresso na carreira, choca-se com
a forma de ingresso prevista no art. 10. Esse fato gera confusão, pois os alunos que ingressam nos cursos de
fomação agora são civis em fase de concurso (conforme art. 10), mas, vez por outra, pensam que são militares
por força do art. 11.
f) no tocante à operabilidade, o EMECE deixa lacunas e textos cuja operacionalização é praticamente impos-
sível, como no caso do desaparecido(art.206) que, nos termos do art. 178 é uma forma de desligamento do
serviço ativo, porém não há no texto da lei a maneira de desligar o militar estadual em decorrência do desapa-
recimento, isso sequer gera agregação.
g) o art. 92 foi revogado pela Lei nº 15.797/2015, mas continua citado em outros artigos no EMECE.
h) as qualificações foram extintas desde o ano 2000, contudo, continuam citadas.
No ano de 2015, o Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Dr Delci Carlos Teixeira, baixou Portaria
nº 804/2015-GS, designando a Comissão composta pelo Ten-Cel Marcos Aurélio Macedo de Melo, Ten-Cel
BM Humberto Rodrigues Dias, Maj PM Manoel Ozair Santos Júnior e Maj PM Klenio Savyo Nascimento
de Sousa para atualização do EMECE. Os trabalhos da Comissão foram conclusos e entregues naquela Pasta.

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Podemos inferir que temos, em vários pontos, uma legislação em abstrato, fugindo à concretude que deveria
prevalecer.

7. CRONOLOGIA HISTÓRICA DOS ESTATUTOS DA PMCE E DO CBMCE

Tem sido muito comum afirmarem que o primeiro Estatuto da Corporação data de 1948. Ledo engano, tivemos
Estatuto desde 1864, como abaixo se mostra a cronologia de Estatutos:
a) 1864 - primeiro Estatuto sob a denominação de Regulamento para o Corpo de Polícia do Ceará.
b) Dec. nº 568, de 15.04.1932 traz um Regulamento dividido em 10 capítulos e 134 artigos. Assuntos: Da
Organização do Corpo de Segurança Pública, Do Estado-Maior e Serviços Anexos ( Do Conselho de Admi-
nistração, Do Boletim Regimental), Das promoções de oficiais e praças e nomeações de oficiais, Das licenças,
férias, demissões e reformas dos oficiais e praças, Das penas e recompensas, Do serviço de Saúde, Do Batalhão
de Infantaria, Da Guarda Cívica.
c) 1944 - editado o Decreto nº 359, de 18 de abril baixando o Estatuto com 36 capítulos e 275 artigos.
d) 1948 - editada a Lei nº 226, de 11 de junho de 1948
e) 1976 - editada a Lei nº 10.072, de 20 de dezembro de 1976
f) 2016 - editada a Lei nº 13.729, de 11 de janeiro de 2006 – por este Estatuto a Polícia Militar e o Corpo de
Bombeiros são tratadas como Corporações Militares Estaduais independentes, contudo sujeitos ao mesmo
Estatuto e Código Disciplinar.
*** *** ****

CARACTERÍSTICAS E MISSÕES DAS CORPORAÇÕES MILITARES

Art.2º. São militares estaduais do Ceará os membros das Corporações Militares do Estado, insti-
tuições organizadas com base na hierarquia e disciplina, forças auxiliares e reserva do Exército,
subordinadas ao Governador do Estado e vinculadas operacionalmente à Secretaria da Segu-
rança Pública e Defesa Social, tendo as seguintes missões fundamentais:

MISSÃO FUNDAMENTAL DA POLÍCIA MILITAR

I - Polícia Militar do Ceará: exercer a polícia ostensiva, preservar a ordem pública, proteger a
incolumidade da pessoa e do patrimônio e garantir os Poderes constituídos no regular desempe-
nho de suas competências, cumprindo as requisições emanadas de qualquer destes, bem como
exercer a atividade de polícia judiciária militar estadual, relativa aos crimes militares definidos
em lei, inerentes a seus integrantes;

MISSÃO FUNDAMENTAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

II - Corpo de Bombeiros Militar do Ceará: a proteção da pessoa e do patrimônio, visando à in-


columidade em situações de risco, infortúnio ou de calamidade, a execução de atividades de
defesa civil, devendo cumprimento às requisições emanadas dos Poderes estaduais, bem como
exercer a atividade de polícia judiciária militar estadual, relativa aos crimes militares definidos
em lei, inerentes a seus integrantes;

VINCULAÇÃO

Parágrafo único. A vinculação é ato ou efeito de ficarem as Corporações Militares do Estado sob
a direção operacional da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social.

1. CONTORNO JURÍDICO

O objeto do artigo 2º e seus parágrafos é definir quem é o elemento humano nato das Corporações Militares
Estaduais (CME), a base da organização dessas Corporações, suas relações de poder com outros órgãos do
Estado e suas missões fundamentais.
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Quadro 3 – Síntese do art. 2º do EMECE

DISCRIMINAÇÃO CARACTERÍSTICA
Elemento humano nato militares estaduais
Base de organização hierarquia e disciplina
Relações com Exército forças auxiliares e reserva
Relações com Governador do Estado Subordinadas
Relações com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social Vinculadas operacionalmente
Missões Fundamentais Conforme a natureza institucional
Território de atuação Estado do Ceará
Fonte: o autor (2017)

O caput do artigo 2º trata das Corporações Militares do Estado, contudo não especifica que essas Corporações
são a Polícia Militar do Ceará e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará. De repente, já se tem os
incisos I e II com as missões dessas instituições. Não se pode negar que, dos incisos depreende-se que essas
Corporações são as CME citadas no caput.
A informação de que as CME são a PMCE e o CBMCE é extraída do art. 1º da Lei Estadual nº 13.407/2003
(CDPM/BM), in verbis:
Art. 1º. Esta Lei institui o Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do
Estado do Ceará, Corporações Militares Estaduais organizadas com base na hierarquia e na disciplina, dispõe
sobre o comportamento ético dos militares estaduais e estabelece os procedimentos para apuração da respon-
sabilidade administrativo-disciplinar dos militares estaduais.
Por fim, podemos afirmar que a redação do artigo 2º deste Estatuto guarda simetria com o art. 144, §6º da
CF/88, art. 187 da CE/1989 e, em relação à PMCE, com o art. 1º da Lei estadual nº 15.217, de 05 de setembro
de 2012 (Lei de Organização Básica da PMCE).

2. MILITAR ESTADUAL X POLICIAL MILITAR

O artigo 2º inicia explicando que “São militares estaduais do Ceará os membros das Corporações Militares do
Estado [...]”, ou seja, atribuindo a condição de “militar estadual” a seu elemento humano nato. O texto segue
o que já vem descrito no art. 42 da CF/88 e reproduzida no art. 176 da Constituição do Estado do Ceará/1989,
in verbis:
a) CF/88 - Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organiza-
das com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios..
b) CE/89 - Art. 176. São servidores públicos militares estaduais os integrantes da Policia Militar e do Corpo
de Bombeiros.
Portanto, a novel terminologia constitucional de “militar estadual” passou a caminhar paralela à denominação
de “policial militar” disposta no art. 46 do Regulamento para as Polícias Militares brasileiras (R-200) baixado
pelo Dec. 88.777, de 30.09.1983, in verbis:
c) R-200 - Art.46 - Os integrantes das Polícias Militares, Corporações instituídas para a manutenção da ordem
pública e da segurança interna nas respectivas Unidades da Federação, constituem uma categoria de servidores
públicos dos Estados, Territórios e Distrito Federal, denominado de “policiais-militares”.
Assim, poder-se-ia imaginar que a novel terminologia “Militar Estadual” se sobreponha a de “policial militar”
contida no R-200, eis que esta norma é infraconstitucional, porém, podemos observar que as duas podem coe-
xistir de forma pacífica, ou seja, esses miliares estaduais pertencentes às Corporações Militares Estaduais são
denominados de policiais militares quando pertencerem à Polícia Militar, e serão denominados de bombeiros
militares quando pertencerem ao Corpo de Bombeiros.

3. FORÇA AUXILIAR E RESERVA DO EXÉRCITO

Conforme estudos do Cel Abelardo Rodrigues em seu livro “Resumo Histórico da Polícia Militar – 1835 –
1955” (editado pela Imprensa Oficial em 1956), a condição de reserva do Exército data de 16.07.1918, em
decorrência de um convênio entre a União e o Estado do Ceará, e dentre as cláusulas destaca-se:
“A Força Pública do Ceará adotará as denominações dos postos do Exército Nacional. [...]
[...] Os reservistas da Força Pública têm os mesmos deveres e direitos que os do Exército activo. [...] Os of-
ficiaes e as praças da Força Pública que forem incorporados ao Exército Nacional, quando esta incorporação
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tiver sido determinada por motivo de guerra externa, ficarão – para todos os effeitos – na situação de reservistas
do mesmo posto ou graduação chamados ao serviço”
O Interventor Federal (Cap Roberto Carneiro de Mendonça) modificou o nome da Força Pública para Corpo
de Segurança Pública por meio do Decreto nº 568, de 15 de abril de 1932, a qual poderia ser convocada como
força auxiliar do Exército em caso de guerra interna ou comoção intestina.
O Decreto nº 881, de 29 de dezembro de 1932, que reorganizou o Corpo de Segurança Pública, também traz a
matéria na seguinte forma:
Art. 1º. O C.S.P. organizado militarmente constará de um Estado Maior, um Batalhão de Infantaria, uma Guar-
da Cívica, um Pelotão de Cavalaria, um Pelotão de Bombeiros e de um Serviço de Saúde.[...]
Art. 4º. Em caso de guerra, comoção interna e grandes manobras anuais do Exército Nacional, o C.S.P. poderá
ser convocado a incorporar-se ao Exército na qualidade de Força Auxiliar.
A situação de Força Auxiliar e Reserva do Exército constitucionalizou-se em 1934, ao ser inserida no art. 167
da CF/34, para garantir isonomia de vantagens com o Exército em caso de mobilização ou quando essas forças
estivessem à serviço da União, in verbis:
CF/34 - Art. 167. As policias militares são consideradas reservas do Exercito e gozarão das mesmas vantagens
a este atribuídas, quando mobilizadas ou a serviço da União.
A Constituição Federal de 1988 é clara ao dispor que somos militares estaduais com dupla missão, uma de
caráter policial ou bombeiro voltada à segurança pública como previsto no art. 144, e outra, de caráter militar
voltada à mobilização, à convocação como força auxiliar e reserva do Exército.
Tem-se ainda o normativo do art. 1º do Dec-Lei 667, de 02.07.1969 c/c art. 4º da Lei Federal nº 6.880, de de 09
de dezembro de 1980, que reforçam a situação de Reserva não apenas do Exército, senão vejamos:
a) Dec-Lei 667/69 - Art. 1º As Polícias Militares consideradas fôrças auxiliares, reserva do Exército ...”
b) Lei Federal nº 6.880, de 09.12.1980 (Estatuto dos Militares das Forças Armadas) - Art. 4º São considerados
reserva das Forças Armadas: I [...] II - no seu conjunto:a) as Polícias Militares; e b) os Corpos de Bombeiros
Militares.

4 VINCULAÇÃO À SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL

Vinculação difere de subordinação. A subordinação dos militares estaduais é ao Governador do Estado. Vin-
culação é uma situação em que a lei põe as Corporações Militares Estaduais sob a orientação e planejamento
operacional da SSPDS nos assuntos relacionados à segurança pública.
Trata-se pois, de orientação na área operacional e não na área administrativa da Corporação, conforme norma-
tivo disposto no Decreto-Lei nº 667/69 e no R-200, bem como em outros comandos estaduais, ou seja, não se
constitui em nenhuma novidade legislativa.
Do conceito de vinculação sobrevém o fato de as Corporações obedecerem às normatizações de emprego ope-
racional definidas pela SSPDS, órgão ao qual se vinculam.
O problema é que, em determinadas situações, para alcançar os objetivos da operacionalidade é necessário in-
tervir na área administrativa, como por exemplo transferir um militar que não apresenta resultados satisfatórios
em determinada OPM/OBM. Inclusive o Secretário da SSPDS já tem competência legal para nomear militares
em cargos comissionados nos termos do Decreto nº 30.086, de 02 de fevereiro de 2010. Delega competência
para a prática de atos de provimento no âmbito da administração pública estadual e dá outras providências.
O Governador do Estado do Ceará, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos IV e VI do art.88 da
Constituição Estadual; Considerando o disposto no inciso XVII e parágrafo único do art.88 da Constituição
Estadual, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 66, de 18 de novembro de 2009.
As Corporações Miltares Estaduais juntamente com a Polícia Civil, por serem órgãos do sistema de segurança
pública estadual devem ter um regente, alguém que direcione a ação desses órgãos para o trabalho em equipe,
respeitando-se as missões de cada órgão. Assim sendo, em missões de grande emprego de meios e efetivos
como por exemplo: carnaval, eleições, semana santa dentre outros eventos extraordinários, é necessário uma
conjugação de esforços para que a segurança pública seja preservada, garantida e mantida. E isso é feito pelo
Secretário da Segurança Pública por meio de planejamento integrado e controle operacional em que cada Força
participa conforme sua destinação legal.

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Figura 4 - Frente do prédio da SSPDS em 2017

Fonte: Google imagens (2017)

Abaixo, citamos alguns dispositivos que tratam da vinculação


a) Legislação Federal
- R-200 baixado pelo Dec. 88.777, de 30.09.1983 - Art. 2º, 33) Vinculação - Ato ou efeito de uma Corporação
Policial-Militar por intermédio do comandante Geral atender orientação e ao planejamento global de manu-
tenção da ordem pública, emanados da Chefia do órgão responsável pela Segurança Pública nas Unidades da
Federação, com vistas à obtenção de soluções integradas.
Art. 10 [...] § 1º [...] §2º - A vinculação das Polícias Militares ao órgão responsável pela Segurança Pública
nas Unidades Federativas confere, perante à Chefia desse órgão, responsabilidade aos Comandantes-Gerais
das Polícias Militares quanto à orientação e ao planejamento operacionais da manutenção da ordem pública,
emanados daquela Chefia.
- Dec-Lei 667, de 02.07.1969 - Art. 4º - As Polícias Militares, integradas nas atividades de segurança pública
dos Estados e Territórios e do Distrito Federal, para fins de emprego nas ações de manutenção da Ordem Pú-
blica, ficam sujeitas à vinculação, orientação, planejamento e controle operacional do órgão responsável pela
Segurança Pública, sem prejuízo da subordinação administrativa ao respectivo Governador. 
b) Legislação Estadual
- Lei nº 15.217, de 05 de setembro de 2012 (Lei de Organização Básica/PMCE)
Art.3º A vinculação da Polícia Militar do Ceará à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado
confere responsabilidade ao Comandante-Geral quanto à orientação e ao planejamento operacional da preser-
vação da ordem pública emanados da referida Secretaria.
Art. 4º - As Polícias Militares, integradas nas atividades de segurança pública dos Estados e Territórios e do
Distrito Federal, para fins de emprego nas ações de manutenção da Ordem Pública, ficam sujeitas à vinculação,
orientação, planejamento e controle operacional do órgão responsável pela Segurança Pública, sem prejuízo da
subordinação administrativa ao respectivo Governador.    
- Decreto nº 31.738, de 03.06.2015 - publicado no DOE nº 101, de 05.06.2015
Art.1º Fica alterada a estrutura organizacional da Secretaria daSegurança Pública e Defesa Social (SSPDS),
que passa a ser a seguinte:[...]
VII - Orgãos Vinculados -Polícia Militar do Ceará (PMCE) - Superintendência da Polícia Civil (PCCE) - Cor-
po de Bombeiros Militar do Estado do Ceará - (CBMCE) -Perícia Forense do Estado do Ceará (PEFOCE)-A-
cademia Estadual de Segurança Pública do Ceará (AESP/CE).
- Lei nº 12.691 de 16 de maio de 1997 (DOE nº 17.134, de 23.09.1997)
Art. 3º - A Policia Militar, vinculada operacionalmente à Secretaria da Segurança Pública e Defesa da Cida-
dania, integrando a estrutura organizacional da Governadoria, exercerá as funções de polícia de segurança
competindo-lhe as atividades de segurança interna do território estadual e de policiamento ostensivo fardado,
destinado à proteção e defesa da Cidadania, à manutenção da lei e da ordem, à prevenção da criminalidade,
à guarda e vigilância do patrimônio público e das vias de circulação, à garantia das instituições da sociedade
civil, à defesa dos bens públicos e privados.

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Parágrafo Único - O Comando da Polícia Militar é privativo de Coronel da corporação, em serviço ativo, de
reputação ilibada e que haja concluído os cursos indicados em lei, de livre nomeação e exoneração pelo Go-
vernador do Estado.
Art. 4º - O Corpo de Bombeiros Militar, vinculado operacionalmente à Secretaria da Segurança Pública e
Defesa da Cidadania, integrando a estrutura organizacional da Governadoria, exercerá as funções de proteção
da incolumidade e de socorro das pessoas em casos de infortúnio ou de calamidade, competindo-lhe as ativi-
dades de policia administrativa para a prevenção e combate a incêndio, bem como de controle de edificações e
seus projetos, visando a observância dos requisitos técnicos contra incêndio e outros riscos, proteção, busca e
salvamento de pessoas e bens, socorro médico de emergência pré-hospitalar, proteção e salvamento aquáticos,
pesquisas científicas em seu campo de atuação funcional e atividades educativas de prevenção de incêndio,
pânico coletivo e de proteção ao meio ambiente.
Parágrafo Único - O Comando do Corpo de Bombeiros é privativo de Coronel da corporação, em serviço ativo,
de reputação ilibada e que haja concluído os cursos indicados em Lei, de livre nomeação e exoneração pelo
Governador do Estado.

5 SUBORDINAÇÃO AO GOVERNADOR DO ESTADO

Por fim, tanto a norma Constitucional como a infra constitucional definem, de forma solar, a subordinação das
Corporações Militares Estaduais ao Governador do Estado. Veja o que diz a Constituição do Estado do Ceará
de 1989, acerca do tema:
CE/89 - Art. 88. Compete privativamente ao Governador do Estado:
IX – exercer o comando supremo das organizações militares estaduais – Polícia Militar e Corpo de Bombeiros
– promover seus oficiais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;

Figura 5 - Solenidade na PMCE com a presença do Governador, SSPDS, Cel Cmt-G

Nota: Da esquerda para direita: Cel Cmt-G, SSPDS e Governador do Estado Dr Camilo Santana

Fonte: Google imagens (2016)

6 MISSÃO DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ

6.1 Missão fundamental


A missão fundamental da PMCE é dada pelos dispositivos constitucionais federal e estadual.
a) Constituição Federal de 1988 - Art. 144. [...] §5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser-
vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil.
b) Constituição Ceará de 1989:
Art. 187. A Polícia Militar do Ceará é instituição permanente, orientada com base nos princípios da legalidade,
da probidade administrativa, da hierarquia e da disciplina, constituindo-se força auxiliar e reserva do Exército,
subordinada ao Governador do Estado, tendo por missão fundamental exercer a polícia ostensiva, preservar a

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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ordem pública e garantir os poderes constituídos no regular desempenho de suas competências, cumprindo as
requisições emanadas de qualquer destes.
Art. 188. Incumbe à Polícia Militar a atividade da preservação da ordem pública em todas as suas modalidades
e proteção individual, com desempenhos ostensivos para inibir os atos atentatórios a pessoas e bens.
6.2 Missão infraconstitucional ou específica
Trata-se da pormenorização, do detalhamento da missão fundamental da PMCE. Além das missões elencadas
neste EMECE, tem-se o disposto em normas federais e estaduais, dissecando as atividades da Corporação,
todas em caráter de complementaridade, como se mostra a seguir.
a) Legislação Federal
- Dec-Lei 667, de 02.07.1969 - Art. 3º - Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança interna
nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, compete às Polícias Militares, no âmbito de suas respectivas
jurisdições:
a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Forças Armadas o policiamento ostensi-
vo, fardado, planejado pela autoridade competente, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da
ordem pública e o exercício dos poderes constituídos;
b) atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou áreas específicas, onde se presuma ser
possível a perturbação da ordem; 
c) atuar de maneira repressiva, em caso de perturbação da ordem, precedendo o eventual emprego das Forças
Armadas; (Redação dada pelo Del nº 2010, de 1983)
d) atender à convocação, inclusive mobilização, do Governo Federal em caso de guerra externa ou para preve-
nir ou reprimir grave perturbação da ordem ou ameaça de sua irrupção, subordinando-se à Força Terrestre para
emprego em suas atribuições específicas de polícia militar e como participante da Defesa Interna e da Defesa
Territorial;    (Redação dada pelo Del nº 2010, de 1983)
e) além dos casos previstos na letra anterior, a Polícia Militar poderá ser convocada, em seu conjunto, a fim de
assegurar à Corporação o nível necessário de adestramento e disciplina ou ainda para garantir o cumprimento
das disposições deste Decreto-lei, na forma que dispuser o regulamento específico.  (Redação dada pelo Del
nº 2010, de 1983)
b) Legislação Estadual
- Lei nº 13.407, de 21 de novembro de 2003 - CDPM/BM - Art. 6º. I - relativamente aos policiais militares, a
preservação da ordem pública e a garantia dos poderes constituídos;
- Lei nº 15.217, de 05 de setembro de 2012 (Lei de Organização Básica/PMCE)
Art.1º A Polícia Militar do Estado do Ceará - PMCE, instituição permanente, força auxiliar e reserva do Exér-
cito, organizada com base na hierarquia e na disciplina, destina-se à preservação da ordem pública, à polícia
ostensiva, além de outras atribuições previstas na legislação federal e estadual, tendo por base os seguintes
princípios: I a VIII [...]
Art. 2º A Polícia Militar do Ceará subordina-se ao Governador do Estado, vinculada à Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social é por ela operacionalmente coordenada de acordo com os dispositivos legais em vigor,
e cabendo-lhe:
I - executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Forças Armadas, o policiamento osten-
sivo fardado;
II - assegurar o cumprimento da Lei, a preservação da ordem pública e a garantia dos poderes constituídos do
Estado do Ceará, quando no regular desempenho de suas competências, cumprindo as requisições emanadas
de qualquer destes, para o primado da Lei e da ordem;
III - estimular o respeito à cidadania, através de ações de natureza preventiva e educacional, mantendo inter-
câmbio sobre assuntos de interesse policial com órgãos congêneres federais, estaduais e municipais, e exercer
outras atribuições necessárias ao cumprimento de suas finalidades;
IV - atuar de maneira preventiva em todas as suas modalidades e proteção individual, como força de dissuasão
em locais ou áreas específicas de perturbação da ordem pública, inclusive em termos de precedência de um
eventual emprego das Forças Armadas, e de maneira repressiva imediata, com desempenho ostensivo, para
inibir os atos atentatórios a pessoas e bens;

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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V - atender à convocação do Governo Federal, em caso de mobilização, de guerra externa, ou para prevenir
ou reprimir grave subversão da ordem ou ameaça de irrupção, subordinando-se ao Exército Brasileiro para
emprego em suas atribuições específicas de Polícia Militar e como participante da Defesa Territorial;
VI - apoiar operacionalmente, naquilo que couber, os demais órgãos da Segurança Pública e Defesa Social do
Estado;
VII - executar ações de policiamento ostensivo de trânsito urbano e rodoviário, na forma da lei;
VIII - efetuar o policiamento ostensivo de proteção ambiental, de caráter específico;
IX - executar o policiamento ostensivo em eventos, pontos turísticos e nas proximidades em estações, termi-
nais, portos ou aeroportos, inclusive na sua totalidade, desde que através de convênio ou na forma indicada
por lei;
X - exercer a atividade de Polícia Judiciária Militar Estadual na forma do Código de Processo Penal Militar;
XI - cumprir as diretrizes operacionais da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social e outras atribuições
necessárias ao cumprimento ou suas peculiaridades.

Figura 6 – Exercitamento do policiamento ostensivo, em preservação da ordem pública

Fonte: Google imagens (2017)

7 MISSÃO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

A missão fundamental do Corpo de Bombeiros Militar é dada pelos dispositivos constitucionais federal e es-
tadual.
a) CF/88 - Art. 144. [...] § 5º - [...]; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei,
incumbe a execução de atividades de defesa civil.
b) Constituição do Ceará/1989
Art. 189. O Corpo de Bombeiros Militar é instituição permanente orientada com base nos princípios da lega-
lidade da probidade administrativa, da hierarquia e da disciplina, constituindo-se força auxiliar e reserva do
Exército, subordinada ao Governador do Estado, sendo organizado em carreira, tendo por missão fundamental
a proteção da pessoa, visando sua incolumidade em situações de risco, infortúnio ou de calamidade, devendo
cumprimento às requisições emanadas dos Poderes Estaduais.
Art. 190. Incumbe ao Corpo de Bombeiros, no âmbito estadual, a coordenação da defesa civil e o cumprimento
entre outras das atividades seguintes:
I - prevenção e combate a incêndio;
II - proteção, busca e salvamento;
III - socorro médico de emergência pré-hospitalar;

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IV - proteção e salvamento aquáticos;
V - pesquisas científicas em seu campo de atuação funcional;
VI - controle da observância dos requisitos técnicos contra incêndios de projetos de edificações, antes de sua
liberação ao uso; e
VII - atividades educativas de prevenção de incêndio, pânico coletivo, proteção ao meio ambiente e atividades
socioculturais.
c) Lei nº 13.407/2003 - CDPM/BM - Art. 6º. II - relativamente aos bombeiros militares, a proteção da pessoa,
visando sua incolumidade em situações de risco, infortúnio ou de calamidade.

8 MISSÃO IMPRÓPRIA DAS CORPORAÇÕES MILITARES ESTADUAIS

É a missão decorrente da natureza militar da instituição, ou seja, a atividade de Polícia Judiciária Militar des-
tinada à apuração dos crimes militares, seja por meio do Inquérito Policial Militar, seja por Auto de Prisão em
Flagrante. Essas atribuições estão previstas no Código de Processo Penal Militar (CPPM), como se mostra
abaixo.
CPPM - Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos têrmos do art. 8º, pelas seguintes autoridades, con-
forme as respectivas jurisdições:
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o território nacional e fora dele, em rela-
ção às fôrças e órgãos que constituem seus Ministérios, bem como a militares que, neste caráter, desempenhem
missão Oficial, permanente ou transitória, em país estrangeiro;
b) pelo chefe do Estado-Maior das Fôrças Armadas, em relação a entidades que, por disposição legal, estejam
sob sua jurisdição;
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos órgãos, fôrças e unidades que lhes são
subordinados;
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, nos órgãos, fôrças e unidades com-
preendidos no âmbito da respectiva ação de comando;
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos órgãos e unidades dos respectivos
territórios;
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério da Aeronáutica, nos órgãos
e serviços que lhes são subordinados;
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou serviços previstos nas leis de organiza-
ção básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios;
CPPM - Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:
a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua au-
toria;
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações necessá-
rias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem requisi-
tadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) representar as autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade mental do indi-
ciado;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem
como as demais prescrições deste Código, nesse sentido;
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais,
que esteja a seu cargo;
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento
e subsídio de inquérito policial militar;
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou funcionário de
repartição militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido.
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Quadro 4 – Resumo do art. 2º do EMECE, apresentando órgão, integrante e missão

DESIGNAÇÃO
NOME DO
MISSÃO FUNDAMENTAL SEGUNDO O EMECE DO
ÓRGAO
INTEGRANTE

exercer a polícia ostensiva, preservar a ordem pública, proteger


Polícia Militar do
a incolumidade da pessoa e do patrimônio e garantir os Poderes
Ceará
constituídos [...]
Militar Estadual
Corpo de Bombeiros proteção da pessoa e do patrimônio, visando à incolumidade
Militar do Estado do em situações de risco, infortúnio ou de calamidade, a execução
Ceará de atividades de defesa civil [...]
Fonte: O autor (2017)

9 RECORTE HISTÓRICO DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ

Neste tópico trataremos de um breve histórico da Polícia Militar do Cará para que o leitor compreenda a cul-
tura organizacional que permeia este ambiente militarizado, cujo passado reflete no presente e no futuro da
Instituição e de seus militares estaduais. O conhecimento do histórico das organizações influi positivamente
na compreensão do papel de seus integrantes. Somente assim é possível entender o caráter de abnegação que
reveste cada um de seus militares, que marcham rumo ao perigo para salvar vidas alheias sem nem sequer parar
um segundo para lembrar que eles possuem esposa, filhos, pais, amigos. Eles apenas avançam para cumprir sua
missão, ainda que com o risco da própria vida.
9.1 Criação
A criação da Polícia Militar do Ceará tem dois momentos, ou duas fases:
a) formação administrativa – marcado pela organização do Corpo, e data do segundo semestre do ano de 1834
b) legislativo – marcado por sua instituição legal e formal. Data de 24.05.1835
a) Primeira fase – formação administrativa
Em 1 de julho de 1834, o Tenente do Exército Thomaz Lourenço da Silva Castro passou a organizar o corpo
de polícia, do qual foi o primeiro comandante, conforme registrado em sua biografia contida no Dicionário
Bio-bibliográfico Cearense do historiador Barão de Studart. Em outras palavras, a Força Policial começou
a ser formatada ainda em 1834, seja pelo recrutamento e seleção de integrantes para a nova força que seria
criada, seja pela escolha de sede de aquartelamento, aquisição do material para a sede e de fardamento para
o elemento humano, enfim, um trabalho na área administrativa e de logística para efetivação do corpo. Não
temos elementos históricos para afirmar que a tropa tivesse labordo nesse período, ainda que, ainda que forma
de estágio, se bem que não podemos descartar essa possibilidade de emprego operacional daquela tropa, até
porque na própria lei de criação da Força Policial é relatado que seus integrantes receberiam seus soldos como
vinham recebendo.
b) Segunda fase – formação legal e prática
O Presidente da Província - Pe. Senador José Martiniano de Alencar - cria a Força Policial, por meio da
Lei Provincial nº 13, de 24 de maio de 1835, tendo como Comandante o 1º Ten do Exército, comissionado
em Capitão, Thomaz Lourenço da Silva Castro que a comandou no período de 24.05.1835 a 19.01.1939 e de
04.01.1845 a 02.09.1847. A Força Policial iniciou-se com um efetivo de 72 praças, embora a legislação pre-
visse 100 praças.
Em 1836, o efetivo constava de apenas 16 (dezesseis) praças, e que conforme o próprio Presidente José Mar-
tiniano de Alencar em sua Fala à Assembleia em 1836 “..mal chegão para as rondas noturnas da Cidade”.
(RODRIGUES, 1956).

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Figura 7 – Galeria dos Comandantes Gerais da PMCE – 1835 a 2017

Fonte: foto do autor (2017) tirada da Galeria dos Cmts Gerais, existente no QCG-2017

9.2 Denominações ao longo da história


A Corporação foi criada sob o nome de Força Policial, ao longo da história, já possuiu 13 (treze) nomes como
se mostra no Quadro abaixo.

Quadro 5 – Nomes da Corporação ao longo de sua história – 1835 a 2017

ORD NOME DA CORPORAÇÃO NORMA


01 Força Policial Lei nº 13, de 24.05.1835
02 Corpo de Segurança Pública Dec. nº 08, de 31.12.1889
03 Batalhão de Segurança do Ceará Dec. nº 07, de 01.03.1892
04 Batalhão de Segurança Lei nº 1.074, de 12.03.1899
05 Batalhão Militar 12.03.1913
06 Regimento Militar do Estado Dec. nº 15, de 28.12.1914
07 Força Pública Militar do Ceará Lei nº 1926, de 05.11.1921
08 Regimento Policial do Ceará Lei nº 2.213, de 28.10.1924
09 Força Pública do Estado Lei nº 2.739, de 04.11.1929
10 Corpo de Segurança Pública Dec. nº 568, de 15.04.1932
11 Força Pública do Ceará Dec. nº 1.435, de 28.12.1934
12 Polícia Militar do Ceará Dec. nº 42, de 24.12.1937
13 Força Policial do Ceará Dec. nº 53 de 16.12.1939
14 Polícia Militar do Ceará Art.183 da CF, 04.01.1947
Fonte: o autor (2017)

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A denominação Polícia Militar do Ceará foi dada pelo Decreto nº 42, de 24 de dezembro de 1937, porém essa
nomenclatura já estava no art. 167 da Constituição Federal de 1934, in verbis: “ Art 167 - As polícias militares
são consideradas reservas do Exército, e gozarão das mesmas vantagens a este atribuídas, quando mobiliza-
das ou a serviço da União”.
Na constituição de 1946, tem-se a padronização da denominação Polícia Militar para todo o Estado brasilei-
ro, excetuando-se o Rio Grande do Sul que ainda mantém a nomenclatura “Brigada Militar”, verbis: “ Art
183 - As polícias militares instituídas para a segurança interna e a manutenção da ordem nos Estados, nos
Territórios e no Distrito Federal, são consideradas, como forças auxiliares, reservas do Exército. Parágrafo
único - Quando mobilizado a serviço da União em tempo de guerra externa ou civil, o seu pessoal gozará das
mesmas vantagens atribuídas ao pessoal do Exército”.

Figura 8 – Cmt e Oficiais da Polícia Militar no Salão Nobre do QCG (Hoje 5º BPM) - 1938

Fonte: Rodrigues (1956, p.73).

10 RECORTE HISTÓRICO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO CEARÁ

Para compreender a história do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará é necessário que se saiba que
ela passou por dois momentos: o primeiro puramente legal; e o segundo legal e prático.
a) Primeiro momento – puramente legal
Em 02.08.1906 foi editada a Lei nº 850 que autorizava o Presidente da Província a criar uma Seção de Bom-
beiros, fato que não ocorreu.
A Lei nº 2.253, de 08.08.1925 cria o Pelotão de Bombeiros no Regimento Policial, conforme se vê no art. 1º
dessa Lei: “Art. 1º. É creado o pelotão de bombeiros, subordinado ao commando do Regimento Policial do
Ceará, destinado à extincção de incendios nesta Capital”. O efetivo previsto era de :
- um 2º Ten – comandante
- dois 2º Sgt – sendo um Sargenteante e outro arquivista
- dois 3ºSgt – sendo um intendente e outro encarregado do material
- quatro Cabos de Esquadra
- 24 bombeiros
- 2 corneteiros.
Não há registro de que realmente esse pelotão tenha sido posto em prática.
Nas legislações seguintes, todas referentes às mudanças na organização do Regimento era incluído na estru-
tura a existência do Pelotão de Bombeiros, como se vê na Lei nº 2.298, de 20.10.1925, na Lei nº 2.419, de
16.10.1926 e na Lei nº 2.739, de 4.11.1929 (Força Pública).
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A Força Pública muda de nome para Corpo de Segurança Pública, mas em sua nova estrutura mantém-se uma
Seção de Bombeiros como previsto no Dec. nº 568, de 15.04.1932, em virtude das lacunas existentes, foi edita-
do o Decreto nº 881, de 29.12.1932, que teve vigência, a partir de 1º de janeiro de 1933, o Interventor Federal
Cap Roberto Carneiro de Mendonça reorganiza o Corpo de Segurança Pública, incluindo-se em sua estrutura
o Pelotão de Bombeiros, e com capítulo próprio, como se mostra abaixo:
“Art. 1º. O C.S.P. organizado militarmente constará de um Estado Maior, um Batalhão de Infantaria, uma
Guarda Cívica, um Pelotão de Cavalaria, um Pelotão de Bombeiros e de um Serviço de Saúde.
[...]
Capítulo IX
Do Pelotão de Bombeiros
Art. 90. O Pelotão de Bombeiros será comandado por um subalterno nomeado pelo Comando Geral do C.S.P.,
com atribuições de Comandante de Companhia Destacada.
§1º. O Governo do Estado expedirá instruções sobre organização e funcionamento do mesmo.
§2º. As praças destinadas ao referido Pelotão ficarão adidas ao B.I., até ser o mesmo organizado materialmente.
[...]”.
b) 2º momento – o pelotão é organizado e posto em prática
De acordo com Miguel Angelo de Azevedo (Nirez) em sua obra Cronologia Ilustrada de Fortaleza - Roteiro
para um turismo histórico e cultural – 2005, o Pelotão de Bombeiros foi instalado a partir de 16.06.1933 em
decorrência de sua criação pelo Decreto nº 881, de 29 de dezembro de 1932.
Para organizar o funcionamento do Pelotão foi trazido do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (Estado do
Rio de Janeiro – lembrem-se que a Capital do país era no Rio de Janeiro, posteriormente é que foi transferida
para Brasília) o 1º Sgt João Antonio da Cunha, comissionado 2º Tenente do Corpo de Segurança Pública por
ato do Interventor, datado de 13.05.1933.
O Jornal O Povo, edição de 17.06.1933 trouxe uma matéria acerca da criação do Pelotão de Bombeiros. Eis a
razão de Nirez haver informado que o Pelotão entrou em funcionamento a partir de 16.06.1933, embora José
Luciano Viana do Nascimento em sua obra Comandante Caminha, suas origens e relações com o Corpo de
Bombeiros Militar do Ceará, afirme que o Pelotão de Bombeiros efetivou-se em maio de 1933.
O Pelotão passou a ter Regulamento próprio aprovado por meio do Dec. nº 1.201, de 29.12.1933 que tratava da
organização, designações, promoções, alistamento, engajamento e reengajamento, vencimentos, graduações,
abonos, descontos, atribuições do comandante e das várias atividades do pelotão, das transgressões disciplina-
res, do serviço de incêndio. Tinha 148 artigos.
Nesse decreto tem-se o seguinte acerca do comando do Pelotão de Bombeiros: “Art.144. Só poderá exercer o
cargo de Comandante do Pelotão de Bombeiros, o Oficial do C.S.P. que tenha freqüentado e sido aprovado no
Curso de Tática de Incêndios, da Escola de Aperfeiçoamento para Oficiais do Corpo de Bombeiros do Distrito
Federal”.
O efetivo do Pelotão foi previsto no Dec. nº 1.177, de 23.12.1933, uma espécie de lei de fixação do efetivo
do C.S.P. e que previa um efetivo de 32 bombeiros, sendo: dois oficiais, um segundo Sargento, três terceiros
sargentos, cinco Cabos e vinte e um soldados.
Por meio do Boletim Interno nº 304, de 30.12.1933 nomeia o 2º Ten Francisco das Chagas Nogueira Caminha
(Ten Caminha) comandante do Pelotão de Bombeiros, e que assume o cargo em 01.01.1934, iniciando as ati-
vidades do Pelotão como instituição destinada ao combate de incêndio.
Edita-se o Dec. nº 75, de 14.08.1935 mudando o nome do Pelotão para Corpo de Bombeiros do Ceará, desli-
gado da Força Pública e subordinando à Chefatura de Polícia, mas podia ser comandado por Oficiais da Força
(Lei n. 36-A, de 31.12.1935).
Posteriormente, foi editado o Decreto nº 351, de 10 de setembro de 1938, reorganizando o Corpo de Bom-
beiros, no qual o comando e o subcomando daquele Corpo passou a ser exercido em comissão por oficiais da
Polícia Militar.
Pelo Decreto nº 42, de 24 de dezembro de 1937, a Força Pública passou a denominar-se Polícia Militar do
Ceará, e nesse mesmo decreto houve a criação do Batalhão de Sapadores, e que citamos os seguintes oficiais
bombeiros sapadores: Ten-Cel Mozart Pereira Gondim, Maj Raimundo Nonato da Cunha, Cap Antonio Gomes
de Sá dentre outros (RODRIGUES, 1956).

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Em 1946, por meio do Decreto nº 2.005, de 31 de dezembro de 1946, volta a incorporar-se à Polícia Militar.
Em 1990, desmembra-se como Corporação Militar Estadual independente, passando a ter sua estrutura regu-
lada pela Lei nº 11.673, de 20 de abril de 1990.
O Quartel do Corpo de Bombeiros foi iniciado em 05.01.1934 e inaugurado em 07.09.1934 na rua Oto de
Alencar, 215, Jacarecanga (ao lado do colégio Juvenal Galeno), onde funciona até os dias de hoje.

Figura 9 - Quartel do Corpo de Bombeiros – 1934 (inauguração) e 2017

Fonte: Google imagens (2017) e arquivos do autor

Figura 10 - Nomes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará – 1925 a 2017

LEGISLAÇÃO NOMENCLATURA
SUBORDINAÇÃO
Lei nº 2.253, de 08.08.1925 Pelotão de Bombeiros
Regimento Policial do Ceará
Lei nº 2.298, de 20.10.1925 Pelotão de Bombeiros
Regimento Policial do Ceará
Lei nº 2.419, de 16.10.1926 Pelotão de Bombeiros
Regimento Policial do Ceará
Lei nº 2.739, de 04.11.1929 Pelotão de Bombeiros
Força Pública do Estado
Dec. nº 568, de 15.04.1932 Seção de Bombeiros
Corpo de Segurança Pública
Dec. nº 881, de 29.12.1932 Pelotão de Bombeiros
Corpo de Segurança Pública
Dec. nº 1.152, de 2.12.1933 Pelotão de Bombeiros
Fixou o efetivo em 19 bombeiros
Dec. nº 1.435, de 28.12.1934 Pelotão de Bombeiros
Força Pública do Ceará
Desliga-se da Força Pública e
subordina-se a Chefatura de Polícia
Dec. nº 75, de 14.08.1935 Corpo de Bombeiros do Ceará (Oficiais da Força Pública podiam
exercer comandos e outras funções no
CBC - Lei n. 36-A, de 31.12.1935)
Cmdº e Subcmdº passaram a ser
Reorganiza Corpo de
Dec. nº 351, de 10.09.1938 exercidos em comissão por oficiais da
Bombeiros
Polícia Militar.
Dec. nº 459, de 26.12.1938 Batalhão de Sapadores Polícia Militar do Ceará
Dec-Lei nº 1.827, de 07.10.1946 Corpo de Bombeiros Polícia Militar do Ceará
Dec-Lei nº 2.005, de 31.12.1946 Corpo de Bombeiros Polícia Militar do Ceará
Lei nº 228, de 18.06.1948 Corpo de Bombeiros Polícia Militar do Ceará
1955 – Lei de Fixação do Efetivo Corpo de Bombeiros Sapadores Polícia Militar do Ceará
Lei  nº 11.673, de 20 de abril de Corpo de Bombeiros Militar
Desvincula-se da PMCE
1990 do Estado do Ceará
Fonte: o autor com dados de diversas fontes (2017)

*** *** ***

SITUAÇÃO DOS MILITARES

Art.3º Os militares estaduais somente poderão estar em uma das seguintes situações:
I - na ativa:
a) os militares estaduais de carreira;
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b) os Aspirantes-a-Oficial, Cadetes e Alunos-Soldados de órgãos de formação de militares esta-
duais;
b) os Cadetes e Alunos-Soldados de órgãos de formação de militares estaduais; (Redação dada pelo
art. 26 da Lei nº 15.797/2015)

c) os alunos dos cursos específicos de Saúde e Capelânia, na Polícia Militar e no Corpo de Bom-
beiros Militar, conforme dispuser esta Lei e regulamento específico;
c) os alunos dos cursos específicos de Saúde, Capelânia e Complementar, na Polícia Militar e no
Corpo de Bombeiros Militar, conforme dispuser esta Lei e regulamento específico; (NR). (Redação
dada pelo art. 1º da Lei 13.768, de 4.5.2006).

d) os componentes da reserva remunerada, quando convocados.


II - na inatividade:
a) os componentes da reserva remunerada, pertencentes à reservada respectiva Corporação, da
qual percebam remuneração, sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convoca-
ção;
b) os reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores, estejam dispensa-
dos, definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuem a perceber remuneração
pela respectiva Corporação.

COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O objeto do art. 3º deste EMECE é definir a situação dos militares estaduais e seus reflexos na capacidade
enquanto sujeito de direitos, deveres e obrigações militares. Essa capacidade pode ser plena ou relativa face à
Corporação:
a) Capacidade plena – quando ao militar lhe são impostos todos os deveres, direitos, obrigações e prerroga-
tivas previstos na legislação. Exemplo: militares estaduais da ativa.
b) Capacidade relativa - quando ao militar se aplica, apenas, parte do arcabouço jurídico castrense. Exemplo:
- Militares estaduais da Reserva Remunerada e Reformados - O EMECE só lhes é aplicável no que couber.
- Militares estaduais Reformados - além das restrições impostas pelo EMECE, também não estão sujeios ao
CDPM/BM.
Essa capacidade implica, ainda, no emprego do militar no serviço operacional (atividade-fim e atividade-meio)
da Corporação, a qual pode, didaticamente, ser dividida: disponível e indisponível.
a) Disponível - quando o militar se encontra no serviço ativo, pronto para ser designado para as missões ins-
titucionais.
b) Indisponível - pode ser temporário ou definitivo.
- São indisponíveis definitivos os militares reformados em decorrência da idade (art.188,I), os reformados
judicialmente (art. 188, III), os reformados disciplinarmente (art. 188,IV e V).
- São indisponíveis temporários os militares da reserva remunerada, pois ainda sujeitos à reversão; e os re-
formados por motivo de saúde (art. 188,II), porque podem ser revertidos ao serviço ativo, mediante inspeção
médica bienal, na qual se comprove a melhora em seu estado de saúde.

2 A SITUAÇÃO DOS MILITARES ESTADUAIS

Os militares estaduais encontram-se em duas situações: ativa e inativo. Notem que o legislador é enfático ao
afirmar que não há outra situação senão a de que o militar esteja em atividade ou esteja na inatividade, e assim
especifica quem se encontra em uma ou em outra situação.
Também apresenta duas situações para que o militar esteja na inatividade:
a) reserva remunerada
b) reformado.
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2.1 Os militares estaduais da ativa
São divididos nas seguintes categorias:
a) os militares estaduais de carreira;
b) os Cadetes e Alunos-Soldados de órgãos de formação de militares estaduais;
c) os alunos dos cursos específicos de Saúde, Capelania e Complementar, na Polícia Militar e no Corpo de
Bombeiros Militar, conforme dispuser a lei e o regulamento específico.
2.1.1 Militares estaduais de carreira

A carreira que o legislador se refere tem dupla interpretação:


a) primeira, como atividade militar estadual voltada ao cumprimento da missão institucional (art. 5º EMECE)
b) segunda, como cargo efetivo (postos e graduações) galgados mediante promoção (art. 35 EMECE).
Nessa visão, o militar estadual de carreira não apenas pode ser designado para as missões instituições (dever)
como tem acesso aos cargos e promoções decorrentes de sua atividade (direito).
2.1.2 Cadetes e Alunos-Soldados de órgãos de formação de militares estaduais

Com a extinção da Academia de Polícia Militar Gen Edgard Facó (APMGEF) e do Centro de Aperfeiçoamento
de Praças (CFAP), a figura do cadete e do aluno-Soldado deixou de existir. Essa extinção foi oficializada quan-
do da modificação do art. 10 deste EMECE, ao criar a figura do candidato da 3ª fase do concurso público, que
é o civil na condição de aluno e não mais de cadete ou de aluno-Soldado.
Convém registar, que os aspirantes a Oficial, cadetes do CFO e Alunos-Soldados do Curso de Formação de
Soldados, outrora denominados de Praças Especiais (§3º, art. 30 do EMECE), foram retirados da escala hie-
rárquica da Corporação em razão do art. 42 da Lei nº 15.797/2015, não havendo mais que se falar em “Praça
Especial”.
Cremos, por uma miopia legislativa, essa categoria continua figurando como militares da ativa, como se veri-
fica em vários dispositivos do EMECE, como mostra o quadro a seguir.

Quadro 6 – Cadete e Aluno-Soldado no EMECE

DISCRIMINAÇÃO CADETE ALUNO-SOLDADO


Situação militar da ativa (art. 3º, EMECE) militar da ativa (art. 3º, EMECE)
Forma de ingresso para carreira de Oficial (art.11, EMECE) para carreira de Praça (art. 11, EMECE)
não é mais Praça especial (art. 42 da Lei não é mais Praça especial (art. 42 da Lei
Tipo de Praça
nº 15.797, de 25.05.2015) nº 15.797, de 25.05.2015)
Escala hierárquica não figura (art. 30, EMECE) não figura (art. 30, EMECE)
é feita por meio da ordem de classificação, é feita por meio da ordem de classificação
Antiguidade obtida nos respectivos cursos ou obtida nos respectivos cursos ou
concursos. (art. 31, §2º, EMECE) concursos. (art. 31, §2º, EMECE)
superior a Subtenentes, Primeiros- inferior hierárquico de cadete,
Situação hierárquica Sargentos, Cabos, Soldados e Alunos- Subtenentes, Primeiros-Sargentos,
Soldados. (Art. 32, EMECE) Cabos, Soldados (Art. 32, EMECE).
CDPM/BM e normas previstas em estabelecimento de ensino (art. 50, §2º,
Normas Aplicáveis
EMECE)
direito a recebimento de uniformes ou valor correspondente (art. 52, XXI,
Uniformes
EMECE)
Férias tem direito a férias (§4º, art. 59 - EMECE)
Fonte: O autor (2017)

Em nosso ver, o legislador, ao alterar determinado dispositivo, deixou de ver que isso refletiria em outros.
Assim, a figura do Aspirante-a-Oficial, Cadete e Aluno-Soldado (recruta) é apenas histórica e sem aplicação
prática, pois, ao criar nova forma de ingresso, revoga-se tudo o que está sob sua órbita.
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2.1.3 Alunos dos cursos específicos de Saúde, Capelania e Complementar

A alínea “c”, I, art. 3º deste EMECE deve ser revogada pelos mesmos motivos explicados sobre os praças
especiais, afinal esses alunos também passaram à condição de candidato do concurso para o cargo de Oficial,
quer do Quadro de Saúde e do Quadro de Capelães na Polícia Militar, ou do Quadro Complementar no Corpo
de Bombeiros.
O Quadro de Oficiais Complementar foi extinto na PMCE por força do art. 2º da Lei nº 14.931, de 2 de junho
de 2011.
2.1.4 Militares da Reserva Remunerada convocados

A Reserva Remunerada dá-se de duas formas: a pedido (direito do militar), e, ex offícuo (poder-dever da Ad-
ministração). Tanto em uma quanto em outra situção, ele pode ser submetido à prestação de serviço na ativa,
mediante convocação.
A convocação é uma das formas de reversão ao serviço ativo e tem por fundamento o art. 6º e os art. 184, 185 e
186 deste EMECE. Além de ser convocado ele pode ainda ser designado, de forma voluntária, mormente para
o serviço de segurança patrimonial.
2.2 Os militares estaduais Inativos
Os militares inativos já não possuem o pleno gozo de seus direitos e prerrogativas previstos no EMECE, mas
também não estão sujeitos a determinadas normas castrenses, daí porque sua capacidade é relativa face à Cor-
poração. São divididos em duas categorias: 1) Reserva Remunerada, e 2) Reformados.
2.2.1 Reserva Remunerada

Como já explicado anteriormente, trata-se do militar transferido para a Reserva Remunerada na modalidade a
pedido, ou na modaidade ex offícuo. Ficam dispensados da prestação de serviço na CME, mas podem ser con-
vocados (ex offícuo) ou designados (caráter voluntário) para o serviço ativo temporário, conforme a situação
de incidência prevista na legislação.
2.2.2 Reformados

O militar rReformado está dispensado definitivamente da prestação de serviço na ativa, seja por convocação,
seja por designação e também não se sujeita ao Código Disciplinar PM/BM, não cometendo, portanto trans-
gressão disciplinar. Contudo, comete crimes comuns ou militares. Lembre-se de que sua capacidade relativa é
apenas face à Corporação, logo, sujeito às leis do País.
A Reforma do militar pode ocorrer estando ele na ativa ou na reserva remunerada, conforme a situação de in-
cidência prevista neste EMECE. Assim, quando a alínea “b”, inciso II, do art. 3º afirma “...tendo passado por
uma das situações anteriores...” significa que o militar passou pela situação de ativo ou de reserva remunerada.
Exemplos
Vejamos os exemplos abaixo que melhor explicam a alínea “b”, inciso II, art. 3º:
a) O Sgt Azambuja, do serviço ativo, sofre um acidente e perde um braço. Nessa situação ele pode ser inativado
mediante reforma, ou seja, passa da ativa para a reforma sem passar pela reserva remunerada.
b) O Sgt Beterraba encontra-se na reserva remunerada e alcança a idade de 65 anos. Nessa situação, ele passa
da reserva remunerada para a reforma.
O militar reformado, por motivo de saúde, pode ser revertido ao serviço ativo de carreira como previsto no art.
194 deste EMECE, ou seja, após reinspeção médica. A perícia pode julgá-lo apto ou redaptá-lo para funções
compatíveis com sua redução de capacidade, ex: digitador, telefonista, xerocopista, arquivista entre outras mis-
sões no âmbito administrativo. Nesses casos, o militar tem direito a realizar cursos que o habilitem à ascenção
funcional, inclusive ser promovido ou nomeado, pois seria uma conduta contraditória do legislador permitir
que o militar retornasse ao serviço por readaptação e, ao mesmo tempo, negar-lhe o direito à promoções, cur-
sos e outros direitos.

VEJAM A DIFERENÇA

- Reserva Remunerada – pode ser revertido ao serviço ativo temporário, mediante convocação (ex offícuo)
ou por designação (voluntário).

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- Reformado por incapacidade – pode ser revertido ao serviço ativo de carreira, ainda que com restrições a
serviços operacionais, e terá direito à promoção, cargos, enfim todos os direitos, deveres, obrigações e prerro-
gativas legais.
- Reformado por outros motivos – não pode ser revertido ao serviço ativo.

Figura 11 - Esquema da situação dos militares estaduais

Fonte: O autor (2017)

3 OBRIGAÇÕES DO INATIVO

a) Reformados por motivo de saúde – apresentar-se na Coordenadoria de Gestão de Pes-


soas ou órgão de recursos humanos da sua Corporação, para providências referentes à inspe-
ção médica bienal na COPEM/SEPLAG ou órgão similar, visando verificar se seu estado de saú-
de permanece inalterado ou se houve melhora. Havendo melhora, será revertido ao serviço ativo.
O prazo é contado da data em que foi julgado inapto pela COPEM/SEPLAG. Exemplo:
Sd PM Azambuja é julgado pela COPEM/SEPLAG incapaz em 20.08.2015. Então, deve apresentar-se à CGP
em 20.08.2017 para reavaliação pericial. E assim sucessivamente, 20.08.2019, em 20.08.2021, o qual só ces-
sará em duas situações:
a) Alcançar a idade de 60 anos
b) Dois anos após o processo de reforma haver sido julgado e registrado pelo Tribunal de Contas do Estado.
Essas situações fazem cessar a apresentação bienal.
b) Reformados e da Reserva Remunerada – são obrigados a mencionar essa situação quando fizerem uso
do posto ou da graduação como determina expressamente o §5º, art. 30 deste EMECE. Isso ocorre quando
é necessário identificar-se, por exemplo: Cel PM Maximus da Reserva Remunerada; ou, Cel PM Azambuja
reformado. A própria administração ao referir-se a eles também tem o dever de deixar essa situação bem clara,
principalmente em documentos. Nesse caso, é feita da seguinte forma: Cel PM RR Maximus; ou Cel PM Ref
Azambuja.
*** *** ***

SERVIÇO MILITAR ESTADUAL - DEFINIÇÃO

Art.4º O serviço militar estadual ativo consiste no exercício de atividades inerentes à Polícia Mi-
litar e ao Corpo de Bombeiros Militar, compreendendo todos os encargos previstos na legislação
específica e relacionados com as missões fundamentais da Corporação.

1 CONTORNO JURÍDICO

O art. 4º tem por objeto evitar que militar tente se eximir de serviço militar sob o argumento de não previsão
da atividade em quadro de organização ou dispositivo legal.

2 CARGOS, ENCARGOS, INCUMBÊNCIA, COMISSÃO, SERVIÇO E ATIVIDADE

A atividade militar estadual pode ou não estar prevista no Quadro de Organização e Distribuição (QOD).
Quando tem essa previsão é denominada de Cargo, quando não, se chama Encargo.

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O fato é que, ainda que essa atividade não esteja catalogada em dispositivo legal, deve ser cumprida como
incumbência, serviço, encargo ou atividade militar estadual ou de natureza militar estadual. Nessa visão, toda
e qualquer atividade voltada à segurança pública ou que nela tenha causa ou efeito, faz parte do serviço militar
estadual, não podendo o militar eximir-se sob o argumento da não descrição da atividade em lei. Vide art. 41
deste EMECE abaixo transcrito:
Art.41. As obrigações que, pelas generalidades, peculiaridades, duração, vulto ou natureza, não são cataloga-
das em Quadro de Organização ou dispositivo legal, são cumpridas como encargo, incumbência, comissão,
serviço, ou atividade militar estadual ou de natureza militar estadual.
Parágrafo único. Aplica-se, no que couber, ao encargo, incumbência, comissão, serviço ou atividade militar
estadual ou de natureza militar estadual, o disposto neste capítulo para cargo militar estadual.
*** *** ***

CARREIRA MILITAR - DEFINIÇÃO, DESTINAÇÃO E INICIO

Art.5º A carreira militar estadual é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devo-
tada às finalidades e missões fundamentais das Corporações Militares estaduais, denominada
atividade militar estadual.

DESTINAÇÃO E INICIO DA CARREIRA MILITAR

Parágrafo único. A carreira militar estadual é privativa do pessoal da ativa das Corporações Mi-
litares do Estado, iniciando-se com o ingresso e obedecendo-se à seqüência de graus hierárqui-
cos.

1 CONTORNO JURÍDICO

O núcleo do art. 5º é o devotamento às finalidades e às missões já citadas no EMECE e em outros dispositivos


constitucionais e infra constitucionais, bem como o fato de ser privativa do pessoal do serviço ativo. É deixar
claro que aquele que deseja ingressar numa CME deve estar disposto a dedicar-se à missão militar, encarando-
-a como sacerdócio e não apenas como um passatempo ou como “bico”.
O caput apresenta um dever (dedicar-se ao serviço) e o parágrafo traz o direito (acesso aos postos e graduações).

2 CARREIRA MILITAR ESTADUAL

A carreira militar, nos exatos termos da lei, tem dupla significação:


a) Devotamento à atividade e ao cumprimento da missão fundamental da Corporação Militar.
b) Crescimento hierárquico do militar ativo dentro da estrutura hierarquizada por postos ou graduações (cargo
efetivo).
Os militares estaduais da reserva remunerada e os reformados deixam de fazer parte da carreira militar esta-
duais, pois perdem o direito à promoção (crescimento na escala hierárquica) e também não ocupam cargos
em comissão, nem ficam sujeitos aos cargos, encargos, missões, comissões, incumbências e outras atividades
próprias do militar em serviço ativo.

3 INÍCIO DA CARREIRA

O parágrafo único do artigo ora sob comentário, além de complementar o caput do art. 5º, também melhora a
compreensão do art. 3º ao tratar dos militares estaduais de carreira.
O marco da carreira é o ingresso, a inclusão na escala hierárquica da Corporação nos termos do art. 209 deste
EMECE, in verbis:
Art. 209. Os militares estaduais começam a contar tempo de serviço na Polícia Militar e no Corpo de Bombei-
ros Militar do Ceará a partir da data da sua inclusão no posto ou na graduação.
Parágrafo único. Considera-se como data da inclusão, para fins deste artigo:
I - a data do ato em que o militar estadual é considerado incluído em Organização Militar Estadual;
II - a data de matrícula em órgão de formação de militares estaduais;

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III - a data da apresentação pronto para o serviço, no caso de nomeação.
Os militares estaduais de carreira têm direito a cargos e promoções por se constituírem na categoria de milita-
res que efetivamente cumprem a missão fundamental da Corporação Militar estadual a que pertencem.
A sequência dos graus hierárquicos a que se refere o legislador são os postos e graduações, e a sequência é a
seguinte:
a) Oficiais: Cel Cmt-G, Cel, Ten-Cel, Maj, Cap, 1º Ten, 2º Ten.
b) Oficiais do Quadro de Oficiais de Administração: Maj, Cap, 1º Ten, 2º Ten.
c) Oficiais Capelães: Ten-Cel, Maj, Cap, 1º Ten, 2º Ten.
d) Praças: Subtenente, 1º Sargento, 2º Sargento, 3º Sargento, Cb, Sd.

4 MARCO DOUTRINÁRIO: A INDEPENDÊNCIA DAS CARREIRAS SEGUNDO A D. PGE

A Assessoria Jurídica/PMCE emitiu o Parecer nº 279/2015-GC/AJ, de 11.05.2015 esclarecendo que as carrei-


ras de Oficial e de Praça são distintas e independentes, para isso existem concursos distintos e independentes.
Assim, quando a Praça militar faz concurso para a carreira de Oficial e logra êxito, extingue-se com a investi-
dura no cargo de Oficial seu vínculo anterior com a Administração. Isso implica na contagem do tempo de con-
tribuição para fins de inatividade, vez que a Administração não poderia computar de offícuo o tempo passado
como Praça, salvo se o militar assim o solicite.
O Parecer acima foi submetido ao crivo da PGE a qual emitiu o Despacho nº 347/2015-PGE no processo nº
29453253/2015, ratificando o posicionamento da AsJur/PMCE e acrescentou:
“Despacho nº 347/2015-PGE [...] O militar que hoje é oficial, tendo ingressado nesta carreira por concurso
público, porém já foi Praça anteriormente, no contexto da reserva ‘ex-officio”, deve receber o mesmo trata-
mento daquele agente que, antes de ingressar no cargo militar exercia outra atividade pública ou privada. De
tal modo, seja em uma situação seja na outra, somente cabe contabilizar, no tempo máximo para a reserva do
militar, o período anterior ao seu ingresso na Polícia, mediante processo de averbação, a pedido. Não custa
registrar que o concurso público enseja provimento originário em cargo público, não sendo dado considerar
vínculos anteriores do servidor ou militar, inclusive no serviço público, para efeitos que a lei exclusivamente
confere ao tempo prestado na nova investidura. [...] Fortaleza, 22 de maio de 2015. Assina: Rafael Machado
Moraes. Procurador Chefe da Consultoria Geral. DESPACHO: Aprovo o despacho do Procurador-Chefe, por
suas razões. Fortaleza, 12 de agosto de 2015. Juvêncio Vasconcelos Viana – Procurador-Geral do Estado”.
O provimento do cargo para efeito de cômputo de tempo de contribuição deve ser entendido como aquele de-
corrente do concurso público feito pelo militar, ainda que seja na mesma carreira. Quando o Soldado fez con-
curso para Sargento, não resta dúvida de que ele permaneceu na mesma carreira, mas mudou de cargo efetivo,
e isso, a nosso ver, garante-lhe reiniciar sua contagem de tempo de contribuição. Dizendo melhor: nada obsta
que ele possa usar esse tempo de contribuição para inativar-se; contudo, jamais a CME pode usar para lançá-lo
na Reserva Remunerada ex officio.
Posteriormente, o Coordenador de Gestão de Pessoas da PMCE fez nova consulta a PGE a qual emitiu o Pare-
cer nº 2.273/2017-PGE, publicado no BCG nº 166, de 01.09.2017, cujo extrato abaixo se mostra:
Cômputo Tempo de Contribuição – Esclarecimentos Nota nº 064/2017 – GPR/CEGEP/CGP A COORDE-
NADORIA DE GESTÃO DE PESSOAS consultou a P.G.E. acerca do cômputo do tempo de contribuição de
militares estaduais que haviam se submetido a mais de um concurso público, ou seja, o cômputo do tempo
de militar que se submeteu a concurso público para o cargo de Soldado, posteriormente, fez novo concurso
público para o cargo de 3º Sargento ou de Oficial, para fins de Reserva Remunerada ex offícuo, vez que aquela
Coordenadoria entendia tratar-se de carreiras distintas por conta do provimento originário, e que, por esse
motivo não se comunicariam para fins de Reserva Remunerada ex officio. Em resposta, aquela Casa emitiu o
Parecer nº 2.273/2017, em complemento ao Despacho nº 347/2015-PGE, no qual esclareceu que o concurso
público marca o provimento originário, sendo, portanto o marco do início do cômputo de tempo de contribui-
ção para fins de Reserva Remunerada ex offícuo, salvante o militar tenha averbado o tempo anterior. Abaixo,
transcreve-se um extrato do dito Parecer:
Parecer nº 2273/2017-PGE. Processo nº 17276505- 6, Origem/Interessado: Polícia Militar do Estado do Cea-
rá PM/CE, Procurador: Raimilan Seneterri da Silva Rodrigues. EMENTA: POLÍCIA MILITAR RESERVA
REMUNERADA EX OFFICIO, TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO MÁXIMO PARA A PERMANÊNCIA NA
ATIVA, DESCONSIDERAÇÃO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DECORRENTE DE POSTOS ANTE-
RIORES OCUPADOS POR MILITAR QUE SE SUBMETEU A NOVO CONCURSO PÚBLICO DE PROVI-
MENTO ORIGINÁRIO...APLICAÇÃO DO DESPACHO PGE Nº 0347/2015. O posicionamento nesta Casa,
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através do Despacho PGE nº 0347/2015, a ser aplicado no caso concreto, é no sentido de que não havendo pe-
dido de averbação, não deve ser computado o tempo de contribuição do militar em carreiras anteriores para fins
de alcance do tempo de contribuição máximo de permanência na atividade (35 [trinta e cinco] anos, nos termos
do art. 182, inciso II, alínea ‘a’, do Estatuto dos Militares) e concessão da Reserva Remunerada “ex-officio”
em nova carreira, cujo ingresso se deu por concurso público. Só é permitido o cômputo do referido período se
houver expressa anuência do militar. 8. Isto posto, na esteira do posicionamento firmado no Despacho nº PGE
nº 0347/2015, opinamos pela possibilidade de exclusão do cômputo do tempo de serviço militar em carreira
anterior a fim de que se evite a integração do tempo máximo de contribuição de 35 (trinta e cinco) anos e, con-
sequentemente, o tempo máximo de permanência na ativa para aqueles que se submeteram a novo concurso
público, considerado provimento originário. Não havendo novo provimento originário, terá que se considerar
a carreira única e, portanto, valendo o entendimento da PMCE, ou seja, a “contagem de tempo considerando
a integralidade do período desde o ingresso do militar nas fileiras da PMCE” (fls. 09v-PGE) para a inativação
compulsória; valendo ainda para o mesmo efeito, a contagem do tempo de férias e licenças especiais não go-
zadas e averbadas. 9. É o parecer, salvo melhor juízo.
***

EXEMPLIFICANDO:

1) O Cap QOA PM Beterraba ingressou na PMCE em 1980, no cargo de Soldado. Em 1985 submeteu-se a
novo concurso público, para o cargo de Sargento. Nesse caso, seu tempo de contribuição para fins de reserva
remunerada ex offícuo será computado a partir da matrícula no Curso de Formação de Sargento, ou seja, não
pode ser computado o tempo passado como Soldado. Doutra sorte, esse tempo pode ser contabilizado caso o
próprio militar requeira seu cômputo.
2) O Cap QOA Murici ingressou na PMCE em 1980, no cargo de Soldado. Em 2005 realizou o Curso de
Habilitação a Sargento. Nesse caso, o cômputo do tempo é a partir de 1980, pois o Oficial não se submeteu a
concurso público, e sim a seleção interna para o Curso de Habilitação de Oficiais que lhe deu acesso ao posto
de 2º Tenente QOA.

5 DISPOSITIVOS CORRELATOS

Abaixo citamos dispositivos constitucionais e infraconstitucionais que tratam do assunto:


a) Legislação Federal
R-200 Art. 16 - A carreira policial-militar é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devotada às
finalidades precípuas das Polícias Militares, denominada “Atividade Policial-Militar”.
b) Legislação Estadual - EMECE
Art.35. Os cargos de provimento efetivo dos militares estaduais são os postos e graduações previstos na Lei de
Fixação de Efetivo de cada Corporação Militar, compondo as carreiras dos militares estaduais dentro de seus
Quadros e Qualificações, somente podendo ser ocupados por militar em serviço ativo.
Art.217. Os militares estaduais são submetidos a regime de tempo integral de serviço, inerente à natureza da
atividade militar estadual, inteiramente devotada às finalidades e missões fundamentais das Corporações Mili-
tares estaduais, sendo compensados através de sua remuneração normal.
*** *** ***

REVERSÃO: DIREITOS E DEVERES

Art.6º Os militares estaduais da reserva remunerada poderão ser convocados para o serviço
ativo e poderão também ser para este designados, em caráter transitório e mediante aceitação
voluntária, por ato do Governador do Estado, quando:
I - se fizer necessário o aproveitamento dos conhecimentos técnicos e especializados do militar
estadual;
II - não houver, no momento, no serviço ativo, militar estadual habilitado a exercer a função vaga
existente na Corporação Militar estadual.

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DIREITOS E DEVERES DO MILITAR DESIGNADO AO SERVIÇO ATIVO

§1º O militar estadual designado terá os direitos e deveres dos da ativa, em igual situação hierár-
quica, exceto quanto à promoção, à qual não concorrerá, contando esse tempo como de efetivo
serviço.

ÓRGÃOS ENVOLVIDOS NA REVERSÃO DO MILITAR

§2º Para a designação de que trata o caput deste artigo, serão ouvidas a Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social e a Secretaria da Administração.

COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O objeto do art. 6º ainda é definir as várias formas de reversão ou recondução de militares da reserva remune-
rada ao serviço ativo temporário.

2 REVERSÃO AO SERVIÇO ATIVO TEMPORÁRIO

À primeira vista, o artigo mostra-se confuso, pois leva a interpretação de que convocação e designação são
sinônimos para o mesmo fato: reversão ao serviço ativo.
Partindo de uma interpretação absurda, poderíamos imaginar que nas duas situações citadas no art. 6º para a
designação (I - se fizer necessário o aproveitamento dos conhecimentos técnicos e especializados do militar
estadual; II - não houver, no momento, no serviço ativo, militar estadual habilitado a exercer a função vaga
existente na Corporação Militar estadual), ocorreria também a convocação.
Nesse entendimento, ficaria possibilitado ao Governador designar, em caráter voluntário e, ante a negativa do
militar, haveria a convocação; ou, também, a simples convocação sem a possibilidade de voluntariado por par-
te do militar. Essa hipótese, implica numa violência ao Estado Democrático de Direito ao deixar apenas uma
opção ao subordinado: ou aceita voluntariamente ou te convoco “na marra”.
Nesse caso, é necessária uma análise sistemática do EMECE à luz dos seus arts. 184, 185 e 185 que tratam do
mesmo tempo. Por meio desses artigos, fica evidenciada a existência de duas formas de reversão ou recondu-
ção ao serviço ativo temporário:
a) Convocação
b) Designação
A primeira com definição harmonizada no art. 184, e a segunda com condições definidas nos art. 185 e 186
deste EMECE.
No sentido militar, convocação é chamar, determinar, mandar apresentar-se. Convocar é imperativo, cogente.
Logo, a convocação é uma determinação governamental para que o militar da Reserva Remunerada retorne ao
serviço ativo compulsoriamente e por período determinado, a fim de participar de determinado evento do qual
sua presença é imprescindível, e cuja situação de incidência é especificada no art. 184 deste EMECE, a saber:
vigência de Estado de Guerra, Estado de Sítio, Estado de Defesa, em caso de Mobilização ou de interesse da
Segurança Pública. Observe que a mera possibilidade ou dedução dos estados acima, não implica na necessi-
dade de reversão. É necessário que haja vigência.
Por outro lado, os componentes da reserva remunerada têm a possibilidade de, em caráter voluntário, serem
designados ao serviço ativo temporário por período transitório, conforme situações previstas no art. 6º c/c art.
185 e 186 (Segurança Patrimonial) deste EMECE.
Com a atual evolução do conhecimento e da especialização dos militares estaduais não seria exagero afirmar
que a possibilidade de reversão prevista nos incisos I e II do art. 6º torna-se cada vez mais rara. Doutra sorte,
a reversão para fins de emprego na segurança patrimonial tem se tornado cada vez mais comum.

3 COMPETÊNCIA PARA RECONDUZIR MILITARES INATIVOS AO SERVIÇO ATIVO TEMPORÁRIO

A autoridade competente para reverter ou reconduzir militar inativo ao serviço ativo temporário vem definida
no §2º, art. 174 c/c arts. 185 e 186, tudo deste EMECE, são as seguintes:

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a) Governador do Estado
b) Autoridade por ele designada
EMECE - art. 174, §2º A reversão da inatividade para o serviço ativo temporário é ato da competência do Go-
vernador do Estado ou de autoridade por ele designada.

4 IDADE LIMITE PARA REFORMA DE MILITARES REVERTIDOS AO SERVIÇO ATIVO TEMPORÁRIO

Ao militar revertido da inatividade para o serviço ativo temporário é inaplicável à reforma por atingir a idade
limite de 65 anos. Nesse caso, enquanto permanecer revertido, sua idade passa a ser 70 anos como previsto no
art. 188, §1º, EMECE, in verbis:
Art.188. A reforma será aplicada ao militar estadual que:
I – atingir a idade limite de 65 anos;” (NR) (redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015)
§1º Excetua-se das “idades-limites” de que trata o inciso I deste artigo o militar estadual, enquanto revertido da
inatividade para o desempenho de serviço ativo temporário, conforme disposto em lei específica, cuja reforma
somente será aplicada ao ser novamente conduzido à inatividade por ter cessado o motivo de sua reversão ou
ao atingir a idade-limite de 70 anos.

5 PROMOÇÃO DE MILITAR REVERTIDO AO SERVIÇO ATIVO TEMPORÁRIO: CONTROVÉRSIAS

O texto do §1º, art. 6º deste EMECE, reproduz parcialmente o parágrafo único do art. 19 do R-200, in verbis:
R-200: Art. 19 [...] Parágrafo único - O policial militar designado terá os direitos e deveres dos da ativa de igual
situação hierárquica, exceto quanto à promoção, a que não concorrerá, e contará esse tempo de efetivo serviço.
Observem que o legislador federal não traz a figura da “convocação”, eis que, para aquele momento, designa-
ção tinha a mesma conotação que convocação. Somente com a edição da Lei Estadual nº 12.098/1993 é que
surge a figura do militar revertido em caráter voluntário.
O militar revertido por designação é posto em situação de igualdade perante os militares estaduais do serviço
ativo, exceto quanto à promoção. Significando dizer que, em igualdade de posto ou graduação, eles têm os
mesmos direitos e deveres, dentre os quais citamos: férias, licenças, cancelamento de sanções disciplinares,
dispensas do serviço, núpcias, luto entre outros direitos próprios dos militares da ativa, inclusive com carteira
de identidade contendo sua nova situação que deixa de ser “reserva remunerada” e passa a ser “ativa”, pois
revertido não é situação e sim meio de trazer o militar da reserva remunerada para o serviço ativo temporário.
Ocorre que o militar é designado ao serviço ativo para atender as condições previstas no art. 6º e nos art. 185
e 186 deste EMECE. O parágrafo, ora sob estudo, faz parte do art. 6º, ou seja, faz alusão às situações de in-
cidência ali descritas combinadas com o art. 185 que são idênticas, contudo diferente da situação de reversão
prevista no art. 186, embora também seja tratado como designação ao serviço ativo temporário.
Nessa toada, surge o seguinte dilema: algum militar estadual revertido por designação tem direito à promoção?
Para responder essa pergunta, temos duas hipóteses:
1) Posição pró-estado: O militar estadual designado não tem direito à promoção, considerando-se como de-
signadas todas as situações previstas não apenas no art. 6º, mas também as previstas no art. 185 (Conhecimento
técnico) e no art.186 (Segurança patrimonial), eis que todas são formas de reversão por designação. Veja que o
parágrafo não fez referência à designação prevista no caput e sim deixou em aberto, com validade para toda e
qualquer forma de designação. Ademais, o militar designado é revertido para o serviço ativo temporário e não
para a carreira (por extensão do art. 3º deste EMECE), logo, sem direito à promoção, pois não reverteram a car-
reira e nem as atividades inerentes à missão militar estadual. A missão deles é segurança patrimonial, inclusive
com legislação própria, específicando as suas peculiaridades funcionais (Lei nº 12.098/1993).
Também é incoerente pensar em promoção, pois o legislador se assim o fizesse, teria uma conduta contraditó-
ria, primeiro porque afirma taxativamente que a carreira militar estadual é privativa do pessoal do serviço ati-
vo; e noutro momento, permitiria a promoção para militares revertidos para o serviço ativo temporário. Logo,
os militares revertidos não têm direito à promoção.
2) Posição pró-militar: A segunda hipótese é mais ousada, embora não absurda, pois permitiria a promoção
dos militares revertidos por designação para fins de segurança patrimonial (art. 186). Essa teoria parte do se-
guinte princípio: a reversão tem três finalidades:
a) art. 184 - convocação em vigência de estado de guerra, estado de sítio e outras.

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b) art. 185 - convocação em razão do conhecimento técnico
c) art.186 - convocação em razão da segurança patrimonial
No texto do EMECE não há nada expresso vedando a promoção para militares revertidos pelo art. 186. A
proibição é aplicada exclusivamente no caso do art. 185, e isso por duas vezes. A primeira no parágrafo único
do art. 6º e a segunda no parágrafo único do art. 185, ou seja, a lei é silente ao tratar da promoção no caso de
reversão do art. 184.
Recorrendo à Lei nº 12.098/93 e seu decreto regulamentador (Decreto nº 24.338, de 16/01/1997), legislação
específica para a matéria de reversão para fins de segurança patrimonial, não se encontra nenhuma restrição à
promoção dessa categoria de militares.
Entendemos, assim, que não caberia ao intérprete legislar ou restringir o que o legislador não limitou.
Outra situação hipotética seria a promoção do militar revertido por convocação prevista no art. 184, eis que o
texto veda essa possibilidade, apenas, para o militar estadual revertido por designação, ficando silente quanto
ao militar convocado. Cremos ser possível promover militar estadual convocado. Primeiro, porque ele retorna
ao serviço ativo numa situação extravagante (estado de guerra, estado de sítio, dentre outras situações); segun-
do, porque passa a contar seu tempo de serviço e contribuição; terceiro, porque ele pode vir a praticar ato de
bravura no teatro de operações.
Por fim, poderíamos entender ainda que o militar revertido ao serviço ativo nas situações do art. 6º c/c art. 184,
185 e 186 não é militar de carreira como previsto no art. 3º, portanto sem direito à promoção que é típica da
carreira militar estadual.

6 ÓRGÃOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE REVERSÃO AO SERVIÇO ATIVO TEMPORÁRIO

Os órgãos envolvidos na reversão ao serviço ativo temporário são a Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social e a Secretaria do Planejamento e Gestão. No caso de reversão ao Batalhão de Segurança Patrimonial o
processo inicia-se com requerimento do interessado naquele BSP.

7 DISPOSITIVOS RELACIONADOS À REVERSÃO DE MILITARES INATIVOS PARA O SERVIÇO ATIVO TEMPORÁRIO

a) Dec. nº 88.777/83 - R-200 - Art . 19 - Os policiais-militares na reserva poderão ser designados para o
serviço ativo, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, por ato do Governador da Unidade da
Federação, quando:
1) se fizer necessário o aproveitamento de conhecimentos técnicos e especializados do policial-militar;
2) não houver, no momento, no serviço ativo, policial militar habilitado a exercer a função vaga existente na
Organização Policial-Militar.
Parágrafo único - O policial-militar designado terá os direitos e deveres dos da ativa de igual situação hierár-
quica, exceto quanto à promoção, a que não concorrerá, e contará esse tempo de efetivo serviço.
b) Lei n° 12.098, de 5 de maio de 1993
Art. 2º - O Policial Militar revertido na forma do artigo anterior, deverá exercer funções de natureza burocrá-
tica, de segurança escolar, de atividade de ensino ou instrução militar e de segurança patrimonial em próprios
do Estado e de entidades da Administração Pública Estadual, observados os termos do regulamento próprio.
c) Decreto nº 24.338, de 16 de janieo de 1997 (DOE nº 16.964, 16 de janeiro de 1997)
Art. 2º - Os policiais militares revertidos ao serviço ativo poderão exercer as seguintes funções:
I. de natureza burocrática, entendendo-se aquelas desempenhadas internamente que digam respeito à adminis-
tração da Polícia Militar, a serem exercitadas por praças e oficiais subalternos e intermediários;
a) no Gabinete do Comando;
b) nas Seções do Estado-Maior;
c) nas Diretorias;
d) nas OPMs.
II. de segurança escolar, englobando a proteção de alunos, professores e servidores administrativos dos esta-
belecimentos de ensino, bem como a segurança patrimonial em prédios próprios do Estado o de entidades da
administração pública estadual, conforme Convênio celebrado entre esses órgãos/entidades e a Polícia Militar,
a serem exercitados por praças até a graduação de Subtenente, e oficiais até o posto de Capitão;
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III. de ensino e instrução, a serem exercitados por policiais militares de todos os postos e graduações.
a. de instrutor ou monitor;
b. de administração, planejamento ou apoio às atividades de ensino ou de instrução;
c. de pesquisas;
d. de elaboração de minuta de Lei, de regulamentos, ou de outros trabalhos técnico-científicos necessários à
melhoria do ensino e/ou da instrução do policial militar. 
Em decorrência deste artigo, podemos inferir a existência de dois tipos de serviço ativo:
a) serviço ativo temporário (art.6º c/c art. 184,185 e 186)
b) serviço ativo de carreira (art. 5º)

Ou dizendo de outra forma: todo militar de carreira está no serviço ativo, mas nem todo militar do serviço ativo
tem carreira.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – PM/CE -89 Ato do governador do estado pode convocar para o
serviço ativo os militares estaduais da reserva remunerada e os reformados, em caráter transitório, caso em que
não poderá haver recusa por parte do militar.
*** *** ***

Figura 12 - Esquema da recondução/reversão ao serviço ativo temporário

Fonte: O autor (2017)


*** *** ***

EQUIVALÊNCIA DE EXPRESSÕES

Art.7º São equivalentes as expressões “na ativa”, “da ativa”,“em serviço ativo”, “em serviço na
ativa”, “em serviço”, “em atividade”ou “em atividade militar”, conferida aos militares estaduais
no desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência ou missão militar, serviço ou ativida-
de militar ou considerada de natureza ou interesse militar, nas respectivas Corporações Militares
estaduais, bem como em outros órgãos do Estado, da União ou dos Municípios, quando previsto
em lei ou regulamento.

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COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O art. 7º procura garantir os direitos dos militares que se encontram em qualquer atividade interna (na CME)
ou externa (outro órgão da União, do Estado ou do Município).
A nosso ver, é uma reserva para garantia de direitos ou deveres existentes em outras legislações.

2 ATIVIDADE DE NATUREZA OU DE INTERESSE MILITAR NOS TERMOS DA LEI

Questão que deve ser solucionada é saber que serviço ou atividade militar é considerada de natureza ou de
interesse militar citada no art. 7º acima. A resposta parece estar no art. 21 do R-200 (Dec. nº 88.777/83) que,
em seu artigo 21, traz um rol de funções considerados como de interesse militar, in verbis:
Art.  21.  São considerados no exercício de função de natureza policial-militar ou de interesse policial-militar
ou de bombeiro-militar, os militares dos estados, do Distrito Federal ou dos territórios, da ativa, colocados à
disposição do governo federal para exercerem cargo ou função nos seguintes órgãos: (Redação do artigo e
alíneas dada pelo Decreto nº 5.896, de 2006)
1 - Gabinetes da Presidência e da Vice-Presidência da República;
2 - Ministério da Defesa; 
3 - Casa Civil da Presidência da República; 
4 - Secretaria-Geral da Presidência da República; 
5 - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; 
6 - Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República;
7 - Agência Brasileira de Inteligência; 
8 - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria Nacional de Justiça, Secretaria Nacional de Políticas
sobre Drogas, Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos e Conselho Nacional de Seguran-
ça Pública, do Ministério da Justiça; (Redação dada pelo Decreto nº 7.538, de 2011)
9 - Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional; (Incluído pelo Decreto nº 5.896,
de 2006)
10  -  Supremo Tribunal Federal, Conselho Nacional de Justiça e Tribunais Superiores;  (Redação dada pelo
Decreto nº 7.730, de 2012).
11 - Ministério Público da União. (Incluído pelo Decreto nº 5.896, de 2006)
12 - Ministério da Fazenda; e (Incluído pelo Decreto nº 7.522, de 2011)
13 - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (Incluído pelo Decreto nº 7.522, de 2011)
§ 1º  São ainda considerados no exercício de função de natureza policial militar ou bombeiro militar ou de
interesse policial militar ou bombeiro militar, os policiais militares e bombeiros militares da ativa nomeados
ou designados para: (Redação dada pelo Decreto nº 4.531, de 19.12.2002)
1) o Gabinete Militar, a Casa Militar ou o Gabinete de Segurança Institucional, ou órgão equivalente, dos go-
vernos dos estados e do Distrito Federal; (Redação dada pelo Decreto nº 4.531, de 19.12.2002)
2) o Gabinete do Vice-Governador; (Redação dada pelo Decreto nº 4.531, de 19.12.2002)
3) a Secretaria de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal, ou órgão equivalente; (Redação dada
pelo Decreto nº 4.531, de 19.12.2002)
4) órgãos da Justiça Militar Estadual e do Distrito Federal; e (Incluído pelo Decreto nº 4.531, de 19.12.2002)
5) a Secretaria de Defesa Civil dos Estados e do Distrito Federal, ou órgão equivalente. (Incluído pelo Decreto
nº 4.531, de 19.12.2002)
6) órgãos policiais de segurança parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal. (Incluído pelo Decreto
nº 5.416, de 2005)
7) Administrador Regional e Secretário de Estado do Governo do Distrito Federal, ou equivalente, e cargos
de Natureza Especial níveis DF-14 ou CNE-7 e superiores nas Secretarias e Administrações Regionais de in-

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teresse da segurança pública, definidos em ato do Governador do Distrito Federal; e (Incluído pelo Decreto nº
6.745, de 2009)
8) Diretor de unidade da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, em áreas de risco ou de interesse da segu-
rança pública definidas em ato do Governador do Distrito Federal. (Incluído pelo Decreto nº 6.745, de 2009)
9) a Secretaria de Estado de Ordem Pública e Social do Distrito Federal. (Incluído pelo Decreto nº 7.292, de
2010)
*** *** ***

CONDIÇÃO JURÍDICA DOS MILITARES E BOLETIM INTERNO

Art.8º A condição jurídica dos militares estaduais é definida pelos dispositivos constitucionais
que lhes forem aplicáveis, por este Estatuto e pela legislação estadual que lhes outorguem direi-
tos e prerrogativas e lhes imponham deveres e obrigações.

BOLETIM INTERNO

Parágrafo único. Os atos administrativos do Comandante-Geral, com reflexos exclusivamente


internos, serão publicados em Boletim Interno da respectiva Corporação Militar. (NR).(Parágrafo
acrescentado pelo art. 2º da Lei 13.768, de 04.05.2006)

1 CONTORNO JURÍDICO

O objeto do art. 8º é esclarecer a que normas o militar estadual está sujeito, bem como o instituto de publicação
oficial dos atos do Cel Comandante-Geral de uma CME.

2 CONDIÇÃO JURÍDICA

O legislador teve bastante humildade e cautela face às possíveis lacunas no EMECE. Para isso, promoveu a
integração das normas, a fim de não deixar o caso concreto sem solução. Dessa forma, fica ratificada a neces-
sidade de consulta ao sistema normativo em caráter complementar, ou subsidiário face às possíveis lacunas
quando da aplicação da norma ao caso em concreto.
Dessarte, temos um pluralismo jurídico, um complexo de normas que coexistem obedecendo uma hierarquia
de aplicação e que o legislador estadual pôs, na seguinte ordem:
1ª. Constituição (federal e estadual) – mantendo a unidade do ordenamento jurídico;
2ª. Estatuto dos Militares dos Estado do Ceará;
3ª. Legislação estadual a que lhe for aplicada;
4ª. Legislação em vigor para o Exército Brasileiro (art. 228 deste EMECE), de forma subsidiária.
O texto do EMECE é moderno e se manteve atrelado à Constituição, eis que se encontra à luz da lex magna.
Destarte, deve ser interpretado sob a égide da CF/88, jamais ao contrário.
Por outro lado, nessa multiplicidade de normas podem surgir conflitos na aplicação de determinado instrumen-
to. Por isso, recomendamos observar o sistema como um todo e aplicar a norma mais favorável ao militar.
Por fim, o legislador tomou o cuidado de escolher a legislação federal a ser aplicada aos militares estaduais,
elegendo a legislação em vigor para o Exército Brasileiro, sendo descabido buscar subsídio no Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado, até porque fere de morte o EMECE.

3 LEGISLAÇÃO CORRELATA

I - Decreto nº 88.777/83 - R-200 - Art. 47 - Sempre que não colidir com as normas em vigor nas unidades da
Federação, é aplicável às Polícias Militares o estatuído pelo Regulamento de Administração do Exército, bem
como toda a sistemática de controle de material adotada pelo Exército.
II - EMECE - Art. 228. Aplica-se à matéria não regulada nesta Lei, subsidiariamente e no que couber, a legis-
lação em vigor para o Exército Brasileiro.

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4 O BOLETIM INTERNO NA HISTÓRIA DAS CORPORAÇÕES MILITARES ESTADUAIS

O registro de uma determinação legal para instituir um “Boletim” encontra-se no Decreto nº 881, de 29 de
dezembro de 1932, que reorganizou o Corpo de Segurança Pública (CSP), na seguinte forma:
Art. 1º. O C.S.P. organizado militarmente constará de um Estado Maior, um Batalhão de Infantaria, uma Guar-
da Cívica, um Pelotão de Cavalaria, um Pelotão de Bombeiros e de um Serviço de Saúde.[...]
Art.10. O Comandante do C.S.P., publicará um Boletim, do qual constará além dos fatos de que o referido
comando julga necessário dar conhecimento ao Corpo, o seguinte: [...]
Antes desse período os fatos alusivos aos oficias e praças eram publicados em “Ordem do Dia”.
O Boletim Interno tinha por padrão os modelos usados no Exército Brasileiro. Essa situação perdurou até mar-
ço de 2009, quando o então Maj PM Marcos Aurélio Macedo de Melo apresentou uma proposta de modelo de
Boletim Interno para a Polícia Militar do Ceará. A proposta foi aprovada pelo Cel PM William Alves Rocha,
Comandante-Geral, por meio de Portaria nº 048/2009-GC, publicada no BCG nº 044, de 09.03.2009, como
será visto adiante.
O Boletim Interno mais antigo existente na PMCE é datado de 1927, mais precisamente os Boletins do Regi-
mento Policial do período de julho a dezembro de 1927. Esses boletins encontram-se encadernados e foram
remetidos, em 2017, ao Instituto Histórico e Cultural da PMCE pelo Cel PM Marcos Aurélio Macedo de Melo,
Coordenador de Gestão de Pessoal, para fins de conservação, guarda e arquivo naquele Instituto.

5 O BOLETIM INTERNO NA ATUALIDADE

O Boletim Interno é um documento em que o Comandante da OPM/OBM ou da Corporação Militar Estadual


emite suas ordens, instruções ou torna público matéria de interesse institucional. Esse documento equivale ao
Diário Oficial do Estado. Em outras palavas, trata-se do cumprimento do princípio da publicidade, obrigando
a publicação oficial dos atos da autoridade militar estadual para que possa gerar seus efeitos.
Atualmente, a Portaria nº 048/2009-GC, publicada no BCG nº 044, de 09.03.2009, com nova redação dada
pela Portaria nº 298/2011, publicada no BCG nº 199, de 18.10.2011, regulamenta o Boletim Interno na PMCE,
como abaixo se transcreve:
Portaria Nº 048/2009-GC - Normatiza e Regulamenta o Boletim Interno na Polícia Militar do Ceará e dá Ou-
tras Providências. O Cel PM, Comandante-Geral da PMCE, no uso das atribuições que lhe confere o art. 5º da
Lei nº 10.145, de 29 de novembro de 1977 e, considerando a imperiosa necessidade de dar publicidade aos atos
administrativos como previsto no art. 37 da CF/88 combinado com as normas infraconstitucionais previstas no
termos do Parágrafo Único do art. 8º da Lei nº 13.729/06 (Estatuto dos Militares Estaduais) c/c os termos do
art. 41 da Lei nº 13.407, de 22 de novembro de 2003; bem como a necessidade de normatizar e regulamentar,
no âmbito da PMCE, o Boletim Interno, previsto no Estatuto dos Militares Estaduais, RESOLVE:
Art. 1º. Fica normatizado e regulamentado no âmbito da Polícia Militar do Ceará, o Boletim Interno, nos ter-
mos desta Portaria.
Art. 2º. Boletim é o documento em que o gestor, nos termos do art. 37 da CF/88, dá publicidade aos atos e fatos
administrativos de interesse da Organização Policial Militar (OPM) que comanda, chefia ou dirige, e pode ser
classificado em ostensivo ou reservado. Parágrafo único. O Boletim tem caráter interno. Contudo sua circula-
ção pode, a critério do Cmt Geral, circular fora do âmbito da Corporação.
Art. 3º. Para efeito desta Portaria, adotam-se as seguintes definições:
I. Corporação – designativo da Polícia Militar do Ceará
II. Organização Policial Militar (OPM) – todas as Unidades (U), Subunidades (SU), Diretorias (D) ou Seções
do Estado-Maior Geral (EMG).
II. Organização Policial Militar (OPM) – todas as Unidades (U), Subunidades (SU), Diretorias (D), Seções do
Estado-Maior Geral (EMG) e Grandes Comandos (CPC/CPI). (Redação dada pela Portaria nº 298/2011-GC
publicada no BCG 199 – 18.10.11)
III. Gestor – Comandante (Cmt), Chefe (Chf) ou Diretor (Dir).
IV. Companhia Independente – OPM não subordinada a Batalhão Policial Militar.
V. Companhia Destacada – OPM subordinada a Batalhão Policial Militar, contudo destacada da sede.
VI. Companhia Incorporada – OPM que tem sede no próprio Batalhão Policial Militar.
Art. 4º. O Boletim tem as seguintes denominações:
I. Boletim Interno (BI) – designação do Boletim editado pelo Cmt de OPM.
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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II. Boletim do Comando Geral (BCG) – designação do Boletim editado pelo Comando Geral da PMCE.
III. Boletim Reservado (Bol Res) – designação do Boletim destinado à divulgação de atos de conhecimento
restrito a determinados círculos hierárquicos ou que contenha assuntos de caráter sigilosos.
IV. Boletim Especial (BE) – designação do Boletim destinado à divulgação de atos excepcionais cuja divulga-
ção se dê em momentos festivos da Corporação como: promoção de oficiais e de praças, concessão e outorga
de medalhas, barretas, certificados, diplomas, passagem de comando, conclusão de cursos.
Art. 5º. São competentes para editar Boletins:
I – Boletim do Comando Geral (BCG) – Comando Geral da PMCE por meio do Ajudante-Geral ou do Coman-
do-Geral Adjunto.
II – Boletim Interno (BI) – Comandante de Batalhão, de Companhias Independentes ou Destacadas, da Com-
panhia de Comando e Serviços do Quartel do Comando Geral (CCS/QCG), Diretores e Chefes de Seção do
EMG.
II. Boletim Interno (BI) – Gestores (Redação dada pela Portaria nº 298/2011-GC publicada no BCG 199 –
18.10.11)
III. Boletim Reservado – Gestores.
IV. Boletim Especial – Cmt de BPM e Chf da 3ª Seção do EMG.
IV. Boletim Especial – Comando Geral, Comandantes do CPC/CPI, Comandantes de BPM e Chefe da 3ª Seção
do EMG. (Redação dada pela Portaria nº 298/2011-GC publicada no BCG 199 – 18.10.11)
Parágrafo único. As OPM criadas em caráter provisório têm competência para editar Boletins.
Art. 6º. O Boletim é dividido em quatro partes, assim discriminadas:
I. 1ª Parte – Serviço Diário
II. 2ª Parte – Instrução
III. 3ª Parte – Assuntos Gerais e Administrativos
IV. 4ª Parte – Justiça e Disciplina.
Art. 7º. As matérias do Boletim devem ser agrupadas por categorias semelhantes e lançadas nas diversas partes
que o compõem, obedecendo ao seguinte critério:
I. 1ª Parte - escalas de serviço e suas modificações.
II. 2ª Parte: instruções, determinações, orientações, referência sucinta a novos manuais de instrução, regula-
mentos ou instruções (com indicação do órgão oficial em que tiverem sido publicados), legislação e outras de
caráter educativo.
III. 3ª Parte: as ordens e decisões do gestor, mesmo que já tenham sido executadas; as alterações ocorridas com
o pessoal e o material da unidade; as disposições gerais que interessam à OPM; a apreciação, decisão, solução
ou despacho do gestor ou da autoridade superior sobre documentos que lhe foram encaminhados; os fatos ex-
traordinários que interessam à OPM; os assuntos que devam ser publicados por força de regulamentos e outras
disposições em vigor; instauração e solução de Atestados de Origem, de Inquéritos Sanitários de Origem e de
Inquéritos Técnicos, pensões alimentícias, documentos financeiros, férias, averbações, agregações, reservas,
reformas, demissões, licenciamentos, autorizações, dispensas, licenças, instauração e solução de processos
regulares, de sindicâncias e de Inquéritos Policiais Militares.
IV. 4ª Parte: recompensas militares, documentos da justiça comum ou militar, requisições de policiais para
comparecimento a Delegacia, à Corregedoria Geral dos Órgãos da Segurança Pública, ou a outros órgãos em
caráter administrativo, disciplinar ou penal; sanções disciplinares, revisão dos atos disciplinares. Parágrafo
único. As matérias serão iniciadas com uma ementa sintética do assunto, por exemplo:
I. Férias – (gozo, concessão, sustação)
II. Nome de guerra – mudança – autorização
III. Quadro de Acesso – Inclusão
Art. 8º. Não são publicados em Boletim:
I. As ordens das autoridades superiores já publicadas em seus Boletins. Contudo, devem ser afixadas em flane-
lógrafos ou lançadas diretamente nos registros funcionais do militar a que se referem.
II. Os assuntos que tenham sido transmitidos à unidade em caráter sigiloso; e
III. As ocorrências ou os assuntos não relacionados com o serviço da Polícia Militar do Ceará, salvo se tiverem
dado lugar à expedição de alguma ordem ou estiverem ligados a comemoração de caráter cívico.
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Art. 9º. O Boletim é assinado pelo Cmt, Chf ou Diretor e, conforme a necessidade e o vulto das matérias a
divulgar, é publicado diariamente ou não.
Parágrafo Único – O Subdiretor ou o Subcmt da OPM extrai uma cópia do Boletim, autentica e encaminha
tantas cópias quantas forem necessárias à distribuição às OPMs subordinadas, inclusive, remetendo uma cópia
à Diretoria de Pessoal.
Art. 10. Compete ao gestor levar ao conhecimento da tropa o conteúdo do Boletim da OPM e do BCG.
§1º. O policial militar que, por qualquer motivo, faltar à leitura do Boletim, deverá informar-se dos assuntos
de seus interesses na primeira oportunidade.
§2º. O desconhecimento do Boletim não justifica a falta a serviços, instruções, apresentação à justiça, à CGOSP,
à delegacias ou o não cumprimento de ordens.
§3º. As ordens urgentes que constarem do Boletim e interessarem aos oficiais ou às praças em serviço externo,
de férias, licença ou outro impedimento ser-lhes-ão dadas a conhecer, imediatamente, pelo meio mais rápido e
por intermédio da OPM a que pertencerem.
Art. 11. Mesmo informatizados, os originais dos boletins e seus anexos, com a assinatura de próprio punho do
gestor, são colecionados e periodicamente encadernados ou brochados, sendo guardados no arquivo da OPM.
§1º. A conservação, guarda e arquivo do Boletim é da responsabilidade da OPM que o edita e seu extravio
constitui transgressão disciplinar ou crime como previsto na lei vigente.
§2º. As matérias publicadas em Boletim devem ser guardadas e arquivadas na OPM de origem e não podem ser
incineradas ou destruídas, salvante em obediência aos prazos estabelecidos na legislação vigente.
Art. 12. Os Boletins podem ser disponibilizados em rede, ou por outros meios de informática e o gestor ou o
Subcmt ou o Subdiretor pode autenticá-los eletronicamente.
Parágrafo único – Na situação prevista no caput deste artigo não é obrigatória a distribuição de cópias impres-
sas para as OPM.
Art. 13. Normalmente, o Boletim deve estar pronto até uma hora antes do fim do expediente; para isso, havendo
acúmulo de matéria, a parte que não exija conhecimento imediato pode constituir assunto do Boletim seguinte.
Art. 14. O Boletim deverá ser confeccionado em papel A4 ou ofício 2, com letra Arial, tamanho 11, espa-
çamento entre linhas de 1,2pt, sem recuo de parágrafo, margem superior e inferior e esquerda com 2,5cm e
margem direita com 1,5cm.
§1º. O cabeçalho do Boletim deverá conter: brasão do Estado, brasão da PMCE, OPM responsável pela edito-
ração, o nome do Estado, o nome e o número do documento e a data da edição (ver modelo no anexo I desta
Portaria).
§2º. A numeração do Boletim é feita da forma abaixo:
I. Páginas – na margem superior direita e em números arábicos e contínuos, ou seja, se inicia na primeira edi-
ção e é conclusa na última edição do ano. A primeira página de cada BI é contada, mas não é numerada.
II. Partes – em números ordinais.
III. Títulos – em números romanos que iniciam e terminam na mesma edição.
§3º. Não é necessário confeccionar capas nem é permitido o uso de brasões da OPM nos Boletins.
§4º. Havendo mais de uma página, as demais devem conter referência ao Boletim a qual se referem mediante
a expressão: “Continuação do Boletim [Especial, Ostensivo, Reservado] nº ..., de [data do Boletim]”.
§5º. No rodapé do Boletim pode ser colocada, em letra arial, tamanho 10, e destacada do texto do boletim, o
endereço da OPM (rua, nº, bairro, CEP, fone, fax e email), e uma mensagem motivacional, podendo ser bíblica,
ou um adágio de autor de renome, visando levar o militar a uma reflexão positiva.
§6º. Cada matéria deve ser iniciada com o documento que lhe deu origem, ou seja: Nota, Portaria, ofício etc.
Art. 15. As OPM poderão encaminhar matérias para publicação em BCG, desde que seja de interesse da tropa
em geral.
§1º. A matéria referenciada no caput deste artigo deve ser encaminhada por meio de Nota para Boletim, acom-
panhada de mídia eletrônica.
§2º. Toda matéria publicada em BCG será restituída à OPM signatária, para fins de guarda e arquivo, esta-
belecendo-se o prazo de 72h, após a publicação, para possíveis corrigendas. Findo esse prazo, considera-se a
matéria como publicada em igual teor do original.
Art. 16. Os Aditivos ficam extintos a contar da data da publicação desta Portaria, sem prejuízo dos efeitos de-
correntes das matérias já publicadas anteriormente.
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Parágrafo único. As matérias das Companhias incorporadas serão publicadas no Boletim da OPM, mediante
Nota para Boletim.
Art. 17. Os casos omissos e as dúvidas devem ser encaminhados ao Gabinete do Comando-Geral Adjunto para
fins de apreciação e solução.
Art. 18. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.
Quartel do Comando Geral Gov. César Cals de Oliveira, em Fortaleza, 04 de março de 2009. Assina: William
Alves Rocha – Cel PM, Comandante-Geral da PMCE.

6 DOCUMENTOS DE PUBLICAÇÃO OBRIGATÓRIA NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO

Existem atos administrativos das corporações militares estaduais que são, obrigatoriamente, publicados em
Diário Oficial do Estado como determina o art. 3º do Decreto nº 20.714, de 11 de maio de 1990, que estabelece
normas relativas à publicação em Diário Oficial do Estado, in verbis:
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Decreto nº 20.714, de 11 de maio de 1990 - Art. 3º. Serão obrigatoriamente publicados no Diário Oficial do
Estado, os atos administrativos originários dos órgãos da Administração Direta, Autárquica e Fundações Pú-
blicas:
I – que impliquem em provimento e vacância de cargos e empregos, criação, modificação e extinção de direitos
e vantagens dos servidores públicos, aumento ou redução de despesas, a seguir enumerados:
a) nomeação, admissão, contratação, reversão, reintegração, aproveitamento, remoção, remanejamento, pro-
moção, avanço, acesso, transposição, transformação, transferência, readaptação, disposição, substituição, de-
signação, concessão de gratificação, disponibilidade, estabilidade, mudança de nome;
b) aposentadoria, revisão de proventos, afastamento para trato de interesse particular, para acompanhar o
cônjuge, para missão ou estudo, para exercício de cargo de Direção e Assessoramento, auxilio doença, diária,
ajuda de custo;
c) exoneração, demissão, dispensa, falecimento, rescisão de contrato;
d) repreensão por escrito, suspensão, cassação de aposentadoria, cassação de disponibilidade;
e) contrato, aditivo de contrato, convênio, acordo, ajuste, edital de um modo geral, ata, balancete e outros atos
de gestão financeira e patrimonial;
II – que, por força de dispositivo legal, tenham a publicação como condição de validade da sua formalização.
O EMECE também cita matérias que são necessariamente publicadas em Diário Oficial, como por exemplo:
EMECE- Art.179. O militar estadual da ativa aguardando transferência para a reserva remunerada continuará,
pelo prazo de 90 (noventa) dias, no exercício de suas funções até ser desligado da Corporação Militar Estadual
em que serve.
Parágrafo único. O desligamento da Corporação Militar Estadual em que serve deverá ser feito quando da
publicação em Diário Oficial do ato correspondente.
Em outras situações, o EMECE manda que seja publicado nos dois instrumentos como se vê no art. 173, verbis:
EMECE - Art.173. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar manterão atualizada a relação nominal
de todos os seus militares, agregados ou não, no exercício de cargo ou função em órgão não pertencente à
estrutura da Corporação.
Parágrafo único. A relação nominal será semestralmente publicada no Diário Oficial do Estado e no Boletim
Interno da Corporação e deverá especificar a data de apresentação do serviço e a natureza da função ou cargo
exercido.

7 BOLETIM INTERNO OU DIÁRIO OFICIAL?

A escolha do instrumento de divulgação (Bol Int ou DOE) é feita observando-se o reflexo desse ato ou a de-
terminação legal, qual seja:
a) Reflexo interno – Boletim Interno
b) Reflexo externo – Diário Oficial do Estado (DOE)
Por outro lado, nada obsta que matérias de interesse da Corporação publicadas no DOE venham a ser transcri-
tas em Boletim Interno.
Com a edição da Lei nº 15.797/2015, o cargo de Comandante-Geral foi extinto, nascendo o de Cel Coman-
dante-Geral, o qual, na qualidade de administrador público, emite atos administrativos destinados a adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si
mesmo. Esses atos administrativos devem ser publicados no Diário Oficial do Estado, no Boletim Interno ou
em ambos os instrumentos.

8 DOUTRINA INSTITUCIONAL ACERCA DO BOLETIM INTERNO

a) Matérias para Publicação em BCG


BCG nº 124, 07.07.2010 - Nota nº 955/2010-GAB.ADJ O Cel PM, Comandante-Geral Adjunto/PMCE, no
uso das suas atribuições legais, e em atenção ao Ofício nº 322/2010-PM/3, resolve reiterar os termos da Nota
nº 032/2009-Gab.Adj., publicada no tópico II do BCG nº 004/09, informando aos Srs. Gestores que as ma-
térias para publicação em Boletim do Comando Geral devem ser encaminhadas ao Comando Geral Adjunto,
na seguinte forma: 1. Por meio de Nota para Boletim escrita e em meio eletrônico. 2. Os anexos porventura
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existentes devem vir digitados ou escaneados. 3. Termos de Deserção e Termos de Responsabilidade devem vir
acompanhados dos respectivos termos em meios eletrônicos. Matérias que não obedeçam ao disposto acima
não serão conhecidas e, consequentemente, não serão publicadas em BCG. Outrossim, elogios, certificados e
diplomas devem ser publicados em Boletins dos Batalhões, dos Grandes Comandos ou das Diretorias de acor-
do com a subordinação do interessado. QCG em Fortaleza-CE, 06 de julho de 2010.
b) Leitura Diária do BCG
BCG nº 023, de 03.02.2011 - Nota nº 234-2011-GAB.ADJ O Cel PM, Cmt-G Adj no uso de suas atribuições
legais e considerando que os comandantes, chefes e diretores desta Corporação têm a obrigação e o dever de
providenciar a leitura diária do Boletim do Comando Geral aos seus subordinados, conforme determinações
contidas no BCG 055, de 21 de março de 1995, no BCG 237, de 11 de dezembro de 2008 e art. 10 da Portaria
048/2009, publicada no BCG 044, de 09 de março de 2009; considerando ainda que, apesar da extensa norma-
tização acerca do assunto, alguns gestores não estão levando ao conhecimento da tropa o conteúdo do BCG
por meio de sua leitura diária; RESOLVE: 1. Determinar que, diariamente, toda a tropa tome conhecimento
do BCG, por meio de sua leitura a ser feita por Oficial ou Praça para isso designado pelo Cmt, Chf ou Diretor
de OPM, em nível administrativo ou operacional. 2. A leitura deve adequar-se às escalas de serviço da OPM;
portanto, deve ser feita quantas vezes se fizerem necessárias no decorrer do dia, conforme as peculiaridades da
OPM. 3. Os oficiais podem ler o BCG individualmente ou em conjunto conforme determinação do Cmt, Dir
ou Chf da OPM. 4. Caso a leitura do BCG para os oficiais ocorra individualmente, eles devem assinar no verso
do BCG, apondo o “ciente”. 5. Atenção especial deve ser dada aos chamamentos à Justiça/CGOSP/Delegacias/
JME, evitando que os militares faltem às audiências, observando-se que, no caso do PM não pertencer à OPM,
comunicar de imediato ao Gab.Adj, para fins de correção do BCG. Tudo visando à apresentação do requisitado
ao órgão requisitante. Os oficiais gestores cumpram e façam cumprir esta determinação. Fortaleza, 01.02.2011.
c) Matéria para BCG – Remessa em Mídia
BCG nº 123 - 05.07.2013 - Nota Nº 1047/13-GAB ADJ Recomendo aos Srs Coordenadores e Comandantes
de OPMs da Capital, Região Metropolitana e do Interior que observem e cumpram o disposto no §1º, art. 15
da Portaria nº 048/2009-GC que Normatiza e Regulamenta o Boletim Interno na Polícia Militar do Ceará, pu-
blicada no BCG 044 de 09.03.2009, abaixo transcrito, tendo em vista o cumprimento do princípio da eficiência
pela celeridade que se dá às publicações, além de evitar sobrecarga no sistema de tecnologia da informação,
pelo uso de publicações em separata. Art. 15. As OPMs poderão encaminhar matérias para publicação em
BCG, desde que seja de interesse da tropa em geral. §1º. A matéria referenciada no caput deste artigo deve ser
encaminhada por meio de Nota para Boletim, acompanhada de mídia eletrônica. §2º. Toda matéria publicada
em BCG será restituída à OPM signatária, para fins de guarda e arquivo, estabelecendo-se o prazo de 72h, após
a publicação, para possíveis corrigendas. Findo esse prazo, considera-se a matéria como publicada em igual
teor do original. Outrossim, fica disponibilizado o e-mail: gabadj@pm.ce.gov.br para remessa das matérias que
devem ser publicadas em BCG. Os pedidos de elogios, dispensas do serviço e outros assuntos que dependam
de publicação devem vir acompanhados da devida Nota para Boletim. Fortaleza, 05 de julho de 2013.
d) Remessa de Boletim Interno a CGP – não necessidade
BCG nº 016 – 23.01.2013 - Nota Nº 002/2013 – CGP/6 O Cel QOPM Flares Luiz Braga Ferreira, Coordena-
dor de Gestão de Pessoas da Polícia Militar do Ceará, no uso de suas atribuições legais, informa aos Coman-
dantes de OPMs, que em razão daquela
Coordenadoria não necessitar de manusear os Boletins Internos oriundos das OPMs, bem como pela falta de
espaço físico adequado para o acondicionamento de tais Boletins, resolve que, doravante, não mais será neces-
sário o envio de Boletim Interno para aquela CGP. Assim, o arquivo e controle do respectivo Boletim Interno
passará a ser de responsabilidade da própria OPM.
Contudo, qualquer publicação em Boletim de matéria relativo aos Oficiais, deverá ser remetida cópia àquela
Coordenadoria para os devidos registros. DP, emFortaleza, 22 de janeiro de 2013.
e) Estrutura do BCG
BCG nº 041 - 01.03.2013 - O Cel PM, CMT-G ADJ informa que, doravante, a estrutura do Boletim do Co-
mando Geral passa a utilizar a nomenclatura oficial constante na Lei nº 15.217, de 05 de setembro de 2012, que
dispõe sobre a organização básica da Polícia Militar do Ceará, publicada no DOE 180, de 20.09.2012.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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9 MOMENTO HISTÓRICO: O BCG PASSA A CIRCULAR SOMENTE EM MÍDIA DIGITAL

O Boletim do Comando Geral circulava em papel até o dia 04 de fevereiro de 2009. A partir dessa data sua
edição passou a ser eletrônica, conforme determinação do comando geral publicada no BCG 021, 02.02.09,
abaixo trancrita:
BCG nº 021, de 02.02.2009 - Nota n.º 196/2009-GAB.ADJ A partir do dia 5 de fevereiro de 2009, o Boletim
do Comando Geral, circulará apenas em meio eletrônico; podendo ser consultado diariamente por meio da
intranet (intranet2/pm) ou da internet. Em consequência, não serão mais expedidas cópias do original às OPMs
desta Corporação. Fica estabelecido o prazo de 72h, após a publicação desta nota, para que as OPMs que
necessitem de cópia do original do BCG, encaminhem exposição de motivos ao Gab. Cmdº. Geral Adjunto.

QUESTÕES DE CONCURSO

Banca: AOCP - Concurso Público Edital 01/2016 – Cargo: Soldado PM - 61. Os atos administrativos do Co-
mandante-Geral, com reflexos exclusivamente internos, serão publicados apenas no Diário Oficial do Estado.
*** *** ***

SUJEITOS PASSIVOS DO ESTATUTO E SOLDADOS VOLUNTÁRIOS

Art.9º O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber, aos militares estaduais da reserva re-
munerada e aos reformados.

SOLDADO VOLUNTÁRIO

Parágrafo único. O voluntário incluído com base na Lei nº13.326, de 15 de julho de 2003, estará
sujeito a normas próprias, a serem regulamentadas por Decreto do Chefe do Poder Executivo, na
conformidade do art.2º da citada Lei.

COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O art. 9º e seu parágrafo têm por objeto delimitar a aplicabilidade dos institutos estatutários aos militares es-
taduais.

2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO EMECE

O EMECE procura abraçar todos os militares estaduais. Sendo a eles aplicado de forma plena, ou relativa.
a) Aplicação plena – militares estaduais da ativa
b) Aplicação relativa – militares estaduais inativos (Reserva Remunerada e Reformados). Exemplo de institu-
tos não aplicáveis aos inativos: férias, licenças, dispensas do serviço, núpcias, luto, instalação, trânsito entre
outros direitos.
Daí o cuidado do legislador ao afirmar que o Estatuto é aplicável aos militares estaduais, contudo, apenas, “no
que couber”, aos inativos. Ressaltamos, ainda, que o EMECE não se aplica ao Soldado temporário nos termos
do art. 229 deste EMECE, in verbis: “Art.229. O disposto nesta Lei não se aplica ao Soldado temporário, do
qual trata a Lei nº 13.326, de 15 de julho de 2003, e sua regulamentação”.

3 O SOLDADO VOLUNTÁRIO

O voluntário era denominado de Soldado-PM Temporário ou Soldado-BM Temporário e sua origem está pre-
vista na Lei n° 13.326, DE 15.07.03 (D.O. de 18.07.03, e foi regulamentada pelo Decreto nº 27.393, de 11
de março de 2004), que institui a prestação voluntária de serviços administrativos e de serviços auxiliares de
saúde e de defesa civil na Polícia Militar do Ceará e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará e dá
outras providências.
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Figura 13 –Soldados Temporários defronte ao 5º BPM/PMCE

O serviço deles compreendia a execução de atividades administrativas e auxiliares de saúde e de defesa civil,
sendo vedado, sob qualquer hipótese, nas vias públicas, o porte ou o uso de armas de fogo e o exercício do
poder de polícia.
Eles serviam por um ano prorrogável por igual período e não gerava vínculo empregatício, nem obrigação de
natureza trabalhista, previdenciária ou afim. O público alvo eram jovens, maiores de 18 (dezoito) e menores de
23 (vinte e três) anos, oriundos de famílias de baixa renda.
O regime jurídico do Soldado Temporário tinha previsão na Lei Federal nº 10.029, de 20 de outubro de 2.000,
e na Lei Estadual nº 13.326/2003, não se confundindo com o regime estatutário dos militares estaduais e,
consequentemente, não lhes assegurava as garantias e direitos insculpidos no EMECE, como expressamente
consta no art. 229 do Estatuto castrense, e sua remuneração era feito por bolsa a título de auxílio indenizatório.
Abaixo, normas relativas à condução gratuita dos soldados temporários em coletivos:
a) Condução Gratuita aos Soldados Temporários - BCG 062, de 02.04.07 - O Cel PM Comandante Geral da
PMCE, no uso de suas atribuições legais e considerando o entendimento mantido com o Grupo Vega Transpor-
te Urbano, informa aos Soldados Temporários da Corporação que eles já podem usufruir a condução gratuita,
apresentando a cédula de identidade funcional, nas empresas de transportes coletivos abaixo relacionadas:
- Vega S/A Transportes Urbanos;
- Auto Viação São José;
- Expresso Canindé.
b) Concessão do Livre Acesso a Soldados PM Temporários nos Ônibus Metropolitanos – BCG 075,
23.04.07 - O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Ceará – SINDIÔNIBUS
vem, através deste, por consideração ao vosso pedido externado no Of. n.º 0878/2007, tecer algumas circuns-
tâncias acerca da concessão do livre acesso aos Soldados Policiais Militares Temporários nos ônibus integran-
tes do Sistema de Transporte Coletivo Metropolitano. Por entendermos as condições dos aludidos Policiais
Temporários é que se decidiu por Deliberação da Diretoria Executiva atender vosso pleito transcrito no supra-
citado ofício, qual seja: “...o agraciamento aos Soldados Temporários para o deslocamento aos seus locais de
serviço, gratuitamente nos transportes coletivos metropolitanos, mediante aapresentação de suas devidas car-
teiras de identidade ...”. Desta forma, fica outorgado o transporte gratuito aos PM’s Temporários devidamente
fardados e mediante apresentação da Identidade Funcional nos ônibus que operam nas linhas metropolitanas
de Fortaleza. Todavia esta concessão terá cunho meramente temporário, tendo sua vigência estendida até o dia
31(trinta eum) do mês de julho do ano de 2007, tendo em vista que a presente outorga não goza de base legal
que ofereça respaldo acerca da fonte de custeio, a qual ajustaria o desequilíbrio econômico-financeiro que
sobrevirá aos termos de permissão e/ou contrato de concessão das empresas de ônibus celebrado com o Poder
Concedente. Para fins de dirimir quaisquer dúvidas comunicar aos motoristas dos ônibus acerca da prerroga-
tiva concedida, solicitamos o mais breve possível, o envio do modelo da Carteira de Identidade Funcional dos
Policiais Militares Temporários.

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QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – PM/CE - 88 Aplica-se o disposto no estatuto, no que couber, aos


militares estaduais da reserva remunerada e aos reformados
*** *** ***

TÍTULO II
DO INGRESSO NA CORPORAÇÃO MILITAR ESTADUAL

CAPÍTULO I
DOS REQUISITOS ESSENCIAIS

FORMA E REQUISITOS ESSENCIAIS PARA O INGRESSO NA PM E NO CBM

Art.10. O ingresso na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará dar-se-á para o
preenchimento de cargos vagos, mediante prévia aprovação em concurso público de provas ou
de provas e títulos, promovido pela Secretaria da Administração do Estado, na forma que dispu-
ser o Edital do concurso, atendidos os seguintes requisitos essenciais e cumulativos, além dos
previstos no edital:
Art.10. O ingresso na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará dar-se-á para o
preenchimento de cargos vagos, mediante prévia aprovação em concurso público de provas ou
de provas e títulos, promovido pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social em conjunto
com a Secretaria do Planejamento e Gestão, na forma que dispuser o Edital do concurso, aten-
didos os seguintes requisitos cumulativos, além dos previstos no Edital:(Redação dada pelo art. 1º da Lei
14.113, de 12 de maio de 2008).

I - ser brasileiro;
II - ter, na data da inscrição, idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos, e inferior a:
a) 26 (vinte e seis) anos, quando civil, para a carreira de Praça;
b) 28 (vinte e oito) anos, quando civil, para a carreira de Oficial;
c) 30 (trinta) anos, quando militar, para as carreiras de Praça e Oficial.
II - ter, na data da matrícula no Curso de Formação Profissional: (Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de
12 de maio de 2008).

a) idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos e inferior a 30 (trinta) anos, para as carreiras de
Praça e Oficial do Quadro de Oficiais Policiais Militares - QOPM, ou Quadro de Oficiais Bombei-
ros Militares - QOBM; (Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
b) idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos e inferior a 35 (trinta e cinco) anos, para a carreira
de Oficial do Quadro de Oficiais de Saúde da Polícia Militar - QOSPM, Quadro de Oficiais Com-
plementar Policial Militar e Bombeiro Militar - QOCPM/BM, Quadro de Oficiais Capelães - QO-
CplPM/BM; (Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
II – ter, na data de inscrição no curso de formação para o qual convocado, idade igual ou superior
a 18 (dezoito) anos e, na data de inscrição no concurso: (Inciso com redação dada pela Lei nº 16.010, 05 de maio
de 2016.)

a) idade inferior a 30 (trinta) anos, para as carreiras de Praça e Oficial do Quadro de Oficiais Po-
liciais Militares - QOPM, ou Quadro de Oficiais Bombeiros Militares - QOBM; (Alínea com redação dada
pela Lei nº 16.010, 05 de maio de 2016.)

b) idade inferior a 35 (trinta e cinco) anos, para a carreira de Oficial do Quadro de Oficiais de
Saúde da Polícia Militar - QOSPM, Quadro Complementar Bombeiro Militar - QOCPM/BM e Qua-
dro de Oficiais Capelães - QOCplPM/BM. (Alínea com redação dada pela Lei nº 16.010, 05 de maio de 2016.)
NOTA: Quadro de Oficial Complementar foi extinto na PMCE. No Corpo de Bombeiros não existe Quadro de Oficiais Capelães.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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III - possuir honorabilidade compatível com a situação de futuro militar estadual, tendo, para
tanto, boa reputação social e não estando respondendo a processo criminal, nem indiciado em
inquérito policial;
IV - não ser, nem ter sido, condenado judicialmente por prática criminosa;
V - estar em situação regular com as obrigações eleitorais e militares;
VI - não ter sido isentado do serviço militar por incapacidade definitiva;
VII - ter concluído, na data da inscrição, no mínimo, o Ensino Médio para Praças e Superior de
Graduação Plena para os Oficiais, ambos reconhecidos pelo Ministério da Educação;
VII-ter concluído, na data da matrícula no Curso de Formação Profissional, o ensino médio para
ingresso na Carreira de Praças, e curso de nível superior para ingresso na Carreira de Oficiais,
ambos reconhecidos pelo Ministério da Educação;(Nova redação dada pela Lei n.º 15.456, de
14.11.13).
VII - ter concluído, na data da posse, o ensino médio para ingresso na Carreira de Praças e curso
de nível superior para ingresso na Carreira de Oficiais, conforme dispuser o edital, ambos reco-
nhecidos pelo Ministério da Educação; (Inciso com redação dada pela Lei nº 16.010, 05 de maio de 2016)
VIII - não ter sido licenciado de Corporação Militar ou das Forças Armadas no comportamento
inferior ao “bom”;
IX - não ter sido demitido, excluído ou licenciado ex officio “a bem da disciplina”, “a bem do
serviço público” ou por decisão judicial de qualquer órgão público, da administração direta ou
indireta, de Corporação Militar ou das Forças Armadas;
X - ter, no mínimo, 1,62 m de altura, se candidato do sexo masculino, e 1,57m, se candidato do
sexo feminino;
XI - se do sexo feminino, não estar grávida por ocasião da inspeção de saúde, do exame de ap-
tidão física e da matrícula, devido à incompatibilidade desse estado com os exercícios exigidos;
XI - se do sexo feminino, não estar grávida, por ocasião da realização do Curso de Formação Pro-
fissional, devido à incompatibilidade desse estado com os exercícios exigidos; (Redação dada pelo art.
1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).

XII - ter conhecimento desta Lei e do Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do Corpo
de Bombeiros Militar do Ceará;
XII - ter conhecimento desta Lei, da Lei Complementar Estadual nº 98, de 20 de junho de 2011, e
do Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará;(No-
va redação dada pela Lei n.º 15.456, de 14.11.13)

XII – ter conhecimento da legislação militar, conforme dispuser o edital do concurso; (Inciso com
redação dada pela Lei nº 16.010, 05 de maio de 2016.)

XIII - ter obtido aprovação no respectivo concurso público, que constará de exames intelec-
tual, médico, biométrico, físico, toxicológico, psicológico e de habilidade específica, neste último
caso, quando assim exigir o Edital do concurso;
XIII - ter obtido aprovação em todas as fases do concurso público, que constará de 3 (três) eta-
pas: (Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
a) a primeira etapa constará dos exames intelectuais (provas), de caráter classificatório e eli-
minatório, e títulos, quando estabelecido nesta Lei, esse último de caráter classificatório;(Alínea
incluída pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).

b) a segunda etapa constará de exames médico-odontológico, biométrico e toxicológico, de ca-


ráter eliminatório; (Alínea incluída pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
c) a terceira etapa constará do Curso de Formação Profissional de caráter classificatório e eli-
minatório, durante o qual serão realizadas a avaliação psicológica, de capacidade física e a in-
vestigação social, todos de caráter eliminatório. (Alínea incluída pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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XIV - atender a outras condições previstas nesta Lei, que tratam de ingresso específico, conforme
cada Quadro ou Qualificação.
XV - ser portador de carteira nacional de habilitação classificada, no mínimo, na categoria “AB”,
na data da matrícula no Curso de Formação Profissional. (Inciso incluído pela Lei n.º 15.456, de 14.11.13)
XV – ser portador da carteira nacional de habilitação classificada, no mínimo, na categoria “B”,
na data da matrícula no Curso de Formação Profissional. (Inciso com redação dada pela Lei nº 16.010, 05 de
maio de 2016.)

CONTEÚDO DO EDITAL DO CONCURSO

§1º O Edital do concurso público estabelecerá as notas mínimas das provas do exame intelectual,
as performances e condições mínimas a serem alcançadas pelo candidato nos exames médico,
biométrico, físico, toxicológico, psicológico e de habilidade específica, sob pena de eliminação
no certame, bem como, quando for o caso, disciplinará os títulos a serem considerados, os quais
terão caráter classificatório.
§1º O Edital do concurso público estabelecerá os assuntos a serem abordados, as notas e as
condições mínimas a serem atingidas para obtenção de aprovação nas diferentes etapas do con-
curso e, quando for o caso, disciplinará os títulos a serem considerados, os quais terão apenas
caráter classificatório.(Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).

CONDIÇÕES DE APROVAÇÃO NO CONCURSO

§2º Somente será aprovado o candidato que atender a todas exigências de que trata o parágrafo
anterior, caso em que figurará entre os classificados e classificáveis.
§3º A idade prevista no inciso II deste artigo não se aplica aos casos de ingresso nos Quadros de
Oficiais de Saúde, Capelães e de Oficiais Complementares, que são regidos por esta Lei. (REVO-
GADO pelo art. 7º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
§4º Para aprovação no Curso de Formação Profissional, a que se refere a alínea “c” do inciso
XIII, deste artigo, o candidato deverá obter pontuação mínima na Avaliação de Verificação de
Aprendizagem e na Nota de Avaliação de Conduta, conforme estabelecido no Plano de Ação
Educacional – PAE, do respectivo curso, a cargo da Academia Estadual de Segurança Pública do
Ceará – AESP/CE.” (NR) (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 16.010, 05 de maio de 2016.)

COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O artigo 10 do EMECE é um dos dispositivos que vem sofrendo constantes alterações dada a evolução social
e aborda o seguinte:
- Forma de ingresso numa Corporação Militar Estadual
- Objetivo do ingresso
- Tipo de concurso
- Quem promove o concurso
- Requisitos para ingresso

2 FORMA DE INGRESSO

A forma de ingresso na Corporação Militar Estadual é o previsto no inciso II, art. 37 da CF/88, ou seja, con-
curso público, destinado ao preenchimento dos cargos vagos, implicando dizer que não se pode fazer concurso
sem que haja vacância do cargo da qual é decorrente a criação, exoneração, demissão, expulsão, falecimento;
extravio, deserção, reserva, reforma (vide art. 38 e 178 deste EMECE).
CF/88 - Art. 37. ...

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II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;   
EMECE - Art.38. O cargo militar estadual é considerado vago:
I - a partir de sua criação e até que um militar estadual dele tome posse;
II - desde o momento em que o militar estadual for exonerado, demitido ou expulso;
§1º Consideram-se também vagos os cargos militares estaduais cujos ocupantes:
I - tenham falecido;
II - tenham sido considerados extraviados;
III - tenham sido considerados desertores.
Esses cargos a que o legislador se refere são os cargos de provimento efetivo (postos e graduações).

3 OBJETIVO DO CONCURSO

O concurso objetiva selecionar os candidatos que possuem capacidade intelectual, conhecimentos fundamen-
tais, vigor físico e condições de saúde para desenvolver a atividade militar e prosseguir na carreira militar, bem
como acompanhar os estudos por ocasião do curso preparatório ao cargo pleiteado.
Assim, todos os incisos deste artigo 10 convergem para esse fim, como se mostra no Quadro abaixo, lembrando
que esses requisitos são cumulativos, ou seja, o não preenchimento de um ou mais critérios impede a partici-
pação no certame.

Quadro 7 – Atributos e incisos relacionados para ingresso na Corporação Militar Estadual

QUALIDADES INCISOS DO ART. 10


Cívicas (naturalidade, sv militar/eleitoral) I, V
Físicas (idade e robustez) II e VI, X, XI
Morais III, IV, VIII, IX
Intelectuais VII, XII
Fonte: O autor (2017)

4 TIPO DE CONCURSO

O tipo de concurso para ingresso pode ser de duas formas:


1) Provas; ou
2) Provas e títulos.
A prova de títulos é uma análise do currículo dos participantes e tem como objetivo selecionar aqueles que
possuem melhor formação educacional e profissional. Assim, são analisados aspectos como cursos de especia-
lização, mestrado, doutorado, publicação de livros ou artigos científicos, ou outros critérios exigidos no edital
do concurso.
A alínea a), inciso XIII do art. 10 deste EMECE esclarece que a prova de títulos não tem caráter eliminatório,
mas classificatório, aumentando as chances de classificação pelo acréscimo de pontos decorrente do currículo.
É obrigatório para ingresso no Quadro de Oficiais de Saúde (ver art. 12), e, pode ser exigido para o ingresso
no Quadro de Oficiais Capelães, do Serviço Religioso Militar do Estado. (ver art. 15).

5 ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELO CONCURSO

Os órgãos promotores do concurso são a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social e a Secretaria de
Planejamento e Gestão, ou seja, a Polícia Militar ou o Corpo de Bombeiros apenas informam ao Secretário da
Segurança Pública e Defesa Social a necessidade de efetivo conforme a vacância dos cargos.

6 O ART. 20, INC. I DO DECRETO ESTADUAL Nº 9.692/72: DISPENSA DO EXAME DE ESCOLARIDADE

O art. 20, I do Decreto Estadual nº 9.692/72 dispensava do exame de escolaridade do concurso para o CFO o
PM que tivesse sido diplomado por escola superior, oficial ou reconhecida, verbis: “Art. 20. Não farão exame
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de escolaridade os seguintes candidatos: I – os integrantes da PMC, diplomados por escola superior, oficial
ou reconhecida;”. Esse artigo foi revogado expressamente pelo Decreto nº 27.690, de 11 de janeiro de 2005.
Ocorre que o TJCE já se manifestou no processo nº 0661467-86.2000.8.06.0001-Apelação pelo confronto
desse decreto com o art. 37, II da CF/88: “Diante da disposição expressa da Constituição, a pretensão de não
submissão ao exame intelectual não encontra abrigo no ordenamento jurídico atual”. Citou-se ainda a mani-
festação do STJ em vários excertos jurisprudenciais, dentre os quais: “Constitucional e administrativo – Pro-
moção de militar – Princípio da isonomia – Observância obrigatória. 1. O acesso ao Curso de Habilitação de
Oficiais pelos integrantes da Polícia Militar do Estado do Ceará, para fins de ingresso no oficialato, pressupõe
que os postulantes estejam na última graduação das praças e a observância, considerado o universo de todos os
integrantes da referida graduação. 2. O art. 20, inciso I, do Decreto Estadual nº 9.692/72 que autorizava a ma-
trícula da Polícia Militar do Estado do Ceará no curso de formação de oficiais, desde que houvesse concluído
curso de nível superior, não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 por incompatibilidade com o
princípio da isonomia que tem expressão na seleção pelo mérito, inclusive no âmbito interno das corporações
militares. 3. Apelação improvida. (TJCE. Apelação 690755792000806000011; Relator Raul Araújo Filho; Ór-
gão julgador: 1ª Câmara Cível; data do julgamento: 14/09/2009; Data do registro: 21/09/2009.” Relatora: Drª
Lígia Andrade de Alencar Magalhães. 19.08.2014).
Temos ainda o Processo nº 5698/03 (RG 2000.0126.6468-6) em que o Juíz da 4ª VFFP decidiu pela procedên-
cia da alegação dos autores no sentido de que o art. 20 do Regulamento do CSP, CAO e CFO, aprovado pela
Lei nº 9.692, de 13 de janeiro de 1972 não foi revogado pelo art. 12 da Lei nº 10.945/85 ou pelo art. 14 do Dec.
nº 17.710/1986. De fato tal revogação só ocorreu com a edição do Dec. nº 27.690, de 11 de janeiro de 2005.
O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará emitu a seguinte ementa no processo acima, ratificando a decisão do
juiz da 4ª VFFP:
Ementa: Civil. Processo Civil. Ação ordinária com pedido de antecipação de tutela. Curso de Formação de
Oficiais da Polícia Militar do Ceará. Procedência. Quando do ingresso de sua ação e do transcurso de sua
instrução, estava plenamente em vigor a regra do art. 20 do regulamento que estabelecia a dispensa de prova
de escolaridade para quem fosse formado em curso superior, oficial ou reconhecido. A obviedade deste dis-
positivo, que somente em 11.02.2005, foi revogado não pode ter o condão de impedir o ingresso no curso de
formação de oficiais como pleiteado pelos autores. Recurso conhecido e negado provimento. [...] Isto posto,
mantenho imaculada a R. Sentença de fls. 171/174 e – por consequência – conheço do presente recurso de ape-
lação civil, interposto pelo Estado do Ceará, mas para negar-lhe provimento, devendo o ente estatal não impor
outras condições, para dificultar ou inviabilizar o cumprimento deste acórdão, sob pena das sanções previstas
na lei. Fortaleza, 23 de abril de 2007. Ass: Presidente e Relator. Procurador de Justiça.

7 MOMENTO HISTÓRICO

Atualmente, o ingresso na Corporação é formalizado por uma série de exigências, buscando os melhores
candidatos, conforme nosso modelo de sociedade atual. Porém, em idos passados o ingresso de novas tropas
obedecia ao voluntariado, também seguindo o modelo de sociedade daquele período histórico. Vejamos como
se dava o ingresso na Polícia Militar em 1864, conforme o Regulamento para o Corpo de Policia do Ceará:
Art. 4.° Serão alistados no Corpo de Policia ci­dadãos brasileiros de 18 a 40 annos de idade de bôa moral, e que
tenhão a robustez necessária para o ser­viço.
Art. 5.° O tempo de serviço para os indivíduos alistados no corpo de policia será de 4 annos. O tem­po que a
Praça tiver de licença registrada e o que gastar no cumprimento d’alguma sentença, não será levado em conta
do serviço.
Vejamos como se dava o ingresso na Polícia Militar do Ceará nos termos do art. 266 da lei nº 226/1948 (Es-
tatuto da PMCE), no qual sequer havia necessidade de saber ler e escrever:
Art. 266 - Os claros da Polícia Militar serão preenchidos por alistamento voluntário, em época fixada pelo
Comando Geral, sendo exigido dos candidatos as seguintes condições:
a) - ser brasileiro nato;
b) - ter bôa conduta, comprovada com folha corrida da polícia ou atestado fornecido por dois oficiais da Polícia
Militar, ou das forças armadas federais;
c) - revelar aptidão física para o serviço policial militar, comprovada em inspeção de saúde;
d) - estar entre os 18 e 28 anos de idade;
e) - apresentar, no caso de ser menor, consentimento escrito de seu responsável legal;

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f) - ter no mínimo 1m60 de altura;
g) - não estar chamado à incorporação nas forças armadas federais, ou provar estar isento dela;
h) - ser solteiro ou viúvo sem filhos;
i) - não ser arrimo de família.
Parágrafo Único – A prova de idade será feita com certidão do registro civil e a exigencia da letra g por docu-
mento passado pela circunscrição de recrutamento.
Art. 267 – Em igualdade de condições, serão preferidos para o alistamento, os candidatos que saibam ler e
escrever.
Atualmente, o militar pode ser casado ou ter filhos. Essa prerrogativa só veio a ser instituída a partir de 2006.
Antes desse período não eram permitidos casados e, se viúvo, não poderia ter filhos.
Vejamos as publicações no ano de 1927 referentes ao alistamento de militares no Regimento
“Regimento Policial do Ceará
Commando do 1º.Btl., em Fortaleza, 13 de julho de 1927
[...]
Boletim .................. N.150

ALISTAMENTO

Em o Bol. Reg. n. 148, de hoje, alistou-se voluntariamente, nesta data, para servir por 2annos de accordo com
a lei em vigor, o civil: Aristóteles Guilherme Pereira, filho de Barnabé Guilherme Pereira, natural do Estado de
Sergipe nascido em 1891, já vaccinado, sabendo ler e escrever, musico, solteiro sem signaes características:
barbado, bocca grande, cabellos pretos lisos, cor morena, nariz aquilino, olhos castanhos escuros, rosto com-
prido e com 1m71 de altura, pelo que foi incluído no Regimento e neste btl., ficando considerado recruta no
ensino, aggr. à falta de vaga e ap. de musica.

INCLUSÃO

De accordo com a ordem acima, seja incluído no estado effectivo deste btl. e 3a.Cia. com o n. 483 o civil Aris-
tóteles Guilherme Pereira, ficando considerado recruta no ensino, app. de musica e aggregado à falta de vaga.
Assina Miguel Archanjo de Mello - Capm.Cmt.Int.”
*** *** ***
Regimento Policial do Ceará
Commando do 1º.Btl., em Fortaleza, 15 de julho de 1927
[...]
Boletim .................. N.151

ALISTAMENTO

Em o Bol. Reg. n. 149, de hoje, foi alistado no Regimento a contar de 1º do corrente, quando foi incluído em
Jaguaribe pelo sr. 1º. ten. José Gonçalves Bezerra, o civil João Bernardo da Costa, filho de Antonio Pereira
Gino, natural deste Estado, nascido em 1902, já vaccinado, analphabeto, sem officio, solteiro, sem signaes
particulares e com os seguintes signaes característicos: barba pouca, bocca regular, cabellos pretos crespos,
cor parda, nariz grosso, olhos castanhos escuros, rosto oval e com 1m60 de altura, pelo que foi pelo Sr. cel.
cmt, mandado ser incluído neste Btl., ficando considerado recruta no ensino, agg. á falta de vaga e apresentado
daquella localidade desde 11 de andante.

INCLUSÃO

De accordo com a ordem acima, seja incluído no estado effectivo deste btl. e 3ª.cia. a contar de 1º do corrente,
ficando considerado recruta no ensino agg. á falta de vaga e apresentado de Jaguaribe desde 11 do andante, o
civil João Bernardo da Costa, que toma o n.484.
Forma de ingresso nos termos do Decreto nº 881, de 29.12.1932
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Art.38. Os claros do B.I., e Pelotão de Cavalaria, serão preenchidos por alistamento, por tempo não superior
a dois anos, de voluntários reservistas do Exército ou armada com 20 a 32 anos de idade, se, além da robustez
física para o Serviço Militar, comprovada em inspeção de saúde, tiverem também satisfeito as exigências do
Decreto Federal nº 20.609, de 05 de novembro de 1931.

8 PRAZO PARA INÍCIO DAS INSCRIÇÕES EM CONCURSOS PÚBLICOS

Lei 14.113, de 12 de maio de 2008 - Art.3º Fica estabelecido o prazo mínimo de 10 (dez) dias entre a publi-
cação do Edital e o início das inscrições, nos concursos públicos realizados pela Polícia Militar e Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Ceará.

9 ANÁLISE DOS INCISOS DO ART. 10

a) Inciso I - Ser brasileiro


A norma acima é abrangente e se aplica tanto aos brasileiros natos quanto aos naturalizados, independente do
cargo que queiram concorrer (Oficial ou Praça) nas Corporações Militares Estaduais. Assim, o brasileiro (nato
ou naturalizado) pode ser Praça ou Oficial da PMCE ou do Corpo de Bombeiros Militar. Essa tese é ratificada
pela CF/88 que traz rol dos cargos privativos de brasileiro nato, não estando nessa relação os militares esta-
duais, como se vê nos §§2º e 3º, art. 12 da CF/88, in verbis:
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
54, de 2007)
II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros
de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos
e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redação dada pela Emenda Consti-
tucional de Revisão nº 3, de 1994)
§1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.(Redação dada
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos
nesta Constituição.
§3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República;  II - de
Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo
Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de Oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado
da Defesa.
b) O inciso II: Possibilidade de limitação etária
A possibilidade de limitação etária para ingresso nos quadros da PMCE encontra ressonância constitucional
nos termos do art. 42, §1º e 142, §3º, VIII e X da CF/88, portanto tal norma obedece ao comando constitu-
cional. Ademais, tem-se ainda a Súmula 683, nos seguintes termos: “O limite de idade para a inscrição em
concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.
Observem que a diferença da idade entre combatentes e outros quadros (Saúde, Complementar, Capelão) se
justifica em razão da natureza do exercício funcional, diverso, logicamente, da atividade fim institucional.

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SÚMULA Nº 44 DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

SÚMULA 44: A fixação de limite de idade para o provimento de cargo por meio de concurso público, em es-
pecial no caso dos militares, só se legitima quando exigida por lei (em sentido formal e material) e possa ser
justificada pela natureza do cargo a ser preenchido.
Precedentes: Súmula 683/STF Reexame Necessário 0647927-68.2000.8.06.0001 Órgão Julgador: 2ª Câmara
Cível Decisão: 09/04/2012 Agravo de Instrumento 34704-51.2010.8.06.0000 Órgão Julgador: 3ª Câmara Cível
Decisão: 02/08/2011 Agravo de Instrumento 6725-17.2010.8.06.0000 Órgão Julgador: 6ª Câmara Cível Deci-
são: 26/11/2010 13.

Quadro 8 – Quadro de curso e idade de ingresso na Corporação

IDADE NA INSCRIÇÃO
QUADRO CURSO NA POSSE Do curso de
Do concurso
formação
Carreiras de Praça Ensino Médio
Igual ou superior a
Oficiais Policiais Militares QOPM inferior a 30
Nível Superior 18 anos
Oficiais Bombeiros Militares QOBM
Oficiais de Saúde da Polícia Militar Diplomado em área de
- QOSPM saúde específica
Complementar Bombeiro Militar Igual ou superior a
Nível superior de graduação inferior a 35
QOC/BM 18 anos
Curso de formação teológica
Oficiais Capelães – QOcpl/PM
regular
Fonte: o autor (2017)
Convém lembrar que a idade para ingresso nas corporações militares também foi alvo de modificações ao
longo do tempo.
A redação original levava em conta o fato de o candidato ser militar ou civil como questão etária e tinha como
marco temporal a data da inscrição no concurso, como se vê abaixo:
Art. 10 ...
II - ter, na data da inscrição, idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos, e inferior a:
a) 26 (vinte e seis) anos, quando civil, para a carreira de Praça;
b) 28 (vinte e oito) anos, quando civil, para a carreira de Oficial;
c) 30 (trinta) anos, quando militar, para as carreiras de Praça e Oficial.
Isso perdurou até maio de 2008, quando foi editada a modificação do EMECE, por meio da Lei nº 14.113/2008,
e a idade sofreu dupla modificação:
1º - deixou de ter como marco a data da inscrição no concurso e passou a ser a data na matrícula no curso de
formação profissional.
2º - para efeito etário não levou em consideração se o candidato era civil ou militar, nivelando para todos a
idade máxima de 30 anos, ou de 35 anos conforme a carreira ou o Quadro, in verbis:
Art. 10 ...
II- ter, na data da matrícula no Curso de Formação Profissional: (Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de
2008).

a) idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos e inferior a 30 (trinta) anos, para as carreiras de Praça e Oficial do
Quadro de Oficiais Policiais Militares - QOPM, ou Quadro de Oficiais Bombeiros Militares - QOBM; (Redação
dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).

b) idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos e inferior a 35 (trinta e cinco) anos, para a carreira de Oficial do
Quadro de Oficiais de Saúde da Polícia Militar - QOSPM, Quadro de Oficiais Complementar Policial Militar
e Bombeiro Militar - QOCPM/BM, Quadro de Oficiais Capelães - QOCplPM/BM; (Redação dada pelo art. 1º da Lei
14.113, de 12 de maio de 2008).

A mudança acima trouxe uma série de controvérsias envolvendo a alínea “c’, a qual foi objeto de inúmeras
pendengas judiciais, haja vista que alguns entendem que ela foi revogada e outros que não. Entendemos que

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


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a alínea “c” foi revogada em virtude da nova redação dada ao inciso e isso inclui as alíneas que o compõem.
Caso o legislador quisesse ter revogado apenas o caput do inciso e as alíneas “a” e “b” ele teria deixado isso
de forma expressa.
Em 2016, foi editada a Lei nº 16.010/2016, que traz nova redação ao inciso II, deixando apenas as alíneas “a”
e “b”, pondo por fim a controvérsia, como se vê abaixo:
Art. 10 ...
II – ter, na data de inscrição no curso de formação para o qual convocado, idade igual ou superior a 18 (dezoito)
anos e, na data de inscrição no concurso: (Inciso com redação dada pela Lei nº 16.010, 05 de maio de 2016.)
a) idade inferior a 30 (trinta) anos, para as carreiras de Praça e Oficial do Quadro de Oficiais Policiais Militares
- QOPM, ou Quadro de Oficiais Bombeiros Militares - QOBM; (Alínea com redação dada pela Lei nº 16.010, 05 de maio de
2016.)

b) idade inferior a 35 (trinta e cinco) anos, para a carreira de Oficial do Quadro de Oficiais de Saúde da Polícia
Militar - QOSPM, Quadro Complementar Bombeiro Militar - QOCPM/BM e Quadro de Oficiais Capelães -
QOCplPM/BM. (Alínea com redação dada pela Lei nº 16.010, 05 de maio de 2016.)
b.1) A revogação da alínea “c”, do inciso II, art. 10 do EMECE: entendimento do TJCE
A 1ª Turma Recursal do Juizado Especial da Fazenda Pública do TJCE tem a seguinte ementa no processo nº
0869216-82.2014.8.06.0001 – Recurso Inominado no Acórdão lavrado em 1º de julho de 2016:
EMENTA: Direito administrativo. Concurso público. Militares. Limite de idade. Legalidade. O princípio da
isonomia não admite parâmetros diferentes para civis e militares. Candidato que já faz parte da Corporação
submete-se aos mesmos critérios etários. Sentença Reformada.
RELATÓRIO [...] A alínea mencionada, na verdade fora suprimida pela Lei Estadual nº 14.113/2008. Em ou-
tras palavras, a Lei nº 14.113/2008 conferiu nova redação a TODO o inciso II e nele não fez inserir diferença de
idade mínima para o civil e para o militar. Pelo contrário, com a mudança legal, os parâmetros etários passaram
a ser os mesmos tanto para os candidatos civis, quanto para os candidatos militares. [...] Nesse sentido também
caminhou, a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará no sentido de considerar inconstitucio-
nal, por ferir o Princípio da Isonomia, o estabelecimento de limites etários diferenciados entre civis e militares
para os cargos de oficialato. Também estabeleceu a correção e a constitucionalidade da lei e do edital que fixa
tais limites com base nos dispositivos supra transcritos.
[...]
Ementa: Direito administrativo e constitucional. Agravo de instrumento em sede de ação civil pública. Concur-
so público para admissão no Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar do Estado do Ceará e do Corpo
de Bombeiro Militar. Limite de idade diferenciado para candidatos civis e militares. Imposibilidade. Ofensa ao
princípio da isonomia. Precedentes desta e do colendo STF. Agravo conhecido e desprovido.
1. Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo estado do Ceará, colimando a reforma da decisão prola-
tada pela MM. Juíza de Direito da 9ª Vara da Fazenda Pública da Comarca desta Capital, que autos de ação
civil pública da Comarca desta Capital, que em autos de ação civil pública, determinou para fins de matrícula
no curso de formação de Oficiais da Polícia Militar do Estado do Ceará e do Corpo de Bombeiros do Ceará, a
idade inferior a 30 anos na data da inscrição dos concursos, sejam os candidatos civis ou militares.
2. Vislumbra-se ilegítima a diferenciação realizada pelo edital, a qual fixou limites de idade diferenciados para
candidatos civis e militares, favorecendo imotivadamente os candidatos militares e, em consequência, ferindo
o princípio da isonomia.
3. Desse modo, a adoção de uma idade máxima para ingresso nos quadros militares dever ser exigida de forma
igualitária a todos os concorrentes, consoantes precedentes desta corte e do colendo Supremo Tribunal Federal.
4. Agravo de instrumento conhecido e desprovido.
(Relator(a): FRANCISCO SALES NETO; Comarca: Fortaleza; Órgãos julgador: 2ª Câmara Cível; Data do
julgamento: 05/08/2015; Data de registro: 05/08/2015)
Assim, mesmo considerando que o autor já é Soldado da Polícia Militar, não se afigura correto ignorar os
parâmetros etários estabelecidos pelo legislador, até mesmo para não criar indevida diferença entre civis e
militares.
Neste ponto, impera a jurisprudência já sumulada do STF:

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Súmula 683: O limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX,
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
A corte Constitucional, da mesma forma que o TJ-Ce, também adota o entendimento de que não pode haver
tratamento diferenciado, em termos de idade, para os candidatos que são militares em detrimento dos que são
civis. Nestes termos os seguintes julgamentos:
Ementa: Agravo regimental no recurso extraordinário. administrativo. Princípio da isonomia. Concurso públi-
co. Bombeiro militar. limite de idade. Constitui discriminação inconstitucional o critério utilizado pela admi-
nistração quando fixou limites diferentes de idade para o candidato civil e para aqueles que já são militares.
Precedente. Agravo regimental a que se nega provimento.
(RE 586088 AgR, Relator(a) Min EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 26/05/2009, Dje-113 Divulg 18-
06-2009 UBLIC 19-06-2009 Ement VOL-02365-07 pp-01382 RT v. 98, n. 887, 2009, p. 170-172)
Constitucional. Administrativo. Princípio da Isonomia. Concurso Público. Médico Militar. Limite de idade. 1.
O recorrido, aprovado em concurso público para Primeiro Tenente Médico Policial Militar do Quadro de Ofi-
ciais de Saúde do Estado de São Paulo, não pode ser empossado, sob o argumento de que, na época da inscrição
para o certame, tinha mais de 35 anos de idade. 2. Edital que fixou idade máxima, em concurso para médico
militar, apenas para inscrição de candidatos civis. A corte de origem afastou essa diferenciação e determinou a
posse do recorrido. 3. Se o bom desempenho das atividades de médico da Polícia Militar demanda a força físi-
ca peculiar ao jovem, a exigência de 35 anos de idade máxima deveria ser atribuída a todo e qualquer candidato
e não apenas a civis. Fica Claro que a distinção em debate foi criada para favorecer os militares. Precedentes:
RMS 21.046. 4. Agravo regimental improvido.(RE 215988 AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda
Turma, julgado em 18/10/2005, DJ v. 6, n. 74, 2006, p. 57-59)
Assim não cabe acolher a pretensão autoral, ante a pacífica jurisprudência acima citado, a qual acolhe a cons-
titucionalidade dos limites de idade estabelecidos em lei, bem como, em consideração com o princípio da
isonomia, não admite que sejam adotados critérios diferenciados entre aqueles que já são militares e os civis.
Ante o exposto exposto, CONHEÇO DO RECURSO, posto que tempestivo e presente o interesse recorrer e
dispensado o preparo face isenção legal conferida aos entes públicos, bem como CONFIRO PROVIMENTO
à irresignação do Estado do Ceará para reformar sentença e julgar improcedentes os pleitos iniciais do autor.
Sem condenação em custas. Honorários advocatícios pelo recorrido, estes fixados em mil reais, pois a causa
não versa sobre questão de alta indagação fática ou jurídica.
Sendo o autor beneficiário da gratuidade judicial, deve ser observado o artigo 98 do CPC.
É como voto. Fortaleza, 1º de julho de 2015. Lia Sammia Sousa Moreira - Juíza de Direito Relatora.
b.2) O Quadro de Oficiais Capelães no Corpo de Bombeiros: inexistência
Inicialmente, temos que esclarecer a inexistência de oficiais capelães no Corpo de Bombeiros e de Oficiais
complementares na PM. Assim, cremos ter havido erro de digitação ao deixar expresso a existência do Quadro
de Oficiais Capelães BM, haja vista que esse Quadro só existe na Polícia Militar do Ceará.
Ainda confirmando essa assertiva citamos a denominação do “Capítulo III - Do Quadro de Oficiais Capelães
da Polícia Militar” que também deixa bem claro que o quadro de Capelães é da Polícia Militar. Reforçando
ainda a tese de que inexiste o Quadro de Capelães no Corpo de Bombeiros temos o art. 25 da Lei nº 15.797,
25 de maio de 2015, que traz em seu anexo o quantitativo do efetivo para cada Quadro e que também só cita a
existência do QOCpl para a PMCE e não para o CBMCE.
c) O inciso III - possuir honorabilidade compatível com a situação de futuro militar estadual, tendo, para tanto,
boa reputação social e não estando respondendo a processo criminal, nem indiciado em inquérito policial
A honorabilidade é uma característica da pessoa que tem honra, probidade, respeitabilidade. As Corporações
Militares Estaduais não são reformatórios, onde pessoas de índole duvidosa entram e saem cidadãos. O futuro
militar já deve ser um cidadão probo, honesto e respeitável. Por isso é necessário comprovar ter boa reputação
social.
Observa-se que a regra é abrangente, pois ainda que não tenha sido condenado, mas basta estar respondendo
processo criminal, ou indiciado em inquérito policial para inabilitar ao concurso, como disposto no inciso III
acima. Observem que a honorabilidade está diretamente relacionada à reputação social, bem como ao fato de
não se encontrar respondendo a processo criminal e nem mesmo indiciado em inquérito policial.
O inquérito policial é um procedimento realizado por autoridade competente que investiga uma prática crimi-
nosa, objetivando encontrar elementos de autoria e materialidade para que o Ministério Público inicie a ação
penal. O indiciamento ocorre quando a autoridade policial conclui pela existência de indícios de autoria e
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materialidade do crime, é uma imputação de um ilícito penal. Estar respondendo a Inquérito não significa que
se está indiciado. O indiciamento se dá na fase final do inquérito.
d) O inciso IV - não ser, nem ter sido, condenado judicialmente por prática criminosa.
O inciso acima é uma extensão do inciso anterior, ainda alusivo à honorabilidade do candidato. A condenação
judicial é por prática criminosa, não se devendo confundir com pagamento de pensão alimentícia, por exemplo.
e) O inciso V - estar em situação regular com as obrigações eleitorais e militares.
O serviço militar é obrigatório a todo brasileiro nato, do sexo masculino ao completar 18 anos de idade. As
mulheres são isentas em tempo de paz. O serviço militar tem previsão no art. 143 da CF/88, verbis:
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após
alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
§2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, po-
rém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.
O artigo 143 CF/88 foi regulamentado pela Lei Federal nº 8.239, de 04 de outubro de 1991, que, em seu art. 5º
explica a sujeição das mulheres e dos eclesiásticos em caso de mobilização.
Lei Federal nº 8.239/1991 - Art. 5º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do Serviço Militar Obrigatório
em tempo de paz, sujeitos, porém, de acordo com suas aptidões, a encargos do interesse da mobilização.
Assim sendo, necessário que candidato masculino apresente a quitação militar para tomar posse em cargo
público militar estadual.
A certidão de quitação eleitoral é mais um documento exigível para ingresso no cargo de militar estadual e
consiste em documento expedido pela Justiça Eleitoral. São os seguintes os documentos:
- Certificado de Alistamento Militar (CAM) – referente ao alistamento para o serviço militar.
- Certificado de Dispensa de Incorporação (CDI) – concedido àqueles que foram dispensados das obrigações
do serviço militar.
- Certificado de Isenção (CI) – são isentos do serviço militar os portadores de deficiência física, os arrimos de
família, os isentos por convicção religiosa e os que não têm capacidade moral.
- Certificado de Reservista Militar (CRM) – concedido àquele que foi selecionado e designado para o serviço
militar, ao final do período obrigatório.
f) O inciso VI - não ter sido isentado do serviço militar por incapacidade definitiva.
Seria desarrazoado aceitar o ingresso daquele que já foi julgado incapaz definitivamente para o serviço militar
nas Forças Armadas. Esse quesito é conferido por meio da apresentação do Certificado de Isenção.
g) O inciso VII - ter concluído, na data da posse, o ensino médio para ingresso na Carreira de Praças e curso
de nível superior para ingresso na Carreira de Oficiais, conforme dispuser o edital, ambos reconhecidos pelo
Ministério da Educação.
A alteração trazida pela Lei nº 16.010/2016 possibilitou que candidatos com curso em andamento possam par-
ticipar de todas as fases do concurso, pois somente é obrigado a apresentar a comprovação do término do curso
na data da posse, ou seja, depois que for nomeado para cargo almejado.
Lei nº 16.010, 05 de maio de 2016 - Art.2º A regra do inciso VII do art.10 da Lei nº 13.792, de 11 de janeiro de
2006, alterada por esta Lei, aplica-se aos concursos para oficiais em andamento na Polícia Militar e no Corpo
de Bombeiros, condicionada à desistência da ação judicial com base na qual conseguiu o candidato o ingresso
no curso.
h) O inciso VIII - não ter sido licenciado de Corporação Militar ou das Forças Armadas no comportamento
inferior ao “bom”.
O inciso ainda faz parte da honorabilidade do candidato. O comportamento dos militares pode ser classificado
em: Excelente, Ótimo, Bom, Regular e Mau. Na PMCE e no Corpo de Bombeiros o assunto tem normatização
no art. 54 da Lei nº 13.407/2003 (Código Disciplinar PM/BM).
i) O inciso IX - não ter sido demitido, excluído ou licenciado ex officio “a bem da disciplina”, “a bem do
serviço público” ou por decisão judicial de qualquer órgão público, da administração direta ou indireta, de
Corporação Militar ou das Forças Armadas.
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O inciso ainda faz parte da honorabilidade do candidato. Não se pode conceber que alguém que já foi excluí-
do do serviço público por não cumprir suas obrigações legais venha a ser empossado novamente no serviço
público.
j) O inciso X - ter, no mínimo, 1,62 m de altura, se candidato do sexo masculino, e 1,57m, se candidato do
sexo feminino;
l) O inciso XI - se do sexo feminino, não estar grávida, por ocasião da realização do Curso de Formação Pro-
fissional, devido à incompatibilidade desse estado com os exercícios exigidos;
Gravidez não é doença. Isso é fato, porém as atividades físicas exigidas durante o curso podem por em risco a
vida do nascituro. E, como seres humanos, temos a obrigação moral de preservar a raça humana.
Essa situação traz um questionamento interessante: o que ocorrerá com a candidata que passa na primeira e na
segunda fase do concurso, mas por estar grávida não pode se matricular no curso? Perde a vaga ou a vaga fica
reservada? Entendemos que a vaga da grávida deve ser guardada até que a última turma seja convocada para o
Curso, ou seja, enquanto houver possibilidade dela participar do concurso, ela terá direito de ser matriculada.
Por exemplo: a grávida fez o concurso para Soldado no ano de 2016, e os candidatos aprovados foram chama-
dos em quatro turmas, em anos diferentes, conforme a conveniência e oportunidade da Administração. Essa
grávida foi aprovada e ingressaria logo na primeira turma, mas por seu estado especial, não pode participar
do Curso. Nesse caso, ela terá guardada sua vaga até que a última turma seja convocada para a terceira fase.
Observem que a lei não diz que ela foi reprovada no concurso, apenas esclarece que ela não pode realizar o
curso de formação profissional por se encontrar grávida, e explica que isso é feito em razão de sua incompati-
bilidade com os exercícios, portanto, fica claro que, tão logo ela deixe o estado de gravidez e possa acompanhar
os exercícios, nada mais obsta que ela seja matriculada, caso haja turma a ser convocada e no mesmo concurso
a que ela se submeteu.
Não resta dúvida de que se trata de uma etapa eliminatória, mas é capital para quem dela participa. No caso,
quem foi matriculado no Curso pode ser reprovado e eliminado. A grávida, ao contrário, nem sequer participou
do curso, logo, descabido falar em eliminação.
m) o inciso XII – ter conhecimento da legislação militar, conforme dispuser o edital do concurso.
Outro inciso bastante modificado ao longo do tempo (em 2006, 2013 e 2016). Inicialmente, o legislador exigia
tão somente o conhecimento do EMECE e do Código Disciplinar. A partir de novembro de 2013, incluiu-se ao
rol anterior à Lei Complementar nº 98/2011, que trata da Controladoria Geral de Disciplina.
A partir de maio de 2016, a legislação militar para concurso público ficou em aberto, ou seja, o edital é quem
indicará que lei o candidato deve conhecer. Como a legislação militar estadual é ampla, é razoável supor que
seja cobrada, apenas, a legislação básica: Estatuto dos Militares Estaduais, o Código Disciplinar PM/BM e a
Lei de criação da Controladoria Geral de Disciplina por serem as mais utilizadas no cotidiano militar estadual.

Quadro – Matérias referentes a legislação a ser exigida em concurso público para PM/BM

Legislação Janeiro de 2006 Novembro de 2013 Maio de 2016


Estatuto PM/BM Sim Sim ?
CDPM/BM Sim Sim ?
Lei Complementar nº 98/2011 Não Sim ?
Legislação Militar Não Não Sim
Fonte: O autor (2017)

n) O inciso XIII - ter obtido aprovação em todas as fases do concurso público, que constará de 3 (três) etapas:
a) a primeira etapa constará dos exames intelectuais (provas), de caráter classificatório e eliminatório, e títulos, quando estabelecido
nesta Lei, esse último de caráter classificatório
b) a segunda etapa constará de exames médico-odontológico, biométrico e toxicológico, de caráter eliminatório
c) a terceira etapa constará do Curso de Formação Profissional de caráter classificatório e eliminatório, durante o qual
serão realizadas a avaliação psicológica, de capacidade física e a investigação social, todos de caráter eliminatório
n.1) Provas e Provas e Títulos
Vê-se que a primeira etapa é variável conforme o Quadro a que o candidato queira ingressar, pois para uns é apenas a
prova e para outros a prova e títulos, e haverá casos em que poderá ocorrer só a prova, conforme determinar a lei ou o
edital de convocação. Vide quadro abaixo:

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Quadro 9 – Primeira etapa do concurso público conforme os Quadros

QUADRO CONCURSO
Quadro de Oficiais Combatentes e Quadro de Praças Provas
Quadro de Oficiais de Saúde provas e títulos
provas ou
Quadro de Oficiais Capelães
provas e títulos
provas ou
Quadro de Oficiais Complementar
provas e títulos
Fonte: O autor (2017)

n.2) Classificação e eliminação


O caráter classificatório e eliminatório do Curso de Formação a que se refere a terceira etapa é eliminatório porque quem não alcança
a média estabelecida pela Academia Estadual de Segurança Pública é eliminado do certame. É classificatório porque os aprovados
são listados numa Ata de conclusão do curso por ordem de nota final, classificando-os e dando-lhes a antiguidade na Corporação
como previsto no art. 4º do CDPM/BM c/c art. 31 deste EMECE. Em outras palavas, cada etapa é uma causa autônoma de reprovação
ou aprovação.

Quadro 10 - Resumo das etapas do concurso

ETAPA EXAMES CARÁTER


Intelectuais:
1) Classificatório e eliminatório
1ª 1) Provas
2) Classificatório
2) Títulos
2ª Médico-odontológico, biométrico e toxicológico Eliminatório
1) Curso de Formação Profissional Classificatório e eliminatório
3ª 2) Avaliação psicológica, de capacidade física e a
Eliminatório
investigação social
Fonte: O Autor (2017)

Resta esclarecer que as etapas para o concurso público para os cargos de Oficiais do Quadro de Saúde segue
outro rito, como previsto no art. 15 do EMECE:
EMECE - Art.15. O concurso público para os cargos de Oficiais do Quadro de Saúde, dar-se-á na seguinte
sequência:
I - Exame Intelectual, que constará de provas escritas geral e específica;
II - Inspeção de Saúde, realizada por uma Junta de Inspeção de Saúde Especial, com a convocação respectiva
acontecendo de acordo com a aprovação e classificação no Exame Intelectual, dentro do limite de vagas ofe-
recidas.
n.3 A inspeção de saúde
A inspeção de saúde para ingresso nas corporações militares vem regulamentada no art. 40 do Decreto nº
30.550, de 24.05.2001, abaixo transcrito:
Seção V - Da avaliação médica para o ingresso
Art.40. A perícia médica para fins de posse em cargo, posto ou graduação no Serviço Público do Estado do
Ceará serão realizadas pela Coordenadoria de Perícia Médica.
§1º O órgão/entidade/corporação deverá solicitar no prazo mínimo de trinta (30) dias, de antecedência à Coor-
denadoria de Perícia Médica formação de junta para avaliar os concursados informando o quantitativo.
§2º Deverá ser encaminhada pelo órgão/entidade/corporação responsável pelo processo de seleção a relação
dos concursados, no prazo mínimo de 30 dias para agendamento da Perícia.
§3º A Coordenadoria de Perícia Médica poderá requisitar médicos de outros órgãos/instituições do Estado para
compor juntas de admissão, conforme seja necessidade e a urgência da convocação.
Art.41. Em razão da especificidade das atribuições do cargo, posto ou graduação, será necessário, para fins de
posse, a realização de exames específicos, a fim de se constatar se o candidato está apto ou não para o exercício
das atribuições próprias do cargo, posto ou graduação.

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§1º Os exames médico-periciais referidos no “caput” deverão constar no próprio edital do concurso público,
sendo indicados, necessariamente, pela Coordenação de Perícia Médica.
§2º Antes de realizar a perícia médica admissional, o concursado será obrigado a preencher o Formulário sobre
Antecedentes Clínico/ Cirúrgico, Anexo I deste regulamento.
Art.42. O órgão/entidade/corporação/lotação que está admitindo novos militares/servidores deverá enviar có-
pia do Diário Oficial que publicou o Edital do Concurso, destacando a página que discrimina os exames admis-
sionais exigidos e prazos, bem como se os exames exigidos têm caráter eliminatório.
n.4 A doutrina da SSPDS sobre a investigação social
A investigação social tem rito estabelecido na Instrução Normativa nº 01/2011, publicada no DOE nº 213, de
09/11/2011, que estabelece as normas de procedimento de investigação social dentro do Sistema de Segurança
Pública do Estado do Ceará e disciplina o roteiro da investigação social para ingresso na carreira da Polícia
Civil, Perícia Forense e inclusão na Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar.
Instrução Normativa Nº 01/2011.O Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, no uso das atribuições
legais, e: Considerando que os servidores e militares da área de Segurança Pública do Estado, como em qual-
quer outro tipo de instituição organizada, devem ter conduta irrepreensível e idoneidade moral inatacável;
Considerando que nos concursos públicos para provimento de cargos das Instituições Vinculadas à Secretaria
da Segurança Pública e Defesa Social - SSPDS deve existir uma fase de realização de Investigação Social;
Considerando que a operacionalização do processo de Investigação Social nos Concursos Públicos da Área da
Segurança Pública do Estado é desenvolvida pela SSPDS e por suas Instituições Vinculadas; Considerando a
necessidade de rever as normas em vigor no âmbito da Segurança Pública que regem a matéria; Considerando,
por fim, que no Estado do Ceará, os Concursos Públicos da área da Segurança Pública são coordenados pela
Secretaria de Planejamento e Gestão – SEPLAG, Resolve:
Art.1º Estabelecer os critérios da avaliação do procedimento irrepreensível e da idoneidade moral inatacável
dos candidatos inscritos nos concursos públicos para provimento de cargos dos órgãos que compõe o Sistema
de Segurança Pública.
Art.2º O procedimento irrepreensível e a idoneidade moral inatacável serão apurados por meio de investigação
no âmbito social, funcional, civil e criminal dos candidatos inscritos nos concursos públicos para provimento
de cargos nos diversos órgãos que compõe o Sistema de Segurança Pública Estadual.
Art.3º A investigação de que trata o artigo 2º desta Instrução Normativa, será Coordenada pela Coordenadoria
de Inteligência/COIN/SSPDS com a participação imprescindível dos Órgãos de Inteligência das vinculadas da
SSPDS.
Art.4º A investigação terá inicio por ocasião da inscrição do candidato no curso de formação e terminará com
o ato de nomeação.
Art.5º O candidato preencherá, para fins da investigação, a Ficha de Informações Confidenciais - FIC, na forma
do modelo disponibilizado. Parágrafo Único. Durante todo o período do concurso publico, o candidato deverá
manter atualizados os dados informados na FIC, assim como cientificar formal e circunstanciadamente qual-
quer outro fato relevante para a investigação, nos termos do edital do respectivo concurso.
Art.6º O candidato deverá apresentar, em momento definido em edital de convocação especifico, os originais
dos seguintes documentos, todos indispensáveis ao prosseguimento no certame: I - certidão de antecedentes
criminais, da cidade/município da Jurisdição onde reside/residiu nos últimos 5 (cinco) anos: a) da Justiça Fe-
deral; b) da Justiça Estadual ou do Distrito Federal; c) da Justiça Militar Federal, inclusive para as candidatas
do sexo feminino; d) da Justiça Militar Estadual ou do Distrito Federal, inclusive para as candidatas do sexo
feminino; II - certidão de antecedentes criminais da Justiça Eleitoral; III - certidões dos cartórios de protestos
de títulos da cidade/município onde reside/residiu nos últimos 5 (cinco) anos; IV - certidões dos cartórios de
execução cível da cidade/município onde reside/residiu nos últimos 5 (cinco) anos;
§1º Somente serão aceitas certidões expedidas, no máximo, nos 90 (noventa) dias anteriores a data de entrega
fixada em edital e dentro do prazo de validade especifico constante da mesma. §2º Serão desconsiderados os
documentos rasurados.
§3º A COIN/SSPDS e os órgãos de Inteligência das vinculadas poderão solicitar, a qualquer tempo durante a
investigação, outros documentos necessários para comprovação de dados ou para o esclarecimento de fatos e
situações envolvendo o candidato.
Art.7º São fatos que afetam o procedimento irrepreensível e a idoneidade moral inatacável do candidato:
a) habitualidade em descumprir obrigações legítimas;

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b) relacionamento ou exibição em público com pessoas de notórios e desabonadores antecedentes criminais;
c) vicio de embriaguez;
d) uso de droga ilícita;
e) prostituição;
f) pratica de ato atentatório a moral e aos bons costumes;
g) respondendo ou indiciado em inquérito policial ou policial militar, envolvido como autor em termo circuns-
tanciado de ocorrência, ou respondendo a ação penal ou a processo administrativo disciplinar;
h) demissão de cargo público e destituição de cargo em comissão, no Exercício da função pública, em qualquer
órgão da administração direta e indireta, nas esferas federal, estadual, distrital e municipal, mesmo que com
base em legislação especial;
i) demissão por justa causa nos termos da legislação trabalhista;
j) existência de registros criminais;
k) declaração falsa ou omissão de registro relevante sobre sua vida pregressa.
l) manifestação de desapreço às autoridades e atos da administração pública;
m) prática que possa importar em escândalo ou comprometer a função de Segurança Pública;
n) frequência a locais incompatíveis com o decoro da função de segurança pública;
o) Participação ou filiação como sócio, membro ou dirigente de entidade ou organização cujo funcionamento
seja legalmente proibido ou contrário às instituições constitucionais ou ao regime vigente.
Art.8º Será passível de eliminação do concurso publico, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, o candidato
que:
I - deixar de apresentar quaisquer dos documentos exigidos nos artigos 5º e 6º desta Instrução Normativa, nos
prazos estabelecidos nos editais específicos;
II - apresentar documento ou certidão falso;
III - apresentar certidão com expedição fora do prazo previsto no parágrafo 1º do artigo 6º desta Instrução;
IV - apresentar documentos rasurados;
V - tiver sua conduta enquadrada em qualquer das alíneas previstas no art.7º desta Instrução Normativa;
VI - tiver omitido informações ou faltado com a verdade, quando do Preenchimento da FIC ou de suas atua-
lizações.
§1º No que se refere ao inciso V deste artigo, antes do Parecer Conclusivo, a COIN/SSPDC convocará o candi-
dato sob suspeição para que, no prazo de 10 (dez) dias corridos a contar do seu conhecimento oficial das fatos
desabonadores de suas conduta, apresente por escrito sua defesa.
§2º Deverá ser constituída a Comissão de Investigação Social, composta por um Presidente, o titular da Coor-
denadoria de Inteligência da SSPDS/COIN, e pela quantidade de membros necessários a realização da Inves-
tigação Social conforme demanda da Comissão organizadora do Concurso, integrantes da COIN e do setor de
inteligência do órgão vinculado ao qual o concurso se destina, com a finalidade de:
I – promover a apreciação das informações, indicando infrigência de qualquer dos dispositivos elencados no
artigo 7º desta Instrução Normativa, ou contendo dados. merecedores de maiores esclarecimentos;
II - deliberar por notificar candidato, o qual devera apresentar defesa no prazo de 5 (cinco) dias úteis;
III - analisar e julgar defesa escrita de candidato, fundamentando, expondo os argumentos de fato e de direito,
em ata a ser lavrada pelo secretario, que será assinada pelos integrantes da Comissão.
§3º Caso a Comissão decida pela exclusão do candidato, este será devidamente cientificado, o qual deverá
apresentar recurso no prazo de 5 (cinco) dias úteis à comissão do concurso.
§4º Será publicada em edital a relação dos candidatos eliminados do concurso publico com base nesta Instru-
ção Normativa.
Art.9º. No que se refere à pesquisa de arquivo, deverão ser realizadas diligências com vistas a verificar regis-
tros, sem prejuízo de outras investigações, nos seguintes locais:
I. ARQUIVOS CRIMINAIS:
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a) Institutos de Identificações dos Estados onde os candidatos residem ou residiram nos últimos 05 (cinco)
anos;
b) Instituto Nacional de Identificação;
c) Órgãos de Inteligência;
d) Secretaria da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário
do Estado do Ceará;
e) Varas Criminais das cidades onde os candidatos residem ou residiram nos últimos 05 (cinco) anos. f) Tribu-
nais e Varas Eleitorais do local onde os candidatos residem ou residiram nos últimos 05 (cinco) anos.
II. ARQUIVOS DE CRIMINOSOS EM POTENCIAL OU DE INVESTIGAÇÃO DAS SSP’s:
a) Distritos Policiais onde os candidatos residem ou residiram nos últimos 05 (cinco) anos;
b) Arquivo de investigação das Delegacias Especializadas, como as de Roubos e Furtos, Defraudações, Entor-
pecentes, Defesa da Mulher e outras mais, das Polícias Estaduais;
c) Arquivo de investigação das Delegacias Especializadas do Departamento de Polícia Federal, das Delegacias
Regionais dos Estados onde os candidatos residem ou residiram nos últimos 05 (cinco) anos;
Art.10. Os relatórios deverão ser individualizados, acompanhados do prontuário de cada candidato, discrimi-
nando detalhadamente onde, quando e por quem foram feitas as investigações, sejam negativos ou positivos
os resultados.
§1º. Extintos quaisquer registros de antecedentes, deverão ser remetidas à Coordenação-Geral da Investigação
Social as principais peças dos procedimentos (processo, inquérito policial, sindicância, processo disciplinar
etc), acompanhadas de relatórios informando a situação atual dos mesmos.
§2º. No caso de Inquérito Policial deverão ser remetidas as cópias das principais peças (auto de prisão em
flagrante, auto de qualificação e interrogatório, auto de apresentação e apreensão, nota de culpa e relatório,
quando for o caso) e, no caso de processo, juntadas cópias da denúncia e da sentença.
Art.11. O procedimento de investigação na área residencial consiste na entrevista de pessoas que possam for-
necer informações a respeito do candidato e deverá abranger:
I. Como é o relacionamento dos vizinhos com os candidatos;
II. Qual o conceito que os vizinhos têm dos candidatos quanto ao seu comportamento. Se é calmo, agressivo,
simpático, comunicativo etc.;
III. Qual o padrão de vida que o mesmo leva. Se é compatível com o seu rendimento;
IV. Qual o conceito moral que os vizinhos têm do candidato. Realizar perguntas ou conduzir o assunto para
verificar os aspectos de honestidade;
V. Quais os hábitos sociais do candidato. Clubes que frequenta, vícios de embriaguez, uso de drogas, jogo de
azar etc.;
VI. Se pratica esportes. Quais e quem são seus companheiros esportistas, e quais os conceitos que os vizinhos
fazem dos mesmos;
VII. Se há algum vizinho que tenha problemas com a polícia ou com a justiça. Em caso positivo, verificar o seu
relacionamento com o candidato;
VIII. Outras perguntas úteis para avaliar o comportamento do candidato junto aos vizinhos.
Parágrafo Único – No relatório sobre a investigação da vizinhança deverão ficar consignados os nomes e en-
dereços dos entrevistados, bem como suas opiniões a respeito do candidato.
Art.12. A Investigação nos Estabelecimentos de Ensino consiste na entrevista de pessoas que possam fornecer
informações a respeito do candidato nos Estabelecimentos de Ensino onde o mesmo estuda ou estudou.
§1º. A conversa deverá ser conduzida no sentido de se verificar o aspecto disciplinar, de responsabilidade e de
envolvimento com situações desabonadoras (uso de drogas, furtos etc).
§2º. Verificar a veracidade das informações escolares prestadas pelo candidato em sua Ficha de Informações
Confidenciais – FIC, checando junto aos Estabelecimentos de Ensino.
§3º. No relatório sobre os Estabelecimentos de Ensino deverão ficar consignados os nomes e endereços dos
entrevistados, bem como suas opiniões a respeito do candidato.

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Art.13. A investigação nos locais recreativos consiste na entrevista de pessoas que possam fornecer informa-
ções sobre o candidato, nos locais sociais frequentados pelo mesmo, tendo como objetivo os tópicos anteriores,
notadamente sobre o temperamento, conceito moral e social.
Parágrafo Único – No relatório sobre os locais de lazer do candidato deverão ficar consignados os nomes e os
endereços dos entrevistados, bem como suas opiniões a respeito do candidato.
Art.14. A investigação nos locais de trabalho consiste na entrevista de pessoas que possam fornecer informa-
ções sobre o candidato, tanto no seu emprego atual como nos anteriores.
§1º. A condução da entrevista deverá seguir a mesma orientação dos tópicos anteriores.
§2º. No relatório sobre os locais de trabalho do candidato deverão ficar consignados os nomes e os endereços
dos entrevistados, bem como suas opiniões a respeito do candidato.
Art.15. Cabe à COIN/SSPDS emitir Parecer Conclusivo com base nos Processos de Investigação Social sob a
sua coordenação e enviar à Comissão Coordenadora do Concurso, referente aos candidatos INAPTOS para in-
gresso nas carreiras da Policia Civil, PEFOCE e inclusão na Polícia Militar ou no Corpo de Bombeiros Militar,
como também responder aos recursos por eles apresentados.
Art.16. Os dossiês relativos às Investigações Sociais constituídos nos termos desta Instrução Normativa são
considerados documentos confidenciais do interesse da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, não
podendo ser usados para outras finalidades que não sejam as de apoio à realização de Concursos Públicos liga-
dos à área da Segurança Pública.
Art.17. Os casos omissos serão decididos de acordo com o que for previsto nos Editais dos Concursos da área
da Segurança Pública Estadual.
Art.18. Esta Instrução Normativa entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições
em contrário, em especial a Instrução Normativa 03/02 – SSPDC, de 1º/10/2002, publicadas no Diário Oficial
de 03/10/2002.
Gabinete do Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, em Fortaleza, 18 de outubro de 2011.Francisco
José Bezerra Rodrigues - Secretário da Segurança Pública e Defesa Social.
O) O inciso XV – ser portador da carteira nacional de habilitação classificada, no mínimo, na categoria “B”,
na data da matrícula no Curso de Formação Profissional.
A exigência de CNH foi instituída no EMECE por meio da Lei nº 15.456, de 14.11.2013, inicialmente catego-
rias AB. A partir de maio de 2016, por força da Lei nº 16.010/2016, foi dispensada a categoria “A”, permane-
cendo apenas a categoria “B”. Anteriormente, era requisito editalício.
A exigência de o candidato ser portador de carteira nacional de habilitação é uma decorrência dos cargos e
encargos que o militar pode vir a assumir, como por exemplo, motorista de viatura (operacional ou adminis-
trativa) ou motociclista. Assim, entendemos que o militar não pode recusar assumir um desses encargos, se já
prestou o concurso com a exigência de ser habilitado. Não resta dúvida que esse militar deva passar por treina-
mento especializado para dirigir veículo de emergência nos termos do Código Nacional de Trânsito, somente
após é que se vê no dever de ficar apto a dirigir veículo automotor da Corporação.

10 A CRIAÇÃO DA ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA – AESP E A EXTINÇÃO DAS UNIDADES DE ENSINO
MILITARES

A Academia Estadual de Segurança Pública – AESP foi criada pela Lei nº 14.629, de 26 de fevereiro de 2010.
Nessa mesma lei extingue unidades de ensino e instrução das Corporações Militares Estaduais, verbis:
Art.12. Até 60 (sessenta) dias antes da inauguração da AESP/CE, em data a ser definida por meio de Decreto,
serão desativadas e extintas as seguintes unidades de ensino e instrução do Sistema de Segurança Pública e
Defesa Social do Estado do Ceará:
I - Academia de Polícia Civil Delegado Wanderley Girão Maia;
II - Academia de Polícia Militar General Edgard Facó;
III - Academia de Bombeiros Militar; e
IV - Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar.
§1º Ficam também extintos, na mesma data de que trata o caput deste artigo, a Diretoria de Ensino da Polícia
Militar do Ceará e o Conselho de Ensino a que se referem, respectivamente, os arts.2º, 3º e seu parágrafo único,
todos da Lei nº 10.945, de 14 de novembro de 1984.
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11 SÚMULA 683 DO STF - IDADE EM CONCURSO PÚBLICO

Súmula 683 “o limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.
***

QUESTÕES DE CONCURSO

a) Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TJ-ES. Prova: Analista Judiciário - Área Administrativa. Um brasileiro naturali-


zado pode exercer o cargo de Coronel da polícia militar de um estado-membro.
***
b) ||PMCE11_001_01N791721|| - CESPE/UNB – 86. O ingresso na Polícia Militar do Ceará depende de prévia
aprovação em concurso público de provas e títulos. Além disso, devem ser atendidos outros requisitos cumu-
lativos, como: ter boa reputação social, não estar respondendo a processo criminal nem ter sido indiciado em
inquérito policial e ser confirmado na etapa dos exames médico-odontológico, biométrico e toxicológico.
*** *** ***

FORMAS DE IGRESSO NA CARREIRA MILITAR

Art.11. O ingresso de que trata o artigo anterior, dar-se-á, exclusivamente:


I - para a carreira de Praça, como Aluno-Soldado do Curso de Formação de Soldados;
II - para a carreira de Oficial combatente, como Cadete do Curso de Formação de Oficiais;
III - para as carreiras de Oficial de Saúde e Capelão, na Polícia Militar, e Complementar no Corpo
de Bombeiros Militar, como aluno.(Redação anterior - Lei 13.729/06).
III - para as carreiras de Oficial de Saúde, Oficial Capelão e Oficial Complementar na Polícia Mi-
litar e no Corpo de Bombeiros Militar, como aluno. (NR) (Redação dada pelo art. 3º da Lei 13.768, de 04.05.2006)

PROCESSAMENTO DA NOMEAÇÃO DECORRENTE DO CONCURSO

§1º As nomeações decorrentes dos Concursos Públicos das Corporações Militares serão proces-
sadas através da Secretaria da Administração do Estado.
NOTA: Atualmente chama-se Secretaria do Planejamento e Gestão (SEPLAG) como, inclusive vem citada em outros dispo-
sitivos deste EMECE.

VEDAÇÃO À MUDANÇA DE QUADROS

§2º É vedada a mudança de quadro, salvo no caso de aprovação em novo concurso público.

COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O art. 11 deveria complementar o art. 10, pois enquanto esse estabelece a forma de ingresso (concurso), aquele
esclarece a situação hierárquica que o militar ingressaria na carreira à qual se submeteu mediante o concurso
público. Trata, ainda, do processo de nomeação de militares e da proibição de mudança de Quadro, salvo, por
meio de concurso público.

2 A NECESSÁRIA REVOGAÇÃO DO CAPUT

A forma de ingresso na carreira prevista no art. 11 do EMECE, acima citado, não tem aplicação prática, pois
nos termos do inciso XIII, art. 10 do EMECE o que temos agora é um Curso de Formação Profissional para o
cargo de Oficial, ou para o cargo de Soldado, e isso ocorre como a terceira etapa do concurso, logo eles estão
na categoria de candidatos (civis) e não de aluno-Soldado ou cadete. Trata-se, pois, de letra escrita na água.

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Assim, entendemos que o art. 11 acima foi revogado, tacitamente, pois contraria o disposto no inciso XIII, do
art. 10 deste EMECE que trata da forma de ingresso e, também, a Lei nº 15.797/2015, que trata da forrma de
ingresso nas carreiras de oficial ou de Praça, que passaram a ocorrer por nomeação governamental aos cargos
de 2º Tenente ou de Soldado, respectivamente.
Vejamos o que dizia a Lei nº 13.767, de 28 de abril de 2006, publicada no DOE nº 080, de 28.04.2006 acerca
do quantitativo de vagas para os cargos de cadete e aluno-Soldado, em seu art. 2º:
Art.2º O efetivo de Praças Especiais é variável, observados os seguintes limites:
I - no caso de cadetes, o teto é o número de vagas existentes para o posto de Primeiro-Tenente QOPM;
II - no caso de alunos-Soldado, o teto é o número de vagas existentes para a graduação de soldados-prontos.

3 PROCURADORIA GEREAL DO ESTADO: PARECER - CADETE X CANDIDATO AO CARGO DE OFICIAL

A d. PGE já se manifestou acerca da impossibilidade de considerar candidato ao cargo de Oficial como se ca-
dete fosse. Abaixo a transcrição do Parecer explicando os motivos:
Parecer nº 3618/2016-PGE
Processo(S) SPU 6453797/2015
Origem: Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
Interessados(A)(S):-
Ementa: Consulta. Curso de Formação. Concurso público. Incorporação. Cadetes. Indeferimento.
1. A Lei Estadual 13.729/2006 diferencia o curso de Formação Profissional (etapa do concurso público) do
Curso de Formação de Oficiais (após aprovação no concurso público)..
2. “[...] o curso de formação, em se tratando de concursos realizados para fins de ingresso na carreira militar,
configura uma fase do referido certame”. Precedente desta Procuradoria-Geral: Parecer PGE 2783/2013.
3. A posse no posto de cadete antes da aprovação no concurso público violaria o princípio constitucional do
concurso público (art. 37, II, CRFB) e o princípio de vinculação ao edital.
4. Indeferimento do pedido.
1 Relatório
Trata-se de requerimento, de interesse da Secretaria da Segurança Pública de Defesa Social, por meio do
qual se pede edição “do imediato ato de admissão dos atuais alunos Oficiais do CFPCO/BM, em formação na
Academia Estadual de Segurança do Estado do Ceará – AESP/CE, a cadetes das respectivas corporações que
vergam pertencer, face determinação expressa e taxativa do Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará”.
Interessado(a)(s):-
Anexo(s):
O processo aqui em análise foi aberto em 15/10/2015, porém só ingressou nesta Procuradoria-Geral em
29/10/2015, vindo agora a ser distribuído a mim. Eis os fatos.
2 Fundamentação

2.1 Parecer PGE 2.783/2013 (SPU 5376261/2013)

Para se analisar a questão aqui posta, não se pode deixar de lembrar que já foi decidido por esta Procuradoria-
-Geral, no Parecer PGE 2.783/2013
Naquela ocasião, foram feitas as seguintes observações:
“Antes de se ater sobre o mérito em si desta consulta, importante não deixar de esclarecer que o curso de for-
mação, em si tratando de concurso realizados para fins de ingresso na carreira militar configura uma fase do
referido certame, na qual deverá o candidato ser avaliado, assim como acontece nas fases anteriores”.
É a norma contida na Lei Estadual 13.729/2006 (modificada pela Lei Estadual 14.113/2008).
“Art. 10. O ingresso na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará dar-se-á para o preenchi-
mento de cargos vagos, mediante prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos pro-
movido pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social em conjunto com a Secretaria do Planejamento

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e Gestão, na forma que dispuser o edital do concurso, atendidos os seguintes requisitos cumulativos, além dos
previstos no edital:
XIII – ter obtido aprovação em todas as fases do concurso público que constará de 3(três) etapas:
c) a terceira etapa constará do Curso de Formação Profissional de caráter classificatório e eliminatório, durante
o qual serão realizados a avaliação psicológica, de capacidade física e a investigação social, todos de caráter
eliminatório”.
2.2 Princípio constitucional do concurso público

A Constituição da República determina que:


“Art. 37. {…}
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
em lei, ressalvada as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”
Segundo o Supremo Tribunal Federal:
“Ação direta de inconstitucionalidade – Lei estadual de iniciativa parlamentar, que intervêm no regime jurí-
dico de servidores públicos vinculados ao poder executivo – Usurpação do poder de iniciativa reservado ao
governador do estado – Inconstitucionalidade – Conteúdo material do diploma legislativo impugnado (Lei nº
6.161/2000, art .70) Que torna sem efeito atos administrativos editados pelo governador do estado – Impos-
sibilidade – Ofensa ao princípio constitucional da reserva de administração – Medida cautelar deferida com
eficácia ex tunc. Processo legislativo e iniciativa reserva das leis – O desrespeito à cláusula de iniciativa re-
servada das leis, em qualquer das hipóteses taxativamente previstas no texto da Carta Pública, traduz situação
configurada de inconstitucionalidade formal, insuscetível de produzir qualquer consequência válida de ordem
jurídica. A usurpação da prerrogativa de iniciar o processo legislativo qualifica-se como ato de repercussão
causal prospectiva, a própria validade constitucional da lei que dele resulte. Precedentes. Doutrina. O concurso
público representa garantia concretizadora do princípio da igualdade – O respeito efetivo à exigência de prévia
aprovação em concurso público qualifica-se constitucionalmente, como paradigma da legitimação ético-jurídi-
ca da investidura de qualquer cidadão em cargos, funções ou empregos públicos, ressalvadas as hipóteses para
nomeação para cargos em comissão (CF, art. 37I). A razão subjacente ao postulado concurso público traduz-se
na necessidade essencial de o Estado conferir efetividade ao princípio constitucional de que todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, vedando-se desse modo a prática inaceitável de o Poder
Público conceder privilégios a alguns ou de dispensar tratamento discriminativo e arbitrário a outros. Prece-
dentes. Doutrina. Reserva de administração e separação de poderes. - O princípio constitucional da reserva de
administração impede a ingerência normativa do Poder Legislativo em matérias sujeitas à exclusiva competên-
cia administrativa do Poder Executivo. É que, em tais matérias, o Legislativo não se qualifica como instância
de revisão dos atos administrativos emanados do Poder Executivo. Precedentes. Não cabe, desse modo, ao
Poder Legislativo, sob pena de grave desrespeito ao postulado da separação de poderes, desconstituir, por lei,
atos de caráter administrativo que tenham sido editados pelo Poder Executivo, no estrito desempenho de suas
privativas atribuições institucionais. Essa prática legislativa, quando efetivada, subverte a função primária da
lei, transgride o princípio da divisão funcional do poder, representa comportamento heteredoxo da instituição
parlamentar e importa em atuação ultra vires do Poder Legislativo, que não pode, em sua atuação político-ju-
rídica exorbitar dos limites que definem o exercício de suas prerrogativas institucionais.”
(STF. ADI 2361MC, Relator(a): Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 01/09/2001, DJ 14-12-2001
PP 00023 EMENT VOL-02053-03 PP-00551)
2.3 Curso de Formação Profissional e Curso de Oficiais

Segundo a Lei Estadual 13.729/2006:


“Art. 11. O ingresso de que trata o artigo anterior, dar-se-á exclusivamente:
II – para a carreira de Oficial combatente, como Cadete do Curso de Formação de Oficiais”.
Com fundamento nesse dispositivo, o requerimento apócrifo defende que os candidatos participantes do Cur-
so de Formação Profissional devem ser nomeados e empossados Cadestes da Polícia Militar ou do Corpo de
Bombeiros Militar.
Não é assim, contudo.
O curso de que participam os candidatos não é o Curso de Formação de Oficiais, mas sim o Curso de Formação
Profissional:

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“Art. 34. Concluído o Curso de Formação de Oficiais, ou Curso de Formação Profissional, para o QOPM,
QOBM, QOSPM, QOCBM e QOCplPM, e o Curso de Habilitação de Oficiais, para o QOAPM e QOABM, e
obtida aprovação, serão concludentes nomeados ou obterão acesso, por ordem de classificação no respectivo
curso, ao posto de Segundo-Tenente, através de ato governamental.
Parágrafo único. O Aspirante-a-Oficial que não obtiver conceito favorável no estágio supervisionado referido
no caput deste artigo assinalará o final da turma e será submetido a Conselho de Disciplina, conforme estabe-
lecido em Lei”.
Vê-se assim, que a lei cuida de diferenciar duas espécies de cursos de formação: “de Oficiais” e “Profis-
sioanal”.
O art. 10 da Lei Estadual 13.729/2006 (modificada pela Lei Estadual 14.113/2008), por sua vez, explicita que
a etapa inserida no concurso público é o Curso de Formação Profissional (art. 10, XIII, c).
Há, portanto, duas interpretações, em tese, possíveis: (i) a de que a própria Lei Estadual 13.729/2006 estabe-
leceu outra forma de ingresso para o Oficialato, como aluno do Curso de Formação Profissional; e (ii) a de
que a lei excepciona o princípio constitucional do concurso público, permitindo a nomeação e posse em cargo
público antes da aprovação em concurso público, e para cargo diverso do previsto no edital.
2.4. A posse no posto de Cadete antes da aprovação no concurso público violaria o princípio constitucional do concurso público (art. 37, II, CRFB) e
o princípio da vinculação ao edital.

A segunda interpretação citada acima é absurda.


Enquanto participantes do Curso de Formação Profissional, os pretendentes à carreira militar mantêm a condi-
ção de candidatos. Isto porque, se o dito curso é etapa do concurso público sem prévia aprovação em concurso.
Agrava a situação a constatação de que o edital dos concursos públicos, em questão, ofertam vagas para o pro-
vimento do posto de Primeiro-Tenente, e não de Cadete. Ou seja, caso a Administração Pública atendesse ao
pleito veiculado no requerimento apócrifo, violaria também o princípio da vinculação ao edital.
3 Conclusão
Por todo o exposto, permite-se concluir que os alunos do Curso de Formação Profissional inseridos nos con-
cursos públicos para provimentos de cargos de Oficialato na PM-CE e no CBM-CE não podem ser admitidos
como Cadetes.
É o parecer. À consideração superior. Fortaleza, 08/08/2016. Fábio Carvalho de Alvarenga Peixoto - Procura-
dor do Estado - Consultor.
Despacho 1067/2016-PGE
Processo nº 6453797/2015
Origem: SSPDS

DESPACHO

O art. 11, do Estatuto dos Militares – Lei nº 13.729/2006, prevê o seguinte:


“Art. 11. O ingresso de que trata o artigo anterior, dar-se-á, exclusivamente:
I – para a carreira de Praça, como aluno Soldado do Curso de Formação de Soldados;
II – para a carreira de Oficial combatente, como Cadete do Curso de Formação de Oficiais;
III – para as carreiras de Oficial de Saúde, Oficial Capelão e Oficial Complementar da Polícia Militar, como
aluno. (Redação dada pela Lei nº 13.768, de 04/05/06).
§ 1º As nomeações decorrentes dos Concursos Públicos das Corporações Militares serão processadas através
da Administração do Estado.
§ 2º É vedada a mudança de quadro, salvo no caso de aprovação em novo concurso público.”
Tal preceito transmite a ideia de que o ingresso nas corporações militares acontecerá, para Oficial combatente,
na condição de cadete logo que iniciado o Curso de Formação de Oficiais.
Ocorre que, com a Lei nº 14.113/2008, houve uma mudança na disciplina dos concursos militares, tendo ficado
expresso no Estatuto que o curso de formação para o ingresso na carreira de Praça ou Oficial seria só uma fase
do concurso público. Senão vejamos como ficou a redação da Lei dos Militares após a inovação legislativa:

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“Art. 10. O ingresso na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará dar-se-á para o preenchi-
mento de cargos vagos, mediante prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, pro-
movido pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social em conjunto com a Secretaria de Planejamento
e Gestão, na forma que dispuser o Edital do concurso, atendidos os seguintes requisitos cumulativos, além dos
previstos no Edital:
XIII – ter obtido aprovação em todas as fases do concurso público, que contará de 03 (três) etapas:
a) a primeira etapa constará dos exames intelectuais (provas), de caráter classificatório e eliminatório, e títulos,
quando estabelecido nesta Lei, esse último de caráter classificatório;
b) a segunda etapa constará de exames médico-odontológico, biométrico e toxicológico, de caráter eliminató-
rio;
c) a terceira etapa constará do concurso do Curso de Formação Profissional de caráter classificatório e elimi-
natório, durante o qual serão realizadas a avaliação psicológica, de capacidade física e a investigação social,
todos de caráter eliminatório.”
Pelo artigo acima, foi colocado o curso de formação como etapa do concurso público para ingresso na carreira
militar, não havendo mais, a partir de então, de pensar nesse mesmo ingresso antes da conclusão do referido
curso, sob pena, como bem reportado no Parecer sob exame de malferimento ao princípio do concurso público.
Entendemos, então, que, no caso específico, estamos, em razão do advento da Lei nº 14.113/2008, de uma re-
vogação tácita do disposto no art. 11, do Estatuto dos Militares, na parte que antecipava o ingresso do militar
na carreira para fase anterior à conclusão do curso de formação.
Tal regra (ingresso só após a conclusão do curso), hoje, com a Lei nº 15.797/2015, porta-se ainda mais clara,
quando se deixou falar em promoção do Cadete ao posto de 1º Tenente, depois da conclusão do curso de for-
mação de Oficial, tratando tal situação como de nomeação:
“Art. 34. Concluído o Curso de Oficiais, ou Curso de Formação Profissional, para o QOPM, QOBM, QOSPM,
QOCBM e QOCplPM, e o Curso de Habilitação de Oficiais para o QOAPM e QOABM, e obtida aprovação,
serão os concludentes nomeados ou obterão acesso, por ordem de classificação no respectivo curso, ao posto
de Segundo-Tenente, através de ato governamental. (Nova redação dada pela Lei nº 15797, de 25/05/15).
Parágrafo Único. O Aspirante-a-Oficial que não obtiver conceito favorável no estágio supervisionado referido
no caput deste artigo assinalará o final da turma e será submetido a Conselho de Disciplina, conforme estabe-
lecido em Lei.”
Redação anterior:
“Art. 34. Os cadetes, concluído o Curso de Formação de Oficiais e obtida aprovação, são declarados Aspirante-
-a-Oficial por antiguidade, após o cumprimento do estágio supervisionado a ser regulado por Decreto do Chefe
do Poder Executivo, por período nunca inferior a 06 (seis) meses, sendo promovidos por antiguidade, ao posto
de Primeiro-Tenente, através de ato governamental.”
Pelo Exposto, considerando as razões ora apresentadas, em sua conclusão, concordamos com o Parecer, não
havendo como autorizar a admissão de candidatos participantes de CFO antes do ato de nomeação.
Ao Senhor Procurador-Geral.Fortaleza, 18 de agosto de 2016. Rafael Machado Morares - Procurador-Chefe
da Consultoria-Geral

4 NOMEAÇÃO DECORRENTE DO CONCURSO PÚBLICO: SEPLAG E TCE

Art. 11, §1ºAs nomeações decorrentes dos Concursos Públicos das Corporações Militares serão processadas
através da Secretaria da Administração do Estado.
Cremos ter havido equivoco do legislador, pois no art. 10 deste EMECE já é feita a correção do órgão Secreta-
ria da Administração por sua atual designação: Secretaria do Planejamento e Gestão (SEPLAG).
Temos que observar que nomeação de militar estadual é ato complexo, sujeito a registro pelo Tribunal de Con-
tas do Estado (TCE), conforme exposto no art. 3º da Instrução Normativa nº 03, de 16 de março de 2005, nos
seguintes termos:
Art.1º Os órgãos da Administração Direta e as entidades da Administração Indireta de quaisquer dos Poderes
do Estado encaminharão ao Tribunal de Contas do Estado os atos concessivos de admissão de pessoal, excetua-
das as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como os de aposentadoria, reforma e pensão,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessivo.
*** *** ***
Para elaboração do ato de nomeação e posse no cargo de provimento efetivo é necessário que o candidato,
além da aprovação no concurso público, apresente uma série de documentos que comprovem a satisfação dos
requisitos exigidos no art. 10 da Lei nº 13.729, de 11 de janeiro de 2006. Abaixo, um modelo de check list de
documentos que compõem o processo de nomeação e posse.
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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MODELO DE CHECK LIST DE DOCUMENTOS PARA O PROCESSO DE NOMEAÇÃO E
POSSE
Concurso: Ingresso no cargo de ....................................... (ex: Soldado da Polícia Militar do Ceará)
Edital nº ....................................... (ex: Edital nº 01/2011-PMCE, de 08.11.2011)
3ª Turma – DOE de 06 de junho de 2014 (número da turma e DOE de publicação)
ITEM DOCUMENTO COMPROVAÇÃO
01 Edital do concurso Aprovação em concurso público
Ser brasileiro
02 Identidade e CPF Idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos na
data de inscrição no curso de formação
Certidão de Antecedentes Criminais para fins Possuir honorabilidade compatível com a situação
03
processuais de futuro militar estadual, tendo, para tanto, boa
04 Certidão de nada consta da Justiça Federal reputação social e não estando respondendo a
05 Certidão nada consta da Polícia Federal processo criminal, nem indiciado em inquérito
Certidão de antecedentes criminais da(s) policial; não ser, nem ter sido, condenado
06 judicialmente por prática criminosa
Vara(s) da Comarca onde o mesmo reside
07 Certificado de Reservista (caso homem) Estar em situação regular com as obrigações
08 Título Eleitoral eleitorais e militares; não ter sido isentado do
09 Certidão de quitação eleitoral serviço militar por incapacidade definitiva
Diploma/Certificado de conclusão de ensino Ter concluído, na data da posse, o ensino médio
10 médio (carreira de Praça) ou ensino superior para ingresso na Carreira de Praças e curso de
(carreira de Oficial) nível superior para ingresso na Carreira de
Oficiais, conforme dispuser o edital, ambos
11 Histórico Escolar reconhecidos pelo Ministério da Educação
Certidão de que não foi licenciado de
Não ter sido licenciado de Corporação Militar ou
Corporação Militar ou das Forças Armadas no
12 das Forças Armadas no comportamento inferior
comportamento inferior ao “bom” (caso tenha
ao “bom”
sido militar)
Declaração de não Acumulação de Cargo,
Emprego ou Função pública nas esferas
federal, estadual ou municipal, ou apresentar Não ter sido demitido, excluído ou licenciado ex
comprovante de exoneração ou dispensa do officio “a bem da disciplina”, “a bem do serviço
13 outro cargo, emprego ou função que ocupava. público” ou por decisão judicial de qualquer órgão
(modelo disponibilizada no site da AESP). público, da administração direta ou indireta, de
Caso tenha sido exonerado deve apresentar Corporação Militar ou das Forças Armadas;
documento de exoneração e certidão que
comprove o motivo do desligamento.
Ata de conclusão do curso de formação Ter obtido aprovação em todas as fases do
14
profissional publicada em DOE concurso público
Ser portador da carteira nacional de habilitação
15 Cópia da CNH classificada, no mínimo, na categoria “B”, na data
da matrícula no Curso de Formação Profissional
Declaração, datada e assinada, contendo os
bens e valores que constitui o patrimônio do
16
interessado, ou de que não possui bens, à
época de sua nomeação/inclusão Requisitos editalícios e constitucionais
Declaração de não participação em atividade
17 comercial (modelo disponibilizada no site da
AESP)
Ter aptidão física e mental para o exercício das
18 Laudo Médico (expedido pela COPEM)
atribuições do cargo
Termo de Posse, datado e assinado pelo
Comprovação da posse e do juramento de honra
19 nomeado e pela autoridade competente ou
militar
termo de juramento
Cópia de certidão de casamento, quando
20 Mudança de nome de solteiro(a)
verificada alteração do sobrenome
*** *** ***

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
100
DECLARAÇÃO DE NÃO PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADE COMERCIAL, ADMI-
NISTRATIVA E SOCIETÁRIA
MODELO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Corporação Militar Estadual (PM ou BM)

DECLARAÇÃO DE NÃO PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADE COMERCIAL, ADMINISTRATIVA E


SOCIETÁRIA

Eu______________________________________________________________, Estado Civil____________________________,


CPF nº_______________________, Matrícula nº__________________________________, DECLARO, sob as penas da Lei, para
fins de posse no cargo de SOLDADO da Polícia Militar do Ceará, que não exerço atividade comercial e nem participo de Diretoria,
Gerência, Administração, Conselho Técnico ou Administrativo de empresas ou Sociedades Mercantis.
Em________________________________de____________________de_________
________________________________________________
Assinatura do Declarante
***

DECLARAÇÃO DE BENS E VALORES (MODELO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO


ESTADO)

Corporação Militar Estadual (PM ou BM)


DECLARAÇÃO DE BENS E VALORES

PARA O PROVIMENTO DE CARGO EFETIVO DE SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ DA ESTRUTURA DA SECRETARIA
DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL.
Eu, _______________________________________________________________,
Estado Civil_________________________,CPF nº__________________________,
RG nº________________________________, DECLARO sob as penas da lei para fins de posse no cargo
de Soldado da Polícia Militar do Ceará, que possuo os bens e valores que constituem o patrimônio abaixo
especificado:

DISCRIMINAÇÃO DE BENS VALOR

Em________________________________de____________________de_________
________________________________________________
Assinatura do Declarante
*** *** ***

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
101
MODELO DE DECLARAÇÃO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÃO PÚBLICA
(CONFORME O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO)

Corporação Militar Estadual (PM ou BM)

DECLARAÇÃO CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS

Eu___________________________________________________________________,Estado Civil______________________, CPF


nº_______________________, RG nº__________________________________, DECLARO, sob as penas da Lei, para fins de pos-
se no cargo de Soldado da Polícia Militar do Ceará, que não detenho cargo, emprego ou função pública, na (s) esfera (s): União ,
Estado, Município, Distrito Federal, Território, Autarquias, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista. DECLARO, ainda, que
é do meu conhecimento que qualquer omissão ou informação incorreta constitui FALSIDADE IDEOLÓGICA, prevista no artigo 299
do Código Penal Brasileiro.
Em________________________________de____________________de_________
________________________________________________
Assinatura do Declarante
***
Após apresentar a documentação satisfatória é elaborado o ato de nomeação o qual é publicado em Diário Oficial do Estado conforme
modelo abaixo:

MODELO DE ATO DE NOMEAÇÃO DECORRENTE DE CONCURSO PÚBLICO


(MODELO EXTRAÍDO DO DOE)
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista a reali-
zação do Concurso Público para preenchimento do cargo de ...........................................................(exemplo:
Soldado PM da Carreira de Praças da Polícia Militar do Ceará (PMCE), regido pelo Edital nº 1/2016 – PMCE,
publicado no DOE de ......................(exemplo: 12/07/2016), homologado pelo Edital nº (exemplo: 32/2017
– PMCE, publicado no DOE de 29/09/2017), considerando ainda a ordem de classificação do Edital nº (exem-
plo: 31/2017 - PMCE, publicado no DOE de 29/09/2017 – 1ª Turma), RESOLVE NOMEAR os candidatos
constantes no Anexo Único deste Ato, de acordo com a Lei n ° 13.729, de 11/01/2006, alterada pelo art. 1° da
Lei n° 14.113, de 12/05/2008, para exercerem em caráter efetivo, o cargo de (exemplo: Soldado da Carreira
de Praças Policial Militar), conforme efetivo fixado pela Lei nº 15.797, de 25/05/2015, alterada pela Lei nº
16.010, de 05/05/2016, com lotação na Polícia Militar do Ceará, a partir de (exemplo: 10 de outubro de 2017).
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, (exemplo: 09 de outubro de 2017) .
Camilo Sobreira de Santana GOVERNADOR DO ESTADO Francisco de Queiroz Maia Júnior SECRETÁ-
RIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO André Santos Costa SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA
E DEFESA SOCIAL.
ANEXO ÚNICO DO ATO DE (exemplo: 09 DE OUTUBRO DE 2017)
CARGO: SOLDADO PM DA CARREIRA DE PRAÇAS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ (PMCE)
INSCRIÇÃO CANDIDATO CLASSIFICAÇÃO
GERAL
377013980 Fulano de tal 1
377003981 Beltrano de tal 2
...
Total de candidatos nomeados: 2.358
Quantitativo de candidatos nomeados do sexo masculino: 2.290
Quantitativo de candidatos do sexo feminino: 78
*** *** ***
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
102
Uma vez publicada a Nomeação em Diário Oficial do Estado tem-se então o Termo de Posse e Com-
promisso conforme modelo abaixo:

MODELO DE TERMO DE POSSE E COMPROMISSO DE PRAÇA DA PMCE

Polícia Militar do Ceará

TERMO DE POSSE E COMPROMISSO

Aos 11 dias do mês de Outubro do ano de 2017, compareceu o (a) Sr. (a) Fulano de Tal, CPF nº 000000-00,
Matrícula Funcional nº 000000-0-0, nomeado (a) através do Diário Oficial do Estado nº 291, de 10 de Outubro
do ano de 2017, para exercer o cargo de Soldado PM, integrante da Carreira de Praças da Polícia Militar do
Ceará, a partir de 10 de Outubro do ano de 2017, o qual declarou sua vontade de tomar posse, e, nos termos
do art. 48 c/c art. 49 da Lei nº 13.729, de 11 de Janeiro de 2006, afirmou aceitação consciente das obrigações e
dos deveres militares, manifestando ainda a sua firme disposição de bem cumpri-los por meio da prestação do
seguinte compromisso de honra: “Ao ingressar na Polícia Militar do Ceará, prometo regular a minha conduta
pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-
-me inteiramente ao serviço policial-militar, à polícia ostensiva, à preservação da ordem pública e à segurança
da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.
Eu, Sicrano de Tal, Coronel Comandante Geral da Polícia Militar do Ceará, lavrei o presente termo, que vai
assinado por mim e pelo militar estadual que, toma posse no citado cargo.
_______________________________________
Sicrano de Tal
Coronel Comandante Geral da PMCE
______________________________________________
Fulano de tal - Empossado
***
MODELO DE TERMO DE POSSE E COMPROMISSO DE PRAÇA DO CORPO DE
BOMBEIROS

Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará

TERMO DE POSSE E COMPROMISSO

Aos 11 dias do mês de Outubro do ano de 2017, compareceu o (a) Sr. (a) Fulano de Tal, CPF nº 000000-00,
Matrícula Funcional nº 000000-0-0, nomeado (a) através do Diário Oficial do Estado nº 291, de 10 de Outubro
do ano de 2017, para exercer o cargo de Soldado BM, integrante da Carreira de Praças do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Ceará, a partir de 10 de Outubro do ano de 2017, o qual declarou sua vontade de tomar
posse, e, nos termos do art. 48 c/c art. 49 da Lei nº 13.729, de 11 de Janeiro de 2006, afirmou aceitação cons-
ciente das obrigações e dos deveres militares, manifestando ainda a sua firme disposição de bem cumpri-los
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
103
por meio da prestação do seguinte compromisso de honra: “Ao ingressar no Corpo de Bombeiros Militar do
Ceará, prometo regular minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autorida-
des a que estiver subordinado, dedicar-me inteiramente ao serviço de bombeiro militar e à proteção da pessoa,
visando à sua incolumidade em situação de risco, infortúnio ou de calamidade, mesmo com o risco da própria
vida”.
Eu, Sicrano de Tal, Coronel Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, lavrei o
presente termo, que vai assinado por mim e pelo militar estadual que, toma posse no citado cargo.
_______________________________________
Sicrano de Tal
Coronel Comandante Geral do Corpo de Bombeiros
______________________________________________
Fulano de tal - Empossado
***
MODELO DE TERMO DE POSSE E COMPROMISSO DE OFICIAL

Corporação Militar Estadual


TERMO DE POSSE E COMPROMISSO
Aos 11 dias do mês de Outubro do ano de 2017, compareceu o (a) Sr. (a) Fulano de Tal, CPF nº 000000-00,
Matrícula Funcional nº 000000-0-0, nomeado (a) através do Diário Oficial do Estado nº 291, de 10 de Outu-
bro do ano de 2017, para exercer o cargo de 2º Tenente do Quadro de Oficiais __________________(dizer
o quadro: Saúde, Capelão, Complementar, Policial Militar, Bombeiro Militar), integrante da Carreira de Ofi-
ciais do(a) __________________________________(nome da Corporação Militar Estadual), a partir de 10 de
Outubro do ano de 2017, o qual declarou sua vontade de tomar posse, e, nos termos do art. 48 c/c art. 49 da
Lei nº 13.729, de 11 de Janeiro de 2006, afirmou aceitação consciente das obrigações e dos deveres militares,
manifestando ainda a sua firme disposição de bem cumpri-los por meio da prestação do seguinte compromisso
de honra: “Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra, prometo cumprir os deveres de Oficial da Polícia
Militar/Corpo de Bombeiros Militar do Ceará e dedicar-me inteiramente ao serviço”.
Eu, _______________________(nome), Coronel Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Es-
tado do Ceará, lavrei o presente termo, que vai assinado por mim e pelo militar estadual que, toma posse no
citado cargo.
_______________________________________
Sicrano de Tal
Coronel Comandante Geral do Corpo de Bombeiros
______________________________________________
Fulano de tal - Empossado
***

5 VEDAÇÃO À MUDANÇA DE QUADRO SEM CONCURSO PÚBLICO. EXCEÇÃO: QUADRO DE PRAÇA PARA QOA

Art. 11, §2º É vedada a mudança de quadro, salvo no caso de aprovação em novo concurso público.
O parágrafo acima trata da vedação e, ao mesmo tempo, da possibilidade de mudança de um Quadro para ou-
tro, mediante aprovação em concurso público.
Ocorre que, há uma possibilidade da mudança de um Quadro para outro sem que haja necessidade de concurso
público. É o caso da mudança do Quadro de Praça para o Quadro de Oficiais de Administração cujo ingresso
se dá por acesso, mediante aprovação em processo seletivo previsto no art. 24 deste EMECE e no art.5º da Lei
nº 15.797/2015.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
104
Lei nº 15.797/2015 - Art.5º A passagem da Praça para o quadro de oficiais acontecerá por acesso, exigindo-se
a conclusão, com aproveitamento, de Curso de Habilitação de Oficiais – CHO, cujo ingresso se dará metade
por antiguidade e a outra metade por prévia aprovação por seleção interna, supervisionada pela Academia
Estadual de Segurança Pública, para os integrantes do QOAPM e QOABM.
As demais formas de mudança devem ocorrer por meio de concurso público. À guisa de esclarecimento, os
Quadros são os seguintes:
1) Na Polícia Militar do Ceará:
a) Quadro de Oficiais Policiais Militares - QOPM;
b) Quadro de Oficiais de Saúde - QOSPM;
c) Quadro de Oficiais Capelães - QOCplPM;
d) Quadro de Oficiais de Administração - QOAPM;
2) No Corpo de Bombeiros Militar do Ceará:
a) Quadro de Oficiais Bombeiros Militares - QOBM;
b) Quadro de Oficiais Complementar Bombeiro Militar - QOCBM;
c) Quadro de Oficiais de Administração - QOABM.
Como já exposto anteriormente, ao mudar de Quadro dentro da estrutura da própria Corporação Militar me-
diante novo concurso público, o militar deixa de pertencer a carreira anterior e toma posse na nova carreira.
Para isso, ele solicita exoneração, pois não poderá acumular cargos. Exemplo: Soldado da PM que é nomeado
no cargo de 2º Tenente QOPM, só poderá tomar posse caso seja exonerado do cargo de Soldado.
Igual medida deve ser adotada quando o militar da PMCE que é aprovado em concurso público do Corpo
de Bombeiros ou vice-versa, ou seja, deve solicitar exoneração na PMCE para ser nomeado e empossado no
Corpo de Bombeiros (ou vice-versa), pois inaplicável a regra do art. 199 (demissão e passagem à reserva sem
remuneração ou indenização).

6 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – ENTENDIMENTO SOBRE NOMEAÇÃO TARDIA

O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento no sentido de que os candidatos que tiveram suas no-
meações tardiamente efetivadas em razão de pendência de litígio judicial não têm direito à retroação de efeitos
funcionais, como se mostra abaixo:
STJ - AGRG NO AGRG NO AG 1392536 / RS 2011/0001391-0
Data do Julgamento: 21/06/2016
Data da Publicação: 28/06/2016
Órgao Julgador: T1 - PRIMEIRA TURMA
Relator: Ministro SÉRGIO KUKINA (1155)
Ementa
Agravo regimental. Administrativo. Concurso público. Nomeação tardia. Remuneração retroativa/indeniza-
ção. Reconhecimento do tempo de serviço. Impossibilidade. Juros de mora. Medida Provisória 2.180-35/2001
E LEI 11.960/2009. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou a compreensão de que os candidatos aprovados
em concurso público, que tiveram suas nomeações tardiamente efetivadas, não têm direito à indenização,
tampouco à retroação dos efeitos funcionais. 2. Cumpre destacar que esse entendimento restou pacificado
no Supremo Tribunal Federal, em repercussão geral, no julgamento do Recurso Extraordinário 724.347/
DF, Rel. p/ acórdão Ministro Roberto Barroso, julgado em 26/02/2015, DJe 13/05/2015. 3. Na hipótese dos
autos, embora a decisão ora agravada tenha assegurado ao autor/recorrido “o pagamento da indenização cor-
respondente à remuneração que teria auferido se tivesse sido nomeado no momento próprio até a sua efetiva
nomeação no segundo concurso público de Auditor-Fiscal (julho de 1995 a dezembro de 1997)”, aludido tó-
pico não foi objeto de impugnação específica nas razões do presente agravo regimental, devendo ser decotada
da condenação, nos termos da atual jurisprudência desta Corte, o reconhecimento do direito aos adicionais
por tempo de serviço. 4. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça assentou a compreensão de que as
alterações do artigo 1º-F da Lei n.º 9.494/97, introduzidas pela Medida Provisória n.º 2.180-35/2001 e pela Lei
n.º 11.960/09 têm aplicação imediata aos processos em curso, incidindo o princípio do tempus regit actum. 5.
Agravo regimental provido.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
105
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos esses autos, acordam os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal
de Justiça, por unanimidade, dar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Regina Helena Costa, Gurgel de Faria, Napoleão Nunes Maia Filho e Benedito Gonçalves
votaram com o Sr. Ministro Relator.

7 NOMEAÇÃO DE CANDIDATO JULGADO INCAPAZ TEMPORARIAMENTE

Há candidatos que concluem, com aproveitamento, o Curso de Formação Profissional, obtendo êxito em todas
as fases do concurso, porém ao ser submetido a inspeção de saúde para admissão, ou seja para nomeação para
o cargo na Corporação Militar Estadual, é julgado incapaz temporariamente, em decorrência de um motivo ou
de outro (acidente de trânsito, por exemplo). Nesses casos, o candidato deve ser nomeado juntamente com os
demais candidatos, conforme sua classificação final no curso. Ocorre, porém, que não toma posse, ou seja, não
presta o compromisso de honra previsto nos art. 48 e 49 deste EMECE. Ficando a posse para quando obtiver
êxito na inspeção de saúde, pois somente a partir dessa data é que se encontra apto ao serviço militar estadual.
*** *** ***

CAPÍTULO II
DO INGRESSO NO QUADRO DE OFICIAIS DE SAÚDE DA POLÍCIA MILITAR

SELEÇÃO PARA INGRESSO NO QUADRO DE SAÚDE

Art.12. A seleção, para ingresso no Quadro de Oficiais de Saúde, ocorre por meio de concurso
público de provas, de caráter eliminatório, e títulos, de caráter classificatório, que visa à seleção
e à classificação dos candidatos de acordo com o número de vagas previamente fixado.
Parágrafo único. O ingresso no Quadro de Oficiais de Saúde deverá obedecer ao disposto no
art.119 desta Lei..
Parágrafo único. O ingresso no Quadro de Oficiais de Saúde deverá obedecer ao disposto no art.
92 desta Lei.” (NR) (Redação dada pelo art. 4º da Lei 13.768, de 4.05.2006).

COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O art. 12 e seu parágrafo único abordam a forma de ingresso no Quadro de Oficiais de Saúde.

2 TIPO DE CONCURSO PARA O QOS

O concurso público para o QOS é composto por provas (eliminatória) e títulos (classificatória). Diferente do
que ocorre para a carreira de praças ou de Oficial combatente que é apenas de provas.

3 A NECESSÁRIA ATUALIZAÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART.12

“Parágrafo único. O ingresso no Quadro de Oficiais de Saúde deverá obedecer ao disposto no art. 92
desta Lei.”
O parágrafo acima se encontra revogado tacitamente, embora devesse ter sido revogado expressamente, vez
que o art. 92 do EMECE, o qual tratava da nomeação do concludente do curso ao posto de 1º Tenente, foi
revogado pela Lei nº 15.797/2015.
A matéria passou a ser regida pelo art. 34 deste EMECE e pelo Decreto nº 31.804/2015, in verbis:
Art.34. Concluído o Curso de Formação de Oficiais, ou Curso de Formação Profissional, para o QOPM,
QOBM, QOSPM, QOCBM e QOCplPM, e o Curso de Habilitação de Oficiais, para o QOAPM e QOABM, e
obtida aprovação, serão os concludentes nomeados ou obterão acesso, por ordem de classificação no respec-
tivo curso, ao posto de Segundo-Tenente, através de ato governamental. (Redação dada pelo art. 26 da Lei nº
15.797, de 25.05.2015)

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Decreto nº 31.804/2015 - Art. 9º. Parágrafo único. As nomeações ao posto de Segundo-Tenente QOPM, QOB-
M,QOSPM,QOCBM, QOCplPM, ocorrerão por antiguidade, observando-se o mérito intelectual aferido no
concurso. No caso de nomeação ao cargo de Oficiais do QOAPM e QOABM, o mérito intelectual afere-se no
Curso de Habilitação de Oficiais.

4 MOMENTO HISTÓRICO: O SERVIÇO DE SAÚDE E VETERINÁRIA NA PMCE DESDE 1864

O Corpo de Polícia já em 1864 possuía seu médico que tinha por missão visitar diariamente os doentes bai-
xados ao hospital, sendo ainda obrigado a comparecer ao Quartel duas vezes ao dia e quando fosse chamado
pelo Comandante. Nessa época, as praças enfermas, enquanto o quartel não pudesse oferecer uma enfermaria
privativa do Corpo, eram tratadas em enfermaria privativa e separada das outras no Hospital de Caridade.
A Força foi reorganizada pela Lei nº 1.926, de 05 de novembro de 1921, recebendo a denominação de Força
Pública Militar do Ceará, dentre essa reorganização tinham os serviços auxiliares que compreendiam o Serviço
de Saúde e Veterinária.
O Hospital da Polícia Militar foi criado pelo Dr. Francisco Menezes Pimentel, Interventor do Estado, através
do Decreto-Lei nº 527, de 01 de abril de 1939, tendo como denominação: Hospital Central da Polícia Militar
do Ceará sendo seu primeiro Diretor Geral o Cap PM Méd José Furtado Filho, Clínico Geral. Em sua gestão
foi construída a Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e a Sala de Cirurgias.
Por força do Decreto nº 30.554, de 30.05.2011 (DOE nº 104, de 01.06.2011) o Hospital da Polícia Militar
passou a denominar-se “Hospital Geral da Polícia Militar José Martiniano de Alencar” e passou a fazer parte
da estrutura organizacional da Secretaria da Saúde do Estado (SESA). Posteriormente, passou a denominar-se
Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA).
Atualmente, o QOS encontra-se num estágio de inanição ante a ausência de concurso público. Os Oficiais QOS
estão passando a inatividade e seus cargos não estão sendo ocupados. A tendência é a extinção.

Figura 14 – Fachada do Hospital da PM em 2006

*** *** ***

OBJETIVO DO CONCURSO DE ADMISSÃO AO QUADRO DE OFICIAIS DE SAÚDE

Art.13. O concurso de admissão tem como objetivo selecionar os candidatos que demonstrem
possuir capacidade intelectual, conhecimentos fundamentais, vigor físico e condições de saú-
de que lhes possibilitem desenvolver plenamente as condições do cargo pleiteado, bem como
acompanhar os estudos por ocasião do Curso de Formação de Oficiais.

COMENTÁRIO

O artigo reforça o fato de o candidato a ingresso numa corporação militar necessitar de condições físicas, psí-
quicas e morais, independente da carreira ou do Quadro que queira ocupar.

REQUISITOS COMPLEMENTARES PARA INGRESSO NO QUADRO DE OFICIAIS DE SAÚDE

Art.14. Os candidatos devem satisfazer as seguintes condições, além das previstas no art.10 des-
ta Lei:
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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I - ser diplomado por faculdade reconhecida pelo Ministério da Educação na área de saúde es-
pecífica, conforme dispuser o Edital do concurso;
II - não ter completado 30 (trinta) anos de idade até a data de inscrição no concurso; (REVOGA-
DO pelo art. 7º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008)

REQUISITOS COMPLEMENTARES PARA MÉDICOS

III - para os médicos, ter concluído o curso de especialização, residência ou pós-graduação até a
data de inscrição do concurso, conforme dispuser o Edital do concurso;

REQUISITOS COMPLEMENTARES PARA FARMACÊUTICOS

IV - para os farmacêuticos, ter concluído o curso de Farmácia, com o apostilamento do diploma


em Farmácia-Bioquímica ou Farmácia-Industrial até a data de inscrição do concurso, conforme
dispuser o Edital do concurso;

REQUISITOS COMPLEMENTARES PARA DENTISTAS

V - para os dentistas, ter concluído o curso de especialização ou residência até a data de inscri-
ção no concurso, conforme dispuser o Edital do concurso.

COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O objeto do artigo é a exigência dos diversos cursos superiores exigidos para o concurso público para ingresso
no QOS, sem prejuízo de outros requisitos exigidos no art. 10.

Quadro 11 - Resumo dos cursos necessários ao QOS

ESPECIFICIDADE CURSO NA ÁREA DE SAUDE ESPECÍFICA


Médicos Especialização, residência ou pós-graduação
Farmácia, com o apostilamento do diploma em Farmácia-Bioquímica ou
Farmacêuticos
Farmácia-Industrial
Dentistas Especialização ou residência
Fonte: o autor (2017)

2 O AUMENTO DA IDADE PARA O QOS

A idade máxima para ingresso no QOS passou a ser a inferior a 35 (trinta e cinco) anos, face à nova redação da
alínea b), inciso II, art. 10 deste EMECE, com redação dada pela Lei nº 16.010/2016.
O limite etário acima tem como marco o curso de formação e não mais a data da inscrição no concurso como
se revisita abaixo:
EMECE – Art. 10, II – ter, na data de inscrição no curso de formação para o qual convocado, idade igual ou
superior a 18 (dezoito) anos e, na data de inscrição no concurso: (Inciso com redação dada pela Lei nº 16.010,
05 de maio de 2016.) [...]
b) idade inferior a 35 (trinta e cinco) anos, para a carreira de Oficial do Quadro de Oficiais de Saúde da Polícia
Militar - QOSPM, Quadro Complementar Bombeiro Militar - QOCPM/BM e Quadro de Oficiais Capelães -
QOCplPM/BM. (Alínea com redação dada pela Lei nº 16.010, 05 de maio de 2016.)

*** *** ***

SEQUÊNCIA DO CONCURSO AO QUADRO DE SAÚDE

Art.15. O concurso público para os cargos de Oficiais do Quadro de Saúde, dar-se-á na seguinte
sequência:
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
108
I - Exame Intelectual, que constará de provas escritas geral e específica;
II - Inspeção de Saúde, realizada por uma Junta de Inspeção de Saúde Especial, com a convoca-
ção respectiva acontecendo de acordo com a aprovação e classificação no Exame Intelectual,
dentro do limite de vagas oferecidas.

DURAÇÃO DO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS PARA QOS

§1º Os candidatos aprovados no concurso, dentro do limite de vagas estipuladas, participarão


de Curso de Formação de Oficiais, num período de 6 (seis) meses, durante o qual serão equipa-
rados a Cadete do 3º ano do Curso de Formação de Oficiais, fazendo jus à remuneração corres-
pondente.

NOMEAÇÃO AO POSTO DE SEGUNDO TENENTE DO QOS

§2º Após o Curso de Formação de Oficiais, se considerado aprovado, o candidato será nomeado
Primeiro-Tenente do Quadro de Oficiais de Saúde, por ato do Governador do Estado.
§2º Após o Curso de Formação de Oficiais, ou Curso de Formação Profissional, se considerado
aprovado, o candidato será nomeado 2º Tenente, por ato do Governador do Estado.(Redação dada
pelo art. 26 da Lei nº 15.797/2015)

FORMA DE PREENCHIMENTO DAS VAGAS DO QOS

§3º As vagas fixadas para cada Quadro serão preenchidas de acordo com a ordem de classifica-
ção final no Curso de Habilitação.(Redação anterior - Lei 13.729/06).
§3º As vagas fixadas para cada Quadro serão preenchidas de acordo com a ordem de classifica-
ção final no Curso de Formação.(NR). (Redação dada pelo art.5º da Lei 13.768, de 4.05.2006).

COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O art. 15 apresenta a sequência do concurso para o QOS (fugindo a regra do art. 10), o curso a que o candi-
dato será submetido, o grau hierárquico do aluno e sua remuneração, e o grau hierárquico a ser ocupado após
aprovação no curso.

2 RITO DO CONCURSO PARA O QOS

O rito do concurso (sequência) para o QOS é diferente do rito estabelecido no art. 10 para Oficiais combatentes
e Praças. Fazendo-se uma análise sistemática, podemos afirmar que o concurso terá as seguintes etapas:

Quadro 12 - Resumo das etapas do concurso para o QOS

ETAPA EXAMES CARÁTER


Intelectuais:
1) Classificatório e eliminatório
1ª 1) Provas
2) Classificatório
2) Títulos
2ª Inspeção de saúde Eliminatório
3ª Curso de Formação Profissional Classificatório e eliminatório

2.1 O exame intelectual


O candidato ao concurso do QOS além de demonstrar conhecimentos gerais deverá demonstrar os conheci-
mentos específicos, implicando dizer que sua prova consta de duas partes: geral e específica, conforme o Edital
do concurso.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
109
2.2 A inspeção de saúde
O artigo 10, ao tratar da inspeção de saúde, esclarece a necessidade dos seguintes exames: médico-odontológi-
co, biométrico e toxicológico. Contudo, o legislador ficou silente quanto ao QOS, apenas informando que será
realizado por uma Junta de Inspeção de Saúde Especial.
Também não se tem referência à avaliação psicológica, de capacidade física e a investigação social para o
QOS.
Vale ressaltar que, apesar do art. 13 tratar da necessidade do vigor físico para ingresso no QOS, a sequência
do concurso prevista no art. 15 não fez previsão do exame físico, pois fala tão somente da inspeção de saúde.
Poderíamos inferir que o candidato deveria ser submetido a exame físico, por força do art. 10 que todo can-
didato a ingresso numa Corporação Militar Estadual deve submeter-se. Por outro lado, o art. 15 é enfático ao
trazer o rito diferenciado para o concurso do QOS. Assim, entendemos que o vigor físico exigido para o QOS
é feito no exame de inspeção de saúde, até porque suas atividades não exigirão o mesmo vigor que os Praças
ou Oficiais combatentes.

3 A NECESSÁRIA ATUALIZAÇÃO DO §1º, ART. 15

Atualmente a Academia Estadual de Segurança Pública (AESP) realiza Curso de Formação Profissional, ine-
xistindo a figura de Cadete. Ademais, esse curso está tendo a duração de 18 meses e não mais de três anos.
Porém, o estatuto ainda traz a previsão do Curso de Formação de Oficiais em três anos.
Assim, o legislador trata de duas possibilidades de curso: Curso de Formação de Oficiais ou do Curso de For-
mação Profissional.
Entendemos, que, numa forma ou noutra, o candidato participará do Curso de Formação Profissional por pe-
ríodo de seis meses, sem equiparação a Cadete. Caso faça CFO também terá duração de seis meses, contudo
receberá o equivalente ao aluno do 3º Ano.
O fato é que precisa ser definido se ainda haverá ou não Cadete, até porque, é figura inexistente na nova estru-
tura hierárquica institucional.
*** *** ***

ROL EXEMPLIFICATIVO DE SITUAÇÕES QUE INCIDEM EM DEMISSÃO DO OFICIAL QOS

Art.16. O Oficial do Quadro de Saúde, quando afastado ou impedido definitivamente ou licencia-


do do exercício da medicina, da farmácia ou da odontologia, por ato do Conselho competente,
será demitido da Corporação, por incompatibilidade para com a função de seu cargo, sendo-lhe
assegurado o contraditório e a ampla defesa.

A DEMISSÃO FUNCIONAL NO QOS

O artigo vincula o pertencimento do militar à Corporação à sua habilidade como médico, farmacêutico ou den-
tista. Perdendo as habilidades para exercício da medicina, sua presença torna-se dispensável na CME.
Nessa visão, ao perder sua funcionalidade institucional, outra alternativa não há senão a de submetê-lo a
Conselho de Justificação, vez que, nos termos do §2º, art. 11 deste EMECE é proibida a mudança de Quadro,
salvante concurso público.
O rol é exemplificativo, pois há a demissão de Oficial por motivo disciplinar e é regulada no Código Discipli-
nar PM/BM. Podemos até afirmar que há três tipos de demissão:
a) demissão por concurso público (art. 199 deste EMECE)
b) demissão funcional (art.16 e art.18 deste EMECE)
c) demissão disciplinar (lei nº 13.407/2003)
O artigo, a nosso ver, precisa de uma revisão, afinal para que dar ampla defesa ao contraditório se a lei deter-
mina taxativamente a demissão do militar? A apuração ocorre porque se tem a possibilidade de defesa e, quiçá,
absolvição. No caso acima o militar já foi condenado antes da apuração, a qual se dará por mero cumprimento
da lei. Ademais, já temos situações em que o TJCE não acatou a decisão de demissão de Oficial capelão e ele
continuou a laborar na instituição em atividades outras da Capelania.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
110
CAPÍTULO III
DO QUADRO DE OFICIAIS CAPELÃES DA POLÍCIA MILITAR

SELEÇÃO PARA INGRESSO NO QUADRO DE OFICIAIS CAPELÃES (QOCPL)

Art.17. A seleção, para posterior ingresso no Quadro de Oficiais Capelães, do Serviço Religioso
Militar do Estado, destinado a prestar apoio espiritual aos militares estaduais, dentro das respec-
tivas religiões que professam, ocorre por meio de concurso público de provas ou de provas e tí-
tulos, de caráter eliminatório e classificatório, que visa à seleção e à classificação dos candidatos
de acordo com o número de vagas previamente fixado, devendo atender às seguintes condições,
além das previstas no art.10 desta Lei:
I - ser sacerdote, ministro religioso ou pastor, pertencente a qualquer religião que não atente
contra a hierarquia, a disciplina, a moral e as leis em vigor;
II - não ter completado 30 (trinta) anos de idade, até a data de inscrição no concurso; (REVOGA-
DO pelo art. 7º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008)
III - possuir o curso de formação teológica regular, de nível universitário, reconhecido pela auto-
ridade eclesiástica de sua religião;
IV - ter sido ordenado ou consagrado sacerdote, ministro religioso ou pastor;
V - possuir pelo menos 2 (dois) anos de atividade pastoral como sacerdote, ministro religioso
ou pastor, comprovada por documento expedido pela autoridade eclesiástica da respectiva re-
ligião;
VI - ter sua conduta abonada pela autoridade eclesiástica de sua religião;
VII - ter o consentimento expresso da autoridade eclesiástica competente da respectiva religião;
VIII - ser aprovado e classificado em prova escrita geral de Português e específica de Teologia.

DURAÇÃO DO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS PARA CAPELÃES

§1º Os candidatos aprovados no concurso, dentro do limite de vagas estipuladas, participarão


do Curso de Formação de Oficiais, num período de 6 (seis) meses, durante o qual serão equipa-
rados a Cadete do 3º ano do Curso de Formação de Oficiais, fazendo jus à remuneração corres-
pondente;

NOMEAÇÃO AO POSTO DE SEGUNDO TENENTE CAPELÃO

§2º Após o Curso de Formação de Oficiais, se considerado aprovado, o candidato será nomeado
Primeiro-Tenente do Quadro de Oficiais Capelães, por ato do Governador do Estado. (Redação
anterior - Lei 13.729/06).

§2º Após o Curso de Formação de Oficiais, ou Curso de Formação Profissional, se considerado


aprovado, o candidato será nomeado 2º Tenente, por ato do Governador do Estado. (Redação dada
pelo art. 26 da Lei nº 15.797/2015)

POSTO EM QUE SE INGRESSA NO QUADRO DE OFICIAIS CAPELÃES

§3º O ingresso no Quadro de Oficiais Capelães, deverá obedecer ao disposto no art.119 desta
Lei. (Redação anterior - Lei 13.729/06).
§3º O ingresso no Quadro de Oficiais Capelães obedecerá ao disposto no art. 92 desta Lei. (NR)
(Redação dada pelo art. 6º da Lei 13.768, de 4.05.2006).
NOTA: O parágrafo acima é revogado tacitamente, vez que não existe mais neste EMECE o art. 92. A matéria passou a ser regida pelo art. 34 deste EMECE. O §2º
desse artigo trata do mesmo assunto, ou seja, o posto de 2º Tenente a que é nomeado o concludente do curso de oficiais para o QOCpl.

SERVIÇO RELIGIOSO MILITAR

§4º O Serviço Religioso Militar do Estado será proporcionado pela Corporação a cargo de Ofi-
cial Capelão será por sacerdote, ministro religioso ou pastor, de qualquer religião, desde que
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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haja, pelo menos, um terço de militares estaduais que professem o credo e cuja prática não aten-
te contra a Constituição e Leis do País, e será exercido na forma estabelecida por esta Lei.
§4º O Serviço Religioso Militar do Estado será proporcionado pela Corporação, ministrado por
Oficial Capelão, na condição de sacerdote, ministro religioso ou pastor de qualquer religião,
desde que haja, pelo menos, um terço de militares estaduais da ativa que professem o credo e
cuja prática não atente contra a Constituição e as leis do País, e será exercido na forma estabele-
cida por esta Lei.” (NR). (Redação dada pelo art. 6º da Lei 13.768, de 4.05.2006).

COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O artigo 17 objetiva apresentar o Quadro de Oficiais Capelães da Polícia Militar do Ceará e como se dá o in-
gresso nesse Quadro.

2 A DESARMONIA ENTRE OS §§1º, 2º E 3º, DO ART. 17

Quando comparamos o §1º com o §2º vemos a discrepância normativa, pois enquanto o §1º trata da condição
do candidato que é equiparado a Cadete do 3º Ano do Curso de Formação de Oficiais; o §2º o apresenta como
candidato. É necessário que haja atualização dos parágrafos acima.
Entendemos que o §2º é o que deve prevalecer por três motivos: primeiro, porque é a redação mais atual tra-
zida pela Lei nº 15.797/2015; segundo, porque mais consentânea com a forma de ingresso prevista no art. 10;
terceiro, porque a nomeação do candidato concludente é para o posto de 2º Tenente, como previsto nas demais
normas vigentes.
Por fim, vemos o §3º como mais um esquecimento do legislador ao atualizar o §2º e não fazer referência a re-
vogação que deveria ocorrer nos §§1º e 3º. É bom frisar que o art. 92 do EMECE, o qual tratava da nomeação
do concludente do curso ao posto de 1º Tenente, foi revogado pela Lei nº 15.797/2015. O art. 34 deste EMECE
esclarece que a nomeação do concludente é para o posto de 2º Tenente.

3 A CAPELANIA NA PMCE DESDE 1864

Encontra-se registro da existência de Capelão na PMCE no ano de 1864, o qual tinha como uma de suas mis-
sões a visita aos doentes do hospital de caridade para prestar socorro espiritual, além de comparecer às forma-
turas gerais do Corpo, às missas nos domingos e dias santos, como também confessar as Praças que estivessem
na Capital no tempo da quaresma.
A Capela de Santo Expedito (padroeiro da PMCE cuja imagem veio de Recife/PE) se encontra localizada no
prédio do 5º BPM e a primeira missa ali celebrada data de 1º de maio de 1940, pelo Monsenhor Otávio de
Castro (foto abaixo).

Figura 15 - Foto da primeira missa celebrada na Capela de Santo Expedito – 1940

O Serviço de Assistência Religiosa da PM foi introduzido por meio do Decreto Lei nº 1.679 de 27 de abril
de 1946. Os vencimentos dos capelães equivalia ao recebido por um 1º Tenente da Força Policial, contudo,
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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apesar de usarem uniformes, não usavam insígnias do posto. O Decreto-Lei nº 1.909, de 17 de dezembro de
1946, modifica o decreto de criação do SAR e os capelães eram nomeados Capitão-Capelão, com proventos
do mesmo posto.

Figura 16 – Capitão Cpl Pe. Arquimedes Bruno, primeiro capelão da PM

Fonte: Revista Sentilena, nº 43, 2010. Foto de abril de 1947

O Cap Archimedes Bruno Gambetá (Pe. Arquimedes Bruno) foi o primeiro capelão militar de nossa Corpo-
ração. Nascido em 15 de outubro de 1911, fundou, com o médico Hélio Goes a Sociedade de Assistência aos
Cegos, no ano de 1942. O Pe. Arquimedes Bruno foi preso no 23º Batalhão de Caçadores, logo após a eclosão
da Revolução de 1964. Fugiu e exilou-se na França onde deixou o celibato e casou-se. Faleceu aos 90 anos de
idade.

4 O OFICIAL CAPELÃO E A TOLERÂNCIA RELIGIOSA

O §4º, art. 17 deixa bem claro que Capelão não é o padre, como arraigado em nossas mentes. O Capelão é o
designativo do responsável pelo Serviço Religioso Militar do Estado e pode ser:
a) sacerdote
b) ministro religioso
c) pastor
O EMECE prega a tolerância religiosa, ao oportunizar a seus integrantes o direito à escolha de sua religião,
bem como a possibilidade de ser tratado por ministro religioso, sacerdote ou pastor, conforme sua crença.
Um ministro é alguém autorizado pela igreja ou organização religiosa a realizar funções clericais, realizar
casamentos, batismos, funerais dentre outras atividades. Exemplo: abade, ancião, apóstolo, frei, padre dentre
outros relacionados na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).
Assim, nos termos da lei, podemos ter mais de um Capelão com crenças distintas, ex: podemos ter um padre,
um pastor e um ministro religioso, desde que a terça parte da tropa professe essa crença e a religião não atente
contra a hierarquia, a disciplina, a moral e as leis em vigor.

5 A LEI DO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

Trata-se da Lei nº 10.237, de 18 de dezembro de 1978. (DOE n° 12.499, de 27 de dezembro de 1978), que
ainda continua vigente conforme determina o parágrafo único do art. 227 deste EMECE, salvante a revogação
expressa dos artigos 9 a 12. Abaixo a lei:
Lei nº 10.237, de 18 de dezembro de 1978
Dispõe sobre o Serviço de Assistência Religiosa da Polícia Militar do Ceará e da outra providência.
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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O Governador do Estado do Ceará. Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono e promul-
go a seguinte:
Capítulo I
Da Finalidade e Organização do Serviço
Art. 1º - O Serviço de Assistência Religiosa – SAR, da Polícia Militar do Ceará – PMCE, previsto na Lei n.
9.560, de 14 dedezembro de 1971, passa a ser regido na forma estabelecida por esta lei.
Art. 2º - O SAR compreende, além de assistência espiritual, os encargos relacionados com o ensino religioso
e a instrução moral e cívica. Atenderá aos policiais-militares, a seus familiares e aos civis que trabalham nos
quartéis.
Art. 3º - O SAR será prestado nas Organizações Policiais-Militares – OPM e Destacamentos da PMCE, em
que pela localização ou situação especial seja recomendado a sua assistência, a critério do Comando-Geral.
Art. 4º - O SAR, a cargo de sacerdotes e/ou ministros religiosos denominados capelães, de qualquer confissão,-
desde que haja, pelo menos, um terço de policiais-militares do credo que professem e cuja prática não atente
contra a Constituição e Leis do País, será exercido na forma estabelecida por esta lei.
Art. 5º - O ingresso no Quadro de Capelães Policiais-Militares da Polícia Militar do Ceará se fará no posto de
1º Tenente PM e seu efetivo será fixado em Lei de Efetivo da Corporação,ouvido o Estado-Maior do Exército.
Parágrafo único – Quando no referido Quadro não houver o posto de Tenente-Coronel PM o Capelão PM,
Chefe do SAR, poderá ser comissionado naquele posto.
Art. 6º - O número de Capelães Civis contratados será proposto, anualmente, pelo Comando-Geral ao Gover-
nador do Estado, de acordo com a necessidade do serviço.
Art. 7º - A organização do SAR constará dos Quadros de Organização de Corporação.
Capítulo II
Dos Capelães Policiais-Militares
Art. 8º - Os Capelães Policiais-Militares serão oficiais da ativa, regidos pelas leis e regulamentos Policiais-Mi-
litares.
Art. 9º - Os Capelães Policiais-Militares prestarão o serviço de assistência religiosa na PMCE, da seguinte
forma:(artigo e incisos revogados pelo p.u. do at. 227 da Lei nº 13.729/2006)
a – um estágio de adaptação de 2 (dois) meses de duração, efetuado nas condições fixadas pelo Comando-Geral
da PMCE; e
b – após concluído o estágio serão designados para prestar serviços nas diversas Organizações Policiais-Mili-
tares – OPM.
Art. 10 - Os Capelães Policiais-Militares serão recrutados entre sacerdotes e ministros religiosos que satisfa-
çam as seguintes condições: (artigo e alíneas revogadas pelo p.u. do at. 227 da Lei nº 13.729/2006)
a - brasileiros natos;
b - voluntários;
c - idade entre 30 (trinta) e 35 (trinta e cinco) anos;
d - comprovem, pelo menos 3 (três) anos de atividade religiosa;
e - assentimento expresso das autoridades dos respectivos credos a que estejam subordinados;
f - pronunciamento favorável do Chefe do SAR;
g - sejam julgados aptos em inspeção de saúde pela junta Médica do Hospital da Polícia Militar.
Art. 11 - Os candidatos que satisfizerem as condições do art.10 desta lei e hajam evidenciado bom conceito no
estágio de adaptação serão nomeados 1º Tenente PM e incluídos no Quadro de Oficiais Capelães da PMCE,
sendo que suas promoções ao posto de Capitão somente se farão após um interstício de 3 (três) anos, obede-
cendo às vagas existentes. (artigo e parágrafos revogados pelo p.u. do at. 227 da Lei nº 13.729/2006)
§ 1º - Durante o estágio da adaptação, o estagiário fará jús a uma côngrua correspondente ao soldo de 2º Te-
nente PM.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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§ 2º - Quando terminarem o estágio, serão nomeados Oficiais no posto de 1º Tenente PM e farão jús a um au-
xílio para aquisição de uniformes, de acordo com o que prescreve a Lei n. 9.660, de 06 de dezembro de 1972
(Lei de remuneração dos policiais-militares).
Art. 12 – Em qualquer tempo, os Oficiais Capelães poderão deixar a Corporação nos seguintes casos:
a - a pedido, mediante requerimento do interessado;(artigo e alíneas revogados pelo p.u. do at. 227 da Lei nº
13.729/2006)
b - no interesse do serviço;
c - por incapacidade física, comprovada em inspeção de saúde; e,
d - por privação do exercício da atividade religiosa, pela autoridade religiosa do credo a que pertencer.
Art. 13 - Os Capelães Policiais-Militares serão transferidos ex-offício para a reserva remunerada ao atingirem
60 (sessenta) anos de idade ou, a pedido, desde que contém, no mínimo, 25(vinte e cinco) anos de efetivo
serviço na PMCE.
Parágrafo único – Mesmo ao atingir a idade limite, conforme sua condição física e de saúde, poderá ainda ser
reconduzido, a critério do Governo do Estado, por proposta do Comando-Geral, desde que não tenha comple-
tado, ainda, 30 (trinta) anos de serviço.
Art. 14 – Os capelães usarão o uniforme de acordo com o posto e o distintivo de seu Quadro.
Capítulo III
Dos Capelães Contratados
Art. 15 - O Comandante-Geral poderá contratar sacerdotes ou ministros religiosos conforme o previsto no art.
4º desta lei para exercerem funções de Capelão Civil da PMCE, respeitado o interesse e a conveniência dos
respectivos credos.
§ 1º - Os contratos serão individuais e celebrados entre a Corporação interessada e o candidato a capelão que
tiver satisfeito todas as condições constantes do art. 16 desta lei.
§ 2º - Os contratos de que trata o parágrafo anterior terão a duração de 3 (três) anos, podendo ser renovado
por, no máximo, mais 2 (dois) períodos de 3 (três) anos cada um, não devendo o contratado, ao término do 3º
(terceiro) período, ter ultrapassado a idade de 60 (sessenta) anos.
Art. 16 – Constituem requisitos para a contratação de capelães civis a condição de:
a – ser brasileiro nato;
b – ter idade mínima de 30 (trinta) anos;
c – apresentar consentimento expresso da autoridade de respectivo credo; e,
d – ser julgado apto em inspeção de saúde.
Art. 17 – Os contratados terão explícitas, entre outras, as seguintes cláusulas:
a – dedicar-se preferencialmente ao SAR da PMCE;
b – pagamento variável proporcionalmente às horas de serviço e, no máximo, igual ao soldo de capitão PM;
c – acesso aos meios de assistência médica e social da PMCE;
d – indenização, alimentação e pousada, no valor das que compete aos capitães PM, por ocasião, de viagem a
serviço.
§ 1º - A rescisão de contrato ocorrerá:
a – no interesse do serviço;
b – por incapacidade física, comprovada em inspeção médica;
c – por privação do exercício da atividade religiosa, pela autoridade do credo a que pertencer o candidato.
§ 2º - Aplica-se aos capelães civis o previsto na Consolidação das Leis do Trabalho e na legislação vigente
peculiar àquele regime de emprego.
Art. 18 – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Palácio do Governo do Estado do Ceará, em Fortaleza, aos 18 de dezembro de 1978. WALDEMAR ALCÂN-
TARA - Edílson Moreira da Rocha

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6 CAPELAS NA PMCE

Na PMCE temos duas capelas oficializadas:


a) Capela de Santo Expedito localizada no 5º BPM
b) Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro localizada no Hospital Geral da PMCE

7 D. ANTONIO DE ALMEIDA LUSTOSA E A PÁSCOA DOS MILITARES

A páscoa dos militares no ano de 1927 foi celebrada por D. Antonio Almeida Lustosa. O evento ocorreu na
Igreja Cristo Rei, no dia 15.05.1927 (sábado) às 7h e contou com a presença dos oficiais e praças da ativa e da
reserva da PM pertencentes aos seguintes quartéis: Quartel General, Grupamento Escola, Corpo de Bombeiros
Sapadores, Hospital da Polícia Militar e professores e funcionários civis do QG, GE e do HPM.

Figura 17 – Foto do Boletim Interno do 1º BI do Regimento Policial

Fonte: Arquivos do autor (2017)

8 FUNÇÕES DE UM OFICIAL CAPELÃO

Encontramos no Regulamento Interno e dos Serviços Gerais do Exército - RISG o seguinte dispositivo acerca
das funções do Capelão:
Art. 67. O capelão militar é o assessor do Cmt U nos assuntos da assistência religiosa e de ordem ético-moral.
Art. 68. Ao capelão militar incumbe:
I - exercer as atividades de assistência religiosa e espiritual dos militares, funcionários civis e dependentes e
cooperar na educação moral dos militares das unidades que lhe forem designadas;
II - dar particular assistência a doentes e presos;
III - manter seus chefes militares e os do SAREx a par de suas atividades, de acordo com a orientação que
deles receber; e
IV - auxiliar em campanhas:
a) contra o uso de substâncias que causem dependência química; e
b) preventivas das doenças sexualmente transmissíveis.

9 MOMENTO HISTÓRICO: EXCLUSÃO POR PRÁTICA DE FEITIÇARIA

Vejamos a transcrição do Boletim do ano de 1927 alusiva à exclusão de um militar cujo nome omitimos, por
“prática de feitiçarias”:
Regimento Policial do Ceará
Commando do 1º Btl, em Fortaleza, 15 de julho de 1927
[...]
Boletim nº 151
[...]
Exclusão

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Em o Bol.Reg.n.149 de hoje, foi excluído por conveniencia da disciplina, visto se ter entregue á pratica de
feitiçarias, o corneteiro do P.C. add. no P.M.P. [......]
Miguel Archanjo de Mello – Capm.Cmt.int.
*** *** ***

CAUSAS DE DEMISSÃO DO OFICIAL CAPELÃO

Art.18. O Oficial do Quadro de Capelães, quando afastado ou impedido definitivamente ou li-


cenciado do exercício do ministério eclesiástico, por ato da autoridade eclesiástica competente
de sua religião, será demitido da Corporação, por incompatibilidade para com a função de seu
cargo, sendo-lhe assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Comentário
O artigo vincula o pertencimento do militar à Corporação à sua habilidade como sacerdote, ministro religio-
so,ou pastor.
Nessa visão, ao perder sua funcionalidade institucional, outra alternativa não há senão a de submetê-lo a
Conselho de Justificação, vez que, nos termos do §2º, art. 11 deste EMECE é proibida a mudança de Quadro,
salvante concurso público.
O artigo, a nosso ver, precisa de uma revisão, afinal para que dar ampla defesa ao contraditório, se a lei deter-
mina taxativamente a demissão do militar?
Apesar da norma acima, temos na Polícia Militar do Ceará tivemos casos de Capelães que foram afastados ou
impedidos do exercício do ministério eclesiástico, porém não foram demitidos da Corporação. Apenas, ficaram
afastados do exercício das funções religiosas. Todos foram submetidos a processo regular, mas o Tribunal de
Justiça opinou pela permanência deles na PMCE.
*** *** ***

CAPÍTULO IV –DOS QUADROS DE OFICIAIS DE ADMINISTRAÇÃOE DE OFICIAIS ESPECIALIS-


TAS

CAPÍTULO IV
DO QUADRO DE OFICIAIS DE ADMINISTRAÇÃO

Capítulo com nomenclatura trazida pelo Art.4º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011

Seção i
Generalidades

CONSTITUIÇÃO DO QUADRO DE OFICIAIS DE ADMINISTRAÇÃO (QOA)

Art. 19. Os Quadros de Oficiais de Administração – QOA, da Polícia Militar e do Corpo de Bom-
beiros Militar e o Quadro de Oficiais Especialistas – QOE, da Polícia Militar serão constituídos
de Primeiros-Tenentes e de Capitães, conforme as vagas existentes nos respectivos cargos e a
legislação específica da respectiva Corporação.(Redação anterior - Lei 13.729/06).
Art.19. O Quadro de Oficiais de Administração – QOA, da Polícia Militar e do Corpo de Bombei-
ros Militar serão constituídos de Primeiros-Tenentes e de Capitães, conforme as vagas existentes
nos respectivos cargos e a legislação específica da respectiva Corporação. (NR). (Redação dada pelo
Art.4º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011)

Art.19. Os Quadros de Oficiais de Administração – QOA, da Polícia Militar e do Corpo de Bom-


beiros Militar serão constituídos de Segundos-Tenentes, Primeiros-Tenentes, Capitães e Majo-
res.(Redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797/2015)

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COMENTÁRIO

1 O QUADRO DE OFICIAIS DE ADMINISTRAÇÃO

O Decreto nº 62, de 01 de abril de 1940 dispôs de dois cursos para a Escola de Formação de Oficiais, ambos
com duração de 03 (três) anos:
a) De Oficiais Combatentes, e
b) Oficiais de Administração
O QOA foi criado quando da extinção do Quadro de Oficiais de Intendência (ambos pela Lei nº 10.145/1977).
O Oficial intendente galgava a escala hierárquica até o posto de Coronel, e tinham suas funções estabelecidas
nos Regulamentos do Exército.
Posteriormente. A Lei nº 10.236, de 15 de dezembro de 1978, dispôs sobre os Quadros de Oficiais de Admi-
nistração (QOA) e de Oficiais Especialistas (QOE) da PMCE, que logo em seu artigo primeiro esclarece a
composição desses Quadros, in verbis:
Art. 1º - O Quadro de Oficiais de Administração - QOA e o Quadro de Oficiais Especialistas – QOE - serão
constituídos de 2º Tenente PM, 1º Tenente PM e Capitão PM.
§ 1º - O acesso ao primeiro posto no QOA far-se-á entre os Subtenentes PM/BM e 1.o Sargentos PM/BM
Combatentes e no QOE entre os Subtenentes PM/BM e 1.o Sargentos PM/BM Especialistas, observadas as
normas estabelecidas em lei.
Art. 2º - Os integrantes do QOA e do QOE, respectivamente, exercerão funções de caráter burocrático e espe-
cializado em todos os Órgãos de Corporação , e que, por sua natureza, não sejam privativas de outros quadros
e não possam ou não devam ser desempenhadas por civis habilitados.

2 O DISTINTIVO DO QOA

O distintivo do QOA é composto por duas palmas, em metal dourado, cruzadas no talo, voltadas para cima,
formando um ângulo de 90º, tendo ao centro, formando dois ângulos de 45º, um sabre do mesmo material,
com a copa em forma de malta. Esse distintivo foi criado por meio da Portaria nº 020/1978-GC, no comando
do Cel PM José Antonio Bayma Kerth.

Figura 18 - Distintivo do QOA

3 A EXTINÇÃO DOS OFICIAIS E DAS PRAÇAS ESPECIALISTAS

3.1 Oficias e Praças especialistas na Lei nº 226/1948


Uma das questões polêmicas em matéria de promoção é a questão das praças especialistas, pois alguns milita-
res estaduais têm procurado o Judiciário alegando que são especialistas e por isso almejam promoção com tal.
Assim sendo, é necessário desmistificar o que eram os Oficiais e os Praças especialistas.
Os Especialistas tinham previsão legal na Lei nº 226, de 11 de junho de 1948 (Estatuto da Polícia Militar do
Ceará), como se vê no art. 169, abaixo citado:
Art. 169 – As vagas dos especialistas e artífices (músicos tambores-corneteiros, clarins rádio-telegrafistas,
motoristas, ferradores, carpinteiros, seleiros-corrieiros, etc.) serão preenchidas mediante concurso, segundo as
instruções baixadas pelo Comando em época devida.
Vê-se, portanto que os especialistas eram um rol de militares com ofícios distintos daqueles exigidos para a
atividade-fim da Corporação, e esse quadro era composto por:
- músicos

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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- tambores-corneteiros
- clarins
- rádio-telegrafistas
- motoristas
- ferradores
- carpinteiros
- seleiros-corrieiros
- etc.
Os oficiais tinham especialidades em Rádio e Música cujo ingresso era regido pela alínea c, inciso I, art. 133
da Lei 226/1948, nos seguintes termos:
Art. 133 – O Recrutamento na Polícia Militar exige:
– Para Oficial:
a) e b) omissis
c) No Quadro de Oficiais Especialistas em Rádio e Música – Concurso entre os sub-tenentes, primeiros e
segundos-sargentos das respectivas especialidades satisfazendo as condições exigidas em lei, desde que se
verifique a vaga nos respectivos quadros.
3.2 Com a Lei nº 14.931/2011 extinguem-se os Oficiais Especialistas
O Quadro de Oficiais Especialistas foi extinto em 2011 e os Oficiais da Banda de Música passaram para o
Quadro de Oficiais de Administração, conforme art. 3º da Lei nº 14.931/2011, verbis: “Art.3º Fica extinto o
Quadro de Oficiais Especialistas – QOE, passando os seus integrantes a compor o Quadro de Oficiais de Ad-
ministração”.
3.3 As praças especialistas conforme a Lei nº 10.145, de 29.11.1977
Com a revogação da Lei nº 226/1948, as Praças passaram a ter Qualificações previstas no art. 53 da Lei nº
10.145, de 29.11.1977, in verbis: “Art. 53 - As praças Policiais-Militares e Bombeiros-Militares serão grupa-
das em Qualificações Policiais-Militares Gerais e Particulares (QPMG e QPMP)”.
Essas Qualificações vieram a ser dispostas por meio do Decreto nº 13.120, de fevereiro de 1979, agrupando-as
em Qualificações Policiais-Militares Gerais - QPMG:
a) QPMG 1 - Praças Policiais-Militares (Praças PM);
QPMP 0 - Combatente - (Cbt);
QPMP 1 - Manutenção de Armamento (Mnt Armt);
QPMP 2 - Operador de Comunicações (Op Com);
QPMP 3 - Manutenção de Motomecanização (Mnt Moto);
QPMP 4 - Músico (Mus);
QPMP 5 - Manutenção de Comunicação (Mnt Com);
QPMP 6 - Auxiliar de Saúde (Aux S);
QPMP 7 - Corneteiro (Corn).
b) QPMG 2 - Praças Bombeiros-Milirares (Praças BM)
Constituída das mesmas QPMP citadas acima e mais:
QPMP 8 - Condutor e Operador de Viaturas
QPMP 10 - Busca e Salvamento.
À exceção das Praças que integravam a QPMP 0 - Combatente, as demais eram denominadas Praças Especia-
listas.
Observa-se então que as especialidades previstas na Lei nº 226/1948 foram extintas e, em seu lugar, surgiam
outras, desta feita em número de sete como demonstrado acima.

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Nessa toada, foram extintas as seguintes qualificações (especialidades): - tambores-corneteiros, clarins, moto-
ristas, ferradores, carpinteiros, seleiros-corrieiros e os “etc”. Em contrapartida, surgiram outras qualificações
como já explicado acima. Em síntese, o Quadro de Praças Especialistas foi totalmente redimensionado a partir
de 1979, por meio do Decreto nº 13.120, de fevereiro de 1979.
3.4 A extinção das Praças especialistas na Lei nº 13.035/2000
Por força do §2º, art. 3º da Lei nº 13.035/2000, as Qualificações Particulares das Praças foram transferidas para
a Qualificação Geral, ou seja, todas as Praças passaram a ser combatentes.
Lei nº 13.035/2000 - art. 3º, §2º - As atuais Praças das especialidades, qualificações particulares e Quadros de
que trata o caput deste artigo, serão transferidas, a partir da publicação desta lei, automática e respectivamente,
para as Qualificações Policial Militar Geral - 1 e Bombeirística Militar de Combatentes, obedecidos os lugares
e ocupando as vagas, conforme a antiguidade, correlacionada com as datas de conclusão dos seus cursos obri-
gatórios, médias obtidas e datas das últimas promoções.
3.5 Quadro único para as praças militares conforme a Lei nº 13.729/2006 (Estatuto dos Militares Estaduais)
Com o advento do novel Estatuto dos Militares Estaduais (Lei nº 13.729/2006), foi ratificado o teor da Lei nº
13.035/2000, ou seja,
nos termos do art. 141 deste EMECE, as praças foram reagrupadas em Quadro único, a saber:
a) Na Polícia Militar do Ceará: Qualificação Policial Militar Geral 1 - QPMG 1
b) No Corpo de Bombeiros Militar: Qualificação Bombeiro Militar de Combatentes - QBMC.
EMECE - Art.141. As Praças serão reagrupadas em Quadro Único, conforme os incisos I e II deste artigo,
obedecidos os lugares e ocupando as vagas, conforme antiguidade, correlacionada com as datas de conclusão
de seus cursos obrigatórios, médias obtidas e datas das últimas promoções, na Corporação Militar respectiva,
assim distribuído:
I - na Polícia Militar do Ceará: Qualificação Policial Militar Geral 1 - QPMG 1, de acordo com o art.3º, §2º, da
Lei nº 13.035, de 30 de junho de 2000;
II - no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará: Qualificação Bombeiro Militar de Combatentes - QBMC
3.6 O Quadro de Paças Policial Militar e o Quadro de Praças Bombeiro Militar
Mais uma mudança legislativa ocorreu em 2015, contudo, foi mantido o Quadro único para praças das Cor-
porações militares estaduais. Isso por força do art. 25 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015, que trouxe a seguinte
nomenclatura:
- Quadro de Praças Policial Militar (QPPM);
- Quadro de Praças Bombeiro Militar (QPBM).
3.7 Síntese da extinção
Como explicado acima, a partir de 2000, as Corporações Militares Estaduais extinguiram de vez as qualifica-
ções das praças, extinguindo qualquer vestígio da figura denominada Praça Especialista.
De 1948 a 2000 é certo que tivemos essa categoria, contudo em quadros específicos. O fato é que alguns mili-
tares que fizeram curso de motorista operacional ou de motociclista operacional passaram a acreditar que eram
do Quadro de Motoristas. Ledo engano. Para ser do Quadro de Motorista, o militar deveria ter ingressado na
Corporação sob a vigência da Lei nº 226/1948, a única que fazia referência a essa especialidade, pois a partir
de 1979, os motoristas deixaram de ser especialidade e passaram à categoria de encargo, ou seja, um militar
escalado para o serviço de motorista, quer de viatura operacional, quer de viatura administrativa.
*** *** ***

DESTINAÇÃO DO QOA

Art.20. Os integrantes dos respectivos Quadros exercerãofunções de caráter administrativo e


especializado, bem como atividadesou serviços de natureza operacional, conforme necessidade
econveniência da respectiva Corporação.(Redação anterior - Lei 13.729/06).
Art.20. O Quadro de Oficiais de Administração destina-se a prestar apoio as atividades da Cor-
poração, mediante o desempenho de funções administrativas e operacionais. (NR) (Redação dada
pelo Art.4º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011)

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COMENTÁRIO

O novo texto enfatiza o caráter de atividade, de apoio e amplia as funções a serem desempenhadas pelos
Oficiais do Quadro de Administração: administrativas e operacionais. Assim, tanto funções administrativas
quanto operacionais podem ser exercidas por oficiais integrantes do QOA.
Convém ressaltar que o legislador criou um limitador de atividades, pois ao destiná-los ao “apoio”, retirou
deles a competência originária, ou seja, transformou o Quadro num apoio aos demais quadros, seja em funções
administrativas, seja em funções operacionais. Esse equívoco parece ter sido corrigido no artigo seguinte, que
esclarece que as atividades privativas do QOA serão definidas por Quadro de Organização.
*** *** ***

FUNÇÕES A SEREM EXERCIDAS PELO QOA

Art.21. Os oficiais do QOA e do QOE exercerão as funções privativas de seus respectivos cargos,
nos termos estabelecidos nas normas dos Quadros de Organização da respectiva Corporação.
(Redação anterior - Lei 13.729/06).

Art.21. Os Oficiais do QOA exercerão as funções privativas de seus respectivos cargos, nos ter-
mos estabelecidos nas normas dos Quadros de Organização da respectiva Corporação, obser-
vando-se o disposto no artigo anterior. (NR)(Redação dada pelo Art.4º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011)

COMENTÁRIO

Esse artigo complementa o anterior, escalecendo que as funções administrativas e operacionais a ser exercidas
pelos oficiais do QOA devem ter previsão no Quadro de Organização e Distribuição (QOD) de cada Corpora-
ção. Apesar do QOD da PMCE não se encontrar adequado ao novo EMECE no tocante ao QOA, o legislador
já deixou registrado que esse QOD, ao ser atualizado, deve contemplar funções administrativas e operacionais
para os oficiais daquele Quadro.
*** *** ***

O QOA E O CMDº E CMDº ADJ DE SUBUNIDADES

Art.22. É vedada a transferência de Oficiais do QOA para o QOE, ou para outros Quadros e vice-
-versa, bem como matrícula no Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais. (Redação anterior - Lei
13.729/06).
Art.22. Fica vedada a designação de Oficial integrante do QOA para as funções de Comando
e Comando Adjunto de Unidades e Subunidades, Chefia e Direção. (NR) (Redação dada pelo
Art.4º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011)
Art.22. Fica autorizada a designação de Oficial integrante do QOA para as funções de Comando
e Comando Adjunto de subunidades.(Redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797/2015)

1 O EXERCÍCIO DO COMANDO E DO COMANDO ADJUNTO PARA OS QOA

O artigo 22 sofreu várias modificações. O texto original proibia mudança de quadros e a matrícula no CAO. A
partir de 2011, o artigo passou a proibir apenas a designação dos Oficiais do QOA para funções de Comando e
Comando Adjunto de Unidades e Subunidades (Batalhões e Companhias), mas ficou silente quanto ao CAO.

2 A PARTICIPAÇÃO DO QOA NO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

A Lei nº 15.797/2015 (Lei Camilo Santana, também, denominada carinhosamente de Lei São Camilo), inova,
pois além de haver criado o posto de Major QOA, também, cria o permissivo do QOA poder cursar o CAO,
afinal a promoção a esse posto depende do citado curso. Traz, inclusive, outra novidade: agora podem ser
designados para as funções de Comando e Comando-Adjunto de Subunidades, ou seja, podem comandar ou
ser subcomandantes de Companhias. Permanece, assim, a vedação ao Comando, ou Comando-Adjunto de
Batalhões.

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3 A CONTROVERSA QUESTÃO DO OFICIAL COMBATENTE X OFICIAL QOA PARA O CARGO

3.1 Posição favorável ao QOA


A Lei nº 15.797/2015 (Lei Camilo Santana) traz um avanço na carreira dos oficiais do QOA, pois agora podem
assumir o Comando ou Comando-Adjunto (subcomandante) de subunidades, que outrora lhes era vedado.
O cerne da questão é saber se podemos nomear Oficial do QOA para exercer Cmdº ou Cmdº Adjunto de Su-
bunidade, existindo Oficial combatente (QOPM) do mesmo posto, na OPM/OBM. Para dirimir a questão, é
necessário observar o art. 43 deste EMECE para compreendermos que os Oficiais, independentemente do
Quadro, são formados para o comando, ou seja independente, de ser QOA ou QOPM todos têm direito ao
comando, pois para isso foram formados, como se depreende do art. 43, in verbis: “EMECE - Art.43. O Ofi-
cial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício do comando, da chefia e da direção das Organizações
Militares Estaduais”.
O assunto deixa de lado a competência (todos os oficiais o são) e envolve provimento de cargo em comissão.
Nesse caso, temos o art. 36 do EMECE, que esclarece que o provimento é ato discricionário, senão vejamos:
“EMECE - Art.36. Os cargos de provimento em comissão, inerentes a comando, direção, chefia e coordenação
de militares estaduais, previstos na Lei de Organização Básica da Corporação Militar, são de livre nomeação
e exoneração pelo Chefe do Poder Executivo, somente podendo ser providos por militares do serviço ativo da
Corporação”.
Resta saber se um Oficial tem prerrogativa ou regalia por pertencer a quadro diferente. A resposta vem no art.
23, in verbis: “EMECE - Art.23. Ressalvadas as restrições expressas nesta Lei, os Oficiais do QOA têm os
mesmos direitos, regalias, prerrogativas, vencimentos e vantagens atribuídas aos Oficiais de igual posto dos
demais Quadros. (NR) (Redação dada pelo Art.4º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011)”
Explorando o art. 23 vê-se que o Oficial do QOA tem as mesmas prerrogativas que outros oficiais e isso im-
plica na assunção de cargos como bem mostra o art. 69: “EMECE - Art.69. As prerrogativas dos militares
estaduais são constituídas pelas honras, dignidades e distinções devidas aos graus hierárquicos e cargos que
lhes estão afetos”.
Nessa linha de raciocínio o Oficial do QOA pode assumir o cargo, mesmo com a existência de Oficial do
QOPM na OPM/OBM, e aquele (QOA) passaria a ter precedência funcional sobre o QOPM, ou seja, passaria
a ter poder de mando.
3.2 Posição pró Combatente
Agora vamos expor outra linha de raciocínio, ou seja, aquela que não permitiria que o Ofcial do QOPM fosse
preterido pelo QOA, em igualdade de posto. Usa-se como sustentátuculo os artigos 36 e 43 acima citados, só
que, com uma ressalva: o art. 36 é limitado pelo art. 20 que deixa bem claro que a destinação legal dos Oficiais
do QOA é para “apoio” às atividades administrativas e operacionais de cada Corporação. Nesse caso, sua no-
meação estaria condicionada à inexistência de Oficial do QOPM para o exercício do cargo. O termo “apoio”
serviria então como barreira legal para nomear Oficial QOA em função de mando na qual se tenha Oficial
QOPM/BM do mesmo posto na OPM/OBM.
Assim, o Oficial Combatente é o detentor nato dos cargos de comando, direção e chefia; o Oficial de Adminis-
tração pode deter esses cargos, mas na excepcionalidade, na ausência de combatentes na OPM.
3.3 A eficiência como fator de desempate
Essa discussão não procura desfazer a autoridade do Oficial QOA, ou dizer que eles não teriam competência
para tal mister. Longe disso. São profissionais com experiência conquistada ao longo de anos de carreira ope-
racional e administrativa, afora os cursos a que foram submetidos. O que está em debate é a destinação de cada
um.
O fato é que, com a edição da Lei nº 15.797/2015, nasceu esse problema e que precisa ser solucionado com
muita maestria. Nessa linha de raciocínio, temos de entender que estamos vivenciando uma Corporação em
contínuas transformações e não podemos ficar presos a um passado (não tão distante) em que os oficiais do
QOA eram limitados à atividades administrativas. A legislação resgatou o profissionalismo desse Quadro, e,
com muita propriedade, procurou mostrar que um Quadro não pode se sobrepor ao outro. Pelo contrário, todos
estão sendo tratados com igualdade e isonomia. Todos são e devem ser tratados como Oficiais, independente
do Quadro. O que muda entre um Oficial e outro é a competência para deteminadas funções. Alguns oficiais
são muito bons em serviço operacional, outro em serviço de administração de pessoas, outro em relações pú-
blicas, outro em organização e administração de material, enfim, temos competências múltiplas num cenário
militar em que cada uma delas pode ser melhor aproveitada em benefício da Corporação e da sociedade.

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Por fim, resta que a escolha para comando e comando-adjunto de OPM não deve ser feita pelo critério de
antiguidade/precedência, e sim por competência, até porque precisamos alcançar o princípio da eficiência tão
sonhado pela CF/1988 e pela sociedade.
3.4 A lei como critério de solução
A solução desse problema de escolha do Oficial, conforme o Quadro para provimento do cargo é fácil. A pró-
pria lei dá a solução e consiste no seguinte:
a) Primeiro dá se o provimento dos cargos vagos com oficiais do QOPM/BM, isso por conta da própra prece-
dência estabelecida entre os Quadros como ditado por este EMECE em seu art. 31.
b) Os cargos remanescentes seriam então preenchidos pelos oficiais do QOAPM/BM, eis que eles podem exer-
cer o comando e comando-adjunto de subunidades como previsto neste EMECE.
Dessa forma, todos teriam o exercício do direito de comandar, mas seguindo-se a precedência estabelecida em
lei para cada Quadro.
O problema surge quando se tem um Oficial com menos aptidão que outro (de Quadros diferentes), nesse caso,
se a precedência do comando é para ele, mas por conta dessa fragilidade, é necessário colocar outro, então
devemos transferi-lo para que não fique sob comando de Oficial sem precedência do art. 31, isso sem prejuízo
da apuração disciplinar.
*** *** ***

DIREITOS, REGALIAS, PRERROGATIVAS, VANTAGENS E VENCIMENTOS DO QOA

Art.23. Ressalvadas as restrições expressas nesta Lei, os Oficiais doQOA e do QOE têm os mes-
mos direitos, regalias, prerrogativas, vencimentos e vantagens atribuídas aos Oficiais de igual
posto dos demais Quadros.(Redação anterior - Lei 13.729/06).
Art.23. Ressalvadas as restrições expressas nesta Lei, os Oficiais do QOA têm os mesmos direi-
tos, regalias, prerrogativas, vencimentos e vantagens atribuídas aos Oficiais de igual posto dos
demais Quadros. (NR) (Redação dada pelo Art.4º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011)

COMENTÁRIO

Regalia é o mesmo que privilégio, prerrogativa, vantagem. A norma reveste-se de razoabilidade, pois seria
incoerente e discriminatório não conceder aos oficiais do QOA os mesmos direitos (art. 52), regalias e prerro-
gativas, constituindo-se de honras, dignidades e distinções (art.69) que os demais oficiais de outros Quadro,
conforme o posto que ocupe.
Então qual seriam as restrições impostas pelo Estatuto, como citado pelo legislador no caput? Uma delas é o
comando ou o comando-adjunto de Unidades (que não podem ser exercidas por QOA), e, por extensão, de
Coordenadorias. Outra é a carreira que só vai até o posto de Major. Tem-se, ainda, que eles não podem realizar
o Curso Superior de Segurança Pública, dentre outras atividades.
*** *** ***

Seção II
Da seleção e ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais e ingresso no Quadro

SELEÇÃO E INGRESSO NO CHO - REQUISITOS

Art.24. Para a seleção e ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais, deverão ser observados,
necessária e cumulativamente, até a data de encerramento das inscrições, os seguintes reque-
sitos:
I - ser Subtenente do serviço ativo da respectiva Corporação, e:
a) possuir o Curso de Formação de Sargentos – CFS, ou o Curso de Habilitação a Sargento - CHS;
Nota: O CFS e o CHS são cursos equivalentes.
b) possuir o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos – CAS, ou Curso de Habilitação a Subte-
nente - CHST;

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Nota: O CAS e o CHST são cursos equivalentes.
c) ter, no mínimo, 15 (quinze) anos de efetivo serviço na Corporação Militar do Estado do Ceará,
computados até a data de encerramento das inscrições do concurso;
d) ser considerado apto, para efeito de curso, pela Junta de Saúde de sua Corporação;
e) ser considerado apto em exame físico;
f) estar classificado, no mínimo, no “ótimo” comportamento;
g) possuir diploma de curso superior de graduação plena, reconhecido pelo Ministério da Edu-
cação.
II – não estar enquadrado em nenhuma das situações abaixo:
a) submetido a Processo Regular (Conselho de Disciplina) ou indiciado em inquérito policial
militar;
b) condenado à pena de suspensão do exercício de cargo ou função, durante o prazo que per-
sistir a suspensão;
c) cumprindo sentença, inclusive o tempo de sursis;
d) gozando Licença para Tratar de Interesse Particular - LTIP;
e) no exercício de cargo ou função temporária, estranha à atividade policial ou bombeiro militar
ou à Segurança Pública;
f) estiver respondendo a processo-crime, salvo quando decorrente do cumprimento de missão
policial militar ou bombeiro militar;
g) ter sido punido com transgressão disciplinar de natureza grave nos últimos 24 (vinte e quatro)
meses.
§1º Para o ingresso no QOE, o candidato deverá ser aprovado, também, em Exame de Suficiência
Técnica da Especialidade, conforme disposto no disciplinamento do processo seletivo. (REVOGA-
DO por força da Lei nº 14.931/2011)

ACESSO AO POSTO DE 1º TENENTE QOA

§2º O candidato aprovado e classificado no Processo Seletivo e que, em conseqüência, tenha


sido matriculado e haja concluído o Curso de Habilitação de Oficiais com aproveitamento, fica
habilitado à promoção ao posto de 1º Tenente do QOA ou do QOE.
§2º O candidato aprovado e classificado no processo seletivo e que, em conseqüência, tenha sido
matriculado e haja concluído o Curso de Habilitação de Oficiais com aproveitamento, obterá o
acesso ao posto de 2º Tenente do QOA.(Redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797/2015)

VALIDADE DO CFS, CHS, CAS E CHST PARA SELEÇÃO DO CHO

§3º Os cursos de que tratam as alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo são aqueles efetivados
pela Corporação ou, com autorização do Comando-Geral, em outra Organização Militar Estadual
respectiva, não sendo admitidas equiparações destes com quaisquer outros cursos diversos dos
previstos neste Capítulo, como dispensa de requisito para ingresso no Curso de Habilitação de
Oficiais ou para qualquer outro efeito.
§4º A seleção a que se refere o caput deste artigo será supervisionada pela Secretaria de Admi-
nistração do Estado.(REVOGADO por força do art. 42 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).
§5º As vagas para o ingresso no CHO serão distribuídas na proporção de 50% (cinqüenta por
cento) por antigüidade e 50% (cinqüenta por cento) por seleção interna composta por provas
de conhecimento intelectual. (REVOGADO por força do art. 42 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).

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COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O art. 24 tem como objeto os requisitos para ingresso no CHO e esclarecer o posto a que será nomeado aquele
que concluiu o CHO com aproveitamento.

2 QUESTÕES SEMÂNTICAS

Cremos ter havido erro de digitação na palavra “requisitos”, pois se refere a “requisitos”. Também vimos a
necessidade de refletir sobre o nome do curso, afinal não se trata de um curso de habilitação de oficiais e sim
de um curso de habilitação a oficiais. Entenda a diferença semântica: no primeiro caso são oficiais que fazem
um curso de habilitação; no segundo, temos militares se habilitando ao cargo de Oficial.

3 PROCURADORIA GERAL DO ESTADO - REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO NO CHO

Os requisitos para inscrição no CHO sofreram atualização por meio da Lei nº 15.797/2015 e pelo Decreto nº
31.804/2015. O assunto foi esclarecido por meio de Parecer da PGE, abaixo citado, em razão de consulta for-
mulada pela Coordenadoria de Gestão de Pessoas da PMCE, como abaixo se mostra.
Boletim do Cmdº Geral nº 007, de 10.01.2017 - Ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais – Esclarecimen-
tos Nota nº 310/2016 – GPPA/CGP - A Procuradoria Geral do Estado em resposta a consulta formulada pela
Coordenadoria de Gestão de Pessoas acerca do ingresso no Curso deHabilitação de Oficiais – CHO face à
edição da Lei nº15.797/2015 e do Decreto nº 31.804/15 emitiu o Despacho nº 1.467/2016 exarado no processo
nº 4398791/16, in verbis:
Despacho: 1467/2016-PGE - Processo nº 4398791/2016; Ao Parecer deixamos, com a devida vênia, algumas
reservas: Há, nos autos, questionamentos da PMCE sobre os requisitos de ingresso no Curso de Habilitação a
Oficial, conforme disposto no art. 24. da Lei nº 13.729/2006, tudo em razão do advento da Lei nº 15.797/2015.
Lei de Promoções dos Militares. Inicialmente, cumpre esclarecer que, como regra geral, prevista originaria-
mente na Lei de Promoções (2015), apenas existe uma forma de ingresso no CHO e ela se dá da seguinte
forma: “Art. 5º A passagem da Praça para o quadro de oficiais acontecerá por acesso, exigindo-se a conclusão,
com aproveitamento, de Curso de Habilitação de Oficiais - CHO, cujo ingresso se dará metade por antiguidade
e a outra metade por prévia aprovação por seleção interna, supervisionada pela Academia Estadual de Segu-
rança Pública, para os integrantes do QOAPM e QOABM. Parágrafo único.”
Para fins de concorrer à seleção para ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais, exigir-se-á do candidato
diploma em curso de nível superior, devidamente reconhecido, à exceção das praças beneficiadas com a pre-
visão do art 225 da Lei n° 13.729, de 13 de janeiro de 2006. Ou seja, pelo artigo acima, as vagas destinadas
ao CHO deverão ser preenchidas metade pelo critério de antiguidade e a outra por seleção interna entre os
militares da corporação graduados como Subtenente, na forma prevista no art 24, da Lei nº 13.729/2006, que,
como explicado de modo correto no Parecer, foi revogado apenas parcialmente pela nova Lei de Promoções,
especificamente os seus §§ 49 e 5º.
Para a abertura do CHO, é preciso, certamente, que existam, no quadro de oficiais, vagas disponíveis a serem
providas pelos aprovados no referido curso, conforme disciplina do art. 25, Lei nº 13.729/2006:
Art 25. O ingresso no Quadro de Oficiais de Administração – QOA, e no Quadro de Oficiais Especialistas –
QOE, dar-se-á mediante aprovação e classificação no processo seletivo, e após conclusão com aproveitamento
no respectivo curso, obedecido estritamente o número de vagas existentes nos respectivos Quadros.
Até a Lei nº 16.023/2016, todas as vagas disponíveis no quadro de Oficial tinham por único destino a abertura
do CHO na forma do art. 59, da Lei de Promoções, isto é, as referidas vagas deveriam ser ofertadas em CHO,
sendo que metade dos participantes desse curso, o que equivale à metade das vagas, seria escolhido por anti-
guidade e a outra metade por seleção interna.
Acontece que, com a Lei nº 16.023/2016, criou-se uma norma especial de ingresso no CHO, a qual veio para se
somar às duas anteriores existentes, antiguidade e seleção interna. A mesma Lei acresceu à Lei das Promoções
dos Militares o art. 31 – A, dispondo:
Art 31 – A. Aos atuais Subtenentes, na data da publicação desta Lei, fica assegurado, após 20 (vinte) anos de
efetivo serviço prestado à respectiva Corporação Militar, com, no mínimo, 5 (cinco) anos na graduação, o
ingresso, desde que atendidos os demais requisitos legais, em Curso de Habilitação de Oficiais – CHO, inde-

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pendente de seleção interna, com o consequente acesso ao posto de 2o Tenente, uma vez concluído o curso com
aproveitamento. (Redação dada pela Lei n.° 16.023, de 25-05,16).
Pelo artigo acima, foi garantido ao militar Subtenente ao tempo da Lei citada (2016) o direito de ao completar
20 vinte anos de efetivo serviço na corporação e, no mínimo, cinco na graduação respectiva, ingressar direta-
mente no CHO, observados os requisitos legais aplicáveis à espécie, dentre os previstos no art 24, da Lei nº
13.729/2006, Essa forma de ingresso no CHO, enquanto direito conferido ao militar que preenche os requisitos
legais, se sobrepõe à regra geral de que trata o art. 5º da Lei de Promoções, a qual estabelece a divisão das
vagas no CHO (metade por antiguidade e metade por seleção interna). Por esse motivo, ou seja, por estarmos
tratando de regra (art. 31-A) que autoriza o ingresso direto do Subtenente em CHO, cremos que, existindo va-
gas no quadro de oficiais da corporação e existindo militares que se encontrem habilitados na forma do artigo
acima, esse número de vagas deverá ser primeiro destinado aos referidos militares (art. 31 – A) com as restan-
tes sendo disponibilizadas para a ampla concorrência de que de cuida o art. 5º da Lei de Promoção, Quanto aos
requisitos legais para ingresso no CHO, na forma do art 31 – A, deve-se observar o disposto no art. 24 da Lei nº
13.729/2006, já que o referido artigo (31 – A), embora dispense a seleção para ingresso no CHO, não dispensa
a observância pelo militar dos requisitos exigidos para ingresso no referido curso, conforme redação expressa
do dispositivo. São esses os requisitos:
Art. 24. Para a seleção e ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais, deverão ser observados, necessária e
cumulativamente, até a data de encerramento das inscrições, os seguintes requisitos: I – ser Subtenente do
serviço ativo da respectiva Corporação, e: a) possuir o Curso de Formação de Sargentos - CFS, ou o Curso de
Habilitação a Sargento - CHS; b) possuir o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos - CAS, ou Curso de Ha-
bilitação a Subtenente - CHST; 4 c) ter, no mínimo, 15 (quinze) anos de efetivo serviço na Corporação Militar
do Estado do Ceará, computados até a data de encerramento das inscrições do concurso; d) ser considerado
apto, para efeito de curso, pela Junta de Saúde de sua Corporação; e) ser considerado apto em exame físico; f)
estar classificado, no mínimo, no “ótimo” comportamento; g) possuir diploma de curso superior de graduação,
reconhecido pelo Ministério da Educação. II – não estar enquadrado em nenhuma das situações abaixo: a) sub-
metido a Processo Regular (Conselho de Disciplina) ou indiciado em inquérito policial militar; b) condenado
à pena de suspensão do exercício de cargo ou função, durante o prazo que persistir a suspensão; c) cumprindo
sentença, inclusive o tempo de sursis; d) gozando Licença para Tratar de Interesse Particular - LTIP; e) no exer-
cício de cargo ou função temporária, estranha à atividade policial ou bombeiro militar ou à Segurança Pública;
f) estiver respondendo a processo-crime, salvo quando decorrente do cumprimento de missão policial militar
ou bombeiro militar; g) ter sido punido com transgressão disciplinar de natureza grave nos últimos 24 (vinte e
quatro) meses. Explicado isso, temos a dizer que, ao revés do que se poderia entender, a regra de ingresso em
CHO do art 31 -A em nada conflita com a duas outras formas de ingresso no mesmo curso previstas no art 5º
da Lei de Promoções, sendo, inclusive, correto afirmar que pela legislação, existem três formas de ingresso no
CHO, quais sejam: art. 31–A, seleção interna e antiguidade. Havendo vagas no quadro de Oficial que possam
ser destinadas a CHO e havendo militares habilitados na forma do art. 31- A, esses militares deverão ser con-
templados com o ingresso no citado curso, por força de expressa previsão legal, e, restando vagas, as demais
deverão ser destinadas à ampla concorrência do art. 5º, da Lei de Promoções. Agora, quanto aos requisitos para
ingresso no CHO, já dissemos que estes são aqueles previstos no art 24, da Lei nº 13.729/2006, o que não sig-
nifica que, em relação a este dispositivo, não se possa proceder a uma releitura em face do disposto na Lei de
Promoções, sendo isto o que cremos se tenha procurado fazer no Decreto nº 31.804/2015, o qual regulamenta
a última Lei (Promoções). Diz o Decreto: Art 19. Para a seleção e ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais,
deverão ser observados, necessária e cumulativamente, até a data de encerramento das inscrições, os seguintes
requisitos: I - ser Subtenente do serviço ativo da respectiva Corporação, e: a) possuir o Curso de Formação
de Sargentos - CFS, ou o Curso de Habilitação a Sargento - CHS; b) possuir o Curso de Aperfeiçoamento de
Sargentos - CAS, ou Curso de Habilitação a Subtenente - CHST; c) ter, no mínimo, 15 (quinze) anos de efetivo
serviço na Corporação Militar do Estado do Ceará, computados até a data de encerramento das inscrições da
seleção; d) ser considerado apto, para efeito de curso, pela Coordenadoria de Perícia Médica, bem como em
exame físico, por Comissão designada pelo ComandanteGeral, após classificado nos termos do art 25, deste
Decreto; e) estar classificado, no mínimo, no “bom” comportamento; f) possuir diploma de curso de nível
superior, devidamente reconhecido, observado o disposto no parágrafo único, art. 5°, da Lei n°15.797/2015. II
- não estar enquadrado em nenhuma das situações abaixo: a) submetido a Conselho de Disciplina ou indiciado
em inquérito policial mílitar, ressalvados nos casos previstos no art. 7º, II, da Lei nº 15.797/2015; b) condenado
à pena de suspensão do exercício de cargo ou função, durante o prazo que persistir a suspensão; c) cumprindo
sentença, inclusive o tempo de sursis; d) gozando Licença para Tratar de Interesse Particular - LTIP; e) no exer-
cício de cargo ou função temporária, estranha à atividade da Segurança Pública, com exceção daqueles previs-
tos no art 2°, da Lei n°14. 113/2008 e art. 10, do Decreto n° 28.711/2007; f) estiver respondendo a processo-
-crime, ressalvados nos casos previstos no art.7°, II, da Lei n°15.797/2015; g) ter sido punido com transgressão
disciplinar de natureza grave nos últimos 24 (vinte e quatro) meses. Parágrafo único, Os cursos de que tratam
as alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo são aqueles efetivados pela Corporação respectiva, pela Academia
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Estadual de Segurança Pública, ou ainda com autorização do Comando-Geral, em outra Organização Militar,
não sendo admitidas equiparações destes com quaisquer outros cursos diversos dos previstos neste Capítulo,
como dispensa de requisito para ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais ou para qualquer outro efeito.
Analisando comparativamente o art. 24 da Lei nº 13.729/2016, já transcrito neste despacho, e o artigo acima,
notamos certas diferenças entre disposições do decreto e da lei acima. Em parte dos dispositivos em que há
essa distinção, não cremos tenha havido violação a preceito legal, mas apenas uma atualização, isto é, uma
releitura, como já dito, do art. 24, da Lei dos Militares, em face das novas regras de promoções trazidas na Lei
nº 15.797/2015. É o que acontece com os seguintes incisos: Lei nº 13.729/2006:
Art. 24. Para a seleção e ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais, deverão ser observados, necessária
e cumulativamente, até a data de encerramento das inscrições, os seguintes requisitos: I - ser Subtenente do
serviço ativo da respectiva Corporação, e: c) ter, no mínimo, 15 (quinze) anos de efetivo serviço na Corpo-
ração Militar do Estado do Ceará, computados até a data de encerramento das inscrições do concurso; d) ser
considerado apto, para efeito de curso, pela Junta de Saúde de sua Corporação; g) possuir diploma de curso
superior de graduação, reconhecido pelo Ministério da Educação. II- nao estar enquadrado em nenhuma das
situações abaixo: a) submetido a Processo Regular (Conselho de Disciplina) ou indiciado em Inquérito Policial
Militar; e) no exercício de cargo ou função temporária, estranha à atividade policial ou bombeiro militar ou à
Segurança Pública; g) ter sido punido com transgressão disciplinar de natureza grave nos últimos 24 (vinte e
quatro) meses.
Decreto nº 31.804/2015 Art. 19. Para a seleção e ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais, deverão ser
observados, necessária e cumulativamente, até a data de encerramento das inscrições, os seguintes requisitos:
I - ser Subtenente do serviço ativo da respectiva Corporação, e: ... c) ter, no mínimo, 15 (quinze) anos de efe-
tivo serviço na Corporação Militar do Estado do Ceará, computados até a data de encerramento das inscrições
da seleção; d) ser considerado apto, para efeito de curso, pela Coordenadora de Perícia Médica, bem como em
exame físico, por Comissão designada pelo ComandanteGeral, após classificado nos termos do art.25, deste
Decreto; ... f) possuir diploma de curso de nível superior, devidamente reconhecido, observado o disposto no
parágrafo único, art. 5°, da Lei n° 15.797/2015. II - não estar enquadrado em nenhuma das situações abaixo: a)
submetido a Conselho de Disciplina ou indiciado em inquérito policial militar, ressalvados nos casos previstos
no art.7, II, da Lei n° 15.797/2015; ... e) no exercício de cargo ou função temporária, estranha à atividade da
Segurança Pública, com exceção daqueles previstos no art. 2°, da Lei n°14.113/2008 e art. 10, do Decreto n°
28.711/2007; f) estiver respondendo a processo-crime, ressalvados nos casos previstos no art. 7º, II, da Lei
n°15.797/2015; g) ter sido punido com transgressão disciplinar de natureza grave nos últimos 24 (vinte e qua-
tro) meses.
Com relação à redação do decreto, art 19, 1, alínea “c”, houve, em face da lei, a troca da palavra “concurso”
por “seleção”, como marco final para contagem do tempo necessário para ingresso no CHO, tendo tal alteração
vindo apenas para fins de adequação do texto à real natureza da certame necessário à participação no CHO, no
caso, uma seleção e não propriamente um concurso. Quanto ao disposto na alínea “d”, I, do art. 19, do decreto
que trata do exame de aptidão física do militar para ingresso no CHO, houve, na referida norma, a compa-
tibilização da Lei nº 13.729/2006 com o art. 7º, da Lei de Promoções, o qual previu a COPEM como órgão
responsável, em geral, pelas perícias médicas de avaliação dos militares para efeito de promoção na carreira.
Eis a redação:
Art. 7º O Oficial ou a Praça não poderá constar no Quadro de Acesso Geral, ou deste será excluído, quando:
XII – encontrar-se inabilitado em exames de saúde, segundo a Coordenadoria de Perícias Médicas da Secreta-
ria do Planejamento e Gestão;
É preciso registrar que o art. 7º, da Lei de Promoções, ao trazer as condições legais para o acesso do militar ao
quadro de promoção, prevê normas gerais de habilitação à ascensão na carreira, a serem observadas em qual-
quer modalidade de ascensão, seja promoção em sentido estrito, seja acesso. Buscou-se, com o art. 7º, estabe-
lecer uma uniformização para a ascensão dos militares, criando requisitos legais gerais para esse fim, por isso
que é a partir desse artigo que julgamos deva ser feita uma releitura do art. 24, da Lei nº 13.729/2006, sob pena
de incoerência no sistema, com o tratamento diferenciado entre militares em situações semelhantes de direito.
É por conta dessa compatibilização que entendemos legítima a exigência disposta nas alíneas “a” e “f”, do
inciso II, do art. 19, do Decreto, na parte em que trazidas as restrições para ingresso no CHO, de acordo com
o art. 7º, da Lei de Promoções. Vemos que , na redação dos citados dispositivos, procurou-se compatibilizar
o art. 24, da Lei nº 13.729/2006 com o inciso II, do 7º, que dispõe: Art. 7º O Oficial ou a Praça não poderá
constar no Quadro de Acesso Geral, ou deste será excluído, quando: II – for recebida a denúncia em processo-
-crime, enquanto a sentença final não transitar em julgado, salvo quando o fato ocorrer no exercício de missão
de natureza ou interesse militar estadual, ainda que durante a folga do militar, e não envolver suposta prática
de improbidade administrativa ou crime hediondo. E seguindo a ideia acima, qual seja, de derrogação do art.

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24, da Lei nº 13.729/2006 pelo art. 7º, da Lei de Promoções, que consideramos também legítima a previsão da
alínea “e”, do inciso I, do Decreto, ao exigir comportamento “bom”, para fins de seleção e ingresso no CHO e
não mais comportamento “ótimo”, como previsto na redação originária do art. 24, já citado, isto considerando
que, no art. 7º, da Lei de Promoções, exige-se, apenas, para ascensão, o primeiro comportamento (bom).
Assim, não visualizamos, no Decreto nº 31.804/2015, nenhuma violação ao texto do art. 24, da Lei nº
13.729/2006, tendo-se, por meio dele, adequado-se o disposto neste último artigo à derrogação promovida
pela Lei das Promoções, quanto aos requisitos gerais para ascensão militar na carreira.
Por fim, ainda quanto ao Parecer, deixamos a ressalva de que, no tocante ao número de vagas a serem destina-
das para o CHO, referentes àquelas existentes no quadro de Oficial, não devem ser consideradas, para cômputo
final, as destinadas à promoção requerida, levando em conta que, após concedida essa última promoção, o
militar é posto na reserva, assim deixando sua vaga livre para a realização do CHO, na forma do art. 23, da Lei
das Promoções:
Art. 23 A promoção requerida será efetivada a pedido do militar interessado que atenda às condições do art.
3º, §5º, e do art. 7º desta Lei. §1º O militar estadual promovido nos termos do caput será transferido para a
reserva remunerada ex officio, devendo contribuir, mensalmente e por 5 (cinco) anos, após a inativação, para
o Sistema Único de Previdência Social do Estado do Ceará – SUPSEC, com um acréscimo de contribuição
previdenciária, além da montante resultado da aplicação do índice legalmente previsto para esta contribuição
incidente sobre a diferença entre o valor de seus proventos considerando o posto ou a graduação anterior à
promoção requerida e o valor dos proventos considerando aquele posto ou a graduação com base na qual con-
cedida a reserva.
Em relação às questões colocadas nos autos, são essas nossas observações, as quais submetemos à elevada
consideração superior. Fortaleza-CE, 18 de outubro de 2016. Rafael Machado Moraes Procurador-Chefe da
Consultoria-Geral De acordo parecer Chefia supra. Juvêncio Vasconcelos Viana Procurador Geral do Estado
Fortaleza-CE, 26 de dezembro de 2016.
Posteriormente, a PGE retificou a data de maio/2016 para maio/2015, como se transcreve abaixo:
Retificação de Despacho Nota 1027/2017 – Gpm/Ccp/Cgp A d. PGE emitiu o seguinte Despacho nº 1.550/2017-
PGE no processo nº 4398791/2016, retificando o Despacho nº 1.467/2017-PGE emitido no mesmo processo,
que se referia aos subtenentes que teriam direito de realizar o Curso de Habilitação de Oficiais (CHO) pelas
regras do art. 31-A da Lei nº 15.797/2015, vez que os beneficiários seriam os subtenentes que já estavam nessa
graduação até a data da publicação da lei, ou seja, 28.05.2015, e não os subtenentes que estavam na graduação
até o ano de 2016. Abaixo, a transcrição do Despacho:
Despacho nº 1.550/2017-PGE - Retorna o processo à nossa apreciação após proferido o despacho de fls. 23/31,
versando sobre condições de ingresso no Curso de Habilitação a Oficial, frente a alterações trazidas pela Lei
n.º 15.797/2015. Reexaminando o referido despacho, a luz da aprovação da PM de fls. 40 – PGE, verificamos
a necessidade de esclarecer e proceder a retificação pontual de seu teor, notadamente na parte em que definida
a extensão da promoção prevista no art. 31 – A, da Lei n.º 15.797/2015, com redação da Lei n.º 16.023/2016,
“in verbis”: Art. 31 – A. Aos atuais Subtenentes, na data da publicação desta Lei, fica assegurado, após 20
(vinte) anos de efetivo serviço prestado à respectiva Corporação Militar, com, no mínimo, 5 (cinco) anos na
graduação, o ingresso, desde que atendidos os demais requisitos legais, em Curso Habilitação de Oficiais –
CHO, independente de seleção interna, com o consequente acesso ao posto de 2º Tenente, uma vez concluído o
curso com aproveitamento. (Redação dada pela Lei nº 16.023, de 25.05.16). No despacho, dissemos que “pelo
artigo acima, foi garantido ao militar Subtenente ao tempo da Lei citada (2016) o direito de, ao completar 20
(vinte) anos de efetivo serviço na corporação e, no mínimo, 05 (cinco) na graduação respectiva, ingressar di-
retamente no CHO, observados os requisitos legais aplicáveis à espécie, dentre os previstos no art. 24, da Lei
n.º 13.729/2006.”. Vale notar que, ao fazermos referências a quais subtenentes teriam direito à promoção do
art. 31 – A, restou dito que essa promoção seria destinada àqueles subtenentes que estavam nesta graduação ao
tempo da Lei, logo adiante tendo sido mencionado o ano de 2016, que é o da Lei que trouxe o referido artigo
(Lei n.º 16.023/2016), e não o ano da Lei de Promoção (Lei n.º 15.797/2015). Ocorre que, como o já citado art.
31 – A é um dispositivo trazido na Lei Geral de Promoção, que é de 2015, e a este último diploma que o mesmo
artigo está se referindo que ao dizer que a promoção especial é direito previsto aos “aos atuais Subtenentes,
na data da publicação desta lei”, ou seja, na data da publicação da Lei n.º 15.797/2015. Isto posto, retificamos
anterior despacho para deixar clara extensão do benefício do art. 31-A, da Lei n.º 15.797/2015, exclusivamente
a praças subtenentes que já estavam nesta graduação ao tempo de sua publicação (Lei de Promoção – 2015,
28/05/2015). Fortaleza, 12 de setembro de 2017.

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3.1 Cursos obrigatórios
Percebe-se que o legislador é enfático e taxativo ao exigir o Curso de Formação de Sargentos – CFS, ou o
Curso de Habilitação a Sargento – CHS, Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos – CAS, ou Curso de Habili-
tação a Subtenente – CHST realizados na Polícia Militar para os policiais militares ou no Corpo de Bombeiros
Militar para os bombeiros militares, só sendo permitido o curso realizado na outra Corporação Militar Esta-
dual) quando autorizado pelo Comando Geral da respectiva Corporação. Essa norma evita que o militar de
uma Corporação que realiza curso em outra, pela via judicial, se utilize dessa manobra para fins de promoção.
Exemplo: militar da PM que se matricula judicialmente em CHST realizado no CBM.
3.2 Condenado à pena de suspensão do exercício de cargo ou função
A suspensão do exercício de cargo ou função é uma sanção cabível, apenas, para os militares do serviço ativo
e que não demonstram certo grau de condição moral para o exercício do cargo ou da função, ainda que em
caráter temporário e, nos termos do art. 64 do CPM consiste:
CPM - Art. 64. A pena de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função consiste na agregação,
no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentença, sem
prejuízo do seu comparecimento regular à sede do serviço. Não será contado como tempo de serviço, para
qualquer efeito, o do cumprimento da pena.
Parágrafo único. Se o condenado, quando proferida a sentença, já estiver na reserva, ou reformado ou aposen-
tado, a pena prevista neste artigo será convertida em pena de detenção, de três meses a um ano.
3.3 Exercício de cargo ou função temporária, estranha à atividade policial ou bombeiro militar ou à Segurança Pública
O Decreto nº 31.804/2015 que regulamenta a Lei nº 15.797/2015 (Lei de Promoções) tratou a matéria de forma
diferente, abrangendo agora os militares que se encontram no exercício de cargo ou função temporária, estra-
nha à atividade da Segurança Pública, com exceção dos militares que ocupam cargo ou função temporária na
estrutura do Sistema de Segurança, na Casa Militar do Governo do Estado ou, ainda, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária considerada de interesse do serviço militar, entre elas o comando
de guarda municipal, não será agregado, sendo considerado, para todos os efeitos, em atividade policial militar
ou bombeiro militar.
Acerca do afastamento de militares, temos ainda o reforço do Decreto nº 29.799/09 que altera o Decreto
nº28.711, de 20 de abril de 2007, nos seguintes termos:
Art.1º (omissis) (omissis) “§3º Em caráter excepcional, quando o militar estadual se afastar para ocupar cargo
ou função temporária na estrutura do Sistema de Segurança, na Casa Militar do Governo do Estado ou, ainda,
tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária considerada de interesse do serviço militar,
entre elas o comando de guarda municipal, a Diretoria de penitenciárias e Casas de Privação Provisória de
Liberdade – CPPL, o afastamento ocorrerá com ônus para a origem.
A CF/88 em seu art. 142 §3º [...] III esclarecer que “o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse
em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará
agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antigüidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva,
sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)”.
O texto acima é reproduzido na Constituição Estadual/89 - §4º O militar da ativa que aceitar cargo, emprego
ou função pública temporária, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e so-
mente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, sendo contado o tempo de
serviço apenas para a promoção e transferência para a reserva;depois de dois anos de afastamento, contínuos
ou não, será transferido para a inatividade.
3.4 Processo-crime decorrente do cumprimento de missão policial militar ou bombeiro militar
Observem que o Decreto nº 31.804/2015 que regulamenta a Lei nº 15.797/2015 (Lei de Promoções) traz essa
matéria albergando a exceção e oportunizando a realização de curso e até mesmo da promoção ou nomeação
ao militar que comete o fato em prol da coletividade e da segurança pública.
Entenda que o crime decorrente da missão militar estadual é aquele decorrente da atividade militar prevista
neste EMECE, ou seja, decorrente da preservação da ordem pública e da segurança da sociedade. Não po-
demos confundir crime praticado por militar em serviço (ou de serviço) com crime praticado por militar em
decorrência do serviço, da missão. Vejamos o exemplo:

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1) O militar que estando de serviço pratica crime de abandono de posto ou dormir em serviço não se enquadra
na exceção da lei, pois ele é apenas um militar de serviço praticando crime.
2) Por outro lado, considere um militar que comete crime de lesão corporal na tentativa de imobilizar o preso,
ou que, em confronto o lesiona à bala. Fica claro que esse crime foi decorrente da missão, ainda que o militar
não estivesse nominalmente escalado de serviço.
Observe ainda que, quando o crime envolver suposta prática de improbidade administrativa ou crime hedion-
do não há como enquadrá-lo na exceção, pois a lei já o exclui da análise quanto à possibilidade de reconheci-
mento como fato decorrente do serviço.

4 O DISTINTIVO DO CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS

O distintivo do CHO foi criado em novembro de 1987, por meio da Nota de Instrução nº 17/PM-3, publicada
no BCG nº 223, de 02.12.1987, sendo composto por duas palmas e dois ramos de café (ambos na cor verde),
cruzadas no talo e voltadas para cima, formando um ângulo de 90º, tendo ao centro, formando dois ângulos de
45º, uma espada prateada. Abaixo as iniciais CHO na cor preta. O conjunto é feito sob metal dourado. Possui
as seguintes dimensões:
Elemento Altura Largura
Espada com punho 25 mm 3 mm
Palmas 17 mm -
Ramos de café 20mm -
Demais elementos Proporções visuais
Fonte: o autor (2017)

A versão pode ser metálica, bordada ou pintada em branco com fundo preto como se mostra abaixo.

5 O PRINCIPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA X RESTRIÇÃO À INSCRIÇÃO NO CHO

Acreditamos não violar o princípio da presunção da inocência o impedimento de inclusão de militar respon-
dendo a ação penal ou processo administrativo disciplinar para realização do CHO, desde que haja previsão de
ressarcimento em caso de absolvição.
E essa previsão está contida no art. 22 da Lei nº 15.797/2015. O curso é um requisito obrigatório à promo-
ção ou nomeação em cargo superior, por isso, nada obsta que o militar realize o curso posteriormente e, caso
aprovado e preencha os demais requisitos legais, seja promovido ou nomeado em ressarcimento de preterição.
A grande dificuldade é que o CHO não é curso realizado anualmente e sim esporadicamente. Não dá direito à
promoção e sim ao acesso, embora esteja na mesma natureza e possa assim ser compreendido. Portanto, não
realizar o CHO à época devida, traz sim, grandes prejuízos ao militar estadual que, se absolvido, ainda ficará
no aguardo da abertura de um novo curso, cuja realização se dará conforme a conveniência e oportunidade da
Administração.
Nessa visão, cremos que é poder-dever da Administração oportunizar o curso ao militar estadual, cabendo-lhe
preencher os demais requisitos da lei e empreender esforços para ser absolvido ou não perante a justiça para
obter o acesso. Caso seja condenado, ele terá direito à nomeação, após cumprimento da sentença condenató-

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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ria. O fato é que a lei tem proibição expressa e o administrador deve, neste caso, agir segundo o princípio da
legalidade.
Fica contudo, a sugestão de mudança do inciso II, art. 24 do Estatuto, o qual deveria ser reeditado com a se-
guinte redação sugestiva:
“II – não estar enquadrado em nenhuma das situações abaixo:
a) condenado à pena de suspensão do exercício de cargo ou função, durante o prazo que persistir a suspensão;
b) cumprindo sentença, inclusive o tempo de sursis;
c) gozando Licença para Tratar de Interesse Particular - LTIP;
d) no exercício de cargo ou função temporária, estranha à atividade policial ou bombeiro militar ou à Segu-
rança Pública;
Também não vimos com bons olhos o militar ser impedido de realizar o curso simplesmente porque foi punido
com transgressão de natureza grave. Ora, isso é dupla punição no âmbito administrativo. Não ser incluído no
curso tornou-se então uma pena acessória à pena principal, e ambas na área administrativa. Bin is iden clássico.
Por isso, também fica a sugestão de retirada do texto da lei, como já proposto acima.
*** *** ***

FORMA DE INGRESSO NO QOA

Art.25. O ingresso no Quadro de Oficiais de Administração – QOA, e no Quadro de Oficiais Es-


pecialistas - QOE, dar-se-á mediante aprovação e classificação no processo seletivo, e após con-
clusão com aproveitamento no respectivo curso, obedecido estritamente o número de vagas
existente nos respectivos Quadros.(QOE extinto na PMCE e incluído no QOA nos termos do art. 3º da Lei nº 14.931, de
02.06.2011)

PREENCHIMENTO DAS VAGAS NO QOA

§1º As vagas fixadas para cada Quadro serão preenchidas de acordo com a ordem de classifica-
ção final no Curso de Habilitação.
§2º Compete ao Comandante-Geral estabelecer, em regulamento, publicado no Diário Oficial do
Estado e Boletim Interno da Corporação, o número de vagas e as condições de funcionamento
do curso, obedecidas as disposições estabelecidas nesta Lei, e de conformidade com o número
de vagas disponíveis no posto de Primeiro-Tenente do respectivo Quadro.(REVOGADO pela Lei
nº 15.797, de 25.05.2015)

COMENTÁRIO

O Quadro de Oficiais Especialistas foi extinto por força do art. 3º da Lei nº 14.931/2011, in verbis: Art.3º Fica
extinto o Quadro de Oficiais Especialistas – QOE, passando os seus integrantes a compor o Quadro de Oficiais
de Administração.
O legislador enfatiza a necessidade do processo seletivo (CHO) para ingresso no QOA, limitado ao número de
vagas oferecidas e que devem ser preenchidas conforme a classificação final do Curso.

Seção III
Das promoções nos Quadros

PROMOÇÃO E PREENCHIMENTO DAS VAGAS NO QOA

Art.26. As promoções no QOA e no QOE obedecerão aos mesmos requisitos e critérios estabele-
cidos neste Estatuto para a promoção de oficiais da Corporação, até o posto de Capitão.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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PREENCHIMENTO DAS VAGAS À SEGUNDO-TENENTE QOA

Parágrafo único. O preenchimento das vagas ao posto de Primeiro-Tenente obedecerá, rigo-


rosamente, à ordem de classificação final obtida no Curso de Habilitação de Oficiais, dentro do
número de vagas disponíveis.
Parágrafo único. O preenchimento das vagas ao posto de Segundo-Tenente obedecerá, rigoro-
samente, à ordem de classificação final obtida no Curso de Habilitação de Oficiais.(redação dada
pelo art. 26 da Lei n.º 15.797, de 25.05.15).

COMENTÁRIO

1 A NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO DO ART. 26

Mais uma vez o legislador esqueceu de atualizar a lei. Ora, com o advento da Lei nº 15.797/2015, as promo-
ções deixaram de ser tratadas no EMECE. A matéria referente às promoções de militares passou a ter vida
própria e em lei própria. É necessário atualizar o EMECE. O QOA agora é promovido até o posto de Major.
Outro equívoco constante no EMECE é a citação da figura do QOE já extinto pela Lei nº 14.931, de 02 de
junho de 2011.

2 A ANTIGUIDADE ENTRE OS QOA

O parágrafo único do art. 26 acima tem duas implicações, todas decorrentes da classificação obtida no Curso
de Habilitação:
a) Definirá a antiguidade do Oficial QOA (art. 4º da Lei nº 13.407/2003 c/c art. art. 31, §1º. III deste EMECE).
b) Garantirá aos melhores colocados a vaga no QOA.
*** *** ***

ESTABELECIMENTO DAS VAGAS NO QOA/QOE

Art.27. As vagas do QOA e do QOE são estabelecidas nas normas específicas de cada Corpora-
ção.
Comentário
Apesar da extinção do Quadro de Oficiais Especialistas o art. 27 continua a citá-lo como se existente fosse.
As vagas do QOA são estabelecidas no anexo da Lei nº 15.797, 25 de maio de 2015 (com redação dada pelo
art. 4º da Lei nº 16.010/2016 e art. 2º da Lei nº 16.023/2016).
*** *** ***
CAPÍTULO V
DO QUADRO DE OFICIAIS COMPLEMENTAR POLICIALMILITAR EBOMBEIRO MILITAR
CAPÍTULO V
DOS QUADROS DE OFICIAIS COMPLEMENTAR POLICIAL MILITAR E BOMBEIRO MILITAR (De-
nominação do Capítulo modificada pelo art.76º da Lei 13.768, de 4.05.2006).

CAPÍTULO V
DO QUADRO DE OFICIAIS COMPLEMENTAR BOMBEIRO MILITAR
Capítulo com nomenclatura dada pelo Art.5º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011

DESTINAÇÃO E COMPOSIÇÃO DO QOC/BM

Art.28. O Quadro de Oficiais Complementar Policial Militar – QOCPM, e o Quadro de Oficiais


Complementar Bombeiro Militar - QOCBM, são destinados respectivamente a atividades da Poli-
cia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, integrado por oficiais possuidores de curso de nível
superior de graduação plena, reconhecido pelo Ministério da Educação, em áreas de interesse
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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132
da Corporação que, independente do posto, desenvolverão atividades nas áreas meio e fim da
Corporação dentro de suas especialidades, observando-se o disposto no art.24, §4º, desta Lei.
(Redação anterior - Lei 13.729/06).
Art.28. O Quadro de Oficiais Complementar Policial Militar – QOCPM, e o Quadro de Oficiais
Complementar Bombeiro Militar – QOCBM, são destinados ao desempenho de atividades das
Corporações Militares, integrados por oficiais possuidores de curso de nível superior de gra-
duação plena, reconhecido pelo Ministério da Educação, em áreas de interesse da Corporação
que, independentemente do posto, desenvolverão atividades nas áreas meio e fim da Corpora-
ção dentro de suas especialidades, observando-se o disposto no art.24, §4º, desta Lei. (NR) (Re-
dação dada pelo art. 7º da Lei 13.768, de 4.05.2006);
Art.28. O Quadro de Oficiais Complementar Bombeiro Militar - QOCBM, é destinado ao desem-
penho de atividades bombeirísticas integrado por oficiais possuidores de curso de nível supe-
rior de graduação, reconhecido pelo Ministério da Educação, em áreas de interesse da Corpora-
ção que, independente do posto, desenvolverão atividades nas áreas meio e fim da Corporação
dentro de suas especialidades observando-se o disposto no art.24, §4º, desta Lei.(Redação dada pelo
Art.5º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011).

SOLICITAÇÃO DO CONCURSO PARA O QUADRO COMPLEMENTAR

§1º O Comandante-Geral da Polícia Militar e o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Mili-


tar, de conformidade com o número de vagas disponíveis no posto de Primeiro-Tenente do res-
pectivo Quadro, solicitará ao Governador do Estado, por intermédio da Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social e ouvida da Secretaria da Administração, a abertura de concurso público
para o preenchimento de vagas para profissionais de nível superior de graduação plena que
comporão o Quadro Complementar.
§1º O Comandante-Geral, de conformidade com o número de vagas disponíveis no posto de
Primeiro-Tenente do respectivo Quadro, solicitará ao Governador do Estado, por intermédio
da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social e ouvida da Secretaria da Administração, a
abertura de concurso público para o preenchimento de vagas para profissionais de nível supe-
rior de graduação plena que comporão o Quadro Complementar. (NR). (Redação dada pelo art.
7º da Lei 13.768, de 4.05.2006).
§1º O Comandante-Geral, de conformidade com o número de vagas abertas no posto de Pri-
meiro-Tenente do respectivo Quadro, solicitará ao Governador do Estado, por intermédio da
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, a abertura de concurso público para o preen-
chimento de vagas para profissionais de nível superior de graduação que comporão o Quadro
Complementar. (NR) (Redação dada pelo Art.5º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011).
§1º O Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar solicitará ao Governador do Estado,
por intermédio da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, e ouvida a Secretaria de
Planejamento e Gestão, a abertura de concurso público para o preenchimento de posto de 2º
Tenente de Oficiais do Quadro Complementar, com profissionais de nível superior. (redação dada
pelo art. 26 da Lei n.º 15.797, de 25.05.15).

APLICABILIDADE DAS DISPOSIÇÕES DO QOS/QOCPL PARA O QOC

§2º Aplica-se, no que for cabível, em face das peculiaridades do Quadro, aos integrantes do Qua-
dro de Oficiais Complementar Policial Militar e Bombeiro Militar, o disposto nesta Lei para os
Quadros de Oficiais de Saúde e de Capelães da Polícia Militar. (Redação anterior - Lei 13.729/06).
§2º Aplica-se, no que for cabível, em face da peculiaridade dos Quadros, aos integrantes dos
QOCPM e QOCBM o disposto nesta Lei para os Quadros de Oficiais de Saúde e de Capelães da
Polícia Militar. (NR). (Redação dada pelo art. 7º da Lei 13.768, de 4.05.2006).
§2º Aplica-se, no que for cabível, em face da peculiaridade dos Quadros, aos integrantes do QO-
CBM, o disposto nesta Lei para os Quadros de Oficiais de Saúde e de Capelães da Polícia Militar.
(NR) (Redação dada pelo Art.5º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011).

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POSTO DE INGRESSO NO QOC/BM

§3º O ingresso nos Quadro de Oficiais QOCPM e QOCBM obedecerá ao disposto no art.92 desta
Lei.” (NR).(Redação dada pelo art. 7º da Lei 13.768, de 4.05.2006; Quadro Complementar extinto na PMCE
nos termos do art. 2º da Lei 14.931/2011).
§3º O ingresso no QOCBM obedecerá ao disposto no art.92 desta Lei. (NR). (Redação dada pelo Art.5º
da Lei nº 14.931, de 02.06.2011).

Nota: deve ser revogado pois o art. 92 deste EMECE foi revogado. Tratava do posto de ingresso no quadro.

COMENTÁRIO

1 A MULTIPLICIDADE DE ESPECIALIDADES PARA O QOC

A lei não especifica qual a especialidade (Engenharia, Direito, Economia e outras) do futuro Oficial QOC,
apenas, indica que sua escolaridade deve estar voltada ao desempenho de atividades bombeirísticas. Assim,
é razoável supor que o Corpo de Bombeiros pode abrir concurso para Engenheiros ou outras atividades que
tenham relação direta com a missão institucional daquela Instituição.
O art. 28 deve ser atualizado, pois o §4º, art. 24 a que se refere já foi revogado expressamente pelo art. 42 da
Lei nº 15.797/2015. Abaixo, o texto revogado:
EMECE – Art. 24, §4º A seleção a que se refere o caput deste artigo será supervisionada pela Secretaria de
Administração do Estado. (Revogado por força do art. 42 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).
Dessa forma, razoável supor que o concurso público deva ser coordenado pela Academia Estadual de Seguran-
ça Pública por força do art. 6º, §2º, I, ‘a’, da Lei nº 15.797/2015, verbis:
Art. 6º, §2º O curso obrigatório de que trata o inciso II, disposto no caput deste artigo, a ser concluído, com
aproveitamento, até a data de encerramento das alterações, é o que possibilita o acesso e a promoção do Oficial
e da Praça aos sucessivos postos e graduações de carreira, nas seguintes condições:
I – para oficiais:
a) para acesso e para nomeação no posto de 2º Tenente: Curso de Formação de Oficiais – CFO ou Curso de
Formação Profissional - CFP, para os integrantes do QOPM, QOSPM, QOCplPM e QOCPM, na Polícia Mi-
litar, e QOBM e QOCBM, no Corpo de Bombeiros Militar, sob coordenação da Corporação Militar Estadual,
e Curso de Habilitação de Oficiais - CHO, para os integrantes do QOAPM e QOABM, por meio de seleção
interna supervisionada pela Academia Estadual de Segurança Pública;

2 O CONCURSO PÚBLICO

O parágrafo primeiro esclarece que o concurso público para o QOC é feito por solicitação do Cel Comandan-
te-Geral do Corpo de Bombeiros ao Governador do Estado, por meio da SSPDS e ouvida a SEPLAG.

3 A ISONOMIA ENTRE O QOC E O QOS E O QOCPL

O legislador deixou uma norma em aberto ao afirmar que, no que for cabível, será aplicada ao QOC as normas
estatutárias aplicáveis aos Capelães e aos oficiais de Saúde. Cremos que são as normas referentes ao concurso
público.

4 A NECESSÁRIA ATUALIZAÇÃO DO §3º, DO ART. 28

O parágrafo acima deveria ter sido revogado, vez que o art. 92 do EMECE, o qual tratava da nomeação do
concludente do curso ao posto de 1º Tenente, foi revogado pela Lei nº 15.797/2015.
Destarte, a nomeação passa a ser ao posto de 2º Tenente, nos termos do art. 15, §2º, do art. 34 c/c art. 6º, §2º,
I, a, da Lei nº 15.797/2015; e do art. 9º do Decreto nº 31.804/2015, tudo acima transcrito. Cremos que esse
artigo perdeu seu fundamento de validade.
O parágrafo acima perdeu seu pressuposto fático, seu fundamento de validade, que era o posto em que o Oficial
ingressaria na carreira, outrora como 1º Tenente, mas agora como 2º Tenente nos termos do §2º, art. 15 deste
EMECE.
*** *** ***
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CAPÍTULO VI
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

HIERARQUIA E DISCIPLINA

Art.29. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Corporações Militares do Estado,
nas quais a autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico do militar estadual.

HIERARQUIA MILITAR - DEFINIÇÃO

§1º A hierarquia militar estadual é a ordenação da autoridade em níveis diferentes dentro da


estrutura da Corporação, obrigando os níveis inferiores em relação aos superiores.

ORDENAÇÃO HIERÁRQUICA, ANTIGUIDADE E PRECEDÊNCIA FUNCIONAL

§2º A ordenação é realizada por postos ou graduações dentro de um mesmo posto ou de uma
mesma graduação e se faz pela antiguidade ou precedência funcional no posto ou na graduação.

MANIFESTAÇÕES DE RESPEITO À HIERARQUIA

§3º O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à seqüência crescente


de autoridade.

DISCIPLINA - DEFINIÇÃO

§4º A disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral às leis, regulamentos, normas


e disposições que fundamentam a Corporação Militar Estadual e coordenam seu funcionamento
regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos, com
o correto cumprimento, pelos subordinados, das ordens emanadas dos superiores.

MANUTENÇÃO DA HIERARQUIA/DISCIPLINA

§5º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias entre
os militares.

RELAÇÃO ENTRE SUBORDINAÇÃO E DIGNIDADE DO MILITAR

§6º A subordinação não afeta, de nenhum modo, a dignidade do militar estadual e decorre, ex-
clusivamente, da estrutura hierarquizada e disciplinada da Corporação Militar.

COMENTÁRIO

1 CONTORNO JURÍDICO

O art. 29 do EMECE apresenta, em capítulo próprio, a hierarquia e a disciplina, enfatizando:


a) Conceito de hierarquia
b) Formas de ordenação hierárquica
c) Circunstâncias em que deve haver respeito à hierarquia e à disciplina
d) Conceito de disciplina
e) Relação entre subordinação e dignidade militar

2 A IMPORTÂNCIA DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

O tema está ligado diretamente à cultura organizacional de uma CME como ferramenta para compreendermos
o comportamento organizacional, a cultura e os valores que norteiam a conduta de seus membros (os militares

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
135
estaduais). Nesse fenômeno complexo de troca de experiências cria-se um sistema em que determinados valo-
res e crenças são tidos como fundamentais à existência da Corporação. Entre esses valores tem-se a hieraquia e
a disciplina como vigas mestras, pedra angular das Corporações Militares Estaduais. Na vida militar tudo gira
em torno de postos, graduações, ordens e cumprimento de ordens legais. Não há como dissociar uma coisa da
outra.
Esses valores fundamentais não apenas modelam o funcionamento da CME como repercutem na qualidade do
serviço interno (nos quartéis) ou externo (prestado à sociedade) e também na qualidade de vida dos militares
pois a relação de autoridade pode (embora não devesse) ferir a dignidade do subodinado, quando utilizada
indevidamente, e esse tipo de relação doentia pode dificultar o exercitamento da criatividade, aumenta as chan-
ces de ineficiência no trabalho, desestimula e causa até doenças psíquicas ou físicas.
Engana-se quem pensa que a preservação da hierarquia e disciplina necessariamente passam pelo autoritarismo
como se esse fosse um método para obter docilidade e obediência. Esse caminho conduz ao abuso do poder
e à tirania e isso é fator de distanciamento entre superior e subordinado com maior visibilidade entre oficiais
e praças.
O caminho alternativo, na realidade o melhor caminho é o da democracia, do diálogo, da humanização no
comando e esse é o comando previsto na própria legislação castrense, ao determinar o tratamento respeitoso
entre superiores e subordinados, inclusive com previsão de crime e transgressão para quem assim não age. A
hierarquia e a disciplina exigem civilidade e camaradagem. Você pode comandar com autoridade, mas sem
autoritarismo.
Vejamos uma determinação expedida pelo Cel PM Manoel Damasceno de Sousa, à época Cmt-G da PMCE,
publicada no BCG nº 076, de 26.04.1994:
Recomendo aos senhores Diretores, Comandantes de OPM, Chefes de Serviços e/ou Repartições que dispen-
sem a seus subordinados um tratamento respeitoso, mesmo quando de medidas corretivas ou determinações.
Aqueles comandados que se sentirem prejudicados por receberem tratamento desrespeitoso por parte de su-
periores, especialmente os soldados, estão autorizados a se dirigirem diretamente ao Comandante Geral, por
escrito, fazendo-o sempre de forma procedente, a fim de que se possa avaliar o fato e definir as responsabili-
dades. (sol a Nota nº GC/94/0055).

3 FORMAS DE ORDENAMENTO DA AUTORIDADE

“Art. 29, §2º A ordenação é realizada por postos ou graduações dentro de um mesmo posto ou de uma mesma
graduação e se faz pela antiguidade ou precedência funcional no posto ou na graduação.”
A redação do §2º, pela simples falta de pontuação, tornou-se confusa. A melhor técnica recomendaria que fosse
escrita da seguinte forma: “A ordenação é realizada por postos ou graduações. Dentro de um mesmo posto ou
de uma graduação, se faz pela antiguidade ou precedência funcional”.
Do texto podemos extrair que a ordenação da autoridade é dividida da seguinte forma:
a) Escalonamento hierárquico (postos e graduações diferentes)
b) Antiguidade (igualdade de posto/graduação)
c) Precedência Funcional (igualdade de posto/graduação)
É aqui que encontramos outro problema técnico, pois o legislador, no artigo 29, trata, apenas, da precedência
funcional, embora ao longo do capítulo, mais precisamente nos parágrafos do art. 31, apesente outras formas
de precedência como se mostra:
1) Decorrente da antiguidade (art. 31)
2) Precedência simples (art. 31, §§4º, 5º e 6º)
3) Precedência hierárquica (art. 31, §7º)
4) Precedência funcional (art.3º, §1º do CDPM/BM c/c art. 29, §2º, e art.31, §8º do EMECE)

4 CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE DEVE HAVER RESPEITO À HIERARQUIA E À DISCIPLINA

“Art. 29, §5º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias entre os
militares”.

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Esse parágrafo é dos mais importantes quando se trata de hierarquia e disciplina, pois enfatiza que em qual-
quer circunstância da vida do militar, esteja ele fardado ou à paisana, dentro ou fora de um quartel deve haver
respeito à hierarquia e à disciplina, ou seja, devemos reconhecer a autoridade hierárquica de cada integrante
da Corporação Militar e, em consequência, obedecer-lhe consoante as normas, leis e regulamentos vigentes.
Esse respeito independe do militar encontrar-se ou não de serviço. Ele é militar e deve agir como tal em qual-
quer circunstância.

5 RELAÇÃO ENTRE SUBORDINAÇÃO E DIGNIDADE MILITAR

“Art. 29, §6º A subordinação não afeta, de nenhum modo, a dignidade do militar estadual e decorre, exclusiva-
mente, da estrutura hierarquizada e disciplinada da Corporação Militar”.
A subordinação decorre da hierarquia e da disciplina e de forma alguma afeta a dignidade do militar. Na reali-
dade, cria fortes vínculos de camaradagem, civilidade e respeito mútuo entre eles. A hierarquia é sempre uma
relação vertical, de imposição de normas e ordens legais. Contudo, exige-se respeito em ambas as direções.
Isso permite dizer que a relação de subordinação não afeta a dignidade do militar por ser uma relação mista
(vertical e horizontal). Vertical na medida em que se recebe ordens, e horizontal, na medida em que essas or-
dens são dadas de forma ética e humana.

QUESTÕES DE CONCURSO

a) ||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – 87. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das cor-
porações militares do estado e devem ser mantidas em todas as circunstâncias entre os militares, não existindo
prevalência entre os mesmos postos ou de uma mesma graduação.
b) Banca – AOCP – Concurso público 2016 – Cargo: Soldado da PMCE - 68. A ordenação da autoridade é rea-
lizada por postos ou dentro de um mesmo posto ou de uma mesma graduação e se faz apenas pela antiguidade.
*** *** ***

CIRCULOS E ESCALA HIERÁRQUICA DAS CME

Art.30. Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica nas Corporações Militares Estaduais são
fixados nos esquemas e parágrafos seguintes:

Esquema I
CÍRCULOS ESCALA HIERÁRQUICA
Coronel, Tenente-Coronel e Major PM ou
Superiores.
BM.
OFICIAIS POSTOS
Intermediários Capitão PM ou BM.
Subalternos. Primeiro – Tenente PM ou BM.

Esquema II
CÍRCULOS ESCALA HIERÁRQUICA
Subtenentes e
Subtenente e Primeiro-Sargento PM ou BM
PRAÇAS Sargentos. GRADUAÇÕES
Cabos e Soldados. Cabo e Soldado PM ou BM.
Esquema III
Excepcionalmente ou em reuniões
Aspirante-a-Oficial e Cadete do Curso
sociais têm acesso ao Círculo de Oficiais
de Formação de Oficiais PM ou BM.
P R A Ç A S Subalternos.
ESPECIAIS Excepcionalmente ou em reuniões
Aluno-Soldado do Curso de Formação
sociais têm acesso ao Círculo de Cabos
de Soldados PM ou BM.
e Soldados.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Esquema I
Círculos Escala Hierárquica
Coronel Comandante-Geral
Coronel
Superiores
Tenente-Coronel
Oficiais Postos Major
Intermediários Capitão
Primeiro Tenente
Subalternos
Segundo Tenente

Esquema II
Círculos Escala Hierárquica
Subtenente
Primeiro
Subtenentes E Primeiro, Segundo
Segundo E
E Terceiros Sargentos
Praças Graduações Terceiro
Sargento
Cabo
Cabos E Soldados
Soldado
Nota: Esquemas I e II com redação dada por força do art. 27 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015

POSTO - DEFINIÇÃO

§1º Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido pelo Governador do Estado, correspondendo
cada posto a um cargo.

GRADUAÇÃO - DEFINIÇÃO

§2º Graduação é o grau hierárquico da Praça, conferido pelo Comandante-Geral, corresponden-


do cada graduação a um cargo.
§3º Os Aspirantes-a-Oficial, Cadetes do Curso de Formação de Oficiais e Alunos-Soldados do
Curso de Formação de Soldados são denominados praças especiais, não ocupando cargo na
Corporação. (REVOGADO por força do art. 42 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).

FIXAÇÃO DOS GRAUS HIERÁRQUICOS

§4º Os graus hierárquicos dos diversos Quadros e Qualificações são fixados separadamente
para cada caso, de acordo com a Lei de Fixação de Efetivo da respectiva Corporação.

OBRIGATORIEDADE DA DESIGNAÇÃO DA SITUAÇÃO DE INATIVO

§5º Sempre que o militar estadual da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto ou
graduação, deverá fazê-lo mencionando essa situação.

COMENTÁRIOS

1 CONTORNO JURÍDICO

O artigo busca proteger as pilastras de sustentação das Corporações Militares Estaduais, no caso, a hierarquia
e disciplina. A hierarquia mililitar estadual culmina no Governador do Estado, Chefe Supremo dessas corpora-
ções, como explicado na Lei nº 13.407/2003 (CDPM/BM), in verbis:
Art. 3º. Hierarquia militar estadual é a ordenação progressiva da autoridade, em graus diferentes, da qual
decorre a obediência, dentro da estrutura da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, culminando no
Governador do Estado, Chefe Supremo das Corporações Militares do Estado.

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Figura 19 – Dr Camilo Santana – Governador do Estado

Fonte: Revista Sentinela, ano XII, nº 44, 2015

2 CÍRCULOS HIERÁRQUICOS: DEFINIÇÃO

Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os militares que têm por finalidade desenvolver o
espírito de camaradagem e civilidade, sem contudo haver quebra da disciplina e do respeito mútuo. Nas cor-
porações militares estaduais temos a carreira de Oficial e a carreira de Praças. Cada carreira tem sua escala
hierárquica e seu círculo hierárquico, como bem exposto no caput do art. 30.

3 DIFERENÇA ENTE CÍRCULO HIERÁRQUICO E ESCALA HIERÁRQUICA

Pertencer ao mesmo círculo não implica em ter as mesmas prerrogativas que os demais integrantes de postos ou
graduações diferentes; pois dentro do círculo temos a escala hierárquica com os diversos postos e graduações.
Assim sendo, apesar do 2º Tenente se encontar no mesmo circulo hierárquico do 1º Tenente, existe a escala
hierárquica que fala mais alto, pondo cada um em seu lugar, ou seja, cada militar tem seu grau de autoridade
definido pela escala hierárquica e não pelo círculo hierárquico. Numa reunião de subtenentes e sargentos, ou
de oficiais superiores deve primar a hierarquia e a disciplina entre eles, embora todos num mesmo espaço de
convivência.
Para ficar mais claro:
a) Escala hierárquica – define quem tem maior autoridade, conforme o posto ou graduação que ocupe. São os
postos e graduações, conforme o grau hierárquico.
b) Círculo hierárquico – define os espaços de convivência. Por exemplo: rancho, alojamentos, reuniões, bole-
tins reservados dentre outros.
Vide na figura a diferença entre carreira, círculo e escala hierárquica

Figura 20 – Esquema dos círculos hierárquicos conforme escala hierárquica

Fonte: o autor (2017)

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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A escala hierárquica é dividida em postos e graduações. Esses postos e graduações formam as carreiras dos
militares. De acordo com a carreira, os postos e as graduações são divididos em espaços de convivência deno-
minados de círculo hierárquico.

4 DEFINIÇÃO DE POSTO

“Art. 30, §1º Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido pelo Governador do Estado, correspondendo cada
posto a um cargo”.
Nos termos da lei, podemos afirmar que o Posto do Oficial deve ser compreendido de duas formas:
a) um cargo efetivo cujo provimento é dado pelo Governador do Estado
b) um grau hierárquico dentro da escala hierárquica militar.

5 A CARTA PATENTE E A FOLHA DE APOSTILA DOS OFICIAIS

Cada Oficial deve receber sua Carta Patente e a Folha de Apostila e que, embora ainda não usados nas corpo-
rações militares do estado, são previstas em lei.
A Carta Patente é o diploma que confirma o posto, as prerrogativas, os direitos e deveres do Oficial. É docu-
mento individual.
São elementos constituintes de uma Carta Patente: Brasão do Estado, denominação da Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social e da Corporação Militar correspondente (Polícia Militar ou Bombeiro Militar), o título
(Carta Patente de Oficial, “Carta Patente de Oficial Superior” ou “Carta Patente de Cel Comandante-Geral”),
posto, nome, quadro, ato que motivou a lavratura com o respectivo Diário Oficial do Estado; nome e assinatura
de quem a assinou. 
A Folha de Apostila é o documento onde são lançadas as promoções subsequentes ou mesmo a mudança de nome do
Oficial.
Patente também tem o mesmo significado que posto.
Os modelos abaixo, foram submetidos ao crivo da d. Assessora Jurídica da PMCE que emitiu parecer favorável
ao seu uso na Polícia Militar do Ceará. Como foi feito com base no EMECE, nada obsta que seja usado no
Corpo de Bombeiros.
Orienta-se a usar um papel adequado, tipo o utilizado para Certificados ou Diplomas, afinal de contas é um
documento de alta relevância para a história do militar na Corporação.

MODELO DE CARTA PATENTE DE OFICIAL

Corporação Militar Estadual


CARTA PATENTE DE OFICIAL
O COORDENADOR DE GESTÃO DE PESSOAS faz saber que
MARCO AURÉLIO DE MELO é Oficial da (Polícia Militar do Ceará, ou Corpo de Bombeiros Militar do
Estado do Ceará, no posto de 2º Tenente do Quadro de Oficiais Policiais Militares (QOPM), a contar de
10.06.1991, em virtude de Ato Governamental publicado no Diário Oficial do Estado nº 13, de 13 de junho
de 1991, e por isso lhe confere a presente Carta Patente, confirmatória do gozo das prerrogativas, direitos e
deveres inerentes ao posto, nos termos da lei.
Fortaleza,............./.........................../........................
Assina:
COORDENADOR DE GESTÃO DE PESSOAS
Nota: Quando se tratar de Oficial Superior essa Carta Patente fica da seguinte forma:
a) o título passa a ser: Carta Patente de Oficial Superior
b) e onde diz “é Oficial da..........” passa a ser “...é Oficial Superior da...”.

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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MODELO DE FOLHA DE APOSTILA

Corporação Militar Estadual

FOLHA DE APOSTILA
Continuação da Carta patente
TENENTE-CORONEL QOPM MARCO AURÉLIO DE MELO
Por Ato Governamental publicado no Diário Oficial do Estado nº 13, de 13 de dezembro de 2013, foi promo-
vido ao posto de 1º Tenente do QOPM, a contar de 13 de dezembro de 2013, o Oficial de quem trata esta Carta
Patente.

Fortaleza,............./.........................../........................
Assina:
COORDENADOR DE GESTÃO DE PESSOAS
Nota: O Coordenador de Gestão de recursos humanos de cada CME expede Carta Patente e Folha de Apostila dos oficiais tendo por base a legislação em vigor para
o Exército como previsto no art. 228 deste EMECE.

***

6 GRADUAÇÃO - DEFINIÇÃO

“Art.30, §2º Graduação é o grau hierárquico da Praça, conferido pelo Comandante-Geral, correspondendo
cada graduação a um cargo”.
Nos termos da lei, podemos afirmar que o Posto do Oficial deve ser compreendido de duas formas:
a) um cargo efetivo cujo provimento é dado pelo Governador do Estado
b) um grau hierárquico dentro da escala hierárquica militar.
Quando se diz que o grau é conferido pelo Cel Comandante-Geral, estamos dizendo que é aquela autoridade
quem promove as praças. Lembrando que a nomeação ao grau hierárquico inicial da carreira de Oficial, ou de
Praça é ato do Governador do Estado. A posse é que é feita pelo Cel Comandante-Geral.

7 FIXAÇÃO DOS GRAUS HIERÁRQUICOS

“Art.30, §4º Os graus hierárquicos dos diversos Quadros e Qualificações são fixados separadamente para cada
caso, de acordo com a Lei de Fixação de Efetivo da respectiva Corporação”.
O parágrafo acima faz referência aos Quadros e Qualificações. Anteriormente, as praças tinham qualificações
geral e particular (especialidades), ocorre que, por força do §2º, art. 3º da Lei nº 13.035/2000, as Qualificações
Particulares das praças foram transferidas para a Qualificação Geral, e nos termos do art. 141 deste EMECE,
as praças foram reagrupadas em Quadro único:
a) Na Polícia Militar do Ceará: Qualificação Policial Militar Geral 1 - QPMG 1
b) No Corpo de Bombeiros Militar: Qualificação Bombeiro Militar de Combatentes - QBMC.
Assim, Oficiais e Praças possuem Quadros como previsto neste Estatuto e no art. 25 da Lei nº 15.797, de
25.05.2015, que trouxe a seguinte nomenclatura:
- Quadro de Praças Policial Militar (QPPM);
- Quadro de Praças Bombeiro Militar (QPBM).

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8 MOMENTO HISTÓRICO

8.1 A criação da graduação de Subtenente


A graduação de Subtenente foi criada em 31 de dezembro de 1943, em decorrência da extinção da graduação
de Sargento Ajudante no Exército.
8.2 A criação do Aspirante-a-Oficial
Aspirante-a-Oficial foi um posto criado pelo Decreto nº 745, de 22 de novembro de 1940.
8.3 Oficiais inferiores
A hierarquia na PMCE era feita da seguinte forma:
a) Oficiais: superiores, capitães e subalternos

b) Praças: oficiais inferiores, graduados (Cabos e Anspençadas) e soldados


Foi publicado no Boletim do 1º Batalhão do Regimento a exclusão de um Anspençada, conforme se transcreve
abaixo, exceto o nome que omitimos propositadamente: “Exclusão - O sr. cel. cmt. em bol.reg.n.141 de hoj,
excluiu por exceder do effectivo do Regimento, o ansp.gr. deste btl. e 3a.cia.n.376 A.H.C. Assina Miguel Ar-
chanjo de Mello – Capm.Cmt.Int.”
***

QUESTÕES DE CONCURSO

Banca: AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM - 71. Posto é o
grau hierárquico do Oficial, conferido pelo Governador do Estado, correspondendo cada posto a um cargo,
enquanto Graduação é o grau hierárquico da Praça, conferido pelo Comandante-Geral, correspondendo cada
graduação a um cargo.
*** *** ***

PRECEDÊNCIA E ANTIGUIDADE ENTRE MILITARES

Art.31. A precedência entre militares estaduais da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegu-
rada pela antigüidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional esta-
belecida neste artigo, em lei ou regulamento.

CONDIÇÕES QUE DEFINEM A ANTIGUIDADE

§1º A antiguidade entre os militares do Estado, em igualdade de posto ou graduação, será defi-
nida, sucessivamente, pelas seguintes condições:
I - data da última promoção;
II - prevalência sucessiva dos graus hierárquicos anteriores;
III - classificação no curso de formação ou habilitação;
IV - data de nomeação ou admissão;
V - maior idade.

ANTIGUIDADE DECORRENTE DA ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO EM CURSO OU CONCURSO

§2º Nos casos de promoção a Primeiro-Tenente, de nomeação de oficiais, declaração de Aspiran-


te-a-Oficial ou admissão de Cadetes ou Alunos-Soldados prevalecerá, para efeito de antiguida-
de, a ordem de classificação obtida nos respectivos cursos ou concursos.
§2º Nos casos de promoção a Segundo-Tenente ou admissão de Cadetes ou Alunos-Soldados
prevalecerá, para efeito de antiguidade, a ordem de classificação obtida nos respectivos cursos
ou concursos.(Redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015)

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ANTIGUIDAEDE ENTRE ALUNOS DE UM MESMO ÓRGÃO DE FORMAÇÃO

§3º Entre os alunos de um mesmo órgão de formação policial militar ou bombeiro militar, a anti-
guidade será estabelecida de acordo com o regulamento do respectivo órgão.

PRECEDÊNCIA ENTRE MILITARES DA ATIVA E DA INATIVADADE

§4º Em igualdade de posto ou graduação, os militares estaduais da ativa têm precedência sobre
os da inatividade.

PRECEDÊNCIA ENTRE OS DIVERSOS QUADROS

§5º Em igualdade de posto, as precedências entre os Quadros se estabelecerão na seguinte or-


dem:
I - na Polícia Militar do Ceará:
a) Quadro de Oficiais Policiais Militares - QOPM;
b) Quadro de Oficiais de Saúde - QOSPM;
c) Quadro de Oficiais Capelães – QOCplPM;
d) Quadro de Oficiais de Administração - QOAPM;
e) Quadro de Oficiais Especialistas - QOEPM;
I - na Polícia Militar do Ceará:(Inciso e alíneas com redação dada pela Lei nº 13.768/2006)
a) Quadro de Oficiais Policiais Militares - QOPM;
b) Quadro de Oficiais de Saúde - QOSPM;
c) Quadro de Oficiais Complementar - QOCPM;(extinto na PMCE nos termos do art. 2º da Lei
14.931/2011)
d) Quadro de Oficiais Capelães - QOCplPM;
e) Quadro de Oficiais de Administração - QOAPM;
f) Quadro de Oficiais Especialistas – QOEPM(extinto nos termos do art. 3º da Lei 14.931/2011)
II - no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará:
a) Quadro de Oficiais Bombeiros Militares - QOBM;
b) Quadro de Oficiais Complementar Bombeiro Militar -QOCBM;
c) Quadro de Oficiais de Administração - QOABM.
§6º Em igualdade de graduação, as praças combatentes têm precedência sobre as praças espe-
cialistas. (Revogação tácita pois as praças especialistas foram extintas e transferidas para o quadro de praças combatentes)

PRECEDÊNCIA ENTRE INTEGRANTES DA PMCE E DO CBM

§7º Em igualdade de postos ou graduações, entre os integrantes da Polícia Militar do Ceará e do


Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, aqueles militares terão precedências hierárquicas sobre
estes.

PRECEDÊNCIA FUNCIONAL

§8º A precedência funcional ocorrerá quando, em igualdade de posto ou graduação, o Oficial ou


Praça ocupar cargo ou função que lhe atribua superioridade funcional sobre os integrantes do
órgão ou serviço que dirige, comanda ou chefia.

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COMENTÁRIOS

1 CONTORNO JURÍDICO

O atigo 31 é composto por um caput e oito parágrafos, tudo destinado a esclarecer a fonte do grau de autori-
dade que cada militar estadual possui em relação ao outro. Pois, dessa autoridade decorrerá a continência, a
honra, os sinais de respeito, o cerimonial e até a obediência. Trata das diversas formas de distribuição de au-
toridade entre militares do mesmo posto, ou da mesma graduação. É escala hierárquica no sentido horizontal.
Assim teríamos:
a) Escalonamento hierárquico: postos e graduações diferentes.
b) Precedência: postos e graduações iguais.

2 FORMAS DE ESCALONAMENTO DA AUTORIDADE DENTRO DO MESMO POSTO OU DA MESMA GRADUAÇÃO

“Art.31. A precedência entre militares estaduais da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada pela anti-
güidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida neste artigo, em lei
ou regulamento”.
Entre militares de postos ou de graduações diferentes temos o escalonamento hierárquico que define claramen-
te o grau de autoridade que cada militar possui e desse fato decorrerá a obediência entre eles. Ninguém tem dú-
vida de quem manda e quem obedece entre um Coronel e um Tenente-Coronel, entre um Cabo e um Soldado,
porque têm postos ou graduações diferentes. O problema se dá quando temos militares do mesmo posto ou da
mesma graduação, por exemplo: entre dois coronéis, ou entre dois cabos.
É exatamente nessa situação de igualdade que o artigo 31 vem dirimir as dúvidas, esclarecendo quem terá
precedência (primazia para efeito de continência, sinais de respeito e cerimonial militar e, por via oblíqua até
de subordinação entre militares do mesmo posto ou da mesma graduação) sobre o outro.
Em princípio, esse grau de autoridade (precedência) é fruto da “Antiguidade”, salvo nos casos de Precedência
funcional.
A precedência é gênero dos quais são espécies a antiguidade e a precedência funcional.

No desdobramento do artigo 31, encontramos outras formas de precedência elencadas ao longo de seus pará-
grafos e que pode ser sintetizada da seguinte forma:

Quadro 13 – Fonte da autoridade entre militares do mesmo posto, ou da mesma graduação

Tipos de Militares Antiguidade Precedência


Art.31 caput e §8º
Do mesmo Quadro Art.31, §1º
(funcional)
Concludentes de curso ou concurso Art.31, §2º -
Em curso Art.31, §3º -
Ativo x inativo - Art.31, §4º (simples)
Quadros diferentes - Art.31, §5º (simples)
Qualificações diferentes - Art.31, §6º (simples)
Corporações diferentes - Art.31, §7º (hierárquica)
Cargos ou funções - Art.31, §8º (funcional)
‘Praças Especiais x demais praças (não há praças especialistas) Art.32 -
Fonte: autor (2017)

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3 ANTIGUIDADE ENTRE MILITARES DO MESMO QUADRO

O legislador, no art. 31, §1º deu cinco indicativos sequenciais para definir a antiguidade entre militares do ser-
viço ativo, ou seja, você só passa para a situação posterior depois que se esgota a anterior. Vejamos o seguinte
caso hipotético:
Critérios Maj Fulano Maj Beltrano Maj Cicrano
Última promoção 25.12.2016 25.12.2016 25.12.2017
Cap 25.12.2010 Cap 25.12.2010 Cap 25.12.2009
Grau hierárquico anterior 1º Ten 25.12.2008 1º Ten 25.12.2008 1º Ten 25.12.2008
2º Ten 25.12.2008 2º Ten 25.12.2008 2º Ten 25.12.2008
Curso (formação/habilitação) CFO 1990 1º lugar CFO 1990 3º lugar CFO 1992 4º lugar
Nomeação/admissão 25.12.1990 25.12.1990 25.12.1989
Maior idade 50 anos 49 anos 47 anos

Nos termos do §1º,a rt. 31, para saber quem é o mais antigo, temos que saber primeiro qual a data em que eles
foram promovidos a Major (data da última promoção) e verificamos que os majores Fulano e Beltrano empa-
taram e são mais antigos que o Maj Cicrano. Portanto, independente, o Maj Cicrano está eliminado e fica sendo
o mais moderno dos três. Restam os outros dois.
Passa-se, então, ao segundo critério (grau hierárquico anterior) e verifica-se que eles empataram, pois foram
promovidos aos postos de Capitão, 1º Tenente e 2º Tenente, na mesma data.
Vamos então ao terceiro critério que é a nota no Curso de Formação. Nesse ponto, fica definido a antiguidade,
pois o Maj Fulano obteve a 1ª classificação, enquanto o Maj Beltrano obteve a 3ª posição no CFO.
A antiguidade entre os três fica então: 1º Maj Fulano, 2º Maj Beltrano, 3º Maj Cicrano.

4 CURSO DE HABILITAÇÃO: COMPREENSÃO LEGAL

Em termos de antiguidade entre militares convém esclarecer que o “curso de habilitação” a que se refere o art.
31, §1º, deve ser compreendido como o Curso de Habilitação de Oficiais. Essa explicação é essencial a fim de
que não se confunda com os demais cursos de habilitação existentes na Corporação (Curso de Habilitação a
Cabo - extinto pela Lei nº 15.797/2015, Curso de Habilitação a Sargento, Curso de Habilitação a Subtenente),
pois esses são cursos obrigatórios que, apenas, deixam o militar apto à promoção, sem implicar em mudança
da antiguidade após sua conclusão.
O Curso de Formação Profissional e o Curso de Habilitação de Oficiais levam o concludente à nomeação ao
cargo, conferindo-lhe, portanto, a antiguidade dentre os demais de sua turma de formação/habilitação.
Observem que a regra é aplicável ao Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e ao Curso Superior de Segurança
Pública, que, após sua conclusão, o militar permanece com sua antiguidade inalterada.
Pensar de outra forma, seria criar uma instabilidade na antiguidade dos militares que, a cada curso traria uma
nova antiguidade.

5 ASSESSORIA JURÍDICA DA PMCE: PARECER SOBRE ANTIGUIDADE ENTRE MILITARES ANTES E DEPOIS DE 2006

Segue, abaixo, o Parecer da Assessoria Jurídica da PMCE que esclarece a antiguidade entre militares que in-
gressaram antes e os que ingressaram depois do EMECE:
Parecer nº 617/2009 – ASJUR/PMCE. Assessor Jurídico: João Guilherme Janja Ximenes – OAB/CE 5.431 In-
teressado: [...]. Protocolo: 2748/2009. Chegou a esta Assessoria Jurídica, para fins de nova apreciação, através
do Ofício nº 370/2009- SEC/CPP, a Portaria nº 036/2009-SEC/CPP, que trata da promoção em ressarcimento
de preterição de policiais militares. Os interessados já haviam feito o mesmo pedido, de per si, os quais foram
analisados por esta ASJUR, nos termos dos PARECERES nºs 0038 e 0051/2009-ASJUR. É o breve relatório.
Analisando detidamente o caso, observa-se que o alegado pelos interessados, foi acolhido pelos PARECERES
supra citados, no sentido de se aplicar o princípio da antiguidade militar, para fins de confecção de QUADRO
DE ACESSO visando à promoção à graduação de CABO PM, segundo a previsão contida no art. 31, da Lei
Estadual nº 13.729/2006, in verbis:

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Art.31. A precedência entre militares estaduais da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada pela anti-
guidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida neste artigo, em lei
ou regulamento.
§1º A antiguidade entre os militares do Estado, em igualdade de posto ou graduação, será definida, sucessiva-
mente, pelas seguintes condições: I - data da última promoção; II - prevalência sucessiva dos graus hierárqui-
cos anteriores; III - classificação no curso de formação ou habilitação; IV - data de nomeação ou admissão;
V - maior idade.
Porém, a SEC/CPP, provocou esta ASJUR, solicitando outra avaliação dos casos, ao que se dá curso no pre-
sente opinativo. Para a determinação de antiguidade na graduação de Soldado, especificamente, existem dois
critérios de aferição: um estabelecido durante a vigência da revogada Lei Estadual nº 10.072/1976: e o outro,
pela vigente Lei Estadual nº 13.729/2006.
Os policiais militares que ingressaram na PMCE durante a vigência da Lei Estadual nº 10.072/1976, enquanto
se mantiverem na graduação de SOLDADOS PM, devem ter sua antiguidade aferida nos termos do art. 15, §
2º, alínea “a”, da mesma, ou seja, a partir da assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração
ou inclusão. Assim, no caso de empate no critério da antiguidade, o caso há que ser resolvido conforme a posi-
ção do policial militar na respectiva escala numérica, ou seja, de acordo com o respectivo NÚMERO NA PM,
independentemente da nota que tenha obtido no Curso de Formação de Soldado, in verbis:
Lei nº 10.072/76 - Art. 15 – A precedência entre policiais militares de ativa, do mesmo grau hierárquico e
assegurada pela antiguidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida
em lei ou regulamento. § 1º - A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da assinatura do ato
da respectiva promoção, nomeação, declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente fixada outra
data. § 2º - No caso de ser igual a antiguidade referida no parágrafo anterior, a antiguidade será estabelecida:
a) entre policiais militares do mesmo posto/graduação quando pela posição nas respectivas escalas numéricas
ou registros de que trata o art. 17 desta Lei; b) nos demais casos pela antiguidade no posto ou na graduação
anterior; se, ainda assim, subsistir a igualdade recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores
a data de inclusão até a data de nascimento para definir a procedência e, neste último caso, o mais velho será
considerado mais antigo; c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais militares, de acordo
com o regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas letras “a” e “b”.
Ocorre que, em 2006, passa a vigorar a Lei nº 13.729/06 – Estatuto dos Militares do Estado do Ceará, estabele-
cendo para os que ingressaram na Corporação, a partir de então, que a antiguidade entre os militares do Estado
do Ceará, em igualdade de posto ou graduação passou a ser definida na seguinte ordem de precedência: 1- de
acordo com a data da última promoção; 2- pela prevalência sucessiva dos graus hierárquicos anteriores; 3- pela
classificação no curso de formação ou habilitação; 4- pela data da nomeação ou admissão; 5- e por fim, pela
maior idade, a teor da regra contida no art. 31 do novel Estatuto, já citado. Depreende-se, portanto, da norma
supra transcrita que a antiguidade para os Soldados da Polícia Militar, que ingressaram já na vigência da Lei
nº 13.729/06, é definida levando-se em conta, primeiramente, a sua classificação no curso de formação (con-
curso público), e no caso de empate por esse critério, prevalece a data da nomeação ou admissão. Persistindo
a igualdade, será considerado mais antigo o de maior idade cronológica.
Por conseguinte, a antiguidade no âmbito da PMCE, relativamente ao Soldado, será sempre aferida de acordo
com os critérios estabelecidos na Lei vigente à época do ingresso do mesmo nessa Corporação. Destarte, por
estarmos adstritos à legalidade, bem como, tendo em vista a Súmula nº 473 do Supremo Tribunal Federal, a
qual diz que a Administração Pública pode (poder-dever) anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, pois que deles não se originam direitos, in verbis: A administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revo-
gá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial. Destarte, e considerando o Poder de Autotutela da Administração Pública, é
dizer, o poder-dever de a própria Administração exercer o controle de seus atos, sugerimos a anulação dos Pa-
receres nº 038/09 - AJ e 051/09 - AJ, pelo presente revistos, referentes à adoção dos critérios para determinar
a antiguidade do Soldado PM, para quaisquer fins.
PARECER: Ex positis, opinamos no sentido de que seja feita a verificação da antiguidade dos interessados,
desta feita, de acordo com os parâmetros legais fixados na Lei em vigor na época dos respectivos ingressos na
PMCE, conforme explicitado no relatório, observado o seguinte, nos casos ora analisados:
I- estando as antiguidades devidamente aferidas de acordo com a legislação vigente quando do ingresso do
Soldado na Corporação, os pedidos devem ser arquivados;

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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II- caso contrário, que instaure-se o devido processo regular, e em realmente constatado o erro, seja este cor-
rigido, e se for o caso, com a pleiteada promoção. É o parecer. s.m.j Fortaleza-CE, 27 de outubro de 2009.
(Boletim do Cmdº geral nº 056, de 25.03.2010)

6 ANTIGUIDADE OU PRECEDÊNCIA ENTRE MILITARES DA PMCE X CBMECE?

Inexiste antiguidade entre militares da PM e do Corpo de Bombeiros, o que há entre eles é Precedência Hierár-
quica como descrito no §7º deste artigo 31, in verbis: Em igualdade de postos ou graduações, entre os integran-
tes da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, aqueles militares terão precedências
hierárquicas sobre esses.
A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar são instituições independentes, semelhantes, apenas, nos
cargos efetivos, e tendo em comum o Estatuto, o Código Disciplinar e a legislação previdenciária, contudo com
estruturas diferentes, legislação de uniformes diferentes, missões diferentes dentre outras diferenças peculiares
de cada Corporação.
O legislador foi enfático ao deixar em parágrafo próprio (§7º, art. 31) como se faria a distribuição da autoridade
entre os militares dessas instituições, no caso, a precedência hierárquica, tal qual ocorre entre as Corporações
Militares Estaduais com as Corporações Militares Federais, a saber: precedência hierárquica.
Por extensão, também não há antiguidade entre Oficiais de Quadros diferentes, ocorrendo, a precedência sim-
ples, como previsto no §5º, art. 31 deste EMECE. Observem que o Quadro de Acesso Geral para fins de pro-
moção é feito conforme cada Quadro, aí sim, dentro do mesmo Quadro tem-se a antiguidade estabelecida no
art.31, §1º.

7 ANTIGUIDADE ENTRE ALUNOS DE UM MESMO ÓRGÃO DE FORMAÇÃO

O §3º, art.31 refere-se a antiguidade entre militares e não deve ser confundida com candidatos em curso de
formação profissional. Estes são civis participando de um concurso. Aqueles são militares em formação.
Atualmente, os militares são formados e especializados na Academia Estadual de Segurança Pública (AESP),
face à extinção dos órgãos de ensino das Corporações Militares Estaduais. Percebam que o EMECE cedeu essa
forma de antiguidade aos regulamentos do órgão, no caso atual, da AESP.

8 PRECEDÊNCIA ENTRE MILITARES DA ATIVA E DA INATIVADADE

Entre militares ativos e inativos não existe antiguidade. Tem-se precedência.


Temos aqui um caso de antinomia, um conflito normativo entre o EMECE e o CDPM/BM no que se refere à
precedência entre militares ativos e inativos, com soluções incompatíveis.
O inciso II do art. 5º da Lei nº 13.407/2003 (CDPM/BM) denomina a precedência dos militares da ativa sobre
os da inatividade como precedência funcional. Essa situação foi corrigida neste EMECE que entendeu que
entre os militares da ativa e os da inatividade tem-se apenas a precedência e não a precedência funcional, vez
que esta só ocorre entre militares do serviço ativo e quando em função de comando, chefia ou direção de órgão
que lhe dá poder de mando sobre os integrantes daquele órgão.
CDPM/BM - Art. 5º. A precedência funcional ocorrerá quando, em igualdade de posto ou graduação, o Oficial
ou a Praça: [...] II - estiver no serviço ativo, em relação aos inativos.
Trata-se de um caso de revogação tácita que se caracteriza pela incompatibilidade da nova disposição (EME-
CE) com a já existente (CDPM/BM), não havendo como coexistirem de forma harmônica, portanto prevalece
o critério cronológico da lei mais recente (lex posterior derogat legi prior) e não o critério hierárquico (lex
superior derogat legi inferiori) pois ambas as leis (EMECE e CDPM/BM) estão no mesmo plano. Também,
poderíamos usar o critério da especialidade e (lex specialis derogat legi generali), já que ante a incompatibili-
dade poderia ocorrer tanto a revogação da lei geral pela especial como da especial pela geral.
No caso, o EMECE apesar de ser norma geral, traz especificamente o tema voltado à hierarquia, disciplina,
precedência e antiguidade entre os militares estaduais (tanto que dispensou um capítulo inteiro para o assun-
to), enquanto o CDPM/BM tratou o assunto apenas de forma generalizada, sem pormenores (no capítulo Das
Disposições Gerais), como fez o EMECE, dedicando-lhe o capítulo VI para a matéria.

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9 PRECEDÊNCIA ENTRE QUADROS

Não há no que se falar em antiguidade entre Quadros. A antiguidade prevista no art.31, §1º deste EMECE não
alcança Quadros diferentes, ela é aplicada dentro do mesmo Quadro. Caso existisse, então para que serviria o
§5º, art.31 deste EMECE? Entre Quadros temos precedência.

10 PRAÇAS COMBATENTES X PRAÇAS ESPECIALISTAS: A NECESSIDADE DE REVOGAÇÃO

“Art.31, §6º Em igualdade de graduação, as praças combatentes têm precedência sobre as praças especialistas”.
Trata-se de mais uma norma a ser revogada, eis que as Praças foram agrupadas em Quadro único nos termos
da Lei nº 15.797, de 25.05.2015, a saber:
- Quadro de Praças Policial Militar (QPPM)
- Quadro de Praças Bombeiro Militar (QPBM).
Portanto, não temos mais praças especialistas, como já havíamos explicado anteriormente. Apesar da extinção,
permaneceu grafado neste Estatuto. É apenas mais um texto que não tem aplicação prática.

11 PRECEDÊNCIA FUNCIONAL

“Art.31, §8º A precedência funcional ocorrerá quando, em igualdade de posto ou graduação, o Oficial ou Praça
ocupar cargo ou função que lhe atribua superioridade funcional sobre os integrantes do órgão ou serviço que
dirige, comanda ou chefia”.
A precedência funcional é aquela decorrente do cargo ou função do militar em relação aos integrantes do órgão
que o militar comanda, chefia ou dirige.
Nessa situação, o militar estadual não perde a antiguidade, ela apenas fica “adormecida” no órgão em que ele
trabalha, uma vez que passa a receber ordens do mais moderno, cuja autoridade se dá em razão da precedência
funcional.
A antiguidade continuará vigente para situações outras, como por exemplo, a promoção ao posto ou graduação
superior que exija esse critério (antiguidade).
Implica dizer que, para escolher alguém para assumir comando, ou comando-adjunto, ou coordenadoria não é
necessário recorrer à antiguidade, podendo o comando ser exercido por um mais moderno que, em virtude da
precedência funcional, passa a ter poder de mando sobre o mais antigo.
Entendemos que essa situação, apesar de expressamente constar na lei, parece ferir o princípio da hierarquia e
dos valores fundamentais do militar estadual ao dar autoridade (poder de mando) ao mais moderno.
O cargo, ou função deveria ser dado em razão da antiguidade da qual decorrerá a precedência funcional de um
militar sobre o outro. Aí sim, harmonizaríamos a antiguidade com a precedência. Quando um militar mais an-
tigo tem menos competência do que outro, deveria ser movimentado para outra Unidade em que fosse melhor
aproveitado seu potencial. Fazê-lo ficar sob o comando do mais moderno é ferir a honra e a dignidade dele,
valores que devem ser observados como determina o art. 7º da Lei nº 13.407/2003 (CDPM/BM).

12 MOMENTO HISTÓRICO: A EXTINÇÃO DO QUADRO DE OFICIAIS COMBATENTES

Muitos militares já devem ter ouvido os Oficias dizerem que são do Quadro de Combatentes, mas quando se
procura na legislação encontramos, apenas, a terminologia Quadro de Oficiais Policiais Militares – QOPM ou
Quadro de Oficiais Bombeiros Militares.
A denominação Combatente perdurou na Corporação até ser modificada pelo art. 59 da Lei n.º 10.145, de 29
de novembro de 1977 (D.O.E. de 30/11/77), in verbis:
Art. 59 - O Quadro de Oficiais Combatentes passará a denominar-se “Quadro de Oficiais Policiais-Militares”
(QOPM) e o Quadro de Oficiais Bombeiros de “Quadro de Oficiais Bombeiros-Militares” (QOBM).
*** *** ***

PRECEDÊNCIA ENTRE PRAÇAS ESPECIAIS E DEMAIS PRAÇAS

Art.32. A precedência entre as praças especiais e as demais praças é assim regulada:


I - os Aspirantes-a-Oficial são hierarquicamente superiores às demais praças;
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II - os Cadetes são hierarquicamente superiores aos Subtenentes, Primeiros-Sargentos, Cabos,
Soldados e Alunos-Soldados.

COMENTÁRIO

Inicialmente, convém diferenciar praças especiais de praças especialistas. Na primeira categoria, tínhamos o
cadete (aluno do CFO) e os alunos dos cursos de formação de Sargento/formação de soldados), enquanto na
segunda categoria tínhamos os artífices, músicos, corneteiros, motoristas dentre outras especialidades. Portan-
to, eram duas categorias diferentes.
O fato é que ambas as graduações (aspirantes e cadetes) foram exintas como já demonstrado anteriormente.
Portanto, trata-se de mais um artigo que precisa ser revogado.

Figura 21 - Esquema da síntese das precedências militares estaduais

Fonte: o autor (2017)


Nota: na precedência funcional onde se lê: art. 31, §7º, leia-se: art.31, §8º

ALMANQUE DOS OFICIAIS E DOS GRADUADOS

Art.33. Na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar será organizado o registro de todos
os Oficiais e Graduados, em atividade, cujos resumos constarão dos Almanaques de cada Cor-
poração.

CONTEÚDO DOS ALMANAQUES

§1º Os Almanaques, um para Oficiais e outro para Subtenentes e Primeiros-Sargentos, conterão


configurações curriculares, complementadas com fotos do tamanho 3 x 4, de frente e com farda,
de todos os militares em atividade, distribuídos por seus Quadros e Qualificações, de acordo
com seus postos, graduações e antigüidades, observando-se a precedência funcional.
§1º. Os Almanaques, um para Oficiais e outro para Subtenentes e Sargentos, conterão configura-
ções curriculares, complementadas com fotos do tamanho 3x4, de frente e com farda, de todos
os militares em atividade, distribuídos por seus Quadros e Qualificações, de acordo com seus
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postos, graduações e antiguidades, observando-se a precedência funcional, e serão editadas no
formato digital. (Redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015)

REGISTRO DE DADOS DO PESSOAL DA RESERVA

§2º A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar manterão um registro de todos os dados re-
ferentes ao pessoal da reserva remunerada, dentro das respectivas escalas numéricas, segundo
instruções baixadas pelo respectivo Comandante-Geral.

COMENTÁRIO

A previsão de um almanaque já constava na Lei nº 1.664, de 15.09.1919, que determinava a organização e


publicação do Almanaque dos Oficiais e dos Sargentos, e vem sendo repetida nos estatutos.
O almanque é um livro físico ou eletrônico, contendo a relação dos oficiais e praças com breve resumo de seus
currículos, por exemplo: nome, filiação, naturalidade, cursos, promoções e medalhas. Esses almanaques são
divididos em capítulos. Um para cada Quadro da Corporação, por ex: na PMCE o almanaque tem um capítulo
para os Oficiais Combatentes, outro para os Oficiais de Saúde, outro para os Capelães e, por fim, um para os
Oficiais de Administração. A relação desses Oficiais é feita por antiguidade. A precedência funcional citada na
lei diz respeito aos currículos do Coronel Comandante-Geral, Comandante-Geral Adjunto e Secretário Execu-
tivo que iniciam o Almanaque, independente de sua antiguidade.
Atualmente, não se tem mais Qualificações. Oficiais e Praças possuem Quadros como previsto neste Estatuto
e na Lei nº 15.797, de 25.05.2015, que trouxe a seguinte nomenclatura:
- Quadro de Praças Policial Militar (QPPM);
- Quadro de Praças Bombeiro Militar (QPBM).
Os Almanaques deixaram de ser impressos face ao alto custo e passaram a ser editados de forma eletrônica e,
disponibilizados por meio de sistemas eletrônicos de cada Corporação.

Figura 22 - Capa e folha interna de Almanaque de Oficiais - 2003

Fonte: arquivo do autor (2017)

NOMEAÇÃO AO PRIMEIRO POSTO

Art.34. Os Cadetes, concluído o Curso de Formação de Oficiais e obtida aprovação, são declara-
dos Aspirantes-a-Oficial por antiguidade, após o cumprimento de estágio supervisionado a ser
regulado por Decreto do Chefe do Poder Executivo, por período nunca inferior a 6 (seis) meses,
sendo promovidos, por antiguidade, ao posto de Primeiro-Tenente, através de ato governamen-
tal.
Art.34. Concluído o Curso de Formação de Oficiais, ou Curso de Formação Profissional, para
o QOPM, QOBM, QOSPM, QOCBM e QOCplPM, e o Curso de Habilitação de Oficiais, para o
QOAPM e QOABM, e obtida aprovação, serão os concludentes nomeados ou obterão acesso, por
ordem de classificação no respectivo curso, ao posto de Segundo-Tenente, através de ato gover-
namental. (Redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015)

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SUBMISSÃO DE ASPIRANTE A CONSELHO DE DISCIPLINA DECORRENTE DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Parágrafo único.O Aspirante-a-Oficial que não obtiver conceito favorável no estágio supervi-
sionado referido no caput deste artigo assinalará o final da turma e será submetido a Conselho
de Disciplina, conforme estabelecido em Lei. (Revogado tacitamente em virtude da extinção do
aspirante-a-Oficial)

COMENTÁRIO

1 DIFERENÇA ENTRE NOMEAÇÃO E ACESSO

O artigo esclarece a situação do concludente de cursos de Formação ou de Habilitação ao cargo de Oficiais,


distinguindo a nomeação do acesso, da seguinte forma:
a) QOPM, QOBM, QOSPM, QOCBM e QOCplPM – são nomeados ao cargo de 2º Tenente
b) QOAPM ou QOABM – obtém acesso ao cargo de 2º Tenente

2 A NECESSÁRIA REVOGAÇÃO DO P.U.

O parágrafo único do art.34 se encontra revogado tacitamente em razão da inexistência do grau hierárquico de
aspirante-a-Oficial o qual foi extinto deste EMECE por força da Lei nº 15.797/2015.
*** *** ***

CAPÍTULO VII
DO CARGO, DA FUNÇÃO E DO COMANDO

CARGO DE PROVIMENTO EFETIVO

Art.35. Os cargos de provimento efetivo dos militares estaduais são os postos e graduações pre-
vistos na Lei de Fixação de Efetivo de cada Corporação Militar, compondo as carreiras dos mi-
litares estaduais dentro de seus Quadros e Qualificações, somente podendo ser ocupados por
militar em serviço ativo.

FORMA DE PROVIMENTO NO CARGO EFETIVO

Parágrafo único. O provimento do cargo de Oficial é realizado por ato governamental e o da Pra-
ça, por ato administrativo do Comandante-Geral.

1 TIPOS DE CARGOS

Os militares estaduais podem ocupar dois tipos de cargo:


a) Cargo Efetivo - os postos e as graduações que compõem a carreira dos militares. Por ex: Soldado, Cabo, 3º
Sargento.
b) Cargo em Comissão – os cargos que ocupam na estrutura da Corporação, exemplo: Comandante de Batalhão
Policial Militar, Coordenador de Gestão de Pessoas.
Abaixo um quadro para melhor definir a diferença entre cargo efetivo e cargo em comissão

Quadro 14 - Cargo efetivo e cargo em comissão

POSTO (CARGO NOME CARGO EM COMISSÃO


EFETIVO)
Cap Fulano Cmt do 5º BPM
Cel Beltrano Coordenador de Finaças
Fonte: o autor (2017)

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2 CARGO X CARREIRA

Apesar de ter uma redação confusa, quando o artigo 35 afirma que somente os militares do serviço ativo podem
ocupar cargo efetivo não significa dizer que os inativos perdem seus postos ou graduações. Na verdade, o ar-
tigo está informando que somente os militares, em serviço ativo, têm carreira, ou seja, podem ser promovidos
ou ter acesso a postos/graduações superiores. Os militares inativos têm postos e graduações, contudo, não têm
carreira.

3 A LEI DE FIXAÇÃO DE EFETIVO

O efetivo das Corporações Militares Estaduais é fixado na Lei nº 15.797/2015 que trata da promoção dos mi-
litares estaduais. Em seu anexo tem-se a fixação de seus efetivos.

4 A NECESSÁRIA ATUALIZAÇÃO DO ART. 35

Mais uma vez o legislador fala de qualificações, porém como já explicado anteriormente, as corporações pos-
suem apenas quadros, como previsto neste Estatuto e na Lei nº 15.797, de 25.05.2015.

5 A COMPETÊNCIA PARA PROVER OS CARGOS

Quando se fala em provimento do cargo efetivo, estamos falando em promoção. Assim, estabeleceu-se que
duas seriam as autoridades para dar provimento ao cargo efetivo, a saber:
a) Governador do Estado – dar provimento ao cargo efetivo dos Oficiais
b) Coronel Comandante-Geral – dar provimento ao cargo efetivo dos Praças

6 A NECESSÁRIA ATUALIZAÇÃO DO ARTIGO

Por força do art. 37, da Lei nº 15.797/2015 foi extinto o cargo, em comissão, de Comandante-Geral da Polícia
Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará. Agora eles são cargos efetivos denominados de
Coronel Comandante-Geral. Vide texto da lei: “Art.37. Fica extinto o cargo de provimento em comissão de
Comandante-Geral da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado”.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 90 O provimento do cargo efetivo dos militares estaduais — pos-


tos e graduações —, previstos na Lei de Fixação de Efetivo de cada corporação militar, é realizado por ato
administrativo do comandante-geral.
*** *** ***

CARGO DE PROVIMENTO EM COMISSÃO – CONCEITO E FORMAS DE PROVIMENTO

Art.36. Os cargos de provimento em comissão, inerentes a comando, direção, chefia e coorde-


nação de militares estaduais, previstos na Lei de Organização Básica da Corporação Militar, são
de livre nomeação e exoneração pelo Chefe do Poder Executivo, somente podendo ser providos
por militares do serviço ativo da Corporação.

DESIGNAÇÃO PROVISÓRIA OU DISPENSA DO CARGO EM COMISSÃO

§1º O Comandante-Geral poderá, provisoriamente, por necessidade institucional urgente devi-


damente motivada, designar o Oficial para o cargo em comissão ou dispensá-lo, devendo regula-
rizar a situação na conformidade do caput, no prazo de 15 (quinze) dias a contar do ato, sob pena
de restabelecer-se a situação anterior.

NATUREZA ACAUTELATÓRIA DA DESIGNAÇÃO OU DISPENSA EM CARÁTER DE URGÊNCIA

§2º A designação ou dispensa mencionada no parágrafo anterior tem natureza meramente acau-
telatória, não constituindo sanção disciplinar.

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CARGO EM COMISSÃO DE FORMA INTERINA - VANTAGENS E DIREITOS

§3º O militar estadual que ocupar cargo em comissão, de forma interina, fará jus, após 30 (trinta)
dias, às vantagens e outros direitos a ele inerentes.

COMENTÁRIO

1 A FORMA PARA PROVIMENTO DOS CARGOS EM COMISSÃO

O artigo não define o que é um cargo em comissão, mas esclarece que se referem aos cargos de comando, dire-
ção, chefia e coordenação, previstos na Lei nº 15.217, de 05 de setembro de 2012 (Lei de Organização Básica
na PMCE).
A forma de provimento é a livre escolha do Governador do Estado o qual pode nomear ou exonerar o Oficial
ou a Praça do serviço ativo para o cargo, observando-se, contudo que essa escolha é discricionária, mas não
arbitrária, eis que deve obedecer aos ditames do art. 36, art. 37, p.u e art. 224 deste EMECE, ou seja, o militar
deve ter habilitação necessária para o exercício do cargo.

2 COMPETÊNCIA DO SECRETÁRIO DA SSPDS PARA PROVIMENTO DE CARGOS EM COMISSÃO

Apesar do art. 36 deixar claro que a nomeação é ato do Chefe do Executivo, tem-se a esclarecer que o Secre-
tário da Segurança Pública e Defesa Social, também, tem competência concorrente para efetivar nomeações
com fundamento no Decreto nº 30.086, de 02 de fevereiro de 2010, abaixo transcrito:
Decreto nº 30.086, de 02 de fevereiro de 2010. Delega competência para a prática de atos de provimento
no âmbito da administração pública estadual e dá outras providências. O Governador do Estado do Ceará, no
uso das atribuições que lhe conferem os incisos IV e VI do Art. 88 da Constituição Estadual; Considerando o
disposto no inciso XVII e parágrafo único do Art.88 da Constituição Estadual, com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 66, de 18 de novembro de 2009; Decreta:
Art.1º. Fica delegada competência aos Secretários de Estado para, observadas as disposições legais e regula-
mentares, praticar os atos de provimento dos Cargos, Funções e Empregos Públicos em Comissão de Direção
e Assessoramento Superior, no âmbito da Administração Estadual.
Art.2º. Fica delegada competência aos Secretários de Estado para, observadas as disposições legais e regula-
mentares, praticar os atos de nomeação e exoneração nas empresas públicas e sociedades de economia mista
prestadoras de serviço público vinculadas às respectivas Secretarias.
Art.3º Nas empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica, as nomea-
ções e exonerações serão feitas pelo Presidente ou Diretor-Geral da entidade.
Art.4º. O disposto neste Decreto será regulamentado por Instrução Normativa expedida pela Casa Civil e pela
Secretaria do Planejamento e Gestão.
Art.5º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art.6º. Revogam-se as disposições em contrário.
Palácio Iracema, do Governo do Estado do Ceará, em Fortaleza, aos 02 de fevereiro de 2010. Cid Ferreira
Gomes. Governador do Estado do Ceará. Arialdo de Mello Pinho Secretário de Estado Chefe da Casa Civil.
Desirée Custódio Mota Gondim Secretária do Planejamento e Gestão, Respondendo.
***
MODELO DE ATO DO SECRETÁRIO DA SSPDS DESIGNANDO MILITAR COMO ORDENADOR DE
DESPESA
PORTARIA Nº ............../2017-GS - O SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL,
no uso de suas atribuições legais e considerando a nomeação ao cargo de Coordenador do Colégio da Polícia
Militar General Edgard Facó, conforme publicado no Boletim do Comando Geral da PMCE, BCG nº ......, de
..................., RESOLVE DESIGNAR o militar .................................................., Coronel PM, matrícula ...........
....................., em substituição a ......................................................, Tenente-Coronel PM, matrícula nº .............
....................., como Ordenador de Despesas na unidade orçaentária nº ........................... – FDS .........................
...............(nome da unidade exemplo: Colégio da Polícia Militar), assegurando-lhe eficácia às decisões que im-
pliquem em ordenar despesas orçamentárias, autorizar pagamentos, reconhecer dívidas, homologar processos
licitatórios, e outros como: representar o Fundo de Defesa Social em contratos e demais instrumentos necessá-

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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rios a concessão das atribuições delegadas, convalidando, nesses termos, atos que por ventura já foram reali-
zados, sem prejuízo de competência originária do Titular desta Pasta, prevista na Legislação vigente. SECRE-
TARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL, em Fortaleza, ................. de ............................ de
2017. André Santos Costa SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL PRESIDENTE
DO CONSELHO DO FUNDO DE DEFESA SOCIAL Registre-se e publique-se.
*** *** ***
MODELO DE ATO DO SECRETÁRIO DA SSPDS EXONERANDO MILITAR DE CARGO DE PROVI-
MENTO EM COMISSÃO
DOE nº 198, de 23/10/2017 O(A) SECRETÁRIO(A) DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL,
no uso das atribuições que lhe foram delegadas pelo Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Ceará,
nos termos do Parágrafo Único do art. 88 da Constituição do Estado do Ceará e do Decreto N° 30.086 de 02
de fevereiro de 2010, e em conformidade com o art. 63, inciso II, alínea “a‟ da Lei n° 9.826, de 14 de maio
de 1974, RESOLVE EXONERAR, DE OFICIO, o(a) servidor(a) NOME DO MILITAR, matrícula 000000-
0-0, lotado(a) no(a) NÚCLEO DA 1ª COMPANHIA DO 6º BPM, do Cargo de Direção e Assessoramento, de
provimento em comissão de Assessor Técnico, símbolo DAS-1 integrante da Estrutura organizacional do(a)
POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ a partir de 16 de Agosto de 2017. SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚ-
BLICA E DEFESA SOCIAL, em Fortaleza,11 de outubro de 2017. André Santos Costa SECRETÁRIO DA
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL Ronaldo Mota Viana CORONEL COMANDANTE-GERAL
DA POLÍCIA MILITAR Francisco de Queiroz Maia Júnior SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GES-
TÃO *** *** ***
MODELO DE ATO DO SECRETÁRIO DA SSPDS NOMEANDO MILITAR PARA CARGO DE PROVI-
MENTO EM COMISSÃO
DOE nº 198, de 23/10/2017 O(A) SECRETÁRIO(A) DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
DO ESTADO DO CEARÁ, no uso das atribuições a que lhe foram delegadas pelo Excelentíssimo Senhor
Governador do Estado do Ceará, nos termos do Parágrafo Único do art. 88 da Constituição do Estado do Ceará
e do Decreto n°30.086 de 02 de fevereiro de 2010 e em conformidade com o art. 8º combinado com o inciso
III do art. 17 da Lei n° 9.826, de 14 de maio de 1974, e também combinado com o(a) Decreto n° 31.948 de 05
de Maio de 2016 publicada no Diário Oficial do Estado em 06 de Maio de 2016, RESOLVE NOMEAR, o(a)
servidor(a) NOME DO MILITAR, matrícula 000000-0-0, para exercer o cargo de Direção e Assessoramento,
de provimento em comissão de ORIENTADOR DE CÉLULA, símbolo DNS-3 lotado(a) no(a) ASSESSORIA
DE ANÁLISE E ESTATÍSTICA INSTITUCIONAL, integrante da Estrutura Organizacional do(a) POLÍCIA
MILITAR DO CEARÁ a partir de 01 de Agosto de 2017. SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DE-
FESA SOCIAL, em Fortaleza, 05 de outubro de 2017. André Santos Costa SECRETÁRIO DA SEGURANÇA
PÚBLICA E DEFESA SOCIAL Ronaldo Mota Viana CORONEL COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA
MILITAR Francisco de Queiroz Maia Júnior SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO.
*** *** ***
Nota: todos os modelos acima já foram publicados em DOE

3 A COMPETÊNCIA DO CEL CMT-G PARA REALIZAR PROVIMENTO ACAUTELATÓRIO

“Art., 36, §1º O Comandante-Geral poderá, provisoriamente, por necessidade institucional urgente devida-
mente motivada, designar o Oficial para o cargo em comissão ou dispensá-lo, devendo regularizar a situação
na conformidade do caput, no prazo de 15 (quinze) dias a contar do ato, sob pena de restabelecer-se a situação
anterior”.
O parágrafo acima traz importante reserva de autoridade ao Cel Cmt-G para, em situações urgentes, movi-
mentar oficiais ou praças detentores de cargos em comissão, sem que isso se constitua em sanção disciplinar.
Nessas situações devemos observar que:
a) O ato não é de nomeação ou de exoneração (atos governamentais) e sim de designação ou de dispensa (atos
administrativos do Cel Cmt-G).
b) A designação ou dispensa deve ser regularizada em até quinze dias.
c) Deve haver um motivo relevante e urgente para que o Cel Cmt-G adote essa medida.
d) Essa movimentação não tem caráter punitivo, mas tão somente acautelatório como previsto no §2º, art. 36
deste EMECE.

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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3.1 O prazo de 15 dias
A lei estabelece um prazo de 15 (quinze) dias para que o Cel Cmt-G regularize a situação de designação ou
dispensa em caráter acautelatório. Ocorre que esse prazo é o interregno de tempo necessário para que aquela
autoridade providencie o ato governamental de nomeação ou exoneração. Feito isso, estará cumprida a lei. A
tramitação e publicação em DOE do ato governamental, de certo, irá demandar tempo superior a 15 dias, mas
não invalida nenhum ato administrativo.
3.2 Natureza acautelatória da designação ou dispensa em caráter de urgência
“Art. 36, §2º A designação ou dispensa mencionada no parágrafo anterior tem natureza meramente acautelató-
ria, não constituindo sanção disciplinar”.
O legislador é enfático ao afirmar que a movimentação feita pelo Cel Cmt-G não é punição, mas simplesmente
uma medida acautelatória. Ocorre que as medidas acautelatórias têm uma conotação punitiva e só são aplica-
das em situações excepcionais e decorrentes de transgressões, ou crimes propriamente militares.
Vejamos alguns dispositivos relacionados:
- CDPM/BM - Art.72. O militar do Estado submetido a processo re­gular deverá, quando houver possibilidade
de prejuízo para a hierar­quia, disciplina ou para a apuração do fato, ser designado para o exercício de outras
funções, en­quanto perdurar o processo, podendo, ainda, a autoridade instauradora proibir-lhe o uso do unifor-
me e o porte de arma, como medida cautelar.
- Lei Complementar nº 98/2011 - Art.18. Compete ao Governador do Estado e ao Controlador Geral, sem
prejuízo das demais autoridades legalmente competentes, afastar preventivamente das funções os servidores
integrantes do grupo de atividadede polícia judiciária, policiais militares, bombeiros militares e agentes pe-
nitenciários que estejam submetidos à sindicância ou processo administrativo disciplinar, por prática de ato
incompatível com a função pública, no caso de clamor público ou quando necessário á garantia da ordem pú-
blica, à instrução regular da sindicância ou do processo administrativo disciplinar e à viabilização da correta
aplicação de sanção disciplinar.

Quadro 15 – Formas de provimento do cargo em comissão

Tipo de Ato
Autoridade
Nomeação Exoneração Designação Dispensa
Governador Livre escolha Livre escolha - -
Cel Cmt-G - - Necessidade urgente Necessidade urgente
SSPDS Livre escolha Livre escolha
Fonte: o autor (2017)

4 CARGO EM COMISSÃO DE FORMA INTERINA - VANTAGENS E DIREITOS

“Art.36, §3º O militar estadual que ocupar cargo em comissão, de forma interina, fará jus, após 30 (trinta) dias,
às vantagens e outros direitos a ele inerentes”.
Assumir um cargo de forma interina é passar à condição de titular de forma provisória. Trata-se de uma incer-
teza que, em algumas situações, prejudica a Administração, pois o interino deixa de adotar determinadas medi-
das de avanço por não poder alterar a estrutura antiga uma vez que o titular retornará, ou outro militar assumirá
aquele cargo. No máximo ele deve manter o que está em andamento e providenciar para que não haja atrasos.
Até o período de trinta dias, o interino não faz jus a qualquer benefício, pois são períodos em que o titular se
afasta por motivo de férias, licença, dispensas do serviço. Passado esse período o interino passa a ter direito a
todas as vantagens e direitos decorrentes do cargo assumido, como por exemplo, o valor da gratificação pelo
exercício do cargo comissionado.

5 CARGA HORÁRIA DOS OCUPANTES DE CARGO EM COMISSÃO

Tem-se o seguinte acerca da carga horária de ocupantes de cargo em comissão:


a) Lei nº 10.416, de 08 de setembro de 1980 - Art. 5º. Os ocupantes do cargo em comissão são obrigados à
carga horária de 40 (quarenta) horas semanais de trabalho.
b) Lei nº 11.295, de 03 de fevereiro de 1987 – Art. 11. Os ocupantes de cargos de Direção e Assessoramento
da Administração Direta e Indireta, inclusive das Fundações Estaduais, bem como dos Presidentes, Vice-Presi-

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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dentes, Membros e Secretários com exercício nas Comissões referidas no artigo anterior, são obrigados à carga
horária de 40 (quarenta) horas semanais de trabalho.

6 ATOS ADMINISTRATIVOS PREPARATÓRIOS PARA PROVIMENTO DE CARGO EM COMISSÃO

O provimento e vacância dos cargos em comissão (nomeação, designação, exoneração e cessar efeitos), no
âmbito do Poder Executivo Estadual é regulado pela Instrução Normativa nº 02, de 19 de fevereiro de 2010,
publicada no DOE nº 034, de 22.02.2010.
O termo Provimento contempla:
a) os procedimentos de nomeação, com ou sem afastamento, para cargos em comissão e funções comissiona-
das;
b) os procedimentos de designação para responder por cargos em comissão e de funções comissionadas;
O termo Vacância contempla:
a) os procedimentos de exoneração de cargos em comissão e de funções comissionadas;
b) os procedimentos de cessar efeitos das designações para responder por cargos em comissão e funções co-
missionadas.
Quando da exoneração de ocupantes de cargos em comissão e de funções comissionadas, cessa imediatamente
o exercício das suas atribuições e, consequentemente, o pagamento dos consectários financeiros decorrentes.
As exonerações serão efetivadas no último dia útil de cada mês, diante da natureza de indivisibilidade da gra-
tificação pelo exercício de cargos em comissão e de funções comissionadas, salvo os casos excepcionais que
deverão ser justificados pelo titular da pasta e autorizados pelo titular da Seplag;
Os atos de provimento e vacância de cargos em comissão e funções comissionadas dos órgãos da Adminis-
tração Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual serão, necessariamente, publicados no Diário Oficial do
Estado (DOE);

7 DISPOSITIVOS A SEREM OBSERVADOS NO PROVIMENTO DO CARGO

1) CF/88- Art. 37, XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver com-
patibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19/1998): c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profis-
sões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34/2001).
2) Constituição do Estado do Ceará/1989 - Art. 188, Parágrafo único. A lei disciplinará o efetivo da Polícia
Militar, dispondo sobre sua organização, funcionamento e medidas aplicáveis, para garantir a sua eficiência
operacional, distribuindo as responsabilidades em consonância com os graus hierárquicos.
Art. 187, §2º O Comando da Polícia Militar é privativo de Coronel da corporação, em serviço ativo, observa-
das as condições indicadas em Lei, de livre escolha do Governador do Estado.
Art.189, §2º O Comando do Corpo de Bombeiros Militar é privativo de Coronel da corporação, em serviço
ativo, observadas as condições indicadas em Lei, de livre escolha do Governador do Estado.
3) Lei nº 15.797, de 25 de maio de 2015
Art. 6º, §12. O militar estadual que for nomeado ao posto de 2º Tenente ou de 1º Tenente ou ao cargo de Solda-
do, nos quadros QOPM e QOBM, deverá, obrigatoriamente, permanecer todo o período de interstício exigido
para promoção ao posto ou à graduação imediata exercendo suas funções em unidade eminentemente opera-
cional, junto a Batalhão, Companhia e Pelotão, na Capital, na Região Metropolitana ou no interior do Estado.
4) Decreto nº 27.878, de 18 de agosto de 2005.
Art.1º Fica definido como de 24 (vinte e quatro) meses, a contar da data do início do exercício, o tempo má-
ximo de permanência dos militares estaduais da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar
do Ceará em cargo militar de comando de unidades, subunidades e demais frações operacionais, previsto na
estrutura organizacional das respectivas Corporações.
§1º Excepcionalmente, quando situação especialíssima assim recomendar e por expressa determinação da au-
toridade competente, o tempo máximo de permanência de que trata este artigo poderá ser prorrogado por, no
máximo, igual período, comunicando-se a medida ao Comando-Geral.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
156
Figura 23 - Esquema dos tipos de cargos e de suas formas de provimento

Ato Sec da SSPDS

Fonte: o autor (2017)

OBRIGAÇÕES DO TITULAR DO CARGO

Art.37. A cada cargo militar estadual corresponde um conjunto de atribuições, deveres e respon-
sabilidades que se constituem em obrigações do respectivo titular.

COMPATIBILIDADE HIERÁRQUICA E DE GÊNERO PARA ASSUNÇÃO DE CARGOS

Parágrafo único. As atribuições e obrigações inerentes a cargo militar estadual devem ser, prefe-
rencialmente, compatíveis com o correspondente grau hierárquico, e no caso do militar estadual
do sexo feminino, preferencialmente, levando-se em conta as diferenciações físicas próprias,
tudo definido em legislação ou regulamentação específicas.

COMENTÁRIO

1 A CADA CARGO: O PODER-DEVER

Cada cargo (independente de ser efetivo ou em comissão) exige de seu titular o cumprimento de obrigações
inerentes a esse cargo. Assim, um Coronel não pode eximir-se do comando ou da coordenação de determinado
órgão, pois faz parte de seu cargo exercer comando, chefia, direção ou coordenação de órgão militar. O coman-
dante de um batalhão tem a obrigação de apurar transgressões de subordinados. Enfim, a cada cargo tem-se um
conjunto de atribuições correspondentes.

2 A SITUAÇÃO DAS MILITARES FEMININAS

Ao nomear um militar para um cargo, em comissão, devemos observar:


a) grau hierárquico
b) sexo
O grau hierárquico deve ser correspondente ao exigido em lei para o cargo de comando, direção, chefia ou
coordenação.
O sexo é fator importantíssimo para designação de militares femininas, principalmente, quando elas estão
grávidas, independente do mês de gestação. Não é razoável designar uma militar grávida para o policiamento
ostensivo, ou para o serviço de incêndio. As grávidas devem permanecer, desde o primeiro mês, em atividades
administrativas, ainda que ela não o queira. Nessa situação, devemos lembrar que o interesse público está aci-
ma do interesse individual.
Não seria exagero adotar outras medidas, mesmo após o nascimento da criança, como por exemplo: não trans-
feri-la para OPM/OBM que a afaste da família, liberação de horários para amamentar, atividades administrati-
vas no primeiro ano após o nascimento, dentre outras medidas protetivas.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
157
3 MOMENTO HISTÓRICO: AS MULHERES INGRESSAM NA PMCE

A Companhia de Polícia Feminina foi criada pela Lei nº 11.035, de 25.05.1985, contudo só foi implantada em
26.06.1994, pelo Cel PM Manoel Damasceno de Sousa, Cmt-G da PMCE. Para formar as futuras militares
femininas foi trazida uma comissão da Polícia Militar do Distrito Federal (Brasília) com as seguintes oficialas:
- Cap PM Solange da Silva Resende
- 2º Ten PM Priscila Riederer Rocha
- 2º Sgt PM Vânia Ferreira Sabino
A duração do curso foi de seis meses, sendo exigidos os requisitos abaixo, além da altura mínima de 1,56m,
podendo ser casada ou solteira:
CFO - idade entre 21 a 30 anos e curso superior
CFS - idade entre 21 a 25 anos e 2º Grau (hoje Ensino Médio)
CFSdF - idade entre 21 a 25 anos e 1º Grau (hoje Ensino Fundamental)
Ao final do curso, cuja formatura se deu no dia 20.12.1994, tivemos 10 (dez) concludentes do CFO, a saber:
Cléa Pontes Medeiros Beltrão, Sandra Helena de Carvalho Albuquerque, Liana Castro de Araújo, Maria Hele-
na de Freitas, Sandra Ádila Vieira da Silva, Albanita Ferreira Lima, Maria Solange Oliveira da Silva, Magnólia
de Lacerda Carvalho, Francisca Asmenia Cruz Furtado Caldas, Elizabeth Nunes Lopes.
Também concluíram 19 o CFS, 14 o CFSdF Música e 88 o CFSdF combatentes.
O quartel da Cia Feminina foi inaugurado em 28.12.1994, na Rua Pedro Ângelo, 89, Centro, tendo como
primeiro comandante o Maj PM Francisco Carlos Francelino Mendonça e subcmt a 2º Ten PM Cléa Pontes
Medeiros Beltrão.
A promoção das primeiras oficialas ocorreu no dia 20.06.1995 (exceto a 2º Ten PM Cléa, que, em virtude de
haver sido a primeiro lugar da turma, foi promovida após o término do curso, em 1994).

Figura 24 – Primeira turma de Tenente-coroneis femininas - 2015

Nota: Da esquerda para a direita: Albanita, Cléa, Adila, Asmenha, Elisabeth, Sandra, Maria Helena e

4 A BANDEIRA-INSÍGNIA DE COMANDO NA PMCE

4.1 Doutrina institucional


BCG 034, 19.02.09 - Nota nº 319/2009-GAB.ADJ A presença de determinadas autoridades civis e militares
em uma Organização Militar é indicada por suas bandeiras-Insígnias hasteadas em mastro próprio, na área da
organização, quando a autoridade entra na OPM, e arriado logo após a sua retirada, sem cerimônia militar e
por elemento para isso designado.
Nessas condições, a permanência da bandeira-insígnia no mastro está vinculada única e exclusivamente à pre-
sença da autoridade na OPM, ou seja, se ela se encontra no quartel a bandeira-insígnia deve estar hasteada; se
ela sai a bandeira insígnia é arriada; observando-se, contudo, que, por ocasião da solenidade de hasteamento ou

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
158
de arriação da Bandeira Nacional, a bandeira-insígnia deve ser arriada e hasteada novamente, após o término
daquelas solenidades.
4.2 A instituição das Bandeiras-insígnias na PMCE
As bandeiras-insígnias de Comando, Chefia ou Direção no âmbito da PMCE foram instituídas por sugestão do
Maj PM Marco Aurélio Macedo de Melo que apresentou o modelo de normas para feitura de insígnias de Co-
mando, Chefia ou Direção da Polícia Militar do Ceará, o qual foi aprovado e instituído por meio da Portaria nº
109/99-GC, publicada no BCG nº 015, de 21.01.2000 no comando do Cel PM Francisco Justino Ribeiro Neto.

Figura 25 – Modelos de Bandeiras insígnias na PMCE

VACÂNCIA DO CARGO

Art.38. O cargo militar estadual é considerado vago:


I - a partir de sua criação e até que um militar estadual dele tome posse;
II - desde o momento em que o militar estadual for exonerado, demitido ou expulso;
§1º Consideram-se também vagos os cargos militares estaduais cujos ocupantes:
I - tenham falecido;
II - tenham sido considerados extraviados;
III - tenham sido considerados desertores.

CARGO PREENCHIDO CUMULATIVAMENTE

§2º É considerado ocupado para todos os efeitos o cargo preenchido cumulativamente, mesmo
que de forma provisória, por detentor de outro cargo militar.

1 FORMAS DE VACÂNCIA DO CARGO

O art. 38 cuida da vacância do cargo e de sua ocupação cumulativa. Não esclarece a que cargo se refere, se em
comissão ou se o cargo efetivo. Assim, cremos tratar-se das duas situações.
Vejamos as 07 (sete) formas de vacância de cargo: criação, exoneração, demissão, expulsão, falecimento, ex-
travio e deserção.
O legislador, contudo, esqueceu outras formas de vacância do cargo, a saber: Reserva Remunerada e Reforma.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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2 ACÚMULO DE CARGO E O CARGO PREENCHIDO CUMULATIVAMENTE

A natureza do §2º, art. 38 não pode ser confundido com a natureza do art. 37 da CF/88, vez que esta veda o
acúmulo de cargo a fim de evitar que o mesmo servidor receba remuneração por dois cargos. No caso do EME-
CE, há a possibilidade de um militar ocupar dois cargos internos, ainda que de forma interina (provisória),
pois, nesta situação, ele recebe por apenas um dos cargos ocupados. Nessa situação, os cargos são tidos como
ocupados, como realmente o são.
Ex: O Ten-Cel PM Fulano é comandante do 5º BPM e também é o comandante do 6º BPM. Nesse caso, os
dois cargos (cmt do 5º e do 6º BPM) são considerados ocupados e o cmt Fulano recebe seus vencimentos por
apenas um deles.
*** *** ***

QUESTÕES DE CONCURSO

Banca – AOCP – Concurso público 2016 – Cargo: Soldado da PMCE - 69. O cargo militar é considerado vago
somente na hipótese em que o militar estadual for exonerado, demitido ou expulso.
Banca: AOCP - Concurso público edital 01/2016 – Cargo: Soldado PM - 64. A partir da criação de um cargo
militar estadual, até que um militar estadual dele tome posse, será o mesmo considerado vago.
*** *** ***

FUNÇÃO MILITAR ESTADUAL

Art.39. Função militar estadual é o exercício das obrigações inerentes a cargo militar estadual.
Dispositivos correlacionados

1) LEGISLAÇÃO FEDERAL

1.1) Dec. nº 88.777/83 – R/200:


Art 20 - São considerados no exercício de função policial-militar os policiais-militares da ativa ocupantes dos
seguintes cargos:
1) os especificados nos Quadros de Organização da Corporação a que pertencem;
2) os de instrutor ou aluno de estabelecimento de ensino das Forças Armadas ou de outra Corporação Policial-
-Militar, no país e no exterior; e
3) os de instrutor ou aluno da Escola Nacional de Informações e da Academia Nacional de Polícia – ANP, da
Polícia Federal.
Parágrafo único - São considerados também no exercício de função policial-militar os policiais-militares colo-
cados à disposição de outra Corporação Policial-Militar.
1.2) Decreto-Lei nº 667/69
Art. 6º, § 8º - São considerados no exercício de função policial-militar os policiais-militares ocupantes dos
seguintes cargos: (incluído pelo Del nº 2010, de 1983)
a) os especificados no Quadro de Organização ou de lotação da Corporação a que pertencem; (incluído pelo
Del nº 2010, de 1983)
b) os de instrutor ou aluno de estabelecimento de ensino das Forças Armadas ou de outra Corporação Policial-
-Militar, no país ou no exterior; e (incluído pelo Del nº 2010, de 1983)
c) os de instrutor ou aluno de estabelecimentos oficiais federais e, particularmente, os de interesse para as
Polícias Militares, na forma prevista em Regulamento deste Decreto-lei.  (incluído pelo Del nº 2010, de 1983)
§ 9º - São considerados também no exercício de função policial-militar os policiais-militares colocados à dis-
posição de outra corporação Policial-Militar. (incluído pelo Del nº 2010, de 1983)
§ 10º - São considerados no exercício da função de natureza policial-militar ou de interesse policial-militar, os
policiais-militares colocados à disposição do Governo Federal, para exercerem cargos ou funções em órgãos
federais, indicados em regulamento deste Decreto-lei. (incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
160
§11 - São ainda considerados no exercício de função de natureza policial-militar ou de interesse policial-mili-
tar, os policiais-militares nomeados ou designados para:  (incluído pelo Del nº 2010, de 1983)
a) Casa Militar de Governador; (incluído pelo Del nº 2010, de 1983)
b) Gabinete do Vice-Governador; (incluído pelo Del nº 2010, de 1983)
c) Órgãos da Justiça Militar Estadual. (incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

2) LEGISLAÇÃO ESTADUAL

2.1) Lei nº 15.797/2015


Art. 36. Os oficiais e as praças das corporações militares serão designados para as funções em consonância
com os princípios da conveniência e da oportunidade, visando ao interesse institucional, observado o disposto
nos artigos 43, 44 e 45 da Lei nº 13.729, de 13 de janeiro de 2006.
2.2) Lei Complementar nº 98/2011
Art.19. Os policiais civis e os militares e os bombeiros militares estaduais requisitados para servir na Controla-
doria Geral de Disciplina serão considerados, para todos os efeitos, como no exercício regular de suas funções
de natureza policial civil, policial militar ou bombeiro militar.
2.3) Lei nº 14.113, de 12 de maio de 2008.
Art.2º O militar estadual que ocupar cargo ou função temporária na estrutura do Sistema de Segurança, na Casa
Militar do Governo do Estado ou, ainda, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária
considerada de interesse do serviço militar, entre elas o comando de guarda municipal, não será agregado,
sendo considerado, para todos os efeitos, em atividade policial militar ou bombeiro militar.
2.4) Decreto nº 28.711, de 20 de abril de 2007 alterado pelo Decreto nº 29.799/09
Art.1º (omissis) (omissis) “§3º Em caráter excepcional, quando o militar estadual se afastar para ocupar cargo
ou função temporária na estrutura do Sistema de Segurança, na Casa Militar do Governo do Estado ou, ainda,
tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária considerada de interesse do serviço militar,
entre elas o comando de guarda municipal, a Diretoria de penitenciárias e Casas de Privação Provisória de
Liberdade – CPPL, o afastamento ocorrerá com ônus para a origem.
*** *** ***

SEQUÊNCIA DE SUBSTITUIÇÃO

Art.40. Dentro de uma mesma Organização Militar Estadual, a sequência de substituições para
assumir cargos ou responder por funções, bem como as normas, atribuições e responsabilida-
des relativas, são as estabelecidas em lei ou regulamento, respeitada a qualificação exigida para
o cargo ou exercício da função.

COMENTÁRIO

Tem-se aqui mais um comando para elaboração de norma que regularmente a sequência de substituições numa
unidade militar estadual. O artigo faz referência às situações do cotidiano em que o comandante, chefe ou
coordenador se afasta por motivo de férias, luto, núpcias, dispensa do serviço, licenças, dentre outros motivos.
Nessas situações, a administração não pode parar, sendo então necessário substituir o titular por outro militar.
Via de regra, o subcomandante, ou comandante adjunto ou o Oficial mais antigo é o substituto imediato do
comandante, chefe ou coordenador de uma OPM/OBM.

ENCARGO, INCUMBÊNCIA, COMISSÃO, SERVIÇO OU ATIVIDADE

Art.41. As obrigações que, pelas generalidades, peculiaridades, duração, vulto ou natureza, não
são catalogadas em Quadro de Organização ou dispositivo legal, são cumpridas como encargo,
incumbência, comissão, serviço, ou atividade militar estadual ou de natureza militar estadual.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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EQUIVALÊNCIA DE CARGO A ENCARGO, INCUMBÊNCIA, COMISSÃO, SERVIÇO OU ATIVIDADE

Parágrafo único. Aplica-se, no que couber, ao encargo, incumbência, comissão, serviço ou ativi-
dade militar estadual ou de natureza militar estadual, o disposto neste capítulo para cargo militar
estadual.

COMENTÁRIO

Observem que o dispositivo não trata de cargo ou função, mas de obrigações não enquadráveis nesses tipos e
que devem ser cumpridas pelos militares estaduais. Para dar o suporte legal para seu cumprimento e regular
exercício da hierarquia e disciplina, denominou-se de: encargo, incumbência, comissão, serviço, atividade
militar estadual ou de natureza militar estadual. O dispositivo é lógico e coerente pois remete aos termos dos
art. 4º e 5º deste EMECE.
Destarte, o militar não pode recusar o cumprimento de ordens sob o argumento de que a função ou o cargo
não existe em lei. Deve cumprir como encargo, missão, comissão, serviço ou outra denominação dada por
autoridade competente.
O legislador traz uma norma das mais relevantes para o exercício do comando, pois permite que o comandante
designe o militar não apenas para as funções previstas em Quadro de Organização e Distribuição (QOD), mas
amplia o leque, dando-lhe poder para designá-lo para quaisquer outras funções, obrigando-lhe ao cumprimento,
à obediência. Exemplo: o comandante que designa três oficiais para compor uma comissão de meritoriedade.
*** *** ***

COMANDO - DEFINIÇÃO

Art.42. Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o militar estadual


está investido legalmente, quando conduz subordinados ou dirige uma Organização Militar Es-
tadual, sendo vinculado ao grau hierárquico e constituindo uma prerrogativa impessoal, em cujo
exercício o militar estadual se define e se caracteriza como chefe.

COMENTÁRIO

O exercício do comando exige profissionais sérios e voltados ao interesse público, sendo-lhe vedadas condutas
como a pessoalidade e a imoralidade, dentre outras, pois deve obedecer ao disposto no art. 37 da CF/88 que
trata dos princípios da administração pública. No exercício do comando de tropas ou de Unidades (quartéis)
ele se define e se caracteriza como chefe. Pode até ser que ele também se destaque como líder. O fato é que o
comandante deve ser um chefe em potencial, e um líder em decorrência.
Assim, o comando exige:
a) Conduzir subordinados
b) Dirigir uma organização militar estadual
c) Vincula-se ao grau hierárquico
d) Impessoalidade
e) Chefia
Quando se fala que o comando é uma prerrogativa impessoal, estamos dizendo que todas as regalias e prerro-
gativas pertencem ao cargo ocupado e não ao militar que o ocupa. Por exemplo, o Cel Cmt-G tem prerrogativa
de presidir solenidades militares, mas tão logo deixa o comando, então quem tem essa prerrogativa será seu
substituto. A prerrogativa é do cargo não do militar.
O Regulamento Interno e dos Serviços Gerais (RISG) do Exército Brasileiro, assim, explica a forma como
deve ser provido o comando: “Art. 18. O comando é função do grau hierárquico, da qualificação e das habili-
tações, constituindo uma prerrogativa impessoal com atribuições e deveres”.
***

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
162
QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – 116 Considera-se comando a prerrogativa pessoal do militar in-


vestido nessa função, vinculada ao grau hierárquico. Essa prerrogativa consiste na soma de autoridade, deveres
e responsabilidades de que o militar estadual está legalmente investido quando conduz subordinados ou dirige
uma organização militar estadual.
*** *** ***

DESTINAÇÃO DOS OFICIAIS

Art.43. O Oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício do comando, da chefia e da


direção das Organizações Militares Estaduais.

COMENTÁRIO

O artigo traz a destinação institucional dos Oficiais a saber: comandar, chefiar e dirigir as organizações milita-
res estaduais (quartéis, repartições) e seus integrantes.
Essa preparação é feita ao longo de uma carreira, de uma vida militar na qual, a cada passo, ele é preparado
para assumir funções e cargos conforme seu grau hierárquico e cursos realizados, permitindo-lhe comandos
e comandos adjuntos, aperfeiçoando e se profissionalizando na arte de comandar, chefiar e dirigir para que a
Corporação alcance a realização do bem comum, mediante sua missão constitucional e infraconstitucional.
Daí a necessidade do Oficial procurar esmerar-se em sua formação física, psíquica e moral, dando demons-
trações de lealdade, coragem, profissionalismo, impondo-se pelo conhecimento e não, apenas, pelo posto que
ocupa.
Deve tratar o subordinado com dignidade, urbanidade e respeito. Deve ser um gestor que age com impessoali-
dade e constância mesmo diante das dificuldades. Comandar na abundância é fácil. Comandar nas dificuldades
é para o verdadeiro Oficial.

DESTINAÇÃO DOS SUBTENENTES E DOS PRIMEIROS-SARGENTOS

Art.44. Os Subtenentes e Primeiros-Sargentos auxiliam e complementam as atividades dos ofi-


ciais na capacitação de pessoal e no emprego dos meios, na instrução, na administração e no
comando de frações de tropa, mesmo agindo isoladamente nas diversas atividades inerentes a
cada Corporação.
Art. 44. Os Subtenentes e Sargentos auxiliam e complementam as atividades dos oficiais na ca-
pacitação de pessoal e no emprego dos meios, na instrução, na administração e no comando de
frações de tropa, mesmo agindo isoladamente nas diversas atividades inerentes a cada Corpo-
ração. (Redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015)
Parágrafo único. No exercício das atividades mencionadas neste artigo e no comando de ele-
mentos subordinados, os Subtenentes e os Primeiros-Sargentos deverão impor-se pela lealdade,
pelo exemplo e pela capacidade profissional e técnica, incumbindo-lhes assegurar a observân-
cia minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras do serviço edas normas operativas pelas
praças que lhes estiverem diretamente subordinadas, e à manutenção da coesão e do moral das
mesmas praças em todas as circunstâncias.
Parágrafo único. No exercício das atividades mencionadas neste artigo e no comando de elemen-
tos subordinados, os Subtenentes e os Sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo
e pela capacidade profissional e técnica, incumbindo-lhes assegurar a observância minuciosa
e ininterrupta das ordens, das regras do serviço e das normas operativas pelas praças que lhes
estiverem diretamente subordinadas, e à manutenção da coesão e do moral das mesmas praças
em todas as circunstâncias. (Redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015)

COMENTÁRIO

Os subtenentes e sargentos constituem-se no elo de ligação entre o comando e a tropa. É uma das mais impor-
tantes e sublimes atribuições dessa categoria que deve impor-se pela lealdade aos superiores, pares e subordi-
nados, pela eterna vigilância de suas atitudes, pelo profissionalismo e dedicação ao trabalho.
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
163
O parágrafo complementa o artigo, dando ainda ao Subtenente e Sargento a função de fiscalização e controle
das praças subordinadas, ao mesmo tempo em que serve de estimulador da moral da tropa, mantendo-a sempre
elevada. Não se trata de um capitão-do-mato da era colonial. Trata-se de um graduado com importantes res-
ponsabilidades perante os oficiais e as praças. Serve de exemplo aos subordinados e de orgulho aos superiores.
O RISG assim se expressa acerca dos Sargentos:
Art. 118. Os sargentos são auxiliares do Cmt SU e dos oficiais da SU em educação, instrução, disciplina e ad-
ministração e incumbe, ainda, assegurar a observância ininterrupta das ordens vigentes, angariando a confiança
dos seus chefes e a estima e o respeito dos seus subordinados.
[...]
Art. 120. A cada um dos demais sargentos da SU incumbe:
I - auxiliar na instrução da SU e ministrar a que lhe incumbir, em virtude de disposições regulamentares, pro-
gramas e ordens;
II - participar ao Cmt Pel ou Seç tudo o que, na sua ausência, ocorrer com o pessoal;
III - auxiliar o Sgte, fora das horas de instrução, em toda a escrituração da SU e em tudo o que se relacionar
com o serviço;
IV - auxiliar o Cmt Pel ou Seç na fiscalização da fiel observância das ordens e instruções relativas à limpeza,
à conservação e à arrumação das dependências da fração e do material distribuído aos homens e no rigoroso
cumprimento das normas de prevenção de acidentes na instrução e em atividades de risco, verificando se todos
encontram-se inteirados das ordens gerais e particulares que lhes dizem respeito;
V - conhecer a instrução de sua Arma, Quadro ou Serviço e possuir os principais manuais de instrução e regu-
lamentos necessários ao exercício de suas atribuições;
VI - participar as faltas verificadas nas frações de tropa sob seu comando, em qualquer formatura;
VII - substituir, por ordem de graduação ou antigüidade, o Sgte em seus impedimentos fortuitos ou, responder
pela sargenteação da SU, em seus impedimentos prolongados, por ordem do respectivo Cmt;
VIII - apresentar-se, diariamente, ao Oficial a que esteja diretamente subordinado e ao Sgte SU, logo que estes
cheguem ao quartel; e
IX - responder, perante o Cmt Pel ou Seç e o Subtenente, pelo material que lhe tenha sido distribuído.
*** *** ***

DESTINAÇÃO DOS CABOS E SOLDADOS

Art.45. Os Cabos e Soldados são, essencialmente, os responsáveis pela execução.

COMENTÁRIO

Trata-se da execução da missão institucional. Por isso, das mais relevantes graduações. É o homem que está
na ponta de linha, no front, em contato direto com a sociedade. Logo, deve ter boa formação moral, física
e intelectual. Em última instância, é o Estado em contato com a sociedade. É o homem de linha que aborda
(atividade policial), faz parto (atividade de saúde), media conflitos (atividade judiciária), dá conselhos (ativi-
dade de clérigos), escuta (atividade de psicólogos), soluciona briga de casal, briga de vizinhos dentre outras
atribuições, das quais muitas nem são suas, mas que ele, como braço do Estado, acaba tendo que intervir pela
confiança que a sociedade deposita nos militares estaduais. Deve ser um homem preparado. Não seria exagero
dizer que os cabos e soldados são a espinha dorsal da Instituição.
É no RISG que encontramos, detalhadamente, as incumbências dos Cabos e dos Soldados, e que, não apenas
podem, mas devem ser seguidas pela forças militares estaduais, uma vez que o art. 228 deste EMECE assim
recomenda. Vejamos o texto do RISG:
Art. 131. Aos cabos incumbe:
I - auxiliar na instrução do elemento de tropa que lhes incumbir ou lhes for confiado;
II - participar ao seu Cmt direto as ocorrências que se verificarem com o pessoal a seu cargo;
III - comandar o elemento de tropa que regularmente lhes incumbir ou que lhes seja confiado;
IV - manter-se em condições de substituir, eventualmente, os 3º Sgt, na instrução e nos serviços; e
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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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V - cumprir, rigorosamente, as normas de prevenção de acidentes na instrução e atividades de risco.
Art. 132. O Soldado é o elemento essencial de execução e a ele, como a todos os militares, cabe os deveres de:
I - pautar a conduta pela fiel observância das ordens e disposições regulamentares;
II - mostrar-se digno da farda que veste; e
III - revelar como atributos primordiais de sua nobre missão:
a) o respeito e a obediência aos seus chefes;
b) o culto à fraternal camaradagem para com os companheiros;
c) a destreza na utilização do armamento que lhe for destinado e o cuidado com o material que lhe seja entre-
gue;
d) o asseio corporal e o dos uniformes;
e) a dedicação pelo serviço e o amor à unidade; e
f) a consciente submissão às regras disciplinares.
Art. 133. Ao Soldado cumpre, particularmente:
I - esforçar-se por aprender tudo o que lhe for ensinado pelos seus instrutores;
II - evitar divergências com camaradas ou civis e abster-se de prática de vícios ou atividades que prejudicam
a saúde e aviltam o moral;
III - manter relações sociais somente com pessoas cujas qualidades morais as recomendem;
IV - portar-se com a máxima compostura e zelar pela correta apresentação de seus uniformes, em qualquer
circunstância;
V - compenetrar-se da responsabilidade que lhe cabe sobre o material de que é detentor, abstendo-se de desen-
caminhar ou extraviar, propositadamente ou por negligência, peças de fardamento, armamento, equipamento
ou outros objetos pertencentes à União;
VI - participar, imediatamente, ao seu chefe direto o extravio ou estrago eventual de qualquer material a seu
cargo;
VII - apresentar-se ao Cb Dia, quando sentir-se doente;
VIII - ser pontual na instrução e no serviço, participando ao seu chefe, sem perda de tempo e pelo meio mais
rápido ao seu alcance, quando, por motivo de doença ou de força maior, encontrar-se impedido de cumprir
esse dever; e
IX - cumprir, rigorosamente, as normas de prevenção de acidentes na instrução e nas atividades de risco.
Art.46. Às Praças Especiais, cabe a rigorosa observância das prescrições dos regulamentos que
lhes são pertinentes, exigindo-se-lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-
-profissional.(REVOGADO por força do art. 42 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).

Figura 26 - Destinação dos membros das corporações militares estaduais

Fonte: o autor (2017)

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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RESPONSABILIDADE DO MILITAR PELAS ORDENS E ATO QUE PRATICA

Art.47. Cabe ao militar estadual a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas
ordens que emitir e pelos atos que praticar.

COMENTÁRIO

Todos os militares estaduais (do Soldado ao Cel Cmt-G) tomam decisões, emitem ordens ou cumprem ordens
o tempo todo e isso envolve aspectos multidimensionais da situação considerada e à pluralidade de pontos de
vista, culminando com a escolha da melhor ação, e isso geralmente é feito num ambiente caótico e complexo.
Logo, decidir, ordenar ou cumprir ordens implica em consequências. O militar tem segundos para decidir, seus
julgadores terão anos para analisar.
Dessa forma, o artigo acima alerta quanto à tomada de decisão e quanto às ordens que emitir ou que cumprir,
pois se resultarem em violação de direito de terceiros, o militar será responsabilizado a reparar os danos morais
ou patrimoniais causados, sem prejuízo da apuração disciplinar que pode vir a culminar com punição adminis-
trativa prevista no CDPM/BM, ou seja, dos atos praticados por omissão ou comissão pelo próprio militar ou
por militar em obediência às ordens legais nasce o dever jurídico de reparar possível dano.
Por outro lado, o subordinado que extrapola ou cumpre uma ordem com desleixo responderá sozinho pelo ato
praticado.
Em síntese, o serviço militar estadual exige tomada de decisão, logo o militar deve antecipar-se às incertezas,
profissionalizar-se, ler mais, qualificar-se para prestar um serviço de qualidade a uma sociedade cada vez mais
exigente e que merece respeito.
Dispositivo correlato
CDPM/BM - Art.10. As ordens legais devem ser prontamente acatadas e exe­cutadas, cabendo inteira respon-
sabilidade à autoridade que as determinar.
Art. 11. §1º. O militar do Estado é responsável pelas decisões que tomar ou pelos atos que praticar, inclusive
nas missões expressamente determinadas, bem como pela não-observância ou falta de exação no cumprimento
de seus deve­res.
*** *** ***

CAPÍTULO VIII
DO COMPROMISSO, DO COMPORTAMENTO ÉTICO E DA RESPONSABILIDADE
DISCIPLINAR E PENAL MILITAR

COMPROMISSO DE HONRA

Art.48. O cidadão que ingressar na Corporação Militar Estadual, prestará compromisso de honra,
no qual afirmará aceitação consciente das obrigações e dos deveres militares e manifestará a
sua firme disposição de bem cumpri-los.

COMENTÁRIO

1 O COMPROMISSO

O núcleo do artigo é a prestação de um compromisso de honra. Um compromisso de assumir e praticar as


obrigações e deveres militares. Por isso, tem como principal característica a consciência. Não é um ato feito
por brincadeira ou apenas para solenizar um término de curso. É um compromisso pessoal perante a pátria, a
instituição militar e a sociedadea que o militar irá servir.

2 O SUJEITO DO COMPROMISSO: NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO DA LEI

Percebe-se a diversidade de nomenclaturas para o sujeito que prestará o compromisso de honra. Num mo-
mento é o cidadão (art.48 EMECE), noutro é o militar estadual (art. 49 EMECE e §2º, art. 6º CDPM/BM).
Entendemos que o mais consentâneo é tratar o sujeito por “Cidadão”, até porque a lei federal também o trata
por cidadão.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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166
Não resta dúvida de que a terminologia “Militar Estadual” era vigente num momento em que o ingresso na
Corporação se dava como aluno-Soldado ou como cadete, portanto eles eram militares que iriam prestar um
compromisso. Atualmente, quem presta o compromisso é o cidadão concludente do Curso de Formação Pro-
fissional.

Quadro 16 – Sujeito que presta o compromisso de honra

Legislação Quem presta o compromisso Artigo


Lei Federal nº 6.880/80 Cidadão Art. 32
EMECE Cidadão Art. 48
EMECE Militar estadual Art. 49
CDPM/BM Militar estadual Art. 6º, §2º
Fonte: O autor (2017)

3 DISPOSITIVOS CORRELATOS

1) Legislação federal
Lei Federal nº 6.880/80 - Art. 32. Todo cidadão, após ingressar em uma das Forças Armadas mediante incor-
poração, matrícula ou nomeação, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente
das obrigações e dos deveres militares e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los.
2) Legislação estadual

2.1) CDPM/BM
Art. 6º §2º. O militar do Estado prestará compromisso de honra, em caráter solene, afirmando a consciente
aceitação dos valores e deve­res militares e a firme disposição de bem cumpri-los.

FORMA DO COMPROMISSO DE HONRA

Art.49. O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será prestado na
presença de tropa ou guarnição formada, tão logo o militar estadual tenha adquirido um grau de
instrução compatível com o perfeito entendimento de seus deveres como integrante da respec-
tiva Corporação Militar Estadual, na forma seguinte:

COMPROMISSO DE HONRA DA PRAÇA PM

I - quando se tratar de Praça:


a) da Polícia Militar do Ceará: “Ao ingressar na Polícia Militar do Ceará, prometo regular a minha
conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que esti-
ver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à polícia ostensiva, à pre-
servação da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.

COMPROMISSO DE HONRA DO PRAÇA BM

b) do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará: “Ao ingressar no Corpo de Bombeiros Militar do


Ceará, prometo regular minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as or-
dens das autoridadesa que estiver subordinado, dedicar-me inteiramente ao serviço de bombei-
ro militar e à proteção da pessoa, visando à sua incolumidade em situação de risco, infortúnio ou
de calamidade, mesmo com o risco da própria vida”.
II – quando for declarado Aspirante-a-Oficial: “Prometo cumprir rigorosamente as ordens das
autoridades a que estiver subordinado, dedicar-me inteiramente ao serviço militar estadual e à
preservação da ordem pública, mesmo com o risco da própria vida”.(REVOGADO por força do
art. 42 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).

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COMPROMISSO DE HONRA AO SER PROMOVIDO AO PRIMEIRO POSTO

III – quando for promovido ao primeiro posto: “Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra,
prometo cumprir os deveres de Oficial da Polícia Militar/Corpo de Bombeiros Militar do Ceará
e dedicar-me inteiramente ao serviço”.

Figura 27 – Militares estaduais para o compromisso de honra

Fonte: Google imagens (2016)

1 OBJETO DO ARTIGO

Neste artigo tem-se as características do ritual do compromisso de honra, a saber:


a) caráter solene
b) prestado na presença de tropa ou guarnição formada
c) exigência do entendimento dos deveres como integrante de uma Corporação Militar Estadual.
d) juramento padronizado em lei, conforme a carreira em que ingressará.

2 MOMENTO HISTÓRICO: O COMPROMISSO DE HONRA EM 1863

Vejamos como o Regulamento para o Corpo de Polícia do Ceará tratava dessa matéria em 1863:
Art. 6.° Todo o indivíduo alistado no corpo de policia prestará sobre o livro dos Santos Evangelhos o juramento
de bem servir, ser fiel ao cumprimento de seus deveres e obediente as ordens de seus supe­riores.
Art. 7.° Antes de prestado o juramento pelos Soldados de novo alistados, ser-lhes-hão lidos e aplicados os
artigos criminaes deste regulamt.° para ficarem bem inteirados dos seus deveres, e não pode­rem allegar igno-
rância.
Art. 8.° Semelhante juramento também deferido aos Officiaes quejá o não forem do exercito, não só quando
pela primeira vez forem nomiados para servir ao corpo, mas tambem quando promovidos a novos postos

3 MOMENTO HISTÓRICO: O COMPROMISSO A PARTIR DE 1948

O revogado Estatuto previsto na Lei nº 226/1948 trazia a seguinte referência ao compromisso:


Art. 162 – O aspirante a Oficial promovido ao posto de 2.º Tenente e bem assim, os alunos do Curso de For-
mação de Oficiais (C.F.O.) declarados aspirantes a Oficial, prestarão dentro de oito dias, contados da data da
publicação do decreto de promoção e declaração no boletim do Comando Geral, o compromisso de que trata o
Regulamento Interno para o Serviço Geral dos Corpos de Tropa do Exército (R.I.S.G.)

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Figura 28 - Esquema do compromisso de honra dos militares estaduais

Fonte: o autor (2017)

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 104 Ao ingressar na corporação militar estadual, o Praça, tão logo
tenha adquirido grau de instrução compatível com o perfeito entendimento de seus deveres como integrante
da respectiva corporação, deve prestar compromisso de honra, de caráter solene, na presença de tropa ou guar-
nição formada, no qual afirmará a aceitação consciente das obrigações e dos deveres militares e manifestará a
sua firme disposição de bem cumpri-los.
*** *** ***

CÓDIGO DISCIPLINAR DA PM/BM E INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS

Art.50. O Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do


Ceará dispõe sobre o comportamento ético-disciplinar dos militares estaduais, estabelecendo
os procedimentos para apuração da responsabilidade administrativo-disciplinar, dentre outras
providências.
§1º Ao Aspirante-a-Oficial, aplicam-se as disposições contidas no Código Disciplinar.(REVOGA-
DO por força do art. 42 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).

NORMATIVOS DISCIPLINARES APLICÁVEIS AO CADETE E AO ALUNO-SOLDADO

§2º Ao Cadete e ao Aluno-Soldado aplicam-se, cumulativamente ao Código Disciplinar, as dis-


posições normativas disciplinares previstas no estabelecimento de ensino onde estiver matricu-
lado.

INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS

§3º O militar estadual que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo,
poderá, sob pena de prescrição, recorrer ou interpor recurso, no prazo de 120 (cento e vinte)
dias corridos, excetuando-se outros prazos previstos nesta Lei ou em legislação específica. (NR).
(Parágrafo acrescentado pelo art. 9º da Lei 13.768, de 04.05.2006).

COMENTÁRIO

1 A NECESSIDADE DE UM CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA MILITAR

O Código Disciplinar PM/BM foi instituído por meio da Lei nº 13.407/2003, ou seja, nasceu antes do Estatuto
e tem como pano de fundo a determinação expressa no art. 18 do Dec-Lei nº 667/69, in verbis::“Art. 18. As
Polícias Militares serão regidas por Regulamento Disciplinar redigido à semelhança do Regulamento Discipli-
nar do Exército e adaptado às condições especiais de cada Corporação”.
Além do art. 50 acima, temos ainda o art. 227 deste EMECE que se refere ao CDPM/BM da seguinte forma:

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“Art. 227 No que tange aos deveres e obrigações, além dos já estabelecidos nesta Lei, aplica-se ao militar esta-
dual o disposto no Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará”.
Assim sendo, a redação do artigo 50 acompanha a mesma dada ao art. 1º do CDPM/BM, in verbis::
CDPM/BM - Art. 1º. Esta Lei institui o Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bom-
beiros Militar do Estado do Ceará, Corporações Militares Estaduais organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, dispõe sobre o comportamento ético dos militares estaduais e estabelece os procedimentos para
apuração da responsabilidade administrativo-disciplinar dos militares estaduais.

2 A CONTROLADORIA GERAL DE DISCIPLINA

A disciplina PM/BM, também é mantida por meio da Controladoria Geral de Disciplina, como se vê no art.
180-A da Constituição do Estado do Ceará/1989, in verbis:
Art. 180-A. O Poder Executivo instituirá, na forma da lei, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de
Segurança Pública e Sistema Penitenciário, de controle externo disciplinar, com autonomia administrativa e
financeira, com objetivo exclusivo de apurar a responsabilidade disciplinar e aplicar as sanções cabíveis, aos
militares da Polícia Militar, militares do Corpo de Bombeiro Militar, membros das carreiras de Polícia Judiciá-
ria, e membros da carreira de Segurança Penitenciária.
Parágrafo único. O titular do Órgão previsto no caput deste artigo é considerado Secretário de Estado.
A CGD foi criada por meio da Lei Complementar nº 98, de 13 de junho de 2011, publicada no DOE nº 117,
de 20 de junho de 2011 e entrou em vigor na mesma data de sua publicação.

3. A NECESSÁRIA REVOGAÇÃO DO §2º, ART. 50

Mais uma vez o legislador esqueceu de revogar ou atualizar o EMECE, pois se cadete e aluno-Soldado deixa-
ram de figurar na escala hierárquica (foram extintos), a forma de ingresso não se dá mais com essas extintas
graduações, então qual a finalidade do parágrafo?. Tornou-se uma escrita na água. Cremos que foi revogado
tacitamente.
Por sua vez, o §4º, art. 12 do CDPM/BM, se encontra atualizado, in verbis::
Art.12, §4º Ao militar do Estado, aluno de curso militar, aplica-se, no que concerne à disciplina, além do pre-
visto neste Código, subsidiariamente, o disposto nos regulamentos próprios dos estabelecimentos de en­sino
onde estiver matriculado.

4 O RECURSO COMO DIREITO DO MILITAR

O recurso é o direito do militar postular o reexame de questões diante de seus superiores.


Apesar de não se encontrar no rol de direitos previstos no art. 52 deste EMECE, temos que entender que ali
é apenas uma lista exemplificativa. Seria ingenuidade acreditar que todos os direitos dos militares estariam
registrados apenas no art. 52. Absurdo crer nisso.
Portanto, o recurso é um direito do militar estadual de ver a possibilidade de sua situação ser novamente apre-
ciada pela autoridade que praticou, ou, pela autoridade que aprovou o ato tido como irregular, ofensivo, injusto
ou ilegal.

5 O PRAZO PARA OFERECIMENTO DO RECURSO

O prazo de 120 dias é a regra geral, contudo alerta o legislador que podem ocorrer outros prazos, nesse caso,
segue-se a excepcionalidade prevista e não mais o prazo de 120 dias.
À guisa de exemplo, citamos recursos com prazos diversos, no caso:
a) a representação (art. 30 do CDPM/BM)
b) o Pedido de Reconsideração de Ato (art. 56, §2º do CDPM/BM)
c) o Recurso Hierárquico (art. 58 do CDPM/BM)

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6 MOMENTO HISTÓRICO: PUNIÇÃO DE MILITAR POR ESPANCAMENTO A CIVIL

A questão disciplinar sempre foi objeto do cotidiano militar como se vê na transcrição do Boletim do 1º Ba-
talhão de 1927 referente a prisão por espancamento de civil, e que retrata o caráter de instituição voltada à
segurança do cidadão:
Regimento Policial do Ceará
Commando do 1º.Btl., em Fortaleza, 04 de julho de (1927)
[...]
Boletim .................. N.145
PRISÕES
O sr.cel.cmt.em bol. Reg.n.143, de hoje, prendeu por 15 dias, sendo 8 na penitenciária do P.C., os solds. deste-
bt. e 1a.cia.n.68 [... omissis] em dias do mez passado, aggredido e procurado espancar um civil, de quem ainda
tomou um chapéo [...]
Assina Miguel Archanjo de Mello – Capm.Cmt.Int.
*** *** ***
Vejamos a publicação de uma exclusão que tem como pano de fundo a indignidade para pertencer ao Regimen-
to Policial do Ceará, cujo nome do militar resolvemos omitir:
Regimento Policial do Ceará
Commando do 1º.Btl., em Fortaleza, 15 de julho de 1927
[...]
Boletim .................. N.151
[...]
Prisão e ordem sobre expulsão
Em o Bol.Reg. n. 149, de hoje, ficou preso por mais 10 dias na penitenciária do P.C., o sold. de 2ª add. a este
btl. e 1ª Cia. ....................., por ter, alem das faltas que deram logar ao castigo que se encontra actualmente
cumprindo, conduzido ao sahir de Trahiry, um animal devidamente arreiado e mais objectos de posse daquella
localidade, devendo ser expulso após a prisão, a bem da disciplina e moralidade do Regimento, por ser indigno
de a elle pertencer.
Miguel Archanjo de Mello – Capm.Cmt.int.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB –105 Enquanto não concluir o curso de formação, o aluno-Soldado


submetido a procedimento de apuração de responsabilidade administrativo-disciplinar está sujeito apenas às
disposições normativas disciplinares previstas no estabelecimento de ensino onde estiver matriculado.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB101 Ao militar estadual é expressamente assegurado o direito de
recorrer ou interpor recurso, quando se julgar prejudicado ou ofendido, a qualquer ato administrativo, no prazo
de cento e vinte dias corridos, sob pena de prescrição desse direito.
Nota: o erro da questão acima é porque a banca afirma que o recurso é um direito expresso no EMECE. Ocorre que no rol de direitos previstos no art. 52 não há esse
direito expresso. Pergunta muito capiciosa.

*** *** ***

ART. 51 - CRIMES MILITARES E A COMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS

Art.51. Os militares estaduais, nos crimes militares definidos em lei, serão processados e julga-
dos perante a Justiça Militar do Estado, em primeira instância exercitada pelos juízes de direito
e Conselhos de Justiça, e em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Estado, enquanto não
for criado o Tribunal de Justiça Militar do Estado.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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COMPETÊNCIA DOS JUÍZES DE DIREITO DO JUIZO MILITAR

§1º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo
ao Conselho de Justiça, sob a presidência de Juiz de Direito, processar e julgar os demais crimes
militares.

CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI

§2º O disposto no caput não se aplica aos casos de competência do júri quando a vítima for civil.
Comentário

1 O NÚCLEO DO ARTIGO

O art. 51 esclarece a submissão dos militares estaduais à Justiça Militar Estadual nos casos de cometimento de
crimes militares definidos no Código Penal Militar. Também, informa sobre suas instâncias, e sobre a excep-
cionalidade, nos casos de crimes da competência do júri.
A existência de uma Justiça Militar deve-se ao fato de os militares estaduais serem julgados por autoridades
que conhece a vida castrense, sua simbologia, ideário, estrutura, administração própria, hierarquia e disciplina,
portanto trata-se de uma justiça especializada, e não de tribunal de exceção.

2 BREVE HISTÓRICO DA JUSTIÇA MILITAR NO ESTADO DO CEARÁ

A Justiça Militar cearense surgiu com o advento da Lei Estadual nº 2.038, de 11 de novembro de 1922, cuja
base é o Decreto Federal nº 4.527, de 26 de janeiro de 1922. Constitui-se, em primeiro grau, pelo auditor e
Conselho de Justiça; e, em segundo, pelo Superior Tribunal de Justiça, enquanto não é criado o Tribunal de
Justiça Militar.
Por força do Decreto Estadual nº 14, de 31 de outubro de 1930, a JME foi extinta e as funções de juiz auditor
foram repassadas à 1ª Vara da Capital. Somente em 1935, foi restabelecida, por meio do Decreto Estadual nº
140, de 21 de setembro daquele ano. Por esse decreto, os vencimentos do juiz auditor e do procurador de Jus-
tiça Militar foram igualados aos dos postos de major e capitão, respectivamente. Por fim, a Justiça Militar do
Estado do Ceará foi reorganizada por força da Lei Estadual nº 5.524, de 30 e agosto de 1961.

3 COMPETÊNCIA E INSTÂNCIAS DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL (JME)

Para melhor compreensão do artigo, necessário explicar que o militar estadual pode cometer :
a) Transgressão disciplinar
b) Crime comum
c) Crime militar
O foco da questão são os crimes militares, cujo processamento e julgamento é feito pela Justiça Militar Esta-
dual, excessão quando esses crimes são da competência do júri quando a vítima é civil.
Essa competência da JME não é dada pelo Estatuto, ele apenas reproduz o que a Constituição Federal de 1988
já tinha previsto, in verbis::
Art. 125. §4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes mi-
litares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do
júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças.

4 INSTÂNCIAS DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL

A Justiça Militar Estadual tem duas instâncias:


a) primeira instância - exercitada pelos juízes de direito e Conselhos de Justiça
b) segunda instância - Tribunal de Justiça do Estado, enquanto não for criado o Tribunal de Justiça Militar do
Estado.

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5 COMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS DA JME

a) 1ª Instância
- O juiz de Direito
O Juiz de Direito age sozinho (singularmente), processando e julgando os crimes militares cometidos contra
civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares (CF/88, art.125,§5º, primeira parte c/c §1º,art.51
do EMECE).
-Os Conselhos de Justiça
São compostos por cinco membros, sendo um Juiz de Direito da Justiça Militar e quatro oficiais, formando
o escabinato por ser composto por civil (Juiz de Direito) e militares (juízes militares), para julgamento dos
demais crimes militares, desde que esses crimes não sejam da competência do júri, quando a vítima for civil,
pois nesse caso foge à competência da Justiça Militar Estadual.

Figura 29 – Conselho de Justiça no Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo

Fonte: Disponível em: <http://www.tjmsp.jus.br/Noticias/45>. Acesso em 20jun2016.


Nota: ao centro o Juiz de Direito, ao seu lado os oficiais que compõem o Conselho.

b) 2ª Instância - Tribunal de Justiça


Em relação à competência do Tribunal de Justiça, consultamos a Constituição do Estado do Ceará/1989 que
assim se expressa em seu art. 108:
Art. 108. Compete ao Tribunal de Justiça:
VII – processar e julgar, originariamente:
a) Nos crimes comuns e de responsabilidade, o Vice-Governador, os Deputados Estaduais, os Juízes Estaduais,
os membros do Ministério Público, os membros da Defensoria Pública, os Prefeitos, o Comandante Geral da
Polícia Militar e o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral;
b) os mandados de segurança e os habeas corpus data contra atos do Governador do Estado, da Mesa e Presi-
dência da Assembleia Legislativa, do próprio Tribunal ou de algum de seus órgãos, dos Secretários de Estado,
do Tribunal de Contas do Estado ou de algum de seus órgãos, do Tribunal de Contas dos Municípios ou de
algum de seus órgãos, do Procurador-Geral de Justiça, no exercício de suas atribuições administrativas, ou
na qualidade de presidente dos órgãos colegiados do Ministério Público, do Procurador-Geral do Estado, do
Chefe da Casa Militar, do Chefe do Gabinete do Governador, do Controlador e do Ouvidor Geral do Estado, do
Defensor Público-Geral do Estado, do Comandante Geral da Polícia Militar e do Comandante Geral do Corpo
de Bombeiros Militar;

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Figura 30 – Esquema da composição e competência da Justiça Militar Estadual

Fonte: o autor (2017)

6 CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA DE CIVIL

A Justiça Militar, seja na esfera estadual ou da União, não julga crimes dolosos contra a vida do civil, vez que
é atribuição do Tribunal do Júri, um colegiado composto por sete jurados, instituído pelo art.5º, XXXVIII da
CF/88, in verbis:
Art. 5º. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; (...)”.
Resta saber que crimes são esses. Recorrendo ao Código Penal são indicados do art. 121 ao 126, a saber:
1. Homicídio (doloso)
2. Induzimento, instigação ou auxílio por terceiro a suicídio
3. Infanticídio (mãe que matar ou tenta matar o próprio filho durante o parto, ou logo após este sob a influência
do estado puerperal);
4. Aborto (provocado pela gestante, ou por terceiro com ou sem seu consentimento) 
O parágrafo 2º, art. 51 está em sintonia com o p.u. do art. 9º do Código Penal Militar, in verbis:
CPM - Art. 9º Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e cometidos
contra civil serão da competência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de ação militar rea-
lizada na forma do art. 303 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica.
(Redação dada pela Lei nº 12.432, de 2011)

7 SÚMULAS

Súmula do STM - Súmula Nº 5 “A desclassificação de crime capitulado na denúncia pode ser operada pelo
Tribunal ou pelos Conselhos de Justiça, mesmo sem manifestação neste sentido do Ministério Público Militar
nas alegações finais, desde quando importe em benefício para o réu e conste da matéria fática.” (DJ 1 Nº 77,
de 24.04.95)
Súmula STJ
Súmula 6: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito en-
volvendo viatura de Polícia Militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade.
Súmula 75: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de promover ou
facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal.
Súmula 78: Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que o delito
tenha sido praticado em outra unidade federativa.
Súmula 90: Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela pratica do crime mili-
tar, e à Comum pela pratica do crime comum simultâneo aquele.
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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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QUESTÕES DE CONCURSO

Banca: AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM - 72. Um Soldado
militar estadual que cometer crime definido em Lei como crime militar será processado e julgado em primeira
instância pela Justiça Militar do Estado e em segunda instância pelo Superior Tribunal Militar.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB -102 A competência para conhecer, processar e julgar os crimes
militares ou comuns praticados por militares estaduais contra civis é do Conselho de Justiça, presidido por um
de juiz de direito.
103 As ações judiciais contra atos disciplinares militares, com recurso para o Tribunal de Justiça do Estado do
Ceará, são julgadas singularmente por juízes de direito do juízo militar.
*** *** ***

TÍTULO III
DOS DIREITOS E DAS PRERROGATIVAS DOS MILITARES ESTADUAIS
CAPÍTULO ÚNICO
DOS DIREITOS

DIREITOS DOS MILITARES

Art.52. São direitos dos militares estaduais:


I - garantia da patente quando Oficial e da graduação quando Praça em toda a sua plenitude, com
as vantagens, prerrogativas e deveres a elas inerentes;
II – estabilidade para o Oficial, desde a investidura, e para a Praça, quando completar mais de 3
(três) anos de efetivo serviço;
III - uso das designações hierárquicas;
IV - ocupação de cargo na forma desta Lei;
V - percepção de remuneração;
VI - constituição de pensão de acordo com a legislação vigente;
VII - promoção, na conformidade desta Lei;
VIII - transferência para a reserva remunerada, a pedido, ou reforma;
IX - férias obrigatórias, afastamentos temporários do serviço e licenças, nos termos desta Lei;
X - exoneração a pedido;
XI - porte de arma, quando Oficial em serviço ativo ou eminatividade, salvo por medida adminis-
trativa acautelatória de interessesocial, aplicada pelo Comandante-Geral, inativação provenien-
te dealienação mental, condenação que desaconselhe o porte ou por processoregular, observa-
da a legislação aplicável;
XI – porte de arma, quando Oficial em serviço ativo ou em inatividade, salvo por medida admi-
nistrativa acautelatória de interesse social, aplicada pelo Controlador Geral de Disciplina dos
Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário, inativação proveniente de alienação men-
tal, condenação que desaconselhe o porte ou por processo regular, observada a legislação apli-
cável.” (NR) (Redação dada pelo art. 17 da Lei nº 14.933, de 08.06.2011)
XII - porte de arma, quando Praça, em serviço ativo ou em inatividade, observadas as restrições
impostas no inciso anterior, a regulamentação a ser baixada pelo Comandante-Geral e a legis-
lação aplicável;
XIII - assistência jurídica gratuita e Oficial do Estado, quando o ato for praticado no legítimo
exercício da missão;
XIV - livre acesso, quando em serviço ou em razão deste, aos locais sujeitos à fiscalização policial
militar ou bombeiro militar;
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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XV - seguro de vida e invalidez em razão da atividade de risco que desempenha;
XVI - assistência médico-hospitalar, através do Hospital da Polícia Militar;
XVII - tratamento especial, quanto à educação de seus dependentes, para os militares estaduais
do serviço ativo, através dos Colégios da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros;
XVIII - recompensas ou prêmios, instituídos por lei;
XIX - auxílio funeral, conforme previsto em lei;
XX – VETADO.
XXI - fardamento ou valor correspondente, constituindo-se no conjunto de uniformes fornecidos,
pelo menos uma vez ao ano, ao Cabo e Soldado na ativa, bem como aos Cadetes e Alunos-Solda-
dos, e, em casos especiais, aos demais militares estaduais;
XXII - transporte ou valor correspondente, assim entendido como os meios fornecidos ao militar
estadual para seu deslocamento, por interesse do serviço, quando o deslocamento implicar em
mudança de sede ou de moradia, compreendendo também as passagens para seus dependen-
tes e a transição das respectivas bagagens, de residência a residência;
XXIII - décimo terceiro salário;
XXIV - salário-família, pago em razão do número de dependentes, nas mesmas condições e no
mesmo valor dos segurados do Regime Geral de Previdência Social, na proporção do número de
filhos ou equiparados de qualquer condição de até 14 (quatorze) anos ou inválidos;
XXV – VETADO.
XXVI - fica assegurado ao Militar Estadual da ativa, quando fardado e mediante a apresentação
de sua identidade militar, acesso gratuito aos transportes rodoviários coletivos intermunicipais,
ficando estabelecida a cota máxima de 2 (dois) militares por veículo;
XXVII - isenção de pagamento da taxa de inscrição em qualquer concurso público para ingresso
na Administração Pública Estadual, Direta, Indireta e Fundacional;
XXVIII – VETADO.
XXIX - assistência psico-social pelo Hospital da Polícia Militar;
XXX – VETADO.
XXXI – VETADO.
XXXII - afastar-se por até 2 (duas) horas diárias, por prorrogação do início ou antecipação do
término do expediente ou de escala de serviço, para acompanhar filho ou dependente legal,
que sofra de moléstia ou doença grave irreversível, em tratamento específico, a fim de garantir
o devido cuidado, comprovada a necessidade por Junta Médica de Saúde da Corporação; (NR).
(Inciso acrescentado pelo art. 10 da Lei 13.768, de 04.05.2006).
XXXIII - alimentação conforme estabelecido em Decreto do Chefe do Poder Executivo; (NR).
(Inciso acrescentado pelo art. 10 da Lei 13.768, de 04.05.2006).
XXXIV - a percepção de diárias quando se deslocar, a serviço, da localidade onde tem exercício
para outro ponto do território estadual, nacional ou estrangeiro, como forma de indenização das
despesas de alimentação e hospedagem, na forma de Decreto do Chefe do Poder Executivo.
(NR).(Inciso acrescentado pelo art. 10 da Lei 13.768, de 04.05.2006).

COMENTÁRIOS

1 O ROL DE DIREITOS DOS MILITARES ESTADUAIS

O militar estadual tem deveres e direitos. Neste art. 52 o EMECE traz um rol exemplificativo de 29 (vinte e
nove) direitos desses militares, implicando dizer que, ainda que não esteja no artigo 52, o militar tem outros
direitos, como por exemplo os citados no §13, art. 176 da CF/89 ou na própria CF/88 em seu art. 7º c/c §3º,
art.142.
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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Portanto, é necessário compreender que há direitos expressos no Estatuto e há direitos expressos em outras
legislações. Outra observação é que cinco direitos foram vetados.

2 GARANTIA DA PATENTE QUANDO OFICIAL E DA GRADUAÇÃO QUANDO PRAÇA

Trata-se do direito constitucional concedendo direitos e impondo obrigações, como se vê no art. 176 da Cons-
tituição Estadual, in verbis:
Constituição Ceará/89 - Art. 176. §1º As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são
asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros, sendo-lhes privativos os títulos, postos e uniformes militares.

3 ESTABILIDADE

A estabilidade citada no inciso II, art.52 deste EMECE, é uma garantia constitucional de permanência no
serviço público concedida aos militares nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público, decorridos mais de três anos de efetivo serviço, embora não se constitua em garantia absoluta de per-
manência no serviço público, pois mesmo estável ele pode ser submetido a processo em que se lhe oportunize
a ampla defesa e o contraditório (como previsto na Lei nº 13.407/2003) e ser demitido ou expulso.
Outra observação é que a Praça, com estabilidade, pode ser submetido tanto a Processo Administrativo Dis-
ciplinar como a Conselho de Disciplina (o que vai indicar o tipo de processo é o tempo de serviço e não o da
estabilidade). Vejamos a figura abaixo:

Figura 31 – Submissão de Praça a processo regular conforme seu tempo de serviço

Sem Até 3 anos


estabilidade Processo Administrativo
Disciplinar
Praça
Mais de 3 e menos de 10
anos
Com
10 ou mais anos Conselho de
estabilidade
Disciplina

Fonte: o autor (2017)

4 USO DAS DESIGNAÇÕES HIERÁRQUICAS

O inciso IV, art. 52 do EMECE trata do uso das designações hierárquicas que são os postos e as graduações.
Tem sua origem no §1º, art. 187 da Constituição do Estado do Ceará/1989, in verbis:
Art. 187, §1º Os títulos, postos, graduações, uniformes, símbolos e distintivos são privativos dos integrantes
da corporação.

5 OCUPAÇÃO DE CARGO

A ocupação de cargo prevista no inciso IV, art. 52 do EMECE, obedece à compatibilidade e grau hierárquico,
como previsto no p.u. do art. 37 deste EMECE, abaixo citado:
Art.37. Parágrafo único. As atribuições e obrigações inerentes a cargo militar estadual devem ser, preferencial-
mente, compatíveis com o correspondente grau hierárquico, e no caso do militar estadual do sexo feminino,
preferencialmente, levando-se em conta as diferenciações físicas próprias, tudo definido em legislação ou
regulamentação específicas.

6 PERCEPÇÃO DE REMUNERAÇÃO

A percepção de remuneração é um direito previsto no inciso V, art. 52 deste EMECE e se trata da contra-
prestação pecuniária pelos serviços prestados ao longo do mês. Tem fundamentação no art. 54 do EMECE, in
verbis:

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Art.54. A remuneração dos militares estaduais compreende vencimentos ou subsídio fixado em parcela única,
na forma do art.39, §4º da Constituição Federal, e proventos, indenizações e outros direitos, sendo devida em
bases estabelecidas em lei específica e, em nenhuma hipótese, poderão exceder o teto remuneratório constitu-
cionalmente previsto.
A legislação que rege a remuneração dos militares é esparsa, mas tem como lei básica a Lei nº 11.167/1986.

7 CONSTITUIÇÃO DE PENSÃO

O inciso VI, art. 52, EMECE trata da pensão previdenciária em caso de morte do militar e volta a ser tratado
novamente no artigo 208 deste EMECE “Art.208. Lei específica, de iniciativa privativa do Governador do
Estado, estabelecerá os direitos relativos à pensão, destinada a amparar os beneficiários do militar estadual
desaparecido ou extraviado”.
Assim sendo, o leitor terá melhores comentários desse tópico quando obsevar os comentários ao art. 208.

8 INCISO VII - PROMOÇÃO

A promoção não é mais tratada neste Estatuto e sim na Lei nº 15.797/2015.


Lei nº 15.797/2015 - Art.1º A promoção, direito do militar estadual, consiste na elevação na carreira, tendo por
objetivo o estímulo ao constante aprimoramento funcional com resultado no alcance dos graus hierárquicos
superiores nas corporações militares.

9 MOMENTO HISTÓRICO: A PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA EM CONFRONTO COM O BANDO DE LAMPEÃO

Vejamos a publicação em Boletim do 1º Batalhão de 1927 referente à promoção por bravura por combate aos
grupos de Lampeão:
Regimento Policial do Ceará
Commando do 1º.Btl., em Fortaleza, 04 de julho de (1927)
[...]
Boletim .................. 144
Confirmação, Graduação e Classificação de Officiaes
Conforme títulos que apresentaram, datados de 2 do fluente, foram por actos desse dia, conforme fez público
o bol.reg.n.142 de hoje, confirmado e graduado no posto de 2o.Tenente, respectivamente, por acto de bravura
verificados nos combates contra o grupo do bandido “Lampeão”, o 2o.ten.gr. Antonio Pereira do Nascimento e
3o.sgt.gr. deste btl. e 3a.cia.n.199 Eurico Rocha, continuando o 1o.no Q.E., onde ficou classificado o 2o.
Assina Miguel Archanjo de Mello – Capm.Cmt.Int.
*** *** ***

10 REBAIXAMENTO NA GRADUAÇÃO EM RAZÃO DE PUNIÇÃO

Vejamos agora uma punição de Rebaixamento Temporário da graduação, cujos nomes omitimos propositada-
mente e no mesmo Boletim uma “Graduação” de militar. Quando se diz Cabo desq. significa Cabo de esquadra.
Os revoltosos a que se referem eram os integrantes da famosa “Coluna Prestes”:
Regimento Policial do Ceará
Commando do 1º.Btl., em Fortaleza, 27 de julho de 1927
[...]
Boletim .................. 160
[...]
Prisões e Rebaixamento Temporário
Em o Bol.do Reg.n.158 de hoje, ficaram presos por 10 dias o Cabo desq. da 1ªcia deste Btl.n.13...................
que também ficou rebaixado do posto por 20 dias.[...]
Graduação

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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O sr.cel.cmt. em o bol. do reg.n.158 de hoje, attendendo os bons serviços que prestou contra os revoltosos e a
conducta que tem revelado, graduou no posto de Cabo desq. o sold.do 2º Btl. José Ferreira dos Santos.
(a) Miguel Archanjo de Melo – Capm.Cmt.Int.

11 INCISO VIII - TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA, A PEDIDO OU REFORMA

A transferência para a reserva remunerada pode ser feita de duas formas:


a) ex-officio
b) a pedido do interessado.
A reforma é ex-officio. Observe que a Reserva Remunerada “a pedido” é que é considerada “direito do mi-
litar estadual”. A Reserva Remunerada ex officio é um poder-dever da administração, por isso não é direito, é
obrigação do Estado.
Compreenda a diferença:
a) Reserva Remunerada à pedido = direito do militar estadual
b) Reserva Remunerada ex officio = poder-dever da administração.

12 O INCISO IX - FÉRIAS OBRIGATÓRIAS, AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO E LICENÇAS

CF/88 - Art. 7º, XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
Os oficiais somente passaram a ter direito a férias a partir da Lei nº 2.342, de 04 de novembro de 1925.

13 O INCISO X - EXONERAÇÃO A PEDIDO

A exoneração é um pedido do militar para desligar-se do serviço ativo. Militares da PM que são aprovados
em concurso público no CBM (ou vice-versa) devem pedir exoneração, pois não lhes é aplicável a regra do
art. 199 deste EMECE. Por outro lado, também não podem acumular cargo. Logo, caso queiram tomar posse
devem solicitar exoneração do cargo.
A mesma regra é aplicável em caso de concurso interno, por ex: Soldado da PM/BM que passa no concurso
para o cargo de Oficial PM/BM.

14 O INCISO XI - PORTE DE ARMA

[...] quando Oficial em serviço ativo ou em inatividade, salvo por medida administrativa acautelatória de inte-
resse social, aplicada pelo Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Peni-
tenciário, inativação proveniente de alienação mental, condenação que desaconselhe o porte ou por processo
regular, observada a legislação aplicável.” (NR)

COMENTÁRIO

O porte e o registro de arma de fogo de militares estaduais seguem as regras previstas na Lei nº 10.826, de 22
de dezembro de 2003 e no Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004, que resumimos abaixo:
a) Registro
- É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente ( Art. 3º da Lei nº 10.826/2003). Os militares
estaduais da PM registram suas armas na Coordenadoria de Apoio Logístico (CALP).
b) Porte
– Os militares estaduais têm direito ao porte de arma em razão da função que exercem na segurança pública.
Os praças devem ter o porte regulamentado pelo Cel Comandante-Geral. Os inativos devem ser submetidos a
avaliações psicológicas quinquenais caso queiram ter o porte de arma. Vide artigos abaixo:
- Lei nº 10.826/2003
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em
legislação própria e para:

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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 II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal;
 §4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do
cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
- Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004.
Art. 33.  O Porte de Arma de Fogo é deferido aos militares das Forças Armadas, aos policiais federais e esta-
duais e do Distrito Federal, civis e militares, aos Corpos de Bombeiros Militares, bem como aos policiais da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal em razão do desempenho de suas funções institucionais.
§ 1o  O Porte de Arma de Fogo das praças das Forças Armadas e dos Policiais e Corpos de Bombeiros Militares
é regulado em norma específica, por atos dos Comandantes das Forças Singulares e dos Comandantes-Gerais
das Corporações.
c) Porte de arma de fogo para inativo
Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004.
Art. 37.  Os integrantes das Forças Armadas e os servidores dos órgãos, instituições e corporações menciona-
dos nos incisos II, V, VI e VII do caput do art. 6º da Lei nº 10.826/2003, transferidos para a reserva remunerada
ou aposentados, para conservarem a autorização de porte de arma de fogo de sua propriedade deverão subme-
ter-se, a cada cinco anos, aos testes de avaliação psicológica a que faz menção o inciso III do caput do art. 4º
da Lei nº 10.826/2003. (Redação dada pelo Decreto nº 8.935/2016)
§ 1o  O cumprimento destes requisitos será atestado pelas instituições, órgãos e corporações de vinculação.
§ 2o  Não se aplicam aos integrantes da reserva não remunerada das Forças Armadas e Auxiliares, as prerro-
gativas mencionadas no caput.
d) Perda ou Extravio de arma de fogo

d.1) Norma legal

Em caso de perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato você deve proceder
conforme art. 17 do Dec. 5.123/2004, ou seja:
 Art. 17.  O proprietário de arma de fogo é obrigado a comunicar, imediatamente, à unidade policial local, o
extravio, furto ou roubo de arma de fogo ou do Certificado de Registro de Arma de Fogo, bem como a sua
recuperação. (Redação dada pelo Decreto nº 6.715/2008).
§1o  A unidade policial deverá, em quarenta e oito horas, remeter as informações coletadas à Polícia Federal,
para fins de cadastro no SINARM. (Redação dada pelo Decreto nº 6.715/2008).
§3o  Nos casos previstos no caput, o proprietário deverá, também, comunicar o ocorrido à Polícia Federal ou
ao Comando do Exército, encaminhando, se for o caso, cópia do Boletim de Ocorrência.
d.2) Norma administrativa: instauração de sindicância:

BCG 231- 06.12.11 - Nota nº 2406/2011-GAB CMDº O CEL PM Comandante Geral da Polícia Militar do
Ceará, no uso de suas atribuições legais, e considerando a grande quantidade de ocorrências de extravio de
armas de fogo particulares de uso restrito e uso permitido; Considerando que essas armas são registradas no
SIGMA (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas) através da 4ª Seção do EMG; Considerando a necessi-
dade de controle e esclarecimento de fatos susceptíveis a investigação de ordem criminal, RESOLVE DETER-
MINAR que doravante sejam instauradas sindicâncias formais, que deverão ser procedidas pela Unidade ou
Subunidade a que pertença o Policial Militar, sempre que houver o extravio de armas de fogo particulares de
uso restrito e uso permitido, devendo uma cópia da solução ser encaminhada diretamente para a 4ª Seção do
EMG para fins de controle e registro. QCG em Fortaleza-CE, 06 de dezembro de 2011.
e) Crimes
Os principais crimes são os dispostos na Lei nº 10.826/2003, abaixo transcritos:
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacor-
do com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no
seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
180
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua pro-
priedade:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança
e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda,
furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda,
nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso per-
mitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada
em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública
ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratui-
tamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição
de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibi-
do ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro
sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a
criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou ex-
plosivo.
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de
fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou
munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se forem praticados
por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)
f) Porte de arma por militar com problema psicológico
O Comando Geral da PMCE regulamentou o tema por meio da Portaria nº 060/2011, abaixo transcrita:
Portaria n° 060/2011 - Suspensão do porte de arma de fogo de PM – problemas psicológicos
O Comandante-Geral da PMCE, no uso das atribuições contantes no parágrafo único, artigo 8°, da Lei Estadual
n° 13.729, de 11 de janeiro de 2006, e Considerando que o Policial Militar é um profissional onde as condições
mentais são fundamentais para o seu mister; Considerando que a manutenção da ordem pública, missão cons-
titucional da Polícia Militar, requer de seus integrantes equilíbrios emocional e psíquico fundamentais para o
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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gerenciamento de toda e qualquer crise que se lhe sejam apresentadas; Considerando que o Policial Militar
tem no seu cotidiano, até como instrumento para exercício das suas funções, uma arma de fogo, momento em
que o seu equilíbrio é condição sine qua non para o seu porte e utilização; Considerando, por fim, conforme se
depreende da Lei n° 10.826/2006, e seu regulamento, o Decreto Federal n° 5.123/2004, Estatuto do Desarma-
mento, que a perfeita aptidão psíquica é indispensável para o manuseio e porte da arma de fogo, RESOLVE:
Art. 1°. O Policial Militar acometido de alienação mental e distúrbios psicológicos, assim reconhecidos pela
Perícia Médica/SEPLAG, terá a sua autorização de porte arma de fogo suspensa, na forma dos artigos 33-A,
34, caput e § 2°, todos do Decreto Federal n° 5.123, de 1° de julho de 2004.
Art. 2°. É de atribuição da 4ª Seção do Estado Maior o total controle dos portes de armas especificados nesta
Portaria, inclusive a realização da suspensão mencionada no artigo anterior, que deverá ser homologada pelo
Comandante-Geral, e publicada em boletim interno. Parágrafo único. Previamente à suspensão mencionada
neste artigo, deve a 4ª Seção do Estado Maior intimar o militar estadual interessado do início da procedimen-
talização acerca da suspensão de sua autorização para o porte de arma de fogo.
Art. 3°. Após obtida alta pela Perícia Médica/SEPLAG, cessará a suspensão prevista no artigo 1° desta Porta-
ria, publicada a nova situação funcional em boletim interno.
Art. 4º. Determino a Diretoria de Saúde e Assistência Social que realize o acompanhamento e o controle, junto
à Perícia Médica/SEPLAG, das concessões de licenças para tratamento de saúde aos policiais militares, por-
ventura portadores das moléstias que trata esta Portaria.
Art. 5°. Será periodicamente confeccionado expediente ao Superintendente do Departamento de Trânsito do
Ceará, solicitando a adoção das medidas administrativas pertinentes, quanto a suspensão da licença para con-
duzir veículos automotores, encaminhando a relação dos policiais militares acometidos de alienação mental e
distúrbios psicológicos, oficialmente reconhecidas.
Parágrafo único. Também será confeccionado expediente semelhante ao tratado neste artigo, ao Centro de
Apoio Operacional Criminal, da Execução Criminal e do Controle Externo da Atividade Policial-CAOCRIM,
do Ministério Público do Estado do Ceará.
Art. 6º. A 4ª Seção do Estado Maior deverá mensalmente atualizar a relação dos policiais militares acometidos
das moléstias de que trata esta Portaria, informando ao Gabinete do Comando Geral. Art.
7°. Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 8°. Ficam revogadas as disposições em contrário.
Quartel do Comando Geral, em Fortaleza-Ce, 22 de fevereiro de 2011.
A Portaria acima foi revogada tendo em vista a edição da Portaria n° 186/2017 - GC publicada no BCG nº 171,
de 12.09.2017, abaixo transcrita:
Portaria n° 186/2017 - GC - Dispõe acerca da suspensão do porte de arma de fogo dos Policiais Militares e dá
outras providências. O CORONEL COMANDANTE-GERAL DA PMCE, no uso das atribuições conferidas
pelos incisos I e X do art. 12 da Lei 15.217/2012 (Lei de Organização Básica da PMCE); Considerando que a
sanidade mental é requisito essencial para o pleno e efetivo desenvolvimento da atividade do Policial Militar;
Considerando que a manutenção da ordem pública, missão constitucional da Polícia Militar, exige dos seus
integrantes o máximo equilíbrio emocional e psíquico, em razão de ser de fundamental importância para o
gerenciamento das diversas situações que se lhe sejam apresentadas no transcorrer da execução de suas ativi-
dades laborais; Considerando que o Policial Militar utiliza como instrumento para exercício das suas funções,
arma de fogo, razão pela qual, um perfeito equilíbrio psicológico é condição preponderante para o porte da
referida arma, inclusive, também para sua aquisição; Considerando, ainda, o que dispõe a Lei n° 10.826, de 22
de dezembro de 2003 - Estatuto do Desarmamento, bem como, o art. 33, §1º, e o art. 33-A, do Decreto Federal
n° 5.123/2004, na qual a perfeita aptidão psíquica é indispensável para o porte da arma de fogo, bem como para
a manutenção de sua posse, RESOLVE:
Art. 1°. Proibir o porte de arma de fogo, em serviço ou não, ao policial militar estadual que não dispuser ple-
namente de sua capacidade mental.
Art. 2º. Delegar ao Comandante-Geral Adjunto da PMCE a competência para suspender e restabelecer a auto-
rização para o porte de arma de fogo, nos termos desta Portaria.
Da Suspensão por Indicação Médica
Art. 3º. O Policial Militar sob prescrição médica de proibição ou recomendação restritiva quanto ao uso de
arma de fogo, assim reconhecidos pela Coordenadoria de Perícia Médica COPEM/SEPLAG, terá a autorização
do porte arma de fogo suspenso, até o restabelecimento de sua plena saúde mental.
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
182
Parágrafo único - Após publicação do ato do Comandante-Geral Adjunto dispondo sobre a suspensão de que
trata o caput, o Comandante imediato do militar deverá providenciar o recolhimento da Carteira de Identidade
Funcional, do Certificado de Registro de Arma de Fogo - CRAF, e da respectiva arma de fogo, de tudo passado
termo e recibo.
Das Medidas Decorrentes da Suspensão
Art. 4º. Após a publicação do ato de suspensão do porte de arma de fogo, de imediato, o Comandante do militar
diligenciará no sentido de:
I - Recolher a Carteira de Identidade Funcional e encaminhá-la, mediante oficio, a Coordenadoria de Gestão
de Pessoas da PMCE - CGP, para que seja providenciada a substituição do referido documento por outro pro-
visório, conforme o art. 5º desta Portaria;
II - Recolher a arma de fogo e o respectivo CRAF, dando recibo de tudo ao militar, e informar as providências
adotadas à Célula de Material Bélico da Coordenadoria de Apoio Logístico e Patrimônio – CALP, para fins de
registro, de controle, e adoção de demais medidas pertinentes;
III - Informar ao Comandante-Geral Adjunto da PMCE sobre as medidas adotadas, para fins de controle e
adoção de medidas de sua alçada, se for o caso.
Art. 5º. A Carteira de Identidade Funcional, com autorização para o porte de arma, recolhida, deverá ser substi-
tuída por outra Carteira de Identidade Funcional, provisória, na qual conste expressamente a restrição ao porte
de arma de fogo de que dispõe esta Portaria.
Parágrafo único – Deverá constar nos documentos de Identidade a expressão “NÃO AUTORIZADO A POR-
TAR ARMA DE FOGO”.
Art. 6º. Independentemente das medidas a cargo do Comandante imediato, o policial militar que tiver o porte
de arma de fogo devidamente suspenso deverá comparecer na sua OPM no prazo máximo de 24 (vinte e qua-
tro) horas, a contar da publicação do ato em BCG, para realizar a entrega da arma de fogo que seja possuidor
com o respectivo CRAF, bem como de sua Carteira de Identificação Funcional, sob pena de responsabilização
disciplinar, penal e/ou penal militar.
Parágrafo único - A arma de fogo e o CRAF ficarão retidos na OPM em que o militar estiver vinculado, en-
quanto perdurarem os motivos que ensejaram a suspensão do porte de arma.
Do Restabelecimento do Porte de Arma
Art. 7º. Cessados os motivos que deram causa à suspensão do porte de arma, caso o policial militar tenha sido
julgado sem qualquer restrição quanto ao uso de arma de fogo, mediante a realização de perícia Oficial da
COPEM/SEPLAG, será restabelecido a autorização para o porte de arma, mediante ato do Comandante-Geral
Adjunto.
Parágrafo único – Publicada em BCG a decisão que restabelecer o porte de arma de fogo:
a) a CGP deverá providenciar o recolhimento da Identificação Funcional, com restrição ao porte de arma, e a
restituição da Carteira de Identidade Funcional do policial militar, com autorização para o porte de arma de
fogo;
b) o Comandante da OPM que detiver o CRAF e a respectiva arma de fogo deverá providenciar sua restituição,
de tudo passando recibo, e a devida informação acerca das providências adotadas à CALP e ao Comandante-
-Geral Adjunto da PMCE, para fins de registro e controle.
Do Controle do Porte de Arma de Fogo
Art. 8º. A Coordenadoria de Apoio Logístico – CALP, por meio da Célula de Material Bélico (CMB), deverá
ter o controle do porte de arma dos policiais militares nos termos especificados nesta Portaria e demais regula-
mentações desta PMCE e do Exército Brasileiro, bem como da legislação vigente.
Parágrafo único - A Célula de Material Bélico – CMB/CALP deverá mensalmente atualizar a relação dos
policiais militares acometidos das moléstias de que trata esta Portaria, informando ao Gabinete do Comando
Geral Adjunto.
Das Disposições Finais
Art. 9º. O militar em readaptação funcional, com restrição ao porte de arma de fogo de que trata esta Portaria,
não deverá ser escalado em serviço que reclame utilização de armamento.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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183
Art. 10. A Coordenadoria de Saúde e Assistência Social – CSAS realizará o acompanhamento e o controle,
junto à Coordenadoria de Perícia Médica - COPEM/SEPLAG, das concessões de licenças para tratamento de
saúde aos policiais militares, porventura portadores das enfermidades de que trata esta Portaria.
Parágrafo Único – Por ocasião do acompanhamento mensal dos policiais militares de que trata a Nota nº
783/2011-GAB.ADJ., publicada no BCG nº 080, de 28.04.2011, deverá ser procedida também a verificação e
adequação das medidas adotadas nesta Portaria no tocante aos documentos de Identificação Funcional e CRAF,
bem como das respectivas armas de fogo que sejam possuidores.
Art. 11. O Comandante-Geral Adjunto deverá adotar as medidas necessárias para responsabilização penal,
penal militar e disciplinar no caso de descumprimento desta Portaria.
Art. 12 Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.
Quartel do Comando Geral, em Fortaleza-Ce, 11 de setembro de 2017.
g) Porte de arma para militar reformado disciplinarmente – proibição
Os militares reformados disciplinarmente não têm direito a porte de arma, conforme entendimento do inciso
VI, art. 29 da Instrução Normativa nº 001, de 30 de maio de 2006, publicada no BCG nº 101, de 30.05.2006,
in verbis:
Art. 29. É vedada a autorização para aquisição de armas de fogo pelo policial militar nos seguintes casos:
IaV…
VI – policial militar reformado por motivos disciplinares ou, ainda, se constar, em seus assentamentos, punição
disciplinar por haver se apresentado em estado de embriaguez, feito uso de substância entorpecente, ou realiza-
do disparo de arma de fogo em razão de descuido ou sem necessidade, nos últimos 2 (dois) anos.
h) Proibição do uso de arma de fogo nas dependências da Controladoria Geral de Disciplina
Portaria CGD Nº 68/2011 - DOE nº 208 de 01/11/2011 - O Controlador-Geral de Disciplina, no uso de suas
atribuições legais, e CONSIDERANDO a instauração de Procedimentos Disciplinares nesta Controladoria
Geral de Disciplina - CGD; CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar a entrada de pessoas conduzindo
armas nas dependências desta Controladoria Geral de Disciplina - CGD, RESOLVE:
1. Proibir, nas dependências da CGD, o ingresso e a circulação de pessoas e/ou servidores que não estejam
lotados nesta CGD, conduzindo armas de fogo, menos letais, ou branca;
2. As armas serão recolhidas em local definido pelo Controlador-Geral de Disciplina, mediante a entrega de
recibo/cautela ao portador da arma;
3. As armas de fogo serão entregues ao responsável pelo recebimento, abertas e desmuniciadas;
4. O desmuniciamento será realizado em local adequado, visando a segurança do manuseio;
5. O Grupo Tático de Atividade Correcional - GTAC adotará as providências necessárias para dar condições
ao fiel cumprimento do que estabelece a presente portaria.
Controladoria-Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário, em Fortaleza, 19
de outubro de 2011. Servilho Silva de Paiva - Controlador Geral de Disciplina dos Órgão de Segurança Pública
e Sistema Penitenciário. Registre-se e publique-se.
i) Uso de Arma de Fogo em Colégios e Universidades
BCG 203, 29.10.2010 -Nota nº 1550/2010-GAB.ADJ O Cel PM, Comandante-Geral Adjunto da PMCE no
uso de suas atribuições legais e considerando o teor do Ofício nº 393/2010- GR, em que o Reitor da UECE
informa ocorrência de disparo acidental de arma de fogo nas dependências daquela Universidade, por parte de
Agente Penitenciário; orienta aos policiais militares desta Corporação a não portarem arma de fogo no interior
de colégios, universidades ou similares, salvante estiverem em serviço e no exercício de missão policial. QCG
em Fortaleza-CE, 28 de outubro de 2010.
j) Uso de armas em prédios da Justiça – Proibição – BCG 086, 14.05.2009
Portaria nº 194/2009 O Diretor do Fórum Clóvis Beviláqua desta Comarca de Fortaleza, capital do Estado do
Ceará, Juiz de Direito Francisco José Martins Câmara, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei;
Considerando a necessidade de estabelecer normas visando propiciar maior segurança aos Magistrados, servi-
ços e demais usuários nas dependências do Fórum, das Unidades dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais da
Comarca de Fortaleza, do Juizado da Violência Domestica e Familiar Contra a Mulher, da 5ª Varada Infância e
da Juventude e do “Projeto Justiça Já”; Considerando o art. 26 do Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004, que
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
184
regulamenta a Lei nº 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento que dispõe que “o titular de Porte de Arma de
Fogo não poderá conduzi-la ostensivamente ou com ela adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como
igrejas, escolas, estádios desportivos, clubes ou outros locais onde haja aglomeração de pessoas, em virtude de
eventos de qualquer natureza”, Resolve:
1. Proibir o ingresso nas dependências do Fórum Clóvis Beviláqua, das Unidades dos Juizados Especiais Cí-
veis e Criminais da Comarca de Fortaleza, doJuizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, da
5ª Vara da Infância e Juventude e do “Projeto Justiça Já”, de pessoas portando arma, objeto ou artefato que
possam causar danos a pessoas e/ou ao patrimônio público.
1.1. Excetuam-se dessa restrição os integrantes do Grupo de Segurança do Fórum e da 3ª Companhia de Polícia
de Guarda da PMCE, sediada no Tribunal de Justiça de Ceará, bem como os policiais militares, policiais civis,
policiais federais, policiais rodoviários federais, bombeiros militares, guardas municipais e os membros das
Forças Armadas, desde que estejam comprovadamente em serviço para o qual se exija o porte de arma, bem
como os profissionais de empresas de segurança em serviço de escolta de cargas, valores e de vigilância das
agências bancárias instaladas no prédio do Fórum.
1.2. Os titulares de porte de arma de fogo terão suas armas custodiadas e acondicionadas em sala própria, me-
diante identificação do portador e da arma, que será devolvida na saída.
1.3. Submetem-se à regra do subitem 1.2. as pessoas abrangidas na exceção do subitem 1.1. quando não esti-
verem em serviço.
2. No prédio do Fórum, as pessoas com direito ao porte de armas, estando fardadas ou não, após se identifica-
rem ao Policial de serviço da 3ª CPG Militar, deverão utilizar a Portaria Principal, situada na Av. Desembarga-
dor Floriano Benevides, enquanto que nas Unidades dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, no Juizado da
Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, na 5ª Vara da Infância e da Juventudee no “Projeto Justiça
Já”, após a devida identificação, deverão utilizar a entrada principal.
3. Ao Grupo de Segurança do Fórum Clóvis Beviláqua e seu efetivo destacado nas Unidades dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais, no Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, na 5º Vara da
Infância e Juventude e no “Projeto Justiça Já”, competirão o efetivo cumprimento desta Portaria.
4. Os usuários do Fórum, das Unidades dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, do Juizado da Violência
Doméstica e Familiar Contra a Mulher, da 5ª Varada Infância e da Juventude e do “Projeto Justiça Já”, e seus
pertences estarão sujeitos à revista, pela segurança, se houver suspeita da existência de armas de qualquer
espécie ou artefatos que possam causar perigo às pessoas ou instalações físicas, caso pretendam adentrar nas
dependências do Fórum, das Unidades dos Juizados Especiais Cíveis ou Criminais, do Juizado da Violência
Doméstica e Familiar Contra a Mulher, da 5ª Vara da Infância e da Juventude e do “Projeto Justiça Já” da Co-
marca de Fortaleza.
5. Os casos omissos serão resolvidos pela Diretoria do Fórum, na forma da Lei.
6. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Registre-se, publique-se e cumpra-se. Gabinete da Diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua, em 17 de abril de
2009. Assina: Francisco José Martins Câmara, JUIZ DIRETOR DO FÓRUM.
k) Aquisição de armas de fogo e munição
BCG 132, 13.07.07 - O Cel PM, Comandante-Geral Adjunto, no uso de suas atribuições legais e tendo em
vista a necessidade de manter a tropa informada acerca dos assuntos de interesse coletivo; e considerando que
o tema relativo a aquisição, cadastro, registro, controle, transferência, porte, etc, são conhecimentos inerentes
à própria função vem esclarecer por meio destas instruções que se constituem em extratos da Instrução Norma-
tiva nº 001/06-GC publicada no BCG nº 101, de 30 de maio de 2006. Neste BCG trataremos da aquisição de
armas de fogo e munições. Ao policial militar é facultado adquirir, na forma da lei vigente, armas de fogo ou
munições, salvante nos casos abaixo em que o comando tem o poder-dever de não autorizar a compra:
1. Recomendação da JMS/HPM.
2. Encontrar-se no gozo de uma das seguintes licenças:
a) Licença para Tratamento de Saúde, exceto daquelas reconhecidas como em objeto de serviço.
b) Licença para Tratamento de Interesse Particular.
c) Licença para Tratar de Saúde de Dependente.
d) Licença Especial.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
185
3. Não se encontrar, no mínimo, no comportamento BOM.
4. PM reformado em uma das seguintes situações:
a) por motivo disciplinar;
b) que tenha em sua ficha registro de punição por motivo de embriaguez, uso de substância entorpecente, rea-
lizado disparo de arma de fogo em razão de descuido ou sem necessidade nos últimos dois anos.
e) Alunos do Curso de Formação de Soldados e do Curso de Formação de Oficiais dos seguintes quadros:
Combatentes (1º Ano, exceto se já tenha curso de formação com aproveitamento na disciplina de prática de
tiro, em corporação policial militar), Saúde (QOS), Complementar (QOC), Capelão (QOCpl). (Transc. da Nota
n.º864/2007-GAB.ADJ).
l) Modelo de requerimento para aquisição de arma de fogo
BCG 067 –12.04.2013 - Nota nº 011/2013 - CMB/CALP/PMCE O CEL PM José Jarbas Aguiar Freire, Coor-
denador da CALP/PMCE, no uso de suas atribuições legais, torna público o modelo de requerimento padrão a
ser utilizado pelos interessados que solicitam os serviços da Célula de Material Bélico, referente a aquisições
e transferências de arma de fogo, autorizações para compra de munições e renovações de registros de arma
de fogo. As OPMs poderão solicitar o modelo em mídia através do e-mail:calp.cmb@pm.ce.gov.br. Segue em
anexo o Modelo de Requerimento Padrão da CMB/CALP. CALP em Fortaleza/CE, 09 de abril de 2013.
Obs: Devem ser anexados ao Requerimento
1) xerox da identidade funcional do PM.
2) xerox do comprovante de endereço.
3) xerox do registro da arma.
m) Porte e posse de arma de fogo - registro - Esclarecimento
BCG 150, 08.08.07 - O TC QOPM – Lauro Carlos de Araújo Prado, Chefe da 4ª Seção/EMG, esclarece aos
policiais militares, que não é permitido a posse nem o porte de arma de fogo que não esteja devidamente re-
gistrada no nome do policial. Caso o policial militar adote este procedimento poderá incorrer em transgressão
disciplinar de natureza grave, prevista no artigo 13 § 1º item XLVIII da Lei nº 13407 de 21 de novembro de
2003(Código Disciplinar PM/BM), em crime militar previsto no art. 324 do CPM e em crime previsto na Lei nº
10.286/2003 (Estatuto do Desarmamento) em seus artigos 12 e 14 para as armas de uso permitido e art. 16 para
as armas de uso restrito, podendo também incorrer nos mesmo artigos do estatuto do desarmamento e Código
Penal Militar os policiais militares que cederem, fornecerem ou emprestarem as referidas armas. (Transc. da
Nota n.º 013/2007-PM/4).
n) Arma de fogo – venda a terceiros
BCG 151, 09.08.07 - O Ten Cel PM Lauro Carlos de Araújo Prado, Chefe da 4ª Seção/EMG, em face a legisla-
ção em vigor informa aos policiais militares que tenham efetuado a venda legal de qualquer arma de fogo para
outro policial militar ou civil que a referida arma só poderá ser entregue ao novo proprietário após a mesma
estar registrada e emitido o CRAF (Certificado de Registro de Arma de Fogo) em nome do novo proprietário.
(Transc. da Nota n.º 14/2007-PM/4).
o) Uso de Arma de Fogo Particular no Serviço PM
BCG 169, 05.09.07 - Nada obsta que o militar utilize sua arma de fogo (desde que registrada em seu nome)
no serviço operacional em substituição ou em complemento à arma da Corporação, desde que devidamente
autorizado pelo Comandante, Chefe ou Diretor de sua OPM.
A autorização é feita após análise do requerimento do PM interessado, cujo modelo se encontra abaixo e está
regulamentado no Anexo 12, da Instrução Normativa nº 001, de 30 de maio de 2006, publicada no BCG nº
101/06.

MODELO DO REQUERIMENTO PARA USO DE ARMA DE FOGO PARTICULAR NO SERVIÇO PM


Cabeçalho padrão
Senhor (Posto) Comandante do(a) (OPM).
(Nome completo do policial militar requerente), brasileiro, natural de .......................(abreviatura do Esta-
do), (estado civil – solteiro, casado, separado, etc), nascido em......./ ......./ ....... filho de .......................... e

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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.........................., policial militar,(posto/graduação), (situação funcional – do serviço ativo, da reserva remu-
nerada, etc),do efetivo deste(a) (OPM), matrícula nº ................./PMCE, inscrito no CPF sob o nº.................,
residente na rua (av./trav.)........................................, nº ..............., bairro
......................., (município)/CE, telefone (..........)............................, vem mui respeitosamente requerer a Vossa
Senhoria, autorização para tirar serviço com a arma de sua propriedade abaixo especificada.
Arma requerida:
TIPO: (revólver, pistola, etc);
MARCA: (Taurus, Rossi, etc);
CALIBRE: ......................
ACABAMENTO: (oxidado, inox, niquelado),etc
CAPACIDADE DE TIROS: ..................
Nº DE SÉRIE: .......................
Nº DE REGISTRO: ............................. ÓRGÃO EXPEDIDOR: (PF, PC E PMCE).
Ciência Expressa de Obrigação
O requerente acusa estar ciente de que, caso se envolva em ocorrência policial, deverá apresentar a arma espe-
cificada acima, juntamente com a arma da Corporação que porventura tenha recebido para tirar serviço, tenha
portado ou não a referida arma durante o serviço. Ainda, acusa estar ciente de qualquer dano com sua arma, ou
despesa para reaver a arma da delegacia ou da Justiça correrá por sua própria conta.
Nestes Termos
Pede Deferimento
OPM em (município/estado), de .................... de ............. .
(Nome completo do policial militar requerente) (Posto/Graduação),
Identidade Funcional nº ....................... /PMCE

D E S PAC H O
01. Defiro o pedido (ou indefiro por tal motivo)
02. Publique-se em boletim (aditivo)
03. Arquive-se.
..........................................
Comandante da OPM
(Transc. da Nota n.º 1089/2007-GAB.ADJ).
*** *** ***
p) Uso de Arma de Fogo – Obrigações do PM
BCG 170, 06.09.07 - É obrigação de todo policial militar detentor de arma de fogo:
a) portar os documentos obrigatórios.
b) guardá-las, em local seguro e fora do alcance de terceiros.
c) observar as normas de segurança no manuseio e na limpeza.
d) não portá-la ao ingerir bebidas alcoólicas ou de substâncias que reduzam sua capacidade física ou mental.
e) não conduzi-la ostensivamente.
f) apresentar, à autoridade competente, a arma de fogo particular utilizada no serviço PM, independente de
tê-la ou não utilizado, caso se envolva em ocorrência que envolva uso de arma de fogo.
g) comunicar, imediatamente, ao seu Comandante imediato, ocorrência de furto, roubo ou extravio de arma ou
de documentos a ela referente, sem prejuízo de registrar o Boletim de Ocorrências na Delegacia competente.
(Transc. da Nota n.º1093/2007-GAB.ADJ).

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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q) Armas de Fogo, Acessórios, Petrechos e Munições
BCG 172, 11.09.07 - As armas de fogo, acessórios, petrechos e munições são classificadas em duas grandes
famílias: as de uso permitido e as de uso restrito. De acordo com o art. 17, incisos I a XI do Decreto Federal nº
3.665, de 20 de novembro de 2000, pertencem ao grupo “Uso Permitido”, o seguinte:
I – armas de fogo curtas, de repetição ou semi-automáticas. Ex: .22LR, .25Auto, .32 Auto, .32S&W, .38SPL
e .380 Auto.
II – armas de fogo longas, raiadas, de repetição ou semi-automáticas. Ex:22LR, .32-20, .38-40 e .44-40.
III – armas de fogo de alma lisa, de repetição ou semi-automáticas cal. 12 ou inferior, com comprimento do
cano igual ou maior do que 24 polegadas ou 610 milímetros, e suas munições de uso permitido.
IV – armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre igual ou inferior a 6 mi-
límetros, e suas munições de uso permitido.
V – armas que tenham por finalidade dar partida em competições desportivas, que utilizem cartuchos contendo
exclusivamente pólvora.
VI – armas para uso industrial ou que utilizem projeteis anestésicos para uso veterninário.
VII – dispositivos óticos de pontaria com aumento menor que seis vezes e diâmetro da objetiva menor que
36mm.
VIII – cartuchos vazios, semi-carregados ou carregados a chumbo granulado, conhecidos como “cartuchos de
caça”, destinados a armas de fogo de alma lisa e calibre permitido.
IX – blindagens balísticas para munição de uso permitido.
X – equipamentos de proteção balística contra armas de fogo portáteis ou de porte de uso permitido, tais como:
coletes, escudos, capacetes etc.
XI – veículo de passeio blindado. (Transc. da Nota nº 1110/2007-GAB.ADJ).
r) Disparo de Arma de Fogo em Serviço – Justificativa
BCG 171,10.09.07 - O serviço operacional exige, em algumas situações, o confronto com o uso de armas de
fogo, usando munição pertencente ou não à PMCE. Nesses casos é necessário, por força da Instrução Nor-
mativa nº 001/06, publicada no BCG 101, de 30 de maio de 2006, que o policial militar, ao final do serviço,
preencha o documento intitulado JUSTIFICATIVA DE DISPARO (modelo abaixo) e entregá-lo ao fiscal ou
supervisor (responsável pelo serviço) para ser anexado ao relatório ou ao livro pertinente, a fim de que o dis-
paro seja ou não justificado pelo Comandante imediatodo PM.
Caso haja justificação, a Diretoria de Apoio Logístico deverá providenciar a descarga da munição pertencente
à PMCE. Não havendo justificativa, o policial militar responderá disciplinarmente e/ou penalmente pelo fato.

MODELO DE JUSTIFICATIVA DE DISPARO DE ARMA DE FOGO NO SERVIÇO


DATA:_______________________________________________________________________________
SERVIÇO: ___________________________________________________________________________
NOME COMPLETO: ___________________________________________________________________
POSTO/GRADUAÇÃO: ________________________________ MATRÍCULA: ___________________
QTDE DE DISPAROS: _________________________________________________________________
ARMA UTILIZADA:
ARMA DA CORPORAÇÃO ( ) ARMA PARTICULAR ( )
TIPO:______________________
MARCA:______________________
CALIBRE:__________________
ACABAMENTO:________________
CAPACIDADE DE TIROS:__________ Nº DE SÉRIE:_________________
Nº DO REGISTRO:________________ ÓRGÃO EXPEDIDOR: ___________
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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HISTÓRICO _________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
OPM em _______________, _____ de ____________ de __________
Nome (completo do Policial-militar requerente) (Posto/Graduação)
DESPACHO
01. Extraia-se cópia autêntica para a DAL;
02. Outros;
03. Arquive-se
__________________
Comandante da OPM
***
1. A justificativa deve ser preenchida pelo policial militar que efetuou o disparo de arma de fogo no serviço
e entregue ao Comandante do Serviço (Policiamento, Operação, Blitz, etc) para ser anexado ao relatório ou
comunicação pertinente;
2. Só especificar o número do registro e o órgão expedidor, caso a arma seja particular;
3. O Comandante da OPM pode dar outros despachos, como por exemplo, para averiguar se realmente houve
necessidade do disparo efetuado. (Transc. da Notan.º 1105/2007-GAB.ADJ).
s) Medidas Provisórias acerca da posse e comércio de armas de fogo
Sugerimos uma leitura das seguintes Medidas Provisórias ;
Medida Provisória nº 379/2007 - Posse e Comércio de Armas de Fogo – BCG 174, 13.09.07
Medida Provisória nº 390/2007 - Posse e Comércio de Armas de Fogo – BCG 192, 09.10.07
Medida Provisória nº 394/2007 - Registro, posse e comércio de armas de fogo e munição
*** *** ***
Figura 32 – Uso de arma de fogo por parte de militares ativos e inativos – resumo

Fonte: O autor (2017)

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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13. O inciso XII - porte de arma, quando Praça, em serviço ativo ou em inatividade, observadas as restrições
impostas no inciso anterior, a regulamentação a ser baixada pelo Comandante-Geral e a legislação aplicável;
Vide comentário anterior.
14. O inciso XIII - assistência jurídica gratuita e oficial do Estado, quando o ato for praticado no legítimo
exercício da missão
Comentário: A assistência jurídica gratuita é feita por meio da Defensoria Pública.
15. O inciso XIV - livre acesso, quando em serviço, ou em razão deste, aos locais sujeitos à fiscalização policial
militar ou bombeiro militar.
Comentário: Realmente não sabemos se isso é um direito, ou se foi apenas um inciso jocoso para quebrar a du-
reza da lei. Pasmem, pagar para cumprir a missão militar prevista em lei! Já imaginaram o Corpo de Bombeiros
chegar a um local de diversão e pagar a entrada para fiscalizar as saídas de incêndio ou os extintores locais?
Cremos que nossa imaginação não consegue captar a razão de ser do inciso. Deve existir.
O que podemos afirmar é que isso não é direito do militar, é direito da Corporação de ter acesso aos locais onde
deva atuar na forma da lei.
16. O inciso XV - seguro de vida e invalidez
Comentário: O Governo do Estado paga um seguro de vida e invalidez para os militares estaduais.
17. O inciso XVI - assistência médico-hospitalar, através do Hospital da Polícia Militar;
O Hospital da PMCE foi criado pelo Decreto nº 527, de 1º de abril de 1939, sob a denominação de Hospital
Central da Polícia. Atualmente, por força do Decreto nº 30.554, de 30.05.2011 (DOE nº 104, de 01.06.2011)
o Hospital da Polícia Militar passou a denominar-se “Hospital Geral da Polícia Militar José Martiniano de
Alencar” e passou a fazer parte da estrutura organizacional da Secretaria da Saúde do Estado (SESA). Poste-
riormente, passou a denominar-se Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA). Vide texto
do decreto:
“Decreto nº 30.554/2011 - Art. 8º. O Hospital da Polícia Militar, doravante denominado Hospital Geral da
Polícia Militar José Martiniano de Alencar, fica inserido na estrutura organizacional da Secretaria da Saúde do
Estado (Sesa)”.
Em síntese, as Corporações Militares estaduais não têm mais Hospital. Atualmente, usa-se o ISSEC.
18. O inciso XVII - tratamento especial, quanto à educação de seus dependentes, para os militares estaduais do
serviço ativo, através dos Colégios da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros;
Na Polícia Militar do Ceará temos o Colégio da Polícia Militar do Ceará General Edgard Facó (recebeu essa
denominação por meio do Decreto nº 30.379/2010, publicado no DOE nº 229, de 08/12/2010).
No Corpo de Bombeiros temos o Colégio Militar Raquel de Queiroz.
Na realidade, os filhos dos militares estaduais submetem-se a concurso público para ingresso em algum dos
Colégios Militares. A prerrogativa que ele tem é a de concorrer com os demais dependentes, ou seja não con-
corre com os filhos de civis. Exemplificando: Digamos que o Colégio da PM abre 100 vagas para o 9º Ano.
Dessas 100 vagas, 50 serão disputadas por filhos de civis e as outras 50 por filhos de militares. Assim, o depen-
dente de militar concorre com todos os que se inscreveram para as 50 vagas destinadas aos filhos de militares.
Essa é a regalia.
Na mesma linha de raciocínio, poderíamos dizer que os dependentes de civis receberão tratamento especial,
quanto à educação de seus dependentes através dos Colégios da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
19. O inciso XVIII - recompensas ou prêmios, instituídos por lei
Os militares estaduais têm recompensas ou prêmios previstos tanto neste EMECE quanto em outras legisla-
ções. No EMECE, temos o art. 68 e seu p.u. in verbis:
Art.68. As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelos militares estaduais e
serão concedidas de acordo com as normas regulamentares da Corporação.
Parágrafo único. São recompensas militares estaduais, além das previstas em outras leis:
I - prêmios de honra ao mérito;
II - condecorações por serviços prestados;
III - elogios;
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IV - dispensas do serviço, conforme dispuser a legislação.
Na Lei nº 13.407/2003, temos ainda os prêmios acima e o cancelamento de punições disciplinares.
20. O inciso XIX - auxílio funeral, conforme previsto em lei
O auxilio funeral tinha previsão na Lei nº 11.167/1986, mas atualmente se encontra sendo pago pela segurado-
ra contratada pelo Governo do Estado.
21. O inciso XXI - fardamento ou valor correspondente, constituindo-se no conjunto de uniformes fornecidos,
pelo menos uma vez ao ano, ao Cabo e Soldado na ativa, bem como aos Cadetes e Alunos-Soldados, e, em
casos especiais, aos demais militares estaduais.
O inciso garante não apenas o fardamento físico, mas também a possibilidade do Cabo e Soldado da ativa re-
ceberem em pecúnia, o valor equivalente a esse conjunto de uniformes, pelo menos uma vez ao ano.
A Corporação é obrigada a pagar os uniformes de uso obrigatório aos Cabos e Soldados como disposto no §2º,
art. 16 do RUPM, baixado pelo Decreto nº 18.063/86 c/c art. 59 da Lei nº 11.167/86 (Lei Básica de Vencimen-
tos):
RUPM - Art. 16, §2º - Os Uniformes de posse obrigatória pelos Cabos e Soldados serão distribuídos pela Cor-
poração, de acordo com plano baixado pelo Comando Geral, constituindo, portanto, propriedade da Polícia
Militar.
Lei nº 11.167/86 -  Art. 59 - Os Alunos dos Cursos de Formação de Oficiais e de Praças e os Cabos e Soldados
do serviço ativo PMCE terão seu fardamento custeado pelo Estado.
Nestes termos, devemos saber quais uniformes os Cabos e Soldados são obrigados a usar, até porque a lei fala
em “conjunto de uniformes”, ou seja, mais de um uniforme. A resposta encontra-se no dito RUPM, com nova
redação trazida pela Portaria nº 094/2013.
Em outras palavras, o militar tem direito a, no mínimo, três conjuntos de uniformes: um destinado ao uso no
expediente, um para o policiamento ostensivo e o terceiro para atividades físicas. Não resta dúvida de que
a Corporação também só é obrigada a pagar esses conjuntos, caso haja a real necessidade de uso deles. Nas
OPM/OBMs em que os cabos e soldados executam apenas o policiamento ostensivo e não participam de expe-
diente, ou de atividades físicas, é desnecessário efetivar o pagamento do uniforme que ele sequer usará.
Mais uma vez o legislador não atualizou o inciso e trata de Cadetes e Alunos-Soldados como se ainda existis-
sem
23. O inciso XXIII - décimo terceiro salário
Trata-se de gratificação compulsória e tem natureza salarial. Está previsto na CF/88 –“Art. 7º, VIII - décimo
terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria”;
24. O inciso XXIV - salário-família, pago em razão do número de dependentes, nas mesmas condições e no
mesmo valor dos segurados do Regime Geral de Previdência Social, na proporção do número de filhos, ou
equiparados de qualquer condição de até quatorze anos ou inválidos.
O salário-família tem previsão na CF/88 –“Art. 7º, XII - salário-família pago em razão do dependente do tra-
balhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1998)”.
Os militares estaduais não recebem salário-família em vitude dos vencimentos (salários) ultrapassarem o limite
estabelecido na lei federal.
25. O inciso XXVI - fica assegurado ao Militar Estadual da ativa, quando fardado e mediante a apresentação
de sua identidade militar, acesso gratuito aos transportes rodoviários coletivos intermunicipais, ficando estabe-
lecida a cota máxima de 2 (dois) militares por veículo.
O direito acima exige que o militar preencha determinados requisitos, a saber:
a) Deve ser do serviço ativo
b) Deve estar fardado
c) Deve portar e apresentar a identidade militar
d) Válido somente em ônibus coletivos intermunicipais
e) Máximo dois militares por veículo
As empresas de transporte intermunicipal filiadas do SINTERÔNIBUS impetraram ação judicial visando não
dar efetividade ao inciso acima, contudo a norma permanece inalterada como se mostra abaixo:

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BCG 020, DE 29.01.2010 Nota nº 152/2010-GAB.ADJ O Cel PM, Comandante-Geral Adjunto/PMCE, no
uso das suas atribuições legais, e em atenção aos termos do Ofício PGE/PJ nº 247/2010, faz saber aos inte-
grantes desta PMCE que a decisão Tribunalícia na Reclamação nº 2008.0004.0066-80 determinou a imediata
suspensão da ação ordinária de nº 2007.0032.9593-0 em trâmite na 4ª Vara da Fazenda Pública, que desobriga
as empresas de transporte intermunicipal filiadas do SINTERÔNIBUS de cumprirem o art. 52, inciso XXVI,
da Lei nº 13.729/06, no tocante ao transporte gratuito de policiais militares estaduais. Em consequência, até
ulterior deliberação do TJ/CE, o comando normativo constante no Estatuto dos Militares Estaduais está em
pleno vigor. QCG em Fortaleza-CE, 29 de janeiro de 2010.
26. O inciso XXVII - isenção de pagamento da taxa de inscrição em qualquer concurso público para ingresso
na Administração Pública Estadual, Direta, Indireta e Fundacional.
O inciso já é claro e autoexplicativo.
27. O inciso XXXII - afastar-se por até 2 (duas) horas diárias, por prorrogação do início ou antecipação do
término do expediente ou de escala de serviço, para acompanhar filho ou dependente legal, que sofra de mo-
léstia ou doença grave irreversível, em tratamento específico, a fim de garantir o devido cuidado, comprovada
a necessidade por Junta Médica de Saúde da Corporação.
O inciso mostra a preocupação do legislador com o lado social e familiar do militar estadual. É uma medida
acertada e valoriza o militar e sua família.
Por outro lado, é necessário atualizar o inciso, pois a Lei nº 14.082, de 16.01.2008 (DOE 022, 31.01.2008)
unificou as perícias médicas do Estado. Portanto, as Corporações Militares não têm mais juntas médicas pró-
prias. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto nº 30.550, de 24.05.2011. Atualmente, tem-se a Coordenadoria
de Perícia Médica (COPEM), órgão da estrutura da SEPLAG.
28. O inciso XXXIII - alimentação conforme estabelecido em Decreto do Chefe do Poder Executivo.
A alimentação é estabelecida pela Lei nº 15.743, 29 de dezembro de 2014, in verbis:
Art.1º Fica estabelecido auxílio-alimentação no valor de R$ 247,07 (duzentos e quarenta e sete reais e sete cen-
tavos), a ser pago mensalmente para todo o efetivo do serviço ativo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Ceará, de forma linear.
O valor recebido independe de posto ou graduação.
29. O inciso XXXIV - a percepção de diárias quando se deslocar, a serviço, da localidade onde tem exercício
para outro ponto do território estadual, nacional ou estrangeiro, como forma de indenização das despesas de
alimentação e hospedagem, na forma de Decreto do Chefe do Poder Executivo.
O Decreto nº 30.719, de 25 de outubro de 2011 dispõe sobre a concessão de diárias, ajuda de custo e passa-
gens no âmbito da administração estadual direta e indireta, para o servidor público civil, militar e contratados
temporários em viagem a serviço.
Doutrina Institucional
BCG 120, 27.06.2008 - Portaria de Diárias, Passagens e Ajuda de Custo – O Comandante-Geral da Polícia
Militar do Ceará, no uso de suas atribuições legais, e de conformidade com o disposto no Decreto 26.478, de 08
de fevereiro de 2001, modificado pelo Decreto nº. 28.162, de 23 de fevereiro de 2006, c/c a Lei Complementar
nº. 18, de 29 de dezembro de 1999, resolve determinar aos policiais militares que porventura venham a ter a
necessidade de realizar viagem em objeto de serviço, de interesse da corporação, fazendo jus a diárias, pas-
sagens e ajuda de custo, o que abaixo se segue: A concessão de diárias, passagens e ajuda de custo deverá ser
procedida dentro do limite financeiro da corporação, de acordo com as recomendações da Coordenadoria Geral
de Administração da corporação e Diretoria de Finanças; Todo deslocamento em objeto de serviço deverá ser
precedido de autorização do Coordenador Geral de Administração (CGA), devendo, para tanto, ser encami-
nhada solicitação em tempo hábil à CGA, no mínimo, com 10(dez) dias de antecedência ao evento, salvo nos
casos de extrema emergência, contudo sua tramitação deverá ocorrer, obedecendo à cadeia de comando, sem-
pre com a supervisão da CGA; A portaria de concessão de diárias deverá ser confeccionada pela Unidade do
beneficiado. Para tanto, todos os Comandantes de OPM deverão cadastrar policial na SEPLAG (Secretaria de
Planejamento e Gestão) com a finalidade de se habilitar para utilização do sistema on-line do Estado; Na por-
taria, quando se fizer necessária a inclusão de sigla de determinado órgão, deverá ser especificado, por extenso,
seu significado; O objetivo do deslocamento deverá ser pormenorizado no texto da portaria e, posteriormente,
conforme o caso, justificado formalmente junto à Diretoria de Finanças através de certificado, relatório ou
outro documento que comprove a realização do objetivo do serviço, para que este seja anexado ao processo de
pagamento de diárias; A Unidade responsável pela feitura da portaria deverá observar que o nome do policial
deverá estar por extenso, devendo conter matrícula, posto/graduação, local de afastamento, classe, período, va-

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lor da passagem, acréscimos, quantidade e valores das diárias; Toda portaria de diárias deverá conter Ordem de
Movimento detalhando o objetivo com data igual ou anterior ao deslocamento e assinatura da autoridade que
autorizou o deslocamento do efetivo, devendo conter, ainda, CPF, matrícula, banco correntista, conta corrente
e agência bancária do beneficiário. As diárias serão concedidas por dia de afastamento, no máximo 20(vinte) ao
mês, fazendo jus apenas a meia diária quando o afastamento não exigir pernoite fora da sede, no dia de retorno
da viagem e quando fornecido alojamento ou outra forma de hospedagem em instalações pertencentes à admi-
nistração pública e/ou de instituições privadas; Quando a corporação fornecer recursos financeiros ou bilhete
de passagens para seu deslocamento, deverá ser comprovado junto à Diretoria de Finanças, no prazo máximo
de 72(setenta e duas) horas, a comprovação de sua utilização, inclusive com o bilhete de embarque, conforme
seja o caso; Quando a viagem for para participação em cursos, seminários, treinamentos ou similares, o poli-
cial militar deverá entregar na Diretoria de Finanças, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, após o retorno do
evento, além dos bilhetes de passagens, cópia do certificado ou declaração de participação no evento; Não fará
jus a diárias o servidor que viajar a convite de organização ou entidade privada, salvo em caso de relevante
interesse público, a critério do Comando da corporação; O policial militar também não fará jus à concessão de
diárias nos deslocamentos realizados dentro do mesmo município ou na Região Metropolitana de Fortaleza; As
diárias recebidas a maior ou indevidamente, quando da não realização do serviço ou outro motivo, deverão ser
restituídas à Diretoria de Finanças da corporação, no prazo máximo e improrrogável de 05 (cinco) dias úteis,
contados a partir do dia seguinte ao do retorno, recebimento ou da constatação; As propostas de diárias, quando
o deslocamento se iniciar a partir de sexta-feira, bem como as que incluírem sábados, domingos e feriados,
deverão ser expressamente justificadas, ficando a autorização a cargo do Comandante da corporação, de acordo
com o motivo apresentado; O Gabinete do Comando Geral, em decorrência da grande demanda de serviços,
somente providenciará a feitura de portarias de diárias de seus integrantes, bem como aquelas que se destinem
a outros Estados da Federação, à exceção das viagens de cursos regulares, que deverão ser confeccionadas pela
unidade de ensino respectiva. Cumpra-se. (Transc. da Nota n.º 143/2008-GC).

MODELO DE PORTARIA DE DIÁRIAS DE ALIMENTAÇÃO E POUSADA


PORTARIA (nome da OPM. Ex: CGP Nº1430/2017) - O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR
DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais, RESOLVE AUTORIZAR os MILITARES relacionados no
Anexo Único desta Portaria, a viajarem em objeto de serviço, com a finalidade de ser empregado na (motivo
da viagem. Ex: operação eleição da Capital do Estado do Ceará, no período de 27.09.16 a 02.10.16), conce-
dendo-lhes (total de diárias. Ex: 5.5) cinco diárias e meia, de acordo com o artigo 3º; alínea b, §1º do art.4º;
art.5º e seu §1º; art.10 do Decreto nº30.719, de 25 de outubro de 2011, devendo a despesa correr à conta da
dotação orçamentária da Polícia Militar do Ceará. QUARTEL DO COMANDO GERAL, em Fortaleza, 22 de
setembro de 2017.
(nome completo) CORONEL COMANDANTE GERAL DA PMCE.
Registre-se e publique-se.
ANEXO ÚNICO A QUE SE REFERE A PORTARIA Nº1430/CGP DE 23 DE SETEMBRO DE 2016
NOME CARGO/FUNÇÃO MATRICULA CLASSE PERIODO ROTEIRO QUANT. PAS-
SAGEM TOTAL

Fulano de tal ST PM 000.000-0-0 V 27/09/2016 a 02/10/2016 SOBRAL-CE/FORTALEZA/SOBRAL 5,5 61,33


337,31

Beltrano de tal ST PM 000.000-0-0 V 27/09/2016 a 02/10/2016 SOBRAL-CE/FORTALEZA/SOBRAL 5,5 61,33


337,31

Total 1.011,93

*** *** ***

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 110 É assegurado ao militar estadual, Oficial ou Praça, o direito


à assistência jurídica integral, gratuita e oficial do estado em caso de questionamento de ato por ele praticado
no legítimo exercício da missão.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 106 Ao Praça é assegurado o livre acesso, independentemente de
encontrar-se ou não em serviço ou de estar agindo em razão deste, aos locais que estejam sujeitos à fiscalização
da polícia ou do bombeiro militar.

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||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – 107 Ao militar estadual da ativa e ao em inatividade, fardado e
mediante a apresentação de sua identidade militar, é garantido o acesso gratuito aos transportes rodoviários
coletivos, intermunicipais e interestaduais, estabelecida cota máxima de dois militares por veículo.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 109 O porte de arma é direito dos militares estaduais, tanto para
os do serviço ativo como para os em inatividade, salvo se a inativação for proveniente de alienação mental ou
de condenação que desaconselhe o porte.
*** *** ***

ELEGIBILIDADE DE MILITAR - CONDIÇÕES

Art.53. O militar estadual alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:


I - se contar menos de 10 (dez) anos de serviço, deverá afastar-se definitivamente da atividade
militar estadual a partir do registro de sua candidatura na Justiça Eleitoral, apresentada pelo Par-
tido e autorizada pelo candidato, com prejuízo automático, imediato e definitivo do provimento
do cargo, de promoção e da percepção da remuneração;
II - se contar 10 (dez) ou mais anos de serviço, será agregado por ato do Comandante-Geral, sem
perda da percepção da remuneração e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diploma-
ção, para a reserva remunerada, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição;
III - se suplente, ao assumir o cargo eletivo será inativado na forma do inciso anterior.
Comentário

1 OBJETO DO ARTIGO

O artigo trata do direito político do militar referente a sua capacidade eleitoral passiva de disputar o mandato
político, atendidos os dispositivos legais, no caso a CF/88, a Constituição Estadual/1989, a legislação eleitoral
e partidária e o EMECE.
O direito político previsto no art. 53 é relativo, pois aplicável apenas aos militares estaduais que têm dez ou
mais anos de serviço

2 LEGISLAÇÃO CORRELATA

O artigo guarda estreita simetria com o disposto no art. 14, §8º da CF/88, in verbis:
Art. 14 […] §8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automa-
ticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Bem como com o art. 176, §7º da Constituição Estadual 89:
Art. 176, §7º Ao se candidatar a cargo eletivo, os integrantes das duas corporações militares estaduais – Polícia
Militar e Corpo de Bombeiros:
I – tendo menos de dez anos de serviço, deverão afastar-se da atividade; e
II – com mais de dez anos de serviço, serão agregados pela autoridade superior à respectiva corporação e, se
eleitos, passarão à inatividade, automaticamente, no ato da diplomação.

3 MILITARES COM MENOS DE DEZ ANOS DE SERVIÇO

Os militares que têm menos de dez anos de serviço não têm o direito de candidatar-se a cargo eletivo, eis que
tanto a CF/88 (art.14, §8º, I) como a Constituição do Estado do Ceará (art.176, §7º, I) e o art. 53, inc. I deste
EMECE determinam que esse militar deve afastar-se das atividades, ou seja, será desligado do serviço ativo,
embora sem essa figura no art. 178 do Estatuto castrense que trata das formas de desligamento do serviço ativo.

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4 AGREGAÇÃO DE MILITARES ALISTÁVEIS E ELEGÍVEIS

Os militares estaduais que têm dez ou mais anos de serviço podem candidatar-se, desde que preencham os
requisitos exigidos na legislação eleitoral e partidária. Nesse caso, passam a situação de agregado (art. 172, §6º
EMECE), em regra, por período que medeia o registro da candidatura até 48h após a divulgação do resultado
do pleito, salvo se eleito (quando permanece agregado até a data da diplomação) ou se perder a qualidade de
candidato (quando retorna à Corporação).
Art. 172, §6º A agregação do militar estadual que tenha dez ou mais anos de serviço, candidato a cargo eletivo,
é contada a partir da data do registro da candidatura na Justiça Eleitoral até:
I - 48 (quarenta e oito) horas após a divulgação do resultado do pleito, se não houver sido eleito;
II - a data da diplomação;
III - o regresso antecipado à Corporação Militar Estadual, com a perda da qualidade de candidato.

5 AFASTAMENTO POR DESINCOMPATILIZAÇÃO E POR AGREGAÇÃO DO MILITAR CANDIDATO

O afastamento dos militares estaduais candidatos tem sido objeto de dúvida por parte dos militares, vez que a
Justiça Eleitoral determina um prazo para que o militar se desincompatibilize com suas funções. Ocorre que os
militares têm rito próprio, pois seu afastamento ocorre em duas situações diferentes e independentes:
1) Afastamento das funções e/ou do cargo em comissão. (desincompatibilização)
2) Afastamento de toda e qualquer atividade da Corporação. (agregação)
5.1 Afastamento por desincompatibilização
É o afastamento do militar da função de comando, de “Autoridade Militar”, de cargo em comissão. Nesse
caso, ele é exonerado do cargo ou função que ocupa e continua na Corporação em atividades outras que não
impliquem em sua desincompatibilização. Tem por base o art. 1º, II, 1 da LC nº 64/90. Nessa situação ele
continua na Corporação.
5.2 Afastamento por agregação
Desta feita, o militar realmente é afastado de toda e qualquer função para dedicar-se à candidatura. Tem por
fundamento o art. 172, §6º deste EMECE.

EXEMPLIFICANDO:

a) Desincompatibilização
a.1) O Cel PM Marco Aurélio ocupa o cargo de Comandante do Policiamento da Capital (CPC) e candidata-se
a Presidente da República. Nesse caso, nos prazos previstos na legislação eleitoral, ele será exonerado do car-
go de Comandante do CPC, mas exercerá outras funções que não impliquem em incompatibilidade para fins
eleitorais, destas somente afastando-se, após o deferimento do registro da candidatura pela Justiça Eleitoral,
quando será, então, agregado e afastado de toda e qualquer função.
a.2) O Sgt PM Maximus Aurelius, comandante de viatura do Destacamento de Várzea Alegre, candidata-se
a vereador naquele município. Nesse caso, haverá desincompatibilização, pois seu cargo, apesar de não ser
comissionado, implica em “uso da autoridade” ou de influência em razão da função que ocupa no município.
Ele retorna para a OPM a fim de exercer funções operacionais ou administrativas (preferencialmente) e, pos-
teriormente, será agregado conforme art. 172, §6º EMECE.
b) Agregação
O Sgt PM Maximus Aurelius, comandante de viatura da área do 5º BPM, candidata-se a vereador de Fortaleza.
Nesse caso, não haverá desincompatibilização, ele será apenas agregado conforme art. 172, §6º EMECE.

6 ASSESSORIA JURÍDICA DA PMCE: PARECER SOBRE AFASTAMENTO DE MILITAR CANDIDATO

Parecer nº 457/2016-GC/AJ publicado no BCG nº 121, de 29.06.2016


Coordenador Jurídico: João Guilherme Janja Ximenes. OAB/CE 5.431.
Interessado [..].
Processo sob protocolo SPI 464510/2016. [...]
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A princípio, vale salientar que a preocupação com os cumprimentos dos prazos eleitorais, deve ser dos poli-
ciais que pretendem candidatar-se a quaisquer cargos eletivos, ou seja, a regularidade da candidatura deve ser
comprovada perante a Justiça Eleitoral, e não junto a essa Corporação. Incumbe, consequentemente, ao poli-
cial militar que pretenda candidatar-se a um cargo eletivo, adotar todas as providências pertinentes, inclusive,
perante à Corporação.
Assim, no âmbito da PMCE, o afastamento total das atividades funcionais de seus integrantes para concorre-
rem em pleitos eleitorais, dar-se-á a partir do registro da respectiva candidatura perante à Justiça Eleitoral, nos
termos do art. 53 c/c art. 172, §6º, da Lei Estadual nº 13.729, de 11 de janeiro de 2006, in verbis: [...]. Neste
sentido, a Constituição Federal dispõe ainda que o militar em atividade, embora não possa estar filiado a par-
tido político, desde que alistável, poderá ser elegível, caso atendidas as condições do §8º, art.14, litteris: [...].
No entanto, o afastamento total das atividades funcionais para o militar, não se confunde com a desincompa-
tibilização, prevista na Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, que tem por fim, em síntese, coibir
abuso de poder econômico e político por parte de ocupantes de cargos públicos em períodos eleitorais. Esse é o
entendimento cristalino na jurisprudência que emana do Tribunal Superior Eleitoral, conforme a ementa abai-
xo, que encima acórdão prolatado no Agravo Regimental interposto nos autos do Recurso Especial Eleitoral nº
30.182/2008, nos seguintes termos:
“Recurso especial. Registro de candidato militar. Desincompatibilização. Art. 1º, II, 1 da LC nº 64/90. Inapli-
cabilidade. 1. O militar elegível que não ocupe função de comando, não se submete ao prazo de desincompa-
tibilização previsto no art. 1º, II, 1 da LC nº 64/90, devendo se afastar após o deferimento do seu registro de
candidatura, consoante disposto nos arts. 14, §8º, da CF, 88, parágrafo único, do CE e 16, §4º, da res.-TSE nº
22.717/2008. Precedentes. (...)” (AC. De 29.9.2008 no AgR-Espe nº 30182, rel. Min. Marcelo Ribeiro.
Por conseguinte, estando o militar a ocupar função de comando, o que a Justiça Eleitoral também entende
como função de Autoridade Militar, e que pretenda concorrer a cargo eletivo, deverá formalizar requerimento
no sentido de ser afastado de tais funções, a título de desincompatibilização, o que acarretará, inevitavelmente,
a concomitante exoneração do cargo correspondente. Concluindo: perde a função de comando e o cargo em
comissão. Por outro lado, no caso de militar cuja atividade não se caracterize como de “Autoridade Militar”
(função de comando), porém desempenhe atividades de cunho operacional, o afastamento de suas atividades,
comente será concedido, coincidentemente, com a agregação, isto após o registro da candidatura. Outra si-
tuação, é daqueles policiais que embora não exerçam função de comando, ocupem cargo de provimento em
comissão. Nesse caso, deverão solicitar exoneração, para fins de desincompatibilização, e assim poderem
candidatar-se a cargo eletivo.
Conclusão: São as seguintes as conclusões do presente opinativo:
1- os policiais militares que se encontram em função de comando ou em cargos comissionados, que pretendam
ser candidatos a cargos eletivos, no pleito eleitoral de 2 de outubro do corrente ano, devem requerer, e serem
afastados da função e do cargo respectivo, até 1º/07/2016, consoante disposição do art. 1º, inciso II, l, da Lei
Complementar nº 64/90, que embora não se reporte ao militares, aqui pode ser aplicado por analogia. Eis a
dicção do preceptivo uso referido:
Art. 1º São inelegíveis: (...) II – omissis: (...) I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos ou
entidades da Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos
Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores
ao pleito, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos integrais.
2 – no entanto, em qualquer dos casos acima citados, o militar que estava em função de comando ou ocupando
cargo comissionado, retornará a atividades militares outras, que não impliquem em incompatibilidade, para
fins eleitorais, destas somente afastando-se, após o deferimento do registro da candidatura pela Justiça Eleito-
ral, nos termos do art. 53 c/c art. 172, §6º, da Lei nº 13.729/2006.
É o Parecer, SMJ. Fortaleza, 28 de junho de 2016. Despacho: E, 29.06.2016. Aprovo. Ao Gabinete do Coman-
do Geral para providências decorrentes. Assina: Geovani Pinheiro da Silva. Coronel Comandante-Geral.

7 DOS MILITARES ELEITOS: CONSEQUÊNCIAS

Ao militar eleito impõe-se três consequências:


a) permanecerá agregado até a data da diplomação (art. 172, §6º, II)
b) será diplomado pela Justiça Eleitoral e toma posse no cargo (art. 215 C.E.)
c) passa à Reserva Remunerada no ato da diplomação (art. 53, II c/c 182, IV) com proventos proporcionais
(art.53, II c/c arts. 58 e 210, §5º EMECE).
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Artigos citados:
Art.182. A transferência ex officio para a reserva remunerada verificar-se-á sempre que o militar estadual in-
cidir em um dos seguintes casos:
IV - se eleito, for diplomado em cargo eletivo, ou se, na condição de suplente, vier a ser empossado.
Art.58. Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o militar estadual terá direito a proventos proporcio-
nais aos anos de serviço, computáveis para a inatividade, até o máximo de 30 (trinta) anos, computando-se,
para efeito da contagem naquela ocasião, o resíduo do tempo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias
como se fosse mais 1 (um) ano.
Art. 210, §5º. A proporcionalidade dos proventos, com base no tempo de contribuição, é a fração, cujo nume-
rador corresponde ao total de dias de contribuição e o denominador, o tempo de dias necessário à respectiva
inatividade com proventos integrais, ou seja, 30 (trinta) anos que corresponde a 10.950 (dez mil novecentos e
cinqüenta) dias.

8 DOS MILITARES SUPLENTES: CONSEQUÊNCIAS

Inicialmente, o militar suplente retorna às suas atividades na Corporação 48h após a divulgação do resultado
do pleito (art. 172, §6º,I).
Caso ocorra do suplente vir a assumir o cargo eletivo tem-se então a aplicação da regra do art. 182, IV, ou
seja, sua passagem à inatividade mediante transferência ex officio para a reserva remunerada com proventos
proporcionais, no momento da posse.
Portanto, não há como confundir ou querer relacionar o inciso III com o inciso II, ambos do art. 53, no tocante
ao momento em que ocorre a inativação de militar suplente que toma posse.
Reparem que o inciso III do art. 53 trata de duas situações distintas:
a) forma como se dará a inativação do militar suplente que assumiu o cargo eletivo.
b) momento em que ocorre essa inativação.
Nesse ponto, convém distinguir a diferença entre diplomação e posse, haja vista as consequências para a pas-
sagem à inatividade quando na situação de eleito (ato da diplomação) e do suplente que toma posse (na posse).
Pois bem, diplomação é ato declaratório dos órgãos da Justiça Eleitoral atestando quem são os candidatos elei-
tos e os suplentes, os quais ficam habilitados a exercer o mandato (tomar posse).
A posse é feita perante órgãos do Poder Legislativo. Tem previsão no art. 215 do Código Eleitoral:
Art. 215. Os candidatos eleitos, assim como os suplentes, receberão diploma assinado pelo Presidente do Tri-
bunal Superior, do Tribunal Regional ou da Junta Eleitoral, conforme o caso”.
Código Eleitoral - Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Art. 98. Os militares alistáveis são elegíveis, aten-
didas as seguintes condições: [...]
Parágrafo único. O Juízo ou Tribunal que deferir o registro de militar candidato a cargo eletivo, comunicará
imediatamente a decisão à autoridade a que o mesmo estiver subordinado, cabendo igual obrigação ao partido,
quando lançar a candidatura.
Art. 218. O Presidente de Junta ou de Tribunal que diplomar militar candidato a cargo eletivo comunicará
imediatamente a diplomação à autoridade a que o mesmo estiver subordinado, para os fins do art. 98.

9 MILITAR CANDIDATO X CURSO OBRIGATÓRIO NA CORPORAÇÃO – PARECER DA ASSESSORIA JURÍDICA

A d. Assessoria Jurídica da PMCE em consulta formulada pelo Ten-Cel PM Marcos Aurélio Macedo de Melo,
Coordenador de Gestão de Pessoas, acerca da (im)possibilidade de matrícula em curso por militar agregado,
em virtude de concorrer a cargo eletivo, emitiu o Parecer nº 547/2016 pela negativa da matrícula, nos seguintes
termos:
Parecer nº 547/2016-ASJUR/PMCE– incompatibilidade de militar candidato frequentar curso de interesse da
Corporação
[...] Por conseguinte, absolutamente incompatíveis, a condição de agregado com a de aluno de curso de inte-
resse da Corporação. No caso sob análise, caso o militar venha a efetivar-se como candidato a cargo eletivo,
passará, inevitavelmente, à condição de agregado, o que, vale repisar, inviabilizará qualquer possibilidade de
que o mesmo, concomitantemente, passe a realizar o curso que pretende. [...] Fortaleza, 20 de julho de 2016.
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Assina: João Guilherme Janja Ximenes. Coordenador Jurídico da PMCE. OAB/CE 5.431. Despacho: Em
28.07.2016. Aprovo, ao Gabinete para as providências decorrentes. Assina: Geovani Pinheiro da Silva – Coro-
nel Comandante-Geral da PMCE.

10 SÍNTESE DO ARTIGO 53

O artigo 53 deste Estatuto trata do direito político do militar estadual de candidatar-se a cargo eletivo. É um
direito relativo porque apenas os militares que têm dez ou mais anos de serviço podem candidatar-se. Os
demais devem ser afastados definitivamente da Corporação Militar com prejuízo do provimento do cargo,
remuneração e promoção.
Os militares que podem se candidatar serão desincompatibilizados caso ocupem cargo ou função de comando
ou comissionado, porém permanecem em atividades outras; e, serão agregados após o registro da candidatura
na Justiça Eleitoral, quando se afastarão de toda e qualquer atividade institucional.
Os eleitos passarão à Reserva Remunerada, ex officio, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
no momento da diplomação.
Os suplentes retornarão às suas atividades 48h após resultado do pleito, e caso venham a assumir o cargo, pas-
sarão à Reserva Remunerada, ex officio, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, no momento
do ato da posse.
Por fim, resta esclarecer que a agregação do militar eleito termina quando de sua diplomação. Nesse caso,
descabido falar em nova agregação, eis que para ele aplica-se a regra do art. 3º da LC nº 93/2011, ou seja, por
haver iniciado o processo de reserva remunerada ex officio o instrumento que regulamenta sua situação é o
“afastamento” das funções e não a agregação. A Coordenadoria de Gestão de Pessoas deve elaborar Portaria de
afastamento, devendo essa ser assinada pelo Cel Cmt-Geral.

Quadro 17 – Síntese Consequência da candidatura de militar estadual

SITUAÇÃO CONSEQUÊNCIA QUANDO COMO


SITUAÇÃO I
Prejuízo automático, imediato e
Militar com menos de dez Registro da candidatura na Justiça definitivo do provimento do cargo,
Afastamento definitivo
anos de serviço Eleitoral de promoção e da percepção da
remuneração
SITUAÇÃO II
Deixa de ocupar vaga na escala
Registro da candidatura na Justiça
Agregação hierárquica do seu Quadro, nela
Eleitoral
Militar com dez ou mais anos permanecendo sem número.
de serviço Afasta-se do cargo/função,
Desincompatilização permanecendo em atividades Exonera da função/cargo comissionado.
outras.
Passagem para reserva
Eleito Ato da diplomação Proventos proporcionais
remunerada
48 (quarenta e oito) horas após a
Suplente Retorna à atividade Se não houver sido eleito
divulgação do resultado do pleito
Passagem para reserva
Suplente toma posse Na posse Proventos proporcionais
remunerada
Fonte: O autor (2017)

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 108 O militar estadual alistável é elegível. No caso de ser su-
plente, ao assumir o cargo eletivo, o militar passará automaticamente, no ato da diplomação, para a reserva
remunerada, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Banca: AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM - 62. O militar esta-
dual alistável é elegível, mas, se contar menos de 10 (dez) anos de serviço, deverá afastar-se definitivamente da
atividade militar estadual a partir do registro de sua candidatura na Justiça Eleitoral, apresentada pelo Partido
e autorizada pelo candidato, com prejuízo automático, imediato e definitivo do provimento do cargo, de pro-
moção e da percepção da remuneração.
*** *** ***
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Seção I
Da Remuneração

REMUNERAÇÃO DO MILITAR

Art.54. A remuneração dos militares estaduais compreende vencimentos ou subsídio fixado em


parcela única, na forma do art. 39, §4º. da Constituição Federal, e proventos, indenizações e ou-
tros direitos, sendo devida em bases estabelecidas em lei específica e, em nenhuma hipótese,
poderão exceder o teto remuneratório constitucionalmente previsto.

GRATIFICAÇÃO DE MILITAR MATRICULADO EM CURSO REGULAR

Parágrafo único. O militar estadual ao ser matrículado nos cursos regulares previstos nesta Lei,
exceto os de formação, e desde que esteja no exercício de cargo ou função gratificada por pe-
ríodo superior a 6 (seis) meses, não perderá o direito à percepção do benefício correspondente.
(Redação anterior - Lei 13.729/06).

§1º O militar estadual ao ser matriculado nos cursos regulares previstos nesta Lei, exceto os de
formação, e desde que esteja no exercício de cargo ou função gratificada por período superior
a 6 (seis) meses, não perderá o direito à percepção do benefício correspondente.(NR) (Parágrafo
modificado de Único para 1º, pelo art. 11 da Lei 13.768, de 04.05.2006).

GRATIFICAÇÃO POR PARTICIPAÇÃO EM COMISSÃO OU TRABALHO RELEVANTE

§2º Ao militar estadual conceder-se-á gratificação pela participação em comissão examinadora


de concurso e pela elaboração ou execução de trabalho relevante, técnico ou científico de inte-
resse da corporação militar estadual (NR) (Parágrafo acrescentado pelo art. 11 da Lei 13.768, de 04.05.2006).
§3º O Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, o Chefe da Casa Militar ou os Comandan-
tes-Gerais poderão:(Parágrafo acrescentado pelo art. 11 da Lei 13.768, de 04.05.2006).
I - autorizar o militar estadual, ocupante de cargo efetivo ou em comissão, a participar de comis-
sões, grupos de trabalho ou projetos, sem prejuízo dos vencimentos;
II - conceder ao militar nomeado, a gratificação prevista no §2ºdeste artigo.
§4º O valor das gratificações previstas no §2º será regulado por Decreto do Chefe do Poder Exe-
cutivo. (NR).(Parágrafo acrescentado pelo art. 11 da Lei 13.768, de 04.05.2006).

COMENTÁRIO

1 DIFERENÇA ENTRE VENCIMENTOS E PROVENTOS

Os militares estaduais são compensados por seu trabalho e dedicação por meio de remuneração (art. 217), a
qual tem dupla denominação:
a) vencimentos ou subsídio – para militares do serviço ativo, compreendendo soldo, gratificações e indeniza-
ções (art. 3º, Lei nº 11.167/86)
b) proventos – para militares inativos (reserva remunerada e reformados) – vide art. 69, Lei nº 11.167/86.
Essa remuneração é estabelecida por lei específica, no caso a Lei nº 11.167, de 06 de agosto de 1986, e pode
ser acrescida de indenizações e outros direitos como por exemplo:
a) as diárias para viagem;
b) a ajuda de custo em razão de mudança de sede ou de viagem;
c) o salário-família;
d) o valor da representação pagos aos militares estaduais, quando em exercício de cargo de provimento em
comissão.
e) o auxílio alimentação

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f) a indenização por reforço do serviço operacional (IRSO)
g) vantagem pecuniária por apreensão de arma de fogo
h) metas trimestrais pela redução da criminalidade

2 O TETO CONSTITUCIONAL

Observa-se, ainda, que os vencimentos/proventos dos militares estaduais não podem exceder o teto constitu-
cionalmente previsto, no caso temos o art. 154 da Constituição Estadual de 1989, in verbis:
:
Constituição Estadual/1989 - Art. 154. A administração pública direta, indireta e fundacional de quaisquer dos
Poderes do Estado do Ceará obedecerá aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da pu-
blicidade e da eficiência, e ao seguinte: ... IX - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e
empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros do Executivo, Legislativo
e Judiciário, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, do Governador do Estado no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desem-
bargadores do Tribunal de Justiça do Estado, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento
do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.
Para fins de contribuição para o SUPSEC, a remuneração é entendida nos termos do art. 4º da Lei Comple-
mentar nº 21/2000, verbis:
Art.4º, Parágrafo único - Entende-se como remuneração para fins de contribuição o soldo do posto ou gradua-
ção, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em Lei e os adicionais de caráter indivi-
dual, ou quaisquer vantagens, excluídas:
I - as diárias para viagem;
II - a ajuda de custo em razão de mudança de sede ou de viagem;
III - o salário-família;
IV - o valor da representação pago aos militares estaduais, quando em exercício de cargo de provimento em
comissão.

Quadro 18 - Tipo de remuneração do militar estadual

SITUAÇÃO DO
TIPO DE REMUNERAÇÃO PREVISÃO LEGAL
MILITAR
Ativo Vencimentos ou subsídio Art. 3º, Lei 11.167/86
Art. 69, Lei 11.167/86
Inativo Proventos
Art. 6º, Lei Complementar nº 21/2000
Fonte: O autor (2017)

3 GRATIFICAÇÃO DE MILITAR MATRICULADO EM CURSO REGULAR

O §1º, art. 54 deve ser atualizado, pois este Estatuto não faz previsão de cursos regulares. Todos os cursos
regulares estão previstos na Lei nº 15.797/2015 (Lei de Promoção).
Po força da Lei nº 10.581, de 23 de novembro de 1981 (D.O.E. de 24/11/81) que dispunha sobre matrícula no
Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais – C.A.O., a qual estabelecia em seu art. 3º que o Oficial matriculado no
CAO não perderia nenhuma vantagem, como se mostra abaixo:
Lei nº 10.581/81 - Art. 3º - O Oficial matriculado no CAO não poderá receber qualquer vantagem que vinha
percebendo na função imediatamente anterior, desde que exercida por prazo não inferior a 06 (seis) meses.
Com a vigência do EMECE, esse direito passou a todos os demais cursos obrigatórios, a saber: Curso de Habi-
litação a Sargento, Curso de Habilitação a Subtenente, Curso de Habilitação de Oficiais, Curso de Aperfeiçoa-
mento de Oficiais e Curso Superior de Segurança Pública, antigo Curso Superior de Polícia.

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Por fim, resta lembrar que o órgão encarregado das atividades de ensino das instituições que compõem o Sis-
tema de Segurança Pública e Defesa Social do Estado é a Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará
(AESP/CE), criada por meio da Lei nº 14.629, de 26 de fevereiro de 2010.

4 GRATIFICAÇÃO PELA APRESENTAÇÃO DE TRABALHO TÉCNICO-PROFISSIONAL

O trabalho técnico-profissional, também, é objeto de gratificação por meio da Lei nº 11.167/1986, inclusive
valendo pontos para a promoção do militar estadual. Na Polícia Militar do Ceará foi editada a Portaria nº
036/2009, publicada no BCG nº 056, de 26.03.2009, regulamentando a produção, análise e aprovação desses
trabalhos como abaixo se transcreve:
Portaria Nº 036/2009-GC - Ementa: Normas complementares que regulam a produção, a análise e a aprovação
de trabalhos de contribuição técnco-profissional no âmbito da Polícia Militar do Ceará.
O Comandante-Geral da Polícia Militar do Ceará, no uso das suas atribuições legais, tendo em vista o que
dispõem os anexos II e III, referências n.ºs 34 e 30, respectivamente, da Lei Estadual n.º 13. 729, de 11 de
janeiro de 2006, alterada pela Lei n.º 13. 768, de 4 de maio de 2006 (Estatuto dos Militares Estaduais do
Ceará), além do artigo 63 da Lei n.º 11.167 (Código de Vencimentos), que aufere premiação pecuniária para
os autores de trabalhos de contribuição técnico-profissional, e ainda: CONSIDERANDO a necessidade de se
padronizar a produção, análise e a aprovação desses trabalhos de interesse dos militares estaduais do Ceará;
CONSIDERANDO que, atualmente, não existe parâmetro para esse tipo de avaliação; CONSIDERANDO
que as comissões nomeadas para análise e parecer ficam adstritas somente ao trabalho em si, não podendo se
basear em regras e normas para aprovação; CONSIDERANDO que recentemente foram aprovadas cartilhas,
monografias que foram transformadas em livros, dentre outros, que não seguem um padrão definido, como:
tamanho, edição, ano, editora, ISBN, formatação, capa, número mínimo de exemplares, estética, nem as regras
da ABNT; CONSIDERANDO que alguns policiais militares, no afã de augurar pontuação, estão solicitando a
aprovação de qualquer trabalho de cunho interno, tipo: proposta de projetos, de mudança física na estrutura de
OPM, de normas internas do setor, etc, descaracterizando o real fundamento da Lei; CONSIDERANDO, final-
mente, que existe uma urgência premente em regular tal produção, análise e avaliação por parte das comissões
nomeadas e posterior decisão do Comando, RESOLVE: baixar as seguintes normas complementares a serem
cumpridas no âmbito da Polícia Militar do Ceará:
Art. 1.º Esta Portaria estabelece normas, regras e parâmetros para a produção, a análise e a aprovação de traba-
lhos considerados de Contribuição Técnico-Profissional de Interesse dos Militares Estaduais do Ceará.
Art. 2.º Trabalho de Contribuição Técnico-Profissional é aquele realizado por policial(ais) militar(es) do Es-
tado do Ceará ou em coautoria, de maneira escrita, na forma de edição de Livros, Manuais, Cartilhas, Com-
pêndios, Coletâneas ou outros do gênero, como produção de imagens em movimento ou registros sonoros, em
qualquer área de atuação e do conhecimento, desde que voltado para o aprimoramento, o engrandecimento, a
qualificação e o melhor desempenho das atividades militares estaduais, emanadas constitucionalmente.
Parágrafo único. Todos os procedimentos para a consecução do trabalho de contribuição técnico-profissional
devem obedecer a etapas, fases, métodos e técnicas que compreendem um processo cíclico e interagente do
conhecimento, devendo ser criterioso, zeloso, motivador do conhecimento e influir positivamente na atividade
operacional ou administrativa militar estadual.
Art. 3.º O Trabalho de Contribuição Técnico-Profissional deverá obedecer às seguintes fontes vigentes no Bra-
sil, que regulam a aplicação dos princípios metodológicos de produção intelectual:
I – Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT;
II – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE); e
III – Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).
Art. 4.º Para efeito desta Portaria, o Trabalho de Contribuição Técnico-Profissional deverá conter obrigatoria-
mente:
I – Autor(es) – pessoa(s) física(s) responsável(eis) pela criação do conteúdo intelectual ou responsável(eis) por
compilação ou publicações de que não se distingue autoria pessoal;
II – Capítulo(s) – seção ou parte – divisão de um documento, numerado ou não;
III – Documento – qualquer suporte que contenha informação registrada, formando uma unidade, que possa
servir de consulta, estudo ou prova. Inclui impressos, manuscritos, registros audiovisuais, magnéticos, eletrô-
nicos, dentre outros;

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IV – Edição – todos os exemplares produzidos a partir de um original ou matriz. Pertencem a mesma edição de
um trabalho (obra) todas as suas impressões, reimpressões, tiragens, etc, produzidas diretamente ou por outros
métodos, sem modificações, independentemente do período decorrido desde a primeira publicação;
V – Editora – casa publicadora, pessoa(s) ou instituição responsável pela produção editorial. Conforme o su-
porte documental, outras denominações são utilizadas: produtora (para imagens em movimento), gravadora
(para registros sonoros), dentre outras;
VI – Título – palavra, expressão ou frase que designa o assunto ou o conteúdo de um documento;
VII – Referências – conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de documentos, que permitem
sua identificação individual;
VIII – ISPN – “International Standard Book Number”, (Registro Internacional de Números em Livros) pedido
pela Editora e autorizado e controlado pela Biblioteca Nacional no Estado do Rio de Janeiro.
Art. 5.º Para a formatação (tamanho) do Trabalho Técnico-Profissional, independentemente do número de
páginas, o(s) autor(es) deverá(ao) utilizar-se de um dos seguintes padrões:
I – Pequeno – medindo 10cm X 15cm;
II – Médio – medindo 15cm X 21cm;
III – Grande – medindo 21cm X 27cm.
Art. 6.º O Trabalho Técnico-Profissional poderá ser editado sob as expensas do(s) próprio(s) autor(es) ou coau-
tor(es), mediante apoio cultural (patrocínio) ou apoio da Corporação – Processo Licitatório, desde que haja
disponibilidade de verba do Erário para o fim.
§ 1.º O(s) autor(es) ou coautor(es), poderá editar o Trabalho com recursos próprios, desde que obedecidas as
formalidades legais mencionadas nesta Portaria.
§ 2.º O Trabalho também poderá ser editado com apoio cultural (patrocínio), em conformidade com o inciso
IX, do artigo 3.º do Decreto Federal n.º 1.494, de 17 de maio de 1995, que regulamenta a Lei Federal n.º 8.313,
de 23 de dezembro de 1991. Nesse caso, a logomarca do patrocinador poderá vir destacada na ficha catalográ-
fica.
§3.º Com o apoio da Corporação, o interessado deverá requerer a confecção de Projeto Básico pelo setor
competente, mediante requerimento à Coordenadoria Geral de Administração (CGA), que verificará se existe
disponibilidade de verba na Diretoria de Finanças. Após as formalidades legais, e dispondo a Corporação de
recursos, o processo é enviado ao Comandante-Geral da Corporação para deferimento ou não do pleito.
Art. 7.º Quando o Trabalho Técnico-Profissional for editado com o apoio da Corporação, através de processo
licitatório, fica vedado, na conformidade do artigo 37, § 1.º, da Constituição Federal de 1988, a publicidade
de atos, programas, obras, serviços e campanhas que constem nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Art. 8.º O(s) autor(es) ou coautor(es) que desejar(em) que seu trabalho seja reconhecido como de Contribuição
Técnico-Profissional, para fins dos benefícios insculpidos nos Anexos II e III, referências n.ºs 34 e 30, respec-
tivamente, da Lei Estadual n.º 13. 729, de 11 de janeiro de 2006, alterada pela Lei n.º 13. 768, de 4 de maio de
2006 (Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará), que prevêem pontuação para tal instituto, além do artigo 63
da Lei n.º 11.167 (Código de Vencimentos), que aufere uma premiação pecuniária para os autores (3 soldos),
deverá:
I – Requerer diretamente ao Comandante-Geral a nomeação de Comissão de Avaliação, Análise e Parecer de
Trabalho de Contribuição Técnico-Profissional;
II – Anexar ao requerimento um exemplar do trabalho, constando documento comprobatório da circulação da
1.ª edição, que não poderá ser inferior a 100 (cem) exemplares;
III – Comprovar a origem dos recursos para a edição do trabalho.
Art. 9.º Fica vedado, para os fins constantes no artigo 8.º desta Portaria, a transformação de Monografias,
Teses, Dissertações e outros trabalhos afins preparados por autor(es) ou coautor(es) policiais militares e apre-
sentadas em Cursos Regulares ou equivalentes, dentro ou fora da Corporação, inclusive em cursos realizados
em universidades e faculdades oficiais, como também apostilas, propostas de projetos, sínteses e resumos de
caráter transitório ou outros trabalhos equivalentes.
Art. 10. A Comissão nomeada pelo Comandante-Geral da Corporação, através de indicação da Diretoria de
Pessoal, deverá ser composta por oficiais de postos superiores ao do autor(es) ou coautor(es), dos quais o mais
antigo será o presidente da comissão.
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Art. 11. A Comissão de avaliação, análise e parecer disporá de um prazo de 30 (trinta) dias, prorrogáveis por
mais 15 (quinze) dias, para a conclusão dos trabalhos.
§ 1.º O prazo se inicia a contar da data do recebimento da Portaria de designação, não podendo, o Presidente da
comissão, para esse recebimento, exceder o prazo de 72 (setenta e duas) horas após a publicação e circulação
do Boletim que o designou, exceto nos casos de impedimento devidamente comprovados.
§ 2.º Na contagem do prazo necessário à realização da avaliação da comissão, excluir-se-á o dia do início e
incluir-se-á o do vencimento.
§ 3.º Os prazos se iniciam e vencem em dia de expediente na OPM.
§ 4.º A prorrogação do prazo para a conclusão dos trabalhos de avaliação deverá ser solicitada pelo Presidente
da Comissão, devidamente fundamentada, no mínimo, 03 (três) dias antes do término do prazo inicialmente
previsto, e será concedida ou não pela autoridade instauradora, a qual publicará a decisão em Boletim.
Art. 12. A Comissão nomeada analisará preliminarmente se o(s) autor(es) ou coautor(es) obedeceram às for-
malidades legais especificadas nesta portaria, para, em seguida, examinar, criteriosamente, a apresentação, a
formatação, o conteúdo e o alcance do trabalho dentro da Corporação e decidir de mérito, apresentando conclu-
são e parecer, de forma sugestiva, com vistas a subsidiar a decisão final do Comandante-Geral da Corporação.
Art. 13. Da decisão final do Comandante-Geral da Corporação sobre o pedido do(s) autor(es) ou coautor(es)
não caberá recurso, ficando encerrada a demanda na esfera administrativa.
Art. 14. O Comandante-Geral da Corporação poderá baixar normas complementares para o fiel cumprimento
desta Portaria.
Art. 15. Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação e circulação.
Art. 16. Ficam revogadas as disposições em contrário. Quartel do Comando Geral, em Fortaleza-CE, aos 26 de
fevereiro de 2009. Assina: William Alves Rocha – Cel QOPM, COMANDANTE-GERAL DA PMCE
*** *** ***

MODELO SUGESTIVO DE COMISSÃO DE MERITORIEDADE PARA AVALIAÇÃO DE


OBRA LITERÁRA
O modelo abaixo é uma sugestão do autor, contudo é baseado em comissão real, cujo resultado foi aprovado
por ato do Cel Comandante-Geral da PMCE, ou seja, pode ser usado. Os nomes e a obra são meramente fictí-
cios, têm apenas caráter ilustrativo.
1) Modelo da capa com termo de abertura em conjunto

Polícia Militar do Ceará

COMISSÃO DE MÉRITO
Comissão: Adriano de Moura Soares – Cel PM (Presidente)
Vandesvaldo de Carvalho Moura – Cel PM (Relator)
Marcos Aurélio M. de Melo – Cel PM (Escrivão)
Obra: Introdução à atividade de inteligência
Autor(es): Paulo Sérgio Braga Ferreira – Cel PM
José Marcelo de Vasconcelos Júnior – Ten-Cel PM
TERMO DE ABERTURA
Aos 09 (nove) dias do mês de março do ano de 2017 (dois mil e dezessete) nesta cidade de Fortaleza, Estado
do Ceará, foi dado por aberto os trabalhos da Comissão de Avaliação, Análise e Parecer de Trabalho de Con-
tribuição Técnico-Profissional constituída nos termos da Portaria nº 241/2017-GC, publicada no BCG 003, de
24.03.2017, para analisar a obra intitulada Introdução à atividade de inteligência de autoria de Paulo Sérgio
Braga Ferreira – Cel PM, e de José Marcelo de Vasconcelos Júnior – Ten-Cel PM. Eu, Marco Aurélio M. de
Melo – Cel PM, o digitei e assino.
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Marcos Aurélio M. de Melo – Cel PM
Escrivão

2) Modelo da ata da reunião deliberativa da Comissão


ATA
Aos 09 (nove) dias do mês de março do ano de 2017 (dois mil e dezessete) nesta cidade de Fortaleza, Estado
do Ceará, no Quartel do Comando Geral, no Gabinete do Comando Geral Adjunto, pelas 15h, aí se reuniram
os integrantes da Comissão de Avaliação, Análise e Parecer de Trabalho de Contribuição Técnico-Profissional
constituída nos termos da Portaria nº 241/2017-GC, publicada no BCG 003, de 24.03.2017 para analisar a obra
intitulada Introdução à atividade de inteligência de autoria de Paulo Sérgio Braga Ferreira – Cel PM, e José
Marcelo de Vasconcelos Júnior – Ten-Cel PM. A sessão foi presidida pelo Cel PM Adriano de Moura Soares.
A análise da obra foi realizada conforme as Normas Complementares que regulam a produção, a Análise e a
Aprovação de Trabalhos de Contribuição Técnico-Profissional no Âmbito da Polícia Militar do Ceará contida
na Portaria nº 036/2009-GC, findo o qual a Comissão verificou que se trata de obra editada pelo INESP no ano
de 2016, num total de 100 (cem) exemplares. Deliberaram que a obra atende aos requisitos legais para conces-
são dos beneplácitos previstos na Lei nº 13.729/06, na Lei nº 15.797/2015 ou na Lei nº 11.167/86. Nada mais
tendo a tratar, determinou o Sr. Presidente o encerramento da Sessão. Eu, Marco Aurélio M. de Melo – Cel PM,
o digitei e assino juntamente com os demais membros da Comissão.
Adriano de Moura Soares – Cel PM
Presidente
Vandesvaldo de Carvalho Moura – Cel PM
Relator
Marcos Aurélio M. de Melo – Cel PM
Escrivão
3) Modelo do Relatório

Polícia Militar do Ceará

RELATÓRIO DA COMISSÃO DE ANÁLISE DE OBRA LITERÁRIA


1 Constituição da Comissão e objetivo
A Comissão foi constituída por determinação do Coronel Comandante-Geral contida na Portaria nº 241/2017-
GC, publicada no BCG 003, de 04.03.2017 para analisar a obra intitulada Introdução à atividade de inteligên-
cia de autoria de Paulo Sérgio Braga Ferreira – Cel PM, e José Marcelo de Vasconcelos Júnior – Ten-Cel PM
2. Análise da obra
A análise da obra foi realizada conforme as Normas Complementares que regulam a produção, a Análise e a
Aprovação de Trabalhos de Contribuição Técnico-Profissional no Âmbito da Polícia Militar do Ceará contida
na Portaria nº 036/2009-GC, findo o qual a Comissão verificou que se trata de obra editada pelo INESP no
ano de 2016, num total de 100 (cem) exemplares. Deliberou-se que a obra atende aos requisitos legais para
concessão dos beneplácitos previstos na Lei nº 13.729/06, na Lei nº 15.797/2015 ou na Lei nº 11.167/86.
3. Parecer
A Comissão é de parecer favorável à concessão dos beneplácitos previstos na Lei nº 13.729/06 c/c Lei nº
15.797/2015 e da Lei nº 11.167/86.
Fortaleza, 09 de março de 2017
Adriano de Moura Soares – Cel PM

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Presidente
Vandesvaldo de Carvalho Moura – Cel PM
Relator
Marcos Aurélio M. de Melo – Cel PM
Escrivão
4) Modelo do Termo de Encerramento e Remessa
TERMO DE ENCERRAMENTO E REMESSA
Aos 09 (nove) dias do mês de março do ano de 2017 (dois mil e dezessete) nesta cidade de Fortaleza, Estado
do Ceará, foi dado por encerrado os trabalhos da Comissão de Avaliação, Análise e Parecer de Trabalho de
Contribuição Técnico-Profissional constituída nos termos da Portaria nº 241/2016-GC, publicada no BCG 003,
de 04.03.2017, e dele faço remessa ao Gab Cmdº Geral.
Marcos Aurélio M. de Melo – Cel PM
Escrivão

5) Modelo do ofício de remessa dos autos ao Cel Cmt-G

Polícia Militar do Ceará

Of. nº 001/2017-CAAPTCTP
Fortaleza, 09 de março de 2017
Ao Senhor
RONALDO MOTA VIANA
CORONEL COMANDANTE-GERAL DA PMCE
Encaminho a V.Sª os autos de Comissão de Avaliação, Análise e Parecer de Trabalho de Contribuição Técnico-
-Profissional constituída nos termos da Portaria nº 241/2017-GC, publicada no BCG 003, de 04.03.2017 para
analisar a obra intitulada Introdução à atividade de inteligência de autoria de Paulo Sérgio Braga Ferreira – Cel
PM e de José Marcelo de Vasconcelos Júnior – Ten-Cel PM.
Respeitosamente,
ADRIANO DE MOURA SOARES - CEL PM
PRESIDENTE DA COMISSÃO
*** *** ***

5 DISPOSITIVOS CORRELATOS

- CF/88: Art. 37, XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
- EMECE - Art. 217. Os militares estaduais são submetidos a regime de tempo integral de serviço, inerente à
natureza da atividade militar estadual, inteiramente devotada às finalidades e missões fundamentais das Cor-
porações Militares estaduais, sendo compensados através de sua remuneração normal.
- Lei 11.167/86
Art. 3º - Vencimentos são o quantitativo, em dinheiro, devido ao policial-militar, em serviço ativo, compreen-
dendo soldo, gratificações e indenizações.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
205
Art. 69 - Proventos são o quantitativo em dinheiro que o policial-militar percebe na inatividade remunerada
constituído pelas seguintes parcelas: [...]
*** *** ***

IRREDUTIBILIDADE, PENHORA, SEQUESTRO OU ARRESTO DOS VENCIMENTOS

Art.55. O subsídio ou os vencimentos dos militares estaduais são irredutíveis e não estão sujeitos
à penhora, seqüestro ou arresto, exceto nos casos previstos em Lei.

COMENTÁRIO

Os vencimentos não podem ser penhorados para o pagamento de dívidas, como disposto neste EMECE e no
Código de Processo Civil, abaixo transcrito: 
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil - Art. 833.  São impenhoráveis:
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as
pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas
ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional
liberal, ressalvado o §2º;
[...]
§2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação
alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salá-
rios-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no art. 529, § 3º.
Penhora é uma apreensão judicial de bens do devedor, promovido por um Oficial de justiça, para que nele se
cumpra o pagamento da dívida.
O sequestro de bens é uma medida cautelar empregada no processo civil para resguardar a entrega de um bem
específico e determinado que é objeto de disputa judicial ( art. 822 a 825 do CPC), ou como ensina SILVA,
Ovídio A. Baptista da. Curso de processo civil. v. III Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 1993. p. 173:
“... medida cautelar consistente na apreensão judicial de coisa determinada, e sua entrega a depositário, de
modo a impedir que a mesma seja subtraída, ou alienada fraudulentamente, destruída ou danificada por quem
a detenha, em prejuízo do direito de propriedade ou posse do requerente.”
O arresto também é medida cautelar prevista no Código de Processo Civil. Trata-se de apreensão cautelar de
bens para garantir que o devedor pague a dívida.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 97 O subsídio ou os vencimentos dos militares estaduais são irre-


dutíveis e não estão sujeitos à penhora, sequestro ou arresto, salvo nos casos previstos em lei.
Banca: AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM - 63. O subsídio ou
os vencimentos dos militares estaduais são irredutíveis e não estão sujeitos à penhora, sequestro ou arresto,
inclusive nos casos previstos em Lei.
*** *** ***

IGUALDADE DE VENCIMENTOS ENTRE PESSOAL DA ATIVA E DA INATIVIDADE

Art.56. O valor do subsídio ou dos vencimentos é igual para o militar estadual da ativa, da reser-
va ou reformado, de um mesmo grau hierárquico, exceto nos casos previstos em Lei.

COMENTÁRIO

O militar estadual recebe seus vencimentos conforme o grau hierárquico que ocupa (cargo efetivo) podendo
haver acréscimos conforme o cargo em comissão que ocupe. Essa gratificação pode ou não ser incorporada,
quando o militar passar para a inatividade (reserva remunerada ou reforma), nos termos da Lei nº 15.070/2011,
ou seja, caso ele esteja recebendo a gratificação por cinco anos ininterruptos ou dez intercalados até junho de
1999, e no momento da passagem à inatividade ele a esteja recebendo há, no mínimo, seis meses, então ela
incorpora, do contrário não.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
206
Incorporando, ou não seu vencimento base não sofrerá decesso remuneratório, eis que igual para o militar da
ativa ou inativo no mesmo posto ou na mesma graduação, não apenas nos termos deste EMECE, mas também
pela norma prevista no art. 7º da Lei Complementar nº 21/2000, in verbis:
Art.7º Os proventos referentes à reserva remunerada ou à reforma serão calculados com base na remuneração
ou subsídio do militar estadual no posto ou graduação em que se der a sua reserva ou reforma e corresponderão
à totalidade do subsídio ou remuneração, quando em atividade o militar, na forma da Lei, respeitados o teto
remuneratório aplicável e os direitos adquiridos.
A regra muda quando existe gratificação incorporada, pois, nesse caso, o militar da reserva pode estar receben-
do mais que o militar da ativa, ou vice-versa.

DATA DE REVISÃO DOS PROVENTOS E DIREITO ADQUIRIDO

Art.57. Os proventos da inatividade serão revistos sempre que se modificar o subsídio ou os ven-
cimentos dos militares estaduais em serviço ativo, na mesma data e proporção, observado o teto
remuneratório previsto no art.54 desta Lei.

VEDAÇÃO DE PROVENTOS SUPERIORES A VENCIMENTOS

Parágrafo único. Respeitado o direito adquirido, os proventos da inatividade não poderão exce-
der a remuneração percebida pelo militar estadual da ativa no posto ou graduação correspon-
dente.
Dispositivos correlatos
1) Lei Complementar nº 21/2000 - Art.7º Os proventos referentes à reserva remunerada ou à reforma serão
calculados com base na remuneração ou subsídio do militar estadual no posto ou graduação em que se der a sua
reserva ou reforma e corresponderão à totalidade do subsídio ou remuneração, quando em atividade o militar,
na forma da Lei, respeitados o teto remuneratório aplicável e os direitos adquiridos. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 93/2011)
O parágrafo único do art. 57 é uma decorrência natural do art. 56 deste EMECE que tratou a matéria da mesma
forma mas com palavras diferentes. Na verdade, estamos dizendo que os proventos podem ser maiores que os
vencimentos, desde que haja motivo legal como por exemplo, o direito da incorporação de gratificações.
*** *** ***

CÁLCULO DOS PROVENTOS PARA INATIVIDADE E RESÍDUO DO TEMPO

Art.58. Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o militar estadual terá direito a proventos
proporcionais aos anos de serviço, computáveis para a inatividade, até o máximo de 30 (trinta)
anos, computando-se, para efeito da contagem naquela ocasião, o resíduo do tempo igual ou su-
perior a 180 (cento e oitenta) dias como se fosse mais 1 (um) ano.

COMENTÁRIO

Parecer da PGE sobre o artigo 58


A PGE já se manifestou sobre este artigo o qual trata de matéria contida no §5º, art. 210 deste EMECE, porém
com disposição contrária. De um lado, o artigo 58 permite o arredondamento do tempo de serviço. O art. 210,
ao revés, veda qualquer forma de arredondamento. Diante do erro na norma a d. PGE sugere que art. 58 deve
ser revogado posteriormente. Até que isso ocorra, aquele órgão entende que deve prevalecer o disposto no art.
210, §5º, que trata da forma de cálculo para pagamento de proventos com base no tempo de contribuição.
EMECE - Art. 210. §3º O tempo de contribuição a que alude o caput deste artigo, será apurado em anos, meses
e dias, sendo o ano igual a 365 dias e o mês 30 dias.
§4º Para o cálculo de qualquer benefício previdenciário, depois de apurado o tempo de contribuição, este será
convertido em dias, vedada qualquer forma de arredondamento.
§5º A proporcionalidade dos proventos, com base no tempo de contribuição, é a fração, cujo numerador cor-
responde ao total de dias de contribuição e o denominador, o tempo de dias necessário à respectiva inatividade
com proventos integrais, ou seja, 30 anos que corresponde a 10.950 dias.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
207
Inicialmente, a PGE emitiu parecer no processo nº 07220417-6, no qual diz o seguinte: [...] Por isso, isto é, por
conta dessa vedação é que se entende inaplicável, diante do regramento previdenciário atual, a que estão su-
jeitos, como visto, os servidores civis e os militares estaduais, o disposto no art. 58, do Estatuto dos Militares.
[...] cumpre à Administração se ater ao disposto no art. 210, §5º, do Estatuto dos Militares Estaduais, quando
estiver tratando da reforma de militar cuja inativação se dará com proventos proporcionais. [...] Fortaleza, 16
de outubro de 2009.
Ocorre, porém que, posteriormente esse entendimento foi modificado pelo Parecer nº 659/2011-PGE, passando
a vigorar a teoria de que ambos os artigos se harmonizam, pois o art. 58 não ab roga o art. 210, §§4º e 5º, mas
o disciplina em situações excepcionais, pois o art. 58 traz a exceção e sua aplicação é restrita, ou nas palavras
do parecerista:
[...] 22. Nesses termos, entendemos que os arts. 58 e 210, §§4º e 5º da Lei Estadual nº 13.729, de 11.01.2006
(DOE 26/04/2006) coexistem e são válidos, ficando garantido, para os casos de inativação com proventos pro-
porcionais, que se considere como se fosse um ano completo o tempo de contribuição igual ou superior a cento
e oitenta dias que remanescer da soma de anos cumpridos pelo militar. [...] Fortaleza, 02 de fevereiro de 2011.
Raimilan S. da Silva Rodrigues. Procurador do Estado. Despacho: De acordo. 11/02/2011. Fernando Antônio
Costa de Oliveira. Procurador-Geral do Estado.
*** *** ***

Seção II
Das Férias e Outros Afastamentos Temporários do Serviço

FÉRIAS: DEFINIÇÃO, CONCESSÃO, GOZO, REMUNERAÇÃO, PERÍODO AQUISITO, RESTRIÇÕES

Art.59. As férias traduzem o afastamento total do serviço, concedidas anualmente, de acordo


com portaria do Comandante-Geral, de gozo obrigatório após a concessão, remuneradas com
um terço a mais da remuneração normal, sendo atribuídas ao militar estadual para descanso, a
partir do último mês do ano a que se referem ou durante o ano seguinte, devendo o gozo ocorrer
nesse período.

RESTRIÇÕES À CONCESSÃO E AO GOZO DE FÉRIAS

§1º A concessão e o gozo de férias não sofrerão nenhuma restrição, salvo:


I - para cumprimento de punição disciplinar de natureza grave ou prisão provisória;
II - por necessidade do serviço, identificada por ato do Comandante-Geral, conforme conveniên-
cia e oportunidade da Administração, garantida ao militar estadual nova data de reinício do gozo
das férias interrompidas.

FÉRIAS E PROCESSO DE INATIVIDADE

§2º Não fará jus às férias regulamentares o militar estadual que esteja aguardando solução de
processo de inatividade.

DIVISÃO DO PERÍODO DO GOZO DE FÉRIAS

§3º As férias a que se refere este artigo poderão ser divididas em 2 (dois) períodos iguais.

FÉRIAS DE MILITARES EM CURSO DE FORMAÇÃO PARA INGRESSO NA PM/BM

§4º O direito destacado neste artigo extende-se aos militares que estão nos cursos de formação
para ingresso na Corporação.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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COMENTÁRIO

1 FÉRIAS

Férias é um direito constitucional irrenunciável e intransferível (CF/88, art. 7º, XVII). O militar não pode dis-
por de seu direito de gozar férias transmitindo-o a outro militar. Ele e somente ele é o titular do direito, assim
como outros direitos, p. ex: licenças, dispensas e outros afastamentos temporários do serviço.
Do artigo, distinguimos duas situações:
a) concessão – ato do Cel Comandante-Geral atribuindo ao militar o direito ao gozo de férias.
b) gozo – exercício do direito já concedido. O gozo pode ocorrer, a partir do último mês do ano a que se refere
ou durante o ano seguinte. Podendo ainda ser dividido em dois períodos iguais.
Assim pode ocorrer de haver tido a concessão, mas o militar, por razões administrativas justificáveis, ainda
não exercitou seu benefício, ou o fez parcialmente. Daí surge a oportunidade dele obter a dispensa do serviço
para desconto nessas férias, já publicadas, mas não gozadas, como previsto no inciso I, art. 66, do EMECE.

2 O PLANO DE FÉRIAS

A concessão das férias deve obedecer a um planejamento anual no qual o efetivo da Corporação é dividido em
grupos, ao longo dos doze meses do ano a fim de evitar sobrecarga em um único mês, pois essa distribuição
deve obedecer a razoabilidade de emprego operacional ou administrativo da tropa no período. Isso equivale a
cerca de 8,33% do efetivo de cada OPM/OBM. Na elaboração do Plano, deve-se evitar:
a) Plano viciado – o militar goza férias todo ano no mesmo mês. Não podemos esquecer que todos são iguais
perante a lei, logo, o plano tem que ser rotativo. Quem goza férias em dezembro de um ano não pode estar
gozando férias em dezembro do outro, por exemplo.
b) Primeiro os superiores – além de imoral é inviável. O plano deve contemplar todos os postos e graduações
da OPM. Um bom plano contém Oficial, Subtenente e Sargento, cabos e soldados gozando férias mês a mês.
c) Plano para apoio financeiro – altamente imoral. É colocar o nome do militar somente para fins de recebi-
mento do terço remuneratório, ficando o gozo para data posterior. Publicou férias, é obrigação do superior
providenciar para que o subordinado inicie o gozo, conforme o mês de referência.
Por outro lado, trata-se de um planejamento e pode ser modificado ao longo do ano, desde que não ultrapasse
o percentual de 8,33% do mês. Não podemos esquecer que o plano de férias reflete diretamente nos cofres
públicos, pois implica em mudança na folha de pagamento.

3 SUGESTÃO DE PORTARIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE FÉRIAS DAS CME:

Portaria nº 000/2017-GC - Regulamenta a concessão e o gozo de férias referente ao ano de 20.... e dá outras
providências. O CORONEL COMANDANTE GERAL DO(A)............, no uso de suas atribuições legais e
considerando que as férias são direitos dos militares estaduais previstas no art. 59 da Lei nº 13.729/06 (Estatuto
dos Militares Estaduais do Ceará), sendo atribuídas ao militar estadual para descanso, a partir do último mês
do ano a que se referem ou durante o ano seguinte; considerando o disposto no Parecer nº 2.821/2016/PGE; e,
finalmente considerando que a regulamentação desse direito é da competência do Cel Comandante-Geral nos
termos do art. 59 acima citado, RESOLVE:
Art. 1º. Esta Portaria regulamenta, no(a) (Polícia Militar do Ceará ou Corpo de Bombeiros), a concessão, o
gozo, a restrição, o adiamento e a antecipação de férias referente ao ano de ..........(indicar o ano)
Parágrafo único. Para efeitos desta Portaria adotam-se as seguintes definições:
a) Concessão – ato administrativo do Cel Comandante-Geral, ou de autoridade por ele delegada, publicado em
Boletim do Comando Geral por meio do qual o militar estadual passa a incorporar em seu patrimônio jurídico
o direito a férias.
b) Gozo – ato do comandante imediato do militar estadual autorizando-lhe o gozo de férias já concedidas.
c) Restrição – Ato exclusivo do Cel Comandante-Geral restringindo, temporariamente, a concessão e/ou o
gozo de férias em situações específicas citadas nesta Portaria.
d) Adiamento – Ato do Cel Comandante-Geral ou de autoridade por ele delegada concernente ao adiamento e/
ou do gozo de férias de militar estadual conforme conveniência e oportunidade da Administração.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
209
e) Antecipação – Ato do Cel Comandante-Geral ou de autoridade por ele delegada concernente à antecipação
da concessão e/ou do gozo de férias de militar estadual, conforme conveniência e oportunidade da Adminis-
tração.
Art. 2º. Os Gestores devem providenciar o Plano de Férias de suas OPM/OBMs observando o seguinte:
a) Remeter ao órgão de recursos humanos em mídia e em processo físico até o dia 15 de outubro de 2017,
usando o e-mail ..............(indica o e-mail).
b) O plano deve ser confeccionado em Libre Office, papel A-4, retrato, fonte arial 10, sendo vedadas abrevia-
turas no nome do militar. A matrícula deve ser posta sem pontos ou travessões conforme modelo no anexo I
desta Portaria.
c) Deve ser exequível a fim de evitar constantes modificações.
d) Distribuir equitativamente o efetivo ao longo do ano (dezembro de 20........ a novembro de 20...........), ou
seja, uma média mensal de cerca de 8,33% do efetivo.
e) Na distribuição priorizar a seguinte ordem:
(1) Antiguidade
(2) Mês de férias das esposas que trabalham
(3) Casados em relação aos solteiros e finalmente
(4) Os que se encontravam de Licença Para Tratar de Saúde Própria.
f) O gestor da OPM não pode constar no mesmo mês em que seu substituto imediato.
g) Os militares que tomaram posse em 2017 devem ser incluídos após o mês em que completarem 12 meses
de Corporação.
h) Militares transferidos, classifcados ou movimentados não terão mudança no plano de férias, devendo per-
manecer no mês constante do plano da OPM em que estavam lotados antes de sua movimentação.
i) Em caso de óbito ou movimentação de militar, deve o Cmt da OPM/OBM informar imediatamente à CGP.
j) Constar no Plano de Férias, em apartado, os militares não indicados, com respectivos motivos.
k) Quaisquer alterações no Plano de Férias devem ser comunicadas ao .................(Coordenador do setor de
recursos humanos).
Art. 3º. A concessão e o gozo de férias não sofrerão nenhuma restrição, salvo:
I – para cumprimento de punição disciplinar de natureza grave ou prisão provisória;
II – por necessidade do serviço, identificada por ato do Cel Comandante-Geral, conforme conveniência e
oportunidade da Administração, garantida ao militar estadual nova data de reinício do gozo das férias inter-
rompidas.
Art. 4º. Não fará jus às férias:
a) O militar estadual que esteja aguardando solução de processo de inatividade.
b) Os militares que se encontram presos por determinação judicial, enquanto durar o comprimento da setença.
c) Os militares que estejam em cargos, empregos ou funções públicas civis temporárias não eletivas.
d) os militares que estejam de licença para tratar de interesse próprio ou de licença para tratar de saúde de de-
pendente por mais de seis meses consecutivos.
e) Os desertores, os extraviados e os falecidos.
f) Os que estiverem aguardando solução de processo de demissão ou exclusão.
g) Os afastados temporariamente do serviço ativo por motivo de ter sido julgado incapaz, temporariamente,
após um ano contínuo de tratamento de saúde; ou ter sido julgado, definitivamente, incapaz para o serviço.
h) Os que ultrapassarem um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;
i) Os que forem condenados à pena de suspensão do exercício do cargo ou função, enquanto durar o cumpri-
mento da pena.
Art. 5º. O gozo de férias poderá ser dividido em dois períodos iguais, observando-se que o gozo deve ocorrer
no período de dezembro de 2017 a novembro de 2018.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Art. 6º. As férias devem ser gozadas no primeiro dia do mês a que se refere o plano da OPM/OBM, ficando
terminantemente proibido a qualquer gestor interromper, sustar ou não autorizar o gozo de férias publicadas.
Art. 7º. O militar somente poderá usufruir, no máximo dois períodos de férias ao ano, devendo haver o inter-
valo mínimo de um mês entre um gozo e outro.
Art. 8º. Ficam delegadas ao ..............(Coordenador de recursos humanos) as atribuições de concessão, ante-
cipação e adiamento de férias, as quais devem ser publicadas no Boletim Interno daquele órgão e anexado ao
BCG.
Art. 9º. Os casos omissos devem ser encaminhados ao ........... (Coordenador de recursos humanos).
Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.
Fortaleza, .............. de .................... de 2017.
Assinatura do Cel Comandante-Geal

4 FÉRIAS A PARTIR DO ANO DE INGRESSO – PARECER DA PGE

1) Parecer nº 2.827/2016 – PGE - Ementa: Consulta. Férias. Militar. Lei Estadual nº 10.072/1976. Aquisição
do direito. Não exigência de um ano de exercício para o primeiro período aquisitivo. Tratamento legal dispen-
sado à matéria. Especificidade. [...] Todo direito à férias, enquanto anuais, inclusive como dispõe o preceito
acima, que, em geral, é reproduzido pela legislação atual (Lei nº 13.729/1976 [sic]), pressupõe um período
aquisitivo do direito e um período do gozo. Como período aquisitivo entende-se aquele anterior ao período de
fruição das férias, no qual ainda nasceu para o agente o direito do benefício propriamente dito. Por conta disso,
em razão da divisão acima, as férias gozadas em um ano sempre se referem às férias adquiridas no ano anterior.
A cada ano o servidor adquire o direito às férias, devendo o seu gozo se dar no período subsequente, sendo que
essa diferença (aquisição e gozo) cremos constar no art. 61, do antigo Estatuto Militar. É importante notar que,
segundo a legislação de 1976, a qual se repete no atual Estatuto Militar, não há previsão, para fins de aquisição
do primeiro período, do exercício de um ano no cargo militar.
Sobre essa disciplina, a lei previa apenas que as férias seriam concedidas aos militares ‘a partir do último mês
do ano a que se referem e durante o ano seguinte’.
Ou seja, para a legislação, ingressando o militar, por exemplo no ano de 1989, como é o caso do interessado
neste processo, a partir do mês do seu ingresso já começaria ele a contar seu período aquisitivo, o qual se
encerraria no último mês do ano de 1989, dezembro. A partir de tal mês, o mesmo já poderia gozar férias, no
próprio mês de dezembro ou em qualquer mês do ano seguinte, 1990. No caso acima, embora houvesse o mi-
litar gozado férias no ano de 1990, elas diriam respeito ao ano de 1989, período aquisitivo.
Pensar de outra forma certamente acarretaria sérios prejuízos ao militar, isto é, se for pensarmos que, para ele,
seria necessário um ano de trabalho para a aquisição do primeiro período de férias. É que, sendo assim, como o
gozo de férias para o militar só estar autorizado a partir do mês de dezembro a que se referem, se entendermos
que há necessidade de um ano para a aquisição de férias, no primeiro ano de trabalho, do ingresso até o final do
ano, o militar não adquiriria férias, só adquirindo no exato mês de ingresso no ano seguinte. Neste caso, o gozo
das férias só poderia acontecer, a partir de dezembro desse último ano, situação que levaria a possibilidade de
o agente ficar quase dois anos sem tirar férias.
Com isso, quer-se defender que, para o militar, tendo em vista a falta de restrição imposta ao Estatuto Funcio-
nal, vinculando a aquisição do período de férias ao exercício da atividade por mais de um ano, cremos que, a
partir do primeiro ano de trabalho (ano de ingresso), já era possível ao agente o gozo de férias, no seu mês de
dezembro. [...]
Por isso, devido à especificidade legal dispensada ao direito às férias pelos militares, entendemos correto
constar nas publicações com alusão a esse direito só os anos a que se referem as férias. Assim, se o militar
entrou em 1989 na PMCE, neste ano já adquiriu férias, segundo a legislação, podendo gozá-las, a critério da
Administração, em dezembro do mesmo ano ou no ano seguinte. [...]
Assim entendemos. Ao Senhor Procurador Geral. Fortaleza, 18 de maio de 2016. Rafael Machado Moraes.
Procurador-Chefe da Consultoria Geral. De acordo. Juvêncio Vasconcelos Viana. Procurador Geral do Estado.
Outro tema referente às férias que obteve diversos pareceres da PGE é a averbação de períodos de férias não
usufruídas.
A averbação de férias era a possibilidade concedida ao militar estadual de computar, em dobro, para fins de
inatividade, os períodos de férias ou licença especial não usufruídas. Tratava-se de um acréscimo aos anos de
serviço do militar previsto nos incisos II e III do art. 122 da Lei nº 10.072, de 20.12.1976, in verbis:
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
211
Art. 122 – “Anos de Serviço” é a expressão que designa o tempo de serviço a que se refere o art. 121 e seus
parágrafos desta lei, com os seguintes acréscimos:
I – tempo de serviço público, federal, estadual ou municipal, prestado pelo policial militar anteriormente à sua
inclusão, matrícula, nomeação ou reinclusão na Polícia Militar;
II – tempo relativo a cada licença especial não gozada, contado em dobro;
III – tempo relativo à férias, não gozadas, contado em dobro.
A averbação de férias ou tempo fictício foi vedada por imposição da MP nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001,
ficando em vigor apenas as averbações das férias até dezembro de 2000. Ocorre, contudo que a d. PGE auto-
rizou, por meio do Parecer nº 4.357/2005, a averbação de férias dos períodos de 2000 a 2005. Posteriormente,
foi elaborado o Parecer nº 2.575/2012 que modificou o entendimento anteriormente adotado, ou seja, vedando
averbações entre 2000 a 2005. Também foi feito o Parecer nº 3.066/2013-PGE que pacificou o assunto com a
seguinte orientação:
1) não é possível o aproveitamento pelo militar estadual de tempo fictício a partir de 20 de dezembro de 2000,
aí se enquadrando a contagem em dobro de férias não gozadas, segundo entendimento do Parecer nº 2.575-
2012;
2) militares com férias averbadas em dobro entre 2000 e 2005, averbação autorizada antigamente por esta Pro-
curadoria (Parecer nº 4.357/2005) deverão ter o período correspondente desaverbado, a não ser que se esteja
tratando de militar que já tenha ido para a reserva de reforma antes do Parecer nº 2.575/2012;
3) aquele militar em situação não consolidada, ou seja cujo período de férias em dobro deverá ser desaverbado,
por não se enquadrar na situação do item anterior, poderá gozar as férias correspondentes, de forma simples,
contando-se o prazo de prescrição, para tal fruição, a partir do Parecer nº 2.575/2012. À Consideração superior.
Fortaleza, 30 de agosto de 2013. Rafael Machado Moraes. Procurador do Estado. De acordo com o parecer às
fls. 54/59.14.11.13. Procurador Geral do Estado.
De acordo com o Parecer nº 2.827/2016 da PGE acima, o militar tem direito às férias desde o momento em que
ingressa, independente do tempo de serviço não haver alcançado 12 meses.
Assim, um militar que ingressa em setembro de 2010 terá o direito a férias a partir de dezembro de 2010,
contudo seu comandante deve observar que no plano de férias esse militar deverá constar no mês de setembro,
outubro, novembro ou dezembro do ano seguinte, no caso 2011, pois seu direito às férias referente a 2010 está
respeitado. Conceder-lhe antes disso é, a nosso ver, ferir o princípio da razoabilidade e da moralidade pública.

5 RESTRIÇÕES À CONCESSÃO E AO GOZO DE FÉRIAS

A norma visa evitar que o direito do militar estadual seja inviabilizado por forma não prevista em lei. Nos
incisos abaixo, citam-se os taxativos casos de restrição à concessão e ao gozo de férias. Notem que, a restrição
se impõe em dois momentos:
a) concessão (ver inciso II)
b) gozo (ver inciso I e II)
No caso do inciso I pode haver restrição à concessão, ou ao gozo de férias em decorrência de cumprimento de
punição disciplinar de natureza grave ou de prisão provisória. Ocorre que o art. 51 do CDPM/BM é taxativo
ao enumerar as autoridades que podem interromper afastamento regulamentar para cumprimento de sanção
disciplinar, no caso: Governador ou Controlador da CGD, logo o Cel Cmt-G não tem a competência para res-
tringir férias em virtude da necessidade do cumprimento de sanção disciplinar de natureza grave. Caso haja
essa necessidade, ele deve solicitar que o CGD ou o Governador adotem essa medida restritiva.
CDPM/BM - Art. 51. Parágrafo único - A interrupção de afastamento regulamentar, para cumprimento de
sanção disciplinar, somente ocorrerá quando determinada pelo Governador do Estado ou pelo Controlador
Geral dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário. (NR). (Redação dada pelo art. 7º da Lei nº
14.933/2011)
Na situação prevista no inciso II (necessidade do serviço) a restrição é ato do Cel Comandante-Geral. Essa me-
dida evita que os demais oficiais da Corporação possam interferir no direito constitucional do gozo de férias.
Essa norma restritiva pode ser aplicada em períodos em que haja necessidade de emprego mais denso da tropa,
como por exemplo: carnaval, eleições, semana santa, outros eventos extraordinários.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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6 INTERRUPÇÃO DE FÉRIAS EM CASO DE LICENÇA, ÓBITO, NÚPCIAS

A restrição de férias obedece às situações previstas no §1º do art. 59 deste EMECE, em síntese:
I - para cumprimento de punição disciplinar de natureza grave ou prisão provisória;
II - por necessidade do serviço, identificada por ato do Comandante-Geral, conforme conveniência e oportu-
nidade da Administração, garantida ao militar estadual nova data de reinício do gozo das férias interrompidas.
Ocorre que o militar que se encontra no gozo de férias pode ser alcançado por situações como óbito, núpcias,
nascimento de filho(a), adoecer, enfim, casos que geram afastamentos do serviço previstos em lei.
Numa visão restritiva poderíamos afirmar que não haveria restrição ao gozo de férias, salvo nos casos previstos
no art. 59 já citado. Ocorrre que devemos entender que as situações acima se constituem numa garantia para
que o administrado não fique a mercê dos caprichos do administrador. Nesse sentido, o rol de restrições é ta-
xativo a fim de que o militar possa usufruir seu direito às férias sem estar sob a espada de Damocles, que, sob
qualquer pretexto lhe restringiria a concessão e o gozo de férias.
Em situações outras como o luto, as núpcias e as licenças devem ser vistas como o confronto do gozo de direi-
tos. De um lado, o gozo de férias, e de outro o gozo de outro tipo de afastamento regulamentar. Assim sendo,
entendemos que um direito não pode excluir outro, pois não são incompatíveis. Compreendemos, dessa forma,
em razão de ser afastamentos do serviço com naturezas diversas. Férias é para descanso. LTS é para tratar da
própria saúde. Núpcias é para casamento. Assim, cremos, são situações distintas e assim devem ser tratadas.
Orienta-se que, nos casos acima, a administração deve:
1) interromper o gozo das férias do militar.
2) fazê-lo iniciar o gozo do afastamento regulamentar decorrente de licença paternidade, licença para tratamen-
to de saúde própria, luto, núpcias.
3) ao término desses afastamentos, o militar reiniciaria o gozo de suas férias.
Observem que, não estamos falando de restrição ao gozo de férias, mas de interrupção do gozo. Restringir
é cercear por motivos institucionais. Interromper é suspender para atender a motivos pessoais fortuitos, dos
quais surgem direitos de afastamento regulamentar.

7 FÉRIAS E LICENÇAS PARA TRATAR DA SAÚDE PRÓPRIA CONTÍNUA

Uma questão que deve ser discutida é quanto ao direito de férias a militares estaduais em gozo de licença para
tratar de saúde própria, de forma contínua. Conforme Parecer da Assessoria Jurídica/PMCE o militar fará jus
às férias mesmo estando de LTSP desde que não incida na situação de agregado, ou seja, ultrapassar mais de
um ano contínuo de Licença.
Data vênia, somos de entendimento que o militar terá direito às férias ainda que esteja agregado, desde que
incidente nas tenazes do art. 211 deste EMECE, ou seja, o afastamento tenha sido em consequência de ferimen-
tos recebidos em acidente quando em serviço, ou mesmo quando de folga, em razão da preservação de ordem
pública, de proteção do patrimônio e da pessoa, visando à sua incolumidade em situações de risco, infortúnio
ou de calamidade, bem como em razão de moléstia adquirida no exercício de qualquer função militar estadual,
será computado como se o tivesse no exercício efetivo daquelas funções.
Nessa situação, o militar teria direito às férias, com percepção do terço constitucional, porém sem direito a
gozo, eis que não laborou no período considerado.

8 PARECERES DA ASSESSORIA JURÍDICA DA PMCE SOBRE FÉRIAS X LTS POR MAIS DE UM ANO

Parecer nº 1065/2013-GC/AJ. Coordenador Jurídico: João Guilherme Janja Ximenes – OAB/CE 5.431. Inte-
ressado: omissis. Nesta Assessoria Jurídica, para análise e parecer, requerimento de interesse do [...] o qual
solicita a concessão do seu terço de férias referentes ao ano de 2013, as quais deixaram de ser concedidas em
virtude do militar encontrar-se de Licença Para Tratamento de Saúde Própria – LTSP. Como se vê nos autos, o
seu período de Licença Para Tratamento de Saúde Própria – LTSP iniciou-se na data de 02.02.2012, e findou
em 29.03.2013, o que motivou sua não inclusão no plano de férias referente ao ano de 2012, para gozo em
2013. [...] No caso em análise, constata-se que o requerente efetivamente não laborou os 12 (doze) meses,
referente ao período aquisitivo de que se trata, visto que, encontrava-se de Licença Para Tratamento de Saúde,
razão pela qual, não implementou as condições previstas na legislação que rege a matéria. Sendo assim, se não
faria jus ao gozo de férias [...] por consequência direta, também não tem direito a perceber o terço constitucio-
nal. [...] Ante as considerações supra, recomendamos, para evitar o prolongamento do trâmite dos processos

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
213
administrativos, sugerimos à Coordenadoria de Gestão de Pessoas da PMCE a aplicação deste parecer, em
casos semelhantes, sem que se faça necessário o envio a esta ASJUR. É o nosso entender. SMJ. Fortaleza, 12
de dezembro de 2013. Assina: João Guilherme Janja Ximenes – OAB/CE 5.431. Despacho: Em 18.12.2013.
Aprovo, ao Gabinete do Comando Geral para providências decorrentes. Lauro Carlos de Araújo Prado. Cel
Cmt-G.
Parecer nº 793/2010-GC/AJ. Coordenador Jurídico: João Guilherme Janja Ximenes – OAB/CE 5.431. Inte-
ressado: [ ...] A questão merece análise mais aprofundada, haja vista que o requerente ausentou-se das ativida-
des funcionais, por motivo de doença, obrigando a tirar licença (LTS) para cuidar da própria saúde. [...] Vale
salientar que a lei limita em um ano (12 meses) o período máximo em que o miliciano, em gozo de licença
para tratamento de saúde própria (LTSP), é considerado em efetivo exercício. Assim, ultrapassando este lapso,
é o mesmo automaticamente agregado, deixando, via de consequência, de ocupar vaga no quadro hierárquico
respectivo, não mais fazendo jus a férias, obviamente, conforme será explicado mais adiante. [...] Entendemos,
via de consequência, que os períodos relativos a LTS (Licença para tratamento de saúde) seguidos, ou não,
desde que, somados, não ultrapassem um ano, e insiram-se no mesmo período aquisitivo, não inviabilizam a
concessão de férias. Isto posto, entendemos que o militar estadual de Licença para tratamento de saúde (LTS),
desde que não ultrapasse um ano, faz jus às férias correspondentes ao período aquisitivo respectivo. No en-
tanto, pela repercussão da matéria no âmbito desta PMCE, sugerimos o enviou a douta PGE, para análise e
parecer. É o nosso entender. SMJ. Fortaleza, 12 de dezembro de 2013. Assina: João Guilherme Janja Ximenes
– OAB/CE 5.431. Despacho: Em 18.12.2013. Aprovo, ao Gabinete do Comando Geral para providências de-
correntes. William Alves Rocha - Cel Cmt-G.

9 FÉRIAS E PROCESSO DE INATIVIDADE

Trata-se de mais uma restrição à concessão de férias. A norma reveste-se de razoabilidade, pois o militar, nos
termos do inciso II, art. 3º da Lei Complementar nº 93/2011, é afastado de suas funções no primeiro dia se-
guinte à abertura do processo de inativação, no caso de reserva remunerada a pedido, ou no mesmo dia em que
incidiu em uma das causas de inativação ex officio, por isso não tem como conceder ou usufruir férias, vez que
já se encontra afastado do serviço.
Lei Complementar nº 93, de 25 de janeiro de 2011 - Art.3º … II - a minuta do ato de reserva ou reforma, devi-
damente assinada pela autoridade competente e previamente analisada pelo setor previdenciário da Secretaria
do Planejamento e Gestão, será publicada em Diário Oficial, passando o militar a ser considerado como ina-
tivo, sob condição resolutiva, para todos os efeitos legais, inclusive quanto ao recebimento de proventos e ao
pagamento de contribuições ao Sistema Único de Previdência Social do Estado do Ceará - SUPSEC, a partir
da publicação respectiva; ...
§1º O militar afastar-se-á de suas atividades:
I – em caso de invalidez, na data prevista no laudo médico oficial, e, nas hipóteses de inativação ex officio,
imediatamente depois do seu marco inicial definido na legislação pertinente;
II - em caso de reserva remunerada a pedido, no primeiro dia seguinte à abertura do processo de inativação,
observados os seguintes passos: [...]

10 GOZO FRACIONADO

A divisão a que se refere o parágrafo é para efeito de gozo. O Cel Cmt-Geral concede de forma integral. O
gozo é que pode ser dividido em dois períodos iguais (15 dias cada) a ser administrada pelo Comandante
imediato do militar. A nosso ver, trata-se de um direito do militar estadual optar por gozar os 30 dias seguidos
ou dividi-los em dois períodos, cabendo ao seu comandante imediato administrar essa partilha. Logo, não é o
comandante do militar que, a seu bel prazer, obriga o militar a usufruir as férias em dois períodos iguais. É um
direito do militar, somente ele pode decidir se usufruirá o direito em um único período de 30 dias ou em dois
períodos iguais.

11 FÉRIAS DE MILITARES EM CURSO DE FORMAÇÃO PARA INGRESSO NA PM/BM

O direito a que se refere o parágrafo são as férias que são estendidas aos militares em curso de formação para
ingresso na Corporação. Notem que o legislador fala do militar em curso de formação, implicando dizer que se
refere ao aluno-Soldado ou ao cadete já incluídos no estado efetivo da Corporação, portanto, militares.
Nessa ótica, não devemos confundir militar, em curso, com candidatos em curso de formação profissional, vez
que estes não são militares estaduais são cidadãos na 3ª fase do concurso público para ingresso no cargo de
Soldado ou no cargo de Oficial. Vejam que esses candidatos recebem bolsa a título de remuneração.
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Por fim, cremos ter havido erro na grafia da palavra “estende-se”.

12 FÉRIAS X APRESENTAÇÃO NA JUSTIÇA OU EM PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

Não raras vezes o militar se encontra de férias e é chamado para depor na Justiça, na Controladoria Geral de
Disciplina, em Inquéritos ou em Sindicâncias. O comandante da OPM deve ou não apresentá-lo à autoridade
requisitante?
Vejamos o que devemos ponderar nessas situações:
a) Requisições do Poder Judiciário para comparecimento, revestem-se de múnus público, dela ninguém poden-
do se abster, inclusive, no caso dos militares do Estado do Ceará.
b) Faltar ao judiciário é infração disciplinar de gravidade média (art. 13, § 2°, LV, do CDPM/BM)
c) O Judiciário sempre requisita militar por meio de seu comandante imediato, nunca de forma pessoal.
d) Faltar ao judiciário pressupõe a existência de motivo justificado, sob pena de condução coercitiva e processo
pelo crime de desobediência, além do pocesso regular no âmbito administrativo.
Assim sendo, sugere-se:
a) Apresenta – Caso o militar não tenha viajado, nada obsta que ele seja apresentado à autoridade requisitante.
b) Não apresenta - Caso o militar esteja fora de seu domicílio, o comandante imediato deve oficiar à autoridade
requisitante e informá-lo da impossibilidade de apresentação, contudo solicita marcação de nova data, infor-
mando ainda quando o militar regressará de férias.
Em qualquer dos casos, o comandante imediato deve fazer o ofício de apresentação do militar à autoridade
requisitante, e, caso ele esteja fora de seu domicílio, conforme informações colhidas pelo estafeta (ligação)
com algum familiar, é que o comando oficia à autoridade requisitante.
Vejamos a determinação do Comando Geral publicada no BCG 192/2009:
a) Apresentação de PMS à Justiça – BCG 192, 15.10.2009 - Nota nº 1545/2009-GAB.ADJ. O Cel PM, Cmt-G
Adj, no uso de suas atribuições legais e,visando cumprir as requisições judiciais em tempo hábil, DETER-
MINA que os Comandantes, Diretores, Chefes de Seções e Repartições adotem o seguinte procedimento nos
casos de apresentação de policiais militares à Justiça, por determinação do Comando publicada em BCG:
1. Providenciar ofício de apresentação do militar ao juízo competente.
2. Caso o militar se encontre de serviço, liberá-lo o mais cedo possível a fim de que ele possa cumprir a deter-
minação judicial, em tempo oportuno e conveniente.
3. O militar requisitado deve apresentar ao seu comandante imediato um documento que certifique que ele
compareceu ao juízo requisitante. Devendo tal documento ser arquivado na OPM de origem do militar.
4. Caso o militar não se apresente, o comandante imediato deve instaurar o Procedimento Disciplinar previsto
no art. 28 do CDPM/BM, cuja solução pela punição ou pelo arquivamento deve ser encaminhada, o mais rápi-
do possível, ao Comando Geral Adjunto.
5. Nas requisições feitas pelo judiciário diretamente ao comandante imediato do PM, deve-se providenciar a
publicação em Boletim Interno e apresentação ao juíz requisitante, sem necessidade de informação ao Coman-
do Geral.
6. Em caso de impossibilidade de apresentação, o Comandante de OPM deve informar o fato ao juíz solicitante.
Não serão tolerados atrasos ou faltas.
O descumprimento dessa determinação por parte do comandante imediato do militar requisitado, será consi-
derada como transgressão disciplinar prevista no CDPM/BM, a qual será devidamente apurada por meio de
Processo Regular. Fortaleza, 14 de outubro de 2009.
b) Apresentação de PMs em audiências – BCG 105 – 02.06.2011 - Nota nº 1063/2011-GAB.ADJ O Cel PM,
Comandante Geral Adjunto/PMCE, no uso de suas atribuições legais, determina aos Comandantes de Unida-
des e Subunidades da Corporação, que observem fielmente as publicações e requisições de comparecimento
de policiais militares em audiências no âmbito da Justiça Federal, Estadual, Militar, Delegacias e CCGOSP,
publicadas diariamente em BCG, devendo apresentar os milicianos através de ofício, nos dias e horários de-
signados, devendo ainda, informar diretamente à autoridade solicitante quando houver qualquer tipo de impe-
dimento que resulte no não comparecimento do policial, evitando assim, embaraços administrativos. QCG em
Fortaleza-CE, 02 de junho de 2011.
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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c) Apresentação de PMS à Justiça – BCG 079 – 30.04.2013 - Nota Nº 467/13-GC O Cel PM, Cmt-G da PMCE
no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o Provimento nº 04/2012-CGJ, encaminhado a esta Corpo-
ração por meio do Of. Circular nº 005/2013-CAOCRIM/PGJ-CE que trata da requisição de policiais militares
para comparecimento a qualquer ato judicial, RESOLVE:
1. Publicar o provimento para fins de conhecimento por parte da tropa.
2. Determinar que os Comandantes imediatos dos policiais militares requisitados (até o nível Companhia ou
Esquadrão) adotem as seguintes medidas:
a) Manter agenda de apresentação de PMs à justiça, verificando se os ofícios de apresentação foram entregues
ao requisitado e se eles compareceram ao juíz.
b) Encaminhar ao Gabinete do Comando-Geral Adjunto o comprovante de que o policial militar compareceu
ao juíz requisitante, no dia posterior à apresentação do militar.
c) Caso o militar não tenha comparecido iniciar imediatamente o Procedimento Disciplinar para apuração da
falta, informando ao Gabinete do Comando-Geral Adjunto a tomada dessa medida.
d) Informar à autoridade requisitante, com antecedência, motivos que impossibilitem a apresentação do militar
requisitado.
e) Esclarecer à tropa que a requisição é judicial e o militar tem a obrigação de comparecer perante à justiça que
é o órgão requisitante, portanto a falta injustificada pode vir a acarretar em medidas no âmbito administrativo
e penal, conforme consta no parágrafo único do art. 2º do Provimento nº 004/2012, abaixo transcrito:
Art. 2º. (...)
Parágrafo único. Não apresentada a justificativa, ou não sendo esta acolhida, o juiz requisitante encaminhará
ao Ministério Público, por ofício, as atas comprobatórias da não realização dos atos judiciais em face da não
apresentação dos presos, bem como de policiais militares, bombeiros militares e policiais civis, a fim de que
adote as medidas pertinentes à espécie.
f) Quando o militar não pertencer à OPM publicada em BCG informar, de imediato, ao Cmdº Geral Adjunto
para fins de corrigenda e nova publicação.
3. Estas normas são aplicáveis a policiais militares requisitados pela CGD, delegacias e outros órgãos.
Fortaleza, 30 de abril de 2013.

13 MOVIMENTAÇÃO DE PM E GOZO DE FÉRIAS

BCG 124, 03.07.07 - Doravante, todo e qualquer policial militar movimentado de sua unidade de origem para
outra OPM, seja a título de classificação, transferência, assunção de função, nomeação, etc só poderá entrar no
gozo de férias após a apresentação na OPM de destino. Os gestores cumpram e façam cumprir esta determina-
ção. (Transc. da Nota n.º 819/2007-GAB.ADJ).

14 FÉRIAS DE OFICIAL SUPERIOR OU DE OFICIAL EM CARGO DE COMANDO DE OPM - INFORMAÇÃO PESSOAL AO


COMANDO GERAL ADJUNTO

- BCG 005, 09.01.2009 - Gozo de Férias de Oficial – Recomendação – Nota nº 0034/09-GAB.ADJ, de


09/01/2009 Recomendo aos Senhores Oficiais Superiores ou Oficiais Comandantes de OPMs até o nível Cia
PM, que, doravante cientifiquem pessoalmente ao Cmdo. Geral Adjunto quando entrarem em gozo de férias,
sem prejuízo de suas apresentações no livro ou por meio eletrônico.

15 CUMPRIMENTO DO PLANO DE FÉRIAS – GOZO OBRIGATÓRIO

a) BCG 119 – 01.07.2013 Gozo de Férias – Cumprimento do plano – Nota nº 1003/2013-GAB.ADJ O Cel
PM, Comandante-Geral Adjunto/PMCE no uso de suas atribuições legais e considerando que o gozo de férias
é obrigatório após a concessão, conforme disposto no art. 59 da Lei nº 13.729/2006, só podendo haver restrição
por determinação do Comandante Geral/PMCE nos casos expressos no § 1º do art. 59 do citado dispositivo
legal, DETERMINA aos Srs. Coordenadores, Comandantes de OPMs da Capital, Região Metropolitana e
Interior do Estado, que cumpram fielmente o plano de férias de suas OPMs, autorizando o gozo das férias dos
policiais militares nos termos da lei vigente. QCG em Fortaleza-CE, 1º de junho de 2013.
b) BCG 154, 14.08.2007 - As férias são um direito fundamental irrenunciável e constitucionalmente consa-
grado no inciso XVII, do art. 7º da CF/88 in verbis: [...] Na Polícia Militar do Ceará, o assunto é tratado na Lei

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
216
nº 13.729, de 11 de janeiro de 2006, com as alterações perpetradas pela Lei nº 13.768, de 04 de maio de 2006
por meio do inciso II, do art. 52 e no art. 59, in verbis: [...]Em síntese, as férias são:
1. Um direito de gozo obrigatório e concedido anualmente pelo Comandante-Geral da PMCE, podendo ser
gozadas em dois períodos iguais.
2. Atribuídas para descanso, ou seja, trata-se de uma possibilidade de recuperação física e psíquica do traba-
lhador, além de permitir condições mínimas de disponibilidade pessoal, de integração na vida familiar e de
participação social e cultural.
3. O gozo pode ser definido como o afastamento do serviço por autorização do comandante imediato, respei-
tado o Plano de Férias, não podendo sofrer nenhuma restrição, salvo nos casos previstos no §1º, do art. 59, da
lei suso mencionada.
4. O Comandante imediato do militar não pode deixar de autorizar ou interromper o gozo de férias quando o
militar se encontre no Plano de Férias e já tenha a concessão publicada por ato do Comandante-Geral. (Transc.
da Nota n.º 986/2007-GAB.ADJ)

16 AVERBAÇÃO E DESAVERBAÇÃO DE FÉRIAS

A averbação de férias tem sua fundamentação legal no §4º, art. 61 da Lei nº 10.072, de 20 de dezembro de
1976 (Estatuto dos Policiais Militares do Ceará) a qual, mesmo revogada ainda tem vigência para efeitos de
averbação de tempo de contribuição.
Art. 61. As férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente, concedidas aos policiais milita-
res para descanso, apartir do último mês do ano a que se referem e durante o ano seguinte.
§4º. Na impossibilidade absoluta do gozo de férias do ano seguinte, ou no caso de sua interrupção pelos moti-
vos previstos, o período de férias não gozado será computado dia a dia, pelo dobro, no momento da passagem
do policial militar para a inatividade e somente para esse fim. [sem grifo no original]

Figura 33 - Fluxograma do processo de averbação/desaverbação de férias

Requerimento e Instaura processo, elabora Assinatura do Cmt-G


nota deferindo ou indeferindo
Protocola na CGP e remete ao GC remete ao Gab Adj para
publicação
INTERESSADO CGP GABINETE CMDº GERAL

Averba/desaverba o tempo Arquiva o processo Publica a nota


nos assentamentos e no
SIGE-RH remete processo à CGP
OPM/CGP CGP GAB CMDº G ADJ

Para desaverbar férias já averbadas, usa-se como fundamentação o Despacho nº 842/2015-PGE que possibilita
essa operação, contudo, somente para gozo imediato. É vedado desaverbar férias e não gozá-las de imediato.

17 GOZO DE FÉRIAS DE MILITAR À DISPOSIÇÃO DE OUTRO ÓRGÃO

Recentemente, a Assessoria Jurídica da PMCE emitiu o Parecer nº 1.235/2017-ASJUR, que entende que o
militar que se encontra à disposição de outro órgão não é motivo para cercear-lhe o direito do gozo de férias.
Vejamos um trecho do parecer:
“[...]
Ocorre que, o fato de estar o miitar cedido à órgão público municipal não configura motivação suficiente para
afastá-lo do usufruto de suas férias regulamentares, a qual possui o caráter de gozo obrigatório, repise-se.
A situação de encontrar-se cedido a um ente municipal não é motivo, nem encontra amparo legal, para a sus-
pensão do direito de que se trata, ou seja, o gozo de férias regulamentares.
Assim sendo, opina-se pela impossibilidade do atendimento do pleito, pela ausência de amparo legal.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
217
Fortaleza/CE, 12 de setembro de 2017. Assina: João Guilherme Janja Ximenes – Coordenador da ASJUR.
OAB nº 5.431. Despacho. Em, 19.09.2017. Aprovo. À CGP para as providências decorrentes. Assina: Ronaldo
Mota Viana. Coronel Comandante-Gal da PMCE.

18 MOMENTO HISTÓRICO: OS OFICIAIS PASSAM A TER DIREITO ÀS FÉRIAS

Os Oficiais somente passaram a ter direito às férias com o advento da Lei nº 2.342, de 04 de novembro de 1925,
que por seu art. 3º estendeu esse direito que era do funcionalismo estadual aos Oficiais. A regulamentação de
férias e licenças, no âmbito institucional, passou a ser regulada por meio da Lei nº 2.631, de 06 de outubro de
1928.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB. 99 Nos termos do estatuto, não faz jus às férias regulamentares o
militar estadual que esteja aguardando solução de processo de inatividade e o que esteja matriculado em curso
de formação para ingresso na corporação.
*** *** ***

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


H ino N acional B rasileiro
Música de Francisco Manoel da Silva
Letra de Joaquim Osório Duque Estrada

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido,


De um povo heróico o brado retumbante, Ao som do mar e à luz do céu profundo,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Se o penhor dessa igualdade Do que a terra mais garrida


Conseguimos conquistar com braço forte, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
Em teu seio, ó Liberdade, “Nossos bosques têm mais vida”,
Desafia o nosso peito a própria morte! “Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

Ó Pátria amada, Ó Pátria amada,


Idolatrada, Idolatrada,
Salve! Salve! Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Brasil, de amor eterno seja símbolo
De amor e de esperança à terra desce, O lábaro que ostentas estrelado,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, E diga o verde-louro desta flâmula
A imagem do Cruzeiro resplandece. – Paz no futuro e glória no passado.

Gigante pela própria natureza, Mas, se ergues da justiça a clava forte,


És belo, és forte, impávido colosso, Verás que um filho teu não foge à luta,
E o teu futuro espelha essa grandeza Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada, Terra adorada


Entre outras mil, Entre outras mil,
És tu, Brasil, És tu, Brasil,
Ó Pátria amada! Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil, Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Pátria amada,
Brasil! Brasil!
H ino do E stado do C eará
Música de Alberto Nepomuceno
Letra de Tomás Lopes

Terra do sol, do amor, terra da luz! Tua jangada afoita enfune o pano!
Soa o clarim que tua glória conta! Vento feliz conduza a vela ousada!
Terra, o teu nome e a fama aos céus remonta Que importa que no seu barco seja um nada
Em clarão que seduz! Na vastidão do oceano,
Nome que brilha – esplêndido luzeiro Se à proa vão heróis e marinheiros
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! E vão no peito corações guerreiros!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Sim, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Chuvas de prata rolem das estrelas... Porque esse chão que embebe a água dos rios
E despertando, deslumbrada, ao vê-.las Há de florar em meses, nos estios
Ressoa a voz dos ninhos... E bosques, pelas águas!
Há de florar nas rosas e nos cravos selvas e rios, serras e florestas
Rubros o sangue ardente dos escravos. Brotem no solo em rumorosas festas!

Seja teu verbo a voz do coração, Abra-se ao vento o teu pendão natal
verbo de paz e amor do Sul ao Norte! sobre as revoltas águas dos teus mares!
Ruja teu peito em luta contra a morte, E desfraldado diga aos céus e aos mares
Acordando a amplidão. A vitória imortal!
Peito que deu alívio a quem sofria Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
e foi o sol iluminando o dia! E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Mesa Diretora
2017-2018

Deputado José Albuquerque


Presidente

Deputado Tin Gomes


1º Vice-Presidente

Deputado Manoel Duca


2º Vice-Presidente

Deputado Audic Mota


1º Secretário

Deputado João Jaime


2º Secretário

Deputado Júlio César Filho


3º Secretário

Deputada Augusta Brito


4ª Secretária
INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO CEARÁ
Inesp

Thiago Campêlo Nogueira


Presidente

Gráfica do Inesp
Ernandes do Carmo
Coordenador

Cleomarcio Alves (Marcio), Francisco de Moura,


Hadson França e João Alfredo
Equipe Gráfica

Aurenir Lopes e Tiago Casal


Equipe de Produção Braille

Carol Molfese e Mário Giffoni


Equipe de Diagramação

José Gotardo Filho e Valdemice Costa (Valdo)


Equipe de Design Gráfico

Lúcia Maria Jacó Rocha e Vânia Monteiro Soares Rios


Equipe de Revisão

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E-mail: inesp@al.ce.gov.br
Fone: (85) 3277-3701
Fax: (85) 3277-3707

Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Av. Desembargador Moreira 2807,
Dionísio Torres, CEP 60170-900, Fortaleza, Ceará,
Site: www.al.ce.gov.br
Fone: (85) 3277-2500
ESTATUTO DOS
MILITARES ESTADUAIS
DO CEARÁ
LEI Nº 13.729, DE 11 DE JANEIRO DE 2006

Parte 2 artigos 60 até 232

SÚMULAS DO STJ, STF E STM.


PARECERES DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PARECERES DA ASSESSORIA JURÍDICA
DOUTRINAS DO CMDº GERAL DA PMCE
QUESTÕES DE CONCURSOS
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR AO ESTATUTO
ESTATUTOS HISTÓRICOS – DESDE 1864
MARCO AURELIO DE MELO ... CEL PM
Org.

ESTATUTO DOS
MILITARES ESTADUAIS
DO CEARÁ
Parte 2 artigos 60 até 232
- LEI Nº 13.729, DE 11 DE JANEIRO DE 2006 E LEGISLAÇÃO CORRELATA -

SÚMULAS DO STJ, STF E STM.


PARECERES DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PARECERES DA ASSESSORIA JURÍDICA
DOUTRINAS DO CMDº GERAL DA PMCE
QUESTÕES DE CONCURSOS
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR AO ESTATUTO
ESTATUTOS HISTÓRICOS – DESDE 1864

FORTALEZA - CEARÁ
2018
Copyright © 2018 by INESP

Coordenação Editorial
Thiago Campêlo Nogueira

Assistente Editorial
Andréa Melo

Diagramação
Mario Giffoni

Capa
José Gotardo Filho

Revisão
Lúcia Jacó Rocha

Coordenação de impressão
Ernandes do Carmo

Impressão e Acabamento
Inesp

Edição Institucional da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará

VENDA E PROMOÇÃO PESSOAL PROIBIDAS

Catalogado por Daniele Sousa do Nascimento CRB-3/1023

C3871 Ceará
[Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará].
Lei N. 13.729, de 11 de janeiro de 2006. e legislação correlata /
organizador, Marco Aurelio de Melo. - Fortaleza: INESP, 2018.
v. ; 29cm

Capa: comentado.
Conteúdo: parte 1. Artigos 1 até 59 - parte 2. Artigos 60 até 232.

ISBN:

1. Polícia, legislação, Ceará. I. Melo, Marco Aurelio de. II. Ceará.


Assembleia Legislativa. Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o
Desenvolvimento do Estado. III. Título

CDDdir: 341.37

Permitida a divulgação dos textos contidos neste livro,


desde que citados autores e fontes.

INESP
Av. Desembargador Moreira, 2807
Ed. Senador César Cals de Oliveira, 1º andar
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inesp@al.ce.gov.br
APRESENTAÇÃO

A
obra que se segue é uma útil ferramenta para regular as relações
dos servidores por ela regidos, policiais ou bombeiros, e para
facilitar a compreensão de todos que dela se utilizem, desde
a comunidade acadêmica até o alto comando das Unidades
Militares. A variedade de normas jurídicas aqui apresentadas é também
um importante instrumento de pacificação social e de arrefecimento de
conflitos judiciais.

Dois motivos fortalecem a necessidade desta publicação, são eles: a


carência de obras nesse sentido e a grande demanda da administração
pública militar por conteúdo base para a reflexão e resolução das novas
questões que tem surgido no âmbito dos seus processos de trabalho.

O Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará segue, então, anotado,


consolidado, ilustrado e esquematizado e com a inclusão das Súmulas
do Superior Tribunal de Justiça, Supremo Tribunal Federal e Superior
Tribunal Militar; os Pareceres da Procuradoria Geral do Estado e da
Assessoria Jurídica; as Doutrinas do CMDº Geral da Polícia Militar
do Ceará, além de importante questões levantadas em concursos. A
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, por intermédio do Instituto
de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará –
Inesp, tem a honra de entregar tão importante regulamento à sociedade
cearense.

Deputado José Albuquerque


Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará

Apresentação
PREFÁCIO

H
istoricamente, as Corporações Militares são organizadas
com base na máxima disciplina e incumbidas de
desempenharem, na linha de frente, a função mais
árdua de todas, a preservação da ordem pública. Por
suas características e para o bom desempenho de suas
competências, necessitam de clareza na regulamentação dos direitos,
deveres e prerrogativas e requerem o máximo de apoio possível. Assim
sendo, a publicação e larga distribuição das normas que regem as
atividades militares são de estrema importância.
Na última década, a problemática da segurança pública ganhou maior
visibilidade e é assunto em debates tanto de especialistas como do público
em geral, com grande amplitude de temas que envolvem a segurança
e a incorporação de novos atores, instituições públicas, sociedade civil,
associações de moradores, organizações não governamentais, entre
outros.
Sabendo que a segurança é responsabilidade de todos e objetivando
a difusão de informações que a reforçam, é com muita honra que a
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará - ALCE, por meio do Instituto
de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará –
INESP edita e disponibiliza este Estatuto.

Thiago Campêlo Nogueira


Presidente do Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o
Desenvolvimento do Estado do Ceará

Prefácio
PRÓLOGO

E
ste é o Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará (EMECE),
revisado, atualizado, anotado, consolidado e comentado,
conforme modificações posteriores até maio de 2016, data da
última alteração legislativa.

A obra constitui-se, ainda, num livro histórico, vez que traz à


lume legislações estatutárias há muito esquecidas, mas que as corporações
precisam manter esse arsenal histórico em local de acesso ao público
interno e externo. É uma forma de resgate da memória legislativa e do
cotidiano da corporação, afinal de contas a lei é fruto de uma mudança de
comportamento social de determinada sociedade, no caso, em concreto,
mostra a conduta dos militares do Ceará ao longo do processo histórico e
social do estado e do País.

Inseriu-se, ainda, pareceres da Procuradoria Geral do Estado, da


Assessoria Jurídica da PMCE, e súmulas do STF, STJ e STM referentes aos
militares estaduais. Tem ainda questões de concurso público.

Os comentários não vinculam o seu cumprimento, pois se constituem


em doutrinas formadoras de opiniões e de discussões sobre temas
controversos do Estatuto.

As críticas e sugestões podem ser enviadas para o seguinte e-mail:

bomaurelio1@yahoo.com.br

Marcos Aurélio Macêdo de Melo


– Cel PM

Prólogo
SUMÁRIO

Art. 60 - Núpcias, luto, instalação e trânsito............................................................................................19


1 Núpcias...............................................................................................................................................19
2 Momento histórico: é proibido casar entre 1948 a 1976.......................................................................19
3 Luto.....................................................................................................................................................20
4 Regras gerais sobre núpcias e luto......................................................................................................20
5 Momento histórico: o uso da fita preta sobre a pestana do bolso da farda...........................................20
6 Instalação e Trânsito............................................................................................................................20
Art. 61 - Cômputo de férias, núpcias, luto, instalação e trânsito como efetivo serviço............................22
Seção III - Das Licenças e das Dispensas de Serviço..............................................................................22
Art. 62 - licença - Definição e caracterização dos tipos..........................................................................22
1 Objeto do artigo..................................................................................................................................24
2 Tipos de licenças.................................................................................................................................24
3 Licença à Gestante..............................................................................................................................24
4 Licença à adotante..............................................................................................................................25
5 Licença à adotante em caso de união homoafetiva..............................................................................25
6 Licença em caso de aborto ou licença-aborto.....................................................................................27
7 Licença Paternidade............................................................................................................................27
8 Licença para tratar de interesse particular (LTIP)................................................................................27
9 Procuradoria Geral do Estado – PARECER sobre LTIP.........................................................................29
10 Licença para tratar da saúde de dependente....................................................................................30
11 Licença para Tratar da Saúde Própria................................................................................................30
12 Militar de Licença para Tratar de Saúde Própria e apresentação à Justiça – PARECER DA ASJUR......31
13 LTS e Suspensão do porte de arma de fogo de PM – problemas psicológicos..................................34
14 Acompanhamento de Militares de LTS..............................................................................................35
15 A regulamentação das licenças.........................................................................................................37
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................37
Art. 63 - LTIP e benefício previdenciário...............................................................................................37
Art. 64 - Interrupção de licenças...........................................................................................................37
1 Formas de interrupção........................................................................................................................38
2 Mobilização, estado de guerra, estado de defesa ou estado de sítio...................................................38
3 Cumprimento de punição disciplinar, conforme determinado pelo Comandante-Geral.....................39
4 Prisão em flagrante ou de decretação de prisão por autoridade judiciária.........................................39
5 Indiciação em inquérito policial militar, recebimento de denúncia ou pronúncia criminal..................39
6 A interrupção de ltsd, para cumprimento de punição disciplinar........................................................39
Art. 65 - Dispensas do serviço - definição..............................................................................................40
Art. 66 – Tipos e formas de concessão de dispensas do serviço............................................................40
1 Para desconto em férias já publicadas e não gozadas no todo ou em parte.........................................41
2 Em decorrência de prescrição médica................................................................................................41
3 Diferença entre a Dispensa do serviço prevista no EMECE e a prevista no CDPM/BM........................41
4 O serviço arregimentado na dispensa decorrente de prescrição médica...........................................41
5 Remuneração do militar sob dispensa.................................................................................................41
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................41
Art. 67 - Ausência e deserção decorrente de licença ou dispensa.........................................................42
Seção IV - Das Recompensas.................................................................................................................43
Art. 68 - Recompensas militares e rol exemplificativo............................................................................43
1 Objetivo das recompensas militares....................................................................................................43
2 As recompensas ao longo da história..................................................................................................43
3 Tipos de recompensas.........................................................................................................................43
4 Prêmios de honra ao mérito e condecorações por serviços prestados................................................44
5 Elogios................................................................................................................................................44
6 Dispensa do serviço............................................................................................................................44
7 Dispensa do serviço x casos fortuitos..................................................................................................44
QUESTÕES DE CONCURSO8.................................................................................................................45
Seção V - Das Prerrogativas....................................................................................................................45
Subseção I - Da Constituição e Enumeração..........................................................................................45
Art. 69 – prerrogativas e rol...................................................................................................................45
1 Prerrogativas x Direitos.......................................................................................................................46

Sumário
2 O Teto de Aço e o Teto de Honra como prerrogativa dos militares......................................................47
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................49
Art. 70 - Prisão de militar: características e cautelas..............................................................................49
1 Objeto do artigo..................................................................................................................................50
2 Formas de prisão de militar estadual..................................................................................................50
3 Prisão decorrente de transgressão disciplinar....................................................................................50
4 Prisão por crime propriamente militar................................................................................................50
5 Maltrato ou tratamento indevido a militar preso - responsabilização...................................................51
6 Perigo de vida de militar preso - providências....................................................................................51
7 SÚMULA STJ........................................................................................................................................51
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................51
Art. 71 - Dispensa de militar para o serviço de júri ou da Justiça Eleitoral.............................................52
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................52
Subseção II - Do Uso dos Uniformes.......................................................................................................52
Art. 72 - Uniformes institucionais: privacidade e criminalização............................................................52
1 O uniforme como símbolo da autoridade............................................................................................52
2 Crimes referentes ao uso de uniformes...............................................................................................53
3 Doutrina institucional..........................................................................................................................53
4 A legislação própria............................................................................................................................53
Sumula do STF........................................................................................................................................53
Art. 73 - Obrigações do militar fardado.................................................................................................53
Art. 74 - Regulamento de uniformes......................................................................................................54
Art. 75 - Proibição do uso de uniformes por militar: situações...............................................................54
1 Proibições quanto ao uso dos uniformes.............................................................................................54
2 Dispositivos legais relacionados.........................................................................................................54
3 Súmula do STF.....................................................................................................................................55
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................56
Art. 76 - Semelhança entre uniformes e distintivos de organizações civis e uniformes militares:...........56
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................56
TÍTULO IV - REVOGADO (Artigos 77 até 171)....................................................................................56
TÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS.........................................................................................85
CAPÍTULO I - DAS SITUAÇÕES ESPECIAIS.............................................................................................85
Seção I - Da Agregação..........................................................................................................................85
Art. 172 - Agregação – definição e situação de incidência.....................................................................85
1 Objeto do artigo.................................................................................................................................87
2 Definição legal e compreensão...........................................................................................................87
3 Agregação disciplinar.........................................................................................................................88
4 A necessária atualização do inciso II, §1º, art. 172................................................................................89
5 Incapacidade temporária, após um ano contínuo de tratamento de saúde..........................................89
6 Agregação do militar Extraviado.........................................................................................................89
7 Agregação de Desertor.......................................................................................................................90
8 Agregação de militar ocupante de cargo público civil temporário.....................................................90
9 Cargo público civil temporário e acúmulo de cargo...........................................................................90
10 Cargo público civil temporário e consequencias..............................................................................91
11 Síntese do artigo 172.........................................................................................................................91
QUESTÕES DE CONCURSO...................................................................................................................91
Art. 173 – Relação nominal de militares em cargo/função fora da estrutura da Corporação..................92
Seção II - Da Reversão............................................................................................................................92
Art. 174 - Reversão – definição e competências.....................................................................................92
1 Sujeito da Reversão.............................................................................................................................93
2 Reversão ao Quadro x Reversão ao Serviço Ativo................................................................................93
3 A competência para Reverter: parecer da assessoria juridica da pmce..............................................93
4 Limite temporal para Reversão............................................................................................................94
5 Reversão de militar reformado por motivo de saúde...........................................................................94
6 Promoção de militares revertidos ao serviço ativo em 2015 – parecer da PGE....................................95
7 Síntese do artigo 174...........................................................................................................................95
Seção III - Do Excedente........................................................................................................................96
Art. 175 – Excedente: definição e consequencias..................................................................................96
1 O objeto do artigo...............................................................................................................................96
2 compreendendo o conceito................................................................................................................97
3 Direitos do militar excedente..............................................................................................................97
Sumário
4 a promoção do excedente em decorrência de medida judicial..........................................................97
5 A necessária atualização do inciso II do art. 175 e de seu §3º.............................................................97
Seção IV - Do Ausente............................................................................................................................98
Art. 176 - Ausente – definição e situações de incidência.......................................................................98
1 Compreendendo a ausência...............................................................................................................98
2 Diferença entre ausência e falta ao serviço.........................................................................................98
Art. 177 - Ausente - início do processo de deserção.............................................................................99
CAPÍTULO II - DO DESLIGAMENTO DO SERVIÇO ATIVO......................................................................99
Art. 178 - Desligamento do serviço ativo - tipos.....................................................................................99
1 O objeto do artigo............................................................................................................................. 100
2 Perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação da Praça.................................................... 100
3 O desligamento do serviço ativo....................................................................................................... 100
4 O desligamento por motivo de desaparecimento: inaplicabilidade.................................................. 100
5 Momento histórico: Reserva Remunerada de Oficiais....................................................................... 101
Art. 179 – Reserva remunerada: prazo para afastamento das funções.................................................. 101
1 A necessária atualização do art. 179 e seu parágrafo........................................................................ 101
2 O fim do prazo nonagesimal.............................................................................................................. 101
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 101
Seção I - Da Transferência para a Reserva Remunerada....................................................................... 101
Art. 180 - Transferência para a reserva remunerada - modalidades.................................................... 101
Art. 181 - Reserva remunerada à pedido - requisitos........................................................................... 102
1 O objeto do artigo............................................................................................................................. 103
2 A reserva remunerada como direito do militar.................................................................................. 103
3 A idade e a questão previdenciária................................................................................................... 103
3 O ressarcimento decorrente de curso ou estágio.............................................................................. 103
4 Situações impeditivas à concessão de reserva remunerada.............................................................. 103
5 Casos de suspensão do direito de pedir reserva remunerada........................................................... 103
6 Elaboração do ato de reserva remunerada - instrução...................................................................... 104
7 Doutrina na PMCE............................................................................................................................. 104
8 Momento histórico – a Reserva Remunerada de militares que serviram na zona de guerra.............. 107
9 Incorporação da gratificação de motorista - parecer da PGE............................................................ 108
10 Doutrina da PMCE........................................................................................................................... 108
11 Momento histórico – A Reserva Remunerada de militares que serviram na zona de guerra............ 110
12 A Reserva Remunerada e a reforma dos militares........................................................................... 111
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 112
Art. 182 - reserva remunerada ex officio –situações de incidência...................................................... 112
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 114
2 Compreendendo o conceito de Reserva Remunerada ex officio....................................................... 114
3 Cota compulsória.............................................................................................................................. 114
4 O coronel ou o Major com 30 anos de efetiva contribuição e e anos no posto................................... 116
5 reserva remunerada decorrente de promoção requerida................................................................. 116
6 reserva remunerada ex officio: a obigação de informar do comandante imediato............................ 116
7 o cômputo do tempo de contribuição na reserva remunerada ex officio........................................... 117
Art. 183 - Reserva remunerada à pedido - Exceção à idade de 53 anos............................................... 117
Art. 184 - Reversão ex officio ao serviço ativo temporário – situações de incidência........................... 118
Art. 185 - Reversão voluntária ao serviço ativo temporário.................................................................. 118
Art. 186 - Reversão voluntária ao serviço ativo temporário para segurança patrimonial...................... 118
1 Contorno jurídico.............................................................................................................................. 119
2 legislação de regência...................................................................................................................... 119
3 Batalhão de Segurança Patrimonial................................................................................................... 120
4 Funções a serem exercidas por miitares revertidos ao BSP............................................................... 121
5 A gratificação pro labore e sua não incorporação aos proventos....................................................... 121
6 reforma por idade limite para militares revertidos............................................................................ 122
7 Sinóptico da Recondução de Militares ao serviço ativo temporário................................................... 122
Seção II - Da Reforma........................................................................................................................... 124
Art. 187 - Reforma – modalidade única................................................................................................ 124
1 Compreendendo o que é a reforma.................................................................................................. 124
2 O papel do Tribunal de Contas do Estado......................................................................................... 125
3 Reforma de Militar submetido a processo criminal: sobrestamento.................................................. 125
4 Reforma de militar que responde a processo regular: sobrestamento............................................... 125
Art. 188 - Reforma – situações de incidência....................................................................................... 127
Sumário
1 O objeto do artigo............................................................................................................................. 128
2 O processo de Reforma e o TCE........................................................................................................ 128
3 Periodo para Reversão ao serviço ativo – parecer da d. PGE............................................................. 128
4 Reforma administrativa disciplinar.................................................................................................... 129
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 129
Art. 189 – Relação de militares na idade-limite.................................................................................... 133
1 A questão vencimental segundo o Tribunal de Contas do Estado..................................................... 133
2 A questão vencimental segundo a Procuradoria Geral do Estado..................................................... 135
Art. 190 - Incapacidade definitiva: situações de incidência e o atestado de origem............................ 141
1 O objeto do artigo............................................................................................................................. 143
2 O Atestado de Origem e o Inquérito Sanitário de Origem................................................................ 143
3 Atestado de Origem – Imediata Instauração – BCG 025, de 03.02.2011............................................. 148
4 Patologias Psiquiátricas e Condução de Veículos.............................................................................. 149
Art. 191 - Tempo de contribuição do militar reformado: inexigência................................................... 149
Art. 192 - Reforma com remuneração integral..................................................................................... 150
Art. 193 - Reforma com remuneração integral ou proporcional........................................................... 150
Art. 194 – Reversão de militar reformado............................................................................................ 150
1 O objeto do artigo............................................................................................................................. 151
2 tempo limite de reversão de reformado: Parecer da Procuradoria Geral do Estado.......................... 151
3 Reversão de militar reformado: ato conjunto de reforma e reversão................................................. 151
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 153
Art. 195 - Reforma por alienação - remuneração paga ao curador ou beneficiário.............................. 154
1 O objeto do artigo............................................................................................................................. 154
2 O recipiendário do pagamento do reformado por alienação mental................................................. 154
3 Dispositivos correlacionados............................................................................................................ 154
Seção III - Da Reforma Administrativo-Disciplinar................................................................................ 155
Art. 196 - Reforma administrativo-disciplinar - Aplicação.................................................................... 155
Seção IV - Da Demissão, da Exoneração e da Expulsão........................................................................ 156
Art. 197 - Demissão - modalidade........................................................................................................ 156
Dispositivos relacionados.................................................................................................................... 156
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 156
Art. 198 - Exoneração – processamento, formas de indenização, suspensão e fatores impeditivos...... 156
1 O objeto do artigo............................................................................................................................. 157
2 A indenização aos cofres públicos.................................................................................................... 158
3 Documentos para Exoneração à pedido - Doutrina na PMCE............................................................ 158
4 Remuneração e situação militar do exonerado.................................................................................. 158
5 Reingresso de militares exonerados – Parecer da d. PGE.................................................................. 159
6 Momento do afastamento do militar que solicita exoneração – Parecer da AsJur/PMCE................... 159
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 160
Art. 199 - Posse em cargo ou emprego público civil permanente - demissão ex officio....................... 160
1 Demissão seguida de reserva........................................................................................................... 160
2 Parecer da Assessoria Jurídica da PMCE sobre identidade Funcional de demitido........................... 161
3 Situação de militar que toma posse mas não informa a Corporação.................................................. 161
4 Vedação ao acúmulo de remuneração............................................................................................... 161
5 A situação dos médicos militares quanto ao acúmulo de cargo......................................................... 162
6 Militar da reserva que toma posse em cargo decorrente de concurso público................................. 162
Art. 200 – Da demissão e da expulsão por motivo disciplinar.............................................................. 162
Art. 201 - Perda da nacionalidade brasileira: demissão ex officio........................................................ 163
Seção V - Da Deserção......................................................................................................................... 164
Art. 202 - Deserção - consequências.................................................................................................... 164
1 O objeto do artigo............................................................................................................................. 164
2 Conceito de deserção....................................................................................................................... 164
3 Interrupção do serviço...................................................................................................................... 165
4 Agregação x exclusão do desertor.................................................................................................... 165
5 Deserção x abandono de posto......................................................................................................... 165
6 Sequencia de atos do comandante em caso de deserção.................................................................. 166
6.1 Documentos obrigatórios no processo de deserção....................................................................... 166
7 O rito processual conforme o CPPM.................................................................................................. 166
8 Fórmula para calcular data e hora da deserção................................................................................. 168
9 Modelo de Parte de Ausência............................................................................................................ 169
10 Modelo do Despacho na Parte de Ausência.................................................................................... 169
Sumário
11 Modelo de Termo de Inventário...................................................................................................... 169
12 Modelo de Certidão de Diligências................................................................................................. 170
12.1 Modelo de termo de deserção..................................................................................................... 170
13 Modelo de auto de apresentação espontânea................................................................................. 171
14 Captura do desertor........................................................................................................................ 171
15 O prazo de graça e o prazo para deserção...................................................................................... 171
16 Deserção especial........................................................................................................................... 172
17 Legislação Federal aplicada a espécie............................................................................................ 172
18 Legislação Estadual aplicável a espécie.......................................................................................... 172
19 Doutrina na PMCE sobre o processo de deserção........................................................................... 173
20 Súmulas do STM sobre deserção..................................................................................................... 173
21 Súmula do STF sobre deserção........................................................................................................ 173
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 173
Seção VI - Do Falecimento, do Desaparecimento e do Extravio............................................................ 173
Art. 203 - Falecimento e consequencias............................................................................................... 173
1 O objeto do artigo............................................................................................................................. 174
2 A pensão previdenciária e sua ritualística......................................................................................... 174
3 Doutrina institucional........................................................................................................................ 181
4 Prescrições diversas......................................................................................................................... 183
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 186
Art. 204 - Desaparecido - definição..................................................................................................... 186
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 186
2 Desaparecido x Desertor.................................................................................................................. 186
Art. 205 - Extravio de militar – situação de incidência......................................................................... 187
Art. 206 - Extravio de militar- consequencias...................................................................................... 187
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 187
2 Agregação x desligamento............................................................................................................... 187
3 Morte presumida............................................................................................................................... 187
Art. 207 - Reaparecimento do extraviado ou do desaparecido: consequencias.................................... 188
Art. 208 - Direitos relativos à pensão dos beneficiários do desaparecido ou extraviado...................... 188
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 188
2 A incoerência da lei.......................................................................................................................... 188
3 Desaparecido conforme o Código Civil Brasileiro – Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002............ 188
4 Lei específica de amparo aos beneficiários...................................................................................... 189
CAPÍTULO III - DO TEMPO DE SERVIÇO E/OU CONTRIBUIÇÃO......................................................... 189
Art. 209 - Tempo de serviço - inicio da contagem................................................................................ 189
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 189
2 Tempo de Serviço x Tempo de Contribuição: diferenças.................................................................. 189
Art. 210 - Tempo de contribuição militar estadual e não militar: formas de cômputo........................... 189
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 191
2 A importância do Tempo de Contribuição......................................................................................... 191
3 O cálculo do Tempo de Contribuição................................................................................................ 191
4 O Montepio....................................................................................................................................... 191
5 O arredondamento do tempo: Parecer da PGE.................................................................................. 191
6 Averbações de Tempo de Contribuição............................................................................................ 192
7 Averbação de Férias......................................................................................................................... 192
8 Averbação de Licença Especial......................................................................................................... 192
9 Averbação de Tempo Acadêmico: Parecer da d. PGE........................................................................ 193
10 Averbação de Tempo de Serviço prestado às Forças Armadas........................................................ 193
11 Averbações de Tempos de Serviço não fictos.................................................................................. 195
12 Síntese dos Pareceres da d. PGE sobre averbação e desaverbação de tempos de serviço.............. 196
Art. 211 - Militar afastado em decorrência de acidente: tempo de contribuição.................................. 196
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 197
Art. 212 - Tempo de serviço em operações de guerra - regulamentação............................................. 197
Art. 213 - Data limite para contagem dos anos de contribuição para passagem à inatividade............. 198
Art. 214 - Superposição de tempos: vedação....................................................................................... 198
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 198
TÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS.................................................................... 199
Art. 215 - Sindicalização e greve – proibição, associações, dirigentes................................................. 199
1 A greve na PMCE em 1997................................................................................................................ 199
2 A greve na pmce em 2012................................................................................................................. 199
Sumário
3 Orientação do Comando Geral da PMCE sobre movimentos reivindicatórios.................................. 200
4 Participação em associações sem qualquer natureza sindical ou político-partidária......................... 206
5 Decisão do STF sobre greve de militares........................................................................................... 206
6 Dispositivos relacionados.................................................................................................................. 206
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 206
Art. 216 - Partido político: vedação à filiação de militar ativo.............................................................. 206
Art. 217 - Regime de tempo ao serviço militar estadual e forma de compensação. IRSO..................... 207
1 O objeto do artigo............................................................................................................................. 209
2 O regime de tempo integral.............................................................................................................. 209
3 A IRSO............................................................................................................................................... 209
4 Convênios......................................................................................................................................... 209
5 Dispensa de ponto para curso de formação decorrente de concurso público estadual..................... 210
6 escalas de serviço............................................................................................................................. 210
Art. 218 - Regulamentação do funcionamento das juntas de saúde...................................................... 212
Art. 219 - Readaptação ao serviço ativo: critérios e fraude na obtenção de licenças........................... 212
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 213
2 Readaptação funcional...................................................................................................................... 213
3 Averiguação profunda da doença...................................................................................................... 213
4 Fraude na lts...................................................................................................................................... 213
5 Período máximo de Repouso Médico................................................................................................ 213
Art. 220 – Adido: conceito.................................................................................................................... 213
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 213
2 Os remanejamentos funcionais.......................................................................................................... 214
3 Adição de PM´sà outras OPM´s – Proibição – BCG 007 – 12.01.2015.................................................. 215
4 Regras a serem observadas nos remanejamentos funcionais............................................................ 215
5 Adido x à disposição......................................................................................................................... 216
6 A situação de adido nos termos do Código Disciplinar..................................................................... 216
7 Militares à disposição de outros órgãos............................................................................................ 216
8 Cessão de servidores à outros órgãos............................................................................................... 217
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 217
Art. 221 – Artigo com vigência temporária.......................................................................................... 217
Art. 222 - Equivalência das punições do RDPM com o CDPM/BM........................................................ 217
Art. 223 - Equivalência de punições para fins de cancelamento.......................................................... 218
Art. 224 - Remanejamentos funcionais: requisitos................................................................................ 218
Art. 225 - Exceção à exigência de diploma de curso superior para seleção ao cho............................. 218
Art. 226 - Uso de designação que sugere vínculo com corporações militares...................................... 219
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 219
Art. 227 - Aplicação subsidiária do CDPM/BM e vigência da lei do SAR............................................. 219
1 O CDPM/BM e o Quadro de Capelães............................................................................................... 219
2 Artigos revogados da Lei nº 10.237................................................................................................... 219
Art. 228 - Aplicação subsidiária de legislação do exército.................................................................. 220
1 Objeto do artigo................................................................................................................................ 220
2 Dispositivos correlacionado.............................................................................................................. 220
QUESTÕES DE CONCURSO................................................................................................................. 221
Art. 229 - Inaplicabilidade do EME ao Soldado temporário................................................................. 221
Art. 230 - Vigência da lei 13.035/2005................................................................................................. 221
Art. 231 - Revogação de leis e disposições contrárias ao estatuto........................................................ 221
Art. 232 - vigência do Estatuto............................................................................................................. 222
BIZU PARA CONCURSEIROS................................................................................................................. 234
SOBRE O AUTOR - MARCOS AURÉLIO MACEDO DE MELO - CEL PM.................................................. 239

SUMÁRIO DOS ARTIGOS DO EMECE

art. 60 - Núpcias, luto, instalação e trânsito.............................................................................................19


art. 61 - Cômputo de férias, núpcias, luto, instalação e trânsito como efetivo serviço.............................22
art. 62 - Licença - definição e caracterização dos tipos...........................................................................22
art. 63 - LTIP e benefício previdenciário.................................................................................................37
art. 64 - Interrupção de licenças.............................................................................................................37
art. 65 - Dispensas do serviço - definição...............................................................................................40

Sumário
art. 66 - Tipos e formas de concessão de dispensas do serviço..............................................................40
art. 67 - Ausência e deserção decorrente de licença ou dispensa..........................................................42
art. 68 - Recompensas militares e rol exemplificativo.............................................................................43
art. 69 - Prerrogativas e rol.....................................................................................................................45
art. 70 - Prisão de militar: características e cautelas...............................................................................49
art. 71 - Dispensa de militar para o serviço de júri ou da justiça eleitoral..............................................52
art. 72 - Uniformes institucionais: privacidade e criminalização.............................................................52
art. 73 - Obrigações do militar fardado..................................................................................................53
art. 74 - Regulamento de uniformes.......................................................................................................54
art. 75 - Proibição do uso de uniformes por militar: situações................................................................54
art. 76 - Semelhança entre uniformes e distintivos de organizações civis e uniformes militares.............56
art. 77 ao 171 - Revogados......................................................................................................................56
art. 172 - Agregação – definição e situação de incidência......................................................................85
art. 173 - Relação nominal de militares em cargo/função fora da estrutura da corporação.....................92
art. 174 - Reversão – definição e competências......................................................................................92
art. 175 - Excedente: definição e consequências....................................................................................96
art. 176 - Ausente – definição e situações de incidência.........................................................................98
art. 177 - Ausente - início do processo de deserção..............................................................................99
art. 178 - Desligamento do serviço ativo - tipos......................................................................................99
art. 179 - Reserva remunerada: prazo para afastamento das funções.................................................... 101
art. 180 - Transferência para a reserva remunerada - modalidades...................................................... 101
art. 181 - Reserva remunerada à pedido - requisitos............................................................................ 102
art. 182 - Reserva remunerada ex officio - situações de incidência...................................................... 112
art. 183 - Reserva remunerada à pedido - exceção à idade de 53 anos................................................ 117
art. 184 - Reversão ex officio ao serviço ativo temporário - situações de incidência............................. 118
art. 185 - Reversão voluntária ao serviço ativo temporário................................................................... 118
art. 186 - Reversão voluntária ao serviço ativo temporário para segurança patrimonial....................... 118
art. 187 - Reforma – modalidade única................................................................................................. 124
art. 188 - Reforma – situações de incidência......................................................................................... 127
art. 189 - Relação de militares na idade-limite...................................................................................... 133
art. 190 - Incapacidade definitiva: situações de incidência e o atestado de origem.............................. 141
art. 191 - Tempo de contribuição do militar reformado: inexigência.................................................... 149
art. 192 - Reforma com remuneração integral....................................................................................... 150
art. 193 - Reforma com remuneração integral ou proporcional............................................................. 150
art. 194 - Reversão de militar reformado.............................................................................................. 150
art. 195 - Reforma por alienação - remuneração paga ao curador ou beneficiário............................... 154
art. 196 - Reforma administrativo-disciplinar - aplicação...................................................................... 155
art. 197 - Demissão - modalidade......................................................................................................... 156
art. 198 - Exoneração – processamento, formas de indenização, suspensão e fatores impeditivos........ 156
art. 199 - Posse em cargo ou emprego público civil permanente - demissão ex officio........................ 160
art. 200 - Da demissão e da expulsão por motivo disciplinar................................................................ 162
art. 201 - Perda da nacionalidade brasileira: demissão ex officio......................................................... 163
art. 202 - Deserção - consequências..................................................................................................... 164
art. 203 - Falecimento e consequências................................................................................................ 173
art. 204 - Desaparecido - definição....................................................................................................... 186
art. 205 - Extravio de militar – situação de incidência.......................................................................... 187
art. 206 - Extravio de militar- consequências........................................................................................ 187
art. 207 - Reaparecimento do extraviado ou do desaparecido: consequencias..................................... 188
art. 208 - Direitos relativos à pensão dos beneficiários do desaparecido ou extraviado....................... 188
art. 209 - Tempo de serviço - início da contagem................................................................................. 189
art. 210 - Tempo de contribuição militar estadual e não militar: formas de cômputo............................ 189
art. 211 - Militar afastado em decorrência de acidente: tempo de contribuição................................... 196
art. 212 - Tempo de serviço em operações de guerra - regulamentação.............................................. 197
art. 213 - Data limite para contagem dos anos de contribuição para passagem à inatividade.............. 198
art. 214 - Superposição de tempos: vedação........................................................................................ 198
art. 215 - Sindicalização e greve – proibição, associações, dirigentes.................................................. 199
art. 216 - Partido político: vedação à filiação de militar ativo............................................................... 206
art. 217 - Regime de tempo ao serviço militar estadual e forma de compensação. IRSO...................... 207
art. 218 - Regulamentação do funcionamento das juntas de saúde....................................................... 212
art. 219 - Readaptação ao serviço ativo: critérios e fraude na obtenção de licenças............................. 212
art. 220 - Adido: conceito..................................................................................................................... 213
Sumário
art. 221 - Artigo com vigência temporária............................................................................................ 217
art. 222 - Equivalência das punições do RDPM com o CDPM/BM......................................................... 217
art. 223 - Equivalência de punições para fins de cancelamento........................................................... 218
art. 224 - Remanejamentos funcionais: requisitos................................................................................. 218
art. 225 - Exceção à exigência de diploma de curso superior para seleção ao CHO............................ 218
art. 226 - Uso de designação que sugere vínculo com corporações militares....................................... 219
art. 227 - Aplicação subsidiária do CDPM/BM e vigência da lei do SAR.............................................. 219
art. 228 - Aplicação subsidiária de legislação do exército................................................................... 220
art. 229 - Inaplicabilidade do EMECE ao Soldado temporário............................................................. 221
art. 230 - Vigência da lei 13.035/2005................................................................................................... 221
art. 231 - Revogação de leis e disposições contrárias ao estatuto......................................................... 221
art. 232 - Vigência do estatuto.............................................................................................................. 222

LISTA DE FIGURAS

Figura 34 - Esquema das férias e outros afastamentos temporários.......................................................22


Figura 35 - Síntese dos tipos de licenças................................................................................................24
Figura 36 - Modalidades de licença-maternidade..................................................................................25
Figura 37 - Síntese das recompensas militares com exemplos...............................................................45
Figura 38 - Modelo de Distintivo de OPM (Agilda).................................................................................46
Figura 39 - Teto de Aço e Teto de Honra.................................................................................................49
Figura 40 - Tipos de Agregação conforme §1º, art.172 do EMECE.........................................................88
Figura 41 - Formas de reversão..............................................................................................................93
Figura 42 - Esquema das formas em que o militar pode incorrer em ausência.......................................98
Figura 43 - Esquema do processo de reserva remunerada à pedido.................................................... 112
Figura 44 - Fachada do Batalhão de Segurança Patrimonial – julho de 2017......................................... 121
Figura 45 - Esquema sinóptico das modalidades de Reforma.............................................................. 132
Figura 46 - Síntese do processo de deserção em geral........................................................................ 166
Figura 47 - Esquema do caminho para ausência, deserção, desaparecimento e extravio..................... 186
Figura 48 - Fluxograma do processo de averbação/desaverbação de Férias e de Licença Especial.... 192
Figura 49 - Fluxograma do processo de averbação de tempo de contribuição.................................... 195
Figura 50 - Síntese esquemática do tempo de contribuição do militar estadual................................... 196
Figura 51 - Viaturas com pneus furado defronte ao Quartel da 6ªCia/5º BPM....................................... 200
Figura 52 - Foto do Ten-Cel Alfredo Nunes Weyne (fundado do Clube dos Oficiais) e do Cap QOA
William (funda ACSMCE)..................................................................................................................... 206

LISTA DE QUADROS

Quadro 19 - Sinóptico dos tipos de licenças nas Corporações Militares Estaduais.................................40


Quadro 20 - Tipos de afastamentos regulamentares dos militares estaduais conforme o EMECE..........42
Quadro 21 - Sinóptico do artigo 172 com as formas e a data de agregação............................................91
Quadro 22 - Sinóptico do art. 174...........................................................................................................95
Quadro 23 - Idade para Reforma.......................................................................................................... 122
Quadro 24 - Sinóptico de recondução de militares ao serviço ativo..................................................... 124
Quadro 25 - Sinóptico das situações que geram Reforma por incapacidade definitiva........................ 149
Quadro 26 - Ato do Comandante em caso de deserção de militar....................................................... 165
Quadro 27 - Valor da Indenização de Reforço ao Serviço Operacional - IRSO, por hora trabalhada..... 167
Quadro 28 - Legislação revogada pelo art. 231 da Lei nº 13.729/06...................................................... 209
Quadro 29 - Matérias mais cobradas em concursos públicos para ingresso nas CME.......................... 221

Sumário
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
19
LEI Nº13.729, DE 11 DE JANEIRO DE 2006
Dispõe sobre o Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará
e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e


eu sanciono a seguinte Lei:

NÚPCIAS, LUTO, INSTALAÇÃO E TRÂNSITO

Art.60. Os militares estaduais têm direito, aos seguintes períodos de afastamento total do serviço,
obedecidas as disposições legais e regulamentares, por motivo de:
I - núpcias: 8 (oito) dias;
II - luto: 8 (oito) dias, por motivo de falecimento de pais, irmão, cônjuge, companheiro(a), filhos
e sogros;
III - instalação: até 10 (dez) dias;
IV - trânsito: até 30 (trinta) dias.

DATA DE CONCESSÃO DE NÚPCIAS OU DO LUTO

Parágrafo único. O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto será concedido, no pri-
meiro caso, se solicitado por antecipação à data do evento, e, no segundo caso, tão logo a autori-
dade a que estiver subordinado o militar estadual tome conhecimento, de acordo com portaria
do Comandante-Geral.

1 NÚPCIAS

Núpcias referem-se ao casamento. É um afastamento total e temporário do serviço para que o militar possa
usufruir sua lua-de-mel, comemorar o casamento. Tem duração de oito dias.
O direito a Núpcias deve ser solicitado com antecedência à data do matrimônio. Tem por objetivo a adequação
das escalas de serviço e substituição em cargos ou funções que ocupe o recipiendário do direito.

2 MOMENTO HISTÓRICO: É PROIBIDO CASAR ENTRE 1948 A 1976

A título de conhecimento histórico mostraremos as restrições impostas ao militar que almejava casar, nos ter-
mos da Lei nº 226/1948 (revogado Estatuto da PMCE):
Art. 276 – os militares da activa só podem contrair matrimônio mediante licença do Comando Geral e preen-
chendo os seguintes requisitos:
1 – O Oficial.
– ter, no mínimo, o posto de 2º Tenente.
2 – Praças.
a) – ser sub-Tenente;
b) – sargento: - ter no mínimo 25 anos de idade e mais de cinco de serviço;
c) – outras praças; (cabos e soldados) ter mais de dez anos de serviço.
Art. 277 – Os aspirantes a Oficial e os alunos do Curso de Formação de Oficiais não podem contrair matrimô-
nio.
Art. 278 – Os transgressores das disposições acima são passíveis das punições previstas nas leis e regulamen-
tos dos militares.

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3 LUTO

É um afastamento do serviço a fim de que o militar possa refazer-se espiritualmente da perda do ente querido,
no caso: pais, irmão, cônjuge, companheiro(a), filhos e sogros. Tem duração de oito dias.
O luto é concedido tão logo o comandante imediato do militar tome conhecimento do evento morte.

4 REGRAS GERAIS SOBRE NÚPCIAS E LUTO

Observem que, no primeiro caso (núpcias), é necessário que o militar solicite o afastamento. No segundo (luto)
é um ato ex officio do comandante do militar enlutado.
Os afastamentos acima estão relacionados ao objeto (casamento ou morte, respectivamente) e o não uso deles,
na data aprazada, neste EMECE acarreta a extinção do direito, seja por causa subjetiva (morte do titular), causa
objetiva (perecimento do objeto) ou concernente ao vínculo jurídico (decadência).
Foge à razoabilidade e à moralidade querer afastar-se do serviço meses após o próprio casamento, ou a morte
de um parente, sob o pretexto de que “guardou” o direito para melhor uso futuro.

5 MOMENTO HISTÓRICO: O USO DA FITA PRETA SOBRE A PESTANA DO BOLSO DA FARDA

Outrora o luto não implicava em dispensa do serviço, mas numa autorização para uso de um fita preta no uni-
forme devidamente autorizada pelo comandante imediato do militar. Vejamos a transcrição de um Boletim do
1º Batalhão no ano de 1927:
Regimento Policial do Ceará
Commando do 1º.Btl., em Fortaleza, 04 de julho de (1927)
[...]
Boletim .......................143
Permissão para usar luto
Em virtude de haver fallecido uma sua cunhada, concedo permissão para usar luto ao 2º.sgt.gr. da 1ªcia. n.460
Herculano Pinheiro.

6 INSTALAÇÃO E TRÂNSITO

a) A Instalação é o período de afastamento total do serviço concedido ao militar estadual, após o término do
trânsito, quando de sua apresentação na OPM para onde foi transferido.
b) Entende-se por trânsito o período de afastamento total do serviço concedido ao militar transferido de um
quartel para outro e cuja movimentação implica, obrigatoriamente, na mudança de sede.
Na Polícia Militar do Ceará a instalação e o trânsito foram regulamentados por meio de Portaria nº 072/2011,
publicada no BCG nº 047, de 10.03.2011, abaixo transcrita:
Portaria nº 072/2011 - Trânsito e Instalação ao pessoal da Polícia Militar
O coronel PM Comandante-Geral da Polícia Militar, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 5º, da Lei nº
10.045/77 e de conformidade com os incisos III e IV do artigo 60, da Lei nº 13.729/06, e, Considerando que:
- a concessão do direito a trânsito e instalação necessita de procedimentos uniformes e adequados à realidade
atual; - o direito de trânsito e instalação defere-se ao militar movimentado, com mudança de sede e domicílio,
em razão de transferência, classificação, nomeação ou designação; - o mencionado direito consiste no afasta-
mento total do serviço, nos prazos estabelecidos em lei, com a finalidade de se permitir ao militar dedicar-se
aos afazeres decorrentes da movimentação e instalação na cidade de destino, onde fixará domicílio, especial-
mente com a família; Resolve:
Capítulo I - do Trânsito
Art. 1º - Trânsito é o período de afastamento total do serviço concedido ao policial militar cuja movimentação
implique, obrigatoriamente, mudança de sede e destina-se aos preparativos decorrentes dessa mudança.
§1º O trânsito é concedido pelo Cmt da OPM de origem do militar movimentado.
§2º Inicialmente, o período de trânsito é de 10 (dez) dias e tem início no dia imediato ao desligamento do po-
licial militar da OPM.

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§3º Cabe ao Cmt da OPM de origem esclarecer ao Cmt da OPM de destino, no ofício de apresentação do mi-
litar movimentado, a data do início do trânsito.
Art. 2º - Em casos especiais, a critério do Comandante da Unidade para a qual o militar foi movimentado,
o período de trânsito pode ser ampliado para o limite máximo de até 30 (trinta) dias estabelecido no art. 60,
inciso IV da Lei 13.729/06.
§1º – Cabe ao interessado, mediante requerimento devidamente fundamentado e, em tempo hábil, solicitar ao
Comandante da OPM para a qual foi movimentado, a ampliação do período de trânsito previsto no §2º, art. 1º
desta Portaria, podendo anexar documentos que corroborem para a necessidade dessa medida.
§2º - A análise do pleito de que trata o parágrafo anterior deverá levar em conta o período da instalação, a pro-
porcionalidade, a razoabilidade e a moralidade administrativa.
Art. 3º - A concessão de trânsito ao militar movimentado para frequentar curso de formação, de habilitação,
aperfeiçoamento ou superior de polícia será decidida pelo Comandante-Geral Adjunto, e só ocorrerá nas se-
guintes situações:
I - quando o curso for realizado em localidade diversa da sede em que servia o militar e desde que comprove
que irá mudar-se de domicílio;
II – por motivo diverso, desde que seja comprovada a necessidade.
Capítulo II - Da Instalação
Art. 4º - Instalação é o período de afastamento total do serviço concedido ao militar, após o término do trân-
sito, quando de sua apresentação na OPM para onde foi transferido, reservado para as providências de ordem
pessoal ou familiar decorrentes da movimentação.
Parágrafo único - Inicialmente, o período de instalação é de 5 (cinco) dias e tem início no dia seguinte à che-
gada do policial militar à OPM de destino.
Capítulo III - Prescrições Diversas
Art. 5º - Em casos especiais, a critério do Comandante da Unidade para a qual o militar foi movimentado, o
período de instalação pode ser ampliado para até 10 (dez) dias, limite máximo estabelecido no art. 60, inciso
IV da Lei 13.729/06, observando-se o disposto nos §§ 1 e 2º do art. 2º desta Portaria.
Art. 6º - Não farão jus ao trânsito e à instalação os militares movimentados no âmbito da Capital e Região
Metropolitana.
Art. 7º - Em caráter excepcional, considerando-se o interesse público, a conveniência e a oportunidade ad-
ministrativa, o Comandante-Geral ou o Comandante-Geral Adjunto podem antecipar o dia para que o militar
movimentado se apresente na OPM de destino, garantindo-lhe, porém, o gozo do trânsito e da instalação em
data oportuna.
Parágrafo único - O gozo de trânsito e de instalação, na forma preconizada neste artigo, deverá ocorrer no
período de 03 (três) meses, contados a partir do primeiro dia subsequente ao desligamento da OPM de origem.
Art. 8º - Os períodos de trânsito e instalação poderão ser sustados pelo Comandante-Geral ou pelo Coman-
dante-Geral Adjunto, garantindo-se, porém, o gozo do período restante em data oportuna, nos seguintes casos:
I - para cumprimento de punição disciplinar de natureza grave ou prisão provisória;
II - por necessidade do serviço, identificada por ato do Comandante-Geral ou do Comandante-Geral Adjunto,
conforme conveniência e oportunidade da Administração, observando-se o prazo consignado no parágrafo
único do artigo anterior;
I - em caso de mobilização, estado de guerra, estado de defesa ou estado de sítio;
II - em caso de decretação de estado ou situação de emergência ou calamidade pública;
III - para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;
V - em caso de prisão em flagrante ou de decretação de prisão por autoridade judiciária;
Art. 9º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em con-
trário.
Fortaleza, 10 de março de 2011.
*** *** ***

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CÔMPUTO DE FÉRIAS, NÚPCIAS, LUTO, INSTALAÇÃO E TRÂNSITO COMO EFETIVO SERVIÇO

Art.61. As férias e outros afastamentos mencionados nesta Seção são concedidos sem prejuízo da
remuneração prevista na legislação específica e computados como tempo de efetivo serviço e/
ou contribuição para todos efeitos legais.

COMENTÁRIO

O legislador teve o cuidado de não retirar direitos e vantagens em decorrência de férias, núpcias, luto, insta-
lação e trânsito (direitos do militar estadual), até porque incoerente seria conceder um direito e retirar outros
em decorrência do primeiro. Portanto, questões como remuneração e tempo de serviço continuam intocáveis
quando do gozo desses períodos de afastamento do trabalho. A legislação referente à remuneração dos milita-
res estaduais é a Lei nº 11.167, de 07.01.1986 com alterações posteriores.

Figura 34 – Esquema das férias e outros afastamentos temporários

Seção III
Das Licenças e das Dispensas de Serviço

LICENÇA - DEFINIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS

Art.62. Licença é a autorização para o afastamento total do serviço, em caráter temporário, con-
cedida ao militar estadual, obedecidas as disposições legais e regulamentares.

TIPOS DE LICENÇA

§1º. A licença pode ser:


I - à gestante, por 120 (cento e vinte) dias;

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I – à gestante, por 120 (cento e vinte) dias, prorrogáveis por mais 60 (sessenta) dias, nos termos
dos §§8º e 9º; (Redação dada pela Lei Complementar nº 159/2016)
II - paternidade, por 10 (dez) dias;
III - para tratar de interesse particular;
IV - para tratar da saúde de dependente, na forma desta Lei;
V - para tratar da saúde própria;
VI - à adotante:
a) por 120 (cento e vinte) dias se a criança tiver até 1 (um) ano de idade;
b) por 60 (sessenta) dias se a criança tiver entre 1 (um) e 4 (quatro) anos de idade;
c) por 30 (trinta) dias se a criança tiver de 4 (quatro) a 8 (oito) anos de idade.

LICENÇA À GESTANTE

§2º. A licença à gestante será concedida, mediante inspeção médica, a partir do 8º mês de ges-
tação, salvo prescrição em contrário.

LICENÇA-PATERNIDADE

§3º. A licença-paternidade será iniciada na data do nascimento do filho.

LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSE PARTICULAR – LTIP

§4º. A licença para tratar de interesse particular é a autorização para afastamento total do serviço
por até 2 (dois) anos, contínuos ou não, concedida ao militar estadual com mais de 10 (dez) anos
de efetivo serviço que a requerer com essa finalidade, implicando em prejuízo da remuneração,
da contagem do tempo de serviço e/ou contribuição e da antigüidade no posto ou na graduação.

REGULAMENTAÇÃO DA LITP, LTSD, LTSP

§5º. As licenças para tratar de interesse particular, de saúde, de dependente e para tratamento
de saúde própria, serão regulamentadas por portaria do Comandante-Geral, no prazo de 120
(cento e vinte) dias, observado o disposto nesta Lei.

LICENÇA MATERNIDADE PARA ADOTATE OU GUARDIÃ

§6º. A licença-maternidade só será concedida à adotante ou guardiã mediante apresentação do


respectivo termo judicial.

ROL DE PESSOAS CONSIDERADAS DEPENDENTES PARA EFEITO DE LTSD

§7º. Na hipótese do inciso IV deste artigo o militar poderá ser licenciado por motivo de doença
nas pessoas dos seguintes dependentes: pais; filhos; cônjuge do qual não esteja separado; e de
companheiro(a); em qualquer caso, desde que prove ser indispensável a sua assistência pessoal
e esta não possa ser prestada simultaneamente com o exercício funcional, pelo prazo máximo
de 2 (dois) anos, dos quais os 6 (seis) primeiros meses sem prejuízo de sua remuneração. No
período que exceder os 6 (seis) meses até o limite de 2 (dois) anos, observar-se-á o que dispõe
o §4º deste artigo.

PRORROGAÇÃO DA LICENÇA À GESTANTE


§8º. A prorrogação da licença de que trata o inciso I do §1º deste artigo será assegurada à militar
estadual, mediante requerimento efetivado até o final do terceiro mês após o parto, e concedida
imediatamente após a fruição da licença-maternidade de que trata o art.7º, inciso XVIII da Cons-
tituição Federal. (Acrescido pelo art. 2º da Lei Complementar nº 159/2016).

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PRORROGAÇÃO DA LICENÇA-MATERNIDADE
§9º. Durante o período de prorrogação da licença-maternidade, a militar estadual terá direito à
sua remuneração, vedado o exercício de qualquer atividade remunerada pela beneficiária, não
podendo também a criança ser mantida em creches ou organização similar, sob pena da perda
do direito do benefício e consequente apuração da responsabilidade funcional. (Acrescido pelo art. 2º
da Lei Complementar nº 159/2016)

LICENÇA EM CASO DE ABORTO


§10. Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante atestado médico, a militar terá di-
reito à licença remunerada correspondente a 2 (duas) semanas. (Acrescido pelo art. 2º da Lei Complementar
nº 159/2016)

COMENTÁRIO

1 OBJETO DO ARTIGO
O artigo 62 é composto por 10 parágrafos e trata dos afastamentos temporários do serviço denominados de
Licença. Apresenta o conceito e detalha sua forma de concessão e gozo.
O caput alerta ainda que as licenças obedecem disposições legais e regulamentares, ou seja, além deste Estatuto
aplica-se também outras normas dispostas em decretos ou regulamentos sobre a matéria. Nesse sentido, temos
o Decreto nº 30.550, de 24.05.2011 que regulamenta a concessão de Licenças no âmbito do Estado do Ceará.

2 TIPOS DE LICENÇAS
No §1º, art. 62 são citados 06 (seis) tipos de licenças a que os militares estaduais têm direito.
I – à gestante; II – paternidade; III - para tratar de interesse particular; IV - para tratar da saúde de dependente;
V - para tratar da saúde própria; VI - à adotante.
Didaticamente podemos dividi-las em três grupos:
a) Licenças decorrentes da filiação: à Gestante, Aborto, Adotante e Paternidade.
b) Licenças decorrentes da saúde: Tratar da saúde própria; e, para Tratar da saúde de dependente
c) Licenças para tratar de interesse particular

Figura 35 – Síntese dos tipos de licenças

Fonte: o autor (2017)

3 LICENÇA À GESTANTE

A licença à gestante, cuja duração é de 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, é uma modalidade do gênero
licença-maternidade, da qual decorrem ainda as modalidades licença à adotante ou guardiã, e a “licença-abor-
to” prevista em caso de aborto não provocado.

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Características da licença à gestante:
a) Duração: 120 dias
b) Início: a partir do 8º mês, salvo prescrição médica em contrário
c) Prorrogação: 60 dias
d) Como prorrogar: a militar requer até o final do terceiro mês após o parto.
e) Gozo da prorrogação: após concluir a licença à gestante.
f) Vencimentos: a militar continua recebendo seus vencimentos mesmo na prorrogação da licença
g) Proibitivos da prorrogação: exercer atividade remunerada e/ou manter a criança em creche.

Figura 36 - Modalidades de licença-maternidade

Fonte: O autor (2017)

4 LICENÇA À ADOTANTE

A licença à adotante é uma espécie do gênero licença-maternidade, diferindo apenas na quantidade de dias,
como exposto acima.
A concessão e o gozo da licença à adotante ou à guardiã é imediato à apresentação do termo judicial como
previsto no art. 62, §6º deste EMECE, pois objetiva uma melhor convivência e adaptação da criança à família
substituta. Essa regra alcança, em última instância, a criança adotada, logo a demora na concessão ou no gozo
violaria o direito que a criança teria do convívio e dos cuidados para sua readaptação nessa fase de sua vida.

5 LICENÇA À ADOTANTE EM CASO DE UNIÃO HOMOAFETIVA

Grande tema é o que aborda a questão referente às uniões homoafetivas compostas por pai-pai ou mãe-mãe que
resolvem adotar uma criança e que devem ser protegidas pelo Estado.
Entendemos que não caberia restrição à concessão da licença à adotante, em caso de família homoafetiva,
afinal a licença é um direito que tem por fim a criança e não o militar que, nesse caso, é apenas o meio para
garantia do direito do adotado a uma convivência com a nova família. Quando a família homoafetiva é com-
posta por mãe-mãe, sendo uma delas militar estadual o EMECE já protege, vez que o texto legal aponta nessa
direção. No caso de ser composta por pai-pai também não vislumbramos dificuldade alguma em aplicar, de
forma análoga, o mesmo princípio, e conceder a licença ao adotante. Justificamos nosso ponto de vista.
A lex magna erradicou do ordenamento pátrio quaisquer formas de discriminação ou preconceito, colocando
o Estado como promotor do bem-estar de todos, valorizando a dignidade da pessoa humana como fundamento
do Estado Democrático de Direito, senão vejamos o que a CF/88 afirma:
a) Valoriza a dignidade da pessoa humana, colocando-a como fundamento da República Federativa do Brasil
(inciso III, do art. 1º da CF/88)
b) Tem como objetivos fundamentais a construção de uma sociedade livre, justa e solidária (inciso I, do art. 3º
da CF/88)
c) Veda qualquer espécie de discriminação, inclusive em razão do sexo, ou quaisquer outras formas de discri-
minação (inciso IV, do art. 3º da CF/88)
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d) O Estado tem como um dos objetivos promover o bem-estar de todos, sem nenhuma discriminação ou pre-
conceito (inciso IV, do art. 3º da CF/88)
Assim sendo, não há razão para a lei infraconstitucional vedar a concessão de licença em razão do sexo ou do
estado civil do militar.
Outro argumento que sustenta nossa tese é o fato de o Estado do Ceará haver compreendido essa diretriz cons-
titucional ao haver reconhecido a existência real de famílias homoafetivas, inclusive no seio militar estadual,
concedendo-lhes o direito a pensão previdenciária, que é um direito bem mais abrangente do que o da simples
dispensa do serviço por período determinado. Não há como negar o avanço da lei estadual. Vejamos o art. 6º da
Lei Complementar nº 159/2016 que trouxe modificações na Lei Complementar nº 12, de 23 de junho de 1999,
que, à luz da CF/88, traz no rol de dependentes previdenciários do SUPSEC o cônjuge supérstite, o companhei-
ro ou a companheira que vivam em união estável como entidade familiar, inclusive por relação homoafetiva:
Lei Complementar nº 159/2016
Art.6º O Sistema Único de Previdência Social do Estado do Ceará – SUPSEC, de que trata esta Lei Comple-
mentar, de caráter contributivo, proporcionará cobertura exclusiva aos segurados, contribuintes do Sistema e
seus respectivos dependentes, vedado o pagamento de benefícios mediante convênios entre o Estado e seus
Municípios.
§1º Os dependentes previdenciários, de que trata o caput deste artigo, são:
I - o cônjuge supérstite, o companheiro ou a companheira que viva em união estável como entidade familiar,
inclusive por relação homoafetiva, e o ex-cônjuge separado, inclusive de fato, ou divorciado, desde que, nos
dois últimos casos, na data do falecimento do segurado, esteja percebendo pensão alimentícia devidamente
comprovada, observado o percentual fixado, que incidirá sobre a cota que couber ao cônjuge ou companheiro
no rateio da pensão com os dependentes indicados nos incisos II e III deste artigo;
Dessa forma, a lei complementar garante a pensão previdenciária ao companheiro(a) supérstite por relação
homoafetiva que viva como entidade familiar.
Por essas razões, não há como negar a licença ao adotante militar. Negar essa possibilidade é ratificar e alimen-
tar o preconceito e a discriminação, situações proibidas expressamente na CF/88.
Para conceder a licença adotante (escrita dessa forma ela fica mais abrangente e não discriminatória) é neces-
sário a comprovação da relação homoafetiva como entidade familiar, ou seja, que se configure na convivência
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. Como o legislador não
citou como se comprovaria essa união, recomendamos o emprego do artigo 22, §3º do Decreto 3.048/99, para
quaisquer tipos de união, in verbis:
Art. 22, §3º  Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, devem ser apresen-
tados no mínimo três dos seguintes documentos:
I – certidão de nascimento de filho havido em comum;
II – certidão de casamento religioso;
III – declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente;
IV – disposições testamentárias;
V – (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
VI – declaração especial feita perante tabelião;
VII – prova de mesmo domicílio;
VIII – prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil;
IX – procuração ou fiança reciprocamente outorgada;
X – conta bancária conjunta;
XI – registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado;
XII – anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados;
XIII – apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como
sua beneficiária;
XIV – ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável;
XV – escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente;
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XVI – declaração de não emancipação do dependente menor de 21 anos; ou
XVII – quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.
Temos que reconhecer tal e qual já reconheceu a legislação previdenciária estadual (LC 12/1999 alterada pela
LC 159/2016), e reconhecer a filiação socioafetiva, concedendo a licença-adotante ao militar masculino. O
caminho está aberto, basta coragem para dizer o direito e aplicar justiça.
Em relação ao lapso temporal da licença à adotante, não vislumbramos razão para distinção na quantidade de
dias de afastamento em decorrência da idade da criança. Independente da idade, a licença à adotante deveria
ser de 120 dias, tal qual se concede na licença à gestante concedida a mãe biológica. Na verdade, a mãe “do
coração” precisa desse tempo para criar vínculo familiar com uma criança que acabou de perder o seu com
sua mãe biológica. Essa questão, apesar de simples, apresenta-se bem mais complexa porque exige mudança
na própria lei.
Por outro lado, também pregamos a doutrina de que, no mínimo, o adotante teria direito à licença paternidade,
pois pai o é.

6 LICENÇA EM CASO DE ABORTO OU LICENÇA-ABORTO

“Art.62, §10. Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante atestado médico, a militar terá direito
à licença remunerada correspondente a 2 (duas) semanas”.
A licença em caso de aborto não criminoso (natural, acidental e legal) está dentro do tema licença-maternidade.
Assim não seria exagero cunharmos a expressão licença-aborto, que seria concedida a militar, de forma remu-
nerada e por um período de duas semanas.
Entendemos esse parágrafo como um zelo do legislador para com a parturiente ao pôr um delimitador mínimo
de duas semanas de afastamento do serviço, em caso de aborto não criminoso. Em outras palavras, a perícia
médica pode até ultrapassar esse limite de duas semanas, conforme o quadro clínico da paciente e a necessi-
dade de prorrogação da licença. O que a perícia não poderia é conceder menos de duas semanas de licença.
Resumindo, em caso de aborto não criminoso a militar teria direito à licença-aborto (previsão do §10, art. 62,
EMECE), mas, por questão de razoabilidade seria denominada de licença para tratamento de saúde própria
– LTS, inicialmente por duas semanas, e conforme o quadro clínico, obteria prorrogações como previsto no
Decreto nº 30.550, de 24.05.2011.
Caso o aborto seja criminoso, a militar estadual deverá responder nas esferas penal e administrativa, contudo
seu estado de saúde não pode ficar esquecido. Caso esteja presa não terá direito a LTS, eis que já está afastada
do serviço. Do contrário, terá direito à licença para tratar de saúde própria pelo prazo estipulado pelo médico
e homologado pela COPEM/SEPLAG.

7 LICENÇA PATERNIDADE

Direito constitucional (CF/88, art. 7º, XIX) do militar iniciado na data do nascimento do filho. Ratificado pelo
art. 62, §3º deste EMECE. A nosso ver substitui a licença à adotante, pois em última instância o adotado passa
a condição de filho, logo o adontante passa a condição de pai. Tem duração de dez dias. Características:
a) Gozo: inicia na data de nascimento do filho
b) Duração: 10 (dez) dias
c) Substitui a licença à adotante: pode ser concedida em caso de adoção.

8 LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSE PARTICULAR (LTIP)

“Art. 62, §4º. A licença para tratar de interesse particular é a autorização para afastamento total do serviço por
até 2 (dois) anos, contínuos ou não, concedida ao militar estadual com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço
que a requerer com essa finalidade, implicando em prejuízo da remuneração, da contagem do tempo de serviço
e/ou contribuição e da antiguidade no posto ou na graduação”.
Juizo de admissibilidade
A licença para tratar de interesse particular (LTIP) é um direito do militar afastar-se do serviço militar estadual,
desde que, atendido o juízo de admissibilidade legal, a saber:
a) Requerimento do interessado

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b) Tempo de efetivo serviço: mais de dez anos
c) Limite de tempo: no máximo até dois anos, podendo ser contínuo ou alternados.
A discricionariedade para indeferir o pedido é relativa, pois não basta a mera alegativa de que o interesse pú-
blico se posiciona acima dos individuais. Nesse caso, deve prevalecer o princípio da primazia da norma mais
favorável ao militar.
Administração e administrado têm interesses paralelos, contudo isso não significa que sejam antagônicos.
Doutra sorte, o subordinado não pode ficar ao alvedrio do superior para que essa autoridade escolha o melhor
momento que o subordinado possa gozar a LTIP.
Para indeferir ou indicar outra data, ele precisa demonstrar razoavelmente o motivo que o impossibilita de con-
ceder a licença no tempo requerido pelo subordinado. Como por exemplo: vigência de estado de guerra, estado
de sítio, estado de defesa, interesse da segurança pública, mobilização, situação de emergência ou calamidade
pública, quando o militar estiver cumprindo sentença que importe em restrição da liberdade individual, ou
ainda quando necessário cumprir punição disciplinar.
Por fim, a dita licença não implica em perda ou interrupção do vínculo com a Corporação Militar a que perten-
ce, resultando na obrigação do militar continuar a respeitar todas as normas que lhe são impostas no Estatuto,
no Código Disciplinar e demais normas aplicáveis aos militares estaduais do Ceará, vez que ainda é militar do
serviço ativo, ainda que afastado temporariamente do serviço militar estadual.
Restrições decorrentes da LTIP
No período de afastamento, máximo por dois anos, contínuos ou não, o militar é submetido a uma série de
restrições, todas previstas no art. 62, §4º deste EMECE, a saber:
a) prejuízo da remuneração
b) prejuízo na contagem de seu tempo de serviço/contribuição
c) prejuízo da antiguidade no posto ou na graduação.
d) não pode concorrer ao Curso de Habilitação de Oficiais (CHO)
e) não tem o período de LTIP computado como tempo de serviço arregimentado para fins de promoção.
- prejuízo da remuneração
A perda dos vencimentos não guarda nenhuma dúvida, é deixar de receber os vencimentos em decorrência de
seu afastamento, como disposto no art. 62, §4º deste EMECE, já citado anteriormente.
- prejuízo na contagem de seu tempo de serviço/contribuição e no serviço arregimentado
Tem-se ainda que o período de licença é inaproveitável como tempo de serviço e/ou contribuição, dessa forma
esse período não pode ser contado para fins de reserva remunerada, reforma ou outros benefícios que requei-
ram tempo de serviço e/ou contribuição.
A possibilidade de aproveitamento do tempo de LTIP para fins de inatividade, ocorrerá no caso de o militar, vo-
luntariamente, se predispor a recolher mensalmente a alíquota de 33% (trinta e três por cento) incidente sobre o
valor da última remuneração para fins de contribuição previdenciária, que será destinada ao Sistema Único de
Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder
do Estado do Ceará – SUPSEC, conforme previsão exposta no art. 63 deste EMECE.
Assim sendo, deve ser formulado um documento no qual o militar declare estar ciente das implicações decor-
rentes da concessão da LTIP, inclusive a possibilidade de contribuir, ou não contribuir com o SUPSEC. Caso
opte por contribuir, ele terá então computado o período para fins de inatividade como se vê abaixo:
- prejuízo da antiguidade no posto, ou na graduação.
A grande questão é: como se perde a antiguidade em decorrência da LTIP? Nesse caso, revisitando o art. 4º do
CDPM/BM que trata dos critérios de antiguidade, temos que o primeiro critério é a data da última promoção.
Nessa ótica, não haveria perda de antiguidade, vez que o critério traçado na legislação (EMECE e CDPM/BM)
diz respeito à data da promoção e não à quantidade de anos na graduação. Caso algum militar mais moderno
que o licenciado seja promovido, tem-se o escalonamento hierárquico e não antiguidade entre eles.
A possibilidade do licenciado perder a antiguidade seria ter como parâmetro o tempo no grau hierárquico, e
que, nessa visão, não encontra respaldo na letra da lei. Por outro lado, resta uma interpretação extensiva na
qual entendessemos que o legislador criou mais um critério de antiguidade inserido tacitamente no §1º art. 31

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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do EMECE e no art. 4º do CDPM/BM, mais precisamente, no segundo critério de desempate, que seria: tempo
de efetivo exercício no posto/graduação.
Ante o exposto, a perda de antiguidade passaria a ser decorrente do tempo de efetivo serviço prestado no grau
hierárquico considerado, por exemplo: o Cap Fulano de Tal foi promovido a esse posto em 25.10.2000, jun-
tamente com o Cap Sicrano de Tal. Nesse ponto, ambos têm a mesma antiguidade, nos termos do inciso I, do
art. 4º do CDPM/BM, logo passaríamos ao segundo critério, que seria justamente o tempo passado por eles em
efetivo serviço como capitão. Ocorre que o Cap Sicrano d Tal tem 16 anos ininterruptos de capitão, e o Cap
Fulato de Tal tem apenas 14 anos, eis que usufruiu dois anos de LTIP, nesse caso, o Cap Sicrano de Tal passa a
ser o mais antigo. Seria coerente até porque o militar perde tempo de serviço/contribuição.
Conclui-se que o militar que fruiu LTIP terá esse tempo abatido para efeito de antiguidade, sendo, portanto um
novo critério de resolução da antiguidade prevista neste EMECE e no CDPM/BM, porém impraticável.
- Curso de Habilitação de Oficiais x LTIP
A LTIP também importa em restrição à seleção para ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais, curso que
objetiva o acesso do Subtenente ao posto de 2º Tenente do Quadro de Oficiais de Administração, conforme
previsão do Decreto nº 31.804/2015, in verbis:
Art.19. Para a seleção e ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais, deverão ser observados, necessária e
cumulativamente, até a data de encerramento das inscrições, os seguintes requisitos: [...] II – não estar enqua-
drado em nenhuma das situações abaixo: [...]
d) gozando Licença para Tratar de Interesse Particular - LTIP;
- Serviço Arregimentado
Outra implicação da LTIP é a dedução no Tempo de Serviço Arregimentado, como se vê no §10 do art. 6º da
Lei nº 15.797/2015, in verbis:
Art. 6º, §10. No tempo arregimentado do §9º, não se computará:
I a III ...
IV - o período de Licença para Tratamento de Interesse Particular.

9 PROCURADORIA GERAL DO ESTADO – PARECER SOBRE LTIP

Parecer nº 1.305/2016 no processo nº 6938642/2015.


Ementa: Consulta. Promoção excepcional. Militar. Lei nº 15.797/2015, art. 30. Tempo na carreira. Período
de licença para tratar de interesse particular. Suspensão do vínculo funcional. Contagem do tempo respectivo
como tempo na carreira. Impossibilidade. Indeferimento. [...] Embora sem ensejar o rompimento do vínculo
funcional do agente, o qual permanece em atividade, inclusive sujeito à disciplina militar, a referida licença
gera, sim, repercussão na sua vida funcional, implicando na suspensão do vínculo militar, como decorrência
da vedação ao recebimento de subsídio e da contagem do tempo para reserva ou reforma. [...] Como tempo na
carreira, não se deve entender, ao contrário do que é defendido pelo ora interessado, o tempo em que o militar
esteve na ativa, mas, sim, o tempo em que esteve regularmente inserido na carreira, submetido à disciplina
funcional. [...] Além do mais, considerando que, durante a licença referida, há uma suspensão do vínculo
funcional do militar, não parece correto entender como tempo de carreira o período de seu gozo, por isso não
se mostrando devido o acolhimento do pedido desta consulta. [...] Fortaleza, 02 de fevereiro de 2016. Rafael
Machado Moraes. Procurador-Chefe da Consultoria Geral. De acordo. Juvêncio Vasconcelos Viana. Procura-
dor Geral do Estado.
Parecer nº 525/2009 no Processo nº 08279474-0.
Ementa: Militar. Licença para trato de interesse particular. Aplicação do art. 62, §4º, da Lei nº 13.729/2006.
[...] 6. Como se vê, a prerrogativa do gozo da licença existe e está condicionada a certos parâmetros de admis-
sibilidade, estes, dizendo respeito ao tempo máximo de sua duração, tanto quanto ao tempo de recrutamento
policial, em si, do interessado. Dir-se-ia que no alcance. A licença garante para o militar a preservação de seu
status funcional, querendo-se entender seja apenas interruptiva dos efeitos todos que tanto pudessem gerar.
[...] 8. Entrementes, será preciso acrescer que a concessão da licença é medida que certamente passa pelo crivo
discricionário da Administração, aí atribuída ao Comando Geral a ampla possibilidade de considerá-la inopor-
tuna, frustrando o gozo de uma faculdade funcional atribuída. Afinal de contas, na órbita administrativa o que
vale é o interesse público que precisa estar razoavelmente demonstrado. É o parecer. Fortaleza, 06 de fevereiro

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de 2009. Assina: Maria José Fontenelle Barreira Araújo. Procuradora do Estado. Despacho: 17.02.2009. De
pleno acordo com o parecer [...] Maria do Socorro Demetrio Ximenes. Procuradora Chefe da Consultoria Ge-
ral. De acordo. 20.02.09. Fernando Antonio Costa de Oliveira. Procurador-Geral do Estado.

10 LICENÇA PARA TRATAR DA SAÚDE DE DEPENDENTE

Essa licença é um direito do militar acompanhar dependentes enfermos, desde que preencha três requisitos de
admissibilidade:
a) ser dependente
b) indispensabilidade
c) compatibilidade
Os dependentes, para efeito de LTSD: pais; filhos; cônjuge do qual não esteja separado; e de companheiro(a).
Além dos requisitos já citados anteriormente, é necessário a prova inequívoca de que o militar não possa pres-
tar assistência ao enfermo e exercer sua função simultaneamente, ou seja, o dependente precisa de cuidados o
dia todo e o militar trabalha na administração, também o dia todo.
A LTSD pode perdurar pelo prazo máximo de dois anos, contudo alerta-se: só é remunerada durante os seis
primeiros meses, a partir daí sua remuneração é suspensa.
Prejuízos da LTSD
Nos primeios seis meses, não há nenhuma perda para o militar, contudo após esse período de graça advém as
seguintes as consequências negativas:
- prejuízo da remuneração
- prejuízo da contagem do tempo de serviço e/ou contribuição
- prejuízo da antiguidade no posto ou na graduação.
Observem que o militar não tem a opção de contribuir com o SUPSEC como ocorre com a licença para tratar
de interesse particular, pois a norma do art. 63 deste EMECE é restritiva, salvante entenda-se que, uma vez
que o legislador equiparou as duas para efeito de restrições, também, se estendem os benefícios, ente eles, o
pagamento do SUPSEC.
Procedimentos a serem adotados para concessão da LTSD
Os procedimentos a serem adotados para concessão da licença para tratar de saúde de dependente estão descri-
tos no Decreto nº 30.550, de 24.05.2011, abaixo transcrito:
Seção II - Da licença por motivo de doença em pessoa da família
Art.31. Para fins de concessão, a licença para acompanhar familiares de militar/servidor civil em tratamento de
saúde, deverá ser agendada previamente.
Art.32. O servidor civil ou militar poderá solicitar licença, por motivo de doença em pessoa da família, nos
termos da legislação vigente.
Parágrafo único. Somente um membro da família poderá solicitar a licença com base no caput.
Art.33. A pessoa da família, a quem se atribui a doença, será submetida a perícia médica.
Art.34. A junta para proferir o parecer final sobre o pedido de licença, deverá levar em consideração, além dos
aspectos médicos, os de natureza social, devendo por tanto ter o parecer da assistente social.
Art.35. O servidor civil ou militar licenciado fica obrigado a reassumir o exercício quando não subsistir a
doença na pessoa da família ou quando da perícia médica ficar comprovada a cessação dos motivos que deter-
minaram a licença.

11 LICENÇA PARA TRATAR DA SAÚDE PRÓPRIA

A licença para tratamento da saúde do próprio militar, tem sua regulamentação no Decreto nº 30.550, de
24.05.2011, como se mostra abaixo:
Licença Médica Para Tratamento De Saúde
Art.20. As consultas dos servidores para a Perícia Médica deverão ser agendadas, previamente.

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Art.21. O atendimento da Coordenação da Perícia Médica será de segunda à sexta-feira, nos horários de
7h30min às 11h30min e de 13h às 17h.
Art.22. Para a concessão da licença médica se faz necessário à apresentação dos seguintes documentos:
I. cédula de identidade;
II. CPF;
III. ofício de encaminhamento expedido pelo órgão/entidade/corporação/lotação;
IV. relatório emitido pelo médico assistente informando o início e o diagnóstico da doença;
V. exames.
§1º É competência exclusiva da junta médica, determinar o tempo necessário de licença, com base no diagnós-
tico emitido pelo médico assistente, os exames apresentados e levando em consideração as atividades desen-
volvidas pelo servidor civil ou militar.
§2º O servidor civil ou militar terá o prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas após ter recebido o relatório
do seu médico assistente para realizar seu agendamento junto à Perícia Médica e informar ao órgão de origem/
corporação/lotação.
§3º A Perícia Médica poderá requisitar exames complementares e pareceres especializados para subsidiar os
laudos periciais.
§4º Os exames eventualmente necessários para realização da perícia médica serão de responsabilidade do
interessado.
Art.23. Quando o servidor civil estiver impossibilitado de comparecer à Perícia Médica, deverá fazer a solici-
tação à Coordenadoria de Perícia Médica de perícia domiciliar.
Parágrafo único. A solicitação será avaliada pela Coordenadoria de Perícia Médica que enviará médico perito
in loco, quando constatada a procedência do pleito.
Art.24. A licença Médica para afastamento do servidor civil ou militar não poderá ser concedida por período
superior a sessenta (60) dias.
§1º Havendo necessidade de prorrogação, a mesma não poderá exceder a 60 dias e deverá ser avaliada e ho-
mologada por junta médica.
§2º Nova licença concedida num interstício inferior a sessenta (60) dias, será considerada como prorrogação
se a patologia for a mesma.
Art.25. Fica a Secretaria do Planejamento e Gestão responsável em celebrar convênios junto a órgãos públicos
para elaborar pareceres necessários às decisões periciais.
Art.26. As perícias médicas não homologadas pela junta médica, nos termos deste regulamento, serão encami-
nhadas para o seu órgão/entidade/corporação, no prazo máximo de 24 horas, para fins de conhecimento e se
for o caso, descontar como falta não justificada no serviço.
Art.27. O militar ou servidor civil que, em licença de tratamento de saúde seja flagrado realizando atividades
ou outros trabalhos não condizentes com o seu estado de saúde, terá sua licença de tratamento de saúde sus-
pensa e responderá processo administrativo.
Art.28. O militar ou servidor civil com período de licença ininterrupta de 12 (doze) meses, ao solicitar nova
licença, deverá antes ser avaliado pela equipe de assistente social.
Art.29. O inspecionado que se negar realizar tratamento médico específico como meio indicado de cura ou para
prevenir ou remover incapacidade física, deverá declarar tal fato por escrito cabendo à junta médica emitir do-
cumento informando o tratamento e notificando ao órgão/entidade/corporação a recusa do inspecionado para
que este tome as providências cabíveis.
Art.30. É facultado ao servidor civil ou militar desistir do gozo de licença para tratamento de saúde ou rea-
daptação desde que encaminhado pelo profissional responsável pelo seu tratamento, portando documentos
afirmando sua aptidão e após ser submetido a nova perícia comprove-se tal fato.

12 MILITAR DE LICENÇA PARA TRATAR DE SAÚDE PRÓPRIA E APRESENTAÇÃO À JUSTIÇA – PARECER DA ASJUR

Acerca do assunto a Assessoria Jurídica da PMCE emitiu o Parecer nº 154/2010, publicado no BCG nº 076,
DE 27.04.2010, nos seguintes termos:

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Parecer nº 0154/2010 – GC/AJ
Coordenador Jurídico: João Guilherme Janja Ximenes – OAB/CE 5.431
Assessor Técnico: Luiz Eduardo de Paula Ponte – Cap PM
Interessado: Comando Geral da PMCE
Protocolo: 0634/2010
Trata os presentes fólios de uma consulta realizada diretamente pelo Sr. Comandante Geral da PMCE, acerca
da obrigatoriedade, ou não, do comparecimento de policiais militares em gozo de Licença para Tratamento de
Saúde-LTS, a audiências no Poder Judiciário, quando por este requisitado. Em suma, o consulente traz como
objeto o fato de ausências contumazes de milicianos, na constância de LTS, as convocações originadas da jus-
tiça alencarina, o que vem ocasionando sucessivos transtornos à Administração Militar.
A Licença para Tratamento de Saúde é direito previsto na Lei n°13.729/2006 (Estatuto PM/BM), em seu artigo
62, §1°, V, litteris, a ser exercido em caráter transitório, ou seja, enquanto perdurar os motivos que o ensejaram,
qual seja a convalescença física e/ou mental.
Art.62. Licença é a autorização para o afastamento total do serviço, em caráter temporário, concedida ao mili-
tar estadual, obedecidas as disposições legais e regulamentares.
§1º. A licença pode ser:
…............................................................................................................................
V - para tratar da saúde própria;
As requisições do Poder Judiciário para comparecimento, revestem-se de munus público, dela ninguém po-
dendo se abster, inclusive, no caso dos militares do Estado do Ceará a ausência injustificada é tipificada como
infração disciplinar de gravidade média, consoante artigo 13, §2°, LV, do Código Disciplinar PM/BM (Lei n°
13.407/2003), in verbis:
Art.13. As transgressões disciplinares são classificadas, de acordo com sua gravidade, em graves (G), médias
(M) e leves (L), conforme disposto neste artigo.
…............................................................................................................................
§2º. São transgressões disciplinares médias:
…............................................................................................................................
LIV - faltar a ato judiciário, administrativo ou similar, salvo motivo relevante a ser comunicado por escrito à
autoridade a que estiver subordinado, e assim considerado por esta, na primeira oportunidade, antes ou depois
do ato, do qual tenha sido previamente cientificado (M);
Nesta seara, a requisição de militares pelo Poder Judiciário sempre será realizada diretamente ao seu coman-
dante, nunca de forma pessoal como ocorre com os convocados civis, como reza os dispositivos das legislações
processuais pátria, artigos 349, caput, Código de Processo Penal Militar, 211, §2º, Código de Processo Penal e
412, §2º Código de Processo Civil, transcritos:
Art. 349. O comparecimento de militar, assemelhado, ou funcionário público será requisitado ao respectivo
chefe, pela autoridade que ordenar a notificação.
Art. 221. Omissis
................................................................................................................................
§ 2º. Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior.
Art. 412. Omissis
................................................................................................................................
§ 2º Quando figurar no rol de testemunhas funcionário público ou militar, o juiz o requisitará ao chefe da re-
partição ou ao comando do corpo em que servir.
Depreende-se das leis adjetivas que a ausência dos servidores castrenses as convocações judiciais deverá ocor-
rer por motivo justificado, sob pena de condução coercitiva e processo pelo crime de desobediência, isto tanto
na Justiça Militar como na Justiça Penal Comum, consoante, respectivamente, os artigos 347, §2°, CPPM e
218 e 219, CPP, litteris:
Art. 347. Omissis
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§ 2º A testemunha que, notificada regularmente, deixar de comparecer sem justo motivo, será conduzida por
Oficial de justiça e multada pela autoridade notificante na quantia de um vigésimo a um décimo do salário
mínimo vigente no lugar. Havendo recusa ou resistência à condução, o juiz poderá impor-lhe prisão até quinze
dias, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência.
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá
requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar que seja conduzida por Oficial de justiça, que
poderá solicitar o auxílio da força pública.
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do processo
penal por crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da diligência.
O CPC, apesar de não conter preceito assemelhado para a ocorrência de falta injustificada, aplica-se, em in-
terpretação a contrariu sensu do seu artigo 336, §único, in verbis, a mesma previsão dos estatutos processuais
criminais indicados.
Art. 336. Omissis
Parágrafo único. Quando a parte, ou a testemunha, por enfermidade, ou por outro motivo relevante, estiver
impossibilitada de comparecer à audiência, mas não de prestar depoimento, o juiz designará, conforme as cir-
cunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la.
Após a passagem pelas determinações legais acerca do tema, passemos a apreciação acerca da questão posta
pelo Sr. Comandante Geral da PMCE, qual seja, a obrigatoriedade, ou não, do comparecimento de milicianos
quando no afastamento funcional por Licença para Tratamento de Saúde.
A matéria parece ser mais de ordem prática, uma vez que, como dito, todos têm o dever de auxiliar a justiça,
independentemente de fatos atrelados ao seu mister pessoal. Calha, então, primordialmente, averiguar o moti-
vo individual de todos os PM na condição de LTS, quando chamados pelo Poder Judiciário. Cumpre lembrar
que no ato de concessão da precitada licença, os motivos ensejadores do afastamento são apostos em laudo
médico e, através desse documento, é que a autoridade competente irá aferir o seu juízo acerca da possibilidade
de comparecimento à requisição do Poder Judiciário.
Como exemplos do que foi acima narrado, observemos dois casos distintos de militares estaduais em fruição
de Licença para Tratamento de Saúde: um que se encontra acamado, sem condições físicas ou mentais para
locomoção, e outro exclusivamente com um braço engessado.
No primeiro exemplo, o PM, de pronto, estaria abraçado pelas normas permissivas de não comparecimento
aos atos judiciais, por visivelmente encontrar-se presente o motivo justificado previsto nas leis processuais e,
portanto, possivelmente não seria cabível nenhuma penalização civil, administrativa ou criminal. Do outro
lado, no segundo exemplo, em tese, nada impediria o miliciano de comparecer à convocação do Poder Judi-
ciário, não se encontrando, assim, acobertado pelo manto legal do motivo justificado. Desta forma, o faltoso
estaria sob sujeição de aplicação das medidas judiciais previstas (condução coercitiva, processo por crime de
desobediência, p.ex.), bem como a procedimento disciplinar na corporação de origem.
Isto posto, após o relato acima culminamos nas seguintes sugestões:
1. O comparecimento de militares estaduais aos atos do Poder Judiciário, quando convocados a esses, constitui
munus público e, em regra, são obrigatórios;
2. Em hipóteses excepcionais, aferidas no caso concreto, será justificada a ausência do policial militar às re-
quisições da Justiça, mesmo estando de afastamento funcional em LTS, a ser averiguada, preferencialmente,
pelo comandante imediato do PM, após sua prévia comunicação acerca dos motivos que impossibilitarão o seu
comparecimento;
3. Caso o precitado comandante imediato, depois da referida comunicação e de posse da documentação da
LTS do seu subordinado, avalie que o miliciano realmente não possa atender a requisição do Poder Judiciário,
remeterá comunicação à autoridade competente, relatando os fatos para a consecução das medidas cabíveis;
4. Em sendo negativa a avaliação do comandante imediato, na forma do item anterior, determinará ao PM o seu
comparecimento à requisição judicial, explicitando, se for o caso, as penalidades nas quais se encontra sujeito,
caso não compareça;
5. De qualquer maneira, os motivos porventura justificados para o não comparecimento do miliciano convo-
cado ao Poder Judiciário, atestado, como dito, pelo seu comandante imediato, deverá, antecipadamente, ser
oficiado ao juiz competente, para que esse adote as medidas necessárias quanto à audiência marcada.
À consideração do Sr. Comandante Geral.

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Fortaleza-CE, 02 de março 2010. Assina: João Guilerme Janja Ximenes. OAB/CE 5.431. Coordenador Jurí-
dico da PMCE. DESPACHO: Em 16/04/2010. Aprovo. Ao Gabinete do Comando para as providências decor-
rentes. Assina William Alves Rocha. Cel PM – Cmt-Geral.

13 LTS E SUSPENSÃO DO PORTE DE ARMA DE FOGO DE PM – PROBLEMAS PSICOLÓGICOS

Portaria n° 186/2017 - GC
Dispõe acerca da suspensão do porte de arma de fogo dos Policiais Militares e dá outras providências. O
CORONEL COMANDANTE-GERAL DA PMCE, no uso das atribuições conferidas pelos incisos I e X do
art. 12 da Lei nº 15.217/2012 (Lei de Organização Básica da PMCE); Considerando que a sanidade mental
é requisito essencial para o pleno e efetivo desenvolvimento da atividade do Policial Militar; Considerando
que a manutenção da ordem pública, missão constitucional da Polícia Militar, exige dos seus integrantes o
máximo equilíbrio emocional e psíquico, em razão de ser de fundamental importância para o gerenciamento
das diversas situações que se lhe sejam apresentadas no transcorrer da execução de suas atividades laborais;
Considerando que o Policial Militar utiliza como instrumento para exercício das suas funções, arma de fogo,
razão pela qual um perfeito equilíbrio psicológico é condição preponderante para o porte da referida arma,
inclusive, também para sua aquisição; Considerando ainda o que dispõe a Lei n° 10.826, de 22 de dezembro de
2003 - Estatuto do Desarmamento, bem como, o art. 33, §1º, e o art. 33-A, do Decreto Federal n° 5.123/2004,
no qual a perfeita aptidão psíquica é indispensável para o porte da arma de fogo, bem como para a manutenção
de sua posse, RESOLVE:
Art. 1°. Proibir o porte de arma de fogo, em serviço ou não, ao policial militar estadual que não dispuser ple-
namente de sua capacidade mental.
Art. 2º. Delegar ao Comandante-Geral Adjunto da PMCE a competência para suspender e restabelecer a auto-
rização para o porte de arma de fogo, nos termos desta Portaria.
Da Suspensão por Indicação Médica
Art. 3º. O Policial Militar sob prescrição médica de proibição ou recomendação restritiva quanto ao uso de
arma de fogo, assim reconhecidos pela Coordenadoria de Perícia Médica COPEM/SEPLAG, terá a autorização
do porte arma de fogo suspenso, até o restabelecimento de sua plena saúde mental.
Parágrafo único - Após publicação do ato do Comandante-Geral Adjunto dispondo sobre a suspensão de que
trata o caput, o Comandante imediato do militar deverá providenciar o recolhimento da Carteira de Identidade
Funcional, do Certificado de Registro de Arma de Fogo - CRAF, e da respectiva arma de fogo, de tudo passado
termo e recibo.
Das Medidas Decorrentes da Suspensão
Art. 4º. Após a publicação do ato de suspensão do porte de arma de fogo, de imediato, o Comandante do militar
diligenciará no sentido de:
I - Recolher a Carteira de Identidade Funcional e encaminhá-la, mediante oficio, à Coordenadoria de Gestão
de Pessoas da PMCE - CGP, para que seja providenciada a substituição do referido documento por outro pro-
visório, conforme o art. 5º desta Portaria;
II - Recolher a arma de fogo e o respectivo CRAF, dando recibo de tudo ao militar, e informar as providências
adotadas à Célula de Material Bélico da Coordenadoria de Apoio Logístico e Patrimônio – CALP, para fins de
registro, de controle, e adoção de demais medidas pertinentes;
III - Informar ao Comandante-Geral Adjunto da PMCE sobre as medidas adotadas, para fins de controle e
adoção de medidas de sua alçada, se for o caso.
Art. 5º. A Carteira de Identidade Funcional, com autorização para o porte de arma recolhida, deverá ser substi-
tuída por outra Carteira de Identidade Funcional, provisória, na qual conste expressamente a restrição ao porte
de arma de fogo de que dispõe esta Portaria.
Parágrafo único – Deverá constar nos documentos de Identidade a expressão “NÃO AUTORIZADO A POR-
TAR ARMA DE FOGO”.
Art. 6º. Independentemente das medidas a cargo do Comandante imediato, o policial militar que tiver o porte
de arma de fogo devidamente suspenso deverá comparecer na sua OPM no prazo máximo de 24 (vinte e quatro)
horas, a contar da publicação do ato em BCG, para realizar a entrega da arma de fogo de que seja possuidor,
com o respectivo CRAF, bem como de sua Carteira de Identificação Funcional, sob pena de responsabilização
disciplinar, penal e/ou penal militar.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Parágrafo único - A arma de fogo e o CRAF ficarão retidos na OPM em que o militar estiver vinculado, en-
quanto perdurarem os motivos que ensejaram a suspensão do porte de arma.
Do restabelecimento do porte de arma
Art. 7º. Cessados os motivos que deram causa à suspensão do porte de arma, caso o policial militar tenha sido
julgado sem qualquer restrição quanto ao uso de arma de fogo, mediante a realização de perícia Oficial da
COPEM/SEPLAG, será restabelecida a autorização para o porte de arma, mediante ato do Comandante-Geral
Adjunto.
Parágrafo único – Publicada em BCG, a decisão que restabelecer o porte de arma de fogo:
a) a CGP deverá providenciar o recolhimento da Identificação Funcional, com restrição ao porte de arma, e a
restituição da Carteira de Identidade Funcional do policial militar, com autorização para o porte de arma de
fogo;
b) o Comandante da OPM que detiver o CRAF e a respectiva arma de fogo deverá providenciar sua restituição,
de tudo passando recibo, e a devida informação acerca das providências adotadas à CALP e ao Comandante-
-Geral Adjunto da PMCE, para fins de registro e controle.
Do Controle do Porte de Arma de Fogo
Art. 8º. A Coordenadoria de Apoio Logístico – CALP, por meio da Célula de Material Bélico (CMB), deverá
ter o controle do porte de arma dos policiais militares nos termos especificados nesta Portaria e demais regula-
mentações desta PMCE e do Exército Brasileiro, bem como da legislação vigente.
Parágrafo único - A Célula de Material Bélico – CMB/CALP deverá mensalmente atualizar a relação dos
policiais militares acometidos das moléstias de que trata esta Portaria, informando ao Gabinete do Comando
Geral Adjunto.
Das Disposições Finais
Art. 9º. O militar em readaptação funcional, com restrição ao porte de arma de fogo de que trata esta Portaria,
não deverá ser escalado em serviço que reclame utilização de armamento.
Art. 10. A Coordenadoria de Saúde e Assistência Social – CSAS realizará o acompanhamento e o controle,
junto à Coordenadoria de Perícia Médica - COPEM/SEPLAG, das concessões de licenças para tratamento de
saúde aos policiais militares, porventura portadores das enfermidades de que trata esta Portaria.
Parágrafo Único – Por ocasião do acompanhamento mensal dos policiais militares de que trata a Nota nº
783/2011-GAB.ADJ., publicada no BCG nº 080, de 28.04.2011, deverá ser procedida também a verificação
e adequação das medidas adotadas nesta Portaria, no tocante aos documentos de Identificação Funcional e
CRAF, bem como das respectivas armas de fogo que sejam possuidores.
Art. 11. O Comandante-Geral Adjunto deverá adotar as medidas necessárias para responsabilização penal,
penal militar e disciplinar no caso de descumprimento desta Portaria.
Art. 12. Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.
Quartel do Comando Geral, em Fortaleza-Ce, 11 de setembro de 2017.

14 ACOMPANHAMENTO DE MILITARES DE LTS

BCG 065, 08.04.08 - O CEL PM, COMANDANTE-GERAL ADJUNTO no uso de suas atribuições legais e
tendo em vista a preocupação com o bem-estar da tropa e sua motivação pessoal e profissional DETERMINA
aos senhores gestores que remetam ao Diretor de Saúde e Assistência Social, até o dia 30.04.2007, um Relató-
rio de acompanhamento de situação dos Policiais Militares que se encontram de LTS (Licença para Tratamento
de Saúde Própria), observando, entre outros aspectos: a) Tempo de afastamento; b) Se tem conhecimento que o
PM usa ou não bebidas alcoólicas; c) Se tem conhecimento que o PM exerce atividade paralela; d) Como está
sendo realizado o tratamento médico; O Diretor da DSAS providenciará para que esse Relatório seja anexado
ao Prontuário do militar enfermo. DETERMINA ainda que esse Relatório deve ser confeccionado e remetido
à DSAS 30 (trinta) dias após qualquer militar ingressar na situação de afastamento do serviço por motivo de
LTS. (Sol. ao Ofício n.º 115/2008-DSAS). Obs: ver BCG 066, 09.04.08.
BCG 022, 03.02.09 - Nota n.º 207/2009-GAB.ADJ O Cel PM, Cmt-G Adj no uso de suas atribuições legais
e considerando a necessidade dos Comandantes de OPM prestarem apoio aos militares que se encontram de
Licença para Tratamento de Saúde, determina que sejam providenciadas visitas semanais a esses milicianos
que se encontram com a saúde debilitada. Ao final das visitas, o Cmt da OPM deverá elaborar Relatório acerca
do que foi observado. Essa medida integra as ações de valorização da tropa.
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
36
BCG 178, 23.09.2013 - Nota nº 1458/2013-GAB.ADJ O Coronel PM, Comandante Geral Adjunto, no uso
de suas atribuições legais, e: CONSIDERANDO que a função de Comando, seja em que nível for, impõe ao
comandante o dever ético e a responsabilidade funcional de acompanhar e prestar o devido e necessário apoio
aos seus comandados, mormente aos que se encontrem acometidos de enfermidades, em face das quais estejam
temporariamente afastados de suas atividades profissionais; CONSIDERANDO que ao militar enfermo e, por
conseguinte, em gozo de LTSP, deve ser dispensado, por seu comandante imediato, um tratamento condigno
e respeitoso, haja vista que, em casos tais, o enfermo, comumente, se encontra em situação física e/ou psico-
lógica fragilizada, em decorrência da moléstia da qual se encontra acometido; CONSIDERANDO que, nessas
situações, não raro, um acompanhamento mais amiúde e presente junto ao licenciado não só favorece a sua
recuperação e melhora sua autoestima, haja vista a percepção de que seu superior se preocupa com seu estado
de saúde, como também oportuniza ao comandante do PM afastado um controle disciplinar e administrativo
mais efetivo e proativo quanto à situação do comandado, o que, positivamente, favorece, inclusive, quanto ne-
cessário for, a tomada antecipada de decisões, caso a caso; CONSIDERANDO que, quando do ato de acompa-
nhamento a esses militares, faz-se conveniente, oportuno e necessário o registro administrativo, em expediente
circunstanciado, do que foi, in loco, observado acerca da situação em que se encontre o licenciado, tendo em
vista o(s) motivo(s) médico-legais que lhe ensejaram a LTSP, assim como em observação ao que determina a
Portaria nº 060/2011-GC (publicada no BCG nº 037, 22 de fevereiro de 2011); CONSIDERANDO, finalmente,
que, segundo os ditames princípio lógicos e constitucionais que norteiam a hodierna Administração Pública, é
dever e responsabilidade de todo dirigente público a valorização e a garantia, em qualquer situação, do respeito
à dignidade, pessoal e profissional, de seu capital humano, recurso que, por excelência, também no caso da
Instituição Policial Militar, afigura-se indispensável à consecução dos fins sociais a que se destina a Corpora-
ção, DETERMINA aos Srs. Diretores, Chefes e Comandantes de OPMs da Capital, Região Metropolitana de
Fortaleza e Interior do Estado que, providenciem visitas mensais aos milicianos que se encontrem no gozo de
LTSP, e, por conseguinte, com a saúde debilitada, podendo tais contatos serem feitos diretamente pelos aludi-
dos gestores, ou por outro militar por eles designados para tal fim. Em qualquer caso, tais visitas devem ser re-
gistradas por meio de RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO, no qual devem constar: dados pessoais do militar,
descrição da situação de saúde do PM e histórico das concessões de LTSP, tudo conforme modelo que a esta
segue anexo. Referidos relatórios deverão ser enviados, mensalmente, à Diretoria de Saúde e Assitência Social
da Corporação, na forma impressa, em mídia, e via endereço eletrônico: dsas@pm.ce.gov.br. Quanto à posse
de armas de fogo da Corporação por tais policias, cuja causa da LTSP relacione-se com as doenças referidas na
Portaria nº 060/2011 – GC ( já citada), sejam observadas e prontamente adotadas as medidas administrativas
constantes da referida exordial. QCG em Fortaleza-CE, 20 de setembro de 2013. QCG em Fortaleza-CE, 20
de setembro de 2013.

MODELO DO RELATÓRIO

POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ


DIRETORIA DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL DA PMCE
UNIDADE/SUBUNIDADE: ____________________
RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO DE VISITA POLICIAL MILITAR
DATA: ____/___/_____
1. DADOS PESSOAIS
POSTO/GRAD/Nº/NOME:_________________________________DATA DE INCLU-
SÃO:______________________
MATRÍCULA:___________________ CPF:__________________ DT NAC.:________________________
_________
CNH:__________________________ ESTADO CIVIL: _____________________
NATURALIDADE:________________ ENDEREÇO:_____________________ PONTO DE REFERÊNCIA
_________
BAIRRO:_______________________
2. DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DO PM
____________________________________________________________________________
2.1 ( ) EM FOLGA ( ) OBJETO DE SERVIÇO
2.2. DATA DO FATOR MOTIVADO:_____/_____/____
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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2.3. PERÍODO DO AFASTAMENTO ATUAL:_______________DIAS
INÍCIO:____________TÉRMINO:___________________
3. HISTÓRICO FUNCIONAL DE SAÚDE DATA DA 1ª LICENÇA:_______/________
Nº TOTAL DE LICENÇAS:__________________________
OFICIAL RESPONSÁVEL PELA VISITA

15 A REGULAMENTAÇÃO DAS LICENÇAS

O legislador deixou a cargo do Cel Comandante-Geral regulamentar a LTIP, LTSD e a LTS como o EMECE
é de uso compartilhado por PMCE e Corpo de Bombeiros, logo essa portaria regulamentadora deve ser feita a
duas mãos. O fato é que o assunto foi tratado por meio do Decreto nº 30.550, de 24.05.2011 que trata das licen-
ças para tratamento de saúde, licença por motivo de doença em pessoa da família e da readaptação de função,
portanto suprindo a Portaria do Comando Geral, mas não a dispensando.
***

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB. 98 O direito à licença para tratar de interesse particular e a licença


por motivo de doença é garantido aos militares estaduais; entretanto, em ambos os casos, o tempo de licença
implica prejuízo da remuneração, da contagem do tempo de serviço e(ou) de contribuição e da antiguidade no
posto ou na graduação.
*** *** ***

LTIP E BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO

Art.63. O tempo da licença de que trata o §4º do artigo anterior, será computado para obten-
ção de qualquer benefício previdenciário, inclusive aposentadoria desde que haja recolhimento
mensal da alíquota de 33% (trinta e três por cento) incidente sobre o valor da última remune-
ração para fins de contribuição previdenciária, que será destinada ao Sistema Único de Previ-
dência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de
Poder do Estado doCeará – SUPSEC.

COMENTÁRIO

A solicitação da LTIP é feita por meio de requerimento o qual, após protocolado, inicia-se o processo contendo
os seguintes documentos obrigatórios:
1) Requerimento do interessado;
2) Quadro de tempo de contribuição;
3) Declaração de opção de recolhimento ou do não recolhimento da alíquota de 33% de seu último vencimento
ao SUPSEC;
4) Ato governamental concessor;
5) Folha de Informação e Despacho.

INTERRUPÇÃO DE LICENÇAS

Art.64. As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas seguintes condições:


I - em caso de mobilização, estado de guerra, estado de defesa ou estado de sítio;
II - em caso de decretação de estado ou situação de emergência ou calamidade pública;
III - para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;
IV - para cumprimento de punição disciplinar, conforme determinado pelo Comandante-Geral;
V - em caso de prisão em flagrante ou de decretação de prisão por autoridade judiciária, a juízo
desta;
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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VI - em caso de indiciação em inquérito policial militar, recebimento de denúncia ou pronúncia
criminal, a juízo da autoridade competente.

LTSD - INTERRUPÇÃO EM RAZÃO DE CUMPRIMENTO DE PUNIÇÃO

Parágrafo único. A interrupção de licença para tratamento de saúde de dependente, para cum-
primento de punição disciplinar que importe em restrição da liberdade individual, será regula-
da em lei específica.

COMENTÁRIO

1 FORMAS DE INTERRUPÇÃO

O artigo 64 deste Estatuto trata das situações em que as licenças podem ser interrompidas, a saber:
a) a pedido
b) ex officio
Tanto na interrupção a pedido quanto na interrupção ex offico é necessário que haja publicação em boletim
interno para fins de registro nos assentamentos do militar.
No caso da LTIP, a interrupção é feita por ato governamental. Via de regra, um processo dessa natureza pode
levar meses para assinatura do ato, nada obsta que o Coronel Comandante-Geral elabore ato provisório de in-
terrupção da licença, fazendo o militar retornar ao serviço, enquanto tramita o ato governamental. Nesse caso,
a data da interrupção consta expressamente no ato.

2 MOBILIZAÇÃO, ESTADO DE GUERRA, ESTADO DE DEFESA OU ESTADO DE SÍTIO

- A mobilização, apesar de constar no art. 22 da CF/88, teve normatização na Lei Federal nº 11.631, de 27 de de-
zembro de 2007, dispõe sobre a Mobilização Nacional e cria o Sistema Nacional de Mobilização – SINAMOB,
e foi regulamentada pelo Decreto nº 6.592, de 2 de outubro de 2008.
CF/88 - Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXI - normas gerais de organização, efetivos,
material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;
O Estado de Defesa e o Estado de Sítio têm previsão nos arts. 136 a 141 da CF/88 e dizem respeito às situações
que impõem restrição aos direitos fundamentais em nome da preservação do próprio Estado. O estado de sí-
tio é decretado quando o estado de defesa não resolveu o problema, em caso de comoção grave de repercussão
nacional, ou em casos de guerra. Vejamos o texto da Carta Magna sobre o assunto:
- O estado de defesa – CF/88 - Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República
e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em
locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
- Estado de sítio – CF/88 Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos
casos de:
 I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua
prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria
absoluta.
- Decretação de estado ou situação de emergência ou calamidade pública
Na Situação de Emergência o poder público reconhece, por decreto, a existência de situação anormal, provo-
cada por desastres que causam danos suportáveis. Na calamidade pública, essa situação causa sérios danos,
inclusive pondo em risco a incolumidade ou a vida da comunidade afetada. Melhores esclarecimentos podem
ser vistos no Manual para a decretação de situação de emergência ou de estado de calamidade pública, editado
em 2007, pelo Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Civil.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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3 CUMPRIMENTO DE PUNIÇÃO DISCIPLINAR, CONFORME DETERMINADO PELO COMANDANTE-GERAL

Entendemos que esse inciso se encontra revogado, pois, a partir de 2011, a competência para interromper
afastamento regulamentar para cumprimento de sanção disciplinar passou a ser do Controlador Geral de Disci-
plina ou do Governador do Estado. Doutra sorte, e para evitar esse corte na lei, podemos entender que o artigo
permanecerá vigente, contudo excluindo-se o cel cmt-geral e incluindo-se as autoridades previstas no art. 51
do CDPM/BM, in verbis:
CDPM/BM - Art. 51. Parágrafo único - A interrupção de afastamento regulamentar, para cumprimento de
sanção disciplinar, somente ocorrerá quando determinada pelo Governador do Estado ou pelo Controlador
Geral dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário. (NR). (Redação dada pelo art. 7º da Lei nº
14.933/2011)

4 PRISÃO EM FLAGRANTE OU DE DECRETAÇÃO DE PRISÃO POR AUTORIDADE JUDICIÁRIA

No Estado Democrático de Direito Brasileiro a regra é a liberdade. A prisão, a privação da liberdade é a exce-
ção. Isto é cabalmente dito no art. 5º, LXI, CF/88, in verbis:
Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei (Art. 5º,
LXI, CF/88).
Assim, a prisão em flagrante configura-se numa restrição à liberdade da pessoa humana, em decorrência de um
crime por ele praticado e do qual foi encontrado em flagrante. Tem natureza cautelar. Sua fundamentação legal
é o Código de Processo Penal e o Código de Processo Penal Militar
Em síntese, a prisão em flagrante consiste na restrição da liberdade de alguém, independente de ordem judicial,
em razão da pessoa está cometendo crime, acaba de cometê-lo ou é perseguido após o fato delituoso, ou é en-
contrado logo após com objetos ou instrumentos que presumam ser ela participante do fato delitivo.

5 INDICIAÇÃO EM INQUÉRITO POLICIAL MILITAR, RECEBIMENTO DE DENÚNCIA OU PRONÚNCIA CRIMINAL

Nesse sentido, devemos entender que a Polícia Judiciária Militar (PJM) é o órgão encarregado de apurar as
infrações penais militares, ou seja, os crimes militares previstos no Código Penal Militar (Decreto-Lei Federal
nº 1.001, de 21 de outubro de 1969).
O caráter do Inquérito Policial Militar é de instrução provisória e sua finalidade está descrita no art. 9º do CPM,
in verbis:
Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime mili-
tar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos
necessários à propositura da ação penal.
É nesse contexto que temos a figura do indiciado em sede de IPM, ou seja, do ato do encarregado do Inquérito
imputando ao militar a prática do ilícito penal. Em outras palavras, o indiciamento é realizado quando se tem
fortes indícios de autoria e materialidade do fato delituoso.
Percebam que a repercussão do indiciamento em IPM para um militar estadual lhe traz sérios prejuízos no
âmbito administrativo, senão vejamos, alguns desses reflexos:
- Interrupção de licença (art. 64, VI)
- Impede ingresso na carreira militar (art. 10, III)
- Impede indicação para o Curso de Habilitação de Oficiais (Art. 24, II, a)

6 A INTERRUPÇÃO DE LTSD, PARA CUMPRIMENTO DE PUNIÇÃO DISCIPLINAR

A lei específica citada pelo legislador é o CDPM/BM com as modificações trazidas pela Lei nº 14.933/2011,
mais precisamente no art. 51, CDPM/BM, verbis:
CDPM/BM - Art. 51. Parágrafo único - A interrupção de afastamento regulamentar, para cumprimento de
sanção disciplinar, somente ocorrerá quando determinada pelo Governador do Estado ou pelo Controlador
Geral dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário. (NR). (Redação dada pelo art. 7º da Lei nº
14.933/2011)

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
40
Assim, conforme a lei citada, somente duas autoridades são competentes para interromper a licença para tra-
tamento de saúde de dependente:
a) Governador do Estado.
b) Controlador Geral dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário.
Notem que o Cel Comandante-Geral não é citado no rol de autoridades acima.

Quadro 19 - Sinóptico dos tipos de licenças nas Corporações Militares Estaduais

Tipo Beneficiário Período Artigo


120 (cento e vinte) dias, prorrogáveis por mais 60
Gestante Gestante Art. 62, I
(sessenta) dias,
Paternidade Pai 10 (dez) dias Art. 62, II
Para tratar de interesse Militar Art. 62, III
Por até 2 (dois) anos, contínuos ou não.
particular estadual c/c §4º
Prazo máximo de 2 (dois) anos, dos quais os 6 (seis)
Para tratar da saúde de Militar primeiros meses sem prejuízo de sua remuneração.
Art. 62, IV
dependente estadual Dependentes: pais; filhos; cônjuge do qual não esteja
separado; e de companheiro(a)
Superior a três dias Art. 62, V
Para tratar da saúde Militar
(até três dias é dispensa do serviço por prescrição c/c art. 219,
própria estadual
médica) §3º
a) por 120 (cento e vinte) dias se a criança tiver até 1
(um) ano de idade;
b) por 60 (sessenta) dias se a criança tiver entre 1
À adotante Adotante Art. 62, VI
(um) e 4 (quatro) anos de idade;
c) por 30 (trinta) dias se a criança tiver de 4 (quatro)
a 8 (oito) anos de idade.
“Licença aborto” ou Militar que
Duas semanas Art. 62, §10
“Licença remunerada” abortou
Fonte: O autor (2017)

DISPENSAS DO SERVIÇO - DEFINIÇÃO

Art.65. As dispensas do serviço são autorizações concedidas aos militares estaduais para afasta-
mento total do serviço, em caráter temporário.

COMENTÁRIO

O artigo trata tão somente de conceituar dispensa do serviço, que tem a mesma natureza que as licenças, ou
seja, afastamento do serviço em caráter temporário. Assim, o militar é afastado totalmente das escalas de ser-
viço interno ou externo, contudo por determinado período de tempo, conforme o tipo de dispensa, que será
tratado no próximo artigo.

TIPOS E FORMAS DE CONCESSÃO DE DISPENSAS DO SERVIÇO

Art.66. As dispensas do serviço podem ser concedidas aos militares estaduais:


I - para desconto em férias já publicadas e não gozadas no todo ou em parte;
II - em decorrência de prescrição médica.

REMUNERAÇÃO E TEMPO DE SERVIÇO DO PM SOB DISPENSA DO SERVIÇO

Parágrafo único. As dispensas do serviço serão concedidas com a remuneração integral e com-
putadas como tempo de efetivo serviço e/ou contribuição militar.
Comentário
No art. 66 o legislador trata das dispensas e de seus tipos, como se explica abaixo:

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
41
1 PARA DESCONTO EM FÉRIAS JÁ PUBLICADAS E NÃO GOZADAS NO TODO OU EM PARTE
Trata-se das férias já publicadas, mas que o militar ainda não exercitou plenamente seu benefício por razões
administrativas justificáveis (art. 59, §1º, I e II), ou porque ele mesmo solicitou o gozo em dois períodos iguais
(art.59, §3º).
Nas situações acima, restam períodos de férias a gozar (toda ou parte dela) e que podem ser usufruídos quer
como férias, quer como dispensa do serviço. A diferença entre uma e outra é o período de afastamento do ser-
viço, ou seja:
a) Férias parceladas – período de 15 dias
b) Dispensa do serviço – períodos inferiores a 15 dias ou superiores a 15 dias e inferiores a 30 dias, pois se
for de 15 dias ou 30 dias então temos férias e não mais a dispensa.

2 EM DECORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO MÉDICA.


A dispensa do serviço decorrente de prescrição médica é aquela que tem por fundamento o documento médico
indicando que o militar estadual deve se afastar do serviço por período nunca superior a três dias, pois se assim
o for, o militar passa a ter direito a licença para tratamento de saúde própria, e não mais a dispensa do serviço,
como previsto no §3º, art. 219, verbis: “Art. 219, §3º Todos os repousos médicos por período superior a 3 (três)
dias deverão ser avaliados criteriosamente pelas Junta de Saúde ou Junta Superior de Saúde da Corporação
Militar, mesmo quando apoiados em atestado ou laudo médico particular”.
A avaliação criteriosa é realizada pela COPEM/SEPLAG, pois as Corporações Militares Estaduais não têm
mais Juntas de Saúde.

3 DIFERENÇA ENTRE A DISPENSA DO SERVIÇO PREVISTA NO EMECE E A PREVISTA NO CDPM/BM


Não devemos confundir a dispensa do serviço prevista neste EMECE com a dispensa do serviço prevista no
art. 69 do CDPM/BM, vejamos a diferença:
a) EMECE - tem natureza profilática da saúde do militar estadual enfermo.
b) CDPM/BM - tem natureza de recompensa, reconhecimento aos bons serviços prestados.
A primeira é um dever do Estado, é ato vinculado. A segunda, uma faculdade do administrador. É ato discri-
cionário.

4 O SERVIÇO ARREGIMENTADO NA DISPENSA DECORRENTE DE PRESCRIÇÃO MÉDICA


Resta esclarecer que o afastamento por atestado médico implica em não computar o período de dispensa no
tempo arregimentado do militar, salvo se a enfermidade for motivada pelo serviço ou no pleno desempenho da
atividade militar estadual, como previsto no art. 6º, §10 da Lei nº 15.797/2015, in verbis:
Art. 6º, §10. No tempo arregimentado do §9º, não se computará:
III - os afastamentos por atestado, salvo quando se tratar de enfermidade motivada pelo serviço, no pleno de-
sempenho da atividade militar estadual, devidamente justificada em procedimento administrativo, a cargo da
Corporação;

5 REMUNERAÇÃO DO MILITAR SOB DISPENSA


Trata-se de um mecanismo de preservação de direitos do militar estadual, no caso: remuneração e cômputo do
tempo de serviço e/ou contribuição. Dessa forma, ainda que o militar tenha sido afastado do serviço tempo-
rariamente, em razão de dispensa do serviço, não importando, aqui, se essa dispensa foi ou não decorrente do
serviço, ele não pode sofrer redução de seus vencimentos básicos nem do tempo de contribuição.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 100 Consideram-se dispensas do serviço as autorizações con-


cedidas aos militares estaduais para afastamento total do serviço, em caráter temporário. Nesse caso, não há
prejuízo da remuneração integral nem da contagem do tempo de efetivo serviço e(ou) de contribuição militar.
Essas dispensas podem ser descontadas em férias já publicadas e não gozadas, no todo ou em parte, ou conce-
didas em razão de prescrição médica.
*** *** ***
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
42
AUSÊNCIA E DESERÇÃO DECORRENTE DE LICENÇA OU DISPENSA

Art.67. Para fins de que dispõe esta Seção, no tocante à concessão de licenças e dispensas de
serviços, o militar que não se apresentar no primeiro dia útil após o prazo previsto de encerra-
mento da citada autorização, incorrerá nas situações de ausência e deserção conforme disposto
na legislação aplicável.

COMENTÁRIO

O militar estadual é obrigado a se apresentar ao quartel (unidade militar) em que serve, ou no local designado,
ao concluir o gozo de férias e de outros afastamentos. Descumprir esse mandamento sujeita o militar a incorrer
em:
a) ausência; ou
b) deserção.
A ausência tem previsão no art. 176 deste EMECE c/c art. 187 do Código Penal Militar:
EMECE - Art.176. É considerado ausente o militar estadual que por mais de 24 horas consecutivas:
I - deixar de comparecer a sua Organização Militar Estadual, sem comunicar qualquer motivo de impedimento;
II - ausentar-se, sem licença, da Organização Militar Estadual onde serve ou local onde deve permanecer.
Código Penal Militar - Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que
deve permanecer, por mais de oito dias: Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se Oficial, a pena é agravada.
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:
I - não se apresentar no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias;
A deserção, por sua vez, é crime militar e acarreta interrupção do serviço com a consequente perda da remu-
neração (art. 202-EMECE).

Quadro 20 - Tipos afastamentos regulamentares dos militares estaduais conforme o EMECE

Tipo do afastamento Quantidade de dias Fundamentação


Férias 30 art. 59, §§1º ao 4º
Núpcias 08 art. 60, I
Luto 08 art. 60, II
art. 60, III c/c Portaria nº 072/2011,
Instalação até 10 publicada no BCG nº 047, de
10.03.2011
art. 60, IV c/c Portaria nº 072/2011,
Trânsito até 30 publicada no BCG nº 047, de
10.03.2011
Licença à gestante 120 prorrogáveis por 60 art. 62, §1º, I, §2º,§6º,§8º,§9º,§10
Licença paternidade 10 art. 62, §1º, II, §3º
Licença para tratar de interesse
até 2 anos, contínuos ou não art. 62, §1º, III, §4º, §5º, art.63
particular
Licença para tratar da saúde de até 2 anos. Os seis primeiros meses
art. 62, º1º, IV, §5º,§7º
dependente sem perda
Licença para tratar da saúde
variável art. 62, §º1º, V, §5º
própria
a) por 120 dias se a criança tiver até
um ano de idade;
b) por 60 dias se a criança tiver entre
Licença à adotante Art. 62, §1º, VI
um e 4 anos de idade;
c) por 30 dias se a criança tiver de
quatro a oito anos de idade.
Dispensa para desconto em férias Até 14 dias (15 já é férias) art. 65, art. 66, I
Dispensa por prescrição médica Até 72h (a partir daí é LTS) art. 65, art. 66, II
Fonte: O autor (2017)

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Seção IV
Das Recompensas
RECOMPENSAS MILITARES E ROL EXEMPLIFICATIVO

Art.68. As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelos militares
estaduais e serão concedidas de acordo com as normas regulamentares da Corporação.

ROL EXEMPLIFICATIVO DE RECOMPENSAS

Parágrafo único. São recompensas militares estaduais, além das previstas em outras leis:
I - prêmios de honra ao mérito;
II - condecorações por serviços prestados;
III - elogios;
IV - dispensas do serviço, conforme dispuser a legislação.

COMENTÁRIO

1 OBJETIVO DAS RECOMPENSAS MILITARES

As recompensas militares objetivam o reconhecimento pessoal, ou coletivo de militares estaduais que se des-
tacaram em virtude de atos, ou ações meritórias ou relevantes que tenham resultados positivos no âmbito ope-
racional ou administrativo, e para concessão, independem de outros requisitos.
As recompensas militares diferem-se das prerrogativas, pois enquanto aquelas são devidas em razão dos bons
serviços prestados, estas são devidas aos graus hierárquicos e cargos que lhes estão afetos.

2 AS RECOMPENSAS AO LONGO DA HISTÓRIA

Historicamente, os prêmios ou recompensas militares foram instituídos por meio da Lei nº 2.365, de 30 de
julho de 1926, e constava de:
a) elogio em nome do Governo do Estado devidamente publicado em boletim.
b) dispensa do serviço de até 15 dias.
c) gratificação em dinheiro.
d) medalha.
Essas medalhas eram dadas por tempo de serviço, como se mostra abaixo:
a) Em ouro - para os que contavam com mais de 30 anos de serviço
b) Em prata - para os que tivessem mais de 25 anos e os que tivessem mais de 20 anos;
c) Em bronze para os que tivessem mais de dez anos de serviço.
Voltando ao presente, o Código Disciplinar PM/BM também se debruçou sobre o assunto em seu art. 67, in
verbis: “Art. 67. As recompensas militares constituem re­conhe­cimento dos bons serviços prestados pelo mili-
tar do estado e consubstan­ciam-se em prêmios concedidos por atos meritórios e serviços relevantes”.

3 TIPOS DE RECOMPENSAS

As recompensas são: I - prêmios de honra ao mérito; II - condecorações por serviços prestados; III - elogios;
IV - dispensas do serviço. Esse rol não é taxativo, e sim exemplificativo, pois existem outras recompensas
previstas, por exemplo no art. 68 do CDPM/BM, temos:
Art. 68. São recompensas militares:
I - elogio;
II - dispensa de serviço;
III - cancelamento de sanções, passíveis dessa medida.

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Essas recompensas não se excluem, mas se complementam.

4 PRÊMIOS DE HONRA AO MÉRITO E CONDECORAÇÕES POR SERVIÇOS PRESTADOS

Os prêmios de honra ao mérito e as condecorações por serviços prestados referem-se às placas, medalhas,
bótons, barretas e outras condecorações concedidas pela Corporação, ou por alguma Unidade Institucional em
reconhecimento a determinados militares que contribuíram para o crescimento da OPM/OBM, e até mesmo
pela dedicação à causa da segurança pública.
Podemos inferir o seguinte:
a) Condecorações: são as medalhas, barretas e bótons. Podem ser usadas nos uniformes.
b) Prêmios de honra ao mérito: placas, certificados.

5 ELOGIOS

O elogio é um feedback positivo que influencia na estima do militar que o recebe, refletindo, da mesma forma,
na coletividade que ele pertence. Essa prática deve ser uma constante nas tropas militares, afinal os membros
dessas Corporações vivem praticando atos meritórios diariamente.
Sua definição decorre do art. 68, p.u. do CDPM/BM: “Parágrafo único - O elogio individual, ato administra­tivo
que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais do militar, poderá ser formulado independentemente
da classificação de seu comportamento e será regis­trado nos assentamentos”.
O elogio está para a ação meritória, assim como a punição está para a ação não meritória. Logo, com a mesma
obrigação de velar pela disciplina, comunicando ou apurando as transgressões disciplinares, deve o comandan-
te ter olhar atento para com as ações meritórias do subordinado.
Elogiar é um dever do comandante como determina o Regulamento Internos e dos Serviços Gerais (RISG),
nos seguintes termos:
Art. 113. Ao Cmt SU, além das ações de planejamento, coordenação, execução e avaliação e dos encargos que
lhe são atribuídos em outros regulamentos, incumbe:
VI - considerar a SU como uma família, da qual deve ser o chefe enérgico e justo e interessar-se para que, a
todos os seus membros, se faça inteira justiça;
XVI - destacar, perante a SU em forma, os atos meritórios de seus comandados, que possam servir de exemplo,
quer tenham sido ou não publicados em BI;
Maquiavel em sua obra O Príncipe, ensina: “(...) Deve ainda um príncipe mostrar-se amante das virtudes, dan-
do oportunidade aos homens virtuosos e honrando os melhores numa arte.”
Lembrem-se: Subordinados que se dedicam às missões institucionais e não são reconhecidos, tendem a ter um
resfriamento em suas ações, por acreditarem que seus esforços não são visualizados pelos superiores.

6 DISPENSA DO SERVIÇO

A dispensa-prêmio é um reconhecimento do comandante imediato (desde que do posto de Tenente-Coronel


ou Coronel) do militar estadual pelos bons serviços que ele presta à Corporação ou à Sociedade. Tem ainda
reforço com a previsão no art. 69 da Lei nº 13.407/2003 (CDPM/BM), in verbis:
Art. 69. A dispensa do serviço é uma recompensa militar e somente poderá ser concedida por oficiais dos pos-
tos de Tenente-coronel e coronel a seus subordinados funcionais.
Parágrafo único - A concessão de dispensas do serviço, observado o disposto neste artigo, fica limitada ao
máximo de 6(seis) dias por ano, sendo sempre publicada em boletim.

7 DISPENSA DO SERVIÇO X CASOS FORTUITOS

Situação inusitada é aquela em que o militar estando em gozo de dispensa-prêmio é acometido de moléstia da
qual consegue dispensa médica por 72h. Nessa situação, susta-se a primeira para conceder-lhe posteriormente
ao término da segunda? Ou o militar perderia a segunda em virtude de se encontrar no gozo da primeira?
A nosso ver, ambas as dispensas têm a mesma finalidade: afastamento temporário do serviço. O que difere é
a natureza. A primeira (dispensa-prêmio) é uma concessão por ação meritória; enquanto a segunda (dispensa

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médica) é uma concessão para tratamento da saúde própria. Nessas condições, seria razoável que houvesse
interrupção da dispensa-prêmio para que o militar pudesse dar continuidade, logo após a dispensa médica.
*** ** ***

Figura 37 – Síntese das recompensas militares com exemplos

Fonte: o autor (2017)

QUESTÕES DE CONCURSOS

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – PM/CE – dez 2012 - 79 O elogio individual, ato administrativo


que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais do militar, só pode ser formulado ao militar que
ostenta, no mínimo, bom comportamento.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 96 Assegura-se ao militar estadual o direito de perceber, em reco-
nhecimento dos bons serviços prestados e de acordo com as normas regulamentares da corporação, recompen-
sas, como, por exemplo, condecorações por serviços prestados, elogios e dispensas do serviço.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – PM/CE – dez 2012 - 80 A dispensa do serviço é uma recompensa
militar e somente poderá ser concedida por oficiais dos postos de Tenente-Coronel e Coronel a seus subordi-
nados funcionais.
Seção V
Das Prerrogativas
Subseção I
Da Constituição e Enumeração

PRERROGATIVAS E ROL

Art.69. As prerrogativas dos militares estaduais são constituídas pelas honras, dignidades e dis-
tinções devidas aos graus hierárquicos e cargos que lhes estão afetos.

ROL DE PRERROGATIVAS

Parágrafo único. São prerrogativas dos militares estaduais:


I - uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias, divisas, emblemas, agildas e peças comple-
mentares das respectivas Corporações, correspondentes ao posto ou à graduação;
II - honras, tratamentos e sinais de respeito que lhes sejam assegurados em leis e regulamentos;
III - cumprimento de pena de prisão ou detenção, mesmo após o trânsito em julgado da sentença,
somente em Organização Militar da Corporação a que pertence, e cujo comandante, chefe ou
diretor tenha precedência hierárquica sobre o militar;
IV - julgamento por crimes militares, em foro especial, na conformidade das normas constitucio-
nais e legais aplicáveis.

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COMENTÁRIO

1 PRERROGATIVAS X DIREITOS
As prerrogativas, embora se pareçam, não devem ser confundidas com direitos. Tanto a Constituição do Estado
do Ceará quanto o EMECE deixam bem claro essa diferença.
Constituição Estadual/89 - art. 176, §10. Os direitos, deveres e prerrogativas dos servidores militares do Esta-
do, em serviço ativo ou na inatividade, constarão em leis ou regulamentos.
Os direitos são concedidos a todos os militares estaduais que preenchem requisitos estabelecidos na lei, por-
tanto dependem de condições legais, especiais e indispensáveis ao seu exercitamento. Por exemplo, o direito à
LTIP é dado ao militar que completa mais de 10 anos de serviço.
As prerrogativas, por sua vez, decorrem do posto, graduação ou cargo que ocupem. Não pertencem ao militar
estadual (não é pessoal) e sim à Corporação Militar Estadual enquanto instituição pública. Vem para facilitar
o exercício da função pública ou preservar o bom nome da Instituição. Nasce com o militar, logo após sua
investidura no cargo ou função.
O militar recebe essas prerrogativas institucionais só por estar com o posto/graduação ou função, assim como
deixa de possui-las ao afastar-se do cargo ou função que ocupe. O fato é que a prerrogativa é do Estado e não
do militar.
Podemos inferir que a prerrogativa é uma salvaguarda para o exercício da função pública com autonomia.
Veja a diferença:
a) Direito - caráter pessoal
b) Prerrogativa - caráter funcional.
1.1 Uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias, divisas, emblemas, agildas e peças complementares
Títulos – corresponde ao nome dos postos/graduações, ou do cargo, ou função que o militar ocupa
Uniformes – são os uniformes previstos pela Corporação
Distintivos – são os brevês de cursos ou de uso nos gorros e nos quepes
Insígnias – são as peças que simbolizam e identificam os postos, ou as graduações
Divisas – conjunto de setas paralelas designativas das graduações das praças
Emblemas – é o mesmo que distintivos, insígnias.
Peças complementares: apito, fiel, capa de chuva, luvas, espada, dentre outros.
Agilda – é o mesmo que Distintivo de OPM, extinta peça do uniforme composta por uma elipse contendo em
seu interior o nome da Organização Militar a que pertence o militar (Quartel) e logo abaixo o brasão da PMCE,
tudo costurado ou bordado na manga esquerda dos uniformes. Seu uso foi padronizado por meio do Boletim
do Comando Geral nº 178, de 19 de setembro de 1979.

Figura 38 - Modelo de Distintivo de OPM (Agilda)

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1.2 Cumprimento de pena de prisão ou detenção, mesmo após o trânsito em julgado da sentença, somente em Organização
Militar da Corporação a que pertence, e cujo comandante, chefe ou diretor tenha precedência hierárquica sobre o militar;
O EMECE não define ou conceitua o termo “precedência hierárquica”. Ao tratar do assunto o faz no §7º, art.
31, esclarecendo apenas que ela ocorre em igualdade de posto ou graduação entre o militar da PM e o militar
do CBM.
Assim, crer-se, com fundamento nos princípios básicos que regem os militares (hierarquia e disciplina), e nos
valores militares previstos no art. 7º da Lei nº 13.407/2003, que, via de regra, esse comandante, chefe ou dire-
tor deva ser superior hierárquico do militar preso, contudo caso haja impossibilidade, então deve ser, no míni-
mo, mais antigo ou tenha precedência sobre ele. Vide §1º, art. 70 deste EMECE que reforça esse entendimento:
Art. 70, §1º. Somente em casos de flagrante delito, o militar estadual poderá ser preso por autoridade policial
civil, ficando retido na Delegacia durante o tempo necessário à lavratura do flagrante, comunicando-se ime-
diatamente ao juiz competente e ao comando da respectiva Corporação Militar, após o que deverá ser enca-
minhado preso à autoridade militar de patente superior mais próxima da Organização Militar da Corporação a
que pertencer, ficando essa obrigada, sob pena de responsabilidade funcional e penal, a manter a prisão até que
deliberação judicial decida em contrário.
1.3 Julgamento por crimes militares, em foro especial, na conformidade das normas constitucionais e legais aplicáveis.
EMECE - art. 51. Os militares estaduais, nos crimes militares definidos em lei, serão processados e julgados
perante a Justiça Militar do Estado, em primeira instância exercitada pelos juízes de direito e Conselhos de
Justiça, e em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Estado, enquanto não for criado o Tribunal de Jus-
tiça Militar do Estado.

2 O TETO DE AÇO E O TETO DE HONRA COMO PRERROGATIVA DOS MILITARES

O Teto de Aço e o Teto de Honra são regulados pelo Exército, contudo a norma é aplicável aos militares esta-
duais por força do art. 228 deste EMECE. Abaixo as Normas sobre essa prerrogativa.
PORTARIA Nº 1.637, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2015. Aprova as normas para realização do Teto de Aço/
Teto de Honra (EB10-N-12.009), 1ª Edição, 2015. O COMANDANTE DO EXÉRCITO, no uso da atribuição
que lhe confere o art. 4º da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada pela Lei Complementar
nº 136, de 25 de agosto de 2010 e o inciso XIV do art. 20 da Estrutura Regimental do Comando do Exército,
aprovada pelo Decreto nº 5.751, de 12 de abril de 2006, e de acordo com o que propõe a Secretaria-Geral do
Exército, ouvida a Comissão de Cerimonial Militar do Exército (CCMEx), resolve:
Art. 1º Aprovar as Normas para realização do Teto de Aço/Teto de Honra (EB10-N- 12.009), 1ª Edição, 2015,
que com esta baixa.
Art. 2º Determinar que esta portaria entre em vigor na data de sua publicação.

NORMAS PARA REALIZAÇÃO DO TETO DE AÇO/ TETO DE HONRA (EB10-N-12.009)

1. FINALIDADE
As presentes normas visam padronizar a realização do “Teto de Aço” para Oficial e “Teto de Honra” para Sub-
tenentes/Sargentos, no âmbito do Exército, e dirimir dúvidas quanto a sua execução.
2. GENERALIDADES
O Teto de Aço/Teto de Honra consiste em uma homenagem aos nubentes, quando, pelo menos, um desses for
militar, para dar boas-vindas à família militar por ocasião das cerimônias de enlace matrimonial.
3. OBJETIVO
Padronizar a homenagem “Teto de Aço/Teto de Honra” realizada por militares do Exército.
4. CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO
a. A realização do Teto de Aço/Teto de Honra para o(s) militar(es) nubente(s) está condicionada à autorização
do Comandante, Chefe ou Diretor, ao qual esteja(m) subordinado(s).
b. O Teto de Aço/Teto de Honra é executado exclusivamente para a passagem de nubentes, não de padrinhos
e convidados.

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c. O Teto de Aço será realizado por ocasião da cerimônia religiosa ou civil se, pelo menos, um dos nubentes
for Oficial da ativa ou da reserva remunerada.
d. O Teto de Honra será realizado por ocasião da cerimônia religiosa ou civil se, pelo menos, um dos nubentes
for Subtenente ou sargento da ativa ou da reserva remunerada.
e. A participação dos militares convidados para a realização do Teto de Aço/Teto de Honra é voluntária e deve
ser do conhecimento dos respectivos Comandantes, Chefes ou Diretores, aos quais estejam subordinados.
f. A participação dos militares para a realização do Teto de Aço/Teto de Honra deve ser correspondente aos
nubentes, sendo: se Oficial, por Oficiais ou Cadetes, e se Praça, por Praças.
g. O militar nubente do segmento masculino deverá usar uniforme, conforme prescrito no Regulamento de
Uniformes do Exército (RUE) (1º, 2º, 3º, 4ºZ, 5ºZ1 ou Túnica Branca).
h. O militar nubente, do segmento feminino, poderá usar o vestido tradicional de noiva ou o uniforme, confor-
me prescrito no RUE (1º, 2º, 3ºS,4ºZS, 5ºZ1S ou Túnica Branca).
i. Os oficiais participantes do Teto de Aço deverão usar o uniforme de acordo com o preconizado no RUE
(segmento masculino: 4ºZ ou 5ºZ1) (segmento feminino: 4ºZS ou 5ºZ1S)ou equivalentes/correspondentes (em
recintos descobertos com cobertura), e armados de espada, com fiador e luvas.
j. As Praças participantes do Teto de Honra deverão usar o uniforme de acordo com o preconizado no RUE
(segmento masculino:4ºou5ºA1) (segmento feminino:4ºSou5ºA1S)ou equivalentes/correspondentes.
k. O nubente, ao convidar os militares para formar o Teto de Aço/ Teto de Honra, deverá anexar ao convite a
descrição completa do uniforme.
l. O Teto de Aço/Teto de Honra será comandado pelo militar integrante mais antigo.
m. O Comandante do Teto de Aço/Teto de Honra é o responsável pela verificação da apresentação individual
dos integrantes.
n. Finalizada a celebração, quando os cônjuges se retirarem do local, os militares entrarão em forma para rea-
lizar o Teto de Aço (Oficiais) ou o Teto de Honra (Subtenentes/Sargentos).
o. O Teto de Aço/Teto de Honra será constituído preferencialmente de 2 (duas) fileiras, com o mesmo número
de militares de cada lado, postadas na saída ou na entrada principal do local da cerimônia, alinhadas uma de
frente para a outra. O intervalo entre cada militar deverá ser ajustado em função do local e da quantidade de
participantes.
p. Os oficiais deverão entrar em forma, desembainhar as espadas, tomar a posição de “DESCANSAR”. Quan-
do os cônjuges estiverem a cerca de 15 passos, o militar mais antigo comandará “OFICIAIS! SENTIDO!” e
“OMBRO-ARMA!”. A cerca de três passos será dado o comando de “PARA O TETO DE AÇO, APRESEN-
TAR-ARMA!”.
q. Para o Teto de Aço, “APRESENTAR-ARMA!”: os oficiais executam o 1º tempo (a mão direita trará a espa-
da à frente do rosto, com o copo à altura do queixo e lâmina na vertical); o 2º tempo (braço direito distendido
para cima); o 3º tempo (o braço distendido baixará a lâmina à frente até tocar na lâmina do Oficial que estiver
à sua frente).
r. As lâminas são tocadas repetidas vezes até que os cônjuges concluam o percurso.
s. Após a passagem dos cônjuges, o Oficial mais antigo comandará “OFICIAIS! OMBRO-ARMA!”, “DES-
CANSAR-ARMA!” e “FORA DE FORMA!”. O Oficial embainha sua espada e a coloca no guia de espada,
descalçando as luvas em seguida.
t. As Praças, a fim de realizarem o Teto de Honra, deverão entrar em forma, conforme descrito na letra ‘o’
acima, sem cobertura, caso o local seja coberto, tomando a posição de “DESCANSAR”. Quando os cônjuges
estiverem a cerca de 15 (quinze) passos, o militar mais antigo comandará “SUBTENENTES/SARGENTOS!
SENTIDO!”. A cerca de três passos será dado o comando de “PARA PARA O TETO DE HONRA, POSI-
ÇÃO!”
u. Para o Teto de Honra, “POSIÇÃO!”: as Praças executam o 1º tempo (a mão direita segura a aba do quepe);
o 2º tempo (braço direito distendido para cima; o 3º tempo (o braço distendido abaixará o quepe à frente sem
tocar no quepe da Praça que estiver a sua frente).
v. As Praças devem ficar com o quepe na posição supracitada até que os cônjuges concluam o percurso.
w. Após a passagem dos cônjuges, a Praça mais antiga comandará: “SUBTENENTES/SARGENTOS! SENTI-
DO!” e “FORA FORMA-MARCHE!”.
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x. Durante a passagem dos cônjuges pelo Teto de Aço/Teto de Honra os militares integrantes deverão manter
a marcialidade e a postura militar.
y. A extensão do Teto de Aço/Teto de Honra será variável e dependerá do espaço disponível.

Figura 39 – Teto de Aço e Teto de Honra

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 95 O estatuto assegura ao militar estadual o cumprimento de pena


de prisão ou detenção, mesmo após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, em organização mili-
tar da corporação a que pertença o preso e na qual o comandante, chefe ou diretor preceda-o hierarquicamente.
*** *** ***

PRISÃO DE MILITAR: CARACTERÍSTICAS E CAUTELAS

Art.70. O militar estadual só poderá ser preso em caso de flagrante delito ou por ordem escrita
e fundamentada da autoridade judiciária competente ou de autoridade militar estadual compe-
tente, nos casos de transgressão disciplinar ou de crime propriamente militar, definidos em lei.

PRISÃO DE MILITAR POR AUTORIADE POLICIAL CIVIL

§1º Somente em casos de flagrante delito, o militar estadual poderá ser preso por autoridade
policial civil, ficando retido na Delegacia durante o tempo necessário à lavratura do flagrante,
comunicando-se imediatamente ao juiz competente e ao comando da respectiva Corporação
Militar, após o que deverá ser encaminhado preso à autoridade militar de patente superior mais
próxima da Organização Militar da Corporação a que pertencer, ficando esta obrigada, sob pena
de responsabilidade funcional e penal, a manter a prisão até que deliberação judicial decida em
contrário.

MALTRATO OU TRATAMENTO INDEVIDO A MILITAR PRESO - RESPONSABILIZAÇÃO

§2º Cabe ao Secretário da Segurança Pública e Defesa Social e ao Comandante-Geral da respec-


tiva Corporação responsabilizar ou provocar a responsabilização da autoridade policial civil e
da autoridade militar que não cumprir o disposto neste artigo e que maltratar ou consentir que
seja maltratado qualquer militar estadual, preso sob sua custódia, ou, sem razão plausível, não
lhe der tratamento devido ao seu posto ou graduação.

PERIGO DE VIDA DE MILITAR PRESO - PROVIDÊNCIAS

§3º Se, durante o processo e julgamento no foro civil houver perigo de vida para qualquer militar
estadual preso, o Comandante-Geral da respectiva Corporação Militar providenciará os enten-
dimentos como Juiz de Direito do feito, visando à garantia da ordem nas cercanias do foro ou
Tribunal pela Polícia Militar.

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COMENTÁRIO

1 OBJETO DO ARTIGO

O art. 70 e seus três parágrafos destinam-se ao cumprimento do princípio da dignidade humana a ser dispen-
sado aos militares estaduais, ainda que na condição de presos. Assim, determinam-se as formas em que esse
militar pode ser preso, o tratamento a ser dispensado em delegacias e por outros militares, e a segurança da
vida do militar infrator.

2 FORMAS DE PRISÃO DE MILITAR ESTADUAL

“Art.70. O militar estadual só poderá ser preso em caso de flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
da autoridade judiciária competente ou de autoridade militar estadual competente, nos casos de transgressão
disciplinar ou de crime propriamente militar, definidos em lei”.
Nos termos do artigo há três autoridades que podem efetivar a prisão do militar, a saber:
a) Qualquer do povo (em caso de flagrante delito)
b) Autoridade Judiciária
c) Autoridade Militar
Essa prisão é feita em decorrência do militar haver praticado transgressão disciplinar, ou crime propriamente
militar, decorrendo, assim quatro tipos de prisão para os militares estaduais:
a) prisão em flagrante delito
b) prisão por ordem judicial
c) prisão por transgressão disciplinar
d) prisão por crime propriamente militar

3 PRISÃO DECORRENTE DE TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR

A prisão decorrente de transgressão disciplinar é aquela que priva o militar de sua liberdade, não sendo neces-
sariamente num compartimento denominado prisão. Aliás, as sanções privativas de liberdade constantes na Lei
nº 13.407/2003 (CDPM/BM) são: Permanência Disciplinar e a Custódia Disciplinar e nenhuma delas deixa o
militar circunscrito a determinado compartimento (art. 17 e 20), como se mostra abaixo:
Art. 17. A permanência disciplinar é a sanção em que o transgressor ficará na OPM ou OBM, sem estar cir-
cunscrito a determinado compartimento.
Art. 20. A custódia disciplinar consiste na retenção do militar do Estado no âmbito de sua OPM ou OBM, sem
participar de qualquer serviço, instrução ou atividade e sem estar cincrunscrito a determinado comportamento.
Tem-se, ainda, uma terceira possibilidade administrativa de privação da liberdade de militar estadual decorren-
te de transgressão disciplinar constante no CDPM/BM, mas que não se constitui em sanção, que é o recolhi-
mento transitório (art. 26). Apesar de não ser punição, o militar é recolhido à prisão por até cinco dias.
Art. 26. O recolhimento transitório não constitui sanção disciplinar, sendo medida preventiva e acautelatória
da ordem social e da disciplina militar, consistente no desarmamento e recolhimento do militar à prisão, sem
nota de punição publicada em boletim, podendo ser excepcionalmente adotada, quando houver fortes indícios
de autoria de crime propriamente militar ou transgressão militar e a medida for necessária:[...]

4 PRISÃO POR CRIME PROPRIAMENTE MILITAR

A doutrina clássica divide os crimes militares em próprios e impróprios, os quais, se cometidos pelo militar, o
sujeitam à prisão em flagrante delito, ou prisão por ordem judicial.
Crimes propriamente militares são aqueles tipificados, apenas, na lei penal militar e que só podem ser cometi-
dos por militar, como por exemplo:
Recusa de obediência -  art. 163. Recusar obedecer à ordem superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou
relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução.

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Assunção de comando sem ordem ou autorização -  art. 167. Assumir o militar, sem ordem ou autorização,
salvo, se em grave emergência, qualquer comando, ou a direção de estabelecimento militar.
Abandono de posto - art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o pôsto ou lugar de serviço que lhe tenha sido
designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo.
Descumprimento de missão -  art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada.
Retenção indevida -   art. 197. Deixar o Oficial de restituir, por ocasião da passagem de função, ou quando lhe
é exigido, objeto, plano, carta, cifra, código ou documento que lhe haja sido confiado.
Omissão de eficiência da força -   art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando em estado
de eficiência.
Omissão de providências para evitar danos -   art. 199. Deixar o comandante de empregar todos os meios ao
seu alcance para evitar perda, destruição ou inutilização de instalações militares, navio, aeronave ou engenho
de guerra motomecanizado em perigo.
Embriaguez em serviço -   art.  202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado
para prestá-lo.
Dormir em serviço - art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como Oficial de quarto ou de ronda, ou em
situação equivalente, ou, não sendo Oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de
ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante.
Exercício de comércio por Oficial - art. 204. Comerciar ao Oficial da ativa, ou tomar parte na administração ou
gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou cotista em sociedade
anônima, ou por cotas de responsabilidade limitada.
Desacato ao superior - art. 298. Desacatar o superior, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, ou procurando
deprimir-lhe a autoridade.
Omissão de vigilância -  art. 373. Deixar-se o comandante surpreender pelo inimigo.
A deserção é também um crime propriamente militar em que o desertor fica sujeito à captura e condução ime-
diata à prisão.

5 MALTRATO OU TRATAMENTO INDEVIDO A MILITAR PRESO - RESPONSABILIZAÇÃO

Trata-se do controle do ato praticado pelas autoridades civis e militares por parte do Secretário da Segurança
Pública e Defesa Social e do Cel Comandante-Geral da respectiva Corporação em caso de desobediência ao
normativo do art. 70 e seu parágrafo primeiro. A regra garante a dignidade da pessoa humana e a honra do mi-
litar infrator, pois apesar do crime ou da transgressão disciplinar praticada, ele continua sendo militar estadual,
e mais, continua sendo ser humano.

6 PERIGO DE VIDA DE MILITAR PRESO - PROVIDÊNCIAS

O parágrafo atinge mais à Corporação Militar Estadual que ao próprio militar preso. Afinal de contas, a ima-
gem institucional ficaria bastante arranhada caso houvesse um atentado, ou até mesmo a morte do acusado
dentro de um foro ou de um Tribunal. Nada mais é do que o exercício da missão militar.

7 SÚMULA STJ

SÚMULA 192: Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentencia-
dos pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração
estadual.
*** *** ***

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 91 Nos casos de transgressão disciplinar ou de crime propriamen-


te militar, o militar só poderá ser preso por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 92 Nos termos do estatuto, somente em casos de flagrante delito
o militar estadual poderá ser preso por autoridade policial civil, ficando retido na delegacia durante o tempo

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necessário à lavratura do flagrante, comunicando-se imediatamente ao juiz competente e ao comando da res-
pectiva corporação militar.
*** *** ***

DISPENSA DE MILITAR PARA O SERVIÇO DE JÚRI OU DA JUSTIÇA ELEITORAL

Art.71. O militar estadual da ativa, no exercício de função militar, de natureza militar ou de inte-
resse militar, é dispensado do serviço na instituição do Júri e do serviço na Justiça Eleitoral.

COMENTÁRIO

A instituição do júri é reconhecida no art. 5º, XXXVIII, da CF/88, com a competência para o julgamento dos
crimes dolosos contra a vida. Os jurados são alistados anualmente pelo Juiz Presidente do Júri, escolhidos entre
cidadãos de notória idoneidade, contudo, o militar estadual é dispensado de tais funções.
CF/88 - art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegura-
dos: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o
julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
O militar fica dispensado, ainda, de participar dos serviços na Justiça Eleitoral, seja como mesário, presidente
de mesa ou outros. A regra é razoável, pois em tão importante dia para a nação e para a democracia, os militares
se encontram em serviço.

QUESTÕES DE CONCURSO

Banca: AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM - 65. O militar esta-
dual da ativa, no exercício de função militar, de natureza militar ou de interesse militar, é dispensado de servir
como testemunha em juízo acerca das diligências que realizou, dado o seu interesse na causa.
*** *** ***

Subseção II
Do Uso dos Uniformes

UNIFORMES INSTITUCIONAIS: PRIVACIDADE E CRIMINALIZAÇÃO

Art.72. Os uniformes das Corporações Militares Estaduais, com seus distintivos, insígnias, divi-
sas, emblemas, agildas e peças complementares são privativos dos militares estaduais e repre-
sentam o símbolo da autoridade militar, com as prerrogativas a esta inerentes.

DESRESPEITO OU USO DE UNIFORMES POR QUEM NÃO TEM DREITO

Parágrafo único. Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito ao disposto


no caput deste artigo, bem como uso por quem a eles não tiver direito.

1 O UNIFORME COMO SÍMBOLO DA AUTORIDADE

O legislador deu garantia de uso dos uniformes e seus distintivos, bem como dos postos e graduações a quem
deles realmente fez por merecer, no caso, os militares estaduais. A própria Constituição do Estado do Cea-
rá/1989, aponta nesse sentido em seu art. 187, in verbis:
Art. 187, §1º Os títulos, postos, graduações, uniformes, símbolos e distintivos são privativos dos integrantes
da corporação.
O uniforme é o símbolo da autoridade militar, como descrito no art. 2º do Dec. 18.063/86 que baixou o Regu-
lamento de Uniformes da PMCE, in verbis:
RUPM - Art. 2º.O uniforme é o símbolo da autoridade e seu uso correto é elemento primordial na apresentação
individual e coletiva do pessoal da Polícia Militar, constituindo-se em importante fator para o fortalecimento
da disciplina, o desenvolvimento do espírito de corpo e o bom conceito da Corporação no seio da opinião
pública.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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2 CRIMES REFERENTES AO USO DE UNIFORMES

O militar ou assemelhado que se utiliza indevidamente do uniforme, pratica crime previsto no Decreto-Lei nº
1.001, de 21.10.1969 – Código Penal Militar, como se mostra abaixo:
Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou distintivo, por menosprezo ou vilipêndio:
Pena - detenção de seis meses a um ano.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é praticado diante da tropa, ou em público.
Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia de posto ou gradua-
ção superior:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a que não tenha direito:
Pena - detenção, até seis meses.
O assemelhado era um servidor civil submetido a preceito de disciplina militar (não existe mais a figura do
assemelhado no meio militar estadual).

3 DOUTRINA INSTITUCIONAL

Nota nº 1665/2017-GAB.ADJ. O CEL PM, COMANDANTE-GERAL ADJUNTO DA PMCE, no uso de suas


atribuições legais e em conformidade com a Portaria Nº 003/2017, oriunda da Justiça Militar do Estado do
Ceará; considerando os últimos acontecimentos, amplamente divulgados na imprensa local e de conhecimento
público, onde policiais militares fardados sofreram atentados; considerando que o deslocamento para aquele
Juízo Militar, após convocação, geralmente, é feita de forma solitária, com aumento do risco de se tornarem
vítimas; RESOLVE DETERMINAR a suspensão, até ulterior deliberação, da obrigatoriedade por partes dos
policiais militares do serviço ativo desta Corporação de comparecerem devidamente uniformizados às audiên-
cias e demais atos judiciais na Justiça Militar deste Estado, sejam como acusados, vítimas ou testemunhas,
ressaltando que tal determinação não se estenderá aos Juízes Militares do Conselho Especial e Permanente.
Todos os Coordenadores, Assessores e Comandantes de Unidades e Subunidades da Capital, Região Metropo-
litana de Fortaleza e Interior do Estado orientem seus comandados em relação à presente determinação. QCG
em Fortaleza-CE, 10 de outubro de 2017. (BOLETIM DO CMDº GERAL nº 191, de 10.10.2017).
PORTARIA CGD Nº719/2016 - A CONTROLADORA GERAL DE DISCIPLINA, no uso de suas atri-
buições legais, conferidas pelo art. 5º, incisos II e XVI, da Lei Complementar nº 98, de 13.06.2011; CONSI-
DERANDO o disposto na Nota nº 077/2016-GAB.ADJ, publicada no Boletim do Comando Geral nº 018, de
27/01/2016, exarada pelo Comando Geral Adjunto da Polícia Militar do Estado do Ceará, determinando que
“os policiais militares do serviço ativo da Corporação, quando regularmente requisitados a comparecerem às
audiências na Controladoria Geral de Disciplina, sejam acusados, vítimas ou testemunhas, que o façam os-
tentando uniforme da Corporação”; RESOLVE: Dispensar, no âmbito desta Controladoria, o uso de uniforme
em audiências por parte de policiais e bombeiros militares estaduais. Esta Portaria entrará em vigor na data de
sua publicação. Registre-se e publique-se. Controladoria Geral de Disciplina, em Fortaleza-CE, 18 de julho
de 2016. Maria do Perpétuo Socorro França Pinto Controladora Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança
Pública e Sistema Penitenciário (DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO Nº137, de 21 de julho de 2016)

4 A LEGISLAÇÃO PRÓPRIA

A classificação, posse e uso dos uniformes institucionais e de seus distintivos são objeto de legislação própria.
Na PMCE tem-se o Regulamento de Uniformes baixado pelo Decreto nº 18.063/1986 com suas modificações
posteriores.

SUMULA DO STF

Súmula nº 57 - Militar inativo não tem direito ao uso do uniforme fora dos casos previstos em lei ou regula-
mento.
*** *** ***

OBRIGAÇÕES DO MILITAR FARDADO

Art.73. O militar estadual fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que usa e aos
distintivos, insígnias, divisas, emblemas, agildas e peças complementares que ostenta.
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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COMENTÁRIO

A obrigação citada pelo legislador é aquela que a lei lhe obriga a ter em decorrência de seu grau hierárquico
(posto ou graduação) assim como dos distintivos que possua. Em síntese, o Oficial que utiliza o uniforme de
Coronel, também usará sas insígnias, até porque se usar as de Major estará incorrendo em crime.
O militar que usa distintivo de instrutor de defesa pessoal, pode ser designado como instrutor dessa disciplina,
pois ele tem as obrigações inerentes ao distintivo que ocupa.
Trata-se, na verdade, de um mecanismo para garantir o uso correto dos uniformes e de seus distintivos, agildas,
peças complementares dentre outros apetrechos do uniforme.
*** *** ***

REGULAMENTO DE UNIFORMES

Art.74. O uso dos uniformes com os seus distintivos, insígnias, emblemas e agildas, bem como os
modelos, descrição, composição e peças acessórias, são estabelecidos nas normas específicas
de cada Corporação Militar Estadual.

COMENTÁRIO

Na Polícia Militar do Ceará tem-se o Regulamento de Uniformes da PMCE (RUPMCE) baixado pelo Decreto
nº 18.063, de 06.08.1986.

PROIBIÇÃO DO USO DE UNIFORMES POR MILITAR: SITUAÇÕES

Art.75. É proibido ao militar estadual o uso dos uniformes e acréscimos de que trata esta subse-
ção, na forma prevista no Código Disciplinar e nas situações abaixo:
I - em manifestação de caráter político-partidário;
II - no estrangeiro, quando em atividade não relacionada com a missão policial militar ou bom-
beiro militar, salvo quando expressamente determinado e autorizado;
III - na inatividade, salvo para comparecer as solenidades militares estaduais, cerimônias cívi-
co-comemorativas das grandes datas nacionais ou estaduais ou a atos sociais solenes, quando
devidamente autorizado pelo Comandante-Geral.

PROIBIÇÃO DE USO DE UNIFORME POR MILITAR INATIVO

Parágrafo único. Os militares estaduais na inatividade, cuja conduta possa ser considerada ofen-
siva à dignidade da classe, poderão ser, temporariamente, proibidos de usar uniformes por de-
cisão do Comandante-Geral, conforme estabelece o Código Disciplinar.

1 PROIBIÇÕES QUANTO AO USO DOS UNIFORMES

O art. 75 deste EMECE apesenta um rol de três situações que proíbem o uso dos uniformes institucionais,
sendo duas com possibilidade de uso, caso o Cel Comandante-Geral autorize; e uma totalmente proibida que é
o uso em manifestação de caráter político partidário (salvo se estiver de serviço).
Tem ainda uma recomendação para poibição temporária do uso de uniforme a inativos cuja conduta é consi-
derada ofensiva à dignidade da classe. Como o EMECE faz referência ao CDPM/BM, essa medida só pode
ser adotada depois que o militar acusado, for submetido a processo regular que lhe assegure a ampla defesa e
o contraditório.

2 DISPOSITIVOS LEGAIS RELACIONADOS


Revisitando o CDPM/BM encontramos os seguintes dispositivos que se constituem em transgressão discipli-
nar de natureza média acerca do uso incorreto dos uniformes:
Art. 13, §2º,

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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XLVI - apresentar-se, em qualquer situação, mal uniformi­zado, com o uniforme alterado ou diferente do pre-
visto, contrariando o Regulamento de Uniformes da Corporação Militar ou norma a respeito (M);
XLVII - usar no uniforme insígnia, medalha, con­decora­ção ou distintivo, não regulamentares ou de forma
indevida (M);
XLVIII - comparecer, uniformizado, em manifestações ou reu­niões de caráter político-partidário, salvo por
motivo de serviço (M);
Tem-se ainda a sanção disciplinar que proíbe o uso de uniformes mi­litares por parte de inativo que atentar
contra o decoro ou a dignidade militar. Relembrando que esse inativo é o militar da Reserva Remunerada, pois
o CDPM/BM não se aplica aos reformados.
Art. 25. A proibição do uso de uniformes mi­litares e de porte de arma será aplicada, nos termos deste Código,
temporariamente, ao inativo que atentar contra o decoro ou a dignidade militar, até o limite de 1 (um) ano.
O militar ativo também poderá sofrer restrição no direito ao uso de uniforme como se vê no art. 72 do CDPM/
BM e no art. 76 aplicável ao Oficial considerado culpado, por decisão unânime, em sede de Conselho de Jus-
tificação (art. 76):
Art.72. O militar do Estado submetido ao processo re­gular deverá, quando houver possibilidade de prejuízo
para a hierar­quia, disciplina ou para a apuração do fato, ser designado para o exercício de outras funções, en­
quanto perdurar o processo, podendo ainda a autoridade instauradora proibir-lhe o uso do uniforme e o porte
de arma, como medida cautelar.
Art. 76. O Oficial submetido ao Conselho de Justificação e considerado culpado, por decisão unânime, deverá
ser agregado disciplinarmente mediante ato do Comandante-Geral, até decisão final do Tribunal competente,
fi­cando:
I - afastado das suas funções e adido à Unidade que lhe for designada;
II - proibido de usar uniforme e de portar arma;
I - em manifestação de caráter político-partidário;
Dispositivos correlatos
Dec-Lei 667/69 - Art. 23. É expressamente proibido a elementos das Polícias Militares o comparecimento
fardado, exceto em serviço, em manifestações de caráter político-partidário.
CDPM/BM - Art. 13, §2º, XLVIII - comparecer, uniformizado, em manifestações ou reu­niões de caráter polí-
tico-partidário, salvo por motivo de serviço (M);
Dec. 18.063/86 - RUPM - Art. 7º. É vedado ao pessoal da Reserva e Reformados o uso dos Uniformes da Po-
lícia Militar, salvo em casos especiais e com autorização expressa do Comando Geral.
Apesar de o parágrafo acima afirmar que o CDPM/BM estabelece que o Comandante-Geral pode proibir tem-
porariamente o inativo de usar uniforme da Corporação, ao rever aquele codex em seu art. 32, o Comandante-
-Geral sequer é citado, pois essa atribuição ficou a cargo do Comandante-Geral Adjunto.
Nessa visão, temos que harmonizar o art. 32 do CDPM/BM com o p.u. do art. 75 do EMECE, ou seja, o Co-
mandante-Geral passou a ter a competência para efetivar tal proibição, nos termos estabelecidos pelo Código
para incidência desse castigo, ou seja, quando o inativo atentar contra o decoro ou a dignidade militar. Isso sem
prejuízo da competência do Comandante-Geral Adjunto (Subcomandante)
CDPM/BM - Art. 32. O Governador do Estado é competente para aplicar todas as sanções disciplinares pre-
vistas neste Código, cabendo às de­mais autoridades as seguintes competências:
I - ao Controlador Geral de Disciplina: todas as sanções disciplinares exceto a demissão de oficiais; (NR).
II - ao respectivo Subcomandante da Corporação Militar e ao Subchefe da Casa Militar, as sanções disci­
plinares de advertência, repreensão, permanência disciplinar, custódia disciplinar e proibição do uso de unifor-
mes, até os limites má­ximos previstos;
***

3 SÚMULA DO STF

Súmula 57 - Militar inativo não tem direito ao uso do uniforme fora dos casos previstos em lei ou regulamento.

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QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 93 O estatuto veda, expressamente, ao militar estadual usar uni-


formes em manifestação de caráter político-partidário.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 94 O militar que utiliza uniforme da corporação militar para, por
exemplo, apresentação artística, responde por seu uso. Essa regra, entretanto, não se aplica ao uso isolado, sem
o respectivo uniforme, de distintivos, insígnias, divisas e emblemas.
*** *** ***

SEMELHANÇA ENTRE UNIFORMES E DISTINTIVOS DE ORGANIZAÇÕES CIVIS E UNIFORMES MILITARES: VEDAÇÃO

Art.76. É vedado a qualquer civil ou organizações civis o uso de uniforme ou a ostentação de


distintivos, insígnias, agildas ou emblemas, iguais ou semelhantes, que possam ser confundidos
com os adotados para os militares estaduais.

RESPONSABILIDADE POR USO DE UNIFORMES SEMELHANTES AOS INSTITUCIONAIS

Parágrafo único. São responsáveis pela infração das disposições deste artigo, além dos indiví-
duos que a tenham cometido, os diretores ou chefes de repartições, organizações de qualquer
natureza, firmas ou empregadores, empresas, institutos ou departamentos que tenham adotado
ou consentido sejam usados uniformes ou ostentados distintivos, insígnias, agildas ou emblemas,
iguais ou que possam ser confundidos com os adotados para os militares estaduais.

COMENTÁRIO

Atualmente, e devido as várias mudanças no uniforme institucional, demonstrando a necessidade de amadu-


recimento quanto à identidade visual da Corporação, a semelhança com fardas de outras empresas acontecem
frequentemente, principalmente com aquelas que usam o preto em seus uniformes. Por outro lado, a atração
da população pelo militarismo reflete o respeito que elas sentem por essas instituições. Assim, tentando ficar
parecidos com os militares usam coletes, brevês, agildas, cassetetes, coturnos numa verdadeira semelhança às
tropas militares. Deve haver correção desse fato como previsto no parágrafo seguinte, pois embora banalizado
nada se tem de normal, pois termina por confundir a população em identificar o policial.

QUESTÕES DE CONCURSO

Banca – AOCP – Concurso público 2016 – Cargo: Soldado da PMCE - 66. É vedado, a qualquer civil ou or-
ganizações civis, o uso de uniforme ou a ostentação de distintivos, insígnias, agildas ou emblemas, iguais ou
semelhantes, que possam ser confundidos com os adotados para os militares estaduais.
TÍTULO IV - DAS PROMOÇÕES –
(REVOGADO PELO ART. 42 DA LEI Nº 15.797/2015)
CAPÍTULO I
DA PROMOÇÃO DE OFICIAIS
Seção I
Generalidades
Art.77. Este Capítulo estabelece os critérios e as condições queasseguram aos oficiais da ativa
da Polícia Militar e do Corpo de BombeirosMilitar do Ceará acesso na hierarquia, mediante pro-
moção, de formaseletiva, gradual e sucessiva.
Art.78. A promoção é ato administrativo complexo e temcomo finalidade básica o preenchimen-
to seletivo das vagas existentespertinentes ao grau hierárquico superior, com observância do
número decargos constante do efetivo, fixado em Lei para os diferentes Quadros.
Art.79. Não haverá promoção quando o número de oficiais daativa detentores de cargos no posto
considerado estiver completo ou comexcesso, de acordo com o número de cargos fixado na Lei
do efetivo.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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§1º Para efeito do disposto no caput, não serão computados os oficiais agregados. (Redação dada
pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
§1º Para efeito do disposto no caput serão computados dentreos oficiais da ativa inclusive os
oficiais agregados. (Redação anterior – Lei 13.729/06)
§2º Não se aplica o disposto neste artigo:
I - à promoção post mortem, que independe de vaga;
II - à promoção em ressarcimento de preterição, caso em que ooficial mais moderno ocupante de
vaga no posto considerado ficará noexcedente até a normalização da situação.
Art.80. A forma gradual e sucessiva da promoção resultará deplanejamento adequado para a
carreira dos oficiais, concebido pelaCorporação Militar Estadual, de acordo com as suas pecu-
liaridades,conveniências e oportunidade.
Parágrafo único. O planejamento de que trata o caput visaráassegurar um fluxo de carreira re-
gular e equilibrado, observada a existênciade vagas dentro do número de cargos constante do
efetivo.
Seção II
Dos Critérios de Promoção
Art.81. As promoções são efetuadas pelos critérios de:
I - antigüidade;
II - merecimento;
III - bravura;
IV - post mortem.
Art.82. Somente nos casos extraordinários, previstos nesta Lei,admitir-se-á promoção em ressar-
cimento de preterição em favor dooficial.
§1º Os casos extraordinários de que trata o caput são:
I - obtenção de decisão favorável a recurso administrativointerposto;
II - cessação de situação de desaparecido ou extraviado;
III - absolvição ou impronúncia no processo a que esteverespondendo;
IV - ocorrência de prescrição da pretensão punitiva relativa adelito que lhe é imputado, devida-
mente reconhecida pela autoridadejudiciária competente;
V - reconhecimento da procedência da justificação em Conselhode Justificação;
VI - ocorrência de comprovado erro administrativo, em prejuízodo Oficial, desde que apurado e
reconhecido pela Administração, medianteprocesso regular.
§2º Não haverá promoção em ressarcimento de preterição nocaso de prescrição da pretensão
executória da pena relativa ao delitopraticado pelo Oficial, devidamente reconhecida pela auto-
ridade judiciáriacompetente.
§3º A promoção em ressarcimento de preterição observará oscritérios de antigüidade ou de
merecimento, conforme o caso, recebendoo Oficial o número que lhe competia na escala hie-
rárquica, como sehouvesse sido promovido na época devida, sem alterar a distribuição devagas
pelos critérios de promoção.
§4º Para o pleno reconhecimento da promoção emressarcimento de preterição será necessária
a obediência, cumulativa,dos seguintes requisitos:
I - existência de vaga no respectivo Quadro, na época dapreterição;
II - ser o Oficial possuidor dos cursos que habilitem à promoçãorequerida;
III - ter o Oficial interstício no posto em referência;

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IV - ter o Oficial tempo de efetivo serviço na Corporaçãomilitar estadual.
Art.83. Para ser promovido pelos critérios de antigüidade emerecimento é indispensável que o
Oficial esteja incluído em Quadro deAcesso.
Art.84. Não haverá promoção de Oficial por ocasião de suatransferência para a reserva remune-
rada ou reforma.
Art.85. Promoção por antigüidade é aquela que se baseia naprecedência hierárquica de um Ofi-
cial sobre os demais de igual posto,dentro de um mesmo Quadro, conforme disposto no art.31
desta Lei.
Parágrafo único. A promoção pelo critério de antigüidade nosQuadros de Oficiais é feita na se-
qüência do respectivo Quadro de Acessopor antigüidade e caberá ao Oficial que for mais antigo
da escala numéricado Quadro de Acesso.
Art.86. Promoção por merecimento é aquela que se baseia noconjunto de atributos e qualidades
que distinguem e realçam o valor doOficial entre seus pares, avaliados no decurso da carreira e
no desempenhode cargos e comissões exercidas, em particular no posto que ocupa, aoser cogi-
tado para a promoção.
§1º A promoção por merecimento, em qualquer Quadro, seráfeita com base no Quadro de Aces-
so por Merecimento, obedecida àrespectiva ordem decrescente de merecimento.
§2º Constitui requisito para ingresso em Quadro de Acesso pormerecimento, ser o Oficial consi-
derado com mérito suficiente nojulgamento da Comissão de Promoções de Oficiais - CPO.
Art.87. A promoção por merecimento para o preenchimentodas vagas abertas para o posto de
Coronel é aquela que se baseia na livreescolha, privativa do Governador do Estado, com base no
Quadro deAcesso por merecimento.
Parágrafo único. Após verificada a existência de vaga para oposto de Coronel, o Comandante-
-Geral encaminhará, no primeiro diaútil subseqüente, o Quadro de Acesso por merecimento, ao
Governadordo Estado, o qual deverá proceder à(s) escolha(s) e informar aoComandante-Geral
5 (cinco) dias antes da data da promoção, conformese segue:
I - para o preenchimento da primeira vaga será escolhido umoficial dentre os 3 (três) primeiros
classificados no Quadro de Acessopor merecimento;
II - para o preenchimento da segunda vaga será escolhido umoficial dentre os remanescentes da
primeira vaga, acrescidos do quartoclassificado no Quadro de Acesso por merecimento;
III - para o preenchimento das demais vagas será escolhido umoficial dentre os remanescentes
da vaga anterior, mais um oficialintegrante do Quadro de Acesso por merecimento imediata-
mente melhorclassificado, observando sempre a rigorosa ordem de classificação pormereci-
mento para inclusão na nova escolha.
Art.88. A promoção por bravura é aquela que resulta de ato ouatos não comuns de coragem e
audácia, que, ultrapassando os limitesnormais do cumprimento do dever, representem feitos de
notório mérito,em Operação ou Ação inerente à missão institucional da CorporaçãoMilitar.
§1º O ato de bravura, considerado altamente meritório, éapurado mediante procedimento re-
gular por uma Comissão Especial,composta por Oficiais Superiores, para esse fim designados
pelorespectivo Comandante-Geral.
§2º Os documentos que tenham servido de base para promoçãopor bravura serão remetidos à
Comissão de Promoção de Oficiais.
§3º À promoção por bravura não se aplica as exigências parapromoção por outros critérios, es-
tabelecidos nesta Lei.
§4º O Oficial promovido por bravura ocupará a primeira vagaaberta no posto subseqüente, des-
locando, conseqüentemente, o critérioda promoção a ser seguido para a vaga seguinte.
§5º O Oficial que, no prazo de 1 (um) ano, por vontade própria, não satisfizer as condições de
acesso ao posto a que foi promovido por bravura, aguardará o tempo necessário para implemen-

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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tar a reserva remunerada no atual posto.” (NR). (Parágrafo modificado pelo art. 12 da Lei 13.768,
de 04.05.2006).
§5º O Oficial que, no prazo máximo de 1 (um) ano, não lograr obter as condições de acesso
ao posto a que foi promovido por bravura, aguardará o tempo necessário para implementar a
reserva remunerada no atual posto, salvo se a falha deveu-se a fato atribuível à Administração.
(redação anterior – Lei 13.729/06).
Art.89. A promoção post mortem, de caráter excepcional, independe de vaga e visa a expressar
o reconhecimento do Estado e da sociedade ao Oficial falecido no cumprimento do dever ou em
conseqüência disto, ou a reconhecer o direito do Oficial, a quem cabia promoção não efetivada
por motivo de óbito.
§1º Será, também, promovido post mortem o Oficial que, ao falecer, já satisfazia às condições de
acesso e integrava o Quadro de Acesso dos Oficiais que concorreriam à promoção pelos crité-
rios de antiguidade e merecimento, consideradas as vagas existentes na data do falecimento
(NR). (Parágrafo modificado pelo art. 13 da Lei 13.768, de 04.05.2006).
§1º Será, também, promovido post mortem, o Oficial que, ao falecer, já satisfazia às condições
de acesso e integrava o Quadro de Acesso dos Oficiais que concorreriam à promoção pelos
critérios de antiguidade, merecimento ou escolha, consideradas as vagas existentes na data do
falecimento. (redação anterior – Lei 13.729/06).
§2º Para efeito de aplicação deste artigo, será considerado, quando for o caso, o último Quadro
de Acesso por antiguidade e merecimento, em que o Oficial falecido tenha sido incluído.(NR).
(Parágrafo modificado pelo art. 13 da Lei 13.768, de 04.05.2006).
§2º Para efeito de aplicação deste artigo, será considerado, quando for o caso, o último Quadro
de Acesso por antiguidade, merecimento ou escolha, em que o Oficial falecido tenha sido incluí-
do. (redação anterior – Lei 13.729/06).
§3º A promoção post mortem é efetivada quando o Oficial falecer em uma das situações a seguir,
independente de integrar Quadro de Acesso e existência de vaga:
I - em ação ostensiva e de preservação da ordem pública, na proteção de pessoa ou de patrimô-
nio, visando à incolumidade em situações de risco, infortúnio ou de calamidade;
II - em conseqüência de ferimento recebido em decorrência das ações estabelecidas no inciso
anterior, ou doença, moléstia ou enfermidades contraídas nesta situação, ou que nelas tenham
sua causa eficiente;
III - em acidente em serviço ou em conseqüência de doença, moléstia ou enfermidade que nele
tenham sua causa eficiente.
§4º Os casos de morte por ferimento, doença, moléstia ou enfermidade referidos neste artigo,
serão comprovados por Inquérito Sanitário de Origem, sendo os termos do acidente, baixa ao
hospital, prontuários de tratamento nas enfermarias e hospitais, laudo médico, perícia médica e
os registros de baixa, utilizados como meios subsidiários para esclarecer a situação.
§5º No caso de ocorrer, por falecimento do Oficial, a promoção por bravura, fica excluída a pro-
moção post mortem, que resultaria das conseqüências do ato de bravura.
§6º Para o pleno reconhecimento da promoção post mortem, será instaurado processo regular
realizado por uma Comissão Especial, composta por Oficiais Superiores, para esse fim designa-
dos pelo Comandante-Geral.
Art.90. As promoções são efetuadas nas Corporações Militares Estaduais:
I - para a vaga de Oficial subalterno (Primeiro-Tenente), pelo critério de antiguidade, observan-
do-se o merecimento intelectual, na ordem rigorosa de classificação obtida:
a) no Curso de Formação de Oficiais - CFO, para o QOPM e o QOBM;
b) no Curso de Habilitação de Oficiais - CHO, para o QOAPM, QOABM e o QOEPM;
c) no concurso público específico à admissão no Quadro de Oficiais de Saúde - QOSPM;

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d) no concurso público específico à admissão no Quadro de Oficiais Capelães - QOCplPM;
e) no concurso público específico à admissão no Quadro de Oficiais Complementar Policial Mi-
litar - QOCPM, e no Quadro de Oficiais Complementar Bombeiro Militar - QOCBM; (NR) (Alínea
modificada pelo art. 14 da Lei 13.768, de 04.05.2006; Quadro Complementar extinto na PMCE nos
termos do art. 2º da Lei 14.931/2011)
e) no concurso público específico à admissão no Quadro de Oficiais Complementar Bombeiro
Militar QOCBM. (redação anterior – Lei 13.729/06).
II - para as vagas de Oficial intermediário (capitão) e oficiais superiores (major e Tenente-co-
ronel), pelos critérios de antigüidade e de merecimento, de acordo com a proporcionalidade
estabelecida nesta Lei;
III - para as vagas do posto de Coronel, exclusivamente pelo critério de merecimento. (NR). (In-
ciso modificado pelo art. 14 da Lei 13.768, de 04.05.2006)
III - para as vagas do posto de Coronel, exclusivamente, pelo critério de escolha. (redação an-
terior – Lei 13.729/06).
Seção III
Dos Requisitos Essenciais para a Promoção
Art.91. Aptidão física é a capacidade física indispensável ao Oficial para o exercício das funções
que competirem no novo posto, a ser avaliada por exames laboratoriais e inspeção de saúde.
§1º Depois de publicadas oficialmente as vagas a serem preenchidas, nas datas fixadas, por
semestre, para a Polícia Militar e para o Corpo de Bombeiros Militar, por Decreto do Chefe do
Poder Executivo, os oficiais em número correspondente ao dobro do número de vagas anuncia-
das, por critério, para cada posto, contando-se apenas com os oficiais que estejam preenchendo
número, deverão realizar os exames laboratoriais no Hospital Militar ou particular e submeter-se
à inspeção de saúde pela Junta de Saúde da Corporação, no prazo máximo de 15 (quinze) dias.
§2º Todos os Oficiais integrantes do Quadro de Acesso por Merecimento, deverão realizar os
exames necessários à promoção e se submeterem à inspeção de saúde junto à Junta de Saúde
da Corporação, no prazo estipulado no §1º deste artigo; (NR) (Parágrafo modificado pelo art. 15
da Lei 13.768, de 04.05.2006)
§2º Todos os Oficiais integrantes do Quadro de Acesso por Escolha, deverão realizar os exames
necessários à promoção e se submeterem à inspeção de saúde junto à Junta de Saúde da Corpo-
ração, no prazo estipulado no §1º deste artigo. (redação anterior – Lei 13.729/06).
§3º A incapacidade física temporária em inspeção de saúde não impede a promoção do Oficial
ao posto imediato.
§4º No caso de se verificar a incapacidade física definitiva, o Oficial passará à inatividade nas
condições estabelecidas nesta Lei.
§5º Os exames laboratoriais e a inspeção pela Junta de Saúde da Corporação de que trata o §1º
deste artigo, supre, tão somente, a avaliação médica para efeito de promoção.
§6º O Oficial que deixar de realizar os exames laboratoriais e a inspeção de saúde dentro do
prazo previsto no §1º deste artigo, será excluído do Quadro de Acesso por Antigüidade e Me-
recimento, e perderá o direito de ser promovido ao posto superior, na data da promoção a que
se referiam os exames e a inspeção de saúde. (NR). (Parágrafo modificado pelo art. 15 da Lei
13.768, de 04.05.2006)
§6º O Oficial que deixar de realizar os exames laboratoriais e a inspeção de saúde dentro do
prazo previsto no §1º deste artigo, será excluído do Quadro de Acesso por Antigüidade, Mereci-
mento ou Escolha, e perderá o direito de ser promovido ao posto superior, na data da promoção
a que se referiam os exames e a inspeção de saúde; (redação anterior – Lei 13.729/06).
§7º O Oficial que for enquadrado na situação especificada no parágrafo anterior será submetido
a processo regular e, se for isentado de culpa pelo fato, poderá realizar, no prazo máximo de 10

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(dez) dias, os exames e a inspeção de saúde e, caso seja considerado apto, reingressará em Qua-
dro de Acesso, ficando habilitado à promoção.
§8º A inspeção de saúde para avaliação da aptidão física de que trata este artigo terá validade
anual.
§9º Caso o Oficial, por um outro motivo, seja submetido à nova inspeção de saúde, será remetida
cópia da respectiva ata à CPO.
§10. O Oficial que freqüentar curso no exterior ou em outra Unidade da Federação, e lá permane-
cer por tempo superior à validade da inspeção de saúde, deve realizar os exames necessários e
a inspeção junto a órgão público de saúde, providenciando a remessa do resultado final à CPO,
após a devida notificação.

Seção IV
Das Condições Básicas
Art.92. O ingresso na carreira de Oficial é feito no posto inicialde Primeiro-Tenente, conforme
previsto nesta Lei.
§1º A ordem hierárquica de colocação no posto inicial resulta daordem de classificação final:
I - no Curso de Formação de Oficiais - CFO, para oficiais doQuadro de Oficial Policial Militar -
QOPM e do Quadro de OficialBombeiro Militar - QOBM;
II - no Curso de Habilitação de Oficiais - CHO, para os oficiaisdos Quadros de Administração
Policiais Militares - QOAPM e Quadrode Oficiais de Administração Bombeiro Militar - QOABM e
do Quadrode Oficiais Especialistas Policiais Militares - QOEPM, respectivamente; (QOE extinto
na PMCE e incluído no QOA nos termos do art. 3º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011)
III - no concurso público para o Quadro de Oficiais de Saúde -QOSPM e Quadro de Oficiais Ca-
pelães - QOCplPM; e IV - no concurso público para o Quadro de Oficial ComplementarBombeiro
Militar - QOCBM.
IV - nos concursos públicos para o Quadro de Oficiais Complementar Policial Militar – QOCPM,
e para o Quadro de Oficiais Complementar Bombeiro Militar - QOCBM. (NR) (Inciso modificado
pelo art. 16 da Lei 13.768, de 04.05.2006. O QOCPM foi extinto na PMCE nos termos do art. 2º da
Lei nº 14.931/2011).
IV - no concurso público para o Quadro de Oficial Complementar Bombeiro Militar - QOCBM.
(redação anterior – Lei 13.729/06)
§2º No caso do Curso de Formação ou Habilitação de Oficiaister sido realizado ou venha a ser
concluído no prazo máximo de 60(sessenta) dias, em mais de uma Corporação, será fixada pelo
respectivoComandante-Geral uma data comum para nomeação e inclusão de todosos conclu-
dentes que constituirão uma turma de formação única, sendoque a classificação na turma obe-
decerá às médias finais obtidas naconclusão dos cursos, respeitadas as disposições contidas na
legislaçãoespecífica da respectiva Corporação Militar do Estado do Ceará.
§3º O Oficial que, na turma de formação respectiva, for o últimoclassificado, assinala o fim da
turma.
§4º O deslocamento que sofrer o Oficial na escala hierárquica,em conseqüência de tempo de
serviço perdido, de conformidade com oprevisto nesta Lei, será consignado no Almanaque da
respectivaCorporação Militar Estadual.
§5º O tempo de efetivo serviço perdido afetará diretamente ositens “efetivo serviço” e “perma-
nência no posto” constantes da fichade promoção.
Art.93. A fim de assegurar o equilíbrio de acesso, tomar-se-ápor base o efetivo de Oficiais, por
postos, dentro de cada Quadro, fixadoem Lei.

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Art.94. Os limites quantitativos de antigüidade visam aestabelecer os limites quantitativos dos
Oficiais PM ou BM, por ordemde antigüidade, que concorrerão à constituição dos Quadros de
Acessopor Antigüidade – QAA e por Merecimento - QAM, e são os seguintes:
I – na Polícia Militar do Ceará:
a) 1/2 (metade) do efetivo dos Tenentes-Coronéis fixado em Lei;
b) 1/3 (um terço) do efetivo dos Majores fixado em Lei;
c) 1/5 (um quinto) do efetivo dos Capitães fixado em Lei;
d) 1/10 (um décimo) do efetivo de Primeiros-Tenentes fixadoem Lei.
II – no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará:
a) 1/2 (metade) do efetivo dos Tenentes-Coronéis fixado emLei;
b) 1/3 (um terço) do efetivo dos Majores fixado em Lei;
c) 1/4 (um quarto) do efetivo dos Capitães fixado em Lei;
d) 1/4 (um quarto) do efetivo de Primeiros-Tenentes fixado emLei.
§1º Os limites quantitativos referidos nos incisos I e II do caputdeste artigo serão fixados, por
semestre, na Polícia Militar e no Corpode Bombeiros Militar, nas datas estabelecidas por Decreto
do Chefe doPoder Executivo.
§2º Periodicamente, a CPO fixará limites para remessa dadocumentação dos Oficiais a serem
apreciados para posterior ingressonos Quadros de Acesso.
§3º Quando nas operações de divisões previstas nos incisos I e IIdo caput deste artigo, resultar
um quociente fracionário, será ele tomadopor inteiro e para mais.
§4º Para efeito de limite quantitativo, no mínimo 2 (dois) Oficiais deverão, quando possível, in-
gressar em Quadro de Acesso para o preenchimento da vaga, por merecimento, ao posto supe-
rior, desde que obedeçam a todos os requisitos legais. (NR). (Parágrafo modificado pelo art. 17
da Lei 13.768, de 04.05.2006)
§4º. Para efeito de limite quantitativo, no mínimo, 2 (dois)Oficiais deverão, quando possível, in-
gressar em Quadro de Acesso parao preenchimento da vaga, por merecimento e por escolha,
ao postosuperior, desde que obedeçam a todos os requisitos legais. (redação anterior – Lei
13.729/06).
Art.95. Para o ingresso em Quadro de Acesso é necessário queo Oficial esteja incluído nos li-
mites quantitativos estabelecidos nestaLei para cada posto, e satisfaça, cumulativamente, os se-
guintes requisitosessenciais:
I - interstício no posto;
NOTA: Lei 13.768/06 - Art.35. Ao militar estadual que, até a publicação da Lei nº13.729, de 11 de janeiro de 2006, tenha completo 1/3 (um terço) do
interstício no posto ou graduação exigido nos Decretos nºs 13.503, de 26 de outubro de 1979, e 26.472, de 20 de dezembro de 2001, fica assegurado
o direito de completar o tempo exigido, com base na legislação até então vigente, para que oportunamente possa concorrer ao posto ou graduação
subseqüente.

II - curso obrigatório estabelecido em Lei para cada posto;


III - serviço arregimentado no posto.
§1º O interstício no posto de que trata o inciso I deste artigo, aser preenchido até a data de encer-
ramento das alterações, é o tempomínimo de efetivo serviço no posto considerado, descontado
o temponão computável, assim estabelecido:
I - para promoção ao posto de Capitão - 5 (cinco) anos no posto de Primeiro-Tenente; (NR) (Re-
dação dada pelo art. 1º da Lei nº14.930, de 02 de junho de 2011)
I - para promoção ao posto de Capitão - 7 (sete) anos no posto de 1º Tenente;

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II - para a promoção ao posto de Major - 4 (quatro) anos no posto de Capitão;(NR) (Redação dada
pelo art. 1º da Lei nº14.930, de 02 de junho de 2011)
II - para a promoção ao posto de Major – 5 (cinco) anos noposto de Capitão;
III - para a promoção ao posto de Tenente-Coronel – 4 (quatro)anos no posto de Major;
IV - para a promoção ao posto de Coronel - 3 (três) anos noposto de Tenente-Coronel.
NOTA: Incisos ainda em vigor, embora temporariamente, por força dos arts. 33 e 34 da Lei nº
15.797/2015:
Art.33. Os atuais Oficiais dos Quadros de Saúde e Capelão, na Polícia Militar, e Quadro Comple-
mentar, no Corpo de Bombeiros, concorrerão, quando for o caso, aos postos de Major e Tenen-
te-Coronel com os interstícios previstos no Título IV da Lei nº13.729, de 13 de janeiro de 2006.
Art.34. Fica assegurado aos atuais Capitães e Majores, na data da publicação desta Lei, cumprir
os interstícios previstos no Título IV da Lei nº13.729, de 13 de janeiro de 2006, até a promoção ao
posto de Tenente-Coronel, desde que possuam no mínimo 12 (doze) anos de carreira.
§2º O Curso obrigatório de que trata o inciso II disposto nocaput deste artigo, a ser concluído
com aproveitamento até a data deencerramento das alterações, é o que possibilita o acesso do
Oficial aossucessivos postos de carreira, nas seguintes condições:
I - para acesso aos postos de Primeiro-Tenente e Capitão:Curso de Formação de Oficiais – CFO,
para os integrantes do QOPM, QOSPM, QOCplPM e QOCPM, na Polícia Miltar e QOBM e QO-
CBM, no Corpo de Bombeiros Miltar, sob coordenação da Corporação Militar Estadual e Curso
de Habilitação de Oficiais - CHO, realizado na Corporação de origem para os integrantes do
QOAPM e QOABM. (NR). (Inciso modificado pelo art. 18 da Lei 13.768, de 04.05.2006)
I - para acesso aos postos de Primeiro-Tenente e Capitão:
Curso de Formação de Oficiais -CFO; Curso de Habilitação de Oficial -CHO para os médicos,
capelães e QOCBM, sob coordenação daCorporação Militar Estadual;(redação anterior – Lei
13.729/06).
II - para acesso aos postos de Major e Tenente – Coronel: Cursode Aperfeiçoamento de Oficiais
- CAO, ou curso regular equivalenterealizado em Corporação Militar Estadual;
III - para o posto de Coronel: Curso Superior de Polícia - CSP, ou Curso Superior de Bombeiro
– CSB, ou curso regular equivalente sob coordenação de Corporação Militar Estadual, para os
integrantes do QOPM e QOBM. (NR). (Inciso modificado pelo art. 18 da Lei 13.768, de 04.05.2006)
III - para o posto de Coronel: Curso Superior de Polícia – CSP,ou Curso Superior de Bombeiro -
CSB, sob coordenação da CorporaçãoMilitar Estadual. (redação anterior – Lei 13.729/06).
§3º. O Serviço arregimentado de que trata o inciso III do caputdeste artigo, é o tempo mínimo
passado pelo Oficial no exercício defunção de natureza ou de interesse militar estadual, definida
em legislaçãoespecífica, nas seguintes condições:
I - para a promoção ao posto de Capitão: 6 (seis) anos;
II - para a promoção ao posto de Major: 4 (quatro) anos;
III - para a promoção ao posto de Tenente–Coronel: 3 (três)anos;
IV - para a promoção ao Posto de Coronel: 2 (dois) anos.
§4º Ao ser promovido com base no disposto do §3º deste artigo,o militar estadual será regido,
para efeito de promoção, de acordo comas normas estabelecidas por esta Lei.
Art.96. O Oficial agregado, quando no desempenho de funçãode natureza ou interesse militar,
concorrerá à promoção por qualquerdos critérios, sem prejuízo do número de concorrentes re-
gularmenteestipulado e em igualdade de condições, observado o disposto no art.79.

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Seção V
Da Seleção e da Documentação Básica
Art.97. As autoridades competentes que tiverem conhecimentode ato ou fato que possa influir,
contrária ou decisivamente, na inclusãoou permanência de nome de Oficial em Quadro de Aces-
so à promoção,deverão, por via hierárquica, levá-lo ao conhecimento do respectivoComandan-
te-Geral, que após análise, determinará a instauração deprocesso regular para apuração do co-
municado.
Art.98. Os documentos básicos para a seleção dos Oficiais aserem apreciados para ingresso nos
Quadros de Acesso são os seguintes:
I – Folha de Alteração;
II – Ficha de Informação;
III - Ficha de Apuração de Tempo de Serviço;
IV - Ficha de Promoção.
§1º Os documentos, a que se referem os incisos I, II, e III, desteartigo, serão remetidos direta-
mente à Comissão de Promoções de Oficiaisda respectiva Corporação, nas datas previstas em
Decreto do Governadordo Estado.
§2º O documento, a que se refere o inciso IV deste artigo, seráelaborado pela Comissão de Pro-
moções de Oficiais da respectivaCorporação.
Art.99. A Ficha de Informação, a que se refere o inciso II doartigo anterior, será feita em única
via, podendo o Oficial avaliado delater conhecimento e se destina a sistematizar as apreciações
sobre valormoral e profissional do Oficial, no período em referência, por parte dasautoridades
competentes, conforme estabelecido no anexo I desta Lei.
§1º As autoridades de que trata o caput deste artigo, são, emprincípio, as seguintes:
I - Comandante-Geral;
II - Comandante-Geral Adjunto;
III - Coordenador-Geral de Administração;
IV - Chefe da Casa Militar;
V - Coordenador Militar;
VI - Oficial mais antigo em serviço ativo, de posto superior,lotado na estrutura da Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social,na seguinte ordem de prioridade:
a) da respectiva Corporação Militar Estadual, servindo nomesmo Órgão ou setor daquela Pasta
em que esteja lotado o avaliado;
b) de Corporação Militar Estadual, servindo no mesmo Órgãoou setor daquela Pasta em que
esteja lotado o avaliado;
c) de Corporação Militar Estadual lotado no Gabinete doSecretário;
d) de Corporação Militar Estadual lotado na estrutura daquelaPasta;
VII - Diretor ou Coordenador;
VIII - Assessor;
IX - Comandantes de Policiamentos Metropolitano e doInterior;
X - comandante de unidade operacional, chefe de repartição ede estabelecimento.
§2º As Fichas de Informações serão normalmente preenchidasuma vez por semestre, com obser-
vação até 30 de junho e 31 de dezembro,e serão remetidas à CPO dentro do prazo de 30 (trinta)
dias, a contar doseu recebimento.

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§3º O Oficial só poderá ser conceituado uma vez por semestre,devendo-se observar a Unidade
Administrativa em que tiver permanecidopor maior período no semestre em referência.
§4º O Oficial, que não estiver subordinado funcionalmente a nenhuma das autoridades com-
petentes para preenchimento da Ficha de Informação, será avaliado pelo Comandante-Geral
Adjunto da respectiva Corporação Militar. (NR). (Parágrafo modificado pelo art. 19 da Lei 13.768,
de 04.05.2006)
§4º O Oficial que não estiver subordinado funcionalmente anenhuma das autoridades competen-
tes para preenchimento da Ficha dePromoção, será avaliado pelo Comandante-Geral Adjunto da
respectivaCorporação Militar. (redação anterior – Lei 13.729/06).
§5º O Oficial que entender que seu superior imediato é suspeitoou impedido para avaliá-lo po-
derá solicitar, prévia e fundamentadamente,ao Comandante-Geral da respectiva Corporação, a
remessa da sua fichade Informação ao Comandante-Geral Adjunto, para fins de avaliação eafe-
rimento do conceito previsto.
§6º O respectivo Comandante-Geral poderá, de acordo com odisposto no §5º deste artigo, defe-
rir ou não o pleito, devendo fundamentare publicar a sua decisão.
§7º A média aritmética dos valores finais das Fichas deInformações do Oficial, relativas ao mes-
mo posto, constituirá o Grau deConceito no Posto.
§8º O Oficial que obtiver promoção ou tenha sua promoçãoretroagida, decorrente de erro da
administração, devidamenteconsubstanciado em processo regular, ou decorrente de decisão ju-
dicial,concorrerá à promoção subseqüente, observando-se os conceitos aferidosno posto atual e
os conceitos atribuídos no posto anterior, conformeseja a data de promoção ou retroação.
Art.100. A Ficha de Promoção, prevista no anexo II desta Lei,a que se refere o inciso IV do art.98,
destina-se à contagem de pontospositivos e negativos inerentes à vida profissional do Oficial.
Parágrafo único. Consta ainda na Ficha de Promoção:
I - grau de conceito no posto;
II - julgamento da CPO; e
III - total de pontos no Quadro de Acesso por merecimento.
Seção VI
Do Processamento das Promoções
Art.101. A nomeação ao primeiro posto do oficialato e aspromoções subseqüentes serão con-
substanciadas por ato do Governadordo Estado.
§1º O ato de nomeação para posto inicial da carreira de oficiale ao primeiro de Oficial superior,
acarretam expedição de Carta Patentepelo Governador do Estado.
§2º A promoção aos demais postos é apostilada à última Carta Patente expedida.
§3º A Carta Patente é o documento Oficial e individual em que são definidas, para cada Oficial,
sua situação hierárquica (Posto) e o Quadro a que pertence, a fim de fazer prova dos direitos e
deveres assegurados por Lei ao seu possuidor;
§4º VETADO.
§5º VETADO.
Art.102. Observado o disposto no art.79, as vagas, nos diferentes Quadros, a serem preenchidas
para promoção, serão provenientes de:
I - promoção ao posto superior;
II - agregação, em conformidade com o previsto nesta Lei;
III - passagem à situação de inatividade;

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IV - demissão;
V - falecimento;
VI - transferência ex officio para a reserva remunerada, prevista até a data da promoção;
VII - aumento de efetivo, conforme dispuser a Lei.
§1º Com relação ao disposto no inciso II do caput deste artigo, não haverá abertura de vagas para
efeito de promoção provenientes dos oficiais que estejam agregados e que devam ser revertidos
ex officio, por incompatibilidade hierárquica do novo posto com o cargo que vinha exercendo.
§2º As vagas são consideradas abertas:
I - na data da assinatura do ato de promoção, salvo se no próprio ato for estabelecida outra data;
II - na data do ato de agregação, salvo se no próprio ato for estabelecida outra data;
III - na data: (Inciso modificado pelo art. 20 da Lei 13.768, de 04.05.2006)
III - na data do ato que passa o Oficial para a inatividade ou demite; (redação anterior – Lei
13.729/06)
a) do início do processo de reserva ex officio, por um dos motivos especificados nesta Lei; (NR)
b) que o Oficial superar 90 (noventa) dias do pedido de reserva remunerada, quando também
será dispensado do serviço ativo até a publicação do ato de reserva. (Redação dada pelo art. 1º
da Lei Complementar nº 93, de 25.01.2011).
b) que o Oficial completar 90 (noventa) dias do pedido de reserva remunerada, quando também
será dispensado do serviço ativo, até publicação do ato de inatividade;
c) do ato que demite o Oficial;(NR)(Redação dada pelo art. 20 da Lei 13.768, de 04.05.2006)
IV - na data Oficial do falecimento;
V - como dispuser a Lei, no caso de aumento de efetivo.
§3º. Cada vaga aberta em determinado posto, acarretará, por decorrência, abertura de vaga nos
postos subseqüentes, sendo esta seqüência interrompida no posto em que houver preenchimen-
to por excedente.
§4º. Para efeito do disposto no §3º deste artigo, só haverá decorrência de vaga nos postos subse-
qüentes quando normalizada a situação do excedente.
Art.103. As promoções serão efetuadas por Antigüidade e Merecimento na Polícia Militar e no
Corpo de Bombeiros Militar, nas datas definidas, por semestre, em Decreto do Governador do
Estado.
Seção VII
Dos Quadros De Acesso
Art.104. Quadros de Acesso são relações de Oficiais dos Quadrosorganizados por postos para
as promoções por antigüidade - Quadro deAcesso por Antigüidade – QAA e por merecimento –
Quadro de Acessopor Merecimento - QAM.
§1º O Quadro de Acesso por Antigüidade será organizadomediante o relacionamento, em ordem
decrescente de antigüidade, dosOficiais habilitados ao acesso e incluídos nos limites quantitati-
vosindicados nesta Lei e publicados em Boletim reservado da respectivaCorporação.
§2º O Quadro de Acesso por Merecimento, formado com baseno Quadro de Acesso por Anti-
guidade, é a relação dos Oficiais habilitadosao acesso e resultante da apreciação do mérito,
qualidade e requisitospeculiares exigidos do Oficial para a promoção, na ordem decrescentede
pontos, em caráter reservado, com distribuição para os oficiais queestejam concorrendo à pro-
moção respectiva, dentro de cada posto eQuadro, podendo ser do conhecimento dos Oficiais de
posto superior.

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§3º O julgamento do Oficial pela CPO, para composição doQuadro de Acesso por Merecimento
deve considerar os seguintesaspectos:
I - a eficiência revelada no desempenho de cargos, funções ecomissões, particularmente no pos-
to considerado;
II - as apreciações constantes na Ficha de Informação;
III - a potencialidade para o desempenho de cargos maiselevados;
IV- a capacidade de liderança, iniciativa e presteza de decisões;
V - os resultados obtidos em curso regulares realizados;
VI - realce do Oficial entre seus pares;
VII - punições sofridas no posto atual;
VIII - condenação de natureza criminal ou cumprimento depena restritiva de liberdade, ou de
suspensão do exercício do posto,cargo ou função;
IX - afastamento das funções por motivo de gozo de licençapara tratar de interesse particular;
X - afastamento das funções para gozo de licença paratratamento de saúde própria, não decor-
rente de missão militar, outratamento de saúde de dependente.
Art.105. O Oficial não poderá constar de qualquer Quadro deAcesso quando:
I - deixar de satisfazer as condições exigidas no art.91 desta Lei;
II - for preso provisoriamente, enquanto a prisão não forrevogada ou relaxada;
III - for recebida a denúncia em processo-crime, enquanto asentença final não transitar em julga-
do, salvo quando o fato ocorrer noexercício de missão de natureza ou interesse militar estadual
e nãoenvolver suposta prática de improbidade administrativa;
IV - estiver submetido a Conselho de Justificação, mesmo queeste esteja sobrestado, até decisão
final do Tribunal competente;
V - for condenado em processo-crime, enquanto durar ocumprimento da pena, inclusive no caso
de suspensão condicional depena, não se computando o tempo acrescido à pena original para
fins desua suspensão condicional;
VI - for licenciado para tratar de interesse particular (LTIP);
VII - for condenado à pena de suspensão do exercício do posto,cargo ou função, prevista no Có-
digo Penal Militar, durante o prazo desua suspensão ou de outras disposições legais;
VIII - for considerado desaparecido;
IX - for considerado extraviado;
X - for considerado desertor;
XI - houver sido punido disciplinarmente, nos últimos dozemeses que antecedem à data de pro-
moção, com custódia disciplinar;
XII - não atingir, na data de organização dos Quadros de Acesso,com base no resultado dos pon-
tos positivos e negativos constantes naFicha de Promoção, de que trata o anexo II, a pontuação
mínima exigidaa seguir:
a) no posto de Primeiro-Tenente - 2000 (dois mil) pontos;
b) no posto de Capitão – 2500 (dois mil e quinhentos) pontos;
c) no posto de Major – 2800 (dois mil e oitocentos) pontos;
d) no posto de Tenente-Coronel – 3000 (três mil) pontos.
Art.106. Será excluído de qualquer Quadro de Acesso, o Oficialque incidir em uma das circuns-
tâncias previstas no artigo anterior, ouainda: (ver texto do art. 34 da Lei 13.768/06)

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I - for nele incluído indevidamente;
II - for promovido;
III - vier a falecer;
IV - for afastado do serviço ativo da respectiva Corporação,por estar aguardando reserva remu-
nerada, a pedido, por mais de 90(noventa) dias;
V - passar à inatividade;
VI - tiver iniciado seu processo de reserva ex officio, por umdos motivos especificados nesta Lei.
Art.107. Será excluído do Quadro de Acesso por Merecimentojá organizado, ou dele não poderá
constar, o Oficial que: (ver texto do art. 34 da Lei 13.768/06)
I - tiver sido condenado por crime doloso;
II - houver sido punido, nos últimos 12 (doze) meses, portransgressão considerada de natureza
grave, na forma definida no CódigoDisciplinar dos militares estaduais;
III - for considerado com mérito insuficiente, no grau dejulgamento da CPO de que tratam os
incisos do §3º do art.104 desta Lei,ao receber grau igual ou inferior a 3.000 (três mil) pontos.
§1º Será ainda excluído do Quadro de Acesso por Merecimentojá organizado, ou dele não pode-
rá constar, o Oficial que estiver agregadoou que venha a ser agregado no período:
I - por motivo de gozo de licença para tratamento de saúde dedependente, legalmente reconhe-
cido por prazo superior a 6 (seis) mesescontínuos;
II - em virtude de encontrar-se no exercício de cargo públicocivil temporário, não eletivo, inclu-
sive da administração indireta;
III - por ter passado à disposição de órgão ou entidade deGoverno Federal, Estadual ou Munici-
pal, para exercer cargo ou funçãode natureza civil.
§2º Para poder ser incluído ou reincluído no Quadro de Acessopor Merecimento, o Oficial abran-
gido pelo disposto no parágrafoanterior, quando couber, deve reverter à respectiva Corporação,
pelomenos 90 (noventa) dias antes da data da promoção.
§3º REVOGADO (Parágrafo revogado pelo Art.21.da Lei 13.768, de 04.05.2006)
§3º Será excluído do Quadro de Acesso por Escolha já organizado,ou dele não poderá constar, o
Oficial que incidir em qualquer uma dassituações deste artigo, exceto a prevista no inciso III do
caput deste artigo.(Redação anterior, LEI 13.729/06)
Art.108. O Oficial que, no posto, deixar de figurar por 2 (duas)vezes, consecutivas ou não, em
Quadro de Acesso por Merecimento,por ter sido considerado com mérito insuficiente pela CPO,
deconformidade com o previsto no inciso III do caput do artigo anterior,fica inabilitado para a
promoção ao posto imediato pelo critério de
merecimento, concorrendo exclusivamente pelo critério de antigüidade. (ver texto do art. 34 da
Lei 13.768/06)

Seção VIII
Da Organização
Art.109. Os Quadros de Acesso por Antigüidade – QAA e Merecimento - QAM serão organizados
separadamente e submetidos à aprovação do respectivo Comandante-Geral da Corporação nas
datas fixadas em Decreto do Chefe do Poder Executivo.
§1º Os Quadros de Acesso serão divulgados, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, após a aprova-
ção.
§2º O Comandante-Geral da Corporação, em razão de erro administrativo ou situação super-
veniente imprevista, poderá elaborar Quadro de Acesso extraordinário, por proposta da CPO,

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fixando novas datas previstas no Decreto mencionado no caput, exceto as referentes ao cômputo
de vaga e de limite quantitativo.
§3º Para a promoção ao posto de Coronel, nos diversos Quadros, será organizado somente Qua-
dro de Acesso por merecimento, o qual será encaminhado ao Governador do Estado em caso de
existência de vaga para o posto respectivo, na conformidade do art.87 desta Lei.
Art.110. Além dos fatores referidos nos incisos do §3º do art.104 desta Lei, serão apreciados para
ingresso em Quadros de Acesso por Merecimento, conceitos, tempo de serviço, lesões em ação,
trabalhos julgados úteis e aprovados por órgão competente, medalhas e condecorações, refe-
rências elogiosas, ações destacadas, e outras atividades consideradas meritórias.
Art.111. Quando na situação de Oficial, os fatores citados no §3º dos arts.104 e 110, e aqueles que
constituam demérito, como punição, condenação, falta de aproveitamento em curso, serão com-
putados para as promoções aos postos de Capitão, Major, Tenente-Coronel e Coronel.
Art.112. A situação profissional será apreciada, para cômputo de pontos, a partir da data da no-
meação do Oficial no primeiro posto.
Art.113. Os conceitos profissionais e morais do Oficial serão apreciados pela CPO, através do
exame da documentação de promoção e demais informações recebidas.
Art.114. O Oficial incluído em Quadro de Acesso terá revista, semestralmente, sua contagem de
ponto.
Parágrafo único. Quando o Oficial tiver a sua média diminuída no julgamento da CPO, em rela-
ção ao Quadro de Acesso anterior, o fundamento dessa diminuição será consignado em ata da
respectiva reunião.
Art. 115. As contagens de pontos e os requisitos de cursos, interstícios e serviços arregimentados
estabelecidos nesta Lei, referir-se-ão nas datas fixadas em Decreto do Chefe do Poder Executivo,
à organização dos Quadros de Acesso por Antigüidade e Merecimento, relativos às promoções
em cada semestre.(NR).(Redação dada pelo art. 22 da Lei n° 13.768, de 04.05.06)
Art. 115. As contagens de pontos e os requisitos de cursos, interstícios e serviços arregimentados
estabelecidos nesta Lei, referir-se-ão nas datas fixadas em Decreto do Chefe do Poder Executi-
vo, à organização dos Quadros de Acesso por Antigüidade, Merecimento e Escolha, relativos às
promoções em cada semestre. (Redação anterior, Lei 13.729/06)
Art.116. Ao resultado do julgamento da CPO para ingresso em Quadro de Acesso por Mereci-
mento, serão atribuídos valores numéricos, em intervalo de 200 (duzentos) pontos, iniciando-se
de 1.000 (um mil) até o máximo de 6.000 (seis mil) pontos.
Art.117. A Pontuação Final do Oficial no posto, para efeito de classificação em Quadro de Acesso
por Merecimento, será a média aritmética do GCP - Grau de Conceito no Posto (Ficha de Infor-
mação), do RPPN - Resultado dos Pontos Positivos e Negativos (Ficha de Promoção), e do GJCPO
- Grau de Julgamento da CPO, todos registrados na Ficha de Promoção.
§1º Para efeito de esclarecimento do disposto no caput deste artigo, entenda-se a seguinte fór-
mula:

Pontuação Final = = (GCP + RPPN + GJCPO)


3
§2º No caso da Pontuação Final ser igual entre dois ou mais Oficiais, deverá prevalecer, para efei-
to de desempate, a ordem seguinte:
I - o resultado dos pontos positivos e negativos constantes na Ficha de Promoção;
II - o Grau de Conceito no posto;
III - o Grau de julgamento da CPO;
IV - antigüidade no posto.

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Art.118. Quando houver reversão de Oficial, na forma prevista nesta Lei, a CPO organizará, caso
julgue necessário, um complemento ao Quadro de Acesso por Merecimento e submeterá à apro-
vação do respectivo Comandante-Geral da Corporação.
Seção IX
Disposições Complementares
Art.119. O processamento das promoções obedecerá, normalmente, à seguinte seqüência:
I - remessa da documentação do Oficial a ser apreciado para posterior ingresso nos Quadros de
Acesso;
II - fixação e publicação no Diário Oficial do Estado dos limites quantitativos de Antigüidade para
ingresso dos Oficiais nos Quadros de Acesso por Antigüidade e Merecimento; (NR).(Redação dada
pelo art. 23 da Lei n° 13.768, de 04.05.06)
II - fixação e publicação no Diário Oficial do Estado dos limites quantitativos de Antigüidade para
ingresso dos Oficiais nos Quadros de Acesso por Antigüidade, Merecimento e Escolha; (Redação
anterior, Lei 13.729/06)
III - organização dos Quadros de Acesso;
IV - remessa dos Quadros de Acesso ao Comandante-Geral, para aprovação;
V - aprovação e publicação em Boletim Reservado dos Quadros de Acesso;
VI - apuração e publicação no Diário Oficial do Estado das vagas a preencher;
VII - inspeção de saúde dos Oficiais;
VIII - remessa ao Governador do Estado, por intermédio do Secretário da Segurança Pública e
Defesa Social, do Quadro de Acesso por Merecimento, para que proceda a livre escolha dos ofi-
ciais candidatos ao posto de Coronel, de acordo com as vagas abertas e em conformidade com
o art.87 desta Lei;
IX - remessa ao Comandante-Geral da respectiva Corporação das escolhas para as promoções;
X - elaboração e remessa dos atos de promoção ao Governador do Estado, por intermédio do
Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, para homologação;
XI - publicação dos atos de promoção no Diário Oficial do Estado.
Parágrafo único. O processamento das promoções obedecerá ao calendário estabelecido em
Decreto do Governador, em que também se especificam atribuições e responsabilidades.
Art.120. O número estabelecido de vagas para as promoções, por antigüidade e merecimento,
dentro dos Quadros, será distribuído, nas seguintes proporções, para os postos de:
I - Capitão – uma por antigüidade e uma por merecimento;
II - Major – uma por antigüidade e duas por merecimento;
III - Tenente-Coronel - uma por antigüidade e três por merecimento;
§1° A distribuição de vagas para promoção ao posto de Primeiro-Tenente ocorrerá por antigüi-
dade, observando-se o mérito intelectual.
§2° O Cadete que obtiver a primeira colocação no Curso de Formação de Oficiais será nomeado
diretamente no posto de Primeiro-Tenente.
§ 3º O número estabelecido de vagaspara as promoções ao posto de Coronel será preenchido,
exclusivamente, por livre escolha do Governador do Estado.
§4º A distribuição das vagas pelos critérios de antigüidade e merecimento, em decorrência da
aplicação das proporções estabelecidas neste artigo, será feita de forma contínua, em seqüência
às promoções realizadas, inclusive observando-se as promoções do período anterior.

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§5º A vaga no posto superior gerada pela promoção de Oficial agregado só poderá ser compu-
tada e preenchida na promoção do semestre seguinte. (Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113,
de 12 de maio de 2008).
§5º Observado o disposto no art. 79, o Oficial agregado que venha a ser promovido não preen-
che vaga de promoção, devendo esta vaga ser preenchida por Oficial que venha imediatamente
abaixo no Quadro de Acesso pelo mesmo critério do agregado promovido.(Redação anterior
– Lei 13.719/06)
Art. 121. As promoções em ressarcimento de preterição serão realizadas pelos critérios de anti-
guidade e merecimento, sem alterar as atuais distribuições de vagas pelos critérios de promo-
ção, salvo na hipótese do art. 79.
Seção X
Do Acesso aos Postos Iniciais
Art.122. O acesso ao posto inicial nos Quadros ocorrerá, obedecidos, dentre outros, aos seguin-
tes critérios:
I - no Quadro de Oficiais PM - QOPM ou BM - QOBM por promoção dos concludentes do Curso
de Formação de Oficiais - CFO;
II - no Quadro de Oficiais de Saúde Policiais Militares - QOSPM, no Quadro de Oficiais Capelães
Policiais Militares - QOCplPM, no Quadro de Oficiais Complementar Policial Militar –QOCPM, e
no Quadro de Oficiais Complementar Bombeiro Militar – QOCBM, por nomeação, em decorrên-
cia de prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos e atendimento dos
outros requisitos previstos nesta Lei e em regulamento; (NR) (Redação dada pelo art. 24 da Lei n° 13.768,
de 04.05.06; QOCPM extinto na PMCE nos termos do art. 2º da Lei nº 14.931/2011)
II - no Quadro de Oficiais de Saúde Policiais Militares - QOSPM, no Quadro de Oficiais Capelães
Policiais Militares - QOCplPM e no Quadro de Oficiais Complementar Bombeiro Militar- QOCBM
por nomeação, em decorrência de prévia aprovação em concurso público de provas ou de pro-
vas e títulos e atendimento de outros requisitos previstos nesta Lei e em regulamento; (Redação
anterior, Lei 13.729/06)
III - no Quadro de Oficiais de Administração Policiais Militares - QOAPM ou Bombeiros Militares
- QOABM e no Quadro de Oficiais Especialistas Policiais Militares - QOEPM, com exclusivida-
de aos Subtenentes da Corporação, através de prévia aprovação em seleção interna de provas
ou provas e títulos e preenchimento de outros requisitos previstos nesta Lei e em regulamento.
(QOE extinto na PMCE e incluído no QOA nos termos do art. 3º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011)
Art.123. Quando da nomeação ao posto de Primeiro-Tenente, após a conclusão, com aproveita-
mento, do Curso de Formação de Oficiais, os candidatos ao oficialato nos Quadros de Oficiais de
Saúde e de Oficiais Capelães da Polícia Militar e nos Quadros de Oficiais Complementar Policial
Militar e Complementar Bombeiro Militar, deverão atender, além de outros requisitos delineados
nesta Lei, ao seguinte: (NR).(Redação dada pelo art. 25 da Lei n° 13.768, de 04.05.06. Quadro Complementar
extinto na PMCE nos termos do art. 2º da Lei 14.931/2011)
Art.123. Quando da nomeação ao posto de Primeiro-Tenente, após a conclusão, com aproveita-
mento, do Curso de Formação de Oficiais, os candidatos ao oficialato nos Quadros de Oficiais de
Saúde e de Oficiais Capelães da Polícia Militar e no Quadro de Oficiais Complementar Bombeiro
Militar, deverão atender, além de outros requisitos delineados nesta Lei, o seguinte: (Redação
anterior, Lei 13.729/06)
I - ser considerado apto em exame físico;
II - demonstrar vocação para a carreira militar, verificada durante o período do Curso de Forma-
ção de Oficiais;
III - ter bom conceito ético e moral;
IV - não estar submetido a Processo Criminal ou Administrativo-Disciplinar;
V - não ter sido condenado por sentença privativa de liberdade, com trânsito em julgado;
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VI - não possuir antecedentes criminais que o tornem incompatível com o oficialato;
VII - obter conceito favorável da CPO.
§1º Para fins do que dispõe o inciso VII deste artigo, compete aos comandantes imediatos do es-
tagiário, durante o período do Curso de Formação de Oficiais, prestar, em caráter obrigatório, as
informações necessárias a apreciação dos requisitos indispensáveis à efetivação no posto inicial.
§2º Após a conclusão do Curso de Formação de Oficiais, o aluno que não satisfizer às condições
para efetivação no primeiro posto será submetido a processo regular e desligado, se comprova-
da sua inaptidão.
Seção XI
Dos Recursos
Art.124. O Oficial que se julgar prejudicado, em consequência de composição de Quadro de
Acesso ou em seu direito de promoção, poderá apresentar recurso ao Comandante-Geral, no
prazo de 15 (quinze) dias corridos, a contar da ciência do ato, ou do conhecimento, na OPM ou
OBM em que serve, da publicação Oficial a respeito.
§1º O Comandante-Geral deverá solucionar o recurso referente à composição de Quadro de
Acesso ou à promoção no prazo de 60 (sessenta) dias, contado a partir da data do seu recebi-
mento.
§2º O recurso referente à composição de Quadro de Acesso ou direito de promoção será diri-
gido ao Comandante-Geral e encaminhado, para fins de estudo e parecer, à CPO, seguindo a
cadeia de comando da Corporação.
§3º Em caso de indeferimento por parte do Comandante-Geral, como última instância na esfera
administrativa, o Oficial poderá recorrer, no prazo de 8 (oito) dias corridos, ao Secretário da Se-
gurança Pública e Defesa Social, que deverá se pronunciar no prazo de 30 (trinta) dias, a partir
do recebimento do recurso tempestivo.
Art.125. Do ato de livre escolha do Governador do Estado, referente à promoção ao posto de
Coronel, não caberá recurso administrativo.
Seção XII
Da Comissão de Promoção de Oficiais
Art.126. A Comissão de Promoção de Oficiais – CPO, é ocolegiado responsável pelo processa-
mento das promoções constituídada seguinte forma:
I - na Polícia Militar do Ceará:
a) Membros Natos:
1 - o Comandante-Geral;
2 - o Comandante-Geral Adjunto;
3 - o Coordenador – Geral de Administração.
b) membros efetivos: 4 (quatro) Coronéis, designados pelo Governador, dentre 10 (dez) nomes
indicados pelo Secretário da Segurança Pública e Defesa Social; (Redação dada pelo art. 1º da
Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
b) Membros Efetivos: 4 (quatro) Oficiais superiores do últimoposto; (redação anterior – Lei
13.729/06)
II - no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará:
a) Membros Natos:
1 - o Comandante-Geral;
2 - o Comandante-Geral Adjunto;
3 - o Coordenador–Geral de Administração.
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b) membros efetivos: 2 (dois) Coronéis, designados pelo Governador, dentre 5 (cinco) nomes
indicados pelo Secretário da Segurança Pública e Defesa Social; (Redação dada pelo art. 1º da
Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
b) Membros Efetivos: 2 (dois) Oficiais Superiores do últimoposto. (redação anterior – Lei
13.729/06)
§1º A Comissão de Promoção de Oficiais contará, ainda, comuma Secretaria, permanente, res-
ponsável pela documentação eprocessamento administrativo das promoções.
§2º Os membros efetivos serão nomeados pelo prazo de 1 (um)ano, podendo ser reconduzidos
por igual período.
§3º Presidirá a Comissão de Promoção de Oficiais da PolíciaMilitar e do Corpo de Bombeiros
Militar, o Comandante-Geral e, no seuimpedimento, o Comandante-Geral Adjunto.
§4º Os trabalhos das Comissões especificadas no caput, que envolvam avaliação de mérito de
Oficial e a respectiva documentação, serão acessíveis aos Oficiais que estejam no Quadro de
Acesso, sendo vedada manifestação dos presentes durante as reuniões da CPO, salvo autoriza-
ção de seu Presidente. (Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
§4º Os trabalhos das Comissões especificadas no caput desteartigo, que envolvam avaliação de
mérito de Oficial e a respectivadocumentação, terão caráter confidencial. (redação anterior – Lei
13.729/06)
§5º O membro da CPO, que se julgue impedido ou suspeito deemitir conceito a Oficial ou de
avaliar qualquer matéria pertinente,deverá comunicar ao Presidente da respectiva CPO, para
adoção dasprovidências necessárias à substituição.
§6º O Presidente da CPO declarará a suspeição ou o impedimentode qualquer membro, proi-
bindo-o de conceituar Oficial ou avaliar qualquermatéria pertinente, desde que tenha motivos
fundados, determinandoque seja constada sua decisão em ata da respectiva reunião.
§7º Aos casos de impedimento e suspeição poderão ser aplicados, subsidiariamente, o disposto
no Código de Processo Penal Militar, no Código de Processo Penal e no Código de Processo Ci-
vil, nesta ordem.
§8º Os membros efetivos e o secretário da Comissão de Promoção de Oficiais serão designados
através de ato do Comandante-Geral.
§9º Após a designação de que trata o parágrafo anterior, somente por imperiosa necessidade,
devidamente justificada em ata de reunião, poder-se-á justificar a ausência de qualquer membro
aos trabalhos da CPO, não podendo, em hipótese alguma, funcionar a citada Comissão se houver
ausência de mais de um dos respectivos membros.
Art.127. À Comissão de Promoção de Oficiais, competeprecisamente:
I - ter pleno conhecimento da Legislação atinente àspromoções;
II - organizar e submeter à aprovação do Comandante-Geral da Corporação, nos prazos estabe-
lecidos nesta Lei, os Quadros de Acesso e as propostas para as promoções por antiguidade e
merecimento; (NR) (Redação dada pelo art. 26 da Lei n° 13.768, de 04.05.06)
II - organizar e submeter à aprovação do Comandante-Geral daCorporação, nos prazos esta-
belecidos nesta Lei, os Quadros de Acesso eas propostas para as promoções por antiguidade,
merecimento e escolha; (Redação anterior, Lei 13.729/06)
III - propor a agregação de Oficial que deva ser transferido exofficio para a reserva, segundo o
disposto nesta Lei;
IV - emitir parecer sobre recurso referente a processamento depromoção;
V - organizar a relação dos Oficiais impedidos de ingresso emQuadro de Acesso;
VI - propor ao Comandante-Geral a exclusão de Oficial impedidode permanecer em Quadros
de Acesso, em face da legislação em vigor;

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VII - fixar os limites quantitativos de antiguidade estabelecidosnesta Lei;
VIII - propor ao Comandante-Geral a elaboração de Quadro deAcesso extraordinário e data de
referência para o estabelecimento denovos prazos, de acordo com o disposto nesta Lei;
IX - fixar prazos para remessa de documentos;
X - constar as respectivas deliberações em atas, sob pena denulidade.
Art.128. O Oficial é impedido de compor a CPO, ou dela deveráser substituído, a qualquer tem-
po, quando incidir em qualquer das situações a seguir:
I - requerer seu ingresso para a inatividade, após o transcurso de 90 (noventa) dias;
II - incidir nos casos de transferência para a inatividade ex officio;
III - estiver submetido a Conselho de Justificação instaurado ex officio;
IV - estiver de Licença para Tratamento de Saúde, Própria ou de Dependente;
V - estiver de Licença para Tratamento de Interesse Particular;
VI - não estiver no exercício de atividade militar ou considerada de natureza ou interesse militar
estadual;
VII - for condenado à perda de suspensão do exercício do posto, cargo ou função, prevista em Lei,
enquanto perdurar a suspensão;
VIII - for condenado, por fato tipificado como crime, enquanto durar o cumprimento da pena,
inclusive, no período de Suspensão Condicional;
IX - for denunciado em processo-crime, enquanto a sentença final não transitar em julgado, salvo
quando decorrente de missão policial militar ou bombeiro militar;
X - estiver preso provisoriamente;
XI - for considerado desaparecido, extraviado ou desertor;
XII - tiver sofrido punição de natureza grave nos últimos 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. Para fins de ingresso ou permanência do secretário da CPO, aplica-se o dispos-
to neste artigo, no que lhe couber.
Art.129. A CPO decidirá, por maioria simples de votos, ficando o Presidente da respectiva Co-
missão dispensado de votar, exceto, nos casos de empate, quando proferirá voto de qualidade.
Art.130. A CPO reger-se-á por Regimento Interno, aprovado pelo Comandante-Geral, que trata-
rá, especificamente, de seu funcionamento.
Parágrafo único. O Regimento Interno de que trata o caput deste artigo deverá ser atualizado,
com observância ao disposto nesta Lei.
Seção XIII
Da Quota Compulsória
Art.131. Observado o disposto no art.79, haverá um número mínimo de vagas à promoção, a fim
de manter a renovação, o equilíbrio e a regularidade de acesso nos Quadros, fixado nas seguin-
tes proporções:
I - Coronel e Tenente-Coronel no Quadro de Oficiais Policial Militar e Bombeiro Militar -QOPM
e QOBM:
a) quando, nos Quadros, houver até 7 (sete) Oficiais: 1 (uma) vaga por ano;
b) quando, nos Quadros, houver 8 (oito) ou mais Oficiais: 1/6 (um sexto) das vagas dos respecti-
vos Quadros por ano.
II - Capitão no Quadro de Oficiais de Administração na Polícia Militar e Corpo de Bombeiros
Militar (QOAPM e QOABM):
a) quando, nos Quadros, houver de 3 (três) a 5 (cinco) Oficiais: 1 (uma) vaga por ano;
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b) quando, nos Quadros, houver 6 (seis) ou mais Oficiais: 1/8 (um oitavo) das vagas dos respec-
tivos Quadros por ano.
§2º As vagas para promoção obrigatória em cada ano-base, mencionadas nos incisos I e II deste
artigo, serão divulgadas por ato do Comandante-Geral, em data fixada por decreto do Governa-
dor do Estado, sendo efetivadas na próxima data de promoção.
§3º As vagas serão consideradas abertas de acordo com os critérios estabelecidos nesta Lei.
§4º Para assegurar o número fixado de vagas à promoção obrigatória, na forma estabelecida
no caput deste artigo, quando este número não tenha sido alcançado com as vagas ocorridas
durante o ano-base considerado, deverá ser aplicada uma quota, dos militares necessários, que
compulsoriamente serão transferidos para a inatividade, de maneira a possibilitar as promoções
determinadas.
§5º A indicação de militar estadual dos postos constantes neste artigo, para integrar a quota
compulsória, referida no parágrafo anterior será ex officioealcançará o Oficial que contar, no
mínimo, com 30 (trinta) anos de serviço e 25 (vinte e cinco) de contribuição como militar.
§6º A indicação do Oficial para integrar a reserva ex officio, conforme disposto nos §§ 4.o e 5.º
deste artigo, recairá no mais antigo e no de maior idade, em caso de empate, e em se tratando
de Tenente-Coronel, os que já tenham integrado Quadros de Acesso por Escolha, e tenha sido
preterido por mais moderno.
§7º As quotas compulsórias só serão aplicadas quando houver, no posto imediatamente abaixo,
oficiais que satisfaçam as condições de acesso.
§8º Excetuam-se do disposto nos §§ 4.º e 5.º deste artigo, o Chefe e o Subchefe da Casa Militar
do Governo, o Comandante-Geral e o Comandante-Geral Adjunto.
§9º O militar estadual que for empossado no cargo de Secretário ou de Secretário Adjunto da
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social será enquadrado no disposto no §8.º.
Seção XIV
Das Disposições Diversas
Art.132. O Comandante-Geral baixará atos necessários aoestabelecimento das atribuições e
competências da CPO.
Art.133. Para a promoção ao posto de Coronel, além de outros requisitos constantes em Lei, o Te-
nente-Coronel terá, necessariamente, até a data do encerramento das alterações previstas para
o Quadro de Acesso por Merecimento - QAM, que contar, no mínimo, com 22 (vinte e dois) anos
de efetivo serviço militar estadual. (NR). (Redação dada pelo art. 27 da Lei n° 13.768, de 04.05.06)
Art.133. Para a promoção ao posto de Coronel, além de outrosrequisitos constantes em Lei, o Te-
nente-Coronel terá, necessariamente,até a data do encerramento das alterações previstas para o
Quadro deAcesso por Escolha - QAE, que contar, no mínimo, com 22 (vinte edois) anos de efetivo
serviço militar estadual. (Redação anterior, Lei 13.729/06)
Parágrafo único. O tempo de efetivo serviço exigido no caputdeste artigo não se aplica a Tenen-
te-Coronel que, na data desta Lei, játenha composto Quadro de Acesso à promoção ao posto de
coronel.
Art.134. A apuração de tempo de permanência no posto, deefetivo serviço, tempo não compu-
tável e demais situações postas deacordo com esta Lei, compete ao órgão responsável pelos
recursoshumanos da Corporação Militar.
Art.135. Aplicam-se aos Oficiais dos QOS, QOCpl, QOA, QOEe QOC os dispositivos deste Capí-
tulo, no que couber.
Art.136. O Oficial que, por 3 (três) vezes, não aceitar ou, aceitando,desistir ou não concluir com
aproveitamento o Curso Superior de Polícia - CSP,Curso Superior de Bombeiros - CSB ou Curso
de Aperfeiçoamento de Oficiais –CAO, ou equivalente, não mais será indicado para o respectivo
curso, e, por nãorestar habilitado, não mais ingressará em Quadro de Acesso à promoção se-

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guintee permanecerá definitivamente no grau hierárquico em que se encontrar atécompletar as
condições especificadas nesta Lei para a inatividade.
Art.137. A promoção indevida constituirá ato viciado, nulo apartir da origem, não produzindo
nenhum efeito legal.
§1º Excetua-se do disposto neste artigo, o Oficial consideradopromovido indevidamente, em ra-
zão de julgamento favorável de recursoque garanta a promoção em ressarcimento de preterição
de terceiro,desde que não tenha concorrido para o erro administrativo.
§2º O Oficial promovido indevidamente na condição previstano parágrafo anterior passará à
situação de excedente no posto,aguardando a primeira vaga que ocorrer.
CAPÍTULO II
DA PROMOÇÃO DE PRAÇAS
Seção I
Dos Princípios Gerais
Art.138. Este capítulo estabelece o sistema e as condições queregem as promoções das Praças
do serviço ativo das CorporaçõesMilitares Estaduais, de forma seletiva, gradual e sucessiva.
Art.139. A promoção da Praça é a elevação à graduaçãoimediatamente superior àquela em que
se encontra o militar estadual,realizada mediante o preenchimento seletivo das vagas existentes
nasgraduações superiores, visando a atender às necessidades das CorporaçõesMilitares Esta-
duais.
Parágrafo único. A fim de permitir um acesso gradual e sucessivo,o planejamento para a carreira
das Praças deverá assegurar um fluxoregular e equilibrado.
Art.140. Não haverá promoção sem vaga correspondente, deacordo com o número de cargos
fixados por cada graduação na Lei doefetivo.
§1º Para efeito do disposto no caput, não serão computadas as praças agregadas. (Redação dada
pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
§1º Para efeito do disposto no caput serão computados dentreas praças da ativa na graduação
considerada inclusive as agregadas. (redação anterior – Lei 13.729/06)
§2º Não se aplica o disposto neste artigo:
I - a promoção post mortem, que independe de vaga;
II - a promoção em ressarcimento de preterição, caso em que apraça mais moderna ocupante de
vaga na graduação considerada ficaráno excedente até a normalização da situação.
III - à promoção compensatória: (NR)(Inciso acrescentado pelo art. 28 da Lei n° 13.768, de 04.05.06)
a) REVOGADO (art. 7º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008)
a) à graduação de Primeiro-Sargento, por ocasião da transferência de Cabo para a reserva remu-
nerada, desde que a Praça esteja, no mínimo, no comportamento bom e não esteja em nenhuma
das situações tratadas nos incisos II a XI e XIII do art.160; (NR) (Redação anterior - Lei n° 13.768,
de 04.05.06)
b) REVOGADO (art. 7º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008)
b) à graduação de subtenente, por ocasião da transferência de Primeiro-Sargento para a reserva
remunerada, desde que a Praça esteja, no mínimo, no comportamento bom e não esteja em ne-
nhuma das situações tratadas nos incisos II a XI e XIII do art.160. (NR) (Redação anterior - Lei n°
13.768, de 04.05.06)
Art.141. As Praças serão reagrupadas em Quadro Único,conforme os incisos I e II deste artigo,
obedecidos os lugares e ocupandoas vagas, conforme antigüidade, correlacionada com as da-
tas de conclusãode seus cursos obrigatórios, médias obtidas e datas das últimas promoções,na
Corporação Militar respectiva, assim distribuído:

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I - na Polícia Militar do Ceará: Qualificação Policial MilitarGeral 1 - QPMG 1, de acordo com o
art.3º, §2º, da Lei nº13.035, de 30de junho de 2000;
II - no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará: QualificaçãoBombeiro Militar de Combatentes -
QBMC.
Seção II
Dos Critérios de Promoções
Art.142. Observado o disposto no art.140, as promoções serãorealizadas pelos critérios de:
I - antigüidade;
II - merecimento;
III - bravura;
IV - post mortem.
Art.143. A promoção por antigüidade tem por base a precedênciahierárquica de uma Praça so-
bre as demais de igual graduação, dentro domesmo Quadro, conforme o disposto no art.31 desta
Lei.
Parágrafo único. A promoção pelo critério de antigüidade nosQuadros de Praças é feita na se-
qüência do respectivo Quadro de Acessopor antigüidade e competirá à Praça que for mais anti-
ga da escalanumérica do Quadro de Acesso.
Art.144. A promoção por merecimento tem por base o conjuntode qualidades e atributos que
distinguem a Praça entre seus pares, e que,uma vez avaliadas de acordo com as Fichas de Pro-
moção de Praças(anexo III), elaborada pela Comissão de Promoção de Praças - CPP,passam a
traduzir sua capacidade para ascender hierarquicamente,obedecido sempre o número de vagas
estabelecido para preenchimento.
Art.145. A promoção por bravura é aquela que resulta de ato ouatos não comuns de coragem e
audácia, que, ultrapassando os limitesnormais do cumprimento do dever, representem feitos de
notório mérito,em operação ou ação inerente à missão institucional da CorporaçãoMilitar.
§1º O ato de bravura, considerado altamente meritório, éapurado mediante procedimento re-
gular por uma Comissão Especial,composta por Oficiais superiores, para esse fim designados
peloComandante-Geral.
§2º Os documentos que tenham servido de base para promoçãopor bravura serão remetidos à
CPP.
§3º Na promoção por bravura, não se aplicam as exigênciaspara promoção por outro critério,
estabelecidas nesta Lei.
§4º A Praça promovida por bravura ocupará a primeira vagaaberta na graduação subseqüente,
deslocando, conseqüentemente, ocritério da promoção a ser seguido para a vaga seguinte.
§5º A Praça que não satisfizer, por vontade própria, as condiçõesde acesso à graduação a que
foi promovida por bravura, no prazo máximode 1 (um) ano, aguardará o tempo necessário para
implementar a reservaremunerada na graduação atual.
Art.146. A promoção post mortem, de caráter excepcional,visa a expressar o reconhecimento
do Estado à Praça falecida nocumprimento do dever ou em conseqüência disto, ou a reconhecer
odireito da Praça, a quem cabia promoção não efetivada por motivo deóbito.
§1º Será, também, promovida post mortem, a Praça que, aofalecer, satisfazia as condições de
acesso e integrava Quadro de Acessoque concorreria à promoção pelos critérios de antiguida-
de e merecimento,consideradas as vagas existentes na data do falecimento.
§2º Para efeito de aplicação deste artigo, será considerado,quando for o caso, o último Quadro de
Acesso, em que a Praça falecidatenha sido incluída.
§3º A promoção post mortem é efetivada quando a Praça falecerem uma das situações a seguir:

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I - em ação ostensiva e de preservação da ordem pública, naproteção da pessoa ou do patrimô-
nio, visando à incolumidade em situaçõesde risco, infortúnio ou de calamidade;
II - em conseqüência de ferimento recebido em decorrência dasações estabelecidas no inciso
anterior, ou doença, moléstia ouenfermidades contraídas nesta situação, ou que nelas tenham
sua causaeficiente;
III - em acidente em serviço ou em conseqüência de doença,moléstia ou enfermidade que nele
tenham sua causa eficiente.
§4º Os casos de morte por ferimento, doença, moléstia ouenfermidade referidos neste artigo,
serão comprovados por InquéritoSanitário de Origem, sendo os termos do acidente, baixa ao
hospital,prontuários de tratamento nas enfermarias e hospitais, laudo médico,perícia médica e
os registros de baixa, utilizados como meios subsidiáriospara esclarecer a situação.
§5º No caso de ocorrer, por falecimento da Praça, a promoçãopor bravura, fica excluída a promo-
ção post mortem, que resultaria dasconseqüências do ato de bravura.
§6º Para pleno reconhecimento do disposto no caput desteartigo, o Comandante-Geral designa-
rá Comissão específica para apuraro fato através de processo regular.
Art.147. A promoção em ressarcimento de preterição, de caráterexcepcional, é aquela feita após
ser reconhecido, administrativamente,à Praça preterida o direito à promoção que lhe caberia
para vaga existentena época, quando:
I - tiver solução favorável a recurso interposto;
II - cessar sua situação de desaparecido ou extraviado;
III - tiver cessado a situação de sub judice, em razão da suaabsolvição ou da prescrição da pre-
tensão punitiva, devidamente declaradapela autoridade judiciária competente;
IV - for declarada isenta de culpa em Conselho de Disciplina ouProcesso Administrativo-Disci-
plinar, por decisão definitiva;
V - tiver sido prejudicada por comprovado erro administrativo,apurado mediante processo re-
gular.
§1º É vedado o ressarcimento de preterição, previsto no caputdeste artigo, quando recair o delito
praticado pela Praça em prescriçãoda pretensão executória, devidamente declarada pela auto-
ridade judiciáriacompetente.
§2º A promoção em ressarcimento de preterição será efetuadasegundo os critérios de antigüi-
dade ou de merecimento, recebendo aPraça o número que lhe competia na escala hierárquica,
como se houvessesido promovido na época devida, sem alterar a distribuição de vagaspelos
critérios de promoção.
§3º Para o pleno reconhecimento da promoção tratada nesteartigo, será necessária a obediência,
cumulativa, aos seguintes requisitos:
I - vaga no respectivo Quadro, na época da preterição;
II - cursos que habilitem à promoção requerida;
III - interstício na graduação em referência;
IV - tempo de efetivo serviço na Corporação Militar Estadual.
Art.148. VETADO.
Art.148-A. As promoções por antigüidade e merecimento serão efetuadas para preenchimento
de vagas e obedecerão às seguintes proporções em relação ao número de vagas, obedecendo-
-se ao calendário de promoções semestrais constante de Decreto do Chefe do Poder Executi-
vo:(Artigo acrescentado pelo art. 29 da Lei n° 13.768, de 04.05.06)
I - de Soldado para Cabo: 1 (uma) vaga por antigüidade e 1 (uma) por merecimento, exigida
prévia aprovação em Curso de Habilitação a Cabo - CHC;

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II - de Cabo para Primeiro-Sargento: 1 (uma) vaga por antiguidade e 2 (duas) por merecimento e
nessa ordem, exigida prévia aprovação em Curso de Habilitação a Sargento - CHS;
III - de Primeiro-Sargento para Subtenente: exclusivamente pelo critério de merecimento, exigi-
da prévia aprovação em Curso de Habilitação a Subtenente.
§1º A distribuição das vagas pelos critérios de antigüidade e merecimento, em decorrência da
aplicação das proporções estabelecidas neste artigo, será feita de forma contínua, em seqüência
às promoções realizadas, inclusive observando-se as promoções efetivadas em data anterior.
§2º A vaga na graduação superior, gerada pela promoção da Praça agregada, só poderá ser
computada e preenchida na promoção do semestre seguinte. (Redação dada pelo art. 1º da Lei
14.113, de 12 de maio de 2008).
§2º Observado o disposto no art.140, a Praça agregada que venha a ser promovida não preen-
che vaga de promoção, devendo esta vaga ser preenchida por Praça que venha imediatamente
abaixo no Quadro de Acesso pelo mesmo critério do agregado promovido. (Redação anterior,
Lei 13.729/06)
§3º Não concorrerá à promoção o militar estadual que realizar os cursos mencionados nos inci-
sos do caput deste artigo em corporação militar diversa da de origem. (NR).
Seção III
Das Condições Básicas
Art.149. Somente poderá ser promovida a Praça que venha aatender a todas as condições para
promoção à graduação superior porantigüidade, de forma cumulativa e imprescindível, confor-
me abaixodiscriminado:
I - existência de vaga;
II - ter concluído, com aproveitamento, até a data deencerramento das alterações para organi-
zação do Quadro de Acesso porAntigüidade - QAA, o curso de habilitação ao desempenho das
atividadespróprias da graduação superior;
III - ter completado, até a data da promoção, o seguinteinterstício mínimo:
a) VETADO.
b) VETADO.
c) de Primeiro-Sargento a Subtenente: mínimo de 2 (dois) anosna graduação de Primeiro-Sar-
gento.
d) de Soldado a Cabo: mínimo de 7 (sete) anos; (NR)(Alínea acrescentada pelo art. 30 da Lei n°
13.768, de 04.05.06)
e) de Cabo a Primeiro-Sargento: mínimo de 4 (quatro) anos. (NR). (Redação dada pelo art. 1º da
Lei nº14.930, de 02 de junho de 2011)
e) de Cabo a Primeiro-Sargento: mínimo de 6 (seis) anos; (NR). (Alínea acrescentada pelo art. 30
da Lei n° 13.768, de 04.05.06)
IV - estar classificado para promoção:
a) à graduação de Cabo: no mínimo, no comportamento “BOM”;
b) às graduações de Primeiro-Sargento e de Subtenente: nomínimo, no comportamento “ÓTI-
MO”;
V - ter sido incluído no Quadro de Acesso - QA;
VI - ter sido julgado apto em inspeção de saúde para fins de promoção.
Art.150. Para ser promovido pelo critério de merecimento aPraça, além de satisfazer às condi-
ções do artigo anterior, deve estarclassificada pela contagem de pontos da Ficha de Promoção,
constanteno anexo III desta Lei, dentro do número de vagas a preencher por estecritério.

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Art.151. A Praça agregada, quando no desempenho de funçãode natureza ou interesse militar,
concorrerá à promoção por quaisquerdos critérios, sem prejuízo do número de concorrentes
regularmenteestipulado e em igualdade de condições, observado o disposto no art.140.
Art.152. Aptidão física é a capacidade física necessária para aPraça exercer eficientemente as
funções que competirem na novagraduação.
§1º A aptidão física será avaliada através de exames laboratoriaise inspeção de saúde, a que
deverá ser imediatamente submetida a Praçaincluída em Quadro de Acesso, conforme regula-
mentação a serestabelecida pela Corporação Militar.
§2º A data e o resultado da inspeção de saúde deverão sercomunicados pela Junta de Saúde da
Corporação à Comissão de Promoçãode Praças - CPP, devendo-lhe ser remetida cópia da Ata de
acordo comas datas previstas em Decreto do Governador do Estado.
§3º Depois de abertas e publicadas oficialmente as vagas, nasdatas fixadas em Decreto do Go-
vernador do Estado, por semestre, paracada Corporação Militar, as praças, correspondentes ao
dobro do númerode vagas abertas, por critério, para cada graduação, contando-se apenascom
as praças que estejam preenchendo número, deverão se submeter aexames laboratoriais no
Hospital Militar ou particular e à inspeção desaúde pela Junta Militar de Saúde - JMS, no prazo
máximo de 15 (quinze)dias.
§4º A incapacidade física temporária em inspeção de saúde nãoimpede a promoção da Praça à
graduação imediata.
§5º No caso de se verificar a incapacidade física definitiva, aPraça passará à inatividade nas con-
dições estabelecidas nesta Lei.
§6º Os exames laboratoriais e a inspeção pela JMS de que tratao §1º deste artigo, suprem, tão
somente, a avaliação médica para efeitode promoção.
§7º A Praça que deixar de realizar os exames laboratoriais e ainspeção de saúde dentro do prazo
previsto neste artigo, será excluída deQuadro de Acesso, e perderá o direito de ser promovida
à graduaçãosuperior, na data da promoção a que se referiam os exames e a inspeçãode saúde;
§8º A Praça que for enquadrada na situação especificada noparágrafo anterior será submetida a
processo regular, e, se for isentadade culpa, deverá realizar no prazo máximo de 10 (dez) dias, os
examese a inspeção de saúde, e, caso seja considerada apta, reingressará emQuadro de Acesso
e obterá o direito à promoção.
§9º A inspeção de saúde para avaliação da aptidão física de quetrata este artigo, terá a validade
anual.
§10. Caso a Praça, por um outro motivo, seja submetida à novainspeção de saúde, será remetida
cópia da respectiva ata à CPP.§11. A Praça que for designada para curso no exterior ou emoutra
Unidade Federativa e lá permanecer por tempo superior à validadeda inspeção de saúde, deve-
rá realizar aos exames necessários e à inspeçãojunto a órgão público de saúde, providenciando
a remessa do resultado
final à CPP, após devidamente notificada.
Art.153. À Praça que se julgar prejudicada em seu direito depromoção, em conseqüência de
composição de Quadro de Acesso, poderáapresentar recurso administrativo para o Comandan-
te-Geral Adjunto,no prazo de 15 (quinze) dias corridos, a contar da ciência do ato ou doconheci-
mento, na OPM ou OBM em que serve, da publicação Oficial arespeito.
§1º O recurso, referente à composição do Quadro de Acesso ouà promoção, deverá ser solucio-
nado no prazo de 60 (sessenta) dias,contados a partir da data do seu recebimento.
§2º O recurso referente à composição de Quadro de Acesso oudireito de promoção será dirigido
ao Comandante-Geral Adjunto eencaminhado, para fins de estudo e parecer, à CPP, seguindo a
cadeia decomando da Corporação.
Seção IV
Do Processamento das Promoções
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Art. 154. As promoções às graduações de Subtenente, Primeiro-Sargento e Cabo serão efetiva-
das por ato do Comandante-Geral da Corporação, com base em proposta da CPP, que é o órgão
de processamento dessas promoções, e publicadas no Diário Oficial do Estado.
Art. 155. O processamento das promoções terá início no dia seguinte ao do encerramento das
alterações, segundo os calendários estabelecidos em Decreto do Governador do Estado, e obe-
decerá à seqüência abaixo:
I - fixação de datas limites para a remessa de documentação dasPraças a serem apreciadas para
posterior ingresso no Quadro de Acesso -QA;
II - apuração pelo órgão competente das vagas a preencher;
III - fixação quantitativa e publicação dos Quadros de Acesso;
IV - inspeção de saúde;
V - promoções.
Parágrafo único. Não serão consideradas as alterações ocorridascom a Praça após a data de
encerramento das alterações para aspromoções em processamento, exceto as constantes do
art.161 destaLei.
Art.156. Serão computadas, para fins de promoção e elaboraçãodos Quadros de Acesso - QAA e
QAM, as vagas que vierem a ocorrerdentro do período considerado, em razão de:
I - promoções às graduações imediatas;
II - agregação, em conformidade com o previsto nesta Lei;
III - passagem à situação de inatividade;
IV - demissão ou exclusão do serviço ativo;
V - falecimento;
VI - aumento de efetivo, conforme dispuser a Lei.
§1º Com relação ao disposto no inciso II do caput deste artigonão haverá abertura de vagas para
efeito de promoção provenientes dasPraças que estejam agregadas e que devam ser revertidas
ex officio, porincompatibilidade hierárquica da nova graduação com o cargo que vinhaexercen-
do.
§2º As vagas serão consideradas abertas:
I - na data da assinatura do ato que promove, salvo se nopróprio ato for estabelecida outra data;
II - na data do ato que agrega, salvo se no próprio ato forestabelecida outra data;
III - na data do ato que passa para a inatividade, demite ou expulsa;
IV - na data Oficial do falecimento;
V - como dispuser a Lei, no caso de aumento de efetivo.
§3º Cada vaga aberta em determinada graduação, acarretará,por decorrência, abertura de vaga
nas graduações subseqüentes, sendoesta seqüência interrompida na graduação em que houver
preenchimentopor excedente, na conformidade do art.140.
§4º Para efeito do disposto no parágrafo anterior só haverádecorrência de vaga nas graduações
subseqüentes caso aquela promoçãovenha a ocorrer.
§5º Serão também consideradas as vagas que resultarem detransferência ex officio para a reser-
va remunerada, já prevista, até adata da promoção e as decorrentes de espera de transferência
para ainatividade a pedido, quando o processo estiver em tramitação por maisde 90 (noventa)
dias.
Art.157. Observado o disposto no art.140, a vaga decorrentede promoção em ressarcimento de
preterição só será considerada se oato administrativo ou judicial definitivo que a originou for
publicadoantes da data de encerramento das alterações.
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Seção V
Dos Quadros de Acesso
Art.158. Quadros de Acesso são relações nominais de Praçasagrupadas na Qualificação Policial
Militar Geral 1 - QPMG-1 e naQualificação de Praças Bombeiro Militar - QPBM, respectivamen-
te,em cada graduação, para habilitação às promoções por antigüidade -Quadro de Acesso por
Antigüidade - QAA e por merecimento – Quadrode Acesso por Merecimento - QAM, sendo ela-
borados para cada umadas datas de promoção previstas no calendário de promoções.
Art.159. Os Quadros de Acesso serão organizados,respectivamente, em número de Praças igual
ao número total de vagascomputadas para o período acrescido de 1/3 (um terço) desse total,-
sempre dentre os mais antigos, numerados e relacionados:
I - no Quadro de Acesso por Antigüidade – QAA, na ordem deantiguidade, estabelecida na rela-
ção numérica emitida pelo órgãoresponsável pelos recursos humanos na Corporação;
II - no Quadro de Acesso por Merecimento – QAM, na ordemdecrescente de pontos apurados na
Ficha de Promoção, dentre as Praçasincluídas no QAA.
Parágrafo único. Excetuados os casos de inexistência de Praçashabilitadas em quantidade su-
ficiente nos Quadros de Acesso porAntigüidade e por Merecimento, quando ocorrerem menos
de 7 (sete)vagas, estes Quadros não poderão conter, respectivamente, número decandidatos à
promoção inferior a:
a) 6 (seis), quando existirem até três vagas;
b) 9 (nove), quando existirem de quatro a seis vagas;
Art.160. Não será incluída em Quadro de Acesso à Praça que:
I - deixe de satisfazer às condições estabelecidas nos incisos I,II, III e IV do art.149;
II - for presa provisoriamente, enquanto a prisão não forrevogada ou relaxada;
III - tiver recebida denúncia contra si em processo-crime,enquanto a sentença final não transitar
em julgado, salvo quando o fatoocorrer no exercício de missão de natureza ou interesse militar
estaduale não envolver suposta prática de improbidade administrativa;
IV - estiver submetida a Processo-Administrativo Disciplinarou a Conselho de Disciplina, mesmo
que esteja sobrestado, até decisãofinal da autoridade que instaurou o processo regular;
V - for condenada em processo-crime, enquanto durar ocumprimento da pena, inclusive no caso
de suspensão condicional depena, não se computando o tempo acrescido à pena original para
fins desua suspensão condicional;
VI - for licenciada para tratar de interesse particular (LTIP);
VII - for condenada à pena de suspensão do exercício dagraduação, cargo ou função, prevista no
Código Penal Militar, durante oprazo de sua suspensão ou de outras disposições legais;
VIII - for considerada desaparecida;
IX - for considerada extraviada;
X - for considerada desertora;
XI - houver sido punida disciplinarmente, nos últimos dozemeses que antecedem à data de pro-
moção, com custódia disciplinar;
XII - não atingir, na data de organização dos Quadros de Acesso,com base no resultado dos pon-
tos positivos e negativos constantes naficha de promoção, de que trata o anexo III, a pontuação
mínimaexigida a seguir:
a) na graduação de Soldado – 50 (cinqüenta) pontos;
b) na graduação de Cabo – 90 (noventa) pontos;
c) na graduação de Primeiro-Sargento – 130 (cento e trinta) pontos;

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XIII - tenha sido julgada incapaz definitivamente para asatividades militares, em inspeção de
saúde.
Art.161. Será excluída do Quadro de Acesso, a Praça que:
I - tenha sido nele incluída indevidamente;
II - vier a falecer;
III - for promovida;
IV - for afastada do serviço ativo da respectiva Corporação,por estar aguardando reserva remu-
nerada, a pedido, por mais de 90(noventa) dias;
V - passar para a inatividade ou for demitida ou excluída doserviço ativo;
VI - tiver iniciado seu processo de reserva ex officio, por umdos motivos especificados nesta Lei;
VII - vier a incidir em qualquer das situações do artigo anterior.
Art.162. Será excluída do Quadro de Acesso por Merecimento,já organizado, ou dele não poderá
constar a Praça que:
I - estiver afastada por motivo de gozo de licença para tratamentode saúde de dependente, le-
galmente reconhecido por prazo superior a 6(seis) meses contínuos;
II - encontrar-se no exercício de cargo público civil temporário,não eletivo, inclusive da adminis-
tração indireta;
III - estiver à disposição de órgão ou entidade de GovernoFederal, Estadual ou Municipal, para
exercer cargo ou função de naturezacivil.
Parágrafo único. Para fins de inclusão ou de reinclusão no Quadrode Acesso por Merecimento, a
Praça abrangida pelo disposto nesteartigo, quando couber, deverá reverter ao serviço ativo, no
âmbito daCorporação ou a ela retornar, pelo menos, 90 (noventa) dias antes dadata da organiza-
ção do Quadro de Acesso.
Art.163. A Comissão de Promoção de Praças organizará Quadrode Acesso por Antigüidade e
Quadro de Acesso por Merecimento, paracada data de promoções, providenciando para que os
limites fixados naQPMG-1 e no QPBM sejam publicados no Boletim do Comando-Geral,de acor-
do com o calendário estabelecido.
Art.164. Para as promoções de Praças serão organizadas osseguintes Quadros de Acesso:
I - à graduação de Cabo – Quadro de Acesso por Antiguidade - QAA;
II - à graduação de 1º Sargento – Quadro de Acesso porAntiguidade - QAA e Quadro de Acesso
por Merecimento - QAM;
III - à graduação de Subtenente – Quadro de Acesso porMerecimento - QAM.
§1º Os Quadros de Acesso por Antigüidade serão organizados,com base na ordem de antigüida-
de, observando-se os critérios dos arts.149e 159 desta Lei.
§2º Os Quadros de Acesso por Merecimento serão organizados,conforme Ficha de Promoção,
observando-se os critérios dos arts.149,150, 159 e 160 desta Lei.
§3º Para o estabelecimento da ordem de antigüidade deverão serobservadas as prescrições
contidas nesta Lei.
Art.165. A Ficha de Promoção é o documento obrigatório para ingresso no QAA, na conformida-
de do disposto no art.155, destinada ao cômputo dos pontos que quantificarão o mérito da Praça,
observando o modelo estabelecido no anexo III desta Lei, sendo elaborada e processada pela
Comissão de Promoção de Praças - CPP.
Art.166. As Fichas de Promoção de Praças, constantes do anexo III desta Lei, serão preenchidas
com dados colhidos nas Folhas de Alterações, aos quais serão atribuídos valores numéricos, po-
sitivos e negativos, conforme o caso.

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Art.167. A promoção indevida constituirá ato viciado, nulo a partir da origem, não produzindo
nenhum efeito legal.
§1ºExcetua-se do disposto neste artigo, a Praça considerada promovida indevidamente em razão
de julgamento favorável de recurso que garanta a promoção em ressarcimento de preterição de
terceiro, desde que não tenha concorrido para o erro administrativo.
§2º A Praça promovida indevidamente na condição prevista no parágrafo anterior passará à si-
tuação de excedente na graduação, aguardando a primeira vaga que ocorrer.
Art.168. A Praça que, por 3 (três) vezes, não aceitar ou, aceitando, desistir ou não concluir com
aproveitamento o Curso de Habilitação a Cabo - CHC, para Soldados; Curso de Habilitação a 1º
Sargento - CHS, para Cabos e do Curso de Habilitação a Subtenente - CHST, para os 1º Sargentos,
não mais será indicada para o respectivo
curso, e, por não restar habilitado, não mais ingressará em Quadro de Acesso à promoção se-
guinte e permanecerá definitivamente no grau hierárquico em que se encontrar até completar
as condições especificadas nesta Lei para a inatividade.
Seção VI
Da Comissão de Promoção de Praças
Art.169. A Comissão de Promoção de Praças – CPP, seráconstituída dos seguintes membros:
I - na Polícia Militar:
a) Presidente: o Comandante-Geral Adjunto;
b) Membro Nato: o Chefe do Setor de Pessoal da Corporação.
c) membros efetivos: 3 (três) Oficiais Superiores, designados pelo Governador do Estado, dentre
10 (dez) nomes indicados pelo Secretário da Segurança Pública e Defesa Social; (Redação dada
pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
c) Membros Efetivos: 3 (três) Oficiais Superiores, designadospelo Comandante-Geral, anual-
mente, permitida uma recondução. (Redação anterior, Lei 13.729/06)
II – no Corpo de Bombeiros Militar:
a) Presidente: o Comandante-Geral Adjunto;
b) Membros Natos:
1 - o Coordenador-Geral de Administração;
2 - o Secretário Executivo;
c) membros efetivos: 3 (três) Oficiais Superiores, designados pelo Governador, dentre 5 (cinco)
nomes indicados pelo Secretário da Segurança Pública e Defesa Social; (Redação dada pelo art.
1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
c) Membros efetivos: 3 (três) Oficiais Superiores, designados pelo Comandante-Geral, anual-
mente, permitida uma recondução. (Redação anterior, Lei 13.729/06)
§1º A Comissão de Promoção de Praças contará, ainda, comuma Secretaria responsável pela do-
cumentação e processamento daspromoções.
§2º Aplicam-se à CPP, no que couber, as disposições referentesà CPO, constantes nos arts.123,
124, 125 e 126.
Art.169-A. Os trabalhos das Comissões especificadas no art.169, que envolvam avaliação de mé-
rito e a respectiva documentação, serão acessíveis às praças que estejam no Quadro de Acesso,
sendo vedada manifestação dos presentes durante as reuniões da CPP, salvo autorização de seu
Presidente. (Artigo acrescido pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).
Art.170. Compete ao órgão responsável pelos recursos humanosda Corporação Militar manter
permanentemente atualizada a relaçãodas Praças por ordem de antigüidade.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Art.171. O Comandante-Geral da Corporação baixará os atosnecessários ao estabelecimento
das atribuições e competências dos órgãosligados à atividade de promoção de Praças.
*** *** ***

TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
CAPÍTULO I
DAS SITUAÇÕES ESPECIAIS
Seção I
Da Agregação

AGREGAÇÃO – DEFINIÇÃO E SITUAÇÃO DE INCIDÊNCIA

Art.172. A agregação é a situação na qual o militar estadual em serviço ativo deixa de ocupar
vaga na escala hierárquica do seu Quadro, nela permanecendo sem número.

AGREGAÇÃO – SITUAÇÕES DE INCIDÊNCIA

§1º O militar estadual deve ser agregado quando:


I - ocupar cargo ou função temporária na estrutura do Sistema de Segurança Pública, na Casa
Militar do Governo do Estado ou, ainda, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
temporária considerada de interesse do serviço militar ativo;(REVOGADO por força do art. 7º da Lei 14.113,
de 12 de maio de 2008).

II - estiver aguardando transferência para a inatividade, decisão acerca de demissão ou exclusão,


por ter sido enquadrado em qualquer dos requisitos que as motivam, após transcorridos mais de
90 (noventa) dias de tramitação administrativa regular do processo, ficando afastado de toda e
qualquer atividade a partir da agregação;
III - for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de:
a) ter sido julgado incapaz temporariamente, após um ano contínuo de tratamento de saúde;
b) ter sido julgado, por junta médica da Corporação, definitivamente incapaz para o serviço ativo
militar, enquanto tramita o processo de reforma, ficando, a partir da agregação, recolhendo para
o SUPSEC como se estivesse aposentado;
c) ter ultrapassado um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;
d) ter ultrapassado 6 (seis) meses contínuos de licença para tratar de interesse particular ou de
saúde de dependente;
e) ter sido considerado oficialmente extraviado;
f) houver transcorrido o prazo de graça e caracterizado o crime de deserção;
g) deserção, quando Oficial ou Praça com estabilidade assegurada, mesmo tendo se apresenta-
do voluntariamente, até sentença transitada em julgado do crime de deserção;
h) ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a 6 (seis) meses e enquanto durar
a execução, excluído o período de suspensão condicional da pena;
i) tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva inclusive da
administração indireta;
j) ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do cargo ou função.
§2º O militar estadual agregado de conformidade com o inciso Ido parágrafo anterior continua a
ser considerado, para todos os efeitos,em atividade policial militar ou bombeiro militar.(REVOGA-
DO por força do art. 7º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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AGREGAÇÃO – DATA DE CONTAGEM DO MILITAR EMPOSSADO EM CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO

§3º A agregação do militar estadual, a que se refere a alínea “i” do inciso III e o inciso I, ambos
do parágrafo anterior, é contada a partir da data da posse no novo cargo, emprego ou função até
o retorno à Corporação ou transferência ex officio para a reserva remunerada.
§3º A agregação do militar estadual, a que se refere a alínea “i” do inciso III do §1º, é contada a
partir da data da posse no novo cargo, emprego ou função até o retorno à Corporação ou trans-
ferência ex offício para a reserva remunerada. (Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).

AGREGAÇÃO - DATA DE CONTAGEM DOMILITAR DE LTSP, LTIP OU LTSD

§4º A agregação do militar estadual a que se referem as alíneas “a”, “c” e “d” do inciso III do pa-
rágrafo anterior, é contada a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e enquanto durar
o afastamento.(Redação anterior, Lei 13.729/06)
§4º A agregação do militar estadual a que se referem as alíneas “a”, “c” e “d” do inciso III do §1º
é contada a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e enquanto durar o afastamento.
(Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).

AGREGAÇÃO - DATA DA CONTAGEM DO MILITAR JULGADO INCAPAZ, EXTRAVIADO, DESERTOR OU CONDENADO

§5º A agregação do militar estadual, a que se referem o inciso I e as alíneas “b”, “e”, “f”, “g”, “h”
e “j” do inciso III do parágrafo anterior é contada a partir da data indicada no ato que torna pú-
blico o respectivo afastamento.
§5º A agregação do militar estadual, a que se referem as alíneas “b”, “e”, “f” “g”, “h” e “j” do
inciso III do §1º, é contada a partir da data indicada no ato que torna público o respectivo afasta-
mento. (NR).(Redação dada pelo art. 1º da Lei 14.113, de 12 de maio de 2008).

AGREGAÇÃO - DATA DA CONTAGEM DE MILITAR ELEITO

§6º A agregação do militar estadual que tenha 10 (dez) ou mais anos de serviço, candidato a car-
go eletivo, é contada a partir da data do registro da candidatura na Justiça Eleitoral até:
I - 48 (quarenta e oito) horas após a divulgação do resultado do pleito, se não houver sido eleito;
II - a data da diplomação;
III - o regresso antecipado à Corporação Militar Estadual, com a perda da qualidade de candi-
dato.

AGREGAÇÃO – OBRIGAÇÕES DISCIPLINARES

§7º O militar estadual agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas
relações com os outros militares e autoridades civis.

AGREGAÇÃO – SITUAÇÕES DE NÃO INCIDÊNCIA

§8º O militar estadual não será agregado, sob nenhuma hipótese, fora das condições especifica-
das neste artigo, mormente para fins de geração de vagas a serem preenchidas para efeito de
promoção, e, em especial, quando se encontrar em uma das seguintes situações:
I - for designado, em boletim interno ou por qualquer outro meio Oficial, para o exercício de
encargo, incumbência, serviço, atividade ou função no âmbito de sua Corporação, administrativa
ou operacional:
a) não constante no respectivo Quadro de Organização e Distribuição;
b) prevista para militar estadual de posto ou graduação inferior ou superior ao seu grau hierár-
quico;
c) prevista para militar estadual pertencente a outro quadro ou qualificação.
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Nota: já foi explicado anteriormente que não há qualificações nas Corporações, apenas Quadros. 87

II - estiver freqüentando curso de interesse da Corporação, dentro ou fora do Estado;


III - estiver temporariamente sem cargo ou função militar, aguardando nomeação ou designação;
IV - enquanto permanecer na condição de excedente, salvo quando enquadrado em uma das
hipóteses previstas no §1º deste artigo;
V - for denunciado em processo-crime pelo Ministério Público

AGREGAÇÃO – AUTORIDADE COMPETENTE E PUBLICAÇÃO EM BOLETIM

§9º A agregação se faz por ato do Comandante-Geral, devendo ser publicada em Boletim Interno
da Corporação até 10 (dez) dias, contados do conhecimento Oficial do fato que a motivou, rece-
bendo o agregado a abreviatura “AG”.

AGREGAÇÃO DE MILITAR EM CARGO FORA DA ESTRUTURA DA CORPORAÇÃO

§10 A agregação de militar para ocupar cargo ou função fora da Estrutura Organizacional das
Corporações Militares deve obedecer também ao que for estabelecido em Decreto do Chefe do
Poder Executivo.

COMENTÁRIO AO ART. 172

1 OBJETO DO ARTIGO

O artigo 172 tem dez parágrafos. Todos tratam da “Agregação” de militar estadual, de suas diversas formas e
consequências.
Trata-se de instituto da competência do Cel Cmt-G (art.172, §9º), publicado em Boletim Interno, aplicável
aos militares estaduais do serviço ativo que incidem nas situações previstas no §1º, art. 172, e que consiste na
permanência do militar na escala hierárquica de seu quadro, mas sem ocupar vaga e sem número, ficando ainda
afastado de toda e qualquer atividade no âmbito da Corporação Militar Estadual.

2 DEFINIÇÃO LEGAL E COMPREENSÃO

A agregação tem definição prevista no Dec. Federal nº 88.777/83 – R-200 , in verbis: Art. 2º, 3) Agregação
- Situação na qual o policial militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica do seu quadro, nela
permanecendo sem número.
O caput do art.172 apresenta a definição legal: “A agregação é a situação na qual o militar estadual em servi-
ço ativo deixa de ocupar vaga na escala hierárquica do seu Quadro, nela permanecendo sem número”, resta
compreender.
A agregação é uma forma de controle administrativo do efetivo, mais precisamente daqueles militares que já
se encontram afastados do serviço ativo e que podem, ou não ser revertidos posteriormente.
Os Quadros a que se refere o legislador são os previstos no §5º, art. 31 deste EMECE para os Oficiais e na Lei
nº 15.797, de 25.05.2015, para os Praças, a saber:
a) Oficiais PM: QOPM, QOSPM, QOCplPM e QOAPM
b) Oficiais BM: QOBM, QOCBM, QOABM
c) Praças: Quadro de Praças Policial Militar (QPPM) e Quadro de Praças Bombeiro Militar (QPBM).
Dentro de cada Quadro acima citado, temos uma escala hierárquica, ou seja, a fixação ordenada dos postos e
graduações.
Nessa linha de raciocínio, podemos entender que os militares estão dentro de um Quadro, dispostos em ordem
de antiguidade. Quando é agregado, permanecerá no Quadro, só que sem número. Vide exemplo abaixo:

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Tabela 1 – Quadro de Oficiais de Saúde (QOS) - Médicos

Nº ESCALA HIERÁRQUICA NOME OBSERVAÇÃO


01 Cel PM Med Azambuja da Silva -
02 Cel PM Med Floriano Peixoto -
AG Cel PM Med Beterraba dos Anzóis Há mais de um ano de LTS
AG Maj PM Med Formiga das Folhas Julgado incapaz temporariamente
03 Cap PM Med Bisturi Cortante -
AG 1º Ten PM Med Estetos Cópio Processo de refoma em andamento
AG 2º Ten PM Med Gase Branco Extraviado
04 2º Ten PM Med Estreptus micina -
Observem que o Cel PM Med Beterraba permanece no Quadro, mas sem número, o qual toma a sigla AG (agregado) no lugar do
número como determina o §9º do art. 172. Apesar da situação de agregado, o militar fica sujeito às obrigações disciplinares concer-
nentes às suas relações com os outros militares e autoridades civis (Art. 172, §7º).

Figura 40 – Tipos de Agregação conforme §1º, art.172 do EMECE

Fonte: o autor (2017)

Na figura acima, deve ser acrescentado a agregação do candidato a cargo eletivo (art.172, §6º), o militar que
ultrapassa um ano contínuo de LTS e o agregado disciplinar. Ao todo são 15 quinze situações previstas no
EMECE e uma no CDPM/BM, ou seja, há 16 situações que geram agregação.

3 AGREGAÇÃO DISCIPLINAR

Além das 15 (quinze) situações previstas no §1º, art. 172 que geram Agregação, a Lei nº 13.407/2003 (CDPM/
BM) traz ainda mais uma possibilidade de agregação do militar estadual. É a denominada agregação discipli-
nar prevista no art. 76, decorrente de decisão unânime de Conselho de Justificação, abaixo transcrito:
Art. 76. O Oficial submetido ao Conselho de Justificação e considerado culpado, por decisão unânime, deverá
ser agregado disciplinarmente mediante ato do Comandante-Geral, até decisão final do Tribunal competente,
fi­cando:
I - afastado das suas funções e adido à Unidade que lhe for designada;
II - proibido de usar uniforme e de portar arma;
III - mantido no respectivo Quadro, sem número, não con­correndo à promoção

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4 A NECESSÁRIA ATUALIZAÇÃO DO INCISO II, §1º, ART. 172

“Art.172, §1º, II - estiver aguardando transferência para a inatividade, decisão acerca de demissão ou exclusão,
por ter sido enquadrado em qualquer dos requisitos que as motivam, após transcorridos mais de 90 (noventa)
dias de tramitação administrativa regular do processo, ficando afastado de toda e qualquer atividade a partir
da agregação”.
No inciso acima temos duas possibilidades de agregação:
a) decorrente de transferência para a inatividade
b) decorrente do aguardo da decisão acerca de demissão ou exclusão
O primeiro caso era aplicável apenas aos processos de Reserva Remunerada a pedido, vez que, nas situações
de Reserva Remunerada ex officio e de Reforma o afastamento das funções em decorrência da agregação era de
imediato à abertura do processo. Ocorre que, com o advento da Lei Complementar nº 93, de 25 de janeiro de
2011, com nova redação dada pela Lei Complementar nº 159/2016, o afastamento no caso de Reserva Remu-
nerada a pedido passou a ser o primeiro dia seguinte da abertura do processo de inativação, conforme previsão
do inciso II, §1º, art. 3º, in verbis:
Art.3º, §1º O militar afastar-se-á de suas atividades:
II - em caso de reserva remunerada a pedido, no primeiro dia seguinte à abertura do processo de inativação,
observados os seguintes passos: [...]
O que a Lei Complementar modificou não foi o ato de agregação e sim o momento do afastamento e da agrega-
ção. O afastamento que, antes ocorria noventa dias após a tramitação do processo passou a ser, no primeiro dia
seguinte à abertura do processo de inativação. O ato de agregação, outrora feito para dar início ao afastamento
do militar, agora passa a ser concomitante ao ato de afastamento, ou seja, num único ato agrega-se e afasta-se
o militar.
A agregação decorrente do aguardo da decisão acerca de demissão ou exclusão continua vigente, pois, os atos
demissórios do Controlador Geral de Disciplina passam pelos recursos, e caso esse interregno de tempo ultra-
passe os 90 dias, o militar deve ser agregado.

EXEMPLO:

O Cb Eita Lima completou 30 anos de contribuição e tem 53 anos de idade. Nessa situação, resolve requerer
reserva remunerada à pedido. No dia 15.09.2017 protocola seu requerimento no órgão de recursos humanos
o qual verifica a documentação e instaura o processo de inativação no dia 16.09.2017. Assim sendo, o militar
será afastado das atividades a partir do dia 17.09.2017.

5 INCAPACIDADE TEMPORÁRIA, APÓS UM ANO CONTÍNUO DE TRATAMENTO DE SAÚDE

Estamos referindo-nos à alínea “a”, III, §1º, art.172, in verbis: “III - for afastado temporariamente do serviço
ativo por motivo de: a) ter sido julgado incapaz temporariamente, após um ano contínuo de tratamento de
saúde”.
É uma situação raríssima nas Corporações Militares Estaduais. Trata-se mais de uma ficção jurídica que uma
norma de aplicação prática. Confunde-se com a previsão contida na alínea “c” por meio da qual é agregado o
militar que tenha ultrapassado um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria.
A diferença entre uma e outra situação é que, no caso da alínea “a” ora sob foco, o militar deve ser julgado
incapaz temporariamente. No caso da alínea “c” o militar, apesar de haver ultrapassado um ano contínuo de
LTS ainda não foi julgado incapaz.

6 AGREGAÇÃO DO MILITAR EXTRAVIADO

O extravio do militar ocorre quando ele permanece na situação de desaparecido (art. 204) por mais de 30
(trinta) dias (art. 205), tendo como consequência a interrupção do serviço militar e o afastamento temporário
do serviço ativo, a partir da data em que o mesmo for oficialmente considerado extraviado (art. 206), contudo
ele somente será desligado do serviço ativo 6 (seis) meses após a agregação por motivo de extravio, a qual é
contada a partir da data indicada no ato que torna público o respectivo extravio.
Caso o militar extraviado e já desligado do serviço ativo venha a reaparecer deve o Comando providenciar
sua reinclusão e nova agregação, enquanto se apura as causas que deram origem ao seu afastamento (art. 207).

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7 AGREGAÇÃO DE DESERTOR

Todos os militares estão sujeitos ao cometimento do crime de deserção, contudo, para aplicação do instituto da
agregação, temos que diferenciar:
- deserção de oficias
- deserção de Praça com estabilidade
- deserção de Praça sem estabilidade
Nos termos do art. 52, II o Oficial tem estabilidade desde a investidura. A Praça adquire estabilidade quando
completar mais de 3 (três) anos de efetivo serviço.
A alínea “g” é clara, somente serão agregados os oficiais ou as Praças com estabilidade, pois as Praças sem
estabilidade são desligadas do serviço ativo, como previsto no Código de Processo Penal Militar em seu §4º,
art. 456.
Art. 456, § 4º Consumada a deserção de Praça especial ou Praça sem estabilidade, será ela imediatamente
excluída do serviço ativo. Se Praça estável, será agregada, fazendo-se, em ambos os casos, publicação, em
boletim ou documento equivalente, do termo de deserção e remetendo-se, em seguida, os autos à auditoria
competente.
A Praça sem estabilidade é reincluída e, caso tenha estabilidade, procede-se a reversão, informando-se em
qualquer dos casos ao Juiz da Justiça Militar Estadual, conforme previsão no §3º, art.457 do CPPM, in verbis:
CPPM - Art. 457, § 3º Reincluída que a Praça especial ou a Praça sem estabilidade, ou procedida à reversão da
Praça estável, o comandante da unidade providenciará, com urgência, sob pena de responsabilidade, a remessa
à auditoria de cópia do ato de reinclusão ou do ato de reversão. O Juiz-Auditor determinará sua juntada aos
autos e deles dará vista, por cinco dias, ao procurador que requererá o arquivamento, ou o que for de direito,
ou oferecerá denúncia, se nenhuma formalidade tiver sido omitida, ou após o cumprimento das diligências
requeridas. 

8 AGREGAÇÃO DE MILITAR OCUPANTE DE CARGO PÚBLICO CIVIL TEMPORÁRIO

A agregação de militar que toma posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, tem
previsão na CF/88 e na Constituição do Estado do Ceará/89. Tem início partir da data da posse no novo cargo,
emprego ou função até o retorno à Corporação ou transferência ex offício para a reserva remunerada, verbis:
a) CF/88 – Art. 142 [...] §3º [...] III - O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, em-
prego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao
respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade,
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois
de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18/1998)
b) Constituição Estadual/89 - §4º O militar da ativa que aceitar cargo, emprego ou função pública tempo-
rária, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto
permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, sendo contado o tempo de serviço apenas para a
promoção e transferência para a reserva; depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, será transferido
para a inatividade.
Cuidado! o militar que ocupar o cargo ou função temporária na estrutura do Governo do Estado ou consi-
derada de interesse do serviço militar, entre elas o comando de guarda municipal, não será agregado, sendo
considerado, para todos os efeitos, em atividade policial militar ou bombeiro militar, como disposto no art. 2º,
Lei nº 14.113, de 12 de maio de 2008, abaixo:
Art.2º O militar estadual que ocupar cargo ou função temporária na estrutura do Sistema de Segurança, na Casa
Militar do Governo do Estado ou, ainda, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária
considerada de interesse do serviço militar, entre elas o comando de guarda municipal, não será agregado,
sendo considerado, para todos os efeitos, em atividade policial militar ou bombeiro militar.

9 CARGO PÚBLICO CIVIL TEMPORÁRIO E ACÚMULO DE CARGO

Não há proibição em assumir cargo, emprego ou função pública em caráter temporário, pois, nesse caso, não
há incidência do acúmulo de cargo, esse sim, vedado pela própria CF/88. Ademais, o militar opta pela remu-
neração que quer receber.
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10 CARGO PÚBLICO CIVIL TEMPORÁRIO E CONSEQUÊNCIAS

Algumas restrições são impostas pela lei para os militares nessa situação, como por exemplo:
a) Promoção - só ocorrerá por antiguidade (EMECE - art.182, §2º, II)
b) Tempo de serviço
b.1) não pode ser computado como tempo de serviço arregimentado (§§12 e 13, art. 6º, Dec-Lei nº 667/69)
b.2) computado, apenas, para a promoção por antiguidade e para a inatividade. (EMECE - art.182, §2º, III c/c
§12, art. 6º da Lei nº 15.797/2015)
c) não pode acumular vencimentos, devendo, pois, optar entre os vencimentos do cargo civil e os do posto, ou da
graduação. (EMECE - Art. 182, §2º, I)
d) Reserva Remunerada ex officio caso ultrapasse 2 (dois) anos de afastamento, contínuo ou não, agregado
(EMECE, art. 182, III).

11 SÍNTESE DO ARTIGO 172

Quadro 21 – Sinóptico do artigo 172 com as formas e a data de agregação

ORD TIPOS FUND LEGAL DATA DA AGREGAÇÃO


Primeiro dia seguinte à abertura do
1 Aguarda inatividade Art. 172, §1º, II
processo (LC 93/2011)
2 Aguarda Demissão Art. 172, §1º, II Mais de 90 dias da tramitação do
3 Aguarda Exclusão Art. 172, §1º, II processo
A partir do 1º dia após os respectivos
Julgado incapaz temporariamente, após
4 Art. 172, §1º, III, a prazos e enquanto durar o afastamento
um ano contínuo LTS
(art.172, §4º)
A partir da data indicada no ato que
5 Aguarda processo de reforma Art. 172, §1º, III, b torna público o respectivo afastamento
(art.172, §5º)
6 Ultrapassa um ano contínuo de LTS Art. 172, §1º, III, c
A partir do primeiro dia após os
7 Ultrapassa seis meses contínuos de LTIP Art. 172, §1º, III, d
respectivos prazos e enquanto durar o
Ultrapassa seis meses contínuos de
8 Art. 172, §1º, III, d afastamento (art.172, §4º)
LTSD
9 Extraviado Art. 172, §1º, III, e
10 Deserção Art. 172, §1º, III, f A partir da data indicada no ato que
torna público o respectivo afastamento
11 Deserção Art. 172, §1º, III, g (art.172, §5º)
12 Condenado a pena superior a seis meses Art. 172, §1º, III, h
Posse em cargo, emprego ou função
13 Art. 172, §1º, III, i A partir da posse (art.172, §3º)
pública civil temporária
A partir da data indicada no ato que
Condenado à pena de suspensão do
14 Art. 172, §1º, III, j torna público o respectivo afastamento
exercício do cargo ou função
(art.172, §5º)
A partir da data do registro da
15 Candidato a cargo eletivo Art. 172, §6º candidatura na Justiça Eleitoral
(art.172, §6º)
Informações complementares:
a) O militar estadual agregado fica sujeito às obrigações disciplinares.
b) A agregação faz-se por ato do Cel Comandante-Geral, publicada em Boletim Interno da Corporação.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE14_001_01N695614|| CESPE/UnB – PMCE – Aplicação: 2014 - 63 Em determinada operação po-


licial, um sargento da PMCE foi ferido e, durante o ano subsequente inteiro, permaneceu em tratamento de
saúde. Após esse período, ele foi afastado temporariamente do serviço ativo, por ter sido julgado incapaz tem-
porariamente. Nessa situação, ele passará à situação de excedente.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Banca – AOCP – Concurso público 2016 – Cargo: Soldado da PMCE - 67. O militar estadual que tenha sido
afastado temporariamente do serviço ativo por ter sido julgado incapaz após um ano de tratamento de saúde
deverá ser agregado, sendo que agregação é a situação na qual o militar estadual, em serviço ativo, deixa de
ocupar vaga na escala hierárquica do seu Quadro, nela permanecendo sem número.
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008 - 94 Agregação é
a situação em que o militar estadual em serviço ativo deixa de ocupar vaga na escala hierárquica do seu qua-
dro, nela permanecendo sem número. A agregação ocorre quando o militar toma posse em cargo, emprego ou
função pública civil temporária não eletiva, inclusive da administração indireta, e é contada a partir da data da
posse no novo cargo, emprego ou função até o retorno à corporação, ou transferência de ofício para a reserva
remunerada.
*** *** ***

RELAÇÃO NOMINAL DE MILITARES EM CARGO/FUNÇÃO FORA DA ESTRUTURA DA CORPORAÇÃO

Art.173. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar manterão atualizada a relação nominal
de todos os seus militares, agregados ou não, no exercício de cargo ou função em órgão não per-
tencente à estrutura da Corporação.
Parágrafo único. A relação nominal será semestralmente publicada no Diário Oficial do Estado
e no Boletim Interno da Corporação e deverá especificar a data de apresentação do serviço e a
natureza da função ou cargo exercido.

COMENTÁRIO

O artigo acima é uma forma de controle dos militares que se encontram no exercício de cargo ou função em
órgão não pertencente à estrutura da Corporação, cuja relação deve ser publicada semestralmente no Diário
Oficial do Estado e no Boletim Interno da Corporação. A norma tem seu paralelo no Dec. 88.777/83, in verbis:
R-200 - Art . 25 - As Polícias Militares manterão atualizada uma relação nominal de todos os policiais-milita-
res, agregados ou não, no exercício de cargo ou função, em órgão não pertencente à estrutura da Corporação.
Parágrafo único - A relação nominal será semestralmente publicada em Boletim Interno da Corporação e de-
verá especificar a data de apresentação do serviço e a natureza da função ou cargo exercido, nos termos deste
Regulamento.

Seção II
Da Reversão

REVERSÃO – DEFINIÇÃO E COMPETÊNCIAS

Art.174. Reversão é o ato pelo qual o militar estadual agregado, ou inativado, retorna ao respec-
tivo Quadro ou serviço ativo, quando cessado o motivo que deu causa à agregação ou quando
reconduzido da inatividade para o serviço temporário, na forma desta Lei.

COMPETÊNCIA PARA REVERTER MILITARES

§1º Compete ao Comandante–Geral efetivar o ato de reversão de que trata este artigo, devendo
ser publicado no Boletim Interno da Corporação até 10 (dez) dias, contados do conhecimento
Oficial do fato que a motivou.
§2º A reversão da inatividade para o serviço ativo temporário é ato da competência do Governa-
dor do Estado ou de autoridade por ele designada.

LIMITE TEMPORAL PARA REVERSÃO

§3º A qualquer tempo, cessadas as razões, poderá ser determinada a reversão do militar estadual
agregado, exceto nos casos previstos nas alíneas “f,” “g”, “h” e “j” do inciso III do §1º do art.172.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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COMENTÁRIO

1 SUJEITO DA REVERSÃO

A Reversão é aplicada ao militar:


a) ativo
b) inativo: Reserva remunerada e reformado

2 REVERSÃO AO QUADRO X REVERSÃO AO SERVIÇO ATIVO

A Reversão ao Quadro ocorre quando cessa o motivo da agregação do militar ativo. Portanto, ato do Cel Co-
mandante-Geral poderá revertê-lo ao seu Quadro. Na verdade, a nomenclatura é imprópria, pois o militar já
estava no Quadro, o que ele não tinha era número, conforme conceito de agregação contida no art. 172.
A Reversão ao serviço ativo desdobra-se em:
a) Reversão para o serviço ativo temporário (art. 6º c/c art. 184, 185 e 186)
b) Reversão para o serviço ativo de carreira (art. 194).
O primeiro tipo, refere-se ao militar inativado por reserva remunerada que, por algumas das circunstâncias
previstas nos art. 184, 185 ou 186 deste EMECE, é reconduzido para o serviço ativo temporário. Nesses casos,
a reversão é feita por ato do governador do estado.
O segundo tipo, é a situação do militar inativado por reforma que retorna ao serviço ativo em razão de nova
perícia médica, prevista no art. 194 deste EMECE, cujo ato de reversão é também da competência do Gover-
nador do Estado, porém revertido provisoriamente por ato do Cel Cmt-G como explicaremos mais adiante.
EMECE - Art.194. O militar estadual reformado por incapacidade definitiva que for julgado apto em inspeção
de saúde por junta superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retomar ao serviço ativo por ato do Gover-
nador do Estado. (Redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 93, de 25.01.2011)
Sintetizando:
a) Militar da Reserva Remunerada – reverte para o serviço ativo temporário.
b) Militar Reformado por problema de saúde – reverte para o serviço ativo de carreira.

3 A COMPETÊNCIA PARA REVERTER: PARECER DA ASSESSORIA JURÍDICA DA PMCE

A competência para reverter militar é do comandante ou do governador, conforme a situação do militar já


explicado acima.
Vide esquema do processo de reversão do militar ativo agregado, ou do militar inativo.

Figura 41 – Formas de reversão

Fonte: O autor (2017)

A Coordenadoria de Gestão de Pessoas da PMCE consultou à Assessoria Jurídica da PMCE sobre a possibi-
lidade de reversão provisória, por ato do Cel Comandante-Geral, de policial militar julgado apto em inspeção
de saúde, enquanto aguarda o ato governamental de reversão nos termos do art. 194. A resposta foi emitida por
meio da Folha de Despacho nº 067/2016-ASJUR, nos seguintes termos:
Nesta Assessoria Jurídica, consulta oriunda do Coordenador de Gestão de Pessoas da PMCE, no tocante à dú-
vida sobre qual autoridade seria competente para edição do ato de reversão do militar estadual que se encontra
na condição de reformado, porém com registro do ato de inativação pendente junto ao Tribunal de Contas
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do Estado do Ceará. No caso, trata-se da aplicação do Parecer nº 1.986/2015, bem como do Despacho nº
636/2015, ambos da Procuradoria Geral do Estado (Processo SPU nº 072204753), os quais versaram a reversão
de um policial militar, com ato de reforma já publicado, porém pendente do registro no Tribunal de Contas do
Estado. [...] Neste sentido, sem maiores delongas, entendemos que, após o militar haver sido julgado apto pela
COPEM, o próprio Coronel Comandante Geral poderá editar ato de reversão do militar, com base do art. 174,
§3º da Lei nº 13.729/2006, cabendo à CGP, ato contínuo, a elaboração da minuta de novo ato de reforma, com
termo final, a contar da data da reversão, e encaminhá-la ao Chefe do Executivo para assinatura e publicação.
Fortaleza, 27 de maio de 2016. Assina: João Guilherme Janja Ximenes – Coordenador Jurídico da PMCE –
OAB/CE 5.431.
***
Exemplificando:
1) O Cap Mínimus Reformadus foi reformado por problemas de saúde no ano de 2014. Publicou-se o ato go-
vernamental de reforma e o processo foi julgado legal pelo Tribunal de Contas do Estado em 2015. No ano de
2016, ao ser submetido a nova perícia médica bienal, como determina o EMECE, o militar foi julgado apto à
reversão ao serviço ativo. Nessa situação, o órgão de recursos humanos da CME elabora ato provisório do Cel
Comandante-Geral revertendo o militar ao serviço ativo, enquanto tramita o ato governamental de reversão do
militar. Nesse caso, o ato já contém a data em que o militar iniciou suas atividades na CME. Em outras palavas,
o militar inicia suas atividades por ordem do Cel Cmt-G enquanto tramita o ato governamental de reversão
concomitante com reforma referente ao período em que ele passou afastado da Corporação.
2) O Maj Sebastian encontrava-se agregado por haver ultrapassado um ano contínuo de LTSP. Em nova inspe-
ção médica foi julgado apto. Nessa situação, a reversão é feita por ato do Cel Cmt-G, sem necessidade de ato
governamental.
3) O Subten Beterraba encontrava-se na reserva remunerada e resolve requerer reversão para o serviço ativo
temporário. Nesse caso, tem-se apenas o ato governamental de reversão, sendo vedado ao Cel Cmt-G elaborar
ato provisório de reversão.

4 LIMITE TEMPORAL PARA REVERSÃO

MILITAR AGREGADO É REVERTIDO

NUNCA “DESAGREGADO”

“Art.174, §3º A qualquer tempo, cessadas as razões, poderá ser determinada a reversão do militar estadual
agregado, exceto nos casos previstos nas alíneas “f,” “g”, “h” e “j” do inciso III do §1º do art. 172.”
As exceções previstas nas alíneas f, g, h e j do inciso III, §1º do art. 172 são as seguintes:
“[...] f) houver transcorrido o prazo de graça e caracterizado o crime de deserção;
g) deserção, quando Oficial ou Praça com estabilidade assegurada, mesmo tendo se apresentado voluntaria-
mente, até sentença transitada em julgado do crime de deserção;
h) ter sido condenado à pena restritiva de liberdade superior a 6 (seis) meses e enquanto durar a execução,
excluído o período de suspensão condicional da pena;
j) ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do cargo ou função.”

5 REVERSÃO DE MILITAR REFORMADO POR MOTIVO DE SAÚDE

A reversão de militar ao serviço ativo por motivo de saúde ocorre de duas formas:
a) Dever da administração – quando o militar ainda não ultrapassou dois anos após o registro do ato de
reforma pelo Tribunal de Contas do Estado. Lembrem-se da apresentação bienal do reformado, que deve ser
feita até que ele complete a idade limite de permanência no serviço ativo (60 anos), ou de até dois anos após
o processo haver sido julgado pelo TCE. Constitui-se, em última instância, num direito do militar ao qual a
Corporação não pode se opor. É ato vinculado.

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b) Faculdade da administração – após ultrapassar os dois anos do registro pelo TCE, nada obsta que o mili-
tar seja revertido, desde que haja conveniência e oportunidade para a Administração. É um ato discricionário.
Em qualquer dessas situações deve ser aplicado o Parecer nº 1.986/2016-PGE, ou seja, deve ser elaborado
ato governamental de reversão com ato de reforma, com termo final, a contar da data da reversão, ou seja, o
período em que o militar ficou afastado não fica in albis, antes, porém, é feito o ato de reforma referente a esse
período, o qual termina quando da reversão. Tudo feito em um único ato com as duas situações.

6 PROMOÇÃO DE MILITARES REVERTIDOS AO SERVIÇO ATIVO EM 2015 – PARECER DA PGE

A PGE emitiu o Parecer nº 1.689/2015 no processo nº 0483965/2007, orientando no sentido de que militar esta-
dual revertido, após a edição da Lei nº 15.797/2015, não tem direito à promoção excepcional prevista no art. 30
daquele diploma legal, porém pode ser promovido pela regra geral, caso preencha os requisitos estabelecidos
na lei de promoções. Vejamos o parecer abaixo.
EMENTA. Consulta. Militar. Reserva. Requisito. Tempo de contribuição. Ausência. Retorno à atividade. Ne-
cessidade. Recomendação. Nova lei de promoção. Promoção excepcional não extensiva aos militares que,
quando da vigência da lei citada, não estavam no serviço ativo.
Ora, ainda que a situação do militar fosse verdadeira (reversão a contar de 01.12.2015), o que não o é, como
já demonstrado que ele só retornara em 20.02.2017, ainda assim não teria direito à promoção, por conta do
Parecer nº 1.689/2015-PGE acima citado e que transcrevemos um trecho da recomendação:
[…] Contudo, cumpre deixar a recomendação à PMCE sobre como proceder na situação em concreto, bem
como na situação de outros militares que, como o deste processo, estavam afastados para reserva ou já inativos
e que, por alguma razão específica, voltaram ao serviço ativo apenas após a nova Lei de Promoções dos Mili-
tares – Lei nº 15.797/2015.
A lei dispõe:
[…]
Enquanto norma excepcional e transitória, cumpre a promoção em apreço ser interpretada como tal, não sendo
devido estender os seus termos aqueles militares que estavam afastados para a inatividade, ou já inativos por
ocasião da lei e que, por algum motivo, retornaram à atividade, muitas vezes apenas com o intuito de galgar o
beneficio funcional.
[…]
Portanto, para o militar dos autos, cujo retorno à atividade deverá acontecer não está aberta a promoção excep-
cional de que trata a Nova Lei de Promoções Militar, nada impedindo que venha a concorrer normalmente, se
observados os requisitos, às promoções regulares previstas na Parte Geral da Lei.
À consideração do Senhor Procurador Geral.
Fortaleza, 27 de agosto de 2015.
Assina: Rafael Machado Moraes – Procurador-Chefe da Consultoria Geral
Despacho:
De Acordo.
Assina: Juvêncio Vasconcelos Viana
Procurador Geral do Estado.

7 SÍNTESE DO ARTIGO 174

Quadro 22 – Sinóptico do art. 174

Modalidade de Reversão
Sujeito da Reversão Quadro ou Serviço Serviço ativo Competência
ativo Temporário
Militar Agregado X Cel Cmt-G

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Modalidade de Reversão
Sujeito da Reversão Quadro ou Serviço Serviço ativo Competência
ativo Temporário
Militar da Reserva Remunerada X 1) Governador ou Autoridade
por ele designada.
Militar Reformado (saúde) X 2) Cel Cmt-G (ato
provisório)
Fonte: o autor (2017)

Seção III
Do Excedente

EXCEDENTE: DEFINIÇÃO E CONSEQUÊNCIAS

Art.175. Excedente é a situação transitória na qual, automaticamente, ingressa o militar estadual


que:
I - sendo o mais moderno na escala hierárquica do seu Quadro ou Qualificação, ultrapasse o
efetivo fixado em Lei, quando:
a) tiver cessado o motivo que determinou a sua agregação ou a de outro militar estadual mais
antigo do mesmo posto ou graduação;
b) em virtude de promoção sua ou de outro militar estadual em ressarcimento de preterição;
c) tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorne à
atividade.
II - é promovido por erro em ato administrativo, nas condições previstas nos §§1º e 2º do art.137
e nos §§1º e 2º do art.167.

EXCEDENTE - ANTIGUIDADE

§1º O militar estadual cuja situação é a de excedente ocupará a mesma posição relativa em
antiguidade que lhe cabe na escala hierárquica, com a abreviatura “EXC” e receberá o número
que lhe competir em conseqüência da primeira vaga que se verificar.

EXCEDENTE – PROMOÇÃO E OCUPAÇÃO DE CARGO/FUNÇÃO

§2º O militar estadual, cuja situação é a de excedente, é considerado como em efetivo serviço
para todos os efeitos e concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições
e sem nenhuma restrição, a qualquer cargo ou função militar estadual, bem como à promoção,
observado o disposto no Título IV desta Lei.

PROMOÇÃO DE PRAÇA POR ERRO ADMINISTRATIVO

§3º O militar estadual promovido por erro em ato administrativo, nas condições previstas no caput
do art.137 e no caput do art.167 retroagirá ao posto ou graduação anterior, recebendo o número
que lhe competir na escala hierárquica, podendo concorrer às promoções subseqüentes, desde
que satisfaça os requisitos para promoção.

COMENTÁRIO DO ART. 175

1 O OBJETO DO ARTIGO

O artigo e seus três parágrafos dedicam-se a definir a situação, os direitos e deveres do militar excedente, ou
seja, daquele que ultrapassou os limites previstos para o efetivo fixado na lei de fixação do efetivo.

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2 COMPREENDENDO O CONCEITO

O efetivo das Corporações Militares Estaduais é fixado na Lei nº 15.797/2015, ou seja, há um limite legal para
a quantidade de tropa na PM ou no CBM. Quando esse limite é ultrapassado temos a figura do excedente como
explicado no art. 175 o qual também define as situações que geram o excesso.

3 DIREITOS DO MILITAR EXCEDENTE

O militar estadual, cuja situação é a de excedente tem os seguintes direitos:


a) é considerado como em efetivo serviço para todos os efeitos.
b) concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e sem nenhuma restrição, a qualquer
cargo ou função militar estadual.
c) concorre às promoções (ver os comentários do item 3).

4 A PROMOÇÃO DO EXCEDENTE EM DECORRÊNCIA DE MEDIDA JUDICIAL

A Lei nº 15.797/2015 trouxe em seu art. 35, mais três possibilidades, além das já previstas neste EMECE, em
que o militar passa à situação de excedente, a saber:
1. Promovido em decorrência de ordem judicial.
2. Deixar de ingressar em inatividade ex officio em decorrência de ordem judicial.
3. Retornar ao serviço ativo em decorrência de ordem judicial.
Nessas situações, eles têm todos os direitos dos militares em igual situação hierárquica, podendo ser promovi-
dos e ocupar cargos/funções, receber gratificações, férias, licenças, realizar cursos, entre outros direitos.
Ocorre que, no caso de promoção, ela é feita de forma precária, ou seja, em decorrência da decisão judicial.
Caso a decisão judicial final seja favorável ao Estado, o militar terá sua promoção desconstituída.
Lembre-se: apesar do direito à promoção, ela é feita em decorrência da ordem judicial e não de forma ad-
ministrativa. Essa condição deve constar no ato de promoção, pois no futuro poderá haver deconstituição de
promoção e o militar irá alegar que sua promoção foi administrativa.
Outra advertência é que o militar, nas situações acima, não pode ser pomovido pela modalidade “Requerida”,
enquanto não houver trânsito em julgado da sentença que lhe for favorável.

Reversão ao serviço ativo pela via judicial NÃO GARANTE:

1) promoção administrativa permanente

2) promoção requerida

Salvo trânsito em julgado favorável ao militar.

Essas medidas visam evitar que os militares burlem o sistema por meio de uma suposta reversão para o serviço
ativo, e, em havendo retornado, solicitem promoção pela modalidade requerida e, logo em seguida, solicitem
sua reserva remunerada. Tal ato se constituiria em imoralidade administrativa, embora todos os atos legais.
Mais grave ainda seriam revertidos ao serviço ativo, ser promovido por antiguidade ou por merecimento, e ato
contínuo solicitar promoção requerida.

5 A NECESSÁRIA ATUALIZAÇÃO DO INCISO II DO ART. 175 E DE SEU §3º

Os artigos 137, 167 e o título IV do EMECE, referenciados no inciso e no parágrafo acima, foram revogados
expressamente pela Lei nº 15.797/2015, portanto o inciso e o parágrafo devem ser considerados revogados
tacitamente, ou merecem atualização.

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Seção IV
Do Ausente

176 - AUSENTE – DEFINIÇÃO E SITUAÇÕES DE INCIDÊNCIA

Art.176. É considerado ausente o militar estadual que por mais de 24 (vinte e quatro) horas con-
secutivas:
I - deixar de comparecer a sua Organização Militar Estadual, sem comunicar qualquer motivo de
impedimento;
II - ausentar-se, sem licença, da Organização Militar Estadual onde serve ou local onde deve
permanecer.
Comentário

1 COMPREENDENDO A AUSÊNCIA

A ausência é o caminho para o crime de deserção. É conduta violadora da disciplina castrense tipificada como
transgressão de natureza Grave, no inciso XLI, §1º, art. 13 da Lei nº 13.407/2003 (CDPM/BM).
A contagem para os dias de ausência tem previsão no art. 451, §1º do Código de Processo Penal Militar
(CPPM), verbis: “Decreto-Lei nº 1.002, de 21.10.1969 (CPPM) - Art. 451. §1º A contagem dos dias de ausên-
cia, para efeito da lavratura do termo de deserção, iniciar-se-á a zero hora do dia seguinte àquele em que for
verificada a falta injustificada do militar”. 
A situação de ausência também ocorrerá na previsão contida no art. 67 deste EMECE:
Art.67. Para fins de que dispõe esta Seção, no tocante à concessão de licenças e dispensas de serviços, o mi-
litar que não se apresentar no primeiro dia útil após o prazo previsto de encerramento da citada autorização,
incorrerá nas situações de ausência e deserção conforme disposto na legislação aplicável.

Figura 42 – Esquema das formas em que o militar pode incorrer em ausência

Fonte: O autor (2017)

2 DIFERENÇA ENTRE AUSÊNCIA E FALTA AO SERVIÇO

Ausência e falta ao serviço são transgressões disciplinares, mas vejamos abaixo a diferença:
a) Ausência – concretiza-se à zero hora do dia seguinte aquele que foi constatada a falta do militar e pode
durar até oito dias. Passando de oito dias, tem-se a deserção. Pode ser em decorrência de não comparecer ao
expediente ou ausentar-se do local onde serve ou deveria permanecer.
b) Falta ao serviço – caracteriza-se por faltar a um serviço designado em Boletim Interno. Tem natureza, dia,
hora e publicação da escala em Boletim. Faltar ao expediente equivale a faltar ao serviço.
Essa diferenciação é de suma importância na hora da aplicação de sanção disciplinar. Vejamos o exemplo:
1) O Soldado Beterraba faltou aos serviços nos dias 10, 12 e 14.09.2017, sem haver comunicado o motivo e
também não compareceu à OPM nesse período. Nessa situação, temos que considerar que o mlitar iniciou sua
falta no dia 10 e manteve-se até o dia 14, ou seja, 4 dias, configurando-se, portanto a ausência. Devendo ser
apurada e, caso não justifique, punido por ausência. Seria um erro crasso apurar as transgressões como três
faltas ao serviço e aplicar três puniçõs disciplinares, uma para cada dia faltado.
2) O Sargento Mazelosus faltou ao serviço no dia 10.04.2017. Comparece ao quartel no dia 11.04.2017, mas
falta ao serviço no dia 12.04.2017. Nessa situação, temos duas faltas ao serviço, as quais são apuradas por pro-
cedimentos próprios, ou seja, um procedimento para cada falta. Caso não justifique no primeiro procedimento
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é punido pela falta do dia 10.04.2017. Caso não justifique no segundo procedimento, será punido pela falta do
dia 12.04.2017, observando-se, agora, que incide a agravante da reincidência.

OBERVAÇÃO: A aplicação da sanção por ausência, independe quantos dias o militar deixou de comparecer
à OPM. A punição se refere à “ausência” e não à quantidade de dias da ausência.
***

AUSENTE - INÍCIO DO PROCESSO DE DESERÇÃO

Art.177. Decorrido o prazo mencionado no artigo anterior, serão observadas as formalidades


previstas em lei.

COMENTÁRIO

O prazo mencionado no art. 177 é o de 24h consecutivas. As formalidades previstas em lei a que se refere o
art. 177, são as seguintes:
a) Lavratura da parte de ausência;
b) Diligências para evitar que o militar deserte;
c) Inventário dos bens permanentes que pertencem à Fazenda Nacional; e finalmente
d) A deserção.
Vejamos o que dispõe o Decreto-Lei nº 1.002, de 21.10.1969, in verbis:
Art. 456. Vinte e quatro horas depois de iniciada a contagem dos dias de ausência de uma Praça, o comandante
da respectiva subunidade, ou autoridade competente encaminhará parte de ausência ao comandante ou chefe
da respectiva organização, que mandará inventariar o material permanente da Fazenda Nacional, deixado ou
extraviado pelo ausente, com a assistência de duas testemunhas idôneas.
§1º Quando a ausência se verificar em subunidade isolada ou em destacamento, o respectivo comandante, Ofi-
cial ou não, providenciará o inventário, assinando-o com duas testemunhas idôneas.

CAPÍTULO II
DO DESLIGAMENTO DO SERVIÇO ATIVO

DESLIGAMENTO DO SERVIÇO ATIVO - TIPOS

Art.178. O desligamento do serviço ativo de Corporação Militar Estadual é feito em conseqüên-


cia de:
I - transferência para a reserva remunerada;
II - reforma;
III - exoneração, a pedido;
IV - demissão;
V - perda de posto e patente do Oficial e da graduação da Praça;
VI - expulsão;
VII - deserção;
VIII - falecimento;
IX – desaparecimento;
X - extravio.

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DESLIGAMENTO DO SERVIÇO ATIVO - PROCESSAMENTO

Parágrafo único. O desligamento do serviço ativo será processado após a expedição de ato do
Governador do Estado.

COMENTÁRIO AO ART. 178

1 O OBJETO DO ARTIGO

O artigo 178 apresenta o rol de 10 (dez) formas de desligamento do serviço ativo.

2 PERDA DO POSTO E DA PATENTE DOS OFICIAIS E DA GRADUAÇÃO DA PRAÇA

A perda do posto e da patente dos Oficiais somente se efetiva por órgão do Poder Judiciário, ou seja, Tribunal
de Justiça Militar ou Tribunal de Justiça nos Estados que não possuem o TJM.
As Praças, de forma análoga, segundo o art. 125, §4 º, da CF, somente perderão a sua graduação por decisão
judicial proferida por Tribunal competente.
Vejamos os dispositivos correlatos:
1) CF/88 - Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Consti-
tuição.
§4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares defi-
nidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a
vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da
graduação das praças (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004) (grifei).
Art. 142, §3º, VI - o Oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele in-
compatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial,
em tempo de guerra.
2) Constituição Estadual/89 - Art. 176, §8º O Oficial da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros só perderá
o posto e a patente, se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão do Tribunal de
Justiça.
§9º O Oficial judicialmente condenado à pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transi-
tada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no parágrafo anterior.
§12 A Praça condenada na Justiça Militar à pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença tran-
sitada em julgado, só perderá a graduação por decisão do Tribunal de Justiça.

3 O DESLIGAMENTO DO SERVIÇO ATIVO

O desligamento do serviço ativo é feito por meio de ato governamental publicado em Diário Oficial do Estado.
Enquanto não ocorre a publicação do ato respectivo, o militar é afastado das funções e agregado por força da
Lei Complementar nº 93/2011 c/c art.172 deste EMECE.

4 O DESLIGAMENTO POR MOTIVO DE DESAPARECIMENTO: INAPLICABILIDADE

A norma insculpida no art. 178 deste EMECE, esclarece que o desaparecimento deve gerar o desligamento do
serviço ativo, contudo, trata-se de uma norma sem explicação de como é operacionalizada na prática, ficando
o intérprete sujeito às próprias convicções. O comando é, a nosso ver, uma ficção jurídica. Explicamos:
a) O militar desaparecido por mais de 30 dias é considerado oficialmente extraviado (art. 205).
b) O extravio implica agregação (interrupção do serviço) – art. 206 c/c art. 172, §1º, III.
c) A agregação gera, depois de seis meses, em desligamento do serviço ativo – art. 206, §1º.
Portanto, descabido falar em “Desaparecimento” como forma de desligamento do serviço ativo.
Verificando a legislação federal aplicável aos militares federais (Lei nº 6.880/80), constata-se que o desapare-
cimento não é motivo de desligamento do serviço ativo.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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5 MOMENTO HISTÓRICO: RESERVA REMUNERADA DE OFICIAIS

A passagem para a inatividade mediante Reserva Remunerada ou Reforma, hoje aparentemente simples, foi
uma conquista dos oficiais que não tinham esse direito até a edição do Decreto nº 359, de 18 de abril de 1944
(Instituiu o Estatuto da PMCE).
*** *** ***

RESERVA REMUNERADA: PRAZO PARA AFASTAMENTO DAS FUNÇÕES

Art.179. O militar estadual da ativa aguardando transferência para a reserva remunerada


continuará, pelo prazo de 90 (noventa) dias, no exercício de suas funções até ser desligado da
Corporação Militar Estadual em que serve.

DATA DO DESLIGAMENTO DEFINITIVO

Parágrafo único. O desligamento da Corporação Militar Estadual em que serve deverá ser feito
quando da publicação em Diário Oficial do ato correspondente.

COMENTÁRIO

1 A NECESSÁRIA ATUALIZAÇÃO DO ART. 179 E SEU PARÁGRAFO

O artigo 179 acima, a nosso ver, encontra-se revogado por força do §1º, art. 3º da LC nº 93/20011, com nova
redação dada pela Lei Complementar nº 159/2016, que trata a matéria de forma diversa, sendo a legislação
específica para o caso de reserva remunerada ou reforma de militar estadual. Pela LC, o afastamento ocorrerá
no primeiro dia seguinte à abertura do processo de inativação.
LC nº 93/2011 - Art.3º, §1º O militar afastar-se-á de suas atividades:
II - em caso de reserva remunerada a pedido, no primeiro dia seguinte à abertura do processo de inativação,
observados os seguintes passos: [...]

2 O FIM DO PRAZO NONAGESIMAL

Em decorrência da edição da Lei Complementar nº 159/2016 que alterou a Lei Complementar nº 93/2011, os
militares obtiveram um grande avanço no que se refere à extinção do prazo nonagesimal de permanência em
atividades, enquanto aguarda sua transferência para a reserva remunerada, ou seja, o militar não precisa traba-
lhar por mais 90 dias, após o ingresso de seu pedido de reserva remunerada. Seu afastamento é no primeiro dia
seguinte à abertura do processo de inativação, como já explicado acima.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 118 Expulsão e deserção são formas de desligamento do serviço


ativo da corporação militar estadual previstas no estatuto. Ambas decorrem de ato do governador do estado,
efetivado após a publicação no Diário Oficial do Estado.
*** *** ***

Seção I
Da Transferência para a Reserva Remunerada

TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA - MODALIDADES

Art.180. A passagem do militar estadual à situação da inatividade, mediante transferência para a


reserva remunerada, se efetua:
I - a pedido;
II - “ex officio”.

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COMENTÁRIO

A reserva remunerada, na modalidade a pedido, está na categoria dos direitos dos militares estaduais, previstos
no art. 52 deste EMECE. Na modalidade ex officio é um dever da administração.
Há uma diferença substancial nas duas formas de transferência para a reserva remunerada, como se mostra
abaixo:
a) Reserva remunerada a pedido - é uma escolha do militar, uma possibilidade de inativar-se de forma vo-
luntária. É direito do militar.
b) Reserva remunerada ex officio - é uma obrigação da administração que consiste em afastar o militar que
já implementou as condições de passagem à reserva, ainda que o militar não deseje. É dever da administração.
Ato vinculado.
*** *** ***

RESERVA REMUNERADA À PEDIDO - REQUISITOS

Art.181. A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida, mediante reque-
rimento do militar estadual que conte com 53 (cinqüenta e três) anos de idade e 30 (trinta) anos
de contribuição, dos quais no mínimo 25 (vinte e cinco) anos de contribuição militar estadual
ao Sistema Único de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes
Públicos e Membros de Poder do Estado do Ceará – SUSPEC.

RESSARCIMENTO AO ERÁRIO EM CASO DE CURSO OU ESTÁGIO

§1º No caso do militar estadual estar realizando ou haver concluído qualquer curso ou estágio de
duração superior a 6 (seis) meses, por conta do Estado, sem haver decorrido 3 (três) anos de seu
término, a transferência para a reserva remunerada só será concedida mediante prévia indeni-
zação de todas as despesas correspondentes à realização do referido curso ou estágio, inclusive
as diferenças de vencimentos.

RESSARCIMENTO AO ERÁRIO EM CASO DE CURSO OU ESTÁGIO

§2º Se o curso ou estágio, mencionado no parágrafo anterior, for de duração igual ou superior
a 18 (dezoito) meses, a transferência para a reserva remunerada só será concedida depois de
decorridos 5(cinco) anos de sua conclusão, salvo mediante indenização na forma prevista no
parágrafo anterior.

CÁLCULO DAS INDENIZAÇÕES

§3º O cálculo das indenizações a que se referem os §§1º e 2º deste artigo será efetuado pelo ór-
gão encarregado das finanças da Corporação.

VEDAÇÕES À TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA

§4º Não será concedida transferência para a reserva remunerada, a pedido, ao militar estadual
que:
I - estiver respondendo a processo na instância penal ou penal militar, a Conselho de Justificação
ou Conselho de Disciplina ou processo regular;
II - estiver cumprindo pena de qualquer natureza.

CASOS DE SUSPENSÃO DO DIREITO À RESERVA REMUNERADA

§5º O direito à reserva, a pedido, pode ser suspenso na vigência de Estado de Guerra, Estado
de Sítio, Estado de Defesa, calamidade pública, perturbação da ordem interna ou em caso de
mobilização.

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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COMENTÁRIO DO ART. 181

1 O OBJETO DO ARTIGO

O artigo 181 esclarece sobre o procedimento que o militar deve adotar em caso de reserva remunerada a pedi-
do, informando os requisitos necessários a esse direito e as situações em que ele deve ressarcir ao erário, caso
haja concluído algum curso ou estágio.

2 A RESERVA REMUNERADA COMO DIREITO DO MILITAR

O direito à transferência para a reserva remunerada, a pedido, é um direito condicional, ou seja, ele é intrinse-
camente perfeito, contudo sua eficácia está relacionada ao implemento de condições objetivas exigidas na lei.
Sem o implemento cumulativo das condições, não pode o militar exigir o direito insculpido no art. 52, EME-
CE: “Art. 52. São direitos dos militares estaduais... VIII - transferência para a reserva remunerada, a pedido,
ou reforma”.

3 A IDADE E A QUESTÃO PREVIDENCIÁRIA

A exigência da idade de 53 (cinquenta e três) anos para concessão de reserva remunerada é relativa, pois apli-
cável apenas aos mlitares que ingressaram a partir da publicação do EMECE, como cita o art. 183: “A idade
de 53 (cinqüenta e três) anos a que se refere o caput do art. 181 e as alíneas ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II, do artigo
anterior, será exigida apenas do militar que ingressar na corporação a partir da publicação desta Lei”. As alí-
neas “b”, “c” e “d” do inciso II, do art. 182 foram revogadas pela Lei nº 15.797/2015.
O requisito idade do militar somado com o requisito tempo de contribuição para implementação do direito à
reserva remunerada a pedido, dá exatamente 35 anos de contribuição, senão vejamos o exemplo abaixo:
O Sd Cronus ingressa na PMCE com 18 anos de idade. Ao completar 30 anos de contribuição teria apenas
48 anos de idade, logo, não poderia pleitear reserva remunerada a pedido, uma vez que a lei exige 53 anos de
idade. Ora, se fizermos a subtração de 53 menos 18, teremos como resultado 35 (53-18=35), que é o tempo que
ele terá contribuído.

4 O RESSARCIMENTO DECORRENTE DE CURSO OU ESTÁGIO

Não confundir os cursos/estágios a que se referem os §§1º e 2º do art. 181 com o Curso de Formação Profis-
sional.
A norma é aplicável no caso de outros cursos/estágio, como por exemplo: Curso Superior de Segurança Públi-
ca, Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, Curso de Habilitação a Subtenenente e desde que, sua carga horária
esteja enquadrada na norma acima.
A transferência para a reserva remunerada, a pedido, é um direito expresso no EMECE, logo inadmissível que
seja forçado a permanecer no serviço ativo como forma de coação ao pagamento da indenização dos custos de
sua formação, isso além de ofender à dignidade humana é uma forma velada de escravização para pagamento
de dívida. Sem dúvida, o estado tem direito ao ressarcimento e isso deve ser pleiteado em via própria e não
por meio da manutenção forçada do militar no serviço ativo, apesar da expressa vedação legal acima imposta.
Compreendemos, portanto, que pode ser concedida reserva remunerada a pedido de militar sem ressarcimento
imediato. Contudo, o Estado tem o direito de inscrever o nome do militar no CADIN e a pleitear o referido
ressarcimento em ação própria, por meio da Procuradoria Geral do Estado.

5 SITUAÇÕES IMPEDITIVAS À CONCESSÃO DE RESERVA REMUNERADA

O §4º, art.181 apresenta o rol de situações impeditivas à concessão de reserva remunerada, a pedido, a saber:
a) respondendo a processo na instância penal;
b) respondendo a processo na instância penal militar;
c) respondendo a Conselho de Justificação;
d) respondendo a Conselho de Disciplina;
e) respondendo a processo regular;
f) estiver cumprindo pena de qualquer natureza.
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Acerca do comando normativo acima temos as seguintes observações:
a) Foi redundante, bastava ter citado “Processo Regular”, eis que Conselho de Justificação e Conselho de Dis-
ciplina são espécies do gênero Processo Regular como disposto na Lei nº 13.407/2003;
b) Não vislumbramos nenhuma razoabilidade na norma. Não se vê nenhuma situação que justifique obstacular
a transferência para a reserva remunerada de militar, simplemente, porque responde a processo na instância
penal ou penal militar, a Conselho de Justificação, ou Conselho de Disciplina, ou processo regular; ou porque
está cumprindo pena de qualquer natureza.
Justificamos nossa posição, pois os militares da reserva remunerada estão sujeitos a todas as obrigações impos-
tas pela disciplina castrense. Ademais, todas essas situações não impedem que eles continuem a responder por
transgressão disciplinar, ou por crimes porventura cometidos. Essa situação é expressa na Lei nº 13.407/2003.
Esta norma deveria ser extirpada do estatuto castrense.

6 CASOS DE SUSPENSÃO DO DIREITO DE PEDIR RESERVA REMUNERADA

“Art.181, §5º O direito à reserva, a pedido, pode ser suspenso na vigência de Estado de Guerra, Estado
de Sítio, Estado de Defesa, calamidade pública, perturbação da ordem interna ou em caso de mobiliza-
ção”.
Este comando normativo atinge o próprio direito de pedir reserva remunerada. É coerente e sadio, afinal se
trata de um momento em que a pátria e a sociedade mais precisam do serviço do militar estadual.

7 ELABORAÇÃO DO ATO DE RESERVA REMUNERADA - INSTRUÇÃO

O procedimento básico para instauração e tramitação do processo de reserva remunerada de militar estadual é
disciplinado na Lei Complementar nº 93/2011, in verbis:
Art.2º lniciado o processo de reserva ou reforma, na forma prevista em lei, compete ao Órgão de origem ins-
truído com a documentação pertinente à contagem do tempo de contribuição e à satisfação dos demais requisi-
tos necessários à inatividade, inclusive aqueles referentes ao valor dos proventos respectivos.
Art.3º O processo de reserva ou reforma terá a seguinte tramitação:
I - verificando o Órgão de origem ao qual é vinculado o militar, não ser o caso de rejeição imediata do benefício
de reserva ou reforma, por falta do preenchimento dos requisitos legais, elaborará a minuta do ato respectivo,
remetendo-a ao setor previdenciário da Secretaria do Planejamento e Gestão;
II - a minuta do ato de reserva ou reforma, devidamente assinada, pela autoridade competente e previamente
analisada pelo setor previdenciário da Secretaria do Planejamento e Gestão, será publicada em Diário Oficial,
passando o militar a ser considerado como inativo, sob condição resolutiva, para todos os efeitos legais, inclu-
sive quanto ao recebimento de proventos e ao pagamento de contribuições ao Sistema Único de Previdência
Social do Estado do Ceará - SUPSEC, a partir da publicação respectiva; (Redação dada pelo art. 4º da LC nº
159/2016)
III - após a publicação referida no inciso anterior, o processo, já contendo o ato de reserva ou reforma publica-
do, será remetido à Procuradoria-Geral do Estado para exame e parecer;
IV - opinando negativamente a Procuradoria-Geral do Estado, o militar será notificado, em 10 (dez) dias, para
retomara suas atividades em até 30 (trinta) dias, sob pena da instauração do competente procedimento disci-
plinar;
[...]
§1º O militar afastar-se-á de suas atividades: (Parágrafo com incisos e alíneas com redação dada pela Lei Com-
plementar nº 159/2016)
I – em caso de invalidez, na data prevista no laudo médico Oficial, e, nas hipóteses de inativação ex officio,
imediatamente depois do seu marco inicial definido na legislação pertinente;
II - em caso de reserva remunerada a pedido, no primeiro dia seguinte à abertura do processo de inativação,
observados os seguintes passos:
a) previamente à abertura do processo de inativação, caberá ao órgão ou entidade de origem, a pedido do
militar, analisar a sua situação funcional, a partir de seus assentamentos funcionais atualizados em sistema
específico, para, em seguida, emitir documento que comprove e ateste o cumprimento dos tempos mínimos
necessários para a inativação;
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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b) de posse do documento indicado na alínea “a”, o militar deverá apresentar requerimento de inativação,
quando receberá do órgão ou entidade de origem autorização formal para o afastamento das atividades.
§2º Após o transcurso do prazo de 90 (noventa) dias contado do início do processo de reserva, ou reforma
sem que haja sido publicado o ato respectivo, serão adequadas à condição de inativo, independentemente de
requerimento do interessado, a cobrança da contribuição previdenciária do militar e a percepção dos valores a
título de remuneração, subsídios ou proventos, sem prejuízo de posteriores compensações ou cobranças, apu-
rando-se, em qualquer caso, a eventual responsabilidade pela inadequação do afastamento.
§3º Todos os períodos de afastamento mencionados neste artigo, sem exceção, somente admitirão incidência
de contribuição previdenciária do militar na condição de inativo e não serão considerados ou contabilizados
para quaisquer fins, inclusive complementação dos requisitos temporais da reserva, ou reforma, ou aquisição
de direitos vinculados a fatores cronológicos.
Indeferimento do Ato de Reserva – Cobrança de Valores
[...]
§8º Indeferida a reserva ou reforma, por parecer negativo da Procuradoria-Geral do Estado ou em razão da
negativa de registro pelo Tribunal de Contas do Estado, será retomada a cobrança das contribuições previ-
denciárias do militar na condição de ativo, imediatamente, após o retorno às suas atividades, sem prejuízo da
cobrança de valores pertinentes ao período de afastamento indevido e observado o disposto no §5º deste artigo.
§9º Se for inviável, por qualquer motivo, o desconto ou compensação dos valores devidos em razão da aplica-
ção do disposto neste artigo, o militar, os pensionistas ou seus sucessores serão notificados para, em 30 (trinta)
dias, proceder ao imediato pagamento do débito, atualizado pela taxa SELIC, ou qualquer outra que legalmente
a substitua, podendo parcelar a dívida em até 60 (sessenta) prestações mensais e sucessivas, atualizadas na
forma e índices adotados para o parcelamento de dívida ativa do estado, sob pena de inscrição do total devido
na mesma dívida ativa estadual.
§10. A responsabilidade dos sucessores obedecerá aos limites da Lei Civil.
§11.  Postergado o exame da legalidade da reforma ou pensão pelo Tribunal de Contas para a realização de
diligências, o processo respectivo só poderá ser novamente submetido a registro, após reexaminado pela Pro-
curadoria-Geral do Estado. (Nova redação dada pela Lei Complementar n.º 134, de 07.04.14)
Requerer Reserva sem preencherimento dos requisitos: apuração disciplinar de ato com vício
Art. 3º [...] §4º O disposto nos incisos IV e VI deste artigo não obsta a que se instaure procedimento disciplinar
para apurar eventual má-fé no exercício do direito à reserva ou reforma, bem como que se proceda de igual
modo, diante de lesão ao erário ocasionada por ato doloso de outro servidor ou militar.
§5º Constitui falta grave a conduta dolosa consistente no requerimento, ou abertura de processo de reserva
ou reforma sem que o militar tenha implementado todas as condições para requerer o benefício, assim como,
aberto o processo, a injustificada demora no cumprimento de diligências da Procuradoria-Geral do Estado
destinadas à sua conclusão, nos prazos nelas fixados, ficando o responsável, em qualquer dos casos, sujeito a
punição, nos termos da lei, inclusive, obrigado solidariamente à reposição da contribuição previdenciária que,
em razão da aplicação do disposto no §2º deste artigo, não tiver sido recolhida.
§6º Salvo comprovada má-fé, decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que tornado público, o direito de
revisar ou anular ato administrativo que repercuta na reserva ou reforma do militar, inclusive no que é perti-
nente à composição dos futuros proventos.
§7º Para efeito do disposto no §6º deste artigo, considera-se iniciado o procedimento de revisão ou anulação do
ato administrativo e, portanto, interrompido o prazo decadencial, a partir da prática de qualquer ato destinado
a apontar ou apurar o fato ensejador da revisão ou anulação.
Desistência do processo de reserva
§11. Não será admitida a desistência do processo de reserva, após a sua abertura, ressalvada a hipótese de
retorno ao serviço pelo militar, se comprovado, posteriormente, o não atendimento dos requisitos para a inati-
vação, observado o disposto nos incisos IV e VI e §§4º e 5º deste artigo. (Redação dada pelo art. 4º da LC nº
159/2016)
§12. Para os fins do disposto no inciso II do §1º deste artigo, cumpridos os requisitos de tempos mínimos para
a inativação, qualquer discussão de natureza financeira quanto ao valor inicial dos proventos, não obsta o pe-
dido de inativação, a abertura e a regular tramitação do processo.” (NR) (Redação dada pelo art. 4º da LC nº
159/2016)

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Outras informações úteis
Art.4º Os processos de reserva ou de reforma, no último caso desde que em trâmite na Procuradoria-Geral do
Estado, em até 180 (cento e oitenta) dias da data da publicação desta lei, serão remetidos aos órgãos de origem,
onde, verificando-se não ser o caso de rejeição imediata do benefício, será procedida a confecção dos respecti-
vos atos de reserva ou reforma, adotando-se, a partir de então e no que couber, o procedimento previsto no art.
3º desta Lei Complementar, excetuando-se o disposto em seu §2º.
§1º Passados 90 (noventa) dias após o retorno dos processos aos órgãos de origem sem que tenha ocorrido a pu-
blicação do ato de reserva, ou reforma a que se refere o inciso II do art. 3º desta lei, serão adequadas à condição
de inativo, independentemente de requerimento do interessado, a cobrança da contribuição previdenciária do
militar e a percepção dos valores a título de remuneração, subsídios ou proventos, sem prejuízo de posteriores
compensações ou cobranças, apurando-se, em qualquer caso, a eventual responsabilidade pela inadequação do
afastamento.
§2º O ato de reserva ou reforma a ser confeccionado pelo órgão de origem, deverá guardar observância às
diligências da Procuradoria-Geral do Estado, que estejam pendentes de cumprimento na data da publicação
desta lei.
Art. 5º Os processos de reforma, em trâmite na Procuradoria-Geral do Estado, há mais de 180 (cento e oiten-
ta) dias, na data da publicação desta Lei Complementar, serão sujeitos ao procedimento previsto neste artigo,
aplicando-se, em caráter subsidiário, o disposto no art. 3º desta Lei Complementar, inclusive quanto à caracte-
rização de faltas graves e definição de prazos decadenciais para revisão de atos administrativos.
§1º Os processos de que cuida o caput deste artigo serão, em até 30 (trinta) dias da publicação desta Lei Com-
plementar, remetidos aos órgãos de origem, onde, verificando-se não ser o caso de rejeição imediata do bene-
fício, será procedida a confecção do ato de reforma respectivo.
§2º A minuta do ato de reforma, devidamente assinada pela autoridade competente, será publicada em Diário
Oficial, passando o militar, a partir de então, a ser considerado como inativo sob condição resolutiva, para
todos os efeitos legais, inclusive quanto à percepção de valores e ao pagamento de contribuições ao Sistema
Único de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros
de Poder do Estado do Ceará - SUPSEC.
§3º Passados 90 (noventa) dias após o retorno dos processos aos órgãos de origem sem que tenha ocorrido a
publicação do ato de reforma a que se refere o §2º deste artigo, serão adequadas à condição de inativo, indepen-
dentemente de requerimento do interessado, a cobrança da contribuição previdenciária do militar e a percepção
dos valores a título de remuneração, subsídios ou proventos, sem prejuízo de posteriores compensações ou
cobranças, apurando-se em qualquer caso a eventual responsabilidade pela inadequação do afastamento.
§4º Após a publicação referida no inciso anterior, o processo, já contendo o ato de reforma publicado, poderá
ser, conforme condições, limites e prazos estabelecidos em Portarias do Procurador-Geral do Estado, remetido
ao Tribunal de Contas do Estado, para fins de registro e controle de sua legalidade.
§5º Enquanto não sobrevir a Portaria referida no §4º deste artigo, será necessária a prévia aprovação do ato de
reforma pela Procuradoria Geral do Estado antes de sua remessa ao Tribunal de Contas do Estado, aplicando-
-se, no que couber, o disposto no art.3º desta Lei Complementar.
§6º Não registrada a reforma pelo Tribunal de Contas do Estado o militar será notificado em 10 (dez) dias,
para retomar suas atividades em até 30 (trinta) dias, sob pena da instauração do competente procedimento
disciplinar.
§7º Registrada a reforma, o setor previdenciário verificará se o processo é passível de compensação previden-
ciária ou qualquer forma de cobrança, ou ressarcimento de valores decorrentes, embora não exclusivamente,
de divergência entre o ato original de reforma publicado pela Administração e aquele efetivamente registrado
pelo Tribunal de Contas e em caso afirmativo adotará as providências necessárias à sua realização.
§8º O ato de reforma a ser confeccionado pelo órgão de origem deverá guardar observância às diligências da
Procuradoria-Geral do Estado que estejam pendentes de cumprimento na data da publicação desta Lei.
Art.6º O disposto nos artigos antecedentes quanto à adequação da situação do militar à condição de inativo
é extensivo, no que couber, aos militares já inativados que poderão requerer a devolução de contribuições
previdenciárias a que façam jus administrativamente, respeitados os prazos prescricionais e sem prejuízo de
compensações, descontos ou cobranças autorizados segundo a legislação pertinente.
Parágrafo único. Havendo processo judicial em curso, o requerimento administrativo previsto no caput deste
artigo terá sua tramitação suspensa até que sobrevenha a decisão judicial definitiva respectiva, cuja aplicação

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terá prevalência sobre o disposto neste artigo, facultando-se ao militar interessado instruir o pleito com a prova
da desistência da ação, situação na qual, o processamento administrativo terá curso regular.
Restituição de Descontos Previdenciários
Nos termos da Lei Complementar nº 93/2011, decorridos 90 (noventa) dias contado do início do processo de
reserva ou reforma sem que haja sido publicado o ato respectivo, a folha de pagamento deve providenciar a
adequação dos descontos previdenciários do militar o qual passa a condição de “como se inativo fosse”. Por
uma questão de organização administrativa o órgão de recursos humanos deve publicar em Boletim Interno a
informação de que o processo do militar já tramita há mais de 90 dias para que a folha de pagamento providen-
cie a adequação previdenciária. Vejamos o disposto no §2º, art.3º daquela LC:
Art. 3º, §2º Após o transcurso do prazo de 90 (noventa) dias contado do início do processo de reserva ou refor-
ma sem que haja sido publicado o ato respectivo, serão adequadas à condição de inativo, independentemente
de requerimento do interessado, a cobrança da contribuição previdenciária do militar e a percepção dos valores
a título de remuneração, subsídios ou proventos, sem prejuízo de posteriores compensações ou cobranças,
apurando-se, em qualquer caso, a eventual responsabilidade pela inadequação do afastamento.
O Tribunal de Justiça do Estado, acerca do tema, emitiu a Súmula nº 33, abaixo citada:
SÚMULA 33-TJCE: Após o transcurso do prazo de 90 (noventa) dias contado do início do processo de apo-
sentadoria, sem que haja sido publicado o ato de jubilamento, os descontos previdenciários ocorridos deverão
ser restituídos ao servidor público afastado, na forma da legislação vigente. (Súmula aprovada pela Resolução
do Órgão Especial nº 01/2014-TJCE)
*** *** ***

8 A INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO

Alguns militares estaduais têm direito à incorporação da gratificação de representação em seus proventos de
inatividade. Dizendo de outra forma, certos militares podem incorporar ao seu salário o valor da gratificação
que recebiam no momento da passagem à inatividade.
Ocorre que, para que ocorra essa incorporação é necessário que haja o preenchimento dos requisitos exigidos
na Lei nº 10.722, de 15 de outubro de 1982, com interpretação dada pela Lei nº 15.070, de 20 de dezembro de
2011, como abaixo se mostra:
Art.1º Para efeito de interpretação do disposto no art. 2º da Lei nº 10.722, de 15 de outubro de 1982, fica
reconhecido o direito de o militar estadual incorporar aos seus proventos, quando de sua passagem para a
inatividade, a qualquer tempo e sob qualquer regramento, o valor correspondente à representação do cargo
de provimento em comissão ou à Gratificação pela Representação de Gabinete que haja exercido, desde que,
até a data de início da vigência da Lei nº 12.913, de 17 de junho de 1999, tenha implementado 5 (cinco) anos
ininterruptos ou 10 (dez) anos intercalados no exercício de cargo em comissão ou função gratificada.
§1º Observado o disposto no art. 2º desta Lei, o valor a ser incorporado corresponderá ao montante da repre-
sentação do cargo de provimento em comissão ou da Gratificação pela Representação de Gabinete percebido
no momento da reserva ou reforma, prevalecendo a que se verificar primeiro.
§2º É admitido, para a verificação do implemento de 5 (cinco) anos ininterruptos ou 10 (dez) anos interca-
lados, referidos no caput, exclusivamente o somatório do tempo de percepção de representação de cargo em
comissão, de Gratificação pela Representação de Gabinete, de Gratificação de Instrutor ou Magistério e de
Gratificação de Interior, Lei nº 11.167, de 7 de janeiro de 1986.
Nos termos da lei acima, para que o militar incorpore a gratificação é necessário o atendimento de dois requi-
sitos básicos, cumulativamente, como se mostra abaixo:
1. Que até junho de 1999, o militar tivesse recebido uma das gratificações abaixo por cinco anos seguidos ou
dez anos intercalados
a) representação de cargo em comissão;
b) gratificação pela Representação de Gabinete;
c) gratificação de Instrutor ou Magistério;
d) gratificação de Interior.
2) No momento da passagem para a inatividade esteja recebendo gratificação do cargo de provimento em co-
missão ou da Gratificação pela Representação de Gabinete.
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Há militares que preenchem apenas o primeiro requisito, mas no momento da passagem para a inatividade não
se encontravam em cargo comissionado. Nessa situação, o militar não incorpora a gratificação.

9 INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE MOTORISTA – PARECER DA PGE

A d. PGE emitiu o Parecer nº 2.939/2011 autorizando a incorporação da gratificação de motorista, desde que
percebida durante cinco anos com a respectiva incidência de contribuição previdenciária, vejamos a ementa:
Consulta. Pensão. Valor. Inclusão das gratificações de exercício de interior e de incentivo moto. Recomenda-
ção do TCE por haver o segurado contribuído sobre os benefícios mais de cinco anos. Parecer/PGE normativo
nº 003/2005. Inaplicabilidade. Regra legal expressa tratando das gratificações pagas em decorrência do local
de trabalho. Lei nº 9.717/1998, alterada pela Lei nº 10.887/2004. Inclusão. Impossibilidade. Gratificação in-
centivo moto. Art. 97 da Lei nº 11.167/1986. Incorporável possível dada a natureza do risco de vida do bene-
fício. Reforma do ato de pensão só para inclusão desta última gratificação.

10 DOUTRINA NA PMCE

Reserva Remunerada – Documentos necessários – BCG 109, 17.06.2009 Nota nº 010/2009-DP/4 Determino
aos Senhores Comandantes, Diretores e Chefes de Seção, que doravante deverão instruir junto dos requerimen-
tos para a passagem dos Policiais Militares à reserva remunerada, sob pena de devolução, ou indeferimento
de pleito, a seguinte documentação: 1) Requerimento padrão; 2) Quadro discriminativo de tempo de serviço
(fornecido pela DP/1); 3) Informação da companhia de origem; 4) Cópia autenticada da cédula de identidade;
5) Cópia autenticada do comprovante de endereço; 6) Cópia autenticada do último extrato de pagamento; 7)
Cópia autenticada do cartão PIS/PASEP, ou no mínimo, extrato comprobatório desse benefício; 8) Cópia au-
tenticada do Certificado de conclusão do último curso (regular) para promoção, ou no mínimo, cópia do bole-
tim que publicou. O período de duração do curso deve ser informado. 9) Certidão de Antecedentes Criminais
(Fórum Clóvis Beviláqua); 10) Certidão nada constada da Justiça Militar Estadual (Fórum Clóvis Beviláqua);
11) Certidão nada constada da Polícia Federal (Borges de Melo); 12) Certidão nada constada da Justiça Federal
(próximo ao BNB – Centro); 13) Certidão de antecedentes criminais da(s) vara(s) da comarca onde o PM é
lotado, caso o policial militar sirva no interior do Estado. DP em Fortaleza, 20 de maio de 2009. Assina: Fco.
Sérgio de Souza Costa – Cel PM, DIRETOR DE PESSOAL. DA PMCE.
Regulamenta a solicitação de Reserva Remunerada – BCG 063 – 01.04.2011 Portaria nº 110/2011-GC O
Cel PM, Comandante Geral da PMCE, no uso das atribuições legais e considerando a necessidade de dar agi-
lidade aos processos de reserva remunerada à pedido no âmbito da Polícia Militar do Ceará, bem como de dar
pleno cumprimento à Lei nº 13.729/06 c/c a Lei Complementar nº 093, de 25 de janeiro de 2011, publicada no
Diário Oficial do Estado nº 019, de 27 de janeiro de 2011, RESOLVE:
Art. 1º - O processo de reserva remunerada, a pedido, será iniciado mediante requerimento do interessado que
implemente as seguintes condições:
a) Conte com 53 (cinquenta e três) anos de idade e 30 (trinta) anos de contribuição, dos quais no mínimo 25
(vinte e cinco) anos de contribuição militar estadual ao Sistema Único de Previdência Social dos Servidores
Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e Membros de Poder do Estado do Ceará – SUSPEC.
b) A idade de 53 (cinquenta e três) anos a que se refere o item anterior será exigida apenas do militar que in-
gressar na corporação a partir da vigência da Lei nº 13.729, de 11 de janeiro de 2006 (Estatuto dos Militares
Estaduais do Ceará).
c) No caso do militar estadual estar realizando ou haver concluído qualquer curso ou estágio de duração supe-
rior a 6 (seis) meses, por conta do Estado, sem haver decorrido 3 (três) anos de seu término, a transferência para
a reserva remunerada só será concedida mediante prévia indenização de todas as despesas correspondentes à
realização do referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de vencimentos.
d) Se o curso ou estágio, mencionado no parágrafo anterior, for de duração igual ou superior a 18 (dezoito)
meses, a transferência para a reserva remunerada só será concedida depois de decorridos 5 (cinco) anos de sua
conclusão, salvo mediante indenização na forma prevista no parágrafo anterior.
e) Não esteja respondendo a processo na instância penal ou penal militar, a Conselho de Justificação ou Con-
selho de Disciplina ou processo regular.
f) Não esteja cumprindo pena de qualquer natureza.
Art. 2º - O requerimento do militar solicitante deve vir, obrigatoriamente, acompanhado dos seguintes docu-
mentos:

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
109
1) Quadro discriminativo de tempo de serviço (fornecido pela DP/1);
2) Informação da companhia de origem acerca da implementação das condições previstas no art. 1º desta Por-
taria, constando ainda todas as promoções e licenças concedidas;
3) Cópia autenticada da:
a) cédula de identidade;
b) comprovante de endereço;
c) último extrato de pagamento;
d) cartão PIS/PASEP, ou no mínimo, extrato comprobatório desse benefício;
e) certificado de conclusão do último curso (regular) para promoção, ou no mínimo, cópia do boletim que
publicou;
f) certidão de Casamento, atualizada, com as possíveis averbações relativas à separação jurídica ou divórcio;
g) diploma/Certificado do último curso com ônus para o Estado;
h) ato ou publicação do Boletim de nomeação ou inclusão na PMCE.
4) Certidão original dos tempos de serviço fora da Corporação, caso estejam averbados.
5) Certidão de nada consta da Seção de Justiça e Disciplina da Diretoria de Pessoal.
Parágrafo único – Para expedição da Certidão citada no item 4) desse artigo, o requerente deve apresentar
àquela Seção as certidões de antecedentes criminais dos seguintes órgãos:
a) Comarca de Fortaleza;
b) Justiça Militar Estadual;
c) Polícia Federal;
d) Justiça Federal;
e) Varas da Comarca do Interior do Estado, caso o militar esteja lotado em OPM do Interior do Estado.
Art. 3º - Compete ao Comandante imediato do militar conferir a documentação citada no artigo anterior.
Parágrafo único – requerimentos com documentação incompleta não devem ser assinados pelo Comandante
imediato do militar, ao qual compete adotar as medidas necessárias para que o interessado junte os documentos
necessários ao processamento da inatividade.
Art. 4º - O requerimento, juntamente com os anexos citados no artigo anterior, será encaminhado à Ajudância-
-Geral/QCG para fins de registro no Sistema de Protocolo Único (SPU).
§1º - A data de registro do protocolo no SPU inicia a contagem dos 90 (noventa) dias para fins de dispensa do
serviço ativo.
§2º - Não será recebido o requerimento que não estiver com todos os documentos estabelecidos no art. 2º desta
Portaria, deixando, por conseguinte de ser registrado no SPU.
Art. 5º - Após o registro do requerimento no SPU da Ajudância-Geral do QCG, os autos serão remetidos à
Diretoria de Pessoal, a quem compete adotar as demais medidas alusivas ao processo de inatividade do militar.
Art. 6º - O descumprimento desta Portaria sujeitará o infrator à adoção das medidas penais e disciplinares
cabíveis, conforme o caso.
Art. 7º - Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.
Fortaleza, 31 de março de 2011.
Processos de Reserva Remunerada – Instrução - BCG 003 – 04.17.13 Nota nº 219/2012 – NJD O Cel PM
Flares Luiz Braga Ferreira,Coordenador de Gestão de Pessoas da Polícia Militar do Ceará, no uso de suas
atribuições legais e visando evitar transtornos/atrasos na tramitação de Processos de Reserva Remunerada de
Policiais Militares, TORNA PÚBLICO que a partir desta data, os PM’s de nossa Corporação que requisitarem
suas transferências para a inatividade(aposentadoria) deverão instruir tais processos, com certidões originais
negativas, com selo de autenticidade, ou seja, não serão aceitas certidões extraídas pela internet. Coordenado-
ria de Gestão de Pessoas/PMCE, em Fortaleza-CE, 06 de dezembro de 2012.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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11 MOMENTO HISTÓRICO – A RESERVA REMUNERADA DE MILITARES QUE SERVIRAM NA ZONA DE GUERRA

A Corporação participou do último conflito mundial, de forma aquartelada na faixa delimitada como de guerra.
Em razão dessa participação, foi editada a Lei Estadual nº 4.860, de 20 de junho de 1960, permitindo que o
Subtenente ou o 1º Sargento possuidor de diploma do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos, ou equiva-
lente, ao contar 25 anos de efetivo serviço, com pelo menos seis meses na última graduação, que estivesse
classificado no bom comportamento, não respondesse a inquérito, ou processo, ou cumprindo pena, poderia
ser transferido para a reserva remunerada, se requeresse, caso em que seria promovido ao posto de 2º Tenente,
conforme art. 54 e 55 abaixo citados:
Art. 54. O Subtenente ou Primeiro Sargento possuidor de diploma de Curso e Aperfeiçoamento de Sargentos,
ou equivalente, ao contar vinte e cinco anos de efetivo serviço, pelo menos seis meses na última graduação,
estiver classificado no bom comportamento, não respondendo a inquérito ou processo, ou cumprindo pena,
poderá ser transferido para a reserva remunerada, se o requerer caso em que deverá ser promovido ao posto de
2º Tenente.
Art. 55. O componente da Polícia Militar, da inatividade ou no momento de passar para ela, que no último Con-
flito Mundial, prestou serviço no Teatro de Operações da Itália ou na Zona de Guerra, definida e deliminatada
pelo Decreto Federal nº 10.490-A, Secreto, de 25 de setembro de 1942, nos têrmos da Lei Federal nº 288, de 8
de junho de 1948, alterada pelas ns. 616, de 2 de fevereiro de 1.949 e 1.156, de 12 de julho de 1950, terá direito
a uma promoção ao pôsto ou graduação imediata, sem prejuízo da prevista pelo artigo anterior.
Abaixo o texto da Lei Federal nº 288, de 8 de junho de 1948.

LEI Nº 288, DE 8 DE JUNHO DE 1948

Concede vantagens a militares e civis que participaram


de operações de guerra.

O Presidente da República, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:


Art. 1º O Oficial das Fôrças Armadas que serviu no teatro de operações da Itália, ou tenha cumprido missões de
patrulhamento de guerra em qualquer outro teatro de operações definidas pelo Ministério respectivo, quando
transferido para a reserva remunerada, ou reformado, será prèviamente promovido ao pôsto imediato, com os
respectivos vencimentos integrais.
Art. 1º O Oficial das Fôrças Armadas, que serviu no teatro de guerra da Itália, ou tenha cumprido missões de
patrulhamento, vigilância e segurança do litoral, e operações de guerra e de observações em qualquer outro
teatro de operações definidas pelo Ministério respectivo, inclusive nas ilhas de Trindade, Fernando de Noronha
e nos navios da Marinha de Guerra, que defendiam portos nacionais em zonas de operações de guerra, quando
transferido para a reserva remunerada, ou reformado, será previamente promovido ao pôsto imediato, com os
respectivos vencimentos integrais. (Redação dada pela Lei nº 616/1949)
Art. 2º Os subtenentes, suboficiais e sargentos da FEB, FAB e Marinha de Guerra, que preencherem as condi-
ções exigidas no artigo 1º gozarão das mesmas vantagens concedidas aos oficiais.
Parágrafo único. Os sargentos que possuírem curso de comandantes de pelotão, seção ou equivalente, quando
transferidos para a reserva ou reformados, serão promovidos ao pôsto de segundo Tenente, com os vencimen-
tos integrais dêste.
Art. 3º Os militares que já tenham sido transferidos para a reserva remunerada, ou reformados, gozarão destas
vantagens, desde que satisfaçam as exigências dos artigos anteriores.
Art. 4º Os militares, inclusive os convocados incapacitados fisicamente para o serviço, em conseqüência de
ferimentos recebidos, ou de moléstias adquiridas no teatro de operações da última guerra, serão promovidos ao
pôsto imediato ao que tinham quando receberam os ferimentos ou adquiriram a moléstia, e reformados com os
vencimentos da última promoção, na forma estatuída pelo Decreto-lei número 8.795, de 1946.
Art. 5º Os funcionários públicos federais, estaduais, municipais, de entidades autárquicas ou de sociedades de
economia mista, que tenham participado das referidas operações de guerra, ao se aposentarem, gozarão das
vantagens estabelecidas na presente Lei. (Vide Lei nº 2.579/1955)
Art. 6º Idênticas vantagens serão concedidas aos civis e militares que forem incorporados na Missão Médica
que o Brasil enviou à França, em caráter militar, na guerra de 1914 - 1918, com direito a receber os vencimen-
tos correspondentes ao pôsto da promoção, conferida por esta Lei, sòmente a partir de sua vigência.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Art. 6º Idênticas vantagens serão concedidas aos civis e militares componentes da Missão Médica que o Brasil
enviou à França, em caráter militar, na guerra de 1914 a 1918, assim também aos oficiais, suboficiais, subte-
nentes e sargentos das Fôrças Armadas, que naquela luta mundial tomaram parte, em missões de patrulhamen-
to e operações de guerra dentro ou fora do país, e nas ilhas de Fernando de Noronha e Trindade, com direito a
receber os vencimentos correspondentes ao pôsto da promoção conferida por esta Lei somente a partir da sua
vigência. (Redação dada pela Lei nº 616/1949)
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 8 de junho de 1948, 127º da Independência e 60º da República.
EURICO G. DUTRA. Adroaldo Mesquita da Costa - Sílvio Noronha - Canrobert P. da Costa - Raul Fernandes
- Corrêa e Castro - Clóvis Pestana; Daniel de Carvalho - Clemente Mariani - Morvan Figueiredo - Armando
Trompowsky. Este texto não substitui o publicado  no DOU de 15.6.1948

12 A RESERVA REMUNERADA E A REFORMA DOS MILITARES EM 1960

No ano de 1960, foi editada a Lei nº 4.880, de junho daquele ano a qual dispunha sobre a inatividade de pes-
soal da Polícia Militar do Ceará. Lembrando que essa lei era válida para os Bombeiros Militares, que, naquele
momento histórico pertenciam à estrutura da Polícia Militar.
A Reserva Remunerada para os oficiais dava-se em duas modalidades:
I – compulsoriamente
- Ao atingir a idade limite para permanência no serviço ativo, que eram as seguintes:
b) quando passar mais de oito anos, consecutivos ou não, afastado da atividade policial militar;
II – a pedido próprio
– depois de dez anos de efetivo serviço, a critério do Governador;
– depois de vinte e cinco anos de efetivo serviço, caso em que o pedido não pode ser negado, salvo se o Oficial
estiver respondendo a inquérito ou processo.
Não havia previsão de reserva remunerada para praças, contudo tinha-se a previsão de reforma, que dentre
os vários motivos previstos naquela lei, tinha-se a idade limite para permanência no serviço ativo que era de:
Subtenente - ………………………...54 anos
1º Sargento - ………………………..52 anos
Demais Praças - ……………………50 anos
***

MODELO DE ATO GOVERNAMENTAL DE TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA


REMUNERADA À PEDIDO

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o que
consta do processo nº 000000, RESOLVE TRANSFERIR PARA A RESERVA REMUNERADA A PEDIDO,
nos termos do art. 42, § 1º, da Constituição Federal, dos arts. 180, inciso I, 181 e 183, da Lei nº 13.729 de 11
de janeiro de 2006, combinado com o art. 7º, da Lei Complementar nº 21, de 29 de junho de 2000, o Militar
ativo da Polícia Militar, CANSADUS CARREIRAS, matrícula funcional nº 000.000-0-0, CPF nº 00000000,
na atual graduação de 1º SARGENTO, competindo-lhe os proventos Integrais da mesma graduação, a partir de
28/04/2027, tendo como base de cálculo as verbas abaixo discriminadas:
DESCRIÇÃO..............................................................................................................................VALOR R$
Soldo - Lei nº 15.285, de 08/01/2013............................................................................................ 170,70
Gratificação por Tempo de Serviço 10% - Lei nº 11.167, de 07/01/1986........................................ 25,61
Gratificação Militar - Lei nº 15.285, de 08/01/2013................................................................... 1.234,88
Gratificação de Qualificação Policial - Lei nº 15.285, de 08/01/2013........................................ 1.024,23
Gratificação de Desempenho Militar - Lei nº 15.285, de 08/01/2013........................................ 3.971,53
TOTAL .......................................................................................................................................6.426,95

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PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 22 de setembro de 2017.
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ - SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO - SE-
CRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL.
Nota: apenas os nomes e datas são fictícios. Modelo já publicado em DOE.

Figura 43 – Esquema do processo de reserva remunerada à pedido

Fonte: o autor (2017)

QUESTÕES DE CONCURSO

UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008 - 93 A transferência
para a reserva remunerada, a pedido, será concedida mediante requerimento do militar estadual que conte com
53 anos de idade e 30 anos de contribuição, dos quais, no mínimo, 25 anos de contribuição militar estadual ao
Sistema Único de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e Mem-
bros de Poder do Estado do Ceará (SUSPEC).
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 120 Constitui falta grave a conduta dolosa consistente no re-
querimento ou na abertura de processo de reserva ou reforma sem que o militar tenha implementado todas
as condições para requerer o benefício, assim como, após a abertura do processo, a injustificada demora no
cumprimento de diligências da procuradoria-geral do estado destinadas à sua conclusão.
A questão está correta, contudo foi retirada da Lei Complementar nº 93/2011 e não do Estatuto.
*** *** ***

RESERVA REMUNERADA EX OFFICIO –SITUAÇÕES DE INCIDÊNCIA

Art.182. A transferência ex officio para a reserva remunerada verificar-se-á sempre que o militar
estadual incidir em um dos seguintes casos:
I – atingir as seguintes idades:
a) nos Quadros de Oficiais Policiais Militares, Bombeiros Militares, de Saúde, de Capelães e
Complementares, nos seguintes postos:
a.1) Coronel: 59 (cinqüenta e nove) anos;
a.2) Tenente-Coronel: 58 (cinqüenta e oito) anos;
a.3) Major: 56 (cinqüenta e seis) anos;

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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a.4) Capitão e Primeiro-Tenente: 54 (cinqüenta e quatro) anos;
b) nos Quadros de Administração - QOAPM ou QOABM e de Especialistas - QOEPM, nos seguin-
tes postos: (QOE extinto na PMCE e incluído no QOA nos termos do art. 3º da Lei nº 14.931, de
02.06.2011)
b.1) Capitão:59 (cinqüenta e nove) anos;
b.2) Primeiro –Tenente: 58 (cinqüenta e oito) anos.
c) para as Praças, nas seguintes graduações:
c.1) Subtenente: 59 (cinqüenta e nove) anos;
c.2) Primeiro-Sargento: 58 (cinqüenta e oito) anos;
c.3) Cabo: 56 (cinqüenta e seis) anos;
c.4) Soldado: 54 (cinqüenta e quatro) anos.
I – atingir a idade limite de 60 (sessenta) anos; (redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015)
II - Atingir ou vier ultrapassar:
a) 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, com no mínimo 25 (vinte e cinco) anos de contribui-
ção militar estadual ao Sistema Único de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Mili-
tares, dos Agentes Públicos e Membros de Poder do Estado do Ceará – SUSPEC;
b) para o Quadro de Oficiais Policiais Militares e BombeirosMilitares 6 (seis) anos de permanên-
cia no último posto de seu Quadro,desde que conte com pelo menos 53 (cinqüenta e três) anos
de idade e nomínimo 30 (trinta) anos de contribuição, dentre os quais pelos menos25 (vinte e
cinco) anos ou mais de contribuição militar estadual aoSistema Único de Previdência Social dos
Servidores Públicos Civis eMilitares, dos Agentes Públicos e Membros de Poder do Estado do
Ceará– SUSPEC, e haja excedente no posto considerado. (REVOGADO por força do art. 42 da Lei
nº 15.797, de 25.05.2015).
c) para o Quadro de Oficiais de Administração e Especialistas Policiais Militares e Bombeiros
Militares 6 (seis) anos de permanência no último posto de seu Quadro, desde que conte com
pelo menos 53 (cinqüenta e três) anos de idade e no mínimo 30 (trinta) anos ou mais de serviço,
dentre os quais pelo menos 25 (vinte e cinco) anos ou mais de contribuição militar estadual ao
Sistema Único de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Pú-
blicos e Membros de Poder do Estado do Ceará – SUSPEC se Oficial intermediário. (QOE extinto
na PMCE e incluído no QOA nos termos do art. 3º da Lei nº 14.931, de 02.06.2011) (REVOGADO
por força do art. 42 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).
d) para o Quadro de Oficiais de Saúde e Complementar PoliciaisMilitares e Bombeiros Militares
6 (seis) anos de permanência no posto,quando for o último da hierarquia de seu Quadro, desde
que conte compelo menos 53 (cinqüenta e três) anos de idade e no mínimo 30 (trinta)anos ou
mais de contribuição, dentre os quais pelo menos 25 (vinte ecinco) anos ou mais de contribuição
militar estadual ao Sistema Únicode Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares,
dosAgentes Públicos e Membros de Poder do Estado do Ceará – SUSPEC. (REVOGADO por força
do art. 42 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).
III - ultrapassar 2 (dois) anos de afastamento, contínuo ou não, agregado em virtude de ter sido
empossado em cargo, emprego ou função pública civil temporária não eletiva;
IV - se eleito, for diplomado em cargo eletivo, ou se, na condição de suplente, vier a ser empos-
sado.
V - for Oficial abrangido pela quota compulsória.
VI - deixar o Comando-Geral das Corporações Militares do Estado, desde que possua 20 (vinte)
anos de tempo de contribuição, com direito, em tal caso, a proventos integrais (NR). (Inciso acres-
cido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 93, de 25.01.2011)
VI – o Coronel Comandante-Geral que for substituído na chefia da Corporação por Coronel pro-
movido pelo Governador do Estado;(redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015)
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VII - o Coronel que possuir 30 (trinta) anos de efetiva contribuição e 3 (três) anos no posto res-
pectivo, excetuando-se aquele que ocupar os cargos de provimento em comissão de Comandan-
te-Geral Adjunto e Secretário Executivo das Corporações Militares Estaduais e Chefe, Subchefe
e Secretário Executivo da Casa Militar; (inciso incluído por força do art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015)
VIII - o Major QOA que possuir 30 (trinta) anos de efetiva contribuição e 3 (três) anos no posto
respectivo. (inciso incluído por força do art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).

RESERVA REMUNERADA EX OFFICIO - IMUNIDADE FUNCIONAL

§1º As disposições da alínea “b” do inciso II deste artigo não se aplicam aos oficiais nomeados
para os cargos de Chefe e Subchefe da Casa Militar do Governo, de Comandante-Geral e Co-
mandante-Geral Adjunto da Polícia Militar e Comandante-Geral e Comandante-Geral Adjunto
do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, enquanto permanecerem no exercício desses cargos.
(parágrafo revogado tacitamente em virtude do assunto vir tratado no art. 26 da Lei nº 15.797/2015 que alterou as alíneas do art. 182)

PERMANÊNCIA EM CARGO CIVIL TEMPORÁRIO NÃO ELETIVO - OPÇÃO VENCIMENTAL

§2º Enquanto permanecer no exercício de cargo civil temporário, não-eletivo, de que trata o in-
ciso II deste artigo o militar estadual:
I - tem assegurado a opção entre os vencimentos do cargo civil e os do posto ou da graduação;
II - somente poderá ser promovido por antiguidade;
III - terá seu tempo de serviço computado apenas para a promoção de que trata o inciso anterior
e para a inatividade.

EXAMES MÉDICOS DE DESLIGAMENTO DO SERVIÇO ATIVO

§3º O órgão encarregado de pessoal da respectiva Corporação Militar deverá encaminhar à


Junta de Saúde da Corporação, para os exames médicos necessários, os militares estaduais que
serão enquadrados nos itens I e II do caput deste artigo, pelo menos 60 (sessenta) dias antes da
data em que os mesmos serão transferidos ex officio para a reserva remunerada.
Comentário do art. 182

1 OBJETO DO ARTIGO

O artigo 182 e seus parágrafos apresentam o rol de situações de incidência da Reserva Remunerada na moda-
lidade ex officio.

2 COMPREENDENDO O CONCEITO DE RESERVA REMUNERADA EX OFFICIO

A Reserva Remunerada na modalidade ex officio é um poder-dever da administração. É ato unilateral que não
depende da vontade do militar, basta que ele implemente as condições previstas em lei. Tem como finalidade a
renovação dos quadros da Corporação e também por termo ao tempo de serviço militar. Do contrário, o militar
teria um regime de trabalho escravo.
Assim, há 09 (nove) formas de ingresso na reserva remunerada ex officio: idade, tempo de contribuição, posse
em cargo, empego ou função pública civil temporária não eletiva, diplomação em cargo eletivo, quota compul-
sória, substituição na chefia da Corporação, coronel com 30 anos de serviço e 3 anos no posto, major com 30
anos de serviço e 3 anos no posto e promoção requerida (esta última não prevista no EMECE).

3 QUOTA COMPULSÓRIA

A quota compulsória é instrumento de geração de vagas nos postos de Coronel QOPM ou QOBM e de Major
QOAPM e QOABM, quando não existem vagas geradas por outras ferramentas legais (Reserva remunerada,
reforma, falecimento entre outras).
Essa matéria é tratada na Lei nº 15.797/2015 e no Decreto nº 31.804/2015.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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1) Lei nº 15.797/2015 - Art.20. Haverá, anualmente, número mínimo de vagas à promoção ao posto de Coronel
QOPM e QOBM e ao posto de Major QOAPM e QOABM, para manter a renovação, o equilíbrio e a regulari-
dade de acesso ao referido posto, em quantitativo a ser estabelecido em decreto.
§1º O número mínimo de vagas de que cuida o caput observaráo seguinte:
I - Coronel QOPM - 4 (quatro) vagas por ano;
II - Coronel QOBM - 2 (duas) vagas por ano;
III - Major QOAPM - 3 (três) vagas por ano;
IV - Major QOABM - 2 (duas) vagas por ano.
§2º As vagas para promoção obrigatória, em cada ano-base, serão divulgadas por ato do Comandante-Geral,
em data fixada por decreto, sendo efetivadas na próxima data de promoção.
§3º Para assegurar o número fixado de vagas à promoção obrigatória, na forma estabelecida neste artigo, quan-
do este número não tenha sido alcançado com as vagas ocorridas durante o ano-base considerado, uma quota
dos Coronéis QOPM e QOBM e de Majores QOAPM e QOABM será compulsoriamente transferida para a
inatividade, de maneira a possibilitar as promoções.
§4º Somente se submeterá à quota compulsória o Oficial Coronel QOPM e QOBM e o Major QOAPM e
QOABM que possuir 30 (trinta) anos de tempo de contribuição e 25 (vinte e cinco) de tempo de contribuição
militar, excetuando-se o ocupante dos cargos de Comandante-Geral Adjunto, Secretário Executivo das Corpo-
rações Militares Estaduais e Chefe, Subchefe e Secretário Executivo da Casa Militar.
§5º Na formação da quota compulsória, a indicação recairá sobre o Oficial mais antigo no posto.
§6º As quotas compulsórias só serão aplicadas quando houver Tenentes-Coronéis QOPM e QOBM e Capitães
QOAPM e QOABM que satisfaçam as condições de promoção.
2) Decreto nº 31.804/2015 - Art.21. Na forma do art. 20 da Lei nº 15.797/2015, anualmente, nas Corporações
Militares, haverá um número mínimo de cargos vagos a serem preenchidos, aos postos de Coronéis QOPM e
QOBM, e Majores QOAPM e QOABM.
***
MODELO DE ATO GOVERNAMENTAL DE RESERVA REMUNERADA EX OFFICIO – QUOTA COM-
PULSÓRA
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que cons-
ta do Processo nº 0000000-0-SPU, relativo à transferência para a RESERVA REMUNERADA “ex-officio”,
do TENENTE CORONEL PM da Polícia Militar do Ceará, matrícula funcional nº 000.000-0-0 – MNIMUS
RESERVUS , RESOLVE transferi-lo para a Reserva Remunerada “ex-officio” daquela corporação, no atual
posto de Tenente Coronel PM, competindo-lhe os proventos integrais do mesmo posto, a partir de 08/12/2027,
fundamentado nos dispositivos do art. 42, § 1º, da Constituição Federal, do art. 180, inciso II e 182, inciso V,
da Lei 13.729/06, combinado com o Decreto nº 33.395/2010, na quantia de:

HISTÓRICO IMPORTÂNCIA (R$)


MENSAL ANUAL
Soldo Lei nº 14.759, de 30/07/2010 ................................................................259,00........................... 3.108,00
Gratificação de Tempo de Serviço – 15% Lei nº 11.167, de 07/01/1986........38,85................................ 466,20
Gratificação Militar Lei nº 14.759 de 30/07/2010...........................................2.785,00...................... 33.420,00
Gratificação de Qualificação Policial Lei nº 14.759, de 30/07/2010...............2.800,94...................... 33.611,28
TOTAL.............................................................................................................5.883,79...................... 70.605,48
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 22 de setembro
de 2027. . (Nome completo) GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. (Nome completo) SECRETÁRIO
DO PLANEJAMENTO E GESTÃO. (Nome completo) SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DE-
FESA SOCIAL
Nota: Nomes e datas meramente fictícios
***

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
116
4 O CORONEL OU O MAJOR COM 30 ANOS DE EFETIVA CONTRIBUIÇÃO E TRÊS ANOS NO POSTO

“Art.182, VII - o Coronel que possuir 30 (trinta) anos de efetiva contribuição e 3 (três) anos no posto respec-
tivo, excetuando-se aquele que ocupar os cargos de provimento em comissão de Comandante-Geral Adjunto e
Secretário Executivo das Corporações Militares Estaduais e Chefe, Subchefe e Secretário Executivo da Casa
Militar; (inciso incluído por força do art. 26 da Lei nº 15.797, de 25.05.2015).
Na aplicação do normativo acima temos que diferenciar “efetiva contribuição” de “tempo de contribuição”
prevista no art. 210, §1º deste EMECE.
Explicando melhor: o tempo de contribuição (de conceito bem mais elástico) pode ser usado pelo militar para
fins de reserva remunerada a pedido, reforma ou algumas formas de reserva ex officio, eis que são situações
que beneficiam o militar estadual.
Doutro rumo, esse tempo não se presta para fins de reserva remunerada ex officio prevista nos incisos VII e
VIII deste art. 182, pois se trata de uma compulsoriedade, uma imposição e por isso mesmo o legislador dife-
renciou, restringindo o que deveria ser compreendido como contribuição, no caso, apenas aquela contribuição
que o militar efetivamente pagou, sendo descabido o aproveitamento de férias e licença especial não gozadas e
contadas em dobro para lançar o militar na prefalada reserva remunerada ex officio, pois o militar não contri-
buiu, é apenas considerado como tempo de contribuição, mas não como contribuição efetiva.
Assim, o aplicador da lei deve abster-se de usar tempos fictícios para impor a reserva remunerada ex officio
prevista nos incisos ora sob comento.
O assunto já foi objeto de estudo por parte da PGE que emitiu Parecer s/nº em que figurava como parte o Cel
PM H.D., orientando no sentido de que o tempo de contribuição para efeito de reserva no art. 182, VII, deve
contabilizar apenas o tempo de contribuição efetiva e não o somatório de contribuição efetiva com tempo
fictício.

5 RESERVA REMUNERADA DECORRENTE DE PROMOÇÃO REQUERIDA

Esse tipo de reserva remunerada ex officio não tem previsão no Estatuto, contudo está disposto na Lei nº
15.797/2015 e no seu Decreto nº 31.804/2015, in verbis:
Lei nº 15.797/2015
Art. 23 ...
§1º O militar estadual promovido nos termos do caput será transferido para a reserva remunerada ex officio,
devendo contribuir, mensalmente e por 5 (cinco) anos, após a inativação, para o Sistema Único de Previdência
Social do Estado do Ceará - SUPSEC, com um acréscimo de contribuição previdenciária, além da que normal-
mente lhe é devido recolher na inatividade, equivalente ao montante resultado da aplicação do índice legal-
mente previsto para esta contribuição incidente sobre a diferença entre o valor de seus proventos considerando
o posto ou a graduação anterior à promoção requerida e o valor dos proventos considerando aquele posto ou a
graduação com base na qual concedida a reserva.
Decreto nº 31.804/2015
Art.16... §1º e §2º... §3º Publicada a promoção requerida, o setor de pessoal da Corporação, automaticamente,
iniciará o processo de reserva remunerada ex officio do militar, ficando este afastado, de imediato, do exercício
funcional.

6 RESERVA REMUNERADA EX OFFICIO: A OBRIGAÇÃO DE INFORMAR DO COMANDANTE IMEDIATO

BCG 005, de 08.01.2010 Nota nº 025/2009-DP/4 ORIENTO E DETERMINO aos Senhores Comandantes,
Diretores e Chefes de Seção que observem rigorosamente o disposto no art. 182, I e suas alíneas (atingir a
idade limite de permanência no serviço ativo), II e suas alíneas (atingir ou vier ultrapassar o tempo limite de
permanência no serviço ativo), principalmente, no que couber, da Lei Estadual nº 13.729, datada de 11/01/2006
(Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará), com relação à vida funcional dos vossos subordinados/coman-
dados, com vistas a prestarem as informações necessárias para a Diretoria de Pessoal da PMCE, quando da
implementação das condições legais que a legislação em vigor exige, para o devido início do processo de
transferência para a reserva remunerada “ex officio” dos policiais militares que se enquadrem ou venham a se
enquadrar em quaisquer das situações da norma legal acima referida, visando assim um melhor controle e apli-
cação da lei, em tempo oportuno, bem como, diante do acompanhamento rigoroso da norma existente, se possa
evitar transtornos de ordem administrativa dentro da Corporação e/ou fora dela, além de, com tal medida, se

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
117
possa também evitar possíveis demandas de ordem judicial contra os gestores diretos de nossa Instituição Mi-
litar Estadual. DP em Fortaleza, 22 de dezembro de 2009.

7 O CÔMPUTO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO NA RESERVA REMUNERADA EX OFFICIO

O tempo de contribuição nas situações de reserva remunerada ex officio é tema que merece uma discussão de-
sapaixonada, pois envolve a vida privada de um homem público, militar estadual. Explicando melhor, o tempo
de contribuição do militar, nos termos do art. 210 deste EMECE, computa tanto a contribuição efetiva como
a contribuição fictícia (férias e licença especial averbadas). É nesse ponto que pode surgir a perversidade do
sistema, ou seja, aproveitar-se do tempo averbado pelo militar (que o fez visando a um uso quando ele achar
necessário), em prejuízo de sua permanência na Corporação.
Entendemos que a reserva remunerada ex officio não pode alcançar o militar que averbou férias e licenças não
gozadas contra ele mesmo. É uma conduta contraditória. O militar averba de boa fé, ou seja, é um “depósito de
tempo de serviço” que ele faz na Instituição para usá-lo quando quiser e não quando o Estado quer.
Ademais, todas as formas de reserva remunerada ex officio se encontram no mesmo artigo 182, portanto o que
vale de regra para um deve ser extensivo aos outros. Desposamos esse raciocínio que vem sendo aplicado pela
d. PGE no caso de sobrestamento de processo de reforma, que apesar de não ter previsão legal, foram usa-
dos, subsidiariamente os motivos impeditivos previstos para a reserva remunerada, como se vê no Parecer nº
1.207/2014-PGE. Nesse sentido, cremos razoável não aplicar o instituto da reserva remunerada ex officio com
cômputo de tempos fictícios, pois, como dito anteriormente, esses tempos são reservas temporais dos militares
e não da Instituição.
Pensar doutra forma, é afirmar que prevalece no sistema jurídico militar estadual a interpretação in malam
partem, prejudicando o militar estadual. Medida repudiada no direito moderno, pois lei restritiva de direitos
não admite analogia.
A reserva remunerada ex officio decorrente da promoção requerida, apesar de ser ex officio, é uma consequên-
cia do pedido do militar para computar todo seu tempo de serviço, seja de efetiva contribuição, seja fictício.
Artigos relacionados
Art.210. Na apuração do tempo de contribuição do militar estadual será feita à distinção entre:
I - tempo de contribuição militar estadual;
II - tempo de contribuição não militar.
§1º Será computado como tempo de contribuição militar:
I - todo o período que contribuiu como militar, podendo ser contínuo ou intercalado;
II - o período de serviço ativo das Forças Armadas;
III - o tempo de contribuição relativo à outra Corporação Militar;
IV - o tempo passado pelo militar estadual na reserva remunerada, que for convocado para o exercício de fun-
ções militares na forma do art. 185 desta Lei;
V - licença especial e férias não usufruídas contadas em dobro, até 15 de dezembro de 1998.
§2º Será computado como tempo de contribuição não militar:
I - o tempo de contribuição para o Regime Geral de Previdência Social – RGPS;
II - o tempo de contribuição para os Regimes Próprios de Previdência Social, desde que não seja na qualidade
de militar.
*** *** ***

RESERVA REMUNERADA À PEDIDO - EXCEÇÃO À IDADE DE 53 ANOS

Art.183. A idade de 53 (cinqüenta e três) anos a que se refere o caput do art.181 e as alíneas “b”,
“c” e “d” do inciso II, do artigo anterior, será exigida apenas do militar que ingressar na corpo-
ração a partir da publicação desta Lei.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
118
COMENTÁRIO

O artigo acima deve ser atualizado. As alíneas “b”, “c” e “d” do inciso II, do art. 182 foram revogadas pela Lei
nº 15.797/2015. Trata-se da relativização da idade para fins de reserva remunerada na modalidade a pedido.
Assim, a idade é exigível apenas para os militares que ingressaram após a vigência deste EMECE.

REVERSÃO EX OFFICIO AO SERVIÇO ATIVO TEMPORÁRIO – SITUAÇÕES DE INCIDÊNCIA

Art.184. O militar estadual na reserva remunerada poderá ser revertido ao serviço ativo, ex of-
ficio, quando da vigência de Estado de Guerra, Estado do Sítio, Estado de Defesa, em caso de
Mobilização ou de interesse da Segurança Pública.

COMENTÁRIO

O artigo apresenta o rol de situações em que o militar estadual da Reserva Remunerada pode ser convocado ao
serviço ativo. Essa norma não obedece ao voluntariado. É cogente.

REVERSÃO VOLUNTÁRIA AO SERVIÇO ATIVO TEMPORÁRIO

Art.185. Por aceitação voluntária, o militar estadual da reserva remunerada poderá ser desig-
nado para o serviço ativo, em caráter transitório, por ato do Governador do Estado, desde que
aprovado nos exames laboratoriais e em inspeção médica de saúde aos quais será previamente
submetido, quando se fizer necessário o aproveitamento de conhecimentos técnicos e especia-
lizados do militar estadual.

DEVERES E DIREITOS DO MILITAR DESIGNADO

§1º. O militar estadual designado nos termos deste artigo terá os direitos e deveres dos da ativa
de igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção, a que não concorrerá.

PERÍODO DE DURAÇÃO DA DESIGNAÇÃO

§2º. A designação de que trata este artigo terá a duração necessária ao cumprimento da ativida-
de que a motivou, sendo computado esse tempo de serviço do militar.
Comentário: trata-se da transitoriedade da reversão.
Dispositivos correlacionados
EMECE - Art.6º Os militares estaduais da reserva remunerada poderão ser convocados para o serviço ativo e
poderão também ser para este designados, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, por ato do
Governador do Estado, quando:
I - se fizer necessário o aproveitamento dos conhecimentos técnicos e especializados do militar estadual;
II - não houver, no momento, no serviço ativo, militar estadual habilitado a exercer a função vaga existente na
Corporação Militar estadual.
Dec. nº 88.777/83 - R-200 - Art . 19 - Os policiais-militares na reserva poderão ser designados para o serviço
ativo, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, por ato do Governador da Unidade da Federação,
quando:
1) se fizer necessário o aproveitamento de conhecimentos técnicos e especializados do policial-militar;
2) não houver, no momento, no serviço ativo, policial-militar habilitado a exercer a função vaga existente na
Organização Policial-Militar.
Parágrafo único - O policial-militar designado terá os direitos e deveres dos da ativa de igual situação hierár-
quica, exceto quanto à promoção, a que não concorrerá, e contará esse tempo de efetivo serviço.

REVERSÃO VOLUNTÁRIA AO SERVIÇO ATIVO TEMPORÁRIO PARA SEGURANÇA PATRIMONIAL

Art.186. Por aceitação voluntária, o militar estadual da reserva remunerada poderá ser desig-
nado para o serviço ativo, em caráter transitório, por ato do Governador do Estado, desde que
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
119
aprovado nos exames laboratoriais e em inspeção médica de saúde aos quais será previamente
submetido, para prestar serviço de segurança patrimonial de próprios do Estado, conforme dis-
puser a lei específica, sendo computado esse tempo de serviço do militar.
Comentário

1 CONTORNO JURÍDICO

O artigo tem por objeto apresentar a legislação subsidiária ou complementar referente à reversão ao serviço
ativo temporário por meio da designação ao serviço de segurança patrimonial, bem como a natureza e os re-
quisitos essenciais para esse tipo de reversão.

2 LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA

Além do previsto no EMECE, a reversão temporária para fins de segurança patrimonial tem o seguinte arca-
bouço jurídico:
a) Lei nº 12.098, de 05 de maio de 1993 – autoriza a reversão de policiais militares da reserva remunerada ao
serviço ativo.
b) Lei nº 12.656, de 26 de dezembro de 1996 – dá nova redação ao art. 2º da Lei nº 12.098/93, e acrescenta o
§2º ao art. 1º daquela lei.
c) Decreto nº 24.338, de 16 de janeiro de 1997 – regulamenta a Lei nº 12.098/93.
d) Decreto nº 27.956, de 14 de outubro de 2005, altera os incisos I, II e III do art. 2º e outros do Decreto nº
24.338/97.
2.1 Transcrição da Lei nº 12.098/1993

LEI Nº 12.098, DE 05.05.1993

Autoriza a Reversão de Policiais Militares da Reserva


Remunerada ao Serviço ativo, nas condições que indica e
dá outras providências.

O Governo do Estado do Ceara. Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art.1º – O Governador do Estado fica autorizado a reverter ao serviço ativo da Polícia Militar do Ceará poli-
ciais militares da reserva remunerada, por período de dois anos, prorrogável por igual tempo.
§1º - Os requisitos para a consecução da reversão e as hipóteses de sua cessação serão estabelecidos em Re-
gulamento.
§2º - Os policiais militares designados para exercerem funções nos termos deste Artigo, não poderão ultrapas-
sar o equivalente a 20% do efetivo da Polícia Militar.” (Acrescentado pela Lei nº 12.656, de 26.12.96)
Art. 2º – O Policial Militar revertido ao serviço ativo, forma do artigo anterior, somente poderá exercer funções
de natureza burocrática, de segurança escolar e de ensino ou instrução, definidos em Regulamentos.
Art. 2º - O Policial Militar revertido na forma do Artigo anterior, deverá exercer funções de natureza burocrá-
tica, de segurança escolar, de atividade de ensino ou instrução militar e de segurança patrimonial em próprios
do Estado e de entidades da Administração Pública Estadual, observados os termos do regulamento próprio.
(NR. Lei nº 12.656, de 26.12.96)
Parágrafo Único - O Policial Militar de serviço ativo designado para desempenhar atividades de planejamento,
assessoria ou comando, concernentes aos serviços de que trata o “caput” deste Artigo, será considerado em
serviço policial militar, na conformidade do Art. 4º da Lei nº 10.072, de 20 de dezembro de 1976.
Art. 3º – Os policiais militares revertidos à ativa nos termos desta Lei farão justa uma gratificação mensal,
título de pró-labore a ser definida em Decreto do Chefe do Poder Executivo.
Parágrafo Único – A gratificação de que se trata o caput deste artigo tem caráter transitório e será devida
enquanto perdurar o período de reversão, não sendo incorporada, sob qualquer fundamento, aos proventos
da inatividade, nem podendo iniciar sobre as gratificações percebidas pelo policial militar revertido à ativa,
inclusive sobre a gratificação de representação.
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Art. 4º – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Palácio do Governo do Estado do Ceará, em Fortaleza, aos 05 de maio de 1993. Ciro Ferreira Gomes - Fran-
cisco Quintino Farias

***

Além da lei acima, tem-se o disposto na Le nº 12.656/1996, abaixo transcrita:

LEI Nº 12.656, DE 26.12.96

Dá nova redação ao Art. 2º da Lei nº 12.098, de 05 de março


de 1993 e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ


Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Acresenta-se ao Art. 1º da Lei nº 12.098, de 05 de maio de 1993, um parágrafo que será o segundo,
com a seguinte redação:
“§ 2º - Os policiais militares designados para exercerem funções nos termos deste Artigo, não poderão ultra-
passar o equivalente a 20% do efetivo da Polícia Militar.”
Art. 2º - O Artigo 2º da Lei nº 12.098, de 05 de março de 1993, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 2º - O Policial Militar revertido na forma do Artigo anterior, deverá exercer funções de natureza burocrá-
tica, de segurança escolar, de atividade de ensino ou instrução militar e de segurança patrimonial em próprios
do Estado e de entidades da Administração Pública Estadual, observados os termos do regulamento próprio.
Parágrafo Único - O Policial Militar de serviço ativo designado para desempenhar atividades de planejamento,
assessoria ou comando, concernentes aos serviços de que trata o “caput” deste Artigo, será considerado em
serviço policial militar, na conformidade do Art. 4º da Lei nº 10.072, de 20 de dezembro de 1976.
Art. 3º - O Governador do Estado fica autorizado a reverter ao serviço ativo do Corpo de Bombeiros Militar do
Estado do Ceará bombeiros militares da reserva remunerada, para exercerem funções de segurança patrimonial
em próprios do Estado e de entidades da Administração Pública Estadual, observando-se, no que for aplicável,
a Lei nº 12.098/1993.
Art. 4º - Excluem-se da previsão legal, a segurança patrimonial dos próprios das Sociedades de Economia
Mista e Empresas Públicas integrantes da Administração Pública Estadual que exploram atividade econômica.
Art. 5º - A Secretaria de Ação Social deverá colocar seus programas de recolocação de mão-de-obra à dis-
posição dos funcionários das empresas prestadoras de serviços que, por ventura, venham a ser afetados pelo
disposto nesta Lei.
Art. 6º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 26 de dezembro de 1996. Tasso
Ribeiro Jereissati

***

3 BATALHÃO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL

O Batalhão de Segurança Patrimonial foi criado para administrar o efetivo revertido ao serviço ativo para
fins de segurança patrimonial, independente do militar pertencer à Polícia Militar ou ao Corpo de Bombeiros
Militar. Mesmo sendo desta última Instituição o revertido passa a usar fardamento usado pela PMCE. O BSP
localiza-se na Av. Filomeno Gomes, nº 680, CEP 60010-281, Jacarecanga – Fortaleza-CE.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Figura 44 –Fachada do Batalhão de Segurança Patrimonial – julho de 2017

O BSP foi citado a primeira vez no Decreto nº 24.338, de 16.01.1997 - Art. 3° - Os bombeiros militares rever-
tidos nos termos do Art. 3º da Lei nº 12.656, de 26 de dezembro de 1996 serão lotados no Batalhão Segurança
Patrimonial do Estado, com subordinação hierárquica e disciplinar ao seu comando.
Porém, somente com o advento da Lei nº 15.217, de 05 de setembro de 2012 é que surge como Unidade da
Polícia Militar do Ceará subordinada hierarquicamente ao Comando de Policiamento Especializado (CPE).

4 FUNÇÕES A SEREM EXERCIDAS POR MIITARES REVERTIDOS AO BSP

As funções a serem exercidas pelos militares reconduzidos ao serviço ativo temporário para fins de segurança
patrimonial estão previstas na Lei nº 12.098/1993 e no Decreto nº 24.338/1997
a) Lei nº 12.098/1993 - Art. 2º – O Policial Militar revertido ao serviço ativo, forma do artigo anterior, somente
poderá exercer funções de natureza burocrática, de segurança escolar e de ensino ou instrução, definidos em
regulamentos.
b) Decreto nº 24.338, de 16/01/1997 (DOE nº 16.964, 16 de janeiro de 1997) - Art. 2º - Os policiais militares
revertidos ao serviço ativo poderão exercer as seguintes funções:
I. de natureza burocrática, entendendo-se aquelas desempenhadas internamente que digam respeito à adminis-
tração da Polícia Militar, a serem exercitadas por praças e oficiais subalternos e intermediários;
a) no Gabinete do Comando;
b) nas Seções do Estado-Maior;
c) nas Diretorias;
d) nas OPMs.
II. de segurança escolar, englobando a proteção de alunos, professores e servidores administrativos dos esta-
belecimentos de ensino, bem como a segurança patrimonial em próprios do Estado o de entidades da adminis-
tração pública estadual, conforme Convênio celebrado entre esses órgãos/entidades e a Polícia Militar, a serem
exercitados por praças até a graduação de Subtenente, e oficiais até o posto de Capitão;
III. de ensino e instrução, a serem exercitados por policiais militares de todos os postos e graduações.
a. de Instrutor ou Monitor;
b. de administração, planejamento ou apoio às atividades de ensino ou de instrução;
c. de pesquisas;
d. de elaboração de minuta de Lei, de regulamentos, ou de outros trabalhos técnico-científicos necessários à
melhoria do ensino e/ou da instrução do policial militar. 

5 A GRATIFICAÇÃO PRO LABORE E SUA NÃO INCORPORAÇÃO AOS PROVENTOS

O pro labore é uma gratificação paga mensalmente aos militares revertidos ao BSP, de caráter transitório e não
incorporável aos proventos, quando o militar retornar à inatividade, conforme previsão do art. 3º. p.u da Lei
nº 12.098, de 05 de maio de 1993, publicada no DOE nº 16.045, de 06.05.1993.

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O entendimento do colendo Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que “a reversão do poli-
cial militar à ativa, nos termos da Lei Estadual nº 12.098/93, ocorre por tempo determinado para o exercício
de funções específicas, de cunho burocrático, mediante aceitação do servidor interessado. Ao optar por esse
regime especial, o militar é remunerado por meio de pro labore, durante o período da prestação do serviço,
sendo vedada a incorporação dessa parcela aos vencimentos do servidor, assim como a promoção”. (TJCE
Processo: 01011548-48.2008.8.06.0001-Apelação. Ementa: Administrativo. Processual Civil. Apelação Cível.
Policial Militar. Pleito de inclusão de pró labore nos proventos de inatividade. Impossibilidade. Art. 3º, Lei
nº 12.098/1993. Caráter transitório da referida verba. Direito para militares da ativa. Pedido de promoção ao
posto de major. Inviabilidade. Vedação legal (art. 84, Lei nº 13.729/06). Apelação cível conhecida, mas des-
provida. Sentença mantida. Relatora Desa. Lisete de Sousa Gadelha. Comarca Fortaleza. Órgão Julgador: 1ª
Câmara de Direito Público. Data do julgamento: 26.jun.2017).

6 REFORMA POR IDADE LIMITE PARA MILITARES REVERTIDOS

A reforma, por idade, para os militares revertidos ao serviço ativo temporário é de 70 anos de idade. Em outras
palavras, enquanto o militar da Reserva Remunerada será reformado com a idade de 65 anos, o militar rever-
tido será reformado com 70 anos de idade
essa é disposição legal contida neste Estatuto em seu art. 188, §1º, in verbis:
Art. 188, §1º Excetua-se das “idades-limites” de que trata o inciso I deste artigo o militar estadual enquanto
revertido da inatividade para o desempenho de serviço ativo temporário, conforme disposto em lei específica,
cuja reforma somente será aplicada ao ser novamente conduzido à inatividade por ter cessado o motivo de sua
reversão ou ao atingir a idade-limite de 70 (setenta) anos.
A idade limite de 65 anos para à Reforma de militares, passa a ser 70 anos para os militares revertidos como
disposto no §1º, art. 188 deste EMECE.

Quadro 23 – Idade para Reforma

Mlitar Idade de Reforrma Dispositivo do EMECE


Reserva Remunerada 65 anos Inciso I, art.188
Revertido ao serviço ativo 70 anos §1º, art.188
temporário
Fonte: O autor (2017)

7 PERÍODO MÁXIMO DE DURAÇÃO DA REVERSÃO AO BSP


Um dos problemas enfrentados pelos militares revertidos ao Batalhão de Segurança Patrimonial é saber quanto
tempo dura sua reversão ao serviço ativo, ou seja, se 04 (quatros) anos confome disposto no art. 1º da Lei nº
12.098/1993, ou se aos 70 anos conforme previsto no §1º, art. 188 do EMECE.
Nesse sentido, temos o Parecer nº 2.900/2016 emitido pela PGE nos termos abaixo e que consolida a idade
como tempo máximo de permanência no BSP, senão vejamos:
PARECER Nº 2900/2016
PROCESSO(S) SPU 3324530/2016
ORIGEM: CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
INTERESSADO(A)(S):
EMENTA: CONSULTA. BOMBEIROS MILITARES REFORMADOS. REVERSÃO AO SERVIÇO ATIVO.
BATALHÃO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL. TEMPO DE PERMANÊNCIA.
1. O “§, do art. 188, do Estatuto dos Militares[…] ampliou o prazo para a reversão até a idade de 70 (setenta)
anos do militar revertido, não se falando na limitação temporal de vigência de 02 (dois) anos, conforme previs-
to em legislação anterior”. Precedente desta Procuradoria-Geral: despacho do Parecer PGE 2303/2015.
2. Os militares que, na data de início de vigência da Lei Estadual 13.729/2006, contavam 56 (praças), 60 (ca-
pitães e oficiais subalternos) e 64 (oficiais superiores) anos ou mais encontravam-se compulsoriamente refor-
mados, não se lhes aplicando as novas normas. Precedente desta Procuradoria-Geral:
Parecer PGE 2325/2016.
1 Relatório

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Trata-se de consulta do Corpo de Bombeiros Militares, por meio da qual se pede que esta Procuradoria-Geral
manifeste-se acerca das dúvidas: “1) Há, pois conflito de normas aparente ou real no que concerne ao tempo
de permanência dos militares revertidos [no Batalhão de Segurança Patrimonial]. 2) O art. 88 § 1º do Estado
dos Militares Estaduais, da Lei nº 13.729 de 2006, revogou ou modificou o Art. 1º, da lei 12.098, de 1993,
consequentemente o art. 6º decreto n° 24.338, de 16 de janeiro de 1997, por ser com esse incompatível ou por
ter regulado por inteiro a matéria em questão (tempo de permanência) ? 3) Pode-se interpretar que a norma
posterior (Lei nº 13.729, de 2006, art. 88 § 1º) prevalece sobre a anterior (art. 1º, da Lei 12.098, de 1993 e Art.
6º Decreto nº 24.338, de 16 de janeiro de 1997) pelo critério de antinomia cronológica (Lex posterior derrogat
legi priori) ?”.
Interessado(a)(s):
Anexo(s): FID do CBM-CE/CGFP (fls.3/5)
A consulta interna aqui em análise foi aberta em 18/05/2016, porém só ingressou no núcleo consultivo desta
Consultoria-Geral em 20/05/2016, vindo agora a ser distribuído a mim.
Eis os fatos.
2 Fundamentação
2.1 Parecer PGE 2303/2015: a Lei Estadual 13.729/2006 revogou o limite de tempo de permanência da Lei
Estadual 12.098/1993
A consulta interna formulada no Processo SPU 00159589-0 foi a seguinte:
“1 – O militar mesmo tendo sido revertido antes da promulgação da Lei nº 13.729/06, por não ter tido sua
reversão desfeita quando atingiu o tempo limite nesta situação, de acordo com a legislação vigente, poderá se
beneficiar do disposto no art. 188, inciso I, § 1º, retrotranscrito.”
2 – O § 1º do art. 188, que transcrevemos, determina a idade limite para todas as formas de reversão estabele-
cidas na Lei nº 13.279/06.
3 – Ao dizer ‘conforme lei específica’ estará modificando o tempo de permanência na reversão determinado
nestas?”
Em resposta, o Parecer PGE 2303/2015 assentou que:
“26. Ocorre que […] o Estatuto dos Militares do Estado do Ceará em vigor (Lei Estadual nº 13.729 de 11/01/206)
alterou o tempo máximo de permanência na atividade temporária para a qual o militar foi revertido. Com o
novo Estatuto, esse período máximo de reversão ficou indefinido, admitindo-se a permanência do militar em
tal caso(reversão para segurança patrimonial) até que complete 70 anos de idade”.
O Procurador-Chefe desta Consultoria-Geral, em concordância ao Procurador do Estado consultor, proferiu o
Despacho 810/2015: “[o] §1º, do art. 188, do Estatuto dos Militares […] ampliou o prazo limite para a reversão
até a idade de 70 (setenta) anos do militar revertido, não se falando na limitação temporal de vigência de 02
(dois) anos, conforme previsto em legislação anterior”.
2.2 Parecer PGE 2325/2016: a Lei Estadual 13.729/2006 não se aplica aos militares estaduais já compulsoria-
mente reformados no momento de início de sua vigência.
O Parecer PGE 2325/2016 consignou o seguinte:
“Em suma: no exato momento em que o servidor completa a idade-limite, pela lei vigente à época, a Admi-
nistração Pública tem o dever de aposentá-lo compulsoriamente; a compulsoriedade é de duas vias; para o
servidor, e para a Administração Pública.
Sendo assim, nada importa que o ato de aposentadoria compulsória (ou de reforma) seja editado já sob a
vigência de nova lei; tendo sido preenchidos os requisitos enquanto vigente a lei anterior, esta aplica-se com-
pulsoriamente.
[…] É o caso do interessado, que, na data de vigência da Lei Estadual 13.729/2006, já contava mais de 56 anos,
já havendo preenchido assim os requisitos para a decretação de sua reforma”.
Em outras palavras: vislumbra-se a possibilidade de ocorrência de duas situações, levando-se em consideração
o estado dos fatos no dia 16/03/2006 (data de início de vigência da Lei Estadual 13.729/2006¹):
(i) militar da reserva revertido ao serviço ativo com idade inferior à idade-limite do art. 94 da Lei Estadual
10.072/1976: aplicação do novo limite de permanência da Lei Estadual 13.729/2006;

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
124
(ii) militar da reserva revertido ao serviço ativo com idade igual ou superior à idade-limite do art. 94 da Lei
Estadual 10.072/1976: reforma ex officio retroativo à data de atingimento da idade-limite.
3 Conclusão
Por todo o exposto, permite-se concluir que os militares do Batalhão Patrimonial podem permanecer até os
setenta anos de idade, na condição de revertidos àquele batalhão, desde que, em 16/03/2006, tivessem inferior
à idade-limite da Lei Estadual 10.072/1976.
É o parecer À consideração superior.
Fortaleza, 15/06/2016 Fábio Carvalho de Alvarenga Peixoto-Procurador do Estado-Consultor
Despacho 0840/2016
De acordo com o d. Procurador, ante os precedentes
Ao Sr Procurador Executivo
Fortaleza, 16 de junho de 2016.
Rafael Machado Moraes- Procurador Chefe do Comando Geral
Despacho
18.08.2016
De acordo com o parecer por seus fundamentos.
Rommel Barroso

8 SINÓPTICO DA RECONDUÇÃO DE MILITARES AO SERVIÇO ATIVO TEMPORÁRIO

Quadro 24 - Sinóptico de Recondução de militares ao serviço ativo


Art. Forma Aceitação Motivo
Vigência de Estado de Guerra, Estado do Sítio, Estado de Defesa,
Art.184 Convocação Ex officio
em caso de mobilização ou de interesse da Segurança Pública.
I - se fizer necessário o aproveitamento dos conhecimentos técnicos
e especializados do militar estadual;
Art.6º Designação Voluntária II - não houver, no momento, no serviço ativo, militar estadual
habilitado a exercer a função vaga existente na Corporação Militar
estadual.
Quando se fizer necessário o aproveitamento de conhecimentos
Art.185 Designação Voluntária
técnicos e especializados do militar estadual.
Prestar serviço de segurança patrimonial de próprios do Estado,
Art.186 Designação Voluntária
conforme dispuser a lei específica
Fonte: o autor (2017)

*** *** ***

Seção II
Da Reforma

REFORMA – MODALIDADE ÚNICA

Art.187. A passagem do militar estadual à situação de inatividade, mediante reforma, se efetua


ex officio.
Comentário

1 COMPREENDENDO O QUE É A REFORMA

A reforma é a situação do militar estadual inativado que já se encontra dispensado de reversão ao serviço ativo,
quer de forma voluntária, quer por convocação.

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125
O militar reformado em decorrência de enfermidade e não houver ultrapassado dois anos, após o registro do
ato de reforma pelo Tribunal de Contas pode ser revertido ao serviço ativo de carreira.

2 O PAPEL DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Art. 1º - Ao Tribunal de Contas do Estado, Órgão de Controle Externo, compete, nos termos das Constituições
Federal e Estadual: [...]
V - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na adminis-
tração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público Estadual, excetuadas
as nomeações para cargos de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, refor-
mas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.

3 REFORMA DE MILITAR SUBMETIDO A PROCESSO CRIMINAL: SOBRESTAMENTO

Militar submetido a processo regular (Conselho de Justificação, Disciplina ou PAD) ou a processo penal e
julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo deve aguardar a solução do processo regular para dar con-
tinuidade ao processo de reforma que é iniciado, contudo, sobrestado. Entendimento determinado no Parecer
nº 4.903/2006-PGE e no Parecer nº 1.207/2014 no processo nº 0704857/98, verbis:
Parecer nº 1.207/2014-PGE
Processo nº 0704857-98
Origem: PMCE
Interessado: G.R.P
Ementa: Consulta. Reforma. Militar respondendo a processo penal. Conclusão da reforma. Impossibilidade.
Reforma a ensejar o rompimento do vínculo funcional do militar com a administração, com isso impossibili-
tando futura pena de demissão. Processo a ser suspenso, confirmada a existência ainda a ação penal.
[…] Primeiramente, é importante alertar que o fato de o §4º, do art. 181, visto acima, fazer referência somente
à reserva, quando traz a lista de proibições de sua concessão, não significa, só por isto, que, para a reforma, não
exista vedação em igual sentido. É devido prestar atenção que o referido dispositivo está inserido na seção que
cuida especificamente da reserva remunerada, portanto o esperado era que, realmente, não viesse mencionando
também a reforma.
A questão é que, no Estatuto dos Militares, não se tem notícia de nenhuma regra proibitiva, como se viu quanto
à reserva, para a reforma. A despeito da falta de tal previsão, acredita-se razoável aplicar para a reforma tam-
bém a vedação no referido sentido.
[…]
Por esse motivo, e como medida de prudência, evitando precipitações, o que se crer razoável, quando se está
diante de situação como a deste processo, em que se tem militar em condições de ser reformado, mas que está
respondendo a processo criminal, passível de sujeitá-lo a pena de demissão, seria permitir o seu afastamento
do cargo, uma vez observadas as condições de reforma, porém não concluir o processo respectivo, com a pu-
blicação do ato, ao menos até se conhecer alguma resposta sobre o resultado da ação penal movida contra ele.
Assim, e nestes exatos termos, opina-se pelo sobrestamento do processo de reforma em apreço, enquanto não
resolvida a pendência com a instância penal existente em relação ao militar interessado.
[…]
À elevada consideração do Senhor Procurador-Geral. Depois, se aprovado este parecer seja o processo enviado
à origem, para as providências indicadas no parágrafo anterior. Fortaleza, 26 de março de 2014. Assina: Rafael
Machado Moraes. Despacho: De acordo. Oficie-se à PMCE. 31.03.2014. assina: Fernando Antonio Costa de
Oliveira. Procurador Geral do Estado.

4 REFORMA DE MILITAR QUE RESPONDE A PROCESSO REGULAR: SOBRESTAMENTO

A PGE emitiu Parecer nº 4.903/2006, orientando no sentido de que militar que deve ser sobrestado o proces-
so de reforma de militar que responde a processo regular (Conselho de Justificação, Conselho de Disciplina
e Processo Administrativo Disciplinar). Apesar de não haver previsão legal para sobrestamento de processo
de reforma, em razão da situação acima, cremos que a medida do sobrestamento é salutar, pois, reveste-se de

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
126
razoabilidade, pois evita que o militar faltoso se utilize de ardil para esquivar-se de sua responsabilidade dis-
ciplinar.
PARECER Nº 4.903/2006 – PGE
Processo nº 05339811-4
Origem: Polícia Militar do Ceará
Interessado(a): A mesma
Procuradora: Regina Maria Barbosa Proença
EMENTA – POLICIAL MILITAR. PROCESSO REGULAR. CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO. Em se tra-
tando de processo regular da modalidade Conselho de Justificação, aplica-se ao policial militar reformado as
determinações da Lei nº 13.407/2003, entendimento determinado no parágrafo único, do art. 71.
Tratam os autos de consulta formulada pelo Comandante Geral da Polícia Militar do Ceará, através do ofício
nº 09/2005-C.J, em razão dos fatos ali apresentados, no seguinte teor:
1 – O Ten-Cel PM Marcelino é presidente do Conselho de Justificação a que está submetido o Ten PM –
A.R.M.S , conforme ato publicado no DOE nº 028, de 08/02/02;
2 – Ocorre que o justificando foi julgado “Incapaz total e definitivamente para o serviço ativo da PMCE, não
podendo prover os meios próprios de subsistência, dentro e fora da referida Corporação”, conforme Parecer do
JMS/HPM (cópia anexa);
3 – Ante a esse fato, o Presidente do conselho solicita um posicionamento da douta PGE acerca da continuida-
de do processo, tendo em vista que o Oficial será reformado, ficando fora do alcance da Lei que rege o Conse-
lho de Justificação, no caso da Lei nº 13.407, de 04/11/03, art. 2º, parágrafo único, inciso III.
O relatório.
O parecer.
De acordo com a cópia do D.O.E., anexa às fls.03, o conselho de justificação, para julgar o 2º Tenente PM
ARMS, foi constituído em 09/07/2001, porém, em razão de impedimento do Presidente, o ato respectivo foi
tornado sem efeito em 04/02/2002, tendo sido, em ato datado de 04/02/2002, constituído novo Conselho.
Depreende-se, portando, em razão das datas dos atos acima mencionados, que o Conselho de Justificação cons-
tituído para o julgamento do 2º Tenente PM ARMS, foi anterior à Lei nº 13.407, publicada em 02/12/2003, que
em seu art. 106, determina que:
Art. 106 – Esta Lei entrará em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário, em especial às Leis nº 10.280, de 05 de julho de 1989, e 10.341, de 22 de novembro de 1979, o
Decreto nº 14.209, de 19 de dezembro de 1980, e as constantes da Lei nº 10.072 de 20 de dezembro de 1976,
e de suas alterações.
Ocorre que, em se tratando de regras processuais, temos que sua aplicação é imediata, o que corrobora a
preocupação emanada na peça vestibular deste processo, na continuidade ou não do Conselho de Justificação
relativo ao militar ali mencionado, mais especificamente em razão do art. 2º, Parágrafo Único, Inciso III, da
citada Lei nº 13.407/2003, ex vi:
Art 2º - Estão sujeitos a esta Lei os militares do Estado do serviço ativo, os da reserva remunerada, nos termos
da legislação vigente.
Parágrafo Único – O disposto neste artigo não se aplica:
III – aos militares reformados do Estado.
Na verdade a dúvida acerca da continuidade do processo regular não se motivou pela entrada em vigor das
novas regras dispostas na Lei nº 13.406, posto que nesta data o militar em questão não tinha sido declarado
incapaz. Assim foi a declaração de incapacidade, a qual ordinariamente dá causa à reforma, que originou o
questionamento em razão do artigo retro transcrito.
No que pese o cerne do questionamento, não podemos olvidar do não cumprimento da Lei nº 13.407/2003,
relativamente ao prazo determinado no art. 78, para o Conselho de Justificação, que é de sessenta dias para a
conclusão dos trabalhos relativos ao processo, e de mais 15 (quinze) dias para deliberação, confecção e remes-
sa do relatório conclusivo, prazos que, caso houvessem sido respeitados, teriam concluído o processo em data
bem anterior à inspeção de saúde que determinou a invalidez do militar em questão. Outrossim, tal retardamen-
to, embora não acarrete a nulidade do processo, poderá determinar que os membros do Conselho justifiquem
tal ocorrência, entendimento que emana do §2º, art. 71, da lei em comentorio.
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Voltando ao cerne do questionamento, consideramos que um dos motivos que levam ao entendimento de que
o Conselho de Justificação não deve ser interrompido é a possibilidade de que seja aplicada, como sanção a
reforma administrativa disciplinar, prevista no art. 22, da Lei nº 13.407/2003, uma vez que o fato ensejador
desta seria anterior ao daquela (invalidez).
No que concerne à sujeição dos militares reformados aos ditames da Lei nº 13.407/2003, consideramos que a
regra insculpida em seu art. 2º, inciso III, não se aplica à exceção determinada no parágrafo único do art. 75,
do mesmo diploma legal, que assim dispõe:
Art. 75 – O Conselho de Justificação destina-se a apurar as transgressões disciplinares cometidas por Oficial e
a incapacidade deste para permanecer no serviço ativo militar.
Parágrafo Único – O Conselho de Justificação aplica-se também ao Oficial inativo presumivelmente incapaz
de permanecer na situação de inatividade.
Outra interpretação se nos afigura indevida, porquanto a inatividade do policial militar se dá pela reserva re-
munerada ou reforma, e no que se refere à primeira, nenhuma dúvida haveria de que os militares que se encon-
trassem assim inativados estariam sob a égide da Lei nº 13.407, pela clareza do seu art. 2º, caput, já transcrito
neste opinativo. Logo, a regra de exceção, ali determinada só teria razão de ser se relativa à reforma.
Quanto à extinção de punibilidade da transgressão disciplinar de que trata o art. 74, da multicitada Lei nº
13.407/2003, poder-se-ia argüir sua aplicabilidade ao caso em apreço, uma vez que uma das razões ali relacio-
nadas seria a passagem do transgressor da reserva remunerada para a reforma. Entretanto tal não é a situação
do militar justificante, mesmo que se admita sua reforma por invalidez, não se podendo dar uma extensão
interpretativa quando o preceito legal é exaustivo.
Diante do exposto, entendemos que o policial militar justificante não poderá ser reformado até que se conclua
o processo regulamentar disciplinar respectivo.
É o parecer, SMJ. Fortaleza, 04 de novembro de 2005.
Regina Maria Barbosa Proença
PROCURADORA DO ESTADO
Em 09.11.05 (DESPACHO manuscrito)
Tem razão a nobre parecerista em suas doutas razões, provenientes da interpretação que deu a legislação e
em prol do interesse público. O processo, pois, deverá ficar sobrestado, até conclusão do outro, de natureza
disciplinar.
Á elevada consideração do Exmo. Sr. Procurador Geral do Estado.
Maria do Socorro Demétrio Ximenes
PROCURADORA-CHEFE DA CONSULTORIA GERAL
De acordo.
11/11/2005
Wagner Barreira Filho
PROCURADOR-GERAL DO ESTADO
*** *** ***

REFORMA – SITUAÇÕES DE INCIDÊNCIA

Art.188. A reforma será aplicada ao militar estadual que:


I - atingir as seguintes idades-limites de permanência na reserva remunerada:
a) para Oficial Superior: 64 (sessenta e quatro) anos;
b) para Capitão e Oficial Subalterno: 60 (sessenta) anos;
c) para Praças:
c.1) Subtenente: 64 (sessenta e quatro) anos;
c.2) 1º Sargento: 63 (sessenta e três) anos;
c.3) Cabo: 61 (sessenta e um) anos;
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c.4) Soldado: 59 (cinqüenta e nove) anos
I - atingir a idade limite de 65 (sessenta e cinco) anos; (NR) (redação dada pelo art. 26 da Lei nº 15.797, de
25.05.2015)

II - for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo, caso em que fica o militar inativo
obrigado a realizar avaliação por junta médica da Corporação a cada 2 (dois) anos, para atestar
que sua invalidez permanece irreversível, respeitados os limites de idade expostos no inciso I
do art. 182;
III - for condenado à pena de reforma, prevista no Código Penal Militar, por sentença passada
em julgado;
IV - sendo Oficial, tiver determinado o órgão de Segunda Instância da Justiça Militar Estadual, em
julgamento, efetuado em consequência do Conselho de Justificação a que foi submetido;
V - sendo Praça com estabilidade assegurada, for para tal indicado ao respectivo Comandante-
-Geral, em julgamento de Conselho de Disciplina.

REFORMA – IDADE-LIMITE DO MILITAR REVERTIDO

§1º Excetua-se das “idades-limites” de que trata o inciso I deste artigo o militar estadual enquan-
to revertido da inatividade para o desempenho de serviço ativo temporário, conforme disposto
em lei específica, cuja reforma somente será aplicada ao ser novamente conduzido à inatividade
por ter cessado o motivo de sua reversão ou ao atingir a idade-limite de 70 (setenta) anos.

REFORMA – APLICABILIDADE DO INSTITUTO DA READAPTAÇÃO

§2º Para os fins do que dispõem os incisos II e III deste artigo, antes de se decidir pela aplicação
da reforma, deverá ser julgada a possibilidade de aproveitamento ou readaptação do militar
estadual em outra atividade ou incumbência do serviço ativo compatível com a redução de sua
capacidade.

COMENTÁRIOS

1 O OBJETO DO ARTIGO

O artigo e seus dois parágrafos têm como núcleo as diversas formas de incidência na situação de reforma, a
possibilidade de reversão a serviço ativo, a inaplicabilidade de reforma por idade de 65 anos ao militar rever-
tido ao BSP e a questão da readaptação militar.

2 O PROCESSO DE REFORMA E O TCE

Temos que observar que Reforma de militar estadual é ato complexo, sujeito a registro pelo Tribunal de Con-
tas do Estado (TCE), conforme exposto no art. 3º da Instrução Normativa nº 03, de 16 de março de 2005, nos
seguintes termos:
Art.1º Os órgãos da Administração Direta e as entidades da Administração Indireta de quaisquer dos Poderes
do Estado encaminharão ao Tribunal de Contas do Estado os atos concessivos de admissão de pessoal, excetu-
adas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como os de aposentadoria, reforma e pensão,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessivo.

3 PERÍODO PARA REVERSÃO AO SERVIÇO ATIVO – PARECER DA D. PGE

A PGE emitiu Parecer nº 1986/15 no processo nº 072204753 nos seguintes termos:


EMENTA: Militar julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo. Condição para reforma. Obrigatorie-
dade da Administração de reavaliação médica a cada dois anos. (art. 188, II da Lei nº 13.729/06). Agregação
do militar com esteio no art. 172, §1º, III, b) da Lei nº 13.729/06. Constatada a aptidão para o serviço mediante
reavaliação médica. Reversão ao serviço ativo com fundamento no art. 174, §3º da Lei nº 13.729/06. [...] Como
na espécie não houve registro do ato de reforma pelo Tribunal de Contas do Estado, não se cogita da aplicação
do disposto no art. 194 da Lei nº 13.729/06 na redação dada pela LC nº 93/2011, cujo prazo ali estabelecido tem
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início a contar do registro pelo Órgão de Contas. [...] Fortaleza, 06 de agosto de 2015. Assina: Veleda Maria
Vieira Bastos. Procuradora do Estado. Despacho 0636/2015. De acordo com o entendimento da d. Procuradora
[...] Se viável a medida, deve tal retorno acontecer por reversão, considerando que, embora sua reforma por
invalidez não chegou a se aperfeiçoar, ficou o mesmo um período afastado, aguardando a inativação, período
este no qual deve ser considerado como inativado inclusive com a edição de ato de reforma correspondente
ao interstício de afastamento (ato de reforma com tempo final editado em conjunto com o ato de reversão).
Situação diferente seria aquela em que verificado a insubsistência da invalidez que motivou a reforma, não se
tratado de melhora na saúde, quando, então, já seria possível dispensar a edição do ato de reforma. Ao Sr. PGE.
Fort. 07.08.15. Assina: Rafael Machado Moraes. Procurador Chefe da Consultoria.
O parecer acima trouxe novo entendimento à lei. Desta feita, enquanto não houver passado dois anos do regis-
tro do ato pelo Tribunal de Contas, o militar pode ser revertido ao serviço ativo. Assim acontecendo, a Corpo-
ração deve elaborar dois atos distintos (mas no mesmo processo). Um ato de reforma com início e término; e
outro de reversão com início a partir do término da reforma.

4 REFORMA ADMINISTRATIVA DISCIPLINAR

A reforma prevista nos incisos IV e V do art. 188 deste EMECE (art. 188... IV - sendo Oficial, tiver deter-
minado o órgão de Segunda Instância da Justiça Militar Estadual, em julgamento, efetuado em consequência
do Conselho de Justificação a que foi submetido; V - sendo Praça com estabilidade assegurada, for para tal
indicado ao respectivo Comandante-Geral, em julgamento de Conselho de Disciplina), é aplicada apenas aos
Oficiais e às Praças com estabilidade assegurada.
Implica dizer que as Praças que respondem a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) previsto no CDPM/
BM podem vir a ser reformadas, caso estáveis.
Essa modalidade de reforma decorrente de processo regular é denominada de Reforma Administrativa Disci-
plinar e tem sua previsão no art. 22 daquele Código. Nessa situação, a remuneração da Praça ou do Oficial é
feita proporcionalmente ao tempo de contribuição. Vejamos o texto da lei:
CDPM/BM - Art. 22. A reforma administrativa disciplinar poderá ser apli­cada, mediante processo regular:
I - ao Oficial julgado incompatível ou indigno profissio­nalmente para com o oficialato, após sentença passada
em julgado no Tribunal com­petente, ressalvado o caso de demissão;
II - à Praça que se tornar incompatível com a função militar estadual, ou nociva à disciplina, e tenha sido jul-
gada passível de reforma.
Parágrafo único - O militar do Estado que sofrer reforma administrativa disciplinar receberá remuneração
proporcional ao tempo de serviço militar.
CDPM/BM - Art. 99, §2º - A reforma administrativa disciplinar da Praça é efetivada no grau hierárquico que
possui na ativa, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
Apesar de ser uma sanção disciplinar aplicada pelo Controlador Geral de Disciplina ou pelo Governador do
Estado, essa somente se perfectibiliza com o ato governamental de reforma, cuja instrução processual é feita
no ógão de recursos humanos da Corporação a que pertence o militar estadual.
Com isso, não se tem duas reformas. O que temos é uma sanção disciplinar de reforma, seguida de ato gover-
namental de reforma.

5 DOCUMENTOS EXIGIDOS PELO TRIBUNAL DE CONTAS NO PROCESSO DE REFORMA

O Tribunal de Contas do Estado baixou a Instrução Normativa nº 03, de 16 de março de 2005, estabelecendo
regras a serem observadas nos processos de aposentadoria, pensão, reforma e admissão de pessoal, encaminha-
dos pelos órgãos e entidades estaduais ao Tribunal de Contas do Estado. Assim sendo, os documentos exigidos
por aquele colendo Tribunal estão previstos no art. 7º daquela IN, in verbis:
Art. 7º Constituem documentos necessários à análise do ato concessivo de aposentadoria ou reforma:
I – requerimento assinado pelo servidor/militar, com endereço atualizado, quando se tratar de inativação volun-
tária, com o respectivo protocolo de recebimento por parte do órgão ou entidade de origem;
II – ato ou portaria que concedeu a aposentadoria ou a reforma, contendo o nome, a matrícula, o cargo/função/
posto ou graduação e a referência vencimental do servidor/militar na data da inativação, com a discriminação
das vantagens pecuniárias incorporadas e indicação dos dispositivos legais que fundamentam a concessão da
aposentadoria ou reforma e, se for o caso, a incorporação de gratificações;

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III – cópia da publicação do ato ou portaria no Diário Oficial;
IV – histórico, discriminando os enquadramentos, mudança de cargo/função/posto ou graduação, remoção,
cessão e ascensão funcional ocorridas durante a vida laboral do servidor/militar;
V – quadro demonstrativo do tempo de serviço/contribuição, emitido pelo órgão ou entidade que concedeu
a aposentadoria ou reforma, bem como certidão de outros órgãos ou entidades, da esfera pública ou privada,
referente a períodos averbados, contendo:
a) data de admissão para os celetistas ou data do efetivo exercício para os estatutários;
b) licenças/afastamentos concedidos com a indicação dos períodos;
c) férias e licença especial não gozadas, discriminando os exercícios e períodos aquisitivos correspondentes;
d) a indicação das deduções ocorridas.
VI – certidão original expedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), caso o servidor/militar tenha
contribuído para o Regime Geral de Previdência Social;
VII – certidão, discriminando as parcelas remuneratórias, os respectivos valores percebidos pelo servidor/
militar na data da inativação voluntária, ou, na hipótese da compulsória, na data-limite para permanência em
atividade, contemplando os fundamentos legais de concessão e incorporação;
VIII – processo de incorporação de vantagem concedida ao servidor/militar, se existente;
IX – cópia da carteira de identidade (RG) do servidor/militar;
X – cópia do CPF do servidor/militar;
XI – certidão narrativa dos cargos em comissão ou funções gratificadas, se houver, exercidas pelo servidor/
militar, discriminando os períodos, com as respectivas publicações no Diário Oficial, dos atos ou portarias de
nomeação ou designação e de exoneração ou dispensa, mencionando as leis de criação e fixação da remunera-
ção correspondente;
XII – laudo emitido por junta médica Oficial, em se tratando de aposentadoria/reforma por invalidez, atestando
a incapacidade do interessado para o trabalho e, nos casos previstos em lei, para aposentadoria/reforma com
proventos integrais;
XIII – número da resolução que registrou a nomeação do servidor/militar para aqueles que ingressaram no
serviço público após a promulgação da Constituição Estadual vigente;
XIV – cópia de decisões judiciais que reconheçam vantagens ao servidor/militar.

MODELO DE ATO GOVERNAMENTAL DE REFORMA POR TER SIDO JULGADO


INCAPAZ
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que consta
do Processo nº 111111111, relativo à Reforma “ex officio”, por ter sido julgado incapaz, do Soldado da Polícia
Militar do Ceará, matrícula funcional nº 000.000-0-0 – BETERRABA DOENTE MAGRUS, RESOLVE refor-
má-lo na atual graduação, competindo-lhe os proventos integrais da mesma graduação, a partir de 27/02/2017,
fundamentado nos dispositivos do art. 42, § 1º, da Constituição Federal, dos arts. 93, 94 inciso II, 96 inciso IV e
97, da Lei nº 10.072, de 20/12/1976 (Estatuto da PMCE), combinado com o art. 76 inciso IV, da Lei nº 11.167,
de 07/01/1986, tendo como base de cálculo as verbas abaixo discriminadas:
HISTÓRICO IMPORTÂNCIA (R$)
........................................................................................................................MENSAL..................ANUAL
Soldo
Lei nº 13.333 de 22/07/2003................................................................ 55,93...................................... 671,16
Gratificação Militar
Lei nº 13.333 de 22/07/2003.............................................................. 326,64................................... 3.919,68
Gratificação de Qualificação Policial
Lei nº 13.333 de 22/07/2003.............................................................. 454,68................................... 5.456,16
TOTAL............................................................................................... 837,25................................. 10.047,00

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
131
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 22 de setembro de
2027. (Nome completo) GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. (Nome completo) SECRETÁRIO DO
PLANEJAMENTO E GESTÃO. (Nome completo) SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFE-
SA SOCIAL
Nota: Nomes e datas meramente fictícios. Modelo já publicado em DOE

*** *** ***


MODELO DE ATO GOVERNAMENTAL DE REFORMA ADMINISTRATIVA DISCIPLINAR
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que consta
do processo nº 00000000-0-SPU, relativo à REFORMA “EX OFFICIO - DISCIPLINAR”, do SOLDADO PM
– ALTERADUS EXPULSUS, Matrícula Funcional nº 000.000-0-0, da Polícia Militar do Estado do Ceará, RE-
SOLVE reformá-lo na atual graduação de Soldado PM, competindo-lhe os proventos proporcionais da mesma
graduação, a partir de 31/03/2027, fundamentado nos dispositivos dos art.42, §1º da Constituição Federal de
1988, e do art. 196, da Lei nº 13.729, de 11/01/2006, na quantia que se segue:
DESCRIÇÃO............................................................................................................. VALOR R$
Soldo – 86,39%.................................................................................................................... 62,65
Lei nº 14.18O, de 30/07/2008.
Gratificação Militar - 86,39%............................................................................................ 605,98
Lei nº 14.183, de 30/07/2008.
Gratificação de Qualificação Policial - 86,39%................................................................. 509,28
Lei nº 14.18O, de 30/07/2008
TOTAL............................................................................................................................ 1.177,91
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 22 de setembro
de 2027. . (Nome completo) GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. (Nome completo) SECRETÁRIO
DO PLANEJAMENTO E GESTÃO. (Nome completo) SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DE-
FESA SOCIAL
Nota: Nomes e datas meramente fictícios. Modelo já publicado em DOE

***

MODELO DE ATO GOVERNAMENTAL DE REFORMA DE MILITAR DO BATALHÃO DE


SEGURANÇA PATRIMONIAL
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que consta
no processo nº 00000000-0-SPU, relativo à REFORMA ex offÍcio, por haver cessado o motivo da sua reversão
e ter sido reconduzido definitivamente à inatividade, do 1º Sargento RR da Polícia Militar do Ceará, matrícula
funcional nº 000.000-0-0 – REVERTIDUS PATRIMONIALIS, RESOLVE reformá-lo na atual graduação de 1º
Sargento PM, competindo-lhe os proventos integrais da mesma graduação, a partir de 01/11/2027, data em que
foi desligado do Batalhão de Segurança Patrimonial, conforme tornou público o DOE nº 218, de 14/11/2028,
fundamentado nos dispositivos do art. 42, § 1º, da Constituição Federal de 1988 e dos artigos 187, 188, § 1º,
da Lei nº 13.729 de 11/01/2006 (Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará), na quantia de:
HISTÓRICO IMPORTÂNCIA (R$)
MENSAL ANUAL
Soldo
Lei nº 13.908, de 18/07/2007.................................................................... 109,78.......................... 1.317,36
Gratificação de Tempo de Serviço – 30%
Lei nº 11.167/86.......................................................................................... 32,93............................. 395,16
Gratificação Militar
Lei nº 13.933, de 26/07/2007.................................................................... 723,36.......................... 8.680,32
Gratificação de Qualificação Policial
Lei nº 13.908, de 18/07/2007.................................................................... 657,09.......................... 7.885,08
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
132
Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada – VPNI
Lei nº 15.070, de 20/12/2011...................................................................... 15,90............................. 190,80
TOTAL................................................................................................... 1.539,06........................ 18.468,72
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 22 de setembro
de 2027. . (Nome completo) GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. (Nome completo) SECRETÁRIO
DO PLANEJAMENTO E GESTÃO. (Nome completo) SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DE-
FESA SOCIAL
Nota: Nomes e datas meramente fictícios. Modelo já publicado em DOE

***
Modelo de ato de reforma por idade limite de 70 anos – art. 188,§1º
DOE nº 197, de 20/10/2017 O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso das atribuições que lhe
confere o art. 88, Inciso IX, da Constituição Estadual, e nos termos do Art. 188 , § 1º da lei Estadual nº 13.729,
de 11 de janeiro de 2006, RESOLVE desligar do efetivo do Batalhão de Segurança Patrimonial, o militar esta-
dual da reserva remunerada da PMCE, abaixo identificado, e consequentemente retornar em caráter definitivo
à inatividade, por ter atingido a idade limite de 70(setenta) anos a contar da data citada e publicação no Diário
Oficial do Estado do Ceará.
POSTO/GRAD. NOME DATA
Subten PM Fulano de Tal 04/04/2016
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO STADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 22 de setembro de 2017. Maria Izol-
da Cela de Arruda Coelho GOVERNADORA DO ESTADO DO CEARÁ, EM EXERCÍCIO Hugo Santana de
Figueirêdo Junior SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO Delci Carlos Teixeira SECRETÁRIO
DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
Nota: Nomes e datas meramente fictícios. Modelo já publicado em DOE
***

Figura 45 - Esquema sinóptico das modalidades de Reforma

Processo Adm Disc (praça estável)

Fonte: O autor (2017)

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 117 O militar estadual reformado por incapacidade definitiva que
for julgado apto em inspeção de saúde por junta superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao
serviço ativo, a qualquer tempo, por ato do governador do estado.
*** *** ***

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
133
RELAÇÃO DE MILITARES NA IDADE-LIMITE

Art. 189. O órgão de recursos humanos da Corporação controlará e manterá atualizada a relação
dos militares estaduais relativa às “idades-limites” de permanência na reserva remunerada, a fim
de serem oportunamente reformados.

DIREITOS E GARANTIAS DO MILITAR REFORMADO

Parágrafo único. O militar estadual da reserva remunerada, ao passar à condição de reformado,


manterá todos os direitos e garantias asseguradas na condição anterior.
Comentário
A expressão “idades-limites” de permanência na reserva remunerada, corresponde à idade de 65 anos prevista
no inciso I do art. 188 para efeito de reforma. A expressão encontra-se no plural em razão do inciso original
conter várias idades-limites, contudo com a edição da Lei nº 15.797/2015 houve unificação das idades-limites,
passando a ser:
- 60 (sessenta) para reserva remunerada
- 65 (sessenta e cinco) para reforma
- 70 (setenta) para os militares revertidos ao BSP

1 A QUESTÃO VENCIMENTAL SEGUNDO O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO Nº 1.103/2010 INTERESSADO:......... NATUREZA: Reforma


Trata o feito acerca de reforma concedida em favor do interessado acima nominado, ex-integrante da Polícia
Militar do Ceará.
Em informação de fls. 65/67, a Inspetoria sugeriu o retorno do feito à origem. Outrossim, em manifestação
acostada às fls. 53/57, ressalta:
3) No tocante ao cálculo do benefício constante do Ato de Reforma de fls. 36, temos as seguintes considerações
a fazer:
a) Os proventos do interessado não são os de Coronel PM e sim os de Tenente-Coronel com apenas um soldo
atribuído a este último, por uma concessão legal que permitiu tal benefício. Pensar-se o contrário seria permitir
uma promoção, o que não encontra amparo legal, como se pode observar do art. 60 da citada Lei nº 10.072/76
que estabelece:
“Não haverá promoção de policial militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada ou por
ocasião de sua reforma.”
Portanto o ato de reforma deverá ser retificado. Onde se lê: “RESOLVE reformá-lo no atual posto competin-
do-lhe os proventos integrais do posto de Coronel PM, ler-se “RESOLVE” reformá-lo no atual posto, com-
petindo-lhe o soldo relativo ao posto de Coronel PM (...)”. Assim sendo as Gratificações Militares (GM) e de
Qualificação Militar (GQP) criadas em substituição às espécies remuneratórias extintas decorrentes da Lei nº
13.035/2000 que reestruturou a careira dos militares estaduais deverão corresponder às inerentes à graduação
de Tenente-Coronel PM (R$ 1.171,00 e R$ 1.583,00 respectivamente).
(…)
4) Fazendo um confronto entre a situação do ex-militar antes e depois da Lei nº 13.035/2000, verificamos
que em substituição às gratificações extintas (Indenização de Representação, Indenização de Função Policial
Militar, Indenização de Habilitação Policial Militar, Indenização de Moradia, Gratificação de Risco de Vida
e Saúde, Indenização Adicional de Inatividade) foram instituídas as Gratificações Militar e de Qualificação
Policial. Note-se, ainda, uma parcela denominada “Abono compensatório” integrando à composição da remu-
neração do militar antes da vigência da Lei nº 13.035/00. Quanto a essa vantagem, cumpre esclarecer, que ela
é oriunda da aplicação da Emenda Constitucional nº 21/95, quando a gratificação “Indenização Adicional de
Inatividade “ deixou de ser calculada sobre o total dos proventos, para ter por base, apenas, o provento (soldo)
do militar. Assim, o abono compensatório/Compensação passou a representar a diferença entre a forma de cál-
culo anterior e a sistemática introduzida pela EC 21/95, no intuito de não causar prejuízo aos militares inativos.
Como se vê, o valor ora apurado (R$ 3.063,00) foi bastante para alcançar a situação do militar antes da edição
da Lei 13.035/2000 (R$ 3.061,40), o que nos leva a concluir que, neste caso específico, as gratificações insti-
tuídas, foram suficientes para absorver as vantagens extintas. Porém em virtude de o 1º do art. 6º da referida
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
134
lei haver facultado ao militar inativo optar por continuar percebendo as espécies remuneratórias extintas, o
interessado deverá, manifestar-se a respeito;
(…)
6) Merece ser anexado ao feito cópia do documento que serviu de base para averbação do lapso de 15.07.68
a 15.04.69, prestado ao Exército Brasileiro, bem como a cópia do documento de identidade do interessado.
7) Deve constar dos autos uma cópia do D.O que publicar o ato de reforma do militar, não prosperando tão
somente a indicação da data respectiva, carimbada no referido ato. Observa-se ainda, que o número correto da
matrícula do interessado é 016.364-1-3;
8) Entendemos ser de bom alvitre que, doravante, seja citado no ato de reforma de processos de idêntica natu-
reza, o art. 76 da Lei nº 11.167/86 (Grifei)
É o relatório. Passo a analisar o feito.
Sobre as parcelas Gratificação Militar e Gratificação de Qualificação Policial, é de ser observado que foram
instituídas pela Lei nº 13.035/2000, que modificou a estrutura remuneratória dos militares estaduais, criando
algumas gratificações em substituição às outras enumeradas no mesmo diploma. Todavia, como consta na
mencionada lei, a alteração na estrutura remuneratória do servidor inativo não é obrigatória, sendo a ele res-
guardado o direito de receber seus vencimentos na forma antiga, se assim optar. Senão vejamos:
Art. 6º (omissis)
§ 1º Os policiais estaduais inativos terão seus proventos alterados com base no disposto neste artigo e no artigo
anterior, salvo se optarem por continuar percebendo em seus proventos as espécies remuneratórias extintas na
forma do artigo anterior, que lhes sejam afetas, observado sempre o disposto no parágrafo seguinte. (Grifei)
Assim, em consonância com a manifestação da ICE, entendo pertinente à manifestação do interessado acerca
do tema.
Outrossim, no caso de enquadramento na nova forma de remuneração, no que toca à parcela “abono compen-
satório/compensação”, em outras oportunidades (Parecer nº 223/2009 – Processo nº 036.12/2007-5) já expus o
entendimento de que, tendo o abono compensatório sido criado como verba autônoma pela Lei nº 12.991/99,
para que deixasse de compor a remuneração/provento do policial militar, era necessário que a Lei nº 13.035/00
o tivesse extinto expressamente, assim como fez com outras verbas.
Desse modo, considerando que não há na Lei nº 13.035/2000 qualquer referência ao abono compensatório, seja
no sentido de sua extinção, seja no de sua substituição ou absorção por qualquer outra verba, a parcela não teria
sido revogada, o que imporia sua manutenção.
Entretanto, ressalvado meu entendimento pessoal sobre a questão, mas em atenção à jurisprudência desta Corte
de Contas (Resolução nº 752/2009- Processo nº 00823/2007-3) no sentido que o abono compensatório deve ser
mantido apenas quando houver decesso remuneratório, ocorrência não verificada no feito, ratifico o entendi-
mento da ICE e entendo que, no caso de adequação do feito à estrutura remuneratória da Lei nº 13.035/2000,
a parcela não deverá ser mantida.
Em relação ao posicionamento funcional do segurado para cálculo do benefício da análise dos fólios, perce-
be-se que no momento de sua inativação ocupava o posto de Tenente-Coronel PM, tendo, no entanto, seus
proventos calculados conforme o posto de Coronel PM.
Nesse ponto, convém trazer à baila as disposições da Lei nº 10.072/76 atinentes à questão, literalmente:
Art. 49 – São direitos dos policiais-militares:
II – a percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico superior ou melhoria da mesma quando,
ao ser transferido para a inatividade, contar mais de 35(trinta e cinco) anos de serviço, se Oficial, e mais de 30
( trinta) anos de serviço, se Praça; e
Art. 60 – Não haverá promoção de policial-militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada
ou por ocasião de sua reforma.
Do confronto dos dispositivos, possível perceber que são tratadas duas situações diversas entre si e que não
merecem ser confundidas: ao passo que o artigo 60 veda que o policial militar experimente qualquer promoção
por conta de sua ida para a inatividade, o artigo 49, inciso II, aponta como direito do mencionado servidor
receber a remuneração de grau hierárquico superior, quando na transferência, haja cumprido os requisitos nele
dispostos.
Ou seja, art. 60 trata do posto a ser ocupado pelo policial militar, quando transferido para a inatividade que
não poderá ser alterado por conta desse acervo funcional; enquanto o art. 49, inciso II, garante que, inobstante
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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mantido do mesmo posto, perceberá a remuneração do grau hierárquico superior, desde que atendidos os re-
quisitos legais.
A própria Lei nº 10.072/76 tratou de trazer o conceito de remuneração, in verbis:
Art. 52 – A remuneração dos policiais-militares compreende vencimentos e proventos, indenizações e outros
direitos e é devida em base estabelecidas em lei peculiar.
§2º - Os policiais-militares em inatividade percebem remuneração,
a) mensalmente:
I – vencimentos, compreendido soldo ou quotas de soldo gratificações e indenizações incorporáveis; e
II – adicional de inatividade;
b) eventualmente:
- auxílio- invalidez. (Grifei)
Assim nesse ponto, peço vênia a Inspetoria competente e entendo que, no caso de aplicabilidade das benesses
do art. 49, inciso II, da Lei nº 10.072/76, sua repercussão será não apenas sobre o soldo do beneficiado, mais
também sobre todas as demais parcelas que integrem os seus proventos sem que, no entanto, haja qualquer
alteração em seu posto.
Outrossim, ainda sobre o tema, uma outra questão parece-me pendente de esclarecimentos. Segundo apontou
a ICE no item 7 de sua última informação, foi detectada divergência entre o quadro discriminativo de fls. 17 e
o calculado pelo sistema de Controle de Pessoal, deste Tribunal, razão pela qual consta, na informação final da
ICE, que o interessado perfaz menos de 30 anos de serviço, o que inviabilizaria o deferimento das benesses do
mencionado art. 49, inciso II, da Lei nº 10.072/76.
Desse modo, tenho em vista que pairam controvérsias sobre o atendimento dos requisitos do referido art. 49,
inciso II, da Lei nº 10.072/76, reputo imperioso que a origem preste esclarecimentos sobre a questão ou faça a
necessária correção no ato de reforma do interessado.
Diante do exposto, recomendo o retorno do feito à origem para os necessários esclarecimentos e correções.
É o parecer, salvo melhor juízo. Fortaleza, 14 de dezembro de 2010. Rholden Botelho de Queiroz - Procurador
do Ministério Público de Contas.

2 A QUESTÃO VENCIMENTAL SEGUNDO A PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Parecer: 1321/2014
Processo: Origem: PMCE Interessado (a). Procurador do Estado: Rafael Machado Moraes
EMENTA CONSULTA. MILITARES INATIVOS ANTES DA LEI ESTADUAL Nº 13.035/2000. ART 49,
II, DO ANTIGO ESTATUTO DOS MILITARES. DIREITO A REMUNERAÇÃO DO GRAU SUPERIOR
AO MILITAR QUE, AO SER TRANSFERIDO PARA A RESERVA, CONTASSE COM TRINTA ANOS DE
SERVIÇO OU MAIS. REGRA DE NATUREZA REMUNERATÓRIA E NÃO FUNCIONAL. LEI DE 2000.
MUDANÇA DE REGIME JURÍDICO, A SER APLICADA , SEM RESTRIÇÕES, AO MILITR QUE FEZ
A OPÇÃO. PRECENDENTES. PROVENTOS A SEREM CALCULADOS, INTEGRALMENTE, OBSER-
VADO O NOVO REGIME JURÍDICO REMUNERATÓRIO. RESTITUIÇÃO PELO MILITAR. BOA-FÉ:
IMPOSSIBILIDADE. REDUÇÃO REMUNERATÓRIA. PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA E SEGU-
RANÇA JURÍDICA. TEMPO DE PERMANÊNCIA NA SITUAÇÃO REMUNERATÓRIA IRREGULAR,
FUNDADA EM NORMA ADMINISTRATIVA. CRIAÇÃO DE VANTAGEM INDIVIDUAL PARA CO-
BRIR EVENTUAL DECESSO. MEDIDA DE JUSTIÇA.
I- RELATÓRIO
O Comandante Geral da PMCE, nos autos, provoca esta PGE para responder a consulta sobre questão verifi-
cada a respeito da forma como procedeu a corporação ao cálculo dos proventos do seu pessoal que, à época da
Lei Estadual nº 13.035/2000, que veio alterando, significativamente, a estrutura remuneratória dos militares,
estavam na reserva remunerada à espera da reforma.
Na consulta, que tem origem em solicitação feita pela Diretoria de Pessoal da PMCE, este setor informa que,
quando da implantação no novo padrão remuneratório trazido pela Lei de 2000, os militares que estavam na
reserva a esta época, ou seja, antes dessa Lei, tivessem seus proventos calculados com base no soldo ou gradua-
ção do superior, em conformidade com Decreto Estadual nº 25.841/2000, que previa esta fórmula cálculo, em
relação ao pessoal da PMCE que já estava como inativos antes da mudança remuneratória, aos quais pela legis-
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
136
lação militar, era garantida a passagem para a reserva, caso possuíssem mais de trinta anos de serviço militar,
como o direito à percepção de remuneração equivalente à do grau hierárquico superior. Esses inativos, segundo
a origem, que recebiam proventos com base na referida regra, ou seja, com parâmetro na remuneração do su-
perior, por passarem, por força da Lei nº 13.035/2000, à nova estrutura remuneratória trazida por ela, tiverem
assegurado o direito de ficarem recebendo as gratificações então criadas pela dita Lei como se estivessem no
posto ou graduação conforme vinha recebendo seus proventos. A preocupação trazida nesta consulta se deve ao
alerta que se fez ao entendimento da PGE sobre tal procedimento adotado pela PMCE, quanto à situação dos
inativos mostrada acima, já que esta Casa acreditaria ter sido ele ilegal partindo da ideia de que o que se tinha
sido garantido para esses inativos, com reserva anterior à Lei de 2000, era apenas o direito de soldo referente
ao posto ou graduação do superior, o que não os halitaria a ficar, após a referida Lei, recebendo gratificações
que não fossem especificamente referentes ao posto ou graduação em que foram colocados na reserva. Tal seria
o entendimento que esta Procuradoria estaria defendendo a ser aplicado à reforma desse pessoal.
Esclarece a origem por sua sua, que, se adota esse entendimento, 1.765 (um mil setecentos e sessenta e cinco)
militares seriam prejudicados com isso, tendo os proventos de forma reduzido, o que configuraria, no ponto
de vista da Diretoria de Pessoal da PMCE uma afronta à irredutibilidade de vencimentos, princípio de estatura
constitucional. Para instruir a consulta, foi disponibilizado o Proc. nº 09325049-5, de interesse do 1º sargento
PM Francisco Moreira de Menezes, que estaria a espera da reforma, e que, se aplicado o entendimento da PGE,
sofreria, quando dessa passagem decréscimo remuneratório.
II - PARECER
A dúvida colocada nesta consulta, parte de questionamento feito pela PMCE a esta Procuradoria sobre qual
procedimento a ser adotado em relação à reforma dos militares que, antes do advento da Lei Estadual nº
13.035/2000, já estavam na reserva recebendo proventos em conformidade com a regra do art. 49, II, do antigo
Estatuto dos Militares do Estado (Lei nº 10.072/1976), que, como observada, garantia ao militar que fossem
para a inatividade o direito de receber a remuneração do grau superior ao seu caso contassem com mais de
trinta anos de serviço.
Art. 49 - São direitos dos policiais-militares:
I - garantia da patente, em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a ela inerentes
quando Oficial;
II - a percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico superior ou melhoria da mesma quando,
ao ser transferido para a inatividade, contar com as mais de 30 (trinta) anos de serviço; e
III - nas condições ou as limitações impostas na legislação e regulamentação específicas:
Segundo informação pela PMCE, na peça da consulta, existiria em relação ao pessoal militar hoje na reserva
e que foram beneficiados pela direito a que faz alusão o inciso II, do artigo transcrito acima, uma divergência
entre procedimento adotado pela corporação à época da implantação remuneratória da Lei nº 13.035/2000 que
trouxe mudanças significativas nesse cenário, e esta procuradoria. É que para PMCE, esses inativos, ou seja,
aqueles militares que estavam na reserva antes da Lei acima com direito à remuneração do grau hierárquico
superior, teriam o direito de ficar recebendo, ou melhor dizendo, continuar recebendo seus proventos em con-
formidade com aquela realidade remuneratória do posto ou graduação superior em que foram calculados seus
proventos quando a reserva. Assim, esses militares, embora não estivessem no posto ou graduação com base no
qual recebiam seus proventos, deveriam receber, a partir da Lei de 2000, as gratificações criadas por essa Lei,
em substituição a inúmeras outras gratificações antes previstas na legislação militar, e que destinadas àqueles
militares do posto ou graduação em que calculados seus proventos. Segundo a PMCE, essa postura foi seguida
com respaldo no Decreto Estadual nº 25.941/2000, que teria previsto para os militares de que se está tratando,
ou seja, os inativos antes da Lei nº 13.035/2000, o direito a receberem não apenas o soldo do grau hierárquico
superior, mais também as gratificações referentes a essa graduação, procedimento foi seguido e vem sendo
adotado até os dias de hoje, de acordo com o informado nos autos, e que, se alterado poderia levar a uma re-
dução nos proventos de vários militares, o que no modo de ver da origem, não seria correto. Abaixo, segue a
transcrição do Decreto mencionado pela PMCE como suporte para o seu ponto de vista, “verbis”.
Art. 4º – Desde que não exerça a opção de que trata o art. 2º deste decreto, o militar estadual inativo na data de
publicação da Lei nº 13.035, de 30 de junho 2000, assim como aquele com processo de inativação em anda-
mento e que reúna as condições para ingresso na inatividade antes daquela data, terá seus proventos no novo
padrão remuneratório calculados com base no mesmo posto ou graduação em que estão sendo calculados seus
proventos.
Parágrafo único - Desde que não exerça a opção de que trata o artigo anterior, o militar estadual inativo no
posto de Coronel na data de publicação da Lei nº 13.035, de 30 de junho de 2000, assim como aquele processo
de inativação em andamento e que reúna as condições para ingresso na inatividade do posto de Coronel antes
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daquela data terá seus proventos no novo padrão remuneratório calculado com aumento de 1/3 (um terço) so-
bre o soldo e gratificações instituídas no art. 6º da mencionada Lei, excluídas da incidência daquela fração as
vantagens pessoais não incidentes sobre o soldo.
Na consulta, há informação de que esta Procuradoria não estaria de acordo com a forma como a origem vem
calculando os proventos de militares que estavam na reserva antes da Lei nº 13.035/2000, e que tinham ido
para a inatividade com o direito a que se refere o art. 49, inciso II, do antigo Estatuto dos Militares, ou seja,
o direito de receberem seus proventos com base no grau hierárquico superior, isso por já contarem com mais
de trinta anos de serviço quando transferidos para a reserva. Para esta Casa, como informado pela PMCE, o
cálculo nos proventos desse pessoal, a partir da Lei de 2000, deveria levar em consideração apenas o soldo
referente à graduação ou ao posto em que inicialmente calculados os referidos proventos, quando da reserva
só que as demais gratificações trazidas pela Lei acima, e aqui reside a divergência de orientação, seriam pagas,
para os militares que estão nessa situação, tomando por base o posto ou a graduação em que efetivamente se
encontram. Isso, para a origem, importaria em um prejuízo financeiro para esse pessoa.
O objeto desta consulta reside justamente em resolver o impasse apresentado no parágrafo acima. Antes, con-
tudo, de qualquer conclusão a respeito da matéria, julga-se de todo relevante fazer alguns esclarecimentos que
serão valiosos mais a frente, sob o direito assegurado pelo antigo Estatuto dos Militares, no art. 49, II, e que
se acredita seja o ponto de origem da presente discussão. Esse artigo, como se observa de sua transcrição já
feita aqui, garantia para os militares que contassem com trinta ou mais anos de serviço o direito de, ao serem
transferidos para a inatividade, ficarem sendo remunerados com base no grau hierárquico superior em que se
encontravam. A Lei, no dispositivo em referência, importante se atenta que, ao promover esse vínculo, fala
em remuneração, dando a entender , imaginar-se, que o direito em questão seria, de fato o de receber o militar
albergado pela regra do art. 49, II, remuneração como se estivessem no grau superior. Não se vê por esse dis-
positivo, como deduzir que o direito do militar na situação colocada no dispositivo, se limitaria ao recebimento
do soldo referente ao posto ou graduação do grau hierárquico superior, já que, acredita-se, se essa tenha sido
intenção não haveria razão para que a Lei houvesse feito alusão a remuneração, levando a crer que o militar
beneficiado pela regra seria remunerado como se, de fato, ocupasse uma graduação ou posto superior, embora,
juridicamente, estivesse em grau hierárquico inferior.
Importante ressaltar, por se estar tratando aqui de uma vantagem tipicamente remuneratória, equívoco parece
imaginar a regra do art. 49, inciso II, do antigo Estatuto Militar, como uma norma que houvesse assegurado
a promoção para o militar que estivesse de acordo com a regra, não era o de ser promovido, ao revés do que
se poderia imaginar, quando fossem para a inatividade, posto ou graduação superior aquele em que estavam.
A questão seria simplesmente remuneratória. Continuaria, na inatividade, o militar no seu mesmo posto ou
graduação da ativa, com essa informação colocado no respectivo ato, porém a diferença estariam única e ex-
clusivamente em sua remuneração.
Até o advento da Lei nº 13.035/2000 a discussão de que se está tratando no momento não trazia muita reper-
cussão, e isso explicasse porque como quase todas ou mesmo todas as gratificações recebidas pelos militares
estaduais antes da mencionada Lei eram calculadas em percentual incidindo sobre o soldo, o direito garantido
aquele militar albergado pela regra do inciso II, art. 49 do antigo Estatuto, pouca diferença em termos práticos,
haveria se estivesse relacionado somente ao soldo ou à remuneração total, já que se mesmo apenas sobre o
soldo, a remuneração do militar acabaria sendo influenciada na mesma proporção, já que as gratificações de
antes eram, como se já se disse, em percentuais a incidir sobre o soldo. Assim sendo, se garantido ao militar
que ficasse recebendo, na inatividade, pelo soldo do grau hierárquico superior, era como na prática, estivesse
recebendo proventos como base nessa graduação, já que o aumento de um, no caso, do soldo, repercutiria, em
igual proporção sobre a remuneração. De somenos importância, portanto, era a discussão sobre a real extensão
do beneficiário em questão, se à remuneração ou só o soldo.
A realidade, de fato, modificou e muito com a Lei nº 13.035/2000. É que essa Lei, ao extinguir muitas das gra-
tificações antes previstas na legislação militar, criou, no lugar, apenas três, sendo que essas novas gratificações,
diferentes dos anteriores já não eram mais percentuais, mais em valor fixo, cada um referente a uma graduação
ou a um posto da carreira militar. O anexo II, da referida Lei, já traz os valores fixos das gratificações atrelando
cada qual ao grau hierárquico do militar. Sendo fixa a vantagem, aqui já haveria uma diferença em relação ao
sistema antigo, diferença que tem gerado as dúvidas apresentadas nesta consulta. Abaixo, segue a transcrição
de alguns artigos:
Lei nº 13.035/2000, importantes para o presente estudo, “verbis”:
Art. 5º, Ficam extintos:
a) a Gratificação de Risco de Vida e Saúde, prevista no inciso II do Art. 12, no Art. 20, e seu parágrafo único,
e no Art. 75, inciso VI, todos da Lei nº 11.167, de 7 de janeiro de 1986, com o acréscimo da Lei nº 11.941, de
25 de maio de 1992;
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b) a Gratificação de Atividade Funcional, prevista no Art. 2º da Lei nº 11.623, de 30 de outubro de 1989, e no
Art. 10 da Lei nº 11.665, de 22 de fevereiro de 1990;
c) a Indenização de Representação, prevista no inciso VI, § 1º, do Art.. 21, no Art. 38 e seu anexo único, nos
Art. 39, 40 e 75, inciso III, todos da Lei nº 11.167, de 7 de janeiro de 1986, no Art. 13 da Lei n° 11.346, de
3 de setembro de 1987, no Art. 16 da Lei nº 11.535, de 10 de abril de 1989, Art. 16 da Lei nº 11.601, de 6 de
setembro de 1989 e Art. 11 da Lei nº 11.792, de 25 de fevereiro de 1991;
d) a Indenização de Moradia, prevista no inciso IV, §1º do Art. 36, e seu parágrafo único, e no Art. 75, inciso
IV, da Lei nº 11.167, de 7 de janeiro de 1986, com acréscimo da Lei nº 11.195, de 11 de junho de 1986;
e) a Indenização de Habilitação Policial Militar, prevista no inciso VIII, §1º do Art. 21, no Art. 41 e seus pará-
grafos, e no Art. 75, incisos II, todos da Lei nº 11.167, de 7 de janeiro de 1986;
f) a Indenização de Função Policial Militar, prevista no inciso VIII, §1º do Art. 21 e nos Art. 42, 43 e 75, inciso
V, todos da Lei nº 11.167, de 7 de janeiro de 1986, com um acréscimo da Lei nº 11.941, de 25 de maio de 1992;
g) a Indenização de Operacionalidade, prevista no inciso V, § 1º do Art. 21 e no Art. 37 e seus parágrafos da
Lei nº 11.167, de 7 de janeiro de 1986, no Art. 13 da Lei nº 12.001, de 27 de agosto de 1992, no Art. 2º da Lei
nº 12.436-A, de 11 de maio de 1995, e na Lei nº 12.720, de 12 de setembro de 1997;
h) o Abono Policial, previsto no Art. 12 da Lei nº 11.849, de 30 de agosto de 1991, no Art. 10 da Lei nº 11.917,
de 27 de fevereiro de 1992, no Art. 11 da Lei nº 12.078, de 5 de março de 1993, e no Art. 41 da Lei nº 12.387,
de 9 de dezembro de 1994;
i) a Indenização Adicional de Inatividade, prevista no Art. 78 da Lei nº 11.167, de 7 de janeiro de 1986.
Art. 6º – Em substituição às espécies remuneratórias extintas no artigo anterior, ficam instituídas:
I – a Gratificação Militar – GM, nas referências e valores constantes no Anexo II desta Lei, que será concedida
aos policiais militares e aos bombeiros militares, em razão de sua formação militar;
II – a Gratificação de Qualificação Policial – GQP, nas referências e valores constantes do II desta Lei, que
será concedida aos policiais militares, em razão de sua qualificação para o desempenho da atividade de polícia
ostensiva da preservação da ordem pública.
III – a Gratificação de Qualificação Bombeirística – GQB, nas referências e valores constantes do Anexo II
desta Lei, que será concedida aos bombeiros militares, em razão de sua qualificação para o desempenho da
atividade de prevenção e combate a incêndio, proteção, busca e salvamento de pessoas e bens, e de socorro
médico de emergência pré hospitalar.
§ 1º – Os militares estaduais inativos terão seus proventos alterados com base no disposto neste artigo e no
artigo anterior, salvo se optarem por continuar percebendo em seus proventos as espécies remuneratórias ex-
tintas na forma do artigo anterior que lhes sejam afetadas, observado sempre o disposto no parágrafo seguinte.
§ 2º – A percepção de vencimentos e proventos no novo padrão remuneratório de que trata este artigo é in-
compatível com a percepção de vencimentos e proventos com as espécies remuneratórias extintas na forma do
artigo anterior.
§ 3º As gratificações instituídas neste artigo incorporam-se aos proventos dos militares estaduais ao ingressa-
rem na inatividade, e serão reajustadas na mesma época e no mesmo percentual do soldo.
POSTO/GRADUAÇÃO GM (R$) GQP(R$) GQB (R$)
Coronel .................................................................. 1.462,00........................... 1.976,00.......................... 1.976,00
Tenente-Coronel..................................................... 1.171,00........................... 1.583,00.......................... 1.583,00
Major......................................................................... 919,00........................... 1.243,00.......................... 1.243,00
Capitão...................................................................... 795,00........................... 1.075,00.......................... 1.075,00
Primeiro Tenente....................................................... 544,00.............................. 735,00............................. 735,00
Segundo Tenente....................................................... 484,00.............................. 653,00............................. 653,00
Aspirante-a-Oficial.................................................... 424,47.............................. 578,57............................. 578,57
Subtenente................................................................. 408,00.............................. 553,00............................. 553,00
Primeiro Sargento..................................................... 362,00.............................. 488,00............................. 488,00
Segundo Sargento..................................................... 324,00.............................. 438,00............................. 438,00

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Terceiro Sargento...................................................... 280,00.............................. 379,00............................. 379,00
Cabo.......................................................................... 277,00.............................. 374,00............................. 374,00
Soldado..................................................................... 266,00.............................. 361,00............................. 361,00
POSTO/GRADUAÇÃO GM (R$) GQP(R$) GQB (R$)
Aluno 3º Ano CFO......................................................408,00............................ 553,00............................. 553,00
Aluno 2º Ano CFO......................................................361,00............................ 488,00............................. 488,00
Aluno 1º Ano CFO......................................................361,00............................ 488,00............................. 488,00
Aluno do CFSdF......................................................... 119,70............................ 162,45............................. 162,45

A origem, imaginando, equivocadamente de logo adianta-se, que por estarem os militares inativos Antes da
Lei nº 13.035/2000 e sendo remunerados com o esteio no art. 49, II, do antigo Estatuto Militar recebendo pro-
ventos com base no grau superior em que inativados, deveriam, após o novo regime remuneratório, receber
as gratificações criadas pela referida Lei como se estivessem, efetivamente nesse grau superior, ou seja, se
tinham, embora fossem de certa graduação ou posto, os proventos calculados pela remuneração de graduação
ou posto superior àquele em que estavam imaginou-se que teriam o direito de receber as gratificações da nova
Lei referente à graduação com base na qual calculados seus proventos.
Acontece que, pelo que se observa do Anexo II, da Lei de 2000, as vantagens criadas por essa Lei, além de
figurarem em valor fixo, estariam vinculadas ao posto ou à graduação em que se encontrava militar. Cada grau
hierárquico corresponderia a um valor de gratificação preestabelecido, valor este que aumentaria a medida em
que se fosse subindo de posto ou graduação . É de se observar que, ao proceder assim a intenção ao que pare-
ce, for vincular as gratificações então recém criadas à graduação ou posto efetivamente ocupado pelo militar,
e nem poderia ser diferente. É que, mesmo quanto àqueles militares beneficiados pela regra do art. 49, II, do
antigo Estatuto, como já dito anteriormente, não haveria de se falar em promoção na carreira, já que o que se
garantiu para esses militares, albergados pela previsão legal acima, foi só o direito de receberem proventos
com base em graduação ou posto superior ao que ocupavam quando da inatividade, não, é importante se atentar
para isso, o direito à passagem para a graduação ou posto superior correspondente. Nesta situação, para todo
efeito o militar se era 1º Sargento, continuaria como 1º Sargento quando da transferência para a reserva, com a
diferença apenas de que receberia seus proventos com base em uma graduação superior à sua.
Se é assim, ou seja, se esses militares, a quem assiste o direito a proventos calculados pela regra do art. 49,II,
mencionada acima, continuam, para todos os efeitos legais, na mesma graduação em que estavam quando
transferidos para a reserva caso fossem por eles feita a opção a que se refere o § 1º, do art. 6º, da Lei nº
13.035/2000, no sentido de ver sua estrutura remuneratória alterada, as gratificações criadas por esta Lei deve-
riam lhe ser destinadas em obediência à graduação ou posto em que estavam, juridicamente, antes da reserva,
e na qual continuaram, mesmo após a reserva, já que o benefício, como por vezes dito anteriormente, previsto
no antigo Estatuto Militar, era voltado apenas à esfera remuneratória e não funcional, quando, nesta situação,
poderia se falar em alteração de posto ou graduação. Por isso, se a Lei de 2000 estabelece os valores para cada
graduação ou posto, nada mais razoável e esperado do que, ao se proceder ao cálculo das gratificações desse
pessoal, levar em consideração o posto ou a graduação em que eles, efetivamente, estão.
No exemplo dos autos, o caso é de 1º Sargento, que, na reserva desde 1984, que teve seu soldo calculado com
base no soldo de Subtenente, por força do art. 49, II. Da antiga Lei dos Militares. Como se acredita tenha o
mesmo feito a opção pela Lei nº 13.035/2000, conforme permitido por seu art. 6º, §1º, já citado aqui, os seus
proventos, a partir de então, deveriam ter sido calculados, para efeito do cálculo das gratificações criadas pela
referida Lei, com base a graduação na qual foi transferido para a reserva. Sendo esta a de 1º Tenente, não
tendo sido isso, pelo que informado pela PMCE, o que não teria acontecido no caso, nem em todos os outros
envolvendo situações parecidas. De acordo com o informado pela origem, ao se proceder à implantação desses
militares na Lei em referência, foi observada a graduação ou posto com base no qual calculados os proventos
deles, que corresponderia ao grau hierárquico superior em que estavam.
Não obstante o prejuízo, como alertado pela origem, que deverá sobrevir para os militares que estão nessa
situação, não há simplesmente como, por essa razão, se fechar os olhos para esse problema, como se não exis-
tisse. Para isso, importante se atentar para o que disposto no §1º, art.6º, da Lei nº 13.035/2000, que, ao prever
o direito de opção de enquadramento no novo regime remuneratório para os militares já inativos antes da Lei,
dispôs que eles “terão seus proventos alterados com base no disposto neste artigo [art.6º] e no artigo anterior
[art. 5º], salvo se optarem por continuar percebendo em seus proventos as espécies remuneratórias extintas na
forma do anterior, que lhes sejam afetadas, observado sempre o disposto no parágrafo seguinte”.

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Diante dessa permissão legal, abertas estavam para os militares inativos duas opções. A opção por ficar no re-
gime antigo, incluído neste benefício remuneratório do art. 49, II, do antigo Estatuto Militar, ou a opção por ir
com tudo para o novo regime. Se esta última foi a opção, a mudança de regime se consuma, não havendo mais
de falar em relação aos militares de que se está cogitando, em direito ao recebimento de soldo ou remuneração
do superior, devendo se sujeitarem à nova disciplina remuneratória da Lei nº 13.035/2000, em conformidade
com o previsto no dispositivo a que se referiu no parágrafo anterior.
À vista disso, por se estar tratando aqui de regime jurídico – sendo um pouco mais preciso – de mudança de
regime jurídico, se aquele militar beneficiado pela regra do art. 49, II do antigo Estatuto, fez a opção pelo novo
regime remuneratório da Lei de 2000, este seria o regime que seus proventos deveriam seguir, tanto para o
cálculo de seu vencimento quanto para o cálculo das gratificações a lhes serem por força da referida Lei. O
único direito que assistiria ao militar, nesta condição era o de não optar pela mudança, além também do direito
de não ver reduzidos seus proventos caso feita essa opção. Não há portanto, de se cogitar em direito adquirido
à manutenção da regra do art. 49, II, para estes militares por se ter aqui não uma regra de promoção, mais uma
regra remuneratória, da mesma natureza daquelas regras trazidas pela Lei nº 13.035/2000.
A jurisprudência é uníssona no sentido da inexistência de direito adquirido pelo servidor a regime jurídi-
co, frente a alterações em sistemas remuneratórios, “verbis”: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL.
AGRAVO REGIMENTAL PROCURADORES FEDERAIS, SUBSÍDIOS, ADICIONAL DE TEMPO DE
SERVIÇO, SUPRESSÃO ATO DA ADMINISTRAÇÃO, ALTERAÇÃO DO REGIME JURÍDICO, INEXIS-
TÊNCIA, IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS, OBSERVÂNCIA, ALTERAÇÃO, IMPOSSIBILI-
DADE, ÓBICE NA SÚMULA 7/STJ.
1- O agravante não trouxe nenhum argumento novo capaz de infirmar a decisão agravada, pelo que ela merece
ser mantida por seus próprios fundamentos.
2- A jurisprudência desta Corte adota entendimento segundo o qual o servidor público não tem direito adquiri-
do a regime jurídico, sendo-lhes assegurado, penas, pelo texto constitucional, a irredutibilidade de vencimen-
tos. Portanto, inexiste impedimento que a Administração promova alterações na composição dos vencimentos
dos servidores públicos, retirando ou alterando a fórmula de cálculo e vantagens, gratificações, adicionais,
desde que não haja redução do montante até então percebido.
3- Diante da demonstração da manutenção do valor salarial do servidor com a alteração da sistemática de sua
remuneração, não há que se falar em violação ao princípio da irredutibilidade salarial.
Ressalte-se, ademais, que revisar tal premissa mostra-se inviável em sede extraordinária, por encontrar óbice
na Súmula 7/STJ.
4- Agravo regimental não provido.
(AgRg no Ag 1395524/RS, Re. Ministro MAURO CAMPELO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TUR-
MA, julgado em 16/06/2011, DJe 24/06/2011)
Isto posto, pelas colocações feitas neste opinativo, não se verifica base legal alguma a sustentar o disposto no
Decreto Estadual nº 25.941/2000, que deu respaldo a postura equivocada adotada pela PMCE quando da im-
plantação da Lei nº 13.035/2000 em relação aos seus militares já inativos antes dessa Lei. Por isso, forçoso pro-
ceder a correção da remuneração desse pessoal, com atenção voltada exclusivamente para Lei referida acima,
levando em consideração a graduação ou o posto em que inativado o militar efetivamente, sem preocupação
quanto ao grau hierárquico em que calculados seus proventos. Se constada redução, não parece devido cobrá-la
retroativamente do militar, antes a sua boa-fé, amparada em norma administrativa, embora ilegal.
Para o cálculo do valor atual dos proventos que deverá receber o militar com a correção remuneratória sugerida
acima, certamente, como já adiantado, haverá uma redução de quantia. Em regra, por se estar tratando de erro
de administração, essa redução não haveria problema para que acontecesse, sem se cogitar em malferimento
ao princípio constitucional da irredutibilidade. Contudo, a situação com a qual se depara nos autos traz uma
série de peculiaridades que conduzem este Procurado a imaginar deva o caso receber um tratamento especial.
Está se falando aqui de militares da PM que estão, há mais de dez anos, recebendo proventos em determinado
valor, com base em norma administrativa regularmente editada, muito embora a forma de cálculo usada para
se chegar a esse valor como visto neste parecer, não pareça tenha sido a correta. Seria verdadeiramente injusto
com o militar que está na referida situação e também com sua família que depende dele para o sustento, além
do que contrário para o princípio da boa-fé objetiva, atualmente simplesmente deixar de lado todo cenário
mencionado acima e corrigir os proventos desses militares, reduzindo-os a patamar inferior ao que estão rece-
bendo hoje, embora em situações normais, essa redução fosse a regra.
Por isso, com suporte em princípios e valores constitucionais, fica a sugestão final, nesta consulta, para que a
correção sugerida nos parágrafos anteriores – de modo a adequar, aos termos da Lei Estadual nº 13.035/2000,

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a situação remuneratória dos militares ora tratados nos autos, seja acrescido a seus proventos vantagem indi-
vidual justamente para cobrir a redução remuneratória que certamente virá acontecer, a fim de não passem por
nenhum decesso.
À consideração superior. Fortaleza 06 de julho de 2011.
Rafael Machado Moraes - Procurador do Estado.
DESPACHO
Processo nº 09325049-5
Origem: SSPDS – Policiais Militares
Interessado(a): [omissis]
De imediato, cumpre ressaltar que a matéria debatida no opinativo em análise tem repercussão em vários
outros processos de reforma, razão pela qual redobrado cuidado se impõe no seu exame, até porque, dele se
extraem consequências que alteram posições já consolidadas desta Casa.
No mérito, o Parecer é irreprochável. Conforme seus próprios fundamentos evidenciam, o Decreto nº 25.941/00
extrapolou os limites da Lei nº 13.035/00, estando, pois, acometido de ilegalidade, uma vez que transmudou
uma regra simplesmente remuneratória em verdadeira promoção oblíqua.
Afigura-se igualmente indesviável a conclusão de que a correção daquela irregularidade não se encontra alber-
gada pelo princípio da irredutibilidade remuneratória. Isso, aliás conforme reiterada jurisprudência do Supre-
mo Tribunal Federal.
A parte final do opinativo, no entanto, sugere a criação de uma vantagem pessoal para acobertar as perdas de-
correntes da correção da ilegalidade acima posta. E assim o faz invocando o princípio da boa-fé objetiva, vez
que o militar teria confiado na estabilidade de sua situação em decorrência do já citado Decreto nº 25.941/00,
circunstância agravada pelo decurso de mais de dez anos de mantença desse estado fático.
Esta procuradoria, em oportunidades anteriores, aquiesceu com a criação desse tipo de vantagem, mas sempre
para dar cumprimento a uma norma jurídica específica e que diretamente demandava a necessidade de preser-
vação da estabilidade financeira, como a irredutibilidade remuneratória. Aqui se cuida de invocar um princípio
(a boa-fé objetiva) que não prevê especificamente, a estabilidade financeira como corolário. Trata-se de uma
consequência, na melhor das hipóteses, indireta da incidência daquela disposição.
Sem desprezar a relevante e arguta linha argumentativa do opinativo, o signatário entende que a criação de
vantagens remuneratórias em decorrência de interpretação normativa deve-se restringir às hipóteses indis-
pensáveis de aplicação, insista-se, direta e inequivocada do dispositivo jurídico invocado. Se assim não for,
abre-se o risco para um atentado à ordem jurídica, com a proliferação de apêndices remuneratórios cuja criação
não derivou precisamente de uma norma legal em tal sentido. Isso, inclusive, pode resultar numa invasão das
atribuições dos órgãos legislativos.
Sugere-se, portanto, em adendo a tudo quanto muito bem lançado no Parecer que:
a) a criação da vantagem em debater envolve uma decisão política: a criação de norma jurídica específica para
tal fim, atendimento a tudo quanto exposto no opinativo, sem a qual, de fato, operar-se á o decesso ali anun-
ciado. Não havendo solução legal, tem-se por inviável a concessão da vantagem no contexto fático em debate;
b) dada a repercussão da matéria, uma consulta em tese pode ser formulada ao Tribunal de Contas do Estado,
até mesmo para evitar eventual dissenso que resulta em demora na conclusão dos procedimentos de reforma
submetidos àquele colegiado, visto que se cogita, como já afirmado, de uma hermenêutica nova.
À consideração do Exmo Sr. Procurador – Geral do Estado.
Fortaleza, 12 de julho de 2011 - Rommel Barroso da Frota - Procurador – Chefe da Consultoria Geral
*** *** ***

INCAPACIDADE DEFINITIVA: SITUAÇÕES DE INCIDÊNCIA E O ATESTADO DE ORIGEM

Art. 190. A incapacidade definitiva pode sobrevir em conseqüência de:


I - ferimento recebido na preservação da ordem pública ou no legítimo exercício da atuação mi-
litar estadual, mesmo não estando em serviço, visando à proteção do patrimônio ou à segurança
pessoal ou de terceiros em situação de risco, infortúnio ou de calamidade, bem como em razão
de enfermidade contraída nessa situação ou que nela tenha sua causa eficiente;
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II - acidente em objeto de serviço;
III - doença, moléstia ou enfermidade adquirida, com relação de causa e efeito inerente às con-
dições de serviço;
IV - tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia irreversível
e incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson, mal de Alzeheimer, pênfigo, espondiloar-
trose anquilosante, nefropatia grave, síndrome da imunodeficiência adquirida deficiência e ou-
tras moléstias que a lei indicar com base nas conclusões da medicina especializada;
V - acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem relação de causa e efeito com o serviço;

ATESTADO DE ORIGEM E INQUÉRITO SANITÁRIO DE ORIGEM

§1º Os casos de que tratam os incisos I, II e III deste artigo serão provocados por atestado de
origem ou inquérito sanitário de origem, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, pron-
tuários de tratamento nas enfermarias e hospitais, laudo médico, perícia médica e os registros
de baixa, utilizados como meios subsidiários para esclarecer a situação.

TUBERCULOSE

§2º Nos casos de tuberculose, as Juntas de Saúde deverão basear seus julgamentos, obrigato-
riamente, em observações clínicas, acompanhados de repetidos exames subsidiários, de modo
a comprovar, com segurança, o estado ativo da doença, após acompanhar sua evolução por até
3 (três) períodos de 6 (seis) meses de tratamento clínico-cirúrgico metódico, atualizado e, sem-
pre que necessário, nosocomial, salvo quando se tratar de forma “grandemente avançadas”, no
conceito clínico e sem qualquer possibilidade de regressão completa, as quais terão parecer
imediato de incapacidade definitiva.
§3º O parecer definitivo adotado, nos casos de tuberculose, para os portadores de lesões apa-
rentemente inativas, ficará condicionado a um período de consolidação extranosocomial, nunca
inferior a 6 (seis) meses, contados a partir da época da cura.

ALIENAÇÃO MENTAL - DEFINIÇÃO

§4º Considera-se alienação mental todo caso de distúrbio mental ou neuro-mental grave persis-
tente, no qual, esgotados os meios habituais de tratamento, permaneça alteração completa ou
considerável na personalidade, destruindo a auto determinação do pragmatismo e tornando o
indivíduo total e permanentemente impossibilitado para o serviço ativo militar.

ALIENAÇÃO MENTAL- EXCEÇÃO AO CONCEITO

§5º Ficam excluídas do conceito da alienação mental as epilepsias psíquicas e neurológicas, as-
sim julgadas pela Junta de Saúde.

PARALISIA

§6º Considera-se paralisia todo caso de neuropatia a mobilidade, sensibilidade, troficidade e


mais funções nervosas, no qual, esgotados os meios habituais de tratamento, permanecem dis-
túrbios graves, extensos e definitivos, que tornem o indivíduo total e permanentemente impossi-
bilitado para o serviço ativo militar.

PARALISIA - CASOS DE EQUIPARAÇÃO

§7º São também equiparados às paralisias os casos de afecção ósteo-músculo-articulares graves


e crônicos (reumatismo graves e crônicos ou progressivos e doença similares), nos quais es-
gotados os meios habituais de tratamento, permaneçam distúrbios extensos e definitivos, quer
ósteo-músculo-articulares residuais, quer secundários das funções nervosas, mobilidade, trofici-

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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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dade ou mais funções que tornem o indivíduo total e permanentemente impossibilitado para o
serviço ativo militar.

CEGUEIRA – CASOS DE EQUIPARAÇÃO

§8º São equiparados à cegueira, não só os casos de afecções crônicas, progressivas e incuráveis,
que conduzirão à cegueira total, como também os da visão rudimentar que apenas permitam
a percepção de vultos, não suscetíveis de correção por lentes, nem removíveis por tratamento
médico cirúrgico.

ATESTADO DE ORIGEM E DO INQUÉRITO SANITÁRIO DE ORIGEM - REGULAMENTAÇÃO

§9º O Atestado de Origem - AO, e o Inquérito Sanitário de Origem - ISO, de que trata este artigo,
serão regulados por ato do Comandante-Geral da Corporação.

ACIDENTE EM OBJETO DE SERVIÇO - DEFINIÇÃO

§10. Para fins de que dispõe o inciso II do caput deste artigo, considera-se acidente em objeto
de serviço aquele ocorrido no exercício de atividades profissionais inerentes ao serviço policial
militar ou bombeiro militar ou ocorrido no trajeto casa-trabalho-casa.

COMENTÁRIO AO ART. 190

1 O OBJETO DO ARTIGO

O artigo 190 tem dez longos parágrafos, tudo para tratar das diversas formas de incidência de Reforma por
doenças, inclusive, detalhando procedimentos em alguns casos.

2 O ATESTADO DE ORIGEM E O INQUÉRITO SANITÁRIO DE ORIGEM

Art. 190 ... §1º Os casos de que tratam os incisos I, II e III deste artigo serão provocados por atestado de origem
ou inquérito sanitário de origem, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, prontuários de tratamento nas
enfermarias e hospitais, laudo médico, perícia médica e os registros de baixa, utilizados como meios subsidiá-
rios para esclarecer a situação.
As enfermidades ou ferimentos decorrentes do serviço devem ser comprovadas por meio apuratório próprio,
no caso, um Documento Sanitário de Origem que pode ser o atestado de origem ou o inquérito sanitário de
origem. Na Polícia Militar do Ceará tem-se Portaria nº 182/2007-GC, publicada no BCG nº 177, 18.09.2007.
que trata desse assunto, como abaixo se transcreve:
Portaria nº 182/2007-GC - Ementa: Normas Complementares que regulam o Atestado de Origem (AO) e o
Inquérito Sanitário de Origem (ISO) no âmbito da Polícia Militar do Ceará, conforme preceitua o §9º, do art.
190, da Lei n.º 13.729, de 11 de janeiro de 2006 (Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará).
O Comandante-Geral da Polícia Militar do Ceará, no uso das suas atribuições legais, e tendo em vista o que
dispõe a Portaria n.º 108/2006-Gabinete do Comando, que dispõe sobre os prazos para conclusão e prorroga-
ção de procedimentos e processos no âmbito da PMCE e, CONSIDERANDO que é necessária à implementa-
ção de normas de condutas orientadoras para a confecção do Atestado de Origem e do Inquérito Sanitário de
Origem e, CONSIDERANDO que é indispensável regular tais procedimentos, conforme o §9º, do art. 190, da
Lei n.º 13. 729, de 11 de janeiro de 2006, RESOLVE editar as seguintes normas complementares cujo objetivo
é estabelecer procedimentos necessários à realização de tais documentos.
CAPÍTULO I
DA DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º As presentes normas se destinam a padronizar os procedimentos necessários à confecção do Atestado
de Origem (AO) e do Inquérito Sanitário de Origem (ISO), nos casos de ferimento, doença, moléstia ou enfer-
midade adquirida, acontecidas com o policial militar em objeto de serviço, ou no legítimo exercício da atuação
militar estadual.

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CAPÍTULO II
DO ATESTADO DE ORIGEM
Seção I
Da Finalidade
Art. 2º O Atestado de Origem (AO) é um documento administrativo-militar destinado a apurar se o ferimen-
to, a doença, a moléstia ou a enfermidade adquirida pelo policial militar ocorreu em objeto de serviço ou no
legítimo exercício da atuação militar estadual e se tais infortúnios, por sua natureza, podem dar origem à sua
incapacidade física, temporária ou definitiva.
Parágrafo único. Entende-se por acidente, por ferimento, doença, moléstia ou enfermidade adquirida em ob-
jeto de serviço, os infortúnios acontecidos com o militar estadual no exercício de suas atividades profissionais
inerentes ao serviço policial militar ou ocorrido no trajeto casa-trabalho-casa, ou mesmo quando de folga, agiu
em defesa da preservação da ordem pública, visando à proteção do patrimônio ou à segurança pessoal ou de
terceiro em situação de risco, infortúnio ou de calamidade, bem como em razão de enfermidade contraída no
exercício de qualquer função militar estadual ou que nela tenha sua causa eficiente.
Seção II
Da Constituição e da Lavratura do Atestado de Origem
Art. 3º O Atestado de Origem, elaborado em duas vias, se constitui, obrigatoriamente, do seguinte conteúdo:
prova testemunhal, parecer médico, inspeção de saúde de controle, exame de sanidade e outras provas julgadas
pertinentes.
Parágrafo único. São competentes para a realização do Atestado de Origem os oficiais do serviço ativo perten-
centes à OPM do acidentado, nomeados por determinação do Comandante, Chefe ou Diretor desta.
Art. 4º Ao receber uma parte ou outra comunicação Oficial da ocorrência de ferimento, acidente, doença,
moléstia ou enfermidade acontecida com seu subordinado, o Comandante, Chefe ou Diretor da OPM deverá
adotar as seguintes providências, quando couber:
I – havendo indícios de ocorrência de transgressão disciplinar ou crime militar perpetrados pelo militar, por
superior deste, ou subordinado, determinará a instauração de Sindicância ou Inquérito Policial Militar;
II – Determinará a lavratura do Atestado de Origem, publicando tal decisão em Boletim.
Parágrafo único. O Atestado de Origem deverá ser realizado em 30 (trinta) dias, improrrogáveis, a contar da
data do recebimento da Portaria de designação, não podendo exceder o prazo de 72 (setenta e duas) horas após
a publicação e circulação do Boletim, exceto nos casos de impedimentos devidamente comprovados.
Seção III
Da Prova Testemunhal
Art. 5º Caberá, inicialmente, ao Comandante, Chefe ou Diretor do acidentado, antes de mandar instaurar o
Atestado de Origem, ao tomar conhecimento dos fatos, arrolar as testemunhas e adotar as providências no
sentido de que as mesmas sejam ouvidas em termos circunstanciados.
§1º Iniciado o Atestado de Origem e não tendo sido feito juntada da Prova Testemunhal, caberá ao Encarregado
arrolar as testemunhas e ouvi-las em termo.
§2º A testemunha assinará seus termos sobre o fato e, quando não puder ou não souber assinar, será assinado a
rogo, por duas testemunhas idôneas, após lidas na presença destas.
Seção IV
Do Parecer Médico
Art. 6º O Parecer Médico será realizado, preferencialmente, por médico militar e nele deverão constar as des-
crições e características do ferimento, da doença, da moléstia ou da enfermidade, bem como se tais infortúnios
são capazes de causar a incapacidade temporária ou definitiva do paciente.
Parágrafo único. Se o policial militar ou servidor civil tiver sido socorrido por médico civil, estando internado
em Órgão Civil de Saúde (OCS), ou em tratamento domiciliar, deverá o Encarregado do Atestado de Origem
providenciar para que tal profissional emita o parecer médico.

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Seção V
Da Inspeção de Saúde de Controle
Art. 7º. A Inspeção de Saúde de Controle será realizada pela Junta Militar de Saúde Ordinária do hospital da
PMCE, devendo o Comandante, Chefe ou Diretor da OPM a qual se subordina o inspecionado, encaminhá-lo
aquele órgão, bem como os autos do Atestado de Origem já concluídos.
§1º No laudo da Inspeção de Saúde de Controle, a Junta Militar de Saúde registrará o(s) diagnóstico(s), do
ferimento, doença, moléstia ou enfermidade adquirida pelo inspecionado, assim como emitirá parecer circuns-
tanciado da relação de causa e efeito que possa existir entre a(s) lesão(ões) encontrada(s) e a(s) constante(s)
do Parecer Médico.
§2º A Inspeção de Saúde de Controle deverá atestar se o paciente está apto para realização de serviço operacio-
nal e/ou administrativo na Corporação e, caso necessário, determinar o prazo de retorno para nova inspeção,
no máximo, a cada período de 30 (trinta) dias.
§3º O procedimento previsto no parágrafo anterior será efetuado tantas vezes quantas se fizerem necessárias,
até o término do tratamento ou constatação de incapacidade definitiva, ocasião em que será realizado o Exame
de Sanidade.
§4º As perícias reguladas por este artigo serão anexadas ao Atestado de Origem.
§5º Caso o policial militar ou servidor civil se encontre baixado em Órgão Civil de Saúde (OCS), ou submetido
a tratamento domiciliar, estando impossibilitado de se locomover, a Junta Militar de Saúde realizará a Inspeção
de Saúde de Controle naqueles locais.
Seção VI
Do Exame de Sanidade
Art. 8º. O Exame de Sanidade será realizado pela Junta Militar de Saúde Ordinária e constará de uma descrição
dos procedimentos médico-hospitalares realizados no paciente, bem como da doença, moléstia ou enfermidade
deste, e de sua capacidade de retorno ao serviço operacional e/ou administrativo.
Parágrafo único. Constatada a incapacidade definitiva do paciente para retornar ao serviço operacional e/ou ad-
ministrativo da Corporação, a Junta Militar de Saúde Ordinária se manifestará, opinando pela sua transferência
para a inatividade, na condição de reformado, conforme prediz a lei estatutária.
Seção VII
Do Falecimento do Paciente
Art. 9º. Se o paciente falecer antes da realização da Inspeção de Saúde de Controle e do Exame de Sanidade,
estas perícias serão substituídas pelo Auto de Exame Cadavérico ou pelo Laudo de Necropsia.
Seção VIII
Do Destino do Atestado de Origem
Art. 10. O Atestado de Origem será confeccionado em duas vias, sendo a primeira arquivada na Diretoria de
Pessoal da Corporação, e a segunda remetida ao arquivo da OPM a que pertencer o paciente, transcrevendo-se
nos assentamentos funcionais deste um resumo dos fatos acontecidos.
§1º A solução do Atestado de Origem, procedida pelo Comandante, Chefe ou Diretor da OPM a que estiver
subordinado o paciente, será publicada em Boletim.
§2º No caso da OPM não dispor de Boletim, a solução será publicada no Boletim da Unidade a que a OPM
estiver imediatamente subordinada.
CAPÍTULO II
DO INQUÉRITO SANITÁRIO DE ORIGEM
Seção I
Da Finalidade
Art. 11. O Inquérito Sanitário de Origem (ISO) é a apuração médico-administrativa realizada para comprovar:
I - se a incapacidade física temporária ou definitiva do militar ou servidor civil, constatada em inspeção de
saúde, resultou de ferimento, doença, moléstia ou enfermidade contraída em objeto de serviço ou no legítimo
exercício da atuação militar estadual;
II - se a causa da morte decorreu em consequência de ferimento, doença, moléstia ou enfermidade contraída
em objeto de serviço ou no legítimo exercício da atuação militar estadual.

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§1º. Entende-se por ferimento, doença, moléstia ou enfermidade adquirida em objeto de serviço, os infortúnios
acontecidos com o militar estadual no exercício de suas atividades profissionais inerentes ao serviço policial
militar ou ocorrido no trajeto casa-trabalho-casa, ou mesmo quando de folga, agiu em defesa da preservação da
ordem pública, visando a proteção do patrimônio ou à segurança pessoal ou de terceiro em situação de risco,
infortúnio ou de calamidade, bem como em razão de enfermidade contraída no exercício de qualquer função
militar estadual ou que nela tenha sua causa eficiente.
§2º. A realização do Inquérito Sanitário de Origem é obrigatória sempre que houver irregularidades insanáveis
no Atestado de Origem, ou inexistência deste.
Seção II
Dos Documentos Básicos
Art. 12. São documentos básicos para instauração do Inquérito Sanitário de Origem:
I – requerimento do interessado ou determinação da autoridade competente;
II – cópia do laudo de Inspeção de Saúde, expedido pela Junta Militar de Saúde da Corporação, declarando a
incapacidade física temporária ou definitiva do paciente;
III – cópia de registros da causa da doença alegada, constante dos assentamentos funcionais do interessado;
IV - cópia da documentação médica referente aos atendimentos ambulatoriais e baixas hospitalares relaciona-
dos com a doença alegada;
V – cópia do Boletim que publicou a ocorrência de registro do ferimento, doença, moléstia ou enfermidade
acontecida com o paciente, em objeto de serviço ou no legítimo exercício da atuação militar estadual, ou do
documento que comprove o ato de serviço do qual resultou a doença que motivou a incapacidade;
VI – cópia de IPM ou Sindicância, cujo objeto de averiguação tenha correlação com a doença alegada;
VII – cópia do Atestado de Origem, que apresentou irregularidades insanáveis;
VIII – Cópia do Auto de Exame de Corpo de Delito ou do Auto de Exame Cadavérico;
IX – Atestado de Óbito expedido por Cartório Competente.
Seção III
Do Início e da Instauração do Inquérito Sanitário de Origem
Art. 13. O Inquérito Sanitário de Origem terá como encarregado um Oficial do Quadro de Saúde da Polícia
Militar a ser designado pela Diretoria de Pessoal da Corporação.
Parágrafo único. Deverá ser iniciado através de Portaria publicada em Boletim do Comando Geral por deter-
minação do Comandante-Geral ou do Comandante-Geral Adjunto.
Art 13. O Inquérito Sanitário de Origem terá como encarregado um Oficial do Quadro de Saúde da Polícia Mi-
litar a ser designado pelo setor de Recursos Humanos da Corporação. (Redação dada pela Portaria 137/09-GC)
§ 1º. Deverá ser iniciado através de Portaria publicada em Boletim do Comando Geral por determinação do
Comandante-Geral ou do Comandante-Geral Adjunto; (Redação dada pela Portaria 137/09-GC)
§2º. Em casos excepcionais, conforme a necessidade da Corporação poderá ser nomeado Oficial do Quadro
de Oficiais Policiais Militares ou do Quadro de Administração da Polícia Militar. (Redação dada pela Portaria
137/09-GC)
Seção IV
Dos Prazos
Art. 14. O Inquérito Sanitário de Origem deverá ser concluído no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data
do recebimento da Portaria de designação, não podendo exceder o prazo de 72 (setenta e duas) horas após a
publicação e circulação do Boletim, exceto nos casos de impedimentos devidamente comprovados.
Parágrafo único. O prazo estipulado no caput deste artigo poderá ser prorrogado pela autoridade que determi-
nou a sua instauração por 20 (vinte) dias, a pedido do encarregado, que deverá fundamentar tal necessidade.
Seção V
Das Providências do Encarregado do Inquérito Sanitário de Origem

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Art. 15. O Encarregado do Inquérito Sanitário de Origem deverá esclarecer os motivos causadores do ferimen-
to, da doença, da moléstia ou da enfermidade do paciente, bem como se tal infortúnio teve relação de causa e
efeito com o serviço ou com o legítimo exercício da atuação militar estadual.
Art. 16. A fim de instruir os autos do Inquérito Sanitário de Origem, caberá a seu encarregado:
I – ouvir o paciente, quando possível, reduzindo à termo suas declarações;
II – ouvir as testemunhas que tenham conhecimento dos fatos ou sejam importantes para a elucidação destes,
reduzindo a termo tais depoimentos;
III – juntar todos os documentos relevantes e pertinentes com o objeto da apuração;
IV – solicitar, formalmente, diretamente ao órgão competente, perícias e exames técnicos necessários ao em-
basamento de seu relatório e parecer.
§1º Em suas declarações, o paciente deverá informar em que estabelecimento hospitalar esteve em tratamento
da doença que motivou a incapacidade, declarando a época e o médico que o assistiu.
§2º As testemunhas prestarão depoimentos diretamente ou por carta precatória, a ser enviada à autoridade mi-
litar competente, que lhe dará cumprimento.
Seção VI
Do Relatório e Parecer
Art. 17. O Inquérito Sanitário de Origem será encerrado com um relatório circunstanciado do fato, em que o
encarregado mencionará as pessoas ouvidas, as diligências realizadas e os resultados obtidos, exarando, ao
final, o seu parecer.
Parágrafo único. No parecer o Encarregado declarará, de modo seguro e preciso, se há relação de causa e efeito
entre o óbito ou entre a incapacidade do paciente com o serviço ou o exercício da atuação policial militar.
Seção VII
Da Confecção
Art. 18. Os Autos do Inquérito Sanitário de Origem terão, obrigatoriamente, suas folhas numeradas e rubrica-
das pelo seu Encarregado no canto superior direito da folha, com os documentos juntados em ordem cronoló-
gica, por data e hora.
Parágrafo único. Os termos de declarações do paciente e os depoimentos das testemunhas deverão ser assina-
dos pelos respectivos, bem como pelo médico militar encarregado.
Seção VIII
Da Inspeção de Saúde de Controle e do Exame de Sanidade
Art. 19. Concluído o Inquérito Sanitário de Origem, o Encarregado encaminhá-lo-a à autoridade que deter-
minou sua realização, a qual adotará providências no sentido de que o paciente seja submetido à Inspeção de
Saúde de Controle pela Junta Militar de Saúde Ordinária da Corporação.
§1º No laudo de Inspeção de Saúde de Controle, a Junta Militar de Saúde registrará o diagnóstico do ferimento,
doença, moléstia ou enfermidade adquirida pelo inspecionado, assim como emitirá parecer circunstanciado
da relação de causa e efeito que possa existir entre as lesões encontradas e as constantes do parecer médico,
observando as conclusões do Encarregado do Inquérito Sanitário de Origem.
§2º A Inspeção de Saúde de Controle deverá atestar se o paciente está apto para realização de serviço operacio-
nal e/ou administrativo na Corporação e, caso necessário, determinará o prazo de retorno para nova inspeção,
no máximo, a cada período de 30 (trinta) dias.
§3º O procedimento previsto no parágrafo anterior será efetuado tantas vezes quantas se fizer necessário, até o
término do tratamento, ou constatação de incapacidade definitiva, ocasião em que será realizado o Exame de
Sanidade.
§4º Caso o acidentado encontre-se baixado em Órgão Civil de Saúde (OCS) ou submetido a tratamento do-
miciliar, estando impossibilitado de se locomover, a Junta Militar de Saúde efetuará a Inspeção de Saúde de
Controle no local em que este paciente estiver.
Art. 20. O Exame de Sanidade será realizado pela Junta Militar de Saúde Ordinária da Corporação e constará
de uma descrição dos procedimentos médico-hospitalares realizados no paciente, da doença, moléstia ou en-
fermidade deste e de sua capacidade de retorno ao serviço operacional e/ou administrativo.

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Parágrafo único. Constatada a incapacidade definitiva do paciente para retornar ao serviço operacional e/ou ad-
ministrativo da Corporação, a Junta Militar de Saúde Ordinária se manifestará, opinando pela sua transferência
para a inatividade, na condição de reformado, conforme prediz a Lei estatutária.
Seção IX
Da Solução e do Destino do Inquérito Sanitário de Origem
Art. 21. Compete ao Comandante Geral ou Comandante Geral Adjunto solucionar o Inquérito Sanitário de
Origem e determinar a sua publicação em Boletim do Comando Geral.
Parágrafo único. O Inquérito Sanitário de Origem será confeccionado em duas vias, sendo a primeira arquiva-
da na Diretoria de Pessoal da Corporação e a segunda remetida ao arquivo da OPM a que pertencer o paciente,
transcrevendo-se nos assentamentos funcionais deste um resumo dos fatos acontecidos.
Seção X
Da Doença Endêmica e Epidêmica
Art. 22. Sobre os casos de doença incapacitante, alegada como adquirida, com relação de causa e efeito ine-
rente às condições do serviço policial militar, seja endêmica ou epidêmica, deverá ser observado o seguinte:
I - doença endêmica ou epidêmica é toda aquela que se verifica em consequência de desobediência aos precei-
tos e às medidas de profilaxia preconizadas pelas autoridades sanitárias;
II - se a epidemia ocorreu no quartel ou no posto de serviço em que o interessado serve ou foi designado, a sua
doença será considerada como adquirida em objeto de serviço ou no legítimo exercício da atuação militar esta-
dual, desde que uma apuração epidemiológica comprove que o foco original da doença ou a fonte de infecção
encontrava-se naquele local e não ocorreu a profilaxia preconizada pelas autoridades sanitárias;
III - quando uma doença endêmica ou epidêmica for alegada como adquirida em objeto de serviço ou no legí-
timo exercício da atuação militar estadual e causadora de incapacidade física temporária ou definitiva, torna-se
necessário, para o início de Inquérito Sanitário de Origem, juntada de atestado, expedido por autoridade sani-
tária militar ou civil, que comprove o estado endêmico ou epidêmico da doença alegada e sua ocorrência na
época e na localidade ou posto de serviço que o interessado servia;
IV - em todos os casos de Inquérito Sanitário de Origem por doença endêmica ou epidêmica, o Encarregado
deverá averiguar: a) o tempo de duração do(s) ato(s) objeto(s) de serviço realizado(s) pelo paciente na zona
endêmica ou epidêmica; b) a data de início da doença.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 23. Compete ao Comandante-Geral dirimir as dúvidas decorrentes das presentes Normas Reguladoras.
Art. 24. Em todo óbito da qual haja fundada suspeita de que sua causa decorreu do serviço ou do legítimo
exercício da atividade militar estadual, será instaurado o Inquérito Sanitário de Origem.
Art. 25. Estas Normas entrarão em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas todas as disposições em
contrário. (Transc. da Nota nº 182/2007-GC)

3 ATESTADO DE ORIGEM – IMEDIATA INSTAURAÇÃO – BCG Nº 025, DE 03.02.2011.

Nota nº 238/2011-GAB.ADJ O Cel PM, Cmt-G Adj no uso de suas atribuições legais e considerando que o
Atestado de Origem é um documento administrativo-militar destinado a apurar se o ferimento, a doença, a
moléstia ou a enfermidade adquirida pelo policial militar ocorreu em objeto de serviço ou no legítimo exercício
da atuação militar estadual e se tais infortúnios, por sua natureza, podem dar origem à sua incapacidade física,
temporária ou definitiva. Considerando-se ainda que, por força do inciso II, art. 4º das Normas Complemen-
tares que Regulam o Atestado deOrigem (AO) e o Inquérito Sanitário de Origem (ISO) no âmbito da Polícia
Militar doCeará, publicadas no BCG 177, de 18.09.2007, c/c inciso XXIV do art. 23 do RegulamentoInterno
Interno e dos Serviços Gerais - R-1, baixado pela Portaria Ministerial 366, de 30 dejulho de 2002, é da compe-
tência do Comandante, Chefe ou Diretor da OPM instaurar o competente Atestado de Origem quando o militar
estadual sofre acidente em serviço; DETERMINA QUE:
Doravante, o Cmt, Chf ou Diretor de OPM devem instaurar o competente Atestado de origem imediatamente
após o acidente acontecido com o militar estadual sob seu comando, e que se encontrava no exercício de suas
atividades profissionais inerentes ao serviço policial militar ou ocorrido no trajeto casa-trabalho-casa, ou mes-
mo quando de folga, agiu em defesa da preservação da ordem pública, visando à proteção do patrimônio, à

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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segurança própria ou de terceiro em situação de risco, infortúnio ou de calamidade. Fortaleza, 04 de fevereiro
de 2011.

4 PATOLOGIAS PSIQUIÁTRICAS E CONDUÇÃO DE VEÍCULOS

BCG 039, 27.02.08 O Sr. Comandante-Geral da PMCE, no uso de suas atribuições legais e, considerando os
termos do Ofício DSAS nº 671/2007, de 06/11/07, o qual ressaltou a existência de policiais-militares em gozo
de Licença para Tratamento de Saúde (LTS), detentores de patologias psiquiátricas, em uso de psicotrópicos,
bem como sugeriu avaliação junto ao DETRAN desses mesmos policiais militares visando estabelecer se eles
podem ou não conduzir veículos automotores, RESOLVE tornar público que a Coordenação de Habilitação do
DETRAN, por meio do Ofício nº 006/2008 NUHAB/PRONT, de 09/01/08, protocolizado sob o nº 470/2008
– GC, de 17/01/08, em resposta ao Ofício nº 3.770/2007-GC, de 21/12/2007, informou que, conforme orienta-
ção do Gerente do Núcleo de Saúde do DETRAN, Dr. Edílson Lucas de Morais, é competência desta Polícia
Militar, por ocasião de perícia médica, recolher todas as CNHs dos condutores (policiais militares) conside-
rados inaptos e encaminhá-las ao DETRAN com os laudos psiquiátricos. Portanto, fica o Diretor da DSAS/
PMCE autorizado a adotar as medidas que se fizerem necessárias, para divulgar a presente orientação junto aos
policiais militares nessa situação e efetuar o recolhimento das CNHs naqueles casos em que caiba tal medida.
(Transc. da Nota n.º 031/2008-GC).

Quadro 25 - Sinóptico das situações que geram Reforma por incapacidade definitiva

Consequência Comprovação Proventos


Recebido na preservação da Atestado de Origem
I – ferimento Integral (art. 192- EMECE)
ordem pública
II – acidente Em objeto de serviço ou Art. 193 –EMECE
Adquirida, com relação de causa Inquérito Sanitário de Origem
III - doença, moléstia ou I - com remuneração proporcional ao
e efeito inerente às condições de
enfermidade tempo de contribuição, desde que possa
serviço
prover-se por meios de subsistência fora
IV - tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia
da Corporação;
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson, mal de Alzeheimer, pênfigo,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, síndrome da imunodeficiência adquirida II - com remuneração integral do posto ou
deficiência e outras moléstias que a lei indicar com base nas conclusões da medicina da graduação, desde que, com qualquer
especializada; tempo de contribuição, seja considerado
inválido, isto é, impossibilitado total
V - acidente ou doença, moléstia ou
Sem relação de causa e efeito com o serviço e permanentemente para qualquer
enfermidade
trabalho.
Fonte: o organizador (2017)

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DO MILITAR REFORMADO: INEXIGÊNCIA

Art.191. O militar estadual da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constan-
tes no artigo anterior será reformado com qualquer tempo de contribuição.

COMENTÁRIO

O militar será reformado independente de seu tempo de contribuição, ou seja, ele pode ter qualquer tempo no
serviço militar estadual, porém sua remuneração será sempre proporcional, observando-se que esse cálculo
deve observar os art. 58 e §5º do art. 210, deste EMECE, in verbis:
Art.58. Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o militar estadual terá direito a proventos proporcio-
nais aos anos de serviço, computáveis para a inatividade, até o máximo de 30 (trinta) anos, computando-se,
para efeito da contagem naquela ocasião, o resíduo do tempo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias
como se fosse mais 1 (um) ano.
Art. 210, §5º A proporcionalidade dos proventos, com base no tempo de contribuição, é a fração, cujo nume-
rador corresponde ao total de dias de contribuição e o denominador, o tempo de dias necessário à respectiva
inatividade com proventos integrais, ou seja, 30 (trinta) anos que corresponde a 10.950 (dez mil novecentos e
cinquenta) dias.

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REFORMA COM REMUNERAÇÃO INTEGRAL

Art.192. O militar estadual da ativa julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constan-
tes do inciso I do art. 190, será reformado, com qualquer tempo de contribuição, com a remune-
ração integral do posto ou da graduação de seu grau hierárquico.
Dispositivos correlacionados
EMECE, Art. 190. A incapacidade definitiva pode sobrevir em consequência de:
I - ferimento recebido na preservação da ordem pública ou no legítimo exercício da atuação militar estadual,
mesmo não estando em serviço, visando à proteção do patrimônio ou à segurança pessoal ou de terceiros em
situação de risco, infortúnio ou de calamidade, bem como em razão de enfermidade contraída nessa situação
ou que nela tenha sua causa eficiente;

REFORMA COM REMUNERAÇÃO INTEGRAL OU PROPORCIONAL

Art.193. O militar estadual da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constan-
tes dos incisos II, III, IV e V do art.190, será reformado:
I - com remuneração proporcional ao tempo de contribuição, desde que possa prover-se por
meios de subsistência fora da Corporação;
II - com remuneração integral do posto ou da graduação, desde que, com qualquer tempo de
contribuição, seja considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente para
qualquer trabalho.

COMENTÁRIO

Cremos haver uma necessidade de reformulação do processo de reforma, principalmente no tocante à propor-
cionalidade ou integralidade dos proventos, pois o Atestado de Origem e o Inquérito Sanitário de Origem se
tornaram-se desnecessários, em determinadas situações, como ferramenta de garantia de proventos integrais.
Basta uma leitura rápida para saber que o valor dos proventos é regido pelos art. 192 e 193, e o militar pode
receber integralmente ainda que o acidente, doença ou ferimento não tenham relação de causa e efeito com o
serviço. Da mesma forma, pode receber proporcionalmente ainda que o acidente ou doença tenha relação de
causa e efeito com o serviço. O parecer da COPEM é que dirá a forma de proventos, salvo o previsto no art.
192.
*** *** ***

REVERSÃO DE MILITAR REFORMADO

Art.194. O militar estadual reformado por incapacidade definitiva que for julgado apto em inspe-
ção de saúde por junta superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo
ou ser transferido para a reserva remunerada por ato do Governador do Estado.
§1º O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não ul-
trapassar 2 (dois) anos.
§2º A transferência para a reserva remunerada, observando o limite de idade para permanência
nessa situação, ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado, ultrapassar 2 (dois)
anos. (Parágrafo revogado textualmente por meio do art. 11 da Lei Complementar Nº 93, DE
25.01.2011).
Art.194. O militar estadual reformado por incapacidade definitiva que for julgado apto em inspe-
ção de saúde por junta superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retomar ao serviço ativo
por ato do Governador do Estado.(Redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 93, de 25.01.2011)

TEMPO LIMITE PARA REVERSÃO DE MILITAR REFORMADO

Parágrafo único. O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de refor-
mado não ultrapassar 2 (dois) anos. (Redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 93, de 25.01.2011)

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COMENTÁRIOS

1 O OBJETO DO ARTIGO

O artigo e seu parágafo possibilitam o retorno do militar reformado ao serviço ativo, desde que não tenha
decorrido o prazo de dois anos, a contar do registro do ato de reforma pelo Tribunal de Contas do Estado, con-
forme Parecer nº 1.986/2015 da PGE.

2 TEMPO LIMITE DE REVERSÃO DE REFORMADO: PARECER DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Conforme entendimento da PGE, o militar reformado poderá retornar ao serviço ativo de carreira em duas
situações, levando-se em conta o lapso temporal de dois anos após o registro do ato de reforma pelo TCE:
a) até dois anos – dever da administração.
b) após dois anos – faculdade da administração.
A d. PGE emitiu Parecer nº 1.986/15 no processo nº 072204753 nos seguintes termos: EMENTA: Militar jul-
gado incapaz definitivamente para o serviço ativo. Condição para reforma. Obrigatoriedade da Administração
de reavaliação médica a cada dois anos. (art. 188, II da Lei 13.729/06). Agregação do militar com esteio no art.
172, §1º, III, b da Lei 13.729/06. Constatada a aptidão para o serviço mediante reavaliação médica. Reversão
ao serviço ativo com fundamento no art. 174, §3º da Lei 13.729/06. [...] Como na espécie não houve registro
do ato de reforma pelo Tribunal de Contas do Estado, não se cogita da aplicação do disposto no art. 194 da Lei
13.729/06 na redação dada pela LC 93/2011, cujo prazo ali estabelecido tem início a contar do registro pelo
Órgão de Contas. [...] Fortaleza, 06 de agosto de 2015. Assina: Veleda Maria Vieira Bastos. Procuradora do
Estado.

3 REVERSÃO DE MILITAR REFORMADO: ATO CONJUNTO DE REFORMA E REVERSÃO

O militar estadual que se encontra com processo de reforma em andamento ou concluso pode vir a ser reverti-
do ao serviço ativo, conforme art. 194 acima. Ocorre que a data de reversão não é a data indicada pela perícia
médica e sim a data em que o Cel Comandante-Geral publica a Portaria de reversão provisória, pois a partir
daí é que o militar comparece ao órgão de gestão de pessoas e é classificado em OPM/OBM e inicia suas ati-
vidades conforme a missão de sua instituição de origem. A data indicada pela perícia médica, apenas informa
ao comandante que aquele militar inspecionado já se encontra apto ao serviço ou à readaptação funcional. A
reversão só se concretiza quando o militar incia suas atividades.
Quando o ato de reforma ainda não foi aperfeiçoado, ou seja, ainda está em trâmite, o órgão de pessoal deve
providenciar um novo ato de reforma e reversão concomitante conforme orienta a PGE no Despacho nº
636/2015 contido no Parecer nº 1.986/2015, abaixo transcritos:
PARECER Nº 1.986/2015 - PGE
PROCESSO Nº 072204753
ORIGEM: Polícia Militar do Ceará
INTERESSADO: Antônio Rodrigues Martins
ASSUNTO: Reversão
EMENTA: Militar julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo. Condição para a reforma. Obrigato-
riedade da Administração de reavaliação médica a cada dois anos (Art. 188, inciso II da Lei nº 13.729/2006).
Agregação do militar com esteio no art. 172, § 1º, III, “b” da Lei nº 13.729/2006. Constatada a aptidão para o
serviço mediante reavaliação médica. Reversão ao serviço ativo com fundamentação no art. 174, §3º da Lei nº
13.729/2006.
Cuida-se de solicitação de militar no sentido de retornar ao serviço ativo após submeter-se a reavaliação médi-
ca, alegando nunca haver sido convocado para reavaliação médica estabelecida no art. 188, inciso II da Lei nº
13.729/2006, e, tendo em vista que seu ato de reforma ex-officio veio a ser publicado em 30.07.2012, somente
após esta data é que solicitou sua reavaliação de saúde em 18.02.2014, tendo a Corporação indeferido o seu
pedido sem sequer ter sido submetido a reavaliação solicitada.
Examinada a instrução processual, verifica-se, que o ato de reforma ex-officio do militar interessado, Soldado
PM A.R.M. foi publicado no D.O.E. de 30.07.2012, concedendo a reforma com proventos proporcionais ao
tempo de serviço, uma vez considerado incapaz definitivamente para o serviço ativo, com condições de prover

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sua subsistência, como assim declara o laudo pericial de fls. 01, expedida pela Junta Militar de Saúde, com
vigência a contar de 15.05.2007 (fls. 27).
Em virtude da discussão agora recair sobre pedido formulado pelo militar no sentido de reverter à situação
de ativo, deixa-se de examinar a reprodução do ato de reforma que se fazia necessário por defeito e ordem
material.
Com efeito, o pedido de reversão em alusão foi examinado pelo ilustre Coordenador Jurídico da PMCE, que,
em revisão a parecer anterior de sua lavra, defere o pleito, entendendo não se tratar de reversão, mas sim, de
retorno ao serviço com fundamento no art. 194 da Lei nº 13.729/2006 (fls. 15/18).
Destarte, a disposição de motivos do militar de fls. 02 aduz, em síntese, o seguinte:
Que o art. 194 da Lei 13.729/2006 impõe ao militar reformado avaliação por junta médica a cada dois anos e,
considerando que a publicação de seu ato de reforma ocorreu em 31.07.2012, o requerimento para reavaliação
médica procedido em 18.02.2014 deve prevalecer, eis que apresentado no prazo de dois anos a que alude o art.
188, II da Lei 13.729/2006.
É o breve relato.
O fundamento legal do pedido sob exame, tem foco no artigo 188, II e no art. 194 da Lei 13.729/2006.
Vejamos as redações dos dispositivos legais citados:
“Art. 188. A reforma será aplicada ao militar estadual que:
II – for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo, caso em que fica o militar inativo obrigado a rea-
lizar avaliação por junta médica da Corporação a cada 2 (dois) anos, para atestar que sua invalidez permanece
irreversível, respeitados os limites de idade expostos no inciso I do art. 182”.
“Art. 194. O militar estadual reformado por incapacidade definitiva que foi julgado apto em inspeção de saúde
por junta superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo por ato do Governador do
Estado.
Parágrafo único. O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não ultra-
passar 02 (dois) anos. (Redação dada pela LC 93/2011)”
Como se verifica, o art. 188, II, estabelece as regras segundo as quais o militar deverá ser reformado, estabe-
lecendo que, quando reformado por invalidez, coercitivamente será submetido, a cada dois anos, a inspeção
médica, a fim de comprovar a irreversibilidade da invalidez.
Por seu turno, o art. 194 dispõe sobre a constatação da reversibilidade da invalidez apurada no período de dois
anos, ocasionando a possibilidade de retorno do militar para a ativa, desde que a situação de reformado não
haja ultrapassado dois anos.
Considerando, então que a reforma tem vigência a contar da data do laudo pericial respectivo, deflui-se que,
no mais das vezes o transcurso dos dois anos para submeter-se a reavaliação médica poderá ocorrer sem que
a reforma haja completado o seu trâmite de ato complexo que somente se perfectibiliza com o registro pelo
Tribunal de Contas do Estado.
No exame do pedido que ora está sob análise, há de se discutir, então, se o militar é considerado reformado
apenas com a publicação do ato de reforma, ou se esta reforma está condicionada ao registro pelo Tribunal de
Contas do Estado.
Ao que se verifica dos autos sob exame, embora a reforma tenha vigência a contar de 15.07.2007 (data do
laudo pericial), ao militar interessado não foi aplicado o teor do art. 188, II, vez que não veio a se submeter a
nenhuma reavaliação no prazo de dois anos, que nos parecerem deveriam ter tido ensejo em julho/2009, ju-
lho/2011, julho/2013 e julho/2015.
Na espécie, estava o militar aguardando que seu ato viesse a ser, pelo menos, publicado, para que solicitasse a
reavaliação médica.
Referida conduta nos parece não se coadunar com o que estabelece o art. 188, II, de uma feita que dali se extrai
a obrigatoriedade de reavaliações periódicas obrigatórias a contar da data em que considerado inválido militar,
não necessitando que o ato de reforma tenha sido, sequer, expedido.
Verifica-se, assim, que houve mora da Administração na providência de reavaliação do militar a cada dois
anos, consoante os precisos termos do art. 188, inciso II, da Lei 13.729/2006, antes transcrito.
De tudo até agora posto, entende-se não haver óbice para que a reavaliação do militar ocorra, por quanto, in-
dependentemente da expedição do ato de reforma, a reavaliação é medida que se impõe uma vez constatada a
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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incapacidade, consoante a inteligência do art. 188, inciso II, da Lei 13.729/2006, sendo esta uma providência
de iniciativa da Corporação.
Na hipótese, uma vez submetido o militar a reavaliação médica e constatada a aptidão para o serviço ativo,
poderá ser revertido à atividade na forma autorizada no art. 174, §3º, porquanto se encontra na condição de
agregado nos termos do art. 172, §1º, inciso III, alínea “b” da Lei 13.729/2006 então reformado.
Como na espécie não houve registro do ato de reforma pelo Tribunal de Contas do Estado, não se cogita da
aplicação do dispositivo do art. 194 da Lei 13.729/2006 na redação dada pela LC 93/2011, cujo prazo ali esta-
belecido tem início a contar do registro pelo Órgão de Contas.
Assim, somos pela procedência do pedido formulado pelo militar no sentido de vir a ser submetido a reavalia-
ção médica, e uma vez apto poderá ser revertido à atividade com fulcro no art. 174, §3º da Lei 13.729/2006.
À superior consideração do Sr. Procurador Chefe da Consultoria Geral.
Fortaleza, 06 de agosto de 2015.
Veleda Maria Vieira Bastos
Procuradora do Estado
Despacho 0636/2015
De acordo com o entendimento da d. Procuradora.
O retorno do militar interessado à atividade deve dar-se após comprovada sua aptidão física para o desempe-
nho da função militar.
Se viável a medida, deve tal retorno acontecer por reversão, considerando que embora sua reforma por invali-
dez não chegou a se aperfeiçoar, ficou o mesmo um período afastado aguardando a inativação, período este no
qual deve ser considerado como inativo,
inclusive com a edição de ato de reforma correspondente ao interstício de afastamento (ato de reforma com
termo final editado em conjunto com ato de reversão).
Situação diferente seria aquela em que verificada a insubsistência da invalidez que motivou a reforma, não se
tratando de melhora na sua saúde, quando, então, já seria possível dispensar a edição do ato de reforma. Ao Sr.
PGE. Fort. 07/08/2015.
Rafael Machado Moraes
Procurador Chefe da Consultoria Geral
***

DISPOSITIVOS RELACIONADOS NESTE EMECE

Art.174. Reversão é o ato pelo qual o militar estadual agregado, ou inativado, retorna ao respectivo Quadro ou
serviço ativo, quando cessado o motivo que deu causa à agregação ou quando reconduzido da inatividade para
o serviço temporário, na forma desta Lei.
Art.188. A reforma será aplicada ao militar estadual que:
II - for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo, caso em que fica o militar inativo obrigado a rea-
lizar avaliação por junta médica da Corporação a cada 2 (dois) anos, para atestar que sua invalidez permanece
irreversível, respeitados os limites de idade expostos no inciso I do art.182.
***

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 117 O militar estadual reformado por incapacidade definitiva que
for julgado apto em inspeção de saúde por junta superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao
serviço ativo, a qualquer tempo, por ato do governador do estado.
***

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REFORMA POR ALIENAÇÃO - REMUNERAÇÃO PAGA AO CURADOR OU BENEFICIÁRIO

Art.195. O militar estadual reformado por alienação mental, enquanto não ocorrer à designação
judicial do curador, terá sua remuneração paga aos beneficiários, legalmente reconhecidos, des-
de que o tenham sob responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano e condigno.

REFORMA POR ALIENAÇÃO MENTAL - RESPONSABILIDADE PELA INTERDIÇÃO JUDICIAL

§1º A interdição judicial do militar estadual, reformado por alienação mental, deverá ser provi-
denciada, por iniciativa de beneficiários, parentes ou responsáveis, até 90 (noventa) dias a con-
tar da data do ato da reforma.

REFORMA POR ALIENAÇÃO MENTAL - CORPORAÇÃO RESPONSÁVEL PELA INTERDIÇÃO JUDICIAL

§2º A interdição judicial do militar estadual e seu internamento em instituição apropriada deve-
rão ser providenciados pela respectiva Corporação quando:
I - não houver beneficiários, parentes ou responsáveis;
II - não forem satisfeitas as condições de tratamento exigidas neste artigo;
III - não for atendido o prazo de que trata o §1º deste artigo.
§3º Os processos e os atos de registros de interdição do militar estadual terão andamento sumá-
rio e serão instruídos com laudo proferido por Junta de Saúde, com isenção de custas.

COMENTÁRIO AO ART. 195

1 O OBJETO DO ARTIGO

O artigo e seus três parágrafos objetivam a dignidade do militar estadual reformado e as questões referentes a
sua interdição judicial.

2 O RECIPIENDÁRIO DO PAGAMENTO DO REFORMADO POR ALIENAÇÃO MENTAL

O militar estadual tem capacidade para ser o titular de seus direitos, quer insculpidos neste EMECE, quer em
outros dispositivos legais, porém ao ser reformado por alienação mental, ele perde sua capacidade de exercício,
não podendo por si só praticar determinados atos da vida militar ou civil. Assim, o legislador não lhe retirou
direitos com o artigo 195 acima, apenas nega-lhe o direito de exercê-los pessoalmente ou de forma direta. Exi-
ge-se que alguém o represente, no caso o curador ou seus beneficiários legalmente reconhecidos.
Dispensar tratamento humano e condigno tem o significado de cuidar com carinho, proteger o militar sob
curatela.

3 DISPOSITIVOS CORRELACIONADOS

Código Civil brasileiro


Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática des-
ses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
...
Art. 1.767. Estão sujeitos à curatela:
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
II - (Revogado); 
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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IV - (Revogado);       
V - os pródigos.
...
Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de direito, curador do outro,
quando interdito.
§1o Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta destes, o descendente que
se demonstrar mais apto.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem aos mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao juiz a escolha do curador.
*** *** ***

Seção III
Da Reforma Administrativo-Disciplinar

REFORMA ADMINISTRATIVO-DISCIPLINAR - APLICAÇÃO

Art.196. A reforma administrativo-disciplinar será aplicada ao militar estadual, mediante proces-


so regular, conforme disposto no Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de
Bombeiros Militar do Ceará.

COMENTÁRIO

Não devemos confundir a reforma disciplinar na modalidade sanção disciplinar prevista no art. 22 do CDPM/
BM com o processo de Reforma.
O rito da reforma disciplinar é assim composto:
a) O militar é submetido a processo regular previsto no CDPM/BM e punido com a sanção de reforma.
b) A publicação em DOE da sanção de reforma é usada pelo órgão de Gestão de Recursos Humanos da Cor-
poração do Militar punido para fins de início do processo de Reforma, o qual segue os trâmites citados na Lei
Complementar nº 93/2011, findo o qual segue para o Tribunal de Contas do Estado para fins de registro.
Em outras palavras, o Controlador Geral de Disciplina aplica a pena de reforma, mas o ato de reforma propria-
mente dito é da competência do Governador do Estado.
Dispositivo referente à sanção de reforma no CDPM/BM:
Art. 22. A reforma administrativa disciplinar poderá ser apli­cada, mediante processo regular:
I - ao Oficial julgado incompatível ou indigno profissio­nalmente para com o oficialato, após sentença passada
em julgado no Tribunal com­petente, ressalvado o caso de demissão;
II - à Praça que se tornar incompatível com a função militar estadual, ou nociva à disciplina, e tenha sido jul-
gada passível de reforma.
Parágrafo único - O militar do Estado que sofrer reforma administrativa disciplinar receberá remuneração
proporcional ao tempo de serviço militar.
Os militares reformados disciplinarmente não têm direito ao porte de arma, conforme entendimento do inciso
VI, art. 29 da Instrução Normativa nº 001, de 30 de maio de 2006, publicada no BCG nº 101, de 30.05.2006,
in verbis:
Art. 29. É vedada a autorização para aquisição de armas de fogo pelo policial militar nos seguintes casos:
IaV…
VI – policial militar reformado por motivos disciplinares ou, ainda, se constar, em seus assentamentos, punição
disciplinar por haver se apresentado em estado de embriaguez, feito uso de substância entorpecente, ou realiza-
do disparo de arma de fogo em razão de descuido ou sem necessidade, nos últimos 2 (dois) anos.
*** *** ***

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Seção IV
Da Demissão, da Exoneração e da Expulsão

DEMISSÃO - MODALIDADE

Art.197. A demissão do militar estadual se efetua ex officio.

COMENTÁRIO

O artigo limita-se a informar que a demissão do militar é ex officio.

DISPOSITIVOS RELACIONADOS

CDPM/BM - Art. 23. A demissão será aplicada ao militar do Estado na seguinte forma:
I - ao Oficial quando:
a) for condenado na Justiça Comum ou Militar à pena privativa de liberdade por tempo superior a 2 (dois) anos,
por sentença passada em julgado, observado o disposto no art. 125, §4º, e art. 142, §3º, VI e VII, da Constitui-
ção Federal, e art. 176, §§8º e 9º da Constituição do Estado;
b) for condenado a pena de perda da função pública, por sentença passada em julgado;
c) for considerado moral ou profissionalmente inidôneo para a promoção ou revelar incompatibilidade para o
exercício da função militar, por sentença passada em julgado no Tribunal competente;
II - à Praça quando:
a) for condenada na Justiça Comum ou Militar a pena privativa de liberdade por tempo superior a 2 (dois) anos,
por sentença passada em julgado, observado o disposto no art. 125, §4º - da Constituição Federal e art. 176,
§12, da Constituição do Estado;
b) for condenada a pena de perda da função pública, por sentença passada em julgado;
c) praticar ato ou atos que revelem incompatibilidade com a função militar estadual, comprovado mediante
processo regular;
d) cometer transgressão disciplinar grave, estando há mais de 2 (dois) anos consecutivos ou 4 (quatro) anos
alternados no mau comportamento, apurado mediante processo regular;
e) houver cumprido a pena consequente do crime de deserção, após apurada a motivação em procedimento
regular, onde lhe seja assegurado o contraditório e a ampla defesa.
f) considerada desertora e capturada ou apresentada, tendo sido submetida a exame de saúde, for julgada inca-
paz definitivamente para o serviço militar.

QUESTÕES DE CONCURSO

UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008 - 92 A demissão do
militar estadual se efetua a pedido do interessado e será concedida mediante requerimento, com a indenização
das despesas relativas a sua preparação e formação, quando contar com menos de 5 anos de oficialato ou 3
anos de graduado.
*** *** ***

EXONERAÇÃO – PROCESSAMENTO, FORMAS DE INDENIZAÇÃO, SUSPENSÃO E FATORES IMPEDITIVOS

Art.198. A exoneração a pedido será concedida mediante requerimento do interessado:


I - sem indenização aos cofres públicos, quando contar com mais de 5 (cinco) anos de oficialato
do QOPM e QOBM na respectiva Corporação Militar Estadual, ou 3 (três) anos, quando se tratar
de Oficiais do QOSPM, QOCplPM e QOCBM, ressalvado o disposto no §1º deste artigo; (Redação
anterior – Lei 13.729/06)
I - sem indenização aos cofres públicos, quando contar com mais de 5 (cinco) anos de oficialato
no QOPM ou no QOBM da respectiva Corporação Militar Estadual, ou 3 (três) anos, quando se

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tratar de Oficiais do QOSPM, QOCplPM, QOCPM e QOCBM, ressalvado o disposto no §1º deste
artigo; (NR)(Redação dada pelo art.31 da Lei n° 13.768, de 04.05.06; QOCPM extinto da PMCE)
II - sem indenização aos cofres públicos, quando contar com mais de 3 (três) anos de graduado
na respectiva Corporação Militar Estadual, ressalvado o disposto no §1º deste artigo;
III - com indenização das despesas relativas a sua preparação e formação, quando contar com
menos de 5 (cinco) anos de oficialato ou 3 (três) anos de graduado.

EXONERAÇÃO À PEDIDO – INDENIZAÇÃO DAS DESPESAS

§1º No caso do militar estadual estar realizando ou haver concluído qualquer curso ou estágio de
duração superior a 6 (seis) meses e inferior ou igual a 18 (dezoito) meses, por conta do Estado, e
não tendo decorrido mais de 3 (três) anos do seu término, a exoneração somente será concedida
mediante indenização de todas as despesas correspondentes ao referido curso ou estágio.

EXONERAÇÃO À PEDIDO – INDENIZAÇÃO DAS DESPESAS

§2º No caso do militar estadual estar realizando ou haver concluído curso ou estágio de duração
superior a 18 (dezoito) meses, por conta do Estado, aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior,
se não houver decorrido mais de 5 (cinco) anos de seu término.

EXONERAÇÃO À PEDIDO – CÁLCULO DAS INDENIZAÇÕES

§3º O cálculo das indenizações a que se referem os §§1º e 2º deste artigo, será efetuado pela
Organização Militar encarregada das finanças da Corporação.

EXONERAÇÃO À PEDIDO – REMUNERAÇÃO E SITUAÇÃO MILITAR

§4º O militar estadual exonerado, a pedido, não terá direito a qualquer remuneração, sendo a sua
situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.

EXONERAÇÃO À PEDIDO – CAUSAS DE SUSPENSÃO DO DIREITO

§5º O direito à exoneração, a pedido, pode ser suspenso na vigência de Estado de Guerra, Esta-
do de Sítio, Estado de Defesa, calamidade pública, perturbação da ordem interna ou em caso de
mobilização.

EXONERAÇÃO À PEDIDO – REINGRESSO MEDIANTE NOVO CONCURSO

§6º O militar estadual exonerado, a pedido, somente poderá novamente ingressar na Polícia Mili-
tar ou no Corpo de Bombeiros Militar, mediante a aprovação em novo concurso público e desde
que, na data da inscrição, preencha todos os requisitos constantes desta Lei, de sua regulamen-
tação e do edital respectivo.

EXONERAÇÃO À PEDIDO – FATORES IMPEDITIVOS

§7º Não será concedida a exoneração, a pedido, ao militar estadual que:


I - estiver respondendo a Conselho de Justificação, Conselho de Disciplina ou Processo Adminis-
trativo-Disciplinar;
II - estiver cumprindo pena de qualquer natureza.
Comentário ao art. 198

1 O OBJETO DO ARTIGO

O artigo 198 e seus sete artigos tratam da forma de pedir a exoneração, suas consequências e restrições.

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2 A INDENIZAÇÃO AOS COFRES PÚBLICOS

Os militares que ingressaram na Corporação por meio do Curso de Formação Profissional previsto no art. 10
deste EMECE, não precisam ressarcir ao erário, eis que estiveram na condição de concurseiro, candidato ao
cargo. Estavam apenas participando de uma das etapas do concurso, logo a exoneração deles ocorrerá sem
indenização, independente do tempo de serviço.

3 DOCUMENTOS PARA EXONERAÇÃO A PEDIDO - DOUTRINA NA PMCE

BCG 071, 22.04.2009 Nota nº 007/2009-DP/1-SSI O Cel PM Diretor de Pessoal da PMCE, no uso de suas
atribuições legais, informa aos Senhores Comandantes, Diretores e Chefes de Seção, que doravante deverão
anexar junto dos requerimentos dos Policiais Militares que solicitarem exoneração a pedido, sob pena de de-
volução, ou indeferimento de pleito, a seguinte documentação: a) Requerimento padrão; b) Informação padrão
da OPM de origem, atestando que não encontra-se em gozo de nenhuma Licença ou dispensa do serviço; c)
Ata de Inspeção de saúde fornecida pela JMS/HPM; d) Certidão de Antecedentes Criminais (Fórum Clóvis
Beviláqua); e) Certidão de nada consta da da Justiça Militar Estadual (Fórum Clóvis Beviláqua); f) Certidão de
nada constada da Justiça Federal (próximo ao BNB – Centro); g) Certidão de nada constada da Polícia Federal
(Borges de Melo); h) Certidão de antecedentes criminais da(s) vara(s) da comarca onde o PM é lotado, caso o
policial militar sirva no interior do Estado; i) Certidão de nada consta da Seção de Justiça e Disciplina - DP/3
(QCG); j) Quadro Discriminativo de Tempo de Serviço fornecido pela DP/1 (QCG); l) Declaração fornecida
pela Diretoria de Finanças da PMCE, declarando que o requerente nada deve aos cofres públicos do Estado
Ceará; m) Requer ainda a Lei Estadual n° 13.729/2006, no seu Art. 198, pagamento ou não de indenização ao
Estado, nos casos elencados em seus incisos, verbis: Art. 198. A exoneração a pedido será concedida mediante
requerimento do interessado: I – sem indenização aos cofres públicos, quando contar com mais de 05 (cinco)
anos de oficialato do QOPM ou no QOBM na respectiva Corporação Militar Estadual, ou 03 (três) anos, quan-
do se tratar de Oficiais do QOSPM, QOCplPM, QOCPM e QOCBM, ressalvado o disparo no §1º deste artigo;
II – sem indenização aos cofres públicos, quando contar com mais 3 (três) anos de graduado na respectiva
Corporação Militar Estadual, ressalvado o disposto no §1º deste artigo; III – com indenização das despesas
relativas a sua preparação e formação, quando com menos de 5 (cinco) anos de oficialato ou 3 (três) anos de
graduado. n) Após publicação do Ato de Exoneração à Pedido, o Comandante imediato do exonerado recolha
sua cédula de identidade funcional, bem como seu fardamento, encaminhando-os à Diretoria de Pessoal da
PMCE e a Diretoria de Apoio Logístico, respectivamente. Assina: Francisco Cavalcante de Paula Neto – Cel
PM, DIRETOR DE PESSOAL DA PMCE

4 REMUNERAÇÃO E SITUAÇÃO MILITAR DO EXONERADO

O militar exonerado não tem direito a qualquer remuneração. Sua situação militar definida pela Lei do Serviço
Militar. Vejamos abaixo o que diz a Lei do Serviço Militar:
1) Lei nº 4.375, de 17.08.1964 - Art. 4º, Parágrafo único. O Serviço prestado nas Polícias Militares, Corpos
de Bombeiros e outras corporações encarregadas da segurança pública será considerado de interêsse militar.
O ingresso nessas corporações dependerá de autorização de autoridade militar competente e será fixado na
regulamentação desta Lei.
2) Decreto Nº 57.654, de 20 de janeiro de 1966 - Regulamenta a lei do Serviço Militar (Lei nº 4.375, de 17 de
agôsto de 1964), retificada pela Lei nº 4.754, de 18 de agôsto de 1965
Art. 11. O Serviço prestado nas Polícias Militares, Corpos de Bombeiros e em outras Corporações encarrega-
das da Segurança Pública, que, por legislação específica, forem declaradas reservas das Fôrças Armadas, será
considerado de interêsse militar. O ingresso nessas Corporações será feito de acôrdo com as normas baixadas
pelas autoridades competentes, respeitadas as prescrições dêste Regulamento.
Art. 13. Os brasileiros excluídos das Polícias Militares por conclusão de tempo, antes de 31 de dezembro do
ano em que completarem 45 (quarenta e cinco) anos de idade, terão as situações militares atualizadas de acôrdo
com as novas qualificações e com o grau de instrução alcançado:
1) serão considerados reservistas da 2ª categoria, nas graduações e qualificações atingidas, se anteriormente
eram portadores de Certificados de Isenção, de Dispensa de Incorporação ou de Reservista, quer de 1ª, quer de
2ª categoria, com graduação inferior à atingida.
2) nos demais casos, permanecerão na categoria, na graduação e na qualificação que possuiam antes da inclu-
são na Polícia Militar.

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§1º Os excluídos por qualquer motivo, antes da conclusão do tempo a que se obrigaram, exceto por incapaci-
dade física ou moral, retornarão à situação anterior, que possuiam na reserva, ou serão considerados reservistas
de 2ª categoria na forma fixada neste Regulamento.
§2º Os excluídos das referidas Corporações por incapacidade física ou moral serão considerados isentos do
Serviço Militar, qualquer que tenha sido a sua situação anterior, devendo receber o respectivo Certificado.
§3º As Polícias Militares fornecerão aos excluídos de suas corporações os certificados a que fizerem jus, por
ocasião da exclusão, de acôrdo com o estabelecido neste artigo:
1) restituindo o Certificado que possuíam anteriormente à inclusão, aos que não tiveram alterada sua situação
militar;
2) fornecendo o Certificado de 2ª Categoria ou de Isenção, conforme o caso, aos que tiveram alterada sua si-
tuação militar.
§4º Caberá aos Comandantes de Corporação das Polícias Militares o processamento e a entrega dos novos
certificados previstos neste artigo, os quais serão fornecidos, sob contrôle, pelas Circunscrições de Serviço
Militar.

5 REINGRESSO DE MILITARES EXONERADOS – PARECER DA D. PGE

O militar que solicita exoneração e se arrepende somente terá a possibilidade administrativa de desistir do plei-
to, caso ainda não tenha se afastado do serviço. Ocorrendo o afastamento do serviço, ainda que não publicada a
exoneração em DOE, o militar não retornará ao serviço, conforme entendimento da d. PGE emitido no Parecer
nº 2.575/2014, transcrito em seguida.
Parecer nº 2.575/2014, no processo nº 0118799/2014, com a seguinte ementa: Consulta. Exoneração. Mili-
tar. Cargo. Desistência. Possibilidade desde que o pedido preceda o afastamento do servidor do cargo. Caso
concreto. Militar afastado há meses. Indeferimento. [...] Parecer: ... Com isto se quer dizer que a exoneração,
quando parte da vontade de um servidor, desde que não existe óbice à sua consumação, se concretiza com a
manifestação de tal vontade, seguida, é óbvio, do afastamento do mesmo agente de suas atividades. Sabe-se
que a exoneração, principalmente do militar, que envolve número maior de formalidades, requer, para seu
acolhimento final, com a edição do ato respectivo, a abertura de um processo, no qual se concretizará a exone-
ração. Referido processo é razoável que requeira certo tempo para ser finalizado, daí ser possível que militares,
mesmo sem ato de exoneração publicado, já se afastem de seu cargo, por autorização da corporação. Não seria
correto exigir dele permanecer trabalhando, à espera do ato, que poderia demorar meses, para depois desligar-
-se. Prejuízo lhe poderia ser gerado, já que geralmente a exoneração é pedida para assunção de novo trabalho,
o que ficaria obstado pela demora. Por tal motivo, isto, é, até para não prejudicá-lo, é aceitável o afastamento
do servidor ou militar do trabalho, mesmo sem ato publicado de exoneração, na hipótese em que, internamente,
ele recebe autorização para o afastamento, quando verificado pela Administração inexistir óbice ao acolhimen-
to do pedido. [...] Na hipótese última, quando autorizado o afastamento antes da publicação da exoneração, o
ato que virá aperfeiçoando este desligamento terá mais natureza declaratória do que constitutiva, até porque
nele deverá figurar a menção expressa à retroação da exoneração à data do aludido afastamento. Com o que
se vem dizendo a intenção é trazer orientação de que possível é até falar em desistência da exoneração, porém
esta somente pode acontecer até quando não consumado o afastamento do servidor do trabalho.[...] Á elevada
consideração do Senhor Procurador-Geral. Fortaleza, 08 de agosto de 2014. Assina: Rafael Machado Moraes.
Procurador Chefe da Consultoria-Geral. Despacho: de acordo. 12/8/14. Assina: Fernando Antonio Costa de
Oliveira. Procurador Geral do Estado.

6 MOMENTO DO AFASTAMENTO DO MILITAR QUE SOLICITA EXONERAÇÃO – PARECER DA ASJUR/PMCE

A d. Assessoria Jurídica da PMCE emitiu o Parecer nº 143/2012 no sentido de que o militar que solicita exo-
neração deve ser afastado de imediato de suas funções, com a consequente retirada da folha de pagamento.
Posteriomente, foi aprovado o Parecer nº 302/2013-AsJur/PMCE, no mesmo sentido, como se mostra a con-
clusão abaixo:
I – O termo ‘exclusão’, usado no item II, §1º, art. 172, do Estatuto PM/BM, tem conotação genérica abarcando
todas as formas de desligamento elencadas no art. 170, do Estatuto, inclusive a ‘exoneração’;
II – em se tratando de pedido de exoneração, simplesmente, ou seja, sem a motivação de urgência, deverá o
militar estadual aguardar, no exercício funcional, a devida publicação em DOE, no entanto, ultrapassando o
interregno de 90 dias, a contar da data do pedido, será aquele agregado e afastado das funções, isto é, no no-
nagésimo primeiro dia (91º);

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III – por outro lado, se aquele que pedir a exoneração tem urgência devidamente justificada, como é o caso
assunção de outro cargo público em decorrência de aprovação em concurso público, ou mesmo emprego na
iniciativa privada, deve a Administração Militar proceder nos termos do Parece nº 143/2012-ASJUR (dispensa
imediata das funções e a consequente retirada da folha de pagamento), e neste caso, a agregação terá como
marco inicial o dia do respectivo afastamento.
É o nosso parece, sob censura. Fortaleza, 15 de maio de 2013. Despacho: em 28.05.2013. Aprovo. Ao Gabi-
nete do Comando Geral para as providências decorrentes. Assina: Werisleik Pontes Matias – Cel – Cmt-G da
PMCE.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB –115 A exoneração a pedido é uma das formas previstas no estatuto
para o desligamento do militar da corporação militar estadual. Sua concessão ocorre mediante requerimento
do interessado, sendo vedada ao militar que estiver respondendo a Conselho de Justificação, Conselho de Dis-
ciplina ou processo administrativo-disciplinar ou ainda àquele que se encontrar cumprindo pena de qualquer
natureza
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008 - 92 A demissão do
militar estadual se efetua a pedido do interessado e será concedida mediante requerimento, com a indenização
das despesas relativas a sua preparação e formação, quando contar com menos de 5 anos de oficialato ou 3
anos de graduado.
*** *** ***

POSSE EM CARGO OU EMPREGO PÚBLICO CIVIL PERMANENTE - DEMISSÃO EX OFFICIO

Art.199. O militar estadual da ativa que tomar posse em cargo ou emprego público civil per-
manente será imediatamente, mediante demissão ex officio, por esse motivo, transferido para a
reserva, sem qualquer remuneração ou indenização.

COMENTÁRIO

1 DEMISSÃO SEGUIDA DE RESERVA

A norma foi clara ao tratar da posse em cargo ou emprego público civil permanente cuja consequência imediata
é a demissão ex officio, ou seja o militar volta ao status quo ante do ingresso na Corporação: cidadão civil.
Ocorre que ele, mesmo como civil possui conhecimentos técnicos especializados, portanto passa à condição
de reserva, não um reserva não remunerada (como afirma uma corrente doutrinária), pois ele nem militar é,
vez que foi demitido.
A demissão acarreta a perda da remuneração ou de quaisquer outras indenizações, inclusive perde o direito
de portar arma (como militar estadual), além de não receber identidade militar (voltou a condição de cidadão
civil).
Na realidade, a norma é aplicável aos militares federais por força do art. 142, §3º, II, porém, pela norma con-
tida no art. 42, §1º também é aplicável aos militares estaduais, como se mostra abaixo:
Art. 142, §3º, II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será transferido para a reserva, nos termos da
lei;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com
base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado
em lei, as disposições do art. 14, §8º; do art. 40, §9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica
dispor sobre as matérias do art. 142, §3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98).
Em nível de estado do Ceará temos a norma insculpida em seu art. 176, §3º: “O militar em atividade que aceitar
cargo público civil permanente será transferido para a reserva”.

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O problema é que o legislador estadual não especificou o que era “reserva” e isso deixa margem a interpreta-
ções de todo gênero, inclusive fazendo crer que as Corporações Militares Estaduais tenham efetivo “reserva”
ou de que os demitidos nessa situação continuem sendo militares com direito a porte de arma, identidade mi-
litar e de seus dependentes.
Tentando esclarecer o assunto, procuramos, com esteio no art. 228 deste EMECE, verificar o que diz a legis-
lação em vigor para o Exército Brasileiro (legislação subsidiária), encontrando o art. 117 da Lei nº 6.880, de 9
de dezembro de 1980, que assim se expressa:
Art. 117. O Oficial da ativa que passar a exercer cargo ou emprego público permanente, estranho à sua carreira,
será imediatamente demitido  ex officio  e transferido para a reserva não remunerada, onde ingressará com o
posto que possuía na ativa e com as obrigações estabelecidas na legislação do serviço militar, obedecidos os
preceitos do art. 116 no que se refere às indenizações. (Redação dada pela Lei nº 9.297, de 1996).
Vejam que o demitido ingressa na reserva com o posto que possuía na ativa e com as obrigações estabelecidas
na legislação do serviço militar. Assim sendo, apenas os oficiais permanecem com o respectivo posto, vez que
a lei nada se refere ao Praça.
Por fim, podemos concluir que o militar estadual demitido e transferido para a reserva deve ser entendido como
aquele que voltou à condição de cidadão civil, mas que ingressa na situação de Reserva do Exército por força
da Lei do Serviço Militar (Lei nº 4.375, de 17.08.1964), eis que as Corporações Militares do Estado não têm
“reserva”, nem lei do serviço militar.
*** *** ***

MODELO DE ATO GOVERNAMENTAL DE DEMISSÃO DECORRENTE DE POSSE EM


CARGO PÚBLICO CIVIL PERMANENTE
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais e considerando que o Sr.
GUAXINIM MACHO DA SILVA, Cabo da Polícia Militar do Ceará, matrícula funcional nº 000.000-0-0, to-
mou posse no cargo de Escrivã de Polícia Civil de 1ª Classe do Estado do Ceará, a partir de 29/08/2016 confor-
me consta no Processo nº 0000000/2016-VIPROC, e com fundamento no art.142, §1º c/c art.42, §3º, inciso II
da Constituição Federal/88 e art.199 da Lei Estadual nº13.729, de 11 de janeiro de 2006, RESOLVE demiti-lo
ex officio e transferi-lo para a reserva, sem qualquer remuneração ou indenização a contar de sua posse no
cargo público civil permanente. PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em
Fortaleza, aos 18 de janeiro de 2017. Camilo Sobreira de Santana GOVERNADOR DO ESTADO DO CEA-
RÁ. Hugo Santana de Figueirêdo Junior SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO André Costa
SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
Nota: nomes e dados meramente fictícios

2 PARECER DA ASSESSORIA JURÍDICA DA PMCE SOBRE IDENTIDADE FUNCIONAL DE DEMITIDO

A Assessoria Jurídica da PMCE por meio do Parecer nº 096/2013 exarado no processo sob protocolo nº
5178/2013, SPI 57254/2012, denegou a expedição de identidade funcional em virtude de demissão e transfe-
rência para a reserva sem remuneração, argumentando que as identidades do pessoal da Polícia Militar, de seus
dependentes e de funcionários civis fundamenta-se no Decreto nº 23.965, de 29 de dezembro de 1995, o qual
não tem normatizado o modelo de identidade para esse tipo de ex-militar.

3 SITUAÇÃO DE MILITAR QUE TOMA POSSE MAS NÃO INFORMA A CORPORAÇÃO

Temos ainda uma terceira situação que é a do militar que tomou posse em cargo ou emprego público civil
permanente, contudo não informou o fato à Corporação, permanecendo nos dois cargos. Aqui, outra saída
não há senão a de demiti-lo a partir da data em que tomou posse no cargo ou emprego civil permanente, sem
prejuízo da instauração de processo regular para verificar se houve ou não má fé e, se for o caso, ressarcimento
ao erário.

4 VEDAÇÃO AO ACÚMULO DE REMUNERAÇÃO

O Estatuto anterior, regido pela Lei nº 10.072/76, não previa a demissão do militar empossado em cargo ou
emprego público civil permanente. Nessa situação, ele passava à Reserva Remunerada ex officio e ainda podia
acumular os proventos, como se vê no art. 90 daquele diploma abaixo transcrito:
Art. 90 – A transferência “ex-officio” para a reserva remunerada verificar-se-á sempre que o policial-militar
incidir nos seguintes casos:
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VI – ser empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira, mesmo que seja magistério;
§ 2º – A transferência para a reserva remunerada do policial-militar enquadrado no item VI será efetivada no
posto ou na graduação que tinha na ativa, podendo acumular os proventos a que fizer jus na inatividade com a
remuneração do cargo para que foi nomeado.
Com o advento da EC nº 20/98, o artigo acima não foi recepcionado, em razão da vedação constitucional à
acumulação de proventos de inatividade com remuneração de atividades desenvolvidas no serviço público.
O plenário da suprema corte, ao julgar o RE 163.204, firmou o entendimento de que, em face da atual Cons-
tituição, não se podem acumular proventos com remuneração na atividade, quando os cargos efetivos de que
decorrem ambas essas remunerações não sejam acumuláveis na atividade. Improcedência da alegação de que,
em se tratando de militar que aceita cargo público civil permanente, a única restrição que ele sofre é a prevista
no §3º do art. 42: a de ser transferido para a reserva. A questão da acumulação de proventos com vencimentos,
quer se trate de servidor público militar, quer se trate de servidor público civil, disciplina-se constitucionalmen-
te de modo igual: os proventos não podem ser acumulados com os vencimentos. (MS 22.182, Rel. Min. Moreira
Alves, julgamento em 5-4-1995, Plenário,DJ de 10-8-1995.) No mesmo sentido: RE 741.304-AgR, rel. min. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 3-12-2013, Segunda Turma, DJE de 18-12-2013

5 A SITUAÇÃO DOS MÉDICOS MILITARES QUANTO AO ACÚMULO DE CARGO

Interessante observar que aos médicos miltares restou a possibilidade de acumulação de cargos públicos re-
munerados, conforme previsão do art.17, §1º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT),
abaixo transcrito:
Art.17, §1º. É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de médico que estejam
sendo exercidos por médico militar na administração pública direta ou indireta.

6 MILITAR DA RESERVA QUE TOMA POSSE EM CARGO DECORRENTE DE CONCURSO PÚBLICO

O artigo 199 deste EMECE trata da situação do militar estadual da ativa. Surge então o questionamento acerca
do militar estadual da reserva remunerada ou reformado que toma posse em cargo, emprego ou função pública
civil permanente, pois, a prima facie, o artigo não se lhe aplica. Vejamos então o que parece mais razoável
ocorrer conforme a situação do militar:
a) Militar da reserva remunerada
Realmente, o artigo 199 não se lhe é aplicado, contudo esses militares devem requerer formalmente a opção
vencimental, eis que é proibido o acúmulo de proventos de inatividade com vencimentos do novo cargo, em-
prego ou função.
b) Militar reformado por motivo de saúde
Os militares reformados devem ser apresentados, a cada dois anos, para verificar se sua situação de inatividade
é irreversível, como previsto neste EMECE. E eles devem ter a consciência de que não podem submeter-se a
cargos públicos civis permanentes enquanto estiverem com a possibilidade de reversão ao serviço ativo, ainda
que na modalidade de “Readaptados” conforme o grau de sequelas da enfermidade. Somente após o lapso tem-
poral de dois anos, após o registro pelo TCE ou da idade limite de 60 anos é que esses militares se encontram
dispensados do serviço ativo.
Caso o militar tenha tomado posse, de boa fé, deve então requerer a opção vencimental (o do cargo de militar
ou do novo cargo), devendo a Corporação publicar essa solução em Boletim Interno e encaminhar o processo
para a SEPLAG a fim de que sejam calculados valores porventura recebidos indevidamente pelo militar.
*** *** ***

DA DEMISSÃO E DA EXPULSÃO POR MOTIVO DISCIPLINAR

Art.200. Além do disposto nesta Lei, a demissão e a expulsão do militar estadual, ex officio, por
motivo disciplinar, é regulada pelo Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de
Bombeiros Militar do Ceará.
Parágrafo único. O militar estadual que houver perdido o posto e a patente ou a graduação, nas
condições deste artigo, não terá direito a qualquer remuneração ou indenização, e terá a sua si-
tuação militar definida pela Lei do Serviço Militar.

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COMENTÁRIO

Neste artigo, o legislador remete o rito da demissão disciplinar e da expulsão disciplinar para o Código Disci-
plinar, o qual elenca os casos que podem culminar com a demissão/expulsão de militar.
Não podemos esquecer que, além das situações de incidência da demissão, o legislador criou a demissão e
decorrência de posse em cargo ou emprego público civil permanente (art. 199).
E também criou duas formas de exclusão: a) por morte (art. 203) e, b) disciplinar.
A situação do militar demitido ou expulso, ambas por motivo disciplinar, é regulada pela Lei do Serviço Mi-
litar, abaixo transcrita:
Lei do Serviço Militar
Decreto nº 57.654, de 20 de janeiro de 1966 - Regulamenta a Lei do Serviço Militar (Lei nº 4.375, de 17 de
agôsto de 1964), retificada pela Lei nº 4.754, de 18 de agôsto de 1965.
Art. 11. O Serviço prestado nas Polícias Militares, Corpos de Bombeiros e em outras Corporações encarrega-
das da Segurança Pública, que, por legislação específica, forem declaradas reservas das Fôrças Armadas, será
considerado de interêsse militar. O ingresso nessas Corporações será feito de acôrdo com as normas baixadas
pelas autoridades competentes, respeitadas as prescrições dêste Regulamento.
Art. 13. Os brasileiros excluídos das Polícias Militares por conclusão de tempo, antes de 31 de dezembro do
ano em que completarem 45 (quarenta e cinco) anos de idade, terão as situações militares atualizadas de acôrdo
com as novas qualificações e com o grau de instrução alcançado:
1) serão considerados reservistas da 2ª categoria, nas graduações e qualificações atingidas, se anteriormente
eram portadores de Certificados de Isenção, de Dispensa de Incorporação ou de Reservista, quer de 1ª, quer de
2ª categoria, com graduação inferior à atingida.
2) nos demais casos, permanecerão na categoria, na graduação e na qualificação que possuiam antes da inclu-
são na Polícia Militar.
§1º Os excluídos por qualquer motivo, antes da conclusão do tempo a que se obrigaram, exceto por incapaci-
dade física ou moral, retornarão à situação anterior, que possuiam na reserva, ou serão considerados reservistas
de 2ª categoria na forma fixada neste Regulamento.
§2º Os excluídos das referidas Corporações por incapacidade física ou moral serão considerados isentos do
Serviço Militar, qualquer que tenha sido a sua situação anterior, devendo receber o respectivo Certificado.
§ 3º As Polícias Militares fornecerão aos excluídos de suas corporações os certificados a que fizerem jus, por
ocasião da exclusão, de acôrdo com o estabelecido neste artigo:
1) restituindo o Certificado que possuíam anteriormente à inclusão, aos que não tiveram alterada sua situação
militar;
2) fornecendo o Certificado de 2ª Categoria ou de Isenção, conforme o caso, aos que tiveram alterada sua si-
tuação militar.
§4º Caberá aos Comandantes de Corporação das Polícias Militares o processamento e a entrega dos novos
certificados previstos neste artigo, os quais serão fornecidos, sob contrôle, pelas Circunscrições de Serviço
Militar.

PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA: DEMISSÃO EX OFFICIO

Art.201. O militar estadual da ativa que perder a nacionalidade brasileira será submetido a pro-
cesso judicial ou regular para fins de demissão ex officio, por incompatibilidade com o disposto
no inciso I do art.10 desta Lei.

COMENTÁRIO

O artigo não merece maiores comentários, eis que é taxativo ao manter a exigência prevista no iniciso I, art. 10
para ingresso e permanência nas Corporações Militares Estaduais, ou seja, tem que ser brasileiro.
Abaixo, transcrevemos os casos de perda de nacionalidade:
CF/88 - Art. 12. §§1º ao 3º omissis.
§4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
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I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacio-
nal;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3,
de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional de Revisão nº 3, de 1994)
*** *** ***

Seção V
Da Deserção

DESERÇÃO - CONSEQUÊNCIAS

Art.202. A deserção do militar estadual acarreta interrupção do serviço com a conseqüente per-
da da remuneração.

DESERÇÃO - AGREGAÇÃO E REMUNERAÇÃO DO DESERTOR

§1º O Oficial ou a Praça, na condição de desertor, será agregado ao seu Quadro ou Qualificação,
na conformidade do art. 172, inciso III, alínea “g”, até a decisão transitada em julgado e não terá
direito a remuneração referente a tempo não trabalhado.

DESERÇÃO – CAPTURA OU APRESENTAÇÃO VOLUNTÁRIA – INSPEÇÃO DE SAÚDE

§2º O militar estadual desertor que for capturado, ou que se apresentar voluntariamente, será
submetido à inspeção de saúde e aguardará a solução do processo.

DESERÇÃO – PROCESSAMENTO E JULGAMENTO

§3º Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar o militar estadual desertor, cabendo
ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação
das Praças.

LEGISLAÇÃO ESPECIAL REFERENTE À DESERÇÃO

§4º As demais disposições de que tratam esta Seção estão estabelecidas em Lei Especial.

COMENTÁRIO AO ART. 202

1 O OBJETO DO ARTIGO

O artigo 202 e seus quatro parágrafos tratam da deserção de militar estadual, esclarecendo:
a) Consequências: interrupção do serviço ativo, perda da remuneração, agregação.
b) Ações em caso de apresentação espontânea, ou de captura do desertor.
c) Definição da Justiça Militar Estadual para processar e julgar o militar estadual desertor.
d) Informar que o assunto é tratado em legislação especial.

2 CONCEITO DE DESERÇÃO

Desertar é abandonar o serviço militar, o local de trabalho (unidade militar, cidade, Praça, região em que o
militar deveria estar realizando o policiamento ostensivo, patrulhando) , por dolo (vontade), por mais de 08
(oito) dias seguidos.
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Trata-se de um crime propriamente militar previsto no art. 187 a 194 do Código Penal Militar e seu rito pro-
cessual é estabelecido na lei especial (Código de Processo Penal Militar), in verbis:.
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permane-
cer, por mais de oito dias: Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se Oficial, a pena é agravada.
O desertor recebe o nome de trânsfuga e, caso seja capturado ou se apresente voluntariamente na Unidade, é
submetido à inspeção de saúde para fins de reinclusão no serviço ativo.
Essa reinclusão não impede que o processo na Justiça Militar Estadual tenha continuidade, nem que seja sub-
metido ao Conselho de Disciplina, caso seja Praça.
A doutrina entende que o crime de deserção é permanente, ou seja, seus efeitos permanecem no tempo e no
espaço, e isso permite a prisão do acusado a qualquer momento, conforme inteligência do art. 243 do CPM:
“Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado
em flagrante delito”.
A deserção acarreta sérios prejuízos não apenas para a Corporação Militar Estadual, mas, sobretudo, para a
sociedade, recipiendária dos serviços de segurança pública. Em outras palavras, trata-se de um crime contra o
dever militar

3 INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO

A interrupção do serviço é feita em decorrência do art. 178 c/c art. 210, §8º deste EMECE, observando-se que
o desertor ao ser capturado ou apresentar-se voluntariamente será revertido (estável) ou será reincluído (sem
estabilidade), pois apenas os militares podem ser processados e julgados na Justiça Militar Estadual, portanto
temos apenas uma interrupção do serviço.

4 AGREGAÇÃO X EXCLUSÃO DO DESERTOR

“Art.202, §1º O Oficial ou a Praça, na condição de desertor, será agregado ao seu Quadro ou Qualificação, na
conformidade do art.172, inciso III, alínea “g”, até a decisão transitada em julgado e não terá direito a remune-
ração referente a tempo não trabalhado”.
O parágrafo acima deve ser atualizado para ficar em consonância com o art.456, §§1º e 4º c/c art.457, §§1º, 2º
e 3º do Código de Processo Penal Militar.
Nos termos normativos do CPPM acima citado, o comandante da Unidade ou autoridade equivalente (por
ex: Coordenador) deve agregar ou excluir o militar, conforme sua carreira (Oficial ou Praça). Vide o Quadro
abaixo:
Quadro 26 – Ato do Comandante em caso de deserção de militar
SUJEITO DA DESERÇÃO ATO ADMINISTRATIVO APRESENTAÇÃO OU CAPTURA
Agregado (Até decisão transitada em
Oficial -x-
julgado na JME)
Praça Especial ou Praça sem Inspeção de saúde e, quando julgado apto para o
Excluída do serviço ativo
estabilidade serviço militar, será reincluído.
Praça Estável Agregado Inspeção de saúde e revertida
Fonte: O autor (2017)

Observem o seguinte:
a) A Agregação de Oficial é que perdura até a decisão transitada em julgado na JME.
b) A Praça especial ou Praça sem estabilidade só é reincluída, caso seja julgada apta ao serviço ativo.
c) A Praça especial ou sem estabilidade julgada inapata ao serviço ativo é isenta de reinclusão e o processo será arquivado, ouvida
a JME.

5 DESERÇÃO X ABANDONO DE POSTO

Notem que apesar da incidência do crime de abandono de posto, a doutrina entende que o abandono é apenas
um meio para se chegar à deserção (princípio da consunção: o crime mais grave absorve o menos grave).
Assim, o militar que abandona seu posto e não incide na deserção responderá apenas como abandono de posto;
doutra sorte, caso abandone e deserte, então responderá pela deserção.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
166
6 SEQUÊNCIA DE ATOS DO COMANDANTE EM CASO DE DESERÇÃO

a) Falta injustificada do militar estadual


b) Início da contagem dos dias de ausência
c) Elaboração da Parte de ausência
d) Inventário do material permanente da Fazenda Pública, deixado ou extraviado pelo ausente
e) Mandado de diligências para evitar que o militar deserte
f) Parte de deserção
g) Termo de deserção
h) Publicação do Termo de Deserção em Boletim Interno
i) Remessa do Termo de Deserção à Justiça Militar com cópia ao setor de Recusos Humanos da Corporação
j) Exclusão do serviço ativo ou agregação do militar (setor de Recusos Humanos da Corporação)
l) Retirada da folha de pagamento (setor de Recusos Humanos da Corporação)
Em caso de captura ou apresentação do desertor deve-se:
a) Comunicar ao Juiz da JME
b) Apresentar o desertor para inspeção de saúde
c) Recolher o desertor ao xadrez
d) Reverter ao serviço ativo ou reincluir o desertor
6.1 Documentos obrigatórios no processo de deserção
a) Parte de ausência
b) Mandado de diligências (Despacho do comandante da unidade)
c) Despacho do Cmt da OPM/OBM determinando o inventário
d) Inventário de bens da Fazenda Pública e/ou particular
e) Relatório de busca (Cumprimento do mandado de diligências, anexar termos de declarações)
f) Copia do assentamento individual do desertor
g) Parte de deserção
h) Termo de deserção
i) Cópia do Boletim Interno que publicou a deserção

7 O RITO PROCESSUAL CONFORME O CPPM


“Art.202, §4º As demais disposições de que tratam esta Seção estão estabelecidas em Lei Especial”
O parágrafo acima explica que o crime de deserção e seu rito apuratório se encontram especificados no Código
Penal Militar ou no Código de Processo Penal Militar.
Figura 46 - Síntese do processo de deserção em geral

Fonte: o autor (2017)

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
167
Observações sobre o Termo de Deserção:
a) Lavrado pelo Cmt da Unidade ou autoridade equivalente
b) Assinado por duas testemunhas.
c) Qualificação do desertor
d) Publicando em boletim juntamente com a parte de ausência
e) Remetido à auditoria competente, juntamente com a parte de ausência, o inventário do material permanente
da Fazenda Nacional e as cópias do boletim ou documento equivalente e dos assentamentos do desertor.
O rito processual para elaboração do Termo de Deserção vem previsto nos arts. 451 a 457 do CPPM com re-
dação dada pela Lei nº 8.236, de 20 de setembro de 1991, verbis:

Quadro 27 – Rito do Processo de Deserção conforme a lei

Art. 451. Consumado o crime de deserção, nos casos previsto na lei penal militar, o comandante da unidade,
Termo de deserção. ou autoridade correspondente, ou ainda autoridade superior, fará lavrar o respectivo termo, imediatamente,
Formalidades que poderá ser impresso ou datilografado, sendo por ele assinado e por duas testemunhas idôneas, além do
militar incumbido da lavratura.
§1º A contagem dos dias de ausência, para efeito da lavratura do termo de deserção, iniciar-se-á a zero hora
Contagem dos dias de do dia seguinte àquele em que for verificada a falta injustificada do militar.
ausência §2º No caso de deserção especial, prevista no art. 190 do Código Penal Militar, a lavratura do termo será,
também, imediata.
Efeitos do termo de Art. 452. O termo de deserção tem o caráter de instrução provisória e destina-se a fornecer os elementos
deserção necessários à propositura da ação penal, sujeitando, desde logo, o desertor à prisão.
Retardamento do Art. 453. O desertor que não for julgado dentro de sessenta dias, a contar do dia de sua apresentação
processo voluntária ou captura, será posto em liberdade, salvo se tiver dado causa ao retardamento do processo.
Art. 454. Transcorrido o prazo para consumar-se o crime de deserção, o comandante da unidade, ou autoridade
Lavratura do termo
correspondente ou ainda a autoridade superior, fará lavrar o termo de deserção circunstanciadamente,
de deserção e sua
inclusive com a qualificação do desertor, assinando-o com duas testemunhas idôneas, publicando-se em
publicação em boletim
boletim ou documento equivalente, o termo de deserção, acompanhado da parte de ausência.
§1º O Oficial desertor será agregado, permanecendo nessa situação ao apresentar-se ou ser capturado, até
Agregação de Oficial
decisão transitada em julgado.
Remessa do termo de §2º Feita a publicação, a autoridade militar remeterá, em seguida, o termo de deserção à auditoria competente,
deserção e documentos juntamente com a parte de ausência, o inventário do material permanente da Fazenda Nacional e as cópias
à JME do boletim ou documento equivalente e dos assentamentos do desertor.
§3º Recebido o termo de deserção e demais peças, o Juiz-Auditor mandará autuá-los e dar vista do processo
por cinco dias, ao Procurador, podendo este requerer o arquivamento, ou que for de direito, ou oferecer
Procedimento na
denúncia, se nenhuma formalidade tiver sido omitida, ou após o cumprimento das diligências requeridas.
Justiça Militar
§4º Recebida a denúncia, o Juiz-Auditor determinará seja aguardada a captura ou apresentação voluntária
do desertor.
Art. 455. Apresentando-se ou sendo capturado o desertor, a autoridade militar fará a comunicação ao Juiz-
Apresentação ou Auditor, com a informação sobre a data e o lugar onde o mesmo se apresentou ou foi capturado, além
captura do desertor de quaisquer outras circunstâncias concernentes ao fato. Em seguida, procederá o Juiz-Auditor ao sorteio
Sorteio do conselho e à convocação do Conselho Especial de Justiça, expedindo o mandado de citação do acusado, para ser
processado e julgado. Nesse mandado, será transcrita a denúncia.
§1º Reunido o Conselho Especial de Justiça, presentes o procurador, o defensor e o acusado, o presidente
ordenará a leitura da denúncia, seguindo-se o interrogatório do acusado, ouvindo-se, na ocasião, as
Rito processual testemunhas arroladas pelo Ministério Público. A defesa poderá oferecer prova documental e requerer a
inquirição de testemunhas, até o número de três, que serão arroladas dentro do prazo de três dias e ouvidas
dentro do prazo de cinco dias, prorrogável até o dobro pelo conselho, ouvido o Ministério Público.
§2º Findo o interrogatório, e se nada for requerido ou determinado, ou finda a inquirição das testemunhas
arroladas pelas partes e realizadas as diligências ordenadas, o presidente do conselho dará a palavra às partes,
Julgamento para sustentação oral, pelo prazo máximo de trinta minutos, podendo haver réplica e tréplica por tempo não
excedente a quinze minutos, para cada uma delas, passando o conselho ao julgamento, observando-se o rito
prescrito neste código.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Art. 456. Vinte e quatro horas depois de iniciada a contagem dos dias de ausência de uma Praça, o comandante
Inventário dos da respectiva subunidade, ou autoridade competente, encaminhará parte de ausência ao comandante ou chefe
bens deixados ou da respectiva organização, que mandará inventariar o material permanente da Fazenda Nacional, deixado ou
extraviados pelo extraviado pelo ausente, com a assistência de duas testemunhas idôneas.
ausente. §1º Quando a ausência se verificar em subunidade isolada ou em destacamento, o respectivo comandante,
Oficial ou não providenciará o inventário, assinando-o com duas testemunhas idôneas
§2º Decorrido o prazo para se configurar a deserção, o comandante da subunidade, ou autoridade
Parte de deserção
correspondente, encaminhará ao comandante, ou chefe competente, uma parte acompanhada do inventário.
§3º Recebida a parte de que trata o parágrafo anterior, fará o comandante, ou autoridade correspondente,
Lavratura do termo de lavrar o termo de deserção, onde se mencionarão todas as circunstâncias do fato. Esse termo poderá ser
deserção lavrado por uma Praça, especial ou graduada, e será assinado pelo comandante e por duas testemunhas
idôneas, de preferência oficiais.
Exclusão do serviço §4º Consumada a deserção de Praça especial ou Praça sem estabilidade, será ela imediatamente excluída do
ativo, agregação e serviço ativo. Se Praça estável, será agregada, fazendo-se, em ambos os casos, publicação, em boletim ou
remessa à auditoria documento equivalente, do termo de deserção e remetendo-se, em seguida, os autos à auditoria competente.
Art. 457. Recebidos do comandante da unidade, ou da autoridade competente, o termo de deserção e a
cópia do boletim, ou documento equivalente que o publicou, acompanhados dos demais atos lavrados e dos
Vistas ao Ministério
assentamentos, o Juiz-Auditor mandará autuá-los e dar vista do processo, por cinco dias, ao procurador, que
Público Militar
requererá o que for de direito, aguardando-se a captura ou apresentação voluntária do desertor, se nenhuma
formalidade tiver sido omitida, ou após o cumprimento das diligências requeridas.
Inspeção de saúde, §1º O desertor sem estabilidade que se apresentar ou for capturado deverá ser submetido à inspeção de saúde
para fins de reinclusão e, quando julgado apto para o serviço militar, será reincluído.
§2º A ata de inspeção de saúde será remetida, com urgência, à auditoria a que tiverem sido distribuídos os
Incapacidade para autos, para que, em caso de incapacidade definitiva, seja o desertor sem estabilidade isento da reinclusão
serviço ativo e do processo, sendo os autos arquivados, após o pronunciamento do representante do Ministério Público
Militar.
§3º Reincluída que a Praça especial ou a Praça sem estabilidade, ou procedida à reversão da Praça estável, o
comandante da unidade providenciará, com urgência, sob pena de responsabilidade, a remessa à auditoria de
Notícia de reinclusão
cópia do ato de reinclusão ou do ato de reversão. O Juiz-Auditor determinará sua juntada aos autos e deles
ou reversão. Denúncia
dará vista, por cinco dias, ao procurador que requererá o arquivamento, ou o que for de direito, ou oferecerá
denúncia, se nenhuma formalidade tiver sido omitida, ou após o cumprimento das diligências requeridas.
§4º Recebida a denúncia, determinará o Juiz-Auditor a citação do acusado, realizando-se em dia e hora
Citação, interrogatório previamente designados, perante o Conselho Permanente de Justiça, o interrogatório do acusado, ouvindo-
e inquirição de se, na ocasião, as testemunhas arroladas pelo Ministério Público. A defesa poderá oferecer prova documental
testemunha e requerer a inquirição de testemunhas, até o número de três, que serão arroladas dentro do prazo de três
dias e ouvidas dentro de cinco dias, prorrogáveis até o dobro pelo conselho, ouvido o Ministério Público.
§5º Feita a leitura do processo, o presidente do conselho dará a palavra às partes, para sustentação oral, pelo
Julgamento prazo máximo de trinta minutos, podendo haver réplica e tréplica por tempo não excedente a quinze minutos,
para cada uma delas, passando o conselho ao julgamento, observando-se o rito prescrito neste código.
Comunicação de §6º Em caso de condenação do acusado, o Juiz-Auditor fará expedir, imediatamente, a devida comunicação
sentença condenatória à autoridade competente, para os devidos fins e efeitos legais.
§7º Sendo absolvido o acusado, ou se este já tiver cumprido a pena imposta na sentença, o Juiz-Auditor
Sentença absolutória.
providenciará, sem demora, para que seja posto em liberdade, mediante alvará de soltura, se por outro
Alvará de soltura
motivo não estiver preso.
Fonte: o autor adaptado do CPPM (2017)

8 FÓRMULA PARA CALCULAR DATA E HORA DA DESERÇÃO

A fórmula para o cálculo da data da deserção é a seguinte:


DD = D+9
Em que:
DD = dia da deserção
D = dia que o militar deixou de comparecer à Unidade
A contagem começa à 0h seguinte, portanto, a consumação é sempre à 0h do dia D+9
Exemplos:
1) O Cb Desertino Decimus faltou ao expediente do dia 01 de janeiro de 2017. Aplicando a fórmula D+9, te-
mos: 01+09 = 10, portanto a deserção está consumada à 0h do dia 10 de janeiro.
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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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2) O Cb Aba Donus encontrava-se de serviço de cabine, na Praia do Futuro, no dia 25 de março. Às 10h resol-
veu abandonar o posto e evadir-se. Aplicando a fórmula D+9, temos: 25+9 = 34, ocorre que o mês de março
tem 31 dias. Assim, 34-31=3, logo a deserção foi consumada no dia 03 de maio a 0h.
Excetua-se a deserção instantânea (art.190, CPM), que se configura com o não comparecimento do militar em
momento e local determinado.

9 MODELO DE PARTE DE AUSÊNCIA

Decorridas as primeiras vinte e quatro horas de ausência injustificada, deve ser lavrada a Parte de Ausência
e remetida, com registro no protocolo, ao Comandante, Chefe ou Diretor da OPM/OBM, como ensina o art.
456, caput, c/c art. 451, §1º, do CPPM.
A parte de ausência no caso do art. 190 do CPM é lavrada de imediato à verificação de que o militar deixou de
se apresentar, sem motivo justificado, para embarcar no navio ou na aeronave, ou para tomar parte no desloca-
mento da Unidade que integrava (art. 451, §2º, do CPPM). Vide o modelo abaixo:
Cabeçalho da OM
Parte de Ausência nº 001/2017-25ºBPM
Fortaleza, 11 de outubro de 2017
Ao Maj PM Severus – Cmt do 25º BPM
Senhor Comandante,
Comunico a V.Sª que o Cb PM 12.120 Dolosus Ausentis, mat. 000.000-0-0, deste BPM, se encontra faltando
ao expediente desde o dia 10.10.207, caracterizando, neste dia 11.10.2017, a condição de ausente prevista no
art. 451, §1º do Código de Processo Penal Militar. Esclareço que o militar não informou o motivo da falta.
Assina: Marco Aurélio de Melo – Cap PM
Comandante da 1ª CPM/3ºBPM

10 MODELO DO DESPACHO NA PARTE DE AUSÊNCIA


O Comandante da OPM/OBM recebe a parte de ausência, devidamente protocolada, e emite o seguinte despa-
cho no documento:

DESPACHO
1. R.H.
2. Nomeio os ... (nome e posto) para, diligenciar no sentido de localizar o militar a fim de evitar que se consu-
me o crime de deserção, bem como elaborar o Termo de Inventário do material da Fazenda Pública e de bens
particulares deixados ou extraviados pelo ausente.
3. Restando infrutíferas as diligências e tendo decorrido o prazo previsto em lei, elabore-se a parte de deserção.
4. Publique-se em BI
Registre-se e Cumpra-se.
Fortaleza,
Severus Puniendis – Maj PM
Cmt do 25º BPM

11 MODELO DE TERMO DE INVENTÁRIO


Cabeçalho da Corporação
TERMO DE INVENTÁRIO
Aos .......... dias do mês de ............... do ano de dois mil e .................., nesta cidade de Fortaleza,CE, no Ga-
binete do Subcomandante do 25º BPM, onde presentes se achavam o 1º Ten PM Contador de Materiaus, mat.
000.000-0-0, o 1º Ten PM Auxiliarius de Inventarius, mat. 000.000-0-0 e o Subten PM Almoxarifius Finalis,
mat. 000.000-0-0, testemunhas, em face da ausência do Cb PM 12.120 Dolosus Ausentis, mat. 000.000-0-0,
deste BPM, deu-se início ao presente INVENTÁRIO, na forma que adiante se segue:
I - MATERIAL PERTENCENTE A FAZENDA PÚBLICA
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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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a) fardamento: Nada foi encontrado
b) armamento, munição e equipamentos: Nada foi encontrado
II - MATERIAL DE PROPRIEDADE DO AUSENTE
Nada foi encontrado.
Nada mais. Lido e achado conforme, vai devidamente assinado.
Presidente _________________________
1º Testemunha _____________________
2º Testemunha _____________________

12 MODELO DE CERTIDÃO DE DILIGÊNCIAS

Cabeçalho da Corporação
CERTIDÃO DE DILIGÊNCIAS
Certifico que, em cumprimento a determinação do Sr................................., às ____ horas do dia ______, des-
loquei-me a residência do Cb PM 12.120 Dolosus Ausentis, mat. 000.000-0-0, mantendo contato pessoal com
sua esposa a Srª Maria dos Anzois, identidade nº 000.000/SSPDS-CE, a qual informou que não sabia paradeiro
de seu esposo. Em seguida, dirigi-me a rua.................................... e mantive contato com seu filho, o Sr..........
................................... o qual também informou que não sabia do paradeiro de seu pai. Também mantive con-
tato com o Sd PM .................................. deste BPM o qual também não sabe o paradeiro do militar. (todos os
termos de declarações seguem em anexo). Também diligenciamos junto ao Hospital Geral de Fortaleza, e ao
Instituto de Perícia Forense, tudo em vão.
Dou fé.
Fortaleza,
Assina

DESPACHO

1. Aguarde-se a consumação do crime de deserção;


2. Recebida a Parte de Deserção providencie o Sr. Escrivão a lavratura do Termo de Deserção;
3. Junto ao relatório, sejam os autos remetidos ao senhor Comandante desta Unidade.
Local e data
Ass: Joana de Angelis - 2º Tenente
Presidente
12.1 MODELO DE TERMO DE DESERÇÃO
Aos .......... dias do mês de ............... do ano de dois mil e .................., nesta cidade de ................., na Sala do
Cmt do 25º BPM, onde presente se achava o Maj PM Aurelius Agostinus, Comandante da respectiva Unidade,
e as testemunhas, 1º Ten PM Contador de Materiaus, mat. 000.000-0-0, o 1º Ten PM Auxiliarius de Inven-
tarius, mat. 000.000-0-0, por mim Ten PM Almoxarifius Finalis, mat. 000.000-0-0, designado para lavar este
termo, foram lidos e verificados os presentes autos que dão ciência de que o Cb PM 12.120 Dolosus Ausentis,
mat. 000.000-0-0, do 25º BPM, brasileiro, filho de Ignorandus Paternus e de Maria Batalhão, encontra-se fal-
tando-se ao expediente desde o dia ............../..................../............... e, nesta data, completou mais de 8 (oito)
dias ausente da sua corporação, estando em lugar incerto e não sabido, conforme certidão de fls. ___, dando
conta de que foram efetivadas diligências no sentido de localizá-lo, porém, sem efeito. Dessa forma, caracte-
riza-se, em tese, o crime de deserção previsto no art. 187 do CPM. Em seguida, nos termos do art. 456, §3º do
CPPM, foi lavrado o presente Termo de Deserção para que possa constar do processo ao qual o aludido militar
responderá perante a Justiça Militar Estadual. Lido e achado conforme, vai devidamente assinado pelo Cmt da
Unidade, pelas testemunhas e por mim, que o digitei.
Cmt da OPM/OBM__________________
1º Testemunha ____________________
2º Testemunha ____________________
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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Digitador ________________________

13 MODELO DE AUTO DE APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA

Às ____ horas do dia ___ do mês de _________ do ano de dois mil e dezessete, nesta cidade de Fortaleza/CE,
no Quartel do 25º BPM, onde presente se achava o 2º Ten PM Aurelius, Oficial de Dia, o 1º Sgt PM Marcius,
Adjunto ao Oficial de Dia e o 3º Sgt PM Macedus, Comandante da Guarda, servindo de testemunhas, fazen-
do-se acompanhar do Advogado Pintus Silva, OAB/Ce nº 000, apresentou-se o cidadão a seguir qualificado:
NOME, POSTO/GRADUAÇÃO, Nº DA IDENTIDADE, Nº DO CPF, DATA NASCIMENTO, NATURA-
LIDADE, UF, ESTADO CIVIL, GENITORA, PROFISSÃO, ESCOLARIDADE, ENDEREÇO, E-MAIL,
FONE/CELULAR. Aos costumes nada disse. Em seguida o cidadão acima disse: Que é Soldado desta cor-
poração. Que no ano de ____, não lembrando dia e mês, ausentou-se deste Estado, indo residir na cidade de
Manaus, ingressando na condição de desertor; QUE nesta data vem se apresentar para regularizar sua situação
perante esta Corporação. Ato contínuo a autoridade militar informou ao apresentante que seriam adotadas as
seguintes providências:
I - em face de contar com mais de dez anos de efetivo serviço será submetido a Inspeção de Saúde e em sendo
considerado APTO será reintegrado ao efetivo da corporação, a fim de que possa responder ao processo devido
perante a Justiça Militar estadual;
II - em caso de ser considerado INAPTO será apresentado ao senhor Juiz Auditor autoridade que determinará
as providências que serão adotadas;
III - Após a adoção das providências acima descritas, será recolhido ao xadrez desta corporação aonde perma-
necerá a disposição da Justiça Militar pelo prazo inicial de 60 dias, (art. 453);
IV - Expirado o prazo de sessenta dias e caso não venha a ser julgado, deverá providenciar, através de seu
advogado, o Alvará de Soltura junto a Justiça Militar Estadual.
Dada a palavra ao Advogado presente, por esse nada foi requerido ___________. NADA MAIS. Lido e achado
conforme vai devidamente assinado. (assinaturas)

14 CAPTURA DO DESERTOR

O desertor capturado é apresentado à autoridade militar que deverá reduzir, a termo, as declarações do captu-
rado, além de necessariamente observar as garantias estabelecidas nos incisos XLIX, LXII, LXIII e LXIV do
art. 5o da Constituição Federal, sob pena da prática de abuso de autoridade.
O desertor captuado é apresentado à Perícia Médica a fim de submeter-se a exame de lesão corporal, e após,
encaminhá-lo ao estabelecimento prisional onde ficará custodiado.

15 O PRAZO DE GRAÇA E O PRAZO PARA DESERÇÃO

A doutrina denomina de “prazo de graça” aquele que permeia entre a ausência e a deserção propriamente dita,
ou seja, o período de tempo que se computa para consumação do crime.
Essa contagem é ensinada no art. 451 do Código de Processo Penal Militar (CPPM), ou seja: “A contagem dos
dias de ausência, para efeito da lavratura do termo de deserção, iniciar-se-á à zero hora do dia seguinte àquele
em que foi verificada a falta injustificada do militar”.
Por ex: caso a ausência injustificada ocorra no dia 20, inicia-se a contagem do prazo à zero hora do dia 21 e
consumar-se-á a deserção, a partir da zero hora do dia 29.
Usando a fórmula DD = D+9, temos: 20+9 = 29
Estamos fazendo esse cálculo com base no Superior Tribunal Militar – STM que assim decidiu por unani-
midade: “o disposto na parte final do art. 187 do CPM ‘... por mais de oito dias’, deve ser interpretado como
sendo ‘qualquer tempo que exceda a oito dias’”. (Recurso Criminal nº 2002.01.007023-0-RS, Relator Ministro
Henrique Marini e Souza, julgado em 21.11.2002).
O prazo de graça só existe nas tipificações dos arts. 187, 188, I a III, e 192, do CPM.
Antes do prazo previsto para deserção, tem-se apenas a ausência cuja sanção ocorrerá no âmbito administra-
tivo. Contudo, ocorrendo a deserção, a ausência deixa de ser punível, pois é absorvida pelo crime, vez que é
antefactum.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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172
16 DESERÇÃO ESPECIAL

Não existe prazo de graça. Ela é imediata: com a simples falta (190 do CPM). O Termo de deserção é lavrado
imediatamente em seguida. (451, §2º do CPPM)

17 LEGISLAÇÃO FEDERAL APLICADA À ESPÉCIE

1) Código Penal Militar


Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer,
por mais de oito dias: Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se Oficial, a pena é agravada.
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:
I - não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias;
II - deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, contados daquele em que
termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é declarado o estado de sítio ou de guerra;
III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias;
IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou simulando incapacidade.
Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou aeronave, de que é tripulante,
ou do deslocamento da unidade ou força em que serve:
Pena - detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar, dentro de vinte e quatro horas,
à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade policial, para ser comunicada a apresentação ao
comando militar competente.
2) Código de Processo Penal Militar (CPPM)
Art. 451. Consumado o crime de deserção, nos casos previsto na lei penal militar, o comandante da unidade,
ou autoridade correspondente, ou ainda autoridade superior, fará lavrar o respectivo termo, imediatamente, que
poderá ser impresso ou datilografado, sendo por ele assinado e por duas testemunhas idôneas, além do militar
incumbido da lavratura. 
§1º A contagem dos dias de ausência, para efeito da lavratura do termo de deserção, iniciar-se-á a zero hora do
dia seguinte àquele em que for verificada a falta injustificada do militar.
Art. 456, §4º Consumada a deserção de Praça especial ou Praça sem estabilidade, será ela imediatamente
excluída do serviço ativo. Se Praça estável, será agregada, fazendo-se, em ambos os casos, publicação, em
boletim ou documento equivalente, do termo de deserção e remetendo-se, em seguida, os autos à auditoria
competente.
Art. 457, §3º Reincluída a Praça especial ou a Praça sem estabilidade, ou procedida à reversão da Praça estável,
o comandante da unidade providenciará, com urgência, sob pena de responsabilidade, a remessa à auditoria
de cópia do ato de reinclusão ou do ato de reversão. O Juiz-Auditor determinará sua juntada aos autos e deles
dará vista, por cinco dias, ao procurador que requererá o arquivamento, ou o que for de direito, ou oferecerá
denúncia, se nenhuma formalidade tiver sido omitida, ou após o cumprimento das diligências requeridas. 

18 LEGISLAÇÃO ESTADUAL APLICÁVEL A ESPÉCIE

EMECE
Art. 38. §1º Consideram-se também vagos os cargos militares estaduais cujos ocupantes: [...] III - tenham sido
considerados desertores.
Art. 67. Para fins de que dispõe esta Seção, no tocante à concessão de licenças e dispensas de serviços, o mi-
litar que não se apresentar no primeiro dia útil após o prazo previsto de encerramento da citada autorização,
incorrerá nas situações de ausência e deserção conforme disposto na legislação aplicável.
Art. 172 ... g) deserção, quando Oficial ou Praça com estabilidade assegurada, mesmo tendo se apresentado
voluntariamente, até sentença transitada em julgado do crime de deserção;
Art. 176, §3º A qualquer tempo, cessadas as razões, poderá ser determinada a reversão do militar estadual agre-
gado, exceto nos casos previstos nas alíneas “f,” “g”, “h” e “j” do inciso III do §1º do art.172.
Art. 178. O desligamento do serviço ativo de Corporação Militar Estadual é feito em conseqüência de:
VII - Deserção
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
173
Art. 210, §8º Não é computável para efeito algum o tempo: [...] II - passado como desertor;

19 DOUTRINA NA PMCE SOBRE O PROCESSO DE DESERÇÃO

Processo de Deserção – Orientação - BCG 069, 17.04.2009 Nota nº 055/2009-DP/3 O Cel PM Diretor de
Pessoal da PMCE, no uso de suas atribuições legais, orienta aos Oficiais, quando da feitura do Processo de
Deserção de Policial Militar, que o mesmo seja confeccionado em 02(duas) vias, juntando-se ao referido o
Resumo de Assentamentos do Praça Desertor, atualizado, encaminhando toda a documentação ao Comando
Geral Adjunto para fins pertinentes. DP em Fortaleza, 14 de abril de 2009. Assina: Hélio Severiano de Vascon-
celos Júnior - Cel PM, COMANDANTE-GERAL ADJUNTO/PMCE. Fco. Cavalcante de P. Neto – Cel PM,
DIRETOR DE PESSOAL DA PMCE.

20 SÚMULAS DO STM SOBRE DESERÇÃO

Súmula nº 3 - Não constituem excludentes de culpabilidade, nos crimes de deserção e insubmissão, alegações
de ordem particular ou familiar desacompanhadas de provas. (DJ 1 Nº 77, de 24.04.95)
Súmula nº 8 - O desertor sem estabilidade e o insubmisso que, por apresentação voluntária ou em razão de cap-
tura, forem julgados em inspeção de saúde, para fins de reinclusão ou incorporação, incapazes para o Serviço
Militar, podem ser isentos do processo, após o pronunciamento do representante do Ministério Público.” (DJ
1 Nº 77, de 24.04.95)
Súmula nº 10 - Não se concede liberdade provisória a preso por deserção antes de decorrido o prazo previsto
no art. 453 do CPPM. (DJ 1 Nº 249, de 24.12.96)
Súmula nº 12 - A Praça sem estabilidade não pode ser denunciada por deserção sem ter readquirido o status de
militar, condição de procedibilidade para a persecutio criminis, através da reinclusão. Para a Praça estável, a
condição de procedibilidade é a reversão ao serviço ativo.” (DJ 1 Nº 18, de 27.01.97)
- O Superior Tribunal Militar – STM já decidiu por unanimidade que “o disposto na parte final do art. 187
do COM ‘... por mais de oito dias’, deve ser interpretado como sendo ‘qualquer tempo que exceda a oito
dias’”. (Recurso Criminal nº 2002.01.007023-0-RS, Relator Ministro Henrique Marini e Souza, julgado em
21.11.2002)

21 SÚMULA DO STF SOBRE DESERÇÃO

Súmula 694 - Não cabe “habeas corpus” contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de
patente ou de função pública.
Súmula 673 - O art. 125, §4º, da Constituição não impede a perda da graduação de militar mediante procedi-
mento administrativo.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 112 Nos termos do estatuto, a deserção do militar estadual acar-
reta interrupção do serviço, com a consequente perda da remuneração. O militar desertor será agregado ao seu
quadro ou qualificação, até a decisão transitar em julgado.
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008 - 91 A deserção
do militar estadual acarreta interrupção do serviço, com a conseqüente perda da remuneração. Se o desertor
for capturado ou apresentar-se voluntariamente, será submetido à inspeção de saúde e aguardará a solução do
processo. Compete à justiça militar estadual processar e julgar o militar estadual desertor, cabendo ao tribunal
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
*** *** ***

Seção VI
Do Falecimento, do Desaparecimento e do Extravio

FALECIMENTO E CONSEQUÊNCIAS

Art.203. O falecimento do militar estadual da ativa acarreta o desligamento ou exclusão do ser-


viço ativo, a partir da data da ocorrência do óbito.

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COMENTÁRIO

1 O OBJETO DO ARTIGO

O objeto do artigo é o evento morte do militar estadual e suas consequências.


A existência civil do militar estadual termina com a morte, seja real (comprovada por atestado de óbito) ou
presumida (ação declaratória), quando decorrente de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública
ou outros acidentes oficialmente reconhecidos. Em qualquer dos casos, o militar extinto não é mais sujeito de
direitos ou de obrigações.
Observa-se que o legislador tratou do falecimento do militar estadual da ativa, o qual implica em sua exclusão
ou desligamento do serviço ativo como decorrência dos art. 4º e 5º deste EMECE, pois o serviço militar esta-
dual é próprio dos militares em atividade.
Observa-se, contudo, o silêncio da lei quanto ao falecimento do militar estadual inativo. Nesse caso, o intér-
prete fica abandonado a si mesmo, dado que o legislador não indicou o caminho a ser seguido nessa situação.O
fato é que o militar inativo já se encontra desligado do serviço.
Como o evento morte implica na Folha de Pagamento do Estado, resta claro que é necessário publicar em Bo-
letim Interno (BCG) e/ou em Diário Oficial a notificação do falecimento do servidor para que ele seja retirado
da Folha de Pagamento e seus herdeiros ingressem com o pedido de pensão previdenciária.

2 A PENSÃO PREVIDENCIÁRIA

O militar estadual é contribuinte obrigatório do Sistema Único de Previdência Social dos Servidores Públicos
Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC (art. 3º, LC
nº 21/2000), o qual tem caráter contributivo, e visa proporcionar cobertura exclusiva aos segurados e seus
respectivos dependentes.
Nessa visão, o falecimento do militar estadual ativo ou inativo implica na pensão previdenciária a ser paga aos
seus dependentes legais por ato da Secretaria do Planejamento e Gestão (SEPLAG).
É importante esclarecer que a lei que rege a pensão previdenciária é aquela que se encontrava em vigor na data
da ocorrência do óbito do militar (Súmula nº 340-STJ - A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária
por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado). Dessa forma, nas Corporações Militares Estaduais
temos as seguintes legislações que amparam as viúvas e órfãos de militares estaduais:
1) Lei nº 897, de 06 de dezembro de 1950 (Montepio)
2) Lei nº 10.972, de 10 de dezembro de 1984 (Pensão policial militar)
3) Lei Complementar nº 21, de 29 de junho de 2000 (Pensão previdenciária)
4) Lei Complementar nº 31, de 05 de agosto de 2002 (Pensão previdenciária provisória)
Todas essas legislações ainda permanecem com efeitos vigentes para os dependentes previdenciários do mili-
tar. Vejamos por exemplo, o caso das reversões de pensões para filhas de militares que faleceram ainda sob a
égide da lei do montepio, pois após o falecimento da viúva e do militar, as filhas passam a ter o direito à pensão,
por reversão.
Dessa forma, é necessário conhecer cada uma dessas legislações, assim como a doutrina da Pocuradoria Geral
do Estado e os instrumentos normativos elaborados pela Secretaria do Planejamento e Gestão quando se trata
de pensão previdenciária.
2.1 Beneficiários da pensão previdenciária
Em razão da multiplicidade de leis utilizadas para elaboração dos processos de pensão, tudo em decorrência da
súmula nº 340, que, em síntese, afirma que a lei da pensão é a vigente à época do óbito. Destarte, elaboramos
o quadro abaixo.

QUADRO: Rol de beneficiários previdenciários conforme a legislação vigente à época do óbito do militar

HERDEIRO LEI Nº 897/1950 LEI Nº 10.972/84 LC Nº 21/2000


Enquanto viver honestamente,
Viúva Sim (1) Sim
ou não casar com civil.

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HERDEIRO LEI Nº 897/1950 LEI Nº 10.972/84 LC Nº 21/2000
Com quem o contribuinte
Companheiro ou
solteiro, separado ou
Companheira - companheira (união
divorciado, vivia maritalmente
estável)
há mais de 05 (cinco) anos;
Pensão alimentícia
Ex cônjuge - Pensão alimentícia judicial
judicial
Filhas Solteiras, viúvas e casadas
Menores de 21 anos,
Filhos legítimos, legitimados ou Menores de 21 anos Até 21 anos
reconhecidos
Seja inválido/
Filhos Inválidos/interditado Inválidos/interditado
deficiência grave
Órfãos de pai e mãe, mantidos
Netos Órfãos de pai e mãe
pelo contribuinte
Comprovem
Solteira, viúva, separada dependência econômica
Mãe viúvas ou solteiras judicialmente ou divorciada, e inexistam, na data do
sem qualquer rendimento. óbito: cônjuge, filhos,
tutelados.
Comprovem
dependência econômica
Pai - - e inexistam, na data do
óbito: cônjuge, filhos,
tutelados.
Menores, germanas e
Germanas e consanguíneas
Irmãs consanguineas, efetivamente -
solteiras e viúvas
mantidas pelo contribuinte
Menores quando realmente
Beneficiários
forem mantidos pelo - -
instituídos
contribuinte.
Provada a dependência
Tutelado - -
econômica
Fonte: o autor com base na legislação

Notas:
1) A viúva não terá direito à pensão policial-militar se, por sentença passada em julgado, houver sido considerado cônjuge culpado, ou se, na separação judicial ou
divórcio, não lhe for assegurada qualquer pensão ou amparo pelo marido.
2) A Lei nº 10.972/1984 exigia a “Declaração de Beneficiários” vide: “Art. 5º - Todo contribuinte é obrigado a fazer sua declaração de beneficiários que, salvo prova em
contrário, prevalecerá para qualificação dos mesmos a pensão policial-militar”.
3) A Lei Complementar nº 21/2000 exige prova de dependência econômica, como exposto no “Art. 5º, §2º A dependência econômica é requisito para o reconhecimento
do direito dos dependentes indicados no §1º, deste artigo, ao benefício de pensão, sendo presumida, de forma absoluta, em relação ao cônjuge supérstite, companhei-
ro, companheira e ao filho de até 21 (vinte e um) anos de idade, ressalvado o disposto nesta Lei Complementar. (Parágrafo dado pela LC nº 159/2016)”

2.2 Pensão provisória e pensão definitiva


A pensão previdenciária ocorre em duas fases distintas:
1) Fase 1 - pensão provisória
2) Fase 2 - pensão definitiva
Fase 1 – Pensão Provisória

Após o evento fatídico, ocorre o seguinte:

a) Os herdeiros do militar estadual comparecem à Coordenadoria de Gestão de Pessoas (CGP), ou órgão res-
ponsável pelos recursos humanos da Corporação e apresentam a documentação comprobatória da dependên-
cia. É então elaborado o requerimento cujo modelo se encontra no site da SEPLAG.
b) O órgão militar estadual inicia o processo de pensão provisória elaborando “declaração de rendimentos” e
a minuta do ato (título de pensão) e o remete à autoridade competente (Secretário do Planejamento e Gestão
– SEPLAG), por força do art. 2º da LC nº 62/2007, in verbis: “Art. 2º A concessão de pensão por morte dos
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segurados do SUPSEC dar-se-á por Ato do Secretário do Planejamento e Gestão, em relação a óbito ocorrido
a partir da data da publicação desta Lei Complementar”.
Esse ato de pensão provisória é calculado no valor de 80% do total dos proventos do militar, conforme pre-
visão contida no art. 1º, §1º. da Lei Complementar nº 31, de 05 de agosto de 2002: “Art. 1º, §1º. A pensão
provisória corresponderá ao percentual de 80% (oitenta por cento) do valor da última remuneração normal do
segurado falecido, considerando-se remuneração normal o valor do subsídio, dos vencimentos, dos soldos ou
dos proventos do membro de Poder, agente público, militar estadual ou servidor falecidos, respeitado o teto
remuneratório aplicável”.
c) O processo é analisado na SEPLAG e, caso aprovado, recebe a assinatura do ato de pensão.
d) A SEPLAG restitui o processo à Corporação Militar Estadual para implantar os valores em folha de paga-
mento dos beneficiários (os quais já previamente informaram banco, agência e conta a ser depositada).
e) Após os lançamentos em folha de pagamento o processo é remetido à Casa Civil para publicação em Diário
Oficial do Estado.
***
2.3 Do trâmite do processo de pensão
O fluxo abaixo se encontra no Manual de Pensão Pevidenciária editado pela SEPLAG e vem seguido pela
Corporações Militares Estaduais.

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MODELO DE ATO DE PENSÃO PROVISÓRIA (APROVADO PELA SEPLAG E PUBLICADO
EM DOE)

O SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições


legais e tendo em vista o que consta do processo de nº 0000000/2017 - VIPROC, RESOLVE CONCEDER,
nos termos do art. 42, §2º, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional n° 41, de
19 de dezembro de 2003, e arts. 5º, 6º, II e 8º da Lei Complementar nº 21, de 29 de junho de 2000, e art. 5º,
§1º, I, incluído pela Lei Complementar nº 159, de 14 de janeiro de 2016, e art. 1º da Lei Complementar nº 31,
de 05 de agosto de 2002, ao(s) dependente(s) do ex-militar da reserva remunerada RESERVUS FALECIDUS,
CPF: 000.000.000-00, pertencente aos quadros da POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ - PMCE,
onde ocupava a graduação de 1º SARGENTO, percebendo os proventos da mesma graduação, matrícula Nº
000.000-0-0, com óbito em 27/04/2027, pensão mensal no valor de R$ 3.418,76 (três mil, quatrocentos e de-
zoito reais e setenta e seis centavos), correspondendo a 80% (oitenta por cento) da totalidade dos proventos do
falecido, conforme descrição abaixo e vigência a partir de 17/04/2017:
NOME: DEPENDENTIS LEGALIS
PARENTESCO: CÔNJUGE
CPF: 000.000.000-00
VALOR: R$ 3.418,76
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO, em Fortaleza, de de
Assina: SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO
Nota: nomes e dados meramente ilustrativos
***
Fase 2 – Pensão Definitiva

a) O órgão de recursos humanos anexa ao processo a cópia do DOE de publicação do ato de pensão provisó-
ria e elabora a minuta de pensão definitiva. Feito isso, o processo é remetido à SEPLAG para nova análise e
remessa à PGE.
b) A PGE analisa, rubrica o ato e encaminha o processo ao Secretário de Planejamento e Gestão para assinatura
e, em seguida, remetido à Casa Civil para publicação.
c) A Casa Civil, após publicar em DOE, encaminha o processo à Corporação Militar Estadual.
d) A CME anexa a cópia do DOE de publicação da pensão definitiva e encaminha todo o processo ao Tribunal
de Contas do Estado para análise e registro.
e) Após aprovação, o TCE encaminha o processo à SEPLAG para implantação da pensão definitiva no valor
de 100%, restituindo-se aos dependentes os 20% não recebidos nesse interregno de tempo.
f) A SEPLAG, após a implantação, encaminha o processo para arquivo na CME.

MODELO DE ATO DE PENSÃO DEFINITIVA (APROVADO PELA PGE E PUBLICADA EM DOE)

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O SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições
legais e tendo em vista o que consta do processo de nº 0000000/2017 – VIPROC, RESOLVE CONCEDER,
nos termos do art. 42, §2º, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional n° 41, de
19 de dezembro de 2003, e arts. 5º, 6º, II e 8º da Lei Complementar nº 21, de 29 de junho de 2000, e art. 5º,
§1º, I, incluído pela Lei Complementar nº 159, de 14 de janeiro de 2016, e art. 3º da Lei Complementar nº 31,
de 05 de agosto de 2002, ao(s) dependente(s) do ex-militar FALECIDUS DEFINITIVUS, CPF: 000.000.000-
00, pertencente aos quadros da POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ – PMCE, onde ocupava a
graduação de Soldado, percebendo os proventos da mesma graduação, matrícula nº 089.267-1-9, com óbito em
11/11/2016, pensão mensal no valor de R$ 3.145,34 (três mil, cento e quarenta e cinco reais e trinta e quatro
centavos), correspondente a totalidade da remuneração do falecido, e CESSAR os efeitos do ato publicado no
DOE nº 057, de 22 de março de 2027, que concedeu pensão provisória, conforme descrição abaixo e vigência
a partir de 11/11/2026:
NOME: DEPENDENTIS DECUJIS
PARENTESCO: CÔNJUGE
CPF: 000.000.000-00887.
VALOR: R$ 3.145,34
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO, em Fortaleza, de de
Assina: SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO
Nota: nomes e dados meramente ilustrativos
***
2.4 O rito da pensão previdenciária em uso na atualidade - 2017
A Instrução Normativa nº 06, de 06 de outubro de 2010, trata dos procedimentos para a tramitação dos pro-
cessos de pensão, ocorre, contudo, que a SEPLAG elaborou o Manual da Pensão Previdenciária cujo rito e
documentação foram modificados. Assim sendo, apresentamos a rituaslística conforme este Manual e não
conforme a Instrução acima citada.
2.4.1 Documentos exigidos conforme o grau de dependência

Abaixo, apresentamos um rol de documentos atualmente (outubro de 2017) exigidos pela Procuradoria Geral
do Estado e pela Secretaria do Planejamento e Gestão para composição do processo de pensão previdenciá-
ria .

CHECK LIST DA DOCUMENTAÇÃO


DOCUMENTOS DO(A) EX-SERVIDOR(A)/EX-MILITAR FALECIDO
ITEM DOCUMENTOS
1 Cópia da Carteira de Identidade (RG)
2 Cópia do CPF
3 Cópia da Certidão de óbito do ex-servidor/ex-militar
4 Cópia do último extrato de pagamento
5 Sentença judicial declaratória de ausência, quando se tratar de morte presumida
6 Cópia do Ato de Reserva Remunerada ou de Reforma (registrada pelo TCE)
DEPENDENTE 1 - VIÚVA OU SEPARADA JUDICIALMENTE
ITEM DOCUMENTOS
1 Cópia autenticada do CPF
2 Cópia autenticada da Carteira de Identidade (RG)
3 Cópia do comprovante de endereço (conta de água, luz ou telefone)
4 Cópia autenticada da certidão de casamento atualizada e averbada com as devidas alterações
5 Sentença judicial comprobatória de pensão alimentícia concedida
6 Declaração passada pelo cônjuge supérstite, companheira, separado(a) judicialmente ou
divorciado(a) de que não contraíram novas núpcias ou não constituíram união estável.
7 Comprovante de endereço em nome do beneficiário, como também em nome do ex-
militar, ou outros quaisquer documentos que possibilitem a avaliação da vida em comum
do marido e mulher.
8 Documento comprobatório de conta bancária no Bradesco

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DEPENDENTE 2 - FILHO MENOR OU INVÁLIDO
ITEM DOCUMENTOS
1 Cópia da certidão de nascimento atualizada do(s) dependente(s)
2 Cópia do CPF
3 Cópia da Carteira de Identidade (RG)
4 Laudo médico-pericial comprobatório da invalidez do(a) filho(a) ou tutelado(a)
indicado(a) como dependente/beneficiário(a), devendo essa invalidez ser anterior ao óbito
do ex-servidor/ex-militar
5 Sentença judicial concessiva da tutela a(o) ex-servidor(a) falecido(a) do(a) menor
indicado(a) como dependente/beneficiário(a);
6 Documento comprobatório de conta bancária no Bradesco
DEPENDENTE 3 - COMPANHEIRA (O).
ITEM DOCUMENTOS
1 Cópia autenticada do CPF
2 Cópia autenticada da Carteira de Identidade (RG)
3 Cópia do comprovante de endereço (conta de água, luz ou telefone)
4 Sentença judicial em procedimento judicial de natureza contenciosa reconhecendo a união
estável entre o(a) ex-servidor(a)/militar falecido(a) e a(o) companheira(o) indicada(o)
como beneficiária(o), transitada em julgado; ou Escritura Pública declaratória de união
estável com, pelo menos 03 (três) documentos previstos no §3º, art. 22 do Decreto nº
3.048/1999.
5 Declaração passada pelo cônjuge supérstite, companheira, separado(a) judicialmente ou
divorciado(a) de que não contraíram novas núpcias ou não constituíram união estável.
6 Documento comprobatório de conta bancária no Bradesco
DOCUMENTOS DO(A) PROCURADOR(A), QUANDO FOR O CASO
ITEM DOCUMENTOS
1 Cópia do CPF
2 Cópia da Carteira de Identidade – RG
3 Procuração específica, com firma devidamente reconhecida por tabelião competente
4 Cópia do comprovante de endereço
5 Documento da tutela/curatela (cópia autenticada)

2.5 O Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999


O Decreto nº 3.048/1999 possibilita o reconhecimento, pela via administrativa, da dependência econômica de
companheiro(a), caso apresente, pelo menos 03 (três) documentos previstos no §3º, art. 22 como se mostra
abaixo:
Art. 22.  A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do requerimento do benefício a que
tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes documentos: (Redação dada pelo Decreto nº 4.079/2002)
§3º  Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, devem ser apresentados no
mínimo três dos seguintes documentos: (Redação dada pelo Decreto nº 3.668/2000)
I - certidão de nascimento de filho havido em comum;
II - certidão de casamento religioso;
III - declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente;
IV - disposições testamentárias;
V - anotação constante na Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, feita pelo
órgão competente; (Revogado pelo Decreto nº 5.699/2006)
VI - declaração especial feita perante tabelião;
VII - prova de mesmo domicílio;
VIII - prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil;
IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada;
X - conta bancária conjunta;
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XI - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado;
XII - anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados;
XIII - apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua
beneficiária;
XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável;
XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente;
XVI - declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou
XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.

ALERTA AOS VIVOS

Comprovação de residência em comum – Parecer da PGE


A d. PGE emitiu Parecer s/n-2017 no processo nº 172546036, tornando obrigatória a apresentação de com-
provação de residência em comum entre o cônjuge supérstite e o militar falecido para concessão da pensão
previdenciária, conforme extrato abaixo:
Parecer s/n-2017. Processo nº 172546036 […] Contudo, necessária a comprovação de residência em comum
entre o cônjuge supérstite e o ex-militar, e, tendo em vista que para esse fim somente foi apresentado fatura
de concessionária pública em nome do ex-militar, necessária a apresentação de documento em que conste o
nome da requerente. […]
Aproveitamos a ocasião para solicitar a Corporação que, em pensões outras, seja sempre solicitado com-
provante de endereço em nome do beneficiário, como também em nome do ex-militar, ou outros quaisquer
documentos que possibilitem a avaliação da vida em comum do marido e mulher. À PMCE. Fortaleza, 18 de
setembro de 2017. Assina: Veleda Maria Vieira Bastos – Procuradora do Estado.
***
2.6 Outros benefícios da familia do extinto militar
Os beneficiários do militar falecido têm direito aos seguintes benefícios:
1) Pecúlio da Caixa Beneficente

O pecúlio é devido apenas aos militares que são sócios da Caixa Beneficente dos Militares. A viúva ou be-
neficiários devem verificar se no contra cheque do militar tem o código 633 ou 634, caso existente ela deve
procurar a Caixa Beneficente na Av. do Imperador, nº 1.612, bairro Centro, para receber o pecúlio que equivale
a 1.000 vezes o valor da última contribuição do militar.
2) Auxílio Funeral da Caixa Beneficente

A Caixa Beneficente paga ainda aos beneficiários dos seus sócios o auxílio funeral.
3) Seguro de vida para militares do serviço ativo

O seguro de vida dos militares é custeado pelo Estado. A seguradora é a Zurich Minas Brasil Seguros. Corre-
tora: Brasil Insurrance, localizada na Av. Desembargador Moreira, nº 2.120, no 10º andar, sala 1.001, Fortale-
za-CE.
4) Auxílio funeral

Para militares do serviço ativo: pago pela seguradora Zurich


Para militares inativos: pagos pelo órgão de finanças de cada Corporação Militar Estadual.
5) Auxílios diversos

A viúva(o) ou companheiro(a) devem verificar se o militar era sócio de alguma entidade e procurar essa insti-
tuição para saber se ela terá direito a algum benefício em decorrência do óbito do sócio.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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3 DOUTRINA INSTITUCIONAL

a) Relação dos Policiais Militares Mortos em Objeto de Serviço ou Não

BCG nº 031,de 13.02.2007 - O Cel PM Comandante Geral Adjunto da PMCE, no uso de suas atribuições le-
gais, determino aos Comandantes de Unidades e Subunidades da Capital e Interior do Estado, Diretores e Che-
fes de Seções, que remetam à Diretoria de Pessoal, impreterivelmente no 1º (primeiro) e 15º (décimo quinto)
dia útil de cada mês, as relações dos policiais militares falecidos em objeto de serviço ou não, bem como cópia
das respectivas Certidões de Óbitos e o preenchimento da tabela abaixo:
Posto Situação Folga/ Causa
Nome Nº Mat OPM Data Relato da ocorrência
Grad Funcional Serviço morte

b) Óbito de PM – Informação

BCG nº 243, 19.12.08. Nota nº 1204/2008-GAB.ADJ, de 17/12/2008. Doravante, todos os gestores de OPM
da Corporação deverão informar no prazo máximo de 48h qualquer ocorrência que redunde em baixa (óbito)
nos seus efetivos a fim de que se tenha um acompanhamento administrativo o mais real possível desse tipo
peculiar, evitando-se posteriores falhas internas, tais como: registro de policiais militares falecidos em quadro
de acesso para promoção, em relações nominais para percepção de benefícios, em atos administrativos de na-
tureza geral e específica, e outros afins. A informação por escrito deverá ser encaminhada ao Gabinete do Cmt
Geral Adjunto, à Diretoria de Pessoal e ao PM/1.
c) Ações norteadoras em caso de PM’s Mortos – Diretriz

No ano de 2011 foi editada a Diretriz nº 001/2011- 5ª EMG e publicada no BCG nº 36, de 21.02.2011, que
tratava das ações a serem adotadas em caso de falecimento de militares estaduais. Essa diretriz foi revogada
pela Diretriz nº 001/2013-ASCOM, publicada no BCG nº 040 – 28.02.2013, abaixo transcrita:
Diretriz nº 001/2013-ASCOM.

FINALIDADE:

A presente Diretriz tem por finalidade estabelecer ações administrativas diante de ocorrências em que policiais
militares são mortos, bem como proporcionar melhor assistência à família do falecido.

AÇÕES NORTEADORAS:

3.1. Morte de PM da ativa no Pleno Exercício de sua Atividade Policial Militar:

a) Atribuições do comandante da OPM a que pertencia o falecido logo que tomar conhecimento do fato:

1. designará um Oficial ou graduado, para tratar da liberação do corpo, se for o caso, auxiliando a família para
junto ao serviço funerário providenciar o sepultamento, conforme instruções da Caixa Beneficente da Polícia
Militar, se ele for contribuinte, ou de uma outra empresa funerária a critério da família;
2. quando o falecimento ocorrer fora do horário de expediente, designará o Oficial de serviço ou o Oficial de
comunicação (OfCom), que deverá, imediatamente, tomar providências junto aos familiares e/ou responsáveis;
3. comunicar o fato imediatamente ao seu Comandante Imediato e ao Assessor de Comunicação, sendo, pri-
meiramente, verbal, e logo que puder, por escrito;
4. passará a disposição da família um Oficial ou graduado, de preferência o OfCom ou seu auxiliar, com um
veículo, de preferência administrativo, para dar apoio à família na execução das medidas decorrentes;
5. no caso de traslado do corpo para outras cidades do estado do Ceará, entrará em contato com o serviço fu-
nerário, para que juntamente com a família, possa acertar as condições para o traslado;
6. disponibilizará a maior representação possível, sem prejuízo das atividades normais da OPM, de Oficiais e
Praças, para comparecimento no velório e acompanhamento do féretro até o cemitério;
7. respeitada a vontade dos familiares, bem como a sua opção religiosa, o velório poderá ser realizado na pró-
pria OPM do falecido (até nível de companhia) ou na capela de Santo Expedito, quando o falecido residir em
Fortaleza ou na região metropolitana;
8. a escolha do cemitério ficará condicionada à vontade da família ou ao plano funerário, caso esse exista;

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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9. consultará os familiares quanto aos atos religiosos e, se for o caso, acionará o Serviço de Assistência Reli-
giosa para o apoio necessário;
10. providenciará honras fúnebres junto ao BPChq, quando o sepultamento for na capital e região metropoli-
tana ou junto à OPM da área, quando for no interior. Se a OPM a que pertencia o falecido possuir tropa dispo-
nível, as honras poderão ser por ela prestadas;
11. providenciará um PM corneteiro para as honras fúnebres, tanto na capital quanto no interior através das
OPM que dispõem desses profissionais;
12. solicitará à Coordenadoria de Apoio Logístico e Patrimônio (CALP) veículos tipo ônibus, micro-ônibus
ou TP para transportar familiares do falecido e os policiais militares escalados para representação no féretro,
mesmo em se tratando de deslocamento para outro município, dentro da região metropolitana;
13. no caso de sepultamento no interior do estado, o Comandante-Geral Adjunto deverá ser consultado quanto
ao transporte dos familiares e dos policiais militares que participarão do velório e do sepultamento;
14. solicitará apoio de batedores do Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE) ou do Batalhão
de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas(BRAIO) para auxiliar o trânsito no trajeto dos cortejos dentro de
Fortaleza ou na região metropolitana;
15. poderá informar à entidade representativa ou o ciclo que o falecido fazia parte;
16. evidenciado que a morte do policial militar foi em pleno exercício de sua atividade policial militar, enviará
à Assessoria de Comunicação (AsCom) uma foto recente 3X4 e dados do policial militar sepultado, para fins
de atualização na Galeria Virtual dos Bravos da PMCE, encontrada na página da internet;
17. deverá, posteriormente, através do Oficial de comunicação, orientar os familiares quanto aos benefícios
junto à Diretoria de Finanças ou Associações, se for o caso.
b) Atribuições do Assessor de Comunicação, logo que informado:

1. comunicar ao Comandante-Geral e ao Comandante-Geral Adjunto que darão ordens complementares;


2. solicitar as OPM da capital, região metropolitana e interior, em nome do Comandante-Geral Adjunto, uma
representação, de preferência de PM da atividade-meio, ao velório e sepultamento, a saber:
(a) falecimento de Oficial:
1 (um) Oficial superior ou intermediário
1 (um) Oficial subalterno;
5 (cinco) subtenentes ou sargentos;
6 (seis) cabos ou soldados;
(b) falecimentos de praças:
1 (um) Oficial
3 (três) subtenentes ou sargentos;
5 (cinco) cabos ou soldados.
3. divulgar o ocorrido à imprensa, se for o caso, mediante autorização do Comandante- Geral.
3.2. Morte de PM que não esteja no Pleno Exercício de sua Atividade Policial Militar:

a) O Comandante da OPM a que pertencia o falecido:

1. dará toda assistência à família, principalmente, no que se refere aos funerais, conforme convênio existente
entre a Caixa Beneficente da Polícia Militar e o serviço funerário;
2. comunicará o ocorrido à Coordenadoria de Inteligência Policial (CIP) e a Assessoria de Comunicação (As-
Com) para o devido conhecimento e deliberações, no primeiro momento verbal e logo quando oportuno por
escrito;
3. providenciará representação no velório e féretro;
4. comunicará às OPM da Corporação o falecimento de seu comandado e informará o local e horário do velório
e sepultamento;
5. informará a entidade representativa à qual o falecido estava filiado;

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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6. deverá, posteriormente, através do Oficial de comunicação, orientar os familiares quanto aos benefícios
deixados pelo falecido, certificando de todos os benefícios oferecidos pelas entidades representativas da qual
o falecido era associado.
b) a Assessoria de Comunicação (AsCom), avisada, deverá:

1. cientificar o Comandante-Geral e o Comandante-Geral Adjunto que darão ordens complementares; e


2. informar a imprensa, quando solicitada.
3.3. Morte de Policiais Militares Inativos:

a) O comandante da OPM em cuja área residia o falecido:

1. comunicará o ocorrido à Assessoria de Comunicação (AsCom), que, por sua vez, deverá, condicionada à
projeção do falecido, cientificar ao Comandante-Geral e o Comandante-Geral Adjunto que darão ordens com-
plementares;
2. prestará assistência à família ou responsáveis quanto aos funerais, conforme os serviços funerários;
3. determinará representação para velório e sepultamento;
4. verificará a última OPM a que pertencia o policial militar falecido, informando o local e horário do velório
e sepultamento;
5. cientificará as entidades representativas às quais o falecido estava filiado;
6. apoiará os familiares quanto ao transporte, providenciando, se for a vontade da família, traslado até a cidade
do sepultamento, cujos custos correrão por conta da família do policial militar falecido;
7. deverá, posteriormente, através do Oficial de comunicação (OfCom), orientar os familiares quanto aos be-
nefícios deixados pelo falecido, certificando de todos os benefícios oferecidos pelas entidades representativas
da qual o falecido era associado.
3.4. Morte de PM do estado do Ceará da ativa em outros estados:

a) o Comandante do PM falecido ao tomar conhecimento do fato deverá:

1. cientificar a Assessoria de Comunicação (AsCom), e essa comunicará, imediatamente, ao Comandante-Ge-


ral e ao Comandante-Geral Adjunto para conhecimento e acertos preliminares com a coirmã do estado onde
ocorreu o fato;
2. prestar assistência à família ou responsáveis quanto aos funerais, conforme convênio existente entre a Caixa
Beneficente da Polícia Militar e o serviço funerário;
3. adotar as demais providências, já previstas nessa Diretriz.
3.5. Morte de PM de outros estados da ativa no estado do Ceará:
O comandante da OPM, da área, ao tomar conhecimento deverá cientificar o Assessor de Comunicação, que,
por sua vez, informará ao Comandante-Geral que deliberará quanto à comunicação a coirmã à qual pertencia
o policial militar falecido equanto ao auxílio sobre a liberação, preparação e traslado do corpo à cidade de
origem, e as despesas deverão ser acertadas de acordo com cada caso em concreto.

4. PRESCRIÇÕES DIVERSAS:

a) a Coordenadoria de Apoio Logístico e Patrimônio (CALP) deverá atender as solicitações de transporte para
os familiares e policiais militares para representação no sepultamento (utilizar as viaturas tipo ônibus ou mi-
cro-ônibus) de policiais militares mortos em serviço;
b) o comando do BPChq providenciará, quando solicitado, tropa para prestar as honras fúnebres, conforme
norma em vigor, se a OPM a que pertencia o falecido não dispor de tropa;
c) a banda de música providenciará, mediante solicitação da OPM do falecido, as devidas honras fúnebres;
d) a Coordenadoria de Saúde e Assistência Social (CSAS) providenciará, quando solicitada pelo comando da
OPM do falecido, estrutura médica para atender os presentes no velório, em especial, os familiares;
e) o Serviço de Assistência Religiosa (SAR), deverá atender os pedidos das OPM para o apoio nas cerimônias
fúnebres.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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f) os Comandos de Policiamento do Interior Norte e Sul (CPI Norte e Sul) deverão atender os casos de faleci-
mento de policias militares da ativa de OPM da capital e região metropolitana, que se encontram em trânsito
no interior, providenciando inclusive traslado do corpo, se necessário, até a cidade do sepultamento. Quanto
aos casos que envolvam integrantes de OPM do Interior, que faleçam na capital, devem auxiliar na liberação
do corpo, providenciando inclusive traslado do corpo até a cidade do sepultamento;
g) nos casos em que envolvam policial militar inativo, interno em casa de repouso (asilo), que não possua fa-
mília, a última OPM a que pertenceu o falecido, providenciará a realização do sepultamento;
h) nos casos de morte de policial militar no pleno exercício de sua atividade policial militar, será decretado pelo
Comandante-Geral o “Luto Policial” de 3 (três) dias no âmbito da PMCE nos seguintes termos:
1. suspensão de solenidade, paradas, eventos festivos e comemorativos próprios da Polícia Militar;
2. suspensão da apresentação da banda de música e regimental, bem como o uso de corneta, clarins e instru-
mentos afins em eventos da Polícia Militar;
3. hasteamento do estandarte das OPM ou bandeira-insígnia do comandante em meio mastro, permanecendo
nesta posição durante o “Luto Policial”, sem prejuízo dos hasteamentos dos pavilhões Nacional e do Ceará.
i) os oficiais de comunicação (OfCom) deverão manter na OPM uma bandeira do Estado reserva para atender
os casos de morte de policial militar em serviço;
j) os casos omissos serão resolvidos pelo Comandante-Geral ou Comandante-Geral Adjunto.
l) ficam revogadas todas as disposições em contrário, em especial, a DiretrizNº 001/2011- 5ª EMG, publicada
no BCG nº 036 de 21/2/2011.
m) Esta diretriz entra em vigor a partir da data de sua publicação.
***

A PENSÃO DE EX-MILITAR (DEMITIDO / EXPULSO)

A pensão de ex-militar é objeto de controvérsias, haja vista que há corrente doutrinária afirmando que o militar
da reserva remunerada expulso ou demitido e que venha a óbito nessa condição deixa a pensão previdenciária
para beneficiários em razão de já haver contribuído para o Sistema Previdenciário, e isso implica no binômio
contribuição-retribuição, ou seja, quem contribui tem direito à retribuição. Adargam-se no art. 15 da Lei nº
10.972/1984 que dava previsão de pensão dessa natureza.
Ocorre que o artigo acima foi expressamente revogado pela Lei Complementar nº 12/1999, ou seja, caso o
evento morte ocorra depois dessa data, aplica-se a lei nova e não mais a anterior.
No âmbito jurisprudencial do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará temos o seguinte:

Direito Constitucional e Administrativo. Apelação Cível. Ação Ordinária. Pensão de Montepio de ex-policial
militar. Instituidor excluído da Corporação a bem da disciplina. Pretensão de percepção de benefício integral.
Equiparado à pensão por morte. Descabimento. Norma não recepcionada pela Constituição Federal. Violação
aos pressupostos da moralidade e isonomia. Possibilidade de adequação ao pensionamento ex-officio pelo Es-
tado do Ceará. Recurso conhecido e desprovido. (TJCE. AC nº 0016604-21.2005.8.06.0001. Segunda Câmara
Cível. Relª Desª Tereze Neumann Dyarte Chaves. DJe 26.10.2016).
***
Constitucional. Administrativo. Pensão Militar. Esposa e filhas de ex-policial excluído da Corporação a bem
da disciplina. Direito a benefício em idêntico valor ao da pensão por morte. Inadmissibilidade. 1. As recoridas
pretendem perceber pensão decorrente da exclusão de militar da corporação a bem da disciplina em valor idên-
tico ao da pensão por morte, ou seja, à totalidade do que recebia seu pai, ex-marido se vivo estivesse. 2. O §7º,
do art.40 da CF/88 garante pensão integral em caso de morte, sem, entretanto, albergar a hipótese de exclusão
do policial militar, como é o caso dos autos, em que o marido e pai das apeladas, na verdade, não veio a falecer,
mas sim foi excluído da Corporação, a bem da disciplina. 3. Não é possível atribuir à Lei Estadual nº 10.972/84
a instituição de uma equiparação entre o Praça excluído, com 10 (dez) ou mais anos de efetivo exercício e o
servidor falecido, para a concessão do benefício de aposentadoria, pois tal interpretação extensiva agride os
princípios constitucionais da isonomia, da moralidade e da proporcionalidade. 4. Precedente deste Egrégio Tri-
bunal de Justiça. APC 2003.0011.2330-6/0, Relator: Des. Lincoln Tavares Dantas. APC 2005.0009.0171-9/0
(TJCE, AC nº 0772925-11.2000.8.06.0001. Segunda Câmara Civel. Relª Desª Maria Nailde Pinheiro Nogueia.
DJe 19.11.2010.
***
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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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PENSÃO POR REVERSÃO

Denomina-se pensão por reversão aquela que deve ser concedida às filhas do militar após a morte da viúva.
Essa modalidade de pensão é feita por meio da norma de regência do direito das filhas a qual deve ser a vigente
quando do óbito do militar nos termos da Súmula nº 340 do Superior Tribunal de Justiça, ou seja, as Leis esta-
duais nº 897/1950 e nº 10.972/1984, como se mostra abaixo:
Lei estadual nº 897/1950, art. 18. São considerados membros da família para herdar o montepio, as pessoas em
seguida enumeradas, havendo precedência na prioridade aqui estabelecida:
1 - A viúva enquanto estiver honestamente;
2 - As filhas solteiras, viúvas e casadas.
Lei estadual nº 10.972/1984, art. 7º. A pensão policial-militar defere-se na seguinte ordem de precedência:
1) à viúva;
2) aos filhos de qualquer condição, exclusive os maiores de sexo masculino que não sejam inválidos ou inter-
ditados.
Apesar do benefício previdenciário ter alcançado, num primeiro momento, a viúva, é de se supor que, ainda
esta venha a falecer após a revogação da Lei nº 10.972/84, seja essa ainda aplicável às filhas por meio da re-
versão da pensão policial militar em vigor, quando do falecimento do militar, com supedâneo no art. 32, a, da
Lei estadual nº 897/1950, que previa a transferência da pensão, em virtude do óbito superveniente da viúva do
instituidor contribuinte.
Vejamos a jurisprudência no Tribunal de Justiça do Estado do Ceará:

CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.


PENSÃO DO MONTEPIO MILITAR. FALECIMENTO DO TITULAR EM 14 DE DEZEMBRO DE 1964.
PENSIONAMENTO DEIXADO PARA A VIÚVA, TAMBÉM FALECIDA EM 28 DE MARÇO DE 2005. DI-
PLOMA LEGISLATIVO DE REGÊNCIA, À ÉPOCA DO FATO PRIMITIVO, LEI ESTADUAL N° 897/50.
DIREITO ADQUIRIDO DAS FILHAS À REVERSÃO DO BENEFÍCIO. ARTIGO 18, ITEM 2, POR EX-
PRESSO DISCIPLINAMENTO LEGAL. Preliminares de ilegitimidade passiva do Secretário de Administra-
ção rejeitada e do Governador do Estado acolhida. Os Secretários da Fazenda e Administração, conjuntamente,
são incumbidos do gerenciamento dos benefícios previdenciários do SUPSEC - Sistema Único de Previdência
Social dos Servidores Públicos e dos Membros de Poder do Estado do Ceará (Lei Estadual 13.297/03, art. 18).
“O direito à pensão de ex-combatente é regido pelas normas legais em vigor à data do evento morte. Tratan-
do-se de reversão do benefício à filha mulher, em razão do falecimento da própria mãe que vinha recebendo,
consideram-se não os preceitos em vigor quando do óbito desta última, mas do primeiro, ou seja, do ex-com-
batente” (STF, MS 21.707, DJU 22.09.95). Direito líquido e certo assentado em norma legal. Segurança con-
cedida. Unânime. (TJCE, Pleno, Mandado de Segurança nº 7525-84.2006.8.06.0000/0 [2006.0008.5705-0/0],
Rel. Des. João Byron Figueiredo Frota, DJCE nº 184, de 27.09.2007, pág. 06)

CURIOSIDADE: O MAUSOLÉU DA PMCE

Você sabia que a PM tem um mausoléu no Cemitério São João Batista? Veja o que foi informado a tropa no
BCG nº 201, de 26 de outubro de 1994:
VII – Inauguração das ampliações do mausoléu da PMCE - O Comandante Geral convida a todos os policiais-
-militares e funcionários civis da Corporação, igualmente aos dependentes e familiares que fazem esta secular
Polícia Militar, a comparecerem à inauguração das ampliações do Mausoléu da PMCE, na data, hora e local a
seguir, e antecipadamente agradece aos que prestigiarem o evento: Local/hoira: 31/10/94 – segunda-feirra –a
às 16h00 - Local: Cemitério São João Batista (Sol. à Nota nº GC/94/562).
***

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SÚMULA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

SÚMULA 35: A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte, assim como à transmissão desse
benefício, é aquela vigente na data do óbito do instituidor.

QUESTÕES DE CONCURSO

UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008 – 89 O falecimento
de militar estadual da ativa acarreta o desligamento ou exclusão do serviço ativo a partir da data da ocorrência
do óbito.
*** *** ***

DESAPARECIDO - DEFINIÇÃO

Art.204. É considerado desaparecido o militar estadual da ativa que, no desempenho de qualquer


serviço, em viagem, em operações policiais militares ou bombeiros militares ou em caso de
calamidade pública, tiver paradeiro ignorado por mais de 8 (oito) dias.
Parágrafo único. A situação de desaparecido só será considerada quando não houver indício de
deserção.

COMENTÁRIO

1 OBJETO DO ARTIGO

O objeto do artigo 204 é a proteção dos direitos do militar que, em serviço, tiver paradeiro ignorado por mais
de 08 (oito) dias.

2 DESAPARECIDO X DESERTOR

O legislador determina que o comando tome cautela na hora da decisão acerca da existência de desaparecido,
pois alerta no sentido de verificar a possibilidade de deserção. Em havendo indício de deserção fica afastada a
possibilidade de desaparecimento.
Nesse sentido, tem-se o seguinte caminho:
a) ausência pode gerar deserção caso ultrapasse os oito dias;
b) paradeiro ignorado pode gerar o desaparecimento.

Figura 47 - Esquema do caminho para ausência, deserção, desaparecimento e extravio

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EXTRAVIO DE MILITAR – SITUAÇÃO DE INCIDÊNCIA

Art.205. O militar estadual que, na forma do artigo anterior, permanecer desaparecido por mais
de 30 (trinta) dias, será considerado oficialmente extraviado.
Comentário
O extravio é uma consequência direta do desaparecimento do militar. Notem que segue rito diferente da de-
serção. Neste caso, é um crime militar. No extravio, temos um militar sem paradeiro em decorrência do cum-
primento do dever.
*** *** ***

EXTRAVIO DE MILITAR - CONSEQUÊNCIAS

Art.206. O extravio do militar estadual da ativa acarreta interrupção do serviço militar estadual
com o conseqüente afastamento temporário do serviço ativo, a partir da data em que o mesmo
for oficialmente considerado extraviado.

EXTRAVIO DE MILITAR – PRAZO PARA DESLIGAMENTO

§1º O desligamento do serviço ativo será feito 6 (seis) meses após a agregação por motivo de
extravio.

SITUAÇÕES EQUIPARÁVEIS AO FALECIMENTO

§2º Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes ofi-
cialmente reconhecidos, o extravio ou o desaparecimento do militar estadual da ativa será consi-
derado como falecimento, para fins deste Estatuto, tão logo sejam esgotados os prazos máximos
de possível sobrevivência ou quando se dêem por encerradas as providências de salvamento.

COMENTÁRIO

1 OBJETO DO ARTIGO

O art. 206 é uma continuidade do art. 205, desta feita esclarecendo os atos administrativos a serem adotados
em consequência do extravio, no caso:
a) Afastamento temporário do serviço ativo por meio do instituto da agregação (art.172, §1º, III.)
b) Desligamento do serviço ativo após 6 meses de agregação.
O artigo trata ainda das situações equiparáveis ao falecimento, ou seja, a morte presumida.

2 AGREGAÇÃO X DESLIGAMENTO

Na forma do art. 178 deste EMECE, o militar extraviado deve ser desligado do serviço ativo. Realmente isso
deve ocorrer, contudo, somente após seis meses de agregação.
Não devemos esquecer que esse militar já deve estar fora da folha de pagamento do estado, pois seria desarra-
zoado pagar a um militar que sequer se sabe seu paradeiro. Enquanto dura a agregação, seus vencimentos de-
vem ser bloqueados. Após o desligamento, a família impetra requerimento solicitando a pensão previdenciária.

3 MORTE PRESUMIDA

O §2º, art. 206 apresenta um rol de situações que se equiparam ao falecimento. Trata-se do instituto da morte
presumida que atesta o falecimento de militares cujos corpos não foram encontrados, após o encerramento
Oficial das buscas.
Essa situação garante aos familiares do militar vitimado por situações diversas (catástrofes) ou de militares que
desapareceram, sem deixar vestígios, vários direitos, entre eles: herança, pensão, seguro de vida, cancelamento
de CPF, implicações bancárias entre outros fatos da vida civil.
Morte presumida conforme o Código Civil Brasileiro – Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002:
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
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Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término
da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgo-
tadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

REAPARECIMENTO DO EXTRAVIADO OU DO DESAPARECIDO: CONSEQUÊNCIAS

Art.207. O reaparecimento do militar estadual extraviado ou desaparecido, já desligado do ser-


viço ativo, resulta em sua reinclusão e nova agregação, enquanto se apura as causas que deram
origem ao seu afastamento.
Parágrafo único. O militar estadual reaparecido será submetido a Conselho de Justificação, a
Conselho de Disciplina ou a Processo Administrativo-Disciplinar.

COMENTÁRIO
Trata-se de instrumento para evitar fraudes contra o estado. É mais que salutar apurar o motivo, as causas e
circunstâncias que deram origem ao desaparecimento ou extravio do militar que, de um momento para outro,
reaparece.
O processo regular (Conselho de Justificação, de Disciplina ou o Processo Administrativo-Disciplinar) é o
instrumento adequado para apurar as causas que deram origem ao desaparecimento ou ao extravio, conforme
o caso.

DIREITOS RELATIVOS À PENSÃO DOS BENEFICIÁRIOS DO DESAPARECIDO OU EXTRAVIADO


Art.208. Lei específica, de iniciativa privativa do Governador do Estado, estabelecerá os direitos
relativos à pensão, destinada a amparar os beneficiários do militar estadual desaparecido ou
extraviado.

1 OBJETO DO ARTIGO

O art. 208 tem por objeto a proteção da família do militar que, no cumprimento do dever, desapareceu ou ex-
traviou-se.

2 A INCOERÊNCIA DA LEI

Cremos que o EMECE traz uma atecnia ao tratar do desaparecido e do extraviado como se fosse a mesma coi-
sa. Já ficou demonstrado que são duas situações parecidas, mas uma é consequência da outra. Assim, quando
termina o desaparecimento inicia-se o extravio. Descabido, a nosso ver, falar em pensão para militar desapa-
recido, eis que, essa condição é transitória (30 dias), a partir daí o militar já passa a condição de extraviado até
seu desligamento (seis meses após a agregação).
Ocorre que, nos termos da lei, o desaparecido e o extraviado não são considerados como mortos, salvante as
situações previstas no §2º, art. 206 deste EMECE.

3 DESAPARECIDO CONFORME O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado represen-
tante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do
Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não
queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, obser-
vando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos
antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
189
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem,
não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.

4 LEI ESPECÍFICA DE AMPARO AOS BENEFICIÁRIOS

Ainda não foi editada a lei específica de amparo aos beneficiários do militar desaparecido, ou do militar extra-
viado como citado no art. 208.
Como essas situações estão tratadas na mesma seção deste EMECE, cremos que o legislador pretendeu utilizar
a mesma norma prevista para o caso de falecimento, ou seja, a Lei Complementar nº 21, de 29 de junho de
2000 (Pensão previdenciária) e a Lei Complementar nº 31, de 05 de agosto de 2002 (pensão previdenciária
provisória).
É razoável assim supor em razão de todas essas legislações terem um ramo em comum, no caso a Lei nº 897,
de 06 de dezembro de 1950 (Montepio) que tratava das situações de extravio e desaparecimento.
***
CAPÍTULO III
DO TEMPO DE SERVIÇO E/OU CONTRIBUIÇÃO

TEMPO DE SERVIÇO - INÍCIO DA CONTAGEM

Art.209. Os militares estaduais começam a contar tempo de serviço na Polícia Militar e no Corpo
de Bombeiros Militar do Ceará a partir da data da sua inclusão no posto ou na graduação.

TEMPO DE SERVIÇO - DATA DE INCLUSÃO DE MILITAR

Parágrafo único. Considera-se como data da inclusão, para fins deste artigo:
I - a data do ato em que o militar estadual é considerado incluído em Organização Militar Estadual;
II - a data de matrícula em órgão de formação de militares estaduais;
III - a data da apresentação pronto para o serviço, no caso de nomeação.

COMENTÁRIO

1 OBJETO DO ARTIGO

O artigo tem como objeto esclarecer a data de início do cômputo do tempo de serviço do militar estadual. Nes-
sa toada, informa as três situações possíveis para início dessa contagem.

2 TEMPO DE SERVIÇO X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO: DIFERENÇAS

Atualmente, é necessário fazer nítida distinção entre tempo de serviço, de tempo de contribuição, senão veja-
mos:
a) Tempo de serviço – utilizado para concessão da Medalha por Tempo de Serviço, para definir a estabilidade
do militar e para esclarecer se ele responderá a Conselho de Disciplina ou Processo Administrativo Disciplinar.
b) Tempo de Contribuição – utilizado para fins de concessão de reserva remunerada ou reforma.
*** *** ***

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO MILITAR ESTADUAL E NÃO MILITAR: FORMAS DE CÔMPUTO

Art.210. Na apuração do tempo de contribuição do militar estadual será feita à distinção entre:
I - tempo de contribuição militar estadual;
II - tempo de contribuição não militar.
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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TEMPO COMPUTÁVEL COMO DE CONTRIBUIÇÃO MILITAR

§1º Será computado como tempo de contribuição militar:


I - todo o período que contribuiu como militar, podendo ser contínuo ou intercalado;
II - o período de serviço ativo das Forças Armadas;
III - o tempo de contribuição relativo à outra Corporação Militar;
IV - o tempo passado pelo militar estadual na reserva remunerada, que for convocado para o
exercício de funções militares na forma do art. 185 desta Lei;
V - licença especial e férias não usufruídas contadas em dobro, até 15 de dezembro de 1998.

TEMPO COMPUTÁVEL COMO DE CONTRIBUIÇÃO NÃO MILITAR

§2º Será computado como tempo de contribuição não militar:


I - o tempo de contribuição para o Regime Geral de Previdência Social – RGPS;
II - o tempo de contribuição para os Regimes Próprios de Previdência Social, desde que não seja
na qualidade de militar.

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – FORMA DE APURAÇÃO

§3º O tempo de contribuição a que alude o caput deste artigo, será apurado em anos, meses e
dias, sendo o ano igual a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias e o mês 30 (trinta) dias.

CÁLCULO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - CONVERSÃO EM DIAS

§4º Para o cálculo de qualquer benefício previdenciário, depois de apurado o tempo de contri-
buição, este será convertido em dias, vedada qualquer forma de arredondamento.

CÁLCULO DA PROPORCIONALIDADE DOS PROVENTOS SEGUNDO A CONTRIBUIÇÃO

§5º A proporcionalidade dos proventos, com base no tempo de contribuição, é a fração, cujo nu-
merador corresponde ao total de dias de contribuição e o denominador, o tempo de dias neces-
sário à respectiva inatividade com proventos integrais, ou seja, 30 (trinta) anos que corresponde
a 10.950 (dez mil novecentos e cinqüenta) dias.

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – FORMA DE COMPUTO

§6º O tempo de contribuição, será computado à vista de certidões passadas com base em folha
de pagamento.

EQUIVALÊNCIA ENTRE TEMPO DE SERVIÇO E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

§7º O tempo de serviço considerado até 15 de dezembro de 1998 para efeito de inatividade, será
contado como tempo de contribuição.

TEMPOS NÃO COMPUTÁVEIS

§8º Não é computável para efeito algum o tempo:


I - passado em licença para trato de interesse particular;
II - passado como desertor;
III - decorrido em cumprimento de pena e suspensão de exercício do posto, graduação, cargo ou
função, por sentença passada em julgado.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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COMENTÁRIOS AO ART. 210

1 OBJETO DO ARTIGO

O artigo 210 e seus oito parágrafos têm como objeto o Tempo de Contribuição Militar Estadual, sua forma
de contagem e o que não é computável como tempo de contribuição, tudo com vistas à inativação do militar
estadual, eis que seus proventos serão calculados com base nesse tempo de contribuição.

2 A IMPORTÂNCIA DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

O Tempo de Contribuição do Militar ao SUPSEC tem a seguinte importância:


a) Possibilita o exercício do direito de pedido de Reserva Remunerada;
b) Influencia diretamente no cálculo dos proventos a serem recebidos pelo militar na Reserva Remunerada ou
na Reforma.

3 O CÁLCULO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Para fins de cálculo do Tempo de Contribuição são levados em consideração:


a) período que contribuiu como militar;
b) período de serviço ativo das Forças Armadas;
c) o tempo de contribuição relativo a outra CorporaçãoMilitar;
d) averbações decorrentes de férias e licença especial;
e) o tempo de contribuição para o Regime Geral de Previdência Social – RGPS;
f) o tempo de contribuição para os Regimes Próprios de Previdência Social, desde que não seja na qualidade
de militar.
Em outras palavras, o Tempo de Contribuição independe de ser ou não militar, daí porque achamos desneces-
sária a divisão trazida no caput do art. 210 e em seus §§1º e 2º, pois ao final, somam-se todos os tempos.
O que vai diferir é o Tempo de Contribuição prestado ao SUPSEC como militar estadual exigível para soli-
citação de Reserva Remunerada, que, no caso, exigem-se 25 anos, podendo os demais tempos serem fictícios
ou não.

4 O MONTEPIO

“Art. 210, §7º O tempo de serviço considerado até 15 de dezembro de1998 para efeito de inatividade, será
contado como tempo de contribuição”.
Anteriormente, a instituição do SUPSEC os militares pagavam Montepio Militar. Com a criação do SUPSEC
eles passaram a integrar o novo regime previdenciário. Daí a importância do parágrado acima, pois aproveitou
todo o tempo de serviço prestado até 1998 como se de contribuição previdenciária fosse.

5 O ARREDONDAMENTO DO TEMPO: PARECER DA PGE

“Art. 210, §4º Para o cálculo de qualquer benefício previdenciário, depois de apurado o tempo de contribuição, esse será convertido em dias, vedada
qualquer forma de arredondamento”.

A PGE já se manifestou sobre essa situação, vez que trata de matéria contida no art. 58 deste EMECE, porém
com disposição contrária. De um lado, o artigo 58 permite o arredondamento do tempo de serviço; o art. 210,
ao revés veda qualquer forma de arredondamento.
Inicialmente, a PGE emitiu parecer no processo nº 07220417-6, no qual diz o seguinte: [...] Por isso, isto é, por
conta dessa vedação é que se entende inaplicável, diante do regramento previdenciário atual, a que estão su-
jeitos, como visto, os servidores civis e os militares estaduais, o disposto no art. 58, do Estatuto dos Militares.
[...] cumpre à Administração se ater ao disposto no art. 210, §5º, do Estatuto dos Militares Estaduais, quando
estiver tratando da reforma de militar cuja inativação se dará com proventos proporcionais. [...] Fortaleza, 16
de outubro de 2009.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Ocorre, porém que, posteriormente esse entendimento foi modificado pelo Parecer nº 652/2011-PGE, passando
a vigorar a teoria de que ambos os artigos se harmonizam, pois o art. 58 não ab roga o art. 210, §§4º e 5º, mas
o disciplina em situações excepcionais, pois o art. 58 traz a exceção e sua aplicação é restrita, ou nas palavras
do parecerista:
[...] 22. Nesses termos, entendemos que os arts. 58 e 210, §§4º e 5º da Lei estadual nº 13.729, de 11.01.2006
(DOE 26/04/2006) coexistem e são válidos, ficando garantido, para os casos de inativação com proventos pro-
porcionais, que se considere como se fosse um ano completo o tempo de contribuição igual ou superior a cento
e oitenta dias que remanescer da soma de anos cumpridos pelo militar. [...] Fortaleza, 02 de fevereiro de 2011.
Raimilan S. da Silva Rodrigues. Procurador do Estado. Despacho: De acordo. 11/02/2011. Fernando Antonio
Costa de Oliveira. Procurador-Geral do Estado.

6 AVERBAÇÕES DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Averbar é registrar nos assentamentos do militar estadual os acréscimos que servirão de base para cômputo
final do tempo de contribuição para fins de inatividade do militar, referentes a(o):
a) tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ou a Regimes Próprios de Previdên-
cia Social (RPPS);
b) férias não gozadas e computadas em dobro;
c) licença especial não gozada e computada em dobro.
De forma sintética, podemos dizer que averbar é registrar nos assentamentos do militar estadual os acréscimos,
fictícios ou não, aos anos de contribuição que servirão de base para cômputo final do tempo de contribuição
para inativação do militar.

7 AVERBAÇÃO DE FÉRIAS

A averbação de férias tem sua fundamentação legal no §4º, art. 61 da Lei nº 10.072, de 20 de dezembro de
1976 (Estatuto dos Policiais Militares do Ceará) a qual, mesmo revogada ainda tem vigência para efeitos de
averbação de tempo de contribuição.
Art. 61. As férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente, concedidas aos policiais-mili-
tares para descanso, a partir do último mês do ano a que se referem e durante o ano seguinte.
§4º. Na impossibilidade absoluta do gozo de férias do ano seguinte ou no caso de sua interrupção pelos moti-
vos previstos, o período de férias não gozado será computado dia a dia, pelo dobro, no momento da passagem
do policial-militar para a inatividade e somente para esse fim. [sem grifo no original]

8 AVERBAÇÃO DE LICENÇA ESPECIAL

A averbação de Licença Especial tem sua fundamentação legal no §3º, art. 65 da Lei nº 10.072, de 20 de de-
zembro de 1976 (Estatuto dos Policiais Militares do Ceará) a qual, mesmo revogada ainda tem vigência para
efeitos de averbação de tempo de contribuição.
Art. 65. ...
§3º. Os períodos de licença especial não gozadas pelo policial-militar são computados em dobro para fins ex-
clusivos da contagem de tempo para a passagem para inatividade e, nesta situação, para todos os efeitos legais.

Figura 48 - Fluxograma do processo de averbação/desaverbação de Férias e de Licença Especial

Requerimento e Instaura processo, elabora Nota Assinatura do Cmt-G


deferindo ou indeferindo e remete ao
GC Remete ao Gab Adj para publicação
Protocola na CGP
INTERESSADO CGP GABINETE CMDº GERAL

Averba/desaverba o tempo nos Arquiva o processo Publica a Nota


assentamentos e no SIGE-RH
Remete processo à CGP
OPM/CGP CGP GAB CMDº G ADJ

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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9 AVERBAÇÃO DE TEMPO ACADÊMICO: PARECER DA D. PGE

A averbação do denominado Tempo Acadêmico foi objeto de discussão por meio de Despacho na d. P.G.E.
lançado sob o Parecer nº 2.575/2012, o qual só permite averbar esse tempo até o limite temporal da MP nº
2.215-10/01. Vide, abaixo, o extrato do parecer:
Parecer nº 2.575/2012. Processo nº 11766738-2. Origem: SEPLAG. Interessado: CEPREV. Procurador do
Estado: Rafael Machado Moraes EMENTA: Consulta. Militar estadual. Art. 137 da Lei federal nº 6.880/1980.
Tempo fictício. MP Nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001. Revogação do art. 137, permitindo a contagem
fictícia nele prevista só até 29 de dezembro de 2000. Art. 24 do Decreto-Lei Nº 667/1969. Proibição quanto a
benefícios para militares estaduais não previstos para os militares das forças armadas. Contagem fictícia do art.
137, citado acima, só permitida no âmbito estadual, até o marco final estabelecido na MP referida.
[...]

DESPACHO

[...] Isso inobstante, concorda-se com o Parecer, pelos motivos ali elencados, que o denominado tempo acadê-
mico (art. 137, II da Lei nº 6.880/80) por configurar modalidade fictícia (como as férias não gozadas), somente
pode ser contabilizado quanto a fatos geradores ocorridos até 29.12.2000, conforme determina a Medida Pro-
visória nº 2.215-10/01, desde que observados os termos e limites de seu art. 37:
Art. 37.  Fica assegurado ao militar o acréscimo de um ano de serviço para cada cinco anos de tempo de efetivo
serviço prestado, até 29 de dezembro de 2000, pelo Oficial dos diversos corpos, quadros e serviços que possuir
curso universitário, reconhecido oficialmente, desde que esse curso tenha sido requisito essencial para a sua
admissão nas Forças Armadas, até que este acréscimo complete o total de anos de duração normal do respecti-
vo curso. À consideração do Exmº Sr. Procurador-Geral do Estado. Fortaleza, 04 de setembro de 2012. Assina:
Rommel Barroso da Frota- Procurador-Chefe da Consultoria-Geral. Despacho do Procurador-Geral. Aprovo
o parecer às fls. 07/11 nos seus limites. 13/9/12. Assina: Fernando Antonio Costa de Oliveira – Procurador
Geral do Estado.

10 AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO ÀS FORÇAS ARMADAS

O período de serviço ativo das Forças Armadas é computado como tempo de contribuição militar, nos termos
do inciso II, §1º, art. 210 da Lei nº 13.729, de 11 de janeiro de 2006 (Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará
– EMECE).
Ocorre que a averbação de tempo de serviço prestado às Forças Armadas, antes permitida passou a ser con-
dicionada a apresentação de Certidão de Tempo de Contribuição expedida pelo INSS, confome os seguintes
pareceres da Procuradoria Geral do Estado:
a) Parecer nº 3.060/2013-PGE: Certidão de serviço militar prestado ao Exército na condição de convocado.
Lei do Serviço Militar, art. 63 c/c o art. 60 do Decreto Nº 3.048/1999. Tempo vinculado ao RGPS. Aproveita-
mento no Estado. Certidão do INSS. Necessidade.
[…] Isto posto, opina-se pela impossibilidade de o servidor interessado, nesta consulta, aproveitar o tempo
certificado à fls. 11 - PGE, a não ser que apresente certidão do INSS referente ao mesmo tempo, qualificando-o
como de contribuição, e ensejando, assim, sua contagem recíproca junto ao SUPSEC.
b) Despacho: 1.531/2016 no Parecer nº 5.192/2016 […] Com relação ao tempo de serviço militar obrigatório,
a matéria já encontra-se regida pelo Parecer n° 3.060/2013, o qual ora propomos a sua extensão também para
todo e qualquer tempo de serviço militar das Forças Armadas, com o condicionamento da compensação entre
regimes para a contagem recíproca.
Por conta de, quanto à essa última extensão, estarmos tratando de mudança de orientação, acreditamos, em
nome da segurança jurídica, não deva a nova vertente ser aplicada aos casos de militares que, antes da chancela
desse despacho pela chefia da casa, se assim for a decisão final, já haviam, valendo-se de tempo prestados às
Forças Armadas, desde que referente a serviço militar obrigatório, ingressado com o requerimento para ingres-
so na reserva.
c) Parecer nº 917/2016-PGE
d) Despacho: 209/2017 - Extensão da modulação prevista no Despacho nº 1.531/2016 a processos de promo-
ção requerida iniciados antes de firmada esta última manifestação (serviço ativo das Forças Armadas e apro-
veitamento para a inativação no serviço público). Vejamos o teor do despacho:
Despacho: 209/2017
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
194
Processo nº 0262243/2017
Origem: PMCE

DESPACHO

A PMCE busca, nos autos, esclarecimentos sobre a extensão da aplicação do Despacho nº 1531/2016, anexo,
de nossa autoria, através do qual esta Casa firmou orientação pela impossibilidade em caso de falta de certidão
de tempo de contribuição, de aproveitamento, em inativação no âmbito estadual, sob a sistemática da contagem
recíproca, de tempo de serviço ativo prestado às Forças Armadas.
No Despacho, em face da mudança de orientação ali defendida, sugerimos a sua modulação, de sorte a aplicá-
-lo somente a processos de inativação iniciados após a data do entendimento recém-estabelecido.
A dúvida da PMCE, ora apresentada, diz respeito à aplicação da modulação acima em relação à situação dos
miltares que estavam, antes do Despacho nº 1.531/2016, com requerimento de promoção requerida pendentes
de exame pela corporação, sabendo que, deferida essa forma de promoção, o militar é levado para a reserva
remunerada “ex offício”.
Importante esclarecer que a modulação sugerida no Despacho mencionado acima pautou-se no princípio da
segurança jurídica, assim tendo o intuito de não prejudicar aqueles militares que, antes de firmada a posição
(tempo de forças armadas), estavam com processo de reserva em trâmite, no qual considerado o tempo de
Forças Armadas como tempo de serviço estadual, embora sem a apresentação da certidão de tempo de contri-
buição.
Acreditamos que, pela afinidade de propósito, igual modulação também deve incidir em relação a processos de
promoção requerida cujo início tenha se dado antes do Despacho nº 1531/2016. É que, no caso, tal ascensão,
prevista na Lei Estadual nº 15.797/15, consiste em modalidade específica de promoção, para a qual é levado
em consideração, como fator primordial para a constituição do direito, o tempo de serviço do militar.
Eis a previsão legal:
“Art. 3º As promoções ocorrerão nas seguintes modalidades:
I – antiguidade;
II – merecimento;
III – post mortem;
IV – bravura;
V – requerida.

§5º A promoção requerida alcançará o militar estadual que completar 30 (trinta) anos de contribuição, sendo,
no mínimo, 25 (vinte e cinco) anos como de contribuição como militar ao SUPSEC, e consistirá na sua eleva-
ção, a pedido, ao grau imediatamente superior, observadas as condições estabelecidas nesta Lei.
É preciso saber que um dos efeitos da promoção, talvez o maior deles, é levar o militar “ex offício”, para a
reserva, conforme determina o art. 23, §1º, da Lei de Promoções:
“Art.23 A promoção requerida será efetivada a pedido do militar interessado que atenda às condições do art.3º,
§5º, e do art. 7º desta Lei.
§1º O militar estadual promovido nos termos do caput será transferido para a reserva remunerada ex officio,
devendo contribuir, mensalmente e por 5 (cinco) anos, após a inativação, para o Sistema Único de Previdência
Social do Estado do Ceará - SUPSEC, com um acréscimo de contribuição previdenciária, além da que normal-
mente lhe é devido recolher na inatividade, equivalente ao montante resultado da aplicação do índice legal-
mente previsto para esta contribuição incidente sobre a diferença entre o valor de seus proventos considerando
o posto ou a graduação anterior à promoção requerida e o valor dos proventos considerando aquele posto ou a
graduação com base na qual concedida a reserva.”
Como podemos notar, é clara a estreita relação que há entre a promoção requerida e a inativação do mili-
tar, sendo, na realidade, uma (reserva) a consequência legal da outra (promoção requerida). O militar, então,
quando dá entrada em seu pedido dessa última promoção assim o faz já sabendo que tem condições de ir para
reserva, aproveitando, para tanto, todo o seu tempo averbado na corporação.
Seria, assim como o é no caso do militar que pede a reserva, contrário à segurança jurídica prejudicar também
os policiais que, antes do Despacho nº 1.531/2016, já contavam com processo de promoção requerida pendente
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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de análise, para o qual tenha sido considerado tempo de serviço ativo prestado às Forças Armadas (serviço
ativo), e, com isso, impedi-los de serem promovidos e, por via de consequência, de irem para a reserva remu-
nerada, não obstante todos sabendo que, até o Despacho acima, não havia posição Oficial desta Procuradoria
negando o referido aproveitamento.
Do exposto, reiterando os termos de nossa orientação anterior, sugerimos a extensão da modulação prevista no
Despacho nº 1.531/2016 a processos de promoção requerida iniciados antes de firmada esta última manifesta-
ção (serviço ativo das Forças Armadas e aproveitamento para a inativação no serviço público).
À consideração do Senhor Procurador-Geral.
Fortaleza, 16 de janeiro de 2017.
Rafael Machado Moraes
Procurador-Chefe da Consultoria-Geral
***
Apesar dos entendimentos dados pela PGE e que devem ser seguidos pela Administração, pois deles só pode
discordar o Governador do Estado, vimos a necessidade de uma nova análise desses pareceres referentes à
averbação de tempo de serviço das Forças Armadas, afinal não são tempos fictícios, mas tempos reais. Não
em face a questão previdenciária que envolve a questão, pois indiscutivelmente a PGE está correta, mas sim
quanto ao sujeito da ação que está sendo responsabilizado. Dizendo melhor, o Estado, em vez de cobrar, legal-
mente, a retribuição previdenciária da União, está penalizando a parte hipossuficiente do problema, no caso o
militar estadual. Data vênia, cremos que a melhor solução era cumprir a legislação dando ao militar o direito
de ser inativado com o cômputo do tempo de serviço efetivamente prestado (excluindo-se o tempo de convo-
cado) e, num segundo momento, a d. PGE ingressaria com ação própria para que a União faça a transferência
dos valores devidos para o sistema previdenciário do Estado. Da forma como estamos procedendo só há um
prejudicado: o militar estadual.

11 AVERBAÇÕES DE TEMPOS DE SERVIÇO NÃO FICTÍCIOS

Os tempos fictícios (férias e licença especial) são averbados pelo próprio Coronel Comandante-Geral da Cor-
poração. Os demais tempos de contribuições só podem ser averbados depois que o processo é submetido ao
crivo da SEPLAG. Veja o fluxograma.

Figura 49 - Fluxograma do processo de averbação de tempo de contribuição

Requerimento e Instaura processo, elabora Remete o processo à


FID e remete ao GC SEPLAG
Protocola na CGP
INTERESSADO CGP GABINETE CMDº GERAL

Elabora Nota Deferindo ou Encaminha processo à CGP Analisa e emite parecer,


Indeferindo e remete ao GC devolvendo ao GC

CGP GAB CMDº GERAL SEPLAG

Colhe assinatura do Cel Cmt-G e Publica em BCG e devolve o processo 1. CGP arquiva o processo
encaminha ao Gab Cmdº G Adj para à CGP
publicação 2. OPM registra nos assentamentos e
nos Sistemas
GAB CMDº GERAL GAB CMDº GERAL ADJ CGP e OPM

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
196
12 SÍNTESE DOS PARECERES DA PGE SOBRE AVERBAÇÃO E DESAVERBAÇÃO DE TEMPOS DE SERVIÇO

a) Parecer nº 4.357/2005 – Averbação em dobro de férias e de licença especial ref. aos anos de 2000 a 2005 –
Possibilidade.
b) Parecer nº 2.575/2012 – Averbação de férias e de licença especial referentes aos anos de 2000 a 2005 e de
Tempo Acadêmico: impossibilidade.
c) Parecer nº 3.060/2013 – PGE – Veda averbação de tempo de serviço prestado às Forças Armadas na condi-
ção de convocado, salvo se apresentar certidão de tempo de contribuição.
d) Parecer nº 3.066/2013-PGE – Férias referentes aos anos de 2000 a 2005 – Impossibilidade de averbação.
Possibilidade de fruição.
e) Despacho nº 842/2015 – Desaverbação de férias/licença especial para gozo: possibilidade.
f) Parecer nº 103/2016 – PGE – Desaverbação de tempo de contribuição prestado à iniciativa privada: possi-
bilidade.
g) Despacho nº 1.531/2016-PGE – Em face da mudança de orientação, foi feita a sua modulação, de sorte a
aplicá-la somente a processos de inativação iniciados após a data do entendimento recém-estabelecido.
h) Parecer nº 2.827/2016 – Férias do ano de ingresso: possibilidade mesmo sem um ano de serviço.
i) Parecer nº 5.192/2016 – Tempo de Serviço às Forças Armadas – necessidade de certidão de tempo de con-
tribuição.
j) Despacho nº 209/2017 – Extensão da modulação prevista no Despacho nº 1.531/2016 a processos de pro-
moção requerida iniciados antes de firmada essa última manifestação (serviço ativo das Forças Armadas e
aproveitamento para a inativação no serviço público).
k) Folha de Informação e Despacho nº 001/2017-ASJUR/PMCE – Autoriza a averbação das férias do ano de
ingresso, observando-se os provimentos originários decorrentes de concurso público.

Figura 50 – Síntese esquemática do tempo de contribuição do militar estadual

MILITAR AFASTADO EM DECORRÊNCIA DE ACIDENTE: TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Art. 211. O tempo que o militar estadual vier a passar afastado do exercício de suas funções, em
conseqüência de ferimentos recebidos em acidente quando em serviço, ou mesmo quando de
folga, em razão da preservação de ordem pública, de proteção do patrimônio e da pessoa, visan-
do à sua incolumidade em situações de risco, infortúnio ou de calamidade, bem como em razão

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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de moléstia adquirida no exercício de qualquer função militar estadual, será computado como
se o tivesse no exercício efetivo daquelas funções.

Comentário
O artigo 211 tem por objetivo proteger o direito do militar estadual de ver computado seu tempo de contribui-
ção, ainda que afastado, desde que em decorrência do cumprimento do dever, estando ou não designado ou
escalado em serviço.

QUESTÕES DE CONCURSO

UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008 – 88 Não será com-
putado, para nenhum efeito, o tempo que o militar estadual ficar afastado do exercício de suas funções em con-
sequência de ferimentos ocorridos durante o serviço ou, mesmo quando de folga, em razão da preservação de
ordem pública, de proteção do patrimônio e da pessoa, visando a sua incolumidade em situações de risco, in-
fortúnio ou de calamidade, bem como em razão de moléstia adquirida no exercício de qualquer função militar.
*** *** ***

TEMPO DE SERVIÇO EM OPERAÇÕES DE GUERRA - REGULAMENTAÇÃO

Art.212. O tempo de serviço passado pelo militar estadual no exercício de atividades decorrentes
ou dependentes de operações de guerra será regulado em legislação específica.

DISPOSITIVO CORRELACIONADO

Lei nº 288, de 8 de junho de 1948. Concede vantagens a militares e civis que participaram de operações de
guerra. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu san-
ciono a seguinte Lei:
Art. 1º O Oficial das Fôrças Armadas que serviu no teatro de operações da Itália, ou tenha cumprido missões de
patrulhamento de guerra em qualquer outro teatro de operações definidas pelo Ministério respectivo, quando
transferido para a reserva remunerada, ou reformado, será previamente promovido ao pôsto imediato, com os
respectivos vencimentos integrais. 
Art. 1º O Oficial das Fôrças Armadas, que serviu no teatro de guerra da Itália, ou tenha cumprido missões de
patrulhamento, vigilância e segurança do litoral, e operações de guerra e de observações em qualquer outro
teatro de operações definidas pelo Ministério respectivo, inclusive nas ilhas de Trindade, Fernando de Noronha
e nos navios da Marinha de Guerra, que defendiam portos nacionais em zonas de operações de guerra, quando
transferido para a reserva remunerada, ou reformado, será previamente promovido ao pôsto imediato, com os
respectivos vencimentos integrais. (Redação dada pela Lei nº 616, de 1949) 
Art. 2º Os subtenentes, suboficiais e sargentos da FEB, FAB e Marinha de Guerra, que preencherem as condi-
ções exigidas no artigo 1º gozarão das mesmas vantagens concedidas aos oficiais. 
Parágrafo único. Os sargentos que possuírem curso de comandantes de pelotão, seção ou equivalente, quando
transferidos para a reserva ou reformados, serão promovidos ao pôsto de segundo Tenente, com os vencimen-
tos integrais dêste. 
Art. 3º Os militares que já tenham sido transferidos para a reserva remunerada, ou reformados, gozarão destas
vantagens, desde que satisfaçam as exigências dos artigos anteriores. 
Art. 4º Os militares, inclusive os convocados incapacitados fisicamente para o serviço, em conseqüência de
ferimentos recebidos, ou de moléstias adquiridas no teatro de operações da última guerra, serão promovidos ao
pôsto imediato ao que tinham quando receberam os ferimentos ou adquiriram a moléstia, e reformados com os
vencimentos da última promoção, na forma estatuída pelo Decreto-lei número 8.795, de 1946. 
Art. 5º Os funcionários públicos federais, estaduais, municipais, de entidades autárquicas ou de sociedades de
economia mista, que tenham participado das referidas operações de guerra, ao se aposentarem, gozarão das
vantagens estabelecidas na presente Lei. 
Art. 6º Idênticas vantagens serão concedidas aos civis e militares que forem incorporados na Missão Médica
que o Brasil enviou à França, em caráter militar, na guerra de 1914 - 1918, com direito a receber os vencimen-
tos correspondentes ao pôsto da promoção, conferida por esta Lei, somente a partir de sua vigência. 

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Art. 6º Idênticas vantagens serão concedidas aos civis e militares componentes da Missão Médica que o Brasil
enviou à França, em caráter militar, na guerra de 1914 a 1918, assim também aos oficiais, suboficiais, subte-
nentes e sargentos das Fôrças Armadas, que naquela luta mundial tomaram parte, em missões de patrulhamen-
to e operações de guerra dentro ou fora do país, e nas ilhas de Fernando de Noronha e Trindade, com direito a
receber os vencimentos correspondentes ao pôsto da promoção conferida por esta Lei sòmente a partir da sua
vigência. (Redação dada pela Lei nº 616, de 1949) 
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.  Rio de Janeiro, 8 de junho de 1948, 127º da Independência
e 60º da República.
Eurico g. dutra

DATA LIMITE PARA CONTAGEM DOS ANOS DE CONTRIBUIÇÃO PARA PASSAGEM À INATIVIDADE

Art.213. A data limite estabelecida para final da contagem dos anos de contribuição, para fins de
passagem para a inatividade, será a do pedido no caso de reserva remunerada “a pedido” ou a
da configuração das condições de implementação, no caso de reserva remunerada ex officio ou
reforma.
Art.213. A data limite estabelecida para final da contagem dos anos de contribuição, para fins
de passagem para a inatividade, será o término do período de 90 (noventa) dias posterior ao
requerimento, no caso de reserva remunerada a pedido, ou a data da configuração das condições
de implementação, no caso de reserva remunerada ex officio ou reforma.” (NR). (Redação dada
pelo art. 1º da Lei Complementar nº 93, de 25.01.2011)

COMENTÁRIO

O artigo 213 tinha por objetivo o afastamento do militar do serviço ativo de forma provisória, decorrido o
razoável prazo nonagesimal de tramitação do processo de Reserva Remunerada a pedido.
O dispositivo, a nosso ver, precisa ser atualizado, eis que a contagem do tempo de contribuição é feita na data
em que o militar ingressa com o pedido de reserva remunerada, sendo desnecessário o cômputo de 90 dias,
anteriormente usado em virtude dele continuar trabalhando nesse lapso temporário, e somente no fim era que
se afastava das funções. Regra que foi modificada pela LC nº 93/2011.
Lei Complementar nº 93, de 25 de janeiro de 2011, com nova redação dada pela Lei Complementar nº 159/2016
- Art.3º, §1º O militar afastar-se-á de suas atividades:
II - em caso de reserva remunerada, a pedido, no primeiro dia seguinte à abertura do processo de inativação,
observados os seguintes passos: [...]
*** *** ***

SUPERPOSIÇÃO DE TEMPOS: VEDAÇÃO

Art.214. Na contagem do tempo de contribuição, não poderá ser computada qualquer superpo-
sição dos tempos de qualquer natureza.

COMENTÁRIO

O artigo 214 tem por objeto evitar fraude no cômputo de tempo de serviço e até no acúmulo indevido de cargo.
A superposição ou sobreposição de tempos é o cômputo dos tempos prestados de forma cumulativa, no qual
o militar estava contribuindo ao SUPSEC e a outro regime previdenciário no mesmo período de tempo. Essa
situação é vedada como bem explica o art. 214 acima.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – 111 Na apuração do tempo de contribuição do militar estadual,


não poderá ser computada superposição de tempos, de quaisquer naturezas.
*** *** ***

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TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

SINDICALIZAÇÃO E GREVE – PROIBIÇÃO, ASSOCIAÇÕES, DIRIGENTES

Art.215. Ao militar estadual são proibidas a sindicalização e a greve.

PARTICIPAÇÃO EM ASSOCIAÇÕES NÃO SINDICAIS OU POLÍTICO-PARTIDÁRIAS

§1°. O militar estadual poderá fazer parte de associações sem qualquer natureza sindical ou po-
lítico-partidária, desde que não haja prejuízo do exercício do respectivo cargo ou função militar
que ocupe na ativa, salvo aqueles que estejam amparados pelo art. 169 combinado com o art.
176, §13, da Constituição do Estado do Ceará.(Mudou de parágrafo único para §1º pelo art. 32 da Lei n° 13.768, de 04.05.06)
§2º O militar estadual poderá fazer parte de associações, sem qualquer natureza sindical ou
político-partidária, desde que não haja prejuízo para o exercício do respectivo cargo ou função
militar que ocupe na ativa. (NR)(§2º acrescentado pelo art. 32 da Lei n° 13.768, de 04.05.06)

DISPENSA DE FUNÇÕES PARA DIRIGENTE MÁXIMO DE ASSOCIAÇÕES

§3º O militar estadual da ativa quando investido em cargo ou função singular de dirigente má-
ximo de associação que congregue o maior número de oficiais, de subtenentes e sargentos ou
de cabos e soldados, distintamente considerados e pré-definidos por eleições internas, poderá
ficar dispensado de suas funções para dedicar-se à direção da entidade. (NR) (§3º acrescentado pelo art.
32 da Lei n° 13.768, de 04.05.06).

DISPENSA DE FUNÇÕES PARA REPRESENTANTES DAS ASSOCIAÇÕES: LIMITE DE MEMBROS

§4º A garantia prevista no parágrafo anterior, além do cargo singular de dirigente máximo, alcan-
ça um representante por cada 2.000 (dois mil) militares estaduais que congregue, não podendo
ultrapassar a 3 (três) membros, além do dirigente máximo.

EXCEÇÃO DA DISPENSA DAS FUNÇÕES

§5º O disposto nos §§3º e 4º em nenhuma hipótese se aplica à entidade cuja direção máxima seja
exercida por órgão colegiado. (NR).(§5º acrescentado pelo art. 32 da Lei n° 13.768, de 04.05.06)
Comentário
O artigo 215 tem como bem jurídico tutelado a preservação da hierarquia, disciplina e a manutenção do serviço
público essencial que é a segurança pública.

1 A GREVE NA PMCE EM 1997

Cel Francisco Mauro Alves Benevides (foto), Comandante Geral, à época,


foi gravemente ferido na greve de 1997 quando tentava apaziguar os âni-
mos dos militares revoltosos, quando foi atingido covardemente por um
tiro pelas costas, o qual atingiu-lhe o pescoço. A bala ficou alojada, não
podendo ser retirada sob o risco dele ficar tetraplégico. Apesar do Inquéri-
to Policial, o autor nunca foi descoberto. O incidente ocorreu na Av. Des.
Moreira, quase defronte ao antigo hotel próximo ao Palácio do Governo.

2 A GREVE NA PMCE EM 2012

Apesar do texto constitucional referir-se a greve, esse instituto tem ou-


tra denominação no meio castrense, a saber: motim ou revolta. Apesar do
normativo acima, foi registrada, em Fortaleza, a greve de 1997 e outra em
2012, atingindo todo o Estado do Ceará.

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A greve foi deflagrada no dia 31.12.2012, noite da passagem de ano. No início, o Governo, Secretaria de Segu-
rança e Comando Geral não acreditavam que haveria uma greve geral, e que tudo não passava de uma pequena
manifestação. Todos estavam equivocados. Tornou-se um dos maiores movimentos de paralisação das ativida-
des da Polícia Militar. Embora alguns militares tenham sido indiciados em Inquérito Policial Militar e outros
expulsos por meio de Processo Regular instaurado na Controladoria Geral de Disciplina, o resultado final foi a
anistia para os indiciados no IPM, e modificação das punições de demissões para os que haviam sido expulsos.
Vejam a transcrição da matéria publicada no periódico Último Segundo/CE em 03.01.2013 para que seja com-
preendido como o fenômeno “greve” nas Corporações Militares impacta na vida da sociedade:
“Com greve de policiais, Fortaleza entra em pânico e lojas fecham. Boatos de arrastões, medo e insegurança
levam centro comercial a abaixar portas. Carteiros e agentes de trânsito param com policiais militares do Ceará
em greve há seis dias. Fortaleza vive clima de pânico nesta terça-feira (03). O comércio do centro da cidade,
de bairros da periferia e de áreas nobres fecharam as portas temerosos por conta de arrastões que estariam
acontecendo em toda a capital. O Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares do Estado
do Ceará (Sintect-CE) informou que os carteiros foram tirados das ruas. Os agentes da Autarquia Municipal
de Trânsito (AMC), que fiscalizam o trânsito da capital, anunciaram que vão parar. Alguns postos de saúde
encerraram o atendimento. Ônibus pararam de circular. Táxis são raros. E as empresas estão mandando os
funcionários para casa mais cedo. Às 16h desta terça, Fortaleza estava fechada”.

Figura 51 – Viaturas com pneus furado defronte ao Quartel da 6ªCia/5º BPM

Nota: Rua Anário Braga no bairro de Antônio Bezerra, local onde se concentraram as negociações dos “grevistas”.

Fonte: domínio público. Net

3 ORIENTAÇÃO DO COMANDO GERAL DA PMCE SOBRE MOVIMENTOS REIVINDICATÓRIOS

a) BCG 001 – 02.01.13 - Nota Nº 007/2013-GAB.ADJ O Cel. PM, Comandante-Geral Adjunto/PMCE, no uso
de suas atribuições legais previstas no Art. 5º da Lei nº 10.145 e, CONSIDERANDO que a Polícia Militar do
Ceará é Instituição organizada com base na HIERARQUIA e DISCIPLINA, força auxiliar e reserva do Exérci-
to. CONSIDERANDO que a carreira militar estadual é caracterizada por atividade continuada e inteiramente
devotada às finalidades e missões fundamentais das Corporações Militares estaduais, denominada atividade
militar estadual. CONSIDERANDO que o cidadão que ingressa na Corporação Militar Estadual, presta com-
promisso de honra, no qual afirma aceitação consciente das obrigações e dos deveres militares e manifestará
a sua firme disposição de bem cumpri-los. CONSIDERANDO que ao ingressar na Polícia Militar do Ceará,
todos os seus integrantes prometem regular a sua conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as
ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicarem-se inteiramente ao serviço policial-militar, à
polícia ostensiva, à preservação da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da pró-
pria vida. CONSIDERANDO que de acordo com o art. 8º, §3º, da Lei 13.407/2003, aos militares da ativa são
proibidas manifestações coletivas de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário, bem como contra
atos de superiores. CONSIDERANDO que de acordo com o art. 142, §3º, inciso IV, da Constituição Federal,
bem como o art. 215 da Lei nº 13.729/2006, ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.RESOLVE:
Recomendar que aos Comandantes imediatos esclareçam os seus subordinados sobre as implicações discipli-
nares e penais decorrentes da participação em reuniões e manifestações coletivas contra atos de superiores,

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revestidas de caráter reivindicatório e/ou de cunho político-partidário.Tais atitudes podem configurar, em tese,
os seguintes crimes militares:
Motim

Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:


I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se acumpri-la;
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência;
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior;
Revolta

Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:


Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um têrço para os cabeças.
Organização de grupo para a prática de violência

Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou material bélico, de proprie-
dade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou não à adminis-
tração militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos.
Omissão de lealdade militar

Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do superior o motim ou revolta de cuja
preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para
impedi-lo:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Conspiração

Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime previsto no artigo 149:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Aliciação para motim ou revolta
Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos crimes previstos no capítulo anterior:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Incitamento

Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar:


Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito à administração
militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha inci-
tamento à prática dos atos previstos no artigo. Apologia de fato criminoso ou do seu autor
Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do autor do mesmo, em lugar sujeito à
administração militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Desrespeito a superior

Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar:


Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Desrespeito a comandante, Oficial general ou Oficial de serviço.
Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da unidadea que pertence o agente, Oficial-general,
Oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade.

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Reunião ilícita

Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de superior ou assunto
atinente à disciplina militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de dois a seis meses a quem dela participa,
se o fato não constitui crime mais grave.
Publicação ou crítica indevida

Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento Oficial, ou criticar publicamente
ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer resolução do Governo:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Desacato a superior

Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro, ou procurando deprimir-lhe a autoridade:
Pena - reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime maisgrave.
Agravação de pena

Parágrafo único. A pena é agravada, se o superior é Oficial general ou comandante da unidade a que pertence
o agente.
Desacato a militar

Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro crime.
Desobediência

Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar:


Pena - detenção, até seis meses. Prevaricação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra expressa disposição
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Inobservância de lei, regulamento ou instrução

Art. 324. Deixar, no exercício de função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à prá-
tica de ato prejudicial à administração militar:
Pena - se o fato foi praticado por tolerância, detenção até seis meses; se por negligência, suspensão do exercício
do posto, graduação, cargo ou função, de três meses a um ano.
Advirta-se, ainda, que paralelamente aos crimes acima mencionados, as condutas neles previstas podem carac-
terizar transgressões disciplinares, considerando que estas compreendem todas as ações ou omissões contrárias
à disciplina militar e, via de conseqüência, responsabilidade administrativo-disciplinar, a exemplo das citadas
a seguir:
- utilizar-se do anonimato para fins ilícitos;
- publicar, divulgar ou contribuir para a divulgação irrestrita de fatos, documentos ou assuntos administrativos
ou técnicos de natureza militar ou judiciária, que possam concorrer para o desprestígio da Corporação Militar:
- aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem legal de autoridade competente, ou serviço,
ou para que seja retardada, prejudicada ou embaraçada a sua execução;
- dirigir-se, referir-se ou responder a superior de modo desrespeitoso;
- recriminar ato legal de superior ou procurar desconsiderá-lo;
- ofender, provocar ou desafiar superior, igual ou subordinado hierárquico ou qualquer pessoa, estando ou não
de serviço;
- ofender a moral e os bons costumes por atos, palavras ou gestos;

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- desconsiderar ou desrespeitar, em público ou pela imprensa, os atos ou decisões das autoridades civis ou dos
órgãos dos Poderes Constituídos ou de qualquer de seus representantes;
- tendo conhecimento de transgressão disciplinar, deixar de apurá-la;
- deixar de comunicar ao superior imediato ou, na ausência deste, aqualquer autoridade superior toda informa-
ção que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública ou grave alteração do serviço ou de sua marcha,
logo que tenha conhecimento;
- abandonar serviço para o qual tenha sido designado ou recusar-se a executá-lo na forma determinada;
- faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado;
- freqüentar ou fazer parte de sindicatos, associações profissionais com caráter de sindicato, ou de associações
cujos estatutos não estejam de conformidade com a lei;
- comparecer ou tomar parte de movimento reivindicatório, no qual os participantes portem qualquer tipo de
armamento, ou participar de greve;
- ferir a hierarquia ou a disciplina, de modo comprometedor para a segurança da sociedade e do Estado.QCG
em Fortaleza-CE, 02 de janeiro de 2013.
b) Reuniões militares e manifestações - Recomendação – BCG 084 – 08.05.2013 - Obs: republicada no BCG
085 – 09.05.2013 - Nota nº 736/2013-GAB.ADJ O Cel. PM, Comandante-Geral Adjunto/PMCE, no uso de
suas atribuições legais previstas no Art. 5º da Lei nº 10.145 e, CONSIDERANDO que a Polícia Militar do
Ceará é Instituição organizada com base na hierarquia e disciplina, força auxiliar e reserva do Exército. CON-
SIDERANDO que a carreira militar estadual é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devotada
às finalidades e missões fundamentais das Corporações Militares estaduais, denominada atividade militar es-
tadual. CONSIDERANDO que o cidadão que ingressa na Corporação Militar Estadual, presta compromisso
de honra, no qual afirma aceitação consciente das obrigações e dos deveres militares e manifestará a sua firme
disposição de bem cumpri-los. CONSIDERANDO que ao ingressar na Polícia Militar do Ceará, todos os
seus integrantes prometem regular a sua conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens
das autoridades a que estiver subordinado e dedicarem-se inteiramente ao serviço policial-militar, à polícia
ostensiva, à preservação da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida.
CONSIDERANDO que de acordo com o art. 8º, §3º, da Lei 13.407/2003, aos militares da ativa são proibidas
manifestações coletivas de caráter reivindicatório e decunho político-partidário, bem como contra atos de su-
periores. CONSIDERANDO que de acordo com o art. 142, §3º, inciso IV, da Constituição Federal, bem como
o art. 215 da Lei nº 13.729/2006, ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
RESOLVE:
Recomendar que Comandantes imediatos ponham esta recomendação em local visível à tropa e esclareçam
os seus subordinados sobre as implicações disciplinares e penais decorrentes da participação em reuniões e
manifestações coletivas contra atos de superiores, revestidas de caráter reivindicatório e/ou de cunho político-
-partidário.Tais atitudes podem configurar, em tese, os seguintes crimes militares:
Motim

Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:


I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência;
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior;
Revolta

Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:


Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um têrço para os cabeças.
Organização de grupo para a prática de violência

Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou material bélico, de proprie-
dade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou não à adminis-
tração militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos.

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Omissão de lealdade militar

Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do superior o motim ou revolta de cuja
preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para
impedi-lo:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Conspiração

Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime previsto no artigo 149:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Aliciação para motim ou revolta
Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos crimes previstos no capítulo anterior:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Incitamento

Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar:


Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito à administração
militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha inci-
tamento à prática dos atos previstos no artigo.
Apologia de fato criminoso ou do seu autor
Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do autor do mesmo, em lugar sujeito à
administração militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Desrespeito a superior

Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar:


Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Desrespeito a comandante, Oficial general ou Oficial de serviço
Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da unidade a que pertence o agente, Oficial-general,
Oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade.
Reunião ilícita

Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de superior ou assunto
atinente à disciplina militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de dois a seis meses a quem dela participa,
se o fato não constitui crime mais grave.
Publicação ou crítica indevida

Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento Oficial, ou criticar publicamente
ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer resolução do Governo:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Desacato a superior

Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro, ou procurando deprimir-lhe a autoridade:
Pena - reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Agravação de pena

Parágrafo único. A pena é agravada, se o superior é Oficial general ou comandante da unidade a que pertence
o agente.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
205
Desacato a militar

Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro crime.
Desobediência

Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar:


Pena - detenção, até seis meses.
Prevaricação

Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra expressa disposição
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Inobservância de lei, regulamento ou instrução

Art. 324. Deixar, no exercício de função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à prá-
tica de ato prejudicial à administração militar:
Pena - se o fato foi praticado por tolerância, detenção até seis meses; se por negligência, suspensão do exercício
do posto, graduação, cargo ou função, de três meses a um ano.
Advirta-se, ainda, que paralelamente aos crimes acima mencionados, as condutas neles previstas podem carac-
terizar transgressões disciplinares, considerando que estas compreendem todas as ações ou omissões contrárias
à disciplina militar e, via de conseqüência, responsabilidade administrativo-disciplinar, a exemplo das citadas
a seguir:
- utilizar-se do anonimato para fins ilícitos;
- publicar, divulgar ou contribuir para a divulgação irrestrita de fatos, documentos ou assuntos administrativos
ou técnicos de natureza militar ou judiciária, que possam concorrer para o desprestígio da Corporação Militar:
- aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem legal de autoridade competente, ou serviço,
ou para que seja retardada, prejudicada ou embaraçada a sua execução;
- dirigir-se, referir-se ou responder a superior de modo desrespeitoso;
- recriminar ato legal de superior ou procurar desconsiderá-lo;
- ofender, provocar ou desafiar superior, igual ou subordinado hierárquico ou qualquer pessoa, estando ou não
de serviço;
- ofender a moral e os bons costumes por atos, palavras ou gestos;
- desconsiderar ou desrespeitar, em público ou pela imprensa, os atos ou decisões das autoridades civis ou dos
órgãos dos Poderes Constituídos ou de qualquer de seus representantes;
- tendo conhecimento de transgressão disciplinar, deixar de apurá-la;
- deixar de comunicar ao superior imediato ou, na ausência deste, a qualquer autoridade superior toda infor-
mação que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública ou grave alteração do serviço ou de sua marcha,
logo que tenha conhecimento;
- abandonar serviço para o qual tenha sido designado ou recusar-se a executá-lo na forma determinada;
- faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado;
- freqüentar ou fazer parte de sindicatos, associações profissionais com caráter de sindicato, ou de associações
cujos estatutos não estejam de conformidade com a lei;
- comparecer ou tomar parte de movimento reivindicatório, no qual os participantes portem qualquer tipo de
armamento, ou participar de greve;
- ferir a hierarquia ou a disciplina, de modo comprometedor para a segurança da sociedade e do Estado.
Outrossim, estas recomendações já existem na Legislação Penal Militar, no Código Disciplinar PM/BM e na
própria CF/88, portanto seu desconhecimento não exime o militar faltoso de eventual apuração penal e admi-
nistrativa. QCG em Fortaleza-CE, 08 de maio de 2013.

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4 PARTICIPAÇÃO EM ASSOCIAÇÕES SEM QUALQUER NATUREZA SINDICAL OU POLÍTICO-PARTIDÁRIA

As associações são pessoas jurídicas de direito privado e objetivam fins artísticos, culturais, religiosos, espor-
tivos, recreativos, beneficentes entre outros que sejam para fins lícitos. Quando passam a aferir lucros, deixam
de ser associação e passam a ser sociedade. Atualmente, existem várias associações voltadas aos militares es-
taduais e que eles podem ser sócios sem nenhum problema. A título de exemplo, citamos o Clube dos Oficiais
do Corpo de Segurança Pública (Atual Clube dos Oficiais PM/BM) foi fundado em 29 de julho de 1933, sendo
considerado de utilidade pública por meio do Decreto nº 1.363, de 31 de outubro de 1934. Em 1941, passou a
chamar-se Clube Militar da Força Policial (Decreto nº 154, de 08 de maio de 1941).
O Ten-Cel Alfredo Nunes Weyne (foto ao lado) ingressou na Corporação em 18.09.1898, como Alferes, quan-
do seu pai o Ten-Cel EB Alfredo da Costa Weyne era Comandante dessa PMCE. Foi um dos fundadores do
COCSP e seu primeiro Presidente eleito. (dados e foto obtidos na Revista Sentinela, nº 44, 2015, editada pela
AORECE – Associação dos Oficiais da Reserva)
Outro exemplo é a Associação dos Cabos e Soldados Militares do Ceará (ACSMCE) fundada em 12.05.1961,
pelo saudoso Cap QOAPM William.

Figura 52 – Foto do Ten-Cel Alfredo Nunes Weyne (fundado do Clube dos Oficiais) e do Cap QOA William (funda ACSMCE)

5 DECISÃO DO STF SOBRE GREVE DE MILITARES

Os servidores públicos são, seguramente, titulares do direito de greve. Essa é a regra. Ocorre, contudo, que
entre os serviços públicos há alguns que a coesão social impõe que sejam prestados plenamente, em sua tota-
lidade. Atividades das quais dependam a manutenção da ordem pública e a segurança pública, a administra-
ção da justiça – onde as carreiras de estado, cujos membros exercem atividades indelegáveis, inclusive as de
exação tributária – e a saúde pública não estão inseridos no elenco dos servidores alcançados por esse direito.
Serviços públicos desenvolvidos por grupos armados: as atividades desenvolvidas pela polícia civil são análo-
gas, para esse efeito, às dos militares, em relação aos quais a Constituição expressamente proíbe a greve (art.
142, §3º, IV). (Rcl 6.568, rel. min. Eros Grau, julgamento em 21-5-2009, Plenário, DJE de 25-9-2009.) No mesmo
sentido: Rcl 11.246-AgR, rel. min.Dias Toffoli, julgamento em 27-2-2014, Plenário, DJE de 2-4-2014.

6 DISPOSITIVOS RELACIONADOS

CF/88 - Art. 5º, XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente;

QUESTÕES DE CONCURSO

UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008 – 87 É vedado ao
militar estadual fazer parte de associações de natureza sindical ou político-partidária ou mesmo de associações
que não causem prejuízos para o exercício do respectivo cargo ou função militar que ocupe na ativa.
*** *** ***

PARTIDO POLÍTICO: VEDAÇÃO À FILIAÇÃO DE MILITAR ATIVO

Art.216. O militar estadual, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partido político.

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COMENTÁRIO

A filiação partidária é o ato de pertecimento a determinado partido político aceitando suas diretrizes e progra-
mas. O cidadão não militar deve filiar-se a partido político por ser uma condição de elegibilidade constante no
inciso V, §3º, art. 14 da CF/88, in verbis:
Art. 14, 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
(...)
V - a filiação partidária;
Contudo para os militares essa regra é vedada por força do disposto no inciso V, §3º, art. 142, aplicável aos
militares dos estados por imposição do art. 42, §1º da CF/88, e cuja vedação foi reproduzida na Constituição
do Estado do Ceará:
1) CF/88 - Art. 142, §3º, V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
2) Constituição Estadual/1989 – Art. 176, §6º O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a
partidos políticos.
O TSE harmonizou a norma ao entender que o pedido de registro de candidatura, apresentado pelo partido ou
coligação, devidamente autorizado pelo candidato e após a prévia escolha em convenção, supre a exigência da
filiação partidária (Res. 21.608/04).
Essa regra aplica-se ao militar da ativa. Os que estão na reserva remunerada devem estar filiados ao partido
pelo menos um ano antes do pleito eleitoral.
Vejamos o que diz o STF acerca do fato:
“Se o militar da ativa é alistável, é ele elegível (CF, art. 14, §8º). Porque não pode ele filiar-se a partido político
(...), a filiação partidária não lhe é exigível como condição de elegibilidade, certo que somente a partir do regis-
tro da candidatura é que será agregado (CF, art. 14, §8º, II; Cód. Eleitoral, art. 5º, parágrafo único; Lei 6.880,
de 1980, art. 82, XIV, §4º).” (AI 135.452, rel. min. Carlos Velloso, julgamento em 20-9-1990, Plenário, DJ de 14-
6-1991.)

REGIME DE TEMPO AO SERVIÇO MILITAR ESTADUAL E FORMA DE COMPENSAÇÃO. IRSO

Art.217. Os militares estaduais são submetidos a regime de tempo integral de serviço, inerente
à natureza da atividade militar estadual, inteiramente devotada às finalidades e missões funda-
mentais das Corporações Militares estaduais, sendo compensados através de sua remuneração
normal.

ESCALA DE SERVIÇO E FOLGA

§1º Em períodos de normalidade da vida social, em que não haja necessidade específica de
atuação dos militares em missões de mais demorada duração e de mais denso emprego, os mi-
litares estaduais observarão a escala normal de serviço, alternada com períodos de folga, esta-
belecida pelo Comando-Geral.

IRSO

§2º No interesse da otimização da segurança pública e defesa social do Estado, em períodos de


normalidade, conforme definido no parágrafo anterior, lei específica poderá estabelecer cri-
térios, limites e condições para a utilização, a titulo de reforço para o serviço operacional, dos
efetivos disponíveis nas Corporações Militares, mediante a adesão voluntária do militar estadual
que faça a opção de participar de escala de serviço, durante parte do período de sua folga.
§2º Observado o interesse da otimização da segurança pública e defesa social do Estado, em
períodos de normalidade, conforme definido no parágrafo anterior, poderá voluntariamente o
militar da ativa, a critério discricionário da Administração, inscrever-se junto à Corporação res-
pectiva para desempenhar atividade em caráter suplementar a título de reforço ao serviço ope-
racional, durante parte do seu período de folga, guardando um intervalo de descanso de, pelo
menos, 12 (doze) horas após sua jornada regular. (Redação dada pela Lei nº 16.009, 05 de maio de 2016).
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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§3º Ao militar estadual que fizer a opção de que trata o parágrafo anterior e que efetivamente
participe do serviço para o qual foi escalado, a lei deverá assegurar, como retribuição, vantagem
pecuniária, eventual, compensatória e específica, não incorporável à remuneração normal.
§3º O militar, na situação do §2º, fará jus à Indenização de Reforço ao Serviço Operacional – IRSO,
em retribuição ao serviço executado além do expediente, escala ou jornada normal à qual esti-
ver submetido, sendo devida por hora de trabalho executado. (Redação dada pela Lei nº 16.009, 05 de maio
de 2016).

§4º Em nenhuma hipótese aplicar-se-á o disposto nos parágrafos anteriores, quando o efetivo da
Corporação Militar estiver, no todo ou em parte, mobilizado pelo Comando-Geral para emprego
em regime de tempo integral de serviço, na conformidade do caput, especialmente por ocasião
de:
I - estado de defesa ou estado de sítio;
II - catástrofe, grande acidente, incêndio, inundação, seca, calamidade ou sua iminência;
III - rebelião, fuga e invasão;
IV - seqüestro e crise de alta complexidade;
V - greve, mobilização, protesto e agitação que causem grave perturbação da ordem pública ou
ensejem ameaça disso;
VI - evento social, festivo, artístico ou esportivo que cause grande aglomeração de pessoas;
VII - quaisquer outros eventos ou ocorrências que o Comando-Geral identifique como de amea-
ça à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

REAJUSTE DA HORA TRABALHADA

§4º O valor da hora trabalhada observará o disposto no anexo IV desta Lei, e será reajustado
de acordo com as revisões gerais, sem integrar a remuneração do militar sob qualquer título ou
fundamento. (Redação dada pela Lei nº 16.009, 05 de maio de 2016).
§5º O militar que, indicado dentre os inscritos para participar da escala especial, nos termos do
§2º, faltar ao serviço sem motivo justificável se sujeitará a procedimento disciplinar. (Parágrafo acres-
cido pela Lei nº 16.009, 05 de maio de 2016).

§6º Não participará do reforço ao serviço operacional o militar quando estiver nas seguintes
situações: (Parágrafo acrescido pela Lei nº 16.009, 05 de maio de 2016).
I – denunciado em processo-crime, enquanto a sentença final não transitar em julgado, salvo
quando o fato ocorrer no exercício de missão de natureza ou interesse militar estadual, ainda
que durante o período de folga, e não envolver suposta prática de improbidade administrativa
ou crime hediondo;
II – respondendo a procedimento administrativo disciplinar, mesmo que este esteja sobrestado,
salvo quando o fato ocorrer no exercício de missão de natureza ou interesse militar estadual;
III – afastado do serviço por motivo saúde, férias ou licença, na forma deste Estatuto;
IV – cumprindo sanções disciplinares.
§7º A prioridade na escolha do militar que irá participar do serviço de que cuida o §2º deste
artigo, observará, caso o número de inscritos supere a demanda para o serviço operacional es-
pecial, o critério da antiguidade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 16.009, 05 de maio de 2016).
§8º O desempenho pelo militar de atividade de reforço ao serviço operacional com fundamento
em convênio celebrado entre o Estado e a União, município ou órgão ou entidade da Adminis-
tração direta e indireta dos Poderes, enseja o pagamento da indenização prevista no §3º deste
artigo, de cujo valor será ressarcido o erário estadual pelo convenente.(Parágrafo acrescido pela Lei nº
16.009, 05 de maio de 2016).

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§9º As atividades de que cuida o §2º deste artigo, serão disciplinadas por decreto, o qual deverá
estabelecer condições, requisitos, critérios e limites a serem observados em relação à Indeni-
zação por Reforço do Serviço Operacional, inclusive quanto aos tipos de serviços em que serão
empregados os militares estaduais durante as escalas especiais e ao limite de despesas com a
concessão da Indenização, ficando o planejamento e a administração da execução das ativida-
des a cargo dos Comandantes-Gerais das Corporações Militares.(Parágrafo acrescido pela Lei nº 16.009, 05
de maio de 2016).

COMENTÁRIO

1 O OBJETO DO ARTIGO

O objeto do artigo é o direito do militar estadual ter uma carga horária humana, compatível com o grau de
estresse a que é submetido e a folga necessária ao seu restabelecimento físico, psíquico, moral e intelectual.

2 O REGIME DE TEMPO INTEGRAL

O regime de tempo integral de serviço não pode ser confundido com escravidão, ou viver única e exclusiva-
mente para o serviço militar.
O regime integral obriga o militar a estar em condições de pronto emprego, não podendo eximir-se das escalas
de serviço sob a alegação de que estaria com outra atividade quer pública, quer particular.
Assim, o artigo não é uma forma de escravização do militar à Corporação, de deixá-lo ininterruptamente num
quartel à disposição do serviço. Longe disso, o artigo relembra o compromisso de honra e a necessidade de
estarmos sempre preparados e qualificados para o exercício de nossas missões fundamentais. Atrela-se ao
conceito de “dedicação exclusiva”, sendo que essa implica em não acumular cargos públicos, pois também
quebraria seu “regime de tempo integral”.

3 A IRSO

Foi editada a Lei nº 13.765, de 20 de abril de 2006 (Publicada no DOE em 26/04/2006), que cria, com base no
art. 217 da Lei nº 13.729, de 11 de janeiro de 2006, a Indenização por Reforço do Serviço Militar Operacional
para os militares estaduais, nas condições que estabelece. Ocorre que essa lei foi revogada expressamente pelo
art. 42 da Lei nº 15.797/2015.
Posteriormente, a IRSO foi revitalizada por meio da Lei nº 16.009, 05 de maio de 2016, voltando a fazer parte
do nosso EMECE.

Quadro 28 - Valor da Indenização de Reforço ao Serviço Operacional - IRSO, por hora trabalhada

Posto ou Graduação Valor IRSO (R$)


Coronel, Tenente Coronel e Major 35,00
Capitão, 1º Tenente, 2º Tenente e Aspirante 30,00
Subtenente, 1º Sargento, 2º Sargento e 3º Sargento 25,00
Cabo e Soldado 20,00
Fonte: o autor (2017)

4 CONVÊNIOS

O art. 2º da Lei nº 16.009, de 05 de maio de 2016 autoriza a celebração de convênios com a União, município,
órgão ou entidade da Administração direta e indireta dos Poderes para emprego de militares estaduais sob a
forma de IRSO, in verbis:
Art. 2º Fica autorizado o Estado a celebrar com a União, município, órgão ou entidade da Administração direta
e indireta dos Poderes convênio objetivando a execução de atividades operacionais específicas relacionadas
à segurança pública, em reforço ao serviço operacional já executado, e para suprir demanda estabelecida no
convênio celebrado, conforme disciplina a ser prevista em decreto.

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Art.3º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta de dotação orçamentária da respectiva
Corporação ou da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, que será suplementada se necessário, ob-
servado o disposto no §8º do art. 217 da Lei nº 13.729, de 11 de janeiro de 2006, com redação dada por esta Lei.

5 DISPENSA DE PONTO PARA CURSO DE FORMAÇÃO DECORRENTE DE CONCURSO PÚBLICO ESTADUAL

O militar estadual pode ser dispensado para frequentar curso de formação decorrente de concurso público no
âmbito estadual, conforme previsão contida no Decreto nº 29.445/2008. Nesse caso, eles não recebem bolsa
formação.
DOE nº 179, de 19.09.2008 - Decreto Nº 29.445, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre a dispensa do ponto
dos servidores e militares estaduais matriculados em cursos de formação e treinamento profissional. O Gover-
nador do Estado do Ceará, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Art. 88, inciso IV, da Constituição
Estadual; CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar, de forma genérica e definitiva, a dispensa do ponto
dos servidores civis e de militares do Estado do Ceará, matriculados em cursos de formação e treinamento
profissional, como recomendam os princípios norteadores da boa administração, mormente o princípio cons-
titucional da eficiência previsto no caput do Art. 37, da Constituição Federal do Brasil, evitando-se, com isso,
que a cada curso tenha-se que baixar um decreto, advindo daí uma economia de tempo e de gasto com papel e
material de informática ocorrido sempre a cada edição de um novo decreto versando sobre a matéria; CONSI-
DERANDO que esse tipo de afastamento temporário do servidor público constitui-se em uma autorização de
natureza discricionária, pautada sempre no interesse maior da Administração Pública, DECRETA:
Art.1º Os servidores civis e militares estaduais, aprovados em concurso público estadual, e que estejam ma-
triculados nos respectivos cursos de formação e treinamento profissional, ficam autorizados a deles participar,
sendo dispensados do “ponto” do seu cargo/função, visando a permitir a sua regular frequência no curso.
§1º. Para fazer jus ao benefício a que se refere o “caput”, deverá o servidor civil ou militar estadual formular o
pedido de afastamento ao dirigente máximo do Órgão a que pertence, anexando ao seu requerimento compro-
vante de matrícula no curso de formação e treinamento profissional, cujo dirigente, verificando a regularidade
da documentação apresentada, deferirá o pedido.
§2º Os servidores civis e militares estaduais que solicitarem a dispensa do “ponto” não poderão perceber bolsa
em decorrência do curso de formação ou treinamento profissional.
Art. 2º O não comparecimento injustificado às aulas do curso de formação e treinamento profissional por parte
dos servidores civis e militares estaduais será considerada falta ao serviço público estadual, pela qual respon-
derão o servidor civil ou militar estadual na conformidade do que dispuser a respeito o regime jurídico a que
estiver sujeito.
§1º Para continuar a fazer jus à autorização de afastamento, deverá o servidor ou militar estadual apresentar
ao Setor de Pessoal do seu órgão, até o 5º dia útil do mês subsequente, a sua frequência no curso de formação
profissional relativa ao mês anterior, fornecida pela Entidade de Ensino promovente do curso, apresentando,
ainda, até o 5º dia útil ao término do curso, a sua frequência relativa aos dias restantes, se for o caso.
§2º Quando o servidor civil ou o militar estadual deixar de comparecer ao curso de treinamento e formação
profissional ou dele se afastar injustificadamente, por período superior ao permitido pela Entidade de Ensino,
terá sua autorização de afastamento que trata este Decreto automaticamente cancelada, devendo retornar ime-
diatamente às suas atividades no órgão de lotação.
Art.3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art.4º Revogam-se as disposições em contrário.
Palácio Iracema, do Governo do Estado do Ceará, em Fortaleza, 17 de setembro de 2008. Cid Ferreira Gomes
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ Silvana Maria Parente Neiva Santos SECRETÁRIA DO PLA-
NEJAMENTO E GESTÃO Roberto das Chagas Monteiro SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA E
DEFESA SOCIAL.

6 ESCALAS DE SERVIÇO

Nas Corporações Militares Estaduais é muito complicado falar em escalas de serviços, dada a multiplicidade
de serviços e naturezas que envolvem o dia a dia dessas Corporações. Uns tiram serviço a pé em praças pú-
blicas, outros em viaturas, cabines, guardas, destacamentos no interior do estado, enfim, serviços internos e
externos. Aparentemente fácil, o assunto revela-se complexo na operacionalização, pois envolve o elemento
humano.

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Diante de tão vasto universo recomenda-se:
a) No policiamento a pé, o militar não deve se escalado por tempo superior a 6 horas.
b) No serviço de motorista não ultrapasse 8h.
c) Comandantes e patrulheiros de viaturas não ultrapassem 12h.
d) Serviços de Guarda do Quartel podem ser de 24h, desde que haja guarnição suficiente para uma escala que
permita, no serviço de sentinela, um turno de duas horas de folga por quatro. Devem ser permitidos ao homem
momentos de higiene pessoal.
e) Serviços extraordinários em estádios, shows, carnavais fora de época devem ser previamente estudados,
para que as escalas sejam elaboradas conforme as recomendações acima.
As sugestões acima partem do princípio de que o militar não é “superior ao tempo” como pregado em tempos
passados. O militar é um ser humano com as mesmas características que os demais seres humanos. O que o
difere dos demais cidadãos é o fato de ele ser um protetor, um guardião, um herói anônimo sempre disposto a
por em risco sua vida em prol do próximo.
O RISG assim se manifesta acerca das escalas de serviço:
Art. 187. A escala de serviço é a relação do pessoal ou das frações de tropa que concorrem na execução de
determinado serviço, tendo por finalidade principal a distribuição eqüitativa de todos os serviços de uma OM.
§ 1º Em cada unidade ou SU, as escalas respectivas são reunidas em um só documento, devendo cada uma
delas conter os esclarecimentos necessários relativos à sua finalidade.
§ 2º Todas as escalas são rigorosamente escrituradas e mantidas em dia pelas autoridades responsáveis, sendo
nelas convenientemente registrados os serviços escalados e executados, bem como as alterações verificadas
por ordem ou motivo superior.
Art. 188. Serviço de escala é todo o serviço não atribuído permanentemente à mesma pessoa, ou fração de
tropa, e que não importe em delegação pessoal ou escolha, obedecendo às seguintes regras:
I - o serviço de escala externo é escalado antes do interno e, em cada caso, o extraordinário antes do ordinário,
tendo-se bem em vista a perfeita eqüidade na distribuição;
II - a designação para determinado serviço recai em quem, no mesmo serviço, tiver maior folga;
III - em igualdade de folga, designa-se, primeiro, o de menor posto ou graduação, ou mais moderno;
IV - as folgas são contadas separadamente para cada serviço;
V - sempre que possível, entre dois serviços de mesma natureza ou de natureza diferente, observa-se, para o
mesmo indivíduo, no mínimo a folga de quarenta e oito horas;
VI - é considerado mais folgado o último incluído na escala, excetuados os casos de reinclusão na mesma,
quando não haja decorrido, ainda, o prazo dentro do qual lhe houvesse tocado o serviço;
VII - a designação para o serviço ordinário é feita de véspera, levando-se em conta as alterações desse dia e,
para o extraordinário, de acordo com a urgência requerida;
VIII - quando qualquer militar tiver entrado de serviço num dia em que não haja expediente, evitar-se-á, na
medida do possível, que a sua imediata designação para o serviço recaia em um desses dias, sendo que, para
isto, podem ser organizadas escalas especiais, paralelas à comum;
IX - a troca de serviço não altera as folgas da escala e, consequentemente, o critério da designação;
X - o militar somente pode ser escalado para qualquer serviço depois de apresentado pronto, ressalvado o dis-
posto no parágrafo único deste artigo;
XI - para contagem de folga, o serviço individual é considerado como executado, desde que o designado o
tenha iniciado e, relativamente ao coletivo, desde que a tropa tenha entrado em forma;
XII - em caso de restabelecimento de um serviço, deve-se levar em consideração, para contagem das folgas, a
escala anterior desse serviço;
XIII - a designação para os serviços da unidade é publicada, de véspera, em BI e a das SU, nos respectivos
aditamentos; e
XIV - durante o período de gravidez e até que a criança atinja a idade de seis meses, a militar não concorre aos
serviços de escala.

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Parágrafo único. No caso de movimentação, após apresentado pronto na unidade, o militar passa a concorrer
ao serviço de escala depois de cumprido um período de ambientação determinado pelo Cmt U.
*** *** ***

REGULAMENTAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DAS JUNTAS DE SAÚDE

Art.218. Os critérios para nomeação e funcionamento de Junta de Saúde e Junta Superior de Saú-
de da Corporação serão regulados, no prazo de 60 (sessenta) dias após aprovação desta Lei, por
meio de Decreto do Governador do Estado.

COMENTÁRIO

O artigo precisa ser atualizado ou revogado, pois trata-se de mais um artigo que perdeu sua aplicação prática
em decorrência das mudanças legislativas e estruturais na administração pública. O artigo deixou de ter apli-
cação após a edição da Lei nº 14.082, de 16.01.2008, que reestruturou a Perícia Médica no Estado do Ceará.
Vejamos um excerto da lei acima citada:
1) Lei nº 14.082, de 16.01.2008
Art. 1º Fica reestruturada a Perícia Médica dos servidores civis e dos militares do  Estado do Ceará compos-
ta dos médicos e médicos militares, no âmbito da Secretaria do Planejamento e Gestão, para  exercício das ati-
vidades em todo o Estado do Ceará.
Art. 2º Fica criada a Coordenadoria de Perícia Médica, na estrutura da Secretaria do Planejamento e Gestão,
conforme previsto no art. 37 da Lei nº 13.875, de 7 de fevereiro de 2007, para atender aos servidores civis e
aos militares, obedecendo às normas contidas em regulamento.
Art. 3º Compete à Coordenadoria de Perícia Médica, as atividades médico-periciais inerentes ao Sistema Úni-
co de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros do
Poder do Estado do Ceará - SUPSEC, Regime Próprio de Previdência Social de que trata a Lei Complementar
nº 12, de 23 de junho de 1999.
2) Decreto nº 30.550, de 24 de maio de 2011, publicado no DOE nº 103, de 13 de maio de 2011, que institui o
Regulamento da Perícia Médica Oficial do servidor público civil e do militar do estado do ceará.

READAPTAÇÃO AO SERVIÇO ATIVO: CRITÉRIOS E FRAUDE NA OBTENÇÃO DE LICENÇAS

Art. 219. Os critérios para julgamento da capacidade para o serviço ativo, bem como a possibi-
lidade da readaptação do militar estadual para outra atividade dentro da Corporação quando
reduzida sua capacidade, em razão de ferimento, acidente ou doença, serão regulamentados por
Decreto.

RESPONSABILIDADE APLICÁVEL AOS INTEGRANTES DAS JUNTAS DE SAÚDE

§1º Sob pena de responsabilidade penal, administrativa e civil, os integrantes de Junta de Saúde
e de Junta Superior de Saúde da Corporação Militar deverão investigar a fundo a efetiva pro-
cedência da doença informada ou alegada pelo militar interessado, mesmo que apoiado em
atestado ou laudo médico particular, sempre que a natureza da enfermidade permitir fraude que
possibilite o afastamento gracioso do serviço ativo militar.

RESPONSABILIDADE APLICÁVEL AO MILITAR QUE FRAUDA O AFASTAMENTO DO SERVIÇO

§2º O militar interessado flagrado na prática de fraude nas condições previstas no parágrafo an-
terior terá sua responsabilidade penal, administrativa e civil devidamente apurada.

REPOUSOS MÉDICOS - PERÍODO MÁXIMO DE CONCESSÃO

§3º Todos os repousos médicos por período superior a 3 (três) dias deverão ser avaliados cri-
teriosamente pelas Junta de Saúde ou Junta Superior de Saúde da Corporação Militar, mesmo
quando apoiados em atestado ou laudo médico particular.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
213
COMENTÁRIO

1 OBJETO DO ARTIGO

O objeto do artigo é regular o funcionamento das Juntas de Saúde na avaliação de militar estadual, evitando
fraudes ou afastamentos graciosos.

2 READAPTAÇÃO FUNCIONAL

Realmente, a readaptação de militar foi regulada por meio do Decreto nº 30.550, de 24 de maio de 2011, in
verbis:
Art. 38. A readaptação consiste na prescrição do servidor civil ou militar em atividades compatíveis com a sua
capacidade laborativa reduzida, provisória ou definitiva por motivo de doenças que impossibilitem ou desa-
conselhem o exercício das atividades físicas e operacionais.
Art. 39. A Perícia Médica poderá conceder readaptação de função, temporária ou definitiva, levando em consi-
deração a patologia do servidor civil ou militar e a sua capacidade laboral, podendo ocorrer mudança de função
de acordo com a sua incapacidade.

3 AVERIGUAÇÃO PROFUNDA DA DOENÇA

Cremos tratar-se de um ideal ainda a ser alcançado. Uma utopia jurídica. Para que a Perícia Médica da COPEM
cumprisse essa norma era necessário ter efetivo e meios.
Ademais, como aplicar esse parágrafo, se nem junta de saúde as Corporações possuem?

4 FRAUDE NA LTS

1) Decreto nº 30.550/2011 - Art. 27. O militar ou servidor civil que, em licença de tratamento de saúde seja
flagrado realizando atividades ou outros trabalhos não condizentes com o seu estado de saúde, terá sua licença
de tratamento de saúde suspensa e responderá processo administrativo.
2) Lei nº 13.407/2003 – CDPM/BM – Art. 13, §2º, XXVIII - simular doença para esquivar-se ao cumpri­mento
do dever (M);

5 PERÍODO MÁXIMO DE REPOUSO MÉDICO

São considerados como repousos médicos aqueles por período inferior ou igual a 3 (três) dias. Nesse caso, o
próprio comandante do militar publica em Boletim Interno a dispensa do serviço por prescrição médica como
já dito neste EMECE.
A partir de quatro dias, o militar deve ser apresentado à COPEM/SEPLAG, pois trata-se agora de Licença para
Tratamento de Saúde Própria.

ADIDO: CONCEITO

Art.220. O militar estadual que, embora efetivo e classificado no Quadro de Organização e Dis-
tribuição de uma Organização Policial Militar ou Bombeiro Militar, venha a exercer atividade
funcional em outra Organização Militar, ficará na situação de adido.

COMENTÁRIO

1 OBJETO DO ARTIGO

O artigo tem por objeto uma das várias situações de Remanjento Funcional e diz respeito ao cargo, à função e
ao comando. Por essa razão, cremos que o artigo está deslocado geograficamente, pois poderia está no “Capí-
tulo VII – Do Cargo, da Função e do Comando”, deste EMECE. O mesmo dar-se-ia com o art. 224 que trata
de tema semelhante.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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2 OS REMANEJAMENTOS FUNCIONAIS

É lugar-comum os remanejamentos funcionais numa Corporação Militar Estadual, seja por necessidade insti-
tucional, seja para atender problemas de ordem pessoal do militar estadual. O fato é que esses remanejamentos
funcionais (movimentação da tropa) podem ocorrer da seguinte forma:
a) Classificação – ocorre logo após a nomeação para o cargo de Soldado ou para o cargo de Oficial. É a movi-
mentação para a primeira Organização Militar (OM).
b) Transferência – é a movimentação de uma OM para outra. Ex: transferência do Cb Fulano da 1ªCia/5ºBPM
para a 2ªCia do 6º BPM. Vejamos a norma do Comando sobre apresentação de militar transferido:
- Formulário Padrão – BCG 188 – 07.10.2013 - Nota nº 1569/2013-GAB.ADJ O Cel PM, Comandante-Geral
Adjunto/PMCE, no uso das suas atribuições legais, resolve instituir nesta PMCE o Formulário para Banco
Reserva de Movimentação de Praça à pedido, conforme modelo em anexo. Assim sendo, os policiais militares
que desejarem ser transferidos de suas OPM’s, devem preenchê-lo à mão ou digitado, e entregá-lo diretamente
ao Gabinete do Comando-Geral Adjunto, os quais ficarão compondo um Banco de Dados, neste Órgão de Di-
reção Superior. Onde, a qualquer tempo poderão ser concretizados,consoante a conveniência e a oportunidade
institucional. Esse pedido terá validade de 180 (cento e oitenta) dias, e caso não haja possibilidade de atendi-
mento, o militar poderá interpor novo formulário. QCG em Fortaleza-CE, 04 de outubro de 2013.
- Apresentação de PMs transferidos – BCG 239, 23.12.2009 - Nota nº 037/2009 – 1ªEMG. Doravante, os
Cmt de OPM deverão adotar os seguintes procedimentos no que se refere à apresentação de policiais militares
transferidos:
a) Realizar-se-á a apresentação formal do policial militar transferido, impreterivelmente, 48 (quarenta e oito)
horas após a publicação em Boletim do Comando Geral, devendo, para tanto, os Cmt de OPM envolvidas es-
tabelecerem contato entre si acerca de tal apresentação;
b) A apresentação formal a que se refere a alínea anterior constitui-se no encaminhamento, por parte da OPM
de origem, de toda a documentação pertinente ao PM transferido para a OPM de destino, mediante ofício cir-
cunstanciado da situação do policial militar envolvido;
c) As situações extraordinárias (Licença para Tratamento de Saúde – LTS, férias, núpcias, luto, licenças mater-
nidade e paternidade, trânsito, instalação), bem como qualquer dispensa do serviço, não serão interrompidas
pela apresentação formal, obrigando-se o Cmt da OPM de origem a dar conhecimento ao policial militar acerca
da respectiva transferência;
d) Os Cmts de OPM de destino, após a devida apresentação formal, devem exercer o controle do policial mi-
litar respectivo, passando o policial militar transferido a constar na relação da nova OPM, por conseguinte,
deixando de constar na relação da OPM de origem;
e) Ficam terminantemente vetadas as situações de “adido” e “à disposição”, devendo os Cmts de OPM entra-
rem em contato com a 1ª EMG com o fito de regularização das pendências porventura existentes. Fortaleza,
21 de dezembro de2009.
- Apresentação à Justiça de PMs transferidos - Determinação - BCG 133 – 13.07.11 - Nota nº 1334/2011-
GAB.ADJ O Cel PM Comandante-Geral Adjunto/PMCE, no uso de suas atribuições legais, DETERMINA aos
Gestores da Corporação que observem fielmente as requisições e publicações de comparecimento de policiais
militares em audiências, devendo atentarem para a situação de policiais recém transferidos e já requisitados
para comparecerem à audiências, neste caso, no ofício de apresentação à nova OPM, deverá consignar o local,
a data, o horário e o BCG que publicou a sua requisição, evitando assim, faltas em audiências e embaraços
administrativos. QCG em Fortaleza-CE, 12 de julho de 2011.
- Apresentação de PM transferido - Orientação – BCG 047 – 11.03.2013 - Nota Nº 133/2013 – NEP/CCP/
CGP O CEL PM – Coordenador de Gestão de Pessoas da Polícia Militar do Ceará, no uso de suas atribuições,
orienta aos gestores, coordenadores, orientadores, supervisores, comandantes e chefes de OPM(s), detentores
de efetivo policial militar que, em decorrência da otimização do Sistema de Acompanhamento Policial Militar
(SAPM), que possibilita um controle eficaz das transferências, doravante as apresentações dos policiais movi-
mentados devem ser feitas diretamente da OPM de origem, mediante ofício, ficando esta na responsabilidade
de realizar também a transferência virtual no SAPM, à OPM destino, que confirmará a transferência virtual,
quando da apresentação deste, não existindo a necessidade de apresentá-lo a esta Coordenadoria, encaminhan-
do-se, posteriormente, à OPM de destino, toda a documentação do policial militar movimentado, devidamente
atualizada, fazendo constar o período de trânsito concedido, nos casos de movimentações interior-capital,
capital-interior ou entre regiões do interior, cabendo ao gestor da unidade de destino a concessão do períodode
instalação, bem como a instauração do competente processo de deserção em caso de não apresentação delibe-
rada do PM, que deverá se dar em 48h (quarenta e oito horas) na capital ou como previsto na Portaria nº 072/11,
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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de 10/03/2011, publicada no BCG n° 047/2011, de 10/03/2011. Publique-se e cumpra-se. Quartel da CGP, em
Fortaleza, 08 de março de 2013.
c) Permuta – ocorre quando um militar de uma OM deseja ir para outra e vice-versa, não havendo alteração
no efetivo nem de uma, nem da outra OM. Ex: Cb Fulano da 1ªCia/5ºBPM vai para a 2ªCia/6ºBPM e o Cb
Sicrano vai da 2ªCia/6ºBPM para a 1ªCia/5ºBPM. Tem que haver o concordo dos dois militares, que assinam
o Formulário de Permuta cujo modelo existe em cada OM.
c.1) Veja o BCG 135, 23.07.09, que trata da permuta: Nota nº 1106/09-GAB.ADJ O Cel PM, Cmt-G Adj no
uso de suas atribuições legais e visando o cumprimento do princípio da impessoalidade, moralidade e razoabi-
lidade determina aos Srs Cmt, Chf ou Dir que ao requererem permutas ou transferências de policiais militares
esclareçam os reais motivos do pedido, evitando o jargão “por não estar se adaptando à filosofia do comando”.
Assim sendo, o pedido deve ser motivado, de forma clara e transparente para que não ocorram injustiças contra
o militar a ser transferido/permutado, bem como para que, em caso de desvio de conduta, haja a devida apu-
ração disciplinar ou penal, conforme o caso em concreto. Os pedidos que não atenderem aos requisitos acima
serão arquivados sem análise do mérito. Registre-se, publique-se e cumpra-se. Fortaleza, 23 de julho de 2009.
Assina: Hélio Severiano de Vasconcelos Júnior - Cel PM, Comandante-Geral Adjunto.
c.2) Permuta de Policiais Militares – BCG 178 – 23.09.2013 - Nota nº 1465/2013-GAB.ADJ O Cel PM
Comandante Geral Adjunto da PMCE no uso de suas atribuições legais, determina aos Srs. Gestores que as
solicitações de permutas deverão ser motivadas por escrito, contendo as assinaturas dos comandantes ime-
diatos dos interessados e a chancela dos respectivos comandantes de unidades, devendo ainda observarem se
os permutados estão sem nenhum impedimento para o serviço operacional ou se trata de permuta entre um
policial moderno e outro que já está indo para a inatividade, ou seja, preferencialmente, que as permutas sejam
efetivadas entre PMs modernos ou entre PMs antigos. Os pedidos que não atenderem os requisitos acima serão
arquivados sem análise do mérito. QCG em Fortaleza-CE, 23 de setembro de 2013.
d) Assunção de função – é o mesmo que designação para função. Movimentação provisória de militar para
assumir cargo em OM. É feita por ato do Coronel Comandante-Geral enquanto publica o ato governamental
de nomeação. Ex: Determinação para que o Cel PM Aurelius Maximus assuma as funções do cargo de Coor-
denador de Gestão de Pessoas.
e) Dispensa de função – é o contrário da assunção de função. Nesse caso, o militar fica sem função enquanto
aguarda nomeação ou designação para outra.
f) Nomeação – ato governamental publicado em DOE, nomeando o militar para o cargo. Ex: ato governamen-
tal nomeando o Cel PM Marcius Gianis para o cargo de Coordenador de Apoio Logístico.
g) Exoneração – é o oposto da nomeação.
h) Adição – ato do Cel Comandante-Geral determinando que determinado militar passe à situação de adido
de uma OM. Ex: Cb Beltranus da 1ªCia/5ºBPM passa à situação de adido ao 6º BPM. Nesse caso, o militar
continua pertencendo à 1ªCia/5º BPM, apenas trabalha no 6º BPM. É um empréstimo provisório e temporário.
Adido é o militar que pertence a determinado Quartel mas fica “emprestado” a outro face a necessidade insti-
tucional transitória. Essa situação foi proibida na Polícia Militar do Ceará por meio do BCG 239, 23.12.2009
e no BCG 007, de 12.01.2015.

3 ADIÇÃO DE PM´S À OUTRAS OPM´S – PROIBIÇÃO – BCG 007 DE 12.01.2015

Nota nº 060/2015-GAB.ADJO CEL PM, COMANDANTE-GERAL ADJUNTO DA PMCE, no uso de suas


atribuições legais, e considerando a necessidade de atualização do efetivo desta Corporação, DETERMINA
aos Srs Gestores a não colocarem policiais militares sob seus comandos à disposição ou na situação de adido à
outra OPM, sem a prévia publicação em BCG. A determinação aplica-se, também, aos gestores que receberem
PM’s nas situações acima. O descumprimento desta determinação implicará na instauração de IPM sem pre-
juízo do processo regular no âmbito administrativo. Caso existam policiais militares nessa situação no âmbito
das unidades operacionais ou administrativas, os Srs Gestores terão um prazo de 72 horas, a fim de regularizar
a situação dos PPMM junto a este Comando.Fortaleza-CE, 12 de janeiro de 2015.

4 REGRAS A SEREM OBSERVADAS NOS REMANEJAMENTOS FUNCIONAIS

Esses remanjemantos funcionais devem obedecer ao disposto nos arts. 35 a 47, e, 224 deste EMECE, ou seja:
a) Só podem ser remanejados militares do serviço ativo;
b) O Governador remaneja os Oficiais;

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
216
c) O Cel Comandante-Geral remaneja os Praças, salvo se o cargo for em Comissão;
d) O Cel Comandante-Geral pode designar ou dispensar Oficial para cargo em Comissão, desde que haja ne-
cessidade institucional urgente. É um remanejamento provisório, dependente de aprovação do Governador. O
EMECE traz essa possibilidade apenas para os cargos ocupados por Oficiais, mas seguindo-se a máxima de
quem pode mais, pode menos, entendemos que o comando também se aplica aos Praças, até porque, atualmen-
te, eles podem ocupar cargo em comissão, o que não ocorria na época da edição do Estatuto;
e) Observar o grau hierárquico exigido para o cargo;
f) Observar ainda os cargos ou funções destinados às militares femininas, inclusive se estão grávidas;
g) Os Oficiais devem assumir funções de comando, chefia e direção das Organizações Militares Estaduais;
h) Subtenentes e Sargentos auxiliam os Oficiais. Podem assumir comandos conforme seu nível no Quadro de
Organização e Distribuição;
i) Cabos e Soldados são militares de execução. É a regra geral. Nada obsta que assumam comando de frações
de tropa;
j) Por fim, nunca usar o remanejamento funcional como punição ou como ferramenta de vingança. Isso é mais
que ilegal, é imoral!

5 ADIDO X À DISPOSIÇÃO

Não confundir o militar adido com o militar que se encontra à disposição. Veja a diferença:
a) Adido - ocorre dentro da própria estrutura da Corporação Militar Estadual.
b) À disposição – tem regulamentação no Decreto nº 28.711, de 20 de abril de 2007. Nesse caso o militar ocupa
cargo ou função fora da estrutura da Corporação Militar Estadual.

6 A SITUAÇÃO DE ADIDO NOS TERMOS DO CÓDIGO DISCIPLINAR

CDPM/BM - Art. 76. O Oficial submetido a Conselho de Justificação e considerado culpado, por decisão unâ-
nime, deverá ser agregado disciplinarmente mediante ato do Comandante-Geral, até decisão final do Tribunal
competente, ficando:
I - afastado das suas funções e adido à Unidade que lhe for designada;
II - proibido de usar uniforme e de portar arma;
III - mantido no respectivo Quadro, sem número, não concorrendo à promoção.

7 MILITARES À DISPOSIÇÃO DE OUTROS ÓRGÃOS

A disposição de militares a outros órgãos é regulada pelo Decreto Estadual nº 28.711, de 20.04.2007, abaixo
transcrito:
DECRETO Nº 28.711, DE 20 DE ABRIL DE 2007. Diário Oficial do Estado Nº 076 Fortaleza, 24 de abril de
2007. Dispõe sobre o afastamento dos policiais militares e dos bombeiros militares, e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 88, incisos IV
e VI da Constituição Estadual, e CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar os afastamentos dos policiais
militares e de bombeiros militares, CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer regras relativas a contri-
buição previdenciária dos militares afastados da sua origem, consoante a previsão do parágrafo único do artigo
14, da Lei Complementar nº 38, de 31 de dezembro de 2002, DECRETA:
Art.1º Os afastamentos dos Policiais Militares e dos Bombeiros Militares ocorrerão sem ônus para a origem,
em caráter excepcional, por determinação direta do Chefe do Poder Executivo.
§1º. Nos afastamentos a que se refere este artigo, os Cessionários ou os Policiais Militares e os Bombeiros Mi-
litares afastados deverão repassar mensalmente a alíquota de 33% (trinta e três por cento) sobre a remuneração
do cargo, sendo 22% (vinte e dois por cento) de contribuição patronal e 11% (onze por cento) de contribuição
do Policial ou Bombeiro Militar, em favor do Sistema Único da Previdência Social dos Servidores Públicos
Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC.
§2º. Será da responsabilidade do Policial Militar ou do Bombeiro Militar afastado informar a seu órgão origem,
o repasse mensal efetuado pelo órgão ou entidade Cessionária ou o repasse por ele efetivado.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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“§3º Em caráter excepcional, quando o militar estadual se afastar para ocupar cargo ou função temporária na
estrutura do Sistema de Segurança, na Casa Militar do Governo do Estado ou, ainda, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária considerada de interesse do serviço militar, entre elas o comando
de guarda municipal, o afastamento ocorrerá com ônus para a origem.” (acrescido por meio do Decreto nº
29.758, de 22 de maio de 2009/ DOE 093/2009).
“§3º Em caráter excepcional, quando o militar estadual se afastar para ocupar cargo ou função temporária na
estrutura do Sistema de Segurança, na Casa Militar do Governo do Estado ou, ainda, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária considerada de interesse do serviço militar, entre elas o comando
de guarda municipal, a Diretoria de penitenciárias e Casas de Privação Provisória de Liberdade – CPPL, o
afastamento ocorrerá com ônus para a origem.” (Redação dada por meio do Decreto nº 29.799, de 10 de julho
de 2009/ DOE 127/2009).
§3º Em caráter excepcional, quando o militar estadual se afastar para ocupar cargo ou função temporária na
estrutura do Sistema de Segurança, na Casa Militar do Governo do Estado ou de interesse do serviço militar
na Secretaria da Justiça e Cidadania, ou, ainda, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil tem-
porária, também considerada de interesse militar, entre elas o comando de guarda municipal, o afastamento
ocorrerá com ônus para a origem.” (Redação dada por meio do Decreto nº 30.459, de 03 de março de 2011,
publicada no DOE 045, de 04.03.2011)
Art.2º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art.3º. Revogam-se as disposições em contrário.
PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 20 de abril de 2007.
Cid Ferreira Gomes GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ Silvana Maria Parente Neiva Santos SE-
CRETÁRIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO

8 CESSÃO DE SERVIDORES À OUTROS ÓRGÃOS

A cessão de servidores é assunto que foi objeto do Decreto nº 32.185, de 04.04.2017, contudo inaplicável aos
militares estaduais por conta de seu art. 21: “Art.21. O disposto neste Decreto não se aplica aos servidores
requisitados pela Justiça Eleitoral, conforme a Lei Federal nº 6.999, de 07 de junho de 1982, aos servidores no
exercício de mandato eletivo e de mandato classista, que deverão cumprir o prazo previsto nos atos respecti-
vos, e aos militares estaduais”.

QUESTÕES DE CONCURSO

UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008 – 86 O militar
estadual que, embora efetivo e classificado no quadro de organização e distribuição de uma organização poli-
cial militar ou de bombeiro militar, venha exercer atividade funcional em outra organização militar ficará na
situação de adido.

ARTIGO COM VIGÊNCIA TEMPORÁRIA

Art.221. Fica assegurado ao militar estadual que, até a publicação desta Lei, tenha completado,
no mínimo, 1/3 (um terço) do interstício no posto ou graduação exigido pela Lei nº 10.273, de
22 de junho de 1979, e pelos Decretos nºs. 13.503, de 26 de outubro de 1979, e 26.472, de 20 de
dezembro de 2001, o direito de concorrer ao posto ou à graduação subseqüente, na primeira
promoção que vier a ocorrer após apublicação desta Lei.
Parágrafo único. O cômputo da pontuação para a promoção de que trata o caput será feito na
conformidade das normas em vigor antes da vigência.
Comentário
Trata-se da regra de transição para garantia dos direitos adquiridos pelos militares que, certamente, teriam
prejuízos com a mudança da lei. Atualmente não tem mais aplicação.

EQUIVALÊNCIA DAS PUNIÇÕES DO RDPM COM O CDPM/BM

Art.222. Para fins de contagem de pontos para promoção de militares estaduais, serão conside-
rados equivalentes ao Código Disciplinar da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
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Ceará as seguintes punições disciplinares de que tratam, respectivamente, os revogados Regu-
lamentos Disciplinares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará:
I – repreensão – repreensão;
II – detenção – permanência disciplinar;
III – prisão – custódia disciplinar.

EQUIVALÊNCIA DE PUNIÇÕES PARA FINS DE CANCELAMENTO

Art. 223. Para fins de cancelamento de punições disciplinares, aplica-se a equivalência prevista
no artigo anterior, obedecidos os prazos e demais condições estabelecidas no Código Discipli-
nar da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará.

DISPOSITIVO CORRELACIONADO

CDPM/BM - Art. 70. O cancelamento de sanções disciplinares consiste na retirada dos registros realizados nos
assentamentos individuais do militar da ativa, relativos às penas disciplinares que lhe foram aplicadas, sendo
inaplicável às sanções de reforma administrativa disciplinar, de demissão e de expulsão.
*** *** ***

REMANEJAMENTOS FUNCIONAIS: REQUISITOS

Art.224. Os remanejamentos funcionais, inclusive os de caráter temporário, que devem aconte-


cer dentro dos originais interesses institucionais quanto à conveniência organizacional ou ope-
racional, observarão o equilíbrio da relação custo-benefício dos investimentos que foram efe-
tivados em programas de capacitação técnico-profissional, dentro de regras estabelecidas em
Decreto do Chefe do Poder Executivo.

COMENTÁRIO

Como já explicado, anteriormente, trata-se de mais um artigo deslocado geograficamente, eis que deveria estar
no capítulo referente ao comando, função, ou seja, próximo aos arts. 35 a 47 deste EMECE.

EXCEÇÃO À EXIGÊNCIA DE DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR PARA SELEÇÃO AO CHO

Art.225. Excluem-se da exigência da letra “g” do inciso I do art. 24 os atuais 1º Sargentos e Sub-
-Tenentes, na data de publicação desta Lei.
Comentário
Mais um artigo deslocado, pois deveria se encontrar próximo ao art. 24 deste EMECE, vez que se trata do
Curso de Habilitação de Oficiais.
EMECE - Art.24. Para a seleção e ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais, deverão ser observados, neces-
sária e cumulativamente, até a data de encerramento das inscrições, os seguintes requesitos:I - ser Subtenente
do serviço ativo da respectiva Corporação, e: [...]
g) possuir diploma de curso superior de graduação plena, reconhecido pelo Ministério da Educação.
A Lei nº 15.797, de 25.05.2015, no p.u. do art. 5º ratifica o artigo 225 deste EMECE, in verbis:
Art. 5º ...
Parágrafo único. Para fins de concorrer à seleção para ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais, exigir-se-á
do candidato diploma em curso de nível superior, devidamente reconhecido, à exceção das praças beneficiadas
com a previsão do art. 225 da Lei nº 13.729, de 13 de janeiro de 2006.
*** *** ***

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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USO DE DESIGNAÇÃO QUE SUGERE VÍNCULO COM CORPORAÇÕES MILITARES

Art. 226. É vedado o uso, por parte de sociedade simples ou empresária ou de organização civil,
de designação que possa sugerir sua vinculação às Corporações Militares estaduais.

EXCEÇÃO AO USO DE DESIGNAÇÃO QUE SUGERE VÍNCULO COM CORPORAÇÕES MILITARES

Parágrafo único. Excetua-se das prescrições deste artigo, as associações, clubes e círculos que
congregam membros das Corporações Militares e que se destinem, exclusivamente, a promover
intercâmbio social, recreativo e assistencial entre militares estaduais e seus familiares e entre
esses e a sociedade, e os conveniados com o Comando-Geral da Corporação.

COMENTÁRIO

O objeto do artigo é a proteção da imagem institucional junto à sociedade.

QUESTÕES DE CONCURSO

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 113 O estatuto veda, expressamente, que sociedade simples ou


empresária ou organização civil de modo geral use de designação que possa sugerir sua vinculação a corpora-
ção militar estadual.
*** *** ***

APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CDPM/BM E VIGÊNCIA DA LEI DO SAR

Art. 227. No que tange aos deveres e obrigações, além dos já estabelecidos nesta Lei, aplica-se
ao militar estadual o disposto no Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de
Bombeiros Militar do Ceará.

REVOGAÇÃO DE ARTIGOS DA LEI DO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

Parágrafo único. A Lei nº 10.237, de 18 de dezembro de 1978, com suas alterações, permanece
em vigor, dispondo sobre o Serviço de Assistência Religiosa aos Militares Estaduais, salvo quan-
to aos seus arts. 9º, 10, 11 e 12, que ficam revogados.

COMENTÁRIO

1 O CDPM/BM E O QUADRO DE CAPELÃES

Mais um artigo deslocado geograficamente. Pois o caput já vinha sendo tratado no art. 50, e o parágrafo único
no capítulo referente ao Quadro de Oficiais Capelães.

2 ARTIGOS REVOGADOS DA LEI Nº 10.237/78

Art. 9º - Os Capelães Policiais-Militares prestarão o serviço de assistência religiosa na PMCE, da seguinte


forma:(artigo e incisos revogados pelo p.u. do at. 227 da Lei nº 13.729/2006)
a – um estágio de adaptação de 2 (dois) meses de duração,
efetuado nas condições fixadas pelo Comando-Geral da PMCE; e
b – após concluído o estágio serão designados para prestar serviços nas diversas Organizações Policiais-Mili-
tares – OPM.
Art. 10 - Os Capelães Policiais-Militares serão recrutados entre sacerdotes e ministros religiosos que satisfa-
çam as seguintes condições:(artigo e alíneas revogadas pelo p.u. do at. 227 da Lei nº 13.729/2006)
a - brasileiros natos;
b - voluntários;
c - idade entre 30 (trinta) e 35 (trinta e cinco) anos;
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
220
d - comprovem, pelo menos 3 (três) anos de atividade religiosa;
e - assentimento expresso das autoridades dos respectivos credos a que estejam subordinados;
f - pronunciamento favorável do Chefe do SAR;
g - sejam julgados aptos em inspeção de saúde pela junta Médica do Hospital da Polícia Militar.
Art. 11 - Os candidatos que satisfizerem as condições do art.10 desta lei e hajam evidenciado bom conceito no
estágio de adaptação serão nomeados 1º Tenente PM e incluídos no Quadro de Oficiais Capelães da PMCE,
sendo que suas promoções ao posto de Capitão somente se farão após um interstício de 3 (três) anos, obede-
cendo às vagas existentes.(artigo e parágrafos revogados pelo p.u. do at. 227 da Lei nº 13.729/2006)
§ 1º - Durante o estágio da adaptação, o estagiário fará jús a uma côngrua correspondente ao soldo de 2º Te-
nente PM.
§ 2º - Quando terminarem o estágio, serão nomeados Oficiais no posto de 1º Tenente PM e farão jús a um au-
xílio para aquisição de uniformes, de acordo com o que prescreve a Lei n. 9.660, de 06 de dezembro de 1972
(Lei de remuneração dos policiais-militares).
Art. 12 – Em qualquer tempo, os Oficiais Capelães poderão deixar a Corporação nos seguintes casos:
a - a pedido, mediante requerimento do interessado;(artigo e alíneas revogados pelo p.u. do at. 227 da Lei nº 13.729/2006)
b - no interesse do serviço;
c - por incapacidade física, comprovada em inspeção de saúde; e,
d - por privação do exercício da atividade religiosa, pela autoridade religiosa do credo a que pertencer.

APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DE LEGISLAÇÃO DO EXÉRCITO

Art. 228. Aplica-se à matéria não regulada nesta Lei, subsidiariamente e no que couber, a legis-
lação em vigor para o Exército Brasileiro.

1 OBJETO DO ARTIGO

O artigo 228 tem por objeto o príncipo da subsidiariedade ou da complementaridade.Trata-se do reconheci-


mento de que este Estatuto, por si só, não é auto-ssuficiente para definir todas as situações práticas da vida
castrense. Reconhece que sua eficácia e aplicação são restritas e não abarcam todas as situações da vida cas-
trense, mas podem alargar-se, quando complementados pelo sistema normativo pátrio, como exposto no art.
8º deste EMECE.
Apesar, de lançar o intérprete à legislação em vigor para o Exército Brasileiro, caso haja matéria não regulada,
não podemos esquecer que devemos obediência à seguinte sequência prevista no art. 8º:
a) Constituição Federal;
b) Constituição Estadual;
c) Legislação Estadual aplicável aos militares;
d) Legislação em vigor para o Exército Brasileiro.
Por outro lado, não podemos deixar de citar que é mais um artigo deslocado geograficamente, pois deveria está
próximo do art. 8º deste EMECE.

2 DISPOSITIVOS CORRELACIONADOS

a) Constituição Estadual do Ceará/1989 - Art. 182. A legislação estadual sobre Polícia Militar e Corpo de
Bombeiros sujeitar-se-á às normas gerais de organização, efetivo, material bélico, garantias, convocação, mo-
bilização, nas latitudes fixadas em lei complementar federal.
b) Decreto nº 88.777/83 - R-200 - Art . 47 - Sempre que não colidir com as normas em vigor nas unidades da
Federação, é aplicável às Polícias Militares o estatuído pelo Regulamento de Administração do Exército, bem
como toda a sistemática de controle de material adotada pelo Exército.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
221
QUESTÕES DE CONCURSO

UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008 – 90 Como forma
de dirimir dúvidas na aplicação do EMECE aplica-se, em qualquer caso, subsidiariamente, a legislação em
vigor para o Exército Brasileiro.
***

INAPLICABILIDADE DO EMECE AO SOLDADO TEMPORÁRIO

Art. 229. O disposto nesta Lei não se aplica ao Soldado temporário, do qual trata a Lei nº 13.326,
de 15 de julho de 2003, e sua regulamentação.
Trata-se de mais um artigo que, além de desnecessário por ser redundante pois a matéria já é tratada no p.u. do
art. 9º deste EMECE, também é deslocado geograficamente pelos mesmos motivos.
EMECE - Art.9º....
Parágrafo único. O voluntário incluído com base na Lei nº 13.326, de 15 de julho de 2003, estará sujeito a
normas próprias, a serem regulamentadas por Decreto do Chefe do Poder Executivo, na conformidade do art.
2º da citada Lei.
*** *** ***

VIGÊNCIA DA LEI 13.035/2005

Art. 230. Permanece em vigor o disposto na Lei nº 13.035, de 30 de junho de 2005, salvo no que
conflitar com as disposições desta Lei.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput à legislação em vigor, decorrente da Lei nº 13.035,
de 30 de junho de 2005, que trata da remuneração dos militares estaduais.

COMENTÁRIO

Cremos ter havido equívoco na digitação deste artigo e de seu parágrafo, pois a Lei nº 13.035, é de 30 de junho
de 2000, e não 30.06.2005, como vem grafado no Estatuto publicado no DOE nº 080, de 28 de abril de 2006.
Vê-se ainda uma revogação parcial (derrogação) da lei, vez que deixou em vigor as normas que não conflitam
com este EMECE.

REVOGAÇÃO DE LEIS E DISPOSIÇÕES CONTRÁRIAS AO ESTATUTO

Art. 231. Ficam revogadas as Leis nº 10.072, de 20 de dezembro de 1976, nº 10.186, de 26 de junho
de 1976, nº 10.273, de 22 de junho de 1979, nº 10.236, de 15 de dezembro de 1978, e as alterações
dessas Leis, e todas as disposições contrárias a este Estatuto.

COMENTÁRIO

O artigo trata da revogação total (ab-rogação) do antigo estatuto da PMCE, da lei de promoção de Oficiais e
da lei que dispunha sobre os Quadros de Oficiais de Administração e de Oficiais Especialistas, e da revogação
parcial (derrogação) de todas as disposições contrárias a este Estatuto.

Quadro 29 – Legislação revogada pelo art. 231 da Lei nº 13.729/06

LEI MATÉRIA/EMENTA
Lei nº 10.072, de 20 de dezembro de 1976 Estatuto da Polícia Militar do Ceará
Lei nº 10.186, de 26 de junho de 1976 Altera a Lei nº 10.072/76
Dispõe sobre os Quadros de Oficiais de Administração
Lei n.º 10.236, de 15 de dezembro de 1978
(QOA) e de Oficiais Especialistas (QOE) da PMCE.
Dispõe sobre os critérios e as condições que asseguram
aos Oficiais da ativa da Polícia Militar do Ceará o acesso
Lei n.º 10.273, de 22 de junho de 1979
na hierarquia policial-militar, mediante promoção, de forma
seletiva, gradual e sucessiva e dá outras providências
Fonte: O autor (2017)
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
222
VIGÊNCIA DO ESTATUTO

Art. 232. Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a sua publicação.
Comentário
O artigo tem por objeto o princípio da obrigatoriedade, não podendo nenhum militar estadual alegar que não a
cumpriu por não a conhecer (ignorantia legis neminem excusat). É a força vinculante da lei.
Quanto a data de vigência, resta esclarecer que o EMECE foi publicado a primeira vez em janeiro de 2006, po-
rém por um erro material (não publicação dos anexos), foi republicado no DOE nº 080, de 28 de abril de 2006.
Assim entendemos que a lei tem vigor a partir de março de 2006 para o conteúdo geral, e a partir de 29 de
junho de 2006 para os anexos.
Em suma: a lei foi publicada no DOE nº 010, de 13.01.2006 e republicada no DOE nº 080, Fortaleza, 28 de
abril de 2006, pois os anexos da primeira publicação se encontravam ilegíveis.

PALÁCIO IRACEMA DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 11 de janeiro de 2006.


Lúcio Gonçalo de Alcântara
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
223
ANEXO 1

REDAÇÃO DADA PELA LEI 13.729/2006- DOE 080, DE 28.04.2006


FICHA DE INFORMAÇÕES - OFICIAL MILITAR ESTADUAL
PERÍODO DE :___/___/____ A ___/____/_____
OPM/OBM: ____________________
NOME:_____________________________________________________POSTO: _________________________
MAT.:______________

I – CARGOS E/OU FUNÇÕES DESEMPENHADAS DO PERÍODO


II – QUALIDADES PESSOAIS E FUNCIONAIS CONCEITO
(E, MB, B, R, I)
NÃO OBSERVADO
(NO)
A – CARÁTER ( Manifestações atinentes à personalidades)
1. Lealdade e amor à verdade
2. Responsabilidade com a função exercida
3. Comportamento em face das atuações administrativas e/ou operacionais
4. Energia e perseverança
B – INTELIGÊNCIA
5. Capacidade de raciocínio e decisão
6. Facilidade de Expressão escrita
7. Facilidade de expressão oral
C – ESPÍRITO E CONDUTA PROFISSIONAL
8. Cumprimento do dever
9. Espírito de disciplina
10. Correção de atitudes com os subordinados, pares e superiores
11. Respeito aos Direitos Humanos
12. Espírito de camaradagem e relações interpessoais
D – CONDUTA PROFISSIONAL E GERAL E CONDUTA CIVIL
13. Conhecimentos profissionais
14. Conhecimentos Gerais
15. Conduta civil
E – CAPACIDADE COMO GESTOR
16. Capacidade de liderança
17. Capacidade de julgamento
18. Capacidade de julgamento
19. Espírito de trabalho em equipe
20. Probidade e zelo
21. Capacidade de organização e eficiência
22. Capacidade de multiplicador do conhecimento
F – CAPACIDADE FÍSICA
23. Resistência a fadiga
24. Disposição para o trabalho
ESTATUTO DOS MILITARES ESTADUAIS – MAJ MARCOS AURELIO M DE MELO
84
III – CONCEITO FINAL
SINTÉTICO NUMÉRICO
IV – INFORMANTE
NOME/POSTO:_________________________________________________
_
V – ASSINATURA:
_______________________________________________
VI – DATA: _____/_____/_______
OBSERVAÇÕES SOBRE O PREENCHIMENTO DA FICHA DE INFORMAÇÃO:
1. Os conceitos numéricos terão a seguinte correspondência:
EXCELENTE - (E) ...................................................................... 6000
MUITO BOM – (MB) ................................................................. 5000
BOM - (B) ..................................................................................... 4000
REGULAR– (R) ............................................................................ 3000
INSUFUCIENTE - (I) .................................................................. 2000
2. O conceito numérico final será o quociente da divisão da soma dos conceitos numéricos parciais pelo número de itens observados,
devendo o resultado considerar somente os valores inteiros.
3. O item “NÃO OBSERVADO” deve ser desconsiderado no momento da obtenção da média, dividindo-se o somatório somente pelos
itens que foram expedidos conceitos e notas, não podendo ultrapassar a oito itens “NÃO OBSERVADOS”.
4. O Conceito numérico final superior a 5000 pontos e inferior a 3000 pontos deverá ser justificado por escrito por quem o concedeu.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
224
ANEXO II

REDAÇÃO DADA PELA LEI 13.729/2006- DOE 080, DE 28.04.2006

NORMAS PARA O PREENCHIMENTO DA FICHA DE PROMOÇÃO DO OFICIAL


I - receberão valores numéricos positivos:
a) tempo de efetivo serviço;
b) cursos policiais ou bombeiros militares;
c) treinamentos e cursos diversos relacionados ou aplicados à área militar;
d) medalhas e condecorações; e) elogios; f) contribuições técnico-profissionais;
II - receberão valores numéricos negativos: a) punições disciplinares; b) condenações por delito militar ou comum; c) falta de apro-
veitamento em curso patrocinado pela corporação; III - no tempo de efetivo serviço serão considerados: a) em função militar ou con-
siderada de natureza ou interesse militar, desde a data de nomeação ao primeiro posto na Corporação até a data de encerramento das
alterações, contando-se 100 (cem) pontos por semestre ou fração superior a 90 (noventa) dias; b) em função militar ou considerada
de natureza ou interesse militar, no posto atual, cuja missão básica seja exclusivamente voltada ao exercício da atividade operacional
institucional, contando-se 10 (dez) pontos por semestre ou fração superior a 90 (noventa) dias; c) no posto atual, desde a data da última
promoção até a data de encerramento das alterações, contando-se 100 (cem) pontos por semestre ou fração superior a 90 (noventa) dias;
IV - o aproveitamento em cursos militares dará direito a serem contados os seguintes valores numéricos: a) curso de Formação de Ofi-
ciais, Curso de Habilitação de Oficiais ou Estágio de Instrução e Adaptação – 400 (quatrocentos) pontos; b) curso de Aperfeiçoamento
de Oficiais - 600 (seiscentos) pontos; c) curso Superior de Polícia - 800 (oitocentos) pontos; V - o aproveitamento em treinamentos
e cursos relacionados e/ou aplicados à área de interesse da respectiva Corporação, reconhecidos por portaria do Comandante-Geral,
devidamente comprovados por diploma ou certificado de conclusão, dará direito a serem contados os seguintes valores numéricos: a)
de mestrado - 300 (trezentos) pontos; b) de doutorado - 400 (quatrocentos) pontos; VI - para fins do que dispõe o item V desta norma:
a) os pontos acumulados valerão, tão somente, para a promoção imediata; VII - as medalhas e condecorações receberão os seguintes
valores numéricos: a) na Polícia Militar: 1) Medalha Senador Alencar – 600 (seiscentos) pontos; 2) Mérito Policial Militar - 500 (qui-
nhentos) pontos; 3) Medalha por Bravura - 400 (quatrocentos) pontos; 4) Medalha José Martiniano de Alencar - 300 (trezentos) pontos;
5) Medalha Mérito Intelectual (MMI) - 1º Lugar - 150 (cento e cinqüenta) pontos; 6) Medalha de Tempo de Serviço – 30 (trinta), 20
(vinte) e 10 (dez) anos, respectivamente, 100 (cem), 70 (setenta) e 50 (cinqüenta) pontos, contando-se somente, a de maior valor; 7)
Barreta Disciplinar – 8 (oito) e 4 (quatro) anos, respectivamente, 200 (duzentos) e 100 (cem) pontos, contando-se, somente, a de maior
valor; 8) Barreta de Ensino e Instrução – 200 (duzentos) pontos. b) no Corpo de Bombeiros Militar: 1) Medalha Senador Alencar – 600
(seiscentos) pontos; 2) Mérito Bombeiro Militar – 500 – (quinhentos) pontos; 3) Medalha Desembargador Moreira – 450 (quatrocentos
e cinqüenta) pontos; 4) Medalha Herói João Nogueira Jucá – 400 (quatrocentos) pontos; 5) Machadinha Simbólica – 350 (trezentos e
cinqüenta pontos); 6) Barreta Bombeiro Padrão e Bombeiro Empreendedor, conferidas pelo Comandante-Geral – 200 (duzentos) pon-
tos cada; 7) Medalha Mérito Mérito Intelectual (MMI) – 1º Lugar- 150 (cento e cinqüenta) pontos; 8) Medalha de Tempo de Serviço –
30 (trinta), 20 (vinte) e 10 (dez) anos, respectivamente, 100 (cem) 70 (setenta) e 50 (cinqüenta) pontos, contando-se somente a de maior
valor; 9) Barreta de Ensino e Instrução – 200 (duzentos) pontos; VIII - serão destacados com atribuições de pontos, somente valendo
para a promoção imediata, os elogios caracterizados pela ação meritória, de caráter excepcional, com risco da própria vida, descrita em
elogio individual, e assim julgada pela Comissão de Promoção de Oficiais - 150 (cento e cinqüenta) pontos; IX - nas contribuições de
caráter técnico-profissional serão conferidos 100 (cem) pontos para cada trabalho original, desde que aprovado pelo órgão ou comissão
avaliadora designado pelo Comandante-Geral; X - os valores numéricos negativos serão atribuídos da seguinte maneira: a) punições
disciplinares: 1) repreensão – menos 200 (duzentos) pontos; 2) permanência disciplinar – menos 400 (quatrocentos) pontos; 3) custódia
disciplinar – menos 800 (oitocentos) pontos; b) falta de aproveitamento, em curso patrocinado pela Corporação, por causa de reprova-
ção ou desistência sem motivo relevante, com pontuação negativa correspondente aos pontos positivos mínimos a que faria jus em caso
de aproveitamento; c) condenação por crime ou contravenção: 1) enquadramento em transação penal, pena alternativa ou condenação
por crime ou contravenção com pena máxima prevista de até 2 (dois) anos de detenção - menos 1.000 (mil) pontos; 2) condenação por
crime com pena máxima prevista superior a 2 (dois) anos de detenção - menos 2.000 (dois mil) pontos; 3) condenação por crime não
considerado hediondo, cuja pena prevista seja de reclusão - menos 5.000 (cinco mil) pontos; 4) condenação por crime considerado
hediondo - menos 10.000 (dez mil) pontos; XI - para aplicação do disposto na alínea “a” do item X desta norma, respeitados os prazos
estabelecidos no Código Disciplinar da Corporação, para a promoção ao posto imediato, serão consideradas todas as punições discipli-
nares sofridas ao longo da carreira de Oficial; XII - para os fins do que dispõe a alínea “b” do item X desta norma, somente deixam de
ser atribuídos os valores numéricos negativos quando a Praça tiver restabelecido sua reabilitação legal para fins penais; XIII - o total
de pontos no QAM será a média aritmética da diferença da soma dos pontos negativos e positivos da Ficha de Promoção, do grau de
conceito no posto e do grau de julgamento atribuído pela CPO, devendo o resultado considerar somente os valores inteiros.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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ANEXO I
DA LEI N. 13.729, DE 11 DE JANEIRO DE 2006
COM REDAÇÃO DADA PELO ART.33 DA LEI Nº 13.768, DE 4 DE MAIO DE 2006 (DOE Nº 085, DE 08.05. 2006)
(REVOGADO PELA LEI Nº 15.797/2015)

FICHA DE INFORMAÇÕES - OFICIAL MILITAR ESTADUAL


PERÍODO DE :___/___/____ A ___/____/_____ OPM/OBM: ____________________
NOME:___________________________________________ POSTO: ____________________MAT.:______________

I – CARGOS E/OU FUNÇÕES DESEMPENHADAS DO PERÍODO

NÃO
CONCEITO OBSERVADO
II – QUALIDADES PESSOAIS E FUNCIONAIS (E, MB, B, R, I) (NO)

A – CARÁTER ( Manifestações atinentes à personalidades)


1. Lealdade e amor à verdade
2. Responsabilidade com a função exercida
3. Comportamento em face das atuações administrativas e/ou operacionais
4. Energia e perseverança
B – INTELIGÊNCIA
5. Capacidade de raciocínio e decisão
6. Facilidade de Expressão escrita
7. Facilidade de expressão oral
C – ESPÍRITO E CONDUTA PROFISSIONAL
8. Cumprimento do dever
9. Espírito de disciplina
10. Correção de atitudes com os subordinados, pares e superiores
11. Respeito aos Direitos Humanos
12. Espírito de camaradagem e relações interpessoais
D – CONDUTA PROFISSIONAL E GERAL E CONDUTA CIVIL
13. Conhecimentos profissionais
14. Conhecimentos Gerais
15. Conduta civil
E – CAPACIDADE COMO GESTOR
16. Capacidade de liderança
17. Capacidade de julgamento
18. Capacidade de julgamento
19. Espírito de trabalho em equipe
20. Probidade e zelo
21. Capacidade de organização e eficiência
22. Capacidade de multiplicador do conhecimento
F – CAPACIDADE FÍSICA
23. Resistência a fadiga
24. Disposição para o trabalho
III – CONCEITO FINAL SINTÉTICO NUMÉRICO
IV – INFORMANTE (NOME/POSTO):_________________________________________________
V – ASSINATURA: ______________________________________________________________
VI – DATA: _____/_____/_______
OBSERVAÇÕES SOBRE O PREENCHIMENTO DA FICHA DE INFORMAÇÃO:
1. Os conceitos numéricos terão a seguinte correspondência:
EXCELENTE - (E) ...................................................................... 6000
MUITO BOM – (MB) ................................................................. 5000
BOM - (B) ..................................................................................... 4000
REGULAR– (R) ............................................................................ 3000
INSUFUCIENTE - (I) .................................................................. 2000
2. O conceito numérico final será o quociente da divisão da soma dos conceitos numéricos parciais pelo número de
itens observados, devendo o resultado considerar somente os valores inteiros.
3. O item “NÃO OBSERVADO” deve ser desconsiderado no momento da obtenção da média, dividindo-se o somatório
somente pelos itens que foram expedidos conceitos e notas, não podendo ultrapassar a oito itens “NÃO OBSERVA-
DOS”.
4. O Conceito numérico final superior a 5000 pontos e inferior a 3000 pontos deverá ser justificado por escrito por
quem o concedeu.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
226
ANEXO II DA LEI Nº 13.729, DE 11 DE JANEIRO DE 2006,

COM A REDAÇÃO DADA PELO ART.33 DA LEI Nº 13.768, DE 4 DE MAIO DE 2006 (DOE
Nº 085, DE 08 DE MAIO DE 2006)
(REVOGADO PELA LEI Nº 15.797/2015)
FICHA DE PROMOÇÃO

OFICIAL MILITAR ESTADUAL

 PROMOÇÃO DE :___/___/____ ENCERRAMENTO ALTERAÇÕES: ___/____/___ PERMANÊNCIA NA OPM/OBM(MESES): ________


NOME: _____________________________________________________ POSTO: ___________ MF.:___________________
OPM/OBM: ______________________ PROMOÇÃO AO POSTO ATUAL: ____/____/____ DATA DE INCLUSÃO: ___/___/____

    PONTOS PONTOS
REF. FATORES E DADOS REFERÊNCIA OBTIDOS
 
I – PONTOS POSITIVOS
1 Em Função MIlitar ou de Natureza ou Interesse Militar VARIÁVEL  
2 TEMPO DE EFETIVO Atividade operacional institucional no atual posto VARIÁVEL  
SERVIÇO
3 No Posto Atual VARIÁVEL  
4 CFO, CHO ou ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E ADAPTAÇÃO 300/400  
5 CAO ou equivalente/ CSC ou equivalente 500/600  
6 CSPM ou equivalente / CSBM ou equivalente 700/800  
 
7 CURSOS Especialização latu sensu 200  
8 Mestrado 300  
9 Doutorado 400  
10 Medalha da Abolição 300  
11 Medalha Senador Alencar 300  
12 Mérito Policial Militar ou Mérito Bombeiro Militar 200  
13 Medalha Dom Pedro II no Grau Grão-Cruz 200  
14 Medalha Capacete Bombeiro Militar 200  
15 Medalha por Bravura (Tiradentes) 200  
16 Medalha José Moreira da Rocha (Casa Militar) 150  
17 Medalha José Martiniano de Alencar 150  
18 Medalha Dom Pedro II no Grau de Comendador 150  
19 Medalha Desembargador José Moreira da Rocha (BM) 150  
20   Medalha de Bravura Herói João Nogueira Jucá 200  
21 MEDALHAS Medalha do Mérito Funcional 120  
E
22 CONDECORAÇÕES Medalha Mérito Intelectual – 1º Lugar 120  
23 Medalha Dom Pedro II no Grau de Cavaleiro 120  
24 Medalha Dom Pedro II no Grau de Grande Oficial 100  
25 Medalha Mérito Desportivo 100  
26 Medalha Tempo de Serviço – 30/20/10 anos 100/70/50  
27 Machadinha Simbólica 80  
28 Barreta de Comando PM 80  
29 Barreta de Comando BM 80  
30 Barreta Disciplinar 40/30  
31 Barreta de Ensino e Instrução 60  
32 Barreta de Ensino 60  
33   Barreta Bombeiro Militar 10  
34 CONTRIBUIÇÃO DE CARÁTER TÉCNICO-PROFISSIONAL 100  
35 SOMA DOS PONTOS POSITIVOS  

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
227
II – PONTOS NEGATIVOS
36   REPREENSÃO -200  
PUNIÇÕES DISCI-
37 PERMANÊNCIA DISCIPLINAR -400  
PLINARES
38 CUSTÓDIA DISCIPLINAR -800  
39 FALTA DE APROVEITAMENTO EM CURSO PATROCINADO PELA VARIÁVEL  
CORPORAÇÃO
40   Pena alternativa ou condenação por crime ou -1.000  
CONDENAÇÕES contravenção penal com pena máxima prevista
CRIMINAIS até 2 (dois) anos de detenção
41 Crime com pena máxima prevista superior a 2 -2.000  
(dois) anos de detenção
42 Crime com pena de reclusão (não hediondo) -5.000  
43 Crime hediondo -10.000  
44 SOMA DOS PONTOS NEGATIVOS  
45 TOTAL DOS PONTOS = (35) – (44)  
46 GRAU DE CONCEITO NO POSTO  
47 JULGAMENTO DA CPO  
48 TOTAL DE PONTOS NO QAM = {(45) + (46) + (47)} ¸ 3  

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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NORMAS PARA O PREENCHIMENTO DA FICHA DE PROMOÇÃO DO OFICIAL:
I - receberão valores numéricos positivos:
a) tempo de efetivo serviço;
b) cursos;
c) medalhas e condecorações;
d) contribuições técnico-profissionais.
II - receberão valores numéricos negativos:
a) punições disciplinares;
b) condenações por delito militar ou comum;
c) falta de aproveitamento em curso patrocinado pela corporação.
III - no tempo de efetivo serviço serão considerados:
a) em função militar ou considerada de natureza ou interesse militar, desde a data de nomeação ao primeiro posto na Corporação até a data de
encerramento das alterações, contando-se 100 (cem) pontos por semestre ou fração superior a 90 (noventa) dias;
b) em função militar ou considerada natureza ou interesse militar, no posto atual, cuja missão básica seja exclusivamente voltada ao exercício da
atividade operacional institucional, contando-se 10 (dez) pontos por semestre ou fração superior a 90 (noventa) dias;
c) no posto atual, desde a data da última promoção até a data de encerramento das alterações, contando-se 200 (duzentos) pontos por semestre
ou fração superior a 90 (noventa) dias.
IV - o aproveitamento em cursos militares dará direito a serem contados os seguintes valores numéricos:
a) curso de Formação de Oficiais, Curso de Habilitação de Oficiais ou Estágio de Instrução e Adaptação – 400 (quatrocentos) pontos, quando for
atingida a média igual ou superior a 8 (oito), e 300 (trezentos) quando a média for inferior a 8 (oito);
b) curso de Aperfeiçoamento de Oficiais; Curso Estudo Estratégicos; ou outro equivalente – 600 (seiscentos) pontos quando for atingida a média
igual ou superior a 8 (oito), e 500 (quinhentos) quando a média for inferior a 8 (oito);
c) curso Superior de Polícia; Curso Superior de Bombeiro; ou outro equivalente – 800 (oitocentos) pontos quando for atingida a média igual ou
superior a 8 (oito), e 700 (setecentos) quando a média for inferior a 8 (oito).
V - cursos:
a) de especialização latu sensu- 200 (duzentos) pontos;
b) de mestrado - 500 (quinhentos) pontos;
c) de doutorado - 600 (seiscentos) pontos.
VI - para fins do que dispõe o item V desta norma:
a) os pontos acumulados valerão, tão somente, para a promoção imediata;
VII - as medalhas e condecorações receberão os seguintes valores numéricos:
a) na Polícia Militar:
1. Medalha da Abolição – 300 (trezentos) pontos;
2. Medalha Senador Alencar – 300 (trezentos) pontos;
3. Medalha Mérito Policial Militar - 200 (duzentos) pontos;
4. Medalha por Bravura (Tiradentes) -200 (duzentos) pontos; 5. Medalha Capacete Bombeiro Militar - 200 (duzentos) pontos;
6. Medalha José Martiniano de Alencar - 150 (cento e cinqüenta) pontos;
7. Medalha José Moreira da Rocha (Casa Militar) – 150 (cento e cinqüenta) pontos;
8. Medalha Desembargador José Moreira da Rocha (Bombeiro Militar) – 150 (cento e cinqüenta) pontos;
9. Medalha do Mérito Funcional – 120 (cento e vinte) pontos;
10. Medalha Mérito Intelectual (MMI) - 1º Lugar - 120 (cento e vinte) pontos;
11. Medalha de Tempo de Serviço - 30, 20 e 10 anos, respectivamente, 100 (cem), 70 (setenta) e 50 (cinqüenta) pontos, contando-se somente, a
de maior valor;
12. Machadinha Simbólica BM - 80 (oitenta) pontos;
13. Barreta de Comando PM – 80 (oitenta) pontos;
14. Barreta de Ensino e Instrução – 60 (sessenta) pontos;
15. Barreta Disciplinar – 8 (oito) e 4 (quatro) anos, respectivamente, 40 (quarenta) e 30 (trinta) pontos, contando-se, somente, a de maior valor.
b) no Corpo de Bombeiros Militar:
1. Medalha da Abolição – 300 (trezentos) pontos;
2. Medalha Senador Alencar – 300 (trezentos) pontos;

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
3. Medalha Mérito Bombeiro Militar – 200 (duzentos) pontos; 229
4. Medalha Dom Pedro II no Grau Grão-Cruz – 200 (duzentos) pontos;
5. Medalha Capacete Bombeiro Militar – 200 (duzentos) pontos;
6. Medalha José Moreira da Rocha – 150 (cento e cinqüenta) pontos;
7. Medalha Dom Pedro II no Grau de Comendador – 150 (cento e cinqüenta) pontos;
8. Medalha Desembargador José Moreira da Rocha – 150 (cento e cinqüenta) pontos;
9. Medalha Dom Pedro II no Grau de Cavaleiro – 120 (cento e vinte) pontos;
10. Medalha de bravura Herói João Nogueira Jucá - 200 (duzentos) pontos;
11.Medalha Mérito Intelectual (1º lugar) - 120 (cento e vinte) pontos;
12. Medalha do Mérito Funcional – 120 (cento e vinte) pontos;
13.Machadinha Simbólica - 80 (oitenta) pontos;
14.Medalha Dom Pedro II no Grau de Grande Oficial – 100 (cem) pontos;
15. Medalha Mérito Desportivo-100 (cem) pontos;
16. Medalha de Tempo de Serviço - 30, 20 e 10 anos, respectivamente, 100 (cem), 70 (setenta) e 50 (cinqüenta) pontos, contando-se somente, a
de maior valor;
17. Barreta de Comando BM - 80 (oitenta) pontos;
18. Barreta de Ensino – 60 (sessenta) pontos;
19. Barreta Bombeiro Padrão – 10 (dez) pontos.
VIII - nas contribuições de caráter técnico-profissional serão conferidos 100 (cem) pontos para cada trabalho original, no máximo de um por ano,
desde que aprovado pelo órgão ou comissão avaliador designado pelo Comandante-Geral.
IX - os valores numéricos negativos serão atribuídos da seguinte maneira:
a) punições disciplinares:
1) repreensão – menos 200 (duzentos) pontos;
2) permanência disciplinar – menos 400 (quatrocentos) pontos;
3) custódia disciplinar – menos 800 (oitocentos) pontos.
b) falta de aproveitamento, em curso, previsto nos itens IV e V desta norma, patrocinado pela Corporação, por causa de reprovação ou desistência
sem motivo relevante, analisado pela CPO, com aferição dos seguintes valores numéricos, cumulativos:
a) curso de Aperfeiçoamento de Oficiais; Curso Estudo Estratégicos; ou outro equivalente – menos 600 (seiscentos) pontos;
b) curso Superior de Polícia; Curso Superior de Bombeiro; ou outro equivalente – menos 800 (oitocentos) pontos.
c) mestrado - menos 500 (quinhentos) pontos;
d) doutorados – menos 600 (seiscentos) pontos;
e) outros cursos – menos 300 (trezentos) pontos.
c) condenação por crime ou contravenção:
1) enquadramento em transação penal, pena alternativa ou condenação por crime ou contravenção com pena máxima prevista de até 2 (dois) anos
de detenção - menos 1.000 (mil) pontos;
2) condenação por crime com pena máxima prevista superior a 2 (dois) anos de detenção - menos 2.000 (dois mil) pontos;
3) condenação por crime não considerado hediondo, cuja pena prevista seja de reclusão - menos 5.000 (cinco mil) pontos;
4) condenação por crime considerado hediondo - menos 10.000 (dez mil) pontos.
X - para aplicação do disposto na alínea “a” do item IX desta norma, respeitados as normas estabelecidas no Código Disciplinar da Corporação, para
a promoção ao posto imediato, serão consideradas todas as punições disciplinares sofridas ao longo da carreira de Oficial.
XI - para os fins do que dispõe a alínea “c” do item IX desta norma, somente deixam de ser atribuídos os valores numéricos negativos quando o
Oficial tiver restabelecido sua reabilitação legal para fins penais.
XII – o total de pontos no QAM será a média aritmética da diferença da soma dos pontos negativos e positivos da Ficha de Promoção, do grau de
conceito no posto e do grau de julgamento atribuído pela CPO, devendo o resultado considerar somente os valores inteiros.
A

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
230
ANEXO III DA LEI N. 13.729, DE 11 DE JANEIRO DE 2006, COM A REDAÇÃO DADA
PELO ART. 33 DA LEI Nº 13.768, DE 4 DE MAIO DE 2006 - (REVOGADO PELA LEI Nº
15.797/2015)
FICHA DE PROMOÇÃO

PRAÇA MILITAR ESTADUAL


PROMOÇÃO DE :___/___/____ ENCERRAMENTO ALTERAÇÕES: ___/____/___ PERMANÊNCIA NA OPM/OBM(MESES): ________
NOME: _____________________________________________________ GRADUAÇÃO: ___________ MAT.:______________
OPM/OBM: ______________________ PROMOÇÃO À GUADUAÇÃO ATUAL: ____/____/____ DATA DE INCLUSÃO: ___/___/____

    PONTOS PONTOS OBTIDOS


REF. FATORES E DADOS REFERÊNCIA
 
I – PONTOS POSITIVOS
1 Em Função Militar ou de Natureza ou Interesse VARIÁVEL  
TEMPO DE EFETIVO Militar
2 Atividade operacional institucional na atual VARIÁVEL  
SERVIÇO
graduação
3 Na Graduação Atual VARIÁVEL  
4 CFSd 10/20  
5 CHC 30/40  
6 CHS 40/60  
7 CHST 70/80  
8 Bacharelado ou licenciatura plena 30  
9 Especialização latu sensu 40  
10 Mestrado 50  
11 Doutorado 60  
12 Medalha da Abolição 30  
13 Medalha Senador Alencar 30  
14 Medalha do Mérito Policial Militar ou Mérito 20  
Bombeiro Militar
15 Medalha Capacete Bombeiro Militar 20  
16   Medalha por Bravura (Tiradentes) 15  
17 CURSOS Medalha José Moreira da Rocha – Casa Militar 15  
18 Medalha Desembargador José Moreira da Rocha- 15  
BM
19 Medalha de Bravura Herói João Nogueira Jucá 20  
20 Medalha Mérito Intelectual – 1º Lugar 15  
21 Medalha do Mérito Funcional 12  
22 Medalha José Martiniano de Alencar 12  
23 Medalha Machadinha Simbólica 8  
24 Medalha Mérito Desportivo 8  
25 Medalha Tempo de Serviço – 30/20/10 anos 10/7/5  
26 Barreta Disciplinar 4/3  
27 Barreta de Ensino e Instrução 5  
28 Barreta de Ensino 5  
29 Barreta Bombeiro Padrão 5  
30 CONTRIBUIÇÃO DE CARÁTER TÉCNICO-PROFISSIONAL 10  
31 SOMA DOS PONTOS POSITIVOS  
II – PONTOS NEGATIVOS

32   REPREENSÃO -20  
33 PUNIÇÕES DISCIPLI- PERMANÊNCIA DISCIPLINAR -40  
34 NARES CUSTÓDIA DISCIPLINAR -80  
35 FALTA DE APROVEITAMENTO EM CURSO PATROCINADO VARIÁVEL  
PELA CORPORAÇÃO
36   Pena alternativa, contravenção ou -100  
CONDENAÇÕES crime com pena máxima prevista até
CRIMINAIS um ano de detenção
37 Crime com pena máxima prevista -200  
superior a 2 (dois) anos de detenção
38 Crime com pena de reclusão (não -500  
hediondo)
39 Crime hediondo -1000  
40 SOMA DOS PONTOS NEGATIVOS  
41 TOTAL DOS PONTOS = (31) – (40)  

Data e resultado da Inspeção de Saúde: _______/________/_________ - _______________________________


 Outras observações:
 Fortaleza, ____ de ________________ de_______.
 ________________________________________
Secretário da CPP
  

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


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Marco Aurelio de Melo – Cel PM
231
NORMAS PARA O PREENCHIMENTO DA FICHA DE PROMOÇÃO DA PRAÇA MILITAR
ESTADUAL:

I - receberão valores numéricos positivos:


a) tempo de efetivo serviço;
b) cursos policiais militares ou bombeiros militares;
d) medalhas e condecorações;
f) comportamento disciplinar;
g) contribuições técnico-profissionais.
II - receberão valores numéricos negativos:
a) punições disciplinares;
b) condenações por delito militar ou comum;
c) falta de aproveitamento em curso patrocinado pela corporação.
III - no tempo de efetivo serviço serão considerados:
a) em função militar ou considerada de natureza ou interesse militar, desde a data de ingresso na Corporação
até a data de encerramento das alterações, contando-se 1 (um) ponto por semestre ou fração superior a noventa
dias;
b) em função militar ou considerada natureza ou interesse militar, cuja missão básica seja exclusivamente
voltada ao exercício da atividade operacional institucional, inclusive de guarda em estabelecimento penal ou
prisional, de guarda do quartel em instalações militares, em operação externa em serviço de inteligência da
estrutura da Secretaria de Estado responsável pela Segurança Pública e em segurança pessoal regulada pelo
Governador do Estado, contando-se 1 (um) ponto por semestre ou fração superior a noventa dias;
c) na graduação atual, desde a data da última promoção até a data de encerramento das alterações, contando-se
2 (dois) pontos por semestre ou fração superior a 90 (noventa) dias.
IV - o aproveitamento em cursos militares regulares dará direito a serem contados os seguintes valores numé-
ricos:
a) curso de Formação de Soldados - 20 (vinte) pontos, quando for atingida a média igual ou superior a 8 (oito),
e 10 (dez) quando a média for inferior a 8 (oito);
b) curso de Habilitação de Cabos - 40 (quarenta) pontos, quando for atingida a média igual ou superior a 8
(oito), e 30 (trinta) quando a média for inferior a 8 (oito);
c) curso de Habilitação de Sargentos - 60 (sessenta) pontos, quando for atingida a média igual ou superior a 8
(oito), e 50 (cinqüenta) quando a média for inferior a 8 (oito);
d) curso de Habilitação de Subtenentes - 80 (oitenta) pontos, quando for atingida a média igual ou superior a 8
(oito), e 70 (setenta) quando a média for inferior a 8 (oito);
V - cursos:
a) de bacharelado ou licenciatura plena- 30 (trinta) pontos;
b) de especialização latu sensu - 40 (quarenta) pontos;
c) de mestrado - 50 (cinqüenta) pontos; d) de doutorado - 60 (sessenta) pontos.
VI - para fins do que dispõe o item V desta norma:
a) os pontos acumulados valerão, tão somente, para a promoção imediata;
VII - as medalhas e condecorações receberão os seguintes valores numéricos:
a) na Polícia Militar e Bombeiro Militar:
1) Medalha da Abolição – 30 (trinta) pontos;
2) Medalha Senador Alencar – 30 (trinta) pontos;
3) Medalha do Mérito Policial Militar ou Bombeiro Militar -20 (vinte) pontos;
4) Medalha Capacete Bombeiro Militar – 20 (vinte) pontos;
Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12
Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
232
5) Medalha do Mérito Funcional – 12 (doze) pontos;
6) Medalha por Bravura-Tiradentes ou Medalha João Nogueira Jucá - 15 (quinze) pontos;
7) Medalha José Martiniano de Alencar - 12 (doze) pontos;
8) Medalha José Moreira da Rocha – 15 (quinze) pontos;
9) Medalha Desembargador José Moreira da Rocha – 15 (quinze) pontos;
10) Medalha Mérito Intelectual (MMI) - 1º Lugar - 15 (quinze) pontos;
11) Medalha de Tempo de Serviço – 30 (trinta), 20 (vinte) e 10 (dez) anos, respectivamente, 10 (dez), 7 (sete)
e 5 (cinco) pontos, contando-se somente, a de maior valor;
12) Medalha do Mérito Desportivo – 8 (oito) pontos;
13) Machadinha Simbólica BM- 8 (oito) pontos;
14) Barreta Disciplinar - oito e quatro anos, respectivamente, 04 (quatro) e 03 (três) pontos, contando-se, so-
mente, a de maior valor;
15) Barreta de Ensino e Instrução – 5 (cinco) pontos;
16) Barreta de Ensino – 5 (cinco) pontos;
17) Barreta Bombeiro Padrão, conferida pelo ComandanteGeral - 5 (cinco) pontos.
VIII - serão destacados com atribuições de pontos, somente valendo para a promoção imediata, os elogios
caracterizados pela ação meritória, de caráter excepcional, com risco da própria vida, descrita em elogio indi-
vidual, e assim julgada pela Comissão de Promoção de Praças - 15 (quinze) pontos.
IX - no conceito moral e profissional serão considerados e atribuídos os seguintes valores: a) no Comporta-
mento Excelente – 100 (cem) pontos; b) no Comportamento Ótimo – 50 (cinqüenta) pontos; c) no Comporta-
mento Bom - 30 (trinta) pontos.
X - nas contribuições de caráter técnico-profissional serão conferidos – 10 (dez) pontos para cada trabalho
original, desde que aprovado pelo órgão ou comissão designada pelo Comandante-Geral.
XI - os valores numéricos negativos serão atribuídos da seguinte maneira: a) punições disciplinares:
1) repreensão - menos 20 (vinte) pontos;
2) permanência disciplinar - menos 40 (quarenta) pontos;
3) custódia disciplinar - menos 80 (oitenta) pontos.
b) falta de aproveitamento, em cursos, previstos no item V desta norma, patrocinado pela Corporação, por cau-
sa de reprovação ou desistência sem motivo relevante, analisado pela CPP, com aferição dos seguintes valores
numéricos, cumulativos:
a) bacharelado ou licenciatura plena - menos 30 (trinta) pontos;
b) especialização latu sensu – menos 40 (quarenta) pontos;
c) mestrado – menos 50 (cinqüenta) pontos;
d) doutorado - menos 60 (sessenta) pontos;
e) outros cursos- menos 20 (vinte) pontos. c) condenação por crime ou contravenção:
1) enquadramento em transação penal, pena alternativa ou condenação por crime ou contravenção com pena
máxima prevista de até 2 (dois) anos de detenção - menos 100 (cem) pontos;
2) condenação por crime com pena máxima prevista superior a 2 (dois) anos de detenção - menos 200 (duzen-
tos) pontos;
3) condenação por crime não considerado hediondo, cuja pena prevista seja de reclusão - menos 500 (quinhen-
tos) pontos;
4) condenação por crime considerado hediondo - menos 1.000 (mil) pontos.
XII - para aplicação do disposto na alínea “a” do item XI desta norma, respeitados as normas estabelecidas no
Código Disciplinar da Corporação, para a promoção à graduação imediata, serão consideradas todas as puni-
ções disciplinares sofridas na carreira de graduado.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
233
XIII - para os fins do que dispõe a alínea “c” do item XI desta norma, somente deixam de ser atribuídos os
valores numéricos negativos quando a Praça tiver restabelecido sua reabilitação legal para fins penais.
XIV - o total de pontos da ficha de promoção será obtido subtraindo-se a soma dos pontos negativos da soma
dos pontos positivos, constituindo-se o conceito final da Praça.

ANEXO IV, A QUE SE REFERE O ART.217, §4º, DA LEI Nº13.729, DE 11 DE JANEIRO DE


2006.

Valor da Indenização de Reforço ao Serviço Operacional - IRSO, por hora trabalhada.


Posto ou Graduação Valor IRSO (R$)
Coronel, Tenente Coronel e Major 35,00
Capitão, 1º Tenente, 2º Tenente e Aspirante 30,00
Subtenente, 1º Sargento, 2º Sargento e 3º Sargento 25,00
Cabo e Soldado 20,00
(NR).

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
234
BIZU PARA CONCURSEIROS
O quadro abaixo mostra as principais questões de concursos para os cargos de Soldado ou de Oficial das Cor-
porações Militares Estaduais com os respectivos artigos de incidência.

Quadro 30 – Matérias mais cobradas em concursos públicos para ingresso nas CME

ARTIGO QUESTÃO
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – PM/CE - 89 Ato do governador do estado
pode convocar para o serviço ativo os militares estaduais da reserva remunerada e os
Art. 6º
reformados, em caráter transitório, caso em que não poderá haver recusa por parte do
militar.
AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM - 61. Os
p.u. art. 8º atos administrativos do Comandante-Geral, com reflexos exclusivamente internos, serão
publicados apenas no Diário Oficial do Estado.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – PM/CE - 88 Aplica-se o disposto no estatuto,
Art. 9º
no que couber, aos militares estaduais da reserva remunerada e aos reformados.
Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TJ-ES. Prova: Analista Judiciário - Área Administrativa.
Art. 10, I Um brasileiro naturalizado pode exercer o cargo de coronel da polícia militar de um
estado-membro.
||PMCE11_001_01N791721|| - CESPE/UNB – 86.O ingresso na Polícia Militar do Ceará
depende de prévia aprovação em concurso público de provas e títulos. Além disso,
Art. 10 devem ser atendidos outros requisitos cumulativos, como: ter boa reputação social, não
estar respondendo a processo criminal nem ter sido indiciado em inquérito policial e ser
confirmado na etapa dos exames médico-odontológico, biométrico e toxicológico.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – 87. A hierarquia e a disciplina são a base
institucional das corporações militares do estado e devem ser mantidos em todas as
Art. 29 c/c §§
circunstâncias entre os militares, não existindo prevalência entre os mesmos postos ou de
uma mesma graduação.
b) Banca – AOCP – Concurso público 2016 – Cargo: Soldado da PMCE - 68. A ordenação
Art. 29, §2º da autoridade é realizada por postos ou dentro de um mesmo posto ou de uma mesma
graduação e se faz apenas pela antiguidade
Banca: AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO
PM - 71. Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido pelo Governador do Estado,
Art. 30, §§1º e 2º
correspondendo cada posto a um cargo, enquanto Graduação é o grau hierárquico da
Praça, conferido pelo Comandante-Geral, correspondendo cada graduação a um cargo.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 90 O provimento do cargo efetivo dos
Art. 35, p.u. militares estaduais — postos e graduações —, previstos na Lei de Fixação de Efetivo de
cada corporação militar, é realizado por ato administrativo do comandante-geral.
Banca – AOCP – Concurso público 2016 – Cargo: Soldado da PMCE - 69. O cargo militar
Art. 38 é considerado vago somente na hipótese em que o militar estadual for exonerado, demitido
ou expulso.
Banca: AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM
Art. 38 - 64. A partir da criação de um cargo militar estadual, até que um militar estadual dele
tome posse, será o mesmo considerado vago
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 116Considera-se comando a prerrogativa
pessoal do militar investido nessa função, vinculada ao grau hierárquico. Essa prerrogativa
Art. 42 consiste na soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o militar estadual
está legalmente investido quando conduz subordinados ou dirige uma organização militar
estadual.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 104 Ao ingressar na corporação militar
estadual, o Praça, tão logo tenha adquirido grau de instrução compatível com o perfeito
entendimento de seus deveres como integrante da respectiva corporação, deve prestar
Art. 48 e 49
compromisso de honra, de caráter solene, na presença de tropa ou guarnição formada, no
qual afirmará a aceitação consciente das obrigações e dos deveres militares e manifestará
a sua firme disposição de bem cumpri-los.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
235
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB –105 Enquanto não concluir o curso de
formação, o aluno-Soldado submetido a procedimento de apuração de responsabilidade
Art.50, §2º administrativo-disciplinar está sujeito apenas às disposições normativas disciplinares
previstas no estabelecimento de ensino onde estiver matriculado.

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB101 Ao militar estadual é expressamente


assegurado o direito de recorrer ou interpor recurso, quando se julgar prejudicado ou
Art. 50, §3º ofendido, a qualquer ato administrativo, no prazo de cento e vinte dias corridos, sob pena
de prescrição desse direito.

AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM - 72.


Um Soldado militar estadual que cometer crime definido em Lei como crime militar será
Art. 51 processado e julgado em primeira instância pela Justiça Militar do Estado e em segunda
instância pelo Superior Tribunal Militar.

||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB -102 A competência para conhecer, processar


Art .51, §1º e julgar os crimes militares ou comuns praticados por militares estaduais contra civis é do
Conselho de Justiça, presidido por um de juiz de direito.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 110 É assegurado ao militar estadual, Oficial
Art. 52, XIII ou Praça, o direito à assistência jurídica integral, gratuita e Oficial do estado em caso de
questionamento de ato por ele praticado no legítimo exercício da missão.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 106 Ao Praça é assegurado o livre acesso,
Art. 52, XIV independentemente de encontrar-se ou não em serviço ou de estar agindo em razão deste,
aos locais que estejam sujeitos à fiscalização da polícia ou do bombeiro militar.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – 107 Ao militar estadual da ativa e ao em
inatividade, fardado e mediante a apresentação de sua identidade militar, é garantido o
Art. 52, XXII
acesso gratuito aos transportes rodoviários coletivos, intermunicipais e interestaduais,
estabelecida cota máxima de dois militares por veículo.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 109 O porte de arma é direito dos militares
Art. 52, XI e XII estaduais, tanto para os do serviço ativo como para os em inatividade, salvo se a inativação
for proveniente de alienação mental ou de condenação que desaconselhe o porte.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 108 O militar estadual alistável é elegível.
No caso de ser suplente, ao assumir o cargo eletivo, o militar passará automaticamente,
Art. 53
no ato da diplomação, para a reserva remunerada, com proventos proporcionais ao tempo
de contribuição.
Banca: AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM -
62. O militar estadual alistável é elegível, mas, se contar menos de 10 (dez) anos de serviço,
deverá afastar-se definitivamente da atividade militar estadual a partir do registro de sua
Art. 53
candidatura na Justiça Eleitoral, apresentada pelo Partido e autorizada pelo candidato,
com prejuízo automático, imediato e definitivo do provimento do cargo, de promoção e da
percepção da remuneração
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 97 O subsídio ou os vencimentos dos
militares estaduais são irredutíveis e não estão sujeitos a penhora, sequestro ou arresto,
Art. 55 salvo nos casos previstos em lei.

Banca: AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM


Art. 55 - 63. O subsídio ou os vencimentos dos militares estaduais são irredutíveis e não estão
sujeitos à penhora, sequestro ou arresto, inclusive nos casos previstos em Lei.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB. 99 Nos termos do estatuto, não faz jus às férias
Art. 59, §§2º e 4º regulamentares o militar estadual que esteja aguardando solução de processo de inatividade
nem o que esteja matriculado em curso de formação para ingresso na corporação.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB. 98 O direito a licença para tratar de interesse
Art.62, III, §§4º particular e a licença por motivo de doença é garantido aos militares estaduais; entretanto,
e 5º em ambos os casos, o tempo de licença implica prejuízo da remuneração, da contagem do
tempo de serviço e(ou) de contribuição e da antiguidade no posto ou na graduação.

Até aqui o Senhor nos ajudou! 1Sm, 7:12


Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
236
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 100 Consideram-se dispensas do serviço
as autorizações concedidas aos militares estaduais para afastamento total do serviço, em
caráter temporário. Nesse caso, não há prejuízo da remuneração integral nem da contagem
Art. 66
do tempo de efetivo serviço e(ou) de contribuição militar. Essas dispensas podem ser
descontadas em férias já publicadas e não gozadas, no todo ou em parte, ou concedidas
em razão de prescrição médica
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – PM/CE – dez 2012 - 79 O elogio individual,
Art. 68 ato administrativo que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais do militar, só
pode ser formulado ao militar que ostenta, no mínimo, bomcomportamento.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 96 Assegura-se ao militar estadual o direito
de perceber, em reconhecimento dos bons serviços prestados e de acordo com as normas
Art. 68
regulamentares da corporação, recompensas, como, por exemplo, condecorações por
serviços prestados, elogios e dispensas do serviço.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – PM/CE – dez 2012 - 80 A dispensa do
Art. 68 serviço é uma recompensa militar e somentepoderá ser concedida por oficiais dos postos
de Tenente-coronele coronel a seus subordinados funcionais.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 95 O estatuto assegura ao militar estadual
o cumprimento de pena de prisão ou detenção, mesmo após o trânsito em julgado da
Art. 69
sentença penal condenatória, em organização militar da corporação a que pertença o preso
e na qual o comandante, chefe ou diretor preceda-o hierarquicamente.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 91 Nos casos de transgressão disciplinar
Art. 70 ou de crime propriamente militar, o militar só poderá ser preso por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 92 Nos termos do estatuto, somente em casos
de flagrante delito o militar estadual poderá ser preso por autoridade policial civil, ficando
Art. 70, §1º
retido na delegacia durante o tempo necessário à lavratura do flagrante, comunicando-se
imediatamente ao juiz competente e ao comando da respectiva corporação militar.
Banca: AOCP - CONCURSO PÚBLICO EDITAL 01/2016 – CARGO: SOLDADO PM
- 65. O militar estadual da ativa, no exercício de função militar, de natureza militar ou de
Art. 71
interesse militar, é dispensado de servir como testemunha em juízo acerca das diligências
que realizou, dado o seu interesse na causa.
Banca – AOCP – Concurso público 2016 – Cargo: Soldado da PMCE - 66. É vedado, a
qualquer civil ou organizações civis, o uso de uniforme ou a ostentação de distintivos,
Art. 72
insígnias, agildas ou emblemas, iguais ou semelhantes, que possam ser confundidos com
os adotados para os militares estaduais
||PMCE14_001_01N695614|| CESPE/UnB – PMCE – Aplicação: 2014 - 63 Em determinada
operação policial, um sargento da PMCE foi ferido e, durante o ano subsequente inteiro,
permaneceu em tratamento de saúde. Após esse período, ele foi afastado temporariamente
do serviço ativo, por ter sido julgado incapaz temporariamente. Nessa situação, ele passará
à situação de excedente.
Banca – AOCP – Concurso público 2016 – Cargo: Soldado da PMCE - 67. O militar
estadual que tenha sido afastado temporariamente do serviço ativo por ter sido julgado
incapaz após um ano de tratamento de saúde deverá ser agregado, sendo que agregação
Art. 172 é a situação na qual o militar estadual em serviço ativo deixa de ocupar vaga na escala
hierárquica do seu Quadro, nela permanecendo sem número.
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008
- 94 Agregação é a situação em que o militar estadual em serviço ativo deixa de ocupar
vaga na escala hierárquica do seu quadro, nela permanecendo sem número. A agregação
ocorre quando o militar toma posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária
não eletiva, inclusive da administração indireta, e é contada a partir da data da posse no
novo cargo, emprego ou função até o retorno à corporação ou transferência de ofício para
a reserva remunerada.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
237
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares –
2008 - 93 A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida mediante
requerimento do militar estadual que conte com 53 anos de idade e 30 anos de contribuição,
dos quais, no mínimo, 25 anos de contribuição militar estadual ao Sistema Único de
Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e
Art.181 Membros de Poder do Estado do Ceará (SUSPEC).
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 120 Constitui falta grave a conduta dolosa
consistente no requerimento ou na abertura de processo de reserva ou reforma sem que
o militar tenha implementado todas as condições para requerer o benefício, assim como,
após a abertura do processo, a injustificada demora no cumprimento de diligências da
procuradoria-geral do estado destinadas à sua conclusão.
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008
- 92 A demissão do militar estadual se efetua a pedido do interessado e será concedida
Art.197
mediante requerimento, com a indenização das despesas relativas a sua preparação e
formação, quando contar com menos de 5 anos de oficialato ou 3 anos de graduado.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB –115 A exoneração a pedido é uma das formas
previstas no estatuto para o desligamento do militar da corporação militar estadual. Sua
concessão ocorre mediante requerimento do interessado, sendo vedada ao militar que
Art.198
estiver respondendo a Conselho de Justificação, Conselho de Disciplina ou processo
administrativo-disciplinar ou ainda àquele que se encontrar cumprindo pena de qualquer
natureza
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 112 Nos termos do estatuto, a deserção do
militar estadual acarreta interrupção do serviço, com a consequente perda da remuneração.
O militar desertor será agregado ao seu quadro ou qualificação, até a decisão transitar em
julgado.
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares –
2008 -
91 A deserção do militar estadual acarreta interrupção do serviço, com a conseqüente
perda da remuneração. Se o desertor for capturado ou apresentar-se voluntariamente, será
submetido à inspeção de saúde e aguardará a solução do processo. Compete à justiça militar
estadual processar e julgar o militar estadual desertor, cabendo ao tribunal competente
Art.202 decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 112 Nos termos do estatuto, a deserção do
militar estadual acarreta interrupção do serviço, com a consequente perda da remuneração.
O militar desertor será agregado ao seu quadro ou qualificação, até a decisão transitar em
julgado.
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008
-91 A deserção do militar estadual acarreta interrupção do serviço, com a conseqüente
perda da remuneração. Se o desertor for capturado ou apresentar-se voluntariamente, será
submetido à inspeção de saúde e aguardará a solução do processo. Compete à justiça militar
estadual processar e julgar o militar estadual desertor, cabendo ao tribunal competente
decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares –
2008 –
Art.203
89 O falecimento de militar estadual da ativa acarreta o desligamento ou exclusão do
serviço ativo a partir da data da ocorrência do óbito.
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares –
2008 –
88 Não será computado, para nenhum efeito, o tempo que o militar estadual ficar afastado
Art.211 do exercício de suas funções em conseqüência de ferimentos ocorridos durante o serviço
ou, mesmo quando de folga, em razão da preservação de ordem pública, de proteção do
patrimônio e da pessoa, visando a sua incolumidade em situações de risco, infortúnio ou
de calamidade, bem como em razão de moléstia adquirida no exercício de qualquer função
militar.

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
238
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB – 111 Na apuração do tempo de contribuição
Art.214 do militar estadual, não poderá ser computada superposição de tempos, de quaisquer
naturezas.
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares –
2008 –
Art.215 87 É vedado ao militar estadual fazer parte de associações de natureza sindical ou
político-partidária ou mesmo de associações que não causem prejuízos para o exercício do
respectivo cargo ou função militar que ocupe na ativa.
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares –
2008 –
Art.220 86 O militar estadual que, embora efetivo e classificado no quadro de organização e
distribuição de uma organização policial militar ou de bombeiro militar, venha exercer
atividade funcional em outra organização militar ficará na situação de adido.
||PMCE11_001_01N791721|| CESPE/UnB - 113 O estatuto veda, expressamente, que
Art.226 sociedade simples ou empresária ou organização civil de modo geral use de designação
que possa sugerir sua vinculação a corporação militar estadual.
UnB/CESPE – PMCE Cargo: Soldado PM da Carreira de Praças Policiais Militares – 2008
Art.228 – 90 Como forma de dirimir dúvidas na aplicação do EME-CE aplica-se, em qualquer
caso, subsidiariamente, a legislação em vigor para o Exército Brasileiro.

CUIDADO: BANCA COBRA O TEXTO DA LEI!

*** *** ***

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
239
SOBRE O AUTOR

MARCOS AURÉLIO MACEDO DE MELO – CEL PM

Nasceu em 15 de setembro, na cidade de Tianguá-CE. Filho de Francisco Ferreira de Melo e de Rita Macedo de
Melo. Ingressou na Polícia Militar do Ceará em 3 de fevereiro de 1986, no cargo de 3º Sargento Combatente.
Em 1988, ingressa no Curso de Formação de Oficiais, sendo declarado Aspirante-a-Oficial em 13 de dezembro
de 1990. Pertencente ao Quadro de Oficiais Combatentes foi promovido ao posto de 2º Tenente, em 19 de ju-
nho de 1991; ao posto de 1º Tenente, em 24 de maio de 1996; ao posto de Capitão, em 25 de dezembro de 1997;
e ao posto de Major, pelo critério de Merecimento, em 25 de dezembro de 2003; ao posto de Tenente-Coronel,
em 25 dez 2011, por merecimento; ao posto de Coronel, em dezembro de 2016, por merecimento.

CURSOS SUPERIORES:
1. Bacharel em Segurança Pública – Academia de Polícia Militar Gen Edgard Facó (APMGEF).
2. Bacharel em Segurança Pública – Academia de Polícia Militar Senhor do Bonfim no Estado da Bahia (APM-
BA).
3. Licenciado para o ensino da Matemática, Legislação e Direito Administrativo – Universidade Estadual do
Ceará (UECE).
4. Curso de Altas Habilidades – Universade de Fortaleza.
5. Pós-Graduado em Administração Escolar – Universidade Estadual Vale do Acaraú
6. Especialista em Políticas Públicas – Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (FAMETRO).
7. Bacharel em Direito pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID).
CURSOS EM NÍVEL INTERNACIONAL:
1. Direitos Humanos e Direito Humanitário Internacional – Cruz Vermelha e Ministério da Justiça.
2. Negociador – Swat da Carolina do Sul (EUA) patrocinado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social.
MEDALHAS E CONDECORAÇÕES
Medalha Senador Alencar
Medalha do Mérito Policial Militar
Medalha do Mérito Bombeiro Militar
Medalha Desembargador José Moreira da Rocha (BM)
Medalha José Martiniano de Alencar
Medalha Capacete Bombeiro Militar
Medalha José Moreira da Rocha (Casa Militar)
Medalha Tempo de Serviço – 30/20/10 anos
Medalha Machadinha Simbólica do Corpo de Bombeiros
Medalha Tiradentes (Polícia Militar do Amazonas)
Medalha do Centenário da Casa Militar do Estado do Maranhão
Medalha de 85 Anos de Fundação da Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará
Botton de: amigo do 6º BPM, Amigo do RAIO e Amigo do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças
Placa de Honra ao Mérito da PMCE
Placa de Honra ao Mérito da Polícia Rodoviária Estadual
Barreta de Ensino e Instrução

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Estatuto dos Militares do Estado do Ceará – Comentado
Marco Aurelio de Melo – Cel PM
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H ino N acional B rasileiro
Música de Francisco Manoel da Silva
Letra de Joaquim Osório Duque Estrada

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido,


De um povo heróico o brado retumbante, Ao som do mar e à luz do céu profundo,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Se o penhor dessa igualdade Do que a terra mais garrida


Conseguimos conquistar com braço forte, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
Em teu seio, ó Liberdade, “Nossos bosques têm mais vida”,
Desafia o nosso peito a própria morte! “Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

Ó Pátria amada, Ó Pátria amada,


Idolatrada, Idolatrada,
Salve! Salve! Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Brasil, de amor eterno seja símbolo
De amor e de esperança à terra desce, O lábaro que ostentas estrelado,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, E diga o verde-louro desta flâmula
A imagem do Cruzeiro resplandece. – Paz no futuro e glória no passado.

Gigante pela própria natureza, Mas, se ergues da justiça a clava forte,


És belo, és forte, impávido colosso, Verás que um filho teu não foge à luta,
E o teu futuro espelha essa grandeza Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada, Terra adorada


Entre outras mil, Entre outras mil,
És tu, Brasil, És tu, Brasil,
Ó Pátria amada! Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil, Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Pátria amada,
Brasil! Brasil!
H ino do E stado do C eará
Música de Alberto Nepomuceno
Letra de Tomás Lopes

Terra do sol, do amor, terra da luz! Tua jangada afoita enfune o pano!
Soa o clarim que tua glória conta! Vento feliz conduza a vela ousada!
Terra, o teu nome e a fama aos céus remonta Que importa que no seu barco seja um nada
Em clarão que seduz! Na vastidão do oceano,
Nome que brilha – esplêndido luzeiro Se à proa vão heróis e marinheiros
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! E vão no peito corações guerreiros!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Sim, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Chuvas de prata rolem das estrelas... Porque esse chão que embebe a água dos rios
E despertando, deslumbrada, ao vê-.las Há de florar em meses, nos estios
Ressoa a voz dos ninhos... E bosques, pelas águas!
Há de florar nas rosas e nos cravos selvas e rios, serras e florestas
Rubros o sangue ardente dos escravos. Brotem no solo em rumorosas festas!

Seja teu verbo a voz do coração, Abra-se ao vento o teu pendão natal
verbo de paz e amor do Sul ao Norte! sobre as revoltas águas dos teus mares!
Ruja teu peito em luta contra a morte, E desfraldado diga aos céus e aos mares
Acordando a amplidão. A vitória imortal!
Peito que deu alívio a quem sofria Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
e foi o sol iluminando o dia! E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Mesa Diretora
2017-2018

Deputado José Albuquerque


Presidente

Deputado Tin Gomes


1º Vice-Presidente

Deputado Manoel Duca


2º Vice-Presidente

Deputado Audic Mota


1º Secretário

Deputado João Jaime


2º Secretário

Deputado Júlio César Filho


3º Secretário

Deputada Augusta Brito


4ª Secretária
INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO CEARÁ
Inesp

Thiago Campêlo Nogueira


Presidente

Gráfica do Inesp
Ernandes do Carmo
Coordenador

Cleomarcio Alves (Marcio), Francisco de Moura,


Hadson França e João Alfredo
Equipe Gráfica

Aurenir Lopes e Tiago Casal


Equipe de Produção Braille

Carol Molfese e Mário Giffoni


Equipe de Diagramação

José Gotardo Filho e Valdemice Costa (Valdo)


Equipe de Design Gráfico

Lúcia Maria Jacó Rocha e Vânia Monteiro Soares Rios


Equipe de Revisão

Site: www.al.ce.gov.br/inesp
E-mail: inesp@al.ce.gov.br
Fone: (85) 3277-3701
Fax: (85) 3277-3707

Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Av. Desembargador Moreira 2807,
Dionísio Torres, CEP 60170-900, Fortaleza, Ceará,
Site: www.al.ce.gov.br
Fone: (85) 3277-2500

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